ASSOCIACAO ENTRE COMORBIDADE E COMPLICACOES POS-OPERATORIAS NO REPARO DE HERNIOPLASTIA INGUINAL
hérnia inguinal, complicações cirúrgicas, laparoscopia, reparo aberto.
Introdução: A hérnia inguinal é uma das doenças mais prevalentes no campo da cirurgia, com alto índice de recorrência após o tratamento. As hérnias inguinais são um problema frequente e o seu reparo representa a cirurgia mais comumente realizada por cirurgiões gerais. As taxas de recidiva são influenciadas por vários fatores, como a experiência do cirurgião, as características do paciente e a técnica utilizada. A técnica de Lichtenstein é uma técnica tradicional em todos os países, eficaz, reprodutível e apresenta menor taxa de recorrência, principalmente em casos de comorbidades como obesidade, diabetes mellitus, hipertensão ou complicações pós-operatórias. A técnica total extraperitoneal (TEP), ao ser indicada para pacientes com hérnias recidivantes, também apresenta boas taxas de sucesso, embora sua eficácia dependa da experiência do cirurgião. Objetivo: Foi analisar a associação entre comorbidades pré-operatórias e a ocorrência de complicações pós-operatórias em pacientes submetidos à hernioplastia inguinal. Métodos: A população de estudo foi composta de 1.036 pacientes com diagnóstico confirmado de hérnia inguinal que foram submetidos à cirurgia de hernioplastia inguinal na parede abdominal. A pesquisa consiste na determinação do estado inflamatório entre comorbidades pré-operatória e complicações pós-operatórias à hernioplastia inguinal. Trata-se de um estudo observacional, com análise retrospectiva de pacientes submetidos à hernioplastia inguinal, nos anos de 2023 e 2024, em um centro privado do Recife. Os dados pré e pós-operatórios foram colhidos conforme dados fornecidos no prontuário médico. Todas as informações foram preenchidas em planilhas. Resultado: A distribuição do sexo e faixa etária dos pacientes avaliados: a maioria dos pacientes foram homens (89,4%) e possuía idade entre 46 a 59 anos (38,2%). Verifica-se que a maioria dos pacientes foi submetida à cirurgia aberta (94,2%), utilizando a técnica de Lichtenstein (94,0%); apresenta nível de glicemia normal (70,0%); não possui comorbidade (77,1%); não apresentou recidiva (99,4%); não apresentou complicações (71,4%); e passou até 12 horas internado (64,6%). Ainda, observa-se que dos pacientes que apresentaram comorbidades, as mais frequentes foram: HAS (65,9%) e DM (25,2%), e para aquele que apresentaram complicações foram: SSO - Ocorrências não infecciosas (40,8%) e dor (35,7%). O teste de comparação de proporção foi significativo em todos os fatores avaliados, indicando que o perfil clínico descrito é, estatisticamente, o mais frequente no grupo de pacientes avaliados. Conclusão: Os achados deste estudo evidenciam que comorbidades pré-operatórias, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, tabagismo e idade ≥65 anos, estão significativamente associadas ao aumento da incidência de complicações pós-operatórias em pacientes submetidos à hernioplastia inguinal. Tais fatores influenciam especialmente na ocorrência de infecção de sítio cirúrgico e dor persistente, impactando diretamente a recuperação e a qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: hérnia inguinal, complicações cirúrgicas, laparoscopia, reparo aberto.