PPGEDU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - CE DIRETORIA DO CENTRO DE EDUCACAO - CE Telefone/Ramal: Não informado
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • MARIA ELISA NOVAES CAHÚ DE MOURA
  • O ENSINO DA LEITURA E ESCRITA EM TURMAS DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL BILÍNGUE (PORTUGUÊS/INGLÊS)

  • Orientador : ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • LUCIANA VASCONCELOS DOS SANTOS DANTAS HODGES
  • Data: 25/01/2024

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  • A presente pesquisa buscou, através da investigação das práticas de duas regentes do 1º ano do Ensino Fundamental de uma Escola Bilíngue (português/inglês), descrever e compreender as práticas pedagógicas voltadas para o ensino da leitura e escrita dentro de um contexto bilíngue. Para que com isso fosse possível compreender um pouco mais acerca do processo de ensino da leitura e escrita numa turma que estava sendo simultaneamente alfabetizada em duas línguas, bem como identificar os desafios das professoras e analisar as metodologias aplicadas. Com o intuito de atingir os objetivos propostos, decidiu-se por realizar uma pesquisa qualitativa com uma perspectiva etnográfica, pois para este estudo os processos e o detalhamento das pessoas e do ambiente pesquisado são de extrema importância. Sendo assim, foram realizadas 15 observações de aulas, entrevistas com professoras, coordenadoras e diretora escolar, bem como análise de documentos fornecidos pela instituição (planejamento de aulas e projeto político pedagógico). Disto feito, utilizamos Hamers e Blanc (2000), Byalostiky, Luk e Kwan (2005) e Antonieta Megale (2019, 2020 e 2021) para argumentar sobre bilinguismo e educação bilíngue. Já para embasar as questões referentes à alfabetização empregamos as ideias de Magda Soares (1998, 2004 e 2021) e Emília Ferreiro (2011). Com relação às práticas de alfabetização bilíngues trouxemos discussões a partir de Elizabete Flory (2009), Lucina Hodges e Alena Nobre (2010), Byalostiky (2002) e novamente Antonieta Megale (2019, 2020 e 2021). A conjugação da fundamentação teórica e a análise dos dados nos levou à reflexão acerca das práticas das professoras e do contexto acadêmico que estavam inseridas. Concluímos que as ações pedagógicas estavam bem pautadas na proposta escolar, mas que as educadoras sentiam necessidades de adequar melhor a perspectiva curricular com a realidade dos alunos, implementando mais atividades que sistematizassem a aprendizagem da leitura e da escrita, para assim melhorar compreensão do sistema de escrita alfabético.  


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2
  • LEILANE BEZERRA DA SILVA
  • Os desafios do trabalho docente diante da reforma do ensino médio.

  • Orientador : RAMON DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE NILDO ALVES CAU
  • LUCAS VICTOR SILVA
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • Data: 30/01/2024

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  • RESUMO:

     

    Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar as implicações da Reforma do Ensino Médio no trabalho docente em uma Escola Técnica Estadual. Para isso, adotamos os princípios da pesquisa qualitativa de caráter descritivo. Constituíram-se sujeitos da nossa pesquisa: os professores da base nacional comum e os professores da base profissional técnica. Para o desenvolvimento desta pesquisa, utilizamos como técnicas para coletas de dados a pesquisa documental, o questionário e a entrevista do tipo semiestruturada. Após a realização das entrevistas, estas foram transcritas e processadas com base nos princípios da análise de conteúdo. Para nortear a análise dos resultados, foram estabelecidas três unidades de análises: Condições de trabalho docente; expectativa sobre as mudanças propostas pela Reforma do Ensino Médio; currículo do Ensino Médio. Dentre os resultados, percebemos que predomina a insatisfação com as condições disponíveis para a realização do trabalho, principalmente relacionado ao tempo para o planejamento das atividades. Sobre o currículo do Ensino Médio inferimos que tal proposta não está clara para os docentes e diverge do que a propaganda governamental indica, além disso não contribui com a preparação para a formação para o mercado de trabalho e muito pouco para a continuidade nos estudos. A reforma não indica que irá preparar os estudantes de forma adequada para o ensino superior devido a supressão de conteúdos essenciais do currículo. No tocante às expectativas sobre as mudanças propostas pela Reforma do Ensino Médio, os sujeitos demonstraram que ocorrerá a perda na qualidade do ensino ofertado, tanto pela carga horária reduzida das disciplinas da base comum, quanto pela falsa ideia de escolha dos itinerários formativos. Os resultados revelam também a necessidade de promover espaços coletivos e democráticos de discussão, em que todos se reconheçam como parte integrante do processo de formulação das políticas públicas para o ensino médio, pois, a ampliação da diversidade de ideias e perspectivas favorecem a construção de possibilidades mais inclusivas.

     

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3
  • ROBSON JOSÉ DE OLIVEIRA BRITO
  • Viver a universidade em tempos neoconservadores: o currículo político-cultural do Núcleo LGBT e as experiências de estudantes LGBTQIAPN+ no Agreste de Pernambuco.

  • Orientador : ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • TANIA MARIA GORETTI DONATO BAZANTE
  • Data: 30/01/2024

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  • Significativas políticas de inclusão social foram postas em ação no ensino superior brasileiro nas últimas duas décadas. Nesse contexto, a UFPE expandiu suas atividades, implantando dois campi no interior de Pernambuco. A maioria dos/das estudantes dessas regiões é proveniente de classes populares e necessita de auxílios para permanência e conclusão dos cursos. Quando se trata de jovens LGBTQIAPN+, outros aspectos de vulnerabilidade associam-se a questões econômicas, especialmente, o preconceito e a discriminação. A criação da Diretoria LGBT na universidade, atualmente denominado Núcleo LGBT, foi importante para conquista de direitos, visibilidade, inserção e permanência desse grupo na instituição, mas, com o avanço de políticas neoliberais no país, atos antidemocráticos autoritários contra o estado de bem-estar social e pautados em lógicas neoconservadoras se tornaram comuns, alimentando o ódio e o desejo de eliminar as experiências bem-sucedidas de/com populações tradicionalmente excluídas de contextos universitários. Este estudo teve como objetivo conhecer os espaços-tempos curriculares do Núcleo LGBT da UFPE e as experiências de estudantes LGBTQIAPN+ no agreste pernambucano frente à emergência de discursos neoconservadores. Englobou dois corpora. O primeiro consistiu em elementos textuais capturados das redes sociais do Núcleo e entrevistas com pessoas que lá trabalham ou trabalharam. O segundo foi composto por transcrições de conversas com estudantes LGBTQIAPN+ do Centro Acadêmico do Agreste. Percebeu-se que o Núcleo tem construído um currículo político-cultural para a UFPE forçando a Universidade a produzir e negociar sentidos sobre si mesma, a sociedade e os sujeitos, num processo híbrido, contingente e multideterminado. A criação desse currículo, entretanto, se dá num contexto de sucessivos tensionamentos e resulta de processos articulatórios entre demandas de diferentes segmentos sociais em meio a poderosos processos de reiteração normativa que tentam conter elementos perturbadores dos sistemas já estabelecidos. Tais processos, por sua vez, são atravessados e atravessam as dinâmicas de subjetivação dos/as estudantes num movimento ontológico de mútua constituição.


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4
  • MARNIE DE ALBUQUERQUE CORDEIRO BARBOSA SANTOS
  • POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL NA UFPE E OS DESAFIOS EM PERÍODO DE PANDEMIA PELA COVID-19.

  • Orientador : ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • SWAMY DE PAULA LIMA SOARES
  • Data: 02/02/2024

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  • O período de 2020 a 2022 foi marcado pela pandemia do COVID-19, que afetou de todas as formas a população mundial. No caso da educação, presenciamos uma reorganização das instituições para atender às demandas urgentes da comunidade acadêmica, principalmente dar continuidade ao processo pedagógico nos diversos segmentos escolares. No ensino superior também observou-se a utilização de estratégias para reduzir os agravos instaurados pela pandemia. No caso da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, foco dessa investigação, houve mobilização para garantir que a dinâmica acadêmica fosse retomada, inclusive com ajustes na Política de Assistência Estudantil – PAE. Essa política tem como base o Decreto 7.234/2010 que institui o Programa Nacional de Assistência Estudantil – PNAES, que vem com o intuito de intervir na realidade adversa dos jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Essa pesquisa investigou como a UFPE estruturou, organizou e mobilizou as políticas de assistência estudantil para garantir a permanência dos alunos nas atividades universitárias durante a pandemia da Covid -19. Teve como objetivo compreender como UFPE estruturou e organizou a Política de Assistência Estudantil no sentido de minimizar a vulnerabilidade socioeconômica e garantir a participação dos alunos nas atividades de ensino durante a pandemia de COVID-19. Na pesquisa, de base qualitativa, analisou documentos e aplicou entrevistas a sujeitos envolvidos na gestão da Pró-Reitoria para Assuntos Estudantis (PROAES). Os resultados revelaram que diversas ações foram desenvolvidas, dentre as quais estão a reorganização da oferta de alimentos aos estudantes, condução de estudantes às suas residências, redimensionamento das bolsas e auxílios da PAE, lançamento do Programa de Inclusão Digital, através da oferta de equipamentos eletrônicos, chip para acesso à internet e auxílio para custear compra de computadores e tablet. Porém a oferta dessas ações esbarra nos gargalos financeiros definidos pelos recursos do governo federal através do PNAES.


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  • RAQUEL DA SILVA FREITAS
  • "ADISCURSOS CURRICULARES E CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA NEGRA E INDÍGENA EM IMAGENS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL: HORIZONTES SIMBÓLICOS DA (DE)COLONIALIDADE"

  • Orientador : GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • IRIS VERENA SANTOS DE OLIVEIRA
  • PAULO DE TÁSSIO BORGES DA SILVA
  • Data: 05/02/2024

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  • Esta pesquisa partiu do interesse intelectual e político de compreender as discussões e relações socais atuais que implicam a re/construção da categoria “raça” ao longo do tempo, localizadas em especial na construção imagética. Justificamos esse lócus baseados no conhecimento de que, o processo de categorização racial iniciado na colonização se mantém na contemporaneidade. Nesse sentido, sabendo que o campo educativo se constitui como espaço de natureza e função política e, portanto, não está isolado da cultura organizacional social e das demais instituições, entendemos que à herança colonial ainda se encontra presente nos currículos escolares. Nesse sentido, partimos da seguinte questão problema: como são construídas nas imagens as memórias negras e indígenas nos livros didáticos de história do ensino fundamental? A partir disso, o objetivo geral da pesquisa consistiu em compreender como são construídas nas imagens as memórias negras e indígenas nos livros didáticos de história do ensino fundamental, aprovados no Programa Nacional do Livro e do Material Didático - PNLD 2020. Os objetivos específicos: a) identificar e descrever as imagens dos/as negros/as e dos/as indígenas; b) analisar como as memórias sobre os povos negros e indígenas são construídas nas imagens, caracterizando a partir de quais discursos essas imagens são construídas e partilhadas; c) analisar até que ponto e como os discursos mobilizados nas imagens dos livros didáticos colaboram para a construção dos horizontes simbólicos da (de)colonialidade. Para alcançar os objetivos dessa pesquisa, nosso trabalho foi organizado com base nas abordagens da teoria do discurso, do pós-estruturalismo e dos estudos decoloniais que forneceram um quadro metodológico e conceitual para a análise dos temas abordados. Nesse processo, analisamos como as memórias sobre os povos negros e indígenas são construídas nas imagens, buscando apontamentos sobre como os discursos (de)coloniais eram identificados. Observamos uma tensão evidente entre as marcas de uma memória decolonial e colonial nas imagens, no entanto, é importante notar que o número de imagens que abordam questões decoloniais ainda é significativamente menor. Podemos apontar que, com base no conceito de memória, enquanto uma história particular ou coletiva que se tornou dominante em um determinado período ou contexto, as imagens em que memória que carrega símbolos da decolonialidade permitem a construção de lembranças e fortalecimento de identidades a partir de experiências articulatórias e políticas, individuais e coletivas de valorização da cultura e vida da população negra e indígena. Por outro lado, a memória colonial resulta em fechamentos e essencializações, ou seja, as imagens retratam os povos negros e indígenas como primitivos, inferiores ou selvagens hegemonizando o discurso moderno colonial.


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  • JOSE ARNOR DE LIMA JUNIOR
  • POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA UFPE A (IN)VISIBILIDADE DO PROFESSOR SURDO.

  • Orientador : ALFREDO MACEDO GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALFREDO MACEDO GOMES
  • ANA REGINA E SOUZA CAMPELLO
  • OUSSAMA NAOUAR
  • VILDE GOMES DE MENEZES
  • Data: 29/02/2024

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  • A entrada dos surdos na Universidade Pública se deu de forma mais ampla por meio de políticas linguísticas, especialmente a Lei 10.436/02 e o Decreto 5.6256/05, que resultaram, por exemplo, na criação do Curso de Letras Libras (bacharelado e licenciatura). Tal fato, resultou em novas demandas e responsabilidades das instituições públicas de ensino superior para que possibilitasse, tanto para estudantes, quanto para servidores docentes e técnicos(as)-administrativos e para a comunidade surda em geral, o projeto de materialização da universidade pública inclusiva. Diante disso, propomos em nossa pesquisa analisar a implementação de políticas instituições e educacionais no Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com vistas à inserção do professor surdo no ensino superior na perspectiva inclusiva. Nossa metodologia é caráter qualitativa e interpretava, utilizando-se enquanto método de investigação o Estudo de Caso, dividido nas seguintes fases: fase exploratória ou definição do foco de estudo, fase de coleta de dados e fase de análise sistemática dos dados. Mais especificamente, foram identificados os documentos institucionais voltados para a educação inclusiva no contexto da UFPE e ocorreu a aplicação de entrevista estruturada com quinze (15) questões, realizadas com cinco (05) professores/as surdos/as com experiencia docente. Após a sistematização e análise dos dados, notamos a importância de políticas institucionais que contribuam na formação contínua do professor surdo considerando suas especificidades linguísticas e culturais, e as lacunas formativas desde a escolarização até o ensino superior; ainda, a valorização da percepção do professor surdo enquanto importante componente na constituição, implementação e avaliação de ações concernentes às políticas educacionais inclusivas posto que, no caso dos surdos, é a partir das demanda(s) do sujeito(s) surdo(s) que a universidade deverá responder ética e responsavelmente.


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  • A entrada dos surdos na Universidade Pública se deu de forma mais ampla por meio de políticas linguísticas, especialmente a Lei 10.436/02 e o Decreto 5.6256/05, que resultaram, por exemplo, na criação do Curso de Letras Libras (bacharelado e licenciatura). Tal fato, resultou em novas demandas e responsabilidades das instituições públicas de ensino superior para que possibilitasse, tanto para estudantes, quanto para servidores docentes e técnicos(as)-administrativos e para a comunidade surda em geral, o projeto de materialização da universidade pública inclusiva. Diante disso, propomos em nossa pesquisa analisar a implementação de políticas instituições e educacionais no Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com vistas à inserção do professor surdo no ensino superior na perspectiva inclusiva. Nossa metodologia é caráter qualitativa e interpretava, utilizando-se enquanto método de investigação o Estudo de Caso, dividido nas seguintes fases: fase exploratória ou definição do foco de estudo, fase de coleta de dados e fase de análise sistemática dos dados. Mais especificamente, foram identificados os documentos institucionais voltados para a educação inclusiva no contexto da UFPE e ocorreu a aplicação de entrevista estruturada com quinze (15) questões, realizadas com cinco (05) professores/as surdos/as com experiencia docente. Após a sistematização e análise dos dados, notamos a importância de políticas institucionais que contribuam na formação contínua do professor surdo considerando suas especificidades linguísticas e culturais, e as lacunas formativas desde a escolarização até o ensino superior; ainda, a valorização da percepção do professor surdo enquanto importante componente na constituição, implementação e avaliação de ações concernentes às políticas educacionais inclusivas posto que, no caso dos surdos, é a partir das demanda(s) do sujeito(s) surdo(s) que a universidade deverá responder ética e responsavelmente.

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  • EMANUELLE SANTANA DA SILVA
  • A POLÍTICA EDUCACIONAL DE PERNAMBUCO: uma análise da produção do conhecimento desenvolvido entre 2012-2022 nos programas de pós-graduação em educação de PE.

  • Orientador : ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • ANDREIA FERREIRA DA SILVA
  • Data: 04/03/2024

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  • A presente pesquisa se insere no campo de investigação em Políticas Públicas Educacionais e abordou especificamente a produção do conhecimento sobre a Política Educacional de Pernambuco, pautada no Programa de Modernização da Gestão Pública - Metas para a Educação, que está presente na rede estadual desde 2007. O estudo teve como objetivo analisar a produção do conhecimento sobre a política educacional de Pernambuco, desenvolvida nos programas de pós-graduação em educação do estado de PE, no recorte temporal de 2012-2022. Trouxe para o debate os avanços e a consolidação da pós-graduação no Brasil, as nuances da Reforma do Estado e da Modernização da Gestão com o seu desenrolar na gestão da educação estadual e no processo de produção das pesquisas na pós-graduação em educação. O caminho metodológico adotado foi o estudo de revisão, denominado “estado da arte”, baseado em Ferreira (2002), Romanowski e Ens (2006), Vosgerau e Romanowski (2014), Jacomini; Penna e Bello (2019). Foram identificadas três universidades públicas alinhadas aos critérios pré-selecionados: UFPE, UPE e UFRPE, pertencentes a elas, cinco programas de pós-graduação que serviram de base para o levantamento dos dados. O estado da arte revelou o quantitativo de 85 pesquisas devidamente alinhadas aos critérios deste estudo. Os dados mostram que os pesquisadores analisam a Política Educacional de Pernambuco sob diferentes enfoques e as pesquisas apresentam contribuição para o aprofundamento teórico das temáticas, desde os documentos regulatórios da política até a investigação da sua condução no cotidiano escolar. As principais temáticas identificadas nas pesquisas foram: Escola de Tempo Integral, Gestão Escolar, Currículo e Programa de Modernização da Gestão – Metas para Educação, esse pode ser um reflexo da adesão e repercussão da política na gestão educacional. Do ponto de vista metodológico os pesquisadores adotam, em sua maioria a abordagem qualitativa ou quanti-qualitativa, autores atrelam esse fator a possibilidade de aproximação do pesquisador com o campo de investigação. Os resultados apontam que a política segue os preceitos da gestão gerencial, com a incorporação de parcerias com setores privados e com a elaboração de um sistema próprio de avaliação e monitoramento de rendimento educacional. Além disso, as pesquisas apontam para o fortalecimento da accountability educacional na política pernambucana, que envolve dispositivos de avaliação, prestação de contas e responsabilização.


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8
  • JAMILE XAVIER DE OLIVEIRA
  • Representações Sociais de currículos por professores dos anos iniciais de escolas públicas municipais de Sobral/Ceará.

  • Orientador : VIVIANE DE BONA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARIA LEITE CRUZ
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • VIVIANE DE BONA
  • Data: 05/03/2024

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  • A pesquisa objetivou identificar as representações sociais de currículos construídas por professores que lecionam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de escolas públicas municipais de Sobral/Ceará, frente às prescrições dos documentos curriculares do sistema de ensino deste município. Utilizou entrevista semiestruturada, questionário e documentos oficiais da rede municipal de educação para a composição do corpus de dados que foram analisados por meio da Análise de Conteúdo (Bardin, 2016). Como referenciais teóricos se amparou em autores que discutem acerca das temáticas: Currículo, Representações Sociais e Prática Docente. Dentre os resultados, verificou-se que os professores entendem que a organização curricular da Educação de Sobral se estrutura a partir dos documentos curriculares, e que mesmo havendo uma intencionalidade de padronização das suas práticas docentes em relação a aplicar os conteúdos das disciplinas escolares, eles têm suas formas próprias de construir suas aulas buscando presar pelas diferenças dos estudantes. Compreende-se assim que eles constroem as suas representações sociais de currículos entendendo-os enquanto uma construção social, que no âmbito escolar precisa comtemplar as subjetividades e diferenças dos estudantes.


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  • CATIANA CASSANDRA SANTANA DOS SANTOS
  • A REPRODUÇÃO/RESSIGNIFICAÇÃO DO DISCURSO HETERONORMATIVO COMPULSÓRIO: UMA ANÁLISE ENTRE AS MULHERES DISCENTES E DOCENTES DA EJA EM RECIFE

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • IÊDO DE OLIVEIRA PAES
  • Data: 26/03/2024

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  • Esta pesquisa destacou questões de gêneros e sexualidades na Educação de
    Jovens e Adultos (EJA), associadas ao contexto de violência que assola o
    Estado de Pernambuco envolvendo não somente mulheres cis, mas
    igualmente trans. O presente trabalho está inserido na linha de pesquisa
    Identidades e Memórias do Programa de Pós-Graduação em Educação da
    UFPE. Teve-se como objetivo geral: analisar a reprodução/ressignificação do
    discurso heteronormativo compulsório entre docentes e discentes da EJA em
    Recife, participantes do Programa Maria da Penha Vai à Escola. O referido
    Programa funciona nas escolas municipais de Recife, em parceria com as
    Secretarias Municipais de Educação e da Mulher. Os objetivos específicos
    foram: 1. identificar as relações de sentido, lugar e força nos discursos das
    sujeitas entrevistadas; 2. relacionar as ideologias que perpassam os discursos
    das docentes e discentes no tocante à temática da pesquisa e 3. estabelecer
    como se dá a reprodução e a ressignificação do discurso heteronormativo
    compulsório entre as entrevistadas. Houve um total de dez (10) entrevistas,
    em duas unidades escolares municipais localizadas no Ibura - Recife, sendo:

    sete estudantes e três professoras. A teoria utilizada foi de cunho pós-
    estruturalista, elaborada por Judith Butler em seus conceitos de gêneros,

    sexualidades e heteronormativiade compulsória; a metodologia foi a da
    Análise de Discurso francesa, desenvolvida por Michel Pêcheux e Eni Orlandi.
    Através do exame do corpus, foi possível identificar, como resultado,
    reproduções e ressignificações do discurso heteronormativo compulsório e
    ideologias como a essencialista binária, de crítica às leis e ao papel do Estado,
    de invisibilidade às mulheres trans, do medo, do combate à violência, entre
    outras, contudo, esse debate em relação às mulheres trans ainda encontra
    muita dificuldade dada à indiferença com a qual elas são tratadas.


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  • LEANDRA CRISTINE PIANCO DA SILVA
  • ARTICULAÇÕES DISCURSIVAS NA ESCOLA CÍVICO MILITAR E SEU PROJETO DE FORMAÇÃO HUMANA: significantes em disputa. 

  • Orientador : KATIA SILVA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • HUGO HELENO CAMILO COSTA
  • KATIA SILVA CUNHA
  • Data: 09/04/2024

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  • O objeto de estudo da pesquisa é o Programa Nacional das Escolas Cívico Militares- PECIM e seu projeto formativo instituído em 2020, que opera enquanto um campo de articulações políticas que busca a hegemonia na arena de disputas pelos sentidos da formação humana e qualidade educacional no Brasil. Entendemos que os discursos que reverberam através das políticas públicas se (re)configuram como o resultado de práticas articulatórias em decorrência da disputa dos significados/sentidos que se constituem pela hegemonia em torno de perspectivas educacionais antagônicas de formação humana, sendo essas articulações, produções precárias, parciais e contingentes. Nossa discussão parte da Teoria do Discurso considerando o entendimento de Ernesto Laclau e Chantall Mouffe (2015), cuja compreensão nos possibilita uma melhor análise teórica e metodológica a respeito do projeto formativo em disputa nas articulações discursivas da escola cívico militar. Com o apoio das lógicas explicativas de Jason Glynos e David Howarth (2007), procuramos entender os contextos possíveis dessas transformações e/ou a manutenção das condições que se estabelecem enquanto dimensões políticas, sociais e fantasmáticas, analisando também a partir das lentes de Sthepen J. Ball (2016) e seus colaboradores, como as micropolíticas de comportamento são tecidas na prática dessas escolas. O objetivo dessa pesquisa é compreender as lógicas que constituem articulações discursivas em torno do projeto formativo da escola cívico militar, especificamente: I) analisar as articulações discursivas neoliberais a partir das lógicas políticas na sustentação do PECIM; II) identificar as lógicas sociais nos discursos neoconservadores que se articulam no contexto da escola cívico militar; III) analisar o medo e a carreira como elementos constituidores de discursos por meio das lógicas fantasmáticas. Para tanto, foi realizado um estudo de caso e pesquisa documental porque isso nos permitiu observar, de forma mais rigorosa in lócus, como as articulações estruturadas do programa da escola cívico militar aderem aos sujeitos tornando-os copartícipes do modelo implantado e que se expande por meio de práticas discursivas no campo educacional e político. Como resultados contingentes, observamos que a tentativa de fechamento é constante nas articulações discursivas de formação humana, no entanto, o ideário humanista militarista se equivale às lógicas políticas neoliberais pelos pontos nodais que articulam a qualidade do ensino e se aglutinam às 6 demandas neoconservadoras através da equivalência de sentidos em torno de uma gramática social de comportamentos e disciplina. O excluído nesse campo discursivo é o antagônico, pois sua existência ameaça a constituição de um modelo formativo de escola que se sustenta sob a naturalização de articulações baseadas na homogeneização do sujeito. Essas lógicas políticas e sociais são amparadas pelas lógicas fantasmáticas que aderem aos sujeitos e atuam na criação de inimigos ou ameaças imaginárias que precisam ser combatidas, complementando os laços que articulam a discursividade de formação humana nesse modelo de escola.


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  • ROSA CRISTINA TÔRRES
  • COLABORAÇÃO ENTRE ESTADO E MUNICÍPIO E EDUCAÇÃO DO CAMPO EM PERNAMBUCO: UM ESTUDO DAS AÇÕES ARTICULADAS NO MUNICÍPIO DE VICÊNCIA.

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • WILSON HONORATO ARAGAO
  • Data: 11/04/2024

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  • Esta dissertação se insere na Linha de Pesquisa, Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e tem como objeto a educação do campo em Pernambuco. Teve como objetivo geral apreender o contexto das políticas públicas em educação do campo no estado de Pernambuco, considerando as metas dos planos decenais de educação: Plano Nacional de Educação – PNE 2014-2024, Plano Estadual de Educação de Pernambuco - PEE/PE  2015-2025) e Plano Municipal de Educação do Município de Vicência -  PME na perspectiva da universalização do direito a educação. Como objetivos específicos, buscou-se compreender o contexto das políticas públicas em educação do campo, considerando aspectos conceituais, históricos e normativos; analisar o fenômeno do fechamento das escolas do campo em Pernambuco, a partir do diagnóstico realizado pela UNDIME/PE no ano de 2019 e; identificar as iniciativas da gestão municipal, diante do fechamento de escolas do campo, no município de Vicência/PE. Fundamentada na literatura da área, a pesquisa, de caráter qualitativo, contemplou a análise bibliográfica, levantamento e análise da legislação sobre Educação do Campo  e análise da situação de fechamento de escolas municipais mediante obtenção de dados de questionário. Os achados da pesquisa apontam para um conjunto de óbices enfrentados para oferta da educação do campo no município estudado, sobretudo, dificuldades quanto à localização geográfica,aos meios de transportes e estradas, a baixa densidade populacional. Esses fatores contribuíram para o fechamento de escolas. Constatou-se, por fim, a necessidade de políticas voltadas para o campo e o fortalecimento de um Regime de Colaboração entre os entes federados.


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  • Esta dissertação se insere na Linha de Pesquisa, Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação, desenvolvida do Programa de PósGraduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e tem como objeto a análise das políticas públicas acerca da educação do campo em Pernambuco, relacionando-as com o PNE (2014-2024), PEE/PE e PME de Vicência (2015-2025) na perspectiva da universalização do direito a educação. Como objetivos específicos, buscou-se compreender o contexto das políticas públicas em educação do campo, considerando aspectos conceituais, históricos e normativos; investigar o fenômeno do fechamento das escolas do campo em Pernambuco, a partir do diagnóstico realizado pela UNDIME/PE no ano de 2019 e; analisar o fechamento de escolas do campo, no município de Vicência/PE, e as iniciativas da gestão municipal, diante do contexto evidenciado. A pesquisa evidenciou dificuldades sobre a localização geográfica,

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  • FERNANDA RAMOS DE SOUZA
  • ADEQUAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO: UM FACILITADOR PARA A APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

  • Orientador : TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • MARIA ELIETE SANTIAGO
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 24/04/2024

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  • A presente pesquisa se insere no campo de Educação e Linguagem na perspectiva inclusiva e teve como abordagem a adequação do Livro didático como um facilitador da aprendizagem do estudante com deficiência intelectual. Seu objetivo sucedeu em analisar como as intervenções curriculares nas adequações do livro de Língua Portuguesa pôde favorecer a aprendizagem do estudante com deficiência intelectual do 5º ano da rede pública de ensino. A intervenção metodológica adotada é de caráter qualitativo, referenciada em André (2013), Guerra (2014) e Bardin (1997), pois concentra a pesquisa, os instrumentos e as técnicas para o tratamento dos dados coletados. Portanto, os procedimentos foram estruturados em quatro fases, sendo eles: Observação, análise documental, entrevista semiestruturada e intervenção. As intervenções ocorreram em seis dias de observações e dezoito dias de intervenções, totalizando 24 dias. Os participantes da pesquisa foram o estudante com deficiência intelectual a quem atribuímos o nome fictício de Mateus e sua respectiva professora a quem atribuímos o nome fictício de Maria. A pesquisa ocorreu na Escola da Rede Pública de Ensino, localizada na Região Metropolitana do Recife - Pernambuco, a mesma atende o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e garante a efetivação  dos estudantes com deficiência (IBGE, 2021).O apoio teórico central da pesquisa teve como base: Vygotsky (2011), Freire (2010), Kassar (2019), Sassaki (2014), Almeida (2018), Carvalho (2009) e Zabala (1998), que abrangem desde as características que apresenta a deficiência intelectual, a como devemos pensar nas práticas de ensino para a inclusão do estudante. Os resultados dessas discussões e intervenções, nos fizeram compreender que espaços educacionais assegurados pela prática inclusiva, emancipatória e adequada às necessidades do estudante com deficiência intelectual podem assegurar o processo de ensino e aprendizagem.


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  • MIRELA LOPES DE CASTRO
  • O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DA CRIANÇA COM DISLEXIA: um olhar para a prática pedagógica. 

  • Orientador : TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • Data: 26/04/2024

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  • A presente pesquisa se insere no campo de Educação e Linguagem na perspectiva de inclusão. Apesar de ter ficado mais conhecido no Brasil a partir de 2007, historicamente, a dislexia vem sendo discutida, no intuito de desenvolver melhorias para facilitar o processo de alfabetização destas crianças. A dislexia é uma condição marcada pela dificuldade na leitura e na escrita e já tem sido objeto de estudo e debate há mais de 150 anos, como mostram as pesquisas (PESTUN, 2001; VIEIRA, 2008; SILVA, 2009; OLIVEIRA; SIGNOR, 2015; LACERDA, 2018;). Apesar das descobertas ao longo dos séculos, ainda há lacunas no entendimento da dislexia, especialmente no contexto da sala de aula, onde muitos professores enfrentam desafios ao lidar com alunos disléxicos. No entanto, a identificação precoce e o apoio adequado podem fazer toda a diferença na trajetória educacional dessas crianças. Por esta razão, esta pesquisa se justificou pela necessidade em identificar e compreender as práticas, métodos, concepções e estratégias que as (os) docentes têm se utilizado para alfabetizar as crianças com dislexia. Neste sentido, foi selecionada uma escola da região metropolitana do Recife, para participar da pesquisa. Foram entrevistadas ao todo três professoras, foram feitas seis visitas a escola, três observações na turma do 2º ano e três observações na turma do quarto ano. Neste sentido, através dos registros pudemos compreender como as docentes têm trabalhado em sala com estas crianças. Segundo Teberoski e Ferreiro, a alfabetização, é vista como um processo contínuo e não apenas como uma habilidade já estabelecida e apresenta desafios adicionais quando se trata de crianças com dislexia. É fundamental que os professores estejam cientes desses desafios e adaptem suas práticas pedagógicas para atender às necessidades específicas desses alunos. Além disso, é importante reconhecer o papel crucial da escola em criar um ambiente inclusivo e respeitoso, onde todas as crianças, independentemente de suas dificuldades, tenham acesso à educação de qualidade. No entanto, nas escolas públicas, a identificação e o suporte para alunos com dislexia podem ser mais lentos, o que pode resultar em dificuldades persistentes de alfabetização e até mesmo insucesso escolar. Portanto, é essencial que sejam desenvolvidas estratégias eficazes de identificação, apoio e intervenção para crianças com dislexia, a fim de garantir que elas tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento que seus colegas.


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  • SHIRLEY THAYZA SOARES DE SOUZA
  • PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO PARA UMA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: O TRABALHO COLABORATIVO ENTRE PROFESSORAS DO ENSINO REGULAR E DO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO.

  • Orientador : TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • RAFAELLA ASFORA SIQUEIRA CAMPOS LIMA
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • Data: 08/05/2024

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  • O Brasil possui um leque de dispositivos legais (como a Lei Nº 8.069/90, a Lei Nº 9.394/96, e a Lei nº 12.764/12, dentre outras) que fomentam à educação especial na perspectiva inclusiva. Tais dispositivos são amparados por documentos internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), a Declaração de Salamanca (1994) e a Declaração de Guatemala (1999). Se tratando do processo de escolarização das crianças com TEA, foi a partir dos anos 2000 que tivemos o aumento do número de matrículas de alunos com autismo no sistema regular de ensino. Este aumento reforça a importância do debate sobre o acesso e a qualidade da educação para estas pessoas, partindo do pressuposto que a inclusão de alunos com TEA no ensino regular favorece o seu desenvolvimento cognitivo e social.  Sendo assim, este trabalho teve como objetivo geral analisar as práticas de alfabetização vivenciadas por uma criança com TEA a partir do trabalho colaborativo de professores do Ensino Regular e do Atendimento Educacional Especializado. De modo específico: (1) Analisar como acontece o planejamento das atividades de alfabetização que o estudante com TEA vivencia na escola; (2) Compreender o que a criança com TEA vivencia de alfabetização na sala de aula regular e na sala de recursos multifuncionais, no momento do atendimento educacional especializado; e (3) Identificar as estratégias utilizadas durante as intervenções pedagógicas nos dois contextos de aprendizagem e as metodologias que orientam as práticas e os procedimentos na atuação pedagógica de ambos os professores no processo de alfabetização da criança com TEA.  Este é um estudo qualitativo, seguindo o instruído por Rampazzo (2015). A análise de conteúdo de Bardin (1977) foi utilizada na tratativa dos dados obtidos, sendo estes organizados da seguinte maneira: perfil e rotina pessoal da criança com TEA participante do estudo; rotina na sala de aula regular; contextualização da sala do AEE; planejamentos das atividades pedagógicas; elaboração do PDI e dos pareceres pedagógicos do aluno; a prática docente na sala de aula regular e no AEE: concepção de alfabetização; a sala de aula regular e o serviço de AEE: a colaboração entre os professores como parte do processo de inclusão. Diante disso, constatamos que não há trabalho colaborativo entre as professoras participantes deste estudo por motivos diversos, sendo o principal deles, a falta de tempo de ambas em razão de seus outros vínculos de trabalho. Como saldo disso, as práticas de alfabetização fomentadas pelas professoras, bem como a visão acerca do trabalho junto a criança com TEA e tudo o que o envolve, são divergentes. O relato das professoras nos possibilitou importantes reflexões, que foram explicitadas ao longo deste texto.


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  • ISABELLE SEDICIAS NASCIMENTO FERREIRA
  • Ensino de língua portuguesa na Educação Escolar Indígena: analisando concepções e práticas docentes no contexto do povo Pankará

  • Orientador : LIVIA SUASSUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELIENE AMORIM DE ALMEIDA
  • JANSSEN FELIPE DA SILVA
  • LIVIA SUASSUNA
  • Data: 10/05/2024

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  • RESUMO: O objetivo geral desta pesquisa consistiu em investigar como se desenvolve o ensino de língua portuguesa no contexto da Educação Escolar Indígena do povo Pankará, situado no sertão do estado de Pernambuco, Brasil. Em relação aos objetivos específicos, pretendemos: 1) identificar e analisar fundamentos, concepções e crenças dos professores Pankará no ensino de língua portuguesa; 2) identificar e analisar documentos e referenciais orientadores da prática desses professores no ensino de língua portuguesa; e 3) observar e analisar metodologias de ensino de língua portuguesa e procedimentos didáticos desenvolvidos por esses professores na Educação Escolar Indígena. Em termos teóricos, definimos a concepção sociointeracionista e dialógica da língua(gem) como quadro referencial para o ensino de língua portuguesa, recorrendo aos estudos de diferentes autores que, assim como nós, fundamentam-se na perspectiva bakhtiniana para o ensino de língua(gem), dentre os quais podemos citar Suassuna (2012), Costa-Hübes (2011), Antunes (2009) e Geraldi ([1984] 1997a; [1984] 1997b; [1984] 1997c). No que se refere à metodologia, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, do tipo etnográfico, cujos instrumentos e procedimentos de análise de dados compreenderam: entrevistas semiestruturadas, análise documental e observação, a partir de um enfoque discursivo. Mais especificamente, para alcançarmos os objetivos geral e específicos traçados, entrevistamos a coordenadora da Escola Estadual Indígena Tia Amélia Caxiado – nosso lócus de pesquisa – e duas professoras Pankará que ministram a disciplina língua portuguesa na referida escola; analisamos os planejamentos de ensino dessas professoras; e observamos as aulas de língua portuguesa por elas ministradas. Após a análise dos dados e discussão dos resultados, em linhas gerais,
    concluímos que tanto os planejamentos de ensino quanto os discursos e as práticas das professoras Pankará participantes desta pesquisa revelam mesclas de abordagens, na medida em que, ao mesmo tempo, as docentes procuram superar paradigmas tradicionais e reproduzem modelos cristalizados de ensino de língua(gem), principalmente no que tange à prática da análise linguística nas aulas de língua portuguesa. Destacamos, portanto, a necessidade da formação (inicial e continuada) de professores para a reconfiguração do ensino de língua portuguesa na educação básica, em específico, na Educação Escolar Indígena. Por fim, considerando os objetivos e limites desta pesquisa, evidenciamos que se faz necessário também o desenvolvimento de outros estudos e pesquisas sobre o ensino de língua portuguesa na Educação Escolar Indígena, em especial, no contexto do
    povo Pankará.


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Teses
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  • PATRICIA IRENE DOS SANTOS
  • A PROFISSÃO DOCENTE PARA PROFESSORES EM READAPTAÇÃO FUNCIONAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS.

  • Orientador : LAEDA BEZERRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE AUGUSTO DINIZ LIRA
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • LIA MATOS BRITO ALBUQUERQUE
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • LUIS TÁVORA RIBEIRO
  • Data: 06/02/2024

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  • Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar as representações sociais da profissão docente, construídas por professores em situações de mal-estar e adoecimento, indicando as influências dessas representações para a permanência ou abandono da docência. Adotamos como referencial a Teoria das Representações Sociais. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa com professores readaptados de função que atuam em escolas municipais e estaduais situadas em Recife. A investigação foi desenvolvida em três etapas, subdividas e articuladas entre si. Na primeira, realizamos um estudo bibliográfico para definir aproximações e distanciamentos entre o mal-estar e o adoecimento docente, seguida de um levantamento, com o qual, utilizando o questionário, traçamos o perfil de 31 professores readaptados e indicamos as patologias que mais os acometem. Na segunda etapa, realizamos uma análise documental da legislação que regulamenta os serviços de atendimento à saúde docente nos sistemas municipal do Recife e estadual, bem como fizemos entrevistas semiestruturadas com gestores desses serviços para caracterizar o atendimento prestado aos servidores. Na terceira etapa, também, utilizando a entrevista semiestruturada, traçamos o percurso do adoecimento à readaptação vivenciado por 17 profissionais junto aos serviços; indicamos os simbolismos que envolvem a condição de readaptado; revelamos as representações sociais desses profissionais acerca da profissão e suas influências para permanência ou abandono da profissão. Organizamos e discutimos os dados com o auxílio do software Atlas.ti:22 e da técnica de análise de conteúdo. Os resultados revelaram que o mal-estar e adoecimento entre docentes das redes municipal e estadual são uma realidade e levam a condição de readaptação. São profissionais em sua maioria mulheres; com idade entre 37 a 61 anos; formação predominante em pós-graduação (especialização); com cerca de 20 anos de profissão. As patologias que mais afastam os docentes da sala de aula são de ordem emocional (depressão, ansiedade, síndrome do pânico etc.) e os fatores mais relevantes que provocam o adoecimento são: relações interpessoais conflituosas com a gestão escolar; falta de reconhecimento (social e financeiro) e desvalorização. Constatamos que as iniciativas para com a saúde do professor ganharam espaço na legislação e políticas estadual e municipal a partir dos anos 2000. Atualmente existem serviços de atendimento nos sistemas (Municipal/SAS e Estadual/NAS) e eles oferecem suporte nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Fonoaudiologia, as quais são bem avaliadas pelos professores. No entanto, ficou evidenciado que a sobrecarga de trabalho tem inviabilizado a continuidade dos tratamentos. Sobre a homologação da readaptação definitiva ou temporária, fica a cargo da Junta ou Perícia Médica garanti-la, percurso nem sempre tranquilo de ser enfrentado pelos docentes. Conforme os entrevistados, a condição de readaptado gera sentimentos de exclusão, resistência e superação. Sobre as representações sociais da profissão, conferimos que elas estão centradas em contribuir para o crescimento dos alunos e transformação da sociedade, tais representações são semelhantes às de professores em exercício ou de licenciandos. A pesquisa sugere que a qualidade do trabalho docente exige investimentos em aperfeiçoamento, condições laborais, reconhecimento e valorização. Sinaliza, ainda, para a necessidade de incremento dos serviços de saúde já existentes, bem como a efetivação de políticas públicas emergentes de prevenção e saúde direcionadas aos professores no contexto atual.


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  • JULIANA CAVALCANTI MACÊDO
  • Política Educacional e o Enfrentamento das Desigualdades Socioeducacionais: a assistência estudantil na UFPE e na UFRPE.

  • Orientador : EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MOISÉS DE MELO SANTANA
  • Data: 07/02/2024

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  • A presente tese analisa as reconfigurações da política de Assistência Estudantil (AE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) no período de 2000 a 2020, e a sua relação com o enfrentamento das desigualdades socioeducacionais. Trata-se de um tema que não é recente na história da educação superior do Brasil, visto que já existiam ações de assistência ao estudante no ano de 1930 no país, mas que ainda conta com poucos estudos na área educacional (VASCONCELOS, 2010; COSTA, 2010; KOWALSKI, 2012; NASCIMENTO, 2012; SILVEIRA, 2012; BACK, 2017; MOTTA, 2017). Os dados que compuseram o corpus desta pesquisa foram captados através da coleta de documentos e da realização de entrevistas semiestruturadas na UFPE e na UFRPE.  Adotamos os aportes teórico-metodológicos da Análise de Discurso Crítica de Fairclough (2001) e de categorias analíticas desenvolvidas por Foucault (2007) buscando compreender as regras que definem as condições de existência do discurso da política educacional de AE, e o modo como esse discurso tem contribuído tanto para a reprodução como para a transformação da realidade social. O estudo revelou que as duas universidades iniciaram suas ações de AE baseadas no tripé alimentação, moradia e transporte, mesmo após a instituição do PNAES (2010). E, só em 2014 que as duas isntituições começaram a apresentar programas e ações em consonância com a maioria das áreas elencadas pelo PNAES, considerando as recomendações dos órgãos de controle e convergindo com as políticas nacionais da época como o PNE (2014-2024). Os dados revelaram que as falas dos servidores e os textos institucionais do período estudado evidenciam as contradições e as mudanças discursivas nas instituições pesquisadas. O discurso institucional do período de 2000 a 2008 apresenta a política de AE numa perspectiva assistencialista e focalizada, que era invisibilizada nos principais documentos de gestão dessas universidades. E, a partir da promulgação do PNAES em 2010, as universidades começam a se reconfigurar e a apresentar uma mudança no seus discursos institucionais onde se percebe a influência do documento nacional no processo de (re)formulação da política local nas duas universidades, mas que ainda se percebem elementos que vão contra à perspectiva de AE enquanto direito. Só em 2014 que as instituições reconfiguram suas práticas e seus discursos, apresentando a AE como direito dos estudantes articulada com as diretrizes do Pnaes, excluindo suas práticas de cobranças de contrapartidas laborais aos estudantes e obedecendo as recomendações dos órgãos de controle. Constatamos que os sujeitos compreendem o início da AE nas universidades por ações focalizadas e com verbas reduzidas, através de práticas assistencialistas corroborando com os resultados da nossa análise quanto ao discurso que é apresentado nos documentos institucionais do período. Após o PNAES, o objeto do discurso dos entrevistados se apresenta pela melhoria das ações de AE, revelando uma construção discursiva que reflete uma intertextualidade com a política nacional. É concebível afirmar que o discurso institucional das universidades se revela numa perspectiva democrática e inclusiva, mas que apresenta práticas antidemocráticas que não reconhecem e nem consideram a participação dos servidores no contexto das discussões e decisões político-pedagógicas. E que também, apresenta falas e práticas excludentes que condicionam o desempenho acadêmico dos estudantes ao recebimento da bolsa. Além das críticas quanto à falta de apoio e de ações efetivas da universidade para com as desigualdades socioeducacionais. Por fim, compreendemos que, em 2020, a política demonstra uma perspectiva de AE democrática e inclusiva nas duas instituições. Contudo, se observam algumas contradições e ambiguidades nos discursos da UFPE e da UFRPE, visto que as suas ações ainda se mostram insuficientes para cumprir com o objetivo de assegurar a permanência dos estudantes na universidade.


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  • MARIA SOCORRO LIBERAL PEIXOTO
  • FORMAS ENCANTADAS DE VIDA E REXISTÊNCIAS À FEITIÇARIA CAPITALISTA: poéticas do desconfinamento e escritura nos rastros de uma aprendizagem ayahuasqueira

  • Orientador : ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MARIA THEREZA DIDIER DE MORAES
  • SILAS CARLOS ROCHA DA SILVA
  • Data: 08/02/2024

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  • A escrita dessa tese foi atravessada pela intrusão de Gaia na forma de uma pandemia que nos forçou a parar, a entrar em um confinamento, simultaneamente, social, psíquico e espiritual, reconfigurando de maneira profunda nossas vidas individuais e coletivas. Entre quatro paredes de um apartamento, a partir das janelas, era assim que o mundo chegava até mim: pombos batendo na janela de madrugada, uma invasão de abelhas, comunicações em sonhos, peles de papel escritas a partir das palavras de um povo muito antigo, mas que ainda preserva a magia em seu cotidiano. Parar e ficar solitária dentro de casa me fez ficar atenta ao que estava ao meu redor: aos bichos, às plantas, aos sonhos. Aos poucos, construí uma rotina de exercícios para a escrita dessa Tese, tecendo um conjunto de principais práticas espirituais que havia vivenciado ao longo dos anos como meditação, ioga, recitação de mantras. Foi então que acessei a minha experiência mais recente e perturbadora: o encontro com a ayahuasca, planta sagrada conhecida como a planta mestra ou a planta professora dos povos amazônicos. Com ela, compreendi sobre o que realmente era o fenômeno a ser estudado nessa pesquisa: cantos selvagens e encantos mágicos a fim de inspirar e conspirar práticas de descentramento do ego, através dos sonhos e das visões alcançadas no contexto de uma aprendizagem ayahuasqueira. Para isso elaborei um dispositivo de estudo-investigação-reflexão que chamei de exercícios de desconfinamento poético, um caminho metódico para experimentar uma escrita capaz de acolher e atravessar as trilhas da magia no campo filosófico-educacional. Inicialmente, acionei os sonhos como índices de uma forma de sabedoria ocultada ou esquecida pelas abordagens acerca da formação do humano no Ocidente. Em seguida, faço uma aliança com a ayahuasca, enquanto uma mestra espiritual da ética do cuidado de si, para ativar sonhos de outros mundos e modos de resistência à feitiçaria capitalista. Escrevemos uma Tese como quem lança feitiços, a fim de sair do confinamento, da indiferença, do esquecimento e da cegueira que têm nos conduzido a uma atitude cínica de irresponsabilidade ético-política-pedagógica face aos desafios da formação humana face à destruição do nosso mundo comum. Aproximamos vida, escrita e pensamento a fim de recuperar nossa capacidade ouvir os sons de Gaia. Em aliança com a planta professora me tornei uma pesquisadora-ciborgue-tradutora de sonhos, a fim de destituir a máquina antropocêntrica que articula dos processos de formação dos saberes no mundo da Educação, ficcionalizando nesse percurso uma máquina-brincante de transformação dos seres humanos em seres terranos. 


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  • A escrita dessa tese foi atravessada pela intrusão de Gaia na forma de uma pandemia que nos forçou a parar, a entrar em um confinamento, simultaneamente, social, psíquico e espiritual, reconfigurando de maneira profunda nossas vidas individuais e coletivas. Entre quatro paredes de um apartamento, a partir das janelas, era assim que o mundo chegava até mim: pombos batendo na janela de madrugada, uma invasão de abelhas, comunicações em sonhos, peles de papel escritas a partir das palavras de um povo muito antigo, mas que ainda preserva a magia em seu cotidiano. Parar e ficar solitária dentro de casa me fez ficar atenta ao que estava ao meu redor: aos bichos, às plantas, aos sonhos. Aos poucos, construí uma rotina de exercícios para a escrita dessa Tese, tecendo um conjunto de principais práticas espirituais que havia vivenciado ao longo dos anos como meditação, ioga, recitação de mantras. Foi então que acessei a minha experiência mais recente e perturbadora: o encontro com a ayahuasca, planta sagrada conhecida como a planta mestra ou a planta professora dos povos amazônicos. Com ela, compreendi sobre o que realmente era o fenômeno a ser estudado nessa pesquisa: cantos selvagens e encantos mágicos a fim de inspirar e conspirar práticas de descentramento do ego, através dos sonhos e das visões alcançadas no contexto de uma aprendizagem ayahuasqueira. Para isso elaborei um dispositivo de estudo-investigação-reflexão que chamei de exercícios de desconfinamento poético, um caminho metódico para experimentar uma escrita capaz de acolher e atravessar as trilhas da magia no campo filosófico-educacional. Inicialmente, acionei os sonhos como índices de uma forma de sabedoria ocultada ou esquecida pelas abordagens acerca da formação do humano no Ocidente. Em seguida, faço uma aliança com a ayahuasca, enquanto uma mestra espiritual da ética do cuidado de si, para ativar sonhos de outros mundos e modos de resistência à feitiçaria capitalista. Escrevemos uma Tese como quem lança feitiços, a fim de sair do confinamento, da indiferença, do esquecimento e da cegueira que têm nos conduzido a uma atitude cínica de irresponsabilidade ético-política-pedagógica face aos desafios da formação humana face à destruição do nosso mundo comum. Aproximamos vida, escrita e pensamento a fim de recuperar nossa capacidade ouvir os sons de Gaia. Em aliança com a planta professora me tornei uma pesquisadora-ciborgue-tradutora de sonhos, a fim de destituir a máquina antropocêntrica que articula dos processos de formação dos saberes no mundo da Educação, ficcionalizando nesse percurso uma máquina-brincante de transformação dos seres humanos em seres terranos. 

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  • GUSTAVO JAIME FILIZOLA
  • COSMOPERCEPÇÃO IORUBÁ E PROMOÇÃO DA RESILIÊNCIA AXÉ NA TRANS-FORMAÇÃO HUMANA EM CRIANÇAS DO ILÊ AXÉ ORIXALÁ TALABI.

  • Orientador : AURINO LIMA FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RONILDA IYAKEMI RIBEIRO
  • RODRIGO RIBEIRO FRIAS
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • Data: 15/02/2024

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  • A sociedade brasileira é marcada por várias formas de racismos, entre eles, o racismo religioso que recai nas práticas espirituais das comunidades de religiões de matriz africana, afro-brasileiras e indígenas e, em especial, nas crianças de axé no seu convívio com a escola, trazendo dores e deixando marcas imensuráveis nesses seres. A resiliência axé não é um manual de adaptação mercadológica ou prontuário de autoajuda com suas receitas prontas e universais em busca da felicidade utilitarista e individual. Apresentei a resiliência axé, a partir das práticas espirituais vivenciadas com crianças e realizadas em um terreiro de candomblé de tradição Nagô situado na cidade do Paulista, estado de Pernambuco, Brasil, como espaço promotor da resiliência axé. Para as amarrações epistemológicas, metodológicas, ontológicas e espirituais foram convidados humanos e extra-humanos: o grupo pesquisador, o pesquisador, orixás, antepassados, encantados e encantadas (seres espirituais), florestas, águas, pedras, etc., para integrar esta pesquisa. Busquei compreender como os elementos da cosmopercepção iorubá favorecem a promoção da resiliência axé nos processos de trans-formação humana de crianças do Ilê Axé Orixalá Talabi. Especificamente, busquei mapear aspectos centrais da cosmopercepção iorubá que favorecessem essa promoção apresentando suas contribuições para os processos da trans-formação humana, investiguei as adversidades vivenciadas, as estratégias e os recursos utilizados pelas crianças do terreiro no enfrentamento do racismo religioso na escola contribuindo para a promoção da resiliência axé e analisei as práticas de proteção intergeracional promovidas pelo Ilê Axé Orixalá Talabi para uma reconceitualização da resiliência, a partir da cosmopercepção iorubá, a fim de reconfigurar os processos de trans-formação humana. A pesquisa foi teórico-empírica com abordagem qualitativa participativa de(s)colonial, tendo como método inspirador a Sociopoética. A cocriação de dados incluiu a observação participante, oficinas sociopoéticas e entrevistas semiestruturadas. Dez coparticipantes foram escolhidos/as para compor o grupo-pesquisador, considerando a força das narrativas e das experiências vividas por eles e elas, em especial, as crianças que se tornaram resistentes a novas formas de colonialidade e que, sendo transgressivas/insurgentes ao projeto de ordem colonial, por meio da resiliência axé, falaram sobre suas estratégias de sustentação de suas dignidades existenciais. A análise dos dados cocriados foi realizada com base nos conhecimentos sobre resiliência, saberes da tradição iorubá e afro-diaspórico do próprio terreiro, tomei ainda como lente de análise os estudos de(s)coloniais do grupo modernidade/colonialidade. Os resultados indicaram que a resiliência axé participativa de(s)colonial não deve ser entendida como um fenômeno simplesmente psicológico, separada dos aspectos socioculturais, mas como expressão do exercício espiritual/transpessoal de(s)colonizador que emerge essencialmente da participação cocriativa humana que integra a multidimensionalidade e a integralidade com os seres humanos e extra-humanos, a partir dos aspectos centrais da cosmopercepção iorubá como: ancestralidade, oralidade, corporalidade e princípios comunitários que contribuem nos processos de promoção de resiliência axé das crianças no Ilê Axé Orixalá Talabi quando apontam contribuições para os processos da trans/formação humana. Foram apresentadas as adversidades vivenciadas, as estratégias e os recursos utilizados pelas crianças do Ilê Axé Orixalá Talabi no enfrentamento do racismo religioso na escola e as práticas de proteção intergeracional promovidas pelo Ilê Axé Orixalá Talabi que possibilitaram uma reconceitualização da resiliência e reconfiguração dos processos de trans-formação humana.


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  • A sociedade brasileira é marcada por várias formas de racismos, entre eles, o racismo religioso que recai nas práticas espirituais das comunidades de religiões de matriz africana, afro-brasileiras e indígenas e, em especial, nas crianças de axé no seu convívio com a escola, trazendo dores e deixando marcas imensuráveis nesses seres. A resiliência axé não é um manual de adaptação mercadológica ou prontuário de autoajuda com suas receitas prontas e universais em busca da felicidade utilitarista e individual. Apresentei a resiliência axé, a partir das práticas espirituais vivenciadas com crianças e realizadas em um terreiro de candomblé de tradição Nagô situado na cidade do Paulista, estado de Pernambuco, Brasil, como espaço promotor da resiliência axé. Para as amarrações epistemológicas, metodológicas, ontológicas e espirituais foram convidados humanos e extra-humanos: o grupo pesquisador, o pesquisador, orixás, antepassados, encantados e encantadas (seres espirituais), florestas, águas, pedras, etc., para integrar esta pesquisa. Busquei compreender como os elementos da cosmopercepção iorubá favorecem a promoção da resiliência axé nos processos de trans-formação humana de crianças do Ilê Axé Orixalá Talabi. Especificamente, busquei mapear aspectos centrais da cosmopercepção iorubá que favorecessem essa promoção apresentando suas contribuições para os processos da trans-formação humana, investiguei as adversidades vivenciadas, as estratégias e os recursos utilizados pelas crianças do terreiro no enfrentamento do racismo religioso na escola contribuindo para a promoção da resiliência axé e analisei as práticas de proteção intergeracional promovidas pelo Ilê Axé Orixalá Talabi para uma reconceitualização da resiliência, a partir da cosmopercepção iorubá, a fim de reconfigurar os processos de trans-formação humana. A pesquisa foi teórico-empírica com abordagem qualitativa participativa de(s)colonial, tendo como método inspirador a Sociopoética. A cocriação de dados incluiu a observação participante, oficinas sociopoéticas e entrevistas semiestruturadas. Dez coparticipantes foram escolhidos/as para compor o grupo-pesquisador, considerando a força das narrativas e das experiências vividas por eles e elas, em especial, as crianças que se tornaram resistentes a novas formas de colonialidade e que, sendo transgressivas/insurgentes ao projeto de ordem colonial, por meio da resiliência axé, falaram sobre suas estratégias de sustentação de suas dignidades existenciais. A análise dos dados cocriados foi realizada com base nos conhecimentos sobre resiliência, saberes da tradição iorubá e afro-diaspórico do próprio terreiro, tomei ainda como lente de análise os estudos de(s)coloniais do grupo modernidade/colonialidade. Os resultados indicaram que a resiliência axé participativa de(s)colonial não deve ser entendida como um fenômeno simplesmente psicológico, separada dos aspectos socioculturais, mas como expressão do exercício espiritual/transpessoal de(s)colonizador que emerge essencialmente da participação cocriativa humana que integra a multidimensionalidade e a integralidade com os seres humanos e extra-humanos, a partir dos aspectos centrais da cosmopercepção iorubá como: ancestralidade, oralidade, corporalidade e princípios comunitários que contribuem nos processos de promoção de resiliência axé das crianças no Ilê Axé Orixalá Talabi quando apontam contribuições para os processos da trans/formação humana. Foram apresentadas as adversidades vivenciadas, as estratégias e os recursos utilizados pelas crianças do Ilê Axé Orixalá Talabi no enfrentamento do racismo religioso na escola e as práticas de proteção intergeracional promovidas pelo Ilê Axé Orixalá Talabi que possibilitaram uma reconceitualização da resiliência e reconfiguração dos processos de trans-formação humana.

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  • NEIDE MENEZES SILVA
  • Política Institucional de Formação Continuada dos Servidores da UFPE: (entre) laços e nós.

  • Orientador : KATIA SILVA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNNA CARVALHO ALMEIDA GRANJA
  • KATIA SILVA CUNHA
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • VERONICA BORGES DE OLIVEIRA
  • Data: 23/02/2024

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  • Esta pesquisa é fruto de nossa trajetória pessoal, acadêmica e profissional, cuja atuação como pedagoga se entrelaça com as políticas de formação desenvolvidas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Assim, considerando que as funções primordiais da universidade pública estão alicerçadas nas dimensões basilares, ensino, pesquisa e extensão, passamos a questionar o lugar dessas dimensões no contexto da formação continuada dos servidores da UFPE. Nossa inquietação é inscrita na possibilidade da política formativa contemplar essas dimensões, repercutindo no trabalho desenvolvido na instituição. Nesse sentido, procuramos investigar: como a política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE, em seu processo de discussão e construção, contempla as dimensões ensino, pesquisa e extensão? Mobilizadas por essa inquietação, nosso objetivo geral foi analisar a política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE focalizando as interfaces com as dimensões basilares da universidade pública – ensino, pesquisa e extensão – no processo de discussão e construção dessa política, à luz da Análise de Discurso. Nessa perspectiva, trabalhamos com os objetivos específicos: analisar se, em seu processo de discussão e construção, a política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE contempla as dimensões: ensino, pesquisa e extensão; realizar análise documental de normativos que fazem parte da rede interdiscursiva dessa política; apreender os sentidos da política em foco para os atores envolvidos em sua construção (gestão, professores, técnicos); discutir, através dos discursos dos participantes da pesquisa, os limites/dificuldades e possibilidades/potencialidades da política institucional de formação continuada dos servidores da UFPE. Nossa ancoragem teórico-metodológica foi a Análise de Discurso a partir de Orlandi (1996, 2007, 2015), com o recurso ao corpus documental e entrevistas semiestruturadas como instrumentos de produção dos dados. Diante da análise, identificamos uma lacuna formativa na UFPE para os Técnicos-Administrativos em Educação (TAEs), sugerindo que a institucionalização de uma política pode preencher esse hiato, abrangendo todos os servidores da universidade. Durante a discussão e elaboração da política, observou-se uma assimetria histórica em relação à ênfase dada ao ensino e pesquisa em comparação com a extensão universitária. Os sujeitos destacaram gestão e inovação como atividades universitárias, indicando uma ampliação de dimensões, além de ensino, pesquisa e extensão. Compreendemos que a política busca mudar a cultura organizacional, promovendo identidade institucional, unidade e integração dos servidores para uma universidade mais democrática e inclusiva. No entanto, a construção dessa identidade requer discussões prolongadas e negociações. Quanto aos desafios, os nós apontaram: dificuldades de pessoal, infraestrutura, orçamentárias e relacionadas à pandemia da COVID-19, além da necessidade de conciliar as diferentes necessidades formativas de docentes e TAEs. As potencialidades e laços envolvem: alargamento institucional de oportunidades de formação e o fortalecimento da pesquisa e da ciência, possibilitando tornar a UFPE uma referência em formação. Assim, nossa tese sustenta que a construção de uma política de formação requer não apenas implementação política, mas também uma reflexão interna sobre o espaço formativo como plural e inclusivo, reconhecendo que mudanças resultam de disputas entre diferentes sujeitos com interesses diversos, atravessados por nós e desafios, laços e possibilidades.


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  • JOSE DIEGO LEITE SANTANA
  • Esquizoespiritualidades e corpo-Améfricas: implicações pedagógicas para sentipensar a formação humana.

  • Orientador : AURINO LIMA FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • LASSANA DANFA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MARLOS ALVES BEZERRA
  • Data: 26/02/2024

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  • A decolonialidade nos possibilita pisar um chão ontológico, axiológico e epistêmico outro em que revisitamos categorias historicamente hegemônicas e que definem os modos, na modernidade, de ser, saber e poder. Especialmente no que se refere à educação e sua relação com a formação humana e a espiritualidade, vivenciamos processos de esvaziamento de nossas experiências mais profundas. Assim, a nossa realidade passa a ser formada em arquiteturas que perpetuam as matrizes coloniais de nossa percepção de mundo. Implica disso uma redução da educação apenas como uma ferramenta para instrumentalizar as pessoas – a formação humana centrada em um humanismo europeu que exclui outros modos de humanidade e a espiritualidade como um dispositivo de experiência dualista do mundo que favorece uma hierarquia entre mente e corpo, cognição e sensibilidade, ideia e matéria. Pensamos então, em espiritualidades no seu sentido plural. Isso nos leva a marcadores de experiências que foram subalternizados; encontramos o encobrimento de nossa amefricanidade, que é a territorialidade e fronteira existencial que nos foi denegada pelo projeto moderno/colonial. Nossa identidade híbrida, nunca fixa, mas fluida e mobilizadora é amefricana. Entendemos que a experiência de corpos amefricanos – que chamamos de corpo-Améfricas – possibilita vivências espirituais desalojadoras de modos modernos/coloniais, criando realidades e sujeitos outros que são reduzidos, deslegitimados ou hierarquizados pelo pensamento ocidental moderno. Chamamos de esquizoespiritualidade esse engajamento espiritual que é política, estética e culturalmente localizado ao Sul epistêmico e que considera a necessidade de fissuras nos modos redutores e hegemônicos de produção do conhecimento moderno. A esquizoespiritualidade é uma atitude criativa, participativa de mundos diversos que foram colonizados; um contra-modo ontológico e incorporado de perceber a realidade para além da arquitetura colonial. Resulta disso compreensões outras sobre a formação humana que tem como interesse o pleno florescimento do(s) humano(s), do extra-humano(s) e das animalidades. Percebemos a educação como processo de movência pelas marcas coloniais que nos foram impostas e que tem como centralidade nosso corpo integral e multidimensional. Trata-se de deseducar ou de prover educações outras. Nosso objetivo foi compreender quais sentidos esquizoespirituais o corpo-Améfricas poderia produzir para repensarmos a educação moderna/colonial e, consequentemente, a formação humana. Estruturamos a tese em três marcadores: esquizoespiritualidade, corpo-Améfricas e formação humana. Metodologicamente pensamos um processo de construção da tese como uma experiência transmetodológica. A relação de estar no mundo em ruínas e de cocriar mundos mais justos passa pela escolha do método. É assim que nosso processo transmetodológico se compromete com a vida tornada indigna. Nosso esforço teórico assenta-se na realidade colonial brasileira reencenada na atualidade: corpos alvos que são objetos, abjetos, animalizados. Provisoriamente, esta tese torna-se uma imagem. Uma imagem por vir, uma imagem qualquer de um mundo mais justo. Uma imagem evocativa sobre nossas crianças maltrapilhas, esgarçadas pela violência colonial. Uma imagem de esperança e de utopias reais. Deixemos então, vir o que pode ser. Eis a formação humana que tem como eixo a esquizoespiritualidade. 


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  • MANUELA DIAS DE MELO
  • A DIMENSÃO EDUCATIVA DO DISCURSO CURATORIAL MUSEAL:     herança colonial, poética da Relação, criação de outros imaginários.

  • Orientador : RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CIBELE MARIA LIMA RODRIGUES
  • FLAVIO HENRIQUE ALBERT BRAYNER
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • JOANA D ARC DE SOUSA LIMA
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • Data: 28/02/2024

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  • A presente tese reflete sobre limites e possibilidades de ruptura, considerando a dimensão educativa, do discurso curatorial museal, com uma herança epistemológica e ontológica colonial. O texto apresenta como problema uma questão desdobrada em dois movimentos: refletir como a dimensão educativa do discurso curatorial museal pode ser um elemento articulador, para pensar sobre alguns dos efeitos provocados pela herança colonial, no campo museal; e analisar quais as implicações de se considerar a descolonização como um evento conclusivo, e não um processo, onde a imprevisibilidade seja a tônica. Trata-se de uma pesquisa de natureza teórica, bibliográfica, com abordagem qualitativa. Os elementos teóricos que dão suporte a tese, se baseiam particularmente, na articulação e problematização das noções de: dimensão educativa, curadoria museal, herança colonial e construção subjetiva, com os conceitos de poética da Relação de Édouard Glissant, discurso para Ernesto Laclau e imagem para Silvia Rivera Cusicanqui. Partimos da noção que existe uma (re)atualização perversa da herança colonial, através de múltiplas maneiras de naturalização de violências físicas, simbólicas, epistêmica e ontológica (Fanon, 2008; Jesus, 2019; Carneiro, 2023). Essa herança persiste através de uma partilha irregular do sensível, nos modos de construir conhecimento e relações. Nesse sentido, o campo museal não herdou apenas um acervo pictórico, imagético do período colonial, embora esse seja uma parte crucial desse legado, na qual as imagens foram utilizadas como ferramentas de dominação, perpetuando estereótipos e hierarquias (Cusicanqui, 2021). O discurso curatorial museal envolve a maneira como se configuram determinados imaginários sociais. O discurso enquanto uma prática de significação do mundo, não apenas de sua representação (Laclau, 2021). Conforme ressaltado por Howard Becker (2008), o discurso curatorial museal, é fruto de uma rede de negociações, as práticas curatoriais não são neutras nem objetivas. Assim, a curadoria museal opera enquanto um dispositivo que possibilita processos de visibilização e invisibilização de narrativas. Compreendemos que existe um efeito educativo no discurso curatorial museal, (Cury, 2004). A dimensão educativa construída no processo curatorial atravessa o ato de seleção, exposição e posteriormente outras relações no museu. Desse modo, certa experiência educacional museal, pode ser um elemento articulador, para (re)pensar nossa indesejada herança colonial. Pode-se dizer que o discurso curatorial museal brasileiro, é perpassado por incontáveis tentativas de apagamento, invisibilização e branqueamento, que deixou marcas e rastros, principalmente na população negra e indígena. A noção de poética da Relação, proposta por (Glissant, 1995), cria a possibilidade de disputar outros sentidos, na complexa trama das estruturas discursivas que compõe o discurso curatorial museal. A exposição é uma das vozes que o processo curatorial utiliza para o seu discurso, salienta-se que não podemos controlar, mensurar, as percepções que as pessoas podem construir nas exposições. É importante enfatizar que, o campo da educação pode ser tão colonial quanto das curadorias. Portanto, o importante então não seria exatamente o campo, mas o sentido que pode ganhar o discurso curatorial museal. Além disso, o processo de (des)decolonização deve ser um continuum, não se passa de um momento colonial para um momento não colonial, instantaneamente ou de modo definitivo. 


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  • RUBIA CAVALCANTE VICENTE MAGNATA
  • Instâncias colegiadas na escola: um estudo sobre participação e representação estudantil.

  • Orientador : ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • EDILENE ROCHA GUIMARAES
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • Data: 28/02/2024

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  • Tendo por objetivo analisar a participação estudantil nas instâncias colegiadas da escola, esse estudo toma como foco de análise a política de tempo integral para as escolas estaduais de Pernambuco. Teve como pressuposto a ideia de que as Escolas de Referência em Ensino Médio de tempo integral em PE, por terem a configuração de tempo ampliado, apresentam maiores possibilidades de favorecer a formação integral do estudante, incluindo o estímulo a uma participação qualificada nas instâncias colegiadas da escola. Participação estudantil é entendida aqui como exercício de aprendizagem da cidadania. Fundamentada na metodologia qualitativa, do tipo estudo de caso, a pesquisa foi realizada em duas Escolas de Referência em Ensino Médio de tempo integral da Região Metropolitana do Recife-PE. Foram realizados grupo focal com os estudantes, entrevista semi-estruturada com a vice-gestão, questionário on-line (Google Forms) com colaboradores da Associação Ágora e com técnico educacional da GRE Recife Norte. A análise dos dados se fundamentou na Análise de Conteúdo de Bardin (2009), de modo que as mensagens emitidas pelos pesquisados se constituíram no foco para buscar compreender como a participação estudantil vem sendo vivenciada na escola. Os resultados revelaram que o conselho escolar, o conselho de classe e o grêmio estudantil não apresentam configurações de um espaço democrático, de construção e de fortalecimento de relações mais dialógicas e horizontais, de modo que, a participação estudantil não se revela como prática efetiva nessas instâncias colegiadas. Também observou-se que a Política de Educação Integral em Pernambuco tem optado pelo trabalho focado no protagonismo juvenil em detrimento da participação democrática. Embora a concepção interdimensional que fundamenta essa política e o forte estímulo à formação do estudante protagonista que acontece por meio das ações escolares e dos materiais produzidos, aponte o estudante como “ator principal” no seu processo de desenvolvimento, na prática ao colocá-los como meros executores de ações e projetos sem que haja uma participação no debate e na tomada de decisão sobre estes, o direciona a uma formação mais adequada aos interesses do mercado de trabalho. O interesse neoliberal que subjaz a Política de Educação Integral em PE busca forjar a ideia de cidadania e formação integral utilizando estratégias como a ampliação do tempo e projetos de ação juvenil, como forma de camuflar um modelo gerencial de educação, que se apoia numa filosofia (concepção interdimensional de educação) que dispara sobre o jovem uma série de competências a serem desenvolvidas (resiliência, empreendedorismo, autonomia, iniciativa, pro-atividade, responsabilidade, cooperação, protagonismo, etc.), de modo que o sucesso ou o fracasso na vida pessoal, na sociedade e/ou no mundo do trabalho serão decorrentes do seu esforço ou mérito individual, elementos próprios de uma sociedade neoliberal. Daí que compreende-se que a participação nos moldes do protagonismo que se insere no cotidiano das Escolas de Referência em Ensino Médio de tempo integral não favorece a formação do cidadão,  do sujeito crítico que compreende as relações desiguais de poder e atua no e para o coletivo em busca de mudanças sociais em prol de uma sociedade mais igualitária e justa.


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  • ROSA ALICIA NONONE CASELLA
  • REPRESENTAÇÃO FEMININA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS DO BRASIL E DO PERU NO SÉCULO XX.

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO HENRIQUE COUTELO DE MORAES
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • FABIO DA SILVA PAIVA
  • VALERIA APARECIDA BARI
  • Data: 07/03/2024

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  • Esta pesquisa teve o objetivo de colaborar com o debate da
    temática acerca da luta das mulheres contra o feminicídio e a violência de
    gênero no Brasil e no Peru, abordando o período que compreende as décadas
    de 60 a 80 do século XX. Para tal, trabalhamos com a metodologia da análise
    crítica do discurso e com as teorias feministas com foco na representação das
    mulheres nas histórias em quadrinhos (HQs). Assim, caracterizamos os
    padrões do machismo nos quadrinhos e os elementos que intervêm neles,
    observando a função e a inter-relação discursiva como formando parte do
    processo comunicativo por uma série de representações culturais na esfera
    pública, para delimitar o espaço de circulação feminina na sociedade. Como
    resultado, observamos que a representação das mulheres, criada pela
    hegemonia masculina na tradição cultural do ocidente, as coloca nas HQs
    ainda como seres frágeis, dependentes e incapazes em diversas sociedades
    da América Latina, especificamente nos dois países em tela contudo,
    mudanças vêm graduadamente se dando, na busca por modificar esse
    panorama.


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  • Esta pesquisa teve o objetivo de colaborar com o debate da temática acerca da luta das mulheres contra o feminicídio e a violência no Brasil e no Peru, abordando o período que compreende as décadas de 60 a 80 do século XX. Para tal, trabalhamos com a metodologia da análise crítica do discurso e com as teorias feministas com foco na representação das mulheres nas histórias em quadrinhos (HQs). Assim, caracterizamos os padrões do machismo nos quadrinhos e os elementos que intervêm neles, observando a função e a inter-relação discursiva como formando parte do processo comunicativo por uma série de representações culturais na esfera pública, para delimitar o espaço de circulação feminina na sociedade. Como resultado observamos que a representação das mulheres, criada pela hegemonia masculina na tradição cultural do ocidente, as coloca nas HQs ainda como seres frágeis, dependentes e incapazes em diversas sociedades da América Latina, especificamente nos dois países em tela contudo, mudanças vêm graduadamente se dando, na busca por modificar esse panorama.

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  • ALEX LINS FERREIRA
  • PARA ALÉM DAS PEDAGOGIAS DA CONS-CIÊNCIA: ELEMENTOS PARA UM PENSAMENTO PEDAGÓGICO CRÍTICO EM LOUIS ALTHUSSER.

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS CASSIN
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • RAPHAEL GUAZZELLI VALERIO
  • Data: 08/03/2024

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  • Este trabalho tem como principal objetivo mostrar que existem, na tradição do pensamento do filósofo francês Louis Althusser, elementos para um pensamento pedagógico crítico, cuja principal contribuição está em torno da ressignificação que o pensador faz sobre o que ele denomina de Aparelhos ideológicos de Estado e sobre as ideologias. Para atingirmos o objetivo proposto, dividimos o presente trabalho em quatro capítulos. No primeiro, mostramos uma breve biografia de Louis Althusser, os porquês da escolha da pesquisa, os objetivos do presente trabalho, bem como a metodologia e a justificativa. O segundo, trata das duas principais teorias que influenciaram o pensamento althusseriano: o marxismo e a psicanálise. Do marxismo, Althusser se apropriou e incorporou várias das suas categorias, entre elas: Estado, Ideologia, Sujeito, Luta de Classes, Aparelho de Estado, Materialismo histórico-Dialético, Modo de Produção, Estrutura e Infraestrutura, Revolução, Emancipação da Classe Trabalhadora. Da psicanálise, foi, entre outras teorias, influenciado pela concepção de Sujeito Descentralizado, não fixo, bem como a ideia de que a ideologia é eterna como o Inconsciente freudiano a partir de uma leitura lacaniana. O terceiro capítulo, aborda sobre a recepção do pensamento althusseriano pelos principais pensadores das pedagogias da consciência no Brasil, destacando-se entre eles, Paulo Freire e Dermeval Saviani, sendo estes, herdeiros de uma concepção de sujeito moderno. E, por fim, o quarto capítulo, que consolida as contribuições de Louis Althusser para um pensamento pedagógico crítico. Para este filósofo, os Aparelhos ideológicos de Estado são conhecidos e reconhecidos não apenas como espaços da reprodução da ideologia dominante, mas também lugares e meios de resistência, luta de classes, disputa de poder e educação-formação da classe trabalhadora. Enquanto as ideologias, na compreensão do autor, se apresentam como elementos fundamentais na e para a formação dos sujeitos, pois, todos os Aparelhos ideológicos de Estado são atravessados por ideologias.


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  • Este trabalho tem como principal objetivo mostrar que existem, na tradição do pensamento do filósofo francês Louis Althusser, elementos para um pensamento pedagógico crítico, cuja principal contribuição está em torno da ressignificação que o pensador faz sobre o que ele denomina de Aparelhos ideológicos de Estado e sobre as ideologias. Para atingirmos o objetivo proposto, dividimos o presente trabalho em quatro capítulos. No primeiro, mostramos uma breve biografia de Louis Althusser, os porquês da escolha da pesquisa, os objetivos do presente trabalho, bem como a metodologia e a justificativa. O segundo, trata das duas principais teorias que influenciaram o pensamento althusseriano: o marxismo e a psicanálise. Do marxismo, Althusser se apropriou e incorporou várias das suas categorias, entre elas: Estado, Ideologia, Sujeito, Luta de Classes, Aparelho de Estado, Materialismo histórico-Dialético, Modo de Produção, Estrutura e Infraestrutura, Revolução, Emancipação da Classe Trabalhadora. Da psicanálise, foi, entre outras teorias, influenciado pela concepção de Sujeito Descentralizado, não fixo, bem como a ideia de que a ideologia é eterna como o Inconsciente freudiano a partir de uma leitura lacaniana. O terceiro capítulo, aborda sobre a recepção do pensamento althusseriano pelos principais pensadores das pedagogias da consciência no Brasil, destacando-se entre eles, Paulo Freire e Dermeval Saviani, sendo estes, herdeiros de uma concepção de sujeito moderno. E, por fim, o quarto capítulo, que consolida as contribuições de Louis Althusser para um pensamento pedagógico crítico. Para este filósofo, os Aparelhos ideológicos de Estado são conhecidos e reconhecidos não apenas como espaços da reprodução da ideologia dominante, mas também lugares e meios de resistência, luta de classes, disputa de poder e educação-formação da classe trabalhadora. Enquanto as ideologias, na compreensão do autor, se apresentam como elementos fundamentais na e para a formação dos sujeitos, pois, todos os Aparelhos ideológicos de Estado são atravessados por ideologias.

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  • EDINEIDE SOUZA SA LEITAO

  • FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES(AS) PARA OS CURSOS DE PEDAGOGIA NA PERSPECTIVA FREIREANA

  • Orientador : MARIA ELIETE SANTIAGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE BATISTA NETO
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • MARIA ELIETE SANTIAGO
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MARILIA GABRIELA DE MENEZES GUEDES
  • Data: 11/03/2024

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  • A pesquisa tem como objeto de estudo a formação inicial de professores(as) nos cursos de Pedagogia e suas contribuições para as práticas pedagógicas docentes referenciadas pelo pensamento de Paulo Freire. O objetivo foi compreender como se configuram os princípios da pedagogia de Paulo Freire na formação inicial de professores(as) nos cursos de Pedagogia e suas contribuições para as práticas pedagógicas docentes de duas Instituições de Ensino Superior do Recife. Tomamos, como eixos teóricos da pesquisa, a pedagogia freireana e seus apontamentos para formar professores(as) imbuídos de compromisso humano, ético, político e emancipatório. A concepção de prática pedagógica e sua dimensão institucional, relacional e coletiva alinha-se com a abordagem de Souza (2009). Sobre a formação inicial de professores(as) têm-se como referência, Bzerzinski (1996, 2002, 2015); Sheibe e Aguiar (1999); Aguiar at al. (2006); Sheibe e Durli (2011), Brandt e Holbold (2019, 2023). A estruturação e o tratamento das informações foram fundamentados na Análise de Conteúdo de Bardin (2008). A produção e a coleta dos dados foram realizadas por meio da pesquisa documental e de entrevistas semiestruturadas. A pesquisa exploratória possibilitou identificar as instituições de Ensino Superior (IES) localizadas no município do Recife que apresentam aproximações, em suas propostas de formação inicial docente nos cursos de Pedagogia, com os princípios da concepção de Paulo Freire, bem como delimitar os campos de investigação. A análise dos dados apontou temáticas nos Projetos Político-Pedagógicos dos cursos, nos programas das disciplinas e na narrativa dos(as) professoras(as) entrevistadas que se aproximam de categorias freireanas. Destaca-se a concepção de sujeito como ser crítico, singular e afetivo; de diálogo na vivência do debate coletivo e participação; de teoria e prática articulando a formação ao exercício profissional. A prática de ensino é tomada de forma contínua e interdisciplinar. A prática pedagógica vincula-se à pesquisa, é social e institucional. O diálogo configura-se na escuta e abertura ao outro. A proposta de formação transformadora materializou-se no incentivo à autoformação, à curiosidade e à alegria, em atitudes desafiadoras e esperançosas.


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  • A pesquisa tem como objeto de estudo a formação inicial de professores(as) nos cursos de Pedagogia e suas contribuições para as práticas pedagógicas docentes referenciadas pelo pensamento de Paulo Freire. O objetivo foi compreender como se configuram os princípios da pedagogia de Paulo Freire na formação inicial de professores(as) nos cursos de Pedagogia e suas contribuições para as práticas pedagógicas docentes de duas Instituições de Ensino Superior do Recife. Tomamos, como eixos teóricos da pesquisa, a pedagogia freireana e seus apontamentos para formar professores(as) imbuídos de compromisso humano, ético, político e emancipatório. A concepção de prática pedagógica e sua dimensão institucional, relacional e coletiva alinha-se com a abordagem de Souza (2009). Sobre a formação inicial de professores(as) têm-se como referência, Bzerzinski (1996, 2002, 2015); Sheibe e Aguiar (1999); Aguiar at al. (2006); Sheibe e Durli (2011), Brandt e Holbold (2019, 2023). A estruturação e o tratamento das informações foram fundamentados na Análise de Conteúdo de Bardin (2008). A produção e a coleta dos dados foram realizadas por meio da pesquisa documental e de entrevistas semiestruturadas. A pesquisa exploratória possibilitou identificar as instituições de Ensino Superior (IES) localizadas no município do Recife que apresentam aproximações, em suas propostas de formação inicial docente nos cursos de Pedagogia, com os princípios da concepção de Paulo Freire, bem como delimitar os campos de investigação. A análise dos dados apontou temáticas nos Projetos Político-Pedagógicos dos cursos, nos programas das disciplinas e na narrativa dos(as) professoras(as) entrevistadas que se aproximam de categorias freireanas. Destaca-se a concepção de sujeito como ser crítico, singular e afetivo; de diálogo na vivência do debate coletivo e participação; de teoria e prática articulando a formação ao exercício profissional. A prática de ensino é tomada de forma contínua e interdisciplinar. A prática pedagógica vincula-se à pesquisa, é social e institucional. O diálogo configura-se na escuta e abertura ao outro. A proposta de formação transformadora materializou-se no incentivo à autoformação, à curiosidade e à alegria, em atitudes desafiadoras e esperançosas.

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  • GINA DA SILVA GUIMARAES
  • HISTÓRIAS DE VIDA, OS SABERES E A RESSIGNIFICAÇÃO DA AUTOIMAGEM DE INDIVÍDUOS-BRICANTES DE AFOXÉS DE OLINDA E RECIFE

     

  • Orientador : EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • HENRIQUE GERSON KOHL
  • AMÉLIA VITÓRIA DE SOUZA CONRADO
  • MARCOS AURELIO DORNELAS DA SILVA
  • RICARDO DE FIGUEIREDO LUCENA
  • SEVERINO DO RAMO CORREIA
  • Data: 15/03/2024

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  • Este estudo tem origem no Núcleo de identidades e Memórias do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco e tem por objetivo identificar e analisar como o processo de mudanças na expressão da cultura negra em Olinda e Recife, nos fins do Século XX, contribuiu para a produção social de saberes e formação de novas mentalidades de brincantes de afoxés. Para tanto pergunto: como os Afoxés de Recife e Olinda produziram e articularam saberes nos fins do Século XX? Que aspectos figuracionais foram desenhados diante de um processo civilizador historicamente construído de desvalorização destes conhecimentos, da desqualificação deste patrimônio cultural e social do saber? Acredito que um estudo desta natureza contribui para a produção e trocas de conhecimentos, acesso a registros culturais diferenciados, para a formação de valores, atitudes, posturas que eduquem cidadãos com orgulho de seu pertencimento étnico-racial, contrários às relações étnico-raciais baseadas em preconceitos, desvalorização, depreciação, desqualificação de saberes. O marco teórico do estudo tem a sociologia figuracional de Nobert Elias como base, atrelada à compreensão da memória como elemento que guarda o passado nesta relação indivíduo-sociedade e suas histórias de vida em busca da compreensão do hábitus, dos saberes e práticas de elementos da cultura e religiosidade afro-brasileira como dinâmicas de construção e ressignificação da autoimagem vivenciadas pelos indivíduos-brincantes de afoxés, participantes do estudo. A metodologia fundamenta-se na perspectiva qualitativa no caminho da pesquisa histórica, e história de temática de vida. Utilizei fontes documentais, impressas e orais como procedimentos de pesquisa. Os achados, nas falas dos entrevistados junto a registros de mídia impressa da época, apontam para a vivência de diversas figurações, suas dinâmicas, a construção de novos saberes, expressando um processo de ressignificação da autoimagem dos indivíduos-brincantes fatos estes que reverberaram no processo de individualização dos mesmos em sua sociedade, ora caminhando para uma função social no campo artístico, ora no campo educativo, da saúde e políticas públicas de cultura. O acesso a estes saberes da cultura afro-brasileira findou por delinear a manutenção de um hábitus religioso ancestral, articulado a uma perspectiva de longa data quando da rememoração de seus mitos e ritos, como também a criação de novas mentalidades, saberes e espaços sociais, em um dinâmico equilíbrio da tradição com a renovação estética, cultural e política destes e junto com estes indivíduos-brincantes de afoxés.


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  • Este estudo tem origem no Núcleo de identidades e Memórias do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco e tem por objetivo identificar e analisar como o processo de mudanças na expressão da cultura negra em Olinda e Recife, nos fins do Século XX, contribuiu para a produção social de saberes e formação de novas mentalidades de brincantes de afoxés. Para tanto pergunto: como os Afoxés de Recife e Olinda produziram e articularam saberes nos fins do Século XX? Que aspectos figuracionais foram desenhados diante de um processo civilizador historicamente construído de desvalorização destes conhecimentos, da desqualificação deste patrimônio cultural e social do saber? Acredito que um estudo desta natureza contribui para a produção e trocas de conhecimentos, acesso a registros culturais diferenciados, para a formação de valores, atitudes, posturas que eduquem cidadãos com orgulho de seu pertencimento étnico-racial, contrários às relações étnico-raciais baseadas em preconceitos, desvalorização, depreciação, desqualificação de saberes. O marco teórico do estudo tem a sociologia figuracional de Nobert Elias como base, atrelada à compreensão da memória como elemento que guarda o passado nesta relação indivíduo-sociedade e suas histórias de vida em busca da compreensão do hábitus, dos saberes e práticas de elementos da cultura e religiosidade afro-brasileira como dinâmicas de construção e ressignificação da autoimagem vivenciadas pelos indivíduos-brincantes de afoxés, participantes do estudo. A metodologia fundamenta-se na perspectiva qualitativa no caminho da pesquisa histórica, e história de temática de vida. Utilizei fontes documentais, impressas e orais como procedimentos de pesquisa. Os achados, nas falas dos entrevistados junto a registros de mídia impressa da época, apontam para a vivência de diversas figurações, suas dinâmicas, a construção de novos saberes, expressando um processo de ressignificação da autoimagem dos indivíduos-brincantes fatos estes que reverberaram no processo de individualização dos mesmos em sua sociedade, ora caminhando para uma função social no campo artístico, ora no campo educativo, da saúde e políticas públicas de cultura. O acesso a estes saberes da cultura afro-brasileira findou por delinear a manutenção de um hábitus religioso ancestral, articulado a uma perspectiva de longa data quando da rememoração de seus mitos e ritos, como também a criação de novas mentalidades, saberes e espaços sociais, em um dinâmico equilíbrio da tradição com a renovação estética, cultural e política destes e junto com estes indivíduos-brincantes de afoxés.

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  • PRISCILA MARIA VIEIRA DOS SANTOS MAGALHAES
  • “FOCAR EM UMA FORMAÇÃO ESPECÍFICA, SEMELHANTE À DA SEDUC, NÃO TEM. [...]MAS, HÁ, SIM, UM COMPARTILHAMENTO. E ISSO NÃO DEIXA DE SER UMA FORMAÇÃO!”: Redes outras de políticas-práticas tecidas no cotidiano escolar

  • Orientador : LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLINDA LEITE
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • CONCEICAO GISLANE NOBREGA LIMA DE SALLES
  • ELIZABETH FERNANDES DE MACEDO
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • Data: 21/03/2024

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  • A pesquisa intitulada ““Focar em uma formação específica, semelhante à da Seduc, não tem. Mas, há, sim, um compartilhamento. E isso não deixa de ser uma formação!”: redes outras de políticas-práticas tecidas nos cotidianos escolares”, objetivou compreender como as articulações produzidas no campo da avaliação e da formação continuada de professores interpelam os processos de produção das políticas-práticas de formação-avaliação tecidas nos cotidianos escolares. Para tanto, teve por objetivos específicos: i) evidenciar, em produções acadêmicas e em políticas nacionais de formação docente, quais sentidos são articulados na significação da avaliação e da formação continuada de professores; ii) caracterizar a política de formação continuada de professores de Caruaru a partir de seu processo de produção curricular; iii) analisar, na política-prática de formação continuada de professores do município de Caruaru, sentidos de avaliação e de formação que disputam pela produção da avaliação-formação; iv) analisar os tensionamentos   e negociações constitutivas das políticas-práticas avaliativas-formativas em produção nos cotidianos escolares. A partir de uma abordagem discursiva, inscrita na pauta pós-estrutural, recorremos à Teoria do Discurso na perspectiva de Laclau e Mouffe (2015), considerando a existência de infinitas formas de construção do objeto avaliação-formação e, assim, a impossibilidade de um fundamento último as representar ou preencher empiricamente o vazio, a falta constitutiva que é intrínseca a qualquer estrutura. Mobilizando construtos analíticos determinados – produções acadêmicas e políticas educacionais (nacionais e locais) direcionados à formação continuada de professores e, entrevistas desenvolvidas com professoras e formadoras da rede municipal de educação de Caruaru-PE – argumentamos que problematizar as políticas-práticas de formação-avaliação implica compreendê-las como espaço de disputas que perspectivam a criação da unidade em contextos de conflitos e diversidade (MOUFFE, 2005). Contextos que construídos sob um antagonismo inerradicável, revelam-se como possibilidade de decisão em um universo de alternativas em conflitos. Nesse sentido, entendemos que mesmo quando as políticas oficiais de avaliação e formação docente operam como aparato de controle das práticas avaliativas e das micros formações cotidianamente tecidas na escola, estas movem-se em um terreno indecindível, no qual nenhuma ordem – por maior força hegemônica que galgue – consegue sedimentar o direito ao dissenso. Desse modo, reconhecendo a impossibilidade de cerceamento do diferir, nessa pesquisa evidenciamos as contingencialidades dos processos de produção das políticas-práticas de formação-avaliação. Processos que não determinados a priori, se (re)fazem não por movimentos lineares, mas por atos de poder difusos minados pela emergência de ordens e acontecimentos que deslizam/alteram tradições hegemonizadas na escola. Marcados pelos tensionamentos emergidos nos diferentes momentos/contextos histórico-sociais, esses processos se constituem na relação com ordenamentos difíceis de fugir, mas, também, no encontro entre sujeitos/identidades não determinadas alicerçadas nas imprevisibilidades das experiências cotidianas em fabricação nas escolas. É, pois, no âmago de experiências incontroláveis, que agenciamentos profissionais coletivos e práticas/projetos outros de formação-avaliação podem ser reivindicados em direção a refutação/trepidação de subjetividades essencialistas e identidades/sentidos reducionistas de docência.


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  • A pesquisa intitulada ““Focar em uma formação específica, semelhante à da Seduc, não tem. Mas, há, sim, um compartilhamento. E isso não deixa de ser uma formação!”: redes outras de políticas-práticas tecidas nos cotidianos escolares”, objetivou compreender como as articulações produzidas no campo da avaliação e da formação continuada de professores interpelam os processos de produção das políticas-práticas de formação-avaliação tecidas nos cotidianos escolares. Para tanto, teve por objetivos específicos: i) evidenciar, em produções acadêmicas e em políticas nacionais de formação docente, quais sentidos são articulados na significação da avaliação e da formação continuada de professores; ii) caracterizar a política de formação continuada de professores de Caruaru a partir de seu processo de produção curricular; iii) analisar, na política-prática de formação continuada de professores do município de Caruaru, sentidos de avaliação e de formação que disputam pela produção da avaliação-formação; iv) analisar os tensionamentos   e negociações constitutivas das políticas-práticas avaliativas-formativas em produção nos cotidianos escolares. A partir de uma abordagem discursiva, inscrita na pauta pós-estrutural, recorremos à Teoria do Discurso na perspectiva de Laclau e Mouffe (2015), considerando a existência de infinitas formas de construção do objeto avaliação-formação e, assim, a impossibilidade de um fundamento último as representar ou preencher empiricamente o vazio, a falta constitutiva que é intrínseca a qualquer estrutura. Mobilizando construtos analíticos determinados – produções acadêmicas e políticas educacionais (nacionais e locais) direcionados à formação continuada de professores e, entrevistas desenvolvidas com professoras e formadoras da rede municipal de educação de Caruaru-PE – argumentamos que problematizar as políticas-práticas de formação-avaliação implica compreendê-las como espaço de disputas que perspectivam a criação da unidade em contextos de conflitos e diversidade (MOUFFE, 2005). Contextos que construídos sob um antagonismo inerradicável, revelam-se como possibilidade de decisão em um universo de alternativas em conflitos. Nesse sentido, entendemos que mesmo quando as políticas oficiais de avaliação e formação docente operam como aparato de controle das práticas avaliativas e das micros formações cotidianamente tecidas na escola, estas movem-se em um terreno indecindível, no qual nenhuma ordem – por maior força hegemônica que galgue – consegue sedimentar o direito ao dissenso. Desse modo, reconhecendo a impossibilidade de cerceamento do diferir, nessa pesquisa evidenciamos as contingencialidades dos processos de produção das políticas-práticas de formação-avaliação. Processos que não determinados a priori, se (re)fazem não por movimentos lineares, mas por atos de poder difusos minados pela emergência de ordens e acontecimentos que deslizam/alteram tradições hegemonizadas na escola. Marcados pelos tensionamentos emergidos nos diferentes momentos/contextos histórico-sociais, esses processos se constituem na relação com ordenamentos difíceis de fugir, mas, também, no encontro entre sujeitos/identidades não determinadas alicerçadas nas imprevisibilidades das experiências cotidianas em fabricação nas escolas. É, pois, no âmago de experiências incontroláveis, que agenciamentos profissionais coletivos e práticas/projetos outros de formação-avaliação podem ser reivindicados em direção a refutação/trepidação de subjetividades essencialistas e identidades/sentidos reducionistas de docência.

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  • DAVID GLASIEL DE AZEVEDO MARINHO
  • OPERAÇÃO                 USAID:   a    educação   brasileira    segundo    relatórios,    memorandos   e telegramas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (1967-1972)

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • MARIA ELIZETE GUIMARÃES CARVALHO
  • JAILSON PEREIRA DA SILVA
  • JOSE ADILSON FILHO
  • Data: 22/03/2024

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  • A tese consiste em compreender a atuação multifacetada da Agência dos Estados Unidos Para o Desenvolvimento Internacional (USAID) como vetor constitutivo de novas dinâmicas históricas no decurso das transformações estruturais no cenário educacional brasileiro entre 1967 e 1972. Pesquisa constituída por relatórios, memorandos e telegramas – ostensivos e não ostensivos – que posicionam a agência numa latitude diversa daquelas consagradas pela historiografia crítica ou “versão oficial” da história. Abordagem que não só a distancia de sua fictícia natureza imparcial, mas também permite afastá-la da condição de “órgão a serviço da CIA”. No que concerne aos méritos específicos da pesquisa, a análise das operações narrativas que constituem a documentação revela novas dimensões e tramas envolvendo o governo brasileiro e a agência no contexto de redirecionamento da educação. No campo estrutural, a pesquisa se aprofunda a fim de refletir as principais políticas de estado efetivadas sob a égide das prescrições feitas pela entidade estrangeira. Em último plano, a USAID torna-se testemunha-chave da condição de coautor do Estado e dos efeitos ulteriores diretos, indiretos e difusos que se compatibilizam com um legado deletério deixado pela ditadura civil-militar à educação nacional. Isto posto, a USAID passa a ter uma função interposta, afastada de contornos narrativos estáticos, porém adjacente a uma presença cinética e, nessa esteira, deve ser compreendida para além dos campos de força hegemônica que interferem nas condições de produzir e validar a história.


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  • JOANA DARK ANDRADE DE SOUSA
  • A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DECENAL DE EDUCAÇÃO (2015-2025) DO MUNICÍPIO DO RECIFE - PE: um estudo sobre a atuação dos sujeitos locais e os movimentos de participação democrática

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • WILSON HONORATO ARAGAO
  • Data: 12/04/2024

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  • O estudo em tela tem como objeto o Plano Decenal de Educação do município do
    Recife – PE (2015 – 2025), com foco na análise do contexto de implementação do
    plano, na perspectiva de compreender a atuação dos sujeitos locais nesse contexto
    da gestão da educação municipal, evidenciando os movimentos de participação
    democrática e as aproximações e/ou distanciamentos para a construção de uma
    gestão democrática da educação. Como referencial teórico metodológico, adotou-se
    a “Abordagem do Ciclo de Políticas” ou “Policy Cycle Approach” proposta por Stephen
    Ball e seus colaboradores (BOWE; BALL; GOLD, 1992; BALL, 1994). Como
    procedimentos metodológicos, esta pesquisa, de corte qualitativo, utiliza, em primeiro
    momento, a pesquisa bibliográfica e documental, buscando o aprofundamento sobre
    as produções relacionadas ao objeto de estudo e análise de documentos relacionados
    ao PME: lei, textos de projetos, ações, programas. Realizou-se ainda a pesquisa de
    campo, utilizando como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada,
    de modo que as entrevistas foram realizadas de forma online, com interação
    simultânea através de videoconferência. Como resultados da pesquisa, a análise dos
    dados mostrou que desde o processo de elaboração até o processo corrente de
    implementação, estratégias políticas são utilizadas como forma de fazer prevalecer o
    controle e a influência nos rumos da política pelo governo. Conforme a pesquisa
    realizada, considerando o período pesquisado entre 2015 - 2023, o conjunto das
    políticas adotadas no município do Recife revela a intensificação do paradigma
    neoliberal e gerencial nas práticas de gestão educacional. Nesse sentido, tem-se que
    o cenário que envolve o processo de implementação do PME do Recife está
    intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento da tese desta pesquisa, ao revelar
    que a política de planos de educação, e notadamente o PME do Recife, inseridos no
    contexto da governamentalidade neoliberal e gerencial, são enfraquecidos enquanto
    política de Estado, levando os sujeitos sociais a disputarem o campo da política a
    partir de diferentes formas de atuação na cidade do Recife – PE. Neste contexto,
    destaca-se a atuação do Fórum Municipal Popular de Educação do Recife, que é fruto
    do movimento de construção e consolidação do Fórum Nacional Popular de Educação
    (FNPE) e da Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE). A instituição do
    FMPE do Recife, assim como a realização das conferências populares de educação,
    representa espaços coletivos de resistência e proposição de políticas educacionais
    em defesa dos direitos sociais conquistados historicamente, especialmente a
    educação pública.


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  • JEFFERSON EVANIO DA SILVA
  • (DES/RE)INVENÇÃO DO POVO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: ENTRE O PODER PASTORAL E AS FANTASIAS REPUBLICANAS

  • Orientador : GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • FLAVIO HENRIQUE ALBERT BRAYNER
  • ALICE RIBEIRO CASIMIRO LOPES
  • JOANILDO ALBUQUERQUE BURITY
  • ROBSON DA COSTA DE SOUZA
  • Data: 25/04/2024

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  • Esta tese pretende ser uma contribuição à história do significante povo a partir do campo discursivo da educação. Objetiva, analisar lógicas, processos e discursos no interior dos quais foram engendradas e disputadas concepções de povo entre o chamado Segundo Reinado e a Primeira República. Do ponto de vista teórico, as múltiplas camadas de sentido assumidas pelo significante povo emergem da própria disputa política, não existindo, portanto, um sujeito extralinguístico ou pré-discursivo que antecede as lutas pela significação da realidade. No campo da educação, o artefato imaginado como base de inscrição dessa textualidade é a literatura didática e aqueles textos em que ela se apoia, nega e/ou tensiona entre o final do século XIX e início do século XX. Fundada na interdiscursividade, a textualidade que se desenrola nas páginas destes compêndios fez-se acompanhar pela relação entre diversos gêneros discursivos (o religioso, científico, político, histórico-sociológico, jornalístico, literário, dentre outros), articulando, em alguns casos, os elementos que passarão a compor certos discursos dominantes acerca do povo no Brasil. Tal discurso será marcado pela fantasia de um “povo ideal” – imaginado sob o prisma da moral, dos costumes e de sua condição étnico-racial, de classe e gênero - e aquelas tentativas que buscam negar, ao mesmo tempo, a possibilidade histórica de emergência do povo como acontecimento da heterogeneidade social. O “povo de Deus” e/ou o grande rebanho é uma formulação discursiva dos Oitocentos - fantasia marcada pela ideia de um povo ordeiro, pacífico, obediente, trabalhador, resignado com seu próprio destino, identificado e assujeitado aos cuidados de um pastor. E o “povo/nação”, invenção tipicamente “moderna”. Uma construção que será caracterizada, no contexto republicano, pela ação das lógicas da militarização, estetização e naturalização do povo. Ou seja, pela tentativa em se associar, de maneira efêmera e contextual, o chamado “povo brasileiro” à certa capacidade de ação e intervenção no mundo; pela subsunção deste mesmo povo aos limites traçados pela lei e pela ordem inaugurados com a República, mediante a construção imagética de uma pactuação orgânica entre o povo e a tropa; e, finalmente, um deslocamento linguístico/político da capacidade de criação do povo para as esferas da cultura e da produção. Em ambos os casos, o estudo identifica que o processo de desre/invenção de um “povo ideal”, fez-se acompanhar não somente pela ênfase num certo essencialismo que marca as teses relativas às identidades religiosa e nacional, mas pela construção da figura do seu avesso: o não-povo, a “espuma” social, aquela parte que não cabe no exercício fantasmático de integração simbólica acionado pelas formações discursivas do pastorado cristão e do nacionalismo brasileiro. 


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  • TULANE SILVA DE SOUZA
  • BILHAR ACADÊMICO: Psicossociogênese das Tensões nas Relações Étnico-Raciais em Educação no Brasil (2000 – 2022) 

  • Orientador : JOSE LUIS SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENÍSIA CRISTINA GARCIA FILICE
  • ELICIA BARROS GUERRA SOUZA
  • FABIO DA SILVA PAIVA
  • JOSE LUIS SIMOES
  • MARCOS AURELIO DORNELAS DA SILVA
  • Data: 06/05/2024

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  • Esta tese tem origem no Núcleo de Identidades e Memórias do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco e parte da seguinte hipótese: as tensões nas relações étnico-raciais vivenciadas pela intelectualidade negra são propulsoras de resoluções de problemas próprios da população afrodescendente, em específico, a afro-brasileira.  Considerando a tessitura de uma rede intelectual afrodescendente; quais as memórias dos temas prioritários enfrentados por pesquisadores/as negros/as, no Brasil? O bilhar acadêmico em tela tem início em 2000, ocasião da primeira edição do COPENE – Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as, entre 2000 e 2022, quando do seu retorno à cidade do Recife; e é utilizado aqui como campo empírico de uma das formas de disputa – a das ideias intelectuais, num quadro de intenções ou rede social que passa pelo “Fenômeno Reticular” – mudanças e transformações decorrentes das relações interpessoais, e de auto inscrição. (ELIAS, 1992, 1993, 1994a, 1994b, 2000, 2001a, 2001b, 2008) (MBEMBE, 2014). Minha proposta é manusear a psicossociogênese como teoria e metodologia, o que consiste em uma análise das mudanças discursivas, comportamentais, identitárias – individuais e coletivas, de uma figuração ou rede, em determinado espaço-tempo; as fontes de análises são: os registros dos COPENEs Nacionais – formato, corpo editorial e Anais (2000-2022); o sociograma da rede de intelectuais negras/os; e entrevistas semiestruturadas. Assim, tenho por objetivos: a) Contribuir com o debate acerca do conceito da psicossociogênese no Brasil, com vista a analisar a emergência e as memórias  da rede do Congresso de Pesquisadores Negros -COPENE entre 2000-2022; b) Identificar e contextualizar os principais temas abordados pela intelectualidade negra, e as tensões geradas por ocasião do surgimento dessa rede de pesquisadores entre 2000-2022; c) Analisar os clusters de produção textual - aglomerados com alguns potenciais determinantes; d) Identificar as tensões enfrentadas pela intelectualidade negra nas relações étnico-raciais dos bilhares acadêmicos – por uma visão histórico-sociolinguística; e) Apontar as contribuições táticas da intelectualidade negra afro-brasileira para inclusão e difusão do debate em questões étnicas e raciais na opinião pública – tanto a partir das modificações das Leis, quanto nas bibliografias dos programas de pós-graduação, ou na atuação profissional como professores e professoras da educação básica


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  • GILBERTO DE ARAUJO MOREIRA
  • SOB A LUZ DE LAMPIÕES: currículos e processos de subjetivação no sertão de Pernambuco.

