AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO METABÓLICO, ATRAVÉS DA CALORIMETRIA INDIRETA DA ERGOESPIROMETRIA, EM INÍDVIDUOS COM INDICAÇÃO DE TRANSPLANTE CARDÍACO
Ergoespirometria; Transplante cardíaco
A ergoespirometria é uma ferramenta essencial para avaliar a função cardiorrespiratória, permitindo a análise do consumo de oxigênio (VO2) e da produção de gás carbônico (VCO2), ), além de determinar os limiares ventilatórios. O quociente respiratório (QR) obtido durante o teste indica o tipo de substrato energético utilizado. A inflexibilidade metabólica, comum em pacientes com ICFER, é marcada pela transição precoce da oxidação de lipídios para carboidratos durante o exercício. Este estudo tem como objetivo analisar o comportamento metabólico da oxidação de gordura e carboidrato em pacientes com ICFER indicados para transplante cardíaco. Trata-se de um estudo retrospectivo, com coleta de dados de laudos de exames de ergoespirometria realizados entre maio de 2022 e julho de 2024, incluindo pacientes com ICFER com indicação de transplante cardíaco pelo exame e esportistas como grupo de comparação. Resultados: Dos 98 laudos de exames de ergoespirometria coletados no banco de dados, 20 preenchiam critérios de inclusão. No grupo de comparação, formado por esportistas, 11 (55%) eram do sexo masculino e 09 (45%) do sexo feminino. Já no grupo dos cardiopatas, 13 eram do sexo masculino (65%) e 07 do sexo feminino (35%). A média de idade foi de 50,3±8,3 anos no grupo dos cardiopatas e de 41,7±10,3 anos no grupo dos esportistas com diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre as os grupos. As variáveis ventilatórias mostraram diferenças significativas entre os grupos. O VO2 máximo e pico foi de 44,3 ml/kg/min ± 5,3 nos esportistas e 10,7 ml/kg/min ± 1,7 nos cardiopatas (p<0,01). O VO2 no limiar ventilatório 1 (LV1) também foi significativamente diferente, com médias de 25,5 ml/kg/min ± 4,1 nos esportistas e 8,0 ml/kg/min ± 1,3 nos cardiopatas (p<0,01). O VE/VCO2 slope foi maior nos cardiopatas (40,3 ± 10,1) em comparação aos esportistas (26,0 ± 3,7, p<0,01). A correlação entre VO2 LV1 e VE/VCO2 slope foi significativa apenas no grupo de cardiopatas (p=0,05). Todos os cardiopatas apresentaram ponto de flexão metabólica (PFM) antes do LV1, enquanto todos os esportistas apresentaram após o LV1, com 80% entre LV1 e LV2. Os cardiopatas tinham médias de VO2 LV1 e VO2 máximo/pico significativamente mais baixas que os esportistas (p<0,01).