RESISTÊNCIA, SOBREVIVÊNCIA, REINVENÇÃO: AS REPERCUSSÕES DO ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 AOS DEVIRES DE MULHERES PROFESSORAS DE MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO DO SERTÃO MOXOTÓ-IPANEMA
Palavras-chave: Ensino Remoto Emergencial; devires; gênero; pós-estruturalismo; mulheres professoras de matemática
RESUMO
Com a pandemia instaurada mundialmente a partir de março de 2020, tivemos que nos reinventar como professoras/es para atendermos às necessidades do ensino remoto emergencial demandado pela OMS – Organização Mundial de Saúde –, como parte dos dispositivos de combate à disseminação do vírus Covid-19. Nesse contexto, a fim de remediar atrasos no cumprimento dos currículos, passamos a exercer as atividades laborais a partir de nossas próprias casas, sob a égide das tecnologias da informação. Sabe-se que às dificuldades próprias à readequação como profissionais da educação, através do ensino remoto emergencial, à qual a maioria de nós teve que se submeter abruptamente, somou-se a diversidade de circunstâncias no ambiente doméstico – ora transformado em ambiente de trabalho. Mediante este panorama, esta pesquisa teve como objetivo geral compreender o modo como as experiências vividas no processo do Ensino Remoto Emergencial, ao longo da pandemia por COVID-19, impactaram os devires de mulheres professoras de matemática do Ensino Médio da Microrregião do Moxotó-Ipanema. Do mesmo modo, como objetivos específicos, buscamos verificar de que forma as experiências vividas no Ensino Remoto de matemática, ao longo da pandemia por COVID-19, repercutiram na atividade docente de professoras de matemática do Ensino Médio e, da mesma forma, demonstrar como a ideia de identidade de gênero interfere no exercício da docência de matemática. Assim como os demais saberes e reflexões neste projeto, o entendimento sobre os processos de subjetivação partiu de uma abordagem teórica-metodológica de caráter pós-estruturalista, ancorada em autores/as tais como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e Judith Butler, afinal, os devires aqui investigados não permitem mais que remetamos à ideia de subjetividade como sinônimo de estrutura universal e de sujeito-pronto. Em acordo com a perspectiva pós-estruturalista adotada para esta pesquisa, utilizamos a Análise do Discurso como recurso teórico-metodológico a fim de compreender as derivas dos discursos das professoras entrevistadas.