  • Orientador : GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA BETANIA DE OLIVEIRA
  • ALICE RIBEIRO CASIMIRO LOPES
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • HUGO HELENO CAMILO COSTA
  • KATIA SILVA CUNHA
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • Data: 07/05/2024

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  • Esta tese se prontificou a investigar as dinâmicas das relações entre políticas, discursos e práticas nos processos de subjetivação de alunas/os do ensino médio no município de Serra Talhada - PE, berço do cangaceiro Lampião. Durante abril de 2019 e março de 2020, visitamos cinco escolas, entrevistamos gestores, professores e alunos, além de acompanhar ações da Fundação Cultural Cabras de Lampião/Museu do Cangaço. Estivemos também em Piranhas, Alagoas, local que exalta a morte do cangaceiro. Nossas investigações se basearam em preceitos de autores pós-estruturalistas, como Laclau e Mouffe, que desconstroem a centralidade do sujeito e o coloca na posição de enunciador de significados produzidos pelas instituições e os diversos contextos que o circundam. No primeiro capítulo, apresentamos o desmembramento dessa teoria sobre as lógicas sociais de Glynos e Howarth, que se aprofundam na interpretação de elementos constituidores da cultura do Cangaço e das representações do Sertão que nos atravessam discursivamente. Apresentamos, também, as acepções do significante currículo, em uma análise discursiva, e evidenciamos suas políticas como parte integrante dos processos de subjetivação. Encontramos nos estudos de Alice Lopes, Elizabeth Macedo, Anna Luíza Oliveira, Gustavo Oliveira, Joanildo Burity, Daniel Mendonça e Thiago Ranniery as bases de análise vinculadas a temas como gênero, sexualidade, pertencimento racial e regional e religiosidade. O segundo capítulo faz um apanhado descritivo de nossa metodologia de trabalho, expondo a trajetória de campo, interpretação de currículos governamentais e o contato com o público entrevistado, através de uma enquete com cerca de 500 alunas/os e de oficinas pedagógicas com cerca de 100 estudantes. Evidenciamos o lócus de nossa pesquisa e a influência da Fundação Cultural Cabras de Lampião sobre seu imaginário e na própria forma de fazer educação no município. Realizamos um exame dos Parâmetros Curriculares do Estado / Currículo de Pernambuco e buscamos o complemento dessas referências na Base Nacional Comum Curricular e nos livros didáticos. A intenção foi evidenciar a produção de currículos na própria escola, através de ações conjuntas de gestoras/es, docentes, estudantes e da comunidade que a circunda e a atravessa discursivamente. No terceiro capítulo, apresentamos a disputa de sentidos em torno do termo juventude(s)/juventude rural. Para esse estudo, contamos com um debate pós- estruturalista da tese de Josefina Bolis e da dissertação de Priscila Ribeiro. Trazemos as opiniões colocadas nas oficinas didáticas, para ilustrar como disputas por sentido criam ou reforçam categorias universais, capazes de promover fixações precárias, que extrapolam as intenções de simplesmente nomear. Finalmente, tentamos levantar questões a respeito do orgulho de ser, que, de uma forma ou outra, nunca (e sempre) nos escapa. Nas tentativas de ocupar ou inaugurar os espaços, das tantas relações em que nos incluímos, buscamos a autoafirmação daqueles com quem nos identificamos. Nessa possibilidade de positivação, o orgulho de ser pode fazer frente ao que nos constitui e ao que nos diferencia; ao que desde já (e sempre) nos escapa. Nas tentativas de ocupar ou inaugurar os espaços, das tantas relações em que nos incluímos, buscamos a autoafirmação daqueles com quem nos identificamos. Nessa possibilidade de positivação, o orgulho de ser pode fazer frente ao que nos constitui e ao que nos diferencia; ao que desde já (e sempre) estamos sendo. 


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  • Esta tese se prontificou a investigar as dinâmicas das relações entre políticas, discursos e práticas nos processos de subjetivação de alunas/os do ensino médio no município de Serra Talhada - PE, berço do cangaceiro Lampião. Durante abril de 2019 e março de 2020, visitamos cinco escolas, entrevistamos gestores, professores e alunos, além de acompanhar ações da Fundação Cultural Cabras de Lampião/Museu do Cangaço. Estivemos também em Piranhas, Alagoas, local que exalta a morte do cangaceiro. Nossas investigações se basearam em preceitos de autores pós-estruturalistas, como Laclau e Mouffe, que desconstroem a centralidade do sujeito e o coloca na posição de enunciador de significados produzidos pelas instituições e os diversos contextos que o circundam. No primeiro capítulo, apresentamos o desmembramento dessa teoria sobre as lógicas sociais de Glynos e Howarth, que se aprofundam na interpretação de elementos constituidores da cultura do Cangaço e das representações do Sertão que nos atravessam discursivamente. Apresentamos, também, as acepções do significante currículo, em uma análise discursiva, e evidenciamos suas políticas como parte integrante dos processos de subjetivação. Encontramos nos estudos de Alice Lopes, Elizabeth Macedo, Anna Luíza Oliveira, Gustavo Oliveira, Joanildo Burity, Daniel Mendonça e Thiago Ranniery as bases de análise vinculadas a temas como gênero, sexualidade, pertencimento racial e regional e religiosidade. O segundo capítulo faz um apanhado descritivo de nossa metodologia de trabalho, expondo a trajetória de campo, interpretação de currículos governamentais e o contato com o público entrevistado, através de uma enquete com cerca de 500 alunas/os e de oficinas pedagógicas com cerca de 100 estudantes. Evidenciamos o lócus de nossa pesquisa e a influência da Fundação Cultural Cabras de Lampião sobre seu imaginário e na própria forma de fazer educação no município. Realizamos um exame dos Parâmetros Curriculares do Estado / Currículo de Pernambuco e buscamos o complemento dessas referências na Base Nacional Comum Curricular e nos livros didáticos. A intenção foi evidenciar a produção de currículos na própria escola, através de ações conjuntas de gestoras/es, docentes, estudantes e da comunidade que a circunda e a atravessa discursivamente. No terceiro capítulo, apresentamos a disputa de sentidos em torno do termo juventude(s)/juventude rural. Para esse estudo, contamos com um debate pós- estruturalista da tese de Josefina Bolis e da dissertação de Priscila Ribeiro. Trazemos as opiniões colocadas nas oficinas didáticas, para ilustrar como disputas por sentido criam ou reforçam categorias universais, capazes de promover fixações precárias, que extrapolam as intenções de simplesmente nomear. Finalmente, tentamos levantar questões a respeito do orgulho de ser, que, de uma forma ou outra, nunca (e sempre) nos escapa. Nas tentativas de ocupar ou inaugurar os espaços, das tantas relações em que nos incluímos, buscamos a autoafirmação daqueles com quem nos identificamos. Nessa possibilidade de positivação, o orgulho de ser pode fazer frente ao que nos constitui e ao que nos diferencia; ao que desde já (e sempre) nos escapa. Nas tentativas de ocupar ou inaugurar os espaços, das tantas relações em que nos incluímos, buscamos a autoafirmação daqueles com quem nos identificamos. Nessa possibilidade de positivação, o orgulho de ser pode fazer frente ao que nos constitui e ao que nos diferencia; ao que desde já (e sempre) estamos sendo. 

2023
Dissertações
1
  • BÁRBARA GOMES FERNANDES DE AGUIAR SILVA
  • “CONTA PRA MIM”: A (RE)PRODUÇÃO DE PADRÕES DE GÊNERO, SEXUALIDADE E FAMÍLIA NO PROGRAMA DE LITERACIA FAMILIAR DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.

  • Orientador : ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • CIBELE MARIA LIMA RODRIGUES
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • Data: 24/01/2023

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  • Desde o golpe parlamentar de 2016 e, especialmente, durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro, o significante “educação” ganhou evidência em acirradas disputas discursivas, num cenário de contradições políticas e morais onde o recrudescimento do neoliberalismo e neoconservadorismo colocou em risco políticas curriculares pautadas nos direitos humanos, sexuais e reprodutivos. Estratégias visando a instalação de pânico moral foram mobilizadas em torno de falácias como a do ensino de uma suposta “ideologia de gênero” nas escolas e universidades; da ameaça à “família tradicional brasileira”, aos “bons costumes” e à “segurança das crianças e dos adolescentes”. Diversos estudos têm constatado a contundente presença de um ativismo religioso, seguido por grupos laicos ou não necessariamente confessionais, que encontram nessas falácias um artifício retórico de mobilização política e influência na arena pública. Vislumbra-se aí ofensivas reacionárias, fundamentalistas, originalmente de matriz católica e de caráter transnacional, que assumiram a conformação de “guerras culturais”. Nesse contexto de obscurantismo bélico, o movimento em prol da educação domiciliar (homeschooling) ganhou força e passou a influenciar decisões do Ministério da Educação (MEC).  Este estudo discute as lógicas sociais de produção de padrões de gênero, sexualidade e família mobilizadas no “Programa de Literacia Familiar Conta Pra Mim”, ligado à Política Nacional de Alfabetização (PNA). Parte do pressuposto que lógicas sociais são um sistema de regras ou gramática que sustenta determinadas práticas discursivas em espaços-tempos específicos. O corpus foi constituído por componentes do kit pedagógico oferecido pelo Programa e disponível no site do MEC. A pesquisa evidenciou que o “Conta pra mim” foi implementado num contexto de ausência de diálogo com as comunidades escolares, acadêmicas e a sociedade civil, violando o princípio constitucional do pluralismo de ideias e concepções pedagógicas; pauta-se em representações limitadas da educação literária e aciona lógicas cisheteronormativas sobre família, sexualidade, gênero e relações entre as pessoas, configurando-se como violência simbólica e estratégia de esvaziamento do papel da escola.  Sua implementação, entretanto, não se dá num contexto de resignação, evidenciando o caráter discursivo do social, a contingência difusa e múltipla do terreno político e o papel central de discursos opostos no processo de articulação e disputa de hegemonia no campo educacional.


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2
  • ALICE DOS SANTOS ANDRADE
  • POR UMA EDUCAÇÃO TRANSPESSOAL PERIFÉRICA: CONTRIBUIÇÕES DESDE AS INFÂNCIAS DE(S)COLONIAIS

  • Orientador : AURINO LIMA FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • DJAILTON PEREIRA DA CUNHA
  • Data: 06/02/2023

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  • O contexto educacional brasileiro ainda se apoia em uma concepção de infância universal, imaginária e insólita. Imagem essa fraturada que, sem ser levada a sério, é produto do olho adulto colonizado e fruto de uma história única que insiste em invisibilizar, silenciar e desqualificar formas outras, mais periféricas de conceber as infâncias. A presente pesquisa objetivou, de modo mais amplo, investigar as concepções de(s)coloniais de infâncias de modo a pensar suas implicações e possíveis contribuições para a emergência de uma Educação Transpessoal Periférica. De forma mais específica, buscamos mapear, no campo filosófico-educacional brasileiro, concepções de(s)colônias de infâncias no intuito de apontar rastros que favoreçam um deslocamento na estética colonial e uma oposição às bases adultocêntricas de conceber a experiência infantil e assim apresentar desde as noções de infâncias mapeadas até uma perspectiva de Educação Transpessoal Periférica, que nos possibilite de(s)colonizar as matrizes transpessoais no contexto educacional, fazendo com isso da infância uma experiência potencializadora do pensamento e articuladora de uma nova relação entre transpessoalidade e educação. Estudo qualitativo baseado na investigação intuitiva transpessoal, mescla processos da pesquisa teórica-bibliográfica com elementos de uma escrevivência buscando sentirpensar os textos mapeados, selecionados, lidos e fichados com um mergulho nas memórias de uma experiência sensível junto ao Centro Infantil Jardim de Lótus da organização social NEIMFA, na comunidade do Coque, periferia da região metropolitana do Recife. Os resultados indicaram sete concepções de(s)coloniais de infâncias: A) Das infâncias, enquanto mediadoras cosmológicas entre os mundos, as famílias e as pessoas; B) Da Infância, enquanto modo brincante de apreender e habitar o mundo; C) Da infância, enquanto potência de reinvenção e reinterpretação; D) Da infância, como milagre; E) Da infância, como vontade desmesurada de saborear a realidade; F) Da Infância, como “portadoras” de potências e G) Da Infância, como experiência de alteridade. Concepções essas que abriram margem para que pudéssemos repensar a Educação Transpessoal de uma perspectiva periférica a qual nos leva para as regiões fronteiriças do ser e do saber e emerge como sete grandes imagens: I) A Educação Transpessoal como território cosmopolítico-educacional; II) A Educação Transpessoal como experiência brincante de aprender e ser; III) A Educação Transpessoal como território de reinvenção de si e do mundo; IV) A Educação Transpessoal como abertura ao encantamento; V) A Educação Transpessoal como território de experimentação e afecção; VI) Educação Transpessoal como espaço para recuperação e incitação à potência de vida; VII) A Educação Transpessoal como experiência de abertura às diferenças. A Educação Transpessoal Periférica que emerge a partir dessas outras infâncias não só traz consigo elementos gerais: integralidade, multidimensionalidade, espiritualidade; mas amplia seus referenciais para abarcar, escutar, se afetar e acolher os outros sujeitos da educação e seus modos próprios de existir. As concepções não lineares e de(s)colonais de infâncias mapeadas apresentam o potencial para criarmos e fecundarmos uma nova articulação entre transpessoalidade e educação: mais periférica e mais sensível aos sons, gestos, rostos, epistemologias, cores e vidas que habitam as margens dos mundos. Capaz de resistir à lógica colonial de epistemicídios e seus efeitos excludentes e necropolíticos. 



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  • O contexto educacional brasileiro ainda se apoia em uma concepção de infância universal, imaginária e insólita. Imagem essa fraturada que, sem ser levada a sério, é produto do olho adulto colonizado e fruto de uma história única que insiste em invisibilizar, silenciar e desqualificar formas outras, mais periféricas de conceber as infâncias. A presente pesquisa objetivou, de modo mais amplo, investigar as concepções de(s)coloniais de infâncias de modo a pensar suas implicações e possíveis contribuições para a emergência de uma Educação Transpessoal Periférica. De forma mais específica, buscamos mapear, no campo filosófico-educacional brasileiro, concepções de(s)colônias de infâncias no intuito de apontar rastros que favoreçam um deslocamento na estética colonial e uma oposição às bases adultocêntricas de conceber a experiência infantil e assim apresentar desde as noções de infâncias mapeadas até uma perspectiva de Educação Transpessoal Periférica, que nos possibilite de(s)colonizar as matrizes transpessoais no contexto educacional, fazendo com isso da infância uma experiência potencializadora do pensamento e articuladora de uma nova relação entre transpessoalidade e educação. Estudo qualitativo baseado na investigação intuitiva transpessoal, mescla processos da pesquisa teórica-bibliográfica com elementos de uma escrevivência buscando sentirpensar os textos mapeados, selecionados, lidos e fichados com um mergulho nas memórias de uma experiência sensível junto ao Centro Infantil Jardim de Lótus da organização social NEIMFA, na comunidade do Coque, periferia da região metropolitana do Recife. Os resultados indicaram sete concepções de(s)coloniais de infâncias: A) Das infâncias, enquanto mediadoras cosmológicas entre os mundos, as famílias e as pessoas; B) Da Infância, enquanto modo brincante de apreender e habitar o mundo; C) Da infância, enquanto potência de reinvenção e reinterpretação; D) Da infância, como milagre; E) Da infância, como vontade desmesurada de saborear a realidade; F) Da Infância, como “portadoras” de potências e G) Da Infância, como experiência de alteridade. Concepções essas que abriram margem para que pudéssemos repensar a Educação Transpessoal de uma perspectiva periférica a qual nos leva para as regiões fronteiriças do ser e do saber e emerge como sete grandes imagens: I) A Educação Transpessoal como território cosmopolítico-educacional; II) A Educação Transpessoal como experiência brincante de aprender e ser; III) A Educação Transpessoal como território de reinvenção de si e do mundo; IV) A Educação Transpessoal como abertura ao encantamento; V) A Educação Transpessoal como território de experimentação e afecção; VI) Educação Transpessoal como espaço para recuperação e incitação à potência de vida; VII) A Educação Transpessoal como experiência de abertura às diferenças. A Educação Transpessoal Periférica que emerge a partir dessas outras infâncias não só traz consigo elementos gerais: integralidade, multidimensionalidade, espiritualidade; mas amplia seus referenciais para abarcar, escutar, se afetar e acolher os outros sujeitos da educação e seus modos próprios de existir. As concepções não lineares e de(s)colonais de infâncias mapeadas apresentam o potencial para criarmos e fecundarmos uma nova articulação entre transpessoalidade e educação: mais periférica e mais sensível aos sons, gestos, rostos, epistemologias, cores e vidas que habitam as margens dos mundos. Capaz de resistir à lógica colonial de epistemicídios e seus efeitos excludentes e necropolíticos. 


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  • TUCA HENRIQUE VERÇOSA CARNEIRO DE ANDRADE
  • IMPRESSÕES DOCENTES SOBRE O EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO – ENEM.

  • Orientador : RAMON DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • Data: 14/02/2023

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    O objetivo do presente trabalho foi analisar como os docentes percebem as influências da prova do ENEM na organização da escola, buscando entender a importância dada pela gestão e pelos professores ao ENEM. Para compreender a importância que o Exame Nacional do Ensino Médio tem nas políticas públicas de educação no Brasil buscamos as raízes das avaliações em larga escala no Brasil atual, entendendo que essas avaliações fazem parte de um contexto mais amplo de privatização da educação. Assim, analisamos documentos oficiais que tratam das avaliações em larga escala no Brasil, dando mais ênfase aos documentos que tratam do ENEM e realizamos uma série de entrevistas com professores do Ensino Médio da Escola de Referência em Ensino Médio Antônio Dias Cardoso, em Vitória de Santo Antão. Ao analisar as entrevistas à luz do referencial teórico percebemos que as avaliações em larga escala e o ENEM fazem parte do cotidiano da escola campo, acreditamos que o mesmo aconteça em outras escolas da rede estadual, uma vez que o ENEM é uma realidade nacional. As escolas de referência em ensino médio giram em torno dos resultados nas diversas avaliações em larga escala, sendo o ENEM uma avaliação com mais implicações para a realidade escolar, mesmo não sendo uma avaliação institucional. As falas dos docentes e da gestão da escola implicam na compreensão da existência de uma educação para os resultados, que é estimulada por ações do Estado, como bonificação ou divulgação dos resultados por escola, porém os docentes e a gestão não compreendem o processo violento ao qual são subordinados. Ao ouvir os docentes o presente trabalho concluiu que o ENEM afeta toda a dinâmica da sala de aula, influenciando na forma como professores e professoras realizam suas atividades em sala de aula. Compreendemos que o ENEM é uma das avaliações responsáveis por ocultar as contradições que ocorrem na dinâmica da política educacional para o Ensino Médio.


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  • RIZAILDE TRINDADE LAURENTINO
  • A MINHA PEDAGOGIA LIBERTADORA: EDUCAÇÃO, TRABALHO E NEGRITUDE (1966-2023)

  • Orientador : EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • HENRIQUE GERSON KOHL
  • JOSÉ VIEIRA DA CRUZ
  • TEREZA LUIZA DE FRANCA
  • Data: 16/02/2023

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  • Esta dissertação tem origem no Núcleo de Pesquisa Identidades e Memórias, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Pernambuco, e está subordinada ao tema: “A Minha Pedagogia Libertadora: Educação, Trabalho e Negritude (1966-2023)”, por ser um estudo autobiográfico, intenta responder ao seguinte questionamento: Qual a percepção que tenho da minha história de vida mediante a busca das memórias e vivências educacionais entre 1966 a 2023? Para responder a essa questão, apresento três objetivos, a saber: 1) Contribuir com os estudos (auto)biográficos no campo educacional; 2) Descrever e analisar o cenário educacional durante o meu itinerário entre a escola, a vida profissional e acadêmica, no período de 1966 a 2023; e 3) Identificar e analisar as minhas experiências sociais, profissionais e no âmbito escolar, a partir de um corpus documental que envolve fontes iconográficas, fontes orais, bem como autonarrativa proveniente das minhas próprias memórias. Assim, exponho e analiso a minha trajetória de luta enquanto mulher negra, que por meio da educação e trabalho em diferentes setores sociais, construiu sua vida, passando pelas constantes discriminações étnico-raciais e dificuldades sofridas pela negritude. Contudo, considerando minha trajetória educacional e profissional, bem como a temporalidade definida entre 1966 a 2023, que corresponde ao meu primeiro ingresso como estudante numa instituição educacional e o desaguar da defesa desta pesquisa, faço uma análise dessa trajetória a partir de autores como: Freire (1987 e 1989), Thompson, (1998), Montenegro (2010 e 2013), Passeggi (2016), entre outros Marques e Satriano (2017) e Souza (2020), sendo este quem trata do constructo do “eu” fonte, elemento fundamental para a narrativa de si. Enquanto resultado, o estudo enseja numa sincronia para afirmação e conquista do desenvolvimento pessoal, acadêmico, profissional e, quiçá, impacto na vida de outras mulheres autodeclaradas negras e periféricas, mas que investidas de uma pedagogia libertadora podem elaborar um documento como este instrumento de pesquisa científica.


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  • LUIZ FELIPE DE ARRUDA MOURA
  • CONTRIBUIÇÕES DE MESTRE ECKHART PARA A FORMAÇÃO HUMANA EM UMA PERSPECTIVA DA MÍSTICA

  • Orientador : EZIR GEORGE SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • EVERALDO FERNANDES DA SILVA
  • EZIR GEORGE SILVA
  • Data: 27/02/2023

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  • A história em sociedade, foi marcada por situações que implicaram o mundo e suas visões em todos os sentidos e aspectos da realidade. É com base nessa premissa que esse estudo se insere nos debates sobre Educação, Filosofia e Formação Humana, em uma perspectiva da Mística. Em um sentido formativo-epistemológico, o trabalho toma como referência o pensamento de Mestre Eckhart, por identificarmos que sua produção pode oferecer um olhar problematizador acerca de certas concepções que, de lá para cá, orientam, determinam e influenciam as concepções que se tem acerca do Ser humano, do mundo e seus próprios processos formativos. Nesse sentido, problematizamos: quais as contribuições da mística eckhartiana para a formação humana? Em seguida, propomos como objetivo geral: analisar a relação entre Mística e Educação na filosofia de Eckhart. Especificamente: a) compreender as especificidades do pensamento místico de Eckhart; b) mapear a categoria da mística nas plataformas e bancos de dados das produções brasileiras; c) apresentar contribuições do pensamento eckhartiano para o Campo da Educação. Do ponto de vista metodológico, optamos por uma pesquisa de natureza qualitativa de caráter bibliográfico, por entendermos que sua finalidade é aproximar o homem do seu pensamento em perspectiva e as leituras de mundo da realidade e dos desafios que nos evocam. Sobre os achados, destacamos os aspectos da incompletude tanto humana, quanto da Educação; a busca por um agir coerente e possibilidade de indicação de outras categorias que nos ajudem a pensar acerca dos caminhos de acessos a novos processos que nos conduzam a maturidade humana e espiritual.  Logo, compreendemos que o pensamento de Eckhart se torna propositivo à medida que chama nossa atenção para outras possibilidades formativas e modos de pensarmos nossas relações com o mundo e o Outro que nos evoca, provoca, circunda, amplia, ultrapassa e transcende. 


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  • A história em sociedade, foi marcada por situações que implicaram o mundo e suas visões em todos os sentidos e aspectos da realidade. É com base nessa premissa que esse estudo se insere nos debates sobre Educação, Filosofia e Formação Humana, em uma perspectiva da Mística. Em um sentido formativo-epistemológico, o trabalho toma como referência o pensamento de Mestre Eckhart, por identificarmos que sua produção pode oferecer um olhar problematizador acerca de certas concepções que, de lá para cá, orientam, determinam e influenciam as concepções que se tem acerca do Ser humano, do mundo e seus próprios processos formativos. Nesse sentido, problematizamos: quais as contribuições da mística eckhartiana para a formação humana? Em seguida, propomos como objetivo geral: analisar a relação entre Mística e Educação na filosofia de Eckhart. Especificamente: a) compreender as especificidades do pensamento místico de Eckhart; b) mapear a categoria da mística nas plataformas e bancos de dados das produções brasileiras; c) apresentar contribuições do pensamento eckhartiano para o Campo da Educação. Do ponto de vista metodológico, optamos por uma pesquisa de natureza qualitativa de caráter bibliográfico, por entendermos que sua finalidade é aproximar o homem do seu pensamento em perspectiva e as leituras de mundo da realidade e dos desafios que nos evocam. Sobre os achados, destacamos os aspectos da incompletude tanto humana, quanto da Educação; a busca por um agir coerente e possibilidade de indicação de outras categorias que nos ajudem a pensar acerca dos caminhos de acessos a novos processos que nos conduzam a maturidade humana e espiritual.  Logo, compreendemos que o pensamento de Eckhart se torna propositivo à medida que chama nossa atenção para outras possibilidades formativas e modos de pensarmos nossas relações com o mundo e o Outro que nos evoca, provoca, circunda, amplia, ultrapassa e transcende. 

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  • JOSÉ MAWISON CÂNDIDO DE LIMA
  • JOGANDO COM AS REGRAS DO JOGO: AS ESTRATÉGIAS E AS TÁTICAS UTILIZADAS PARA A AVALIAÇÃO EXTERNA SAEPE PELAS ESCOLAS DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO (EREM) DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO

  • Orientador : ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • ROSANGELA CELY BRANCO LINDOSO
  • Data: 28/02/2023

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  • KLEDJA GERMANIA ARAUJO DA SILVA TENÓRIO
  • AS RASURAS ESCRITAS E A PRODUÇÃO DE SENTIDOS EM TEXTOS DISSERTATIVOS PRODUZIDOS POR ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO

  • Orientador : MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNO CÉSAR RIBEIRO BARBOSA
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • Data: 11/04/2023

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  • O presente trabalho trata da análise e compreensão das rasuras e de sua relação com a construção e modificação dos sentidos do texto, além da reflexão a respeito dos tipos de operações linguísticas realizadas pelos escreventes em cada trecho rasurado e as consequentes alterações de sentido decorrentes delas. Tomamos como base para essas reflexões as produções textuais de estudantes do 3º ano do ensino médio de uma escola pública de Recife no ano de 2021. Nosso objetivo é compreender o processo de produção de sentido na criação textual por meio do estudo das rasuras escritas, entendendo-as como marcações gráficas deixadas pelo escrevente em decorrência de diversos fatores: o erro na escrita, uma reformulação do pensamento ou uma melhoria na ideia a ser transmitida; e que geralmente marcam um ponto de conflito entre aquilo que o escrevente pensa e aquilo que ele quer transmitir. Além disso, pretendemos expor, por meio das análises, a relevância do estudo das rasuras em sala de aula como forma de melhorar a compreensão da produção de sentido em manuscritos escolares. A coleta dos manuscritos foi realizada em três turmas de 3º ano do ensino médio com estudantes de faixa etária entre 16 e 18 anos, durante uma aula de redação. Para a análise dos dados, fizemos um fazer um mapeamento das rasuras encontradas e buscamos entender as possíveis motivações para elas almejando entender de que forma essas modificações foram capazes de interferir na construção ou modificação de sentidos no texto. Tomamos como base as etapas de análise de conteúdo descritas por Bardin (1979). As reflexões do presente trabalho foram feitas à luz dos estudos de Grésillon (2007), Biasi (2010) e Calil (2008) no que se refere à Crítica Genética e ao tratamento das rasuras, e Koch (2006, 2013) com elementos acerca da produção de sentidos, além da contribuição de outros autores como: Fabre (1986), Trevisol e Almeida (2019), Willemart (1999) e Antunes (2003), que nos ajudaram a refletir sobre esses mesmos aspectos e também sobre o texto dissertativo e a produção textual na escola. Através dos resultados do trabalho pudemos perceber por meio das rasuras a inquietação pela qual passam os estudantes no momento de suas produções textuais. Os tipos de rasuras e operações linguísticas encontrados nas análises também nos sugerem uma tentativa dos alunos de esconder os desvios e entregar um texto perfeito ao examinador. Com essas reflexões, notamos que é urgente transformar a forma como trabalhamos a produção textual com nossos alunos, a fim de mostrar-lhes que o processo de produção é tão importante quanto o resultado final, e que a construção dos sentidos do texto parte desse processo, que precisa ser valorizado e compreendido.


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  • O presente trabalho trata da análise e compreensão das rasuras e de sua relação com a construção e modificação dos sentidos do texto, além da reflexão a respeito dos tipos de operações linguísticas realizadas pelos escreventes em cada trecho rasurado e as consequentes alterações de sentido decorrentes delas. Tomamos como base para essas reflexões as produções textuais de estudantes do 3º ano do ensino médio de uma escola pública de Recife no ano de 2021. Nosso objetivo é compreender o processo de produção de sentido na criação textual por meio do estudo das rasuras escritas, entendendo-as como marcações gráficas deixadas pelo escrevente em decorrência de diversos fatores: o erro na escrita, uma reformulação do pensamento ou uma melhoria na ideia a ser transmitida; e que geralmente marcam um ponto de conflito entre aquilo que o escrevente pensa e aquilo que ele quer transmitir. Além disso, pretendemos expor, por meio das análises, a relevância do estudo das rasuras em sala de aula como forma de melhorar a compreensão da produção de sentido em manuscritos escolares. A coleta dos manuscritos foi realizada em três turmas de 3º ano do ensino médio com estudantes de faixa etária entre 16 e 18 anos, durante uma aula de redação. Para a análise dos dados, fizemos um fazer um mapeamento das rasuras encontradas e buscamos entender as possíveis motivações para elas almejando entender de que forma essas modificações foram capazes de interferir na construção ou modificação de sentidos no texto. Tomamos como base as etapas de análise de conteúdo descritas por Bardin (1979). As reflexões do presente trabalho foram feitas à luz dos estudos de Grésillon (2007), Biasi (2010) e Calil (2008) no que se refere à Crítica Genética e ao tratamento das rasuras, e Koch (2006, 2013) com elementos acerca da produção de sentidos, além da contribuição de outros autores como: Fabre (1986), Trevisol e Almeida (2019), Willemart (1999) e Antunes (2003), que nos ajudaram a refletir sobre esses mesmos aspectos e também sobre o texto dissertativo e a produção textual na escola. Através dos resultados do trabalho pudemos perceber por meio das rasuras a inquietação pela qual passam os estudantes no momento de suas produções textuais. Os tipos de rasuras e operações linguísticas encontrados nas análises também nos sugerem uma tentativa dos alunos de esconder os desvios e entregar um texto perfeito ao examinador. Com essas reflexões, notamos que é urgente transformar a forma como trabalhamos a produção textual com nossos alunos, a fim de mostrar-lhes que o processo de produção é tão importante quanto o resultado final, e que a construção dos sentidos do texto parte desse processo, que precisa ser valorizado e compreendido.

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  • DARLENE CORREIA TENÓRIO
  • LETRAMENTO SOCIAL: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE PROFESSORAS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Orientador : FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DEBORA AMORIM GOMES DA COSTA MACIEL
  • FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 14/04/2023

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  • O presente estudo se propôs a investigar as concepções e práticas docentes sobre letramento social e suas relações com a alfabetização nas escolas públicas dos municípios de Camaragibe e Paulista – PE. Nessa perspectiva buscamos: Conhecer as práticas de letramento por meio de relatos de experiências de professoras dos anos iniciais que atuam em escolas da rede municipal de ensino de Camaragibe e Paulista –PE e analisar as concepções de letramento adotadas na prática pedagógica por professoras dos anos iniciais das duas redes de ensino. O trabalho foi embasado teoricamente em Street (2014), que dialogou com Rojo (2008), Tfouni (2010) e outros acerca do letramento. Apoiamo-nos em Smolka (2012) para falar da alfabetização como processo discursivo e trouxemos a visão de autores como Kleiman (2012), Rojo e Soares (2012 e 2022). No campo da linguagem como interação social tivemos como aporte teórico as concepções de Vigotsky (2000); e para tratar da formação docente buscamos teóricos como Tardif (2008), Nóvoa (2000) e Huberman (2000). A pesquisa em questão é de abordagem qualitativa numa perspectiva crítica de base histórico-cultural que fez uso da metodologia de estudo de casos múltiplos, tendo sido realizada em dois momentos. Assim, para a construção dos dados empíricos da pesquisa, no primeiro momento foi utilizado como instrumento um questionário online através do formulário do Google e no segundo momento o instrumento da pesquisa foi a entrevista, realizada remotamente através da plataforma Zoom. Para analisar os dados do questionário utilizamos a análise temática proposta por Minayo (2014) e para os dados da entrevista fizemos uso da análise dialógica do discurso tomando por base os estudos de Bakhtin (2006, 2011). Em linhas gerais, os resultados mostraram que mesmo entendendo que a alfabetização e o letramento são processos diferentes, porém inseparáveis, as participantes da pesquisa ainda fazem confusão na definição dos dois conceitos, porém desenvolvem atividades fazendo uso dos dois processos. Percebeu-se ainda que predomina nas salas de aula das professoras entrevistadas o letramento autônomo, mas o letramento ideológico proposto por Street (2014) também aparece só que em menor escala. Esperamos com este trabalho ter contribuído para a reflexão docente de que as crianças aprendem melhor quando o objeto do conhecimento tem algum significado para elas e quando suas realidades de vida são levadas em consideração, isto não quer dizer que outras realidades não possam ser apresentadas, mas que o conhecimento do aluno e o contexto histórico cultural onde ele está inserido deve ser valorizado e explorado em situações de leitura e escrita desenvolvidas em sala de aula, configurando assim o letramento social.


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  • O presente estudo se propôs a investigar as concepções e práticas docentes sobre letramento social e suas relações com a alfabetização nas escolas públicas dos municípios de Camaragibe e Paulista – PE. Nessa perspectiva buscamos: Conhecer as práticas de letramento por meio de relatos de experiências de professoras dos anos iniciais que atuam em escolas da rede municipal de ensino de Camaragibe e Paulista –PE e analisar as concepções de letramento adotadas na prática pedagógica por professoras dos anos iniciais das duas redes de ensino. O trabalho foi embasado teoricamente em Street (2014), que dialogou com Rojo (2008), Tfouni (2010) e outros acerca do letramento. Apoiamo-nos em Smolka (2012) para falar da alfabetização como processo discursivo e trouxemos a visão de autores como Kleiman (2012), Rojo e Soares (2012 e 2022). No campo da linguagem como interação social tivemos como aporte teórico as concepções de Vigotsky (2000); e para tratar da formação docente buscamos teóricos como Tardif (2008), Nóvoa (2000) e Huberman (2000). A pesquisa em questão é de abordagem qualitativa numa perspectiva crítica de base histórico-cultural que fez uso da metodologia de estudo de casos múltiplos, tendo sido realizada em dois momentos. Assim, para a construção dos dados empíricos da pesquisa, no primeiro momento foi utilizado como instrumento um questionário online através do formulário do Google e no segundo momento o instrumento da pesquisa foi a entrevista, realizada remotamente através da plataforma Zoom. Para analisar os dados do questionário utilizamos a análise temática proposta por Minayo (2014) e para os dados da entrevista fizemos uso da análise dialógica do discurso tomando por base os estudos de Bakhtin (2006, 2011). Em linhas gerais, os resultados mostraram que mesmo entendendo que a alfabetização e o letramento são processos diferentes, porém inseparáveis, as participantes da pesquisa ainda fazem confusão na definição dos dois conceitos, porém desenvolvem atividades fazendo uso dos dois processos. Percebeu-se ainda que predomina nas salas de aula das professoras entrevistadas o letramento autônomo, mas o letramento ideológico proposto por Street (2014) também aparece só que em menor escala. Esperamos com este trabalho ter contribuído para a reflexão docente de que as crianças aprendem melhor quando o objeto do conhecimento tem algum significado para elas e quando suas realidades de vida são levadas em consideração, isto não quer dizer que outras realidades não possam ser apresentadas, mas que o conhecimento do aluno e o contexto histórico cultural onde ele está inserido deve ser valorizado e explorado em situações de leitura e escrita desenvolvidas em sala de aula, configurando assim o letramento social.

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  • LUÍS GUSTAVO DA COSTA PEREIRA
  • A PRÁTICA DOCENTE DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA PENITENCIÁRIA FEMININA DE ABREU E LIMA EM PERNAMBUCO: LIMITES E POSSIBILIDADES.

  • Orientador : MARCIA REGINA BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • VIVIANE DE BONA
  • MARIA DA CONCEIÇÃO VALENÇA DA SILVA
  • Data: 25/04/2023

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  • O ambiente de privação de liberdade apresenta diversos cenários para aquelas pessoas que adentram às prisões, várias regras devem ser seguidas, desde a entrada até a lotação da cela, além das hierarquias que precisam ser respeitadas. No entanto, uma perspectiva de recomeço surge quando o indivíduo com privação de liberdade encontra o caminho da escola, pois através das práticas educativas, da troca do conhecimento e da oportunidade de vida escolar é que surge um novo horizonte na vida do indivíduo. Por esse meio busca de encontrar novas possibilidades para reduzir a pena, por exemplo a remição pela Lei de Execução Penal. No ambiente escolar, diversos saberes escolares são apresentados com conteúdo diversificados no intuito de promover o desenvolvimento integral do aluno e o componente curricular Educação Física  presente na Proposta Curricular do Estado de Pernambuco na área de Linguagens, propõem uma oportunidade na aprendizagem através da cultura corporal do movimento através da prática docente do professor de educação física com a oferta do objetos de conhecimentos: brincadeiras e jogos, esporte, dança, luta, ginástica e práticas corporais de aventura. Esta pesquisa tem como objetivo compreender os limites e as possibilidades presentes na prática docente do professor de educação física lotado na Escola Estadual Irmã Dulce na Penitenciária Feminina de Abreu e Lima-PE. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de caráter exploratório, descritivo e analítico, através de um estudo de caso. A unidade de investigação da pesquisa será constituída de um professor de educação física com formação superior em Licenciatura em educação física lotado na Escola Estadual Irmã Dulce instalada na Penitenciária Feminina de Abreu e Lima – Pernambuco.


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  • VIVIAN ALVES SOUZA ANDRADE
  • Alfabetização no Programa Educar pra Valer: o que propõem os materiais para o ensino da leitura e da escrita no 2º ano do ensino fundamental?

  • Orientador : ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CATARINA DOS SANTOS PEREIRA CABRAL
  • ARTUR GOMES DE MORAIS
  • ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • Data: 28/04/2023

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  • A pesquisa objetivou analisar como ocorria a proposição das atividades destinadas ao ensino da leitura e da escrita, no ciclo de alfabetização, no 2º ano do Ensino Fundamental, do Programa Educar pra Valer. Para alcançar tal objetivo, buscamos, especificamente, identificar e categorizar as atividades de leitura e de apropriação da escrita alfabética propostas no material apostilado “Programa Educar pra valer”, analisar as orientações pedagógicas direcionadas aos professores no caderno de orientações didáticas e as concepções teórico-metodológicas contidas no material destinado à orientação dos professores. Dessa forma, tendo em vista os objetivos expostos, situamos esse estudo em uma abordagem qualitativa do tipo documental. Na produção e análise dos dados, a metodologia empregada está baseada na análise do conteúdo. Os resultados indicam que a concepção de alfabetização adotada pelo programa, mesmo não sendo visualizada explicitamente no material apostilado, ao analisar os dados observamos que defendem a perspectiva fônica de alfabetização, porém essa perspectiva foi visualizada nos cadernos destinados aos docentes, ao observar as orientações dadas aos professores sobre as atividades a serem realizadas. Quanto às concepções de professor, observamos que implicitamente, são tratados como mero executores de tarefas, os comandos existentes nos cadernos de orientações didáticas, são em sua maioria, com verbos no imperativo, não apoiam a autonomia do professor no planejamento didático e nas vivências das aulas.


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  • ADRIANO ALBINO DOS SANTOS
  • CONTRIBUIÇÕES DE TÉCNICAS TRANSPESSOAIS PARA SENTIRPENSAR PROCESSOS DE (TRANS)FORMAÇÃO HUMANA NA EDUCAÇÃO

  • Orientador : EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DJAILTON PEREIRA DA CUNHA
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MARLOS ALVES BEZERRA
  • Data: 28/04/2023

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    A educação, enquanto dispositivo central de constituição do humano na modernidade, vem sofrendo inúmeros questionamentos. No contraponto da psicologização da educação, a psicologia transpessoal mobiliza a ética da espiritualidade, como eixo agregador da trans/formação humana, e os seus princípios de equiprimacia da multidimensionalidade intrapessoal das dimensões básicas e transversais, da equipotencialidade das relações interpessoais, do enfrentamento às formas de hierarquizações racistas coloniais e aos atravessamentos da colonialidade, além da equipluralidade de possibilidades de cocriação transpessoal no surgimento de modos de vida ancorados no bem-viver. A prática das técnicas transpessoais resulta em uma reflexão sobre os modos de vida e escolhas existenciais que favorecem um maior comprometimento com o mundo da vida. O objetivo geral foi compreender em que medida as técnicas da perspectiva transpessoal aplicadas à educação favorecem os processos trans/formativos humanos multidimensionais e integrais. Especificamente: (1) mapear as principais técnicas desenvolvidas pela perspectiva transpessoal no campo acadêmico educacional brasileiro e (2) Sistematizar, a partir das técnicas da perspectiva transpessoal mapeadas, pistas de processos trans/formativos humanos para a educação e a psicologia transpessoal. Pesquisa qualitativa e exploratória que fez uso das fases da pesquisa bibliográfica proposta por Lakatos e Marconi na construção dos dados: a identificação, a localização, a compilação, os fichamentos, a análise e a interpretação dos dados e a redação. Do total de 230 trabalhos mapeados, 17 atenderam aos critérios de inclusão propostos. As técnicas mobilizadas pela perspectiva transpessoal no campo acadêmico educacional brasileiro foram mapeadas e analisadas no que diz respeito aos seus autores e às abordagens teóricas. Distribuídas no mapa integral dos Quatro Quadrantes do Kosmos da teoria wilberiana, houve uma prevalência de técnicas para o cuidado com os aspectos subjetivos e menos para atender as dimensões socioculturais. Três trabalhos apresentaram em suas intervenções técnicas direcionadas simultaneamente ao trabalho direto com aspectos subjetivo, objetivo, intersubjetivo e interobjetivo. Os três teóricos mais citados foram Ken Wilber, Stanislav Grof e Pierre Weil. As abordagens teóricas centram-se no enfoque neo-perenialista e não foram localizados trabalhos na abordagem de(s)colonial. A meditação e o relaxamento foram as técnicas mapeadas mais referendadas, sendo apresentados seus objetivos. Três macrocategorias de pistas para construção de processos trans/formativos humanos e para educação e psicologia transpessoal foram apresentadas: 1) de(s)colonizando o campo das técnicas transpessoais; 2) uma técnica verdadeiramente “integral não é apenas individual, mas também cultural, social, espiritual e política” e 3) a espiritualidade como um exercício de autode(s)colonização e as técnicas transpessoais como um modo de “sustentar o céu”.


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  • ZUMAR CLEIDE QUEIROZ DE OLIVEIRA
  • AFETIVIDADE: UMA ANÁLISE DAS HISTÓRIAS CONTEMPORÂNEAS VIVIDAS POR PROFESSORAS DA ESCOLA SANTA TERESA

  • Orientador : JOSE LUIS SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE LUIS SIMOES
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • ARNALDO MARTIN SZLACHTA JUNIOR
  • Data: 26/05/2023

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  • Esta dissertação analisa a relação entre afetividade e práticas docentes a partir das histórias contemporâneas vividas por professoras da Escola Santa Tereza, com foco no contexto político pandêmico do Covid-19. Teoricamente, trabalhamos com as bases epistemológicas do conceito de afetividade em Wallon (1879/1962) e Vygotsky, (1993/1998). Fundamentou-se, metodologicamente no campo da História Oral no sentido de visibilizar, à dimensão da memória no processo das práticas docentes no contexto aqui analisado, em que medida a dimensão da afetividade influência e interfere em tais práticas. O interesse por esse tema, por um lado, se articula aos fatores que tornam a afetividade uma questão reflexiva sobre a prática pedagógica; por outro, observações que diante de situações desafiadoras vivenciadas no chão da sala de aula, sentimentos, emoções, angústias e inquietações afetavam a práxis. Portanto, este trabalho tem como objetivo discutir, como a afetividade influência e interfere na prática docente das professoras que lecionam na Escola Santa Tereza, face o contexto contemporâneo? Os objetivos específicos: a) identificar os fatores que influenciam a afetividade; b) investigar a interferência da afetividade na prática docente perante o contexto contemporâneo e c) analisar os discursos das professoras em torno dos afetos. Conceituamos a afetividade na perspectiva de Vygotsky e Wallon. O primeiro, ao romper com a separação entre o pensamento e o afeto, emoção e razão, entende que as emoções passam por uma transição superior e simbólica, construída nas relações e onde é decisivo o papel do outro; e que neste sentido, a Base afetivo-volitivo articula de forma imbricada a relação entre contextos (históricos, sociais e culturais) e consciência dialética mediada pelas dimensões simbólicas e dos significados. Paro o segundo, a afetividade compreende o desenvolvimento humano e o núcleo integrador que processa as sensações e emoções acolhendo à sensibilidade interna que internaliza os acontecimentos externos e se integram as ações comportamentais, tanto positivas como negativas. A investigação sinalizou que o jogo das emoções revela vontades e interesses encobertos e movem estudantes a exteriorizarem expressões, sentimentos e emoções que contribuem para compreender os comportamentos. Reflexões, desafios e o adoecimento emocional dos docentes atrelados aos afetos e à pandemia do covid-19. A democratização da memória docente e as práticas educativas que marcam a vida de docentes e discentes, a ausência e presença de afetividade nas relações e as capacidades das práticas afetivas, dentre outras discussões. Ao longo dessa dissertação, foi possível perceber que a afetividade contribui para potencializar as relações educacionais, a autoestima, superação e resiliência. Neste sentido, propomos uma análise reflexiva da afetividade que resignifica à prática docente.

     


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  • SOLANGE REGINA HOLANDA LASALVIA
  • A FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE EM AMBIENTE PRISIONAL: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLA ESTADUAL IRMÃ DULCE

  • Orientador : MARCIA REGINA BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • MARIA DA CONCEIÇÃO VALENÇA DA SILVA
  • REJANE DIAS DA SILVA MORAIS
  • Data: 29/05/2023

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  • A presente pesquisa de natureza qualitativa através de um estudo de caso teve como objetivo analisar as contribuições da formação continuada para os professores que lecionam na Escola Estadual Irmã Dulce, que se encontra inserida dentro da Penitenciária Feminina de Abreu e Lima – PE. Trouxe como objetivos específicos, identificar o perfil profissional dos professores que atuam na unidade; verificar como ocorre o processo de formação continuada dos professores; apurar a percepção dos professores quanto a importância do processo de formação continuada em sua atuação com sujeitos privados de liberdade; apresentar possibilidades que visem melhorias para a formação dos professores que atuam nos estabelecimentos penais. Em relação à metodologia, trata-se de um estudo exploratório descritivo, que utilizou como instrumentos para coleta de dados um questionário sociodemográfico, uma entrevista em profundidade, para além da análise de documentos que tenham relação com a formação continuada de professores e a EJA em ambiente prisional. Quanto aos sujeitos que participaram dessa investigação, entrevistamos professores que atuam na Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual Irmã Dulce, num total de oito docentes. As marcas encontradas nos achados da pesquisa, apontam para a não necessidade de uma formação continuada específica para o ingresso dos docentes em escolas situadas em ambiente prisional e que aqueles que adentraram o fizeram por livre escolha. Quanto à formação continuada de professores, os sujeitos afirmaram que as formações institucionais não privilegiam a EJA em espaço prisional, que há carência de formações, tanto da modalidade, como desta sendo trabalhada em um espaço repleto de especificidades. Já em relação às suas experiências formativas no dia a dia da sala de aula, os docentes demonstraram a construção e desenvolvimento de sentimentos como a empatia e humanização no seu fazer pedagógico. Desta feita, essa dissertação propõe uma nova proposta de formação continuada para os docentes que atuem em escolas situadas em estabelecimentos prisionais, na perspectiva de promover uma educação transformadora e emancipadora dos sujeitos privados de liberdade.


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  • CLESIVALDO DA SILVA
  • A IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL CAMPUS DE ARAPIRACA.

  • Orientador : ASSIS LEAO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ASSIS LEAO DA SILVA
  • KATIA SILVA CUNHA
  • RODRIGO DA SILVA PEREIRA
  • Data: 30/05/2023

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  • As políticas sobre relações étnico-raciais ganharam protagonismo a partir do ano de 2002, no governo de Luís Inácio Lula da Silva. As políticas surgem a partir do reconhecimento do problema público que é o racismo, a partir disso inicia-se o processo de construção de políticas públicas no campo: saúde, educação, emprego, moradia, entre outros. Essas políticas têm por objetivo promover a igualdade racial e reconhecimento da população negra no Brasil. As políticas de educação étnico-racial são implementadas na Educação Básica por meio da Lei nº 10.639/2003, e chegam ao Ensino Superior por meio da Lei nº 11.645/2008. Dessa maneira, este projeto de pesquisa busca avaliar a implementação da Política de Educação para as Relações Étnico-Raciais nos Projetos Pedagógicos de Cursos de Licenciatura na Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. A pesquisa possui abordagem qualitativa de natureza básica e, quanto ao tipo, classifica-se como descritiva e exploratória. Para instrumentos de coleta de dados será utilizado a pesquisa bibliográfica documental e aplicação de entrevistas semiestruturadas com os coordenadores dos cursos, núcleo docente estruturante, representante dos discentes no colegiado dos cursos investigados, representantes da coordenadoria de graduação e diretora do NEABI, a fim de analisar a compreensão desses sujeitos em relação à política de educação étnico-racial e sua implementação na instituição. Para análise do corpus documental e das informações/dados obtidos pela aplicação das entrevistas semiestruturadas, será utilizado o método de análise de conteúdo, proposto por Bardin (2016). Por fim, esta pesquisa pretende a partir do alcance de seus objetivos, contribuir para os estudos sobre implementação de políticas educacionais, bem como, tornando um documento orientador/balizador para discussão do processo de implementação da política de educação étnico-racial na UFAL.  


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  • As políticas sobre relações étnico-raciais ganharam protagonismo a partir do ano de 2002, no governo de Luís Inácio Lula da Silva. As políticas surgem a partir do reconhecimento do problema público que é o racismo, a partir disso inicia-se o processo de construção de políticas públicas no campo: saúde, educação, emprego, moradia, entre outros. Essas políticas têm por objetivo promover a igualdade racial e reconhecimento da população negra no Brasil. As políticas de educação étnico-racial são implementadas na Educação Básica por meio da Lei nº 10.639/2003, e chegam ao Ensino Superior por meio da Lei nº 11.645/2008. Dessa maneira, este projeto de pesquisa busca avaliar a implementação da Política de Educação para as Relações Étnico-Raciais nos Projetos Pedagógicos de Cursos de Licenciatura na Universidade Federal de Alagoas, Campus Arapiraca. A pesquisa possui abordagem qualitativa de natureza básica e, quanto ao tipo, classifica-se como descritiva e exploratória. Para instrumentos de coleta de dados será utilizado a pesquisa bibliográfica documental e aplicação de entrevistas semiestruturadas com os coordenadores dos cursos, núcleo docente estruturante, representante dos discentes no colegiado dos cursos investigados, representantes da coordenadoria de graduação e diretora do NEABI, a fim de analisar a compreensão desses sujeitos em relação à política de educação étnico-racial e sua implementação na instituição. Para análise do corpus documental e das informações/dados obtidos pela aplicação das entrevistas semiestruturadas, será utilizado o método de análise de conteúdo, proposto por Bardin (2016). Por fim, esta pesquisa pretende a partir do alcance de seus objetivos, contribuir para os estudos sobre implementação de políticas educacionais, bem como, tornando um documento orientador/balizador para discussão do processo de implementação da política de educação étnico-racial na UFAL.  

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  • DAYANE MARQUES DA SILVA
  • Concepções sobre o ensino da leitura e da escrita e as implicações sobre o tratamento da heterogeneidade nos anos iniciais do ensino fundamental e Políticas de Alfabetização. 

  • Orientador : TELMA FERRAZ LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA DE MELO LIMA
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • TELMA FERRAZ LEAL
  • Data: 31/05/2023

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  •  Esta dissertação teve como objetivo analisar as concepções subjacentes ao Pacto Nacional pela idade certa (PNAIC), à Política Nacional de Alfabetização, ao Programa Tempo de Aprender, e ao Programa Criança Alfabetizada sobre alfabetização e as implicações sobre o tratamento da heterogeneidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para alcançar tal objetivo, realizamos o mapeamento das concepções de alfabetização e das estratégias sugeridas para lidar com a heterogeneidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental nos documentos que norteiam as políticas supracitadas, identificando suas aproximações e distanciamentos. Utilizamos como aportes teóricos abordagens sociointeracionistas e autores da abordagem da alfabetização na perspectiva do letramento. Com uma abordagem qualitativa, utilizamos como procedimentos metodológicos a pesquisa documental e na análise dos dados, a metodologia usada foi a análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram que na Política Nacional de Alfabetização e no Programa Tempo de Aprender a concepção da Alfabetização declarada é de alfabetização como aprendizagem do código alfabético, com orientações didáticas repetitivas e padronizadas, sem consideração da diversidade de modos de aprender, ritmos das crianças e níveis de aprendizagem, uniformizando os aprendizes. Nos documentos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e do Programa Criança Alfabetizada prevalece a abordagem da Alfabetização na Perspectiva do letramento, com a defesa do aluno como sujeito ativo na aprendizagem da leitura e da escrita, assim como proposições de que a alfabetização deve ocorrer de modo contextualizado às vivências sociais dos estudantes, em uma abordagem interdisciplinar. O Sistema de Escrita Alfabética é considerado um sistema notacional e são defendidas práticas em que o aprendiz possa entender e refletir sobre seu funcionamento. Assim, leva-se em consideração o contexto social dos estudantes, propondo a utilização de textos que circulam na sociedade, sem minimizar a importância do ensino do sistema notacional de modo sistemático, problematizador e lúdico. Em relação à heterogeneidade, propõem variadas estratégias para lidar tanto com questões relativas às identidades sociais quanto com as diferenças de níveis de conhecimento.


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  •  Esta dissertação teve como objetivo analisar as concepções subjacentes ao Pacto Nacional pela idade certa (PNAIC), à Política Nacional de Alfabetização, ao Programa Tempo de Aprender, e ao Programa Criança Alfabetizada sobre alfabetização e as implicações sobre o tratamento da heterogeneidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para alcançar tal objetivo, realizamos o mapeamento das concepções de alfabetização e das estratégias sugeridas para lidar com a heterogeneidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental nos documentos que norteiam as políticas supracitadas, identificando suas aproximações e distanciamentos. Utilizamos como aportes teóricos abordagens sociointeracionistas e autores da abordagem da alfabetização na perspectiva do letramento. Com uma abordagem qualitativa, utilizamos como procedimentos metodológicos a pesquisa documental e na análise dos dados, a metodologia usada foi a análise de conteúdo. Os resultados evidenciaram que na Política Nacional de Alfabetização e no Programa Tempo de Aprender a concepção da Alfabetização declarada é de alfabetização como aprendizagem do código alfabético, com orientações didáticas repetitivas e padronizadas, sem consideração da diversidade de modos de aprender, ritmos das crianças e níveis de aprendizagem, uniformizando os aprendizes. Nos documentos do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa e do Programa Criança Alfabetizada prevalece a abordagem da Alfabetização na Perspectiva do letramento, com a defesa do aluno como sujeito ativo na aprendizagem da leitura e da escrita, assim como proposições de que a alfabetização deve ocorrer de modo contextualizado às vivências sociais dos estudantes, em uma abordagem interdisciplinar. O Sistema de Escrita Alfabética é considerado um sistema notacional e são defendidas práticas em que o aprendiz possa entender e refletir sobre seu funcionamento. Assim, leva-se em consideração o contexto social dos estudantes, propondo a utilização de textos que circulam na sociedade, sem minimizar a importância do ensino do sistema notacional de modo sistemático, problematizador e lúdico. Em relação à heterogeneidade, propõem variadas estratégias para lidar tanto com questões relativas às identidades sociais quanto com as diferenças de níveis de conhecimento.

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  • MORGANA MARCELLY COSTA MARQUES
  • EDUCAÇÃO EMOCIONAL PARA FORMAÇÃO HUMANA: sentidos formativos de uma experiência educativa no Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - Campus Recife.

  • Orientador : EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELISA PEREIRA GONSALVES
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • EZIR GEORGE SILVA
  • Data: 05/06/2023

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  • A vulnerabilidade e a crescente dificuldade em lidar com questões emocionais deu origem a inúmeras propostas de Educação Emocional orientadas por uma lógica neoliberal e que tratam o tema de forma superficial e instrumentalizada. O trabalho pedagógico voltado para essa dimensão constitui parte indispensável do processo de Formação Humana e, por isso, deve ser disputada a partir dos pressupostos da multidimensionalidade e da integralidade. O desenvolvimento de uma proposta pedagógica de Educação Emocional voltada para humanização em instituição educacional tecnológica, fortemente marcada pela posição hegemônica do modelo reducionista-cognitivista, indica que é possível ampliar o escopo de atuação pedagógica e resistir à lógica racionalista. Com o propósito dar suporte teórico à investigação do fenômeno da Educação Emocional para Formação Humana foram adotadas a Teoria da Multidimensionalidade (RÖHR, 2013), associada à concepção de inter-humano (BUBER, 1982) e a proposta de Educação Emocional (CASASSUS, 2009), numa perspectiva de Formação Humana (RÖHR, 2011b; BUBER, 2011). O estudo tem como objetivo geral compreender aspectos da Educação Emocional para Formação Humana em uma disciplina de relações interpessoais, em um curso tecnológico de um Instituto Federal pernambucano. Objetiva-se, especificamente, apresentar o Estado da Arte da pesquisa produzida sobre Educação Emocional articulada à perspectiva da Formação Humana no período de 1998 a 2019 no contexto da pós-graduação brasileira; analisar aspectos práticos da Educação Emocional para Formação Humana em uma turma do componente curricular de Relações Interpessoais do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFPE - Campus Recife, a partir de relatos dos estudantes e da observação participante da pesquisadora; e desvelar sentidos formativos que contribuam para a perspectiva de Educação Emocional para Formação Humana. Trata-se de uma pesquisa exploratória, qualitativa, realizada com estudantes do componente de Relações Interpessoais Socioambientais, ministradas no curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal Tecnológico de Pernambuco-Campus Recife. A construção dos dados da pesquisa de campo se deu por meio da observação participante, ancorada no diário da pesquisadora, e da análise fenomenológica dos exercícios reflexivos e relatos dos estudantes sobre as contribuições da disciplina. Dentre os achados do estudo, o levantamento do Estado da Arte apontou um campo a ser desbravado, situando a Educação Emocional para Formação Humana como um foco de resistência, que depende de novas pesquisas que apliquem seus pressupostos teóricos para contribuir com a área e com o processo de humanização dos indivíduos. A rede de significados, construída numa perspectiva multidimensional, apontou a inconsciência emocional, a experiência relacional, a consciência emocional e a compreensão emocional como tópicos abrangentes constitutivos da estrutura do fenômeno. Os sentidos formativos apontaram que o encontro pedagógico, ancorado numa relação de crescimento mútuo, favoreceu a aproximação dos indivíduos das perspectivas da integralidade e da intersubjetividade. A Educação Emocional para Formação Humana expressou seu potencial para resgate de nossa humanidade por meio da integração emocional multidimensional, orientada por um sentido de vida a serviço do mundo.


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  • A vulnerabilidade e a crescente dificuldade em lidar com questões emocionais deu origem a inúmeras propostas de Educação Emocional orientadas por uma lógica neoliberal e que tratam o tema de forma superficial e instrumentalizada. O trabalho pedagógico voltado para essa dimensão constitui parte indispensável do processo de Formação Humana e, por isso, deve ser disputada a partir dos pressupostos da multidimensionalidade e da integralidade. O desenvolvimento de uma proposta pedagógica de Educação Emocional voltada para humanização em instituição educacional tecnológica, fortemente marcada pela posição hegemônica do modelo reducionista-cognitivista, indica que é possível ampliar o escopo de atuação pedagógica e resistir à lógica racionalista. Com o propósito dar suporte teórico à investigação do fenômeno da Educação Emocional para Formação Humana foram adotadas a Teoria da Multidimensionalidade (RÖHR, 2013), associada à concepção de inter-humano (BUBER, 1982) e a proposta de Educação Emocional (CASASSUS, 2009), numa perspectiva de Formação Humana (RÖHR, 2011b; BUBER, 2011). O estudo tem como objetivo geral compreender aspectos da Educação Emocional para Formação Humana em uma disciplina de relações interpessoais, em um curso tecnológico de um Instituto Federal pernambucano. Objetiva-se, especificamente, apresentar o Estado da Arte da pesquisa produzida sobre Educação Emocional articulada à perspectiva da Formação Humana no período de 1998 a 2019 no contexto da pós-graduação brasileira; analisar aspectos práticos da Educação Emocional para Formação Humana em uma turma do componente curricular de Relações Interpessoais do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do IFPE - Campus Recife, a partir de relatos dos estudantes e da observação participante da pesquisadora; e desvelar sentidos formativos que contribuam para a perspectiva de Educação Emocional para Formação Humana. Trata-se de uma pesquisa exploratória, qualitativa, realizada com estudantes do componente de Relações Interpessoais Socioambientais, ministradas no curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal Tecnológico de Pernambuco-Campus Recife. A construção dos dados da pesquisa de campo se deu por meio da observação participante, ancorada no diário da pesquisadora, e da análise fenomenológica dos exercícios reflexivos e relatos dos estudantes sobre as contribuições da disciplina. Dentre os achados do estudo, o levantamento do Estado da Arte apontou um campo a ser desbravado, situando a Educação Emocional para Formação Humana como um foco de resistência, que depende de novas pesquisas que apliquem seus pressupostos teóricos para contribuir com a área e com o processo de humanização dos indivíduos. A rede de significados, construída numa perspectiva multidimensional, apontou a inconsciência emocional, a experiência relacional, a consciência emocional e a compreensão emocional como tópicos abrangentes constitutivos da estrutura do fenômeno. Os sentidos formativos apontaram que o encontro pedagógico, ancorado numa relação de crescimento mútuo, favoreceu a aproximação dos indivíduos das perspectivas da integralidade e da intersubjetividade. A Educação Emocional para Formação Humana expressou seu potencial para resgate de nossa humanidade por meio da integração emocional multidimensional, orientada por um sentido de vida a serviço do mundo.

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  • RAQUEL BARRETO QUERINO DA SILVA
  • EDUCAÇÃO DAS MULHERES NAS CONSTITUIÇÕES E LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA (1824 – 1988): entre debates e prescrições. 

  • Orientador : RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MARTA MARIA DE ARAÚJO
  • RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • Data: 30/06/2023

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  • Entre os anos de 1824, data de publicação da primeira Constituição brasileira e 1988, ano em que foi outorgada a “Constituição Cidadã”, o Brasil vivenciou diversas transformações políticas e sociais. “Entre o Império e a República” muitos foram os debates e as prescrições legais que foram estabelecidas para a sociedade brasileira e, consequentemente, para a educação nacional. Neste sentido, este trabalho busca compreender como se deu a institucionalização da educação feminina no período citado a partir das prescrições legais, aqui personificadas pelas Constituições Federais e legislações educacionais de alcance nacional. De modo que os objetivos cumpridos ao longo dessa dissertação se concentraram em identificar como a legislação brasileira e as discussões que a envolvem pode ajudar na compreensão da educação das mulheres, mapear o que se propunha para a educação das mulheres a partir da legislação e, ainda, analisar como se deu a institucionalização da educação das mulheres a partir da prescrição legislativa com base nos índices censitários. Na perspectiva da História da Educação associada à História das Mulheres, foram teóricos que auxiliaram nas análises e interpretações: Michelle Perrot (2019), Faria Filho (1998), Carlos Cury (2014) e Eric Hobsbawm (1997). A metodologia utilizada neste trabalho associou a pesquisa bibliográfica com a pesquisa documental, uma vez que nos debruçamos em artigos científicos, teses, dissertações, atas das reuniões legislativas, legislações brasileiras e jornais, as Constituições Federais, Legislações Nacionais voltadas para a educação, Atas das reuniões legislativas e em censos educacionais e populacionais disponíveis em acervos virtuais. De modo que por meio do método da investigação histórica, foram desveladas as proposições legais direcionadas à educação das mulheres no país e o resultado contempla para além dos desdobramentos sociais, como as mulheres passaram a se inserir no campo educacional, os frutos dos investimentos legais que apontam para uma crescente participação das mulheres em todos os níveis de ensino, inclusive na superação dos homens desde a década de 1990, bem como a sua inserção no espaço público, ora como profissionais, ora como políticas com mandatos. 


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  • DANIELE MARIA SOARES DE CARVALHO
  • PROFESSORAS NEGRAS E DOCÊNCIA: PRÁTICAS DE VALORIZAÇÃO DO PERTENCIMENTO ÉTNICO-RACIAL NO ESPAÇO ESCOLAR

  • Orientador : MARIA ELIETE SANTIAGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA ELIETE SANTIAGO
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • DENISE MARIA BOTELHO
  • Data: 06/07/2023

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  • A pesquisa desenvolvida no Núcleo de Formação de Professores e Prática Pedagógica, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco trata da prática docente-discente de valorização do pertencimento étnico-racial nos anos iniciais do ensino fundamental, em uma perspectiva crítica (FREIRE, 2019, 2020a, 2020b; SOUZA, 2009). O estudo objetivou compreender as práticas de valorização do pertencimento étnico-racial das/os docentes-discentes no contexto escolar. Especificamente, propôs-se analisar como as práticas pedagógicas docente-discente contribuiu para a percepção do pertencimento étnico-racial dos estudantes; identificar possíveis articulações entre a construção de práticas de valorização do pertencimento étnico-racial e o enfrentamento ao racismo; analisar práticas de valorização do pertencimento étnico-racial elaboradas pelas professoras que possibilitem a construção de uma autoimagem positiva das/os estudantes. Tomamos como categorias analítica currículo, prática pedagógica docente-discente e valorização étnico-racial, as quais deram sustentabilidade teórica ao trabalho. Currículo sustentado por Freire (2019, 2020a, 2020b); Santiago (1998); Carvalho (2019), como projeto político e coletivo de sociedade, relacionado a vida da escola e articulado a um contexto sócio-histórico. A prática pedagógica, como uma ação coletiva específica que se desenvolve numa instituição seguindo objetivos para se alcançar uma finalidade e que se desenvolve num contexto, que legaliza e legitima o exercício profissional foi referenciada nos estudos de Souza (2009). Para a prática pedagógica docente-discente buscamos Souza (2009), Freire (2019, 2020a, 2020b); Santiago e Batista Neto (2016). A discussão da valorização do pertencimento étnico-racial foi referenciada nos estudos de Cavalleiro (2001); Munanga (2004); Silva (2013); Silva (2018); Gomes (1995, 1997, 2001, 2003, 2017). A opção teórico-metodológica pautou-se na abordagem qualitativa. Foram eleitas como sujeitas da pesquisa docentes em exercício, responsáveis por turmas dos anos iniciais do ensino fundamental em instituições públicas de ensino da Região Metropolitana do Recife. O questionário e a entrevista semiestruturada foram utilizados para coleta e produção dos dados, organizados e tratados a partir da Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin (2016). O estudo evidenciou a valorização do pertencimento étnico-racial como processo construído a partir de vivências individuais e coletivas, relacionado a compreensão e afirmação da identidade racial. As professoras participantes da pesquisa revelaram-se profissionais reflexivas, que ressignificaram suas práticas ao assumirem um compromisso político-pedagógico com vistas ao desenvolvimento da valorização do pertencimento étnico-racial no espaço escolar. As iniciativas das participantes organizaram-se em atitudes pedagógicas, mediadas pela literatura e por atividades didáticas que contribuíram para o desenvolvimento de um pensamento positivo sobre a cultura africana e afro-brasileira. A pesquisa apontou que a construção da prática pedagógica docente-discente voltada à formação humana, numa perspectiva antirracista, encontrou subsídios e estrutura na Lei 10.639/2003, que oportunizou o combate ao racismo efetivando a valorização étnico-racial.


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  • A pesquisa desenvolvida no Núcleo de Formação de Professores e Prática Pedagógica, do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco trata da prática docente-discente de valorização do pertencimento étnico-racial nos anos iniciais do ensino fundamental, em uma perspectiva crítica (FREIRE, 2019, 2020a, 2020b; SOUZA, 2009). O estudo objetivou compreender as práticas de valorização do pertencimento étnico-racial das/os docentes-discentes no contexto escolar. Especificamente, propôs-se analisar como as práticas pedagógicas docente-discente contribuiu para a percepção do pertencimento étnico-racial dos estudantes; identificar possíveis articulações entre a construção de práticas de valorização do pertencimento étnico-racial e o enfrentamento ao racismo; analisar práticas de valorização do pertencimento étnico-racial elaboradas pelas professoras que possibilitem a construção de uma autoimagem positiva das/os estudantes. Tomamos como categorias analítica currículo, prática pedagógica docente-discente e valorização étnico-racial, as quais deram sustentabilidade teórica ao trabalho. Currículo sustentado por Freire (2019, 2020a, 2020b); Santiago (1998); Carvalho (2019), como projeto político e coletivo de sociedade, relacionado a vida da escola e articulado a um contexto sócio-histórico. A prática pedagógica, como uma ação coletiva específica que se desenvolve numa instituição seguindo objetivos para se alcançar uma finalidade e que se desenvolve num contexto, que legaliza e legitima o exercício profissional foi referenciada nos estudos de Souza (2009). Para a prática pedagógica docente-discente buscamos Souza (2009), Freire (2019, 2020a, 2020b); Santiago e Batista Neto (2016). A discussão da valorização do pertencimento étnico-racial foi referenciada nos estudos de Cavalleiro (2001); Munanga (2004); Silva (2013); Silva (2018); Gomes (1995, 1997, 2001, 2003, 2017). A opção teórico-metodológica pautou-se na abordagem qualitativa. Foram eleitas como sujeitas da pesquisa docentes em exercício, responsáveis por turmas dos anos iniciais do ensino fundamental em instituições públicas de ensino da Região Metropolitana do Recife. O questionário e a entrevista semiestruturada foram utilizados para coleta e produção dos dados, organizados e tratados a partir da Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin (2016). O estudo evidenciou a valorização do pertencimento étnico-racial como processo construído a partir de vivências individuais e coletivas, relacionado a compreensão e afirmação da identidade racial. As professoras participantes da pesquisa revelaram-se profissionais reflexivas, que ressignificaram suas práticas ao assumirem um compromisso político-pedagógico com vistas ao desenvolvimento da valorização do pertencimento étnico-racial no espaço escolar. As iniciativas das participantes organizaram-se em atitudes pedagógicas, mediadas pela literatura e por atividades didáticas que contribuíram para o desenvolvimento de um pensamento positivo sobre a cultura africana e afro-brasileira. A pesquisa apontou que a construção da prática pedagógica docente-discente voltada à formação humana, numa perspectiva antirracista, encontrou subsídios e estrutura na Lei 10.639/2003, que oportunizou o combate ao racismo efetivando a valorização étnico-racial.

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  • JOSE RONIERO DIODATO
  • REPERCUSSÕES DAS POLÍTICAS DE INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO DE SURDOS: VOZES QUE ECOAM EM SILÊNCIO.

  • Orientador : ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • PATRÍCIA MARIA UCHOA SIMÕES
  • WILMA PASTOR DE ANDRADE SOUSA
  • Data: 13/07/2023

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  • Problematizar as políticas de inclusão destinadas ao público surdo é o cerne
    desta pesquisa, de cunho qualitativo, cujos questionamentos nos
    direcionaram para uma análise sociopolítica das práticas das políticas no
    contexto escolar. Desse modo, como objetivo geral, analisamos as
    implicações das políticas de inclusão na trajetória escolar de estudantes
    surdos. Os caminhos que trilhamos para este fim, nos conduziram, enquanto
    objetivos específicos, a analisar aspectos marcantes que promoveram a
    inclusão na trajetória escolar de estudantes surdos; caracterizar como os
    estudantes surdos compreendem a sua inclusão no contexto escolar; e
    relacionar como as políticas de inclusão são potencializadas a partir da voz
    dos estudantes surdos. Como subsídios teórico-metodológicos da pesquisa,
    apoiamo-nos no debate a respeito da constituição da identidade dos sujeitos
    surdos, pautados em Hall (2006), bem como na concepção da surdez não
    mais como deficiência, mas enquanto diferença linguística, ideológica,
    cultural, política e identitária (SKLIAR, 2001; LULKIN, 2001; PERLIN, 1998) e

    sobre a colonização e descolonização do sujeito surdo ao longo da história,

    na perspectiva de Ladd (1998; 2002; 2013), com base no conceito de
    Deafhood. Como campo de pesquisa, escolhemos duas escolas da rede
    estadual de ensino da cidade do Recife, selecionadas por sua tradição no
    atendimento a estudantes surdos e realizamos entrevista com seis sujeitos
    surdos, matriculados entre as turmas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio.
    Como suporte para a análise das políticas, nos baseamos no Ciclo de
    Políticas a partir de Ball et al (2016) e Mainardes (2006). Desse modo, foi
    oportunizado aos sujeitos surdos externar suas “vozes silenciadas”,
    angústias e impactos das políticas de inclusão em sua trajetória escolar. Os
    resultados apontaram a necessidade de se repensar as políticas de inclusão
    de modo a permitir que o estudante surdo esteja inserido na educação
    bilíngue desde a educação infantil até o ensino médio, no sentido de eliminar
    barreiras previsíveis em seu percurso escolar, embora saibamos da
    dinamicidade da educação e das especificidades de cada sujeito. Por mais
    que tenha havido resistência inexorável por parte dos representantes
    políticos e autoridades educacionais, no que se refere à formulação de
    políticas educacionais para o público surdo, numa constante oscilação de
    ideias, foi possível constatar que na perspectiva inclusiva, a educação
    especial mostra-se restrita, por um lado e, por outro, as políticas linguísticas
    pautadas na modalidade da educação bilíngue de surdos deve prevalecer,
    levando em consideração o ambiente escolar que recebe o sujeito surdo. Os
    dados levantados, por meio das mãos dos estudantes que ecoaram em
    silêncio, repercutem o valor da educação bilingue enquanto política publica,
    corroborando nossa suposição de pesquisa.


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  • KARINA SANTOS DO NASCIMENTO
  • ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO NA CIDADE DO RECIFE 

  • Orientador : JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • LUIZ FERNANDES DOURADO
  • Data: 31/07/2023

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  • O presente trabalho teve por objetivo compreender a atuação do Ministério Público no enfrentamento da evasão escolar na rede municipal de ensino do Recife, por meio da análise da sua atuação  na garantia do direito à educação, particularmente através do projeto Verificação Oficial Limitadora das Taxas de Evasão e Infrequência (VOLTEI) como ação pública. O projeto VOLTEI é uma proposta do Ministério Público realizada pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Defesa do Direito Humano à Educação (CAOP Educação), órgão pertencente a este Ministério. Trata-se de uma iniciativa que se volta para a garantia do direito à educação desenvolvida pelo poder judiciário. Situamos nossa dissertação no campo das Ciências Sociais e Humanas ou mesmo Ciências do Homem, para tanto adotamos a abordagem qualitativa. A primeira fase da pesquisa foi o levantamento e análise da legislação ligada ao direito à educação, entre as quais: CF (1988), ECA (1990), LDBN (1996), entre outras. Na segunda fase foi realizado o levantamento de documento diretamente ligado ao Projeto VOLTEI; a terceira fase foi a fonte representada pela obtenção de dados através de entrevistas e questionário em um total de 7 sujeitos, 2 do MPPE, 2 da Secretaria de Educação do Recife e 3 Gestores Escolares da rede municipal de Recife. Os resultados revelam, entre os documentos do projeto VOLTEI, as participações das instituições responsáveis pela garantia do direito humano à educação, possuindo papéis diferentes. Nos questionários verificou-se que os gestores consideram o VOLTEI um instrumento importante no enfrentamento à evasão escolar. Contudo, ressaltam dificuldades na falta de retorno das instituições sobre os casos que são registrados na Ficha VOLTEI, fazem referencia justamente a frágil responsabilidade partilhada sinalizada na Cartilha VOLTEI. Nas entrevistas, verificou-se que na SEDUC chegam apenas dados estatísticos sobre infrequência e evasão, e as ações que foram encaminhadas. Assim, a atuação do VOLTEI no município de Recife se manifesta com forte protagonismo dos municípios, sobretudo dos gestores escolares e professores.

    O presente trabalho teve por objetivo compreender a atuação do Ministério Público no enfrentamento da evasão escolar na rede municipal de ensino do Recife, por meio da análise da sua atuação  na garantia do direito à educação, particularmente através do projeto Verificação Oficial Limitadora das Taxas de Evasão e Infrequência (VOLTEI) como ação pública. O projeto VOLTEI é uma proposta do Ministério Público realizada pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Defesa do Direito Humano à Educação (CAOP Educação), órgão pertencente a este Ministério. Trata-se de uma iniciativa que se volta para a garantia do direito à educação desenvolvida pelo poder judiciário. Situamos nossa dissertação no campo das Ciências Sociais e Humanas ou mesmo Ciências do Homem, para tanto adotamos a abordagem qualitativa. A primeira fase da pesquisa foi o levantamento e análise da legislação ligada ao direito à educação, entre as quais: CF (1988), ECA (1990), LDBN (1996), entre outras. Na segunda fase foi realizado o levantamento de documento diretamente ligado ao Projeto VOLTEI; a terceira fase foi a fonte representada pela obtenção de dados através de entrevistas e questionário em um total de 7 sujeitos, 2 do MPPE, 2 da Secretaria de Educação do Recife e 3 Gestores Escolares da rede municipal de Recife. Os resultados revelam, entre os documentos do projeto VOLTEI, as participações das instituições responsáveis pela garantia do direito humano à educação, possuindo papéis diferentes. Nos questionários verificou-se que os gestores consideram o VOLTEI um instrumento importante no enfrentamento à evasão escolar. Contudo, ressaltam dificuldades na falta de retorno das instituições sobre os casos que são registrados na Ficha VOLTEI, fazem referencia justamente a frágil responsabilidade partilhada sinalizada na Cartilha VOLTEI. Nas entrevistas, verificou-se que na SEDUC chegam apenas dados estatísticos sobre infrequência e evasão, e as ações que foram encaminhadas. Assim, a atuação do VOLTEI no município de Recife se manifesta com forte protagonismo dos municípios, sobretudo dos gestores escolares e professores.


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  • PATRÍCIA TAVARES DE ARAUJO
  • EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: ações desenvolvidas pelo Patronato Penitenciário junto às pessoas egressas do Sistema Prisional de Pernambuco

  • Orientador : KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOHN MATEUS BARBOSA
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • VALERIA NEPOMUCENO TELES DE MENDONCA
  • Data: 03/08/2023

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  • De acordo com a Lei de Execução Penal (LEP), o Patronato Penitenciário surgiu com o intuito de assegurar o atendimento às pessoas egressas da prisão. A listagem de atribuições a ele conferidas indicam a assistência jurídica, integral e gratuita aos egressos, de acordo com o artigo 78 daquela legislação. Em Pernambuco, o Patronato oferta o atendimento social, psicológico, jurídico, educacional bem como a qualificação para o trabalho do público egresso. Embora estas ações estejam previstas tanto na LEP quanto no Plano Estadual de Educação para a População Privada de Liberdade e Egressa do Sistema Prisional de Pernambuco, são difusas, fragmentadas e de baixa sustentação uma vez que se inscrevem na lógica da formação de habilidades e competências conformadas aos ditames do mercado. Diante do exposto, definimos como problema da pesquisa: Quais as ações desenvolvidas pelo Patronato Penitenciário de Pernambuco, no terreno da educação e qualificação profissional, junto aos(as) egressos(as) acompanhados(as)?. O estudo se fundamenta no materialismo histórico-dialético por entendermos que o objeto investigado está imerso numa realidade dinâmica, permeada por contradições e intensas disputas entre as classes sociais. Em termos metodológicos, realizamos pesquisa bibliográfica, composição documental além de entrevistas semiestruturadas com profissionais do Patronato Penitenciário. A pesquisa aponta a concepção dual e polivalente das ações educacionais voltadas ao público egresso, cujos conteúdos rápidos e carregados de um tecnicismo atendem às determinações do capital financeirizado. A mística da educação profissionalizante, presente no material analisado, está em consonância com as novas determinações nesse campo, que sugerem formações de curta duração, apenas em nível básico e adaptáveis às necessidades imediatas do mercado.


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  • RAFAELA RIBEIRO DE LIMA
  • O PROGRAMA DE RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA E OS IMPACTOS PARA A FORMAÇÃO DOCENTE INICIAL NA PERSPECTIVA DOS PARTICIPANTES

  • Orientador : MARCIA REGINA BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • VIVIANE DE BONA
  • VALERIA CAMPOS CAVALCANTE
  • Data: 21/08/2023

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  • Ser professor é um desafio diário. Inserir o estudante em formação, no seu campo de atuação profissional e buscar formas para que ele acompanhe a rotina escolar, articulando a teoria e a prática, são alguns dos objetivos do Programa de Residência Pedagógica. A partir desses preceitos formativos docentes, o presente trabalho teve por objetivo geral compreender como os participantes do Programa de Residência Pedagógica (PRP), percebem a influência do programa para a formação docente. Como objetivos específicos tivemos: Compreender a percepção acerca do Programa de Residência Pedagógica, dos professores orientadores e preceptores e dos residentes; Analisar as experiências e vivências oportunizadas pelo Programa de Residência Pedagógica na Universidade e na escola campo; Investigar os impactos do Programa de Residência Pedagógica na formação profissional dos residentes. Assim, buscamos refletir acerca das experiências e vivências oportunizadas pelo PRP, considerando que este é um lugar de construção e trocas de saberes docentes. O programa citado foi instituído pelo MEC em 2018, através da Portaria GAB N° 38/2018 e posteriormente regulamentado pelo Edital CAPES 06/2018. Tomamos como campo de estudo um Colégio da Rede Pública Federal de Ensino, o Colégio de Aplicação (CAp) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A investigação esteve pautada nos preceitos qualitativos, onde destacamos os seguintes procedimentos metodológicos: levantamento bibliográfico, sobre a formação de professores e contextualização da criação dos programas de formação docente, buscando compreender as pesquisas que já foram desenvolvidas a respeito do tema, aplicação de questionário no Google Docs e entrevista semiestruturada, que foi realizada com os professores orientadores, estudantes vinculados ao programa (residentes) e professores preceptores, ambos do curso de licenciatura em Educação Física. Das teorias sobre formação inicial, utilizamos sobretudo ao longo da análise os seguintes autores, como por exemplo, Pimenta (1997, 2002, 2012a, 2012b); Gatti (2012, 2014, 2013/2014); Tardif (2002, 2012); Nóvoa (1992, 2007, 2020), que apresentam o processo de formação inicial docente como um dos pontos fundamentais no processo de formação e que em suas obras postulam ideias e teorias de formação docente, saberes docentes e profissão docente. O tratamento dos dados obtidos nas entrevistas foi realizado com base na técnica de análise de conteúdo e para isso utilizaremos as contribuições teóricas de Bardin (2011) e Franco (2005). Salientamos a importância deste estudo para que se possa analisar o programa em questão e sua relação com a formação docente. A partir das análises, destacamos como resultados que o PRP apresentou-se aos residentes como uma oportunidade de maior permanência no ambiente escolar e a partir disso foi possível ter experiências de docência e um maior contato com a pesquisa acadêmica. A experiência possibilitou um maior diálogo entre a universidade e a escola, com encontros para dialogar e refletir sobre as estratégias pedagógicas e a realidade escolar, vindo a contribuir no processo de formação docente dos estudantes. Durante os relatos também foi destacado a importância do acompanhamento dos professores preceptores no percurso formativo dos licenciandos. Como resultado, ainda verificamos a partir das falas dos participantes que o PRP favoreceu a criação de um espaço de construção de novos conhecimentos, produzido nas relações entre instituições e sujeitos, integrando os diferentes saberes que constituem o conhecimento profissional.


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  • LORENA DOS SANTOS OLIVEIRA
  • AS MULHERES, ENQUANTO SUJEITAS HISTÓRICAS, NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES(AS): uma análise a partir das representações sociais compartilhadas por licenciados(as) em História pela UFPE

  • Orientador : VIVIANE DE BONA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CÉLIA DE SOUSA SANTOS
  • ANTÔNIA EUDIVÂNIA DE OLIVEIRA SILVA
  • JOSE BATISTA NETO
  • VIVIANE DE BONA
  • Data: 25/08/2023

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  • O protagonismo de mulheres na História, no âmbito curricular, constitui o objeto deste estudo. Através desta pesquisa, objetivamos compreender as implicações do currículo da Licenciatura em História da UFPE nas representações sociais – RS de mulheres, enquanto sujeitas históricas, compartilhadas pelos(as) egressos(as). Para tal, definimos os objetivos específicos: analisar o currículo prescrito da Licenciatura em História da UFPE, a fim de identificar como as questões de gênero são abordadas nele; Identificar como os(as) licenciados(as) percebem as questões de gênero no currículo da Licenciatura; Apreender as RS de mulheres, enquanto sujeitas históricas, compartilhadas pelos(as) egressos(as). Metodologicamente, a pesquisa ancora-se na abordagem qualitativa, trata-se de um estudo exploratório/descritivo que utiliza a Análise de Conteúdo para organização e análise dos dados. Estes dados foram coletados a partir da pesquisa documental e por meio de questionários semiabertos. Quanto ao aporte teórico, usamos como lente de análise a TRS e, através da interdisciplinaridade da teoria, a articulamos aos estudos de gênero e do currículo. Através desta pesquisa, observamos que no currículo prescrito há a predominância de sujeitos(as) históricos(as) da Historiografia Tradicional, sendo as “mulheres” pouco evidenciadas. Além disso, os textos da bibliografia básica dos componentes da área de referência são majoritariamente escritos por homens e apenas pensadores homens são citados. Verificamos também que os(as) egressos(as) percebem deficiências no currículo, mas indicam que outros espaços da Universidade contribuíram para uma formação diversificada.


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  • NATHALIA FERNANDA DE MORAIS MELO
  • ANÁLISE DAS RELAÇÕES EXISTENTES ENTRE A TEORIA DE GALPERIN, OS MATERIAIS DIDÁTICOS E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NA FORMAÇÃO DA HABILIDADE DE RESOLVER PROBLEMAS.

  • Orientador : PETRONILDO BEZERRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRO AUGUSTO DE BARROS FAÇANHA
  • PETRONILDO BEZERRA DA SILVA
  • VERONICA TAVARES SANTOS BATINGA
  • Data: 29/08/2023

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  • Esta dissertação apresentou como objetivo analisar as relações existentes entre a Teoria de Galperin, materiais didáticos e resolução de problemas na formação da habilidade de resolver problemas. Para isso foi realizada uma pesquisa qualitativa na qual foi construído um material didático (apostila com conteúdos de biologia celular, proteínas e vitaminas) através de um sistema de tarefas com base na Teoria da Formação Planejada por Etapas das Ações Mentais e dos Conceitos de Galperin. A escolha dos conteúdos foi voltada para estudantes do 3o ano do ensino médio em uma escola pública do Recife. Como instrumentos de coleta, utilizou-se as atividades propostas na apostila, além das gravações dos encontros e do registro de observação por parte da pesquisadora. Para análise desses dados utilizou-se a própria Teoria de Galperin, a partir dos indicadores de qualidade das ações, além de analisar os dados com base nas habilidades gerais necessárias para construção da habilidade de resolver problemas. Diante disto, foi possível verificar que os estudantes possuem dificuldades em assuntos da biologia que possuam relação com outras matérias, além de dificuldades em relacionar gráficos e diagramas que mostram informações necessárias para resolução do problema. Para além das dificuldades apresentadas pelos estudantes foi observado a construção de habilidades necessárias para resolução de problemas a partir da utilização da Teoria de Galperin, como as habilidades de identificar, comparar, diferenciar e selecionar informações pertinentes no problema. Outra habilidade essencial observada foi a habilidade de cooperar entre os estudantes. Essa habilidade para Teoria de Galperin, ancorada na Teoria Histórico-cultural é necessária justamente por reconhecer a importância da dimensão social para o desenvolvimento dos sujeitos. No que se refere aos indicadores de qualidade foi percebido que as ações formadas pelos estudantes apresentaram um razoável grau de generalização, assim como de assimilação e independência. No que que se refere ao indicador do grau de solidez foi observado que as ações foram construídas de forma bastante sólida.


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  • MARIA LUCIANE DE LUNA SANTOS
  • Ser professor do sexo masculino nos anos iniciais: um estudo das representações sociais de pedagogos.

  • Orientador : REJANE DIAS DA SILVA MORAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • REJANE DIAS DA SILVA MORAIS
  • VANIA MARIA DE OLIVEIRA
  • Data: 30/08/2023

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  • Esta pesquisa trata sobre as representações sociais de pedagogos que atuam nas redes municipais do estado de Pernambuco. Nosso objetivo é compreender as representações sociais do ser professor do sexo masculino nos anos iniciais do ensino fundamental, compartilhadas entre pedagogos que atuam nas redes municipais da região metropolitana e interior do estado de Pernambuco. Para responder a esta indagação, tomamos como referência de análise as discussões suscitadas acerca da docência nos anos iniciais do ensino fundamental, a Pedagogia no Brasil e a Teoria das Representações Sociais. Utilizamos a abordagem qualitativa para subsidiar o percurso metodológico. Foi aplicado um questionário para verificar o perfil dos participantes e em seguida realizadas entrevistas semiestruturadas com 15 professores (5 do interior e 10 da região metropolitana). Para auxiliar no tratamento dos dados, utilizamos a análise de conteúdo sugerida por Bardin (2011), por meio de transcrição e categorização dos elementos presentes nas falas. As categorias de análise das entrevistas foram: a escolha pela Pedagogia, representações sociais sobre a docência nos anos iniciais e projeções para o futuro profissional. Os resultados mostram que a escolha profissional destes professores recebe influência de várias vertentes e uma delas é do seu círculo social, assim como o apoio. Dizem ter sido bem recebidos nas instituições de ensino, mas grande parte teve dificuldade de adaptação. Relatam terem boa relação com a comunidade escolar, se sentindo aceitos. Todos afirmam estarem satisfeitos com a profissão, porém, expressam terem algum tipo de dificuldade ou crítica como: falta de investimento material, estrutura física, formação e acompanhamento familiar. A maioria não sofreu preconceito ou resistência ao longo do trabalho e almeja continuar atuando como docentes dos anos iniciais. Os dados apontam que a Pedagogia ainda é uma área com predominância feminina, que esse profissional é de grande importância para a formação da sociedade, contudo, precisa de mais reconhecimento e valorização pela sociedade de forma geral.


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  • ELINE APARECIDA DA SILVA LIMA
  • A GESTÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA EM OLINDA: REPERCUSSÕES DO PROGRAMA “EDUCAR PRA VALER”.

  • Orientador : LUCIANA ROSA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • RODRIGO DA SILVA PEREIRA
  • Data: 31/08/2023

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  • O presente estudo teve como objetivo analisar as repercussões do Programa Educar para Valer (doravante, EPV), implementado em 2019, no município de Olinda-PE. A pesquisa se alicerçou nos desdobramentos da referida política pública, com ênfase nas implicações que este pacote de intervenção pedagógica traz para a prática gestora dos diretores escolares. O EPV foi instituído em 2018, pela Associação Bem Comum, em parceria com a Fundação Lemann, com o propósito de prestar assessoria técnica e gratuita aos municípios partícipes, apoiando-os na implementação de boas práticas de gestão, com foco na alfabetização na idade certa e na superação dos baixos indicadores educacionais. Tendo como base o caráter positivo do referido programa evidenciado pela experiência pioneira na cidade de Sobral no Ceará, constatamos significativa disparidade em relação aos indicadores educacionais, em comparação aos demais municípios do território nacional. As demandas de investigação optaram pela observação do seu objeto em sua totalidade, priorizando uma pesquisa de cunho qualitativo, na perspectiva de Minayo (2002). Entrevistamos sete sujeitos envolvidos, de maneira direta e indireta, com o programa e, também, aplicamos questionários via google forms com todos os gestores escolares que tivessem, pelo menos, uma turma envolvida no programa EPV. Para a interpretação dos dados, recorremos à Análise de Conteúdo, na proposição realizada por Bardin (1988). Verificamos, a partir deste estudo, que é por meio de uma parceria entre o setor público e o setor que se vincula ao privado, que o direcionamento das decisões, que devem ser de ordem pública e impreterivelmente pedagógicas, são tomadas a despeito do que é qualidade educacional. Como consequência disto, os gestores escolares são sobrecarregados com funções administrativas - na perspectiva da reforma empresarial na educação -, além de terem maiores responsabilidades, principalmente quanto a prazos e metas, têm menos autonomia nas tomadas de decisões pedagógicas, que, por seu turno, são resultantes de um maior “controle” da escola por agentes externos. Constatamos também que a característica predominante do pacote de intervenção do EPV é a padronização dos processos pedagógicos, ocasionando uma violação de direitos ao serem suprimidas outras áreas de conhecimento, em decorrência de uma priorização curricular dos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática, revelando uma cronometragem imposta como sugestão de rotina que infringe um processo educacional respeitoso no tempo, na cultura e nas diferentes potencialidades. O estudo também revelou que um dos objetivos do EPV, que é o de elevar as médias de proficiência nos anos iniciais através dos indicadores do IDEB, tem ocorrido de maneira inversa, ou seja, nas turmas de anos finais onde o programa não tem pacote de intervenção pedagógica.


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  • ISABELLA JULIA SANTANA DA SILVA
  • NEGRA CORRENTEZA: NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS ATIVISTAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE PERNAMBUCO

  • Orientador : KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • IRIS VERENA SANTOS DE OLIVEIRA
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • Data: 04/09/2023

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  • A presente dissertação surge quando ocupo o lugar de mulher negra militante atuante da cultura pernambucana, pedagoga e mente pensante junto às minhas irmãs. Assim, sendo a militância um espaço importante na subjetivação de pessoas que por ela passam, me lancei a indagar: como se dá esse processo com mulheres negras militantes dos movimentos sociais em Pernambuco? Objetivando analisar as potencialidades e limites nas construções plurais de narrativas das subjetividades de mulheres negras ativistas dos movimentos sociais de Pernambuco. Metodologicamente me propus a realizar um movimento de trabalho com o conceito de escrevivência, de Conceição Evaristo, tendo na Entrevista Narrativa ferramenta para encaminhar essa pesquisa junto às mulheres negras que colaboram comigo, compartilhando suas escrevivências junto aos movimentos sociais. Dessa forma, no eixo de articulações analíticas, através do Xirê de Escrevivência, uma verdadeira roda de diálogo de vivências dessas mulheres negras para articular com autores, surgem categorias que emergem de suas narrativas como norteadoras da fundamentação teórica e dos possíveis futuros desdobramentos. Com esta pesquisa, através das narrativas das colaboradoras, chegamos à compreensão, segundo a qual, a experiência refletida por essas mulheres negras em seu ativismo constitui o currículo dos movimentos sociais. É essa negra correnteza que faz surgir caminhos que potencializam a possibilidade prática de um currículo narrativo dos e nos movimentos sociais em Pernambuco.


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  • SUZANA PEREIRA TEMUDO
  • "O TRABALHO DOCENTE DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19:TRABALHO HOME OFFICE, GÊNERO E PRECARIZAÇÃO"

  • Orientador : KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • EVSON MALAQUIAS DE MORAES SANTOS
  • Data: 15/09/2023

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  •  A pesquisa objetivou apresentar os impactos da pandemia do covid-19 no trabalho docente em decorrência dos processos de reconfiguração. Com destaque para   dimensão social do gênero e os desafios enfrentados pelas professoras da educação básica da rede privada da cidade do Recife, que tiveram suas vidas transformadas durante a crise sanitária. Com o trabalho home office as mulheres retornaram para suas casas, o que no primeiro momento pode parecer vantajoso, criou condições para intensificar ainda mais esse campo do trabalho. Com o trabalho dividindo o mesmo espaço com o cuidado doméstico e familiar, a sobreposição de funções articulada a falta de apoio intensifica as jornadas de trabalho, sobrecarga junto a essas, o acúmulo das funções, falta de recursos tecnológicos e formação adequada, redução dos salários, alargamento da profissão com a inserção de novas competências, medo de perder o emprego, de ser contaminado com o vírus, torna-se decisivo no adoecimento físico e mental desta profissional. A pandemia também escancarou a mercadorização da educação, com a presença mais intensa dos setores neoliberais na venda de serviços digitais. Concluímos que a pandemia do covid-19 acelerou   tendências que já estavam em curso, a privatização da educação com centralidade das tecnologias digitais que intensificaram a precarização do trabalho docente neste período. Como opção metodológica utilizamos a pesquisa narrativa, com a participação de quatro professoras atuantes nos anos iniciais do ensino fundamental da rede privada na cidade de Recife. As entrevistas foram gravadas e os dados posteriormente transcritos, sistematizados e analisados levando em consideração os contextos sociais, políticos e culturais que emergiram com a crise.


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  • HELLEN CHRISTINA JUSTINO BARROS
  • A INTERNACIONALIZAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO: UM OLHAR A PARTIR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

  • Orientador : ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MADSON GOIS DINIZ
  • Data: 27/09/2023

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  • A presente dissertação tem como objetivo analisar, a partir do olhar da gestão universitária, como vem se dando as práticas de internacionalização nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), referentes a área de Ciências Humanas com conceitos iguais ou superiores a 5 e com criação nos anos 60-80, tendo como foco os cursos de Sociologia (1967), Antropologia (1977) e  Educação (1978), na perspectiva de contribuir com a qualificação do Programa. Desde o início do caminhar da criação das universidades, a internacionalização ganha diferentes nuances que se configuram e se reconfiguram de acordo com o cenário inserido. O período inicial foi marcado por uma internacionalização mais espontânea, em seguida, à medida que a internacionalização entrou num contexto intenso de globalização, de disseminação de ideais neoliberais e de desenvolvimento das tecnologias de informática e de comunicação, ganhou mais notoriedade, tendo como uma das justificativas, a qualidade de ensino. Nesse contexto, foi fundamental a avaliação como um instrumento de acompanhamento do processo de internacionalização na Educação Superior. No Brasil, a trajetória legal da criação institucional da pós-graduação ocorreu a partir de meados de 1960. Assim como o ensino superior brasileiro constituiu um fenômeno mais tardio, quando comparado com outros sistemas nacionais na América Latina, a internacionalização também acompanhou esse desenvolvimento mais tardio. Mesmo ainda sendo notório, durante os estudos, que existem várias iniciativas sendo implementadas para a consolidação desse processo, o Brasil ainda tem muito a crescer e a desenvolver, além de buscar analisar criticamente aspectos como: a serviço de quem estamos nos internacionalizando e quanto vale está aqui e lá, e não simplesmente sermos envolvidos em um cenário global de forma alienada, sendo essa análise uma das contribuições dessa pesquisa. A pesquisa é do tipo estudo de caso, tendo a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como caso de pesquisa, sendo um campo fértil em relação a essa temática, aparecendo em vários rankings internacionais avaliativos. Os instrumentos de coleta de informações para a consecução da pesquisa foram documentos, como o Plano Estratégico Institucional-PEI (2013-2027), o Plano de Desenvolvimento Institucional (2014-2018), UFPE FUTURO (2018), o Plano de Internacionalização (2017-2027) e os Relatórios de Avaliação Quadrienal da CAPES) e as entrevistas semiestruturadas com os coordenadores e vice-coordenadores dos cursos de pós-graduação dos programas já citados, segundo os critérios da pesquisa. A abordagem de pesquisa adotada para analisar as informações teve base na Análise de Conteúdo de Bardin.  Os dados da pesquisa mostram que existem várias ações práticas visando internacionalizar os programas estudados com o objetivo de qualificar o ensino ofertado, mas ainda existe uma estreita necessidade de refletir de maneira mais institucionalizada e articulada sobre a inserção da universidade estudada nesse cenário. Muitas ações realizadas com vistas a internacionalizar ainda estão correlacionadas com a mensuração e a pressão das notas nos rankings nacionais e internacionais, que por sua vez uma boa pontuação oferece certos financiamentos e investimentos nos programas, pressionando a gestão. Além disso, a internacionalização nesses espaços estudados vem acontecendo em sua maioria de forma espontânea e de ações isoladas em cada centro, seja por docentes mais antigos ou pela gestão, mesmo com documentos coletivos e institucionalizados. Sendo uma das lacunas dessa pesquisa, seria necessário analisar como ocorre em outros programas de áreas distintas para melhor aprofundamento teórico analítico e crítico. 


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  • A presente dissertação tem como objetivo analisar, a partir do olhar da gestão universitária, como vem se dando as práticas de internacionalização nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), avaliados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), referentes a área de Ciências Humanas com conceitos iguais ou superiores a 5 e com criação nos anos 60-80, tendo como foco os cursos de Sociologia (1967), Antropologia (1977) e  Educação (1978), na perspectiva de contribuir com a qualificação do Programa. Desde o início do caminhar da criação das universidades, a internacionalização ganha diferentes nuances que se configuram e se reconfiguram de acordo com o cenário inserido. O período inicial foi marcado por uma internacionalização mais espontânea, em seguida, à medida que a internacionalização entrou num contexto intenso de globalização, de disseminação de ideais neoliberais e de desenvolvimento das tecnologias de informática e de comunicação, ganhou mais notoriedade, tendo como uma das justificativas, a qualidade de ensino. Nesse contexto, foi fundamental a avaliação como um instrumento de acompanhamento do processo de internacionalização na Educação Superior. No Brasil, a trajetória legal da criação institucional da pós-graduação ocorreu a partir de meados de 1960. Assim como o ensino superior brasileiro constituiu um fenômeno mais tardio, quando comparado com outros sistemas nacionais na América Latina, a internacionalização também acompanhou esse desenvolvimento mais tardio. Mesmo ainda sendo notório, durante os estudos, que existem várias iniciativas sendo implementadas para a consolidação desse processo, o Brasil ainda tem muito a crescer e a desenvolver, além de buscar analisar criticamente aspectos como: a serviço de quem estamos nos internacionalizando e quanto vale está aqui e lá, e não simplesmente sermos envolvidos em um cenário global de forma alienada, sendo essa análise uma das contribuições dessa pesquisa. A pesquisa é do tipo estudo de caso, tendo a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como caso de pesquisa, sendo um campo fértil em relação a essa temática, aparecendo em vários rankings internacionais avaliativos. Os instrumentos de coleta de informações para a consecução da pesquisa foram documentos, como o Plano Estratégico Institucional-PEI (2013-2027), o Plano de Desenvolvimento Institucional (2014-2018), UFPE FUTURO (2018), o Plano de Internacionalização (2017-2027) e os Relatórios de Avaliação Quadrienal da CAPES) e as entrevistas semiestruturadas com os coordenadores e vice-coordenadores dos cursos de pós-graduação dos programas já citados, segundo os critérios da pesquisa. A abordagem de pesquisa adotada para analisar as informações teve base na Análise de Conteúdo de Bardin.  Os dados da pesquisa mostram que existem várias ações práticas visando internacionalizar os programas estudados com o objetivo de qualificar o ensino ofertado, mas ainda existe uma estreita necessidade de refletir de maneira mais institucionalizada e articulada sobre a inserção da universidade estudada nesse cenário. Muitas ações realizadas com vistas a internacionalizar ainda estão correlacionadas com a mensuração e a pressão das notas nos rankings nacionais e internacionais, que por sua vez uma boa pontuação oferece certos financiamentos e investimentos nos programas, pressionando a gestão. Além disso, a internacionalização nesses espaços estudados vem acontecendo em sua maioria de forma espontânea e de ações isoladas em cada centro, seja por docentes mais antigos ou pela gestão, mesmo com documentos coletivos e institucionalizados. Sendo uma das lacunas dessa pesquisa, seria necessário analisar como ocorre em outros programas de áreas distintas para melhor aprofundamento teórico analítico e crítico. 

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  • HUGO FELIPE TAVARES RAMOS
  • SISTEMA DE RESPONSABILIZAÇÃO DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE PERNAMBUCO E SUA INTERFERÊNCIA NO ENSINO MÉDIO – avaliando o Programa de Modernização da Gestão

  • Orientador : KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOHN MATEUS BARBOSA
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • Data: 27/09/2023

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  • Em Pernambuco, temos o Programa de Modernização da Gestão, voltado para a implementação de um Sistema de Responsabilização na rede de ensino. O mesmo foi criado em 2008 e está pautado em uma proposta de gestão, onde o foco central é a melhoria dos resultados alcançados nos índices da educação em Pernambuco. Para isso, adota como orientação referências que se baseia em um programa de gestão por resultados. Esse programa é fruto da reforma gerencial do estado. Diante desse cenário, o objetivo geral da pesquisa foi identificar como as características de um Sistema de Responsabilização/ Accountability estão norteando o processo de gestão educacional e escolar da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco em relação às diversas formas de oferta do Ensino Médio. Os objetivos específicos da pesquisa foram: caracterizar os procedimentos de gestão educacional e escolar que são mobilizados para garantir a efetivação de um Sistema de Responsabilização/ Accountability na Rede Estadual de Ensino de Pernambuco; refletir sobre como, na Rede Estadual de Ensino de Pernambuco, se dá a gestão educacional e escolar em torno da realização dos testes em larga escala para os estudantes do Ensino Médio; identificar quais são as estratégias de divulgação pública do desempenho das escolas que são utilizadas pela Rede Estadual de Ensino de Pernambuco e verificar a existência de mecanismos de recompensas e sanções às escolas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco, de acordo com o desempenho nas avaliações em larga escala. A metodologia utilizada envolveu a utilização de métodos, própria de uma pesquisa avaliativa, adotando os seguintes procedimentos metodológicos: análise documental; revisão bibliográfica e entrevistas semiestruturadas com gestores, professores e estudantes da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco. A pesquisa teve como campo de estudo escolas vinculadas à Gerência Regional de Educação Mata Norte, localizada no município de Nazaré da Mata.


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  • MARIA CLAUDIA VIRGÍNIA DE LIMA
  • POLÍTICA INTERSETORIAL DE EDUCAÇÃO E GÊNERO: UM ESTUDO DO PROCESSO DE ATUAÇÃO DOS NÚCLEOS DE ESTUDO DE GÊNERO IMPLEMENTADOS EM ESCOLAS DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO.

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • JEFFERSON MAINARDES
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • Data: 02/10/2023

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  • O presente estudo tem como problema de pesquisa a seguinte questão: Como as Escolas de Referência em Ensino Médio (EREM) da região metropolitana do Recife têm atuado a política intersetorial de educação e gênero a partir da estruturação dos NEGs? Nesse sentido, nosso objetivo geral é investigar como as escolas de Referência em Ensino Médio têm atuado a política intersetorial de educação e gênero, materializada nos Núcleos de Estudos de Gênero e Enfrentamento da Violência Contra a Mulher, fruto da parceria entre a Secretaria da Mulher e a Secretaria da Educação do estado de Pernambuco. Nossos objetivos específicos são I. investigar os mecanismos de articulação da política intersetorial que orientam estruturação dos Núcleos de Estudos de Gênero nas EREMs da Região Metropolitana de Recife (RMR) e II. analisar o processo de atuação das EREMs da RMR Metropolitana na estruturação e funcionamento dos Núcleos de Estudos de Gênero. Além das aproximações pertinentes com a literatura que trata da intersetorialidade como modelo de gestão, tomamos como referencial teórico, para compreensão da forma a qual essa ação vem se materializando nos campos de investigação, a Teoria da Atuação desenvolvida por Ball, Maguire e Braun (2016), segundo a qual, na perspectiva das políticas públicas educacionais, são os sujeitos sociais escolares que efetivam concretamente as políticas públicas dando-lhes funcionalidade, sentido e significado. Esse trabalho consiste em uma pesquisa qualitativa, feita através da análise de questionários a partir do método de análise de conteúdo fundamentado em Bardin (2016). Os resultados encontrados apontam que apesar de os sujeitos responsáveis pela intersetorialidade apresentarem concepções bem formuladas da mesma, seus relatos apontam que, na prática, esse modelo de gestão esbarra em diversos entraves que tornam sua concretização insuficiente. No que tange a atuação da política, em encontro ao que aponta Ball e colaboradores (2016) foi possível observarmos diferentes formas de atuação para uma mesma política em movimento.


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  • RAFAELA ALCANTARA BARROS DE OLIVEIRA
  • Experiências Educativas de Pessoas Negras Surdas e Construção de Identidades.

