A AMIZADE E A FELICIDADE NOS DIAS DE HOJE: um estudo aristotélico com jovens do ensino médio
Aristóteles. Amizade. Felicidade. Ensino de Filosofia. Juventude. Ética das Virtudes.
Esta dissertação investiga como os jovens do Ensino Médio compreendem e vivenciam a amizade e a felicidade à luz da perspectiva aristotélica, através de uma intervenção pedagógica em uma escola pública do interior de Pernambuco. O estudo fundamenta-se na análise dos conceitos de philia (amizade) e eudaimonia (felicidade) desenvolvidos por Aristóteles na Ética a Nicômaco, explorando sua relevância para a formação ética dos jovens contemporâneos. A pesquisa parte da hipótese de que a amizade, na concepção aristotélica, exerce papel fundamental na realização da felicidade dos jovens, especialmente quando baseada em virtude e reciprocidade. O referencial teórico aborda a ética das virtudes aristotélica, destacando a eudaimonia como atividade da alma conforme à virtude e a tipologia tríplice da amizade: por utilidade, por prazer e por virtude. A metodologia combina revisão bibliográfica sistemática das obras aristotélicas e de seus comentadores com intervenção pedagógica utilizando metodologias ativas de ensino de filosofia. O estudo examina os desafios contemporâneos para a vivência autêntica da amizade e da felicidade, particularmente no contexto das redes sociais e da cultura digital que caracteriza a experiência juvenil atual. A análise revela que os conceitos aristotélicos mantêm relevância para compreender as relações interpessoais dos jovens e orientar práticas educacionais que promovam o desenvolvimento de vínculos significativos. Os resultados indicam que a reflexão filosófica sobre amizade e felicidade contribui para a formação de uma consciência crítica nos estudantes sobre suas relações e projetos de vida. A pesquisa conclui que a educação filosófica, fundamentada na tradição aristotélica, pode oferecer alternativas aos modelos superficiais de relacionamento e realização propagados pela cultura contemporânea, promovendo uma compreensão mais profunda da vida boa e das condições para o florescimento humano. O trabalho contribui tanto para o campo acadêmico da filosofia da educação quanto para práticas pedagógicas que integrem reflexão ética e formação humana integral.