CERRADO DE ALTITUDE EM PERNAMBUCO: florística, fisionomia e relações fitogeográficas
Cerrado de altitude. Semiárido pernambucano. Brejos de altitude. Vegetação sempre-verde.
O estudo investiga as formações vegetacionais conhecidas como cerrado de altitude no estado de Pernambuco, destacando aspectos florísticos, fisionômicos e suas relações fitogeográficas. A pesquisa foi conduzida em áreas de exceção no semiárido pernambucano, notadamente brejos de altitude, caracterizados por condições ambientais diferenciadas, como maior pluviosidade, temperaturas mais amenas e baixos índices de aridez. A metodologia empregou dados de sensoriamento remoto para classificar as formações vegetais segundo sua fenologia e relação com parâmetros ambientais, como altitude, continentalidade e características do substrato. Foram selecionadas áreas de Cerrado já reconhecidas no Nordeste do Brasil, e áreas com altitudes superiores a 550 metros de altitudes no semiárido pernambucano, no qual através das listas florísticas dessas áreas foi possível realizar uma análise de similaridade. A partir do mapeamento e análise geoambiental, foram identificadas manchas de vegetação sempre-verde, incluindo elementos da Mata Atlântica, Caatinga não decídua e Cerrado. Entre as espécies coletadas, destacam-se representantes das famílias Fabaceae e Vochysiaceae, com destaque para gêneros como Qualea, Vochysia e Mimosa, frequentemente associados às condições edáficas e climáticas dessas áreas. O gradiente altimétrico e a variabilidade geoambiental foram determinantes na composição florística. Os resultados reforçam o papel dessas áreas como refúgios ecológicos, com relevância para a conservação da biodiversidade em um cenário de crescentes pressões ambientais.