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERNANI NUNES RIBEIRO
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • ROSELY TAVARES DE SOUZA
  • Data: 05/10/2023

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  • No bojo das questões sobre as identidades diversas, vem ganhando força o movimento de Surdos Negros no Brasil, o qual surge com a necessidade de se debater as problemáticas específicas enfrentadas por esses sujeitos em nossa sociedade. Estas questões estão intimamente ligadas ao pertencimento a uma comunidade específica que luta por direitos que vão além do reconhecimento linguístico. Assim, torna-se necessário abordar questões relevantes ao desenvolvimento da comunidade negra surda, tendo como base o reconhecimento e o respeito à dimensão relacionada ao “ser negro surdo”, encarando-os enquanto constituintes de uma língua, culturas e identidades legítimas. Nesse sentido, com a presente dissertação, objetivamos compreender quais experiências educativas marcam o processo de construção da identidade de estudantes negros surdos da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Dessa forma, foram realizadas e analisadas as entrevistas de estudantes negros surdos do curso de Licenciatura em Letras-Libras da referida instituição, a fim de investigar os processos educativos que perpassam o processo de construção identitária desses sujeitos. Para a construção da fundamentação da pesquisa tivemos como base a teoria da Afrocentricidade, sistematizada a partir de Molefi Kete Asante (1980). Assim, foi possível discutirmos a relação entre a Afrocentricidade, a Identidade e a Educação das Relações Étnico-raciais, traçando caminhos possíveis para entendermos de que forma as experiências educativas desses sujeitos atravessam suas vivências e marcam a sua identificação, considerando a importância de ter o povo negro no centro de sua narrativa, como agentes econômicos, culturais, políticos e sociais, para não mais serem mantidos enquanto marginais na sua própria história. Com o intuito atingir os objetivos propostos pela pesquisa tivemos a História Oral como metodologia  para a realização de entrevistas narrativas com os participantes selecionados (MEIHY; HOLANDA, 2015), (ALBERTI, 2005). Ao entender que essa pesquisa exige interpretações que não podem ser quantificadas, nos fundamentamos sob uma abordagem qualitativa (MINAYO, 2001). Como resultado identificamos que as experiências que trazem a questão racial pouco aparecem, destacando-se apenas momentos pontuais em uma disciplina ou no mês da consciência negra nas escolas. Entretanto, estas não se mostram capazes de construir uma imagem positiva do ser negro ou até mesmo apresentar uma continuidade das experiências. Por outro lado, as experiências que são narradas a partir do ser surdo conseguem aparecer com mais frequência e serem desenvolvidas pelos entrevistados. Notamos, com isso, que a construção da identidade negra surda se dá de maneira ainda desigual, onde a surdez ganha destaque e possibilita um desenvolvimento mais aprofundado e consciente.


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  • EDILEUZA HONORIO PEREIRA VELOSO
  • "A FORMAÇÃO DO SUJEITO LEITOR: ENTRE DESAFIOS E POSSIBILIDADES "

  • Orientador : ROSIANE MARIA SOARES DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROSIANE MARIA SOARES DA SILVA
  • FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • SHERRY MORGANA JUSTINO DE ALMEIDA
  • Data: 30/10/2023

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  • A presente dissertação teve como objetivo analisar a prática docente referente à leitura literária, realizada por professora na Educação Infantil. A atividade com texto literário deve ser lúdica, encantadora, prazerosa e envolvente, favorecendo a curiosidade, a criatividade, o desejo no aprendente de se constituir em um sujeito leitor. Nessa trajetória, o mediador de leitura torna-se essencial, contribuindo com a formação do leitor, provocando, incentivando e estimulando a aproximação do texto literário. Para tanto, é essencial que sejam realizadas vivências e experiências com a leitura de textos literários, que possibilite ao aprendente sentir, imaginar, fantasiar, se emocionar e construir seus aprendizados. A metodologia adotada foi a pesquisa qualitativa, do tipo etnográfica, adotando como instrumentos de coleta de dados: a observação participante e a entrevista semiestruturada. Realizamos as observações em um grupo V da Educação Infantil na Escola Severina Lira, da Rede Municipal do Recife. No que se refere ao suporte teórico da pesquisa, nos debruçamos sobre os estudos de Petit (2009, 2010, 2013, 2019); Xypas (2018, 2020, 2022); Lajolo (2004); Zilberman (2003); Rouxel (2013); e Colomer (2003), dentre outros. A pesquisa evidenciou que as atividades com os textos literários na sala de aula da professora participante carecem de percursos eficazes no tocante à formação do sujeito leitor. Apontamos caminhos para essa formação nos resultados obtidos graças às análises dos dados recolhidos neste estudo.


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  • EDUARDO JOSE DOS SANTOS DIAS
  • MODERNIZAÇÃO DA GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM PERNAMBUCO E A RELAÇÃO PÚBLICO-PRIVADO: Uma análise do Pacto pela Educação 

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • LUIZ FERNANDES DOURADO
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • Data: 24/11/2023

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  • O Programa de Modernização da Gestão Pública em Pernambuco remete às duas gestões de Eduardo Campos, mas tem raízes nos governos de Jarbas Vasconcelos. Tal perspectiva de modernização da gestão culminou em uma política pública para o setor educacional denominado Pacto pela Educação (PPE). Esse movimento pela modernização da gestão encontra seu fulcro na Reforma do Aparelho de Estado, dos anos 1990, e desdobra-se no conjunto de transformações sociais do subsequente período lulista. Certa tradição das ciências humanas brasileiras defende que o processo de modernização do país é, desde o início, conservador, tendo tomado uma via colonial, marcada pelo caráter autocrático de uma burguesia dependente dos imperativos das nações centrais do capitalismo e pelo alijamento das classes trabalhadoras das tomadas de decisão e do acesso aos direitos de cidadania. Nesse período de reestruturação pós-fordista da produção, hegemonia do capital financeiro mundializado e regulação neoliberal, a educação formal pública vem sendo privatizada, fenômeno que, do ponto de vista da gestão educacional, implica na subsunção dos meios e fins da educação básica aos imperativos de acumulação de capital. Essa agenda não é espontânea, mas fruto da incidência de reformadores empresariais nas políticas educacionais no sentido de estabelecer a lógica empresarial da accountability (avaliação, prestação de contas e responsabilização). O problema desta pesquisa foi saber se o PPE é parte da agenda de privatização da gestão educacional no estado, ou seja, seu objetivo geral teve por vistas analisar os componentes do programa, para compreender se apresenta características necessárias e suficientes que apontam para essa agenda de privatização. Para atingir esse intento, descreveu os marcos regulatórios desenvolvidos pelo programa de Modernização da Gestão Pública e alguns de seus antecedentes, analisou os elementos da administração de tipo gerencial nos documentos de referência do Programa de Modernização da Gestão Pública e do PPE e mapeou a incidência dos atores privados na política estadual pernambucana no período de implementação desta política. O método materialista histórico-dialético permitiu decompor a realidade abstrata em conceitos simples, a fim de encontrar contradições concretas e mediações específicas do fenômeno, lançando mão de técnicas de mapeamento, análise documental e análise de conteúdo temática. Os resultados encontrados indicam, nos dispositivos legais e documentos de referência do PPE, a incidência de um conjunto crescente de categorias analíticas que são próprias à lógica gerencialista. Além disso, o mapeamento de atores privados na política educacional do período mostrou forte incidência desses atores. Desta forma, foi possível afirmar que o PPE é parte da agenda de privatização da gestão educacional pública e mantém os elementos essenciais de uma perspetiva de modernização conservadora que se mantém na via colonial.  


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  • O Programa de Modernização da Gestão Pública em Pernambuco remete às duas gestões de Eduardo Campos, mas tem raízes nos governos de Jarbas Vasconcelos. Tal perspectiva de modernização da gestão culminou em uma política pública para o setor educacional denominado Pacto pela Educação (PPE). Esse movimento pela modernização da gestão encontra seu fulcro na Reforma do Aparelho de Estado, dos anos 1990, e desdobra-se no conjunto de transformações sociais do subsequente período lulista. Certa tradição das ciências humanas brasileiras defende que o processo de modernização do país é, desde o início, conservador, tendo tomado uma via colonial, marcada pelo caráter autocrático de uma burguesia dependente dos imperativos das nações centrais do capitalismo e pelo alijamento das classes trabalhadoras das tomadas de decisão e do acesso aos direitos de cidadania. Nesse período de reestruturação pós-fordista da produção, hegemonia do capital financeiro mundializado e regulação neoliberal, a educação formal pública vem sendo privatizada, fenômeno que, do ponto de vista da gestão educacional, implica na subsunção dos meios e fins da educação básica aos imperativos de acumulação de capital. Essa agenda não é espontânea, mas fruto da incidência de reformadores empresariais nas políticas educacionais no sentido de estabelecer a lógica empresarial da accountability (avaliação, prestação de contas e responsabilização). O problema desta pesquisa foi saber se o PPE é parte da agenda de privatização da gestão educacional no estado, ou seja, seu objetivo geral teve por vistas analisar os componentes do programa, para compreender se apresenta características necessárias e suficientes que apontam para essa agenda de privatização. Para atingir esse intento, descreveu os marcos regulatórios desenvolvidos pelo programa de Modernização da Gestão Pública e alguns de seus antecedentes, analisou os elementos da administração de tipo gerencial nos documentos de referência do Programa de Modernização da Gestão Pública e do PPE e mapeou a incidência dos atores privados na política estadual pernambucana no período de implementação desta política. O método materialista histórico-dialético permitiu decompor a realidade abstrata em conceitos simples, a fim de encontrar contradições concretas e mediações específicas do fenômeno, lançando mão de técnicas de mapeamento, análise documental e análise de conteúdo temática. Os resultados encontrados indicam, nos dispositivos legais e documentos de referência do PPE, a incidência de um conjunto crescente de categorias analíticas que são próprias à lógica gerencialista. Além disso, o mapeamento de atores privados na política educacional do período mostrou forte incidência desses atores. Desta forma, foi possível afirmar que o PPE é parte da agenda de privatização da gestão educacional pública e mantém os elementos essenciais de uma perspetiva de modernização conservadora que se mantém na via colonial.  

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  • KEOMA TABOSA GUIMARAES MATIAS
  • INTERDISCIPLINARIDADE NOS COMPONENTES CURRÍCULARES DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO CURRÍCULO DE PERNAMBUCO - 2020.

  • Orientador : KENIO ERITHON CAVALCANTE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KENIO ERITHON CAVALCANTE LIMA
  • ERNANI NUNES RIBEIRO
  • MIRTES RIBEIRO DE LIRA
  • TALITA GISELLY DOS SANTOS SOUZA
  • Data: 04/12/2023

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  • A Formação Continuada dos professores da Educação Básica se constitui de muitas ressignificações e do repensar suas práticas, em que se coloca como objetos fundamentais para melhores entendimentos e planejamentos políticos, como também compromisso social e profissional em prol dos estudantes. Da mesma forma, entender as experiências exitosas ou não viabiliza a comunicação entre professores, mediando o conhecimento pela transposição do saber de forma a implicar na qualidade do processo educacional diante dos estudantes na Educação Básica, nos processos tecnológicos educacionais e em intervenções investigativas e experimentais no campo das Ciências da Natureza, da Saúde e Cultura Corporal. No compromisso de melhor entendermos como essa interação do ensino e as experiências docentes se consolidam entre os egressos do Centro Acadêmico da Vitória (CAV-UFPE), tomamos como objetivo geral compreender como estratégias metodológicas construídas, adaptadas e aplicadas interdisciplinarmente com as disciplinas Biologia, Ciências e Educação Física colaboram com perspectiva e pressupostos de aprendizagens apontadas no novo currículo de Pernambuco para a Educação Básica. Como procedimentos metodológicos, analisamos os documentos dos PPCs dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e de Educação Física, pesquisamos as experiências e propostas de professores da Educação Básica egressos do CAV-UFPE através de roteiros para pesquisa narrativa, como também propomos uma Sequências Didáticas para (re)planejamento por parte dos participantes, atendendo a perspectivas do novo currículo de Pernambuco. As respostas foram analisadas através da Análise de Conteúdo. Como resultados, constatamos que os PPCs dos cursos analisados não instigam e nem aplicam propostas interdisciplinares, o que não é pressuposto para a formação inicial. Quanto às experiências e situações aplicadas com interdisciplinaridade, os pesquisados demonstram boas intenções e experiências, algumas como multidisciplinaridades; outras como tentativas iniciais para a interdisciplinaridade, o que se torna tentativas e propostas valorosas às pretensões do Currículo de Pernambuco. Na reconstrução da SD, confirmam suas experiências ao inserir situações e observações de suas expertises docentes. Concluímos que a interdisciplinaridade é uma boa possibilidade de inclusão como situação e estratégias de aprendizagem por maior integrar disciplinas para trabalhar temáticas comuns e necessárias à formação dos estudantes. 


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  • THAYANNE LIMA DA SILVA
  • SENTIDOS FORMATIVOS EM PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL EM UMA PERSPECTIVA DA INTEGRALIDADE.

  • Orientador : EZIR GEORGE SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • EZIR GEORGE SILVA
  • MARIA DALVANEIDE DE OLIVEIRA ARAUJO
  • Data: 04/12/2023

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  • A partir da década de 1990, ampliaram-se em diversas partes do mundo os debates e diálogos no Campo da Educação sobre as exigências, os desafios e as demandas da escola no século XXI. Nesse período, o termo ‘Inteligência Emocional’ começou a ser popularizado por meio da possibilidade de um certo tipo de aprendizado socioemocional, no contexto escolar. Desde então, notamos o surgimento de Programas como: Consciência Emocional; Comprensión Emocional (CECE); Apredizagem Social, Emocional e Ética (SEE Learning); e, o Proyecto de Educación Emocional. Todos voltados, em suas especificidades e propostas, para a formação de discentes da Educação Básica. Nesse cenário, surgiu uma grande quantidade de projetos que, necessariamente, não priorizaram a formação integral do sujeito, mas, algumas dimensões; visando a reprodução de comportamentos e os aprendizados para o mercado de trabalho. Diante desses desdobramentos, questionamo-nos: a partir da perspectiva da formação humana, quais são os sentidos formativos anunciados em Programas de Educação Socioemocional? Buscamos compreender, como Objetivo Geral, quais são os sentidos formativos anunciados em programas de Educação Socioemocional. Especificamente: apresentar a perspectiva da categoria da Integralidade de Ferdinand Röhr e suas repercussões para a área da Educação Socioemocional; problematizar a discussão em torno das indeterminações do termo Educação Socioemocional e suas repercussões para o Campo da Educação; analisar a concepção de Educação Socioemocional em três programas que estão voltados para a Educação Básica; e, por fim, propor possíveis contribuições para pensar a formação socioemocional no Campo da Educação Básica, em uma perspectiva da formação humana. Como metodologia, utilizamos a Pesquisa Bibliográfica e o Método Hermenêutico de interpretação, conforme as análises de Coreth (1973). Nesse sentido, consideramos que o Pensamento de Röhr sinaliza para aspectos indispensáveis e que são próprios da condição humana. Falamos, de perspectivas analíticas que vão além do simples ato de aprender e/ou de certas tendências de natureza estritamente socioemocional. Além dessas acepções, pontuamos, que suas proposições são valiosas, à medida que problematizam a noção de sentido formativo de cada Programa e seus próprios horizontes pedagógicos. Basicamente, refletimos sobre a formação do educador; a relação entre o educador e o educando; e a vivência da prática pedagógica, enquanto núcleo gerador de sentido humano. Por fim, encontramos aproximações entre a visão multidimensional Röhr e certas abordagens dos Programas. Contudo, destacamos que os distanciamentos também existem; aspectos que merecem atenção e que deverão ser, posteriormente, analisados. Diante dos achados, identificamos que a presente pesquisa contribui, tanto para aprofundar as discussões sobre Educação Socioemocional no Ensino Básico no cenário nacional, quanto para provocar reflexões para a área da Educação e Espiritualidade.


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  • ISIS THAYZI SILVA DE SOUZA
  • A pedagogia do Movimento dos Trabalhadores SemTeto: que filosofia sai desse chão?

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSÉ AUGUSTO COSSA
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • RAFAELA SOARES CELESTINO
  • RAPHAEL GUAZZELLI VALERIO
  • Data: 15/12/2023

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  • O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) é um movimento social, popular que organiza os trabalhadores e trabalhadoras, a partir do território em que vivem. Sua base social é composta em maioria por pessoas negras, mulheres e trabalhadores precarizados. É nesse contexto que está presente a educaçãopopular, com práticas educativas que formam sujeitos sociais e políticos para a vida e para a luta. É nesse sentido que aponto a necessidade de desenvolver este trabalho, isto é, a partir de uma discussão conceitual, enveredando uma forma de compreender as experiências educativas e práticas políticas do Movimento dos Trabalhadores Sem- Teto de Pernambuco, que também se apresenta enquanto um instrumento pedagógico de formação social e política dos sujeitos. Esta pesquisa visa contribuir para o campo teóricodosmovimentossociais,promovendo umapedagogiae filosofiaqueemergeme se desenvolvem a partir das ocupações e da luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto, presentes em um dos maiores movimentos urbanos da América Latina, o MTST. No contexto do próprio Movimento, esta pesquisa busca trazer reflexões importantes para a continuidade do processode construção da pedagogia Sem Teto, quesópodeserconcebidaapartirdalutaenraizadanoMTST.Oobjeto-problemadesta

    pesquisa foi: qual a filosofia da educação sai do chão das práticas pedagógicas do MovimentodosTrabalhadoresSem-Teto-MTST?Oobjetivogeralconsisteem 

    construir um conjunto de diretrizes teóricas a partir da prática pedagógica do MTST. Para isso, estabelecemos os seguintes objetivos específicos: a) sistematizar as categoriasouteoriasquefundamentamapráticaeducativadoMovimento;b)

    identificar os ideários pedagógicos presentes no MTST; c) teorizar sobre a pedagogia que emerge do MTST, identificando as categorias próprias e identitáriasdo movimento. A pedagogia do MTST tem características de uma pedagogia, anticapitalista, negra e feminista e, para além disso, se configura enquanto uma pedagogia do trabalhador precarizado na sua essência. Esta pesquisa proporciona um olhar crítico e construtivo sobre a educação nos movimentos sociais, oferecendo subsídios teóricos, fortalecendo a atuação prática e promovendo a conscientização sobre a importância da pedagogia popular.


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  • MAYRA BARBOSA DOS SANTOS ROCHA
  • MULHERES NEGRAS NO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE RACIAL NO ENSINO SUPERIOR EM PERNAMBUCO

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • RICARDO MATHEUS BENEDICTO
  • Data: 20/12/2023

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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a prática docente de professoras negras que influenciam no processo de construção da identidade racial de estudantes negras do ensino superior em Pernambuco. Este estudo contou com duas amostras de participantes, a primeira amostra foi formada por quatro professoras negras do ensino superior e a segunda foi composta por oito estudantes negras, indicadas pelas docentes através do método bola de neve. O processo de coleta dos dados foi realizado com as discentes, por meio de entrevistas semi-estruturadas. A técnica de análise dos dados utilizada foi a Análise de Conteúdo de Bardin (2011).  O referencial teórico desta pesquisa está apoiado nos princípios da teoria da Afrocentricidade de Moleffi Kete Asante (1989), a partir desses conceitos, identificamos que as docentes são influências positivas para que outras pessoas negras se reaproximem da sua negritude. Conseguem através da sua prática pedagógica fortalecer o processo de construção da identidade das suas estudantes, utilizando atividades que possuem centralidade no povo negro. Com essas atividades, as estudantes negras passam a se sentir parte do processo de ensino e aprendizagem, valorizando elementos da história, cultura e identidade negra, sendo também, influenciadas a refletirem sobre o lugar que as pessoas pretas e pardas, em específico as mulheres, ocupam em nossa sociedade, assim como também são influenciadas pela personalidade de suas professoras, absorvendo elementos importantes através da representatividade. Por meio desse despertar, as estudantes negras desse estudo, no processo de construção da identidade étnico-racial compreender diferentes níveis de consciência racial, do mais elementar, tornando-se conscientes da opressão, como também, podem alcançar os níveis que exigem mais ação, caminhando para adquirir uma consciência afrocêntrica, que incentiva a lutar pelo reconhecimento e fortalecimento do seu povo, incorporando nesse processo a chegada de uma consciência vitoriosa. Portanto, entendemos a importância das pessoas negras, nas diferentes configurações sociais, terem oportunidade de conhecer negros e negras que afirmam e reverberam sua negritude através da sua forma de ser, em toda sua existência. Desse modo, acreditamos que pretos e pardos conseguem aprender a se fortalecer com a diversidade do seu povo, e através dessas relações são influenciadas no processo de construção da identidade racial, por isso que reforçamos o quanto significativo é o processo de representatividade.

     


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  • MARINA LINS DE CARVALHO ROCHA
  • INCLUSÃO ESCOLAR DA CRIANÇA COM A SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS (SCZv) NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE RECIFE

  • Orientador : FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • WILMA PASTOR DE ANDRADE SOUSA
  • Data: 27/12/2023

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  • O presente estudo se propôs a investigar como a professora da sala do Atendimento Educacional Especializado (AEE) percebe o processo de inclusão escolar de uma criança diagnosticada com a Síndrome Congênita do Zika vírus (SCZv), matriculada no 1º ano do Ensino Fundamental - Anos Iniciais de uma escola municipal de ensino de Recife. Nessa perspectiva, buscamos compreender qual a concepção de inclusão escolar dessa professora que atua nos espaços escolares, identificando como ela planejou a rotina escolar dessa criança, bem como analisar como as outras crianças e os adultos estabeleceram as relações e interações sociais com ela, observando como se deram as práticas pedagógicas em sala de aula e na Sala de Recursos Multifuncionais (SRM). Dessa forma, nossa pesquisa se fundamentou nas contribuições da Teoria Histórico-Cultural de Vigotski (1997, 2001, 2007, 2011, 2019), em que o desenvolvimento biológico e social são processos indissociáveis do desenvolvimento humano. Além disso, os estudos deste teórico sobre a Defectologia nos ajudaram a compreender a constituição da pessoa com deficiência na sociedade, reconhecendo-a como um sujeito sócio-histórico-cultural, ativo no seu próprio processo de aprendizagem. Apoiamo-nos na atual legislação brasileira, a exemplo da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência - Lei n.º 13.146/2015; e na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (Brasil, 2008), dentre outros documentos, de modo a afirmar a escola como um espaço de promoção e desenvolvimento da criança com deficiência no contexto de inclusão escolar, além de trazer as contribuições de outros estudiosos da Educação Especial, como Gonçalves (2022), Mantoan e Lanuti (2022), Pletsch (2015), entre outros, ao longo das nossas discussões. A nossa pesquisa é de natureza qualitativa, tratando-se de uma abordagem histórico-cultural

    (Minayo, 2007). Dessa forma, optamos pelo estudo de caso (Gil, 2009), por se tratar de um delineamento de estudo e de coleta de dados que nos orientou na construção dos dados empíricos, tendo sido realizado por meio da observação participante da rotina escolar da criança com SCZv, de anotações em um caderno como suporte dos registros escritos e de videografia para registrar o cotidiano escolar da criança com SCZv na sala de aula regular. Além disso, realizamos uma entrevista guiada com a professora do AEE para compreender o universo da inclusão escolar dessa criança. As análises e interpretações dos dados foram divididas em duas propostas de análise, sendo a primeira a Análise Temática (Minayo, 2014) e a segunda, a Análise do Discurso (Charaudeau, 2019). Em linhas gerais, os resultados revelaram um complexo processo de inclusão escolar que se iniciou durante a pandemia de Covid-19 e nos mostrou como a Educação Especial tem um longo caminho para remover as barreiras atitudinais e físicas que dificultam o pleno desenvolvimento da criança com deficiência na escola, uma vez que, a partir das reflexões de Vigotski, vimos que os caminhos alternativos do desenvolvimento da criança com SCZv não foram considerados na condução da sua aprendizagem. Evidencia-se assim a importância de um trabalho articulado e colaborativo entre os professores da sala de aula regular e do AEE, por meio de um planejamento pedagógico que, de fato, possibilite à criança o acesso ao currículo e que considere as suas especificidades de aprendizagem nas atividades escolares, para que, dessa forma, estas sejam significativas, e a criança, de fato, seja incluída na escola.


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Teses
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  • FABRINI KATRINE DA SILVA BILRO
  • GÊNEROS ORAIS NOS LIVROS DIDÁTICOS E NA PRÁTICA DOCENTE: INVESTIGAÇÕES SOBRE AS PROPOSIÇÕES E O ENSINO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO DE PESSOAS JOVENS, ADULTAS E IDOSAS

  • Orientador : MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • DEBORA AMORIM GOMES DA COSTA MACIEL
  • TÂNIA GUEDES MAGALHÃES
  • Data: 03/02/2023

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  • Este trabalho toma como objeto de reflexão o ensino dos gêneros orais nos livros didáticos e na prática docente. Para isso, apresenta como objetivo geral analisar as propostas didáticas para o ensino dos gêneros orais, apresentadas pela coleção de livros didáticos de Língua Portuguesa mais adotada no PNLD 2014, voltada à Educação de Jovens e Adultos (anos finais do Ensino fundamental), bem como o trato dado pelos docentes ao que lhes é proposto para o ensino do oral no contexto dessas obras. E como objetivos específicos: investigar o repertório de gêneros orais, apresentado pela coleção de livros didáticos de Língua Portuguesa selecionada para análise; analisar as propostas de ensino dos gêneros orais presentes nas obras analisadas; investigar como os docentes concebem o trato com a oralidade em suas práticas de ensino; compreender o olhar docente sobre as propostas de ensino dos gêneros orais sugeridas pelos manuais didáticos; e identificar as estratégias de ensino mobilizadas pelas docentes, ao relatarem o trabalho com as propostas didáticas apresentadas pelas obras investigadas. Diante da configuração do nosso objeto de estudo, tomaremos como referência a concepção de linguagem como atividade sócio-interativa apresentada por Bakhtin (2011) e Bronckart (2007, 2012); as teorizações de Marcuschi (2007, 2008, 2010), Schneuwly e Dolz (2004), Costa-Maciel (2014) e Magalhães (2016, 2018) acerca da oralidade e da construção, uso, função e ensino dos gêneros textuais orais; os estudos de Batista (2001, 2003), Rojo (2003) e Marcuschi (2005) relacionados aos livros didáticos de língua portuguesa e de Freire (2014) e Di Pierro (2002) sobre o contexto da EJA, dentre outros autores que aportarão nossa base teórica de discussão. Em busca de alcançarmos os objetivos de investigação, fizemos uso de duas técnicas de produção de dados: (1) Análise Documental – analisamos dos quatro exemplares de livros didáticos da coleção EJA Moderna de Língua Portuguesa; (2) Entrevista semiestruturada – realizamos entrevistas com duas professoras de Língua Portuguesa, atuantes em turmas de 6º ao 9º ano da EJAI, das redes estadual e municipal de Goiana-PE. No processo de coleta e análise dos dados, agimos metodologicamente a partir de uma ótica qualitativa, estruturada em um olhar interpretativista dos dados (BORTONI-RICARDO, 2008). Os resultados mostram que a coleção apresenta propostas voltadas ao ensino da oralidade que vão desde o trato do oral como instrumento de interação, até o estudo dos gêneros orais como objetos de ensino, possibilitando aos docentes promover, junto aos/às alunos/as, o desenvolvimento das diversas capacidades de linguagem essenciais ao uso do oral nos variados contextos sociais. Em relação a fala das professoras, percebemos que para elas o trabalho com a oralidade é uma prática essencial, que deve se dá de diferentes maneiras no contexto escolar; mas, que, no entanto, ainda ocupa um lugar secundário na escola e nos materiais didáticos. Ao tratarem da realização das propostas de ensino dos gêneros orais sugeridas pelos LD, tanto a professora Ana quanto a professora Lia revelam em seu fazer a mobilização de estratégias de ensino, provenientes de sua prática e da proposta do LD, através das quais buscam trabalhar, junto aos estudantes da EJAI, não só a ampliação e o desenvolvimento das habilidades próprias ao uso do oral nas diversas situações comunicativas, mas, principalmente, os seus posicionamentos sociais, dando lugar para as suas falas e valorizando os saberes que carregam consigo. Uma postura que demonstra a intermediação entre os materiais didáticos e a prática docente, bem a preocupação dessas professoras com a formação desses sujeitos como seres sociais, que vivem e agem diretamente no mundo que os cerca por meio da linguagem, para além dos muros da escola.


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  • Este trabalho toma como objeto de reflexão o ensino dos gêneros orais nos livros didáticos e na prática docente. Para isso, apresenta como objetivo geral analisar as propostas didáticas para o ensino dos gêneros orais, apresentadas pela coleção de livros didáticos de Língua Portuguesa mais adotada no PNLD 2014, voltada à Educação de Jovens e Adultos (anos finais do Ensino fundamental), bem como o trato dado pelos docentes ao que lhes é proposto para o ensino do oral no contexto dessas obras. E como objetivos específicos: investigar o repertório de gêneros orais, apresentado pela coleção de livros didáticos de Língua Portuguesa selecionada para análise; analisar as propostas de ensino dos gêneros orais presentes nas obras analisadas; investigar como os docentes concebem o trato com a oralidade em suas práticas de ensino; compreender o olhar docente sobre as propostas de ensino dos gêneros orais sugeridas pelos manuais didáticos; e identificar as estratégias de ensino mobilizadas pelas docentes, ao relatarem o trabalho com as propostas didáticas apresentadas pelas obras investigadas. Diante da configuração do nosso objeto de estudo, tomaremos como referência a concepção de linguagem como atividade sócio-interativa apresentada por Bakhtin (2011) e Bronckart (2007, 2012); as teorizações de Marcuschi (2007, 2008, 2010), Schneuwly e Dolz (2004), Costa-Maciel (2014) e Magalhães (2016, 2018) acerca da oralidade e da construção, uso, função e ensino dos gêneros textuais orais; os estudos de Batista (2001, 2003), Rojo (2003) e Marcuschi (2005) relacionados aos livros didáticos de língua portuguesa e de Freire (2014) e Di Pierro (2002) sobre o contexto da EJA, dentre outros autores que aportarão nossa base teórica de discussão. Em busca de alcançarmos os objetivos de investigação, fizemos uso de duas técnicas de produção de dados: (1) Análise Documental – analisamos dos quatro exemplares de livros didáticos da coleção EJA Moderna de Língua Portuguesa; (2) Entrevista semiestruturada – realizamos entrevistas com duas professoras de Língua Portuguesa, atuantes em turmas de 6º ao 9º ano da EJAI, das redes estadual e municipal de Goiana-PE. No processo de coleta e análise dos dados, agimos metodologicamente a partir de uma ótica qualitativa, estruturada em um olhar interpretativista dos dados (BORTONI-RICARDO, 2008). Os resultados mostram que a coleção apresenta propostas voltadas ao ensino da oralidade que vão desde o trato do oral como instrumento de interação, até o estudo dos gêneros orais como objetos de ensino, possibilitando aos docentes promover, junto aos/às alunos/as, o desenvolvimento das diversas capacidades de linguagem essenciais ao uso do oral nos variados contextos sociais. Em relação a fala das professoras, percebemos que para elas o trabalho com a oralidade é uma prática essencial, que deve se dá de diferentes maneiras no contexto escolar; mas, que, no entanto, ainda ocupa um lugar secundário na escola e nos materiais didáticos. Ao tratarem da realização das propostas de ensino dos gêneros orais sugeridas pelos LD, tanto a professora Ana quanto a professora Lia revelam em seu fazer a mobilização de estratégias de ensino, provenientes de sua prática e da proposta do LD, através das quais buscam trabalhar, junto aos estudantes da EJAI, não só a ampliação e o desenvolvimento das habilidades próprias ao uso do oral nas diversas situações comunicativas, mas, principalmente, os seus posicionamentos sociais, dando lugar para as suas falas e valorizando os saberes que carregam consigo. Uma postura que demonstra a intermediação entre os materiais didáticos e a prática docente, bem a preocupação dessas professoras com a formação desses sujeitos como seres sociais, que vivem e agem diretamente no mundo que os cerca por meio da linguagem, para além dos muros da escola.

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  • KARLA ALEXANDRA DANTAS FREITAS ESTRELA
  • CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DO CURSO DE CIÊNCIAS DAS RELIGIÕES DA UFPB: ENTRE A LAICIZAÇÃO E A CONFESSIONALIDADE.

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS VINÍCIUS DE FREITAS REIS
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • GILBRAZ DE SOUZA ARAGÃO
  • JOSE LUIS SIMOES
  • Data: 24/02/2023

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  • Esta pesquisa destacou o curso de licenciatura em Ciências das Religiões (CR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para a constituição laica do Ensino Religioso (ER), a partir de uma investigação dos discursos de professores e alunos egressos desta licenciatura, bem como, do seu Projeto Político Pedagógico.  Escolhemos a UFPB por esta ser uma instituição pública, portanto sem vínculos confessionais. Nossa intenção foi a de identificar as ideologias que se encontram atuantes ao que os sujeitos entrevistados e o PPP do curso consideram importantes para a preservação da laicidade no contexto educacional atual e compreender como acontece a dinâmica dessa formação identitária de professores na perspectiva de ressignificar o ER nas escolas numa perspectiva não proselitista. Para isso, fizemos uso da Teoria do Discurso (TD) elaborada por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe e da metodologia da Análise de Discurso Francesa (AD) em Eni Orlandi e Michel Pêcheux.


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  • Esta pesquisa destacou o curso de licenciatura em Ciências das Religiões (CR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para a constituição laica do Ensino Religioso (ER), a partir de uma investigação dos discursos de professores e alunos egressos desta licenciatura, bem como, do seu Projeto Político Pedagógico.  Escolhemos a UFPB por esta ser uma instituição pública, portanto sem vínculos confessionais. Nossa intenção foi a de identificar as ideologias que se encontram atuantes ao que os sujeitos entrevistados e o PPP do curso consideram importantes para a preservação da laicidade no contexto educacional atual e compreender como acontece a dinâmica dessa formação identitária de professores na perspectiva de ressignificar o ER nas escolas numa perspectiva não proselitista. Para isso, fizemos uso da Teoria do Discurso (TD) elaborada por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe e da metodologia da Análise de Discurso Francesa (AD) em Eni Orlandi e Michel Pêcheux.

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  • NATHALI GOMES DA SILVA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PRÁTICA DOCENTE UNIVERSITÁRIA PARTILHADA POR PROFESSORES DOS CURSOS DE MATEMÁTICA DA UFPE

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO CARRILHO DE AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA CONCEICAO CARRILHO DE AGUIAR
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • THAMYRIS MARIANA CAMAROTE MANDU
  • MÔNICA PATRÍCIA DA SILVA SALES
  • VALDIENE CARNEIRO PEREIRA
  • Data: 24/02/2023

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  • A presente pesquisa objetivou compreender as representações sociais de prática docente que orientam a formação de estudantes em cursos de graduação matemática bem como os sentidos partilhados por professores a cerca dessa prática no referido curso. Para tanto, tomou como base referencial em Docência Universitária os estudos de Zabalza (2004) e Cunha (2009). A Prática Docente no contexto da Universidade, com Freire (2018), Souza (2009), Cordeiro (2008). Aranha (1993), Becker (2012), Selbach (2010), sobre Ciências Exatas e o campo da Matemática. Como aporte teórico-metodológico, a Teoria das Representações Sociais à luz de Moscovici (1978), com a abordagem processual de Jodelet (2005). Optamos pela abordagem qualitativa por direcionar o olhar do pesquisador para as interações e significados que os sujeitos atribuem às realidades sociais, suas histórias, crenças e valores (MINAYO, 2007). A UFPE constituiu-se como campo de investigação, os Centros que ofertam cursos de Bacharelado e Licenciatura em Matemática. Participaram 11 professores universitários, 06 do Campus Agreste e 05 do Campus Recife. A coleta dos dados ocorreu por meio de Análise dos Projetos Pedagógico dos Cursos e realização de entrevistas semiestruturadas. Os dados foram tratados com base na técnica de Análise de Conteúdo de Bardin (2004). Os resultados da pesquisa apontaram que as representações sociais de prática docente, elaboradas por esses professores universitários, estão ancoradas e objetivadas no saber matemático como saber sólido; universal; histórico; consolidado; responsável pelos avanços tecnológicos das civilizações, bem como a resolução dos atuais problemas sociais; destinado a um grupo com características específicas para “desbravar” e “aprofundar” esses saberes. Essas constituem o núcleo duro dessas representações. Entretanto, estão permeadas por nuances de ressignificação constituintes do sistema periférico das representações sociais. Estas associam, a prática docente e o saber matemático, as realidades sociais em que os estudantes estão inseridos, à escuta dos estudantes, à reflexão e ressignificação das práticas. A construção dessas representações não está concentrada na figura do professor universitário, como um único responsável pelas “práticas engessadas”, mas trata-se de um conjunto representacional que “impõe” o perfil, que este professor precisa construir, transmitir ou até requerer, onde estiver inserido. Está relacionado a um grupo marcado pelo esforço, dedicação, saber e gostar de pensar e estudar matemática, que busca desenvolver a intuição e dedução matemática, que respeita à hierarquia da sala de aula, a prática do exercício matemático, a busca por aprimoramento do conhecimento, aspectos relevantes para aqueles que atuam neste campo. Não é fácil romper a lógica vigente com relação à prática docente matemática ou com relação ao ensino de matemática. Faz-se necessário uma mudança paradigmática iniciada em ações de formação de caráter didático-pedagógica dentro da universidade trabalhando, junto aos professores universitários, para repensar as práticas pedagógicas e docentes, o processo de ensino aprendizagem, a avaliação. Traçar reflexões sobre questões e problemáticas presentes na sala de aula, a fim de ressignificá-las e transformá-las. Acreditamos que, a partir dessa transformação, é possível pensar em práticas ressignificadas na educação básica e setores da sociedade. Cabe ao professor universitário fazer essa reflexão e se perceber como sujeito transformador desse processo.


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4
  • JULIANO SISTHERENN
  • RELAÇÃO ENTRE SUJEITO E EDUCAÇÃO NO PENSAMENTO DE EDGAR MORIN

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTÔNIO SÉRGIO DA COSTA NUNES
  • DAMIÃO BEZERRA OLIVEIRA
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • EVERALDO FERNANDES DA SILVA
  • Data: 28/02/2023

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  • O problema que levantamos nessa tese é o seguinte: qual a relação entre sujeito e educação, no pensamento de Edgar Morin? Em outras palavras, nos perguntamos se e como as proposições que esse autor faz para a educação estão fundamentadas na sua noção de sujeito. Nosso objetivo principal foi, justamente, esse: investigar a relação entre sujeito e educação, no pensamento de Edgar Morin. Fizemos essa investigação através de uma pesquisa de caráter bibliográfico, que teve como base principal os seis volumes da sua principal obra: O método. Para tratar especificamente da noção de sujeito, demos destaque para O método 2: a vida da vida. As proposições educacionais foram retiradas das seguintes obras, que o autor dedica especialmente à educação: A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento; Os sete saberes necessários à educação do futuro e Ensinar a viver: manifesto para mudar a educação. Na primeira parte de nosso trabalho abordamos a noção biológica de sujeito e, em seguida, a inclusão do ser humano nessa noção, pois a ideia fundamental do autor é que a sua noção de sujeito vale para todo ser capaz de se autoeco-organizar, o que significa que todo e qualquer ser vivo é sujeito. Na sequência, vimos como algumas das principais proposições educacionais feitas por Morin, que constam especialmente em suas obras dedicadas à educação, estão fundamentadas na sua noção biológica de sujeito. Por fim, após fazermos um estado da arte onde, entre os principais autores/comentadores brasileiros da obra de Morin, praticamente não identificamos discussões sobre a noção biológica de sujeito, defendemos a ideia de que existe uma relação de fundamentação entre a noção moriniana de sujeito e as proposições que esse autor faz para a educação. Entendendo que a noção biológica de sujeito de Morin contém elementos de originalidade, que possibilita o afastamento desse autor de toda a tradição antropocêntrica da cultura filosófica do ocidental, começamos extrair a ideia de uma filosofia da educação, ou melhor, uma filosofia da autoeco-organização, tendo como fundamento a noção biológica de sujeito desenvolvida por Edgar Morin.


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  • O problema que levantamos nessa tese é o seguinte: qual a relação entre sujeito e educação, no pensamento de Edgar Morin? Em outras palavras, nos perguntamos se e como as proposições que esse autor faz para a educação estão fundamentadas na sua noção de sujeito. Nosso objetivo principal foi, justamente, esse: investigar a relação entre sujeito e educação, no pensamento de Edgar Morin. Fizemos essa investigação através de uma pesquisa de caráter bibliográfico, que teve como base principal os seis volumes da sua principal obra: O método. Para tratar especificamente da noção de sujeito, demos destaque para O método 2: a vida da vida. As proposições educacionais foram retiradas das seguintes obras, que o autor dedica especialmente à educação: A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento; Os sete saberes necessários à educação do futuro e Ensinar a viver: manifesto para mudar a educação. Na primeira parte de nosso trabalho abordamos a noção biológica de sujeito e, em seguida, a inclusão do ser humano nessa noção, pois a ideia fundamental do autor é que a sua noção de sujeito vale para todo ser capaz de se autoeco-organizar, o que significa que todo e qualquer ser vivo é sujeito. Na sequência, vimos como algumas das principais proposições educacionais feitas por Morin, que constam especialmente em suas obras dedicadas à educação, estão fundamentadas na sua noção biológica de sujeito. Por fim, após fazermos um estado da arte onde, entre os principais autores/comentadores brasileiros da obra de Morin, praticamente não identificamos discussões sobre a noção biológica de sujeito, defendemos a ideia de que existe uma relação de fundamentação entre a noção moriniana de sujeito e as proposições que esse autor faz para a educação. Entendendo que a noção biológica de sujeito de Morin contém elementos de originalidade, que possibilita o afastamento desse autor de toda a tradição antropocêntrica da cultura filosófica do ocidental, começamos extrair a ideia de uma filosofia da educação, ou melhor, uma filosofia da autoeco-organização, tendo como fundamento a noção biológica de sujeito desenvolvida por Edgar Morin.

5
  • MARCELA SABRINA DE ALBUQUERQUE PESSOA
  • ANÍBAL BRUNO E A FORMAÇÃO DAS PROFESSORAS (1930-1937): continuidades e descontinuidades do Ato n° 1239

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • IÊDO DE OLIVEIRA PAES
  • JOSE LUIS SIMOES
  • MARCOS AURELIO DORNELAS DA SILVA
  • Data: 28/02/2023

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  • Este estudo tem por objetivo analisar a trajetória das professoras e o processo
    de profissionalização das mesmas a partir do aumento do quantitativo de
    Escolas Normais em Pernambuco, durante os anos de 1930, diante da
    popularização do ensino escolar que, àquela época, serviu aos vários ideais de
    modernidade defendidos tanto pelos reformadores educacionais, desde o
    escolanovismo, quanto pelo Governo após 1930. Para tal, examinamos os
    documentos da Diretoria Técnica Educacional de Pernambuco e os jornais
    publicados entre as décadas de 1920 e 1930, além de dados atualizados do
    INEP e do Censo Escolar da Educação Básica, relativos aos números de
    professoras que atuam na educação brasileira. Desse modo, com base na
    Metodologia da Análise de Discurso em Orlandi e Pêcheux e nos conceitos de
    estratégia, lugar e relações de poder de Michel de Certeau, buscamos dialogar
    acerca das representações de gênero no campo educacional básico, numa
    perspectiva crítica que se estendeu até os dias atuais.


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  • Este estudo tem por objetivo analisar a trajetória das professoras e o processo
    de profissionalização das mesmas a partir do aumento do quantitativo de
    Escolas Normais em Pernambuco, durante os anos de 1930, diante da
    popularização do ensino escolar que, àquela época, serviu aos vários ideais de
    modernidade defendidos tanto pelos reformadores educacionais, desde o
    escolanovismo, quanto pelo Governo após 1930. Para tal, examinamos os
    documentos da Diretoria Técnica Educacional de Pernambuco e os jornais
    publicados entre as décadas de 1920 e 1930, além de dados atualizados do
    INEP e do Censo Escolar da Educação Básica, relativos aos números de
    professoras que atuam na educação brasileira. Desse modo, com base na
    Metodologia da Análise de Discurso em Orlandi e Pêcheux e nos conceitos de
    estratégia, lugar e relações de poder de Michel de Certeau, buscamos dialogar
    acerca das representações de gênero no campo educacional básico, numa
    perspectiva crítica que se estendeu até os dias atuais.

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  • ROSEANE PEREIRA DA SILVA
  • “TAREFA É COM LÁPIS”: UM ESTUDO ETNOGRÁFICO SOBRE AS CULTURAS DO ESCRITO NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DA ESCOLA PÚBLICA. 

  • Orientador : MARIA DO SOCORRO ALENCAR NUNES MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • HUGO MENEZES NETO
  • MARIA DO SOCORRO ALENCAR NUNES MACEDO
  • TELMA FERRAZ LEAL
  • VANIA APARECIDA COSTA
  • Data: 02/03/2023

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  • Este estudo parte do interesse em investigar a relação entre as culturas do escrito e a apropriação da leitura e da escrita a partir da acepção antropológica de cultura, entendendo como uma possibilidade para compreender as tensões envolvidas nos modos de ensinar e aprender a escrita e a leitura no 1º ano de escolarização advindas dos diferentes valores que professora, alunas e alunos dão ao escrito em suas práticas sociais e de letramento. Para esse intento, a pesquisa está fundamentada teórico e epistemologicamente no Novos Estudos do Letramento/NEL (STREET, 2003, 2012, 2013, 2014[1995]; HEAT, 1983, 2004; GEE, 2004; BARTON; HAMILTON, 1998, 2000, 2004; FISHMAN, 2004; SCRIBNER e COLE, 2004)  ); nos Estudos do Letramento (KLEIMAN, 1995; VIANA; KLEIMAN, 2016; MACEDO, 2010; 2020; 2021; MARINHO; CARVALHO, 2010);na Etnografia (PEIRANO, 2018; ROCKWEEL, 2009; STREET, 2010; 2013), na Concepção Dialógica e Social do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2000; BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2002); nas contribuições filosóficas de Paulo Freire (FREIRE, 2003 [1967]; 2021[1985) e nos estudos da História sobre a Cultura Escrita (GALVÃO, 2010; FRADE, 2009, 2010; 2014; FRAENKEL, 2004; 2010; VIDAL, 2006;2009; ALCÂNTARA E VIDAL, 2018 e BARRA, ). Nesse quadro de referência, os conceitos e Cultura e Culturas do escrito (GALVÃO, 2010) e a etnografia, inspiração antropológica foram centrais. Para  apreender as culturas do escrito manifestadas em sala de aula, utilizaremos os conceitos analíticos de eventos e práticas de letramento porque eles nos ajudam a compreender os usos e significados da escrita e da leitura para diferentes grupos sociais e suas consequências sociais, políticas e educacionais (STREET, 2010). A análise interpretativa dos resultados propõe que: i) A etnografia é teoria vivida, como coloca Peirano (2018), vez que a mirada etnográfica, a construção dos dados e a escrita da tese estão engastadas nos pressupostos teóricos que definem o que, quem e como ver, ouvir e interpretar. ii) As vozes não ditas das crianças não impediram a instauração da resistência à cultura escolar – da hierarquia nas relações de poder, quando os alunos e alunas com olhares, gestos, sorrisos e ação mediada pelos artefatos e pelos colegas, produziram sua cultura de resistência; iii) A força de determinada cultura escolar, a forma escolar, condiciona os valores e crenças atribuídos ao escrito em nossa sociedade; iv) O perfil da turma, sujeitos em processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrtia, influencia nas decisões pedagógicas da professora, que organiza as atividades com intenção de contribuir para a alfabetização das crianças. Assim, os eventos de letramento mais recorrentes consistem no trabalho com a escrita do nome; formação de sílabas e palavras com letras e sílabas movéis; escrita de palavras e produção de textos curtos e leitura literária, tendo a materialidade escolar papel central na construção dos processos interpretativos na conceitualização da escrita leitura e v) nas culturas do escrito, construídas no contexto das relações pedagógicas no 1º ano de escolarização, os instrumentos e suportes de escritura se constituem como elementos constitutivos das culturas do escrito, vez que estão engastados nos eventos de letramento, participando, pois, dos processos interpretativos para a conceitualização da escrita alfabética.  Concluímos fomentando que esses achados não inviabilizam a compreensão de que a criança passa por uma evolução conceitual na apropriação da escrita e que as relações sociais, os modos de produção e os produtos das interações afetam o sujeito cognitivamente, socialmente e culturalmente, trata-se de entender que esses processos se dão na e pela linguagem, seja ela verbal ou não, incluindo suas diferentes dimensões, em especial, aquelas diretamente relacionadas às culturas do escrito. Assim posto, a tese propõe o conceito de Evento de letramento alfabetizador como sendo todo e qualquer evento em que o escrito ou fragmento deles, os instrumentos de escrita e suportes de escritura são mobilizados na interação entre os pares para apropriação do SEA, da leitura e da escrita. Essa acepção é, pois, de fundamental importância para a compreenssão de alfabetização como apropriação das culturas do escrito que defendemos no nosso trabalho.


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  • Este estudo parte do interesse em investigar a relação entre as culturas do escrito e a apropriação da leitura e da escrita a partir da acepção antropológica de cultura, entendendo como uma possibilidade para compreender as tensões envolvidas nos modos de ensinar e aprender a escrita e a leitura no 1º ano de escolarização advindas dos diferentes valores que professora, alunas e alunos dão ao escrito em suas práticas sociais e de letramento. Para esse intento, a pesquisa está fundamentada teórico e epistemologicamente no Novos Estudos do Letramento/NEL (STREET, 2003, 2012, 2013, 2014[1995]; HEAT, 1983, 2004; GEE, 2004; BARTON; HAMILTON, 1998, 2000, 2004; FISHMAN, 2004; SCRIBNER e COLE, 2004)  ); nos Estudos do Letramento (KLEIMAN, 1995; VIANA; KLEIMAN, 2016; MACEDO, 2010; 2020; 2021; MARINHO; CARVALHO, 2010);na Etnografia (PEIRANO, 2018; ROCKWEEL, 2009; STREET, 2010; 2013), na Concepção Dialógica e Social do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2000; BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2002); nas contribuições filosóficas de Paulo Freire (FREIRE, 2003 [1967]; 2021[1985) e nos estudos da História sobre a Cultura Escrita (GALVÃO, 2010; FRADE, 2009, 2010; 2014; FRAENKEL, 2004; 2010; VIDAL, 2006;2009; ALCÂNTARA E VIDAL, 2018 e BARRA, ). Nesse quadro de referência, os conceitos e Cultura e Culturas do escrito (GALVÃO, 2010) e a etnografia, inspiração antropológica foram centrais. Para  apreender as culturas do escrito manifestadas em sala de aula, utilizaremos os conceitos analíticos de eventos e práticas de letramento porque eles nos ajudam a compreender os usos e significados da escrita e da leitura para diferentes grupos sociais e suas consequências sociais, políticas e educacionais (STREET, 2010). A análise interpretativa dos resultados propõe que: i) A etnografia é teoria vivida, como coloca Peirano (2018), vez que a mirada etnográfica, a construção dos dados e a escrita da tese estão engastadas nos pressupostos teóricos que definem o que, quem e como ver, ouvir e interpretar. ii) As vozes não ditas das crianças não impediram a instauração da resistência à cultura escolar – da hierarquia nas relações de poder, quando os alunos e alunas com olhares, gestos, sorrisos e ação mediada pelos artefatos e pelos colegas, produziram sua cultura de resistência; iii) A força de determinada cultura escolar, a forma escolar, condiciona os valores e crenças atribuídos ao escrito em nossa sociedade; iv) O perfil da turma, sujeitos em processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrtia, influencia nas decisões pedagógicas da professora, que organiza as atividades com intenção de contribuir para a alfabetização das crianças. Assim, os eventos de letramento mais recorrentes consistem no trabalho com a escrita do nome; formação de sílabas e palavras com letras e sílabas movéis; escrita de palavras e produção de textos curtos e leitura literária, tendo a materialidade escolar papel central na construção dos processos interpretativos na conceitualização da escrita leitura e v) nas culturas do escrito, construídas no contexto das relações pedagógicas no 1º ano de escolarização, os instrumentos e suportes de escritura se constituem como elementos constitutivos das culturas do escrito, vez que estão engastados nos eventos de letramento, participando, pois, dos processos interpretativos para a conceitualização da escrita alfabética.  Concluímos fomentando que esses achados não inviabilizam a compreensão de que a criança passa por uma evolução conceitual na apropriação da escrita e que as relações sociais, os modos de produção e os produtos das interações afetam o sujeito cognitivamente, socialmente e culturalmente, trata-se de entender que esses processos se dão na e pela linguagem, seja ela verbal ou não, incluindo suas diferentes dimensões, em especial, aquelas diretamente relacionadas às culturas do escrito. Assim posto, a tese propõe o conceito de Evento de letramento alfabetizador como sendo todo e qualquer evento em que o escrito ou fragmento deles, os instrumentos de escrita e suportes de escritura são mobilizados na interação entre os pares para apropriação do SEA, da leitura e da escrita. Essa acepção é, pois, de fundamental importância para a compreenssão de alfabetização como apropriação das culturas do escrito que defendemos no nosso trabalho.

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  • ANDREA CARLA CASTRO E SILVA
  • EFEITOS DO DISCURSO NEOLIBERAL NA EDUCAÇÃO: O PROJETO DE VIDA COMO DISPOSITIVO PEDAGÓGICO DE FORMAÇÃO DO SUJEITO-EMPRESA

  • Orientador : ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • CIBELE MARIA LIMA RODRIGUES
  • JANAYNA SILVA CAVALCANTE DE LIMA
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 09/03/2023

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  • A tese intitulada “Efeitos do discurso neoliberal na Educação: o projeto de vida como dispositivo pedagógico de formação do sujeito-empresa” tem como objeto a emergência do projeto de vida como dispositivo pedagógico para formação do sujeito-empresa. Analisamos a ressignificação do projeto de vida em documentos curriculares do novo ensino médio e em artefatos culturais - publicitário e pedagógico -sob influência do discurso neoliberal na educação. A partir das conceitualizações de Giorgio Agamben, Pierre Dardot e Christian Laval, Michel Foucault, Sylvio Gadelha, Maurizio Lazzarato, Byung-Chul Han e Nikolas Rose problematizamos os efeitos da governamentalidade neoliberal na economização e precarização da vida contemporânea e suas implicações na formação de um novo sujeito que se governa a si próprio como um capital, tomando a cultura empresarial como norma e a concorrência como modus operandi em todos os domínios da sua existência, o sujeito-empresa. A repercussão desse fenômeno no campo educacional tem preconizado o fortalecimento discursos pautados nas noções de Aprendizagem ao longo da vida e Formação para o empreendedorismo enquanto direcionamento para as práticas pedagógicas e as políticas curriculares, visando a formação do capital humano flexível adequado a esse novo modelo social. A pesquisa que deu sustentação à tese foi norteada pela abordagem arqueogenealógica, de Michel Foucault, e nos possibilitou a análise do projeto de vida como um dispositivo de saber-poder, que opera por meio da disseminação dos discursos produtivista, utilitarista, empreendedor, da empregabilidade e da responsabilização e do uso das técnicas de si nas práticas pedagógicas escolares e culturais, com vistas a subjetivação de valores e condutas neoliberais. O corpus de análise investigado reuniu enunciados do campo curricular sobre projetos de vida, bem como as técnicas de si acionadas por artefatos pedagógicos. A análise dos enunciados do campo curricular sobre o projeto de vida indicou a valorização da formação de um sujeito autônomo e privado, que se autorresposabiliza pelos resultados da própria formação, pela sua empregabilidade e pelas condições sociais que marcam a sua vida, considerando que todas elas não fruto das suas próprias escolhas. Por meio da análise do artefato pedagógico Mapa da vida, identificamos que a avaliação de si, a narração de si e o empresariamento de si são acionadas durante a elaboração dos projetos de vida para incitar os sujeitos a alinhar as suas condutas aos padrões de normatividade estabelecidos pelo mercado. A série publicitária “Viver é uma entrega” foi analisada como uma pedagogia cultural que normaliza as relações de trabalho precarizadas e enaltece o consumo, acionando técnicas de autovalorização, de autorresponsabilização e de autonomia em seu público, valorizando modos de vida pautados no individualismo. A rede discursiva operada por esses elementos interpela os sujeitos da educação dentro e fora do espaço escolar.


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  • A tese intitulada “Efeitos do discurso neoliberal na Educação: o projeto de vida como dispositivo pedagógico de formação do sujeito-empresa” tem como objeto a emergência do projeto de vida como dispositivo pedagógico para formação do sujeito-empresa. Analisamos a ressignificação do projeto de vida em documentos curriculares do novo ensino médio e em artefatos culturais - publicitário e pedagógico -sob influência do discurso neoliberal na educação. A partir das conceitualizações de Giorgio Agamben, Pierre Dardot e Christian Laval, Michel Foucault, Sylvio Gadelha, Maurizio Lazzarato, Byung-Chul Han e Nikolas Rose problematizamos os efeitos da governamentalidade neoliberal na economização e precarização da vida contemporânea e suas implicações na formação de um novo sujeito que se governa a si próprio como um capital, tomando a cultura empresarial como norma e a concorrência como modus operandi em todos os domínios da sua existência, o sujeito-empresa. A repercussão desse fenômeno no campo educacional tem preconizado o fortalecimento discursos pautados nas noções de Aprendizagem ao longo da vida e Formação para o empreendedorismo enquanto direcionamento para as práticas pedagógicas e as políticas curriculares, visando a formação do capital humano flexível adequado a esse novo modelo social. A pesquisa que deu sustentação à tese foi norteada pela abordagem arqueogenealógica, de Michel Foucault, e nos possibilitou a análise do projeto de vida como um dispositivo de saber-poder, que opera por meio da disseminação dos discursos produtivista, utilitarista, empreendedor, da empregabilidade e da responsabilização e do uso das técnicas de si nas práticas pedagógicas escolares e culturais, com vistas a subjetivação de valores e condutas neoliberais. O corpus de análise investigado reuniu enunciados do campo curricular sobre projetos de vida, bem como as técnicas de si acionadas por artefatos pedagógicos. A análise dos enunciados do campo curricular sobre o projeto de vida indicou a valorização da formação de um sujeito autônomo e privado, que se autorresposabiliza pelos resultados da própria formação, pela sua empregabilidade e pelas condições sociais que marcam a sua vida, considerando que todas elas não fruto das suas próprias escolhas. Por meio da análise do artefato pedagógico Mapa da vida, identificamos que a avaliação de si, a narração de si e o empresariamento de si são acionadas durante a elaboração dos projetos de vida para incitar os sujeitos a alinhar as suas condutas aos padrões de normatividade estabelecidos pelo mercado. A série publicitária “Viver é uma entrega” foi analisada como uma pedagogia cultural que normaliza as relações de trabalho precarizadas e enaltece o consumo, acionando técnicas de autovalorização, de autorresponsabilização e de autonomia em seu público, valorizando modos de vida pautados no individualismo. A rede discursiva operada por esses elementos interpela os sujeitos da educação dentro e fora do espaço escolar.

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  • SEVERINO DO RAMO CORREIA
  • A EDUCAÇÃO ENQUANTO PALCO AUTOBIOGRÁFICO: O “EU” IDÊNTICO DE LEPÊ CORREIA 

  • Orientador : EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA CONCEIÇÃO FERRER BOTELHO SGADARI PASSEGGI
  • ARNALDO SUCUMA
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • JOSÉ VIEIRA DA CRUZ
  • TÂNIA MARIA DE ARAÚJO LIMA
  • Data: 14/03/2023

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  • Esta tese tem origem no Núcleo de Identidades e Memórias, do Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal de Pernambuco, e minha pretensão é responder a seguinte questão: Montado nessa alegoria chamada vida, conseguirei, a tempo, sobre o palco onde ainda se constrói esse “Eu” Idêntico a cada dia, exibir as façanhas apreendidas e executadas entre 1952 e 2023?  A periodização preambular corresponde ao ano de meu nascimento; minha aterrisagem na Travessa da Colina, no bairro do Fundão, em Recife-PE; quando Getúlio Vargas assume, pela segunda vez, a presidência do Brasil; minha estreia no campo do ensino aos 5 anos de idade, antes mesmo de entrar no curso primário, meu começo escolar na Escolas Reunidas Felipe Camarão, em Olinda-PE., e a peregrinação em tantas outras; e o desenlace do recorte espaço-temporal diz respeito à defesa deste estudo na perspectiva da narrativa de si. Dessa forma, a investigação está ancorada nos seguintes objetivos: a) contribuir com as pesquisas autobiográficas e educação no Brasil; b) analisar autonarrativa construída em relaão a minha identidade sócio racial, para entendê-la a partir do próprio método autobiográfico; c) levantar e analisar fontes que possam oferecer um entendimento de como pude me reinventar por meio das etapas e ciclos vividos, conhecendo mais de mim, enquanto experienciava as mudanças no sistema e métodos educacionais ao longo de minha trajetória. Considerando o que diz Aróstegui (2006) sobre a fiabilidade e adequação (originalidade e abundância de fontes), esta tese se estrutura a partir do seguinte corpus  documental: iconografia (fotografias, desenhos e autorretratos), recortes de jornais, poesias e crônicas, livros, arquivos pessoais e de familiares, depoimentos espontâneos de ex alunos e admiradores do Movimento Negro do Recife, bem como minhas próprias memórias, gravadas e transcritas, especialmente para manuseio nesta tese. Para análise e interpretação dessas fontes, dialogo com os seguintes autores: Nóvoa (1992), Bourdieu (2005), Elias (1994), Souza (2006), entre outros, Passeggi (2010), Passeggi e Abrahão (2012), Ferreira (2015) e Souza (2020). O pano de fundo da minha trajetória sempre foi a educação, ladeada pelas artes, a política, esportes, as ciências humanas e as tradições de povos originários, principalmente negros. Por conseguinte, a hipótese se materializa em vários “Eus Idênticos”, pois   educado na leitura e na busca do conhecimento e retidão no caráter, fez de mim um exibicionista ciclotímico – “seção de educação” - sempre disposto a aprender, para contribuir mais e melhor, tal qual um negro Mina, que “chega em pensamento onde não chega seu braço” ...; o que resulta na ideia do Eu Idêntico, antes disperso em várias formas e conteúdo. 


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  • VIVIANE ALVES DE LIMA
  • COTAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA: UMA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DE POLÍTICAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA FEDERAL

  • Orientador : ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • SILKE WEBER
  • CARLOS ROBERTO JAMIL CURY
  • Data: 21/03/2023

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  • O presente estudo teve por objetivo geral analisar a relação entre política de cotas, democracia e desigualdades sociais e, mais especificamente: identificar e analisar as políticas de ações afirmativas dos colégios de aplicação federais; apreender a percepção dos sujeitos a respeito dos objetivos da política de cotas; investigar como os sujeitos interpretam e traduzem a política de cotas no CAp UFPE; analisar a atuação da política de cotas no que concerne a potencializar o acesso, a permanência e a qualidade do ensino para um público estudantil historicamente excluído, na perspectiva da redução das desigualdades sociais. A pesquisa de abordagem qualitativa se caracteriza como um estudo de caso, tendo como procedimentos de coleta dos dados a análise documental, observações e entrevistas com integrantes da equipe gestora, professores e profissionais técnico-administrativos. Pautou-se na técnica da análise de conteúdo de Bardin (2009), e fundamentou-se no aporte de Ball, Maguire e Braun (2016) sobre a atuação da política na prática. Buscamos responder a seguinte questão: Quais concepções e práticas gestionárias fundamentam a política de cotas da educação básica na escola pública? Fomos norteados pela suposição de que as escolas não podem ficar alheias ao cenário das desigualdades sociais à espera unicamente da ação do Estado, mas é responsável importante por dar vazão à interpretação e tradução da política em seu contexto, pois as políticas são reinterpretadas por meio de inúmeras traduções no microcontexto pelo coletivo da escola. Para responder tal problema de pesquisa, levantamos a literatura a respeito de democracia, desigualdades sociais, políticas de ações afirmativas, cotas, equidade, cultura, discriminação.  Destacamos que o acesso ao ensino de qualidade e gratuito não ocorre de forma igualitária na educação básica e, assim, democratizar as oportunidades de acesso e de permanência, consiste em estratégia para tentar romper com a enraizada elitização social e cultural das instituições públicas educacionais, além de ser uma maneira de enfrentamento das desigualdades sociais. Embora o ingresso à maioria das escolas públicas de educação básica consista na realização de inscrição e matrícula, quando se trata de escolas da rede federal, como os CAps, pela alta demanda justificada em função da qualidade diferenciada, tais instituições vêm recorrendo a mecanismos seletivos, como o sorteio público mesclado com mecanismos de ações afirmativas, o que se justifica como um caminho mais democrático (ou menos excludente) para selecionar os estudantes. Os dados coletados e analisados demonstraram a importância da inserção de diversos critérios na política de cotas do CAp UFPE, tais como o socioeconômico e racial, uma vez que a adoção exclusiva do critério origem escolar não dá conta da universalização de acesso de determinados grupos. Os resultados apontaram também que não basta garantir o acesso dos estudantes por meio da política de cotas, mas é recomendável que outras ações afirmativas acompanhem os estudantes durante o percurso acadêmico, visando sua permanência e sucesso. Constatamos barreiras discriminatórias internamente na escola, ao mesmo passo em que foi possível identificar um engajamento da escola investigada para atuar sobre a política no sentido de atender necessidades do público cotista. Tal opção constitui-se em atuação política, uma vez que implica na manifestação, interpretação e incorporação por parte dos sujeitos de certa forma de traduzir a política de cotas que, a nosso ver, responde colaborativamente à inclusão pretendida, bem como contribui com a efetivação do papel de “laboratório” destinado aos colégios de aplicação no sentido de investirem em inovações pedagógicas, destacando a importância da micropolítica escolar na configuração e sucesso da macropolítica educacional implementada.  Estas considerações suscitam o questionamento a respeito da existência de cotas na educação básica, o que é, em si mesmo, um contrassenso que denuncia o tamanho do abismo que ainda temos a enfrentar.


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  • O presente estudo teve por objetivo geral analisar a relação entre política de cotas, democracia e desigualdades sociais e, mais especificamente: identificar e analisar as políticas de ações afirmativas dos colégios de aplicação federais; apreender a percepção dos sujeitos a respeito dos objetivos da política de cotas; investigar como os sujeitos interpretam e traduzem a política de cotas no CAp UFPE; analisar a atuação da política de cotas no que concerne a potencializar o acesso, a permanência e a qualidade do ensino para um público estudantil historicamente excluído, na perspectiva da redução das desigualdades sociais. A pesquisa de abordagem qualitativa se caracteriza como um estudo de caso, tendo como procedimentos de coleta dos dados a análise documental, observações e entrevistas com integrantes da equipe gestora, professores e profissionais técnico-administrativos. Pautou-se na técnica da análise de conteúdo de Bardin (2009), e fundamentou-se no aporte de Ball, Maguire e Braun (2016) sobre a atuação da política na prática. Buscamos responder a seguinte questão: Quais concepções e práticas gestionárias fundamentam a política de cotas da educação básica na escola pública? Fomos norteados pela suposição de que as escolas não podem ficar alheias ao cenário das desigualdades sociais à espera unicamente da ação do Estado, mas é responsável importante por dar vazão à interpretação e tradução da política em seu contexto, pois as políticas são reinterpretadas por meio de inúmeras traduções no microcontexto pelo coletivo da escola. Para responder tal problema de pesquisa, levantamos a literatura a respeito de democracia, desigualdades sociais, políticas de ações afirmativas, cotas, equidade, cultura, discriminação.  Destacamos que o acesso ao ensino de qualidade e gratuito não ocorre de forma igualitária na educação básica e, assim, democratizar as oportunidades de acesso e de permanência, consiste em estratégia para tentar romper com a enraizada elitização social e cultural das instituições públicas educacionais, além de ser uma maneira de enfrentamento das desigualdades sociais. Embora o ingresso à maioria das escolas públicas de educação básica consista na realização de inscrição e matrícula, quando se trata de escolas da rede federal, como os CAps, pela alta demanda justificada em função da qualidade diferenciada, tais instituições vêm recorrendo a mecanismos seletivos, como o sorteio público mesclado com mecanismos de ações afirmativas, o que se justifica como um caminho mais democrático (ou menos excludente) para selecionar os estudantes. Os dados coletados e analisados demonstraram a importância da inserção de diversos critérios na política de cotas do CAp UFPE, tais como o socioeconômico e racial, uma vez que a adoção exclusiva do critério origem escolar não dá conta da universalização de acesso de determinados grupos. Os resultados apontaram também que não basta garantir o acesso dos estudantes por meio da política de cotas, mas é recomendável que outras ações afirmativas acompanhem os estudantes durante o percurso acadêmico, visando sua permanência e sucesso. Constatamos barreiras discriminatórias internamente na escola, ao mesmo passo em que foi possível identificar um engajamento da escola investigada para atuar sobre a política no sentido de atender necessidades do público cotista. Tal opção constitui-se em atuação política, uma vez que implica na manifestação, interpretação e incorporação por parte dos sujeitos de certa forma de traduzir a política de cotas que, a nosso ver, responde colaborativamente à inclusão pretendida, bem como contribui com a efetivação do papel de “laboratório” destinado aos colégios de aplicação no sentido de investirem em inovações pedagógicas, destacando a importância da micropolítica escolar na configuração e sucesso da macropolítica educacional implementada.  Estas considerações suscitam o questionamento a respeito da existência de cotas na educação básica, o que é, em si mesmo, um contrassenso que denuncia o tamanho do abismo que ainda temos a enfrentar.

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  • MELANIE LAURA MARIANO DA PENHA SILVA
  • NEOCONSERVADORISMO E FAMILISMO NAS POLÍTICAS CURRICULARES BRASILEIRAS: A MOBILIZAÇÃO DISCURSIVA DE INFÂNCIA, GÊNERO E SEXUALIDADE NAS DISPUTAS POR HEGEMONIA NA EDUCAÇÃO.

  • Orientador : ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA PAULA ABRAHAMIAN DE SOUZA
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • FLAVIO HENRIQUE ALBERT BRAYNER
  • RAQUEL GONÇALVES SALGADO
  • RITA DE CASSIA PRAZERES FRANGELLA
  • Data: 31/03/2023

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  • Uma onda neoconservadora e antidemocrática se propagou no campo educacional interpelando políticas curriculares de gênero e sexualidade com polêmicas e distorções calcadas no pânico moral em torno da educação de crianças. O significante infância foi evocado reiteradamente num intenso jogo político-discursivo que mobilizou demandas e disputas hegemônicas pela educação. Este trabalho investigou a disputa dos sentidos de infância nas políticas curriculares brasileiras entre os anos de 2011 e 2021, nesse contexto de acirramento do antagonismo. Fundamenta-se na Teoria Política do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, para quem a realidade é sempre discursiva, contigente, atravessada por relações de poder e permanentemente negociada. O corpus foi constituído por: 1) vinte e quatro atas de sessões plenárias da Câmara dos Deputados do Brasil entre 2011 e 2021, nas quais foram proferidos discursos sobre infância, educação, gênero, ideologia de gênero, família, escola e currículo; 2) cinco Projetos de Lei de cunho familista versando sobre ensino domiciliar (Homeschooling); 3) materiais do Programa de Literacia familiar “Conta pra Mim”. A análise destes documentos mostra que a disputa pelo significado de infância nesse período estava permeada de antagonismos, lógicas fantasmáticas e investidas na contenção das irrupções da diferença. Tentativas de controlar a política curricular para que dela não emergisse a pluralidade das infâncias em suas subjetividades dobradas e profusas no que diz respeito a gênero e sexualidade também se evidenciaram. De igual modo, houve um esforço para instrumentalizar a política curricular brasileira para que do ideário familista despontasse a hegemonia da família sobre a educação das crianças, num proposital movimento de desqualificação e esvaziamento do sentido da educação pública e do trabalho docente. Assim, as políticas curriculares para as infâncias (plurais) carecem de uma significação sobre crianças e infâncias que seja aberta a des-sedimentação de sentidos, ao diálogo com a diferença e a busca por relações agonísticas, alinhadas a perspectivas político-educacionais democráticas.


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  • ANTÔNIO AGOSTINHO DA SILVA FILHO
  • EDUCAÇÃO PÚBLICA NUMA LÓGICA PRIVADA: UMA ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS DE PRIVATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM PERNAMBUCO (2010-2018).

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • LUIZ FERNANDES DOURADO
  • Data: 14/04/2023

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  • A tese apresenta como objeto de pesquisa uma análise das tendências de privatização da educação básica em Pernambuco, com um recorte temporal no período de 2010 a 2018, buscando investigar como a lógica privada tem influenciado a formulação de políticas educacionais em Pernambuco mediante a adoção de programas e projetos na rede Estadual, a partir do mapeamento dos atores políticos e privados envolvidos, analisados na perspectiva da racionalidade neoliberal e dos os impactos do papel estratégico que o setor privado exerce na educação pública no tangente ao desenvolvimento social e econômico. Assim também apresenta uma contextualização sobre o Estado, as reformas empreendidas nas últimas décadas do século XX e suas repercussões na política educacional que passa a atuar em conjunto com o setor privado na oferta de produtos educacionais, reforçando a lógica de quase-mercado em educação e processos de reprodução do sistema de acumulação do capital. O percurso investigativo da pesquisa baseou-se na análise documental (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) e considerou as informações disponíveis em relatórios de atividades das instituições, matérias disponíveis em websites além de buscas extensas na internet a partir dos Sites das empresas; Sites do governo; Sites das fundações e institutos; Sites de comunicação e mídia e a consulta a documentos, relatórios, powerpoints e entrevistas, definidos a partir de alguns descritores, tais como: parcerias, parceiros, convênios, contratos em páginas de transparência do governo no período definido para pesquisa. Além dessas ferramentas a pesquisa contou com uma abordagem baseada na análise de redes, instado como ferramenta metodológica. A pesquisa identificou que as parcerias do Sistema Estadual de Educação apresentam opacidade na sua formulação e um nível de transparência a desejar acerca da aplicação de recursos do fundo público em educação diante dessas iniciativas, Identificou-se mais de uma dezena de atores privados com influência na política educacional de Pernambuco nesse período, além da confluência com uma rede de lideranças em gestão educacional que fortaleceu e expandiu o modelo de educação desenvolvido no estado como referência para o país. Compôs o referencial analítico desse estudo as contribuições de (DARDOT; LAVAL, 2016); BALL (2010, 2011, 2012); VERGER (2016, 2019); GRAMSCI; BONAVIDES (2011); BOBBIO (1995), ADRIÃO (2013-2019) entre outros teóricos do campo educacional. O estudo ao final identificou a emergência de processos embrionários e formas de privatização a partir da influência na gestão, no currículo e na formação de professores da rede, e ainda se constatou tentativas difusas de apropriação dos recursos da educação com mudanças no aparato legal, ampliando as políticas de accountability e responsabilização.


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  • KARLA SIMONE BESERRA CAVALCANTI
  • ANÁLISE LINGUÍSTICA NO ÂMBITO DO PNLD (2002-2020): MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS EM CRITÉRIOS, RESENHAS E NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA

  • Orientador : ALEXSANDRO DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MÁRCIA RODRIGUES DE SOUZA MENDONÇA
  • ALEXSANDRO DA SILVA
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • ARTUR GOMES DE MORAIS
  • LINO DIAS CORREIA NETO
  • Data: 05/05/2023

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  • Este estudo objetivou analisar mudanças e permanências do tratamento dado à AL nos anos finais do ensino fundamental, a partir da análise dos critérios de avaliação e das resenhas das coleções de livros didáticos de língua portuguesa aprovadas no PNLD, bem como de uma coleção aprovada em mais de uma edição desse Programa, no período de 2002 a 2020. Ancoramos este estudo em discussões sobre a consciência metalinguística (GOMBERT, 1992; 2013; MOTA, 2009; PERONARD, 2002), assim como sobre o ensino de língua e a prática de análise linguística na escola (GONZALO, 2012; MILIAN, 2006; MORAIS, 1998; 1999; 2019 NEVES 1990, 2003; SILVA, 2008; 2012; COSTA VAL, 2002).. Partindo da pesquisa documental (LAVILLE; DIONNE, 1999) e da análise de conteúdo temática categorial (BARDIN, 2011), realizamos o exame dos critérios avaliativos do PNLD (2002 a 2020), seguido da análise do perfil das coleções descrito nas resenhas, realizando, por fim, a análise dos conteúdos e das propostas didáticas em um volume didático do livro Tecendo Linguagens/Textos nas edições 2002 e 2020. Como resultados, observamos que os critérios pareciam obedecer a duas ordens: uma voltada para a análise da abordagem e do tratamento metodológico das coleções e outra para a avaliação dos conteúdos selecionados para o ensino, entretanto houve um gradativo apagamento de critérios ligados à avaliação da abordagem e tratamento metodológico. As resenhas e o perfil dos livros apontaram ainda um número elevado de obras transmissivas, mas que há um processo de apropriação de tendências reflexivas ou híbridas. Além disso, parece haver uma influência das fichas de avaliação sobre os livros didáticos, de forma que a ficha do PNLD anterior orienta mudanças nos livros para a próxima edição. Em relação aos conteúdos e propostas didáticas, percebemos mudanças e permanências que parecem acontecer em quatro direções: primeiramente, quando a abordagem do conteúdo muda gradativamente para um viés mais reflexivo; instabilidade da mudança, quando a inovação dá lugar a uma tendência mais transmissiva; permanência da tradição, quando a perspectiva mais tradicional se mantém sem muita variação na obra; estabilidade da mudança, quando a obra, apresentando um tratamento mais reflexivo, mantém-no em edições posteriores. A análise dos conteúdos revelou que havia uma estabilidade da mudança em relação ao tratamento da “textualidade” e do “Discurso, Língua e Linguagem”, uma vez que ambos foram tratados de forma predominantemente reflexiva nas duas edições. Já os conhecimentos morfológicos e ortográficos apresentaram um processo evolutivo, visto que, tradicionalmente, tais conteúdos eram abordados de forma transmissiva e, nas duas edições, busca desenvolver boas oportunidades de reflexão, ao lado de transmissão de regras. Os conhecimentos sintáticos na TL 2020 revelaram, ao mesmo tempo, um processo de instabilidade da mudança e de permanência da tradição: em 2002 os conteúdos não apresentavam excesso de informações nem de funções sintáticas; já em 2020, esse tratamento é quase que exclusivamente transmissivo. Por fim, em relação à sistematização dos conteúdos, percebemos que na TT 2002 esse aspecto era, muitas vezes, ausente. Já na TL 2020, a sistematização constituiu um elemento sempre presente nas propostas, embora fosse feita, predominantemente, por meio de explanações, anotações de regras e conceitos. Em suma, nossos resultados permitem compreender que o LD analisado está em constante mudança, apresentando, às vezes, instabilidades das mudanças, às vezes permanências ou estabilidade.


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  • Este estudo objetivou analisar mudanças e permanências do tratamento dado à AL nos anos finais do ensino fundamental, a partir da análise dos critérios de avaliação e das resenhas das coleções de livros didáticos de língua portuguesa aprovadas no PNLD, bem como de uma coleção aprovada em mais de uma edição desse Programa, no período de 2002 a 2020. Ancoramos este estudo em discussões sobre a consciência metalinguística (GOMBERT, 1992; 2013; MOTA, 2009; PERONARD, 2002), assim como sobre o ensino de língua e a prática de análise linguística na escola (GONZALO, 2012; MILIAN, 2006; MORAIS, 1998; 1999; 2019 NEVES 1990, 2003; SILVA, 2008; 2012; COSTA VAL, 2002).. Partindo da pesquisa documental (LAVILLE; DIONNE, 1999) e da análise de conteúdo temática categorial (BARDIN, 2011), realizamos o exame dos critérios avaliativos do PNLD (2002 a 2020), seguido da análise do perfil das coleções descrito nas resenhas, realizando, por fim, a análise dos conteúdos e das propostas didáticas em um volume didático do livro Tecendo Linguagens/Textos nas edições 2002 e 2020. Como resultados, observamos que os critérios pareciam obedecer a duas ordens: uma voltada para a análise da abordagem e do tratamento metodológico das coleções e outra para a avaliação dos conteúdos selecionados para o ensino, entretanto houve um gradativo apagamento de critérios ligados à avaliação da abordagem e tratamento metodológico. As resenhas e o perfil dos livros apontaram ainda um número elevado de obras transmissivas, mas que há um processo de apropriação de tendências reflexivas ou híbridas. Além disso, parece haver uma influência das fichas de avaliação sobre os livros didáticos, de forma que a ficha do PNLD anterior orienta mudanças nos livros para a próxima edição. Em relação aos conteúdos e propostas didáticas, percebemos mudanças e permanências que parecem acontecer em quatro direções: primeiramente, quando a abordagem do conteúdo muda gradativamente para um viés mais reflexivo; instabilidade da mudança, quando a inovação dá lugar a uma tendência mais transmissiva; permanência da tradição, quando a perspectiva mais tradicional se mantém sem muita variação na obra; estabilidade da mudança, quando a obra, apresentando um tratamento mais reflexivo, mantém-no em edições posteriores. A análise dos conteúdos revelou que havia uma estabilidade da mudança em relação ao tratamento da “textualidade” e do “Discurso, Língua e Linguagem”, uma vez que ambos foram tratados de forma predominantemente reflexiva nas duas edições. Já os conhecimentos morfológicos e ortográficos apresentaram um processo evolutivo, visto que, tradicionalmente, tais conteúdos eram abordados de forma transmissiva e, nas duas edições, busca desenvolver boas oportunidades de reflexão, ao lado de transmissão de regras. Os conhecimentos sintáticos na TL 2020 revelaram, ao mesmo tempo, um processo de instabilidade da mudança e de permanência da tradição: em 2002 os conteúdos não apresentavam excesso de informações nem de funções sintáticas; já em 2020, esse tratamento é quase que exclusivamente transmissivo. Por fim, em relação à sistematização dos conteúdos, percebemos que na TT 2002 esse aspecto era, muitas vezes, ausente. Já na TL 2020, a sistematização constituiu um elemento sempre presente nas propostas, embora fosse feita, predominantemente, por meio de explanações, anotações de regras e conceitos. Em suma, nossos resultados permitem compreender que o LD analisado está em constante mudança, apresentando, às vezes, instabilidades das mudanças, às vezes permanências ou estabilidade.

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  • MAX RODOLFO ROQUE DA SILVA
  • TECENDO FIOS, COSTURANDO HISTÓRIAS: EXPERIÊNCIAS, DISPUTAS E LUTAS DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE DURANTE O PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO E LIMIAR DA NOVA REPÚBLICA

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KÊNIA APARECIDA MIRANDA
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • PAULO GIOVANI ANTONINO NUNES
  • REBECCA SENN TARLAU
  • Data: 15/06/2023

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  • A presente pesquisa versa sobre a organização coletiva dos professores da educação básica estadual na região Nordeste no período correspondente ao processo de redemocratização e início da Nova República no Brasil, contemplando experiências, disputas e lutas dos professores das redes públicas estaduais de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Entendendo a importância das lutas sociais e trabalhistas empreendidas no transcurso da década de 1980, retomadas, principalmente, com a onda grevista da região do ABC paulista, contestamos a ideia deste período como uma “década perdida”, afirmando-a, em razão mesmo das referidas lutas, como a “década dos vencidos”. A investigação da ação do professorado nordestino em torno de suas Associações nos permitiu verificar, dentre outras coisas, disputas internas quanto ao controle das entidades, articulações e exigências a nível nacional junto à Confederação dos Professores do Brasil e a ocorrência de greves e outras mobilizações bastante expressivas. A perspectiva adotada foi a “história vista de baixo”, conforme as formulações de E. P. Thompson (1981; 2019), no sentido de pôr em relevo os anônimos, a gente comum, os “vencidos”, seus interesses e necessidades. Deste modo, visando dar conta de nossos objetivos, lançamos mão de uma diversidade de fontes, quais sejam: boletins informativos, panfletos de greve e paralisações, atas de assembleia, estatutos, fotografias, fontes orais, jornais, relatórios de órgãos de vigilância, dentre outras. Assim, compreendendo a classe social como uma formação histórica que homens e mulheres elaboram a partir de suas próprias experiências de luta, objetivamos compreender como professores e professoras, em contextos espaço-temporais distintos, agiram no sentido de reivindicar melhores condições de vida e trabalho e interferir, também, nos rumos da educação e da política regional e nacional


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  • A presente pesquisa versa sobre a organização coletiva dos professores da educação básica estadual na região Nordeste no período correspondente ao processo de redemocratização e início da Nova República no Brasil, contemplando experiências, disputas e lutas dos professores das redes públicas estaduais de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Entendendo a importância das lutas sociais e trabalhistas empreendidas no transcurso da década de 1980, retomadas, principalmente, com a onda grevista da região do ABC paulista, contestamos a ideia deste período como uma “década perdida”, afirmando-a, em razão mesmo das referidas lutas, como a “década dos vencidos”. A investigação da ação do professorado nordestino em torno de suas Associações nos permitiu verificar, dentre outras coisas, disputas internas quanto ao controle das entidades, articulações e exigências a nível nacional junto à Confederação dos Professores do Brasil e a ocorrência de greves e outras mobilizações bastante expressivas. A perspectiva adotada foi a “história vista de baixo”, conforme as formulações de E. P. Thompson (1981; 2019), no sentido de pôr em relevo os anônimos, a gente comum, os “vencidos”, seus interesses e necessidades. Deste modo, visando dar conta de nossos objetivos, lançamos mão de uma diversidade de fontes, quais sejam: boletins informativos, panfletos de greve e paralisações, atas de assembleia, estatutos, fotografias, fontes orais, jornais, relatórios de órgãos de vigilância, dentre outras. Assim, compreendendo a classe social como uma formação histórica que homens e mulheres elaboram a partir de suas próprias experiências de luta, objetivamos compreender como professores e professoras, em contextos espaço-temporais distintos, agiram no sentido de reivindicar melhores condições de vida e trabalho e interferir, também, nos rumos da educação e da política regional e nacional

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  • WELLINGTON LINS DE SOUZA
  • POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE: AVALIAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA EM ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE PERNAMBUCO.

  • Orientador : VILDE GOMES DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • LUCIANO FLÁVIO DA SILVA LEONIDIO
  • MARCOS ANDRÉ NUNES DA COSTA
  • MÁRIO RUI COELHO TEIXEIRA
  • Data: 20/06/2023

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  • O conceito de saúde envolve as questões biológicas e os determinantes sociais do indivíduo, confundindo-se com as próprias definições de educação. Assim, o entrelace entre esses dois grandes campos de saberes e práticas da sociedade configura-se como a educação em saúde. Essa abordagem busca dar subsídios ao indivíduo de forma a torná-lo autônomo e capaz de gerir sua própria saúde. Sob esta perspectiva, naturalmente a escola configura-se como o lócus principal para a tematização da educação em saúde aos educandos. Tangente a isso, experiências internacionais demonstram que o trato educacional da saúde é capaz de incidir positivamente sobre o rendimento escolar e os as competências socioemocionais dos alunos. Em 2007, o governo federal do Brasil criou o Programa Saúde na Escola (PSE), uma parceira interministerial com vista a facilitar o gerenciamento e a execução de ações de educação em saúde nas escolas públicas. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi analisar as ações de educação em saúde presentes em escolas da rede pública estadual de ensino médio do estado de Pernambuco. Para isso, as coordenadorias estadual e municipal do PSE e 41 gestores escolares, professores e estudantes de 14 cidades localizadas em diferentes regiões do estado foram entrevistados sobre o PSE, suas percepções e ações de educação em saúde nas escolas, utilizando a técnica de similitude lexical e de categorização hierárquica descendente como instrumentos para o tratamento e interpretação dos dados coletados, ancorados na análise de conteúdo. Os resultados mostraram que nenhuma das escolas pesquisadas recebeu ações do PSE, denotando que o programa possui baixo de índice de cobertura e incerteza sobre sua efetividade, tendo a própria escola malogrado o papel de suprir a lacuna deixada pela ausência do PSE. Por conseguinte, as ações de educação em saúde realizadas se deram por meio de parcerias e de iniciativas dos professores. Assim, é necessário repensar a dinâmica do PSE em sua relação com a rede pública estadual de ensino médio de Pernambuco.


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  • O conceito de saúde envolve as questões biológicas e os determinantes sociais do indivíduo, confundindo-se com as próprias definições de educação. Assim, o entrelace entre esses dois grandes campos de saberes e práticas da sociedade configura-se como a educação em saúde. Essa abordagem busca dar subsídios ao indivíduo de forma a torná-lo autônomo e capaz de gerir sua própria saúde. Sob esta perspectiva, naturalmente a escola configura-se como o lócus principal para a tematização da educação em saúde aos educandos. Tangente a isso, experiências internacionais demonstram que o trato educacional da saúde é capaz de incidir positivamente sobre o rendimento escolar e os as competências socioemocionais dos alunos. Em 2007, o governo federal do Brasil criou o Programa Saúde na Escola (PSE), uma parceira interministerial com vista a facilitar o gerenciamento e a execução de ações de educação em saúde nas escolas públicas. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi analisar as ações de educação em saúde presentes em escolas da rede pública estadual de ensino médio do estado de Pernambuco. Para isso, as coordenadorias estadual e municipal do PSE e 41 gestores escolares, professores e estudantes de 14 cidades localizadas em diferentes regiões do estado foram entrevistados sobre o PSE, suas percepções e ações de educação em saúde nas escolas, utilizando a técnica de similitude lexical e de categorização hierárquica descendente como instrumentos para o tratamento e interpretação dos dados coletados, ancorados na análise de conteúdo. Os resultados mostraram que nenhuma das escolas pesquisadas recebeu ações do PSE, denotando que o programa possui baixo de índice de cobertura e incerteza sobre sua efetividade, tendo a própria escola malogrado o papel de suprir a lacuna deixada pela ausência do PSE. Por conseguinte, as ações de educação em saúde realizadas se deram por meio de parcerias e de iniciativas dos professores. Assim, é necessário repensar a dinâmica do PSE em sua relação com a rede pública estadual de ensino médio de Pernambuco.

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  • IVONEIDE MARIA DE MELO ZIMMERMANN
  • HISTÓRIA DE VIDA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS LEIGOS

  • Orientador : EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA PAULA DE OLIVEIRA MARQUES
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MARCIA CARRERA CAMPOS LEAL
  • MARCOS AURELIO DORNELAS DA SILVA
  • PAULO FERNANDO DE VASCONCELOS DUTRA
  • Data: 21/06/2023

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  • A presente pesquisa tem como objetivo verificar como se constrói a história de vida e a identidade docente do professor leigo em uma Instituição de Ensino Superior Pública. Defino “Professor Leigo” como o professor que não teve formação para a docência, mas que teve formação técnica especifica para atuar como profissional liberal e que prestou concurso público para o magistério superior. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo exploratório, combinada com pesquisa bibliográfica, análise documental e entrevistas. Foram entrevistados, dois professores do curso de Odontologia e dois professores do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), utilizando-se a metodologia da História Oral. Através de entrevista semiestruturada e uso de questionário para obtenção de dados sócio demográficos; pesquisa bibliográfica nas fontes de dados: Scielo e Catálogo de teses e dissertações da CAPES; e levantamento de documentos institucionais da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida. Foi observado que muitos jovens anseiam por uma profissão de destaque que lhes proporcionem uma boa remuneração, então a Odontologia e a Medicina, com seus amplos campos de atuação parecem preencher esses requisitos. Porém, desejos antigos e guardados, como ser professor, após a conquista da profissão liberal tão almejada, torna-se viável e com possibilidade dessa outra profissão proporcionar prazer, felicidade e reconhecimento social. A docência superior, não pode ser vista como uma ocupação secundária, é uma profissão como outra qualquer, que requer conhecimentos específicos, disponibilidade de tempo e disposição para um aprendizado constante. A docência é na realidade uma atividade complexa, que envolve vários aspectos, como conhecimentos pedagógicos, conhecimentos profissionais e relações interpessoais. Consiste em uma relação indissolúvel e em constante construção entre professor, aluno e conteúdo a ser trabalhado para melhor atender as demandas sociais e profissionais da sociedade. Todos os participantes do estudo fizeram referência a grande satisfação que é ser professor, e se sentem orgulhosos por pertencerem a UFPE, que o convívio com os jovens é muito gratificante, mas que as cobranças institucionais para conseguir progressão na carreira docente são muitas e a remuneração foi referida por alguns entrevistados como um fator que dificulta uma maior dedicação à docência. Por tratar-se de uma atividade que está exposta a muitas exigências, sendo passível se vivenciar conflitos pessoais e profissionais que podem afetar a percepção de satisfação e até mesmo a saúde desses profissionais.


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  • A presente pesquisa tem como objetivo verificar como se dá a construção da identidade profissional do professor leigo em uma Instituição de Ensino Superior Pública. Defino “Professor Leigo” como o professor que não teve formação para a docência, mas que teve formação técnica especifica para atuar profissionalmente como profissional liberal e que prestou concurso público para o magistério superior. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo exploratório, combinada com pesquisa bibliográfica e de análise documental, onde foram entrevistados, três professores do curso de Odontologia e dois professores do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), utilizando-se a metodologia da História Oral. Através de entrevista semiestruturada e uso de questionário para obtenção de dados sócio demográficos. Foi observado que muitos jovens anseiam por uma profissão de destaque que lhes proporcionem uma boa remuneração, então a Odontologia e a Medicina, com seus amplos campos de atuação parecem preencher esses requisitos. Porém, desejos antigos e guardados, como ser professor, após a conquista da profissão liberal tão almejada, torna-se viável e com possibilidade dessa outra profissão proporcionar prazer, felicidade e reconhecimento social. A docência superior, não pode ser vista como uma ocupação secundária, é uma profissão como outra qualquer, que requer conhecimentos específicos, disponibilidade de tempo e disposição para um aprendizado constante. A docência é na realidade uma atividade complexa, que envolve vários aspectos, como conhecimentos pedagógicos, conhecimentos profissionais e relações interpessoais. Consiste em uma relação indissolúvel e em constante construção entre professor, aluno e conteúdo a ser trabalhado para melhor atender as demandas sociais e profissionais da sociedade atual. Todos os participantes do estudo fizeram referência a grande satisfação que é ser professor, e se sentem orgulhosos por pertencerem a UFPE, que o convívio com os jovens é muito gratificante, mas que as cobranças institucionais para  conseguir progressão na carreira docente são muitas e a remuneração foi referida por alguns entrevistados como um fator que dificulta uma maior dedicação à docência. Por tratar-se de uma atividade que está exposta a muitas exigências, sendo passível de se vivenciar conflitos pessoais e profissionais que podem afetar a percepção de satisfação e até mesmo a saúde desses profissionais.

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  • MILENA FERNANDES GOMES PINTO
  • Entre o prescrito e o realizado: práticas de leitura e de escrita desenvolvidas em turmas do Programa de Correção de Fluxo Se liga

  • Orientador : ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • ARTUR GOMES DE MORAIS
  • ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • NAYANNE NAYARA TORRES DA SILVA
  • VIVIANE CARMEM DE ARRUDA DOURADO
  • Data: 12/07/2023

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  • A presente pesquisa buscou analisar as práticas de alfabetização desenvolvidas em turmas do Programa de Correção de Fluxo - Se liga, evidenciando se elas contribuem para a progressão dos alunos em relação às aprendizagens em leitura e escrita. Para isso, foram consideradas as contribuições teóricas de diferentes autores na discussão sobre práticas de alfabetização e a construção dos saberes docentes, assim como sobre os programas de correção de fluxo e os sistemas de ensino apostilados. Em termos metodológicos, recorremos à abordagem qualitativa, mas sem desconsiderar os aspectos quantitativos, tendo como campos empíricos duas escolas situadas no município de Recife. Em cada escola selecionamos uma professora que trabalhava com turmas do Se liga (P1 e P2). Quanto aos procedimentos metodológicos, realizamos a análise documental do Manual do professor e do Livro Didático do referido Programa,  três semanas de observações das práticas docentes (12 dias de aula em P1 e 11 em P2), entrevistas semiestruturadas e minientrevistas após as aulas. Realizamos, também, atividades diagnósticas de leitura e escrita com os estudantes, no início e no final do ano letivo. O tratamento das informações tomou como base a análise de conteúdo temática (Bardin, 1974) Como resultados, identificamos a mobilização de saberes experienciais e de táticas nas práticas das educadoras. A análise dos dados relacionados ao material didático do Se liga revelou que o ensino da leitura e da escrita continua pautado no método silábico de alfabetização. Os resultados indicam a presença e ampliação de atividades de leitura de textos com gêneros diversos, no entanto, observou–se alguns problemas na transposição de alguns textos para o livro, bem como nas questões referentes a eles. Com relação às atividades de apropriação do sistema de escrita alfabética, o livro prioriza o trabalho no nível da sílaba, com ênfase na repetição e memorização de padrões silábicos, o que pouco contribui para que os alunos reflitam sobre os princípios do nosso sistema de escrita. Quanto ao trabalho desenvolvido pelas docentes, P1 foi a que mais tentou seguir as orientações do material do SL, fazendo poucas modificações/ajustes aos comandos dados nas questões e, nas atividades extras que propõe para a turma, pudemos perceber a tentativa dela em ajustar tais atividades à proposta do Programa. Já P2 pouco seguiu os comandos dados pelo livro do Se liga, fazendo uso de ações táticas para “burlar” o que é “imposto”. Nesse sentido, ela aproveitou melhor o tempo pedagógico acrescentando atividades advindas da sua experiência, oportunizando mais momentos de reflexão sobre a escrita. Com base na diagnose inicial, notou-se que um bom percentual dos estudantes, de ambas as turmas, já iniciou o ano fazendo a leitura e a escrita de palavras, o que não se enquadra no perfil de entrada do SL, o que indica que esses alunos não deveriam estar nessa sala. No perfil final, observou-se que os discentes de P1 e de P2 que não estavam no nível alfabético e não faziam a leitura de palavras conseguiram avançar em suas aprendizagens. Em relação à leitura e produção de texto, a turma de P2 teve um melhor desempenho, principalmente na qualidade da escrita dos textos. Esse resultado certamente teve influência da prática diferenciada da educadora, que não se limitou às atividades do Programa, acrescentando outras de produção de textos, com situações reais de escrita. 


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  • A presente pesquisa buscou analisar as práticas de alfabetização desenvolvidas em turmas do Programa de Correção de Fluxo - Se liga, evidenciando se elas contribuem para a progressão dos alunos em relação às aprendizagens em leitura e escrita. Para isso, foram consideradas as contribuições teóricas de diferentes autores na discussão sobre práticas de alfabetização e a construção dos saberes docentes, assim como sobre os programas de correção de fluxo e os sistemas de ensino apostilados. Em termos metodológicos, recorremos à abordagem qualitativa, mas sem desconsiderar os aspectos quantitativos, tendo como campos empíricos duas escolas situadas no município de Recife. Em cada escola selecionamos uma professora que trabalhava com turmas do Se liga (P1 e P2). Quanto aos procedimentos metodológicos, realizamos a análise documental do Manual do professor e do Livro Didático do referido Programa,  três semanas de observações das práticas docentes (12 dias de aula em P1 e 11 em P2), entrevistas semiestruturadas e minientrevistas após as aulas. Realizamos, também, atividades diagnósticas de leitura e escrita com os estudantes, no início e no final do ano letivo. O tratamento das informações tomou como base a análise de conteúdo temática (Bardin, 1974) Como resultados, identificamos a mobilização de saberes experienciais e de táticas nas práticas das educadoras. A análise dos dados relacionados ao material didático do Se liga revelou que o ensino da leitura e da escrita continua pautado no método silábico de alfabetização. Os resultados indicam a presença e ampliação de atividades de leitura de textos com gêneros diversos, no entanto, observou–se alguns problemas na transposição de alguns textos para o livro, bem como nas questões referentes a eles. Com relação às atividades de apropriação do sistema de escrita alfabética, o livro prioriza o trabalho no nível da sílaba, com ênfase na repetição e memorização de padrões silábicos, o que pouco contribui para que os alunos reflitam sobre os princípios do nosso sistema de escrita. Quanto ao trabalho desenvolvido pelas docentes, P1 foi a que mais tentou seguir as orientações do material do SL, fazendo poucas modificações/ajustes aos comandos dados nas questões e, nas atividades extras que propõe para a turma, pudemos perceber a tentativa dela em ajustar tais atividades à proposta do Programa. Já P2 pouco seguiu os comandos dados pelo livro do Se liga, fazendo uso de ações táticas para “burlar” o que é “imposto”. Nesse sentido, ela aproveitou melhor o tempo pedagógico acrescentando atividades advindas da sua experiência, oportunizando mais momentos de reflexão sobre a escrita. Com base na diagnose inicial, notou-se que um bom percentual dos estudantes, de ambas as turmas, já iniciou o ano fazendo a leitura e a escrita de palavras, o que não se enquadra no perfil de entrada do SL, o que indica que esses alunos não deveriam estar nessa sala. No perfil final, observou-se que os discentes de P1 e de P2 que não estavam no nível alfabético e não faziam a leitura de palavras conseguiram avançar em suas aprendizagens. Em relação à leitura e produção de texto, a turma de P2 teve um melhor desempenho, principalmente na qualidade da escrita dos textos. Esse resultado certamente teve influência da prática diferenciada da educadora, que não se limitou às atividades do Programa, acrescentando outras de produção de textos, com situações reais de escrita. 

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  • JOSÉ CARLOS DA SILVA
  • Educação Permanente em Saúde da População Negra em Pernambuco a partir da Afrocentricidade

  • Orientador : VILDE GOMES DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FLAVIO RENATO BARROS DA GUARDA
  • JOSE LUIS SIMOES
  • KATIA SILVA CUNHA
  • PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ
  • ROBERTO DOS SANTOS LACERDA
  • Data: 21/07/2023

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  • Introdução: Trata-se de um estudo acerca da educação permanente voltada para a saúde da população negra, que considera o lugar e a contribuição dessa população no processo civilizatório, com o objetivo de analisar como a Educação Permanente em Saúde para a população negra é caracterizada por representantes do Comitê de Saúde da População Negra de Pernambuco, e assim, problematizar e apontar o conceito de educação permanente em saúde afrocentrada. Teorização: Apresenta a Teoria de Mudança Social da Afrocentricidade desenvolvida por Asante (2009) para amparar a ideia de Educação Permanente em Saúde da População Negra Afrocentrada. Metodologia: Assenta-se no postulado da História Oral e da Análise de Discurso enquanto teoria do método, utilizando-se entrevista semiestruturada para a produção de dados, e vale-se do IRaMUTeQ enquanto instrumento de análise. Resultados: Observa-se que de algum modo os representantes dos órgão de gestão da educação permanente desenvolve alguma ação educativa volta para a saúde da população negra, mas é hegemônico a falta de um embasamento que assegure a contribuição da população negra nas ações de educação permanente para a saúde da população negra. Discussão: Reconhecendo as contribuições de cada sujeito de pesquisa, procura apresentar reflexões que promova o entendimento do pensamento afrocêntrico para serem incorporados na educação permanente quando voltadas para a saúde da população negra. Considerações: Considera-se que o ideário hegemônico do pensamento eurocêntrico deve ser desconstruído na área da saúde, e que, possa ser formulado ideias e práticas de educação permanente em saúde que coloque os sabres da população negra no centro da educação permanente quando tratar-se da saúde da população negra.


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  • Introdução: Trata-se de um estudo acerca da educação permanente voltada para a saúde da população negra, que considera o lugar e a contribuição dessa população no processo civilizatório, com o objetivo de analisar como a Educação Permanente em Saúde para a população negra é caracterizada por representantes do Comitê de Saúde da População Negra de Pernambuco, e assim, problematizar e apontar o conceito de educação permanente em saúde afrocentrada. Teorização: Apresenta a Teoria de Mudança Social da Afrocentricidade desenvolvida por Asante (2009) para amparar a ideia de Educação Permanente em Saúde da População Negra Afrocentrada. Metodologia: Assenta-se no postulado da História Oral e da Análise de Discurso enquanto teoria do método, utilizando-se entrevista semiestruturada para a produção de dados, e vale-se do IRaMUTeQ enquanto instrumento de análise. Resultados: Observa-se que de algum modo os representantes dos órgão de gestão da educação permanente desenvolve alguma ação educativa volta para a saúde da população negra, mas é hegemônico a falta de um embasamento que assegure a contribuição da população negra nas ações de educação permanente para a saúde da população negra. Discussão: Reconhecendo as contribuições de cada sujeito de pesquisa, procura apresentar reflexões que promova o entendimento do pensamento afrocêntrico para serem incorporados na educação permanente quando voltadas para a saúde da população negra. Considerações: Considera-se que o ideário hegemônico do pensamento eurocêntrico deve ser desconstruído na área da saúde, e que, possa ser formulado ideias e práticas de educação permanente em saúde que coloque os sabres da população negra no centro da educação permanente quando tratar-se da saúde da população negra.

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  • DANYELLA JAKELYNE LUCAS GOMES
  • FORMAS DE ORGANIZAÇÃO GERENCIALISTA NA POLÍTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM PERNAMBUCO: Percepções dos Gestores Escolares sobre o Programa de Modernização da Gestão Pública - Metas Para a Educação

  • Orientador : JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • MARIA DA CONCEICAO SILVA LIMA
  • Data: 27/07/2023

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  • Esta pesquisa adotou como tema a política de gestão da educação em Pernambuco, em especial a desenvolvida por meio do Programa de Modernização da Gestão Pública/Metas pela Educação – PMGP/ME, e suas repercussões no âmbito da gestão das escolas. Consideramos a centralidade que a experiência pernambucana ganha no cenário das políticas públicas para educação no país e que tem sido tomada como modelo a ser seguido. A questão que norteou a investigação diz respeito à relação entre a inserção da lógica da gestão por resultados e da eficiência gerencial como meio para uma padronização e naturalização de novas formas de operacionalização da gestão escolar. Situamos o objeto de pesquisa no cenário de mudanças políticas, econômicas e sociais que o país e o estado de Pernambuco atravessam ao longo da última década, uma vez que essas acabam por interpelar a forma como as diretrizes do programa em foco são colocadas em prática. Desta perspectiva, analisamos material documental e percepções dos gestores escolares acerca da referida política. A natureza desta pesquisa é de ordem qualitativa, tendo suas bases teórica-metodológicas assentadas na abordagem da Análise Cognitiva das Políticas Públicas (JOBERT; MULLER, 1999), conjugada com construtos teóricos de Pierre Bourdieu (1983), a partir do privilegiamento de conceitos como Estado, políticas públicas, regulação (LESSARD, 2007; AZEVEDO; GOMES, 2009) e gerencialismo (DARDORT; LAVAL, 2009; LAVAL, 2014), considerando a abordagem dialética da realidade. A presente tese está estruturada a partir de dois movimentos metodológicos: a constituição do corpus documental e bibliográfico e a realização de pesquisa de campo, onde foram realizadas observações assistemáticas, entrevistas, e aplicados questionários junto aos sujeitos que dão materialidade à política nas escolas. Igualmente, levantamos e analisamos documentos que regulam a política. Os dados foram tratados por meio da técnica de Análise do Conteúdo (BARDIN, 2004), em estreita conjugação com as perspectivas teóricas acima elencadas. Buscamos nessas análises revelar expressões do gerencialismo na política enquanto conceito que fundamenta as ações, e como forma de organização do trabalho desenvolvido pelos gestores. Essa lógica de organização tem evidenciado o surgimento de uma forma específica de ação que combina a regulação estatal e a lógica de mercado na oferta e gerenciamento dos serviços públicos, que foi fundamental para compreendermos como esta política vem sendo percebida pelos gestores escolares. Analisamos elementos estruturadores do PMGP/ME (monitoramento, criação de indicadores, bonificação/responsabilização, pactuação de metas e formação de gestores) relacionados à eficiência gerencial, que têm atuado como estratégia de regulação da gestão nas escolas em Pernambuco, consistindo em um dos condicionantes do trabalho dos gestores, o que conduz a uma padronização de práticas com efeitos percebidos pelos sujeitos desse estudo em seu fazer cotidiano. Encontramos uma prevalência dos mecanismos de regulação que privilegiam o controle do trabalho realizado pelos gestores escolares. A adesão por parte dessa rede de ensino aos mecanismos de regulação da política (sistemas de avaliações externas, estabelecimento de metas para as escolas, criação de índices de eficiência educacional e gerencial, sistemas de bonificação) corroboram para a construção de uma visão produtivista e de controle de resultados o que, no caso da experiência pernambucana, vêm sendo gradativamente introjetados em boa parte das escolas e  incorporados pelos gestores  em suas práticas, ainda que tenhamos encontrado sinais de resistência a elas.


