ANÁLISE DO CONSUMO DE OPIOIDES EM PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICA E REPARADORA
Opioide; analgesia; dor; cirurgia plástica.
Introdução: Registra-se aumento de consumo de opioides nos últimos anos, sendo seu abuso a principal causa de mortes acidentais nos Estados Unidos, já no Brasil observa-se carência de dados mais apurados e consequente desinformação acerca do uso apropriado desta medicação. Apesar da importância do tratamento da dor há ainda poucos relatos sobre como o uso de opioides no cenário pós-operatório das cirurgias plásticas contribui para esta crise. Objetivo: Avaliar o uso de opioides no pós-operatório de cirurgia plástica estética e reparadora. Metodologia: Trata-se de uma coorte prospectiva em que foram avaliados os pacientes submetidos a cirurgias plásticas estéticas e reparadoras, no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital das Clínicas / EBSERH-UFPE, no período de setembro de 2021 a julho de 2024. Através de questionário foram avaliados o nível diário de dor no pós-operatório e o tipo de medicações analgésicas utilizadas. Houve registro ainda de informações demográficas e epidemiológicas, tipo de cirurgia, tipo de anestesia e regime de internação hospitalar. Resultados: Foram estudados 140 pacientes que preencheram adequadamente o questionário, sendo 130 (92,8%) do sexo feminino, com média de idade de 39,6 anos. Foi registrado que 28,5% das pacientes do sexo feminino e 44,4% dos portadores de diagnóstico psiquiátrico fizeram uso de opioides. Nenhum paciente masculino fez uso desta medicação. A frequência global de uso de opioides foi de 26,4%, por um período médio de 3,9 dias. A cirurgia de reconstrução mamária registrou uma frequência de uso de opioides de 50,0% das pacientes, com índice diário de dor de 3,2 (+ 2,65). Quanto ao regime de internação, 95,7% das cirurgias foram realizadas sob internação hospitalar, já com relação à técnica anestésica 62,1% ocorreram sob bloqueio nervoso e sedação. Conclusão: No presente estudo a frequência de uso de opioides foi de 26,4% por um período médio de 3,9 dias, tendo se observado que mulheres e portadores de diagnóstico psiquiátrico foram os grupos epidemiológicos com mais elevada frequência de uso desta medicação. A reconstrução mamária foi a cirurgia em que se observaram maiores frequência de uso de opioides e índice diário de dor. Cirurgias em regime de internação hospitalar e sob anestesia com bloqueio nervoso associado a sedação foram as mais registradas, todavia sem significância estatística com relação ao uso de opioides.