Banca de QUALIFICAÇÃO: CASSIO EXPEDITO GALDINO PEREIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CASSIO EXPEDITO GALDINO PEREIRA
DATA : 12/02/2025
LOCAL: Sessão remota de videoconferência
TÍTULO:

Cartografias coloniais e geopolíticas dos povos indígenas: contextos, perspectivas e papel pedagógico no Cariri cearense


PALAVRAS-CHAVES:

Representações cartográficas. Cartografia racial. Povos indígenas. Imaginário espacial. Resistências indígenas.


PÁGINAS: 202
RESUMO:

A colonização portuguesa, ao instaurar processos de registros histórico-políticos e promover a alfabetização (consciência geográfica), desencadeou uma revolução geográfica cujo objetivo era não apenas dominar e "civilizar" o território nomeado como Brasil, mas também criar e reproduzir a racialização dos povos indígenas. Isso ocorreu porque os indígenas detinham conhecimentos profundos sobre o espaço, o que lhes permitia resistir e organizar revoltas, dificultando o avanço do capitalismo e a consolidação do Estado-nação. Além disso, as resistências e revoltas africanas, bem como as manifestações indígenas em regiões como o Cariri cearense, exigiram a criação de espacializações que facilitassem as territorializações portuguesas. Esses processos incluíram aldeamentos, migrações, projetos civilizatórios e estratégias de apagamento da presença indígena, muitas vezes perpetuadas por meio de discursos políticos registrados nos primeiros compêndios e livros didáticos. Nesse contexto, a presente tese busca investigar como os mapas moderno-coloniais, produzidos entre os séculos XVI e XIX, contribuíram para a construção e reprodução social da racialização e do imaginário espacial no Estadonação brasileiro. O foco recai sobre os mecanismos de registro, controle e consciência espacial direcionados aos corpos dissidentes, em especial os povos indígenas do Cariri cearense. Por meio de uma análise de conteúdo, este estudo examina representações cartográficas e referenciais bibliográficos para demonstrar como o imaginário espacial foi configurado para apagar ou transformar esses corpos. As cartografias produzidas por cartógrafos e presentes em manuais escolares durante esse período foram utilizadas para induzir a classe dominante a se apropriar dos diversos "Cariris/Kariris", promovendo a homogeneização do território em favor do domínio estatal. Dessa forma, busca-se expor o papel ideológico das representações cartográficas, evidenciando como elas foram utilizadas para redesenhar o território em favor dos interesses da classe hegemônica, ao mesmo tempo em que contribuíram para destruir resistências. Este trabalho pretende, assim, desconstruir as narrativas cartográficas colonialistas, revelando suas implicações no apagamento e na subjugação de identidades e territórios.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - GISELE GIRARDI - UFES
Externo à Instituição - RAIMUNDO JUCIER SOUSA DE ASSIS - UFPI
Externo à Instituição - JORN SEEMANN
Notícia cadastrada em: 11/02/2025 22:00
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - sigaa07.ufpe.br.sigaa07