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  • Esta pesquisa adotou como tema a política de gestão da educação em Pernambuco, em especial a desenvolvida por meio do Programa de Modernização da Gestão Pública/Metas pela Educação – PMGP/ME, e suas repercussões no âmbito da gestão das escolas. Consideramos a centralidade que a experiência pernambucana ganha no cenário das políticas públicas para educação no país e que tem sido tomada como modelo a ser seguido. A questão que norteou a investigação diz respeito à relação entre a inserção da lógica da gestão por resultados e da eficiência gerencial como meio para uma padronização e naturalização de novas formas de operacionalização da gestão escolar. Situamos o objeto de pesquisa no cenário de mudanças políticas, econômicas e sociais que o país e o estado de Pernambuco atravessam ao longo da última década, uma vez que essas acabam por interpelar a forma como as diretrizes do programa em foco são colocadas em prática. Desta perspectiva, analisamos material documental e percepções dos gestores escolares acerca da referida política. A natureza desta pesquisa é de ordem qualitativa, tendo suas bases teórica-metodológicas assentadas na abordagem da Análise Cognitiva das Políticas Públicas (JOBERT; MULLER, 1999), conjugada com construtos teóricos de Pierre Bourdieu (1983), a partir do privilegiamento de conceitos como Estado, políticas públicas, regulação (LESSARD, 2007; AZEVEDO; GOMES, 2009) e gerencialismo (DARDORT; LAVAL, 2009; LAVAL, 2014), considerando a abordagem dialética da realidade. A presente tese está estruturada a partir de dois movimentos metodológicos: a constituição do corpus documental e bibliográfico e a realização de pesquisa de campo, onde foram realizadas observações assistemáticas, entrevistas, e aplicados questionários junto aos sujeitos que dão materialidade à política nas escolas. Igualmente, levantamos e analisamos documentos que regulam a política. Os dados foram tratados por meio da técnica de Análise do Conteúdo (BARDIN, 2004), em estreita conjugação com as perspectivas teóricas acima elencadas. Buscamos nessas análises revelar expressões do gerencialismo na política enquanto conceito que fundamenta as ações, e como forma de organização do trabalho desenvolvido pelos gestores. Essa lógica de organização tem evidenciado o surgimento de uma forma específica de ação que combina a regulação estatal e a lógica de mercado na oferta e gerenciamento dos serviços públicos, que foi fundamental para compreendermos como esta política vem sendo percebida pelos gestores escolares. Analisamos elementos estruturadores do PMGP/ME (monitoramento, criação de indicadores, bonificação/responsabilização, pactuação de metas e formação de gestores) relacionados à eficiência gerencial, que têm atuado como estratégia de regulação da gestão nas escolas em Pernambuco, consistindo em um dos condicionantes do trabalho dos gestores, o que conduz a uma padronização de práticas com efeitos percebidos pelos sujeitos desse estudo em seu fazer cotidiano. Encontramos uma prevalência dos mecanismos de regulação que privilegiam o controle do trabalho realizado pelos gestores escolares. A adesão por parte dessa rede de ensino aos mecanismos de regulação da política (sistemas de avaliações externas, estabelecimento de metas para as escolas, criação de índices de eficiência educacional e gerencial, sistemas de bonificação) corroboram para a construção de uma visão produtivista e de controle de resultados o que, no caso da experiência pernambucana, vêm sendo gradativamente introjetados em boa parte das escolas e  incorporados pelos gestores  em suas práticas, ainda que tenhamos encontrado sinais de resistência a elas.

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  • LUIZ CARLOS CARVALHO SIQUEIRA
  • CONSTITUIÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS COMO CAMPO DISCIPLINAR NO BRASIL: DISPUTAS E ARTICULAÇÕES DISCURSIVAS NOS ENEJA

  • Orientador : GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • HERLON ALVES BEZERRA
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • RAFAEL FERREIRA DE SOUZA HONORATO
  • TALITA VIDAL PEREIRA
  • Data: 18/08/2023

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  • A Educação de Jovens e Adultos, ao longo do tempo, tem se constituído como um campo de intervenção na defesa dos direitos sociais, naquilo que se associa ao campo do Direito à Educação. Mais recentemente, ela tem sido marcada por fissurações, apagamentos e tensionamentos e tem se organizado em diversos espaços de debates, de articulações e de formação identitária nos âmbitos locais, regionais, nacionais e internacionais. Considerando a complexidade destes movimentos, nos perguntamos, aqui: quais discursos, sobre a educação de pessoas jovens, adultas e idosas, estão em disputa na contemporaneidade nas comunidades disciplinares da Educação de Jovens e Adultos? Na busca de aprofundar as respostas a essa pergunta, este trabalho busca realizar uma investigação sobre as lógicas dos discursos de institucionalização da Educação de Jovens e Adultos que circulam em comunidades disciplinares de EJA, com foco nos Encontros Nacionais de Educação de Jovens e Adultos do Brasil, de 1999 a 2022. Dito isso, a pesquisa é construída em diálogo com a Teoria do Discurso proposta por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe (2015a; 2015b; 2013; 2011), em especial, mobilizando seus conceitos de discurso e hegemonia (OLIVEIRA, 2018; 2013; 2009; SILVA et al., 2017; LOPES; MENDONÇA; BURITY, 2015), incorporando, também, a noção de comunidade disciplinar (GOODSON, 2002 [1982]; 1997; COSTA; LOPES, 2016; COSTA, 2012; LOPES, 2008) e lógicas sociais, políticas e fantasmáticas (GLYNOS; BURITY; OLIVEIRA, 2019; GLYNOS; OLIVEIRA; BURITY, 2019; OLIVEIRA, 2018; 2013; 2009; GLYNOS; HOWARTH, 2007). O estudo deu-se a partir de uma pesquisa bibliográfica e documental que teve como corpora oito artigos publicados em dois periódicos nacionais especializados em EJA, treze artigos divulgados nos Anais do Grupo de Trabalho nº 18 das Reuniões Científicas Nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – ANPEd, entre os anos de 2000 e 2021, cinco dissertações e três teses, e, ainda, quinze relatórios dos Encontros realizados entre os anos de 1999 e 2022, extraídos do site do Fórum Nacional do Educação de Jovens e Adultos. As análises indicam que o conceito de EJA no contexto brasileiro está atravessado pela construção de bases legais, formas de atendimento, organização e financiamento, na dimensão educativa há uma preocupação dele vincular-se a formação docente e na formação de uma política pública integrada de EJA. Acreditamos que tais resultados oportunizam novos questionamentos e possibilitam, também, reflexões e fundamentos para debates dos coletivos sociais e ativistas em favor da educação de pessoas jovens, adultas e idosas, além de visibilizar novos horizontes no pleito de processos educativos governamentais, uma vez que oferece uma outra forma de analisar os produtos das ações empenhadas por um dos mais importantes espaços de produção de sentido da EJA no Brasil.


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  • RAIMUNDO NONATO FERREIRA
  • QUALIDADE EDUCACIONAL: ADERÊNCIAS E RESISTÊNCIAS NO PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE GESTORES EDUCACIONAIS DE PERNAMBUCO (PROGEPE)

  • Orientador : LUCIANA ROSA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DILNÉIA ESPÍNDOLA FERNANDES
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • LUIZ FERNANDES DOURADO
  • RODRIGO DA SILVA PEREIRA
  • Data: 01/09/2023

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  • O estado de Pernambuco, nos últimos anos, em relação ao contexto da reforma do Estado, por meio de alinhamento político-econômico-ideológico de governos estaduais, vem delineando suas políticas para educação com ferramentas da Nova Gestão Pública (NGP). Dentro do quadro de políticas alinhadas ao projeto governamental, a formação de agentes públicos tem sido constante, sendo o Programa de Formação de Gestores Educacionais de Pernambuco (PROGEPE), um ponto de intersecção entre as políticas com elementos da NGP e a qualidade educacional. Investigando o processo formativo de gestores escolares, esta pesquisa procurou identificar a concepção de qualidade educacional hegemônica, nos projetos em disputa na arena estadual, de onde temos o projeto de qualidade do campo social-democrático e o projeto majoritário neoliberal, com foco em estratégias gerencialistas que operam com ferramentas da NGP. Nestes termos, o objetivo central deste estudo consiste em apreender as diretrizes e as influências do PROGEPE, sob a percepção e a compreensão dos diretores de escolas estaduais, acerca da qualidade educacional, relacionando-a com as diretrizes da NGP. Para este fim, utilizamos a Análise Crítica do Discurso, de Norman Fairclough. Foram analisados três tipos de textos: os textos dos módulos de ensinos das três edições do PROGEPE, dos anos de 2012, 2017 e 2019; os textos dos conteudistas dos cadernos temáticos; e os textos dos diretores escolares que passaram pelos cursos de formação continuada em gestão escolar do referido programa. Diante dos discursos analisados, percebeu-se mais aderências do que resistências ao projeto hegemônico. A qualidade social da educação, referenciada nos materiais didáticos dos cursos, não é a qualidade social defendida pelo campo democrático, sendo a qualidade social, referenciada pela Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, uma adaptação da qualidade total. Ao final da pesquisa, foi possível chegar à qualidade “neototal”, como um conceito de qualidade educacional multifacetado. A Qualidade educacional neototal sintetiza a tendência de “novos métodos” de gestão, por meio de antigas práticas de administração e por apropriação e ressignificação de pautas do campo dos que de fato lutam por uma educação de qualidade social.


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  • ALEXSANDRO BARBOSA DA COSTA
  • Discursos sobre a manutenção da disciplina de Educação Moral e Cívica em escolas do Recife após o fim da ditadura civil-militar brasileira (1985-1993).

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUSTINO PEREIRA DE MAGALHÃES
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • JOSE LUIS SIMOES
  • MARCOS AURELIO DORNELAS DA SILVA
  • Data: 04/09/2023

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  • Esta tese teve por objetivo, analisar os discursos sobre a manutenção da disciplina de Educação Moral e Cívica em escolas do Recife, após o fim da ditadura civil-militar brasileira (1985-1993), com vistas a entender como este componente curricular se manteve na realidade educativa das escolas pesquisadas, ao longo do período indicado. Para tal, foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativo, regida metodologicamente pela pesquisa documental, apoiada na História das Instituições Escolares e História das Disciplinas Escolares e na História Oral e Análise de Discurso, respectivamente respaldadas pelas obras de Alessandro Portelli (1997a; 1997b; 2001; 2014; 2017; 2020) e Eni Orlandi (2001). Em relação ao suporte teórico, trabalhamos com os conceitos de discurso/saber, ordem e poder elaborados por Michel Foucault (1999; 2005; 2008). Sendo assim, chegamos à conclusão que a permanência da disciplina, enquanto componente curricular no contexto pernambucano pós-ditadura, esteve atrelada a questões legislativas e burocráticas, de nível nacional, e que o trabalho desenvolvido com ela manteve a dinâmica de ensino realizada durante o regime militar, de modo a permitir que a ideologia deste segmento continuasse presente e atuante no espaço escolar, influenciando pensamentos e comportamentos, para além do fim de tal período político da história nacional.


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  • Esta tese teve por objetivo, analisar os discursos sobre a manutenção da disciplina de Educação Moral e Cívica em escolas do Recife, após o fim da ditadura civil-militar brasileira (1985-1993), com vistas a entender como este componente curricular se manteve na realidade educativa das escolas pesquisadas, ao longo do período indicado. Para tal, foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativo, regida metodologicamente pela pesquisa documental, apoiada na História das Instituições Escolares e História das Disciplinas Escolares e na História Oral e Análise de Discurso, respectivamente respaldadas pelas obras de Alessandro Portelli (1997a; 1997b; 2001; 2014; 2017; 2020) e Eni Orlandi (2001). Em relação ao suporte teórico, trabalhamos com os conceitos de discurso/saber, ordem e poder elaborados por Michel Foucault (1999; 2005; 2008). Sendo assim, chegamos à conclusão que a permanência da disciplina, enquanto componente curricular no contexto pernambucano pós-ditadura, esteve atrelada a questões legislativas e burocráticas, de nível nacional, e que o trabalho desenvolvido com ela manteve a dinâmica de ensino realizada durante o regime militar, de modo a permitir que a ideologia deste segmento continuasse presente e atuante no espaço escolar, influenciando pensamentos e comportamentos, para além do fim de tal período político da história nacional.

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  • LEANDRO DE FONTES BARBOSA
  • A FORMAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO NA POLÍTICA EDUCACIONAL DE ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO E SUAS MEDIAÇÕES COM A HEGEMONIA NEOLIBERAL.

  • Orientador : JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • MARISE NOGUEIRA RAMOS
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • Data: 13/09/2023

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  • Esta tese de doutorado parte da constatação do empreendedorismo como campo de força no ensino médio em tempo integral pernambucano, princípio e eixo estruturante do currículo. Processo concomitante a sua localização como ideologia fundamental nas relações sociais e de produção na hegemonia do neoliberalismo. Nesse sentido, foram analisados os rebatimentos concretos da consolidação do neoliberalismo como sistema de hegemonia do capitalismo flexível nas relações dominantes de trabalho e na configuração de políticas educacionais em nível global, nacional e local. Delimitado nosso objeto no currículo de Pernambuco, estabelecemos nosso problema de pesquisa: “Qual a função da formação em empreendedorismo na política educacional de tempo integral no ensino médio da rede estadual em Pernambuco, considerados os seus nexos políticos, econômicos e ideológicos com os projetos de sociedade na disputa de hegemonia?” Buscamos responder essa questão partindo da hipótese de que a formação em empreendedorismo no ensino médio do Programa de Educação Integral situa-se como “elemento central” entre as três concepções gerais (empreendedorismo, protagonismo juvenil e educação interdimensional) que compõem sincreticamente o ensino médio em tempo integral de Pernambuco. Situamos nossa perspectiva teórico-metodológica no materialismo histórico-dialético de Karl Marx e no arcabouço teórico marxista de Antônio Gramsci, especialmente os conceitos de ideologia, hegemonia, cultura, bloco histórico, intelectuais e Estado ampliado. Os procedimentos metodológicos adotados foram análise documental, observação participante e entrevistas com professores e estudantes da rede estadual de ensino. Concluímos que o empreendedorismo na política de ensino médio de tempo integral de Pernambuco tem função de articulação ideológica entre: 1. Uma educação para o trabalho alienado, formação interessada, utilitária, mercantil e subordinada aos interesses de reprodução do capital e relações econômicas dominantes no neoliberalismo; 2. Aspectos vinculados à subjetividade, identidades, cidadania, autonomia e participação política que a princípio apresentar-se-iam como aparentemente incongruentes com as “perspectivas interessadas” do mercado. Tal articulação ideológica citada constitui-se na subordinação, à gestão capitalista, precarização do trabalho e mercantilização da vida, representados pelo empreendedorismo, de aspectos formativos da subjetividade (desenvolvimento intelectual, aspectos socioemocionais, interpessoais, comunicacionais) e pela apropriação de temas de combate a desigualdades estruturais (meio ambiente, raça, gênero, classe, assistência social etc.). O empreendedorismo no currículo estabelece-se sob princípios do “aprender a aprender” e da pedagogia das competências, sua formulação deriva de diretrizes postuladas por instituições globais do neoliberalismo que se concretizam no reformismo empresarial da educação, seus fundamentos ideológicos concretos, vinculados à legitimação da ordem neoliberal, são perceptíveis nas concepções dos professores e estudantes sobre a função do empreendedorismo ensino médio.


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  • GRACIELE MARIA COELHO DE ANDRADE GOMES
  • “CAMINHANDO E CANTANDO E SEGUINDO A CANÇÃO, APRENDENDO E ENSINANDO UMA NOVA LIÇÃO”: contribuições de mulheres artistas à educação para o “nunca mais”.

  • Orientador : RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LIA CIOMAR MACEDO DE FARIA
  • ALBERTO INÁCIO DA SILVA
  • FERNANDO DA SILVA CARDOSO
  • MARIA CELI CHAVES VASCONCELOS
  • RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • Data: 22/09/2023

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  • Nesta pesquisa doutoral que alia elementos da História das Mulheres, da História das Sensibilidades e da História da Educação, o objeto de pesquisa foram as narrativas de mulheres artistas que experienciaram o autoritarismo do regime civil militar (1964-1985) no estado de Pernambuco. Assim, o objetivo geral desta investigação consiste em analisar a formação e atuação de mulheres artistas que experienciaram o regime civil-militar no estado de Pernambuco e como estas podem reverberar no educar para o “nunca mais. Isto porque, parte-se do pressuposto de que as memórias das mulheres artistas que vivenciaram tal período possuem uma riqueza de representações sobre a luta das mulheres por liberdade e pela garantia de direitos humanos. Neste sentido, a tese defendida é a de que o conhecimento produzido a partir de suas experiências artísticas compõem narrativas testemunhais potentes (memórias) que contribuem para uma atividade educativa contra a barbárie humana que é fruto de um contexto histórico-ideológico marcado pela política do apagamento e do esquecimento. Assim, uma vez que suas subjetividades perpassam tanto a narrativa quanto a sua arte, a contemplação e reflexão sobre os elementos imagéticos sensíveis e simbólicos presentes na memória e na produção artística dessas mulheres é capaz de afetar e produzir marcas na subjetividade das pessoas, sensibilizando-as à uma conduta ética, moral e cidadã democrática que é base do educar para o “nunca mais”. Isto porque o conhecimento produzido a partir da narrativa das suas experiências possui elementos questionadores da realidade e por isso podem construir uma versão histórica que, ao ser publicizada, é capaz de favorecer os processos de sensibilização que fortalecem a cidadania e o sentimento de empatia das pessoas. Um caminho possível, ao se buscar impedir que crianças, jovens e adultos que vivem o presente sejam reféns de uma ignorância que pode lhes colocar novamente diante de uma experiência autoritária. Ancorando-se nos referenciais teóricos da História das Mulheres (DUBY; PERROT, 1991), (PERROT, 1995) e da história Cultural (CHARTIER, 2002), buscou-se evidenciar o protagonismo feminino das mulheres artistas, as reconhecendo enquanto sujeitos históricos. Por vislumbrar a construção de um conhecimento no campo da história da educação que corrobora para o educar para o “nunca mais” (CANDAU, 2013), esta pesquisa também foi condicionada por estudos que privilegiam as sensibilidades e às experiências educativas (PESAVENTO, 2007; LARROSA, 2002). A partir de pesquisa bibliográfica, documental e da Metodologia da História Oral (ALBERTI, 2004), foram pesquisados relatórios da Comissão de Memória e Verdade, prontuários do Dops-PE, reportagens de revistas e jornais da época, e outros materiais presentes em acervo pessoal das artistas, familiares e pessoas do meio cultural de Pernambuco, para além das entrevistas de oito mulheres artistas que estiveram envolvidas em episódios de censura, repressão e autoritarismo de forma direta ou indireta, a partir de seus familiares ou pessoas próximas. O resultado das análises permite entender a memória artística como um instrumento de construção de saberes que favorece a mediação entre os sujeitos que aprendem e se constituem em sociedade.


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  • KATHIA MARIA DE MELO E SILVA BARBOSA
  • A felicidade na percepção dos sujeitos escolares.

  • Orientador : ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • ALICE MIRIAM HAPP BOTLER
  • CIBELE MARIA LIMA RODRIGUES
  • JOSE ALMIR DO NASCIMENTO
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • Data: 02/10/2023

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  • A felicidade é tema tratado pela história e pela literatura que a tomam como uma busca, quase que inerente da condição humana e, ao longo do tempo, foi se metamorfoseando, com vistas a corresponder a cada contexto sociocultural. Em pleno século XXI, ela volta a ser tema de interesse social, mas agora observada como um objeto consumível, vendido nas mais diversas formas de produtos, livremente especulado pelo mercado à luz dos ideais neoliberais. Essa compreensão nos impulsionou a pesquisar sobre como a escola tem mediado o debate acerca da felicidade, com vistas a apoiar estudantes em formação a desenvolverem a percepção de felicidade que querem para si. Nestes termos, objetivamos analisar as potencialidades da gestão escolar democrática para promover o debate sobre a autopercepção de felicidade nos sujeitos escolares. Procuramos apreender algumas das concepções de felicidade, de justiça e de democracia, posto que se trata de conceitos multifacetados, os quais se ajustam aos contextos, imprimindo-lhes um caráter identitário único. Para dar conta desta caminhada, definimos como objetivos específicos: 1. Analisar a autopercepção de felicidade dos sujeitos escolares; 2. Caracterizar as razões que provocam o sentimento de felicidade nos sujeitos escolares; 3. Relacionar a percepção de sujeitos escolares sobre felicidade ao valor atribuído à educação e 4. Analisar se existe uma associação das práticas de uma gestão escolar democrática e justa com a autopercepção de felicidade dos sujeitos escolares. Para isso, realizamos um estudo de caso em uma escola da rede pública estadual de Pernambuco, selecionada por ter incluído, entre as disciplinas eletivas, propostas no ano de 2021, uma disciplina denominada Felicidade. Utilizamos como instrumentos para a coleta dos dados a entrevista semiestruturada e o questionário, como forma de possibilitar ao sujeito colaborador a escolha do instrumento que o deixasse mais confortável. Após a transcrição das entrevistas, empregamos a análise de conteúdo para categorizar e interpretar as respostas obtidas. Os dados apontaram que nossos sujeitos se reconhecem como pessoas felizes e apontam a escola como um lugar onde são felizes. Concluímos com esta pesquisa que a gestão escolar tem forte inserção na promoção de um ambiente escolar democrático participativo, associado à interação da gestão escolar na perspectiva da promoção do bem-estar. Isto pode até desencadear práticas justas que se traduzem no autorreconhecimento dos sujeitos escolares como pessoas felizes, assim como eles identificam a escola como um lugar promotor dessa felicidade. No entanto, felicidade tem sido mais relacionada à posse/controle (Ter), contrapondo-se ao que defendemos como uma questão de virtude humana (Ser), à luz de Aristóteles, ou ainda auxiliando-os a atribuir um sentido para a vida.


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  • CAMILA MARIA OLIVEIRA
  • ARTEFATOS CURRICULARES COMO TECNOLOGIAS DA GOVERNAMENTALIDADE NEOLIBERAL: LIÇÕES PARA O EMPRESARIAMENTO DA INFÂNCIA

  • Orientador : ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FLAVIA CRISTINA SILVEIRA LEMOS
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • JANAYNA SILVA CAVALCANTE DE LIMA
  • PATRÍCIA IGNÁCIO
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 04/10/2023

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  • Esta tese, realizada no Programa de Pós-graduação em Educação da UFPE, no núcleo de
    Formação de Professores e Prática Pedagógica, intitulada “Artefatos curriculares como
    tecnologias da governamentalidade neoliberal: lições para o empresariamento da infância”,
    tem como objeto de investigação práticas discursivas materializadas em artefatos curriculares
    contemporâneos e como esses podem atuar no governamento da infância com fins ao
    empresariamento. Neste trabalho, os artefatos curriculares são compreendidos como uma
    materialidade que compõe o dispositivo biopolítico: escola, cujas lições educativas
    engendradas por tecnologias de poder e de si, rituais e estratégias, operam a partir de uma
    racionalidade neoliberal. Sendo assim, nossa pesquisa está inscrita nas articulações entre o
    governo da infância, a governamentalidade neoliberal e empreendedorismo de si. A análise
    nesse texto tese apresentou como foco o estudo do governo da infância e a forma como a partir
    do discurso do empreendedorismo, que consideramos um dos importantes operadores da
    governamentalidade neoliberal, o empresariamento de infâncias pode ser produzido. O estudo
    objetiva explicitar enunciados que remontam a memória discursiva de um modo de ser
    infância-empresa, bem como analisar as práticas discursivas do governamento da infância que
    constituem uma racionalidade neoliberal posta em funcionamento, a partir dos artefatos
    curriculares analisados: manual e livro didático. Com o aporte teórico-analítico das discussões
    de Michel Foucault, Alfredo Veiga-Neto, Sylvio Gadelha, Maria Bujes e Sílvio Gallo, foi possível
    compreender e analisar artefatos curriculares, como possíveis produtores de subjetivação,
    operando e fabricando uma infância-empresa no campo da escolarização. Nosso corpus
    compreendeu o “Manual do Empreendedor Mirim”, material elaborado pelo Programa de
    Extensão ESAG KIDS, da Universidade do Estado de Santa Catarina. E o livro didático, do aluno,
    intitulado “Fazendo acontecer: poderes empreendedores”, desenvolvido por uma equipe
    multidisciplinar, sob a coordenação do professor José Dornelas, um dos grandes especialistas
    brasileiros em empreendedorismo. Em nossa análise, utilizamos o arcabouço metodológico da
    abordagem arqueogenealógica dos estudos foucaultianos. A análise problematiza os artefatos
    curriculares em seus efeitos produtivos do poder, mas especificamente a partir de lições, em
    um sentido ritualístico, como esses podem indicar modernas práticas de subjetivação nas
    infâncias. Demonstramos na análise, a partir do corpus de lições: 1) lições para empresariar-se;
    2) lições ver-se empreendedor; 3) lições do modelo e 4) lições se vira sozinho, como a
    governamentalidade neoliberal, por intermédio da cultura do empreendedorismo, está
    materializada nos enunciados dessas lições, e podem indicar o governamento das condutas das
    crianças na atualidade, assim como essas lições podem modular as crianças, as direcionando
    para que sua própria vida se confunda em um empreendimento que se deve gerir. Nessa
    perspectiva, nosso trabalho propõe uma reflexão para que se possa compreender o que está ocorrendo hoje na educação, em especial nos artefatos curriculares, voltados às infâncias para criar/moldar infâncias-empresa. Dito de outro modo, compreender outras formas de governamento da infância, a partir de práticas discursivas do campo pedagógico, em nosso tempo presente.


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  • Esta tese, realizada no Programa de Pós-graduação em Educação da UFPE, no núcleo de
    Formação de Professores e Prática Pedagógica, intitulada “Artefatos curriculares como
    tecnologias da governamentalidade neoliberal: lições para o empresariamento da infância”,
    tem como objeto de investigação práticas discursivas materializadas em artefatos curriculares
    contemporâneos e como esses podem atuar no governamento da infância com fins ao
    empresariamento. Neste trabalho, os artefatos curriculares são compreendidos como uma
    materialidade que compõe o dispositivo biopolítico: escola, cujas lições educativas
    engendradas por tecnologias de poder e de si, rituais e estratégias, operam a partir de uma
    racionalidade neoliberal. Sendo assim, nossa pesquisa está inscrita nas articulações entre o
    governo da infância, a governamentalidade neoliberal e empreendedorismo de si. A análise
    nesse texto tese apresentou como foco o estudo do governo da infância e a forma como a partir
    do discurso do empreendedorismo, que consideramos um dos importantes operadores da
    governamentalidade neoliberal, o empresariamento de infâncias pode ser produzido. O estudo
    objetiva explicitar enunciados que remontam a memória discursiva de um modo de ser
    infância-empresa, bem como analisar as práticas discursivas do governamento da infância que
    constituem uma racionalidade neoliberal posta em funcionamento, a partir dos artefatos
    curriculares analisados: manual e livro didático. Com o aporte teórico-analítico das discussões
    de Michel Foucault, Alfredo Veiga-Neto, Sylvio Gadelha, Maria Bujes e Sílvio Gallo, foi possível
    compreender e analisar artefatos curriculares, como possíveis produtores de subjetivação,
    operando e fabricando uma infância-empresa no campo da escolarização. Nosso corpus
    compreendeu o “Manual do Empreendedor Mirim”, material elaborado pelo Programa de
    Extensão ESAG KIDS, da Universidade do Estado de Santa Catarina. E o livro didático, do aluno,
    intitulado “Fazendo acontecer: poderes empreendedores”, desenvolvido por uma equipe
    multidisciplinar, sob a coordenação do professor José Dornelas, um dos grandes especialistas
    brasileiros em empreendedorismo. Em nossa análise, utilizamos o arcabouço metodológico da
    abordagem arqueogenealógica dos estudos foucaultianos. A análise problematiza os artefatos
    curriculares em seus efeitos produtivos do poder, mas especificamente a partir de lições, em
    um sentido ritualístico, como esses podem indicar modernas práticas de subjetivação nas
    infâncias. Demonstramos na análise, a partir do corpus de lições: 1) lições para empresariar-se;
    2) lições ver-se empreendedor; 3) lições do modelo e 4) lições se vira sozinho, como a
    governamentalidade neoliberal, por intermédio da cultura do empreendedorismo, está
    materializada nos enunciados dessas lições, e podem indicar o governamento das condutas das
    crianças na atualidade, assim como essas lições podem modular as crianças, as direcionando
    para que sua própria vida se confunda em um empreendimento que se deve gerir. Nessa
    perspectiva, nosso trabalho propõe uma reflexão para que se possa compreender o que está ocorrendo hoje na educação, em especial nos artefatos curriculares, voltados às infâncias para criar/moldar infâncias-empresa. Dito de outro modo, compreender outras formas de governamento da infância, a partir de práticas discursivas do campo pedagógico, em nosso tempo presente.

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  • TATIANNE AMANDA BEZERRA DA SILVA
  • A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR PÚBLICA NOS GOVERNOS LULA DA SILVA E DILMA ROUSSEFF: a interiorização da Universidade Federal de Pernambuco e suas implicações para o trabalho docente.

  • Orientador : JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • ANDRE LUIZ DE MIRANDA MARTINS
  • CONCEICAO GISLANE NOBREGA LIMA DE SALLES
  • SÉBASTIEN ANTOINE
  • Data: 06/10/2023

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  • Tomando como ponto de partida o padrão restrito da ampliação universitária federal brasileira nas últimas décadas, definido nas fronteiras do modelo de acumulação neoliberal desenvolvimentista, adotado inicialmente pelos governos Lula da Silva (2003-2010) e sequenciado pelas gestões de Dilma Rousseff (2011-2016), esta tese teve como objetivo analisar a dinâmica de expansão interiorizada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e suas repercussões para o trabalho docente no Centro Acadêmico do Agreste (CAA) e Centro Acadêmico de Vitória (CAV). Como marco teórico-epistemológico, utilizamos o materialismo histórico-dialético e como caminho metodológico recorremos à pesquisa documental e de campo, através de aplicação de questionários (Google Forms) com 22 (vinte e dois) docentes das unidades interiorizadas UFPE e de entrevistas semiestruturas com as 2 (duas) diretorias dos centros do interior (Google Meet). No processo de operacionalização da análise dos dados coligidos, fizemos uso das três categorias fundamentais do método de Marx, a saber: totalidade, mediação e contradição, a partir das quais foi possível concluir que a dinâmica de expansão interiorizada adotada pela UFPE foi definida conforme os limites estabelecidos pela expansão da educação superior dos governos neoliberais desenvolvimentistas de Lula da Silva, cuja base encontra-se na estrutura enxuta de Núcleos Acadêmicos e cujas repercussões se fazem sentir do ponto de vista da desproporção de servidores por alunos, dos indicadores acadêmicos díspares, da intensificação do trabalho docente e do acesso restrito a recursos financeiros e de infraestrutura nos campi interiorizados da universidade. Esse cenário tem refletido, igualmente, nas possibilidades de realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão no CAA e no CAV, na carência de políticas institucionais efetivas voltadas para as especificidades do interior, assim como o desejo docente de transferência institucional, em busca de novas e melhores condições de trabalho acadêmico.


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  • Tomando como ponto de partida o padrão restrito da ampliação universitária federal brasileira nas últimas décadas, definido nas fronteiras do modelo de acumulação neoliberal desenvolvimentista, adotado inicialmente pelos governos Lula da Silva (2003-2010) e sequenciado pelas gestões de Dilma Rousseff (2011-2016), esta tese teve como objetivo analisar a dinâmica de expansão interiorizada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e suas repercussões para o trabalho docente no Centro Acadêmico do Agreste (CAA) e Centro Acadêmico de Vitória (CAV). Como marco teórico-epistemológico, utilizamos o materialismo histórico-dialético e como caminho metodológico recorremos à pesquisa documental e de campo, através de aplicação de questionários (Google Forms) com 22 (vinte e dois) docentes das unidades interiorizadas UFPE e de entrevistas semiestruturas com as 2 (duas) diretorias dos centros do interior (Google Meet). No processo de operacionalização da análise dos dados coligidos, fizemos uso das três categorias fundamentais do método de Marx, a saber: totalidade, mediação e contradição, a partir das quais foi possível concluir que a dinâmica de expansão interiorizada adotada pela UFPE foi definida conforme os limites estabelecidos pela expansão da educação superior dos governos neoliberais desenvolvimentistas de Lula da Silva, cuja base encontra-se na estrutura enxuta de Núcleos Acadêmicos e cujas repercussões se fazem sentir do ponto de vista da desproporção de servidores por alunos, dos indicadores acadêmicos díspares, da intensificação do trabalho docente e do acesso restrito a recursos financeiros e de infraestrutura nos campi interiorizados da universidade. Esse cenário tem refletido, igualmente, nas possibilidades de realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão no CAA e no CAV, na carência de políticas institucionais efetivas voltadas para as especificidades do interior, assim como o desejo docente de transferência institucional, em busca de novas e melhores condições de trabalho acadêmico.

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  • JOSE RONALDO VASCONCELOS NUNES
  • A POLÍTICA DE DEMOCRATIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS EM PERNAMBUCO: EXPANSÃO, INTERIORIZAÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL

  • Orientador : LUCIANA ROSA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • KATIA SILVA CUNHA
  • ANA CLAUDIA OLIVEIRA DA SILVA
  • JOAO FERREIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 13/11/2023

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  • Diante do processo de expansão das universidades federais brasileiras, observada nas primeiras décadas do século XXI, o presente estudo chama a atenção para o fenômeno da interiorização das mesmas no estado de Pernambuco – Brasil. O objetivo foi analisar se o processo de interiorização das universidades públicas federais implementado no referido território, alcançou os objetivos de democratização, conforme pretendiam as políticas públicas sugeridas. Utilizou-se como percurso metodológico a triangulação de métodos; que permitiu uma análise a partir de posições distintas do observador e permitiu a observação da relação estabelecida entre problema – objetivo – método. Foram utilizados a análise documental, revisão narrativa da literatura e a pesquisa telematizada. Utilizou-se a compreensão de campo e de habitus do sociólogo Pierre Bourdieu como fundamentação para refletir sobre as características dessa interiorização e o que representa de desafio para a educação superior. A expansão e interiorização da universidade no Brasil, no referido período, aconteceu como política pública que se contrapôs ao modelo elitista de universidade, ao mesmo tempo que representou garantia de expansão do setor privado do setor. As universidades públicas federais criadas no interior do estado de Pernambuco apresentaram sintonia com políticas de desenvolvimento econômico, e se caracterizaram como importantes para metas de inclusão democrática, no contexto territorial, social e econômico. Os 45 cursos distribuídos em cinco unidades consideradas para análise apresentaram avaliações satisfatórias de qualidade, assim como representaram avanços em relação a inclusão de mulheres, população negra, de baixa renda e de moradores das regiões de influência imediata das cidades sede dessas universidades. Esses resultados estão diretamente relacionados a políticas de inclusão implantadas tanto no âmbito federal quanto no espaço destas universidades. Na mesma condição que se identificou que o processo de democratização das universidades federais no interior de Pernambuco se efetivou, percebe-se que o mesmo representa a criação de um novo habitus dentro do campo universitário, que provoca novas configurações de lutas dentro do mesmo.


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  • Diante do processo de expansão das universidades federais brasileiras, observada nas primeiras décadas do século XXI, o presente estudo chama a atenção para o fenômeno da interiorização das mesmas no estado de Pernambuco – Brasil. O objetivo foi analisar se o processo de interiorização das universidades públicas federais implementado no referido território, alcançou os objetivos de democratização, conforme pretendiam as políticas públicas sugeridas. Utilizou-se como percurso metodológico a triangulação de métodos; que permitiu uma análise a partir de posições distintas do observador e permitiu a observação da relação estabelecida entre problema – objetivo – método. Foram utilizados a análise documental, revisão narrativa da literatura e a pesquisa telematizada. Utilizou-se a compreensão de campo e de habitus do sociólogo Pierre Bourdieu como fundamentação para refletir sobre as características dessa interiorização e o que representa de desafio para a educação superior. A expansão e interiorização da universidade no Brasil, no referido período, aconteceu como política pública que se contrapôs ao modelo elitista de universidade, ao mesmo tempo que representou garantia de expansão do setor privado do setor. As universidades públicas federais criadas no interior do estado de Pernambuco apresentaram sintonia com políticas de desenvolvimento econômico, e se caracterizaram como importantes para metas de inclusão democrática, no contexto territorial, social e econômico. Os 45 cursos distribuídos em cinco unidades consideradas para análise apresentaram avaliações satisfatórias de qualidade, assim como representaram avanços em relação a inclusão de mulheres, população negra, de baixa renda e de moradores das regiões de influência imediata das cidades sede dessas universidades. Esses resultados estão diretamente relacionados a políticas de inclusão implantadas tanto no âmbito federal quanto no espaço destas universidades. Na mesma condição que se identificou que o processo de democratização das universidades federais no interior de Pernambuco se efetivou, percebe-se que o mesmo representa a criação de um novo habitus dentro do campo universitário, que provoca novas configurações de lutas dentro do mesmo.

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  • EDMILTON AMARO DA HORA FILHO
  • POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS EM CURSOS DE FORMAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE: COMO SE ENCONTRA ESTA RELAÇÃO?

  • Orientador : VILDE GOMES DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIO PEDRO JOSÉ SARANGA
  • CINTHIA KALYNE DE ALMEIDA ALVES
  • ERNANI NUNES RIBEIRO
  • TEREZA LUIZA DE FRANCA
  • VILDE GOMES DE MENEZES
  • Data: 07/12/2023

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  • A pesquisa apresentada ao Programa de Doutorado em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEdu-UFPE) em formato de tese se debruça sobre a presença de Políticas de Educação para as relações étnico-raciais em cursos de Saúde de Universidades da Região Nordeste do Brasil, enquanto expressões de políticas afirmativas, nos Projetos Políticos pedagógicos(PPPs) de cursos de saúde. Salienta-se que políticas afirmativas não dependem apenas do Estado em legislar, mas sim das Universidades e dos cursos que materializam leis nos PPPs. Desta forma, investiga-se o conteúdo das ementas, componentes curriculares, objetivos, metodologias e referenciais bibliográficos dos cursos de saúde considerando em cada documento o possível cumprimento das normas estabelecidas por estas políticas. Observa-se que uma Política de Educação em saúde igualitária requer também afrocentrar as práticas e perspectivas educativas considerando o povo negro como sujeito e agente dos fenômenos respeitando suas especificidades. Isso engloba o pensar, as práticas e as perspectivas que colocam os africanos e afrodescendentes como sujeitos e agentes de fenômenos que versem sobre seus processos de adoecimento e cura. Como objetivo do trabalho busca-se verificar a presença de intervenção das Políticas de Educação para as relações étnico-raciais partindo de seus possíveis impactos nos cursos de saúde das Universidades da Região Nordeste do Brasil. Como objetivos específicos, busca-se identificar como se encontra a materialidade das Políticas de educação para as relações étnico-raciais em cursos de formação na área saúde na região Nordeste do Brasil; investigar o racismo institucional como fator determinante de desigualdades na implementação das Políticas de educação para as relações étnico-raciais em cursos de formação em saúde em instituições públicas; analisar criticamente o debate antirracista nas políticas afirmativas de educação para as relações étnico-raciais nos Projetos Político Pedagógicos dos cursos de formação em saúde explorando as perspectivas de combate ao racismo estrutural nesse contexto; problematizar o debate antirracista nas Políticas afirmativas de educação para as relações étnico-raciais presentes nos Projetos Político Pedagógicos dos cursos de formação em saúde. Metodologicamente trata-se de uma pesquisa documental com abordagem qualiquantitativa. Foram feitas análises lexicográficas com uso do software  Iramuteq  analisando qualitativamente os dados da coleta proporcionando maior confiabilidade e certificação no entendimento e tratamento dos dados considerando a grande quantidade de material devido a abrangência da pesquisa de cunho qualiquantitativo. Como resultados, obtivemos uma amostra com o total de 136 (cento e trinta e seis) cursos dentre eles 85 (oitenta e cinco) cursos de saúde nas Universidades federais e 51 (cinquenta e um) nas Universidades estaduais. Um total de 43 (quarenta e três) cursos os que não dispõe de seus PPPs na web. Assim, a pesquisa contou com um N amostral de 92 (noventa e dois) documentos disponíveis na web. Foram encontrados 36 (trinta e seis) cursos de saúde dos cursos que não contemplam as leis em seus PPPs e 56 (cinquenta e seis) cursos de saúde incluem a problemática em seus PPPs. A análise revela uma parcela significativa do panorama de como a Política está inserida nos cursos de saúde da região estudada. Apesar de haver uma maioria de PPPs abordando o debate das relações étnico-raciais, identificamos que a temática é retratada majoritariamente nas ementas de uma forma muito generalista e genérica. O estudo dessa temática possui carga horária reduzida em relação ao tamanho dos currículos das demais disciplinas. De acordo com a análise, identificamos uma escassez curricular sobre o tema. Assim, ao verificar cada documento, concluímos que o debate não está sendo contemplado de forma substancial.


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  • ALLAN DIÊGO RODRIGUES FIGUEIREDO
  • OS CÍRCULOS DE CULTURA ON-LINE NA PERSPECTIVA FREIREANA: experiências decoloniais do MST na constituição de um espaço-tempo para a formação humana

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • JULIANO SISTHERENN
  • MARIA FERNANDA DOS SANTOS ALENCAR
  • MARIA JOSELMA DO NASCIMENTO FRANCO
  • RAPHAEL GUAZZELLI VALERIO
  • Data: 21/12/2023

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  • O objeto de investigação desta tese de doutorado são os círculos de cultura on-line na perspectiva freireana, no contexto da pandemia, como experiências libertadoras constituídas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Neste sentido, problematizamos: seria possível reconhecer nos círculos de cultura on-line traços de uma linguagem decolonial que favoreça um espaço-tempo de formação humana, tendo em vista um processo libertador para os seus participantes como proposta educativa, na conjuntura adversa da pandemia da Covid-19? Ao vivenciarmos o processo de investigação, defendemos que a experiência dos círculos de cultura on-line na perspectiva freireana constitui-se um espaço-tempo libertador para a produção de conhecimentos, saberes e formação política por meio da dimensão coletiva possibilitada pelo encontro entre sujeitos diversos, de culturas distintas. Investigamos as dinâmicas dos círculos de cultura on-line do Curso Paulo Freire, Educador do povo, problematizando os possíveis traços decoloniais da sua linguagem na constituição de um espaço-tempo de formação humana, tendo em vista um processo libertador para os seus participantes, no contexto da pandemia da Covid-19. Refletimos sobre o sentido da decolonialidade da linguagem para um pensar-fazer decolonial no Grupo M/C, em Paulo Freire e no pensamento pedagógico do MST, visando a formação humana na perspectiva da libertação;  sistematizamos a história e a experiência dos círculos de cultura e a sua vivência on-line no Curso Paulo Freire, Educador do Povo; e buscamos compreender os sentidos das expressões da linguagem decolonial constituída pela experiência dialógica dos círculos de cultura on-line do Curso Paulo Freire, Educador do Povo, como um espaço-tempo para a formação humana dos participantes. O percurso teórico-metodológico da pesquisa foi refletido a partir das concepções do pensamento decolonial proposto pelo Grupo M/C e da compreensão decolonial presente no pensamento freireano e do MST, como intercessores teóricos. No itinerário de vivência/observação, leitura/reflexão e interpretação do pensamento decolonial, propomos a Hermenêutica do Ser mais, vinculando a Hermenêutica à compreensão do Ser Mais, na perspectiva freireana. Os círculos de cultura on-line evidenciaram que, mais uma vez, temos que problematizar, buscar novos começos, perguntar sobre a politicidade da educação, para fortalecermos a formação dos/das cidadãos/ãs. O MST reinventou os círculos de cultura, revestindo-os de nova dinamicidade, incorporando neles a mística e a escrita de cartas pedagógicas, tomando-os como movimento social que se propõe a acampar no território virtual, espaço considerado, em princípio, propriedade das elites, tornando-o um espaço-tempo cultural de formação humana. As cartas pedagógicas e a mística refletem as potencialidades dos círculos de cultura on-line de investigar e problematizar os problemas sociais, propondo novos espaços de educação e práticas educativas em plataformas virtuais. Os círculos de cultura on-line acenam para novos possíveis, favorecendo os contextos escolares, os movimentos sociais e as organizações não governamentais (ONGs) a reconhecerem com mais veemência a importância do imbricamento que há entre a educação, a política e os espaços virtuais. Os círculos de cultura on-line são, portanto, um espaço de formação humana e, por isso mesmo, espaço de formação política, democrática.


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  • JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA JÚNIOR
  • A Felicidade chega as universidades brasileiras: Um estudos sobre os cursos e disciplinas que ensinam Felicidade.

  • Orientador : VILDE GOMES DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VILDE GOMES DE MENEZES
  • JOSE LUIS SIMOES
  • FABIO DA SILVA PAIVA
  • BILLY GRAEFF BASTOS
  • MÁRIO RUI COELHO TEIXEIRA
  • Data: 29/12/2023

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  • Nosso estudo foi sobre a chegada de cursos e disciplinas sobre felicidade as universidades brasileiras. Realizamos uma pesquisa documental exploratória-descritiva-explicativa de caráter analítico, com a utilização concomitante da análise documental. Nossos objetivos foram: conhecermos mais e melhor o problema, elaborarmos hipóteses, aprimorarmos ideias, objetivando proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, descrevermos suas características e estabelecermos relações entre variáveis, já que nosso pressuposto inicial foi de que os conteúdos programáticos desses cursos e disciplinas não levam em consideração fatores sociais, políticos e econômicos. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa com o descritor felicidade no Portal de Teses e Dissertações da CAPES. Os resultados demonstraram que há necessidade de incorporação de conteúdos programáticos que possibilitem os discentes desses cursos e disciplinas, a se emponderarem a respeitos dos conceitos contemporâneos da felicidade, bem como, da perspectiva da felicidade enquanto política pública. 


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  • Nosso estudo foi sobre a chegada de cursos e disciplinas sobre felicidade as universidades brasileiras. Realizamos uma pesquisa documental exploratória-descritiva-explicativa de caráter analítico, com a utilização concomitante da análise documental. Nossos objetivos foram: conhecermos mais e melhor o problema, elaborarmos hipóteses, aprimorarmos ideias, objetivando proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, descrevermos suas características e estabelecermos relações entre variáveis, já que nosso pressuposto inicial foi de que os conteúdos programáticos desses cursos e disciplinas não levam em consideração fatores sociais, políticos e econômicos. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa com o descritor felicidade no Portal de Teses e Dissertações da CAPES. Os resultados demonstraram que há necessidade de incorporação de conteúdos programáticos que possibilitem os discentes desses cursos e disciplinas, a se emponderarem a respeitos dos conceitos contemporâneos da felicidade, bem como, da perspectiva da felicidade enquanto política pública. 

2022
Dissertações
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  • EMERSON RAIMUNDO DO NASCIMENTO
  • A EDUCAÇÃO EM TERREIRO AFROCENTRADA DA NAÇÃO XAMBÁ

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIEL SWAHILI SALES DE ALMEIDA
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • Data: 13/01/2022

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  • Esta dissertação analisou a educação em terreiro afrocentrada da nação xambá. Tendo como questão central: Como a Nação Xambá, através de suas práticas educativas, culturais e religiosas, viabiliza uma educação afrocentrada da comunidade do Portão do Gelo, Olinda/PE? O objetivo geral foi: Analisar como a educação em terreiro da Nação Xambá viabiliza uma educação afrocentrada na comunidade do Portão do Gelo. A teoria da afrocentricidade foi a base epistemológica escolhida, dado o entendimento de que ela evidencia o protagonismo do povo negro promovendo sua emancipação, o que foi fortalecido na pesquisa pela a utilização de categorias a exemplo da Localização/Conscientização; Agente/Agência, apontadas por expoentes como Asante, Mazama, Karenga e Noguera. Já a metodologia empregada foi o da história oral, que também proporcionou empoderamento ao povo negro, sendo aplicada a partir da técnica da história oral temática, baseado nos teóricos como Meihy e Alberti, organizada nas seguintes categorias temáticas: Centralidade da Comunidade; Respeito a Tradição e a Ancestralidade; Harmonia com a Natureza e Unidade do Ser. Os resultados obtidos confirmaram a hipótese sobre a aplicação eficiente do modelo de educação afrocentrada exercida pelo terreiro Xambá na comunidade do Portão do Gelo. Tal modelo se faz por práticas educativas, culturais e religiosas fies aos preceitos filosóficos africanos, o que empodera os membros da comunidade, aguçando uma consciência ecológica, coletividade humana e social.


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  • Esta dissertação analisou a educação em terreiro afrocentrada da nação xambá. Tendo como questão central: Como a Nação Xambá, através de suas práticas educativas, culturais e religiosas, viabiliza uma educação afrocentrada da comunidade do Portão do Gelo, Olinda/PE? O objetivo geral foi: Analisar como a educação em terreiro da Nação Xambá viabiliza uma educação afrocentrada na comunidade do Portão do Gelo. A teoria da afrocentricidade foi a base epistemológica escolhida, dado o entendimento de que ela evidencia o protagonismo do povo negro promovendo sua emancipação, o que foi fortalecido na pesquisa pela a utilização de categorias a exemplo da Localização/Conscientização; Agente/Agência, apontadas por expoentes como Asante, Mazama, Karenga e Noguera. Já a metodologia empregada foi o da história oral, que também proporcionou empoderamento ao povo negro, sendo aplicada a partir da técnica da história oral temática, baseado nos teóricos como Meihy e Alberti, organizada nas seguintes categorias temáticas: Centralidade da Comunidade; Respeito a Tradição e a Ancestralidade; Harmonia com a Natureza e Unidade do Ser. Os resultados obtidos confirmaram a hipótese sobre a aplicação eficiente do modelo de educação afrocentrada exercida pelo terreiro Xambá na comunidade do Portão do Gelo. Tal modelo se faz por práticas educativas, culturais e religiosas fies aos preceitos filosóficos africanos, o que empodera os membros da comunidade, aguçando uma consciência ecológica, coletividade humana e social.

2
  • CLARA FLAUXI MARTINS DA SILVA
  • EDUCAÇÃO EM SAÚDE DE PESSOAS COM SOFRIMENTO MENTAL: MORADORES DE RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA CHEGAM ÀS ESCOLAS PÚBLICAS DO RECIFE NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

  • Orientador : VILDE GOMES DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • FATIMA MARIA LEITE CRUZ
  • PETRONIO JOSE DE LIMA MARTELLI
  • VILDE GOMES DE MENEZES
  • Data: 14/01/2022

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  • A reforma psiquiátrica no Brasil consolidou-se em 2001 com a Lei n.º 10.216. O modelo de assistência a pessoas com sofrimento mental foi modificado, antes se apresentava como um modelo manicomial que levou à morte de milhões de pessoas, desencandeando a mobilização de trabalhadores, familiares e pessoas com sofrimento mental que lutaram por novas formas de cuidado. Assim, surgiram os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que ofertam cuidados em uma proposta territorial e em liberdade. Em 2003, a Lei n.º 10.708 lança o Programa de Volta para Casa que resgata as pessoas dos hospitais psiquiátricos para que possam viver em liberdade. Algumas delas vão morar nos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). Esse programa projeta que haja inserção social, reabilitação e ressocialização dessas pessoas que viveram anos de aprisionamento e sobreviveram ao holocausto brasileiro. Para isso, um dos locais que estão recebendo esses moradores são as escolas públicas do município do Recife na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Com a aplicação de questionários e entrevistas aos profissionais que participam dessa inserção, que são os cuidadores, as técnicas de referência e as educadoras, com os dados interpretados pela técnica da análise de conteúdo, constataram-se algumas particularidades desse acesso à escola. Em destaque, pode-se citar a enfática  contribuição da escola para o processo de ressocialização de pessoas com sofrimento mental na medida que tem intensificação dos relacionamentos sociais e acesso à aprendizagem. Do mesmo modo que as pessoas entrevistadas relatam precisar de maior compromisso do poder público e gestão para discutir sobre essa nova realidade escolar que envolve a saúde e a educação.

     


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  • A reforma psiquiátrica no Brasil consolidou-se em 2001 com a Lei n.º 10.216. O modelo de assistência a pessoas com sofrimento mental foi modificado, antes se apresentava como um modelo manicomial que levou à morte de milhões de pessoas, desencandeando a mobilização de trabalhadores, familiares e pessoas com sofrimento mental que lutaram por novas formas de cuidado. Assim, surgiram os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que ofertam cuidados em uma proposta territorial e em liberdade. Em 2003, a Lei n.º 10.708 lança o Programa de Volta para Casa que resgata as pessoas dos hospitais psiquiátricos para que possam viver em liberdade. Algumas delas vão morar nos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). Esse programa projeta que haja inserção social, reabilitação e ressocialização dessas pessoas que viveram anos de aprisionamento e sobreviveram ao holocausto brasileiro. Para isso, um dos locais que estão recebendo esses moradores são as escolas públicas do município do Recife na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Com a aplicação de questionários e entrevistas aos profissionais que participam dessa inserção, que são os cuidadores, as técnicas de referência e as educadoras, com os dados interpretados pela técnica da análise de conteúdo, constataram-se algumas particularidades desse acesso à escola. Em destaque, pode-se citar a enfática  contribuição da escola para o processo de ressocialização de pessoas com sofrimento mental na medida que tem intensificação dos relacionamentos sociais e acesso à aprendizagem. Do mesmo modo que as pessoas entrevistadas relatam precisar de maior compromisso do poder público e gestão para discutir sobre essa nova realidade escolar que envolve a saúde e a educação.

     

3
  • ELEXANDRA SANTOS DO NASCIMENTO BAYMA
  • EDUCAÇÃO PARA APOSENTADORIA E ESPIRITUALIDADE: um estudo misto com pessoas servidoras públicas da UFPE e do INSS

  • Orientador : AURINO LIMA FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • SILAS CARLOS ROCHA DA SILVA
  • Data: 14/01/2022

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  • A aposentadoria é um fenômeno pós-industrial que possibilita acesso a direitos e bem estar, mas que também pode provocar às pessoas trabalhadoras formalizadas profundos sofrimentos, culminando com a perda de sentido de vida, sendo necessário um processo formativo de educar para o aposentar. Nos órgãos públicos há normativas que recomendam a instituição de Programas Educação para Aposentadoria - EPA. O presente estudo teve como objetivo compreender que contribuições a espiritualidade fornece ao desenvolvimento da EPA nos órgãos públicos. Para tanto discutimos as concepções de espiritualidade apresentadas por Ferdinand Röhr, Viktor Frankl, Douglas MacDonald, Sidney Silva dentro da abordagem transpessoal/integral de espiritualidade Por meio de uma pesquisa mista sequencial foi apresentado o estado do conhecimento acerca da aposentadoria à luz da integralidade  . Na fase quantitativa do estudo, utilizou-se o Inventário de Expressões de Espiritualidade Revisado- ESI-R associado a um questionário sociodemográfico, dos quais participaram  155 pessoas servidoras públicas em situação de pré-aposentadoria, abono em permanência e aposentadoria. Os dados quantitativos passaram por análise estatística descritiva em software livre JAMOVI 1.2. Foram selecionados 16 servidores, 8 de cada órgão, que obtiveram as maiores e menores médias  nas dimensões Orientação Cognitiva em Direção à Espiritualidade (COS) e Bem-estar Existencial (EWB) da ESI-R. Foi utilizada uma entrevista com roteiro semiestruturado para a construção dos dados qualitativos cujo corpus gerado foi analisado por análise temática com o auxílio do software IRAMUTEQ. Os resultados apontam que a EPA não é um campo consolidado de pesquisa no Brasil e que há carência de pesquisas voltadas a  educação para aposentadoria de professores, principalmente da educação básica, bem como  pesquisas sobre as relações das pessoas aposentadas com a família e o lazer (quadrante cultural). A percepção da espiritualidade das pessoas do serviço público transita entre as dimensões Religiosidade (REL), COS e EWB da ESI-R. A análise do perfil sociodemográfico evidencia o fator de escolaridade na percepção da espiritualidade na dimensão REL e o de renda na percepção de EPA. Outro dado refere-se à postergação da aposentadoria entre as pessoas com mais de 40 anos de tempo de serviço, sendo mais evidente em pessoas do sexo masculino solteiras, sem filhos e sem religião. Na dimensão REL há variação estatística no tocante ao sexo e nas dimensões EWB e REL em relação à situação frente à aposentadoria. Os resultados qualitativos apresentam que a EPA se beneficia se abarcar desenvolvimento do senso de propósito da pessoa trabalhadora, da relação com trabalho, com o tempo livre e processo inexorável do envelhecimento, numa perspectiva multidimensional do ser humano. Os participantes da pesquisa sugerem que a metodologia de EPA aconteça pela formação grupos informativos, reflexivos e culturais, que façam parte de um programa de desenvolvimento humano longitudinal nas organizações pesquisadas. A principal contribuição da espiritualidade para a EPA perpassa pela abertura que a tarefa pedagógica proporciona na tomada de decisão consciente frente à aposentadoria,  possibilitando a promoção do autoconhecimento e da autonomia da pessoa trabalhadora.


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  • A aposentadoria é um fenômeno pós-industrial que possibilita acesso a direitos e bem estar, mas que também pode provocar às pessoas trabalhadoras formalizadas profundos sofrimentos, culminando com a perda de sentido de vida, sendo necessário um processo formativo de educar para o aposentar. Nos órgãos públicos há normativas que recomendam a instituição de Programas Educação para Aposentadoria - EPA. O presente estudo teve como objetivo compreender que contribuições a espiritualidade fornece ao desenvolvimento da EPA nos órgãos públicos. Para tanto discutimos as concepções de espiritualidade apresentadas por Ferdinand Röhr, Viktor Frankl, Douglas MacDonald, Sidney Silva dentro da abordagem transpessoal/integral de espiritualidade Por meio de uma pesquisa mista sequencial foi apresentado o estado do conhecimento acerca da aposentadoria à luz da integralidade  . Na fase quantitativa do estudo, utilizou-se o Inventário de Expressões de Espiritualidade Revisado- ESI-R associado a um questionário sociodemográfico, dos quais participaram  155 pessoas servidoras públicas em situação de pré-aposentadoria, abono em permanência e aposentadoria. Os dados quantitativos passaram por análise estatística descritiva em software livre JAMOVI 1.2. Foram selecionados 16 servidores, 8 de cada órgão, que obtiveram as maiores e menores médias  nas dimensões Orientação Cognitiva em Direção à Espiritualidade (COS) e Bem-estar Existencial (EWB) da ESI-R. Foi utilizada uma entrevista com roteiro semiestruturado para a construção dos dados qualitativos cujo corpus gerado foi analisado por análise temática com o auxílio do software IRAMUTEQ. Os resultados apontam que a EPA não é um campo consolidado de pesquisa no Brasil e que há carência de pesquisas voltadas a  educação para aposentadoria de professores, principalmente da educação básica, bem como  pesquisas sobre as relações das pessoas aposentadas com a família e o lazer (quadrante cultural). A percepção da espiritualidade das pessoas do serviço público transita entre as dimensões Religiosidade (REL), COS e EWB da ESI-R. A análise do perfil sociodemográfico evidencia o fator de escolaridade na percepção da espiritualidade na dimensão REL e o de renda na percepção de EPA. Outro dado refere-se à postergação da aposentadoria entre as pessoas com mais de 40 anos de tempo de serviço, sendo mais evidente em pessoas do sexo masculino solteiras, sem filhos e sem religião. Na dimensão REL há variação estatística no tocante ao sexo e nas dimensões EWB e REL em relação à situação frente à aposentadoria. Os resultados qualitativos apresentam que a EPA se beneficia se abarcar desenvolvimento do senso de propósito da pessoa trabalhadora, da relação com trabalho, com o tempo livre e processo inexorável do envelhecimento, numa perspectiva multidimensional do ser humano. Os participantes da pesquisa sugerem que a metodologia de EPA aconteça pela formação grupos informativos, reflexivos e culturais, que façam parte de um programa de desenvolvimento humano longitudinal nas organizações pesquisadas. A principal contribuição da espiritualidade para a EPA perpassa pela abertura que a tarefa pedagógica proporciona na tomada de decisão consciente frente à aposentadoria,  possibilitando a promoção do autoconhecimento e da autonomia da pessoa trabalhadora.

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  • FILIPE KAMARGO DE SANTANA
  • O QUE PODE UMA EDUCAÇÃO SEM USO? O PENSAMENTO PÓS-HUMANISTA E A PROFANAÇÃO EM GIORGIO AGAMBEN

  • Orientador : ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADALGISA LEAO FERREIRA
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 14/01/2022

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  • Esta dissertação se debruça sobre a formação humana ocidental e os seus desafios contemporâneos em meio ao crescente desenvolvimento dos movimentos pós-humanistas e suas reflexões sobre a “natureza humana”. Visando fazer frente a essas perspectivas, profundamente marcadas por um teor excessivamente tecnologizante e racionalista, será contrastado o pensamento do filósofo italiano Giorgio Agamben, especificamente, o estudo que toma a noção de Profanação (2009), como gesto de resistência mediante as ações dos dispositivos de controle e poder. A profanação, apresenta-se aqui, como um elemento chave para o pensamento educacional contemporâneo, abrindo espaço para o surgimento de formasde-vida capazes de superar os mecanismos de assujeitamento e idealização do humano. Tratase de uma pesquisa de cunho teórico-filosófico, que desempenha seu trabalho de análise junto a construção de uma abertura dialógica para outras possibilidades de educar, desejando possibilitar o emergir de outras experiências para o campo educacional e pedagógico. Visando isso, este trabalho se concentra em três princípios básicos de atuação (caracterizados no texto como lâmina, fio e corte). Em primeiro lugar será efetuada uma discussão dos elementos motores da formação humana ocidental, bem como uma apresentação e breve discussão do pensamento agambeniano. Para que, através disso, seja possível forjar um espaço de pensamento que fuja dos valores utilitaristas e mercadológicos dominantes na lógica ocidental. Em seguida, se apresentará uma discussão do conceito de pós-humanidade e seu emergir no meio contemporâneo, bem como os principais embates observados na sociedade e no campo da filosofia. Questões capazes de tornar compreensíveis para o leitor os elementos em disputa em meio a essa lógica. Em um terceiro plano, será apresentada a capacidade de resistência da profanação, enquanto espaço capaz de possibilitar a abertura humana ao emergir das formasde-vida capazes de experiências plenas de existência. A profanação tornasse-se central junto ao nosso debate, com sua capacidade de operar no vazio dos sujeitos e possibilitar o emergir de outros caminhos possíveis de existência. Dito isso, é preciso salientar que, o que o leitor irá encontrar aqui, não se trata de um gesto de utilização e aplicação do pensamento agambeniano de forma hermenêutica. O que se estabelece nesse espaço de debate (apoiados nas análises educacionais de Jorge Larrosa), é uma profanação de seus próprios escritos, dando a possibilidade de abrir para a educação o emergir de novos debates e saberes. Possibilitando auxiliar o campo educacional a encontrar novas possibilidades para a formação dos sujeitos. 


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  • Esta dissertação se debruça sobre a formação humana ocidental e os seus desafios contemporâneos em meio ao crescente desenvolvimento dos movimentos pós-humanistas e suas reflexões sobre a “natureza humana”. Visando fazer frente a essas perspectivas, profundamente marcadas por um teor excessivamente tecnologizante e racionalista, será contrastado o pensamento do filósofo italiano Giorgio Agamben, especificamente, o estudo que toma a noção de Profanação (2009), como gesto de resistência mediante as ações dos dispositivos de controle e poder. A profanação, apresenta-se aqui, como um elemento chave para o pensamento educacional contemporâneo, abrindo espaço para o surgimento de formasde-vida capazes de superar os mecanismos de assujeitamento e idealização do humano. Tratase de uma pesquisa de cunho teórico-filosófico, que desempenha seu trabalho de análise junto a construção de uma abertura dialógica para outras possibilidades de educar, desejando possibilitar o emergir de outras experiências para o campo educacional e pedagógico. Visando isso, este trabalho se concentra em três princípios básicos de atuação (caracterizados no texto como lâmina, fio e corte). Em primeiro lugar será efetuada uma discussão dos elementos motores da formação humana ocidental, bem como uma apresentação e breve discussão do pensamento agambeniano. Para que, através disso, seja possível forjar um espaço de pensamento que fuja dos valores utilitaristas e mercadológicos dominantes na lógica ocidental. Em seguida, se apresentará uma discussão do conceito de pós-humanidade e seu emergir no meio contemporâneo, bem como os principais embates observados na sociedade e no campo da filosofia. Questões capazes de tornar compreensíveis para o leitor os elementos em disputa em meio a essa lógica. Em um terceiro plano, será apresentada a capacidade de resistência da profanação, enquanto espaço capaz de possibilitar a abertura humana ao emergir das formasde-vida capazes de experiências plenas de existência. A profanação tornasse-se central junto ao nosso debate, com sua capacidade de operar no vazio dos sujeitos e possibilitar o emergir de outros caminhos possíveis de existência. Dito isso, é preciso salientar que, o que o leitor irá encontrar aqui, não se trata de um gesto de utilização e aplicação do pensamento agambeniano de forma hermenêutica. O que se estabelece nesse espaço de debate (apoiados nas análises educacionais de Jorge Larrosa), é uma profanação de seus próprios escritos, dando a possibilidade de abrir para a educação o emergir de novos debates e saberes. Possibilitando auxiliar o campo educacional a encontrar novas possibilidades para a formação dos sujeitos. 

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  • JAMILLE OLIVEIRA DE MELO
  • FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO E DESIGUALDADES SOCIOEDUCACIONAIS: PERCEPÇÕES SOBRE AS REPERCUSSÕES DO PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA EM MANARI-PE

  • Orientador : EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BRUNA TARCILIA FERRAZ
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • VILDE GOMES DE MENEZES
  • Data: 14/01/2022

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  • A presente dissertação assume enquanto intento a análise das repercussões do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no contexto feito desigual do munícipio do interior pernambucano, Manari, visando identificar as repercussões das ações agregadas deste programa no enfrentamento as desigualdades socioeducacionais neste lugar. Não há indícios de estudos que estabeleçam a relação PDDE e desigualdades socioeducacionais. Sendo assim, nos debruçamos sobre o estudo da micropolítica, consoante Freitas (2016), a fim de observamos a tradução do PDDE de sua política macro para o dia a dia da escola em Manari, cidade popularmente conhecida nacionalmente por seus baixos indicadores de desenvolvimento humano. Para isso, consideramos teoricamente reflexões sobre: Estado e descentralização de políticas (BOBBIO, 2007; ABRUCCIO, 2010; LOBO, 1988;) e financiamento da educação e desigualdades socioeducacionais (FRANÇA, 2005; ARROYO, 2010,2017; MAFASSIOLI, 2017). Os dados que constituíram o corpus desta pesquisa foram coletados a partir de documentos, trabalho de observação de campo, administração de questionários e realização de entrevistas semiestruturadas com o secretário de educação do município, com os gestores de escolas específicas na zona urbana e rural de Manari. A maior parte das escolas que são beneficiadas pelo PDDE estão localizadas no extenso campo da zona rural do município. Apenas uma escola que participou desta pesquisa situa-se na zona urbana. A interpretação dos dados foi realizada por meio da Análise do Discurso, uma vez que todo discurso é socialmente construído, produzido em um contexto, destinado a um público, por isso também é socialmente interpretado. O estudo mostrou, que há uma distorção na compreensão dos sujeitos acerca do entendimento do recurso do PDDE como suplementar. Por não entenderem esta natureza do programa afirmam sempre ser insuficiente para as necessidades de suas escolas, isentando o município de suas responsabilidades. Constatamos que as ações agregadas mais recorrentes são aquelas destinadas ao acompanhamento pedagógico, como o Mais Educação e o Mais Alfabetização. Um grande impasse para o funcionamento do PDDE em um contexto de desigualdades, é a debilidade do suporte técnico (do FNDE para a secretaria de educação; da secretaria de educação para as escolas, e assim vice e versa), no momento de adesão das ações agregadas. Há ainda o desconhecimento da capacidade de atuação do PDDE, como por exemplo, gestores que não conheciam a ação agregada Mais Cultura na Escola. As escolas apresentam uma série demandas estruturais e pedagógicas que condizem com as ações do PDDE, no entanto não sabem pleitear essas ações frente o munícipio. Diante das inúmeras demandas identificadas (infraestrutura de escolas do campo, acessibilidade, práticas culturais e sustentáveis, etc.), justifica-se o funcionamento integral do PDDE em Manari, como mecanismo de enfrentamento as desigualdades socioeducacionais. Identificamos também, que os sujeitos em Manari não se veem em uma condição desigual, aspecto que se contradiz ao passo em que se apresentam as diversas demandas. Por fim, observamos que se os sujeitos pudessem compreender melhor o programa, teriam melhores condições de pleitear, e consequentemente iniciar um enfrentamento as desigualdades socioeducacionais.


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  • A presente dissertação assume enquanto intento a análise das repercussões do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) no contexto feito desigual do munícipio do interior pernambucano, Manari, visando identificar as repercussões das ações agregadas deste programa no enfrentamento as desigualdades socioeducacionais neste lugar. Não há indícios de estudos que estabeleçam a relação PDDE e desigualdades socioeducacionais. Sendo assim, nos debruçamos sobre o estudo da micropolítica, consoante Freitas (2016), a fim de observamos a tradução do PDDE de sua política macro para o dia a dia da escola em Manari, cidade popularmente conhecida nacionalmente por seus baixos indicadores de desenvolvimento humano. Para isso, consideramos teoricamente reflexões sobre: Estado e descentralização de políticas (BOBBIO, 2007; ABRUCCIO, 2010; LOBO, 1988;) e financiamento da educação e desigualdades socioeducacionais (FRANÇA, 2005; ARROYO, 2010,2017; MAFASSIOLI, 2017). Os dados que constituíram o corpus desta pesquisa foram coletados a partir de documentos, trabalho de observação de campo, administração de questionários e realização de entrevistas semiestruturadas com o secretário de educação do município, com os gestores de escolas específicas na zona urbana e rural de Manari. A maior parte das escolas que são beneficiadas pelo PDDE estão localizadas no extenso campo da zona rural do município. Apenas uma escola que participou desta pesquisa situa-se na zona urbana. A interpretação dos dados foi realizada por meio da Análise do Discurso, uma vez que todo discurso é socialmente construído, produzido em um contexto, destinado a um público, por isso também é socialmente interpretado. O estudo mostrou, que há uma distorção na compreensão dos sujeitos acerca do entendimento do recurso do PDDE como suplementar. Por não entenderem esta natureza do programa afirmam sempre ser insuficiente para as necessidades de suas escolas, isentando o município de suas responsabilidades. Constatamos que as ações agregadas mais recorrentes são aquelas destinadas ao acompanhamento pedagógico, como o Mais Educação e o Mais Alfabetização. Um grande impasse para o funcionamento do PDDE em um contexto de desigualdades, é a debilidade do suporte técnico (do FNDE para a secretaria de educação; da secretaria de educação para as escolas, e assim vice e versa), no momento de adesão das ações agregadas. Há ainda o desconhecimento da capacidade de atuação do PDDE, como por exemplo, gestores que não conheciam a ação agregada Mais Cultura na Escola. As escolas apresentam uma série demandas estruturais e pedagógicas que condizem com as ações do PDDE, no entanto não sabem pleitear essas ações frente o munícipio. Diante das inúmeras demandas identificadas (infraestrutura de escolas do campo, acessibilidade, práticas culturais e sustentáveis, etc.), justifica-se o funcionamento integral do PDDE em Manari, como mecanismo de enfrentamento as desigualdades socioeducacionais. Identificamos também, que os sujeitos em Manari não se veem em uma condição desigual, aspecto que se contradiz ao passo em que se apresentam as diversas demandas. Por fim, observamos que se os sujeitos pudessem compreender melhor o programa, teriam melhores condições de pleitear, e consequentemente iniciar um enfrentamento as desigualdades socioeducacionais.

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  • JOSEANE FERREIRA DOS SANTOS
  • MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E USO DA COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

  • Orientador : TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • RAFAELLA ASFORA SIQUEIRA CAMPOS LIMA
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • Data: 14/01/2022

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  • A inclusão da Pessoa com Deficiência no âmbito escolar é um debate atual que demanda a organização de várias propostas de trabalho pelas especificidades inerentes à pessoa e pelas diversas barreiras existentes no contexto social. Quando se trata da criança com deficiência intelectual, há o estigma de um sujeito sem capacidade de aprender; essa barreira atitudinal acaba reforçando o preconceito que pesquisadores vem tentando desmitificar por meio de estudos que mostram que, estudantes com deficiência são capazes de aprender a partir das propostas metodológicas e da mediação pedagógica que atentem para as singularidades dos educandos. Esta pesquisa está baseada na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural, a qual vem afirmar que, quando a aprendizagem não se dá por caminhos diretos, faz-se necessário encontrar caminhos alternativos para que a aprendizagem aconteça. Esses caminhos alternativos são denominados de artefatos culturais, ou seja, são as vias alternativas de desenvolvimento social do sujeito com deficiência. No caso desta pesquisa, consideramos como artefato cultural os recursos de Comunicação Alternativa, pois estes, são apoios visuais que servem como instrumentos mediadores da aprendizagem no campo psicológico, conforme os pressupostos vigotskianos; esses recursos permitem que as pessoas com deficiência possam superar seus limites e ampliarem suas potencialidades. O objetivo da pesquisa foi o de investigar como a Comunicação Alternativa pode contribuir no processo de alfabetização de uma criança com deficiência intelectual, em contexto de sala de aula regular. Optou-se pelo estudo de caso apoiado na abordagem metodológica da pesquisa-intervenção; por estamos num espaço escolar, a abordagem qualitativa auxiliou numa maior compreensão dos fenômenos em contexto natural de ensino e aprendizagem da criança. O campo empírico foi uma escola pública localizada na Cidade do Recife; tivemos a permanência no campo de seis meses (julho a dezembro de 2019). Para a coleta, análise e discussão dos dados, utilizou-se os seguintes procedimentos metodológicos: observação; entrevista semiestruturada; avaliação da escrita da criança com deficiência intelectual; planejamento das intervenções e intervenções pedagógicas propriamente ditas, com recursos de Comunicação Alternativa. Como participantes, tivemos uma criança com deficiência intelectual, matriculada no primeiro ano do Ensino Fundamental I; a professora da sala regular; a professora da sala de recursos multifuncionais; o Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar; e a mãe da criança. Diante dos achados, consideramos que a mediação pedagógica da pesquisadora foi de suma importância no processo de alfabetização da criança com DI, e que, mesmo diante de pequenos avanços, percebeu-se mudanças significativas nos aspectos motivacionais, de participação e de execução das tarefas, pela criança; a sua escrita permaneceu no nível das “garatujas”, e a opção adotada nas mediações para a escrita com letras móveis foi a estratégia que prevaleceu para a auxiliar a criança na aquisição do Sistema de Escrita alfabética (escrita do seu nome próprio; nomes das letras; ordem alfabética; palavras iniciadas com a mesma letra; rimas etc.), mediante uso de recursos da Comunicação Alternativa.


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  • A inclusão da Pessoa com Deficiência no âmbito escolar é um debate atual que demanda a organização de várias propostas de trabalho pelas especificidades inerentes à pessoa e pelas diversas barreiras existentes no contexto social. Quando se trata da criança com deficiência intelectual, há o estigma de um sujeito sem capacidade de aprender; essa barreira atitudinal acaba reforçando o preconceito que pesquisadores vem tentando desmitificar por meio de estudos que mostram que, estudantes com deficiência são capazes de aprender a partir das propostas metodológicas e da mediação pedagógica que atentem para as singularidades dos educandos. Esta pesquisa está baseada na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural, a qual vem afirmar que, quando a aprendizagem não se dá por caminhos diretos, faz-se necessário encontrar caminhos alternativos para que a aprendizagem aconteça. Esses caminhos alternativos são denominados de artefatos culturais, ou seja, são as vias alternativas de desenvolvimento social do sujeito com deficiência. No caso desta pesquisa, consideramos como artefato cultural os recursos de Comunicação Alternativa, pois estes, são apoios visuais que servem como instrumentos mediadores da aprendizagem no campo psicológico, conforme os pressupostos vigotskianos; esses recursos permitem que as pessoas com deficiência possam superar seus limites e ampliarem suas potencialidades. O objetivo da pesquisa foi o de investigar como a Comunicação Alternativa pode contribuir no processo de alfabetização de uma criança com deficiência intelectual, em contexto de sala de aula regular. Optou-se pelo estudo de caso apoiado na abordagem metodológica da pesquisa-intervenção; por estamos num espaço escolar, a abordagem qualitativa auxiliou numa maior compreensão dos fenômenos em contexto natural de ensino e aprendizagem da criança. O campo empírico foi uma escola pública localizada na Cidade do Recife; tivemos a permanência no campo de seis meses (julho a dezembro de 2019). Para a coleta, análise e discussão dos dados, utilizou-se os seguintes procedimentos metodológicos: observação; entrevista semiestruturada; avaliação da escrita da criança com deficiência intelectual; planejamento das intervenções e intervenções pedagógicas propriamente ditas, com recursos de Comunicação Alternativa. Como participantes, tivemos uma criança com deficiência intelectual, matriculada no primeiro ano do Ensino Fundamental I; a professora da sala regular; a professora da sala de recursos multifuncionais; o Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar; e a mãe da criança. Diante dos achados, consideramos que a mediação pedagógica da pesquisadora foi de suma importância no processo de alfabetização da criança com DI, e que, mesmo diante de pequenos avanços, percebeu-se mudanças significativas nos aspectos motivacionais, de participação e de execução das tarefas, pela criança; a sua escrita permaneceu no nível das “garatujas”, e a opção adotada nas mediações para a escrita com letras móveis foi a estratégia que prevaleceu para a auxiliar a criança na aquisição do Sistema de Escrita alfabética (escrita do seu nome próprio; nomes das letras; ordem alfabética; palavras iniciadas com a mesma letra; rimas etc.), mediante uso de recursos da Comunicação Alternativa.

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  • ANTONIO CARLOS CARDOSO
  • AÇÕES AFIRMATIVAS COMO POLÍTICAS PARA PROMOÇÃO DA ACESSIBILIDADE COMUNICACIONAL NA UFPE: EXPERIÊNCIAS DE PROFESSORES SURDOS DO CAMPUS RECIFE

  • Orientador : ALFREDO MACEDO GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALFREDO MACEDO GOMES
  • MARIA ZELIA DE SANTANA
  • WILMA PASTOR DE ANDRADE SOUSA
  • Data: 28/01/2022

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  • Com o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – Libras (lei Federal 10.436/02) como língua oficial da comunidade de surdos do Brasil e sua regulamentação pelo Decreto 5626/05, a Libras passa a ser incluída como disciplina obrigatória nos cursos de formação docente e de fonoaudiologia. Diante desse novo cenário, as instituições de ensino superior começaram a incluir profissionais bilíngues no seu quadro docente para o ensino da Libras. De acordo com o Decreto, as vagas para os docentes de Libras são preferencialmente de pessoas surdas. Com a chegada desses docentes nas universidades, estas instituições começaram a criar ações para promoção da acessibilidade comunicacional para atender as especificidades linguísticas, culturais e identitárias desses sujeitos. Esta pesquisa objetiva investigar as políticas de acessibilidade comunicacional promovidas pela Universidade Federal de Pernambuco, Campus Recife partindo pelas experiências vivida pelos docentes surdos. Em termos mais específicos, pretende-se: a) analisar como a política de acessibilidade comunicacional da UFPE tem sido implementada a partir dos docentes surdos; b)  caracterizar e analisar a experiência do trabalho de docentes surdos, tendo em vista a política educacional de acessibilidade. A fundamentação teórica que norteará esta pesquisa conta com a discussão sobre as ações afirmativas como políticas públicas para promoção da acessibilidade comunicacional na UFPE. Esta pesquisa de cunho qualitativo utilizou como instrumentos de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada e a análise documental. Os sujeitos da pesquisa, serão os 06 (seis) professores surdos pertencentes ao quadro efetivo da UFPE, campus Recife.


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  • Com o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais – Libras (lei Federal 10.436/02) como língua oficial da comunidade de surdos do Brasil e sua regulamentação pelo Decreto 5626/05, a Libras passa a ser incluída como disciplina obrigatória nos cursos de formação docente e de fonoaudiologia. Diante desse novo cenário, as instituições de ensino superior começaram a incluir profissionais bilíngues no seu quadro docente para o ensino da Libras. De acordo com o Decreto, as vagas para os docentes de Libras são preferencialmente de pessoas surdas. Com a chegada desses docentes nas universidades, estas instituições começaram a criar ações para promoção da acessibilidade comunicacional para atender as especificidades linguísticas, culturais e identitárias desses sujeitos. Esta pesquisa objetiva investigar as políticas de acessibilidade comunicacional promovidas pela Universidade Federal de Pernambuco, Campus Recife partindo pelas experiências vivida pelos docentes surdos. Em termos mais específicos, pretende-se: a) analisar como a política de acessibilidade comunicacional da UFPE tem sido implementada a partir dos docentes surdos; b)  caracterizar e analisar a experiência do trabalho de docentes surdos, tendo em vista a política educacional de acessibilidade. A fundamentação teórica que norteará esta pesquisa conta com a discussão sobre as ações afirmativas como políticas públicas para promoção da acessibilidade comunicacional na UFPE. Esta pesquisa de cunho qualitativo utilizou como instrumentos de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada e a análise documental. Os sujeitos da pesquisa, serão os 06 (seis) professores surdos pertencentes ao quadro efetivo da UFPE, campus Recife.

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  • LIS PAIVA DE MEDEIROS
  • ESPIRITUALIDADES FEMINISTAS E PROCESSOS DE (TRANS)FORMAÇÃO HUMANA: Narrativas de mulheres em espaços urbanos periféricos de Recife-PE

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MARIA TERESA LISBOA NOBRE PEREIRA
  • Data: 04/02/2022

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  • As espiritualidades participam da formação humana de formas radicalmente plurais. Esse trabalho busca se voltar para essa pluralidade e se origina da interlocução entre espiritualidades, processos de (trans)formação humana e educação. Essa tríade, como ponto de partida, é analisada a partir das narrativas de histórias de vida de mulheres moradoras de espaços urbano-periféricos da cidade de Recife-PE. As mulheres, em um sentido histórico, começam a sair de lugares de subalternização e exclusão, os quais vêm se transformando em outros, de protagonismo, criação de redes de solidariedade e centralidade para a organização da vida social. No nosso contexto de pesquisa, essa centralidade é também epistêmico-política e narrativa. Partimos do questionamento acerca de como as espiritualidades se articulam ou permeiam os processos de (trans)formação humana nas histórias de vida das mulheres e, assim, buscamos, como objetivo geral, compreender os processos de (trans)formação humana e as espiritualidades co-criadas nas narrativas de histórias de vida de mulheres moradoras do Conjunto Habitacional do Cordeiro, enquanto espaço urbano periférico. Tomamos a abordagem da Perspectiva Transpessoal Participativa Decolonial Feminista como lócus de centralidade analítica. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa narrativa atravessada também pela inspiração transpessoal participativa, centrada nos feminismos decoloniais. Ocorreu por meio de entrevistas qualitativas em profundidade, realizadas online com quatro participantes, e contou com o diário de campo enquanto ferramenta metodológica de criação de dados. Estes foram reunidos por meio de transcrições e a análise foi feita por meio da Análise Narrativa, que coloca em primeiro plano o processo de diálogo entre participantes e pesquisadora como modo privilegiado de construção de dados. Foram construídas quatro narrativas, inspiradas pela escrita orgânica., uma referente a cada participante: Karla, Bela Flor, Resiliência e Luna, as quais originaram cinco territórios de análise, de acordo com os sentidos de espiritualidades evocados nas histórias: “Roda gigante”; “Guarda-roupa”; “Raízes: nutrir e partilhar”; “Guerrear de peito aberto” e “Acender uma fogueira”. As categorias apontam para noções de espiritualidades feministas, cuja centralidade esteja na expansão e aprofundamento dos laços co-criados entre as mulheres, sejam entre si e em suas relações.


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  • As espiritualidades participam da formação humana de formas radicalmente plurais. Esse trabalho busca se voltar para essa pluralidade e se origina da interlocução entre espiritualidades, processos de (trans)formação humana e educação. Essa tríade, como ponto de partida, é analisada a partir das narrativas de histórias de vida de mulheres moradoras de espaços urbano-periféricos da cidade de Recife-PE. As mulheres, em um sentido histórico, começam a sair de lugares de subalternização e exclusão, os quais vêm se transformando em outros, de protagonismo, criação de redes de solidariedade e centralidade para a organização da vida social. No nosso contexto de pesquisa, essa centralidade é também epistêmico-política e narrativa. Partimos do questionamento acerca de como as espiritualidades se articulam ou permeiam os processos de (trans)formação humana nas histórias de vida das mulheres e, assim, buscamos, como objetivo geral, compreender os processos de (trans)formação humana e as espiritualidades co-criadas nas narrativas de histórias de vida de mulheres moradoras do Conjunto Habitacional do Cordeiro, enquanto espaço urbano periférico. Tomamos a abordagem da Perspectiva Transpessoal Participativa Decolonial Feminista como lócus de centralidade analítica. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa narrativa atravessada também pela inspiração transpessoal participativa, centrada nos feminismos decoloniais. Ocorreu por meio de entrevistas qualitativas em profundidade, realizadas online com quatro participantes, e contou com o diário de campo enquanto ferramenta metodológica de criação de dados. Estes foram reunidos por meio de transcrições e a análise foi feita por meio da Análise Narrativa, que coloca em primeiro plano o processo de diálogo entre participantes e pesquisadora como modo privilegiado de construção de dados. Foram construídas quatro narrativas, inspiradas pela escrita orgânica., uma referente a cada participante: Karla, Bela Flor, Resiliência e Luna, as quais originaram cinco territórios de análise, de acordo com os sentidos de espiritualidades evocados nas histórias: “Roda gigante”; “Guarda-roupa”; “Raízes: nutrir e partilhar”; “Guerrear de peito aberto” e “Acender uma fogueira”. As categorias apontam para noções de espiritualidades feministas, cuja centralidade esteja na expansão e aprofundamento dos laços co-criados entre as mulheres, sejam entre si e em suas relações.

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  • ISABELLA NARA COSTA ALVES
  • ENTRE AZOUGADAS E ANDANÇAS: MOVIMENTOS CURRICULARES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • NUBIA REGINA MOREIRA
  • Data: 09/02/2022

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  • O estudo investiga espaços-tempos institucionais que (re)existem em meio

    aos vultos, propagações e amplitudes de uma onda (neo)conservadora que atinge o

    país e disputa sentidos sobre a educação de crianças, jovens e adolescentes, tendo

    como principal estratégia a instalação do pânico moral em torno de uma suposta

    ameaça à ordem social representada pelo sintagma “ideologia de gênero”. Advém da

    necessidade de lançar olhares não somente para os processos regulatórios, de

    silenciamento ou (re)produção de preconceitos e discriminações, mas, também, para

    as atividades e práticas (des)construtivas no campo educacional. Participaram da

    pesquisa doze docentes e técnicas/os que atuaram em projetos de formação docente

    e discente em gênero e sexualidade na Rede Estadual de Ensino de Pernambuco, no

    período de 2018 a 2021. A constituição do corpus se deu por comunicação informal,

    que se caracteriza por conversas com as pessoas que se disponibilizam a integrar o

    estudo. Tal estratégia é tomada como “experimentação errante”, metodologia

    construída no processo de investigação, de acordo com as necessidades interpeladas

    pelo objeto de pesquisa e pelos modos de operação teórica. A pesquisa mostrou que

    os impactos dos movimentos neoconservadores são sentidos em diferentes municípios

    do Estado através de ataques de grupos religiosos conservadores a docentes e escolas

    que desenvolvem projetos sobre equidade de gênero, linguagem neutra e

    enfrentamento à lgbtfobia; e da proposição de projetos de leis que tentaram proibir

    qualquer referência à educação sexual na rede de ensino e nas bibliotecas públicas dePernambuco. No entanto, discursos opostos disputam a hegemonia no campo

    educacional e têm conseguido obstruir de forma criativa as investidas reacionárias,

    mostrando que todo movimento político é um processo dinâmico e as relações

    equivalenciais entre demandas educativas e curriculares que sustentam os atuais

    retrocessos não anulam os fluxos diferenciais. A produção de sentidos sobre gênero e

    sexualidade envolve vontades, afetos, linguagens e práticas políticas que sempre

    surpreendem as normatizações e regulações, revelando as fissuras de toda estrutura

     

    social.

    O estudo investiga espaços-tempos institucionais que (re)existem em meio
    aos vultos, propagações e amplitudes de uma onda (neo)conservadora que atinge o
    país e disputa sentidos sobre a educação de crianças, jovens e adolescentes, tendo
    como principal estratégia a instalação do pânico moral em torno de uma suposta
    ameaça à ordem social representada pelo sintagma “ideologia de gênero”. Advém da
    necessidade de lançar olhares não somente para os processos regulatórios, de
    silenciamento ou (re)produção de preconceitos e discriminações, mas, também, para
    as atividades e práticas (des)construtivas no campo educacional. Participaram da
    pesquisa doze docentes e técnicas/os que atuaram em projetos de formação docente
    e discente em gênero e sexualidade na Rede Estadual de Ensino de Pernambuco, no
    período de 2018 a 2021. A constituição do corpus se deu por comunicação informal,
    que se caracteriza por conversas com as pessoas que se disponibilizam a integrar o
    estudo. Tal estratégia é tomada como “experimentação errante”, metodologia
    construída no processo de investigação, de acordo com as necessidades interpeladas
    pelo objeto de pesquisa e pelos modos de operação teórica. A pesquisa mostrou que
    os impactos dos movimentos neoconservadores são sentidos em diferentes municípios
    do Estado através de ataques de grupos religiosos conservadores a docentes e escolas
    que desenvolvem projetos sobre equidade de gênero, linguagem neutra e
    enfrentamento à lgbtfobia; e da proposição de projetos de leis que tentaram proibir
    qualquer referência à educação sexual na rede de ensino e nas bibliotecas públicas de

     

    Pernambuco. No entanto, discursos opostos disputam a hegemonia no campo
    educacional e têm conseguido obstruir de forma criativa as investidas reacionárias,
    mostrando que todo movimento político é um processo dinâmico e as relações
    equivalenciais entre demandas educativas e curriculares que sustentam os atuais
    retrocessos não anulam os fluxos diferenciais. A produção de sentidos sobre gênero e
    sexualidade envolve vontades, afetos, linguagens e práticas políticas que sempre
    surpreendem as normatizações e regulações, revelando as fissuras de toda estrutura
    social.




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  • SILAS VELOSO DE PAULA SILVA
  • Ensino da Sociologia em tempos de ideologia de guerra ao gênero: caminhopossíveis em meio aos novos campos minados na educação

    Esta dissertação buscou investigar estratégias discursivas de professoras/es de sociologia acerca
    do sintagma “ideologia de gênero”, compreendendo-a como um elemento presente em formações
    discursivas que emergem a partir de articulações entre discursos (neo)liberais e
    (neo)conservadores. Tal proposta de investigação parte de uma reflexão teórica/empírica e
    política ancorada em um viés pós-estruturalista, mas especificamente a Teoria política do
    Discurso em Laclau e Mouffe (2015) para quem o social é ontologicamente político. Diante de
    cenários onde tanto as questões de gênero e sexualidade como a própria presença da sociologia
    têm sido significadas como “doutrinação”, implantação de uma perspectiva comunista para fixar
    um projeto de (re)engenharia social e males a serem varridos das discussões em instituições de
    educação, nos interessa compreender como as e os professores/as tem se posicionado frente a
    estes discursos. Dessa forma, dialogamos também com autoras/es dos campos de estudos de
    gênero e sexualidade, sociologia da educação, e de recentes discussões da Teoria Política,
    enfatizando processos de subjetivação a partir de fantasias sociais que constituem processos de
    des/identificação nas relações de antagonismo, diferença e equivalência que se estabelecem em
    torno desses embates hegemônicos. A metodologia adotada para a compreensão desses discursos
    é a análise de discurso de abordagem francesa e neste sentido o trabalho aponta para as diferentes
    formas de atuação de quatro docentes de sociologia frente à “guerra ao gênero”, situando o
    campo discursivo na qual este sujeitos e seus discursos estão inseridos como um espaço onde se
    projeta uma ideia de “novo” discurso educacional, sendo as formação discursiva (neo)liberal e
    (neo)conservadora, questionada e tensionada pelos docentes entrevistados/as e por outros
    sujeitos nas escolas de referência em ensino médio analisada



  • Orientador : GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • REGINA FACCHINI
  • THIAGO RANNIERY MOREIRA DE OLIVEIRA
  • Data: 09/02/2022

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  • Esta dissertação buscou investigar estratégias discursivas de professoras/es de sociologia acerca
    do sintagma “ideologia de gênero”, compreendendo-a como um elemento presente em formações
    discursivas que emergem a partir de articulações entre discursos (neo)liberais e
    (neo)conservadores. Tal proposta de investigação parte de uma reflexão teórica/empírica e
    política ancorada em um viés pós-estruturalista, mas especificamente a Teoria política do
    Discurso em Laclau e Mouffe (2015) para quem o social é ontologicamente político. Diante de
    cenários onde tanto as questões de gênero e sexualidade como a própria presença da sociologia
    têm sido significadas como “doutrinação”, implantação de uma perspectiva comunista para fixar
    um projeto de (re)engenharia social e males a serem varridos das discussões em instituições de
    educação, nos interessa compreender como as e os professores/as tem se posicionado frente a
    estes discursos. Dessa forma, dialogamos também com autoras/es dos campos de estudos de
    gênero e sexualidade, sociologia da educação, e de recentes discussões da Teoria Política,
    enfatizando processos de subjetivação a partir de fantasias sociais que constituem processos de
    des/identificação nas relações de antagonismo, diferença e equivalência que se estabelecem em
    torno desses embates hegemônicos. A metodologia adotada para a compreensão desses discursos
    é a análise de discurso de abordagem francesa e neste sentido o trabalho aponta para as diferentes
    formas de atuação de quatro docentes de sociologia frente à “guerra ao gênero”, situando o
    campo discursivo na qual este sujeitos e seus discursos estão inseridos como um espaço onde se
    projeta uma ideia de “novo” discurso educacional, sendo as formação discursiva (neo)liberal e
    (neo)conservadora, questionada e tensionada pelos docentes entrevistados/as e por outros
    sujeitos nas escolas de referência em ensino médio analisada


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  • x

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  • NATÁLIA MARQUES DA SILVA SOARES
  • BARBIE NEGRA: INTERSECÇÕES ENTRE MÍDIA, RAÇA E GÊNERO NAS NARRATIVAS DE PROFESSORAS NEGRAS

  • Orientador : KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • VALDENICE JOSE RAIMUNDO
  • Data: 10/02/2022

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  • Esta dissertação apresenta o processo de construção da pesquisa que objetiva investigar e analisar de que forma a mídia interpela a construção da identidade de professoras negras e como essa influência reverbera ao pensar a sua práxis educativa. Baseada em autores/as que discutem as temáticas de gênero, raça, mídia e educação, a pesquisa dedica-se a conhecer as implicações da mídia no que se refere às questões étnico-raciais e de gênero na educação, questionando: de que forma professoras negras foram (e são) afetadas por agenciamentos da mídia na construção de suas identidades? Para tanto, utilizamos como referências Neusa Santos Souza, Nilma Lino Gomes, Kabengele Munanga, Grada Kilomba, Silvio Almeida, dentre outras, para subsidiar a discussão aqui proposta. Buscamos problematizar os processos de construção identitária da população negra ao narrar a história de três professoras negras dos anos iniciais da rede pública da Grande Recife por meio de entrevistas narrativas. Em virtude da pandemia causada pela COVID-19, as entrevistas aconteceram virtualmente, via plataforma Zoom, durante o mês de março de 2021. As narrativas que se desenvolveram a partir das entrevistas foram reunidas sob três temas centrais: Formação identitária; Impactos da mídia na construção da subjetividade; e Marcas do racismo na infância, adolescência e vida adulta. O que mais se destacou das narrativas foi a forma como o racismo atravessou e atravessa as suas vidas, impactando na formação de suas identidades, na construção de suas subjetividades e, sobretudo, nas relações sociais que estabelecem. Salientamos, ainda, as dificuldades e problemáticas enfrentadas pelas professoras e em sala de aula, principalmente durante a pandemia. Compreendendo que as relações étnico-raciais são construções culturais, a construção desta pesquisa se dedicou a estabelecer intersecções mídia, raça e gênero, vislumbrando fornecer elementos para o fortalecimento da cultura e identidade da população negra em nosso país.


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  • Esta dissertação apresenta o processo de construção da pesquisa que objetiva investigar e analisar de que forma a mídia interpela a construção da identidade de professoras negras e como essa influência reverbera ao pensar a sua práxis educativa. Baseada em autores/as que discutem as temáticas de gênero, raça, mídia e educação, a pesquisa dedica-se a conhecer as implicações da mídia no que se refere às questões étnico-raciais e de gênero na educação, questionando: de que forma professoras negras foram (e são) afetadas por agenciamentos da mídia na construção de suas identidades? Para tanto, utilizamos como referências Neusa Santos Souza, Nilma Lino Gomes, Kabengele Munanga, Grada Kilomba, Silvio Almeida, dentre outras, para subsidiar a discussão aqui proposta. Buscamos problematizar os processos de construção identitária da população negra ao narrar a história de três professoras negras dos anos iniciais da rede pública da Grande Recife por meio de entrevistas narrativas. Em virtude da pandemia causada pela COVID-19, as entrevistas aconteceram virtualmente, via plataforma Zoom, durante o mês de março de 2021. As narrativas que se desenvolveram a partir das entrevistas foram reunidas sob três temas centrais: Formação identitária; Impactos da mídia na construção da subjetividade; e Marcas do racismo na infância, adolescência e vida adulta. O que mais se destacou das narrativas foi a forma como o racismo atravessou e atravessa as suas vidas, impactando na formação de suas identidades, na construção de suas subjetividades e, sobretudo, nas relações sociais que estabelecem. Salientamos, ainda, as dificuldades e problemáticas enfrentadas pelas professoras e em sala de aula, principalmente durante a pandemia. Compreendendo que as relações étnico-raciais são construções culturais, a construção desta pesquisa se dedicou a estabelecer intersecções mídia, raça e gênero, vislumbrando fornecer elementos para o fortalecimento da cultura e identidade da população negra em nosso país.

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  • VIRGÍNIA RENATA VILAR DA SILVA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COMPARTILHADAS POR LICENCIANDOS/AS EM PEDAGOGIA: HOUVE MUDANÇAS A PARTIR DO ENSINO REMOTO EMERGENCIAL?

  • Orientador : VIVIANE DE BONA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE BATISTA NETO
  • VIVIANE DE BONA
  • MARIA DE FATIMA DE SOUZA SANTOS
  • Data: 18/02/2022

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  • O objetivo desta investigação é analisar a relação entre as mudanças nas práticas docentes em função do ensino remoto emergencial e as representações sociais de tecnologias digitais na educação compartilhadas por licenciandos/as em pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Difundiram-se discussões em torno da estrutura e da possível transformação das Representações Sociais de Tecnologias Digitais (TDIC) face ao cenário pandêmico ao qual a educação perpassa profundas mudanças em função do Ensino Remoto (ER). Tomando como referências teórico metodológicas a teoria das representações sociais, com mote para a abordagem estrutural, mais especificamente o estudo da teoria do núcleo central e da dinâmica das representações sociais. Em função de seu objetivo a pesquisa contemplou duas etapas: análise documental e coleta de dados empírica. A primeira se desenvolveu por meio da análise do currículo do curso de Pedagogia da UFPE, seguida de uma revisão sistemática da literatura. A segunda contemplou a aplicação de um questionário com associação livre de palavras hierarquizadas à 254 licenciandos/as do curso de Pedagogia da universidade. Os dados coletados foram analisados com o auxílio do software Iramuteq, pelo qual foram realizadas análises prototípicas e de similitude, a técnica Análise de Conteúdo ofereceu suporte a categorização das respostas coletadas. Os principais resultados sugerem que os elementos internet, inovação, dificuldade, aprendizagem, acesso e adaptação, permeiam a zona central da representação social de TDIC. Enquanto o análise do campo semântico do ensino remoto nos permitiu perceber que a prática pode ser sentida como um desafio, marcado pela dificuldade de acesso e ampliação das desigualdades sociais já existentes em nosso país.


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  • O objetivo desta investigação é analisar a relação entre as mudanças nas práticas docentes em função do ensino remoto emergencial e as representações sociais de tecnologias digitais na educação compartilhadas por licenciandos/as em pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Difundiram-se discussões em torno da estrutura e da possível transformação das Representações Sociais de Tecnologias Digitais (TDIC) face ao cenário pandêmico ao qual a educação perpassa profundas mudanças em função do Ensino Remoto (ER). Tomando como referências teórico metodológicas a teoria das representações sociais, com mote para a abordagem estrutural, mais especificamente o estudo da teoria do núcleo central e da dinâmica das representações sociais. Em função de seu objetivo a pesquisa contemplou duas etapas: análise documental e coleta de dados empírica. A primeira se desenvolveu por meio da análise do currículo do curso de Pedagogia da UFPE, seguida de uma revisão sistemática da literatura. A segunda contemplou a aplicação de um questionário com associação livre de palavras hierarquizadas à 254 licenciandos/as do curso de Pedagogia da universidade. Os dados coletados foram analisados com o auxílio do software Iramuteq, pelo qual foram realizadas análises prototípicas e de similitude, a técnica Análise de Conteúdo ofereceu suporte a categorização das respostas coletadas. Os principais resultados sugerem que os elementos internet, inovação, dificuldade, aprendizagem, acesso e adaptação, permeiam a zona central da representação social de TDIC. Enquanto o análise do campo semântico do ensino remoto nos permitiu perceber que a prática pode ser sentida como um desafio, marcado pela dificuldade de acesso e ampliação das desigualdades sociais já existentes em nosso país.

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  • MARÍLIA TAYA AMORIM MOURA
  • ENSINO DO EMPREENDEDORISMO: A FORMAÇÃO DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL DO ENSINO MÉDIO DE PERNAMBUCO.

  • Orientador : RAMON DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • RONALDO MARCOS DE LIMA ARAÚJO
  • Data: 28/04/2022

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  • Esta pesquisa teve o objetivo de analisar os propósitos do ensino do empreendedorismo na educação básica nacional, sob a perspectiva das políticas educacionais voltadas à formação do microempreendedor individual. Tem como princípio de discussão as Escolas em tempo integral do Estado de Pernambuco, especialmente nas Escolas de Referência em Ensino Médio (EREMs) e em Escolas Técnicas Estaduais (ETEs). Para tanto, utilizou-se uma abordagem de caráter descritivo-exploratório, para coletar e analisar os dados, bem como instrumentos quantitativos para analisar os efeitos do empreendedorismo na educação. Encontram-se entre os documentos analisados os que legitimam o discurso do empreendedorismo na educação e a incrementação no Ensino Médio de Pernambuco, a partir de produções cientificas, leis, regulamentos, registros, revistas, livros, arquivos escolares e outros. Em um segundo momento, foi admitido, o método de pesquisa de campo a partir de roteiros de entrevistas semiestruturados com a participação dos professores responsáveis pelo componente curricular de empreendedorismo no Ensino Médio Integral, com o objetivo de articular um perfil dos profissionais responsáveis pela disciplina, as práticas pedagógicas do empreendedorismo no espaço escolar e a formação continuada dos professores, bem como o papel da relação público-privada na difusão e consolidação do conceito de educação empreendedora no estado, ressaltando os desafios e contribuições na formação do microempreendedor individual de Ensino Médio do Pernambuco. 


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  • Esta pesquisa teve o objetivo de analisar os propósitos do ensino do empreendedorismo na educação básica nacional, sob a perspectiva das políticas educacionais voltadas à formação do microempreendedor individual. Tem como princípio de discussão as Escolas em tempo integral do Estado de Pernambuco, especialmente nas Escolas de Referência em Ensino Médio (EREMs) e em Escolas Técnicas Estaduais (ETEs). Para tanto, utilizou-se uma abordagem de caráter descritivo-exploratório, para coletar e analisar os dados, bem como instrumentos quantitativos para analisar os efeitos do empreendedorismo na educação. Encontram-se entre os documentos analisados os que legitimam o discurso do empreendedorismo na educação e a incrementação no Ensino Médio de Pernambuco, a partir de produções cientificas, leis, regulamentos, registros, revistas, livros, arquivos escolares e outros. Em um segundo momento, foi admitido, o método de pesquisa de campo a partir de roteiros de entrevistas semiestruturados com a participação dos professores responsáveis pelo componente curricular de empreendedorismo no Ensino Médio Integral, com o objetivo de articular um perfil dos profissionais responsáveis pela disciplina, as práticas pedagógicas do empreendedorismo no espaço escolar e a formação continuada dos professores, bem como o papel da relação público-privada na difusão e consolidação do conceito de educação empreendedora no estado, ressaltando os desafios e contribuições na formação do microempreendedor individual de Ensino Médio do Pernambuco. 

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  • ADEILTON ELIAS DA SILVA
  • BNCC E CURRÍCULO: UM ESTUDO DA CONSTRUÇÃO DO REFERENCIAL CURRICULAR NO MUNICÍPIO DE IPOJUCA

  • Orientador : KATIA SILVA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HUGO HELENO CAMILO COSTA
  • KATIA SILVA CUNHA
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • Data: 29/04/2022

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  • O projeto de pesquisa que tem como tema “BNCC e Currículo: um estudo da construção do referencial curricular no município de Ipojuca”, insere-se no contexto das pesquisas acerca das políticas curriculares no Brasil. Destacando que a partir de 2014 acirraram-se os debates acerca da construção de uma Base Nacional Comum com a proposta de adotar um currículo único para as escolas brasileiras (públicas e privadas). A pesquisa está fundamentada em alguns autores da Teoria do Discurso que compreendem o currículo como um texto e um conjunto de práticas e instituições inseridos num cenário de constantes disputas que se intensificaram em torno do currículo por grupos interessados nessa construção e o avanço da Base. Após muitas discussões e debates para definir o que faria ou não parte da Base, a BNCC foi aprovada, e está em vigor no país, na tentativa de determinar o que pode e deve ser ensinado e definindo, e que tem implicação na construção de outras políticas educacionais como a formação de professores, além da escolha dos livros didáticos e o processo de avaliações. Após a aprovação da BNCC, em 2017, foi repassada aos estados, municípios e Distrito Federal a incumbência de, a partir de 2018 até 2020, reformularem ou criarem seus currículos alinhando-os à BNCC. Muitos municípios optaram por utilizar o currículo construído pelo governo estadual e poucos escolheram construir o seu próprio currículo. O município de Ipojuca, desde 2019, se articulou para construir um referencial curricular, no intuito de afirmar a identidade do município no contexto educacional com a proposta de avançar na oferta de uma educação pública de qualidade. Em 2020 o currículo foi aprovado pelo Conselho Municipal de Educação de Ipojuca (CMEI) e tornou-se nosso objeto de pesquisa na tentativa de responder à pergunta: Quais os posicionamentos dos atores envolvidos na construção do referencial curricular de Ipojuca e de que forma as perspectivas educacionais presentes no currículo, alinhadas à BNCC, estão associadas ao sentido de qualidade da educação no município? Para alcançar os objetivos propostos e responder ao nosso problema, utilizamos como ferramenta de pesquisa a análise documental e o questionário que propõe analisar as impressões colocadas pelos construtores no currículo, bem como, ouvir seus posicionamentos, acerca do currículo, através do questionário. Os dados, após consolidados, apontaram uma disputa no campo, há aqueles que associam a educação de qualidade enquanto um resultado da construção de um currículo alinhado à BNCC, e outros que apontam a necessidade de uma melhor contextualização, levando-se em conta a realidade das escolas do munícipio, assim sendo, entendemos que a construção buscou um fechamento sobre o currículo de Ipojuca, entretanto há um tencionamento no campo que aponta para a necessidade de que este expresse as realidades diferentes a partir de cada contexto e sujeitos envolvidos na construção de uma educação pública de qualidade.

