REPENSANDO ESTEREÓTIPOS SOBRE O SEMIÁRIDO BRASILEIRO: EXPERIÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES PARA GEOGRAFIA ESCOLAR
Geografia escolar. Semiárido brasileiro. Estereótipos regionais. Sequência didática.
Os estereótipos associados ao Semiárido brasileiro (SAB) frequentemente obscurecem sua vasta diversidade biológica e paisagística, eliminando seu processo de delimitação regional e restringindo erroneamente todas as características da região ao cenário homogêneo das secas. As distorções imaginárias sobre diferentes regiões, principalmente aquelas que não se conhece pessoalmente, são chamadas de “estereótipos regionais”. Esses estereótipos frequentemente são enraizados na cultura popular, desempenhando um papel significativo na formação de percepções distorcidas sobre determinadas áreas geográficas. Diante desse contexto, percebe-se a Geografia escolar como um instrumento essencial para desafiar esses paradigmas enviesados e tendenciosos, que tendem a associar o Semiárido Brasileiro apenas aos seus aspectos negativos. Afinal, a Geografia, enquanto componente curricular da educação básica, investiga o espaço geográfico resultante das complexas interações entre os seres humanos e o ambiente natural. Ao desafiar essas narrativas simplificadas, os professores contribuem para a formação de indivíduos mais conscientes da complexidade que caracteriza as diferentes regiões do Brasil. Desse modo, o objetivo geral desta pesquisa consiste em compreender a percepção de estudantes do 7ª ano do Ensino Fundamental em relação ao Semiárido Brasileiro, desenvolvendo uma sequência didática durante as aulas de Geografia com o intuito de repensar os estereótipos mais comuns relacionados a essa região. Para cumprir com o caráter investigativo desta pesquisa, a aplicação da sequência didática ocorreu durante as aulas de Geografia no primeiro semestre letivo de 2024, dividida em quatro atividades com objetivos complementares: 1) Captação dos conhecimentos prévios sobre o Semiárido Brasileiro; 2) Representações sobre a região Semiárida brasileira; 3) Pesquisa e apresentações sobre os estereótipos identificados sobre o SAB e Região Nordeste; 4) Avaliação e reflexão acerca dos conhecimentos adquiridos. A partir de sua aplicação, constatou-se que os estudantes ainda possuíam muitas percepções estereotipadas acerca do SAB, influenciadas por diversos fatores como a falta de contato com a região e acesso a representações estereotipadas que destacam sempre suas limitações e raramente suas potencialidades e diversidade, mas a medida que as discussões eram aprofundadas houve a ampliação desses conhecimentos e a possibilidade de repensar os estereótipos.