     

     

     


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  • O projeto de pesquisa que tem como tema “BNCC e Currículo: um estudo da construção do referencial curricular no município de Ipojuca”, insere-se no contexto das pesquisas acerca das políticas curriculares no Brasil. Destacando que a partir de 2014 acirraram-se os debates acerca da construção de uma Base Nacional Comum com a proposta de adotar um currículo único para as escolas brasileiras (públicas e privadas). A pesquisa está fundamentada em alguns autores da Teoria do Discurso que compreendem o currículo como um texto e um conjunto de práticas e instituições inseridos num cenário de constantes disputas que se intensificaram em torno do currículo por grupos interessados nessa construção e o avanço da Base. Após muitas discussões e debates para definir o que faria ou não parte da Base, a BNCC foi aprovada, e está em vigor no país, na tentativa de determinar o que pode e deve ser ensinado e definindo, e que tem implicação na construção de outras políticas educacionais como a formação de professores, além da escolha dos livros didáticos e o processo de avaliações. Após a aprovação da BNCC, em 2017, foi repassada aos estados, municípios e Distrito Federal a incumbência de, a partir de 2018 até 2020, reformularem ou criarem seus currículos alinhando-os à BNCC. Muitos municípios optaram por utilizar o currículo construído pelo governo estadual e poucos escolheram construir o seu próprio currículo. O município de Ipojuca, desde 2019, se articulou para construir um referencial curricular, no intuito de afirmar a identidade do município no contexto educacional com a proposta de avançar na oferta de uma educação pública de qualidade. Em 2020 o currículo foi aprovado pelo Conselho Municipal de Educação de Ipojuca (CMEI) e tornou-se nosso objeto de pesquisa na tentativa de responder à pergunta: Quais os posicionamentos dos atores envolvidos na construção do referencial curricular de Ipojuca e de que forma as perspectivas educacionais presentes no currículo, alinhadas à BNCC, estão associadas ao sentido de qualidade da educação no município? Para alcançar os objetivos propostos e responder ao nosso problema, utilizamos como ferramenta de pesquisa a análise documental e o questionário que propõe analisar as impressões colocadas pelos construtores no currículo, bem como, ouvir seus posicionamentos, acerca do currículo, através do questionário. Os dados, após consolidados, apontaram uma disputa no campo, há aqueles que associam a educação de qualidade enquanto um resultado da construção de um currículo alinhado à BNCC, e outros que apontam a necessidade de uma melhor contextualização, levando-se em conta a realidade das escolas do munícipio, assim sendo, entendemos que a construção buscou um fechamento sobre o currículo de Ipojuca, entretanto há um tencionamento no campo que aponta para a necessidade de que este expresse as realidades diferentes a partir de cada contexto e sujeitos envolvidos na construção de uma educação pública de qualidade.

     

     

     

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  • VIVIANE RAUANE BEZERRA SILVA
  • HIERARQUIZAÇÃO E ESTREITAMENTO CURRICULAR: O BDE E A RESPONSABILIZAÇÃO NA VISÃO DOS PROFESSORES QUE NÃO LECIONAM AS DISCIPLINAS PRESENTES NO SAEPE

  • Orientador : ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • ELOISA MAIA VIDAL
  • Data: 29/04/2022

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  • Este estudo aborda o Programa de Modernização da Gestão Pública – Metas para Educação (PMGP-ME) como política pública educacional presente na rede estadual de Pernambuco desde 2007. Busca trazer para o debate a temática da responsabilização educacional e sua especificidade na percepção dos professores que lecionam disciplinas que não são contempladas na avaliação externa, o Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (SAEPE). Assim, como também busca debater a questão dessa responsabilização docente atrelada ao ganho do Bônus de Desempenho Educacional (BDE). Tem como objetivo geral compreender a percepção dos professores que não lecionam as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática sobre a responsabilização docente atrelada ao ganho do BDE. Teoricamente, o trabalho abordou temáticas sobre as políticas públicas, educacionais e de avaliação; a bonificação atrelada a metas de desempenho e a responsabilização docente. Metodologicamente, adotou a pesquisa qualitativa, realizando análise documental e entrevistas semiestruturadas com 18 (dezoito) professores, e a análise de conteúdo como técnica para analisar os dados. O campo empírico contou com 6 (seis) escolas da rede estadual na cidade de Caruaru-PE, nas quais foram entrevistados professores que lecionam disciplinas que não são avaliadas no SAEPE. No que se refere aos documentos, os dados apontam que o governo pretende melhorar a qualidade da educação pública a partir de incentivos financeiros, monitoramento, índices sintéticos, avaliação em apenas duas disciplinas e responsabilizando professores e gestores pelo desempenho dos alunos na avaliação externa. Os resultados revelaram que os professores concordam em parte com o BDE, colocando que se trata apenas de um incentivo e não uma real valorização dos professores e destacando que, se a remuneração do professor fosse melhor, não seria necessário ter bonificação; ainda assim a maioria dos professores atua para o recebimento do Bônus a partir de diferentes estratégias. Uma das consequências dessas estratégias está no estreitamento curricular, quando os professores deixam de aprofundar os conteúdos das suas disciplinas para ceder tempo de suas aulas para conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática. Outra consequência é o processo de hierarquização que ocorre entre estas disciplinas diante das demais, já que há relatos de mais recursos e mais atenção por parte da gestão para o fortalecimento de Língua Portuguesa e Matemática, assim como há um maior destaque nas formações continuadas para essas duas áreas do conhecimento. Assim, foi possível entender que os professores acabam por trabalhar em função do BDE, ao passo que se sentem responsáveis pela nota da escola, e montam estratégias para alcançar a meta a todo custo.


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  • Este estudo aborda o Programa de Modernização da Gestão Pública – Metas para Educação (PMGP-ME) como política pública educacional presente na rede estadual de Pernambuco desde 2007. Busca trazer para o debate a temática da responsabilização educacional e sua especificidade na percepção dos professores que lecionam disciplinas que não são contempladas na avaliação externa, o Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (SAEPE). Assim, como também busca debater a questão dessa responsabilização docente atrelada ao ganho do Bônus de Desempenho Educacional (BDE). Tem como objetivo geral compreender a percepção dos professores que não lecionam as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática sobre a responsabilização docente atrelada ao ganho do BDE. Teoricamente, o trabalho abordou temáticas sobre as políticas públicas, educacionais e de avaliação; a bonificação atrelada a metas de desempenho e a responsabilização docente. Metodologicamente, adotou a pesquisa qualitativa, realizando análise documental e entrevistas semiestruturadas com 18 (dezoito) professores, e a análise de conteúdo como técnica para analisar os dados. O campo empírico contou com 6 (seis) escolas da rede estadual na cidade de Caruaru-PE, nas quais foram entrevistados professores que lecionam disciplinas que não são avaliadas no SAEPE. No que se refere aos documentos, os dados apontam que o governo pretende melhorar a qualidade da educação pública a partir de incentivos financeiros, monitoramento, índices sintéticos, avaliação em apenas duas disciplinas e responsabilizando professores e gestores pelo desempenho dos alunos na avaliação externa. Os resultados revelaram que os professores concordam em parte com o BDE, colocando que se trata apenas de um incentivo e não uma real valorização dos professores e destacando que, se a remuneração do professor fosse melhor, não seria necessário ter bonificação; ainda assim a maioria dos professores atua para o recebimento do Bônus a partir de diferentes estratégias. Uma das consequências dessas estratégias está no estreitamento curricular, quando os professores deixam de aprofundar os conteúdos das suas disciplinas para ceder tempo de suas aulas para conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática. Outra consequência é o processo de hierarquização que ocorre entre estas disciplinas diante das demais, já que há relatos de mais recursos e mais atenção por parte da gestão para o fortalecimento de Língua Portuguesa e Matemática, assim como há um maior destaque nas formações continuadas para essas duas áreas do conhecimento. Assim, foi possível entender que os professores acabam por trabalhar em função do BDE, ao passo que se sentem responsáveis pela nota da escola, e montam estratégias para alcançar a meta a todo custo.

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  • MARIA GABRIELA SILVA CARNEIRO MONTEIRO
  • ROTAÇÃO POR ESTAÇÃO E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: POSSIBILIDADES E LIMITES PARA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS

  • Orientador : KENIO ERITHON CAVALCANTE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCIMAR MARTINS TEIXEIRA MACEDO
  • KENIO ERITHON CAVALCANTE LIMA
  • RUTH DO NASCIMENTO FIRME
  • SIMAO DIAS DE VASCONCELOS FILHO
  • Data: 26/05/2022

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  • A educação de jovens e adultos (EJA) carrega consigo uma visão compensatória da educação. Consideramos ser importante para a EJA e outros níveis de ensino o estímulo ao desenvolvimento da Alfabetização Científica (AC), pois através do trabalho de habilidades como o trabalho com dados, estruturação do pensamento e compreensão dos fatos há uma contribuição na construção de uma visão crítica da Ciência, Tecnologia e Sociedade. Paralelo a isso é importante considerar metodologias de ensino que possam favorecer a AC e que incluam as ferramentas tecnológicas, visto que é por meio da tecnologia que muitos dos conhecimentos científicos circulam, inclusive de forma distorcida. Com isso, as metodologias ativas pertencentes ao Ensino Híbrido (EH) se destacam, pois podem unir aos processos didático-metodológicos usuais, ações que dinamizam a participação dos estudantes com tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). Dentro das possibilidades, consideramos a Rotação por Estação (RPE) a metodologia que mais se adequa ao cenário brasileiro. Nesse sentido, a pesquisa buscou investigar como a RPE contribui para um ensino de Ciências na perspectiva do desenvolvimento da AC na EJA. Partindo disso, a pesquisa foi realizada numa escola do Recife, com uma Sequência didática criada em conjunto com o professor sobre a temática de Vacinação, composição do tecido sanguíneo e sistema imunológico. Com isso, a partir dos registros dos grupos nas estações, bem como da observação e gravação das interações discursivas, diagnosticamos percepções imaturas sobre a temática, com fortes influências de notícias falsas e com pouca presença de indicadores de AC, mas que no decorrer da vivência foram amadurecidos, nos permitindo identificar a AC em desenvolvimento a partir dos indicadores. Apesar disso, encontramos dificuldade com a turma da EJA no desenvolvimento da autonomia que a RPE favorece e é interessante para a AC, indicando a necessidade da realização de mais pesquisas sobre formas de utilizar e adaptar a metodologia para esse público com foco na AC.


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  • A educação de jovens e adultos (EJA) carrega consigo uma visão compensatória da educação. Consideramos ser importante para a EJA e outros níveis de ensino o estímulo ao desenvolvimento da Alfabetização Científica (AC), pois através do trabalho de habilidades como o trabalho com dados, estruturação do pensamento e compreensão dos fatos há uma contribuição na construção de uma visão crítica da Ciência, Tecnologia e Sociedade. Paralelo a isso é importante considerar metodologias de ensino que possam favorecer a AC e que incluam as ferramentas tecnológicas, visto que é por meio da tecnologia que muitos dos conhecimentos científicos circulam, inclusive de forma distorcida. Com isso, as metodologias ativas pertencentes ao Ensino Híbrido (EH) se destacam, pois podem unir aos processos didático-metodológicos usuais, ações que dinamizam a participação dos estudantes com tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC). Dentro das possibilidades, consideramos a Rotação por Estação (RPE) a metodologia que mais se adequa ao cenário brasileiro. Nesse sentido, a pesquisa buscou investigar como a RPE contribui para um ensino de Ciências na perspectiva do desenvolvimento da AC na EJA. Partindo disso, a pesquisa foi realizada numa escola do Recife, com uma Sequência didática criada em conjunto com o professor sobre a temática de Vacinação, composição do tecido sanguíneo e sistema imunológico. Com isso, a partir dos registros dos grupos nas estações, bem como da observação e gravação das interações discursivas, diagnosticamos percepções imaturas sobre a temática, com fortes influências de notícias falsas e com pouca presença de indicadores de AC, mas que no decorrer da vivência foram amadurecidos, nos permitindo identificar a AC em desenvolvimento a partir dos indicadores. Apesar disso, encontramos dificuldade com a turma da EJA no desenvolvimento da autonomia que a RPE favorece e é interessante para a AC, indicando a necessidade da realização de mais pesquisas sobre formas de utilizar e adaptar a metodologia para esse público com foco na AC.

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  • CLAUDIA VICENTE DA SILVA
  • A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NOS COMPONENTES CURRICULARES- HISTÓRIA E HISTÓRIA DAS CULTURAS NO ENSINO FUNDAMENTAL- ANOS FINAIS EM VITÓRIA DE SANTO ANTÃO/PE.

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLAUDILENE MARIA DA SILVA
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • Data: 27/05/2022

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  • O ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nos estabelecimentos de educação brasileiros passou a ser obrigatório do ano de 2003, após a consolidação das novas diretrizes curriculares que surgem em resposta a promulgação da Lei n.º 10.639. Por força dessa legislação esses estudos deveriam, em tese, estar pautados na valorização do povo negro considerando sua condição como sujeito de direito parte constituinte da formação social do Brasil. Este contexto histórico lastreia a questão central desta pesquisa, a saber: Como a Educação das Relações Étnico-Raciais está sendo implementada nos componentes curriculares História e História das Culturas nos anos finais do Ensino Fundamental em Vitória de Santo Antão, Pernambuco? Na busca por respostas a nossa questão de partida definimos como objetivo geral: compreender como a temática dessas Relações Étnico-Raciais vem sendo implementada nos respectivos componentes curriculares nas escolas que estão sob responsabilidade pedagógica da respectiva municipalidade. Para esse fim traçamos como objetivos específicos: descrever a trajetória da Educação das Relações Étnico-Raciais no Sistema Municipal de Ensino em Vitória de Santo Antão; refletir sobre o avanço da Legislação educacional antirracista e sua contribuição para a implementação da ERER e Analisar como os docentes de História e História das Culturas dos anos finais do Ensino Fundamental identificam a ERER em seus currículos municipal. Neste contexto, apoiamos a discussão da pesquisa na teoria da afrocentricidade e em suas categorias: centralidade, marginalidade, agência e conscientização na visão dada por Molefi Kete Asante, e Ama Mazama. A pesquisa de abordagem qualitativa se serviu de entrevistas semiestruturadas que nos permitiu um entendimento dilatado sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais nas escolas públicas municipais de Vitória de Santo Antão. Como critério para análise de dados utilizamos os conceitos defendidos pela Teoria da Afrocentricidade (2014). Isto por sua vez, nos permitiu, considerando uma série de fatores, concluir que a ERER não está sendo implementada nas escolas públicas municipais que ofertam os anos finais do ensino fundamental na cidade da Vitória de Santo Antão, Pernambuco.


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  • O ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nos estabelecimentos de educação brasileiros passou a ser obrigatório do ano de 2003, após a consolidação das novas diretrizes curriculares que surgem em resposta a promulgação da Lei n.º 10.639. Por força dessa legislação esses estudos deveriam, em tese, estar pautados na valorização do povo negro considerando sua condição como sujeito de direito parte constituinte da formação social do Brasil. Este contexto histórico lastreia a questão central desta pesquisa, a saber: Como a Educação das Relações Étnico-Raciais está sendo implementada nos componentes curriculares História e História das Culturas nos anos finais do Ensino Fundamental em Vitória de Santo Antão, Pernambuco? Na busca por respostas a nossa questão de partida definimos como objetivo geral: compreender como a temática dessas Relações Étnico-Raciais vem sendo implementada nos respectivos componentes curriculares nas escolas que estão sob responsabilidade pedagógica da respectiva municipalidade. Para esse fim traçamos como objetivos específicos: descrever a trajetória da Educação das Relações Étnico-Raciais no Sistema Municipal de Ensino em Vitória de Santo Antão; refletir sobre o avanço da Legislação educacional antirracista e sua contribuição para a implementação da ERER e Analisar como os docentes de História e História das Culturas dos anos finais do Ensino Fundamental identificam a ERER em seus currículos municipal. Neste contexto, apoiamos a discussão da pesquisa na teoria da afrocentricidade e em suas categorias: centralidade, marginalidade, agência e conscientização na visão dada por Molefi Kete Asante, e Ama Mazama. A pesquisa de abordagem qualitativa se serviu de entrevistas semiestruturadas que nos permitiu um entendimento dilatado sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais nas escolas públicas municipais de Vitória de Santo Antão. Como critério para análise de dados utilizamos os conceitos defendidos pela Teoria da Afrocentricidade (2014). Isto por sua vez, nos permitiu, considerando uma série de fatores, concluir que a ERER não está sendo implementada nas escolas públicas municipais que ofertam os anos finais do ensino fundamental na cidade da Vitória de Santo Antão, Pernambuco.

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  • JOÃO VITOR CALDAS DE SOUZA
  • O QUE DIZEM OS DOCUMENTOS CURRICULARES PCN’S E BNCC SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Orientador : JOSE BATISTA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELETA DE CARVALHO FREIRE
  • JOSE BATISTA NETO
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • Data: 27/05/2022

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  • A pesquisa tem como objeto o currículo da disciplina escolar de História para o Ensino Fundamental Anos Finais que tomou corpo nos PCN’s de 1997 e na BNCC de 2017. O objetivo central do trabalho é compreender o que dizem o currículo da disciplina escolar de História para o Ensino Fundamental Anos Finais nos PCN’s de 1997 e na BNCC de 2017.  São objetivos específicos analisar as bases pedagógicas que nortearam e norteiam o currículo dos anos finais do ensino fundamental presentes nos PCN’S de 1997 e na BNCC de 2017. Buscamos também analisar as categorias utilizadas no currículo específico de História que norteiam os textos curriculares e identificar agentes sociais, econômicos e políticos que exercerem influência sobre o processo de elaboração dos PCN’S de 1997 e da BNCC de 2017. A investigação situa-se no campo das políticas curriculares e se filia às teorias críticas do currículo. Para a construção dessa pesquisa, realizamos um levantamento bibliográfico que possibilitou compreender o contexto no qual os dois documentos referidos foram produzidos. Realizamos um levantamento acerca das referências que tratam sobre as teorias curriculares e a análise dos PCN’s e da BNCC, construímos quadros de análise e gráficos, além de realizar um Estado do Conhecimento extenso sobre a temática. Posteriormente, apoiados em autores como Bardin (2011) e Vala (1986), formulamos eixos temáticos e categorias com vistas à análise documental, com novas construções de quadros de análise ao longo do processo de leitura dos documentos. Para compreensão do currículo escrito, utilizamos autores como Lopes (2021), Silva (2020), Sacristán (2017) e Apple (2006). Em relação à análise das categorias históricas, utilizamos referências como Le Goff (1990) e Braudel (1984). A análise dos documentos possibilitou perceber que os PCN’s são documentos inovadores para o contexto de sua época, mas que contam com ausências de temáticas sociais importantes, como a temática LGBT, além da necessidade de aprofundamento de determinadas questões relevantes para o processo de ensino e aprendizagem, como por exemplo, a da autonomia docente. Em relação à BNCC, trata-se de documento superficial, em que não apresentam referências teóricas claras e explícitas, podendo ser caracterizado como um aglutinado de enunciados extraídos de documentos curriculares internacionais, revelando-se carente de originalidade e passando ao largo das contribuições de sua época. 


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  • A pesquisa tem como objeto o currículo da disciplina escolar de História para o Ensino Fundamental Anos Finais que tomou corpo nos PCN’s de 1997 e na BNCC de 2017. O objetivo central do trabalho é compreender o que dizem o currículo da disciplina escolar de História para o Ensino Fundamental Anos Finais nos PCN’s de 1997 e na BNCC de 2017.  São objetivos específicos analisar as bases pedagógicas que nortearam e norteiam o currículo dos anos finais do ensino fundamental presentes nos PCN’S de 1997 e na BNCC de 2017. Buscamos também analisar as categorias utilizadas no currículo específico de História que norteiam os textos curriculares e identificar agentes sociais, econômicos e políticos que exercerem influência sobre o processo de elaboração dos PCN’S de 1997 e da BNCC de 2017. A investigação situa-se no campo das políticas curriculares e se filia às teorias críticas do currículo. Para a construção dessa pesquisa, realizamos um levantamento bibliográfico que possibilitou compreender o contexto no qual os dois documentos referidos foram produzidos. Realizamos um levantamento acerca das referências que tratam sobre as teorias curriculares e a análise dos PCN’s e da BNCC, construímos quadros de análise e gráficos, além de realizar um Estado do Conhecimento extenso sobre a temática. Posteriormente, apoiados em autores como Bardin (2011) e Vala (1986), formulamos eixos temáticos e categorias com vistas à análise documental, com novas construções de quadros de análise ao longo do processo de leitura dos documentos. Para compreensão do currículo escrito, utilizamos autores como Lopes (2021), Silva (2020), Sacristán (2017) e Apple (2006). Em relação à análise das categorias históricas, utilizamos referências como Le Goff (1990) e Braudel (1984). A análise dos documentos possibilitou perceber que os PCN’s são documentos inovadores para o contexto de sua época, mas que contam com ausências de temáticas sociais importantes, como a temática LGBT, além da necessidade de aprofundamento de determinadas questões relevantes para o processo de ensino e aprendizagem, como por exemplo, a da autonomia docente. Em relação à BNCC, trata-se de documento superficial, em que não apresentam referências teóricas claras e explícitas, podendo ser caracterizado como um aglutinado de enunciados extraídos de documentos curriculares internacionais, revelando-se carente de originalidade e passando ao largo das contribuições de sua época. 

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  • EVERTON WILLIAN DE OLIVEIRA CAVALCANTI
  • O LUGAR DA VELHICE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EJA: UMA ANÁLISE DE CRENÇAS, ATITUDES E CONHECIMENTOS GERONTOLÓGICOS

  • Orientador : MARCIA REGINA BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDUARDO JORGE LOPES DA SILVA
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • RICARDO BEZERRA TORRES LIMA
  • VIVIANE DE BONA
  • Data: 31/05/2022

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  • Esta pesquisa de natureza qualitativa que se insere na área da Educação, mais especificamente na linha formação de professores e prática pedagógica, objetiva analisar o que revelam, no que diz respeito à formação de professores, as crenças, atitudes e conhecimentos sobre a velhice que professores da educação de jovens e adultos possuem. Como objetivos específicos buscou identificar as relações entre as crenças e atitudes e a formação de professores; verificar se a temática velhice tem sido contemplada durante a formação dos professores; identificar o nível de conhecimento que os professores têm sobre o processo de envelhecimento, a velhice e o idoso; identificar aproximações e distanciamentos entre marcos regulamentares sobre a temática velhice e a formação dos professores. Foi tomado por marco teórico o pensamento freiriano atrelado à algumas categorias do materialismo dialético para compreender e analisar a formação de professores e sua relação com a sociedade, bem como construções teóricas do campo da gerontologia educacional que subsidiam os debates sobre os idosos e sua presença na educação de jovens e adultos. Quanto à metodologia, este foi um estudo exploratório descritivo, que utilizou como instrumentos um questionário sociodemográfico, uma escala diferencial semântica para avaliação das atitudes e crenças em relação à velhice, um questionário para medição do nível de conhecimento básico sobre gerontologia e grupos focais, além da análise de conteúdo de diversos documentos que se relacionam com a formação de professores, educação de jovens e adultos e idosos. Os sujeitos que compuseram esta pesquisa são professores da educação de jovens e adultos vinculados a Gerência Regional de Educação Metropolitana Norte. Como principais achados, destacamos que os docentes demonstram um baixo nível de conhecimento gerontológico, bem como crenças e atitudes negativas, nos grupos focais, e positivas e neutras, na escala diferencial semântica utilizada. Quanto a formação de professores, tanto a nível inicial como a nível continuada. os sujeitos indicaram não terem participado de quaisquer experiências formativas que privilegiassem o público idosos. Os dados obtidos nos permitiram identificar que a ausência de formações que efetivamente tratassem da temática da velhice ofereceu um elemento que contribui para a manutenção de crenças e atitudes negativas em relação à velhice, bem como o baixo nível de conhecimento gerontológico.


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  • Esta pesquisa de natureza qualitativa que se insere na área da Educação, mais especificamente na linha formação de professores e prática pedagógica, objetiva analisar o que revelam, no que diz respeito à formação de professores, as crenças, atitudes e conhecimentos sobre a velhice que professores da educação de jovens e adultos possuem. Como objetivos específicos buscou identificar as relações entre as crenças e atitudes e a formação de professores; verificar se a temática velhice tem sido contemplada durante a formação dos professores; identificar o nível de conhecimento que os professores têm sobre o processo de envelhecimento, a velhice e o idoso; identificar aproximações e distanciamentos entre marcos regulamentares sobre a temática velhice e a formação dos professores. Foi tomado por marco teórico o pensamento freiriano atrelado à algumas categorias do materialismo dialético para compreender e analisar a formação de professores e sua relação com a sociedade, bem como construções teóricas do campo da gerontologia educacional que subsidiam os debates sobre os idosos e sua presença na educação de jovens e adultos. Quanto à metodologia, este foi um estudo exploratório descritivo, que utilizou como instrumentos um questionário sociodemográfico, uma escala diferencial semântica para avaliação das atitudes e crenças em relação à velhice, um questionário para medição do nível de conhecimento básico sobre gerontologia e grupos focais, além da análise de conteúdo de diversos documentos que se relacionam com a formação de professores, educação de jovens e adultos e idosos. Os sujeitos que compuseram esta pesquisa são professores da educação de jovens e adultos vinculados a Gerência Regional de Educação Metropolitana Norte. Como principais achados, destacamos que os docentes demonstram um baixo nível de conhecimento gerontológico, bem como crenças e atitudes negativas, nos grupos focais, e positivas e neutras, na escala diferencial semântica utilizada. Quanto a formação de professores, tanto a nível inicial como a nível continuada. os sujeitos indicaram não terem participado de quaisquer experiências formativas que privilegiassem o público idosos. Os dados obtidos nos permitiram identificar que a ausência de formações que efetivamente tratassem da temática da velhice ofereceu um elemento que contribui para a manutenção de crenças e atitudes negativas em relação à velhice, bem como o baixo nível de conhecimento gerontológico.

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  • LÍGIA CAVALCANTI CALDAS
  • REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NA TELENOVELA DIRECIONADA á INFÂNCIA: UMA QUESTÃO DE CURRÍCULO E PEDAGOGIA CULTURAL

  • Orientador : ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTINA MARIA COIMBRA VIEIRA
  • ANA PAULA ABRAHAMIAN DE SOUZA
  • CLARISSA MARTINS DE ARAUJO
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 29/06/2022

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  • Esta dissertação, situada no campo da Educação, delimita o seu objeto enquanto representações de gênero presentes no currículo cultural de uma telenovela de ampla audiência da televisão aberta brasileira direcionada ao público infantil, buscando compreender como se configuram essas representações em As Aventuras de Poliana, novela televisiva infantojuvenil transmitida no canal Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Para tanto, articulando-se pressupostos dos Estudos Culturais em Educação e do pensamento de Michel Foucault para se pensarem a relação saber-poder-ser e as noções de gênero como representação, discurso, identidade/diferença, performatividade e materialidade, de infância pós-moderna e sujeito neoliberal e de telenovela como currículo e pedagogia cultural, percorre-se um caminho investigativo de abordagem qualitativa inspirado nas redefinições que pesquisas dessa natureza sofreram com a virada epistemológica a partir das décadas de 1960 e 1970. Desse modo, não havendo, com esse percurso, a pretensão de desvendarem-se significados supostamente ocultos nesse produto midiático, mas a preocupação em descrever as circunstâncias que narram essas representações de gênero e as condições sob as quais estas aparecem, combinam-se, metodologicamente, análise cultural, para o exame de texto, imagem e som no artefato cultural escolhido – o currículo cultural dos vinte primeiros capítulos de As Aventuras de Poliana –, e análise do discurso, para dar conta das posições de sujeito em jogo, do campo de coexistências discursivas e da materialidade repetível. Através do emprego dessas escolhas metodológicas, percebe-se que esse currículo cultural dispõe de uma pedagogia de gênero que se articula a campos de verdade distintos, como a filosofia, a medicina, a publicidade, a religião, a estética, dispersa-se em outros artefatos curriculares de modo que os enunciados que mobiliza apresentam um movimento de reiteração e deslocamento, estabelece posições discursivas diferenciadas de sujeitos femininos e masculinos e inclui/exclui, delimita, classifica e normaliza identidades de gênero através da associação de elementos significantes, embora, por outro lado, nunca consiga fixá-las por completo, por conta da própria dinâmica performativa.


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  • Esta dissertação, situada no campo da Educação, delimita o seu objeto enquanto representações de gênero presentes no currículo cultural de uma telenovela de ampla audiência da televisão aberta brasileira direcionada ao público infantil, buscando compreender como se configuram essas representações em As Aventuras de Poliana, novela televisiva infantojuvenil transmitida no canal Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Para tanto, articulando-se pressupostos dos Estudos Culturais em Educação e do pensamento de Michel Foucault para se pensarem a relação saber-poder-ser e as noções de gênero como representação, discurso, identidade/diferença, performatividade e materialidade, de infância pós-moderna e sujeito neoliberal e de telenovela como currículo e pedagogia cultural, percorre-se um caminho investigativo de abordagem qualitativa inspirado nas redefinições que pesquisas dessa natureza sofreram com a virada epistemológica a partir das décadas de 1960 e 1970. Desse modo, não havendo, com esse percurso, a pretensão de desvendarem-se significados supostamente ocultos nesse produto midiático, mas a preocupação em descrever as circunstâncias que narram essas representações de gênero e as condições sob as quais estas aparecem, combinam-se, metodologicamente, análise cultural, para o exame de texto, imagem e som no artefato cultural escolhido – o currículo cultural dos vinte primeiros capítulos de As Aventuras de Poliana –, e análise do discurso, para dar conta das posições de sujeito em jogo, do campo de coexistências discursivas e da materialidade repetível. Através do emprego dessas escolhas metodológicas, percebe-se que esse currículo cultural dispõe de uma pedagogia de gênero que se articula a campos de verdade distintos, como a filosofia, a medicina, a publicidade, a religião, a estética, dispersa-se em outros artefatos curriculares de modo que os enunciados que mobiliza apresentam um movimento de reiteração e deslocamento, estabelece posições discursivas diferenciadas de sujeitos femininos e masculinos e inclui/exclui, delimita, classifica e normaliza identidades de gênero através da associação de elementos significantes, embora, por outro lado, nunca consiga fixá-las por completo, por conta da própria dinâmica performativa.

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  • NATALIA GABRIELA DA SILVA
  • "INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL DE CARÁTER NÃO FORMAL: AS HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DO GERALDÃO NA DÉCADA DE 70"

  • Orientador : JOSE LUIS SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE LUIS SIMOES
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MARCELO SOARES TAVARES DE MELO
  • Data: 30/06/2022

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  • Esta dissertação analisa a trajetória do Ginásio de Esporte Geraldo Magalhães (Recife-PE), popularmente conhecido por “Geraldão”, na década de 1970 enquanto uma instituição educacional de caráter não formal. Nessa perspectiva se desdobraram os seguintes objetivo: narrar as memórias e histórias de colaboradores do Geraldão na década de 1970; identificar a função do Geraldão, em suas dimensões: social, cultural e esportivas, presente nas histórias e memórias desses colaboradores; e analisar a dimensão educativa latente nas funções formais do Ginásio e a sua contribuição para a área da educação não formal. Do ponto vista metodológico, caracteriza-se por ser uma pesquisa qualitativa, onde fizemos a opção pela História Oral temática e utilizamos entrevistas para obtenção dos dados. Diante das análises dos materiais e dados coletados foi possível obter evidências que confirmam que o Ginásio de Esporte Geraldo Magalhães foi e ainda é uma instituição educacional de caráter não formal. Identificamos que a maioria das ações desenvolvidas no Ginásio possibilitaram aos participantes momentos significativos de aprendizagens social e cultural, além dos aspectos esportivos. Ao mesmo tempo, verificou-se que, apesar de não conseguir atender a toda população recifense, suas contribuições também estão relacionadas no sentido de fortalecer vínculos afetivos e relacionais entre os trabalhadores e seus familiares. Por fim, acreditamos que as instituições de caráter não formal também possibilitam a transformação social de diversos sujeitos através de atividades relacionadas ao esporte, ao lazer e a cultura.


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  • Esta dissertação analisa a trajetória do Ginásio de Esporte Geraldo Magalhães (Recife-PE), popularmente conhecido por “Geraldão”, na década de 1970 enquanto uma instituição educacional de caráter não formal. Nessa perspectiva se desdobraram os seguintes objetivo: narrar as memórias e histórias de colaboradores do Geraldão na década de 1970; identificar a função do Geraldão, em suas dimensões: social, cultural e esportivas, presente nas histórias e memórias desses colaboradores; e analisar a dimensão educativa latente nas funções formais do Ginásio e a sua contribuição para a área da educação não formal. Do ponto vista metodológico, caracteriza-se por ser uma pesquisa qualitativa, onde fizemos a opção pela História Oral temática e utilizamos entrevistas para obtenção dos dados. Diante das análises dos materiais e dados coletados foi possível obter evidências que confirmam que o Ginásio de Esporte Geraldo Magalhães foi e ainda é uma instituição educacional de caráter não formal. Identificamos que a maioria das ações desenvolvidas no Ginásio possibilitaram aos participantes momentos significativos de aprendizagens social e cultural, além dos aspectos esportivos. Ao mesmo tempo, verificou-se que, apesar de não conseguir atender a toda população recifense, suas contribuições também estão relacionadas no sentido de fortalecer vínculos afetivos e relacionais entre os trabalhadores e seus familiares. Por fim, acreditamos que as instituições de caráter não formal também possibilitam a transformação social de diversos sujeitos através de atividades relacionadas ao esporte, ao lazer e a cultura.

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  • CARLA DE PAULA SILVA CAMPOS
  • DA (AUTO)FORMAÇÃO HUMANA À SISTEMATIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS COM MULHERES NUMA PERIFERIA PANDÊMICA: SENTIDOS FORMATIVOS ATRAVESSADOS PELA EDUCAÇÃO EMOCIONAL

  • Orientador : EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUAN CASASSUS GUTIERREZ
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • SIDNEY CARLOS ROCHA DA SILVA
  • Data: 07/07/2022

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  • Esta pesquisa é decorrente de um processo participativo com mulheres periféricas do Coque, Recife, Pernambuco, que se organiza em coletivo desde 2016. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, exploratória, que adota como metodologia de pesquisa a Sistematização de Experiencias. Tem por objetivo geral compreender sentidos (auto)formativos atravessados pela educação emocional em uma experiência participativa com mulheres numa periferia; e, mais especificamente, analisar processos autoformativos atravessados pela educação emocional a partir de uma experiência participativa com mulheres periféricas; e Sistematizar Experiências com mulheres periféricas em meio à pandemia do COVID-19. Como achados da pesquisa, apontamos: a pesquisa participativa requer do pesquisador abertura para sua autoformação humana considerando necessário comprometimento com todos os apelos intra e interrelacionais para a construção de vínculos; o processo participativo por ser fundamentalmente relacional, pode ser favorecido por aspectos da educação emocional, a fim de que os(as) envolvidos(as) possam compreender a dinâmica emocional em uma perspectiva multidimensional; a sistematização de experiência apresenta-se como um método fortemente estimulador da autonomia de um grupo humano; é um método especialmente favorável às buscas de processos emocionais relacionais das pessoas participantes, tornando-se uma iniciativa promissora para fomentar o crescimento identitário de organizações populares.


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  • Esta pesquisa é decorrente de um processo participativo com mulheres periféricas do Coque, Recife, Pernambuco, que se organiza em coletivo desde 2016. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, exploratória, que adota como metodologia de pesquisa a Sistematização de Experiencias. Tem por objetivo geral compreender sentidos (auto)formativos atravessados pela educação emocional em uma experiência participativa com mulheres numa periferia; e, mais especificamente, analisar processos autoformativos atravessados pela educação emocional a partir de uma experiência participativa com mulheres periféricas; e Sistematizar Experiências com mulheres periféricas em meio à pandemia do COVID-19. Como achados da pesquisa, apontamos: a pesquisa participativa requer do pesquisador abertura para sua autoformação humana considerando necessário comprometimento com todos os apelos intra e interrelacionais para a construção de vínculos; o processo participativo por ser fundamentalmente relacional, pode ser favorecido por aspectos da educação emocional, a fim de que os(as) envolvidos(as) possam compreender a dinâmica emocional em uma perspectiva multidimensional; a sistematização de experiência apresenta-se como um método fortemente estimulador da autonomia de um grupo humano; é um método especialmente favorável às buscas de processos emocionais relacionais das pessoas participantes, tornando-se uma iniciativa promissora para fomentar o crescimento identitário de organizações populares.

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  • ALERY FELINTO SANTANA
  • CURRÍCULO DE LICENCIATURAS ACOMPANHADAS PELO SETOR DE ESTUDOS E ASSESSORIA PEDAGÓGICA: ARTICULAÇÕES DISCURSIVAS REFERENTES À INCORPORAÇÃO DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS

  • Orientador : LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • CARLA PATRICIA ACIOLI LINS GUARANA
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • Data: 25/07/2022

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  • Essa pesquisa inscreve-se no campo do currículo, nas políticas práticas curriculares, das licenciaturas pertencentes à universidade pública. O currículo desses cursos tem se apresentado, historicamente, como um campo complexo, em que diversos sentidos vêm sendo hegemonizados em meio a idas e vindas, tensões e articulações concernentes ao desenvolvimento das políticas práticas curriculares e à incorporação da Educação em Direitos Humanos (EDH) nas mesmas. A despeito disto, compreendemos que o movimento curricular não é pré-determinado, mas sim construído, contingencialmente, nos diversos ambientes que pensam e praticam Educação, conforme Lopes, Macedo (2011) e Almeida, Gonçalves, Magalhães (2019). Assim, a pesquisa é fomentada a partir do seguinte questionamento: quais os sentidos apresentados nas cadeias articulatórias presentes nas políticas práticas curriculares dos cursos de licenciatura em Dança, em Teatro e em Música, desenvolvidas pelos coordenadores, em conjunto com os Técnicos de Assuntos Educacionais (TAE), do Setor de Estudos e Assessoria Pedagógica (SEAP), do Centro de Artes e Comunicação (CAC), direcionados à incorporação da EDH? Apontamos que os cursos selecionados pertencem ao campo de desenvolvimento da pesquisa que é a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o CAC. Nessa perspectiva, destacamos a escolha da Teoria do Discurso (TD), de Laclau e Mouffe, como lente teórica do trabalho, além de ser guia de nosso movimento de construção teórico-metodológica (LACLAU; MOUFFE, 2015). Neste percurso, caracterizamos discursivamente o SEAP/CAC como campo de práticas pedagógicas, utilizamos questionários com a equipe e assim nos situamos diante dos perfis profissionais dos TAE, em entrelace com a constituição histórico política do setor. O mesmo mostrou-se implicado com assessorias pedagógicas que se articulam com correntes contra hegemônicas. Identificamos, pela análise dos documentos dos Projetos Pedagógicos de Curso PPC das licenciaturas, formações discursivas que se posicionam em consonância com as relações presentes na caracterização do SEAP. No tocante a incorporação da EDH, as formações identificadas mostram-se permeadas de sentidos múltiplos e pulverizadas, que apontam para a existência de um significante, tendencialmente, vazio relativo à temática nos currículos. Este significante encontra-se aberto a possibilidades diversas de preenchimento. Pela realização de questionários e das entrevistas semiestruturadas, compreendemos que as cadeias de articulação, que partem dos discursos das coordenadoras, revelam movimentos de equivalência que apontam para a presença da EDH nas políticas práticas curriculares dos cursos de formação docente, porém demonstram a ausência de garantias de permanência desta incorporação. Há a compreensão da relevância social e a observação da transversalidade de princípios como a valorização das diferenças e reflexões acerca da justiça social nos currículos analisados. Entretanto, as investidas de apagamentos advindas de proposições neoliberais e neoconservadoras na Educação são percebidas como possíveis desestabilizadores de maiores investimentos e continuidades nos processos de formação de professores interrelacionados com a EDH e seus princípios de ações democráticas. Estes processos de formação caminham em alerta e comprometem-se com a função social de uma educação imbricada com o humanismo, no sentido de valorização e responsabilização pelo Outro.


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  • Essa pesquisa inscreve-se no campo do currículo, nas políticas práticas curriculares, das licenciaturas pertencentes à universidade pública. O currículo desses cursos tem se apresentado, historicamente, como um campo complexo, em que diversos sentidos vêm sendo hegemonizados em meio a idas e vindas, tensões e articulações concernentes ao desenvolvimento das políticas práticas curriculares e à incorporação da Educação em Direitos Humanos (EDH) nas mesmas. A despeito disto, compreendemos que o movimento curricular não é pré-determinado, mas sim construído, contingencialmente, nos diversos ambientes que pensam e praticam Educação, conforme Lopes, Macedo (2011) e Almeida, Gonçalves, Magalhães (2019). Assim, a pesquisa é fomentada a partir do seguinte questionamento: quais os sentidos apresentados nas cadeias articulatórias presentes nas políticas práticas curriculares dos cursos de licenciatura em Dança, em Teatro e em Música, desenvolvidas pelos coordenadores, em conjunto com os Técnicos de Assuntos Educacionais (TAE), do Setor de Estudos e Assessoria Pedagógica (SEAP), do Centro de Artes e Comunicação (CAC), direcionados à incorporação da EDH? Apontamos que os cursos selecionados pertencem ao campo de desenvolvimento da pesquisa que é a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o CAC. Nessa perspectiva, destacamos a escolha da Teoria do Discurso (TD), de Laclau e Mouffe, como lente teórica do trabalho, além de ser guia de nosso movimento de construção teórico-metodológica (LACLAU; MOUFFE, 2015). Neste percurso, caracterizamos discursivamente o SEAP/CAC como campo de práticas pedagógicas, utilizamos questionários com a equipe e assim nos situamos diante dos perfis profissionais dos TAE, em entrelace com a constituição histórico política do setor. O mesmo mostrou-se implicado com assessorias pedagógicas que se articulam com correntes contra hegemônicas. Identificamos, pela análise dos documentos dos Projetos Pedagógicos de Curso PPC das licenciaturas, formações discursivas que se posicionam em consonância com as relações presentes na caracterização do SEAP. No tocante a incorporação da EDH, as formações identificadas mostram-se permeadas de sentidos múltiplos e pulverizadas, que apontam para a existência de um significante, tendencialmente, vazio relativo à temática nos currículos. Este significante encontra-se aberto a possibilidades diversas de preenchimento. Pela realização de questionários e das entrevistas semiestruturadas, compreendemos que as cadeias de articulação, que partem dos discursos das coordenadoras, revelam movimentos de equivalência que apontam para a presença da EDH nas políticas práticas curriculares dos cursos de formação docente, porém demonstram a ausência de garantias de permanência desta incorporação. Há a compreensão da relevância social e a observação da transversalidade de princípios como a valorização das diferenças e reflexões acerca da justiça social nos currículos analisados. Entretanto, as investidas de apagamentos advindas de proposições neoliberais e neoconservadoras na Educação são percebidas como possíveis desestabilizadores de maiores investimentos e continuidades nos processos de formação de professores interrelacionados com a EDH e seus princípios de ações democráticas. Estes processos de formação caminham em alerta e comprometem-se com a função social de uma educação imbricada com o humanismo, no sentido de valorização e responsabilização pelo Outro.

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  • MARCELA KAROLINNY DA SILVA COSTA
  • CONTRIBUIÇÕES DA ABORDAGEM HISTÓRICO CULTURAL PARA A FORMAÇÃO DE CONCEITOS EM CIÊNCIAS: UMA CRÍTICA A ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA DE MUDANÇA CONCEITUAL

  • Orientador : PETRONILDO BEZERRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRO AUGUSTO DE BARROS FAÇANHA
  • HELAINE SIVINI FERREIRA
  • PETRONILDO BEZERRA DA SILVA
  • Data: 03/08/2022

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  • Na construção da pesquisa, realizada neste escrito, permeamos pelo tema da formação de conceitos considerando a perspectiva construtivista de forma crítica. Nela, a elaboração conceitual tem origem a partir de outras formas de conceito em uma expressão mais elementar. Esses aspectos fundamentam a concepção de Mudança conceitual (Posner et al, 1982) em que os autores propõem as 4 condições que devem ser alcançadas: insatisfação, seguindo de inteligibilidade, plausibilidade e fertilidade. Como alternativa teórico metodológica analisamos a Teoria Histórico Cultural, que rege essa temática da Formação de Conceitos sob ótica distinta. Para Vigotski a formação de conceito é caracterizada como  um processo histórico e transformador que se fundamenta na representação diversificada do conceito. Nessa direção, Galperin, colaborador de Vigotski também apresenta algumas contribuições ao destacar a importância da Base Orientadora da Ação, que quando completa e baseada nas características essenciais do objeto dotado de um caráter generalizado, consciente e com plenitude,  possibilita a formulação do pensar cientificamente com vista na  mudança do pensamento.


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  • Na construção da pesquisa, realizada neste escrito, permeamos pelo tema da formação de conceitos considerando a perspectiva construtivista de forma crítica. Nela, a elaboração conceitual tem origem a partir de outras formas de conceito em uma expressão mais elementar. Esses aspectos fundamentam a concepção de Mudança conceitual (Posner et al, 1982) em que os autores propõem as 4 condições que devem ser alcançadas: insatisfação, seguindo de inteligibilidade, plausibilidade e fertilidade. Como alternativa teórico metodológica analisamos a Teoria Histórico Cultural, que rege essa temática da Formação de Conceitos sob ótica distinta. Para Vigotski a formação de conceito é caracterizada como  um processo histórico e transformador que se fundamenta na representação diversificada do conceito. Nessa direção, Galperin, colaborador de Vigotski também apresenta algumas contribuições ao destacar a importância da Base Orientadora da Ação, que quando completa e baseada nas características essenciais do objeto dotado de um caráter generalizado, consciente e com plenitude,  possibilita a formulação do pensar cientificamente com vista na  mudança do pensamento.

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  • THAMIRIS IZIDORO DA SILVA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE DESIGUALDADE SOCIAL EM CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: COM A PALAVRA OS/AS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DE PERNAMBUCO

  • Orientador : VIVIANE DE BONA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA PATRICIA SIQUEIRA TAVARES FALCAO
  • LICIA DE SOUZA LEAO MAIA
  • VIVIANE DE BONA
  • Data: 26/08/2022

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  • O objetivo do presente estudo é compreender a relação desigualdade social-prática pedagógica da Educação Física escolar, por meio das representações sociais de desigualdade social compartilhadas por estudantes do Ensino Médio de Pernambuco. Adota como referência a Teoria das Representações Sociais, com destaque na abordagem sociogenética. Para tanto, a investigação utilizou como instrumento questionário com perguntas abertas e fechadas, construído e aplicado por meio do Gloogle Forms, sendo respondido por 139 estudantes do Ensino Médio, de escolas públicas e privadas de Pernambuco. Os dados coletados foram analisados recorrendo a técnica de análise de conteúdo, categorial temática (BARDIN, 2001). Tal técnica, permitiu a categorização do corpus, a partir das unidades: conceito, dificuldades, identificações e contribuições. Os resultados apontam que os principais elementos das representações sociais, amparados às relações entre desigualdade social e prática pedagógica da Educação Física, estão associados as questões de gênero, a deficiência, as inseguranças e diversidades que envolvem o corpo humano, práticas pedagógicas sexistas, as diferenças e a fatores econômicos. Além disso, a desigualdade social em contexto da Educação Física escolar, foi ainda considerada como algo que promove a exclusão das pessoas das aulas por suas diferenças corporais, o exercício das desigualdade e de gênero, o menosprezo de pessoas com deficiência, a diferença no trato do conteúdo ensinado, a desigualdade racial, falta de acessibilidade e a falta de materiais para as aulas. Entretanto, os estudantes também viram na Educação Física escolar viabilidades para a superação de tais desigualdades, reconhecidas por eles. Indicando que essas possibilidades podem ser realizadas por meio de atividades que todos participem, pela inclusão das pessoas nas práticas pedagógicas, o olhar mais atento dos professores, tratamento igualitário entre estudantes e professores, atitudes pedagógicas que reverberem no ensino desse componente curricular, aulas acessíveis para todos, oportunidades e incentivos, eventos esportivos e a preocupação com questões sociais. 


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  • O objetivo do presente estudo é compreender a relação desigualdade social-prática pedagógica da Educação Física escolar, por meio das representações sociais de desigualdade social compartilhadas por estudantes do Ensino Médio de Pernambuco. Adota como referência a Teoria das Representações Sociais, com destaque na abordagem sociogenética. Para tanto, a investigação utilizou como instrumento questionário com perguntas abertas e fechadas, construído e aplicado por meio do Gloogle Forms, sendo respondido por 139 estudantes do Ensino Médio, de escolas públicas e privadas de Pernambuco. Os dados coletados foram analisados recorrendo a técnica de análise de conteúdo, categorial temática (BARDIN, 2001). Tal técnica, permitiu a categorização do corpus, a partir das unidades: conceito, dificuldades, identificações e contribuições. Os resultados apontam que os principais elementos das representações sociais, amparados às relações entre desigualdade social e prática pedagógica da Educação Física, estão associados as questões de gênero, a deficiência, as inseguranças e diversidades que envolvem o corpo humano, práticas pedagógicas sexistas, as diferenças e a fatores econômicos. Além disso, a desigualdade social em contexto da Educação Física escolar, foi ainda considerada como algo que promove a exclusão das pessoas das aulas por suas diferenças corporais, o exercício das desigualdade e de gênero, o menosprezo de pessoas com deficiência, a diferença no trato do conteúdo ensinado, a desigualdade racial, falta de acessibilidade e a falta de materiais para as aulas. Entretanto, os estudantes também viram na Educação Física escolar viabilidades para a superação de tais desigualdades, reconhecidas por eles. Indicando que essas possibilidades podem ser realizadas por meio de atividades que todos participem, pela inclusão das pessoas nas práticas pedagógicas, o olhar mais atento dos professores, tratamento igualitário entre estudantes e professores, atitudes pedagógicas que reverberem no ensino desse componente curricular, aulas acessíveis para todos, oportunidades e incentivos, eventos esportivos e a preocupação com questões sociais. 

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  • ROZELI DE FARIAS
  • ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PARA APRENDIZAGEM E APROPRIAÇÃO DA ESCRITA ALFABÉTICA POR ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

  • Orientador : TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • ADRIANA LEITE LIMAVERDE GOMES
  • Data: 30/08/2022

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  • As leis das esferas Municipais, Estaduais e Federais determinam que todas as crianças com ou sem deficiências, tenham acesso a matrícula na escola, e tenham, o direito de participar e aprender. O ato da criança estar inserida na escola, permite que ela veja o mundo com mais possibilidades sociais, acessos às informações, aumentando sua capacidade de reflexão e expressão. O presente estudo teve como objetivo analisar se e como as atividades desenvolvidas no Atendimento Educacional Especializado podem contribuir para aprendizagem do sistema de escrita alfabética por estudantes com deficiência intelectual. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola municipal da rede de Recife-PE, tendo como participantes a professora especialista, a responsável pelo aluno e um aluno com deficiência intelectual. A tipologia da pesquisa se apresenta como qualitativa, porque as pesquisas nas ciências sociais trabalham com o universo de significados e de interpretação das dinâmicas das relações sociais (MINAYO 2013). Como estratégia metodológica, adotamos como procedimentos para coleta de dados: entrevistas semiestruturadas com a professora especialista do AEE e com a responsável da criança com deficiência intelectual; observações sistemáticas das intervenções pedagógicas da professora especialista do AEE com atividades de escrita alfabética com um aluno com deficiência intelectual. Adotamos a Teoria Histórico-Cultural tem L. S. Vigotski como o paradigma teórico-metodológico da pesquisa, e contou com as contribuições de A. R. Luria, A. N. Leontiev e outros pesquisadores russos que compreendiam a educação como ciência social. Os resultados nos revelaram que o trabalho da alfabetização com os alunos com deficiência intelectual é possível acontecer porque eles têm capacidades de aprender os conteúdos da língua escrita, assim como as outras crianças sem deficiências, desde que sejam ofertados a eles caminhos diversos de aprendizagem e com a oferta de diferentes recursos. Logo, diante dos desafios diários enfrentados pela professora especialista para promover a inclusão da criança com deficiência intelectual na escola, ela, ao longo dos anos vem possibilitando a criança ter contato com mundo da escrita, e por conta disso, o aluno vem demonstrando avanços significativos em/na sua aprendizagem.


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  • As leis das esferas Municipais, Estaduais e Federais determinam que todas as crianças com ou sem deficiências, tenham acesso a matrícula na escola, e tenham, o direito de participar e aprender. O ato da criança estar inserida na escola, permite que ela veja o mundo com mais possibilidades sociais, acessos às informações, aumentando sua capacidade de reflexão e expressão. O presente estudo teve como objetivo analisar se e como as atividades desenvolvidas no Atendimento Educacional Especializado podem contribuir para aprendizagem do sistema de escrita alfabética por estudantes com deficiência intelectual. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola municipal da rede de Recife-PE, tendo como participantes a professora especialista, a responsável pelo aluno e um aluno com deficiência intelectual. A tipologia da pesquisa se apresenta como qualitativa, porque as pesquisas nas ciências sociais trabalham com o universo de significados e de interpretação das dinâmicas das relações sociais (MINAYO 2013). Como estratégia metodológica, adotamos como procedimentos para coleta de dados: entrevistas semiestruturadas com a professora especialista do AEE e com a responsável da criança com deficiência intelectual; observações sistemáticas das intervenções pedagógicas da professora especialista do AEE com atividades de escrita alfabética com um aluno com deficiência intelectual. Adotamos a Teoria Histórico-Cultural tem L. S. Vigotski como o paradigma teórico-metodológico da pesquisa, e contou com as contribuições de A. R. Luria, A. N. Leontiev e outros pesquisadores russos que compreendiam a educação como ciência social. Os resultados nos revelaram que o trabalho da alfabetização com os alunos com deficiência intelectual é possível acontecer porque eles têm capacidades de aprender os conteúdos da língua escrita, assim como as outras crianças sem deficiências, desde que sejam ofertados a eles caminhos diversos de aprendizagem e com a oferta de diferentes recursos. Logo, diante dos desafios diários enfrentados pela professora especialista para promover a inclusão da criança com deficiência intelectual na escola, ela, ao longo dos anos vem possibilitando a criança ter contato com mundo da escrita, e por conta disso, o aluno vem demonstrando avanços significativos em/na sua aprendizagem.

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  • RENATO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR
  • PRÁTICAS DOCENTES DIRECIONADAS AOS ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL EM ESCOLA DO ENSINO MÉDIO DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO: UM ESTUDO DE CASO

     

  • Orientador : CLARISSA MARTINS DE ARAUJO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLARISSA MARTINS DE ARAUJO
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • ANA FLAVIA TEODORO DE MENDONCA OLIVEIRA
  • EDNEA RODRIGUES DE ALBUQUERQUE
  • Data: 30/08/2022

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  • Desde o ano de 2004 passamos a ter vivência profissional com pessoas com deficiência visual. Por isso, presenciamos debates emergidos da implantação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), que intima as escolas a se adaptarem ao alunado público-alvo da Educação Especial, entre eles os com cegueira e baixa visão que é foco dessa pesquisa, posto que devem ter acesso incondicional as escolas regulares e a sala de aula comum e em outro turno o Atendimento Educacional Especializado – AEE. Assim, esta pesquisa parte da inquietação - como a prática docente voltada aos alunos com cegueira e com baixa visão matriculados no Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco tem atendido as necessidades educacionais desse alunado? Para elucidar esse questionamento, definimos como objetivo principal da nossa pesquisa compreender como se constitui a prática docente de professores do ensino regular e do Atendimento Educacional Especializado na educação dos alunos com cegueira e com baixa visão matriculados no Ensino Médio da Rede Estadual de Pernambuco. A fundamentação teórica que conduz a pesquisa traz discussões que contemplam as caracterizas da cegueira e da baixa visão a partir das contribuições Gil (2008) e Lima (2018). Discute sobre os paradigmas da segregação/institucionalização, integração e inclusão que são pressupostos da Educação Especial a partir de Mantoan (2003), Mendes (2006) e Ainscow (2009). Aborda o Atendimento Educacional Especializado (AEE) em específico à cegueira e baixa visão baseado em Bruno e Mota (BRASIL, 2001b; 2001c) e traz as configurações atuais do Ensino Médio e suas possíveis implicações na Educação Especial, através de Araújo (2019) e Costa e Silva (2019). Finalizando, a fundamentação discutindo a prática docente inclusiva conversando com os estudos de Souza (2012), Freire (2011) e Mittler (2003). Com base nos estudos e Ramires e Pessôa (2013) assumimos a abordagem qualitativa e a partir dos estudos de André (1995) fizemos um Estudo de Caso. Nossos instrumentos de coleta foram o questionário, a observação não participante e a entrevista semiestruturada. Os sujeitos foram 05 (cinco) alunos, três público-alvo da Educação Especial e duas não; 03 (três) professoras, duas do ensino regular e uma do AEE, que é pessoa com cegueira e 02 (duas) componentes da gestão. Para analisar os dados utilizamos a técnica da análise temática (BARDIN, 2016). Os resultados nos mostram que, embora a escola disponha de recursos especializados, frente ao que está posto na política de 2008 para esse alunado, as práticas docentes ofertadas na escola não se caracterizam inclusivas, porque entre os professores do ensino regular prevalece a perspectiva integralista da Educação Especial e entre as professoras do AEE as ações são isoladas, descumprindo a proposta central da referida política (2008) que é inclusão no ensino comum através da articulação dos professores. Os dados ainda nos permitem entender que as práticas do AEE e seu público, não compõem o foco da política educação do estado de Pernambuco, posto que não há registros dessas práticas em seu sistema de informações da educação (Siepe).


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  • xx

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  • ANDERSON RODRIGUES RAMOS
  • ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DA CHILD AND YOUTH RESILIENCE MEASURE (CYRM-19BR) PARA A LIBRAS

  • Orientador : AURINO LIMA FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • WILMA PASTOR DE ANDRADE SOUSA
  • Data: 31/08/2022

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  • Esta dissertação de mestrado se insere na linha de pesquisa em Educação e Espiritualidade, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que teve como objetivo de pesquisa, realizar a Adaptação Transcultural (ATC) da versão brasileira da Child and Youth Resilience Measure (CYRM-19Br), para a Língua Brasileira de Sinais - Libras, cujo público participante foram jovens Surdas e Surdos, falantes da Libras, com faixa etária entre 18 e 29 anos de idade, residentes na cidade do Recife/PE e região metropolitana. O processo de ATC seguiu as orientações de Borsa, Damásio e Bandeira (2012), nas seguintes etapas: (1) tradução do instrumento do idioma de origem para o idioma-alvo, (2) síntese das versões traduzidas, (3) avaliação da síntese por especialistas, (4) avaliação do instrumento pelo público-alvo, (5) tradução reversa, e (6) estudo-piloto, nas quais buscou-se junto ao Comitê Consultivo Local estabelecer o processo de equivalência semântica, idiomática, experencial e conceitual. Todavia, a etapa referente a (7) a avaliação da estrutura fatorial do instrumento, não foi possível ser realizada em virtude da baixa adesão do público-alvo, por causa da pandemia deflagrada pelo novo coronavírus, que assolou os cenários nacional e mundial, desde 2020. Dessa forma, em regime de excepcionalidade, adotamos como meio de recrutamento de participantes e coleta de dados, o uso das Redes Sociais e Virtuais (RSV’s), que por sua vez, caracterizou a amostra do estudo como não probabilística, do tipo “Bola de Neve”, visto que essa foi construída ao longo do processo, e não a partir de uma população previamente definida. Assim, a fim de cumprir com os objetivos específicos desta pesquisa, referente a apresentar o processo de adaptação transcultural da CYRM-19Br para a Libras, adotamos as diretrizes de Creswell (2010) e Yin (2016), no que concerne a descrição como meio para realizar o tratamento, sistematização e análise dos dados em pesquisas qualitativas; e utilizamos a Análise Temática proposta por Minayo (2007), referente ao objetivo de identificar os aspectos facilitadores e limitadores do processo, os quais aparecem na literatura específica a temática, e/ou emergiram da fala das pessoas envolvidas nessa ação. Por se tratar de um estudo qualitativo de caráter descritivo-metodológico, a pesquisa buscou assegurar fidedignidade e rigor metodológico aos dados, descrevendo as etapas e estratégias utilizadas no processo de adaptação da CYMR-19Br; no entanto, para a sua aplicação em larga escala junto a referida população, de modo acessível e funcional, faz-se necessário dispor de uma amostra representativa, que permita estabelecer a psicometria e validação do instrumento no idioma-alvo, permitindo realizar generalizações, e avaliações sobre os aspectos semântico, idiomático, experencial, e conceitual. O estudo evidencia ainda que há a necessidade da continuidade do estudo, tendo em vista que na literatura sobre resiliência há um déficit referente a temática das pessoas surdas, principalmente das juventudes; como também, nos estudos transculturais, poucos são os instrumentos que foram adaptados e validados para a Libras, favorecendo o processo de participação efetiva das pessoas surdas durante futuras pesquisas, visando a elaboração de políticas públicas e ações afirmativas que possam contribuir significativamente para o enfrentamento do processo de exclusão, estigmatização e invisibilização nos diversos setores da sociedade.


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  • Esta dissertação de mestrado se insere na linha de pesquisa em Educação e Espiritualidade, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que teve como objetivo de pesquisa, realizar a Adaptação Transcultural (ATC) da versão brasileira da Child and Youth Resilience Measure (CYRM-19Br), para a Língua Brasileira de Sinais - Libras, cujo público participante foram jovens Surdas e Surdos, falantes da Libras, com faixa etária entre 18 e 29 anos de idade, residentes na cidade do Recife/PE e região metropolitana. O processo de ATC seguiu as orientações de Borsa, Damásio e Bandeira (2012), nas seguintes etapas: (1) tradução do instrumento do idioma de origem para o idioma-alvo, (2) síntese das versões traduzidas, (3) avaliação da síntese por especialistas, (4) avaliação do instrumento pelo público-alvo, (5) tradução reversa, e (6) estudo-piloto, nas quais buscou-se junto ao Comitê Consultivo Local estabelecer o processo de equivalência semântica, idiomática, experencial e conceitual. Todavia, a etapa referente a (7) a avaliação da estrutura fatorial do instrumento, não foi possível ser realizada em virtude da baixa adesão do público-alvo, por causa da pandemia deflagrada pelo novo coronavírus, que assolou os cenários nacional e mundial, desde 2020. Dessa forma, em regime de excepcionalidade, adotamos como meio de recrutamento de participantes e coleta de dados, o uso das Redes Sociais e Virtuais (RSV’s), que por sua vez, caracterizou a amostra do estudo como não probabilística, do tipo “Bola de Neve”, visto que essa foi construída ao longo do processo, e não a partir de uma população previamente definida. Assim, a fim de cumprir com os objetivos específicos desta pesquisa, referente a apresentar o processo de adaptação transcultural da CYRM-19Br para a Libras, adotamos as diretrizes de Creswell (2010) e Yin (2016), no que concerne a descrição como meio para realizar o tratamento, sistematização e análise dos dados em pesquisas qualitativas; e utilizamos a Análise Temática proposta por Minayo (2007), referente ao objetivo de identificar os aspectos facilitadores e limitadores do processo, os quais aparecem na literatura específica a temática, e/ou emergiram da fala das pessoas envolvidas nessa ação. Por se tratar de um estudo qualitativo de caráter descritivo-metodológico, a pesquisa buscou assegurar fidedignidade e rigor metodológico aos dados, descrevendo as etapas e estratégias utilizadas no processo de adaptação da CYMR-19Br; no entanto, para a sua aplicação em larga escala junto a referida população, de modo acessível e funcional, faz-se necessário dispor de uma amostra representativa, que permita estabelecer a psicometria e validação do instrumento no idioma-alvo, permitindo realizar generalizações, e avaliações sobre os aspectos semântico, idiomático, experencial, e conceitual. O estudo evidencia ainda que há a necessidade da continuidade do estudo, tendo em vista que na literatura sobre resiliência há um déficit referente a temática das pessoas surdas, principalmente das juventudes; como também, nos estudos transculturais, poucos são os instrumentos que foram adaptados e validados para a Libras, favorecendo o processo de participação efetiva das pessoas surdas durante futuras pesquisas, visando a elaboração de políticas públicas e ações afirmativas que possam contribuir significativamente para o enfrentamento do processo de exclusão, estigmatização e invisibilização nos diversos setores da sociedade.

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  • ANDRÉA DUARTE DA SILVA
  • O PROLER E SUA RELAÇÃO COM AS PRÁTICAS SISTEMÁTICAS SIGNIFICATIVAS DE ALFABETIZAÇÃO: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS, ORIENTAÇÕES E NARRATIVAS SOBRE AS PRÁTICAS DE ENSINO E DE AVALIAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

  • Orientador : MAGNA DO CARMO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MAGNA DO CARMO SILVA
  • SHALIMAR MICHELE GONÇALVES DA SILVA REIS
  • ANÁLIA KEILA RODRIGUES RIBEIRO
  • Data: 31/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo teve como objetivo investigar os pressupostos teóricos e orientações contidos no Programa de Letramento do Recife (Proler), as narrativas sobre as práticas de alfabetização de professoras alfabetizadoras na vivência desse programa e sua relação com o desenvolvimento de práticas sistemáticas significativas para o ensino e a avaliação da escrita e da leitura em escolas da Rede Municipal do Recife, na perspectiva da alfabetização e letramento. Nosso referencial teórico dialogou com autores sobre a alfabetização e letramento Tfouni (2005), Soares (2014); práticas sistemáticas significativas Mainardes (2018); saberes e práticas docentes, ensino e avaliação segundo as contribuições de Tardif (2013), Chartier (2007) e Varjal (2007), políticas educacionais Mainardes (2016), entre outros. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa na perspectiva narrativa e se configurou como um estudo de caso. Como campo empírico tivemos uma escola municipal que se destacou com o desenvolvimento das orientações propostas pelo Programa e como participantes, duas professoras alfabetizadoras que se envolveram com o Proler nos anos de 2017 a 2019, participaram das formações e das produções dos materiais, desenvolveram as orientações e ações e obtiveram resultados positivos em suas turmas e uma gestora do Programa. Para a construção dos dados utilizamos como instrumentos, os documentos referentes ao Programa, especificamente, o Decreto e os cadernos pedagógicos, e a entrevista episódica. Na análise dos dados construídos utilizamos a análise de conteúdo de Bardin (2011) para analisar os documentos e para as narrativas construídas pela entrevista episódica, adotamos a análise das narrativas de Labov (1997) e como complemento, as contribuições de Flick (2013). Desta forma, esperamos que os resultados obtidos nessa pesquisa favoreçam para o aprofundamento do debate sobre as práticas docentes construídas por professoras para o ensino e a avaliação da escrita e da leitura nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e que permitam viabilizar ações cada vez mais comprometidas com as possibilidades de ação/intervenção e construção de práticas sistemáticas significativas.


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  • O presente estudo teve como objetivo investigar os pressupostos teóricos e orientações contidos no Programa de Letramento do Recife (Proler), as narrativas sobre as práticas de alfabetização de professoras alfabetizadoras na vivência desse programa e sua relação com o desenvolvimento de práticas sistemáticas significativas para o ensino e a avaliação da escrita e da leitura em escolas da Rede Municipal do Recife, na perspectiva da alfabetização e letramento. Nosso referencial teórico dialogou com autores sobre a alfabetização e letramento Tfouni (2005), Soares (2014); práticas sistemáticas significativas Mainardes (2018); saberes e práticas docentes, ensino e avaliação segundo as contribuições de Tardif (2013), Chartier (2007) e Varjal (2007), políticas educacionais Mainardes (2016), entre outros. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa na perspectiva narrativa e se configurou como um estudo de caso. Como campo empírico tivemos uma escola municipal que se destacou com o desenvolvimento das orientações propostas pelo Programa e como participantes, duas professoras alfabetizadoras que se envolveram com o Proler nos anos de 2017 a 2019, participaram das formações e das produções dos materiais, desenvolveram as orientações e ações e obtiveram resultados positivos em suas turmas e uma gestora do Programa. Para a construção dos dados utilizamos como instrumentos, os documentos referentes ao Programa, especificamente, o Decreto e os cadernos pedagógicos, e a entrevista episódica. Na análise dos dados construídos utilizamos a análise de conteúdo de Bardin (2011) para analisar os documentos e para as narrativas construídas pela entrevista episódica, adotamos a análise das narrativas de Labov (1997) e como complemento, as contribuições de Flick (2013). Desta forma, esperamos que os resultados obtidos nessa pesquisa favoreçam para o aprofundamento do debate sobre as práticas docentes construídas por professoras para o ensino e a avaliação da escrita e da leitura nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e que permitam viabilizar ações cada vez mais comprometidas com as possibilidades de ação/intervenção e construção de práticas sistemáticas significativas.

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  • DIANNE KÉTHULLY DELFINO DA SILVA
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS POR PROFESSORES NEGROS DE RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

  • Orientador : LICIA DE SOUZA LEAO MAIA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LICIA DE SOUZA LEAO MAIA
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MARIA DE FATIMA DE SOUZA SANTOS
  • Data: 31/08/2022

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  • Este trabalho objetiva analisar a relação entre as Representações Sociais das relações étnico-raciais e atuação profissional do/a docente negro/a, para tanto, foram realizadas algumas aproximações teóricas com a Teoria da Representações Sociais, com a construção da categoria raça, passando pela evolução histórica do negro no país e o processo de educação e escolarização da população negra. Participaram deste estudo um total de 115 professores/as autodeclarados/as negros/as, das seguintes instituições de ensino: Escola de Referência em Ensino Médio Simon Bolívar, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade de Pernambuco, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Estadual da Paraíba, Universidade Federal de Campina Grande, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal Rural do Semiárido e Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. Foi utilizado um questionário de associação livre de palavras, com o seguinte termo indutor: relações étnico raciais e professor negro, seguido da hierarquização das palavras e finalizando com a justificativa da palavra considerada mais importante. A análise dos dados foi realizada pelo software Iramuteq e a análise de conteúdo, proposta por Bradin (1977). Conseguimos observar os possíveis núcleos centrais da nossa representação – representatividade, igualdade, respeito, educação, cor, luta, resistência, identidade, professor, competência, direito, inclusão. Para além disso conseguimos identificar os discursos que reafirmavam as escolhas feitas de cada categoria acima mencionada. De modo que procuramos evidenciar as diversas vozes que compuseram esse trabalho, vozes que nem sempre ganham espaço ou visibilidade.


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  • Este trabalho objetiva analisar a relação entre as Representações Sociais das relações étnico-raciais e atuação profissional do/a docente negro/a, para tanto, foram realizadas algumas aproximações teóricas com a Teoria da Representações Sociais, com a construção da categoria raça, passando pela evolução histórica do negro no país e o processo de educação e escolarização da população negra. Participaram deste estudo um total de 115 professores/as autodeclarados/as negros/as, das seguintes instituições de ensino: Escola de Referência em Ensino Médio Simon Bolívar, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Universidade de Pernambuco, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Estadual da Paraíba, Universidade Federal de Campina Grande, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal Rural do Semiárido e Universidade Estadual do Rio Grande do Norte. Foi utilizado um questionário de associação livre de palavras, com o seguinte termo indutor: relações étnico raciais e professor negro, seguido da hierarquização das palavras e finalizando com a justificativa da palavra considerada mais importante. A análise dos dados foi realizada pelo software Iramuteq e a análise de conteúdo, proposta por Bradin (1977). Conseguimos observar os possíveis núcleos centrais da nossa representação – representatividade, igualdade, respeito, educação, cor, luta, resistência, identidade, professor, competência, direito, inclusão. Para além disso conseguimos identificar os discursos que reafirmavam as escolhas feitas de cada categoria acima mencionada. De modo que procuramos evidenciar as diversas vozes que compuseram esse trabalho, vozes que nem sempre ganham espaço ou visibilidade.

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  • CARLOS EDUARDO DA SILVA
  • CONSELHO ESCOLAR: UMA POSSIBILIDADE PARA A FORMAÇÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA NA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : LUCIANA ROSA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • RODRIGO DA SILVA PEREIRA
  • Data: 14/09/2022

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  • O conselho escolar tem se apresentado como uma instância democrática nos diferentes contextos escolares, a fim de levar a comunidade escolar a tomar decisões coletivas que contribuam na consolidação de aprendizados democráticos que possibilitem a resolução de conflitos, a divergência de opinião, entre outras características deste processo. Nesse sentido, a presente dissertação tem por finalidade compreender o conselho escolar enquanto uma possibilidade para a formação democrática na escola pública. Como campo de estudo, delimitamos a pesquisa à Rede Estadual de Educação de Pernambuco, especificamente em uma escola localizada no município de Buenos Aires – PE, Zona da Mata Norte, no interior do estado. A abordagem deste trabalho é de caráter qualitativo, e enquanto metodologia, adotamos o Estudo de Caso, do tipo explicativo, pois, além de fazer um estudo em profundidade e exaustivo, buscamos identificar os fatores que contribuem e determinam a ocorrência do objeto de estudo. Para o tratamento e exame dos dados, adotamos a Análise de Conteúdo enquanto técnica de análise, de modo a concretizar os objetivos propostos. Como instrumentos metodológicos e tendo em vista a abordagem escolhida para o desenvolvimento deste trabalho, fizemos uso dos seguintes procedimentos: revisão da literatura, análise documental, entrevistas semiestruturadas, questionário online, bem como trabalho de campo. A partir dos dados obtidos, o conselho escolar no contexto da pesquisa apresenta-se como um espaço de participação e construção coletiva de ações que visam ao bem comum. Além disso, ele é apontado pelos conselheiros como um ambiente formativo democrático, na medida em que as diferenças se fazem presente na sua composição, o que coaduna com os processos da democracia participativa. Desse modo, reafirmam a sua importância para uma escola e gestão democráticas, uma vez que estas se articulam a processos sociais formativos mais amplos e colaboram na construção de uma sociedade mais participativa. Com os resultados alcançados também podemos demonstrar a influência e o impacto das políticas educacionais de cunho neoliberal nas escolas da rede na concretização deste órgão colegiado, pois seus integrantes têm de abrir espaços para tratar das pautas que caracterizam estas políticas. Assim, tem-se de reconhecer que o contexto escolar tem sofrido mudanças, entretanto, os conselheiros têm buscado, dentro de suas possibilidades, fortalecer e ratificar os processos e princípios democráticos, assim como formativos, proporcionados pelo conselho escolar. Dessa forma, vê-se que o fortalecimento deste órgão participativo por meio das ações dos representantes tem contribuído para sua manutenção e necessidade para a construção de uma escola democrática, e nesse contexto tem sido um espaço formativo.


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  • O conselho escolar tem se apresentado como uma instância democrática nos diferentes contextos escolares, a fim de levar a comunidade escolar a tomar decisões coletivas que contribuam na consolidação de aprendizados democráticos que possibilitem a resolução de conflitos, a divergência de opinião, entre outras características deste processo. Nesse sentido, a presente dissertação tem por finalidade compreender o conselho escolar enquanto uma possibilidade para a formação democrática na escola pública. Como campo de estudo, delimitamos a pesquisa à Rede Estadual de Educação de Pernambuco, especificamente em uma escola localizada no município de Buenos Aires – PE, Zona da Mata Norte, no interior do estado. A abordagem deste trabalho é de caráter qualitativo, e enquanto metodologia, adotamos o Estudo de Caso, do tipo explicativo, pois, além de fazer um estudo em profundidade e exaustivo, buscamos identificar os fatores que contribuem e determinam a ocorrência do objeto de estudo. Para o tratamento e exame dos dados, adotamos a Análise de Conteúdo enquanto técnica de análise, de modo a concretizar os objetivos propostos. Como instrumentos metodológicos e tendo em vista a abordagem escolhida para o desenvolvimento deste trabalho, fizemos uso dos seguintes procedimentos: revisão da literatura, análise documental, entrevistas semiestruturadas, questionário online, bem como trabalho de campo. A partir dos dados obtidos, o conselho escolar no contexto da pesquisa apresenta-se como um espaço de participação e construção coletiva de ações que visam ao bem comum. Além disso, ele é apontado pelos conselheiros como um ambiente formativo democrático, na medida em que as diferenças se fazem presente na sua composição, o que coaduna com os processos da democracia participativa. Desse modo, reafirmam a sua importância para uma escola e gestão democráticas, uma vez que estas se articulam a processos sociais formativos mais amplos e colaboram na construção de uma sociedade mais participativa. Com os resultados alcançados também podemos demonstrar a influência e o impacto das políticas educacionais de cunho neoliberal nas escolas da rede na concretização deste órgão colegiado, pois seus integrantes têm de abrir espaços para tratar das pautas que caracterizam estas políticas. Assim, tem-se de reconhecer que o contexto escolar tem sofrido mudanças, entretanto, os conselheiros têm buscado, dentro de suas possibilidades, fortalecer e ratificar os processos e princípios democráticos, assim como formativos, proporcionados pelo conselho escolar. Dessa forma, vê-se que o fortalecimento deste órgão participativo por meio das ações dos representantes tem contribuído para sua manutenção e necessidade para a construção de uma escola democrática, e nesse contexto tem sido um espaço formativo.

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  • LEANDRO ALEXANDRE DA SILVA
  • BULLYING NO CONTEXTO ESCOLAR: O QUE DIZEM OS MATERIAIS DIDÁTICOS PRODUZIDOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL?

  • Orientador : JOSE BATISTA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CATARINA CARNEIRO GONCALVES
  • JOSE BATISTA NETO
  • MARIA ELIETE SANTIAGO
  • Data: 29/09/2022

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  • A pesquisa teve como objetivo analisar a presença do bullying em materiais didáticos utilizados em escolas dos anos iniciais do ensino fundamental, problematizando a abordagem do fenômeno, as ênfases e os enfoques, considerando a etapa de ensino para qual se destina. Uma pesquisa documental foi desenvolvida, cujo corpus foi delimitado a partir de materiais didáticos (livros didáticos e paradidáticos) produzidos para o uso nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os dados coletados foram analisados mediante análise categorial temática, técnica da análise de conteúdo. Dentre os resultados alcançados ganhou força a constatação de que as fontes documentais analisadas demonstraram as possiblidades didático pedagógicas que explicitam possíveis meios de trabalho em torno do fenômeno. Expressa ainda a necessidade de planejamento, por parte do professor/a, fortalecendo a concepção de que é necessário um olhar pedagógico crítico e reflexivo diante da complexidade do fenômeno e a intenção de se promover a prevenção e enfrentamento ao bullying no âmbito escolar.


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  • A pesquisa teve como objetivo analisar a presença do bullying em materiais didáticos utilizados em escolas dos anos iniciais do ensino fundamental, problematizando a abordagem do fenômeno, as ênfases e os enfoques, considerando a etapa de ensino para qual se destina. Uma pesquisa documental foi desenvolvida, cujo corpus foi delimitado a partir de materiais didáticos (livros didáticos e paradidáticos) produzidos para o uso nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os dados coletados foram analisados mediante análise categorial temática, técnica da análise de conteúdo. Dentre os resultados alcançados ganhou força a constatação de que as fontes documentais analisadas demonstraram as possiblidades didático pedagógicas que explicitam possíveis meios de trabalho em torno do fenômeno. Expressa ainda a necessidade de planejamento, por parte do professor/a, fortalecendo a concepção de que é necessário um olhar pedagógico crítico e reflexivo diante da complexidade do fenômeno e a intenção de se promover a prevenção e enfrentamento ao bullying no âmbito escolar.

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  • TACIANA CAMILA CHIQUETTI
  • ESCREVIVÊNCIAS SOBRE FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL E UBUNTU: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO-DOCUMENTAL

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • LUCIANO CARLOS MENDES DE FREITAS FILHO
  • Data: 30/09/2022

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  • As ideias e pressuposições elaboradas por modelos cartesianos da cultura ocidental moderna se mostram insuficientes há um bom tempo para dar conta da complexidade humana, a qual passou a exigir concepções mais amplas, especialmente quanto às dinâmicas dos vínculos entre existências humanas e não humanas. Este estudo busca compreender a maneira pela qual os princípios da filosofia africana ubuntu podem contribuir para os processos de formação humana integral, a partir dos conceitos do autor Ferdinand Röhr. Ele discorre sobre a ideia de formação humana, considerando o ser humano como multidimensional e destacando a espiritualidade (dimensão mais sutil) como direcionadora do processo de humanização. A essência do pensamento ubuntuístico aponta para fluidez, organicidade, aprofundamento, expansão, novos olhares, experiências e interdependência. A proposta é identificar intersecções teóricas pertinentes que possam ampliar a compreensão sobre os aspectos da formação humana e sinalizar possíveis tendências na direção das ideias de ubuntu. O estudo teórico, qualitativo, exploratório, bibliográfico e documental, está organizado em quatro momentos: (1) apresentação de conceitos de formação humana integral promovendo diálogo teórico entre autores que são referências no assunto; (2) apresentação da filosofia ubuntu, descrevendo seus princípios essenciais; (3) análise de como o eixo temático ubuntu e formação humana vem sendo abordado nas pesquisas, no período de 2011 a 2021, assim como sua expansão no cenário acadêmico; e (4) apontamento das conexões entre os eixos principais (ubuntu e formação humana), sinalizando caminhos de contribuição para os processos formativos em acordo com a “filosofia do nós”, como é também chamada a filosofia ubuntu. A interpretação dos dados é traduzida por meio de escrevivências, a partir da seleção de vivências passíveis de conexões, embebidas de emoções e engajadas com a temática, seguindo a espiral ubuntuística. A temática acabou “me escolhendo” como pesquisadora, a partir de um chamado que se conecta com minhas raízes ancestrais, que foi me tocando cada vez mais profundamente, de modo a realizar este trabalho para que novos mergulhos possam ocorrer, com suas consequentes transformações humanas.


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  • xx

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  • FABIANO ELIAS PEREIRA
  • A PRÁTICA DOCENTE NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS COMPARTILHADAS ENTRE OS DOCENTES

  • Orientador : REJANE DIAS DA SILVA MORAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • REJANE DIAS DA SILVA MORAIS
  • VANIA MARIA DE OLIVEIRA
  • Data: 30/09/2022

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  • A pesquisa tem por intuito analisar as representações sociais da prática pedagógica de professores de graduação em engenharia, tendo como campo de pesquisa os professores dos centros de ensino de engenharia das instituições federais de ensino localizadas no âmbito da Região Metropolitana do Recife (RMR). A pesquisa se embasa teórico e metodologicamente na Teoria das representações socias (TRS), que tem Serge Moscovici (2007) como gênese e principal autor. Seguindo a abordagem estruturalista da teoria, baseado em Jean Claude-Abric, aplicamos técnicas de coleta e análise dos dados consonantes, com o uso da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e Entrevistas semiestruturadas, com análise de conteúdo sustentada em Bardin (2011). Os questionários TALP coletados totalizaram 50, e de entrevistas 7. Os dados obtidos demonstram uma representação do objeto concentrada em termos já consolidados numa prática docente tradicional, entendendo-a como relacionada ao ensino, aprendizagem e metodologias. Isso se assenta no tipo de formação e trajetória profissional dos docentes. Porém, demonstra processo de mudança, com o surgimento de nova imagem na região periférica, indicando uma representação voltada a uma prática docente centrada no aluno e na sua formação mais humanizada.


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  • A pesquisa tem por intuito analisar as representações sociais da prática pedagógica de professores de graduação em engenharia, tendo como campo de pesquisa os professores dos centros de ensino de engenharia das instituições federais de ensino localizadas no âmbito da Região Metropolitana do Recife (RMR). A pesquisa se embasa teórico e metodologicamente na Teoria das representações socias (TRS), que tem Serge Moscovici (2007) como gênese e principal autor. Seguindo a abordagem estruturalista da teoria, baseado em Jean Claude-Abric, aplicamos técnicas de coleta e análise dos dados consonantes, com o uso da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e Entrevistas semiestruturadas, com análise de conteúdo sustentada em Bardin (2011). Os questionários TALP coletados totalizaram 50, e de entrevistas 7. Os dados obtidos demonstram uma representação do objeto concentrada em termos já consolidados numa prática docente tradicional, entendendo-a como relacionada ao ensino, aprendizagem e metodologias. Isso se assenta no tipo de formação e trajetória profissional dos docentes. Porém, demonstra processo de mudança, com o surgimento de nova imagem na região periférica, indicando uma representação voltada a uma prática docente centrada no aluno e na sua formação mais humanizada.

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  • MARIA RAMOS VIÉGAS
  • PRÁTICAS DE LEITURA EM UMA TURMA DO SEGUNDO ANO DO CICLO ALFABETIZADOR NAS MODALIDADES DE ENSINO REMOTO, HÍBRIDO E PRESENCIAL EM RECIFE: POSSIBILIDADES E DESAFIOS NO CONTEXTO PANDÊMICO

  • Orientador : ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • SULANITA BANDEIRA DA CRUZ SANTOS
  • Data: 17/10/2022

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  • O presente trabalho teve como objetivo investigar se aconteceriam e como seriam possíveis as práticas de leitura nas atividades pedagógicas propostas nas modalidades de ensino remoto, híbrido e presencial, que aconteceram no contexto da pandemia de covid-19 a qual ainda assolava o mundo em 2021. A pesquisa, de caráter etnográfico, se trata de um estudo de caso desenvolvido em uma turma do 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Ensino do Recife-PE. Adotamos como abordagem metodológica a observação participante das aulas, registro dos acontecimentos em diário de campo e entrevistas com a docente da turma. Nosso referencial teórico-metodológico, para o entendimento das práticas de leitura em sala de aula e cotidiano escolar, esteve pautado nos trabalhos de PETIT (2013; 2010; 2009), SOLÉ (1998), ALBUQUERQUE e FERREIRA (2021; 2012; 2008), MORAIS (2019; 2012; 2010; 2004), BRANDÃO e ROSA (2010), e LEAL e MELO (2006). Os resultados nos revelaram que a leitura aconteceu em diferentes situações e em todas as modalidades de ensino. Entretanto, foi apenas nos encontros presenciais que as práticas se tornaram mais diversificadas, assim como os alunos receberam condições igualitárias de acesso aos materiais de leitura. Assim, concluímos que a docente foi responsável por gerir grandes esforços para que sua turma participasse de condições reais de leitura. Entretanto, eles não foram o suficiente para atender todas as crianças matriculadas na turma, especialmente aquelas que precisaram permanecer em isolamento social domiciliar, necessitando do incentivo material governamental.


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  • O presente trabalho teve como objetivo investigar se aconteceriam e como seriam possíveis as práticas de leitura nas atividades pedagógicas propostas nas modalidades de ensino remoto, híbrido e presencial, que aconteceram no contexto da pandemia de covid-19 a qual ainda assolava o mundo em 2021. A pesquisa, de caráter etnográfico, se trata de um estudo de caso desenvolvido em uma turma do 2º ano do Ensino Fundamental de uma escola da Rede Municipal de Ensino do Recife-PE. Adotamos como abordagem metodológica a observação participante das aulas, registro dos acontecimentos em diário de campo e entrevistas com a docente da turma. Nosso referencial teórico-metodológico, para o entendimento das práticas de leitura em sala de aula e cotidiano escolar, esteve pautado nos trabalhos de PETIT (2013; 2010; 2009), SOLÉ (1998), ALBUQUERQUE e FERREIRA (2021; 2012; 2008), MORAIS (2019; 2012; 2010; 2004), BRANDÃO e ROSA (2010), e LEAL e MELO (2006). Os resultados nos revelaram que a leitura aconteceu em diferentes situações e em todas as modalidades de ensino. Entretanto, foi apenas nos encontros presenciais que as práticas se tornaram mais diversificadas, assim como os alunos receberam condições igualitárias de acesso aos materiais de leitura. Assim, concluímos que a docente foi responsável por gerir grandes esforços para que sua turma participasse de condições reais de leitura. Entretanto, eles não foram o suficiente para atender todas as crianças matriculadas na turma, especialmente aquelas que precisaram permanecer em isolamento social domiciliar, necessitando do incentivo material governamental.

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  • EMANUELLE DA SILVA FERREIRA
  • ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO HOSPITALAR ÀS CRIANÇAS COM CÂNCER EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

  • Orientador : ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • LEILA NASCIMENTO DA SILVA
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • Data: 24/10/2022

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  • O presente estudo tem como objetivo geral analisar o acompanhamento pedagógico hospitalar realizado no setor de oncologia de um hospital público do Recife no que se refere às crianças em processo de alfabetização. Como objetivos específicos: verificar o perfil das crianças em processo de alfabetização aptas a participar do acompanhamento pedagógico; compreender o que norteia o planejamento elaborado pelas professoras no acompanhamento dos estudantes em tratamento; verificar a frequência dos encontros dos estudantes com as professoras hospitalares e os fatores que determinam essa frequência; identificar as atividades utilizadas pelas professoras hospitalares durante o processo de ensino da leitura e da escrita. O arcabouço teórico está dividido em três eixos- concepções de alfabetização: discutimos sobre as principais perspectivas de alfabetização, os métodos e metodologias utilizadas para conduzir o processo de apropriação do sistema de escrita e suas implicações; o ensino da leitura e da escrita no ambiente hospitalar: apresentamos as particularidades que envolvem o exercício de alfabetizar no contexto hospitalar e estratégias metodológicas que auxiliam na mediação do processo; a busca pelo cura X o processo de alfabetização das crianças com câncer: promovemos uma reflexão acerca dos desafios que perpassam o ato de alfabetização no contexto hospitalar, como também as teorias da Pedagogia hospitalar. No prisma metodológico, a pesquisa se delineia como de cunho qualitativo. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram observações e entrevistas semiestruturadas. Entrevistamos as duas professoras, e realizamos 5 (cinco) observações da atuação delas no setor de oncologia. Além disso, investigamos os registros dos cadernos das crianças. Os dados coletados foram analisados com base na análise de conteúdos de Bardin (2002). As informações obtidas por meio dos supracitados instrumentos foram agrupadas nas seguintes categorias: perfil das crianças em processo de alfabetização na classe hospitalar; rotina; prática docente na classe hospitalar: ensino da leitura e da escrita às crianças com câncer. Com base nos dados analisados, constatamos que o processo de alfabetização das crianças em acompanhamento pedagógico na classe hospitalar onde realizamos a pesquisa se alinha a alfabetização na perspectiva do letramento, pois as professoras (mesmo com tempo pedagógico reduzido) articulam os conhecimentos das crianças sobre a leitura e a escrita, o meio em que estão inseridas, como também suas limitações e potencialidades para promover efetivas práticas sociais de leitura e escrita.


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  • O presente estudo tem como objetivo geral analisar o acompanhamento pedagógico hospitalar realizado no setor de oncologia de um hospital público do Recife no que se refere às crianças em processo de alfabetização. Como objetivos específicos: verificar o perfil das crianças em processo de alfabetização aptas a participar do acompanhamento pedagógico; compreender o que norteia o planejamento elaborado pelas professoras no acompanhamento dos estudantes em tratamento; verificar a frequência dos encontros dos estudantes com as professoras hospitalares e os fatores que determinam essa frequência; identificar as atividades utilizadas pelas professoras hospitalares durante o processo de ensino da leitura e da escrita. O arcabouço teórico está dividido em três eixos- concepções de alfabetização: discutimos sobre as principais perspectivas de alfabetização, os métodos e metodologias utilizadas para conduzir o processo de apropriação do sistema de escrita e suas implicações; o ensino da leitura e da escrita no ambiente hospitalar: apresentamos as particularidades que envolvem o exercício de alfabetizar no contexto hospitalar e estratégias metodológicas que auxiliam na mediação do processo; a busca pelo cura X o processo de alfabetização das crianças com câncer: promovemos uma reflexão acerca dos desafios que perpassam o ato de alfabetização no contexto hospitalar, como também as teorias da Pedagogia hospitalar. No prisma metodológico, a pesquisa se delineia como de cunho qualitativo. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram observações e entrevistas semiestruturadas. Entrevistamos as duas professoras, e realizamos 5 (cinco) observações da atuação delas no setor de oncologia. Além disso, investigamos os registros dos cadernos das crianças. Os dados coletados foram analisados com base na análise de conteúdos de Bardin (2002). As informações obtidas por meio dos supracitados instrumentos foram agrupadas nas seguintes categorias: perfil das crianças em processo de alfabetização na classe hospitalar; rotina; prática docente na classe hospitalar: ensino da leitura e da escrita às crianças com câncer. Com base nos dados analisados, constatamos que o processo de alfabetização das crianças em acompanhamento pedagógico na classe hospitalar onde realizamos a pesquisa se alinha a alfabetização na perspectiva do letramento, pois as professoras (mesmo com tempo pedagógico reduzido) articulam os conhecimentos das crianças sobre a leitura e a escrita, o meio em que estão inseridas, como também suas limitações e potencialidades para promover efetivas práticas sociais de leitura e escrita.

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  • LUÍS FELIPE DA SILVA
  • ESCOLAS TÉCNICAS ESTADUAIS DE PERNAMBUCO, ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS E ÊNFASE NO EMPREENDEDORISMO NO ENSINO MÉDIO INTEGRADO DA REGIÃO INDUSTRIAL DE GOIANA-PE

  • Orientador : KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOHN MATEUS BARBOSA
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • Data: 30/11/2022

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  • Historicamente, o ensino médio brasileiro se configura como um espaço de constantes disputas quanto aos seus sentidos e qualidade. Nesse cenário a Educação Profissional e Técnica de Nível de Médio, desenvolvida de forma integrada pressupõe a articulação entre a formação escolar e os arranjos produtivos locais. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa é analisar a relação entre o Ensino Médio Integrado ofertada pela Rede Estadual de Educação de Pernambuco, os arranjos produtivos locais da Região de Desenvolvimento Mata Norte e a ênfase curricular no empreendedorismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que foi desenvolvida a partir do método hermenêutico dialético na qual o trabalho de campo foi realizado em uma Escola Técnica Estadual do Estado de Pernambuco a qual foram desenvolvidas entrevistas semiestruturadas com os educadores a fim de obter os dados empíricos. Após as nossas análises concluímos que as noções que permeiam a Educação Profissional e Técnica de Nível Médio na escola estudada estão fundamentadas na teoria de capital humano e no neotecnicismo, além disso o empreendedorismo é estimulado nos alunos como ferreamente que lhes permita se adaptar a uma realidade de empregos precarizados e desemprego.


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  • Historicamente, o ensino médio brasileiro se configura como um espaço de constantes disputas quanto aos seus sentidos e qualidade. Nesse cenário a Educação Profissional e Técnica de Nível de Médio, desenvolvida de forma integrada pressupõe a articulação entre a formação escolar e os arranjos produtivos locais. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa é analisar a relação entre o Ensino Médio Integrado ofertada pela Rede Estadual de Educação de Pernambuco, os arranjos produtivos locais da Região de Desenvolvimento Mata Norte e a ênfase curricular no empreendedorismo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que foi desenvolvida a partir do método hermenêutico dialético na qual o trabalho de campo foi realizado em uma Escola Técnica Estadual do Estado de Pernambuco a qual foram desenvolvidas entrevistas semiestruturadas com os educadores a fim de obter os dados empíricos. Após as nossas análises concluímos que as noções que permeiam a Educação Profissional e Técnica de Nível Médio na escola estudada estão fundamentadas na teoria de capital humano e no neotecnicismo, além disso o empreendedorismo é estimulado nos alunos como ferreamente que lhes permita se adaptar a uma realidade de empregos precarizados e desemprego.

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  • MARCILENE SANTANA DA SILVA CAMILO
  • A REVISTA NOVA ESCOLA – UMA PEDAGOGIA CULTURAL NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES/AS DAS CLASSES MULTISSERIADAS DO CAMPO

  • Orientador : ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DENISE XAVIER TORRES
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 30/11/2022

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  • A referida dissertação produzida no núcleo de Formação de Professores/as e
    Práticas Pedagógicas, do programa de Pós Graduação em Educação da
    Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, tem como objeto teórico de
    estudo a formação continuada de professores/as das classes multisseriadas do
    campo, no discurso midiático da revista Nova Escola. Consideramos que para
    além das formações continuadas, ofertadas por meio de programas municipais
    de educação, estaduais ou nacionais, a mídia também apresenta-se como um
    elemento formativo. Há que se reconhecer a necessária análise dos
    enunciados que estão disponibilizados e postos em circulação pelas mídias e
    que chegam nas escolas multisseriadas sobre como deve ser a educação do
    campo. O objetivo geral da pesquisa é compreender como os discursos
    veiculados pela Revista Nova Escola sobre a Educação do Campo estão
    implicados na formação continuada de professores/as/as das classes
    multisseriadas do campo, e como objetivos específicos: identificar nos
    enunciados da Revista Nova Escola os temas/problemas da educação do
    campo; analisar como nos enunciados da Revista Nova Escola os saberes da
    cultura campesina são abordados; refletir a partir da análise da coexistência
    discursiva as dinâmicas de poder envolvidas nos enunciados sobre campo,
    educação do campo, professor/a e escola. A abordagem qualitativa da
    pesquisa tem como estratégia analítica o uso de elementos da Análise Cultural
    e da Análise do Discurso de inspiração foucaultiana, sob as quais analisamos
    imagens e textos em sua função enunciativa e nos aspectos da posição dos/as
    sujeitos/as. O corpus analítico foi composto pelos enunciados presentes na
    Revista Nova Escola no período de 2013 a 2019, totalizando 15 enunciados. A
    análise do nosso corpus nos permitiu perceber que nos discursos da Revista
    Nova Escola, há uma revalidação subjetiva de representações cristalizadas
    sobre a Educação do Campo, pautada numa perspectiva ruralista que
    desrespeita os princípios da Educação do campo. Através da reiteração dos
    enunciados ela posiciona o tipo de professor/a para as escolas multisseriadas
    do campo, não é aquele pensante, mas aquele adaptador de conteúdo.


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  • A referida dissertação produzida no núcleo de Formação de Professores/as e
    Práticas Pedagógicas, do programa de Pós Graduação em Educação da
    Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, tem como objeto teórico de
    estudo a formação continuada de professores/as das classes multisseriadas do
    campo, no discurso midiático da revista Nova Escola. Consideramos que para
    além das formações continuadas, ofertadas por meio de programas municipais
    de educação, estaduais ou nacionais, a mídia também apresenta-se como um
    elemento formativo. Há que se reconhecer a necessária análise dos
    enunciados que estão disponibilizados e postos em circulação pelas mídias e
    que chegam nas escolas multisseriadas sobre como deve ser a educação do
    campo. O objetivo geral da pesquisa é compreender como os discursos
    veiculados pela Revista Nova Escola sobre a Educação do Campo estão
    implicados na formação continuada de professores/as/as das classes
    multisseriadas do campo, e como objetivos específicos: identificar nos
    enunciados da Revista Nova Escola os temas/problemas da educação do
    campo; analisar como nos enunciados da Revista Nova Escola os saberes da
    cultura campesina são abordados; refletir a partir da análise da coexistência
    discursiva as dinâmicas de poder envolvidas nos enunciados sobre campo,
    educação do campo, professor/a e escola. A abordagem qualitativa da
    pesquisa tem como estratégia analítica o uso de elementos da Análise Cultural
    e da Análise do Discurso de inspiração foucaultiana, sob as quais analisamos
    imagens e textos em sua função enunciativa e nos aspectos da posição dos/as
    sujeitos/as. O corpus analítico foi composto pelos enunciados presentes na
    Revista Nova Escola no período de 2013 a 2019, totalizando 15 enunciados. A
    análise do nosso corpus nos permitiu perceber que nos discursos da Revista
    Nova Escola, há uma revalidação subjetiva de representações cristalizadas
    sobre a Educação do Campo, pautada numa perspectiva ruralista que
    desrespeita os princípios da Educação do campo. Através da reiteração dos
    enunciados ela posiciona o tipo de professor/a para as escolas multisseriadas
    do campo, não é aquele pensante, mas aquele adaptador de conteúdo.

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  • MAYARA CORREA DA SILVA
  • SER PROFESSOR E ATRATIVIDADE PELA CARREIRA DOCENTE: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ESTUDANTES CONCLUINTES DO ENSINO MÉDIO

  • Orientador : LAEDA BEZERRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLA PATRICIA ACIOLI LINS GUARANA
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • MÔNICA PATRÍCIA DA SILVA SALES
  • Data: 02/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar as representações sociais do ser professor, construídas por estudantes matriculados no terceiro ano do Ensino Médio de instituições públicas e privadas do estado de Pernambuco, indicando possíveis relações desses elementos simbólicos com o interesse em inserir-se nesse campo profissional. Duas categorias teóricas orientam o estudo – Profissão Docente e Teoria das Representações Sociais (TRS). A   Profissão Docente, segundo Roldão (2007), tem como especificidade o ensinar, é uma profissão de vínculos que envolve os saberes disciplinares e pedagógicos. Representações sociais são conhecimentos construídos no cotidiano que orientam as práticas dos sujeitos. A TRS possui diferentes desdobramentos, nesta pesquisa adotamos a abordagem societal, na qual, representações são princípios geradores das tomadas de posição; princípios ligados às inserções sociais dos sujeitos nos grupos, conforme Doise (2002). Trata-se de um estudo qualitativo on-line, desenvolvido em duas etapas: na primeira, utilizamos um questionário do tipo Google Forms, que foi respondido por 90 estudantes de escolas públicas e privadas do estado. Na segunda etapa, foi realizada uma entrevista semiestruturada on-line com 07 (sete) participantes da primeira etapa que almejam tornarem-se professores. Como procedimentos de análise utilizamos a técnica de análise de conteúdo auxiliada pelo software Word Cloud. Os resultados da etapa inicial revelaram que as representações sociais dos estudantes de escola pública do ser professor, ficam demarcadas no ato de ensinar e em concomitância com as relações afetivas estabelecidas como fonte de inspiração para a vida de seus estudantes. Para o grupo de estudantes das escolas privadas, de modo similar, ser professor vai além do ensinar, é estabelecer relações de amizades com seus alunos. Identificamos mais consensos do que variações nas representações sociais dos grupos. Também em consenso, indicamos o ensinar, o incentivo e as relações de afeto professor-aluno e como variações dessas representações identificamos entre os estudantes de escola pública um relacionamento mais intenso de amizade com os docentes, para esses jovens os professores são modelos de inspiração. Entre o grupo de escola privada a desvalorização dos docentes ganhou relevo, os estudantes compartilham o descaso da sociedade para com os professores. Dos 90 estudantes pesquisados nessa etapa inicial, seja por razões subjetivas ou objetivas, apenas 07 (sete) manifestaram o desejo de exercer a profissão de professor e 72 negaram essa possibilidade. Do grupo dos que desejam ingressar na profissão, seis estudantes estão matriculados em escolas públicas e um na escola privada. Sobre o ser professor, os elementos representacionais partilhados são as ações de ensinar e transformar. Tais elementos, ganharam centralidade nessas representações do grupo: a abrangência da atuação docente, as possibilidades de aprendizagem e, como limites, a desvalorização e falta de reconhecimento social da profissão. Os resultados sugerem que os sete estudantes atraídos pela docência foram influenciados por seus professores de ensino médio e acreditam que, como professores, poderão conquistar melhores condições de vida para si e para as suas famílias. Esta investigação somasse à literatura especializada sobre as temáticas referentes ao ser professor e a atratividade pela docência. Reconhecemos que se tratam de temáticas importantes para o futuro da educação das novas gerações. A despeito dessa importância, constatamos que é, fundamentalmente, o processo de desvalorização que afasta dos jovens o desejo de se tornarem professores. Nesse sentido, defendemos políticas mais incisivas de valorização profissional. A necessidade de mudança é evidente, estamos há mais de 30 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, que preconiza a valorização da educação e de seus profissionais, entretanto ainda persistem os inúmeros desafios para conquistá-la.


  • Mostrar Abstract
  • Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar as representações sociais do ser professor, construídas por estudantes matriculados no terceiro ano do Ensino Médio de instituições públicas e privadas do estado de Pernambuco, indicando possíveis relações desses elementos simbólicos com o interesse em inserir-se nesse campo profissional. Duas categorias teóricas orientam o estudo – Profissão Docente e Teoria das Representações Sociais (TRS). A   Profissão Docente, segundo Roldão (2007), tem como especificidade o ensinar, é uma profissão de vínculos que envolve os saberes disciplinares e pedagógicos. Representações sociais são conhecimentos construídos no cotidiano que orientam as práticas dos sujeitos. A TRS possui diferentes desdobramentos, nesta pesquisa adotamos a abordagem societal, na qual, representações são princípios geradores das tomadas de posição; princípios ligados às inserções sociais dos sujeitos nos grupos, conforme Doise (2002). Trata-se de um estudo qualitativo on-line, desenvolvido em duas etapas: na primeira, utilizamos um questionário do tipo Google Forms, que foi respondido por 90 estudantes de escolas públicas e privadas do estado. Na segunda etapa, foi realizada uma entrevista semiestruturada on-line com 07 (sete) participantes da primeira etapa que almejam tornarem-se professores. Como procedimentos de análise utilizamos a técnica de análise de conteúdo auxiliada pelo software Word Cloud. Os resultados da etapa inicial revelaram que as representações sociais dos estudantes de escola pública do ser professor, ficam demarcadas no ato de ensinar e em concomitância com as relações afetivas estabelecidas como fonte de inspiração para a vida de seus estudantes. Para o grupo de estudantes das escolas privadas, de modo similar, ser professor vai além do ensinar, é estabelecer relações de amizades com seus alunos. Identificamos mais consensos do que variações nas representações sociais dos grupos. Também em consenso, indicamos o ensinar, o incentivo e as relações de afeto professor-aluno e como variações dessas representações identificamos entre os estudantes de escola pública um relacionamento mais intenso de amizade com os docentes, para esses jovens os professores são modelos de inspiração. Entre o grupo de escola privada a desvalorização dos docentes ganhou relevo, os estudantes compartilham o descaso da sociedade para com os professores. Dos 90 estudantes pesquisados nessa etapa inicial, seja por razões subjetivas ou objetivas, apenas 07 (sete) manifestaram o desejo de exercer a profissão de professor e 72 negaram essa possibilidade. Do grupo dos que desejam ingressar na profissão, seis estudantes estão matriculados em escolas públicas e um na escola privada. Sobre o ser professor, os elementos representacionais partilhados são as ações de ensinar e transformar. Tais elementos, ganharam centralidade nessas representações do grupo: a abrangência da atuação docente, as possibilidades de aprendizagem e, como limites, a desvalorização e falta de reconhecimento social da profissão. Os resultados sugerem que os sete estudantes atraídos pela docência foram influenciados por seus professores de ensino médio e acreditam que, como professores, poderão conquistar melhores condições de vida para si e para as suas famílias. Esta investigação somasse à literatura especializada sobre as temáticas referentes ao ser professor e a atratividade pela docência. Reconhecemos que se tratam de temáticas importantes para o futuro da educação das novas gerações. A despeito dessa importância, constatamos que é, fundamentalmente, o processo de desvalorização que afasta dos jovens o desejo de se tornarem professores. Nesse sentido, defendemos políticas mais incisivas de valorização profissional. A necessidade de mudança é evidente, estamos há mais de 30 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, que preconiza a valorização da educação e de seus profissionais, entretanto ainda persistem os inúmeros desafios para conquistá-la.

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  • ALANNA TUYLLA DANTAS FIGUEIREDO
  • AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO SER MULHER PARA CRIANÇAS

  • Orientador : LAEDA BEZERRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARIA LEITE CRUZ
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • TAYNAH DE BRITO BARRA NOVA
  • Data: 09/12/2022

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  • Debates recorrentes que envolvem a mulher e questões de gênero em sua abrangência estão presentes nas mais variadas esferas da sociedade. Preocupações voltadas à essa temática, no âmbito da escola, são imprescindíveis, uma vez que podem problematizar e desconstruir discursos e práticas assentadas em padrões machistas e conservadores que naturalizam a opressão. A escola é um dos fortes espaços de socialização das crianças – nela as mesmas têm oportunidades para conhecer outras realidades e estabelecer relações sociais diversificadas. Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar as representações sociais do ser mulher construídas por crianças, matriculadas em escolas dos anos iniciais do Ensino Fundamental situadas em Recife, indicando possíveis influências do contexto escolar e social na formação de tais representações. Tomamos como referencial, a Teoria das Representações Sociais (TRS): um campo de estudos que privilegia os conhecimentos do senso comum. Representações sociais são formas de explicar a realidade que guiam os comportamentos e práticas dos sujeitos. Desenvolvemos um estudo de abordagem qualitativa delineado como estudo de campo, do qual participaram 71 crianças, matriculadas em turmas de quarto e quinto ano de escolas públicas e escolas privadas, situadas nos bairros que apresentaram os maiores índices de violência contra a mulher na cidade do Recife, em 2021. Para coleta de dados, utilizamos a prática do desenho e a entrevista semiestruturada. Os dados foram organizados e analisados com o suporte da técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados demonstraram que as representações do ser mulher para crianças de escola pública, têm na mãe seu maior referente. À mãe estão correlacionados os termos: guerreira; cuidado; proteção e, de modo discreto, vaidade; liberdade; respeito. Para as crianças de escola privada, as representações sociais do ser mulher estão fincadas nos elementos: fonte de vida; complacência; guerreira; livre, assim, permeiam nessas representações a figura da mãe. As representações sociais do ser mulher, em ambos os grupos investigados, apresentam como um estruturador comum o símbolo da mãe, articulado a defesa da liberdade feminina e aos desafios enfrentados pelas mulheres que são sintetizados na metáfora: guerreira. A pesquisa confirmou através da literatura sobre as representações sociais, a influência do contexto social e as condições materiais de vida das crianças para a construção das representações do ser mulher nos dois grupos investigados. A análise das falas e dos desenhos das crianças indicou a dificuldade de identificação de representações isoladas do objeto investigado. O ser mulher, para crianças de escolas públicas e privadas, é um campo simbólico para o qual convergem vários elementos. São esses recortes societários correlacionados que formam um sistema de retratação. Entre crianças de escola pública há uma relação de hierárquica de elementos, no qual o ser mulher como mãe orienta e perpassa os demais elementos como guerreira; feminina; livre, por sua vez, entre os grupos de meninos e meninas de escolas particulares, elementos como: vida; complacência; guerreira e livre estão articulados à mãe como figura de referência para esses sujeitos. Portanto, o estudo ratifica o conceito de sistema representacional intricadas. Em face do exposto, reiteramos a necessidade de trazer à luz discussões sobre temas sensíveis, alvos de preconceitos na sociedade e na escola para a formação inicial e continuada de docentes, a fim de que os futuros professores e aqueles em exercício possam discuti-los e problematizá-los de forma a contribuir na construção de uma sociedade mais inclusiva.

     


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  • Debates recorrentes que envolvem a mulher e questões de gênero em sua abrangência estão presentes nas mais variadas esferas da sociedade. Preocupações voltadas à essa temática, no âmbito da escola, são imprescindíveis, uma vez que podem problematizar e desconstruir discursos e práticas assentadas em padrões machistas e conservadores que naturalizam a opressão. A escola é um dos fortes espaços de socialização das crianças – nela as mesmas têm oportunidades para conhecer outras realidades e estabelecer relações sociais diversificadas. Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar as representações sociais do ser mulher construídas por crianças, matriculadas em escolas dos anos iniciais do Ensino Fundamental situadas em Recife, indicando possíveis influências do contexto escolar e social na formação de tais representações. Tomamos como referencial, a Teoria das Representações Sociais (TRS): um campo de estudos que privilegia os conhecimentos do senso comum. Representações sociais são formas de explicar a realidade que guiam os comportamentos e práticas dos sujeitos. Desenvolvemos um estudo de abordagem qualitativa delineado como estudo de campo, do qual participaram 71 crianças, matriculadas em turmas de quarto e quinto ano de escolas públicas e escolas privadas, situadas nos bairros que apresentaram os maiores índices de violência contra a mulher na cidade do Recife, em 2021. Para coleta de dados, utilizamos a prática do desenho e a entrevista semiestruturada. Os dados foram organizados e analisados com o suporte da técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados demonstraram que as representações do ser mulher para crianças de escola pública, têm na mãe seu maior referente. À mãe estão correlacionados os termos: guerreira; cuidado; proteção e, de modo discreto, vaidade; liberdade; respeito. Para as crianças de escola privada, as representações sociais do ser mulher estão fincadas nos elementos: fonte de vida; complacência; guerreira; livre, assim, permeiam nessas representações a figura da mãe. As representações sociais do ser mulher, em ambos os grupos investigados, apresentam como um estruturador comum o símbolo da mãe, articulado a defesa da liberdade feminina e aos desafios enfrentados pelas mulheres que são sintetizados na metáfora: guerreira. A pesquisa confirmou através da literatura sobre as representações sociais, a influência do contexto social e as condições materiais de vida das crianças para a construção das representações do ser mulher nos dois grupos investigados. A análise das falas e dos desenhos das crianças indicou a dificuldade de identificação de representações isoladas do objeto investigado. O ser mulher, para crianças de escolas públicas e privadas, é um campo simbólico para o qual convergem vários elementos. São esses recortes societários correlacionados que formam um sistema de retratação. Entre crianças de escola pública há uma relação de hierárquica de elementos, no qual o ser mulher como mãe orienta e perpassa os demais elementos como guerreira; feminina; livre, por sua vez, entre os grupos de meninos e meninas de escolas particulares, elementos como: vida; complacência; guerreira e livre estão articulados à mãe como figura de referência para esses sujeitos. Portanto, o estudo ratifica o conceito de sistema representacional intricadas. Em face do exposto, reiteramos a necessidade de trazer à luz discussões sobre temas sensíveis, alvos de preconceitos na sociedade e na escola para a formação inicial e continuada de docentes, a fim de que os futuros professores e aqueles em exercício possam discuti-los e problematizá-los de forma a contribuir na construção de uma sociedade mais inclusiva.

     

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  • MÁRCIA DOS SANTOS SILVA GOMES
  • EDUCAÇÃO TRANSPESSOAL: ELEMENTOS PARA SENTIRPENSAR DESDE A PERSPECTIVA PARTICIPATIVA DECOLONIAL

  • Orientador : AURINO LIMA FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • DJAILTON PEREIRA DA CUNHA
  • Data: 19/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • Em mais de 40 anos no Brasil, a perspectiva transpessoal vem complexificando-se e expandindo suas fronteiras no campo acadêmico. E mesmo com a promessa de “ampliação da consciência” - via cultivo da integralidade, da multidimensionalidade e da espiritualidade - a Educação Transpessoal permanece tributária do ideário perenialista de uma história única, portanto sujeita às mazelas da modernidade/colonialidade. Assim esta pesquisa objetivou, de modo geral, investigar os usos da noção de educação transpessoal, no intuito de repensar o seu uso e apontar possibilidades de decolonização no campo acadêmico brasileiro. Mais especificamente, mapear os elementos centrais de uma Educação Transpessoal nesse campo a fim de cartografar possibilidades, limites e desafios na atualidade a partir de um movimento-grafia escrevivente e apresentar apontamentos de uma perspectiva participativa decolonial da Educação Transpessoal que busquem favorecer processos de trans/formação humana. Nesta pesquisa qualitativa participativa decolonial, utilizamos a pesquisa bibliográfica militante associada a uma leitura ética, estética e poética dos textos, buscando sentirpensar um movimento-grafia escrevivente e não uma mera reorganização das ideias de autores/as investigados/as. Os fragmentos de escrevivências e afetamentos resultantes do mapeamento desencadearam a escrita como um exercício de sentirpensar apontamentos para o cultivo de uma Educação Transpessoal Participativa Decolonial, tomada como um “evento transpessoal”, ou seja, como ruptura nos modos egocentrados de vida e complexificador dos processos de trans/formação humana. Situamos um conjunto de nove macrocategorias que congregam os principais elementos de uma Educação Transpessoal mobilizados pelos/as autores/as investigados/as: a) a Integralidade com os seus múltiplos sentidos, b) a Educação Transpessoal, c) a Multidimensionalidade, d) o Cultivo de Si, e) a Espiritualidade como Transcendência e Autotranscendência, f) a Transpessoalidade, a Perspectiva Transpessoal e a Psicologia Transpessoal, g) a Transformação de Si, do Outro e do Mundo,  h) o Hilo-holotrópico e i) a Formação Humana, mantendo elas um diálogo com os afetamentos provocados na autora através de um exercício de escrevivência. Essa escrita sentirpensante, com fins de decolonização: destaca o conceito geral da perspectiva participativa e detalha a decolonialidade como a construção de modos de vida expandidos; aponta o modo decolonial de vida caranguejo, destacando a espiritualidade e a ancestralidade na integração das fissuras das dualidades; destaca os caminhos de cocriação do multi e pluriperspectivismo participativo decolonial com o objetivo de ampliar a compreensão da fenomenologia das experiências transpessoais; situa a importância da contextualização sociohistoricocultural no mundo da vida como exercício de ampliação das fronteiras no campo da educação transpessoal e situa também o transpessoal decolonial como um exercício espiritual de contra-egun aos malefícios coloniais.


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  • Em mais de 40 anos no Brasil, a perspectiva transpessoal vem complexificando-se e expandindo suas fronteiras no campo acadêmico. E mesmo com a promessa de “ampliação da consciência” - via cultivo da integralidade, da multidimensionalidade e da espiritualidade - a Educação Transpessoal permanece tributária do ideário perenialista de uma história única, portanto sujeita às mazelas da modernidade/colonialidade. Assim esta pesquisa objetivou, de modo geral, investigar os usos da noção de educação transpessoal, no intuito de repensar o seu uso e apontar possibilidades de decolonização no campo acadêmico brasileiro. Mais especificamente, mapear os elementos centrais de uma Educação Transpessoal nesse campo a fim de cartografar possibilidades, limites e desafios na atualidade a partir de um movimento-grafia escrevivente e apresentar apontamentos de uma perspectiva participativa decolonial da Educação Transpessoal que busquem favorecer processos de trans/formação humana. Nesta pesquisa qualitativa participativa decolonial, utilizamos a pesquisa bibliográfica militante associada a uma leitura ética, estética e poética dos textos, buscando sentirpensar um movimento-grafia escrevivente e não uma mera reorganização das ideias de autores/as investigados/as. Os fragmentos de escrevivências e afetamentos resultantes do mapeamento desencadearam a escrita como um exercício de sentirpensar apontamentos para o cultivo de uma Educação Transpessoal Participativa Decolonial, tomada como um “evento transpessoal”, ou seja, como ruptura nos modos egocentrados de vida e complexificador dos processos de trans/formação humana. Situamos um conjunto de nove macrocategorias que congregam os principais elementos de uma Educação Transpessoal mobilizados pelos/as autores/as investigados/as: a) a Integralidade com os seus múltiplos sentidos, b) a Educação Transpessoal, c) a Multidimensionalidade, d) o Cultivo de Si, e) a Espiritualidade como Transcendência e Autotranscendência, f) a Transpessoalidade, a Perspectiva Transpessoal e a Psicologia Transpessoal, g) a Transformação de Si, do Outro e do Mundo,  h) o Hilo-holotrópico e i) a Formação Humana, mantendo elas um diálogo com os afetamentos provocados na autora através de um exercício de escrevivência. Essa escrita sentirpensante, com fins de decolonização: destaca o conceito geral da perspectiva participativa e detalha a decolonialidade como a construção de modos de vida expandidos; aponta o modo decolonial de vida caranguejo, destacando a espiritualidade e a ancestralidade na integração das fissuras das dualidades; destaca os caminhos de cocriação do multi e pluriperspectivismo participativo decolonial com o objetivo de ampliar a compreensão da fenomenologia das experiências transpessoais; situa a importância da contextualização sociohistoricocultural no mundo da vida como exercício de ampliação das fronteiras no campo da educação transpessoal e situa também o transpessoal decolonial como um exercício espiritual de contra-egun aos malefícios coloniais.

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  • FABIANA DOS SANTOS LOURO
  • CAMINHOS PARA O REENCANTAMENTO DA VIDA: ENTRE DEMANDAS E PRÁTICAS DE CUIDADO E ACOLHIMENTO EM ESPAÇOS ACADÊMICOS DA UFPE.

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • RUBENILDA MARIA ROSINHA BARBOSA
  • Data: 19/12/2022

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  • A pesquisa tem como objeto de estudo dois programas que visam promover o bem-estar dentro da comunidade acadêmica, são eles: Programa de saúde mental e bem-estar do Centro de Artes e Comunicação e Espaço de Acolhimento do Centro de Educação, ambos da Universidade Federal de Pernambuco. O objetivo principal da pesquisa é problematizar os sentidos de cuidado e de acolhimento presentes nas falas dos participantes da pesquisa (através de entrevista e questionário), e os específicos são: elaborar um Estado da Arte do Conhecimento sobre saúde mental, cuidado e acolhimento dentro da Universidade; evocar a discussão sobre políticas públicas de saúde mental e cuidado na Universidade; identificar as relações subjetivas/significância das ações que contribuem para o reencantamento da vida dentro do ambiente universitário. O Referencial Teórico é baseado na produção de Leonardo Boff referente ao tema cuidado em diálogo com autores que levantam a discussão sobre a Razão-Mundo neoliberal, como a produção de Pierre Dardot (filósofo e pesquisador) e Christian Laval (sociólogo e pesquisador), reforçados pela noção de sofrimento do homem neoliberal por Christian Dunker, Nelson da Silva Junior e Vladimir Safatle. A inspiração de decolonialidade aparece na pesquisa para denunciar relações de subalternização de outros saberes com o referencial de Ailton Krenak (líder indígena, filósofo, escritor) e a compreensão sobre o conceito de desencanto e encanto da vida, serão referenciados Luiz Antônio Simas (professor, historiador e pesquisador da cultura popular brasileira), Luiz Rufino (professor, pedagogo e pesquisador). Esta pesquisa é de cunho Qualitativo, com concepção Construtivista Social, modelo de Estudo de Casos Múltiplos, de nível Exploratório e com inspiração na Sociopoética e os dados foram colhidos através de análise documental, questionário semiaberto e entrevista semiestruturada.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa tem como objeto de estudo dois programas que visam promover o bem-estar dentro
    da comunidade acadêmica, são eles: Programa de saúde mental e bem-estar do Centro de Artes
    e Comunicação e Espaço de Acolhimento do Centro de Educação, ambos da Universidade
    Federal de Pernambuco. Os objetivos da pesquisa são problematizar os sentidos de cuidado e
    de acolhimento presentes nas falas dos participantes da pesquisa (através de entrevista e
    questionário), bem como compreender as motivações de realização e participação desses
    programas, descrever as ações realizadas através de documentos e identificar as relações
    subjetivas/significância das ações que contribuem para o reencantamento da vida dentro do
    ambiente universitário. O Referencial Teórico se baseará em dois pensadores principais: são
    eles Leonardo Boff e Ailton Krenak em diálogo com autores que levantam a discussão sobre a
    Razão-Mundo neoliberal, como a produção de Pierre Dardot (filósofo e pesquisador) e
    Christian Laval (sociólogo e pesquisador), a inspiração de decolonialidade aparece na pesquisa
    para denunciar relações de subalternização de outros saberes e a compreensão sobre o conceito
    de desencanto e encanto da vida, serão referenciados Luiz Antônio Simas (professor, historiador
    e pesquisador da cultura popular brasileira) e Luiz Rufino (professor, pedagogo e pesquisador).
    Esta pesquisa é de cunho Qualitativo, com concepção Construtivista Social, modelo de Estudo
    de Casos Múltiplos, de nível Exploratório e com inspiração na Sociopoética. Os dados da
    pesquisa serão colhidos através de análise documental, questionário semiaberto e entrevista
    semiestruturada.

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  • IVANILDA MAXIMIANO DA SILVA
  • AMARO MATIAS: CONTRIBUIÇÕES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM QUIPAPÁ - PE

  • Orientador : EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • HENRIQUE GERSON KOHL
  • PAULO FERNANDO DE VASCONCELOS DUTRA
  • Data: 20/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • Nesta dissertação, a qual teve origem no Núcleo de Identidades e Memórias, do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco; analiso parte da trajetória do professor Amaro Matias, que viveu em solo pernambucano entre 1922 e 2002. A pergunta central que norteou o estudo foi a seguinte: quais as contribuições do professor Amaro Matias, um homem negro, na educação do município de Quipapá-PE? Assim, o presente trabalho objetivou ressaltar o papel que teve Amaro Matias na Educação do referido município e o impacto na formação de educandos. Para responder a indagação central desta pesquisa, apresenta-se como aporte teórico autores ligados às áreas de História da Educação, Biografia e Autobiografia, entre os quais Passegi (2016), Avelar e Schmidt (2017) e Souza (2020). Quanto à fundamentação metodológica, apoiamo-nos na história de vida, bem como na história oral, trabalhada por Ferreira e Amado (2006) às quais me deram o norte para as entrevistas que realizei com familiares, amigos e ex estudantes. Utilizo também fontes documentais (documentos pessoais) e fontes iconográficas (fotografias e imagens) oriundas dos arquivos da família do referido educador. Nesta pesquisa apresento, ainda, uma reflexão historiográfica, teórica e metodológica sobre o gênero biográfico e procuro demonstrar as vantagens analíticas de se construir uma biografia pela perspectiva do cotidiano de docentes e intelectuais. Assim, a partir da aplicação do diagrama do constructo do "eu" fonte (SOUZA, 2020),  analiso a trajetória de Amaro Matias, destacando alguns elementos centrais e indissociáveis, que segundo a documentação consultada, compunham a sua vida diária: a família, o trabalho, o estudo, a produção intelectual e, sobretudo, sua atuação no magistério.  Nas considerações finais, recupero alguns discursos produzidos sobre Amaro Matias após sua morte que apontam para diferentes facetas do personagem e seu itinerário. Busco reafirmar, também, a importância de se levar em conta, na construção de biografias, a complexidade das trajetórias individuais que são vivenciadas na relação com a coletividade. E, por fim, sintetizo as principais contribuições trazidas por este estudo no campo das Identidades e Memórias.


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  • -

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  • TAYANNE ADRIAN SANTANA MORAIS DA SILVA
  • FORJADAS NA ARTE DA RESISTÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO DE MARIA OYÁ, MÃE BIU E MADRINHA TILA DA NAÇÃO XAMBÁ (1927-1978)

  • Orientador : RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCUS VINICIUS FONSECA
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • Data: 20/12/2022

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  • Esta dissertação teve como objetivo analisar os percursos formativos das líderes religiosas Maria Oyá, Mãe Biu e Madrinha Tila, as três primeiras ialorixás do Terreiro de Santa Bárbara – Nação Xambá, ou Ilê Axé Oyá Meguê, localizado na cidade de Olinda, em Pernambuco e criado em 1930. A pesquisa esteve ancorada no campo da História das Mulheres, campo este que incentiva a escrita de novas histórias em que elas são entendidas enquanto agentes de seus próprios destinos. Tendo-se em vista as possibilidades de desconstrução das visões unificadoras sobre o feminino, tomamos como referência as obras das historiadoras Michelle Perrot (1988; 1995; 2005; 2007) e Mary del Priore (2020) e, por se tratarem de mulheres negras, esta pesquisa se valeu também das obras das feministas negras Lélia Gonzalez (1984; 1988), Luíza Bairros (1995) e Sueli Carneiro (2001). Enquanto aporte teórico, esta dissertação se deu sob a inspiração dos estudos de Michel de Certeau (1995; 2014). Os estudos do autor permitem aos historiadores da educação empreenderem investigações que centralizam a cultura como parte que constitui a experiência dos sujeitos e de suas práticas cotidianas e, neste sentido, a noção de tática foi fundamental, uma vez que ela nos ajuda a pensar nas ações desenvolvidas pelos sujeitos no ímpeto de solucionar as necessidades que surgem em meio à lida cotidiana. Os conceitos de "formação", segundo Pierre Dominicé (1988), "geração", conforme o sociólogo Karl Mannheim (1982) e “educação tradicional”, de acordo com Pierre Kita Massandi (2011) também foram fundamentais para compreender que a formação do indivíduo não se restringe aos marcos educacionais e às instituições de educação formal, mas que dependem da ambiência cultural e social em que estiveram inseridos, bem como pelas vivências e práticas que desenvolvem ao longo de seus caminhos. Metodologicamente, foram utilizadas as pesquisas bibliográfica e documental, de acordo com Bacellar (2020), bem como a metodologia da História Oral, segundo Verena Alberti (2005). Deste modo, por meio do método de investigação histórica, foram desvelados os caminhos formativos enquanto líderes religiosas por parte das três ialorixás, que revelaram também os problemas do ser mulher negra e praticante do Candomblé no século XX, bem como as táticas acionadas por elas para continuarem no caminho do sagrado e manterem circulando o axé da nação Xambá em terras pernambucanas. Por meio de sua tradição afro-religiosa, essas mulheres assumiram um papel social de destaque não apenas como guardiãs, intérpretes e condutoras do axé, mas como lideranças locais que organizavam as demandas da comunidade dentro e, por vezes, fora de sua casa de culto. Para tanto, essas mulheres trabalharam em diferentes ofícios para sustentarem financeiramente seus terreiros, formaram redes de sociabilidade com a classe médica e com intelectuais de sua época, impetraram petições, disfarçaram seus terreiros de maracatu e coco de roda, bem como mobilizaram suas famílias consanguíneas e de santo em prol do funcionamento de sua casa de culto, atuando também na negociação e recriação dos meios de transmissão da cultura.


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45
  • RAIRAN DE ALMEIDA SILVA
  • UMA QUEDA NO VAZIO: UM ALIANÇAR ENTRE GLORIA ANZALDÚA E IMAGENS-EXPERIÊNCIAS PARA ANTROPOFÁGICUERIZAR A FORMAÇÃO HUMANA

  • Orientador : ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MARIA THEREZA DIDIER DE MORAES
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 20/12/2022

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  • lançam em queda livre, caem e quebram, mas se remontam com outras forças e incorporando outras formas. A partir dos estudos pós-estruturalistas no âmbito da Filosofia da educação, a presente dissertação evoca e articula os pensamentos queers e a pensadora chicana Gloria Anzaldúa para trilhar caminhos onde seja possível antropofágicuerizar a formação humana, ou seja, deglutir a teoria queer para evacuar, através da escritura, os processos de normalização vigentes nos processos educativos. O aporte metodológico passa pelo estranhamento do modus operandi dominante da episteme colonial-moderna, criando um roteiro que fabula a gestação de imagens-experiências a fim de entreabrir frestas para uma queda no vazio das palavras e da ordem discursiva que tenta limitar e restringir a formação do humano aos cânones ocidentais, convidando a dançar com outros corpos na filosofia da educação.


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  • XX

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  • MARIA DANIELA DA SILVA
  • A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, A POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO E O PROGRAMA TEMPO DE APRENDER: CONCEPÇÕES DE PRODUÇÃO DE TEXTOS ESCRITOS E ORIENTAÇÕES RELATIVAS AO SEU ENSINO NOS ANOS INICIAIS

  • Orientador : TELMA FERRAZ LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • LEILA NASCIMENTO DA SILVA
  • TELMA FERRAZ LEAL
  • Data: 29/12/2022

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  • A pesquisa objetivou analisar as concepções sobre produção de textos e ensino de produção de textos na alfabetização que permeiam às proposições na Base Nacional Comum Curriculalar (BNCC), na Polítca Nacional de Alfabetização (PNA) e no Programa Tempo de Aprender (PTA). Para alcançar tal objetivo, buscamos, especificamente, mapear os objetivos/habilidades de aprendizagem e as orientações didáticas para o ensino de produção de textos na BNCC e Na PNA, analisar as orientações do PTA para o ensino da produção de textos escritos e as aproximações e afastamentos entre esses três documentos. Nesse sentido, tendo em vista os objetivos expostos, situamos esse estudo em uma abordagem qualitativa do tipo documental. Na produção e análise dos dados, a metodologia empregada está baseada na análise do conteúdo. Os resultados indicam que há divergências entre as concepções de produção de textos e orientações nos documentos analisados. Identificamos que na BNCC há predominância da perspectiva sociointeracionista da linguagem e aproximação abordagem denominada alfabetização na perspectiva do letramento. A base defende que desde o início da alfabetização os alunos sejam colocados diante de situações significativas de produção de textos, concomitantemente às situações com foco na aprendizagem do SEA. Em relação às habilidades/objetivos de aprendizagem identificamos oscilações quanto algumas dimensões defendidas por Schnewly (1998) que não são contempladas, como: reflexão sobre os papeis assumidos na autoria do texto, e reflexões sobre a forma composicional do gênero. Por outro lado, tanto à PNA quanto o PTA, representam um retrocesso para o ensino da escrita na escola, isso porque, por meio dos conceitos mobilizados, identificamos a defesa da perspectiva fônica de alfabetização. Tal perspectiva vai na direção oposta dos estudos sobre o letramento e, consequentemente, da concepção de linguagem como interação e do texto como enunciado concreto e dialógico. Ao conceber a linguagem como código, à PNA corrobora para a ocorrência de um processo de ensino da produção de textos mecânico, repetitivo e descontextualizado. A orientação é que os alunos só sejam colocados diante de situações de produção de textos escritos após terem se apropriados do SEA.


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  • A pesquisa objetivou analisar as concepções sobre produção de textos e ensino de produção de textos na alfabetização que permeiam às proposições na Base Nacional Comum Curriculalar (BNCC), na Polítca Nacional de Alfabetização (PNA) e no Programa Tempo de Aprender (PTA). Para alcançar tal objetivo, buscamos, especificamente, mapear os objetivos/habilidades de aprendizagem e as orientações didáticas para o ensino de produção de textos na BNCC e Na PNA, analisar as orientações do PTA para o ensino da produção de textos escritos e as aproximações e afastamentos entre esses três documentos. Nesse sentido, tendo em vista os objetivos expostos, situamos esse estudo em uma abordagem qualitativa do tipo documental. Na produção e análise dos dados, a metodologia empregada está baseada na análise do conteúdo. Os resultados indicam que há divergências entre as concepções de produção de textos e orientações nos documentos analisados. Identificamos que na BNCC há predominância da perspectiva sociointeracionista da linguagem e aproximação abordagem denominada alfabetização na perspectiva do letramento. A base defende que desde o início da alfabetização os alunos sejam colocados diante de situações significativas de produção de textos, concomitantemente às situações com foco na aprendizagem do SEA. Em relação às habilidades/objetivos de aprendizagem identificamos oscilações quanto algumas dimensões defendidas por Schnewly (1998) que não são contempladas, como: reflexão sobre os papeis assumidos na autoria do texto, e reflexões sobre a forma composicional do gênero. Por outro lado, tanto à PNA quanto o PTA, representam um retrocesso para o ensino da escrita na escola, isso porque, por meio dos conceitos mobilizados, identificamos a defesa da perspectiva fônica de alfabetização. Tal perspectiva vai na direção oposta dos estudos sobre o letramento e, consequentemente, da concepção de linguagem como interação e do texto como enunciado concreto e dialógico. Ao conceber a linguagem como código, à PNA corrobora para a ocorrência de um processo de ensino da produção de textos mecânico, repetitivo e descontextualizado. A orientação é que os alunos só sejam colocados diante de situações de produção de textos escritos após terem se apropriados do SEA.

Teses
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  • GABRIELA LINS FALCAO
  • AS CONTRIBUIÇÕES FORMATIVAS, PEDAGÓGICAS E PROFISSIONAIS DA PESQUISA PARA O PROFESSOR DE PORTUGUÊS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

  • Orientador : LIVIA SUASSUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HERICA KARINA CAVALCANTI DE LIMA
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • LIVIA SUASSUNA
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • SIANE GOIS CAVALCANTI RODRIGUES
  • Data: 14/01/2022

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  • Os atuais dispositivos norteadores da formação inicial e continuada dos docentes no Brasil, bem como as pesquisas desenvolvidas no campo da formação de professores, em nosso país e ao redor do mundo, especialmente a partir da década de 1980, definem a atividade de pesquisa como parte fundamental à formação e à atuação de professores, nas diferentes etapas da educação (ANDRÉ, 2001; LÜDKE, 2001; SOARES, 2002; KLEIMAN, 2001; DINIZ-PEREIRA E ZEICHNER, 2011; PIMENTA, 2012; TARDIF E MOSCOSO, 2018). Tais produções apontam que não é apenas como processo cognitivo que a pesquisa pode contribuir para o desenvolvimento profissional, haja vista seu potencial para a construção e a aquisição de novos saberes por parte do pesquisador, mas também como prática social. Baseados nesse entendimento, discutimos, neste estudo, as contribuições formativas, pedagógicas e profissionais da pesquisa para o professor de português na educação básica, tendo em vista as transformações nas concepções teórico-metodológicas operadas no campo do ensino de língua portuguesa em decorrência dos avanços dos estudos linguísticos ocorridos nas últimas décadas (GERALDI, 1997 E 2018; DORNELLES, 2007; MAGALHÃES, T., GARCIA-REIS, A.  e FERREIRA, H., 2017; BUNZEN e NASCIMENTO, 2019). À luz da concepção de pesquisa descrita no continuum defendido por Beillerot (2001), produzimos dados por meio da aplicação de questionário e da realização de entrevistas semiestruturadas com nove professores pesquisadores de português em atuação na educação básica. Os resultados desta investigação, de natureza qualitativa, ratificam a importância da pesquisa como princípio formativo e como prática profissional de professores, desde a educação básica. Ademais, as experiências investigativas de nossos sujeitos e a proximidade destes com os processos de produção e de socialização do conhecimento, ao longo de suas trajetórias formativas e profissionais, revelaram-se como caminhos para a apropriação e (re)construção de abordagens discursivas de linguagem, em consonância com os estudos linguísticos mais atuais, contribuindo para suas práticas, bem como para a reconfiguração da identidade e do trabalho docente. O desenvolvimento de pesquisa, pois, para além dos sentidos de apropriação de seu objeto científico, consolidou-se como “espaço de resistência, de crédito e de mérito” (SCHNETZLER, 1998, p. 08), com impactos, inclusive, na identidade docente, e no reconhecimento e valorização profissional.


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  • Os atuais dispositivos norteadores da formação inicial e continuada dos docentes no Brasil, bem como as pesquisas desenvolvidas no campo da formação de professores, em nosso país e ao redor do mundo, especialmente a partir da década de 1980, definem a atividade de pesquisa como parte fundamental à formação e à atuação de professores, nas diferentes etapas da educação (ANDRÉ, 2001; LÜDKE, 2001; SOARES, 2002; KLEIMAN, 2001; DINIZ-PEREIRA E ZEICHNER, 2011; PIMENTA, 2012; TARDIF E MOSCOSO, 2018). Tais produções apontam que não é apenas como processo cognitivo que a pesquisa pode contribuir para o desenvolvimento profissional, haja vista seu potencial para a construção e a aquisição de novos saberes por parte do pesquisador, mas também como prática social. Baseados nesse entendimento, discutimos, neste estudo, as contribuições formativas, pedagógicas e profissionais da pesquisa para o professor de português na educação básica, tendo em vista as transformações nas concepções teórico-metodológicas operadas no campo do ensino de língua portuguesa em decorrência dos avanços dos estudos linguísticos ocorridos nas últimas décadas (GERALDI, 1997 E 2018; DORNELLES, 2007; MAGALHÃES, T., GARCIA-REIS, A.  e FERREIRA, H., 2017; BUNZEN e NASCIMENTO, 2019). À luz da concepção de pesquisa descrita no continuum defendido por Beillerot (2001), produzimos dados por meio da aplicação de questionário e da realização de entrevistas semiestruturadas com nove professores pesquisadores de português em atuação na educação básica. Os resultados desta investigação, de natureza qualitativa, ratificam a importância da pesquisa como princípio formativo e como prática profissional de professores, desde a educação básica. Ademais, as experiências investigativas de nossos sujeitos e a proximidade destes com os processos de produção e de socialização do conhecimento, ao longo de suas trajetórias formativas e profissionais, revelaram-se como caminhos para a apropriação e (re)construção de abordagens discursivas de linguagem, em consonância com os estudos linguísticos mais atuais, contribuindo para suas práticas, bem como para a reconfiguração da identidade e do trabalho docente. O desenvolvimento de pesquisa, pois, para além dos sentidos de apropriação de seu objeto científico, consolidou-se como “espaço de resistência, de crédito e de mérito” (SCHNETZLER, 1998, p. 08), com impactos, inclusive, na identidade docente, e no reconhecimento e valorização profissional.

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  • ALINE RENATA DOS SANTOS
  • RECONTEXTUALIZAÇÕES DOS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR DO CAMPO, INDÍGENA E QUILOMBOLA NAS FOTOGRAFIAS DOS LIVROS DIDÁTICOS: DISPUTAS ENTRE VISUALIDADES COLONIAL E TRANSGRESSORA

  • Orientador : JANSSEN FELIPE DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA RITA SARTORE
  • DENISE XAVIER TORRES
  • JANSSEN FELIPE DA SILVA
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MARIA JOSELMA DO NASCIMENTO FRANCO
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 07/02/2022

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  • Este relatório apresenta os resultados da pesquisa de doutorado que tratou das recontextualizações nas fotografias e nos contextos dos Livros Didáticos (LD) – Manuais dos Professores do PNLD 2019 e teve como Abordagem Teórica o diálogo entre os Estudos Pós-coloniais e o Feminismo Latino-americano Descolonial. Pressupomos que os princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola nas fotografias e em seus contextos são reinterpretados por meio de recontextualizações híbridas (LOPES, 2005), na tensão entre colonialidade/descolonização, patriarcado/despatriarcalização e racismo/desracialização na manutenção da visualidade colonial e na inserção de visualidades transgressoras outras. Nessa arena de disputas, concebemos que as fotografias são constituídas por modos de significação que buscam apresentar uma dada realidade como real, podendo reforçar relações de poder desiguais como naturais. Nesse sentido, os LD, enquanto tradutores das políticas curriculares nacionais, principalmente, a BNCC, assumem uma função importante como um dos fios que contribuem para a manutenção do tecido colonial, via colonialidade. No intuito de responder ao problema da pesquisa construímos o seguinte objetivo geral: compreender como se dão as recontextualizações dos princípios da Educação escolar do Campo, Indígena e Quilombola nas fotografias e em seus contextos dos LD – Manuais dos Professores. Para responder a esse objetivo, delimitamos os seguintes objetivos específicos: a) identificar e caracterizar as políticas curriculares direcionadas à Educação Escolar dos povos do campo, indígena e quilombola; b) identificar e caracterizar os princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola; c) identificar e caracterizar as coleções didáticas eleitas do PNLD 2019 e d) Identificar e caracterizar as fotografias e seus contextos que indicam recontextualizações dos princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola. Na busca por responder a esses objetivos, adotamos como procedimentos teórico-metodológicos a pesquisa documental, a Análise de Conteúdo via Análise Temática (BARDIN, 2011; VALA, 1990) e elementos da semiótica Peirceana (2005). Os resultados apontaram as disputas políticas, epistêmicas e sociais entorno dos conteúdos-conhecimentos que serão parte dos LD. A recontextualização dos princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola aproximam-se da interculturalidade funcional reforçando o sistema de dominação patriarcal-racista-capitalista-colonial-moderno por meio da política de identidade. Percebemos que as recontextualizações não ocorrem unicamente com esse fim, mas também acontece por meio de hibridismos tensionadas por movimentos que se aproximam da interculturalidade crítica imbricada à identidade em política, gestando pensamentos de fronteira. Nessa esteira, identificamos indícios de despatriarcalização, desracialização, descolonização tanto nas fotografias, gestando visualidades transgressoras, quanto nas orientações voltadas aos professores nos LD.


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  • Este relatório apresenta os resultados da pesquisa de doutorado que tratou das recontextualizações nas fotografias e nos contextos dos Livros Didáticos (LD) – Manuais dos Professores do PNLD 2019 e teve como Abordagem Teórica o diálogo entre os Estudos Pós-coloniais e o Feminismo Latino-americano Descolonial. Pressupomos que os princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola nas fotografias e em seus contextos são reinterpretados por meio de recontextualizações híbridas (LOPES, 2005), na tensão entre colonialidade/descolonização, patriarcado/despatriarcalização e racismo/desracialização na manutenção da visualidade colonial e na inserção de visualidades transgressoras outras. Nessa arena de disputas, concebemos que as fotografias são constituídas por modos de significação que buscam apresentar uma dada realidade como real, podendo reforçar relações de poder desiguais como naturais. Nesse sentido, os LD, enquanto tradutores das políticas curriculares nacionais, principalmente, a BNCC, assumem uma função importante como um dos fios que contribuem para a manutenção do tecido colonial, via colonialidade. No intuito de responder ao problema da pesquisa construímos o seguinte objetivo geral: compreender como se dão as recontextualizações dos princípios da Educação escolar do Campo, Indígena e Quilombola nas fotografias e em seus contextos dos LD – Manuais dos Professores. Para responder a esse objetivo, delimitamos os seguintes objetivos específicos: a) identificar e caracterizar as políticas curriculares direcionadas à Educação Escolar dos povos do campo, indígena e quilombola; b) identificar e caracterizar os princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola; c) identificar e caracterizar as coleções didáticas eleitas do PNLD 2019 e d) Identificar e caracterizar as fotografias e seus contextos que indicam recontextualizações dos princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola. Na busca por responder a esses objetivos, adotamos como procedimentos teórico-metodológicos a pesquisa documental, a Análise de Conteúdo via Análise Temática (BARDIN, 2011; VALA, 1990) e elementos da semiótica Peirceana (2005). Os resultados apontaram as disputas políticas, epistêmicas e sociais entorno dos conteúdos-conhecimentos que serão parte dos LD. A recontextualização dos princípios da Educação Escolar do Campo, Indígena e Quilombola aproximam-se da interculturalidade funcional reforçando o sistema de dominação patriarcal-racista-capitalista-colonial-moderno por meio da política de identidade. Percebemos que as recontextualizações não ocorrem unicamente com esse fim, mas também acontece por meio de hibridismos tensionadas por movimentos que se aproximam da interculturalidade crítica imbricada à identidade em política, gestando pensamentos de fronteira. Nessa esteira, identificamos indícios de despatriarcalização, desracialização, descolonização tanto nas fotografias, gestando visualidades transgressoras, quanto nas orientações voltadas aos professores nos LD.

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  • JULIO CESAR DE OLIVEIRA SANTOS
  • “A UNIVERSIDADE É PRA CABER QUEM?” Democratização, cidadanização e subjetivação nas trajetórias de estudantes LGBTI+ na Educação Superior.

  • Orientador : RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALICE RIBEIRO CASIMIRO LOPES
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO
  • ROBSON DA COSTA DE SOUZA
  • Data: 14/02/2022

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  • Esta tese de doutorado busca contribuir para a compreensão dos processos políticos recentes em torno da chamada “democratização” da Educação Superior e seus enlaçamentos com o conflituoso trajeto de “cidadanização” das “pessoas LGBTI+” ou de constituição dessa população enquanto “sujeitos de direitos” no Brasil. Centra-se em analisar como esses processos políticos e formas de subjetivação se perfazem através de narrativas de estudantes LGBTI+ que ingressaram na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) nos últimos anos. Para isso, busquei: a) destacar as articulações entre os processos de “cidadanização” da “população LGBTI+” e de “democratização” da Educação Superior no Brasil; b) entender como estudantes LGBTI+ colocam em movimento diferentes formas de produção da diferença e fluxos identitários nessas tramas políticas, nos cruzamentos entre distintos eixos de diferenciação social, como gênero, sexualidade, classe, racialização e territorialização; c) compreender como as reivindicações de modos de existência política na universidade, assumindo múltiplas formas corporais, imaginativas e estéticas, criam configurações plurais de agência que transformam o cotidiano curricular e as experiências mediadas por ele; d) analisar como essas existências também engendram e deslocam sentidos sobre a universidade, e assim disputam a materialização de seus espaços. Focalizo, portanto, em processos de produção de sujeitos, relações, repertórios e atuações políticas com e através da universidade.


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  • Esta tese de doutorado busca contribuir para a compreensão dos processos políticos recentes em torno da chamada “democratização” da Educação Superior e seus enlaçamentos com o conflituoso trajeto de “cidadanização” das “pessoas LGBTI+” ou de constituição dessa população enquanto “sujeitos de direitos” no Brasil. Centra-se em analisar como esses processos políticos e formas de subjetivação se perfazem através de narrativas de estudantes LGBTI+ que ingressaram na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) nos últimos anos. Para isso, busquei: a) destacar as articulações entre os processos de “cidadanização” da “população LGBTI+” e de “democratização” da Educação Superior no Brasil; b) entender como estudantes LGBTI+ colocam em movimento diferentes formas de produção da diferença e fluxos identitários nessas tramas políticas, nos cruzamentos entre distintos eixos de diferenciação social, como gênero, sexualidade, classe, racialização e territorialização; c) compreender como as reivindicações de modos de existência política na universidade, assumindo múltiplas formas corporais, imaginativas e estéticas, criam configurações plurais de agência que transformam o cotidiano curricular e as experiências mediadas por ele; d) analisar como essas existências também engendram e deslocam sentidos sobre a universidade, e assim disputam a materialização de seus espaços. Focalizo, portanto, em processos de produção de sujeitos, relações, repertórios e atuações políticas com e através da universidade.

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  • ANA CAROLINE DE ALMEIDA
  • EVENTOS E PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO EM DUAS ESCOLAS: UMA PERSPECTIVA ETNOGRÁFICA

  • Orientador : MARIA DO SOCORRO ALENCAR NUNES MACEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GABRIELA MEDEIROS NOGUEIRA
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • MARIA DO SOCORRO ALENCAR NUNES MACEDO
  • MARIA ELIETE SANTIAGO
  • VANIA MARIA DE OLIVEIRA
  • Data: 17/02/2022

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  •  

    Neste texto, apresentamos a tese provisoriamente intitulada Eventos e práticas de alfabetrização: uma perspectiva etnográfica. Entendemos que o exame dos processos vivos e concretos que acontecem nas salas de aula, pode trazer respostas mais apuradas aos desafios que ainda hoje incomodam professores, gestores e pesquisadores em geral. Em busca desses processos reais, a presente pesquisa, cujo construto teórico-metodológico basilar busca uma convergência entre uma “certa compreensão ético-crítico-política da educação” elaborada por Paulo Freire (1976, 1978, 2011,  2014, 2015) e uma perspectiva antropológica da escrita, com base nos Novos Estudos do Letramento – NEL (BARTON e HAMILTON, 2000, 2004; GEE, 2004; HEATH, 2004; STREET 2003, 2004, 2010, 2014; BARTLETT, 2007; 2010) e a filosofia da linguagem, a partir de pressupostos da Teoria da Enunciação ( BAKHTIN 1992, 1997, 2010) teve como objetivo geral captar, descrever e analisar eventos de alfabetização e compreender as práticas subjacentes a eles, em duas turmas de alfabetização, a saber: uma da Rede Municipal de Recife – PE e outra da Rede Municipal de São João del Rei – MG, ambas turmas de segundo ano, cujas professoras participaram do curso de formação em alfabetização oferecido no âmbito do PNAIC. Partimos da hipótese de que novos eventos de alfabetização e letramento pudessem  estar sendo construídos por professoras e alunos a partir da implementação das ações do programa, que se orientaram por 4 eixos: formação continuada para alfabetizadores; distribuição de materiais didáticos variados, entre eles, livros de literatura; avaliações sistemáticas;  gestão, controle social e mobilização. Metodologimante, optamos ainda pela perspectiva etnográfica, como uma lógica de investigação em educação (GREEN, DIXON, ZAHARLICK, 2005) e pela abordagem do Estudo de Caso Comparado – ECC (BARTLETT e VAVRUS, 2017). Estas opções nos possibilitaram documentar em detalhes práticas e eventos de alfabetização em contextos distintos, com vistas a uma análise constrativa e comparativa. Nossos resultados indicam que diferentes eventos foram construídos nas duas escolas e que o texto figurou como um elemento importante nos dois contextos. Entretanto, a presença do texto nas  duas salas de aula não representou uma outra concepção do que seja a linguagem e a alfabetização e de como deve ser o seu ensino.


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  •  

    Neste texto, apresentamos a tese provisoriamente intitulada Eventos e práticas de alfabetrização: uma perspectiva etnográfica. Entendemos que o exame dos processos vivos e concretos que acontecem nas salas de aula, pode trazer respostas mais apuradas aos desafios que ainda hoje incomodam professores, gestores e pesquisadores em geral. Em busca desses processos reais, a presente pesquisa, cujo construto teórico-metodológico basilar busca uma convergência entre uma “certa compreensão ético-crítico-política da educação” elaborada por Paulo Freire (1976, 1978, 2011,  2014, 2015) e uma perspectiva antropológica da escrita, com base nos Novos Estudos do Letramento – NEL (BARTON e HAMILTON, 2000, 2004; GEE, 2004; HEATH, 2004; STREET 2003, 2004, 2010, 2014; BARTLETT, 2007; 2010) e a filosofia da linguagem, a partir de pressupostos da Teoria da Enunciação ( BAKHTIN 1992, 1997, 2010) teve como objetivo geral captar, descrever e analisar eventos de alfabetização e compreender as práticas subjacentes a eles, em duas turmas de alfabetização, a saber: uma da Rede Municipal de Recife – PE e outra da Rede Municipal de São João del Rei – MG, ambas turmas de segundo ano, cujas professoras participaram do curso de formação em alfabetização oferecido no âmbito do PNAIC. Partimos da hipótese de que novos eventos de alfabetização e letramento pudessem  estar sendo construídos por professoras e alunos a partir da implementação das ações do programa, que se orientaram por 4 eixos: formação continuada para alfabetizadores; distribuição de materiais didáticos variados, entre eles, livros de literatura; avaliações sistemáticas;  gestão, controle social e mobilização. Metodologimante, optamos ainda pela perspectiva etnográfica, como uma lógica de investigação em educação (GREEN, DIXON, ZAHARLICK, 2005) e pela abordagem do Estudo de Caso Comparado – ECC (BARTLETT e VAVRUS, 2017). Estas opções nos possibilitaram documentar em detalhes práticas e eventos de alfabetização em contextos distintos, com vistas a uma análise constrativa e comparativa. Nossos resultados indicam que diferentes eventos foram construídos nas duas escolas e que o texto figurou como um elemento importante nos dois contextos. Entretanto, a presença do texto nas  duas salas de aula não representou uma outra concepção do que seja a linguagem e a alfabetização e de como deve ser o seu ensino.

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  • MARIA LUCIVANIA SOUZA DOS SANTOS
  • O “PROGRAMA EDUCAÇÃO INTEGRADA” EM MUNICÍPIOS PERNAMBUCANOS: PRIVATISMO E DESCARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO NA EDUCAÇÃO

  • Orientador : KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LÍGIA MARTHA COIMBRA DA COSTA COELHO
  • REBECCA SENN TARLAU
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • THERESA MARIA DE FREITAS ADRIAO
  • Data: 22/02/2022

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  • A Tese aborda, sob o viés dos complexos entrelaçamentos entre a educação (em tempo) integral e as ações de privatização da educação, o Programa Educação Integrada implementado em quinze Redes Municipais de Ensino pernambucanas, em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco e com a iniciativa privada. Analisamos os papéis desempenhados pelas esferas pública (estadual e municipais) e privada (parceiros) na implementação e execução do Programa, apontando fragilidades e potencialidades das ações previstas para o alcance da elevação da qualidade da oferta da educação infantil e a melhoria dos indicadores educacionais no ensino fundamental – principais resultados esperados pelo Programa. Com a intenção de produzir uma análise e interpretação crítica e compreensiva, o desenho teórico-metodológico segue o caminho que articula hermenêutica e dialética, considerando o contexto das contraditórias relações entre Estado e Sociedade no capitalismo, na perspectiva do método materialista histórico-dialético (BOSCHETTI, 2009), com trajetória analítico-interpretativa de dados ancorada no Método de Interpretação dos Sentidos (MINAYO, 2009). Os procedimentos e instrumentos metodológicos utilizados para a coleta de dados foram a análise documental, entrevistas semiestruturadas com coordenadoras do Programa, questionários com professores(as) que lecionam em escolas atendidas pelo Programa e com coordenadoras municipais. A análise e interpretação dos resultados demonstram que, de fato, há um enfraquecimento da educação pública com as estratégias utilizadas no âmbito do Programa Educação Integrada, a privatização da gestão e do currículo.


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  • A Tese aborda, sob o viés dos complexos entrelaçamentos entre a educação (em tempo) integral e as ações de privatização da educação, o Programa Educação Integrada implementado em quinze Redes Municipais de Ensino pernambucanas, em parceria com o Governo do Estado de Pernambuco e com a iniciativa privada. Analisamos os papéis desempenhados pelas esferas pública (estadual e municipais) e privada (parceiros) na implementação e execução do Programa, apontando fragilidades e potencialidades das ações previstas para o alcance da elevação da qualidade da oferta da educação infantil e a melhoria dos indicadores educacionais no ensino fundamental – principais resultados esperados pelo Programa. Com a intenção de produzir uma análise e interpretação crítica e compreensiva, o desenho teórico-metodológico segue o caminho que articula hermenêutica e dialética, considerando o contexto das contraditórias relações entre Estado e Sociedade no capitalismo, na perspectiva do método materialista histórico-dialético (BOSCHETTI, 2009), com trajetória analítico-interpretativa de dados ancorada no Método de Interpretação dos Sentidos (MINAYO, 2009). Os procedimentos e instrumentos metodológicos utilizados para a coleta de dados foram a análise documental, entrevistas semiestruturadas com coordenadoras do Programa, questionários com professores(as) que lecionam em escolas atendidas pelo Programa e com coordenadoras municipais. A análise e interpretação dos resultados demonstram que, de fato, há um enfraquecimento da educação pública com as estratégias utilizadas no âmbito do Programa Educação Integrada, a privatização da gestão e do currículo.

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  • LUIZ EDUARDO ALVES BEZERRA DO NASCIMENTO
  • O CONCEITO DE NICO ECOLÓGICO NOS LIVROS DE ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE ECOLÓGICA E PRAXEOLÓGICA.

  • Orientador : LUCIANA ROSA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA PAULA DE AVELAR BRITO LIMA
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • FRANCIMAR MARTINS TEIXEIRA MACEDO
  • KENIO ERITHON CAVALCANTE LIMA
  • SUZANE BEZERRA DE FRANCA
  • Data: 25/02/2022

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  • O objetivo deste trabalho foi compreender onde e como vive o conceito de nicho ecológico em livros didáticos de ecologia do ensino superior. Para isso, selecionamos cinco livros de ecologia sugeridos para o curso de graduação de licenciatura em ciências biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A metodologia de natureza qualitativa foi pautada na pesquisa documental. A construção empírica se dividiu em duas etapas: Na primeira fizemos uma análise sobre a abordagem dada ao curso de ecologia no curso de licenciatura em ciências biológicas, comparando-a com a abordagem nos cursos de bacharelado em ciências biológicas e de ciências biológicas com ênfase em ciências ambientais. Em seguida nos debruçamos na análise dos livros didáticos a fim de estabelecermos uma análise ecológica e praxeológica para o conceito de nicho ecológico nos livros de ecologia do ensino superior, bem como identificar os objetos ostensivos e não ostensivos mobilizados no tratamento de tal conceito. Finalizamos nossa análise com a identificação das organizações didáticas apresentadas pelos manuais. Nossas análises evidenciaram que a ecologia tratada no curso de formação de professores não apresenta o mesmo aprofundamento, quando comparada à ecologia estudada na formação de bacharéis em biologia e ecologia, seja por causa da baixa carga horária, seja pelo fato da disciplina ser estudada nos anos finais da formação universitária, impossibilitando o diálogo com outros domínios das ciências biológicas. A análise ecológica nos livros didáticos mostrou que o conceito de nicho ecológico pode ser encontrado tanto nos capítulos introdutórios de ecologia, quanto nos capítulos que tratam da ecologia de comunidades. Observou-se, igualmente, cinco diferentes funções para o conceito de nicho: conceitual, estrutural, histórica, interpretativa e explicativa. A análise praxeológica, por sua vez, nos permitiu a identificação de dez diferentes tipos de tarefas, dentre os quais destacamos: 1) diferenciar os conceitos de hábitat e nicho, 2) conceituar o princípio da exclusão competitiva de Gause, 3) analisar situações envolvendo a sobreposição de nichos ecológicos, 4) diferenciar os conceitos de nicho percebido e nicho fundamental e 5) estabelecer relações entre o conceito de nicho com outros conceitos. Uma análise mais detalhada para a identificação dos objetos ostensivos e não ostensivos, demonstrou que seis são os principais objetos não ostensivos mobilizados no estudo do nicho ecológico, destacando-se os conceitos de: nicho fundamental, nicho realizado, amplitude de nicho, sobreposição de nicho, diversidade de nicho e multidimensionalidade do nicho, representados especialmente através dos objetos ostensivos do tipo escritural e gráfico. Por fim o mapeamento das obras demonstrou três diferentes organizações didáticas: tecnicista, teoricista e modernista. Concluímos, portanto, que o conceito de nicho ecológico apresenta um papel central para a formação ecológica dos professores de ciências e biologia, de modo que a compreensão de tal conceito possibilita que estes elaborem situações didáticas que conduzam à uma reflexão científica crítica a partir das problemáticas ambientais a nível local, nacional e internacional.


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  • O objetivo deste trabalho foi compreender onde e como vive o conceito de nicho ecológico em livros didáticos de ecologia do ensino superior. Para isso, selecionamos cinco livros de ecologia sugeridos para o curso de graduação de licenciatura em ciências biológicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A metodologia de natureza qualitativa foi pautada na pesquisa documental. A construção empírica se dividiu em duas etapas: Na primeira fizemos uma análise sobre a abordagem dada ao curso de ecologia no curso de licenciatura em ciências biológicas, comparando-a com a abordagem nos cursos de bacharelado em ciências biológicas e de ciências biológicas com ênfase em ciências ambientais. Em seguida nos debruçamos na análise dos livros didáticos a fim de estabelecermos uma análise ecológica e praxeológica para o conceito de nicho ecológico nos livros de ecologia do ensino superior, bem como identificar os objetos ostensivos e não ostensivos mobilizados no tratamento de tal conceito. Finalizamos nossa análise com a identificação das organizações didáticas apresentadas pelos manuais. Nossas análises evidenciaram que a ecologia tratada no curso de formação de professores não apresenta o mesmo aprofundamento, quando comparada à ecologia estudada na formação de bacharéis em biologia e ecologia, seja por causa da baixa carga horária, seja pelo fato da disciplina ser estudada nos anos finais da formação universitária, impossibilitando o diálogo com outros domínios das ciências biológicas. A análise ecológica nos livros didáticos mostrou que o conceito de nicho ecológico pode ser encontrado tanto nos capítulos introdutórios de ecologia, quanto nos capítulos que tratam da ecologia de comunidades. Observou-se, igualmente, cinco diferentes funções para o conceito de nicho: conceitual, estrutural, histórica, interpretativa e explicativa. A análise praxeológica, por sua vez, nos permitiu a identificação de dez diferentes tipos de tarefas, dentre os quais destacamos: 1) diferenciar os conceitos de hábitat e nicho, 2) conceituar o princípio da exclusão competitiva de Gause, 3) analisar situações envolvendo a sobreposição de nichos ecológicos, 4) diferenciar os conceitos de nicho percebido e nicho fundamental e 5) estabelecer relações entre o conceito de nicho com outros conceitos. Uma análise mais detalhada para a identificação dos objetos ostensivos e não ostensivos, demonstrou que seis são os principais objetos não ostensivos mobilizados no estudo do nicho ecológico, destacando-se os conceitos de: nicho fundamental, nicho realizado, amplitude de nicho, sobreposição de nicho, diversidade de nicho e multidimensionalidade do nicho, representados especialmente através dos objetos ostensivos do tipo escritural e gráfico. Por fim o mapeamento das obras demonstrou três diferentes organizações didáticas: tecnicista, teoricista e modernista. Concluímos, portanto, que o conceito de nicho ecológico apresenta um papel central para a formação ecológica dos professores de ciências e biologia, de modo que a compreensão de tal conceito possibilita que estes elaborem situações didáticas que conduzam à uma reflexão científica crítica a partir das problemáticas ambientais a nível local, nacional e internacional.

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  • EDILSON LAURENTINO DOS SANTOS
  • CIBERCULTURA E EDUCAÇÃO FÍSICA NAS IFES DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL: COMO SE ENCONTRA ESSA RELAÇÃO?

  • Orientador : VILDE GOMES DE MENEZES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MÁRIO RUI COELHO TEIXEIRA
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • HAROLDO MORAES DE FIGUEIREDO
  • MARCOS ANDRÉ NUNES DA COSTA
  • VILDE GOMES DE MENEZES
  • Data: 11/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • As transformações advindas da Terceira Revolução Tecnológica que apresentaram
    inovações tecnocientíficas em larga escala, causaram grandes mudanças nos contextos
    culturais, sociais e educacionais contemporâneas. A Educação Física, enquanto uma
    área do conhecimento, já sofre as interferências da presença das Tecnologias da
    Informação e Comunicação em suas propostas pedagógicas e didáticas, alterando as
    dimensões de espaço e tempo do fazer-pedagógicos. A pesquisa teve o objetivo de
    descrever a eventual e/ou processual presença de cibercultura nos cursos de Educação
    Física da IFES na Região Nordeste do Brasil. Nossa fundamentação teórica está
    lastreada na Filosofia da Informação do filósofo Pierre Lévy, que se notabilizou pela
    análise dos impacto da Internet na sociedade, através do conceito de cibercultura,
    gerando as chamadas humanidades digitais e o virtual. Também contribuiu com nossa
    pesquisa os estudos do sociólogo Manoel Castells com a base reflexiva da Sociedade
    em Rede, e André Lemos com a base reflexiva da Comunicação e Cibercultura.
    Adotamos o viés metodológico da pesquisa bibliográfica e Descritiva, no intuito de
    proporcionar maior familiaridade com o problema e o aprofundamento analítico do
    fenômeno, associada à técnica de Análise de Conteúdo da Bardin onde definimos
    categorias centrais de análise para constituir os fundamentos do estudo, e os dados
    foram tratados pelo software IRAMUTEQ (Versão 0.7 Alpha 2 e R Versão 3.2.3). O
    resultado de nossa pesquisa evidenciou que há uma ausência das ferramentas
    tecnológicas da informação e comunicação na formação geral dos acadêmicos dos
    cursos de graduação em Educação Física nas IFES pesquisadas. A partir dos relatos
    coletados nas entrevistas realizada com professores, foram evidenciadas a ausência de
    disciplinas e conteúdos acercas da cibercultura e das tecnologias na proposta curricular
    ofertada, carência infraestrutural para trabalhar com as tecnologias digitais em
    Ambientes Virtuais Educacionais, e quase nenhuma atividade realizada no ensino,
    pesquisa, extensão e inovação com as temáticas sobre cibercultura, o que foi
    evidenciado durante a pandemia da COVID-19, onde as IFES foram orientadas a
    realizar aulas remotas, e o percentual assistido por estas atividades foi baixíssimo,
    evidenciando ambiente de “exclusão digital”.


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  • As transformações advindas da Terceira Revolução Tecnológica que apresentaram
    inovações tecnocientíficas em larga escala, causaram grandes mudanças nos contextos
    culturais, sociais e educacionais contemporâneas. A Educação Física, enquanto uma
    área do conhecimento, já sofre as interferências da presença das Tecnologias da
    Informação e Comunicação em suas propostas pedagógicas e didáticas, alterando as
    dimensões de espaço e tempo do fazer-pedagógicos. A pesquisa teve o objetivo de
    descrever a eventual e/ou processual presença de cibercultura nos cursos de Educação
    Física da IFES na Região Nordeste do Brasil. Nossa fundamentação teórica está
    lastreada na Filosofia da Informação do filósofo Pierre Lévy, que se notabilizou pela
    análise dos impacto da Internet na sociedade, através do conceito de cibercultura,
    gerando as chamadas humanidades digitais e o virtual. Também contribuiu com nossa
    pesquisa os estudos do sociólogo Manoel Castells com a base reflexiva da Sociedade
    em Rede, e André Lemos com a base reflexiva da Comunicação e Cibercultura.
    Adotamos o viés metodológico da pesquisa bibliográfica e Descritiva, no intuito de
    proporcionar maior familiaridade com o problema e o aprofundamento analítico do
    fenômeno, associada à técnica de Análise de Conteúdo da Bardin onde definimos
    categorias centrais de análise para constituir os fundamentos do estudo, e os dados
    foram tratados pelo software IRAMUTEQ (Versão 0.7 Alpha 2 e R Versão 3.2.3). O
    resultado de nossa pesquisa evidenciou que há uma ausência das ferramentas
    tecnológicas da informação e comunicação na formação geral dos acadêmicos dos
    cursos de graduação em Educação Física nas IFES pesquisadas. A partir dos relatos
    coletados nas entrevistas realizada com professores, foram evidenciadas a ausência de
    disciplinas e conteúdos acercas da cibercultura e das tecnologias na proposta curricular
    ofertada, carência infraestrutural para trabalhar com as tecnologias digitais em
    Ambientes Virtuais Educacionais, e quase nenhuma atividade realizada no ensino,
    pesquisa, extensão e inovação com as temáticas sobre cibercultura, o que foi
    evidenciado durante a pandemia da COVID-19, onde as IFES foram orientadas a
    realizar aulas remotas, e o percentual assistido por estas atividades foi baixíssimo,
    evidenciando ambiente de “exclusão digital”.

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  • FÁBIO MARQUES BEZERRA
  • A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA PELO EXÉRCITO BRASILEIRO: DO ETHOS MILITAR AO AGIR PEDAGÓGICO NA REVISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA (1932-1959)

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • JOSE LUIS SIMOES
  • TONY HONORATO
  • WALLACY MILTON DO NASCIMENTO FEITOSA
  • Data: 25/03/2022

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  • Muito se escreveu sobre os processos e as práticas da Educação Física no Brasil do século XX enquanto fenômenos históricos, percebendo-a sob o ponto de vista situacional e balizada no saber higienista e na ação militarista. Contudo, são encontradas poucas produções voltadas a analisar a construção imaginária do professor de Educação Física seguindo o horizonte discursivo e o potencial (in)formativo de um material de grande relevância histórica, como foi a Revista de Educação Física. Diante da perspectiva de reconstruir uma interpretação da realidade a partir dos modos de ser, de pensar e de fazer dos discursos estratégicos proferidos pelas “vozes” representativas do Exército, visualizando a produção de (novos) sentidos e significados a partir das transformações resultantes de saberes, racionalidades e sensibilidades formativas e pedagógicas, o objetivo desta tese foi analisar a(s) forma(s) que os discursos apresentados pelo projeto educacional militar e encontrados na Revista de Educação Física entre os anos de 1932 e 1959 contribuíram para a construção de uma determinada imagem do professor de Educação Física escolar. Para isso, lançou-se mão da pesquisa documental sob o método historiográfico, partindo para a construção de uma narrativa revisionista baseada nos conceitos de “operação historiográfica” e de “história como ficção” (CERTEAU, 1982) e na perspectiva da Análise do Discurso (MAINGUENEAU, 2011; ORLANDI, 2003), tendo nas iniciativas, estratégias e práticas de representação relacionadas aos processos de identificação e (re)significação da imagem docente o ponto principal de análise. Percebeu-se que, à medida que o Exército, no seu projeto de modernização e de agência “educadora da Pátria”, buscava se afirmar como instituição “autorizada” a construir sentidos e significados para a Educação Física, estabelecia um perfil docente a partir do ethos militar e das intencionalidades do seu agir pedagógico na escola. Todavia, esse vir-a-ser professor seria resultante de representações discursivas apoiadas na situação histórico-social, na ideologia e em modos estratégicos que se mostravam persuasivos e autoritários, determinando, desse jeito, a presença de dispositivos de poder para a constituição de um modelo a ser perpetuado em outras instâncias formadoras


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  • Muito se escreveu sobre os processos e as práticas da Educação Física no Brasil do século XX enquanto fenômenos históricos, percebendo-a sob o ponto de vista situacional e balizada no saber higienista e na ação militarista. Contudo, são encontradas poucas produções voltadas a analisar a construção imaginária do professor de Educação Física seguindo o horizonte discursivo e o potencial (in)formativo de um material de grande relevância histórica, como foi a Revista de Educação Física. Diante da perspectiva de reconstruir uma interpretação da realidade a partir dos modos de ser, de pensar e de fazer dos discursos estratégicos proferidos pelas “vozes” representativas do Exército, visualizando a produção de (novos) sentidos e significados a partir das transformações resultantes de saberes, racionalidades e sensibilidades formativas e pedagógicas, o objetivo desta tese foi analisar a(s) forma(s) que os discursos apresentados pelo projeto educacional militar e encontrados na Revista de Educação Física entre os anos de 1932 e 1959 contribuíram para a construção de uma determinada imagem do professor de Educação Física escolar. Para isso, lançou-se mão da pesquisa documental sob o método historiográfico, partindo para a construção de uma narrativa revisionista baseada nos conceitos de “operação historiográfica” e de “história como ficção” (CERTEAU, 1982) e na perspectiva da Análise do Discurso (MAINGUENEAU, 2011; ORLANDI, 2003), tendo nas iniciativas, estratégias e práticas de representação relacionadas aos processos de identificação e (re)significação da imagem docente o ponto principal de análise. Percebeu-se que, à medida que o Exército, no seu projeto de modernização e de agência “educadora da Pátria”, buscava se afirmar como instituição “autorizada” a construir sentidos e significados para a Educação Física, estabelecia um perfil docente a partir do ethos militar e das intencionalidades do seu agir pedagógico na escola. Todavia, esse vir-a-ser professor seria resultante de representações discursivas apoiadas na situação histórico-social, na ideologia e em modos estratégicos que se mostravam persuasivos e autoritários, determinando, desse jeito, a presença de dispositivos de poder para a constituição de um modelo a ser perpetuado em outras instâncias formadoras

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  • EDIMA VERONICA DE MORAIS
  • DISPUTA DE HEGEMONIA NA POLÍTICA DE ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO: DO CONTROLE DO TRABALHO DOCENTE, AOS MOVIMENTOS DE CONTESTAÇÃO E RESISTÊNCIA DOS PROFESSORES DA REDE ESTADUAL.

  • Orientador : JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RONALDO MARCOS DE LIMA ARAÚJO
  • JAMERSON ANTONIO DE ALMEIDA DA SILVA
  • JOSE NILDO ALVES CAU
  • LUCIANA APARECIDA ALIAGA AZARA DE OLIVEIRA
  • RAMON DE OLIVEIRA
  • Data: 31/03/2022

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  • Esta tese de doutorado aborda a disputa de hegemonia nas políticas educacionais para o ensino médio no estado de Pernambuco. O estudo analisa em que medida professores e estudantes das escolas de ensino médio e seus organismos representativos contestam a direção intelectual e moral adotada pelo governo estadual, baseada em modelos advindos dos ambientes empresariais. Nesse sentido, os objetivos específicos são: a) Analisar se as ações desenvolvidas por professores e estudantes, através de seus organismos de classe, se constituem como um movimento orgânico; b) identificar os pontos de tensão existentes entre professores, gestores e estudantes em relação à política estadual para o ensino médio; c) Investigar o nível de participação dos professores e estudantes em seus organismos de classe; d) Analisar a interação entre direção e base, identificando os processos de formação política no interior das organizações de classe de professores e estudantes. Os pressupostos teóricos estão alinhados com os estudos de Gramsci sobre Hegemonia, Estado ampliado, Educação Integral, Revolução Passiva e Intelectual orgânico. Este trabalho também se fundamenta nas contribuições de autoras e autores como: Gramsci (1976;1982;1999; 1984; 1986; 2004;2011);  Marx (1988; 2010); Abílio (2014); Freitas (2018); Dejours (2003); Krupskaya (2017) para compreendermos como a adoção da gestão gerencial, imprime nas escolas a lógica das organizações empresariais, com forte ênfase nos resultados através de avaliações de larga escala e como isso ao longo dos anos vem afetando o trabalho dos docentes e as relações dentro dos espaços escolares promovendo a intensificação, precarização, responsabilização e controle do trabalho docente. Para além, essas autoras e autores, dentre outros, nos ajudam a entender os processos de construção de resistência dos professores, estudantes e gestores das Escolas de Referência em Ensino Médio. Como procedimento de coleta de dados realizamos entrevistas 33 sujeitos, sendo duas estudantes que participaram do movimento de ocupações das escolas em 2015; um representante da entidade representativa dos estudantes secundarista (UESPE e UESC); vinte e sete professoras e professores; três dirigentes sindicais, sendo duas do SINTEPE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco) e um da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação); a pesquisa dos documentos oficiais produzidos pela Secretaria do Estado de Pernambuco; do documento “Seminário Escolas de Referência: Qual escola queremos?” (2015) produzido pelo SINTEPE e a Lei nº 15. 973/2016 que institui o Adicional de Eficiência Gerencial. Com a produção dos dados e a análise foi possível observarmos que os docentes apresentam grande dificuldade de organização coletiva e não conseguem construir um movimento de resistência consistente capaz de fazer frente ao imposto pela política para o ensino médio em Pernambuco. Ora isto acontece devido a diversos fatores e estratégias desenvolvidas pelo Estado com o objetivo de enfraquecer e controlar as sublevações dos trabalhadores da educação.


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  • Esta tese de doutorado aborda a disputa de hegemonia nas políticas educacionais para o ensino médio no estado de Pernambuco. O estudo analisa em que medida professores e estudantes das escolas de ensino médio e seus organismos representativos contestam a direção intelectual e moral adotada pelo governo estadual, baseada em modelos advindos dos ambientes empresariais. Nesse sentido, os objetivos específicos são: a) Analisar se as ações desenvolvidas por professores e estudantes, através de seus organismos de classe, se constituem como um movimento orgânico; b) identificar os pontos de tensão existentes entre professores, gestores e estudantes em relação à política estadual para o ensino médio; c) Investigar o nível de participação dos professores e estudantes em seus organismos de classe; d) Analisar a interação entre direção e base, identificando os processos de formação política no interior das organizações de classe de professores e estudantes. Os pressupostos teóricos estão alinhados com os estudos de Gramsci sobre Hegemonia, Estado ampliado, Educação Integral, Revolução Passiva e Intelectual orgânico. Este trabalho também se fundamenta nas contribuições de autoras e autores como: Gramsci (1976;1982;1999; 1984; 1986; 2004;2011);  Marx (1988; 2010); Abílio (2014); Freitas (2018); Dejours (2003); Krupskaya (2017) para compreendermos como a adoção da gestão gerencial, imprime nas escolas a lógica das organizações empresariais, com forte ênfase nos resultados através de avaliações de larga escala e como isso ao longo dos anos vem afetando o trabalho dos docentes e as relações dentro dos espaços escolares promovendo a intensificação, precarização, responsabilização e controle do trabalho docente. Para além, essas autoras e autores, dentre outros, nos ajudam a entender os processos de construção de resistência dos professores, estudantes e gestores das Escolas de Referência em Ensino Médio. Como procedimento de coleta de dados realizamos entrevistas 33 sujeitos, sendo duas estudantes que participaram do movimento de ocupações das escolas em 2015; um representante da entidade representativa dos estudantes secundarista (UESPE e UESC); vinte e sete professoras e professores; três dirigentes sindicais, sendo duas do SINTEPE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco) e um da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação); a pesquisa dos documentos oficiais produzidos pela Secretaria do Estado de Pernambuco; do documento “Seminário Escolas de Referência: Qual escola queremos?” (2015) produzido pelo SINTEPE e a Lei nº 15. 973/2016 que institui o Adicional de Eficiência Gerencial. Com a produção dos dados e a análise foi possível observarmos que os docentes apresentam grande dificuldade de organização coletiva e não conseguem construir um movimento de resistência consistente capaz de fazer frente ao imposto pela política para o ensino médio em Pernambuco. Ora isto acontece devido a diversos fatores e estratégias desenvolvidas pelo Estado com o objetivo de enfraquecer e controlar as sublevações dos trabalhadores da educação.

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  • FERNANDA MICHELLE PEREIRA GIRÃO
  • LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SENTIDOS PRODUZIDOS POR CRIANÇAS E PROFESSORAS EM PROCESSOS DE APRENDIZAGEM COMPARTILHADA

  • Orientador : ANA CAROLINA PERRUSI ALVES BRANDAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SARA MOURÃO MONTEIRO
  • ALEXSANDRO DA SILVA
  • ANA CAROLINA PERRUSI ALVES BRANDAO
  • MONICA CORREIA BAPTISTA
  • VANESSA FERRAZ ALMEIDA NEVES
  • Data: 11/04/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa investigou as práticas de leitura e escrita na educação infantil, a partir dos sentidos produzidos por crianças (de três a cinco anos) e suas professoras, bem como das interações entre esses sujeitos na construção compartilhada de conhecimentos sobre a linguagem escrita. Considerando a complexidade dos aspectos que constituem os campos teóricos da Linguagem Escrita e da Educação da Primeira Infância, buscamos contribuir para o debate sobre o tema numa abordagem interpretativa dos processos de interação da criança pequena com a escrita e com o outro no contexto da instituição educativa. Em um processo investigativo que se construiu em interlocução com docentes e crianças, realizamos entrevistas com duas professoras que atuavam em uma instituição de educação infantil da rede municipal de ensino do Recife, observação participante e rodas de conversa com essas educadoras e seu grupo de crianças. O processo de produção e análise dos dados ancorou-se nos autores dos estudos da criança (CORSARO, 2005, 2009; SARMENTO, 2003, 2004, 2015) e nos estudos do campo da linguagem escrita (BRANDÃO; LEAL, 2010; BRANDÃO; ROSA, 2021; MORAIS 2012; SOARES 2011a, 2011b, 2019, 2020). Constatamos que as duas professoras buscaram planejar e encaminhar situações envolvendo a aprendizagem da linguagem escrita nos eixos da apropriação do Sistema de Escrita Alfabética e do letramento em um trabalho amalgamado por diferentes concepções de linguagem, de aprendizagem, de criança e de educação infantil. Também observamos que as docentes mobilizaram estratégias de mediação que ajudaram as crianças tanto na apropriação da cultura escrita quanto na reflexão sobre a notação escrita. Porém, os arranjos interativos e a organização do tempo nas práticas de leitura e escrita se revelaram como duas categorias pouco sintonizadas com as especificidades da educação infantil, sobretudo no grupo 5, possivelmente, em virtude da aproximação com o ensino fundamental. As crianças dos dois grupos vivenciaram experiências de exploração da linguagem escrita, mesmo sem o direcionamento ou a autorização dos adultos, indicando a necessidade de maior conexão entre prática docente e culturas da infância. Por fim, os dados indicam que os sentidos produzidos pelos sujeitos sobre as práticas de leitura e escrita são tecidos em uma complexa rede de ações e discursos que desenham o cotidiano e somente podem ser compreendidos de maneira relacional, a partir das subjetividades que se constroem e se revelam no contexto específico de cada grupo. Concluímos ainda que as trajetórias e experiências profissionais das professoras, as experiências pessoais das crianças e as expectativas de suas famílias são alguns aspectos que atravessam esses sentidos, afetando os sujeitos e sendo por eles afetados.


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  • A presente pesquisa investigou as práticas de leitura e escrita na educação infantil, a partir dos sentidos produzidos por crianças (de três a cinco anos) e suas professoras, bem como das interações entre esses sujeitos na construção compartilhada de conhecimentos sobre a linguagem escrita. Considerando a complexidade dos aspectos que constituem os campos teóricos da Linguagem Escrita e da Educação da Primeira Infância, buscamos contribuir para o debate sobre o tema numa abordagem interpretativa dos processos de interação da criança pequena com a escrita e com o outro no contexto da instituição educativa. Em um processo investigativo que se construiu em interlocução com docentes e crianças, realizamos entrevistas com duas professoras que atuavam em uma instituição de educação infantil da rede municipal de ensino do Recife, observação participante e rodas de conversa com essas educadoras e seu grupo de crianças. O processo de produção e análise dos dados ancorou-se nos autores dos estudos da criança (CORSARO, 2005, 2009; SARMENTO, 2003, 2004, 2015) e nos estudos do campo da linguagem escrita (BRANDÃO; LEAL, 2010; BRANDÃO; ROSA, 2021; MORAIS 2012; SOARES 2011a, 2011b, 2019, 2020). Constatamos que as duas professoras buscaram planejar e encaminhar situações envolvendo a aprendizagem da linguagem escrita nos eixos da apropriação do Sistema de Escrita Alfabética e do letramento em um trabalho amalgamado por diferentes concepções de linguagem, de aprendizagem, de criança e de educação infantil. Também observamos que as docentes mobilizaram estratégias de mediação que ajudaram as crianças tanto na apropriação da cultura escrita quanto na reflexão sobre a notação escrita. Porém, os arranjos interativos e a organização do tempo nas práticas de leitura e escrita se revelaram como duas categorias pouco sintonizadas com as especificidades da educação infantil, sobretudo no grupo 5, possivelmente, em virtude da aproximação com o ensino fundamental. As crianças dos dois grupos vivenciaram experiências de exploração da linguagem escrita, mesmo sem o direcionamento ou a autorização dos adultos, indicando a necessidade de maior conexão entre prática docente e culturas da infância. Por fim, os dados indicam que os sentidos produzidos pelos sujeitos sobre as práticas de leitura e escrita são tecidos em uma complexa rede de ações e discursos que desenham o cotidiano e somente podem ser compreendidos de maneira relacional, a partir das subjetividades que se constroem e se revelam no contexto específico de cada grupo. Concluímos ainda que as trajetórias e experiências profissionais das professoras, as experiências pessoais das crianças e as expectativas de suas famílias são alguns aspectos que atravessam esses sentidos, afetando os sujeitos e sendo por eles afetados.

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  • VALÉRIA SUELY SIMÕES BARZA
  • O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA ESCRITA ALFABÉTICA NA REDE MUNICIPAL DE GARANHUNS: O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DAS CRIANÇAS DO ÚLTIMO ANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Orientador : ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA PERRUSI ALVES BRANDAO
  • ANA CATARINA DOS SANTOS PEREIRA CABRAL
  • ANA PAULA FERNANDES DA SILVEIRA MOTA
  • ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • Data: 22/04/2022

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  • A presente pesquisa pretendeu investigar práticas docentes do ensino da língua escrita na transição das crianças do último ano da Educação Infantil (EI) para o primeiro ano do Ensino Fundamental (EF), tomando como foco a construção das aprendizagens das crianças neste percurso, em escolas situadas no município de Garanhuns-PE. Buscou especificamente: analisar os documentos disponíveis para nortear as práticas das professoras para organizar o ensino da língua escrita em na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental; caracterizar os recursos didáticos utilizados por elas para promover reflexões e interações com a língua escrita. Buscou ainda, analisar as práticas docentes com foco na aprendizagem inicial da escrita na Educação Infantil e primeiro ano do Ensino Fundamental, identificando as possíveis continuidades e descontinuidades dessas práticas, acompanhando as aprendizagens das crianças no processo de saída da Educação Infantil e ao longo do Primeiro ano do Ensino Fundamental, visando verificar os possíveis avanços ao longo dessa passagem.

    E por fim, analisamos as concepções das professoras sobre o ensino da escrita no processo de transição das crianças da etapa final da Educação Infantil e no primeiro ano do Ensino Fundamental. O campo de investigação foram duas escolas da rede pública municipal do referido município (Escola A e Escola B). Acompanhamos os grupos de crianças da última etapa da EI das duas escolas na transição das crianças para o 1ºano do Ensino Fundamental (Turma AEI e Turma AEF; Turma BEI e Turma BEF). Logo, trata-se de uma pesquisa longitudinal, tendo em vista este acompanhamento das crianças de uma etapa a outra. Utilizamos como instrumento de pesquisa a observação das práticas docentes, a análise documental das Propostas pedagógicas municipais e das orientações curriculares nacional e estadual e, realizamos atividades avaliativas na EI, sobre a escrita alfabética e a produção de um relato, a fim de identificar os conhecimentos construídos ao longo da transição para o EF. Realizamos entrevistas com as professoras buscando identificar seus conhecimentos pragmáticos e ou teóricos com os quais embasaram suas ações didáticas. A partir de nossas análises verificamos, no que diz respeito aos documentos destinados às orientações docentes, uma ausência de orientações didáticas especificas em relação aos objetivos sobre o que ensinar e como ensinar às crianças, tanto a nível nacional quanto municipal. Tal ausência contribui para que os docentes organizem suas práticas adotando diferentes “caminhos” apontados por Brandão (2010) ou ficando à deriva sobre quais conhecimentos priorizar para promover diferentes experiências das crianças com a escrita alfabética (MORAIS, ALBUQUERQUE E BRANDÃO 2016), sem de fato, garantir às crianças a aprendizagem da língua escrita como instrumento de comunicação na vida em sociedade. Quanto a transição das crianças da EI para o EF, percebemos que em tese, é um processo complexo, que precisa ser levado em conta alguns aspectos, como por exemplo, as estruturas físicas das escolas e, o trabalho administrativo e de gestão escolar pautado no respeito às especificidades das crianças sejam da EI ou do EF. Além das práticas docentes desenvolvidas com e para as crianças a partir das orientações curriculares propostas para o ensino e aprendizagem da escrita alfabética. Quanto às práticas docentes analisadas, verificamos que a Escola A, apesar de apresentar uma estrutura física menor e com menos alunos, procurou promover as mesmas oportunidades às crianças tanto da EI, quanto do EF a partir da organização de espaços para a vivência de atividades na sala de vídeo, leitura de livros de literatura e, empréstimo de livros e com a presença da Gestão e Coordenação, priorizando o trabalho em coletividade. Já a Escola B com uma estrutura maior não possibilitou as mesmas vivências às crianças durante a passagem de uma etapa à outra, tendo em vista os diferentes problemas com a mudança de gestores, ausência de materiais didáticos e o apoio da coordenação aos docentes. Assim, de um modo geral, em relação à estrutura física, verificamos que as instituições pesquisadas parecem não contemplar as especificidades das crianças que se servem delas, identificados a partir da ausência de equipamentos de lazer e materiais lúdicos (brinquedos). Isso revela que o trabalho desenvolvido em cada unidade escolar não pode ser individualizado, mas sim, um trabalho coletivo e de todos para todos. Neste sentido, é possível afirmar que as diferenças entre os contextos da Escola A e Escola B parece ter contribuído para os desníveis na organização do trabalho pedagógico das professoras e, consequentemente, repercutido nas aprendizagens das crianças. Em relação às concepções das docentes


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  • A presente pesquisa pretendeu investigar práticas docentes do ensino da língua escrita na transição das crianças do último ano da Educação Infantil (EI) para o primeiro ano do Ensino Fundamental (EF), tomando como foco a construção das aprendizagens das crianças neste percurso, em escolas situadas no município de Garanhuns-PE. Buscou especificamente: analisar os documentos disponíveis para nortear as práticas das professoras para organizar o ensino da língua escrita em na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental; caracterizar os recursos didáticos utilizados por elas para promover reflexões e interações com a língua escrita. Buscou ainda, analisar as práticas docentes com foco na aprendizagem inicial da escrita na Educação Infantil e primeiro ano do Ensino Fundamental, identificando as possíveis continuidades e descontinuidades dessas práticas, acompanhando as aprendizagens das crianças no processo de saída da Educação Infantil e ao longo do Primeiro ano do Ensino Fundamental, visando verificar os possíveis avanços ao longo dessa passagem.

    E por fim, analisamos as concepções das professoras sobre o ensino da escrita no processo de transição das crianças da etapa final da Educação Infantil e no primeiro ano do Ensino Fundamental. O campo de investigação foram duas escolas da rede pública municipal do referido município (Escola A e Escola B). Acompanhamos os grupos de crianças da última etapa da EI das duas escolas na transição das crianças para o 1ºano do Ensino Fundamental (Turma AEI e Turma AEF; Turma BEI e Turma BEF). Logo, trata-se de uma pesquisa longitudinal, tendo em vista este acompanhamento das crianças de uma etapa a outra. Utilizamos como instrumento de pesquisa a observação das práticas docentes, a análise documental das Propostas pedagógicas municipais e das orientações curriculares nacional e estadual e, realizamos atividades avaliativas na EI, sobre a escrita alfabética e a produção de um relato, a fim de identificar os conhecimentos construídos ao longo da transição para o EF. Realizamos entrevistas com as professoras buscando identificar seus conhecimentos pragmáticos e ou teóricos com os quais embasaram suas ações didáticas. A partir de nossas análises verificamos, no que diz respeito aos documentos destinados às orientações docentes, uma ausência de orientações didáticas especificas em relação aos objetivos sobre o que ensinar e como ensinar às crianças, tanto a nível nacional quanto municipal. Tal ausência contribui para que os docentes organizem suas práticas adotando diferentes “caminhos” apontados por Brandão (2010) ou ficando à deriva sobre quais conhecimentos priorizar para promover diferentes experiências das crianças com a escrita alfabética (MORAIS, ALBUQUERQUE E BRANDÃO 2016), sem de fato, garantir às crianças a aprendizagem da língua escrita como instrumento de comunicação na vida em sociedade. Quanto a transição das crianças da EI para o EF, percebemos que em tese, é um processo complexo, que precisa ser levado em conta alguns aspectos, como por exemplo, as estruturas físicas das escolas e, o trabalho administrativo e de gestão escolar pautado no respeito às especificidades das crianças sejam da EI ou do EF. Além das práticas docentes desenvolvidas com e para as crianças a partir das orientações curriculares propostas para o ensino e aprendizagem da escrita alfabética. Quanto às práticas docentes analisadas, verificamos que a Escola A, apesar de apresentar uma estrutura física menor e com menos alunos, procurou promover as mesmas oportunidades às crianças tanto da EI, quanto do EF a partir da organização de espaços para a vivência de atividades na sala de vídeo, leitura de livros de literatura e, empréstimo de livros e com a presença da Gestão e Coordenação, priorizando o trabalho em coletividade. Já a Escola B com uma estrutura maior não possibilitou as mesmas vivências às crianças durante a passagem de uma etapa à outra, tendo em vista os diferentes problemas com a mudança de gestores, ausência de materiais didáticos e o apoio da coordenação aos docentes. Assim, de um modo geral, em relação à estrutura física, verificamos que as instituições pesquisadas parecem não contemplar as especificidades das crianças que se servem delas, identificados a partir da ausência de equipamentos de lazer e materiais lúdicos (brinquedos). Isso revela que o trabalho desenvolvido em cada unidade escolar não pode ser individualizado, mas sim, um trabalho coletivo e de todos para todos. Neste sentido, é possível afirmar que as diferenças entre os contextos da Escola A e Escola B parece ter contribuído para os desníveis na organização do trabalho pedagógico das professoras e, consequentemente, repercutido nas aprendizagens das crianças. Em relação às concepções das docentes

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  • PEDRO HENRIQUE DE MELO TEIXEIRA
  • A UBERIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE: RECONFIGURAÇÃO DAS CONDIÇÕES E RELAÇÕES DO TRABALHO MEDIADO POR PLATAFORMAS DIGITAIS

  • Orientador : KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SELMA BORGHI VENCO
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JULIANE FEIX PERUZZO
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • Data: 26/04/2022

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  • A uberização do trabalho é um dos fenômenos recentes do processo contínuo de degradação da atividade produtiva, estimulada pela contradição capital x trabalho. Esse fenômeno é resultado de processos de reconfigurações na organização produtiva que levaram o mundo do trabalho a conhecerem formas mais flexíveis da atividade laboral, no intuito de eliminar os vínculos entre aqueles que vedem sua força de trabalho e aqueles que exploram essa força. Nessas novas modalidades de exploração, a tecnologia entra como componente fundamental para o aumento da efetividade da exploração da força de trabalho, como mostram os estudos de Hillman (2021),  Van Dijck (2018), Van Doorn (2021) e Zuboff (2015, 2020). As relações entre a exploração da força de trabalho e as tecnologias se dão desde que o capital subsumiu a maquinaria a seu favor (MARX, 2015), fazendo com que a tecnologia, que poderia libertar o ser humano do jugo do trabalho, aprofundasse ainda mais as relações de exploração do trabalho (MARX, 2014) o que fez colapsar as condições de dignidade humana no contexto do capital (ENGELS, 2010). No campo educacional, essas relações de exploração do trabalho com a utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC`s) tornaram-se uma tendência ainda mais forte com o advento da uberização do trabalho (SLEE, 2017) e da inserção de formas uberizadas de exploração do trabalho docente a partir da mediação das plataformas digitais (SRNICEK, 2017), (VENCO, 2019), (HARVEY, 2020). Considerando esses informações históricas esta tese coloca como seu problema de pesquisa a seguinte questão: Quais são as tendências de reconfiguração do trabalho docente, no Brasil, mediado por plataformas digitais no contexto da uberização do trabalho? Desta feita, a pesquisa direcionou esforços para tentar responder ao objetivo de Analisar as tendências de precarização do trabalho docente mediado por plataformas digitais a partir do fenômeno da uberização do trabalho. O levantamento dos dados se deu pela pesquisa bibliográfica e documental, pela análise de redes sociais (FRIGOTTO, 2017), bem como pela realização de entrevistas semiestruturadas (LAKATOS, 2003; MINAYO, 2000) com professores e professoras, operando a partir de plataformas digitais, na tentativa de captar o movimento de precarização do trabalho docente a partir do processo que pode ser chamado de uberização, com o trabalho mediado pelas plataformas digitais. A uberização do trabalho docente, que se dá pela mediação das plataformas digitais, tem criado tendências de precarização do trabalho docente, trazendo para o campo educacional as mesmas características de precarização que a uberização tem provocado no setor de serviços. Ainda na perspectiva da precarização do ensino e do avanço das plataformas digitais na educação, a pandemia de COVID-19 trouxe uma aceleração de processos de inserção da plataformização na educação, via GAFAM (OBSERVATÓRIO EDUCAÇÃO VIGIADA, 2021), e, consequentemente, de processos de reformas empresariais (FREITAS, 2012) que visam privatizar o ensino, o que precariza a atividade pedagógica e as condições do trabalho docente. Esta pesquisa desvelou ainda o quanto avança a descaracterização do trabalho docente em plataformas como a ALICERCE, onde professores acumulam atribuições de ensino e limpeza de sala de aula e a COGNA, onde a figura do professor foi substituída pela de colaborador, típico das relações trabalhistas do era da flexibilidade total e do engodo do explorado como empreendedor, típico do discurso enganador da era da exploração digital do trabalho.


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  • A uberização do trabalho é um dos fenômenos recentes do processo contínuo de degradação da atividade produtiva, estimulada pela contradição capital x trabalho. Esse fenômeno é resultado de processos de reconfigurações na organização produtiva que levaram o mundo do trabalho a conhecerem formas mais flexíveis da atividade laboral, no intuito de eliminar os vínculos entre aqueles que vedem sua força de trabalho e aqueles que exploram essa força. Nessas novas modalidades de exploração, a tecnologia entra como componente fundamental para o aumento da efetividade da exploração da força de trabalho, como mostram os estudos de Hillman (2021),  Van Dijck (2018), Van Doorn (2021) e Zuboff (2015, 2020). As relações entre a exploração da força de trabalho e as tecnologias se dão desde que o capital subsumiu a maquinaria a seu favor (MARX, 2015), fazendo com que a tecnologia, que poderia libertar o ser humano do jugo do trabalho, aprofundasse ainda mais as relações de exploração do trabalho (MARX, 2014) o que fez colapsar as condições de dignidade humana no contexto do capital (ENGELS, 2010). No campo educacional, essas relações de exploração do trabalho com a utilização das tecnologias da informação e comunicação (TIC`s) tornaram-se uma tendência ainda mais forte com o advento da uberização do trabalho (SLEE, 2017) e da inserção de formas uberizadas de exploração do trabalho docente a partir da mediação das plataformas digitais (SRNICEK, 2017), (VENCO, 2019), (HARVEY, 2020). Considerando esses informações históricas esta tese coloca como seu problema de pesquisa a seguinte questão: Quais são as tendências de reconfiguração do trabalho docente, no Brasil, mediado por plataformas digitais no contexto da uberização do trabalho? Desta feita, a pesquisa direcionou esforços para tentar responder ao objetivo de Analisar as tendências de precarização do trabalho docente mediado por plataformas digitais a partir do fenômeno da uberização do trabalho. O levantamento dos dados se deu pela pesquisa bibliográfica e documental, pela análise de redes sociais (FRIGOTTO, 2017), bem como pela realização de entrevistas semiestruturadas (LAKATOS, 2003; MINAYO, 2000) com professores e professoras, operando a partir de plataformas digitais, na tentativa de captar o movimento de precarização do trabalho docente a partir do processo que pode ser chamado de uberização, com o trabalho mediado pelas plataformas digitais. A uberização do trabalho docente, que se dá pela mediação das plataformas digitais, tem criado tendências de precarização do trabalho docente, trazendo para o campo educacional as mesmas características de precarização que a uberização tem provocado no setor de serviços. Ainda na perspectiva da precarização do ensino e do avanço das plataformas digitais na educação, a pandemia de COVID-19 trouxe uma aceleração de processos de inserção da plataformização na educação, via GAFAM (OBSERVATÓRIO EDUCAÇÃO VIGIADA, 2021), e, consequentemente, de processos de reformas empresariais (FREITAS, 2012) que visam privatizar o ensino, o que precariza a atividade pedagógica e as condições do trabalho docente. Esta pesquisa desvelou ainda o quanto avança a descaracterização do trabalho docente em plataformas como a ALICERCE, onde professores acumulam atribuições de ensino e limpeza de sala de aula e a COGNA, onde a figura do professor foi substituída pela de colaborador, típico das relações trabalhistas do era da flexibilidade total e do engodo do explorado como empreendedor, típico do discurso enganador da era da exploração digital do trabalho.

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  • MARIA DO ROZARIO AZEVEDO DA SILVA
  • P DE PROFESSOR/A”: A DOCÊNCIA RECONFIGURANDO AS VIDAS DE PROFESSORES/AS E A POTÊNCIA DAS VIDAS ESCULPINDO DOCÊNCIA.

  • Orientador : ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MARIA THEREZA DIDIER DE MORAES
  • PATRÍCIA IGNÁCIO
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • SILKE WEBER
  • Data: 02/05/2022

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  • Quando reviramos memórias guardadas estamos dando a nós mesmos a possibilidade de nos reconectarmos com o que fomos, mas também com o que somos no agora. Quando somos docentes, rememorar esse caminho nos possibilita reconstruir nossa trajetória, cartografando a nós mesmos, na potência de perceber que docência e vida estão entrelaçadas, produzindo assim a vidocencia. As vertentes para discutirmos docência são muitas, são questões que vão desde as políticas públicas de formação, a formação inicial, continuada, os saberes docentes entre outras temáticas tão importantes quanto a própria prática pedagógica ou o currículo. Nesta pesquisa, no entanto, abordo a questão da vida, da vida docente, a docência reconfigurando a vida de professoras e professores e a potência dessas vidas esculpindo essa docência. As perguntas que nortearam esse estudo foram muitas. Perguntas sustentam uma investigação e, aparentemente, nunca findam de acontecer. As que nortearam essa tese interrogaram: Pode o exercício da docência reconfigurar uma vida? Como se dá a constituição da docência pela perspectiva e essa mesma docência atravessando a vida afetando-a? O que pode uma vida docente? A partir desses questionamentos, o objetivo foi enxergar com outras lentes a docência, investigando-a através de histórias, memórias e relíquias guardadas, compreendendo os atravessamentos que vida e docência, juntas, provocam e evocam. Como composição teórica, articulei os conceitos de Docência artistagem em Corazza (2005, 2006 e 2009); Vida, imanência e vontade de potência em Deleuze (2002) e Nietzsche (2011) e memória a partir de Bergson (1999) e Benjamin (2012). Metodologicamente, criei possibilidades a partir da bricolagem de Denzin e Lincoln (2006), usando a perspectiva analítica dos afetos de Spinoza (2016) e Fravest-Saada (1990). Como instrumento de coleta, relicários. Artefatos que as professoras e professor entrevistas nessa pesquisa reuniram, organizaram, separaram sob a aura de relíquias, que reuniram ao longo. Tais relíquias são artefatos reunidos ao longo de suas trajetórias: bilhetes, fotos, papeis, livros, objetos vários. Essas relíquias visaram dar materialidade à resposta de uma única pergunta da entrevista: o que para você é viver a docência? As respostas trazidas, guardadas dentro dos relicários, são hecceidades, não se repetem, não se copiam. Transitam em nossas práticas docentes, em nossas vidas docentes. Em resposta ás perguntas de pesquisa, pude conhecer que os atravessamentos perduram: são os estudantes e professores e professoras que se eternizam em nós. Que cada docente abriga em si a força revolucionária da alegria e resiste aos encontros e paixões tristes. Que se deixa afetar por outras vidas, pois somente assim é possível viver a docência.


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  • Quando reviramos memórias guardadas estamos dando a nós mesmos a possibilidade de nos reconectarmos com o que fomos, mas também com o que somos no agora. Quando somos docentes, rememorar esse caminho nos possibilita reconstruir nossa trajetória, cartografando a nós mesmos, na potência de perceber que docência e vida estão entrelaçadas, produzindo assim a vidocencia. As vertentes para discutirmos docência são muitas, são questões que vão desde as políticas públicas de formação, a formação inicial, continuada, os saberes docentes entre outras temáticas tão importantes quanto a própria prática pedagógica ou o currículo. Nesta pesquisa, no entanto, abordo a questão da vida, da vida docente, a docência reconfigurando a vida de professoras e professores e a potência dessas vidas esculpindo essa docência. As perguntas que nortearam esse estudo foram muitas. Perguntas sustentam uma investigação e, aparentemente, nunca findam de acontecer. As que nortearam essa tese interrogaram: Pode o exercício da docência reconfigurar uma vida? Como se dá a constituição da docência pela perspectiva e essa mesma docência atravessando a vida afetando-a? O que pode uma vida docente? A partir desses questionamentos, o objetivo foi enxergar com outras lentes a docência, investigando-a através de histórias, memórias e relíquias guardadas, compreendendo os atravessamentos que vida e docência, juntas, provocam e evocam. Como composição teórica, articulei os conceitos de Docência artistagem em Corazza (2005, 2006 e 2009); Vida, imanência e vontade de potência em Deleuze (2002) e Nietzsche (2011) e memória a partir de Bergson (1999) e Benjamin (2012). Metodologicamente, criei possibilidades a partir da bricolagem de Denzin e Lincoln (2006), usando a perspectiva analítica dos afetos de Spinoza (2016) e Fravest-Saada (1990). Como instrumento de coleta, relicários. Artefatos que as professoras e professor entrevistas nessa pesquisa reuniram, organizaram, separaram sob a aura de relíquias, que reuniram ao longo. Tais relíquias são artefatos reunidos ao longo de suas trajetórias: bilhetes, fotos, papeis, livros, objetos vários. Essas relíquias visaram dar materialidade à resposta de uma única pergunta da entrevista: o que para você é viver a docência? As respostas trazidas, guardadas dentro dos relicários, são hecceidades, não se repetem, não se copiam. Transitam em nossas práticas docentes, em nossas vidas docentes. Em resposta ás perguntas de pesquisa, pude conhecer que os atravessamentos perduram: são os estudantes e professores e professoras que se eternizam em nós. Que cada docente abriga em si a força revolucionária da alegria e resiste aos encontros e paixões tristes. Que se deixa afetar por outras vidas, pois somente assim é possível viver a docência.

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  • ROBSON GUEDES DA SILVA
  • PENSAR-CORPO: A PERFORMANCE COMO PRÁTICA ANÁRQUICA E POSSIBILIDADE EDUCATIVA

  • Orientador : KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • MARIA THEREZA DIDIER DE MORAES
  • ROSA CRISTINA PRIMO GADELHA
  • Data: 09/05/2022

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  • Este texto de doutoramento, abraçando um exercício de escrita teórico-poética, intentou investigar através de narrativas como alguns corpos estabelecem relações com a performance, percebendo-as como possibilidades formativas. Almejamos – em seu movimento – tanto perceber os saberes que despontam das narrativas de corpos em suas experimentações com a performance, quanto produzir uma escrita poética como reverberação produtiva dos encontros narrativos com corpos em performance. Em seus prólogos, o texto provoca – mediante tensionamento teórico – o aparecimento do corpo como problema, suas mutações e visível declínio. As cenas amalgamaram a proximidade com os poetas Mau e Gleison Nascimento, em seus atravessamentos e performances com a escrita poética; com as drags Márcia Pantera e Maria Luisão, através da subversão performativa da identidade; e com a Gangrena, pela desvirtuação da encenação e do corpo como possibilidade insurgente. Os lampejos incendiários de pensamento – engendrados pela potência do encontro – mobilizaram-nos, por fim, a intuir a tese de que a performance pode ser pensada – em meio a sua polissemia – como uma prática anárquica e possibilidade educativa. Tecemos com isso – de maneira contingente e provisória – a acepção de que algumas ações performáticas e/ou performativas mobilizam a reverberação/difusão de: I) práticas de contradisciplina que tensionam a relação corpo-saber-disciplina; II) desvirtuamentos de medidas que visem naturalizar qualquer enquadramento unitário e imutável à conformidade do visível para o corpo; III) o aditamento de insubordinação corporal mediante práticas – decididas ou não – de contracondutas, denunciando certas formas pelas quais ainda somos governamentalizados; IV) e a construção e proliferação de saberes sobre a performance desprovidos de qualquer captura pedagogizadora.


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  • Este texto de doutoramento, abraçando um exercício de escrita teórico-poética, intentou investigar através de narrativas como alguns corpos estabelecem relações com a performance, percebendo-as como possibilidades formativas. Almejamos – em seu movimento – tanto perceber os saberes que despontam das narrativas de corpos em suas experimentações com a performance, quanto produzir uma escrita poética como reverberação produtiva dos encontros narrativos com corpos em performance. Em seus prólogos, o texto provoca – mediante tensionamento teórico – o aparecimento do corpo como problema, suas mutações e visível declínio. As cenas amalgamaram a proximidade com os poetas Mau e Gleison Nascimento, em seus atravessamentos e performances com a escrita poética; com as drags Márcia Pantera e Maria Luisão, através da subversão performativa da identidade; e com a Gangrena, pela desvirtuação da encenação e do corpo como possibilidade insurgente. Os lampejos incendiários de pensamento – engendrados pela potência do encontro – mobilizaram-nos, por fim, a intuir a tese de que a performance pode ser pensada – em meio a sua polissemia – como uma prática anárquica e possibilidade educativa. Tecemos com isso – de maneira contingente e provisória – a acepção de que algumas ações performáticas e/ou performativas mobilizam a reverberação/difusão de: I) práticas de contradisciplina que tensionam a relação corpo-saber-disciplina; II) desvirtuamentos de medidas que visem naturalizar qualquer enquadramento unitário e imutável à conformidade do visível para o corpo; III) o aditamento de insubordinação corporal mediante práticas – decididas ou não – de contracondutas, denunciando certas formas pelas quais ainda somos governamentalizados; IV) e a construção e proliferação de saberes sobre a performance desprovidos de qualquer captura pedagogizadora.

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  • GEYZA D'AVILA ARRUDA
  • (RE)CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO E A EMPREGABILIDADE NO BRASIL.

  • Orientador : ALFREDO MACEDO GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALFREDO MACEDO GOMES
  • IVOR FREDERICK GOODSON
  • JESUS MARIA SOUSA
  • JOANA RAQUEL FARIA DE SOUSA
  • JOSE AUGUSTO PACHECO
  • Data: 31/05/2022

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  • Partindo da problemática entre formação acadêmica e inserção no mercado de trabalho, materializada na educação por competências e na possibilidade de esta ser vetor de empregabilidade, o projeto de tese intitulado (Re)construção do currículo e a empregabilidade no Brasil, em ciências da educação, especialidade de Desenvolvimento Curricular, da Universidade do Minho, tem como proposta a investigação para identificar as possibilidades e os limites do currículo como veículo de formação da empregabilidade no curso de graduação em Administração, no Brasil. A revisão da literatura incide em termos-chave como mercado, mercado de trabalho, empregabilidade, competências, educação superior e currículo, cujo desenvolvimento é realizado a partir de uma abordagem interdisciplinar. Especificamente sobre currículo, o trabalho se debruça sobre as concepções presentes na literatura contemporânea, considerando a relação entre currículo, formação acadêmica e mercado, além de considerar o caráter das determinações estatais sobre currículo como política pública de regulação da educação superior. A metodologia é de natureza qualitativa e quantitativa. Em relação ao paradigma qualitativo, buscou-se, na análise dos dados, uma aproximação das técnicas de análise crítica do discurso e da análise de conteúdo, com destaque para a análise documental, a partir de um corpus documental extraídos da organização curricular de um curso de ensino superior no Brasil. Em nexo ao paradigma quantitativo, foram aplicados métodos de estatística descritiva para organizar, resumir e descrever os aspectos importantes do conjunto de dados coletados, por meio de médias e indicadores de proporcionalidade. As entrevistas estruturadas foram realizadas com 3 gestores acadêmicos, 3 sujeitos de agências integradoras, 6 sujeitos do âmbito mercado e de questionário aplicado a 155 alunos do Curso de Administração, assim como, ao nível das técnicas de análise de resultados. O estudo empírico realizado considera sujeitos vinculados à academia e ao mercado, incluído a análise das possibilidades de organizar, numa instituição de ensino superior, um currículo baseado em competências direcionadas com a empregabilidade. Como principais conclusões destacam-se: a polissemia do conceito de competência, implicando em dificuldade de sua delimitação teórica; a possibilidade potencial do currículo ser um transmissor de empregabilidade; a assimetria da relação entre mercado e educação em termos de autonomia, indicando o predomínio do primeiro em relação ao segundo; desafios para a efetivação de uma prática pedagógica, visando a formação baseada em competências no ensino superior. O trabalho aponta, ainda, pistas para ações institucionais na perspectiva de reformas amplas, com total integração do corpo docente, tanto nas diretrizes curriculares, quanto na prática pedagógica das unidades curriculares no curso de Administração


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  • EMANUELLE DE SOUZA BARBOSA
  • OS SIGNIFICADOS DAS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO DO ENSINO MÉDIO NA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO.

  • Orientador : KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADDA DANIELA LIMA FIGUEIREDO ECHALAR
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JOANA PEIXOTO
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • RAQUEL GOULART BARRETO
  • SÉBASTIEN ANTOINE
  • Data: 03/06/2022

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  • Esta pesquisa tem como objeto de estudo a inserção de inovações tecnológicas, especialmente Tecnologias Digitais na organização do trabalho pedagógico das escolas estaduais de Pernambuco que ofertam o Ensino Médio. Seu objetivo geral foi compreender quais são os significados atribuídos às inovações tecnológicas na organização do trabalho pedagógico do ensino médio na rede estadual de educação de Pernambuco. Para alcançar o objetivo proposto, a pesquisa se orientou pela perspectiva teórico metodológica crítico-dialética em associação com a Análise de Discurso (AD) pecheutiana. Conduzimos um estudo de natureza bibliográfica e empírica voltado a compreensão das relações estabelecidas entre trabalho, educação e tecnologia e seus desdobramentos na organização do trabalho pedagógico. Tomou-se como ponto de partida a identificação de tendências de intensificação e precarização do trabalho docente em curso na política de reestruturação do ensino médio em Pernambuco apontadas em trabalhos como os de Benites (2014) e Santos (2016). A delimitação do objetivo de pesquisa resultou da identificação de discursos apologéticos sobre a incorporação de recursos tecnológicos na organização do trabalho pedagógico que, no plano discursivo, posicionam as tecnologias digitais como as grandes protagonistas das transformações almejadas na educação em consonância com as novas determinações políticas e socioeconômicas impostas pelo modo de produção capitalista, principalmente a partir dos anos de 1970. Assim, a partir de Harvey (2013, 2016, 2018); Barreto (2016, 2018, 2020) pesquisa desenvolvida parte de uma leitura contra-hegemônica sobre a inserção de tecnologias digitais no contexto escolar, defende a necessidade de pensar essa relação levando-se em conta que as transformações do modo de produção capitalista são o fundamento material de onde partem as reformas impostas à educação e com elas a expropriação do trabalho docente. A partir das contribuições de Alves (2011) a pesquisa demonstrou ainda como o modelo de organização gerencial baseado no Toyotismo atua para “capturar” a subjetividade dos trabalhadores a fim de torná-la produtiva ao Capital e qual o papel atribuído as tecnologias nesse cenário. Nesse processo de caracterização dos mecanismos utilizados para produzir as formas de adesão dos trabalhadores a lógica imposta nos valemos de autores do campo da psicanálise como Safatle (2018, 2020) e Dunker (2017). Com a pesquisa realizada compreendemos que as reformas e novas determinações prescritas para a inserção de tecnologias digitais no ensino médio pernambucano: a. respondem a um processo de substituição do trabalho docente ao mesmo tempo em que intensifica o trabalho através da diluição das barreiras já porosas entre vida profissional e vida pessoal; b. contribuem para que os recursos tecnológicos inseridos na escola sejam utilizados em favor de uma flexibilização do trabalho pedagógico promovendo novas formas de gestão desse trabalho em consonância com os processos de precarização do trabalho; c. viabilizam formas de organização do trabalho como controle e vigilância que impulsionam os sujeitos a construir identificações cada vez mais profundas com as tarefas propostas, em busca de uma alta performance e para tanto, orientando-os a demostrar capacidade para inovar, modernizar e propor soluções aos desafios presentes. 


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  • Esta pesquisa tem como objeto de estudo a inserção de inovações tecnológicas, especialmente Tecnologias Digitais na organização do trabalho pedagógico das escolas estaduais de Pernambuco que ofertam o Ensino Médio. Seu objetivo geral foi compreender quais são os significados atribuídos às inovações tecnológicas na organização do trabalho pedagógico do ensino médio na rede estadual de educação de Pernambuco. Para alcançar o objetivo proposto, a pesquisa se orientou pela perspectiva teórico metodológica crítico-dialética em associação com a Análise de Discurso (AD) pecheutiana. Conduzimos um estudo de natureza bibliográfica e empírica voltado a compreensão das relações estabelecidas entre trabalho, educação e tecnologia e seus desdobramentos na organização do trabalho pedagógico. Tomou-se como ponto de partida a identificação de tendências de intensificação e precarização do trabalho docente em curso na política de reestruturação do ensino médio em Pernambuco apontadas em trabalhos como os de Benites (2014) e Santos (2016). A delimitação do objetivo de pesquisa resultou da identificação de discursos apologéticos sobre a incorporação de recursos tecnológicos na organização do trabalho pedagógico que, no plano discursivo, posicionam as tecnologias digitais como as grandes protagonistas das transformações almejadas na educação em consonância com as novas determinações políticas e socioeconômicas impostas pelo modo de produção capitalista, principalmente a partir dos anos de 1970. Assim, a partir de Harvey (2013, 2016, 2018); Barreto (2016, 2018, 2020) pesquisa desenvolvida parte de uma leitura contra-hegemônica sobre a inserção de tecnologias digitais no contexto escolar, defende a necessidade de pensar essa relação levando-se em conta que as transformações do modo de produção capitalista são o fundamento material de onde partem as reformas impostas à educação e com elas a expropriação do trabalho docente. A partir das contribuições de Alves (2011) a pesquisa demonstrou ainda como o modelo de organização gerencial baseado no Toyotismo atua para “capturar” a subjetividade dos trabalhadores a fim de torná-la produtiva ao Capital e qual o papel atribuído as tecnologias nesse cenário. Nesse processo de caracterização dos mecanismos utilizados para produzir as formas de adesão dos trabalhadores a lógica imposta nos valemos de autores do campo da psicanálise como Safatle (2018, 2020) e Dunker (2017). Com a pesquisa realizada compreendemos que as reformas e novas determinações prescritas para a inserção de tecnologias digitais no ensino médio pernambucano: a. respondem a um processo de substituição do trabalho docente ao mesmo tempo em que intensifica o trabalho através da diluição das barreiras já porosas entre vida profissional e vida pessoal; b. contribuem para que os recursos tecnológicos inseridos na escola sejam utilizados em favor de uma flexibilização do trabalho pedagógico promovendo novas formas de gestão desse trabalho em consonância com os processos de precarização do trabalho; c. viabilizam formas de organização do trabalho como controle e vigilância que impulsionam os sujeitos a construir identificações cada vez mais profundas com as tarefas propostas, em busca de uma alta performance e para tanto, orientando-os a demostrar capacidade para inovar, modernizar e propor soluções aos desafios presentes. 

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  • ELICIA BARROS GUERRA SOUZA
  • ENTRE O CONVENTO E O CÁRCERE: A FUNÇÃO EDUCATIVA DA COLÔNIA PENAL FEMININA DO BOM PASTOR - RECIFE/PE (1945 E 1990)

  • Orientador : JOSE LUIS SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA PAULA RODRIGUES FIGUEIROA
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • JOAQUIM LUÍS MEDEIROS ALCOFORADO
  • JOSE LUIS SIMOES
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • Data: 15/06/2022

  • Mostrar Resumo
  •  Essa pesquisa, inserida no campo das identidades e memórias da Educação, teve por objetivo compreender a função educativa da Colônia Penal Feminina do Recife no período em que essa instituição foi administrada pela Congregação do Bom Pastor, entre os anos de 1945 e 1990, sobretudo no que diz respeito à percepção da sociedade acerca desse regime educativo proposto pelas religiosas às mulheres em situação de privação de liberdade. Como marco teórico do estudo utilizamos Goffman (1974), Goffman (2004), Becker (2012) e Foucault (1987). A pesquisa seguiu os parâmetros qualitativo-descritivo segundo Minayo (2002), utilizando os documentos, no seu sentido mais amplo, como fonte para a pesquisa historiográfica conforme defendido por Le Goff (1994) e tratando as fontes encontradas, predominantemente, com o uso da análise documental conforme Ludke; André (2018) e Bacellar (2008). Os resultados obtidos nos mostraram que a função educativa se manifesta em dois pilares distintos, mas complementares. De um lado se buscava uma regeneração moral e de outro se buscava a formação profissional da detenta. Além disso, verificou-se que tal modelo, ao menos aos olhos da mídia impressa à época, era bastante prestigiado sendo as críticas sofridas pela Congregação do Bom Pastor motivadas antes pela precariedade material que se instalou na Unidade do que por divergências essenciais em relação à filosofia de trabalho das irmãs. Sendo assim, concluímos que a despeito das dificuldades de ordem prática, a Congregação do Bom Pastor teve o mérito de manter uma constância de objetivos, métodos e princípios capaz de dar concretude e solidez a um desafiador projeto de prisão que não se mostrou tão duradouro em várias outras regiões do país.


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  •  Essa pesquisa, inserida no campo das identidades e memórias da Educação, teve por objetivo compreender a função educativa da Colônia Penal Feminina do Recife no período em que essa instituição foi administrada pela Congregação do Bom Pastor, entre os anos de 1945 e 1990, sobretudo no que diz respeito à percepção da sociedade acerca desse regime educativo proposto pelas religiosas às mulheres em situação de privação de liberdade. Como marco teórico do estudo utilizamos Goffman (1974), Goffman (2004), Becker (2012) e Foucault (1987). A pesquisa seguiu os parâmetros qualitativo-descritivo segundo Minayo (2002), utilizando os documentos, no seu sentido mais amplo, como fonte para a pesquisa historiográfica conforme defendido por Le Goff (1994) e tratando as fontes encontradas, predominantemente, com o uso da análise documental conforme Ludke; André (2018) e Bacellar (2008). Os resultados obtidos nos mostraram que a função educativa se manifesta em dois pilares distintos, mas complementares. De um lado se buscava uma regeneração moral e de outro se buscava a formação profissional da detenta. Além disso, verificou-se que tal modelo, ao menos aos olhos da mídia impressa à época, era bastante prestigiado sendo as críticas sofridas pela Congregação do Bom Pastor motivadas antes pela precariedade material que se instalou na Unidade do que por divergências essenciais em relação à filosofia de trabalho das irmãs. Sendo assim, concluímos que a despeito das dificuldades de ordem prática, a Congregação do Bom Pastor teve o mérito de manter uma constância de objetivos, métodos e princípios capaz de dar concretude e solidez a um desafiador projeto de prisão que não se mostrou tão duradouro em várias outras regiões do país.

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  • SILVIA DE SOUSA AZEVEDO ARAGAO
  • CONHECIMENTOS SOBRE A ESCRITA ALFABÉTICA REVELADOS POR CRIANÇAS AO FINAL DA EDUCAÇÃO INFANTIL

  • Orientador : ARTUR GOMES DE MORAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXSANDRO DA SILVA
  • ANA CAROLINA PERRUSI ALVES BRANDAO
  • ARTUR GOMES DE MORAIS
  • LEILA NASCIMENTO DA SILVA
  • SILVANNE RIBEIRO SANTOS
  • Data: 20/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • Nosso objetivo geral foi investigar, longitudinalmente, a aprendizagem das crianças
    em relação ao sistema de escrita alfabética (SEA) nos dois últimos anos da
    Educação Infantil, em três escolas (uma privada e duas públicas). Os objetivos
    específicos foram: i) Identificar e acompanhar a evolução das hipóteses de escrita e
    a aprendizagem de conhecimentos sobre letras, e de habilidades de consciência
    fonológica (CF); ii) Comparar o desempenho das crianças em cada escola em
    diferentes momentos dos anos; iii) Identificar possíveis efeitos da origem
    sociocultural sobre aquelas aprendizagens e iv) Comparar o desempenho nas
    diferentes habilidades de CF e de conhecimentos de letras, considerando as
    diferentes hipóteses de escrita. A pesquisa foi organizada em dois estudos. No
    estudo 1, analisamos os resultados coletados no penúltimo ano da Educação
    Infantil. As atividades, aplicadas em duas ocasiões foram: Escrita espontânea de
    palavras, atividades de CF (Contagem de Sílabas; Identificação das palavras com a
    mesma sílaba inicial; Identificação da palavra maior; Identificação das palavras que
    rimam) e de conhecimento das letras (Nomeação de letras e Produção de palavras
    a partir de letras apresentadas). Constatamos que as crianças progrediram nas três
    escolas. Nas escritas, identificamos uma variedade de hipóteses em uma mesma
    ocasião para a maioria das crianças. Entre as escolas, houve aproximações no
    decorrer do ano. Na aprendizagem das letras, ao encerrarem o Infantil 4, não houve
    diferenças significativas entre as escolas. Quanto às habilidades de CF, aquelas
    envolvendo a contagem de sílabas, foram mais fáceis para todas. Entre as escolas,
    houve diferenças que se mantiveram ou aumentaram na Contagem de sílabas e na
    Identificação de Palavras que rimam. A análise qualitativa das atividades de CF
    revelou: i) a presença da análise fonológica mesmo quando as crianças erravam; ii)
    que o tipo de justificativa verbal geralmente evoluiu quanto à explicitação
    consciente, iii) porém, os acertos nem sempre estiveram relacionados à explicitação
    verbal dos segmentos sonoros analisados. No estudo 2, analisamos os dados
    coletados nos dois últimos anos da Educação Infantil. Durante o último ano,
    aplicamos as mesmas atividades, no início e final do ano, e acrescentamos a
    Identificação de palavras com o mesmo fonema inicial. Analisamos os dados,
    comparando dois grupos sociais: Escola privada e Escolas públicas. Os resultados
    indicaram que as crianças continuaram progredindo, porém, em relação à escrita,
    as distâncias entre os grupos sociais aumentaram a favor da Escola Privada, na
    qual a maioria das crianças alcançou uma hipótese alfabética. Na aprendizagem
    das letras não houve diferenças significativas ao final da Educação Infantil entre os
    grupos sociais. Porém, os acertos indicadores de conhecimento das letras nem
    sempre se relacionavam a um avanço na hipótese de escrita. Quanto às
    habilidades de CF, houve aproximações entre os grupos sociais apenas nas
    habilidades envolvendo o número de sílabas, as diferenças aumentaram em relação
    a todas as demais habilidades. Vimos ainda que os acertos nas habilidades de CF
    nem sempre garantiram hipóteses de escrita mais elaboradas. Assim, se por um
    lado, concordamos que não devemos ter como foco central, na Educação infantil, o
    processo de alfabetização, entendemos que muitos saberes podem ser aprendidos
    sobre a escrita nessa etapa. Porém, reconhecemos a complexidade da interação
    dos diversos conhecimentos envolvidos nesse processo e, com isso, defendemos que o treinode letras isoladas ou de habilidades fonêmicas não deve ser o foco da Educação Infantil e destacamos a importância de diferentes oportunidades de reflexão pelas professoras sobre esse objeto de estudo.


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  • Nosso objetivo geral foi investigar, longitudinalmente, a aprendizagem das crianças
    em relação ao sistema de escrita alfabética (SEA) nos dois últimos anos da
    Educação Infantil, em três escolas (uma privada e duas públicas). Os objetivos
    específicos foram: i) Identificar e acompanhar a evolução das hipóteses de escrita e
    a aprendizagem de conhecimentos sobre letras, e de habilidades de consciência
    fonológica (CF); ii) Comparar o desempenho das crianças em cada escola em
    diferentes momentos dos anos; iii) Identificar possíveis efeitos da origem
    sociocultural sobre aquelas aprendizagens e iv) Comparar o desempenho nas
    diferentes habilidades de CF e de conhecimentos de letras, considerando as
    diferentes hipóteses de escrita. A pesquisa foi organizada em dois estudos. No
    estudo 1, analisamos os resultados coletados no penúltimo ano da Educação
    Infantil. As atividades, aplicadas em duas ocasiões foram: Escrita espontânea de
    palavras, atividades de CF (Contagem de Sílabas; Identificação das palavras com a
    mesma sílaba inicial; Identificação da palavra maior; Identificação das palavras que
    rimam) e de conhecimento das letras (Nomeação de letras e Produção de palavras
    a partir de letras apresentadas). Constatamos que as crianças progrediram nas três
    escolas. Nas escritas, identificamos uma variedade de hipóteses em uma mesma
    ocasião para a maioria das crianças. Entre as escolas, houve aproximações no
    decorrer do ano. Na aprendizagem das letras, ao encerrarem o Infantil 4, não houve
    diferenças significativas entre as escolas. Quanto às habilidades de CF, aquelas
    envolvendo a contagem de sílabas, foram mais fáceis para todas. Entre as escolas,
    houve diferenças que se mantiveram ou aumentaram na Contagem de sílabas e na
    Identificação de Palavras que rimam. A análise qualitativa das atividades de CF
    revelou: i) a presença da análise fonológica mesmo quando as crianças erravam; ii)
    que o tipo de justificativa verbal geralmente evoluiu quanto à explicitação
    consciente, iii) porém, os acertos nem sempre estiveram relacionados à explicitação
    verbal dos segmentos sonoros analisados. No estudo 2, analisamos os dados
    coletados nos dois últimos anos da Educação Infantil. Durante o último ano,
    aplicamos as mesmas atividades, no início e final do ano, e acrescentamos a
    Identificação de palavras com o mesmo fonema inicial. Analisamos os dados,
    comparando dois grupos sociais: Escola privada e Escolas públicas. Os resultados
    indicaram que as crianças continuaram progredindo, porém, em relação à escrita,
    as distâncias entre os grupos sociais aumentaram a favor da Escola Privada, na
    qual a maioria das crianças alcançou uma hipótese alfabética. Na aprendizagem
    das letras não houve diferenças significativas ao final da Educação Infantil entre os
    grupos sociais. Porém, os acertos indicadores de conhecimento das letras nem
    sempre se relacionavam a um avanço na hipótese de escrita. Quanto às
    habilidades de CF, houve aproximações entre os grupos sociais apenas nas
    habilidades envolvendo o número de sílabas, as diferenças aumentaram em relação
    a todas as demais habilidades. Vimos ainda que os acertos nas habilidades de CF
    nem sempre garantiram hipóteses de escrita mais elaboradas. Assim, se por um
    lado, concordamos que não devemos ter como foco central, na Educação infantil, o
    processo de alfabetização, entendemos que muitos saberes podem ser aprendidos
    sobre a escrita nessa etapa. Porém, reconhecemos a complexidade da interação
    dos diversos conhecimentos envolvidos nesse processo e, com isso, defendemos que o treinode letras isoladas ou de habilidades fonêmicas não deve ser o foco da Educação Infantil e destacamos a importância de diferentes oportunidades de reflexão pelas professoras sobre esse objeto de estudo.

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  • CAMILA FERREIRA DA SILVA
  • AS MARCAS DA MEMÓRIA HEGEMÔNICA E VIVIDA NA PRÁTICA DOCENTE DE PROFESSORAS NEGRAS DO TERRITÓRIO CAMPESINO

  • Orientador : JANSSEN FELIPE DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DENISE MARIA BOTELHO
  • JANSSEN FELIPE DA SILVA
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MICHELE GUERREIRO FERREIRA
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 21/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta tese parte do pressuposto que a autoidentificação das Professoras como Mulher Negra é um diferencial que pode possibilitar uma ação pautada em uma Prática Docente de enfrentamento do Racismo Educacional. Dessa forma, nos propomos a responder o seguinte questionamento: como a identificação étnico-racial de Professoras Negras pode e/ou tem mobilizado o desenvolvimento de uma Prática Docente Antirracista no espaço educacional? Para responder a esta questão tomamos como objetivo geral: Compreender as marcas da Memória Hegemônica e da Memória Vivida na construção identitária de Professoras Negras e sua influência em Práticas Docentes Antirracistas em escolas situadas no Território Campesino. E como objetivos específicos elencamos: a) identificar e caracterizar o processo de construção da identidade étnico-racial das Professoras Negras; b) analisar as concepções de Educação Antirracista das Professoras Negras; c) identificar e caracterizar as estratégias das Práticas Antirracista das Professoras Negras. Esta pesquisa se vale das Abordagens Teórico-Metodológica do Feminismo Negro Latino-Americano e dos Estudos Pós-Coloniais que tecem movimentos de resistência propositiva com a exterioridade colonial e em especial com a Memória e o Corpo Feminino Negro. Tivemos como campo de pesquisa quatro escolas do Território Campesino de Caruaru – PE e como Colaboradoras de pesquisa 04 Professoras Negras. A análise dos dados se deu através da Análise de Conteúdo, via análise temática, e apresenta como resultado as tensões vivenciadas pelas Colaboradoras no nível interno e externo. No Primeiro, temos a identificação Étnico-Racial dessas Colaboradoras, suas opções formativas, sociais, culturais, políticas e epistêmicas no desenvolvimento de Práticas Docentes Antirracistas. No segundo, temos as instituições de ensino a qual estão vinculadas, seus pares, a equipe docente, a própria comunidade escolar que por vezes evidenciam resistência. Por tal, compreendemos que a Prática Docente Antirracista desenvolvida é constituída por fios de resistência, de afirmação e de tensionamentos que se integram, constantemente, no chão da escola. O caminho percorrido, até aqui, nos permite inferir que as Colaboradoras desenvolvem uma educação epistemologicamente desobediente com enraizamentos na Memória Vivida. Isto porque o contexto da Prática Docente delas vem, paulatinamente, fragmentando os postulados da Memória Hegemônica, construída em torno da Racialização e da Racionalização e fazendo florescer nessas rachaduras marcas da Memória Vivida em direção à Ancestralidade.


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  • Esta tese parte do pressuposto que a autoidentificação das Professoras como Mulher Negra é um diferencial que pode possibilitar uma ação pautada em uma Prática Docente de enfrentamento do Racismo Educacional. Dessa forma, nos propomos a responder o seguinte questionamento: como a identificação étnico-racial de Professoras Negras pode e/ou tem mobilizado o desenvolvimento de uma Prática Docente Antirracista no espaço educacional? Para responder a esta questão tomamos como objetivo geral: Compreender as marcas da Memória Hegemônica e da Memória Vivida na construção identitária de Professoras Negras e sua influência em Práticas Docentes Antirracistas em escolas situadas no Território Campesino. E como objetivos específicos elencamos: a) identificar e caracterizar o processo de construção da identidade étnico-racial das Professoras Negras; b) analisar as concepções de Educação Antirracista das Professoras Negras; c) identificar e caracterizar as estratégias das Práticas Antirracista das Professoras Negras. Esta pesquisa se vale das Abordagens Teórico-Metodológica do Feminismo Negro Latino-Americano e dos Estudos Pós-Coloniais que tecem movimentos de resistência propositiva com a exterioridade colonial e em especial com a Memória e o Corpo Feminino Negro. Tivemos como campo de pesquisa quatro escolas do Território Campesino de Caruaru – PE e como Colaboradoras de pesquisa 04 Professoras Negras. A análise dos dados se deu através da Análise de Conteúdo, via análise temática, e apresenta como resultado as tensões vivenciadas pelas Colaboradoras no nível interno e externo. No Primeiro, temos a identificação Étnico-Racial dessas Colaboradoras, suas opções formativas, sociais, culturais, políticas e epistêmicas no desenvolvimento de Práticas Docentes Antirracistas. No segundo, temos as instituições de ensino a qual estão vinculadas, seus pares, a equipe docente, a própria comunidade escolar que por vezes evidenciam resistência. Por tal, compreendemos que a Prática Docente Antirracista desenvolvida é constituída por fios de resistência, de afirmação e de tensionamentos que se integram, constantemente, no chão da escola. O caminho percorrido, até aqui, nos permite inferir que as Colaboradoras desenvolvem uma educação epistemologicamente desobediente com enraizamentos na Memória Vivida. Isto porque o contexto da Prática Docente delas vem, paulatinamente, fragmentando os postulados da Memória Hegemônica, construída em torno da Racialização e da Racionalização e fazendo florescer nessas rachaduras marcas da Memória Vivida em direção à Ancestralidade.

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  • ESTEPHANE PRISCILLA DOS SANTOS MENDES
  • A ORALIDADE NOS LIVROS DIDÁTICOS E NAS SALAS DE AULA DE ALFABETIZAÇÃO: COMPREENSÕES DOCENTES E USO DO LIVRO DIDÁTICO PARA ESSE ENSINO.

  • Orientador : ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXSANDRO DA SILVA
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • CLECIO DOS SANTOS BUNZEN JUNIOR
  • DEBORA AMORIM GOMES DA COSTA MACIEL
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • Data: 30/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tomou os exemplares de obras aprovadas pelo PNLD e as salas de aula de Alfabetização (através da fala das professoras) como fonte de produção e interpretação de dados, partindo da seguinte pergunta: quais as práticas de professoras alfabetizadoras no que se refere ao eixo de ensino oralidade, e qual o uso do Livro Didático de Alfabetização para a realização do trabalho com o oral em sala de aula? Tendo como objetivo geral, analisar as concepções de ensino da oralidade de professoras alfabetizadoras e o uso e conteúdo do Livro Didático para o ensino desse eixo no Ciclo de Alfabetização. Os objetivos específicos desse estudo seguiram por dois blocos: o primeiro voltado para a análise da coleção de Livro Didático adotado no munícipio de Caruaru para as turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde buscou-se: identificar as atividades voltadas para o ensino do eixo oralidade em Livros Didáticos do 1º ao 3º ano, de acordo com seus objetivos; identificar as dimensões de ensino do eixo oral contempladas na coleção de Livros Didáticos analisadas; e analisar a progressão das atividades propostas para o ensino do oral nos três livros da coleção selecionada. O segundo bloco de objetivos tomou como foco a análise das percepções das professoras alfabetizadoras em relação ao uso do Livro Didático para o ensino de oralidade, objetivando interpretar as concepções de ensino de professoras alfabetizadoras no que se refere ao eixo de oralidade; verificar quais os recursos didáticos são utilizados pelas professoras alfabetizadoras para o ensino da oralidade; e, investigar a relevância do Livro Didático para as docentes no trabalho com a oralidade, nas turmas de 1º a 3º ano. Para dar conta de tais objetivos, fizemos uso de duas técnicas de produção de dados: (1) Análise Documental – analisamos exemplares dos livros didáticos utilizados na rede municipal de ensino de Caruaru; (2) Entrevista semiestruturada – realizamos entrevistas com professoras alfabetizadoras da rede de ensino de Caruaru. Os resultados apontam que na coleção analisada foram encontradas atividades que promovem situações de aprendizagem em relação a regras de convivência em sala de aula, características da conversação espontânea, identificação de aspectos não linguísticos (paralinguísticos) e trabalho com gêneros orais, no entanto, o foco da coleção ainda está em atividades de uso do oral em situações informais. Em relação a fala das professoras, percebeu-se que as concepções de ensino de oralidade trazidas, enfatizam o oral como uma forma de expressão, comunicação, desenvoltura para falar em público ou como ponte para outras aprendizagens, reduzindo e limitando o trabalho com oralidade as situações mais informais e cotidianas da sala de aula. No que se refere ao uso do livro didático para ensinar oralidade, percebemos que quanto mais explícita e detalhada for a atividade proposta pelos livros, mais habilidades de oralidade as professoras conseguem mobilizar com as crianças em sala de aula.


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  • Este trabalho tomou os exemplares de obras aprovadas pelo PNLD e as salas de aula de Alfabetização (através da fala das professoras) como fonte de produção e interpretação de dados, partindo da seguinte pergunta: quais as práticas de professoras alfabetizadoras no que se refere ao eixo de ensino oralidade, e qual o uso do Livro Didático de Alfabetização para a realização do trabalho com o oral em sala de aula? Tendo como objetivo geral, analisar as concepções de ensino da oralidade de professoras alfabetizadoras e o uso e conteúdo do Livro Didático para o ensino desse eixo no Ciclo de Alfabetização. Os objetivos específicos desse estudo seguiram por dois blocos: o primeiro voltado para a análise da coleção de Livro Didático adotado no munícipio de Caruaru para as turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde buscou-se: identificar as atividades voltadas para o ensino do eixo oralidade em Livros Didáticos do 1º ao 3º ano, de acordo com seus objetivos; identificar as dimensões de ensino do eixo oral contempladas na coleção de Livros Didáticos analisadas; e analisar a progressão das atividades propostas para o ensino do oral nos três livros da coleção selecionada. O segundo bloco de objetivos tomou como foco a análise das percepções das professoras alfabetizadoras em relação ao uso do Livro Didático para o ensino de oralidade, objetivando interpretar as concepções de ensino de professoras alfabetizadoras no que se refere ao eixo de oralidade; verificar quais os recursos didáticos são utilizados pelas professoras alfabetizadoras para o ensino da oralidade; e, investigar a relevância do Livro Didático para as docentes no trabalho com a oralidade, nas turmas de 1º a 3º ano. Para dar conta de tais objetivos, fizemos uso de duas técnicas de produção de dados: (1) Análise Documental – analisamos exemplares dos livros didáticos utilizados na rede municipal de ensino de Caruaru; (2) Entrevista semiestruturada – realizamos entrevistas com professoras alfabetizadoras da rede de ensino de Caruaru. Os resultados apontam que na coleção analisada foram encontradas atividades que promovem situações de aprendizagem em relação a regras de convivência em sala de aula, características da conversação espontânea, identificação de aspectos não linguísticos (paralinguísticos) e trabalho com gêneros orais, no entanto, o foco da coleção ainda está em atividades de uso do oral em situações informais. Em relação a fala das professoras, percebeu-se que as concepções de ensino de oralidade trazidas, enfatizam o oral como uma forma de expressão, comunicação, desenvoltura para falar em público ou como ponte para outras aprendizagens, reduzindo e limitando o trabalho com oralidade as situações mais informais e cotidianas da sala de aula. No que se refere ao uso do livro didático para ensinar oralidade, percebemos que quanto mais explícita e detalhada for a atividade proposta pelos livros, mais habilidades de oralidade as professoras conseguem mobilizar com as crianças em sala de aula.

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  • ELAINE SUANE FLORENCIO DOS SANTOS
  • A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE CARUARU: AVANÇOS E DESAFIOS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS- 2009 A 2019

  • Orientador : JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • CONCEICAO GISLANE NOBREGA LIMA DE SALLES
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • PATRÍCIA MARIA UCHOA SIMÕES
  • Data: 18/08/2022

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  • Esta pesquisa se volta para o estudo da política de educação infantil tendo por foco a realidade do município de Caruaru (PE) e a centralidade que esta etapa assumiu na política educacional brasileira há pouco mais de uma década, quando se reconheceu e se reafirmou, nas regulamentações, sua importância para os processos de escolarização e formação humana e se previu recursos para o seu financiamento. Considerando a responsabilidade constitucional das municipalidades com essa etapa, buscamos tratar de seus alcances e limites por meio da análise específica da política de educação infantil de Caruaru, tomada como prioritária nas definições para a política educacional dos dois últimos governos do município em foco. Partimos do questionamento a respeito das características que vem assumindo   essa política em Caruaru, tendo em vista o atendimento das crianças de zero a cinco anos enquanto direito, conforme prescrevem as regulamentações nacionais e local. Como perspectiva teórico-analítica, nos baseamos na abordagem do Ciclo de Política de Stephen Ball e Richard Bowe, aliada a elementos da Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough e alguns construtos de Pierre Bourdieu. A investigação, de ordem qualitativa, abarcou o mapeamento e análise da política de Educação Infantil no Brasil, de uma perspectiva histórico-analítica, como meio de contextualização do objeto, apoiado em estudo bibliográfico e análise documental.  Essa última foi igualmente utilizada no exame de documentos concernentes à política de educação do município. Levantamos e analisamos, também, dados provenientes da realização de entrevistas semiestruturadas com professoras, gestoras e coordenadoras de unidades escolares, e com membros das equipes da Secretaria de Educação e da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e. portanto, com pessoas responsáveis pela prática da política. Além disto, realizamos observações assistemáticas em escolas, por meio de pesquisa exploratória.  O exame desses dados, a partir da análise dos discursos, permitiu a apreensão dos significados da política para atores encarregados da sua implementação, repercussões desses significados no desenvolvimento de suas ações e ainda, permitiram informações para compreensão de elementos da própria política.  A análise do conjunto dos dados, entre outros elementos, apontou que a política de expansão para o atendimento das crianças em Caruaru deveu-se, sobretudo, ao programa Proinfância, do governo federal, que duplicou o quantitativo de unidades educativas nos últimos dez anos, sendo, no entanto, insuficiente para atender o conjunto da demanda. Reformas procedidas em unidades antes existentes não atendiam às exigências arquitetônicas, além do atendimento se realizar também em casas inadequadas. Uma estratégia de ampliação identificada foi o aumento de crianças por turmas, sobrecarregando as salas e os professores. Observamos também a ausência de profissionais com formação adequada para o trabalho com os bebês, a defasagem de materiais didáticos, jogos e brinquedos, a ausência de profissionais auxiliares, profissionais de apoio, a sobrecarga de trabalho para os profissionais atuantes, a desvalorização salarial, o maior quantitativo de contratos temporários em detrimento da contratação permanente por meio de concurso público ao longo dos dez anos, situações que explicitam  divergências entre a política proposta no contexto do texto e a política vivenciada no cotidiano da prática. Por fim, os discursos mostraram que ao longo de uma década houve o fortalecimento do olhar para a criança enquanto sujeito de direito, e a defesa por uma educação pautada na integração entre o cuidar e o educar. No entanto, a perspectiva da assistência (que historicamente norteou a educação infantil no país) especialmente para os bebês, se fazia presente nos discursos das pessoas entrevistadas, bem como a concepção da pré-escola como predominantemente uma etapa de preparação para a escolarização, em contraposição às orientações mais avançadas para essa etapa que a preconizam como direito e formação humana. 


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  • Esta pesquisa se volta para o estudo da política de educação infantil tendo por foco a realidade do município de Caruaru (PE) e a centralidade que esta etapa assumiu na política educacional brasileira há pouco mais de uma década, quando se reconheceu e se reafirmou, nas regulamentações, sua importância para os processos de escolarização e formação humana e se previu recursos para o seu financiamento. Considerando a responsabilidade constitucional das municipalidades com essa etapa, buscamos tratar de seus alcances e limites por meio da análise específica da política de educação infantil de Caruaru, tomada como prioritária nas definições para a política educacional dos dois últimos governos do município em foco. Partimos do questionamento a respeito das características que vem assumindo   essa política em Caruaru, tendo em vista o atendimento das crianças de zero a cinco anos enquanto direito, conforme prescrevem as regulamentações nacionais e local. Como perspectiva teórico-analítica, nos baseamos na abordagem do Ciclo de Política de Stephen Ball e Richard Bowe, aliada a elementos da Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough e alguns construtos de Pierre Bourdieu. A investigação, de ordem qualitativa, abarcou o mapeamento e análise da política de Educação Infantil no Brasil, de uma perspectiva histórico-analítica, como meio de contextualização do objeto, apoiado em estudo bibliográfico e análise documental.  Essa última foi igualmente utilizada no exame de documentos concernentes à política de educação do município. Levantamos e analisamos, também, dados provenientes da realização de entrevistas semiestruturadas com professoras, gestoras e coordenadoras de unidades escolares, e com membros das equipes da Secretaria de Educação e da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e. portanto, com pessoas responsáveis pela prática da política. Além disto, realizamos observações assistemáticas em escolas, por meio de pesquisa exploratória.  O exame desses dados, a partir da análise dos discursos, permitiu a apreensão dos significados da política para atores encarregados da sua implementação, repercussões desses significados no desenvolvimento de suas ações e ainda, permitiram informações para compreensão de elementos da própria política.  A análise do conjunto dos dados, entre outros elementos, apontou que a política de expansão para o atendimento das crianças em Caruaru deveu-se, sobretudo, ao programa Proinfância, do governo federal, que duplicou o quantitativo de unidades educativas nos últimos dez anos, sendo, no entanto, insuficiente para atender o conjunto da demanda. Reformas procedidas em unidades antes existentes não atendiam às exigências arquitetônicas, além do atendimento se realizar também em casas inadequadas. Uma estratégia de ampliação identificada foi o aumento de crianças por turmas, sobrecarregando as salas e os professores. Observamos também a ausência de profissionais com formação adequada para o trabalho com os bebês, a defasagem de materiais didáticos, jogos e brinquedos, a ausência de profissionais auxiliares, profissionais de apoio, a sobrecarga de trabalho para os profissionais atuantes, a desvalorização salarial, o maior quantitativo de contratos temporários em detrimento da contratação permanente por meio de concurso público ao longo dos dez anos, situações que explicitam  divergências entre a política proposta no contexto do texto e a política vivenciada no cotidiano da prática. Por fim, os discursos mostraram que ao longo de uma década houve o fortalecimento do olhar para a criança enquanto sujeito de direito, e a defesa por uma educação pautada na integração entre o cuidar e o educar. No entanto, a perspectiva da assistência (que historicamente norteou a educação infantil no país) especialmente para os bebês, se fazia presente nos discursos das pessoas entrevistadas, bem como a concepção da pré-escola como predominantemente uma etapa de preparação para a escolarização, em contraposição às orientações mais avançadas para essa etapa que a preconizam como direito e formação humana. 

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  • EMMANUELLA DE ALMEIDA BARROS FIGUEIRÊDO MALHEIROS
  • A AVALIAÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA NO COTIDIANO DE ESCOLAS PÚBLICAS NO BRASIL E NA FRANÇA: QUAIS SÃO AS ESCOLHAS DAS PROFESSORAS EM TURMAS DE ALFABETIZAÇÃO? COMO AVALIAM SEUS ALUNOS?

  • Orientador : ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNE-MARIE CHARTIER
  • ANDREA TEREZA BRITO FERREIRA
  • ELIANA BORGES CORREIA DE ALBUQUERQUE
  • LIVIA SUASSUNA
  • SIRLENE BARBOSA DE SOUZA
  • Data: 25/08/2022

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  • A avaliação da aprendizagem faz parte das ações tecidas no cotidiano e dentro de um paradigma mais formativo pressupõe uma prática avaliativa em que a sistematização e a reorientação do ensino são imprescindíveis. Com isso, realizamos uma pesquisa na perspectiva qualitativa desenvolvida a partir de dois estudos de caso. De maneira geral, buscamos investigar a prática avaliativa de duas professoras, sendo uma atuante no 2° ano no ciclo de alfabetização no Brasil, no município de Garanhuns - PE e uma pertencente à turma CP (cours préparatoire) atuante no sistema educativo de Lyon, na França, turma correspondente à etapa de alfabetização no Brasil. Nesses contextos, buscamos compreender as relações que se estabeleceram entre a prática de ensino e as avaliações de leitura e escrita desenvolvidas pelas educadoras. O trabalho se desenvolveu no ano letivo de 2019 no Brasil e 2021-2022, na França, e o processo de coleta de dados foi ancorado por meio de observações, entrevistas e minientrevistas que subsidiaram o nosso olhar para a prática avaliativa docente e que nos permitiu a criação de conteúdos analisados com base na a análise do conteúdo de Bardin (2011). Para a análise das práticas avaliativas utilizamos, sobretudo, os princípios teóricos de Hoffmann (2018), Esteban (2008) Perrenoud (1999) e Luckesi (2011). Os resultados revelaram que a professora brasileira utilizava métodos e instrumentos de avaliação baseados em programas e no projeto voltados para a alfabetização que o município adotou. (Educar pra valer, Criança alfabetizada e Aprova Brasil). As práticas avaliativas diárias tinham contornos a partir dos materiais dos programas, do projeto e não do processo de criação da docente o que limitava um trabalho mais ajustado aos seus alunos. Observamos que a metodologia avaliativa da educadora tinha um direcionamento forte para a leitura, posto que, ao final do ano, quatro alunos foram retidos por não alcançarem os conhecimentos básicos nessa prática. Além disso, havia a verificação e orientações por parte do programa “Educar pra valer” sobre a velocidade com que as crianças deveriam ler. No contexto francês, a prática avaliativa seguia pressupostos mais formativos, a professora criava suas próprias atividades, seus instrumentos de avaliação e procurava adequar o ensino e as atividades a partir dos resultados das avaliações diárias e não havia recomendação do sistema para a retenção de alguma criança. Contudo, a maneira como a leitura era avaliada, enfatizando a fluência e a velocidade com que se lia, ao cronometrar o tempo de execução dessa prática, indicava uma proposta avaliativa de mensuração de uma habilidade e não a investigação acerca de um conhecimento, reduzindo o olhar sobre a ação da leitura. Na escrita, muitas vezes a cópia verificada nos dois contextos servia como instrumento de avaliação para verificar se as crianças eram capazes de escrever de acordo com o modelo, o que reduzia o princípio discursivo da linguagem na produção textual. Conclui-se que algumas práticas avaliativas desenvolvidas pelas educadoras afastam as crianças das práticas sociais de leitura e escrita por enfatizarem habilidades voltadas para a decodificação e codificação enaltecendo a apreensão de um código linguístico e não a construção de um sistema de escrita alfabética.


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  • A avaliação da aprendizagem faz parte das ações tecidas no cotidiano e dentro de um paradigma mais formativo pressupõe uma prática avaliativa em que a sistematização e a reorientação do ensino são imprescindíveis. Com isso, realizamos uma pesquisa na perspectiva qualitativa desenvolvida a partir de dois estudos de caso. De maneira geral, buscamos investigar a prática avaliativa de duas professoras, sendo uma atuante no 2° ano no ciclo de alfabetização no Brasil, no município de Garanhuns - PE e uma pertencente à turma CP (cours préparatoire) atuante no sistema educativo de Lyon, na França, turma correspondente à etapa de alfabetização no Brasil. Nesses contextos, buscamos compreender as relações que se estabeleceram entre a prática de ensino e as avaliações de leitura e escrita desenvolvidas pelas educadoras. O trabalho se desenvolveu no ano letivo de 2019 no Brasil e 2021-2022, na França, e o processo de coleta de dados foi ancorado por meio de observações, entrevistas e minientrevistas que subsidiaram o nosso olhar para a prática avaliativa docente e que nos permitiu a criação de conteúdos analisados com base na a análise do conteúdo de Bardin (2011). Para a análise das práticas avaliativas utilizamos, sobretudo, os princípios teóricos de Hoffmann (2018), Esteban (2008) Perrenoud (1999) e Luckesi (2011). Os resultados revelaram que a professora brasileira utilizava métodos e instrumentos de avaliação baseados em programas e no projeto voltados para a alfabetização que o município adotou. (Educar pra valer, Criança alfabetizada e Aprova Brasil). As práticas avaliativas diárias tinham contornos a partir dos materiais dos programas, do projeto e não do processo de criação da docente o que limitava um trabalho mais ajustado aos seus alunos. Observamos que a metodologia avaliativa da educadora tinha um direcionamento forte para a leitura, posto que, ao final do ano, quatro alunos foram retidos por não alcançarem os conhecimentos básicos nessa prática. Além disso, havia a verificação e orientações por parte do programa “Educar pra valer” sobre a velocidade com que as crianças deveriam ler. No contexto francês, a prática avaliativa seguia pressupostos mais formativos, a professora criava suas próprias atividades, seus instrumentos de avaliação e procurava adequar o ensino e as atividades a partir dos resultados das avaliações diárias e não havia recomendação do sistema para a retenção de alguma criança. Contudo, a maneira como a leitura era avaliada, enfatizando a fluência e a velocidade com que se lia, ao cronometrar o tempo de execução dessa prática, indicava uma proposta avaliativa de mensuração de uma habilidade e não a investigação acerca de um conhecimento, reduzindo o olhar sobre a ação da leitura. Na escrita, muitas vezes a cópia verificada nos dois contextos servia como instrumento de avaliação para verificar se as crianças eram capazes de escrever de acordo com o modelo, o que reduzia o princípio discursivo da linguagem na produção textual. Conclui-se que algumas práticas avaliativas desenvolvidas pelas educadoras afastam as crianças das práticas sociais de leitura e escrita por enfatizarem habilidades voltadas para a decodificação e codificação enaltecendo a apreensão de um código linguístico e não a construção de um sistema de escrita alfabética.

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  • YNAH DE SOUZA NASCIMENTO
  • ATIVIDADES DE COMPREENSÃO LEITORA NA COLEÇÃO “BURITI MAIS CIÊNCIAS”: UM ESTUDO DO LIVRO DIDÁTICO DE CIÊNCIAS DOS ANOS INICIAIS MAIS ADOTADO NO PNLD-2019

  • Orientador : MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • CLECIO DOS SANTOS BUNZEN JUNIOR
  • EDENIA MARIA RIBEIRO DO AMARAL
  • MARCOS ALEXANDRE DE MELO BARROS
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • TELMA FERRAZ LEAL
  • Data: 25/08/2022

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  • O presente estudo tem como objetivo principal caracterizar o projeto didático autoral escolhido pelos autores/editores para as atividades de compreensão leitora a partir da análise do Manual do Professor (impresso) da coleção mais aprovada e comercializada no PNLD 2019: “Buriti Mais Ciências” dos Anos Iniciais, (1º ao 5º anos). Para atingir tal propósito, a pesquisa toma como referenciais teóricos publicações da área de Didática (AMOR, 2001; DIONÍSIO, 2000; LERNER, 2002; MIGUEL; PÉREZ; PARDO, 2012; SOLÉ, 1998) e de Linguística Aplicada (BUNZEN; ROJO, 2005; BUNZEN, 2007, 2009; KLEIMAN; MORAES, 1999; KLEIMAN, 2004a 2004b, 2016; ROJO, 2004, 2006, 2008, 2011, 2017). Os procedimentos analíticos foram divididos em três movimentos, cada um articulado a um dos objetivos específicos da pesquisa. O movimento analítico 1 analisou as concepções de leitura, de texto e de leitor subjacentes ao Edital PNLD 2019 Ciências e à resenha da coleção, publicada no Guia de Avaliação do PNLD 2019. Os resultados dessa primeira análise comprovaram que, no Edital e na resenha, não há referências às atividades de compreensão escrita. O segundo movimento analítico buscou resposta para três perguntas: (1) Que textos, gêneros de discurso e esferas de circulação foram priorizados pela coleção? (2) Qual o tratamento didático dos enunciados escolhidos, isto é, que recortes e adaptações e formulações foram realizados? (3) Que concepção de leitura, objetivos e finalidades da leitura estão subjacentes a esses objetos de ensino de leitura selecionados e didatizados? Os resultados mostraram que os enunciados escolhidos pelos autores/editores para as seções “Abertura”, “O mundo que queremos” e “Para ler e escrever melhor” circulam em duas esferas, a escolar e a artística, são compostos, na sua maioria, por textos didáticos autorais e por ilustrações didáticas, e propõem que o aluno leia para aprender o conteúdo disciplinar e para desenvolver “capacidades” envolvendo conhecimentos, processo, ações e rotinas relacionadas à leitura (DIONÍSIO, 2000), mas atreladas ao domínio do conteúdo disciplinar. O movimento analítico 3 buscou identificar os modelos e abordagens teóricas de leitura e respectivas categorias explicitadas pelos autores/editores nas Orientações Gerais e nas Orientações didáticas do Manual do Professor, identificando as expectativas criadas por eles em relação às atividades a serem desenvolvidas pelos alunos. Os resultados mostraram a presença de três expectativas de conteúdo para as atividades de compreensão leitora - (1) conteúdo disciplinar; (2) capacidade leitora; (3) domínio de conteúdo disciplinar a partir da competência leitora – e três finalidades para a leitura: como meio para o domínio do conteúdo curricular, como objeto de conhecimento em si mesmo, e como instrumento necessário para a realização de novas aprendizagens. Embora sejam necessárias mais pesquisas dessa natureza para reforçar ou reconsiderar os resultados que encontrei, é possível afirmar que os autores/editores adotam uma perspectiva cognitiva básica para o projeto didático autoral de leitura. Por isso, as atividades de compreensão leitora, a serviço do domínio do conteúdo disciplinar, limitam-se a pedir que eles ativem conhecimento de mundo e localizem e/ou copiem informações dos textos.


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  • O presente estudo tem como objetivo principal caracterizar o projeto didático autoral escolhido pelos autores/editores para as atividades de compreensão leitora a partir da análise do Manual do Professor (impresso) da coleção mais aprovada e comercializada no PNLD 2019: “Buriti Mais Ciências” dos Anos Iniciais, (1º ao 5º anos). Para atingir tal propósito, a pesquisa toma como referenciais teóricos publicações da área de Didática (AMOR, 2001; DIONÍSIO, 2000; LERNER, 2002; MIGUEL; PÉREZ; PARDO, 2012; SOLÉ, 1998) e de Linguística Aplicada (BUNZEN; ROJO, 2005; BUNZEN, 2007, 2009; KLEIMAN; MORAES, 1999; KLEIMAN, 2004a 2004b, 2016; ROJO, 2004, 2006, 2008, 2011, 2017). Os procedimentos analíticos foram divididos em três movimentos, cada um articulado a um dos objetivos específicos da pesquisa. O movimento analítico 1 analisou as concepções de leitura, de texto e de leitor subjacentes ao Edital PNLD 2019 Ciências e à resenha da coleção, publicada no Guia de Avaliação do PNLD 2019. Os resultados dessa primeira análise comprovaram que, no Edital e na resenha, não há referências às atividades de compreensão escrita. O segundo movimento analítico buscou resposta para três perguntas: (1) Que textos, gêneros de discurso e esferas de circulação foram priorizados pela coleção? (2) Qual o tratamento didático dos enunciados escolhidos, isto é, que recortes e adaptações e formulações foram realizados? (3) Que concepção de leitura, objetivos e finalidades da leitura estão subjacentes a esses objetos de ensino de leitura selecionados e didatizados? Os resultados mostraram que os enunciados escolhidos pelos autores/editores para as seções “Abertura”, “O mundo que queremos” e “Para ler e escrever melhor” circulam em duas esferas, a escolar e a artística, são compostos, na sua maioria, por textos didáticos autorais e por ilustrações didáticas, e propõem que o aluno leia para aprender o conteúdo disciplinar e para desenvolver “capacidades” envolvendo conhecimentos, processo, ações e rotinas relacionadas à leitura (DIONÍSIO, 2000), mas atreladas ao domínio do conteúdo disciplinar. O movimento analítico 3 buscou identificar os modelos e abordagens teóricas de leitura e respectivas categorias explicitadas pelos autores/editores nas Orientações Gerais e nas Orientações didáticas do Manual do Professor, identificando as expectativas criadas por eles em relação às atividades a serem desenvolvidas pelos alunos. Os resultados mostraram a presença de três expectativas de conteúdo para as atividades de compreensão leitora - (1) conteúdo disciplinar; (2) capacidade leitora; (3) domínio de conteúdo disciplinar a partir da competência leitora – e três finalidades para a leitura: como meio para o domínio do conteúdo curricular, como objeto de conhecimento em si mesmo, e como instrumento necessário para a realização de novas aprendizagens. Embora sejam necessárias mais pesquisas dessa natureza para reforçar ou reconsiderar os resultados que encontrei, é possível afirmar que os autores/editores adotam uma perspectiva cognitiva básica para o projeto didático autoral de leitura. Por isso, as atividades de compreensão leitora, a serviço do domínio do conteúdo disciplinar, limitam-se a pedir que eles ativem conhecimento de mundo e localizem e/ou copiem informações dos textos.

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  • ELIANE LEMOS DE OLIVEIRA
  • EVOLUÇÃO NA APRENDIZAGEM DE CORRESPONDÊNCIAS ENTRE GRAFEMAS E FONEMAS E DE DIFERENTES ESTRUTURAS SILÁBICAS DO PORTUGUÊS, NA LEITURA E NA ESCRITA DE PALAVRAS, APÓS O ALCANCE DA HIPÓTESE ALFABÉTICA.

  • Orientador : ARTUR GOMES DE MORAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA RUTH MORESCO MIRANDA
  • ALEXSANDRO DA SILVA
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • ARTUR GOMES DE MORAIS
  • SARA MOURÃO MONTEIRO
  • Data: 02/09/2022

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  • Esta pesquisa está constituída por dois estudos empíricos. No 1º Estudo, buscamos analisar o domínio das regularidades diretas e contextuais na leitura e na escrita de palavras, comparando-se os dados dos aprendizes do 2º ano de escola pública e privada, no início e do final do ano letivo. No 2º Estudo, nossa atenção voltou-se à análise do desempenho de aprendizes de escola pública e privada, na escrita e na leitura de sílaba canônica (CV) e de sílabas complexas (VC, CVV, CVC, CCV (nasal)), ao término do 2º e 3º anos do Ensino fundamental. Apoiamo-nos nos aportes da teoria da psicogênese da escrita de Ferreiro & Teberosky (1979), para o entendimento do alcance da hipótese alfabética, e nos pressupostos de estudiosos como Nunes (1990), Lemle (2007), Morais (2012) e Soares (2016), que preconizam a necessidade de aprendizagem das relações entre grafemas e fonemas e das sílabas consideradas complexas, após o alcance da hipótese alfabética. Nosso marco teórico também incorporou as principais teorias sobre o desenvolvimento da leitura e da escrita, e as principais características da sílaba no português brasileiro e sua aprendizagem por aprendizes dos anos iniciais. Os resultados do 1º Estudo evidenciaram melhor desempenho na leitura e na escrita das regularidades diretas, nos dois períodos do ano, e considerável diferença na escrita e na leitura das regularidades contextuais a depender da regularidade em questão, da tarefa a ser executada (escrita ou leitura) e do grupo (escola pública ou privada), com melhor desempenho para a escrita e a leitura das regularidades inseridas em sílaba CV, e desempenho menos satisfatório, com menor evolução, para alguns dígrafos, para as regularidades inseridas em sílabas complexas e para alguns contextos de nasalização, com melhor desempenho para os aprendizes da escola privada em ambas as tarefas. No 2º Estudo, os resultados revelaram melhor desempenho para a escrita e a leitura da sílaba CV, ausência de erros na leitura dos aprendizes da escola privada nas estruturas silábicas complexas, com um pouco mais de dificuldade apenas na escrita da sílaba CCV (nasal). Entre os aprendizes da escola pública, os resultados revelaram desempenho um pouco melhor para os aprendizes do 3º ano, com algumas exceções, e predomínio do erro por omissão de um grafema nas sílabas complexas em ambas as turmas. Nos dois estudos foi verificado melhor desempenho para a tarefa de leitura, e influência de determinadas palavras sobre os erros e os avanços, e influência das “condutas de leitura”, sobretudo no primeiro estudo e na leitura de aprendizes da escola pública. A principal implicação da dificuldade imposta por determinadas palavras e pelas “condutas de leitura” em que ocorreu repetição e segmentação de letras e/ou sílabas, foi a impossibilidade da pronúncia correta da palavra e a recuperação do significado, com prejuízos para o arquivamento da palavra no léxico mental.


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  • Esta pesquisa está constituída por dois estudos empíricos. No 1º Estudo, buscamos analisar o domínio das regularidades diretas e contextuais na leitura e na escrita de palavras, comparando-se os dados dos aprendizes do 2º ano de escola pública e privada, no início e do final do ano letivo. No 2º Estudo, nossa atenção voltou-se à análise do desempenho de aprendizes de escola pública e privada, na escrita e na leitura de sílaba canônica (CV) e de sílabas complexas (VC, CVV, CVC, CCV (nasal)), ao término do 2º e 3º anos do Ensino fundamental. Apoiamo-nos nos aportes da teoria da psicogênese da escrita de Ferreiro & Teberosky (1979), para o entendimento do alcance da hipótese alfabética, e nos pressupostos de estudiosos como Nunes (1990), Lemle (2007), Morais (2012) e Soares (2016), que preconizam a necessidade de aprendizagem das relações entre grafemas e fonemas e das sílabas consideradas complexas, após o alcance da hipótese alfabética. Nosso marco teórico também incorporou as principais teorias sobre o desenvolvimento da leitura e da escrita, e as principais características da sílaba no português brasileiro e sua aprendizagem por aprendizes dos anos iniciais. Os resultados do 1º Estudo evidenciaram melhor desempenho na leitura e na escrita das regularidades diretas, nos dois períodos do ano, e considerável diferença na escrita e na leitura das regularidades contextuais a depender da regularidade em questão, da tarefa a ser executada (escrita ou leitura) e do grupo (escola pública ou privada), com melhor desempenho para a escrita e a leitura das regularidades inseridas em sílaba CV, e desempenho menos satisfatório, com menor evolução, para alguns dígrafos, para as regularidades inseridas em sílabas complexas e para alguns contextos de nasalização, com melhor desempenho para os aprendizes da escola privada em ambas as tarefas. No 2º Estudo, os resultados revelaram melhor desempenho para a escrita e a leitura da sílaba CV, ausência de erros na leitura dos aprendizes da escola privada nas estruturas silábicas complexas, com um pouco mais de dificuldade apenas na escrita da sílaba CCV (nasal). Entre os aprendizes da escola pública, os resultados revelaram desempenho um pouco melhor para os aprendizes do 3º ano, com algumas exceções, e predomínio do erro por omissão de um grafema nas sílabas complexas em ambas as turmas. Nos dois estudos foi verificado melhor desempenho para a tarefa de leitura, e influência de determinadas palavras sobre os erros e os avanços, e influência das “condutas de leitura”, sobretudo no primeiro estudo e na leitura de aprendizes da escola pública. A principal implicação da dificuldade imposta por determinadas palavras e pelas “condutas de leitura” em que ocorreu repetição e segmentação de letras e/ou sílabas, foi a impossibilidade da pronúncia correta da palavra e a recuperação do significado, com prejuízos para o arquivamento da palavra no léxico mental.

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  • PATRICIA FORTES DE ALMEIDA
  • ENTRE-LAÇOS QUE EDUCAM E O CUIDADO DE SI: TRAMAS DISCURSIVAS DE IDENTIDADES “DESVIANTES” E MODOS DE SUBJETIVAÇÃO 

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUÍSA ALVES CORDEIRO
  • ALLENE CARVALHO LAGE
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • Data: 22/09/2022

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  • Nesta pesquisa, nos propusemos a compreender as implicações dos dispositivos de sexualidade e pedagógicos na constituição de identidades e modos de subjetivação lésbicos. Para isso, nos voltamos a compreender a atuação (e possíveis entrelaçamentos) da família, igreja/religião e escola em processos regulatórios de generificação e sexualização nas narrativas das trajetórias de vida de mulheres lésbicas. Buscamos investigar os processos em que se instituem resistências aos padrões compulsórios de gênero e sexualidade, que irrompem através desses dispositivos; analisamos os processos em que as mulheres tecem a si mesmas, lésbicas, na relação consigo mesmas e com outras pessoas através das experiências vividas na escola (e para além dela). Partimos da interlocução com mulheres que se autodeclaram lésbicas e que viveram suas trajetórias escolares entre os anos de 1980 a 2017. Metodologicamente, realizamos entrevistas narrativas com doze mulheres lésbicas de diferentes faixas etárias através de um roteiro semiestruturado de temas/perguntas. Estabelecemos para escolha das interlocutoras, os seguintes critérios: a) se autodeclararem lésbicas; b) terem estudado a maior parte do período de sua trajetória escolar em escolas públicas em Pernambuco; c) terem cursado, no mínimo, até o ensino fundamental completo. Operamos com um arranjo teórico-metodológico que contempla referências vinculadas ao Pensamento lesbofeminista, aos estudos feministas - de viés pós-estruturalista – e estudos foucaultianos. Construímos, portanto, um desenho analítico em que as narrativas da pesquisadora e as narrativas das entrevistadas se entrelaçam, tecendo uma análise do discurso que se apoia em pressupostos foucaultianos, em diálogo com as teorizações lesbofeministas de Adrienne Rich, Audre Lorde, Glória Anzaldúa e das feministas pós-estruturalistas Judith Butler, Tânia Navarro Swain, Denise Portinari, entre outras autoras. No conjunto dessas análises, foi notória a prevalência de uma atuação conjugada entre os dispositivos de sexualidade e pedagógicos, fazendo instaurar um padrão compulsório de gênero/feminilidade e um regime heteronormativo. Todavia, esse modus operandi não quer dizer que essas forças se movimentaram, impreterivelmente, numa mesma direção, como se estivessem orquestradas e agissem em uníssono. Pelo contrário, através desses dispositivos se configuraram poderes/regimes de verdade que ora se aproximaram, ora se distanciaram, ora se confrontaram, ora se apoiaram entre si. Estes poderes e deslocamentos, abriram margens, fendas, a partir das quais desencadearam-se processos identitários, modos de subjetivação lésbicos tramados enquanto “desvios”, enquanto cuidado de si. Práticas que abrangeram diversas e singulares maneiras de transformarem a si mesmas através das experiências vividas na escola e para além dela, fazendo de suas vidas obras detentoras de sentido, estética, estilo.


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  • Nesta pesquisa, nos propusemos a compreender as implicações dos dispositivos de sexualidade e pedagógicos na constituição de identidades e modos de subjetivação lésbicos. Para isso, nos voltamos a compreender a atuação (e possíveis entrelaçamentos) da família, igreja/religião e escola em processos regulatórios de generificação e sexualização nas narrativas das trajetórias de vida de mulheres lésbicas. Buscamos investigar os processos em que se instituem resistências aos padrões compulsórios de gênero e sexualidade, que irrompem através desses dispositivos; analisamos os processos em que as mulheres tecem a si mesmas, lésbicas, na relação consigo mesmas e com outras pessoas através das experiências vividas na escola (e para além dela). Partimos da interlocução com mulheres que se autodeclaram lésbicas e que viveram suas trajetórias escolares entre os anos de 1980 a 2017. Metodologicamente, realizamos entrevistas narrativas com doze mulheres lésbicas de diferentes faixas etárias através de um roteiro semiestruturado de temas/perguntas. Estabelecemos para escolha das interlocutoras, os seguintes critérios: a) se autodeclararem lésbicas; b) terem estudado a maior parte do período de sua trajetória escolar em escolas públicas em Pernambuco; c) terem cursado, no mínimo, até o ensino fundamental completo. Operamos com um arranjo teórico-metodológico que contempla referências vinculadas ao Pensamento lesbofeminista, aos estudos feministas - de viés pós-estruturalista – e estudos foucaultianos. Construímos, portanto, um desenho analítico em que as narrativas da pesquisadora e as narrativas das entrevistadas se entrelaçam, tecendo uma análise do discurso que se apoia em pressupostos foucaultianos, em diálogo com as teorizações lesbofeministas de Adrienne Rich, Audre Lorde, Glória Anzaldúa e das feministas pós-estruturalistas Judith Butler, Tânia Navarro Swain, Denise Portinari, entre outras autoras. No conjunto dessas análises, foi notória a prevalência de uma atuação conjugada entre os dispositivos de sexualidade e pedagógicos, fazendo instaurar um padrão compulsório de gênero/feminilidade e um regime heteronormativo. Todavia, esse modus operandi não quer dizer que essas forças se movimentaram, impreterivelmente, numa mesma direção, como se estivessem orquestradas e agissem em uníssono. Pelo contrário, através desses dispositivos se configuraram poderes/regimes de verdade que ora se aproximaram, ora se distanciaram, ora se confrontaram, ora se apoiaram entre si. Estes poderes e deslocamentos, abriram margens, fendas, a partir das quais desencadearam-se processos identitários, modos de subjetivação lésbicos tramados enquanto “desvios”, enquanto cuidado de si. Práticas que abrangeram diversas e singulares maneiras de transformarem a si mesmas através das experiências vividas na escola e para além dela, fazendo de suas vidas obras detentoras de sentido, estética, estilo.

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  • NATHALIA CAVALCANTI DA SILVA
  • EU VENHO DA FLORESTA/EU TENHO MEUS ENSINOS’: AS EXPERIÊNCIAS COM AS PLANTAS PROFESSORAS ENTRE O PADRINHO SEBASTIÃO MOTA DE MELO E SUAS COMPANHEIRAS E COMPANHEIROS NO SANTO DAIME

  • Orientador : ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA BETÂNIA BARBOSA ALBUQUERQUE
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • CLEITON DE BARROS NUNES
  • SILAS CARLOS ROCHA DA SILVA
  • Data: 26/09/2022

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  • A religião do Santo Daime nasce enquanto marco da ressignificação ritualística em torno do uso da bebida indígena amazônica nomeada diversamente de Yajé, Mariri, Nixipae, Caape, ou de Ayahuasca. A beberagem em questão, utilizada por diversas tribos da região amazônica, é feita através de duas plantas: o cipó Banisteriopsiscaapi, e a folha Psychotriaviridis e água, os quais, dentro da doutrina religiosa foram renomeados como Jagube (cipó) e Chacrona ou Rainha (folha). A problemática dessa Tese questiona como, entre 1970 e 1980, um dos principais líderes do Daime, Sebastião Mota de Melo, o “Padrinho Sebastião” e suas seguidoras e seguidores articularam saberes entre a dimensão material e espiritual, tendo como foco as experiências formativas que centralizam o Santo Daime enquanto veículo vital de processos educativos. Buscou-se, assim, analisar os impactos efetivos das aprendizagens na vida dos sujeitos afetados por essa experiência. Teoricamente agenciamos o debate em torno da epistemologia ayahuasqueira (ALBUQUERQUE, 2011), desdobrando-a para pensar, do ponto de vista histórico-educacional, possíveis contribuições do Santo Daime para a elucidação de aspectos sensíveis da formação do humano em conexão com as chamadas Plantas professoras. A metodologia de caráter historiográfico articulou pressupostos oriundos da micro-história italiana (REVEL, 1998; GINZBURG, 1989, 2006 e 2008) a respeito do paradigma indiciário. Os procedimentos envolveram a pesquisa bibliográfica com fontes documentais e a história oral na construção de narrativas produzidas na interface entre fontes orais e fontes escritas. O tratamento dos dados seguiu algumas recomendações propostas por Thompson (2002), Bosi (1995 e 2003) e Menihy (1996). Defendemos, então, que o Santo Daime, tal como demonstram as narrativas acerca do trabalho desenvolvida pelo Padrinho Sebastião, ao integrar e articular diversas linhas religiosas e espirituais, proporciona através do uso das chamadas Plantas professoras uma nova forma de olhar e se relacionar consigo, com o outro e com o mundo por meio do estabelecimento de práticas formativas peculiares que dão sentido à vida de inúmeras pessoas. Nessa direção, o contato com as Plantas professoras pensadas enquanto elementos catalisadores e condutores de uma experiência de fé e de vida comunal também parecem apontar para a existência de processos sutis de educação e formação do humano cunhados no tempo que, situados para além dos muros escolares e dos processos pedagógicos cognitivos, amplia consideravelmente nossa visão da educação. No limite, o desejo é contribuir para o repensar a produção de conhecimento historiográfico para além dos espaços e dimensões tradicionalmente privilegiados, defendendo que a produção de conhecimento pode ocorrer em relações sensíveis com outros sujeitos e outros mundos, como aqueles revelados pelas plantas sagradas em várias comunidades.


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  • A religião do Santo Daime nasce enquanto marco da ressignificação ritualística em torno do uso da bebida indígena amazônica nomeada diversamente de Yajé, Mariri, Nixipae, Caape, ou de Ayahuasca. A beberagem em questão, utilizada por diversas tribos da região amazônica, é feita através de duas plantas: o cipó Banisteriopsiscaapi, e a folha Psychotriaviridis e água, os quais, dentro da doutrina religiosa foram renomeados como Jagube (cipó) e Chacrona ou Rainha (folha). A problemática dessa Tese questiona como, entre 1970 e 1980, um dos principais líderes do Daime, Sebastião Mota de Melo, o “Padrinho Sebastião” e suas seguidoras e seguidores articularam saberes entre a dimensão material e espiritual, tendo como foco as experiências formativas que centralizam o Santo Daime enquanto veículo vital de processos educativos. Buscou-se, assim, analisar os impactos efetivos das aprendizagens na vida dos sujeitos afetados por essa experiência. Teoricamente agenciamos o debate em torno da epistemologia ayahuasqueira (ALBUQUERQUE, 2011), desdobrando-a para pensar, do ponto de vista histórico-educacional, possíveis contribuições do Santo Daime para a elucidação de aspectos sensíveis da formação do humano em conexão com as chamadas Plantas professoras. A metodologia de caráter historiográfico articulou pressupostos oriundos da micro-história italiana (REVEL, 1998; GINZBURG, 1989, 2006 e 2008) a respeito do paradigma indiciário. Os procedimentos envolveram a pesquisa bibliográfica com fontes documentais e a história oral na construção de narrativas produzidas na interface entre fontes orais e fontes escritas. O tratamento dos dados seguiu algumas recomendações propostas por Thompson (2002), Bosi (1995 e 2003) e Menihy (1996). Defendemos, então, que o Santo Daime, tal como demonstram as narrativas acerca do trabalho desenvolvida pelo Padrinho Sebastião, ao integrar e articular diversas linhas religiosas e espirituais, proporciona através do uso das chamadas Plantas professoras uma nova forma de olhar e se relacionar consigo, com o outro e com o mundo por meio do estabelecimento de práticas formativas peculiares que dão sentido à vida de inúmeras pessoas. Nessa direção, o contato com as Plantas professoras pensadas enquanto elementos catalisadores e condutores de uma experiência de fé e de vida comunal também parecem apontar para a existência de processos sutis de educação e formação do humano cunhados no tempo que, situados para além dos muros escolares e dos processos pedagógicos cognitivos, amplia consideravelmente nossa visão da educação. No limite, o desejo é contribuir para o repensar a produção de conhecimento historiográfico para além dos espaços e dimensões tradicionalmente privilegiados, defendendo que a produção de conhecimento pode ocorrer em relações sensíveis com outros sujeitos e outros mundos, como aqueles revelados pelas plantas sagradas em várias comunidades.

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  • THIAGO RODRIGO FERNANDES DA SILVA SANTOS
  • O BANCO MUNDIAL E A EDUCAÇÃO SUPERIOR NA AMÉRICA LATINA: MAPEAMENTO DE DOCUMENTOS E EIXOS ARTICULADORES DE POLÍTICAS

  • Orientador : ALFREDO MACEDO GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALFREDO MACEDO GOMES
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MÁRIO LUIZ NEVES DE AZEVEDO
  • MARIA CREUZA BORGES DE ARAÚJO
  • Data: 25/10/2022

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  • A participação dos Organismos Internacionais em temas correlatos à educação, vem ganhando força e destaque no cenário das pesquisas do campo da política educacional, do planejamento e da gestão da educação. Dentre esses organismos, o Grupo Banco Mundial (BM) é o que mais tem movimentado financiamento em suas intervenções em matéria educativa, figurando como um ator relevante do campo da educação superior, em especial frente aos seus Estados-membros latino-americanos. Por este motivo, esse estudo teve como objetivo analisar os documentos do BM voltados ao campo da educação superior, enfatizando sua proposta de atuação para os Estados da América Latina. Como delineamento metodológico, no plano epistemológico, a Teoria da Ação Social (BOURDIEU, 2004, 2013) serviu como pano de fundo para a concepção da educação superior como um campo de (e em) disputas em torno de sua reconfiguração. Quanto ao plano da técnica, lançou-se mão da Análise de Conteúdo, para a criação e inferência de categorias baseadas no aspecto semântico dos textos objeto do estudo (MORAES, 1999; BARDIN, 2011). O marco temporal para a busca por documentos disponibilizados e de responsabilidade do BM que tratassem de orientações para o campo da educação superior, foi o período de 1944 a 2019, para que fosse possível a compreensão da origem de suas atuações. Se constatou que ao longo desse período, o BM passou por diversas reformas, que tenderam sempre à reificação do sistema capitalista como um norte para as suas tomadas de decisão nos mais diferentes Estados-membros que o constituem. Daí, então, como principais resultados auferidos nesta tese, está a prosta de consideração da existência de documentos mundiais e de documentos regionais, de onde emanam as orientações deste organismo internacional para os seus Estados-membros. Por meio da Análise de Conteúdo, as inferências semânticas nestes documentos evidenciaram que as incursões bancomundialescas voltadas ao campo educação superior da América Latina tangem à gestão, ao financiamento, à certificação, à avaliação comparativa entre os sistemas de ensino superior e aos recursos materiais e humanos do referido campo. Não obstante a isso, os documentos tensionam reordenamentos jurídico-normativos para a regulação da educação superior em seus Estados-membros, a reestruturação geopolítica mundial dos investimentos em pesquisa científica de cada um deles, a mudança de perspectiva sobre os sentidos da educação superior e, não menos importante, um novo modo de funcionamento das Instituições de Ensino Superior de caráter universitário. Por fim, a tese defendida é a de que: para a compreensão pormenorizada e analiticamente coerente dos posicionamentos do BM no campo da educação superior da América Latina, se faz necessário considerar, de maneira escalonada e relacional, aqueles que aqui são denominados de documentos mundiais e de documentos regionais.


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  • A participação dos Organismos Internacionais em temas correlatos à educação, vem ganhando força e destaque no cenário das pesquisas do campo da política educacional, do planejamento e da gestão da educação. Dentre esses organismos, o Grupo Banco Mundial (BM) é o que mais tem movimentado financiamento em suas intervenções em matéria educativa, figurando como um ator relevante do campo da educação superior, em especial frente aos seus Estados-membros latino-americanos. Por este motivo, esse estudo teve como objetivo analisar os documentos do BM voltados ao campo da educação superior, enfatizando sua proposta de atuação para os Estados da América Latina. Como delineamento metodológico, no plano epistemológico, a Teoria da Ação Social (BOURDIEU, 2004, 2013) serviu como pano de fundo para a concepção da educação superior como um campo de (e em) disputas em torno de sua reconfiguração. Quanto ao plano da técnica, lançou-se mão da Análise de Conteúdo, para a criação e inferência de categorias baseadas no aspecto semântico dos textos objeto do estudo (MORAES, 1999; BARDIN, 2011). O marco temporal para a busca por documentos disponibilizados e de responsabilidade do BM que tratassem de orientações para o campo da educação superior, foi o período de 1944 a 2019, para que fosse possível a compreensão da origem de suas atuações. Se constatou que ao longo desse período, o BM passou por diversas reformas, que tenderam sempre à reificação do sistema capitalista como um norte para as suas tomadas de decisão nos mais diferentes Estados-membros que o constituem. Daí, então, como principais resultados auferidos nesta tese, está a prosta de consideração da existência de documentos mundiais e de documentos regionais, de onde emanam as orientações deste organismo internacional para os seus Estados-membros. Por meio da Análise de Conteúdo, as inferências semânticas nestes documentos evidenciaram que as incursões bancomundialescas voltadas ao campo educação superior da América Latina tangem à gestão, ao financiamento, à certificação, à avaliação comparativa entre os sistemas de ensino superior e aos recursos materiais e humanos do referido campo. Não obstante a isso, os documentos tensionam reordenamentos jurídico-normativos para a regulação da educação superior em seus Estados-membros, a reestruturação geopolítica mundial dos investimentos em pesquisa científica de cada um deles, a mudança de perspectiva sobre os sentidos da educação superior e, não menos importante, um novo modo de funcionamento das Instituições de Ensino Superior de caráter universitário. Por fim, a tese defendida é a de que: para a compreensão pormenorizada e analiticamente coerente dos posicionamentos do BM no campo da educação superior da América Latina, se faz necessário considerar, de maneira escalonada e relacional, aqueles que aqui são denominados de documentos mundiais e de documentos regionais.

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  • CRISLAINY DE LIRA GONCALVES
  • “‘A GENTE TEVE QUE REINVENTAR TOTALMENTE O QUE FAZIA’ - SENTIDOS DE AVALIAÇÃO MOVIMENTADOS EM CONTEXTOS EXTRAORDINÁRIOS: A IMPOSSIBILIDADE DE SUTURAÇÃO E FIXAÇÃO NAS PRÁTICAS DISCURSIVAS DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL”

  • Orientador : LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLA PATRÍCIA TEIXEIRA DA SILVA FIGUEIREDO
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • CARLA PATRICIA ACIOLI LINS GUARANA
  • CONCEICAO GISLANE NOBREGA LIMA DE SALLES
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • Data: 31/10/2022

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  • A pesquisa apresentada, intitulada,  ““A gente teve que reinventar totalmente o que fazia” - sentidos de avaliação movimentados em contextos extraordinários: a impossibilidade de suturação e fixação nas práticas discursivas de professores do ensino fundamental”, se inscreve na linha de Pesquisa de Formação de Professores e Práticas Pedagógicas, e tem por objeto de estudo as práticas avaliativas enquanto palco de articulações de sentidos que movimentaram-se nos contextos pandêmicos e pós pandêmicos. Desse modo, as práticas avaliativas são pensadas em suas movimentações de sentidos em contextos de excepcionalidade, que se inscrevem na ordem da indecisão e marcam disputas conceituais e de sentido em torno da avaliação que são intensificadas pelos efeitos da pandemia da Covid-19 nas práticas avaliativas desenvolvidas por professores do ensino fundamental. A partir desse cenário, questionamos: como se evidencia nos discursos de professores, a não suturação dos sentidos de avaliação no cotidiano escolar pandêmico e pós pandêmico? Tendo por base este questionamento e tomando por aporte teórico-metodológico a Teoria do Discurso (LACLAU; MOUFFE, 2015; LACLAU, 2016), realizamos um levantamento sobre os sentidos de avaliação presentes em pesquisas que abordam o estudo da avaliação da aprendizagem, das práticas avaliativas e da formação de professores, tendo como lócus o Banco de Teses da CAPES; o Repositório de Teses de UFPE; e os periódicos Revista Brasileira de Educação; Revista Educação e Pesquisa; Revista Educação e Sociedade; Revista Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Avaliação. Este levantamento propiciou uma análise dos sentidos que perpassam intradiscursivamente estes lócus acadêmicos, como também a análise do panorama de produção nesta área e as articulações possíveis entre a avaliação desenvolvida nos cotidianos escolares e os sentidos de avaliação que habitam o contexto da formação de professores. Diante disso, propomos analisar frente, as articulações tecidas pelos professores entre os sentidos de avaliação que permeiam as  práticas dos professores em contextos pandêmicos e pós pandêmicos, tendo por direcionamento os  seguintes objetivos específicos: a) analisar nas produções acadêmicas sentidos de avaliação da aprendizagem em circulação no período pré-pandêmico e suas movimentações nos contextos pandêmico e pós pandêmico; b) analisar no discurso dos professores, sentidos avaliativos que influenciam as concepções que possuem sobre avaliação da aprendizagem; c) analisar a partir das contingencialidades do contexto pandêmico os sentidos de avaliação mobilizados pelos professores durante o período de atividades remotas; d) analisar o discurso dos professores sobre o retorno às aulas presenciais em torno da movimentação dos efeitos de sentidos de avaliação hegemonizados no período pós pandêmico.  Diante dos objetivos expostos, embasamos o percurso metodológico deste trabalho a partir da Teoria do Discurso (Idem) e do Ciclo Contínuo de Políticas (BALL, 2001; 2016), elencando como sujeitos professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, atuantes em redes públicas do agreste de Pernambuco que tenham concluído ou estejam concluindo a formação no curso de Pedagogia. Este perfil de sujeitos compôs o conjunto de participantes da pesquisa em um primeiro momento, marcado contigencialmente pela intensificada emergência de saúde, e que, no contexto brasileiro, potencializou as crises sociais e educacionais. A partir de um questionário on-line, analisamos os sentidos de avaliação que perpassaram/perpassam a formação dos mesmos, tendo um vislumbre da relação entre os contextos de formação acadêmica e de atuação profissional, identificando, discursos momentaneamente hegemonizados e que disputam espaço na luta por significação para o desenvolvimento das práticas avaliativas desenvolvidas no cotidiano escolar.  Com o retorno das escolas às atividades presenciais, redirecionamos o perfil dos participantes da pesquisa na intenção de acompanhar suas práticas discursivas de avaliação por meio de entrevistas semiestruturadas, selecionando quatro sujeitos que além de haverem concluído a formação em uma mesma Universidade Pública, atuam como docentes e aceitaram continuar participando da pesquisa. Os dados evidenciaram as tensões existentes entre os contextos pandêmicos e pós pandêmicos no que diz respeito aos sentidos de avaliação da aprendizagem, porém, estas tensões não representam necessariamente uma cisão de sentidos entre esses contextos. Pelo contrário, as análises evidenciaram haver uma movimentação de sentidos que rememora e aperfeiçoa sentidos históricos, porém, esses sentidos são marcados pela impossibilidade parcial de transitar em contextos em que a interação professor-aluno seja deficitária. Sendo assim, a movimentação de sentidos se dá por uma suspensão temporária de discursos hegemônicos em torno da avaliação da aprendizagem ligados à classificação, fazendo com que sentidos formativos ganhem visibilidade. Para além disso, também analisamos como contextos de excepcionalidade influenciam em elementos da profissionalidade docente, como autonomia e saberes profissionais, e como tais contextos tendem a sofrer uma maior tentativa de controle das práticas e dos resultados, na intenção de difundir discursos relacionados a uma pretensa normalidade e isenção do Estado na criação de novas políticas públicas que atendam as demandas resultantes dos contextos extraordinários de ensino a que a educação precisou se submeter durante os últimos anos.


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  • A pesquisa apresentada, intitulada,  ““A gente teve que reinventar totalmente o que fazia” - sentidos de avaliação movimentados em contextos extraordinários: a impossibilidade de suturação e fixação nas práticas discursivas de professores do ensino fundamental”, se inscreve na linha de Pesquisa de Formação de Professores e Práticas Pedagógicas, e tem por objeto de estudo as práticas avaliativas enquanto palco de articulações de sentidos que movimentaram-se nos contextos pandêmicos e pós pandêmicos. Desse modo, as práticas avaliativas são pensadas em suas movimentações de sentidos em contextos de excepcionalidade, que se inscrevem na ordem da indecisão e marcam disputas conceituais e de sentido em torno da avaliação que são intensificadas pelos efeitos da pandemia da Covid-19 nas práticas avaliativas desenvolvidas por professores do ensino fundamental. A partir desse cenário, questionamos: como se evidencia nos discursos de professores, a não suturação dos sentidos de avaliação no cotidiano escolar pandêmico e pós pandêmico? Tendo por base este questionamento e tomando por aporte teórico-metodológico a Teoria do Discurso (LACLAU; MOUFFE, 2015; LACLAU, 2016), realizamos um levantamento sobre os sentidos de avaliação presentes em pesquisas que abordam o estudo da avaliação da aprendizagem, das práticas avaliativas e da formação de professores, tendo como lócus o Banco de Teses da CAPES; o Repositório de Teses de UFPE; e os periódicos Revista Brasileira de Educação; Revista Educação e Pesquisa; Revista Educação e Sociedade; Revista Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Avaliação. Este levantamento propiciou uma análise dos sentidos que perpassam intradiscursivamente estes lócus acadêmicos, como também a análise do panorama de produção nesta área e as articulações possíveis entre a avaliação desenvolvida nos cotidianos escolares e os sentidos de avaliação que habitam o contexto da formação de professores. Diante disso, propomos analisar frente, as articulações tecidas pelos professores entre os sentidos de avaliação que permeiam as  práticas dos professores em contextos pandêmicos e pós pandêmicos, tendo por direcionamento os  seguintes objetivos específicos: a) analisar nas produções acadêmicas sentidos de avaliação da aprendizagem em circulação no período pré-pandêmico e suas movimentações nos contextos pandêmico e pós pandêmico; b) analisar no discurso dos professores, sentidos avaliativos que influenciam as concepções que possuem sobre avaliação da aprendizagem; c) analisar a partir das contingencialidades do contexto pandêmico os sentidos de avaliação mobilizados pelos professores durante o período de atividades remotas; d) analisar o discurso dos professores sobre o retorno às aulas presenciais em torno da movimentação dos efeitos de sentidos de avaliação hegemonizados no período pós pandêmico.  Diante dos objetivos expostos, embasamos o percurso metodológico deste trabalho a partir da Teoria do Discurso (Idem) e do Ciclo Contínuo de Políticas (BALL, 2001; 2016), elencando como sujeitos professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, atuantes em redes públicas do agreste de Pernambuco que tenham concluído ou estejam concluindo a formação no curso de Pedagogia. Este perfil de sujeitos compôs o conjunto de participantes da pesquisa em um primeiro momento, marcado contigencialmente pela intensificada emergência de saúde, e que, no contexto brasileiro, potencializou as crises sociais e educacionais. A partir de um questionário on-line, analisamos os sentidos de avaliação que perpassaram/perpassam a formação dos mesmos, tendo um vislumbre da relação entre os contextos de formação acadêmica e de atuação profissional, identificando, discursos momentaneamente hegemonizados e que disputam espaço na luta por significação para o desenvolvimento das práticas avaliativas desenvolvidas no cotidiano escolar.  Com o retorno das escolas às atividades presenciais, redirecionamos o perfil dos participantes da pesquisa na intenção de acompanhar suas práticas discursivas de avaliação por meio de entrevistas semiestruturadas, selecionando quatro sujeitos que além de haverem concluído a formação em uma mesma Universidade Pública, atuam como docentes e aceitaram continuar participando da pesquisa. Os dados evidenciaram as tensões existentes entre os contextos pandêmicos e pós pandêmicos no que diz respeito aos sentidos de avaliação da aprendizagem, porém, estas tensões não representam necessariamente uma cisão de sentidos entre esses contextos. Pelo contrário, as análises evidenciaram haver uma movimentação de sentidos que rememora e aperfeiçoa sentidos históricos, porém, esses sentidos são marcados pela impossibilidade parcial de transitar em contextos em que a interação professor-aluno seja deficitária. Sendo assim, a movimentação de sentidos se dá por uma suspensão temporária de discursos hegemônicos em torno da avaliação da aprendizagem ligados à classificação, fazendo com que sentidos formativos ganhem visibilidade. Para além disso, também analisamos como contextos de excepcionalidade influenciam em elementos da profissionalidade docente, como autonomia e saberes profissionais, e como tais contextos tendem a sofrer uma maior tentativa de controle das práticas e dos resultados, na intenção de difundir discursos relacionados a uma pretensa normalidade e isenção do Estado na criação de novas políticas públicas que atendam as demandas resultantes dos contextos extraordinários de ensino a que a educação precisou se submeter durante os últimos anos.

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  • ANA GREGÓRIA DE LIRA
  • CONTRIBUIÇÕES DA FENOMENOLOGIA DA FÉ EM MARTIN BUBER PARA O CAMINHO DE FORMAÇÃO HUMANA

  • Orientador : FERDINAND ROHR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CONCEIÇÃO CLARETE XAVIER TRAVALHA
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • EZIR GEORGE SILVA
  • FERDINAND ROHR
  • MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • Data: 03/11/2022

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  • A presente pesquisa buscou encontrar um tipo de fé que fomente o processo singular e único de conquista do sentido da vida de cada ser humano e que garanta ao pensamento pedagógico uma centralização no desenvolvimento integral do educando, buscando compreender as formas de aquisição e de afirmação dessa fé ao longo do percurso existencial. Desse modo, parte-se da vida e obra do filósofo austríaco, Martin Buber, para se aproximar do processo de aquisição e afirmação de uma fé própria e o seu ressoar na formação humana. Nesse caminho de pesquisa utiliza-se enquanto horizonte metodológico a interligação entre a fenomenologia, a hermenêutica, a Teoria da Multidimensionalidade de Ferdinand Röhr e a perspectiva ontológica relacional de Buber, criando com isso uma metodologia fenomenológica-hermenêutica-multidimensional-relacional. Trata-se, portanto, de uma pesquisa bibliográfica que se ampara numa metodologia criada no curso da pesquisa para se aproximar do fenômeno da fé e da formação humana. Em seu desenvolvimento, pesquisou o conceito de fé nos dicionários de língua portuguesa, filosofia e teologia, bem como também a literatura sobre o conceito de fé e educação, realizou duas revisões da literatura, sendo a primeira sobre fé e educação, e a segunda sobre fé, educação e Martin Buber. Esses movimentos nos permitiram nos aproximar tanto das inúmeras noções de fé, quanto das perspectivas buberianas de educação e fé. No transcorrer da pesquisa ainda foram realizadas aproximações tanto em relação a biografia de Buber quanto as suas obras, a partir desses giros podemos surgem algumas “fotografias” da vida de Buber que elucidam seu processo de aquisição de uma fé própria e seu imbricamento com sua formação humana. Assim, chegou-se a uma fé própria em Buber a qual é a forma de caminhar buscando desvelar seu eu autêntico. Esse desvelamento não ocorre no isolamento, nem dentro de uma relação permeada pela falsidade, mas, sim, no entre de uma relação de um Eu para com um Tu. Tais relações são raras e passageiras (dentro do tempo cronológico), mas também são tão vivas e reais que continuam agindo dentro do ser após já se terem ido “embora”. A fé própria, em Buber, vai tecendo e sendo tecida em sua busca por encontros verdadeiros; por relações, assim chamadas por ele, de Eu-Tu; pela dialogicidade presente num momento de inteireza entre duas pessoas reais; etc. Desse modo, a fé se forma nas relações concretas e a formação humana tem o papel de fortalecer as forças realizadoras.


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  • A presente pesquisa buscou encontrar um tipo de fé que fomente o processo singular e único de conquista do sentido da vida de cada ser humano e que garanta ao pensamento pedagógico uma centralização no desenvolvimento integral do educando, buscando compreender as formas de aquisição e de afirmação dessa fé ao longo do percurso existencial. Desse modo, parte-se da vida e obra do filósofo austríaco, Martin Buber, para se aproximar do processo de aquisição e afirmação de uma fé própria e o seu ressoar na formação humana. Nesse caminho de pesquisa utiliza-se enquanto horizonte metodológico a interligação entre a fenomenologia, a hermenêutica, a Teoria da Multidimensionalidade de Ferdinand Röhr e a perspectiva ontológica relacional de Buber, criando com isso uma metodologia fenomenológica-hermenêutica-multidimensional-relacional. Trata-se, portanto, de uma pesquisa bibliográfica que se ampara numa metodologia criada no curso da pesquisa para se aproximar do fenômeno da fé e da formação humana. Em seu desenvolvimento, pesquisou o conceito de fé nos dicionários de língua portuguesa, filosofia e teologia, bem como também a literatura sobre o conceito de fé e educação, realizou duas revisões da literatura, sendo a primeira sobre fé e educação, e a segunda sobre fé, educação e Martin Buber. Esses movimentos nos permitiram nos aproximar tanto das inúmeras noções de fé, quanto das perspectivas buberianas de educação e fé. No transcorrer da pesquisa ainda foram realizadas aproximações tanto em relação a biografia de Buber quanto as suas obras, a partir desses giros podemos surgem algumas “fotografias” da vida de Buber que elucidam seu processo de aquisição de uma fé própria e seu imbricamento com sua formação humana. Assim, chegou-se a uma fé própria em Buber a qual é a forma de caminhar buscando desvelar seu eu autêntico. Esse desvelamento não ocorre no isolamento, nem dentro de uma relação permeada pela falsidade, mas, sim, no entre de uma relação de um Eu para com um Tu. Tais relações são raras e passageiras (dentro do tempo cronológico), mas também são tão vivas e reais que continuam agindo dentro do ser após já se terem ido “embora”. A fé própria, em Buber, vai tecendo e sendo tecida em sua busca por encontros verdadeiros; por relações, assim chamadas por ele, de Eu-Tu; pela dialogicidade presente num momento de inteireza entre duas pessoas reais; etc. Desse modo, a fé se forma nas relações concretas e a formação humana tem o papel de fortalecer as forças realizadoras.

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  • JULIA TEIXEIRA SOUZA
  • AS DIMENSÕES DE ENSINO DA ORALIDADE PRESENTES NO CURRÍCULO E NAS PRÁTICAS DE PROFESSORAS DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE

  • Orientador : TELMA FERRAZ LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TELMA FERRAZ LEAL
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • TÂNIA GUEDES MAGALHÃES
  • DEBORA AMORIM GOMES DA COSTA MACIEL
  • Data: 03/11/2022

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  • Esta pesquisa, a partir do diálogo com autores sociointeracionistas e com a perspectiva bakhtiniana sobre gênero discursivo, teve como objeto de estudo o eixo da oralidade e suas dimensões de ensino. Investigamos as orientações para o ensino do eixo da oralidade presentes no documento curricular da Rede Municipal de Recife e as relações com as práticas de ensino das professoras. Especificamente, buscamos mapear as especificidades desse ensino, delimitando suas dimensões e as interrelações entre elas. Para atender aos objetivos traçados, desenvolvemos análise documental da Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, identificando as dimensões de ensino da oralidade contempladas e  as orientações apresentadas, e analisamos a prática de duas professoras do 4º ano do Ensino Fundamental, por meio de entrevistas e observações de aulas, investigando as relações entre as proposições curriculares e suas práticas. Realizamos, com base em Bardin, análises qualitativas e quantitativas, tanto dos dados documentais quanto das observações, à luz dos estudos sobre: concepções de ensino da Língua Portuguesa e de oralidade, bem como das dimensões de ensino do eixo “Linguagem oral”, currículo de Língua Portuguesa e práticas e saberes docentes. Os dados foram analisados e categorizados a partir de estudos anteriores (LEAL, 2010; LEAL; BRANDAO; NASCIMENTO, 2010; LEAL; BRANDÃO; LIMA, 2012; LEAL; SEAL, 2012; SOUZA, 2015; SOUZA; GUIMARÃES; LEAL, 2016; ETC.) que sistematizaram as dimensões do ensino da oralidade: valorização do texto oral, variação linguística; relações entre fala e escrita; reflexões sobre práticas sociais de uso da oralidade e sobre gêneros orais e produção e compreensão de textos orais. Os dados evidenciaram que o documento curricular explicita habilidades relativas a todas as dimensões do ensino da “Linguagem oral”, exceto a variação linguística. As dimensões “Reflexões sobre práticas sociais de uso da oralidade e sobre gêneros orais” e “Produção e compreensão de textos orais” foram referenciadas mais frequentemente no documento, embora algumas subdimensões importantes não tenham sido abordadas. As relações entre fala e escrita foram insuficientemente contempladas. Em relação às práticas docentes, os dados  revelaram que as duas professoras desenvolveram situações alinhadas à política, extrapolando as orientações, tanto no que diz respeito às dimensões de ensino quanto à variação dos gêneros orais embora aspectos importantes desse ensino tenham sido contemplados de modo insuficiente, como as habilidades relativas ao planejamento das situações de oralidade e relações entre fala e escrita. Concluímos que, apesar das ausências de dimensões , o documento demarca o espaço para o eixo oral, contribuindo para o fortalecimento desse eixo enquanto objeto de ensino direcionado e sistemático. As professoras também apresentaram esforços para contemplar a oralidade nas aulas direcionadas ao ensino da língua, contemplando as diferentes dimensões de ensino, embora de forma pouco sistemática e, muitas vezes, sem intencionalidades pedagógicas claras. Concluímos que o debate sobre a oralidade e suas dimensões como objeto de ensino da Língua Portuguesa ainda precisa ser ampliado e consolidado nos documentos oficiais e formações inicial e continuada, garantindo aos professores discussões mais aprofundadas sobre este eixo, suas dimensões e sua efetivação na prática.


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  • Esta pesquisa, a partir do diálogo com autores sociointeracionistas e com a perspectiva bakhtiniana sobre gênero discursivo, teve como objeto de estudo o eixo da oralidade e suas dimensões de ensino. Investigamos as orientações para o ensino do eixo da oralidade presentes no documento curricular da Rede Municipal de Recife e as relações com as práticas de ensino das professoras. Especificamente, buscamos mapear as especificidades desse ensino, delimitando suas dimensões e as interrelações entre elas. Para atender aos objetivos traçados, desenvolvemos análise documental da Política de Ensino da Rede Municipal do Recife, identificando as dimensões de ensino da oralidade contempladas e  as orientações apresentadas, e analisamos a prática de duas professoras do 4º ano do Ensino Fundamental, por meio de entrevistas e observações de aulas, investigando as relações entre as proposições curriculares e suas práticas. Realizamos, com base em Bardin, análises qualitativas e quantitativas, tanto dos dados documentais quanto das observações, à luz dos estudos sobre: concepções de ensino da Língua Portuguesa e de oralidade, bem como das dimensões de ensino do eixo “Linguagem oral”, currículo de Língua Portuguesa e práticas e saberes docentes. Os dados foram analisados e categorizados a partir de estudos anteriores (LEAL, 2010; LEAL; BRANDAO; NASCIMENTO, 2010; LEAL; BRANDÃO; LIMA, 2012; LEAL; SEAL, 2012; SOUZA, 2015; SOUZA; GUIMARÃES; LEAL, 2016; ETC.) que sistematizaram as dimensões do ensino da oralidade: valorização do texto oral, variação linguística; relações entre fala e escrita; reflexões sobre práticas sociais de uso da oralidade e sobre gêneros orais e produção e compreensão de textos orais. Os dados evidenciaram que o documento curricular explicita habilidades relativas a todas as dimensões do ensino da “Linguagem oral”, exceto a variação linguística. As dimensões “Reflexões sobre práticas sociais de uso da oralidade e sobre gêneros orais” e “Produção e compreensão de textos orais” foram referenciadas mais frequentemente no documento, embora algumas subdimensões importantes não tenham sido abordadas. As relações entre fala e escrita foram insuficientemente contempladas. Em relação às práticas docentes, os dados  revelaram que as duas professoras desenvolveram situações alinhadas à política, extrapolando as orientações, tanto no que diz respeito às dimensões de ensino quanto à variação dos gêneros orais embora aspectos importantes desse ensino tenham sido contemplados de modo insuficiente, como as habilidades relativas ao planejamento das situações de oralidade e relações entre fala e escrita. Concluímos que, apesar das ausências de dimensões , o documento demarca o espaço para o eixo oral, contribuindo para o fortalecimento desse eixo enquanto objeto de ensino direcionado e sistemático. As professoras também apresentaram esforços para contemplar a oralidade nas aulas direcionadas ao ensino da língua, contemplando as diferentes dimensões de ensino, embora de forma pouco sistemática e, muitas vezes, sem intencionalidades pedagógicas claras. Concluímos que o debate sobre a oralidade e suas dimensões como objeto de ensino da Língua Portuguesa ainda precisa ser ampliado e consolidado nos documentos oficiais e formações inicial e continuada, garantindo aos professores discussões mais aprofundadas sobre este eixo, suas dimensões e sua efetivação na prática.

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  • DANILA VIEIRA DE MELO
  • SISTEMAS ESTADUAIS DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO: SENTIDOS E SIGNIFICADOS DA ACCOUNTABILITY EDUCACIONAL

  • Orientador : ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA FELIX DOS SANTOS
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • ROSANGELA CELY BRANCO LINDOSO
  • ROSILDA ARRUDA FERREIRA
  • Data: 07/11/2022

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  • A presente pesquisa teve como objeto de pesquisa os sistemas estaduais de avaliação da Educação Básica e objetivo analisar esses sistemas, buscando identificar os sentidos e significados da accountability educacional e suas contribuições para a conservação e reprodução do campo da política da avaliação educacional brasileira. Sabe-se que a constituição do campo da avaliação educacional no Brasil está relacionada com o movimento global, bem como as políticas internacionais. Nesse movimento global a educação passa a estar alinhada à racionalidade neoliberal (DARDOT; LAVAL, 2016) e os discursos campo econômico vão se naturalizando no campo educacional, sendo um deles o da accountability, que se revela como elemento das políticas de avaliação educacionais dos estados brasileiros. Por ser um termo polissêmico e trazer disputas em seu sentido, adota-se aqui a percepção de Afonso (2009b; 2009c) que entende a accountability educacional a partir de três pilares: avaliação, responsabilização e prestação de contas. Para dar conta dos objetivos, o campo empírico foi composto por cinco estados que possuem seus sistemas próprios de avaliação formulados e de responsabilidade do CAED- UFJF, que são: SADEAM (Amazonas), PAEBES (Espírito Santo), SAEGO (Goiás), SAEPE (PERNAMBUCO) e SAERS (Rio Grande do Sul). A escolha pelo CAED se deu por ser uma instituição dotada de poder, autorizada e reconhecida quando se trata da avaliação educacional e dos sistemas estaduais de avaliação. O estudo foi pautado na pesquisa documental, e analisou documentos oficiais,  notícias em portais dos governos dos estados pesquisados, além de revistas dos sistemas estaduais de avaliação disponíveis no site de cada sistema sob domínio do CAED. Os dados foram analisados a partir da Análise de Discurso Textualmente Orientada proposta por Fairclough (2001). Os resultados apontaram que a avaliação faz parte da política educacional dos estados, que atua enquanto balizadora das ações educacionais e está diretamente relacionada a uma concepção de qualidade da educação.  A accountability educacional se expressa nos documentos analisados de diferentes formas, sendo possível identificar os pilares que a compõe (responsabilização, avaliação e prestação de contas) mas com sentidos distintos que podem ser expressos ou identificados a partir de premiações ou incentivos financeiros, da valorização e reconhecimento dos profissionais da educação ou do estreitamento curricular. Por fim, o estudo revelou que os diferentes sistemas estaduais guardam relações entre si e são influenciados pelo movimento internacional, também revelou que a accountability educacional contribui para o fortalecimento e a reprodução do campo da avaliação educacional numa perspectiva gerencialista e neoliberal.


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  • A presente pesquisa teve como objeto de pesquisa os sistemas estaduais de avaliação da Educação Básica e objetivo analisar esses sistemas, buscando identificar os sentidos e significados da accountability educacional e suas contribuições para a conservação e reprodução do campo da política da avaliação educacional brasileira. Sabe-se que a constituição do campo da avaliação educacional no Brasil está relacionada com o movimento global, bem como as políticas internacionais. Nesse movimento global a educação passa a estar alinhada à racionalidade neoliberal (DARDOT; LAVAL, 2016) e os discursos campo econômico vão se naturalizando no campo educacional, sendo um deles o da accountability, que se revela como elemento das políticas de avaliação educacionais dos estados brasileiros. Por ser um termo polissêmico e trazer disputas em seu sentido, adota-se aqui a percepção de Afonso (2009b; 2009c) que entende a accountability educacional a partir de três pilares: avaliação, responsabilização e prestação de contas. Para dar conta dos objetivos, o campo empírico foi composto por cinco estados que possuem seus sistemas próprios de avaliação formulados e de responsabilidade do CAED- UFJF, que são: SADEAM (Amazonas), PAEBES (Espírito Santo), SAEGO (Goiás), SAEPE (PERNAMBUCO) e SAERS (Rio Grande do Sul). A escolha pelo CAED se deu por ser uma instituição dotada de poder, autorizada e reconhecida quando se trata da avaliação educacional e dos sistemas estaduais de avaliação. O estudo foi pautado na pesquisa documental, e analisou documentos oficiais,  notícias em portais dos governos dos estados pesquisados, além de revistas dos sistemas estaduais de avaliação disponíveis no site de cada sistema sob domínio do CAED. Os dados foram analisados a partir da Análise de Discurso Textualmente Orientada proposta por Fairclough (2001). Os resultados apontaram que a avaliação faz parte da política educacional dos estados, que atua enquanto balizadora das ações educacionais e está diretamente relacionada a uma concepção de qualidade da educação.  A accountability educacional se expressa nos documentos analisados de diferentes formas, sendo possível identificar os pilares que a compõe (responsabilização, avaliação e prestação de contas) mas com sentidos distintos que podem ser expressos ou identificados a partir de premiações ou incentivos financeiros, da valorização e reconhecimento dos profissionais da educação ou do estreitamento curricular. Por fim, o estudo revelou que os diferentes sistemas estaduais guardam relações entre si e são influenciados pelo movimento internacional, também revelou que a accountability educacional contribui para o fortalecimento e a reprodução do campo da avaliação educacional numa perspectiva gerencialista e neoliberal.

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  • MAURO ANTONIO DE OLIVEIRA
  • CULTURA ORGANIZACIONAL E O DISCURSO DE ENFRENTAMENTO À DESIGUALDADE SOCIOEDUCACIONAL EM ESCOLAS PÚBLICAS - MOSSORÓ-RN

  • Orientador : EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADLENE SILVA ARANTES
  • ANA PAULA FURTADO SOARES PONTES
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JOSANIEL VIEIRA DA SILVA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • Data: 30/11/2022

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  • Esta pesquisa busca analisar a cultura organizacional e o discurso de enfrentamento à desigualdade socioeducacional em escolas públicas (Mossoró-RN). No intento, o estudo relaciona a discussão sobre a cultura organizacional (CO) no contexto educativo, procurando perceber o(s) discurso (s) a operacionalizados no tratamento às desigualdades nas organizações escolares. Aborda-se que a temática em tela, espelha importância substancial na compreensão dos processos educativos incorporados ao debate empreendido nesta tese, revelando uma contribuição significativa na área da educação. A problemática desta pesquisa está na pergunta, como a cultura organizacional opera o discurso enfrentamento à desigualdade socioeducacional nas escolas públicas? Decorrente desta, apresentamos como objetivos específicos. a) Caracterizar a cultura organizacional no contexto da gestão escolar das escolas campo da pesquisa; b) Compreender as relações entre a cultura organizacional e o tratamento das desigualdades educacionais nas escolas; c) Mapear vivências gestionárias didático-pedagógicas incorporadas à cultura organizacional e voltadas para a superação da realidade vigente. Na arquitetura desta tese transitamos por um quadro teórico diversificado com os quais dialogamos, entre eles destacamos na: a) Cultura brasileira (MOTTAS; CALDAS, 1997) HOLANDA, 1995); (FREYRE,1981); (b) Cultura organizacional escolar (TORRES, 2003, 2005, 2018); (NÓVOA, 1995); SANTOS (2018); (SCHEIN, 2009), (MOURA, 2017), c) Desigualdade socioeducacional (ARROYO, 2010, 2011, 2018); DUBET, 2004, 2008, 2011); (PATTO. 1998); LAHIRE (1997); (YANNOULAS (2013); (SEN, 2001); (GARCIA, 2017). O trabalho está fundamentado na teoria social do discurso, enfatizada na concepção tridimensional de discurso, qual interpreta o discurso como texto, prática discursiva e prática social (FAIRCLOUGH, 2001). O estudo está ancorado na abordagem qualitativa. Utilizou como instrumento a pesquisa documental composta pelos, PEE, PPP, PGE, PDP e ARCE, bem como observação participante, aplicação de dois questionários, sendo um aplicado aos representantes do CE das 72 escolas da 12º Direc e outro, aplicado às 05 escolas campo da pesquisa.   e uma entrevista semiestruturada aplicada a 35 sujeitos das organizações pesquisadas. Os resultados demonstram que os estudos da cultura no contexto das organizações, apontaram tanto um discurso de resistência quanto um discurso de perfil conservador e dominante. Constata-se, na CO das escolas pesquisadas um discurso que não potencializa o enfrentamento à desigualdade socioeducacional nas escolas delimitadas, caracterizando-se como discurso de baixa intensidade. Revela-se que as práticas pedagógicas reproduzidas nas escolas e integradas na cultura da escola, não ocorre via de regra, destituído de uma neutralidade, nem tão pouco das posições ideológicas e políticas afirmadas pelas organizações escolares e seus participantes. Percebeu-se, a partir do PEE uma política de enfrentamento às desigualdades sociais de caráter generalista e retórico, o que representou, em larga medida, uma distância entre a efetivação das ações de combate às desigualdades socioeducacionais operadas nas escolas da rede, confirmado nos PPPs, PGE e ARCE. Constatou-se que a concepção gestionária assumida nas organizações demonstra um discurso de caráter contraditório, ora anunciando uma perspectiva democrática, mas com pouca representatividade, ora evidenciando um discurso de perfil centralizador e dominante, nas escolas. Revelou-se uma baixa representatividade do discurso de enfrentamento à desigualdade tanto nos documentos analisados quanto na percepção dos dados oriundos do campo empírico. 


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  • Esta pesquisa busca analisar a cultura organizacional e o discurso de enfrentamento à desigualdade socioeducacional em escolas públicas (Mossoró-RN). No intento, o estudo relaciona a discussão sobre a cultura organizacional (CO) no contexto educativo, procurando perceber o(s) discurso (s) a operacionalizados no tratamento às desigualdades nas organizações escolares. Aborda-se que a temática em tela, espelha importância substancial na compreensão dos processos educativos incorporados ao debate empreendido nesta tese, revelando uma contribuição significativa na área da educação. A problemática desta pesquisa está na pergunta, como a cultura organizacional opera o discurso enfrentamento à desigualdade socioeducacional nas escolas públicas? Decorrente desta, apresentamos como objetivos específicos. a) Caracterizar a cultura organizacional no contexto da gestão escolar das escolas campo da pesquisa; b) Compreender as relações entre a cultura organizacional e o tratamento das desigualdades educacionais nas escolas; c) Mapear vivências gestionárias didático-pedagógicas incorporadas à cultura organizacional e voltadas para a superação da realidade vigente. Na arquitetura desta tese transitamos por um quadro teórico diversificado com os quais dialogamos, entre eles destacamos na: a) Cultura brasileira (MOTTAS; CALDAS, 1997) HOLANDA, 1995); (FREYRE,1981); (b) Cultura organizacional escolar (TORRES, 2003, 2005, 2018); (NÓVOA, 1995); SANTOS (2018); (SCHEIN, 2009), (MOURA, 2017), c) Desigualdade socioeducacional (ARROYO, 2010, 2011, 2018); DUBET, 2004, 2008, 2011); (PATTO. 1998); LAHIRE (1997); (YANNOULAS (2013); (SEN, 2001); (GARCIA, 2017). O trabalho está fundamentado na teoria social do discurso, enfatizada na concepção tridimensional de discurso, qual interpreta o discurso como texto, prática discursiva e prática social (FAIRCLOUGH, 2001). O estudo está ancorado na abordagem qualitativa. Utilizou como instrumento a pesquisa documental composta pelos, PEE, PPP, PGE, PDP e ARCE, bem como observação participante, aplicação de dois questionários, sendo um aplicado aos representantes do CE das 72 escolas da 12º Direc e outro, aplicado às 05 escolas campo da pesquisa.   e uma entrevista semiestruturada aplicada a 35 sujeitos das organizações pesquisadas. Os resultados demonstram que os estudos da cultura no contexto das organizações, apontaram tanto um discurso de resistência quanto um discurso de perfil conservador e dominante. Constata-se, na CO das escolas pesquisadas um discurso que não potencializa o enfrentamento à desigualdade socioeducacional nas escolas delimitadas, caracterizando-se como discurso de baixa intensidade. Revela-se que as práticas pedagógicas reproduzidas nas escolas e integradas na cultura da escola, não ocorre via de regra, destituído de uma neutralidade, nem tão pouco das posições ideológicas e políticas afirmadas pelas organizações escolares e seus participantes. Percebeu-se, a partir do PEE uma política de enfrentamento às desigualdades sociais de caráter generalista e retórico, o que representou, em larga medida, uma distância entre a efetivação das ações de combate às desigualdades socioeducacionais operadas nas escolas da rede, confirmado nos PPPs, PGE e ARCE. Constatou-se que a concepção gestionária assumida nas organizações demonstra um discurso de caráter contraditório, ora anunciando uma perspectiva democrática, mas com pouca representatividade, ora evidenciando um discurso de perfil centralizador e dominante, nas escolas. Revelou-se uma baixa representatividade do discurso de enfrentamento à desigualdade tanto nos documentos analisados quanto na percepção dos dados oriundos do campo empírico. 

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  • CELIA MARIA VIEIRA DOS SANTOS
  • O PROCESSO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO EM PERNAMBUCO NO PERÍODO DE 2016-2018

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • LUIZ FERNANDES DOURADO
  • Data: 21/12/2022

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  • A tese que se apresenta, está vinculada ao programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no âmbito da linha de pesquisa: Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação, tendo como objetivo analisar o processo de monitoramento e avaliação dos Planos Municipais de educação em Pernambuco, no período de 2016 a 2018, evidenciando os desafios e perspectivas de sua institucionalização. Com uma abordagem qualitativa, utilizou como procedimentos metodológicos a pesquisa documental, tendo como fonte os Planos de Educação dos municípios do estado de Pernambuco e seus respectivos relatórios de monitoramento e avaliação. Acrescentam-se ainda questionários com perguntas abertas destinados aos sujeitos que atuam nas gestões do monitoramento e avaliação dos planos. O recorte temporal compreendeu o biênio de 2016-2018, caracterizado como período em que os municípios realizaram adesão para receber apoio do Ministério da Educação, através de uma rede de assistência para monitoramento e avaliação dos planos. A pesquisa insere o tema do monitoramento e avaliação dos planos, numa discussão que destaca os planos de educação na perspectiva do regime de colaboração, o controle social, autonomia e participação no âmbito das gestões democrática. Considera-se que apesar de um contexto político, adverso aos avanços das metas dos planos educacionais, atravessado pelo golpe de 2016, os municípios registraram avanços institucionalização no processo de monitoramento e avaliação, quanto à organização do trabalho, mas há inúmeros desafios decorrentes de vários fatores, dentre eles: ausência da efetivação do sistema nacional de educação, limites quanto a participação das instancias determinadas legalmente para monitorar e avaliar os planos. Foi evidenciado o período da pandemia Covid-19 como um elemento que desfavoreceu a continuidade dos trabalhos das equipes responsáveis pelo monitoramento dos planos nos municípios pesquisados.


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  • A tese que se apresenta, está vinculada ao programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no âmbito da linha de pesquisa: Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação, tendo como objetivo analisar o processo de monitoramento e avaliação dos Planos Municipais de educação em Pernambuco, no período de 2016 a 2018, evidenciando os desafios e perspectivas de sua institucionalização. Com uma abordagem qualitativa, utilizou como procedimentos metodológicos a pesquisa documental, tendo como fonte os Planos de Educação dos municípios do estado de Pernambuco e seus respectivos relatórios de monitoramento e avaliação. Acrescentam-se ainda questionários com perguntas abertas destinados aos sujeitos que atuam nas gestões do monitoramento e avaliação dos planos. O recorte temporal compreendeu o biênio de 2016-2018, caracterizado como período em que os municípios realizaram adesão para receber apoio do Ministério da Educação, através de uma rede de assistência para monitoramento e avaliação dos planos. A pesquisa insere o tema do monitoramento e avaliação dos planos, numa discussão que destaca os planos de educação na perspectiva do regime de colaboração, o controle social, autonomia e participação no âmbito das gestões democrática. Considera-se que apesar de um contexto político, adverso aos avanços das metas dos planos educacionais, atravessado pelo golpe de 2016, os municípios registraram avanços institucionalização no processo de monitoramento e avaliação, quanto à organização do trabalho, mas há inúmeros desafios decorrentes de vários fatores, dentre eles: ausência da efetivação do sistema nacional de educação, limites quanto a participação das instancias determinadas legalmente para monitorar e avaliar os planos. Foi evidenciado o período da pandemia Covid-19 como um elemento que desfavoreceu a continuidade dos trabalhos das equipes responsáveis pelo monitoramento dos planos nos municípios pesquisados.

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  • MARCELO GONCALVES SANTOS
  • CONCEPÇÕES ACERCA DA FORMAÇÃO HUMANA NO PENSAMENTO EDUCACIONAL BRASILEIRO ATUAL: O CAMPO DA FORMAÇÃO HUMANA E A QUESTÃO FUNDACIONAL/ANTIFUNDACIONAL

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • FLAVIO HENRIQUE ALBERT BRAYNER
  • JOSE POLICARPO JUNIOR
  • LUIZ ARTUR DOS SANTOS CESTARI
  • RAPHAEL GUAZZELLI VALERIO
  • Data: 30/12/2022

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  • A presente Tese trata das concepções sobre a formação humana presentes no pensamento educacional brasileiro atual, discernindo-as, como também discernindo o campo discursivo que elas constituem e mediante o qual são constituídas. Tais concepções, e o respectivo campo discursivo, são confrontados com os paradigmas antifundacionais. Com efeito, a pesquisa propõe-se a identificar e discernir compreensivamente as concepções e o campo discursivo acerca da formação humana no pensamento educacional brasileiro atual, confrontando-os com a problemática do desvanecimento dos princípios formativos moderno-iluministas, desvanecimento provocado pelas objeções e pelos princípios oriundos no antifundacionismo. Para isso, adota um desígnio teórico-metodológico pertencente ao campo antifundacional e, especialmente, próprio da hermenêutica. Assim o é porque visa a compreensão das concepções e do campo da formação humana e não a produção de um conhecimento sobre eles, não o desvelamento de verdades a seu respeito por um sujeito pesquisador a partir do qual há a explicitação de suas verdades, como, também, porque implica em uma abertura à experiência, uma abertura ao mundo da vida, em busca de um diálogo alteritariamente fundado, sem dominação autorreferenciada. Não obstante, a adoção deste desígnio não implica em um posicionamento a favor das concepções afins ao antifundacionismo e contra as fundacionistas, importando, em realidade, na renúncia à produção de um conhecimento autocentrado que determine a verdade sobre o campo da formação humana e suas concepções. A aproximação compreensiva ao campo da formação humana que é intentada torna-se possível a partir do significado concernente a discurso, qual seja: uma estrutura formada por narrativas e práticas levadas a efeito por um conjunto de sujeitos. A compreensão dá-se, então, mediante a aproximação às narrativas e práticas conceptuais desses sujeitos, o que este trabalho busca fazer. A Tese, portanto, discerne oito concepções que integram o campo da formação humana no pensamento educacional brasileiro atual, discernindo, ao mesmo tempo, o próprio campo. Discerne, igualmente, os posicionamentos que as oito concepções adotam em relação à questão do fundacionismo/ antifundacionismo.


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  • A presente Tese trata das concepções sobre a formação humana presentes no pensamento educacional brasileiro atual, discernindo-as, como também discernindo o campo discursivo que elas constituem e mediante o qual são constituídas. Tais concepções, e o respectivo campo discursivo, são confrontados com os paradigmas antifundacionais. Com efeito, a pesquisa propõe-se a identificar e discernir compreensivamente as concepções e o campo discursivo acerca da formação humana no pensamento educacional brasileiro atual, confrontando-os com a problemática do desvanecimento dos princípios formativos moderno-iluministas, desvanecimento provocado pelas objeções e pelos princípios oriundos no antifundacionismo. Para isso, adota um desígnio teórico-metodológico pertencente ao campo antifundacional e, especialmente, próprio da hermenêutica. Assim o é porque visa a compreensão das concepções e do campo da formação humana e não a produção de um conhecimento sobre eles, não o desvelamento de verdades a seu respeito por um sujeito pesquisador a partir do qual há a explicitação de suas verdades, como, também, porque implica em uma abertura à experiência, uma abertura ao mundo da vida, em busca de um diálogo alteritariamente fundado, sem dominação autorreferenciada. Não obstante, a adoção deste desígnio não implica em um posicionamento a favor das concepções afins ao antifundacionismo e contra as fundacionistas, importando, em realidade, na renúncia à produção de um conhecimento autocentrado que determine a verdade sobre o campo da formação humana e suas concepções. A aproximação compreensiva ao campo da formação humana que é intentada torna-se possível a partir do significado concernente a discurso, qual seja: uma estrutura formada por narrativas e práticas levadas a efeito por um conjunto de sujeitos. A compreensão dá-se, então, mediante a aproximação às narrativas e práticas conceptuais desses sujeitos, o que este trabalho busca fazer. A Tese, portanto, discerne oito concepções que integram o campo da formação humana no pensamento educacional brasileiro atual, discernindo, ao mesmo tempo, o próprio campo. Discerne, igualmente, os posicionamentos que as oito concepções adotam em relação à questão do fundacionismo/ antifundacionismo.

2021
Dissertações
1
  • SAYARAH CAROL MESQUITA DOS SANTOS
  • A DUALIDADE NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DA CONTRARREFORMA DO ENSINO MÉDIO DE 2016/2017 

  • Orientador : KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KATHARINE NINIVE PINTO SILVA
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • JOSE NILDO ALVES CAU
  • MARISE NOGUEIRA RAMOS
  • Data: 24/02/2021

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  • Esta pesquisa teve como objeto de estudo a contrarreforma do Ensino Médio realizada no governo de Michel Temer, num contexto de profunda crise política, social e institucional no Brasil, a partir da Medida Provisória n° 746/2016, posteriormente convertida na Lei n° 13.415/2017. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar como a dualidade educacional entre a formação dos jovens da classe trabalhadora e a formação dos jovens da classe dominante se apresenta na educação brasileira a partir da atual contrarreforma do Ensino Médio. Para tanto, a metodologia envolveu análise documental (LUDKE; ANDRÉ, 1986; NEVES, 1996; CELLARD, 2008) considerando, na normatização recente para o Ensino Médio a partir da Lei nº 13.415/2017, os fatores presentes que corroboram para o caráter de classe na educação, através da fundamentação no materialismo histórico-dialético (KONDER, 2008; PAULO NETTO, 2011; CURY, 1992). Os resultados da pesquisa indicaram uma manutenção da dualidade educacional desta etapa do ensino, fundamentada em uma formação desigual, de acordo com a classe social dos sujeitos atendidos. No entanto, na atualidade, essa dualidade se reconfigura e se alinha segundo as novas exigências do sistema capitalista, através do projeto dos organismos internacionais e dos reformadores empresariais que vem atuando na educação brasileira. A contrarreforma do Ensino Médio, dessa forma, intensifica a dualidade, sobretudo, através da naturalização de trajetórias formativas distintas, mas que se confundem com a origem de classe dos estudantes, ou seja, como trajetórias formativas desiguais. Para uns, a formação na perspectiva da acumulação flexível agora traduzida pelos conteúdos, noções e concepções (empreendedorismo, competências, flexibilidade etc.) alinhados às demandas do mercado, que possa educar a juventude para o terreno da precarização que vem se intensificando na contemporaneidade. Para outros, a manutenção de uma formação propedêutica, de cultura geral, para acesso a uma carreira de nível superior. Dessa forma, a conclusão de nosso estudo é de que a Lei n° 13.415/2017 da contrarreforma do Ensino Médio aprofunda a dualidade educacional brasileira, promovendo trajetórias formativas desiguais, de acordo com a origem de classe dos estudantes e que atende, principalmente, os interesses privatistas dos reformadores empresariais e dos organismos internacionais para a Educação Básica pública brasileira. Assim, esta atual política representa um projeto de educação que priva a maioria dos jovens da classe trabalhadora ao acesso amplo ao conhecimento e as oportunidades educacionais para além do saber fazer. 


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  • Esta pesquisa teve como objeto de estudo a contrarreforma do Ensino Médio realizada no governo de Michel Temer, num contexto de profunda crise política, social e institucional no Brasil, a partir da Medida Provisória n° 746/2016, posteriormente convertida na Lei n° 13.415/2017. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar como a dualidade educacional entre a formação dos jovens da classe trabalhadora e a formação dos jovens da classe dominante se apresenta na educação brasileira a partir da atual contrarreforma do Ensino Médio. Para tanto, a metodologia envolveu análise documental (LUDKE; ANDRÉ, 1986; NEVES, 1996; CELLARD, 2008) considerando, na normatização recente para o Ensino Médio a partir da Lei nº 13.415/2017, os fatores presentes que corroboram para o caráter de classe na educação, através da fundamentação no materialismo histórico-dialético (KONDER, 2008; PAULO NETTO, 2011; CURY, 1992). Os resultados da pesquisa indicaram uma manutenção da dualidade educacional desta etapa do ensino, fundamentada em uma formação desigual, de acordo com a classe social dos sujeitos atendidos. No entanto, na atualidade, essa dualidade se reconfigura e se alinha segundo as novas exigências do sistema capitalista, através do projeto dos organismos internacionais e dos reformadores empresariais que vem atuando na educação brasileira. A contrarreforma do Ensino Médio, dessa forma, intensifica a dualidade, sobretudo, através da naturalização de trajetórias formativas distintas, mas que se confundem com a origem de classe dos estudantes, ou seja, como trajetórias formativas desiguais. Para uns, a formação na perspectiva da acumulação flexível agora traduzida pelos conteúdos, noções e concepções (empreendedorismo, competências, flexibilidade etc.) alinhados às demandas do mercado, que possa educar a juventude para o terreno da precarização que vem se intensificando na contemporaneidade. Para outros, a manutenção de uma formação propedêutica, de cultura geral, para acesso a uma carreira de nível superior. Dessa forma, a conclusão de nosso estudo é de que a Lei n° 13.415/2017 da contrarreforma do Ensino Médio aprofunda a dualidade educacional brasileira, promovendo trajetórias formativas desiguais, de acordo com a origem de classe dos estudantes e que atende, principalmente, os interesses privatistas dos reformadores empresariais e dos organismos internacionais para a Educação Básica pública brasileira. Assim, esta atual política representa um projeto de educação que priva a maioria dos jovens da classe trabalhadora ao acesso amplo ao conhecimento e as oportunidades educacionais para além do saber fazer. 

2
  • FABIOLA CRISTINA DE OLIVEIRA BENTO
  • Representações sociais dos (as) professores (as) de Educação Física sobre o conteúdo da dança nas Escolas Municipais do Jaboatão dos Guararapes – PE (2016-2020).

  • Orientador : JOSE LUIS SIMOES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • JOSE LUIS SIMOES
  • HENRIQUE GERSON KOHL
  • ISIS TAVARES DA SILVA LOVERA
  • Data: 25/02/2021

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  • Trazer a dança como objeto de estudo acadêmico é desafiador por estimular as inquietações que permeiam a sua prática no ambiente escolar. Procurando entender as lacunas existentes quanto ao ensino da dança na escola, esta dissertação busca conhecer quais as representações sociais dos (as) professores (as) de Educação Física do Município do Jaboatão dos Guararapes - PE em relação à prática pedagógica do conteúdo da dança nas aulas. E tem como objetivo analisar quais as representações sociais dos (as) docentes que trabalham o conteúdo da dança na prática pedagógica da Educação Física das escolas municipais do Jaboatão dos Guararapes - PE de 2016 a 2020. Para tanto, nossa composição coreográfica foi dividida em cinco ensaios e o espetáculo onde foram expostas todas as nuances que construíram a pesquisa como as impressões obtidas na investigação; com amparo na Teoria das Representações Sociais segundo os pressupostos de Serge Moscovici para analisar e dialogar com a discussão. Trata-se de uma investigação qualitativa pautada nas entrevistas semiestruturadas cujo método de pesquisa utilizado para tratamento dos dados foi a análise do conteúdo com fundamento em Laurence Bardin (1977) através das suas três fases de análise. Os sujeitos da pesquisa foram os (as) professores (as) de Educação Física oriundos (as) do último concurso realizado no Município do Jaboatão dos Guararapes que atuam nos anos iniciais e finais
    do Ensino Fundamental. Através das informações obtidas com a transcrição das entrevistas foi realizada a categorização, exploração e discussão dos dados elegendo quatro categorias onde cada uma delas foi delimitada em mais duas subcategorias de análise. O estudo revelou que os (as) professores (as) de Educação Física percebem o lugar da dança no contexto escolar e a sua importância enquanto conteúdo por ser uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento do (a) aluno (a) de forma integral. Como também lhes permitiu expor e refletir sobre as dificuldades existentes para lidar com a prática do conteúdo da dança nas aulas de Educação Física que se encontram além do ambiente escolar.


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  • Trazer a dança como objeto de estudo acadêmico é desafiador por estimular as inquietações que permeiam a sua prática no ambiente escolar. Procurando entender as lacunas existentes quanto ao ensino da dança na escola, esta dissertação busca conhecer quais as representações sociais dos (as) professores (as) de Educação Física do Município do Jaboatão dos Guararapes - PE em relação à prática pedagógica do conteúdo da dança nas aulas. E tem como objetivo analisar quais as representações sociais dos (as) docentes que trabalham o conteúdo da dança na prática pedagógica da Educação Física das escolas municipais do Jaboatão dos Guararapes - PE de 2016 a 2020. Para tanto, nossa composição coreográfica foi dividida em cinco ensaios e o espetáculo onde foram expostas todas as nuances que construíram a pesquisa como as impressões obtidas na investigação; com amparo na Teoria das Representações Sociais segundo os pressupostos de Serge Moscovici para analisar e dialogar com a discussão. Trata-se de uma investigação qualitativa pautada nas entrevistas semiestruturadas cujo método de pesquisa utilizado para tratamento dos dados foi a análise do conteúdo com fundamento em Laurence Bardin (1977) através das suas três fases de análise. Os sujeitos da pesquisa foram os (as) professores (as) de Educação Física oriundos (as) do último concurso realizado no Município do Jaboatão dos Guararapes que atuam nos anos iniciais e finais
    do Ensino Fundamental. Através das informações obtidas com a transcrição das entrevistas foi realizada a categorização, exploração e discussão dos dados elegendo quatro categorias onde cada uma delas foi delimitada em mais duas subcategorias de análise. O estudo revelou que os (as) professores (as) de Educação Física percebem o lugar da dança no contexto escolar e a sua importância enquanto conteúdo por ser uma ferramenta que auxilia no desenvolvimento do (a) aluno (a) de forma integral. Como também lhes permitiu expor e refletir sobre as dificuldades existentes para lidar com a prática do conteúdo da dança nas aulas de Educação Física que se encontram além do ambiente escolar.

3
  • JOEL SEVERINO DA SILVA
  • EDUCAÇÃO DE BASE E SINDICALIZAÇÃO RURAL NA MATA NORTE DE PERNAMBUCO (1961 a 1972)

  • Orientador : ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADRIANA MARIA PAULO DA SILVA
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • ANTONIO TORRES MONTENEGRO
  • Data: 26/02/2021

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  • O objeto da investigação é a relação entre educação de base e sindicalização rural na mata norte de Pernambuco entre 1961 e 1972. A concepção de educação de base, aqui desenvolvida, refere-se à própria experiência subjacente à prática formativa e instituinte do movimento sindical rural, tendo como ponto de referência o conceito desenvolvido pelo MEB, bem como as diretrizes político-pedagógicas do MEB e do SORPE referentes à sindicalização. Sendo uma experiência educativa não escolar, a abordamos na perspectiva conceitual da Educação Não Formal à ótica de Gohn (2010/11/12). A investigação se justifica pelo fato de não haver estudos sobre o sindicalismo rural no estado na perspectiva da educação. A pesquisa interrogou como se deu a prática do sindicato na formação da sindicalização rural e suas lideranças, na Mata Norte de Pernambuco, em meio às tensões políticas sociais entre 1961 e 1972? O estudo compreendeu, portanto, dois momentos: antes e pós golpe. No segundo, atenção se deu a essa experiência em plena época de “chumbo” do regime, a fim de se analisar como foi que o sindicato reorganizou sua prática formativa nesse contexto. Fundamentou-se teórica e metodologicamente, no campo da historiografia, na perspectiva dos Annales. Assim, fez-se uso de fontes documentais e orais. Analisou-se em três capítulos: a) a relação entre educação de base e sindicalização rural na região, no período; b) o material formativo e informativo produzido pela própria FETAPE (pós golpe); c) as práticas educativas do sindicato referente a formação dos trabalhadores na região antes e pós golpe. Neste sentido, analisou-se os cursos de formação de lideranças sindicais; o papel educador do pessoal da linha de frente da organização (padres, dirigentes, e delegados sindicais); a mudança de discurso da prática formativa antes e pós golpe. Assim, propomos uma análise da prática formativa do sindicato como lugar de educação de base, no sentido de ter inaugurado aos trabalhadores rurais, senão uma formação política em sentido clássico do termo, ao menos certas compressões de organização coletiva a partir de práticas e diretrizes próprias, que sob orientação católica buscava no discurso do legal (lei) e do religioso, a justeza e o perfil de militância sindical que reivindicaria direitos básicos ligadas a salários e previdência social. Identificamos que, se antes do golpe, tal prática na região, primou por um perfil de militância sindical que buscasse na lei a justeza do movimento e certa conciliação para com a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) a fim de ter suas reivindicações atendidas, bem como se posicionar como legítimo na defesa do camponês em detrimento das Ligas Camponesas e dos independentes em relação a FETAPE; com a intervenção militar, sobretudo com a rigidez dos anos de “chumbo”, o apelo ao legal como discurso de autoridade e verdade foi o princípio norteador da prática formativa e operacional do sindicato à região; submetido a política assistencialista do PRORURAL e FUNRURAL instituída pelo próprio regime, o sindicato reorientou sua prática formativa em vista dos benefícios assistenciais como forma de ampliar sua rede se sócios. O trabalho, além de outras considerações já consolidadas no campo historiográfico, aponta que a análise da prática educativa de base subjacente ao processo formativo aqui investigado, contribui para precisar o lugar de uma prática pedagógica de formação sindical e coletiva dos trabalhadores rurais em seu lugar histórico.


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  • O objeto da investigação é a relação entre educação de base e sindicalização rural na mata norte de Pernambuco entre 1961 e 1972. A concepção de educação de base, aqui desenvolvida, refere-se à própria experiência subjacente à prática formativa e instituinte do movimento sindical rural, tendo como ponto de referência o conceito desenvolvido pelo MEB, bem como as diretrizes político-pedagógicas do MEB e do SORPE referentes à sindicalização. Sendo uma experiência educativa não escolar, a abordamos na perspectiva conceitual da Educação Não Formal à ótica de Gohn (2010/11/12). A investigação se justifica pelo fato de não haver estudos sobre o sindicalismo rural no estado na perspectiva da educação. A pesquisa interrogou como se deu a prática do sindicato na formação da sindicalização rural e suas lideranças, na Mata Norte de Pernambuco, em meio às tensões políticas sociais entre 1961 e 1972? O estudo compreendeu, portanto, dois momentos: antes e pós golpe. No segundo, atenção se deu a essa experiência em plena época de “chumbo” do regime, a fim de se analisar como foi que o sindicato reorganizou sua prática formativa nesse contexto. Fundamentou-se teórica e metodologicamente, no campo da historiografia, na perspectiva dos Annales. Assim, fez-se uso de fontes documentais e orais. Analisou-se em três capítulos: a) a relação entre educação de base e sindicalização rural na região, no período; b) o material formativo e informativo produzido pela própria FETAPE (pós golpe); c) as práticas educativas do sindicato referente a formação dos trabalhadores na região antes e pós golpe. Neste sentido, analisou-se os cursos de formação de lideranças sindicais; o papel educador do pessoal da linha de frente da organização (padres, dirigentes, e delegados sindicais); a mudança de discurso da prática formativa antes e pós golpe. Assim, propomos uma análise da prática formativa do sindicato como lugar de educação de base, no sentido de ter inaugurado aos trabalhadores rurais, senão uma formação política em sentido clássico do termo, ao menos certas compressões de organização coletiva a partir de práticas e diretrizes próprias, que sob orientação católica buscava no discurso do legal (lei) e do religioso, a justeza e o perfil de militância sindical que reivindicaria direitos básicos ligadas a salários e previdência social. Identificamos que, se antes do golpe, tal prática na região, primou por um perfil de militância sindical que buscasse na lei a justeza do movimento e certa conciliação para com a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) a fim de ter suas reivindicações atendidas, bem como se posicionar como legítimo na defesa do camponês em detrimento das Ligas Camponesas e dos independentes em relação a FETAPE; com a intervenção militar, sobretudo com a rigidez dos anos de “chumbo”, o apelo ao legal como discurso de autoridade e verdade foi o princípio norteador da prática formativa e operacional do sindicato à região; submetido a política assistencialista do PRORURAL e FUNRURAL instituída pelo próprio regime, o sindicato reorientou sua prática formativa em vista dos benefícios assistenciais como forma de ampliar sua rede se sócios. O trabalho, além de outras considerações já consolidadas no campo historiográfico, aponta que a análise da prática educativa de base subjacente ao processo formativo aqui investigado, contribui para precisar o lugar de uma prática pedagógica de formação sindical e coletiva dos trabalhadores rurais em seu lugar histórico.

4
  • ARLETE MARIA BELO DA SILVA
  • PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO: possíveis repercussões na Política de Atendimento à Pessoa com Deficiência no Município do Recife-PE

  • Orientador : EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • KATIA SILVA CUNHA
  • WILMA PASTOR DE ANDRADE SOUSA
  • Data: 30/06/2021

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  • A dissertação “Plano Municipal de Educação: possíveis repercussões na política de atendimento à Pessoa com Deficiência no Município do Recife – PE” teve por objetivo analisar possíveis repercussões do Plano Municipal de Educação do Recife – PME 2015-2025 na política de atendimento educacional às pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação. Para tanto delimitamos como objetivos específicos, compreender as repercussões da Meta 4 do PME 2015-2025 na configuração da Política de Atendimento Educacional à Pessoa com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação planejada e implementada no município do Recife – PE e mapear essas políticas implementadas e desenvolvidas no município. Em cumprimento aos objetivos apresentados, o presente estudo se insere na Análise de Política de Educação. Tratar-se de uma Pesquisa Qualitativa Documental. Neste sentido, nos voltamos para a Metodologia das Ciências Sociais, ancoradas na perspectiva de Minayo (1998) que coloca estudos dessa natureza sob o prisma de um mundo polêmico, em que as questões não estão resolvidas e o debate se apresenta perdurável. Por isso, para análise dos dados nos baseamos na teoria e metodologia da análise de discurso (FAIRCLOUGH, 2007/2008 e FOUCAULT, 2006), considerando os aspectos texto, prática discursiva e prática social conectados com a intertextualidade. As repercussões do Plano Municipal de Educação de Recife – PME  2015-2025 na política de atendimento educacional às pessoas com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação apresentam conquistas, desafios, possibilidades e perspectivas quanto ao cumprimento de suas metas e estratégias implantadas e que faltam ser implantadas pelo poder público municipal. Destacamos as conquistas como a garantia das escolas matricularem os (as) educandos (as) com NEE em salas de aula do ensino regular comum a todos, de professores (as)  de AEE nas escolas e atuando de forma itinerante nas escolas que não têm Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs), investimento em (SRMs), transporte escolar inclusivo, a criação e implantação do cargo de Agente de Apoio ao Desenvolvimento Educacional Especial (AADEE) e a criação dos núcleos de apoio à inclusão: NTA, NAAH/S, para pessoas surdas e para educandos com TEA e ainda os convênios com instituições especializadas, que colaboram com a perspectiva da inclusão no ensino regular das escolas de educação básica. Portanto, podemos considerar como desafios as condições de articulação destas ações com o trabalho pedagógico desenvolvido no ensino regular das escolas da rede, porque o texto do PME não apresenta estratégias que garantem esta articulação, tão necessária para a inclusão. Observamos ainda desafios que compreendem a falta de articulação entre as ações existentes anteriores ao PME 2015-2015 e as estratégias implantadas para a inclusão do público alvo da educação especial, com evidências de ausência da avaliação da política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva que já vinha sendo desenvolvida no município. Apresentamos como possibilidades e perspectivas a criação e implantação dos centros multidisciplinares por RPA como uma política pública a ser implantada pelo poder público, assim como a política que garante a distribuição de livros e materiais didáticos adaptados para as escolas,  tendo como foco o AEE em todas as escolas em vista de uma efetiva inclusão educacional dos (as) educandos (as) com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação.


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  • O projeto de dissertação “Plano Municipal de Educação: possíveis repercussões na política de atendimento à Pessoa com Deficiência no Município do Recife – PE” teve por objetivo analisar possíveis repercussões do Plano Municipal de Educação do Recife – PME 2015-2025 na política de atendimento educacional às pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação. Para tanto delimitamos como objetivos específicos, compreender as repercussões da Meta 4 do PME 2015-2025 na configuração da Política de Atendimento Educacional à Pessoa com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação planejada e implementada no município do Recife – PE e mapear essas políticas implementadas e desenvolvidas no município. Em cumprimento aos objetivos apresentados, o presente estudo se insere na Análise de Política de Educação. Tratar-se de uma Pesquisa Qualitativa Documental. Neste sentido, nos voltamos para a Metodologia das Ciências Sociais, ancoradas na perspectiva de Minayo (1998) que coloca estudos dessa natureza sob o prisma de um mundo polêmico, em que as questões não estão resolvidas e o debate se apresenta perdurável. Por isso, para análise dos dados nos baseamos na teoria e metodologia da análise de discurso (FAIRCLOUGH, 2007/2008 e FOUCAULT, 2006), considerando os aspectos texto, prática discursiva e prática social conectados com a intertextualidade. As repercussões do Plano Municipal de Educação de Recife – PME  2015-2025 na política de atendimento educacional às pessoas com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação apresentam conquistas, desafios, possibilidades e perspectivas quanto ao cumprimento de suas metas e estratégias implantadas e que faltam ser implantadas pelo poder público municipal. Destacamos as conquistas como a garantia das escolas matricularem os (as) educandos (as) com NEE em salas de aula do ensino regular comum a todos, de professores (as)  de AEE nas escolas e atuando de forma itinerante nas escolas que não têm Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs), investimento em (SRMs), transporte escolar inclusivo, a criação e implantação do cargo de Agente de Apoio ao Desenvolvimento Educacional Especial (AADEE) e a criação dos núcleos de apoio à inclusão: NTA, NAAH/S, para pessoas surdas e para educandos com TEA e ainda os convênios com instituições especializadas, que colaboram com a perspectiva da inclusão no ensino regular das escolas de educação básica. Portanto, podemos considerar como desafios as condições de articulação destas ações com o trabalho pedagógico desenvolvido no ensino regular das escolas da rede, porque o texto do PME não apresenta estratégias que garantem esta articulação, tão necessária para a inclusão. Observamos ainda desafios que compreendem a falta de articulação entre as ações existentes anteriores ao PME 2015-2015 e as estratégias implantadas para a inclusão do público alvo da educação especial, com evidências de ausência da avaliação da política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva que já vinha sendo desenvolvida no município. Apresentamos como possibilidades e perspectivas a criação e implantação dos centros multidisciplinares por RPA como uma política pública a ser implantada pelo poder público, assim como a política que garante a distribuição de livros e materiais didáticos adaptados para as escolas,  tendo como foco o AEE em todas as escolas em vista de uma efetiva inclusão educacional dos (as) educandos (as) com deficiência, TGD e altas habilidades ou superdotação.

5
  • LUCIVANIA BARBOSA EVANGELISTA BATISTA
  • O “aluno de escola pública de ensino médio” nas representações sociais de seus professores

  • Orientador : LAEDA BEZERRA MACHADO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREZA MARIA DE LIMA
  • ELETA DE CARVALHO FREIRE
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • MARIA DA CONCEICAO CARRILHO DE AGUIAR
  • Data: 14/07/2021

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  • Esta pesquisa tem como objetivo identificar as representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio,” elaboradas por seus professores indicando possíveis relações dessas representações com as práticas dessesprofissionais. Adotamos a Teoria das Representações Sociais desenvolvida por Serge Moscovici, particularmente a Teoria do Núcleo Central, proposta por J.C. Abric, abordagem complementar à grande teoria. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa (realizado de modo online), desenvolvido em três etapas. Na primeira, para identificar a estrutura das representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio,” 71 professores da Rede Estadual de Pernambuco responderam a um questionário do tipo googledoce umTeste de Associação Livre de Palavras. Com o questionário, traçamos o perfil dos participantes. As evocações, analisadas com auxílio do softwareIramuteq, revelaram representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio pautadas em dificuldades, decorrentes da situação de desigualdade social desses estudantes. Apesar disso, nas evocações e justificativas dos professores, ganha relevância a capacidade de superação e a determinação de seus alunos para enfrentarem os obstáculos que lhes são impostos. Com base nos resultados da etapa inicial e a fim de testar a centralidade das representações do objeto investigado, desenvolvemos, na segunda etapa, um teste de centralidade. Para isso aplicamos a técnica de triagens hierárquicas sucessivas a um subgrupo de 26 participantes da etapa anterior. O material recolhido naquela etapa, estudado a partir da técnica de análise de conteúdo, confirmou que o núcleo central das representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio” está estruturado em dois elementos: superação e desigualdade. Os resultados confirmam que, nas representações dos professores, seus alunos enfrentam desafios os mais variados, mas com determinação superam esses obstáculos. A terceira etapa procurou, por meio de narrativas escritas por 11 sujeitos (participantes das etapas anteriores), indicar possíveis relações entre as representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio” identificadas e as práticas desses profissionais. Os resultados ratificam as representações sociais desse aluno como carente, disperso, desinteressado, desmotivado e com déficit de aprendizagem, fruto da situação de desigualdade social a que está submetido. No entanto, os professores reconhecem o potencial e a possibilidade de superação desses estudantes. Identificamos, portanto, representações sociais ambivalentes de “aluno de escola pública de ensino médio” no grupo investigado. Tal ambivalência perpassa as três etapas da pesquisa e indica que, a despeito das desigualdades sociais que enfrenta, o “aluno de escola pública de ensino médio” supera os desafios. A pesquisa revela que mesmo com alguns avanços de políticas públicas de expansão da oferta de ensino médio no país, ainda, são os muitos problemas que afetam essa etapa da escolarização. A despeito de representações sociais de docentes centralizadas na capacidade de superação dos alunos, a desigualdade social que lhes afeta dificulta o trabalho escolar. Reiteramos a necessidade de medidas capazes de equalizar as oportunidades educacionais para as juventudes que ingressam na escola de ensino médio.


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  • Esta pesquisa tem como objetivo identificar as representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio,” elaboradas por seus professores indicando possíveis relações dessas representações com as práticas dessesprofissionais. Adotamos a Teoria das Representações Sociais desenvolvida por Serge Moscovici, particularmente a Teoria do Núcleo Central, proposta por J.C. Abric, abordagem complementar à grande teoria. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa (realizado de modo online), desenvolvido em três etapas. Na primeira, para identificar a estrutura das representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio,” 71 professores da Rede Estadual de Pernambuco responderam a um questionário do tipo googledoce umTeste de Associação Livre de Palavras. Com o questionário, traçamos o perfil dos participantes. As evocações, analisadas com auxílio do softwareIramuteq, revelaram representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio pautadas em dificuldades, decorrentes da situação de desigualdade social desses estudantes. Apesar disso, nas evocações e justificativas dos professores, ganha relevância a capacidade de superação e a determinação de seus alunos para enfrentarem os obstáculos que lhes são impostos. Com base nos resultados da etapa inicial e a fim de testar a centralidade das representações do objeto investigado, desenvolvemos, na segunda etapa, um teste de centralidade. Para isso aplicamos a técnica de triagens hierárquicas sucessivas a um subgrupo de 26 participantes da etapa anterior. O material recolhido naquela etapa, estudado a partir da técnica de análise de conteúdo, confirmou que o núcleo central das representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio” está estruturado em dois elementos: superação e desigualdade. Os resultados confirmam que, nas representações dos professores, seus alunos enfrentam desafios os mais variados, mas com determinação superam esses obstáculos. A terceira etapa procurou, por meio de narrativas escritas por 11 sujeitos (participantes das etapas anteriores), indicar possíveis relações entre as representações sociais de “aluno de escola pública de ensino médio” identificadas e as práticas desses profissionais. Os resultados ratificam as representações sociais desse aluno como carente, disperso, desinteressado, desmotivado e com déficit de aprendizagem, fruto da situação de desigualdade social a que está submetido. No entanto, os professores reconhecem o potencial e a possibilidade de superação desses estudantes. Identificamos, portanto, representações sociais ambivalentes de “aluno de escola pública de ensino médio” no grupo investigado. Tal ambivalência perpassa as três etapas da pesquisa e indica que, a despeito das desigualdades sociais que enfrenta, o “aluno de escola pública de ensino médio” supera os desafios. A pesquisa revela que mesmo com alguns avanços de políticas públicas de expansão da oferta de ensino médio no país, ainda, são os muitos problemas que afetam essa etapa da escolarização. A despeito de representações sociais de docentes centralizadas na capacidade de superação dos alunos, a desigualdade social que lhes afeta dificulta o trabalho escolar. Reiteramos a necessidade de medidas capazes de equalizar as oportunidades educacionais para as juventudes que ingressam na escola de ensino médio.

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  • LUAN MAXWELL ALVES DA SILVA
  • A canção na prática docente de professores de História de Escolas de Referência do Ensino Médio e de Escolas Técnicas Estaduais de Pernambuco

  • Orientador : JOSE BATISTA NETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CRISTIANE MARIA GALDINO DE ALMEIDA
  • JOSE BATISTA NETO
  • LAEDA BEZERRA MACHADO
  • Data: 27/07/2021

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  • A prática docente de professores de História no uso da canção em sala de aula constitui o objeto de estudo. O objetivo da pesquisa foi o de analisar a prática docente do professor de História no uso da canção em atividades educacionais do Ensino Médio de Escolas Técnicas (ETE) e de Escolas de Referência (EREM) do estado de Pernambuco sob a jurisdição da Gerência Regional de Educação da Mata Centro. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de campo de natureza exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa e que se utiliza da Análise de Conteúdo para o tratamento, organização e análise dos dados empíricos. Os dados foram colhidos a partir de pesquisa documental cujo corpus é composto pela de regulamentação educacional, nos âmbitos federal e estadual, que dizem respeito à inserção da Música e da canção na Educação Básica e no ensino de História, e também a partir de questionários e entrevistas semi-estruturadas, realizadas com professores de História que atuam em escolas da Gerência Regional de Educação da Mata Centro de Pernambuco. Por um lado, pode-se perceber o avanço na política educacional nacional com a inclusão da Música e da canção na Educação Básica e no ensino de História a partir da regulamentação analisada, bem como da necessidade de adaptação da regulamentação nacional à realidade pernambucana. Nota-se também uma prática docente voltada à preocupação de uma formação de cidadãos críticos e com valores apreciáveis à vida em sociedade, além de dotada de saberes experienciais formado ao longo da carreira docente. A paródia e a ilustração se constituíram em formas de uso da canção legitimadas a partir das intenções educacionais dos professores. A formação inicial e continuada de professores, no entanto, apresentou deficiências no que refere à apropriação da temática do uso da canção e dos documentos alternativos em História.


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  • A prática docente de professores de História no uso da canção em sala de aula constitui o objeto de estudo. O objetivo da pesquisa foi o de analisar a prática docente do professor de História no uso da canção em atividades educacionais do Ensino Médio de Escolas Técnicas (ETE) e de Escolas de Referência (EREM) do estado de Pernambuco sob a jurisdição da Gerência Regional de Educação da Mata Centro. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de campo de natureza exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa e que se utiliza da Análise de Conteúdo para o tratamento, organização e análise dos dados empíricos. Os dados foram colhidos a partir de pesquisa documental cujo corpus é composto pela de regulamentação educacional, nos âmbitos federal e estadual, que dizem respeito à inserção da Música e da canção na Educação Básica e no ensino de História, e também a partir de questionários e entrevistas semi-estruturadas, realizadas com professores de História que atuam em escolas da Gerência Regional de Educação da Mata Centro de Pernambuco. Por um lado, pode-se perceber o avanço na política educacional nacional com a inclusão da Música e da canção na Educação Básica e no ensino de História a partir da regulamentação analisada, bem como da necessidade de adaptação da regulamentação nacional à realidade pernambucana. Nota-se também uma prática docente voltada à preocupação de uma formação de cidadãos críticos e com valores apreciáveis à vida em sociedade, além de dotada de saberes experienciais formado ao longo da carreira docente. A paródia e a ilustração se constituíram em formas de uso da canção legitimadas a partir das intenções educacionais dos professores. A formação inicial e continuada de professores, no entanto, apresentou deficiências no que refere à apropriação da temática do uso da canção e dos documentos alternativos em História.

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  • JEAN DA SILVA MENEZES
  • AS ARTES MARCIAIS COMO MÁQUINA DE GUERRA ESPIRITUAL: um estudo da arte marcial mágica em Chögyam Trungpa Rinpoche

  • Orientador : ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MOISÉS DE MELO SANTANA
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • Data: 02/08/2021

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  • RESUMO

     

    A presente Dissertação tematiza a relação educação-espiritualidade, a partir da cosmovisão presentificada no mito de Shambhala. A intenção é elucidar os sentidos formativos figurativizados nas obras do professor tibetano Chögyam Trungpa Rinpoche, a partir da expressão arte marcial mágica, problematizando as imagens prevalentes na tematização da guerra ancorada em uma lógica bélico-militar. No percurso, buscamos apreender algumas implicações para repensar os sentidos da formação humana. Mais especificamente, objetivamos (1) contextualizar o sentido da guerra nas imagens míticas vinculadas aos horizontes culturais do ocidente e do oriente; (2) analisar como os mitos marciais emergem no pensamento do professor tibetano Chögyam Trungpa Rinpoche; e (3) delimitar a concepção de arte marcial mágica e suas implicações para os processos educativos em uma perspectiva formativo-espiritual. Trata-se de uma investigação de caráter teórico-bibliográfico, ancorada em uma análise hermenêutico-figural. Os resultados sinalizam uma visão singular acerca da formação do humano no contexto das artes marciais, apreendidas como uma máquina de guerra espiritual inspirada na mitologia de Shambhala. Concluímos defendendo que a reativação da noção de arte marcial mágica, desde os chamados ensinamentos de Shambhala, abre uma compreensão político-pedagógica radical da experiência da sacralidade do mundo, indicando um caminho inusitado acerca do uso das artes marciais nos processos educacionais


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  • RESUMO

     

    A presente Dissertação tematiza a relação educação-espiritualidade, a partir da cosmovisão presentificada no mito de Shambhala. A intenção é elucidar os sentidos formativos figurativizados nas obras do professor tibetano Chögyam Trungpa Rinpoche, a partir da expressão arte marcial mágica, problematizando as imagens prevalentes na tematização da guerra ancorada em uma lógica bélico-militar. No percurso, buscamos apreender algumas implicações para repensar os sentidos da formação humana. Mais especificamente, objetivamos (1) contextualizar o sentido da guerra nas imagens míticas vinculadas aos horizontes culturais do ocidente e do oriente; (2) analisar como os mitos marciais emergem no pensamento do professor tibetano Chögyam Trungpa Rinpoche; e (3) delimitar a concepção de arte marcial mágica e suas implicações para os processos educativos em uma perspectiva formativo-espiritual. Trata-se de uma investigação de caráter teórico-bibliográfico, ancorada em uma análise hermenêutico-figural. Os resultados sinalizam uma visão singular acerca da formação do humano no contexto das artes marciais, apreendidas como uma máquina de guerra espiritual inspirada na mitologia de Shambhala. Concluímos defendendo que a reativação da noção de arte marcial mágica, desde os chamados ensinamentos de Shambhala, abre uma compreensão político-pedagógica radical da experiência da sacralidade do mundo, indicando um caminho inusitado acerca do uso das artes marciais nos processos educacionais

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  • IRENE KESSIA DAS MERCÊS DO NASCIMENTO
  • HISTÓRIAS DO POVO NEGRO CONTADAS NA ESCOLA

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • CÍCERA NUNES
  • Data: 27/08/2021

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  • Esta pesquisa, a nível de dissertação, intitulada Histórias do povo negro contadas nas escolas, teve como objetivo: analisar como a obrigatoriedade da Lei nº 10.639/2003 está presente nas histórias contadas sobre o povo negro em uma escola da Rede Municipal de Paulista/PE, em que se buscou trazer à tona o seguinte problema: considerando a Lei nº 10.639/2003, que histórias sobre o povo negro são contadas nas escolas do ensino fundamental da rede municipal de ensino de Paulista? Como hipótese, refletimos que tal abordagem possibilitará aos/às estudantes negros/as perceberem e conhecerem o seu protagonismo de sua ancestralidade a partir da construção de sua identidade negra, afirmando, assim, o que está proposto na Lei 10.639/2003, que contribui para afirmação da cultura africana e afro-brasileira dentro das escolas. Essa pesquisa é caracterizada como qualitativa, tendo, como instrumento de coleta de dados, o questionário para delimitar os/as sujeitos/as e a entrevista semiestruturada tendo como aporte metodológico a história oral definida por Alberti (2005). O marco teórico dessa pesquisa é a Teoria da Afrocentricidade, defendida por Molefi Kete Asante (2014), direcionada nos conceitos da centralidade/marginalidade, localização psicológica, cultural e social, e agência. Os resultados dessa apontaram que as histórias do povo negro contadas na escolas ocorrem de forma tímida e silenciada, numa tentativa de cumprir a Lei 10.639/03, necessitando que se ampliem os conteúdos relacionados à temática afro. Os dados dessa pesquisa também apontaram que muitos/as alunos/as negros/as sofrem preconceitos por conta de sua cor/raça, numa situação marginalizada de sua identidade negra.


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  • Documento consta em formulário interno do Programa

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  • VIVIANE LIDIA MONTEIRO RODRIGUES
  • De pinóquios a alunos: discursos que modelam a criança da Educação Infantil

  • Orientador : KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • TATIANA CRISTINA DOS SANTOS DE ARAUJO
  • Data: 27/08/2021

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  • A partir da preocupação com a infância vivida nas escolas públicas, aliada à experiência de ser professora da Educação Infantil, nasce o desejo de investigar este elemento subjetivo, “esquecido” no interior das salas de aula: o corpo. Numa perspectiva sócio-histórica, discutimos o conceito de infância criado junto com a modernidade (ARIÉS, 2012) e o processo de escolarização da infância. Considerando a escola como categoria de análise, cenário em que se modelam crianças, alunos, indivíduos e sujeitos, nascem as perguntas da pesquisa: como o tempo e o espaço escolar formam a criança? Como essa escola marca o corpo, a subjetividade infantil? Como essa criança escolar é representada no discurso das professoras? Como a criança-aluna é forjada no seio das políticas públicas e nos documentos oficiais que versam sobre a etapa da Educação Infantil? A criança, ao entrar na escola é atingida por diversos discursos (pedagógicos, religioso, médico, jurídico), que imprimem os papéis de aluno e de criança. E quando voltados para a ordem e disciplina deixam marcas, mais expressivamente, na constituição subjetiva da criança, em sua corporeidade. Em se tratando das classes populares, as práticas estão destinadas a submissão, ao disciplinamento, ao silêncio e a obediência. Com base foucaultiana – Bujes (2002), Souza (2007; 2010), Abramowicz (2016) e Arenhart (2016) – este trabalho busca abordar os processos de subjetivação infantil que atingem as crianças dentro da estrutura escolar. Como suporte teórico, entramos no campo das culturas infantis, através dos estudos de Manoel Sarmento (2002) e da Sociologia da Infância com contribuições de Jens Qvortrup (2010). Temos por objetivo desvelar como a escola, no corpo de suas práticas discursivas, opera na constituição da criança, enquanto sujeito aluno na Educação Infantil. Tentaremos apontar como a governamentalidade “entra” nos corpos infantis, através do dispositivo escolar, composto de discursos e técnicas disciplinares. Para tanto, elaboramos um “prisma discursivo” para saber dessa criança – construída pelos discursos científicos da Modernidade – que a consolidou como objeto de intervenção pedagógica, utilizando As aventuras de Pinóquio, de Carlo Collodi (2002), como cenário da nossa escrita. Através do recurso literário, podemos trazer a criança do campo da literatura para a criança do discurso pedagógico contemporâneo. Para tanto, traremos o conjunto discursivo da professora de Educação Infantil sobre a escola e a infância contemporânea e os documentos oficiais da BNCC – Base Nacional Comum Curricular, no que se refere à Educação Infantil. Ao atravessarmos esse labirinto metodológico, o fio da infância foi o nosso guia durante a pesquisa, revelando-nos as intencionalidades educativas nas palavras e nos discursos sobre a criança. Desvelamos, também o conceito de experiência nas notas de Jorge Larrosa (2002) que, ao final nos serve para ampliar e intensificar os debates sobre a produtividade da criança escolar, a velocidade das informações e a pobreza de experiências.

     


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  • O resumo consta em arquivos físicos nas pastas do Programa.

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  • DEYBSON HENRIQUE SILVA DE ALBUQUERQUE
  • Axé, Mandinga e Munganga: Subjetivação e Produção de Sentido do Ser/Coletivo nas Sambadas de Coco do Recife e Região Metropolitana

  • Orientador : RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELE REGINA PEREIRA NOGUEIRA
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • Data: 31/08/2021

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  • Esse trabalho é fruto de uma busca e curiosidade sobre o fazer educativo e práticas coletivas comunitárias partilhados nas experiências das sambadas de coco de roda do Recife e Região Metropolitana no período de 2018 a 2021.Tem-se como enfoque poético investigativo algumas análises e abordagens de como as brincadeiras populares e as manifestações tradicionais, nessa circularidade, tem-se o Coco de Roda em seu aparato simbólico e cultural, este perpassado por experiências educativas e culturais, tanto das identidades quanto das singularidades dos territórios à potencializar na descolonização da educação, dialogando sobre a produção crítica/coletivo compartilhadas, de quais formas tais iniciativas se substanciam e se justificam em processos de subjetivações coletivas a promover a valorização, difusão, formação de identidades culturais coletivas e discursos plurais. Dessa forma articulou-se uma perspectiva da ancestralidade e pós-colonialidade, onde a tessitura e escrita foi  animada com fragmentos de memórias, textos, anotações, rascunhos, imagens, sensibilidades, argumentos teóricos e metodológicos que anteciparam o momento da pandemia e a experiência na pós-graduação, que nesse processo abrupto do encontro com a ordem do imprevisível renascem, brotam e florescem no fazer educativo, criativo e poético de um brincador e sambador do coco de roda e educador popular. Hoje esses elementos que saltam e dançam deixam um pouco das raízes a mostra. Sendo assim, este trabalho valeu-se de referenciais que possibilitaram a articulação, valorização e produção sob a perspectiva da cosmovisão africana e indígena, percebendo processos pedagógicos e formas de educação que ocorrem fora das formas canônicos de ensino-aprendizagem.


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  • Esse trabalho é fruto de uma busca e curiosidade sobre o fazer educativo e práticas coletivas comunitárias partilhados nas experiências das sambadas de coco de roda do Recife e Região Metropolitana no período de 2018 a 2021.Tem-se como enfoque poético investigativo algumas análises e abordagens de como as brincadeiras populares e as manifestações tradicionais, nessa circularidade, tem-se o Coco de Roda em seu aparato simbólico e cultural, este perpassado por experiências educativas e culturais, tanto das identidades quanto das singularidades dos territórios à potencializar na descolonização da educação, dialogando sobre a produção crítica/coletivo compartilhadas, de quais formas tais iniciativas se substanciam e se justificam em processos de subjetivações coletivas a promover a valorização, difusão, formação de identidades culturais coletivas e discursos plurais. Dessa forma articulou-se uma perspectiva da ancestralidade e pós-colonialidade, onde a tessitura e escrita foi  animada com fragmentos de memórias, textos, anotações, rascunhos, imagens, sensibilidades, argumentos teóricos e metodológicos que anteciparam o momento da pandemia e a experiência na pós-graduação, que nesse processo abrupto do encontro com a ordem do imprevisível renascem, brotam e florescem no fazer educativo, criativo e poético de um brincador e sambador do coco de roda e educador popular. Hoje esses elementos que saltam e dançam deixam um pouco das raízes a mostra. Sendo assim, este trabalho valeu-se de referenciais que possibilitaram a articulação, valorização e produção sob a perspectiva da cosmovisão africana e indígena, percebendo processos pedagógicos e formas de educação que ocorrem fora das formas canônicos de ensino-aprendizagem.

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  • THAYANNE GUILHERME CALIXTO
  • FEMINISMO, CIÊNCIA E REVOLUÇÃO: NARRATIVAS DE PROFESSORAS ATIVISTAS DO FÓRUM DE MULHERES EM LUTA DA UFPB

  • Orientador : KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • JEANE FÉLIX DA SILVA
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • Data: 31/08/2021

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  • Este estudo dedica-se à experiência de narrar a história de três professoras ativistas do Fórum de Mulheres em Luta da UFPB, refletindo sobre os atravessamentos do feminismo na trajetória pessoal e profissional das docentes. O Fórum de Mulheres nasce juntamente com a Greve Internacional das mulheres em 2017, que impulsionou discentes, docentes, técnicas-administrativas e mulheres que convivem na UFPB a se organizarem coletivamente. Para realização desta pesquisa utilizou-se a entrevista narrativa, através de vídeos-chamada pela plataforma virtual Google meet, em razão da pandemia da COVID-19, assim os encontros aconteceram entre os meses de novembro de 2020 a janeiro de 2021. Como fruto das narrativas, a pesquisa teve como elementos principais de discussão: Mulheres na universidade; Movimento Feminista na universidade; e Política de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher na UFPB. Com isso, o capítulo intitulado “Feminismo e Docência nas Pesquisas Científicas” apresenta os estudos realizados nos últimos anos sobre temas ligados a esta pesquisa e o capítulo “Feminismo e Docência no Contexto Universitário” se debruça sobre as narrativas das professoras, na tentativa de contá-las, realizando incursões analíticas. Como principais achados, têm-se o atravessamento do feminismo na trajetória das professoras que passam a se organizar coletivamente no contexto universitário, a criação do Fórum de Mulheres em Luta da UFPB e do Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres (CoMu), sob a Resolução 26/2018. Por fim, a experiência de narrar esteve presente em todo o estudo, seja sobre as histórias das professoras, como por meio de fragmentos da minha própria história, reafirmando que o pessoal é político.


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  • encontra-se em arquivos internos do PPGE

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  • SINESIO MONTEIRO DE MELO FILHO
  • A MUNICIPALIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO SOBRE O SISTEMA MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE OLINDA-PE

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • Data: 31/08/2021

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  • Esta dissertação se insere na linha de pesquisa Política, Planejamento e Gestão da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco e tem como objeto o processo de municipalização do ensino fundamental em Pernambuco, com foco no município de Olinda, no período 2012 e 2014. O texto apresenta um breve panorama histórico da gestão da educação pública no Brasil realçando os pressupostos políticos e ideológicos atinentes à estruturação administrativa da educação, em cada época, vinculados aos interesses de forças regionais que buscam a concentração do poder por interesses políticos e econômicos. Teve como objetivo geral apreender como se materializou o processo de municipalização do ensino fundamental no município de Olinda, no estado de Pernambuco, no período de 2008 a 2014. Para o desenvolvimento da pesquisa, de corte qualitativo, foram considerados os estudos sobre a modernização do estado e as políticas governamentais de educação, pós Constituição Federal de 1988, e, efetivados levantamentos e análises bibliográficos e documentais sobre a temática, bem como o mapeamento de documentos oficiais concernentes aos acordos firmados entre o governo do estado e o município de Olinda referentes a esse processo. As análises dos dados coletados evidenciam que, em consonância com as políticas de modernização do estado, na década de 1990, o governo de Pernambuco passou a defender um pacto de colaboração visando transferir a responsabilidade das etapas de ensino fundamental para a dependência administrativa dos municípios, sob o argumento de que tal fato propiciaria à secretaria estadual condições de melhor organização da oferta do ensino médio. Apesar das divergências políticas, falta de clareza sobre qual égide legislativa e burocrática se arregimentaria o processo de municipalização e impasses e queixas da comunidade escolar, o Município de Olinda manifestou seu interesse na municipalização do ensino fundamental. Em 2013, o Município de Olinda foi o que mais efetivou a municipalização de escolas, melhorando sua estrutura física e alargando a rede municipal, que recebeu 16 escolas oriundas do sistema estadual de ensino. A investigação realizada indica que a implementação de uma política educacional articulada entre as esferas públicas, no âmbito do governo estadual de Pernambuco, que conjugue meios para lidar com as questões de educação em todo o Estado e assegure a cooperação técnica, administrativa e financeira, requer uma instância formal de interlocução interinstitucional. Constata-se que a municipalização do ensino fundamental no município de Olinda não está finalizada, o que dá margem para a efetivação de um processo em disputa, o que requer dos gestores, profissionais e especialistas da educação e comunidade pautar a melhor forma de conduzir a gestão da educação escolar


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  • O Resumo encontra-se em pasta física do discente, no PPGE

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  • MELKA ROBERTA GUEDES DE LIRA E PINTO
  • GESTÃO DAS RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS DA UFPE

  • Orientador : ALFREDO MACEDO GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALFREDO MACEDO GOMES
  • VILDE GOMES DE MENEZES
  • PAULETTE CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE
  • Data: 31/08/2021

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  • RESUMO:

     

    As Residências Multiprofissionais em Saúde são uma modalidade de pós-graduação lato sensu que têm como principal característica o processo de formação de ensino-serviço, na perspectiva da interdisciplinaridade para a prática do cuidado. Nos propomos com este estudo, de abordagem qualitativa, a discorrer sobre a gestão de três Programas de Residências Multiprofissionais da Universidade Federal de Pernambuco, através das seguintes análises: 1) o perfil dos gestores e suas respectivas contribuições para o funcionamento dos Programas; 2) os processos de tomada de decisão (consultivos e deliberativos); 3) as dimensões administrativas e acadêmico-pedagógicas. Para tanto, buscamos os dados por meio de entrevistas abertas, realizadas com o conjunto de oito

    (08)   representações,   ligados   direta   e   indiretamente   aos   Programas,   diante   da

    interinstitucionalidade entre academia e governos, os quais foram analisados usando conceitos teóricos da gestão universitária e os marcos regulatórios nacionais das

     

    Residências Multiprofissionais como referências. Entre os achados, foi possível constatar que a universidade precisa dispor de recursos que promovam a qualificação destes profissionais para atuarem nas esferas de gestão, visto que os docentes que desempenham tais funções, ao longo da formação inicial e permanente, possuem preparo mais voltado para o exercício de ensinar e pesquisar. Apesar de relatos de intentos comprometidos e de desejo de valorização da modalidade, o esforço para atender as demandas que os cargos de gestão exigem, requer apoio institucional para constituir as habilidades, conhecimentos e procedimentos inerentes para o exercicio de liderança, articulação e gestão de pessoas e processos de trabalho, estudo. Sobre os espaços de consulta e decisão, pudemos apreender que cada Programa dispõe além do colegiado, que possui membros de todas as instituições e segmentos, em número não equitativo. Além disto, promovem espaço interno que compõe as atividades teórico-práticas, com finalidades pedagógicas que acabam funcionando como um lócus importante de fala, escuta e proposições sobre questões variadas das Residências, especialmente prestando grande contribuição à organização dos Programas. As questões administrativas dos três Programas pouco apresentaram semelhanças, com particularidades de algum modo defendidas, já que estão vinculadas a setores diferentes da universidade, como Hospital das Clínicas e Centros Acadêmicos e de redes de saúde municipais distintas, o que ocasiona usufruto de estruturas diferentes. Diante do exposto, reforçamos que dada a importância das Residências para a formação de profissionais para implantação de modelo de gestão que reoriente práticas de saúde da realidade, em beneficio da população e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde, é urgente a necessidade de investimentos permanentes do Ministério da Educação e da Saúde, para melhores condições de funcionamento. Do mesmo modo, faz-se necessário a adoção de medidas municipais para maior acolhimento da proposta que matricia e presta assistência à saúde e de políticas institucionais da UFPE, de valorização e reconhecimento de suas experiências. Afinal, como proposta intersetorial, de educação e saúde, todos os entes para difundir as Residências Multiprofissionais, devem potencializar os Programas já existentes, devido ao grande potencial que têm em si de transformar significativamente e melhorar os serviços de saúde e o aperfeiçoamento dos trabalhadores.


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  • RESUMO:

     

    As Residências Multiprofissionais em Saúde são uma modalidade de pós-graduação lato sensu que têm como principal característica o processo de formação de ensino-serviço, na perspectiva da interdisciplinaridade para a prática do cuidado. Nos propomos com este estudo, de abordagem qualitativa, a discorrer sobre a gestão de três Programas de Residências Multiprofissionais da Universidade Federal de Pernambuco, através das seguintes análises: 1) o perfil dos gestores e suas respectivas contribuições para o funcionamento dos Programas; 2) os processos de tomada de decisão (consultivos e deliberativos); 3) as dimensões administrativas e acadêmico-pedagógicas. Para tanto, buscamos os dados por meio de entrevistas abertas, realizadas com o conjunto de oito

    (08)   representações,   ligados   direta   e   indiretamente   aos   Programas,   diante   da

    interinstitucionalidade entre academia e governos, os quais foram analisados usando conceitos teóricos da gestão universitária e os marcos regulatórios nacionais das

     

    Residências Multiprofissionais como referências. Entre os achados, foi possível constatar que a universidade precisa dispor de recursos que promovam a qualificação destes profissionais para atuarem nas esferas de gestão, visto que os docentes que desempenham tais funções, ao longo da formação inicial e permanente, possuem preparo mais voltado para o exercício de ensinar e pesquisar. Apesar de relatos de intentos comprometidos e de desejo de valorização da modalidade, o esforço para atender as demandas que os cargos de gestão exigem, requer apoio institucional para constituir as habilidades, conhecimentos e procedimentos inerentes para o exercicio de liderança, articulação e gestão de pessoas e processos de trabalho, estudo. Sobre os espaços de consulta e decisão, pudemos apreender que cada Programa dispõe além do colegiado, que possui membros de todas as instituições e segmentos, em número não equitativo. Além disto, promovem espaço interno que compõe as atividades teórico-práticas, com finalidades pedagógicas que acabam funcionando como um lócus importante de fala, escuta e proposições sobre questões variadas das Residências, especialmente prestando grande contribuição à organização dos Programas. As questões administrativas dos três Programas pouco apresentaram semelhanças, com particularidades de algum modo defendidas, já que estão vinculadas a setores diferentes da universidade, como Hospital das Clínicas e Centros Acadêmicos e de redes de saúde municipais distintas, o que ocasiona usufruto de estruturas diferentes. Diante do exposto, reforçamos que dada a importância das Residências para a formação de profissionais para implantação de modelo de gestão que reoriente práticas de saúde da realidade, em beneficio da população e do fortalecimento do Sistema Único de Saúde, é urgente a necessidade de investimentos permanentes do Ministério da Educação e da Saúde, para melhores condições de funcionamento. Do mesmo modo, faz-se necessário a adoção de medidas municipais para maior acolhimento da proposta que matricia e presta assistência à saúde e de políticas institucionais da UFPE, de valorização e reconhecimento de suas experiências. Afinal, como proposta intersetorial, de educação e saúde, todos os entes para difundir as Residências Multiprofissionais, devem potencializar os Programas já existentes, devido ao grande potencial que têm em si de transformar significativamente e melhorar os serviços de saúde e o aperfeiçoamento dos trabalhadores.

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  • VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Projeto Socioeducativo e Inclusão Educacional: O Espaço Criança Esperança de Jaboatão dos Guararapes - PE

  • Orientador : ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • JANINE MARTA COELHO RODRIGUES
  • Data: 08/09/2021

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  • O presente trabalho está inserido no campo que trata da relação entre educação e desigualdades educacionais. Nesse sentido, parte de uma inquietação enquanto educador a respeito do processo educativo de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. A presença de instituições de educação não-formal e projetos socioeducativos vem aumentando consideravelmente. Compreendendo que a atuação de tais espaços é permeada de contradições entre a atuação do Estado e da Sociedade Civil no campo da educação, nossa questão central está direcionada da seguinte maneira: Quais as repercussões do projeto socioeducativo da “ação” Espaço Criança Esperança na perspectiva do enfrentamento das desigualdades (educacionais), segundo a percepção dos atores envolvidos? A partir dessa problemática, nosso objetivo foi analisar as possíveis contribuições do projeto socioeducativo da “ação” Espaço Criança Esperança de Jaboatão dos Guararapes –PE no enfrentamento das desigualdades (educacionais). De forma breve, fizemos uma discussão teórica acerca das seguintes categorias: Estado, Terceiro Setor, Educação Não-Formal, Projetos Socioeducativos e Inclusão Educacional. Em relação as estratégias de investigação, fizemos um levantamento bibliográfico acerca do ECEJ, bem como utilizamos documentos norteadores e realizamos entrevistas com os educadores de modo a inferir as categorias empíricas para discutir com a literatura utilizada. Para tratamento dos dados utilizamos a análise de conteúdo (Bardin (1977). Vale salientar que se trata de uma pesquisa de caráter qualitativa, na qual metodologicamente tivemos como referência os seguintes autores Minayo (2000), Trivinos (1987), Chizzotti (2003), Zanten (2004), Mazzotti (2004), Ludke e Andre (1986), Bardin (1977), entre outros. Concluímos que as práticas desenvolvidas na instituição contribuem para a vida dos educandos, de forma individual, no entanto, para concretizar o enfrentamento às desigualdades educacionais é necessário a implementação de políticas públicas de modo a ampliar e garantir o acesso a educação de qualidade em consonância com as condições materiais de existência.


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  • Encontra-se em arqiuvos internos do PPGE

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  • DÁFINE LEMOS DA COSTA BORBA
  • NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO: O que aponta o contexto da prática sobre a inclusão de Estudantes com deficiência

  • Orientador : ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA LUCIA BORBA DE ARRUDA
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MARIA ZELIA DE SANTANA
  • Data: 10/09/2021

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  • O papel transformador que as universidades exercem na sociedade nos faz refletir a respeito das pessoas que já estão inseridas nas mesmas e as que ainda precisam ser inclusas visando diminuir as desigualdades existentes. Percebendo isto, podemos inferir que são necessárias políticas que visem garantir o acesso e a permanência com qualidade de todos, incluindo os Estudantes com deficiência, foco dos nossos estudos. Neste contexto, a Universidade Federal de Pernambuco, nosso campo de estudo, já vem sinalizando para a existência de políticas institucionais na perspectiva da inclusão voltada para atender o Ecd, através de ações como a institucionalização do Núcleo de Acessibilidade e a Política de Cotas para Ecd, além de já existir um número significativo de Ecd na instituição. Compreendendo a importância do Núcleo de Acessibilidade nesse processo de inclusão, podemos delinear alguns questionamentos que tendem ser esclarecidos por meio desta investigação: Como o processo de criação e implementação do Núcleo de Acessibilidade ocorreu no âmbito da UFPE? E quais os efeitos desta política no contexto da prática na instituição? Pensando isso, este estudo tem por finalidade analisar a trajetória do Núcleo de Acessibilidade/UFPE enquanto política institucional de inclusão, com um olhar voltado para a inclusão de Estudantes com deficiência na UFPE. Para tanto, precisaremos identificar os movimentos, nas esferas internacionais, nacionais e locais, que influenciaram a criação do Núcleo; analisar o contexto de produção do Núcleo a partir dos documentos legais e da documentação específica; e analisar os efeitos no contexto da prática das ações implementadas pelo Núcleo Central e os Setoriais voltadas aos Estudantes com deficiência. Como abordagem teórico-metodológica, utilizaremos o “Ciclo contínuo de Políticas” de BALL et al. (1992), pois através dele é possível perceber a complexa trajetória das políticas nos permitindo verificar como uma determinada política foi construída, quais as influências que sofreu, como elas estão sendo implementadas na prática e os seus efeitos no campo em que está inserida. Com base nesta abordagem, a coleta de dados se dará por meio de análise documental e a realização de entrevistas com aqueles que contribuíram em alguma etapa da trajetória do NACE e com os usuários das ações realizadas pelo NACE na UFPE, nomeadamente os Ecd. E para a análise dos dados, utilizaremos a análise crítica do discurso de Norman Fairclough, como forma de perceber os discursos e contextos em que esta política de inclusão foi criada e está sendo implementada na UFPE.


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  • The transforming role that universities play in society makes us reflect on people who are already included in them and those who still need to be included in order to reduce existing inequalities. Realizing this, we can infer that policies are needed to ensure access and quality permanence for everyone, including Students with disabilities, the focus of our studies. In this context, the Federal University of Pernambuco, our field of study, has already indicated the existence of institutional policies from the perspective of inclusion aimed at serving Ecd, through actions such as the institutionalization of the Accessibility Center and the Ecd Quota Policy , in addition to the fact that there is already a significant number of Ecd in the institution. Understanding the importance of the Accessibility Center in this inclusion process, we can outline some questions that tend to be clarified through this investigation: How did the process of creation and implementation of the Accessibility Center occur within the scope of UFPE? And what are the effects of this policy in the context of practice in the institution? With this in mind, this study aims to analyze the trajectory of the Accessibility Center/UFPE as an institutional inclusion policy, with a view to the inclusion of students with disabilities at UFPE. For that, we will need to identify the movements, in the international, national and local spheres, that influenced the creation of the Nucleus; analyze the context of production of the Center from legal documents and specific documentation; and analyze the effects in the context of the practice of actions implemented by the Central Nucleus and the Sectors aimed at Students with disabilities. As a theoretical-methodological approach, we will use the “Continuous Policy Cycle” by BALL et al. (1992), because through it it is possible to perceive the complex trajectory of policies, allowing us to verify how a certain policy was constructed, which influences it suffered, how they are being implemented in practice and their effects in the field in which it is inserted. Based on this approach, data collection will take place through document analysis and interviews with those who contributed at some stage of the NACE trajectory and with users of actions carried out by NACE at UFPE, namely the Ecd. And for data analysis, we will use Norman Fairclough's critical discourse analysis, as a way to understand the discourses and contexts in which this inclusion policy was created and is being implemented at UFPE.

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  • MARIA ELIZABETE GOMES RAMOS
  • O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA REDE MUNICIPAL DE RECIFE: Um olhar a partir do programa Proinfância

  • Orientador : MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROMILSON MARTINS SIQUEIRA
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • Data: 10/09/2021

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  • Para análise das repercussões do Programa Proinfância no Financiamento da Educação Infantil na rede municipal de ensino do Recife, no período 2008-2016, mandatos dos presidentes Lula e Dilma, objetivamos registrar as alterações no marco legal do financiamento da educação infantil no Brasil; investigar a evolução das matrículas e condições do atendimento na rede escolar do Recife; e ainda identificar o volume de investimentos do Programa Proinfância no país e no município. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, utilizando a análise bibliográfica e documental para aproximação dos dados, considerando documentos como o Censo Escolar do Recife e textos que informam sobre os temas investigados. Registramos no período a ampliação do marco normativo do financiamento da educação infantil, com destaque para a criação do Fundeb para manutenção, desenvolvimento e valorização dos profissionais de toda educação básica, com transferências obrigatórias da União para os demais entes, como política de Estado; e também o fortalecimento do papel indutor e supletivo da União frente às políticas de educação dos demais entes federados. Constatamos um aumento das matrículas das crianças de 0 a 5 anos em Recife, nas unidades públicas e nas privadas, que expressa o reconhecimento do direito das crianças à educação desde cedo; o crescimento do atendimento na rede privada; e ainda uma política de educação infantil induzida pelo Governo Federal, articulada a outras políticas para garantia de direitos e enfrentamento das desigualdades entre as crianças. Avaliamos que foram fundamentais os investimentos federais para construção de novas unidades como o Proinfância; bem como para manutenção de unidades, via Fundeb ou via programas como o Brasil Carinhoso, entre outros. O Proinfância revela possibilidades de colaboração entre a União e os municípios e DF para ampliar a qualificar o atendimento desta etapa da educação básica e em Recife financiou a construção de novas unidades, ampliando as matrículas públicas, sobretudo em creches, e referendando um padrão de qualidade para a educação infantil. Foram acordados com o FNDE/MEC projetos de 23 CMEIs, dos quais apenas 09 foram concluídos até 2020. Concluímos que o programa, em todo o país como em Recife, disponibilizou um volume expressivo de recursos para a construção de unidades, mas sua execução orçamentária demonstra muitos problemas na implementação, onde destacamos o desenho e a gestão geral do programa e o monitoramento dos projetos, tanto pelos municípios quanto pelo FNDE/MEC. Estes problemas resultaram num baixo número de unidades concluídas e em funcionamento, em Recife e em todo o país. A opção pelas transferências voluntárias de recursos, da União para os municípios e o DF, fortaleceu o caráter de temporalidade e de descontinuidade da ação, que foi impactada tanto pelas mudanças nos Governos Federal como nos municipais. Finalmente, o modelo do Proinfância, com a concentração dos recursos na União e a descentralização da execução pelos municípios, reforçam a desigualdade entre os entes e entre os municípios, agravada pela descontinuidade das gestões e equipes municipais.


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  • Para análise das repercussões do Programa Proinfância no Financiamento da Educação Infantil na rede municipal de ensino do Recife, no período 2008-2016, mandatos dos presidentes Lula e Dilma, objetivamos registrar as alterações no marco legal do financiamento da educação infantil no Brasil; investigar a evolução das matrículas e condições do atendimento na rede escolar do Recife; e ainda identificar o volume de investimentos do Programa Proinfância no país e no município. A pesquisa teve uma abordagem qualitativa, utilizando a análise bibliográfica e documental para aproximação dos dados, considerando documentos como o Censo Escolar do Recife e textos que informam sobre os temas investigados. Registramos no período a ampliação do marco normativo do financiamento da educação infantil, com destaque para a criação do Fundeb para manutenção, desenvolvimento e valorização dos profissionais de toda educação básica, com transferências obrigatórias da União para os demais entes, como política de Estado; e também o fortalecimento do papel indutor e supletivo da União frente às políticas de educação dos demais entes federados. Constatamos um aumento das matrículas das crianças de 0 a 5 anos em Recife, nas unidades públicas e nas privadas, que expressa o reconhecimento do direito das crianças à educação desde cedo; o crescimento do atendimento na rede privada; e ainda uma política de educação infantil induzida pelo Governo Federal, articulada a outras políticas para garantia de direitos e enfrentamento das desigualdades entre as crianças. Avaliamos que foram fundamentais os investimentos federais para construção de novas unidades como o Proinfância; bem como para manutenção de unidades, via Fundeb ou via programas como o Brasil Carinhoso, entre outros. O Proinfância revela possibilidades de colaboração entre a União e os municípios e DF para ampliar a qualificar o atendimento desta etapa da educação básica e em Recife financiou a construção de novas unidades, ampliando as matrículas públicas, sobretudo em creches, e referendando um padrão de qualidade para a educação infantil. Foram acordados com o FNDE/MEC projetos de 23 CMEIs, dos quais apenas 09 foram concluídos até 2020. Concluímos que o programa, em todo o país como em Recife, disponibilizou um volume expressivo de recursos para a construção de unidades, mas sua execução orçamentária demonstra muitos problemas na implementação, onde destacamos o desenho e a gestão geral do programa e o monitoramento dos projetos, tanto pelos municípios quanto pelo FNDE/MEC. Estes problemas resultaram num baixo número de unidades concluídas e em funcionamento, em Recife e em todo o país. A opção pelas transferências voluntárias de recursos, da União para os municípios e o DF, fortaleceu o caráter de temporalidade e de descontinuidade da ação, que foi impactada tanto pelas mudanças nos Governos Federal como nos municipais. Finalmente, o modelo do Proinfância, com a concentração dos recursos na União e a descentralização da execução pelos municípios, reforçam a desigualdade entre os entes e entre os municípios, agravada pela descontinuidade das gestões e equipes municipais.

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  • JESSICA DO NASCIMENTO SILVA
  • O Plano Municipal de Educação da cidade do Recife: reflexões sobre processos de participação e representatividade de uma política pública educacional

  • Orientador : LUCIANA ROSA MARQUES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCIANA ROSA MARQUES
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • ELISÂNGELA ALVES DA SILVA SCAFF
  • ANA DE FATIMA PEREIRA DE SOUSA ABRANCHES
  • Data: 23/09/2021

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  • A pesquisa é uma análise do processo de aprovação do Plano Municipal de Educação da cidade do Recife no ano de 2015, com foco nos processos democráticos. Entendendo democracia participativa e representativa, a partir do estudo de Boaventura de Sousa Santos (2002), nossa análise compreende os desafios de vivenciar processos democráticos a partir da interlocução com representantes de algumas entidades que participaram dos debates na 10ª Conferência Municipal de Educação (COMUDE). Para tal, dialogamos com representantes da Associação dos Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (AADI), do Núcleo de Educação Integral e Ações Afirmativas (NEAFI), do Fórum Municipal Popular de Educação do Recife, do Conselho Municipal de Educação, do Sindicato Municipal dos Profissionais da Rede Oficial de Ensino do Recife (SIMPERE) e do Sindicato dos Servidores Municipais do Recife (SINDSERPRE). O objetivo da presente pesquisa é analisar os processos de participação e a representatividade da sociedade civil na formulação do Plano Municipal de Educação do Recife (2015-2025). Utilizamos estudos como o de Abranches (2009) e Klein (2006), questionando como a representatividade tem se tornado uma formalidade democrática e caminhando para uma leitura no campo da educação, evidenciando aspectos da cooptação neoliberal. Finalizamos com uma discussão sobre a democracia participativa e representativa na realidade brasileira e a importância do fortalecimento de práticas democráticas no cenário nacional. Para nossa análise, empregamos a análise de conteúdo, proposta por Laurence Bardin (2016), e desenvolvemos categorias de análise a partir dos objetivos específicos, chegando a três eixos analíticos para organização dos dados coletados. Os resultados nos possibilitaram observar que houve grandes discordâncias entre os representantes da sociedade civil e a gestão municipal nos encaminhamentos ao longo da COMUDE e na aprovação do Plano Municipal de Educação da Cidade do Recife (PME-Recife/2015-2025), com destaque para leitura de um processo visto como não democrático pelos entrevistados. Por fim, concluímos levantando questões sobre a importância de espaços democráticos, sobretudo no cenário político nacional da atualidade. Pontuamos como é possível ampliar e fortalecer a democracia participativa e representativa por meio de questões que nos mobilizem a debater e problematizar, sobretudo, os processos de cooptação que têm alinhado a educação no Brasil a interesses neoliberais travestidos de filantropia.


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  • A pesquisa é uma análise do processo de aprovação do Plano Municipal de Educação da cidade do Recife no ano de 2015, com foco nos processos democráticos. Entendendo democracia participativa e representativa, a partir do estudo de Boaventura de Sousa Santos (2002), nossa análise compreende os desafios de vivenciar processos democráticos a partir da interlocução com representantes de algumas entidades que participaram dos debates na 10ª Conferência Municipal de Educação (COMUDE). Para tal, dialogamos com representantes da Associação dos Auxiliares de Desenvolvimento Infantil (AADI), do Núcleo de Educação Integral e Ações Afirmativas (NEAFI), do Fórum Municipal Popular de Educação do Recife, do Conselho Municipal de Educação, do Sindicato Municipal dos Profissionais da Rede Oficial de Ensino do Recife (SIMPERE) e do Sindicato dos Servidores Municipais do Recife (SINDSERPRE). O objetivo da presente pesquisa é analisar os processos de participação e a representatividade da sociedade civil na formulação do Plano Municipal de Educação do Recife (2015-2025). Utilizamos estudos como o de Abranches (2009) e Klein (2006), questionando como a representatividade tem se tornado uma formalidade democrática e caminhando para uma leitura no campo da educação, evidenciando aspectos da cooptação neoliberal. Finalizamos com uma discussão sobre a democracia participativa e representativa na realidade brasileira e a importância do fortalecimento de práticas democráticas no cenário nacional. Para nossa análise, empregamos a análise de conteúdo, proposta por Laurence Bardin (2016), e desenvolvemos categorias de análise a partir dos objetivos específicos, chegando a três eixos analíticos para organização dos dados coletados. Os resultados nos possibilitaram observar que houve grandes discordâncias entre os representantes da sociedade civil e a gestão municipal nos encaminhamentos ao longo da COMUDE e na aprovação do Plano Municipal de Educação da Cidade do Recife (PME-Recife/2015-2025), com destaque para leitura de um processo visto como não democrático pelos entrevistados. Por fim, concluímos levantando questões sobre a importância de espaços democráticos, sobretudo no cenário político nacional da atualidade. Pontuamos como é possível ampliar e fortalecer a democracia participativa e representativa por meio de questões que nos mobilizem a debater e problematizar, sobretudo, os processos de cooptação que têm alinhado a educação no Brasil a interesses neoliberais travestidos de filantropia.

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  • JAIME LUIZ BEZERRA DO NASCIMENTO
  • Argumentação Dialógica e Indícios de Autoria em Redações Nota Mil do Enem

  • Orientador : LIVIA SUASSUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LIVIA SUASSUNA
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • SYLVIA REGINA DE CHIARO RIBEIRO RODRIGUES
  • Data: 23/09/2021

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  • Diversos trabalhos já desenvolvidos acerca da prova de redação desse exame de larga escala indicam um efeito retroativo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na aprendizagem da escrita de alunos do ensino médio, o que justifica a pertinência de investigar que elementos textuais e discursivos são valorizados no seu processo avaliativo. Nesse contexto, fizemos a presente dissertação, que teve como objetivo verificar se a avaliação das redações desse exame de larga escala leva em conta critérios relativos a uma argumentação dialógica e se valoriza aspectos discursivos constitutivos da autoria. Em termos teóricos, recorremos ao conceito de língua como interação de Bakhtin (1997), que, por sua vez, se imbrica à teoria da argumentação dialógica presente em Leitão (2007). E, como esta pesquisa trata centralmente de produção de texto, embasamos nossa análise também nos estudos de Marcuschi (2002) e Possenti (2002; 2013), lançando mão das proposições deste último acerca dos indícios de autoria para averiguar o controle dos redatores sobre os próprios textos. Realizamos uma pesquisa documental e nosso corpus foi constituído por exemplares de redações que receberam nota 1000 – a nota máxima – nas edições do Enem dos anos de 2017, 2018 e 2019. Escolhemos aleatoriamente duas redações de cada edição, publicadas em um documento elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – órgão responsável pela realização do exame –, a fim de verificar a presença ou ausência da tríade argumentativa, que Leitão (2007) apresenta como indicadora de uma argumentação dialógica, composta pelos movimentos argumento / contra-argumento / resposta, bem como os indícios de autoria indicados por Possenti (2002; 2013) nas atitudes de incluir múltiplas vozes no discurso e manter distância do próprio dizer.  As análises mostraram que a banca examinadora do Enem, pelo menos nos últimos anos, não tem valorizado a construção da argumentação em uma perspectiva dialógica nas correções. Além disso, os indícios de autoria não são bem descritos nos critérios avaliativos nem têm, na avaliação, o mesmo peso que os elementos estruturais do texto.


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  • Several works already developed about the essay test of this wide scale exam indicate a retroactive effect of the High School National Exam on the writing learning process of the high school students, which justifies the relevance to investigate what textual and discursive elements are valued on its evaluation process. In this context, we wrote the present dissertation, which aimed to verify whether the assessment of essays in this wide scale exam considers the criteria related to a dialogic argumentation and whether it values the discursive aspects that constitute authorship. In theoretical terms, we resorted to Bakhtin's (1997) concept of language as an interaction, which, in turn, overlaps to the dialogic argumentation theory present in Leitão (2007). And, as this research is centrally about text production, we also based our analysis on the studies of Marcuschi (2002) and Possenti (2002; 2013), using the latter's propositions about authorship evidence to ascertain the essay writers' control over the own texts. We have done a documental research and our corpus was consisted of copies of essays that have gotten grade of 1000 - the highest grade - on the editions of the Enem in the years of 2017, 2018 and 2019. We randomly chose two essays of each edition, that were published in a document that has been written by the Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) - the body responsible for carrying out the exam -, in order to verify the presence or absence of the argumentative triad, which Leitão (2007) presents as an indicator of a dialogic argumentation, composed by the argument movements / counter-argument /response, as well as the authorship evidences indicated by Possenti (2002; 2013) in the attitudes of including multiple voices in the speech  and to keep distance from the saying itself. The analyses show that the examining board of the Enem, at least in the last few years, has not valued the construction of argumentation in a dialogic perspective throughout the corrections. Besides that, the evidences of the authorship are not well described in the evaluative criteria nor does it, in the evaluation, the same weight that the structural elements in the text.

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  • JULLIANE CAMPELO DO NASCIMENTO
  • CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE DOCENTES QUE ATUAM NO ENSINO MÉDIO E QUE ENSINAM SEUS ALUNOS A PRODUZIREM O GÊNERO TEXTUAL “REDAÇÃO DO ENEM”

  • Orientador : ARTUR GOMES DE MORAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR GOMES DE MORAIS
  • LEILA NASCIMENTO DA SILVA
  • TELMA FERRAZ LEAL
  • Data: 14/10/2021

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  • RESUMO:

    Este estudo buscou investigar como docentes de Língua Portuguesa (LP) de colégios públicos propedêuticos e de formação técnica concebem e relatam suas práticas ligadas à produção textual, em especial aquelas, referentes à redação para

     

    o ENEM, em turmas do terceiro ano do Ensino Médio (EM). Uma primeira intenção investigativa nos remeteu às concepções dos docentes em relação ao ensino de LP e à produção textual (PT), em geral. Em um segundo momento, nos propusemos a identificar se a ‘‘Redação do ENEM’’ servia como parâmetro para

    o ensino de produção de textos argumentativos nas aulas de LP no último ano do EM. Além disso, priorizamos também identificar se o tipo de EM (propedêutico ou técnico) influenciava as concepções e práticas dos docentes participantes e quais conhecimentos e estratégias consideraram como sendo necessários para que os estudantes pudessem ter bom desempenho na redação. Para isso, fizemos entrevistas semi-estruturadas com professores de LP, sendo cinco de ensino técnico e cinco de ensino misto ou só propedêutico que lecionavam em escolas da Rede Federal e da Rede Estadual de Pernambuco e que atuavam no último ano do EM. Realizamos duas entrevistas, sendo uma presencial e uma por vídeo-conferência. Dividimos as análises em categorias e organizamos os resultados em três grandes blocos. Com os dados obtidos, pudemos inferir nas falas, principalmente dos docentes do Estado, resquícios da concepção de um ensino mais fragmentado, no qual seria necessário estabelecer aulas mais específicas para desenvolver o ensino da redação. Todos os professores trabalhavam PT para redação do ENEM nas suas turmas do terceiro ano, sendo que nove deles faziam alguma preparação para a escrita dos alunos, usando dispositivos como levantamento dos conhecimentos prévios, reportagens, textos motivadores, dentre outros. Cinco professores entrevistados do Estado e três do ensino técnico afirmaram que corrigiam os textos dos alunos seguindo os critérios do ENEM. Ainda no primeiro bloco, identificamos que metade dos entrevistados nunca utilizou o Livro Didatico de LP com a finalidade de ensinar redação, muitos faziam uso de materiais pedagógicos próprios. No segundo bloco, notamos que, embora a argumentação tenha sido mencionada pelos professores como uma aprendizagem a ser desenvolvida na produção textual dos estudantes, para metade deles era essencial os alunos compreenderem apenas aspectos acerca da temática e da estrutura textual. No último bloco, constatamos que os professores consideravam como positiva a avaliação da Redação do ENEM ser feita através das cinco competências, mas para muitos a exigência da quinta competência era considerada como um ponto negativo, assim como o formato da prova, visto como engessado. De modo geral, percebemos que a formação dos professores e, sobretudo, as condições de trabalhos proporcionadas pelas Redes podem influenciar o ensino, pois os docentes do ensino técnico, que também eram contratados com Dedicação Exclusiva, apesar de terem menos aulas semanais que os docentes da rede estadual possuíam em sua carga- horária aulas para atendimento individual ao aluno. Diferente disso, a maioria dos docentes entrevistados da rede estadual ainda lecionavam em mais de uma escola,

    o que dificultava esse acompanhamento individualizado ao estudante. Percebemos, também, que havia um maior interesse dos professores da rede estadual em trabalhar com textos, quase que exclusivamente, dissertativos-argumentativos no terceiro ano do EM. Essa estratégia de ensino parte muitas vezes de uma exigência da gestão escolar para elevar o número de estudantes aprovados no vestibular ao final do ano, como afirmou um dos docentes. Essa mesma cobrança não ocorre com os docentes do ensino técnico, uma vez que, os alunos daquela modalidade de EM já saem com uma formação profissional.


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  • WANDERSON CRUZ DOS SANTOS
  • A Biblioteca como Heterotopia: Descaminhos e Subjetivação

  • Orientador : ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • ANA PAULA ABRAHAMIAN DE SOUZA
  • JANAYNA SILVA CAVALCANTE DE LIMA
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 29/10/2021

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  • Nesta dissertação, o objeto do olhar foram as experiências em uma cultura de domínios do saber e formas de produção de identidades no contexto da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco, uma heterotopia de tempos infindáveis que, como uma pedagogia cultural, atua na de produção de identidades. Buscou-se compreender como processos de relações de força materializadas nas práticas discursivas dessa heterocronia de tempo atua como uma pedagogia na conduta dos indivíduos. O caminho investigativo construído, de inspiração surrealista etnográfica, pautou-se de elementos da análise do discurso foucaltiana e dos estudos culturais. A feitura do corpus da pesquisa resulta narrativas  sobre o cotidiano da biblioteca, e as reflexões sobre documentos da/sobre esse espaço. Como resultado, identificou-se afirmações que orientam a ordem da verdade na biblioteca através dos modos de organização que incidem na orientação das condutas que se configuram como técnicas de saber-poder e de si materializados nos artefatos. Assim, é possível dizer que a biblioteca é um lugar de aprendizagem por onde diferentes significados circulam incidindo na fabricação dos sujeitos. Em adição a isso, neste espaço também há resistência que se expressa nos corpos que destroem as regras ao se expressar de outros modos, portanto, fabricam para si outras formas de viver. Dessa forma, a biblioteca pela ótica  da heterotopia pode ser percebida como um espaço em trânsito entre a efervescência urbana do Recife central e as escolas que lhe fazem vizinhança. 


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  • LAILA FARIAS DE ARAUJO
  • ENTRE O DITO E O VIVIDO: (AUTO)FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DA ADVOGADA MÉRCIA DE ALBUQUERQUE FERREIRA (1934-2003)

  • Orientador : RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAYLANE ANDREZA DIAS NAVARRO BARRETO
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • LIA MACHADO FIUZA FIALHO
  • Data: 19/11/2021

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  • Esta dissertação é fruto de uma pesquisa bibliográfica e documental que teve o intuito de apresentar a trajetória formativa de Mércia de Albuquerque Ferreira (1934-2003) que perpassou por regimes políticos autoritários. Considerou-se de maneira mais direta o regime civil militar (1964-1978) e a atuação da personagem enquanto advogada de presos/as políticos/as. As questões que envolveram a problemática da pesquisa estão atreladas às minhas inquietações sobre a história das mulheres e às características profissionais de Mércia de Albuquerque e foram assim postas: Como ser mulher, profissional e ter atuação destacada em regime político autoritário? Quais foram os elementos que ela teve que arregimentar para ter destaque na carreira e para conseguir aquilo que ela almejou? Quais características a forjaram? A hipótese de trabalho associa o fato de que houve uma abertura social, educacional e também política para que ela fosse formada, mas que a atuação, escolhas e credibilidade em seu meio é fruto de características pessoais e autoformativas. Para o estudo foi tomado como objeto de análise a trajetória (auto)formativa de Mércia de Albuquerque tendo por objetivo geral compreender o fazer-se profissional na atuação e promoção dos direitos humanos da personagem pesquisada. Para tanto, foram objetivos específicos: interpretar a (auto)narrativa da mulher no processo histórico, na educação e na política; mapear a trajetória formativa de Mércia de Albuquerque e analisar sua atuação profissional no campo do Direito e da política no regime civil militar. O referencial teórico esteve embasado em Michelle Perrot (2020) e Georges Duby (1987; 1993) que contribuem para a abordagem e tessitura da história das mulheres e François Dosse (2015) que auxiliou na ótica dos estudos biográficos e seus aspectos sociais. A metodologia associou a pesquisa bibliográfica, documental e a metodologia da História Oral e por meio de fontes como documentos escolares; reforma educacional; egodocumentos, como fotos, cartas, discursos, bilhetes e entrevistas com contemporâneos foi possível .entender o percurso formativo da advogada que consorciou educação familiar e educação escolar institucionalizada com os aprendizados advindos da sua rede de relacionamentos e das suas próprias experiências de trabalho no campo dos direitos humanos.


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  • ANA PAULA LOURENÇO DE SÁ
  • Formação continuada no âmbito do trabalho docente e sua (in)visibilidade em pesquisas educacionais vinculadas a programas de pós-graduação em educação da UFPE

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO CARRILHO DE AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE BATISTA NETO
  • MARIA DA CONCEICAO CARRILHO DE AGUIAR
  • RENATA DA COSTA LIMA
  • Data: 15/12/2021

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  • Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar os sentidos atribuídos a processos formativos de professores expressos em pesquisas realizadas entre os anos 2000 e 2020, vinculadas a programas de Pós-Graduação em Educação ofertados pela Universidade Federal de Pernambuco. Caracterizada como pesquisa qualitativa de cunho meta-analítico, buscou evidenciar conceitos de Formação Continuada de Professores presentes nas dissertações e teses produzidas nos programas de Pós-Graduação em Educação, situado no Centro de Educação (Campus Recife), e nos programas de Pós-graduação em Educação Contemporânea e Pós-graduação em Educação, Ciências e Matemática, situados no Centro Acadêmico do Agreste (Campus Caruaru). Buscou também identificar, nas pesquisas educacionais que compuseram o corpus de análise, qual o lugar de visibilidade é ofertado para as práticas formativas entre professores realizadas no cotidiano do trabalho docente, analisando a relevância dada por tais pesquisas a práticas reflexivas vivenciadas no cotidiano do trabalho docente. Para tanto, utilizou a Análise de Conteúdo Categorial (BARDIN, 1995) para organização, tratamento e análise dos dados presentes nas pesquisas e teve como referencial teórico sobre formação de professores Nóvoa (1999), Aguiar (2010), Alarcão (2011) e Souza (2012). Os achados apontaram para o reconhecimento da formação continuada como momento importante do desenvolvimento profissional docente, com impacto sobre as práticas pedagógicas e a subjetividade docente, corroborando o que dizem teóricos da formação. Sobre as práticas formativas, também ganha destaque o desejo por momentos de formação que considerem o cotidiano docente e os problemas reais vivenciados no exercício profissional. Apesar disso, há poucos relatos de docentes colaboradores sobre práticas reflexivas como instrumental efetivamente vivenciado em seu cotidiano formativo, menos ainda, para práticas vivenciadas entre pares.


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  • Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar os sentidos atribuídos a processos formativos de professores expressos em pesquisas realizadas entre os anos 2000 e 2020, vinculadas a programas de Pós-Graduação em Educação ofertados pela Universidade Federal de Pernambuco. Caracterizada como pesquisa qualitativa de cunho meta-analítico, buscou evidenciar conceitos de Formação Continuada de Professores presentes nas dissertações e teses produzidas nos programas de Pós-Graduação em Educação, situado no Centro de Educação (Campus Recife), e nos programas de Pós-graduação em Educação Contemporânea e Pós-graduação em Educação, Ciências e Matemática, situados no Centro Acadêmico do Agreste (Campus Caruaru). Buscou também identificar, nas pesquisas educacionais que compuseram o corpus de análise, qual o lugar de visibilidade é ofertado para as práticas formativas entre professores realizadas no cotidiano do trabalho docente, analisando a relevância dada por tais pesquisas a práticas reflexivas vivenciadas no cotidiano do trabalho docente. Para tanto, utilizou a Análise de Conteúdo Categorial (BARDIN, 1995) para organização, tratamento e análise dos dados presentes nas pesquisas e teve como referencial teórico sobre formação de professores Nóvoa (1999), Aguiar (2010), Alarcão (2011) e Souza (2012). Os achados apontaram para o reconhecimento da formação continuada como momento importante do desenvolvimento profissional docente, com impacto sobre as práticas pedagógicas e a subjetividade docente, corroborando o que dizem teóricos da formação. Sobre as práticas formativas, também ganha destaque o desejo por momentos de formação que considerem o cotidiano docente e os problemas reais vivenciados no exercício profissional. Apesar disso, há poucos relatos de docentes colaboradores sobre práticas reflexivas como instrumental efetivamente vivenciado em seu cotidiano formativo, menos ainda, para práticas vivenciadas entre pares.

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  • GABRIELLA VANESSA GOMES DE MATOS
  • CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA TRANSPESSOAL PARTICIPATIVA DECOLONIAL PARA (RE)PENSAR A EDUCAÇÃO PARA A MORTE

  • Orientador : AURINO LIMA FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • DJAILTON PEREIRA DA CUNHA
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • Data: 15/12/2021

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  • A morte é um fenômeno que desperta as mais variadas reações em nossa sociedade. Objetivamos compreender a Educação para a Morte (EPM) a partir da perspectiva transpessoal participativa decolonial, procurando trazer novas contribuições ao estudo deste fenômeno no campo educacional. Inicialmente, mapeamos 25 teses e dissertações disponibilizadas integralmente nas plataformas IBCT e Portal Capes, envolvendo a morte e a educação no campo acadêmico, nas escolas e nos hospitais. Utilizamos a abordagem qualitativa de cunho fenomenológico numa investigação realizada mediante o entrelaçamento da pesquisa bibliográfica e da investigação intuitiva. Percebemos que a Educação para Morte, retratada nas pesquisas nacionais, é plural, pois envolve instituições diversas, focos diferenciados e formas tradicionais e modernas de conceber a relação entre a morte e a educação. Mas os resultados refletem, em sua maioria, um movimento construído historicamente para reduzir ou até mesmo extinguir os efeitos fúnebres do cotidiano, por isso consideramos que a EPM pode ser uma referência importante para lidar com os sentimentos em uma sociedade que compreende as afetações como fraqueza emocional e/ou inexperiência profissional. Já que os estudos da área de saúde denunciam a ausência da temática nas estruturas curriculares e o seu silenciamento no dia a dia profissional, enquanto no universo escolar, as propostas foram ainda mais abrangentes, traduzidas em provocações em relação à estrutura curricular, às proposições didáticas, aos materiais de apoio utilizados e à inserção de salas de aula nos ambientes hospitalares, entre outras temáticas. No entanto a dificuldade dos professores em lidar com situações envolvendo a morte foi elucidada em vários momentos, o que pode estar associado à carência de proposições formativas mais amplas por parte dos órgãos gestores e das próprias universidades. As pesquisas indicam que a inclinação para uma abordagem envolvendo as dimensões biológica e emocional ainda é preponderante. Indicamos a necessidade de produção de conhecimentos sobre a EPM que inclua a diversidade e os problemas estruturais da sociedade brasileira. A análise das pesquisas levantadas, somadas às reflexões oriundas da pesquisa transpessoal participativa decolonial - nos giros da investigação intuitiva - permitiram-nos propor elementos para pensarmos uma Educação Integral para Morte (EIPM) que possibilita um enfrentamento em relação às sólidas estruturas hierarquizantes, bem como às práticas de morte, as quais ainda se justificam em razão dos efeitos da colonialidade. A partir do posicionamento crítico de fronteira, agregamos o termo “integral” à Educação Para Morte, no intuito de expandir o pensar a partir da fronteira, tornando-o uma “ação na fronteira” a qual mobiliza um fazer, um ato, um posicionamento-outro, que lhe concede o descentramento do eurocentrismo, ou seja, um interculturalizar, decolonizar e reconfigurar o campo de estudo da morte. Apontamos a co-criação intrapessoal com a equiprimacia da multidimensionalidade e a equipotencialidade das relações, além da co-criação transpessoal e a equipluralidade de possibilidades de cocriação como elementos fundamentais para construção de uma EIPM.


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  • A morte é um fenômeno que desperta as mais variadas reações em nossa sociedade. Objetivamos compreender a Educação para a Morte (EPM) a partir da perspectiva transpessoal participativa decolonial, procurando trazer novas contribuições ao estudo deste fenômeno no campo educacional. Inicialmente, mapeamos 25 teses e dissertações disponibilizadas integralmente nas plataformas IBCT e Portal Capes, envolvendo a morte e a educação no campo acadêmico, nas escolas e nos hospitais. Utilizamos a abordagem qualitativa de cunho fenomenológico numa investigação realizada mediante o entrelaçamento da pesquisa bibliográfica e da investigação intuitiva. Percebemos que a Educação para Morte, retratada nas pesquisas nacionais, é plural, pois envolve instituições diversas, focos diferenciados e formas tradicionais e modernas de conceber a relação entre a morte e a educação. Mas os resultados refletem, em sua maioria, um movimento construído historicamente para reduzir ou até mesmo extinguir os efeitos fúnebres do cotidiano, por isso consideramos que a EPM pode ser uma referência importante para lidar com os sentimentos em uma sociedade que compreende as afetações como fraqueza emocional e/ou inexperiência profissional. Já que os estudos da área de saúde denunciam a ausência da temática nas estruturas curriculares e o seu silenciamento no dia a dia profissional, enquanto no universo escolar, as propostas foram ainda mais abrangentes, traduzidas em provocações em relação à estrutura curricular, às proposições didáticas, aos materiais de apoio utilizados e à inserção de salas de aula nos ambientes hospitalares, entre outras temáticas. No entanto a dificuldade dos professores em lidar com situações envolvendo a morte foi elucidada em vários momentos, o que pode estar associado à carência de proposições formativas mais amplas por parte dos órgãos gestores e das próprias universidades. As pesquisas indicam que a inclinação para uma abordagem envolvendo as dimensões biológica e emocional ainda é preponderante. Indicamos a necessidade de produção de conhecimentos sobre a EPM que inclua a diversidade e os problemas estruturais da sociedade brasileira. A análise das pesquisas levantadas, somadas às reflexões oriundas da pesquisa transpessoal participativa decolonial - nos giros da investigação intuitiva - permitiram-nos propor elementos para pensarmos uma Educação Integral para Morte (EIPM) que possibilita um enfrentamento em relação às sólidas estruturas hierarquizantes, bem como às práticas de morte, as quais ainda se justificam em razão dos efeitos da colonialidade. A partir do posicionamento crítico de fronteira, agregamos o termo “integral” à Educação Para Morte, no intuito de expandir o pensar a partir da fronteira, tornando-o uma “ação na fronteira” a qual mobiliza um fazer, um ato, um posicionamento-outro, que lhe concede o descentramento do eurocentrismo, ou seja, um interculturalizar, decolonizar e reconfigurar o campo de estudo da morte. Apontamos a co-criação intrapessoal com a equiprimacia da multidimensionalidade e a equipotencialidade das relações, além da co-criação transpessoal e a equipluralidade de possibilidades de cocriação como elementos fundamentais para construção de uma EIPM.

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  • ANA CLEIDE DA SILVA
  • A morte e o morrer: significados e implicações no viver de servidores da UFPE – um olhar integral à luz da formação humana

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURINO LIMA FERREIRA
  • EUGÊNIA DE PAULA BENÍCIO CORDEIRO
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • SILAS CARLOS ROCHA DA SILVA
  • Data: 16/12/2021

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  • O fenômeno da morte é a certeza da vida, contudo, a morte ainda é um assunto tabu. O caráter reflexivo acerca da finitude apresenta-se escasso em muitos espaços sociais e educativos. A morte e o morrer é uma temática que tem sido discutida no meio acadêmico, em geral, no campo da saúde. Portanto, na área da educação a discussão ainda carece de maior de ampliação. A realização dessa pesquisa na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE tem como objetivo principal compreender como os significados e as implicações da morte e do morrer influenciam na vida de servidores da UFPE. Pretendendo, como objetivos específicos investigar as estratégias de enfrentamento da morte e do morrer desenvolvidas por servidores da UFPE e discutir a educação para a morte no processo de formação humana de servidores da UFPE. A formação humana numa perspectiva integral do ser é a abordagem adotada nesse estudo, sendo a educação para a morte considerada como parte desse processo formativo. A trajetória metodológica escolhida é do tipo qualitativa, a estratégia é o estudo de caso, os instrumentos para recolha dos dados são a entrevista semiestruturada e a observação sistemática. A análise dos resultados está orientada na análise de conteúdo, especificamente a análise temática. Os resultados foram analisados a partir de três categorias: significados e sentidos da morte; enfrentamentos da morte e o humano em constante processo de formação. Os achados apontam para significados que vão desde a crença na vida após a morte até a certeza de que com a morte tudo se acaba. A maioria dos entrevistados não possui uma estratégia para lidar com a morte, muitas vezes, pela não reflexão quanto à finitude. Apontaram também que não possuem uma educação para a morte, embora acreditem na importância e na necessidade de que possamos tê-la nos espaço formativos. Por fim, a visão da morte e do morrer no sentido integral à luz da formação humana é um caminho a ser percorrido, não tendo sido, portanto, encontrado na análise dos resultados.


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  • O fenômeno da morte é a certeza da vida, contudo, a morte ainda é um assunto tabu. O caráter reflexivo acerca da finitude apresenta-se escasso em muitos espaços sociais e educativos. A morte e o morrer é uma temática que tem sido discutida no meio acadêmico, em geral, no campo da saúde. Portanto, na área da educação a discussão ainda carece de maior de ampliação. A realização dessa pesquisa na Universidade Federal de Pernambuco – UFPE tem como objetivo principal compreender como os significados e as implicações da morte e do morrer influenciam na vida de servidores da UFPE. Pretendendo, como objetivos específicos investigar as estratégias de enfrentamento da morte e do morrer desenvolvidas por servidores da UFPE e discutir a educação para a morte no processo de formação humana de servidores da UFPE. A formação humana numa perspectiva integral do ser é a abordagem adotada nesse estudo, sendo a educação para a morte considerada como parte desse processo formativo. A trajetória metodológica escolhida é do tipo qualitativa, a estratégia é o estudo de caso, os instrumentos para recolha dos dados são a entrevista semiestruturada e a observação sistemática. A análise dos resultados está orientada na análise de conteúdo, especificamente a análise temática. Os resultados foram analisados a partir de três categorias: significados e sentidos da morte; enfrentamentos da morte e o humano em constante processo de formação. Os achados apontam para significados que vão desde a crença na vida após a morte até a certeza de que com a morte tudo se acaba. A maioria dos entrevistados não possui uma estratégia para lidar com a morte, muitas vezes, pela não reflexão quanto à finitude. Apontaram também que não possuem uma educação para a morte, embora acreditem na importância e na necessidade de que possamos tê-la nos espaço formativos. Por fim, a visão da morte e do morrer no sentido integral à luz da formação humana é um caminho a ser percorrido, não tendo sido, portanto, encontrado na análise dos resultados.

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  • MARCOS DA SILVA AGUIAR
  • Plano Municipal de Educação e valorização docente: um estudo sobre o município pernambucano de Bom Jardim 

  • Orientador : JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • INALDA MARIA DOS SANTOS
  • JANETE MARIA LINS DE AZEVEDO
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • Data: 17/12/2021

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  • Esta pesquisa teve por objetivo analisar o processo recente de construção do  planejamento da educação no Brasil, com foco mais específico no Plano Municipal de Educação (2015-2025) – PME -  do município de Bom Jardim (PE)  em suas interrelações com o Plano Nacional de Educação (2014-2024) -PNE -  enfatizando principalmente  as definições  voltadas para a valorização do magistério da educação básica.  As bases teóricas do estudo se apoiaram numa problematização dos conceitos de planejamento, planejamento da educação e de concepções sobre a valorização docente que guiaram o desenvolvimento da pesquisa, de cunho qualitativo, e que se utilizou de dados advindos de revisão bibliográfica, de documentos (nacionais e locais), de bases estatísticas de dados, e de entrevistas realizadas com uma amostra de professores vinculados à rede municipal de ensino de Bom Jardim. Os dados foram tratados e examinados, sobretudo, através  da técnica de análise de conteúdo. Como meio de contextualização do objeto, se procurou fazer um resgaste histórico do planejamento da educação no país, destacando os momentos mais marcantes, em articulação com seus diferentes contextos e com a legislação que vem regulamentando a valorização docente, o mesmo ocorrendo em relação ao município estudado. Estes procedimentos possibilitaram identificar que o processo de formulação do último PNE, diferente do  processo de outros planos nacionais, se caracterizou como democrático participativo,  com ampla participação de entidades da sociedade civil na proposição de políticas que também ampliaram as proposições para a valorização docente. Apesar do plano nacional indicar metodologias participativas para a construção dos planos municipais, verificou-se que, no caso de Bom Jardim, esta metodologia só foi parcialmente desenvolvida, pelos limites de tempo estabelecido  para a construção do plano,  pelas dificuldades de mobilização dos atores, e pela cultura do planejamento predominante no município. Apesar deste, seguindo o que determinou o PNE, ter criado mecanismos participativos para a elaboração do seu PME, o processo se mostrou diferenciado do ocorrido no planejamento nacional. Em decorrência, observou-se que o texto do PME incorporou, de modo muito semelhante e mecânico, a maioria das propostas previstas no PNE, sem que se identificasse elementos de uma política própria e inovadora de educação, sobretudo em relação à política de  valorização docente.  Apesar de se encontrar avanços na política de valorização docente, sobretudo advindas da legislação  nacional, observou-se ainda que  houve pouco envolvimento dos professores com o  processo de implementação do plano em nível local, desconhecimento de suas metas, percebendo-se a  existência de  um distanciamento entre as metas e estratégias regulamentadas no PME e o contexto da prática vivenciado por estes profissionais, indicando a necessidade da adoção de outros procedimentos para que as formulações do planejamento possam ser viabilizadas com efetivo envolvimento dos sujeitos responsáveis pela sua execução, o que requer práticas efetivas de gestão democrática da educação em nível nacional e local.


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  • Esta pesquisa teve por objetivo analisar o processo recente de construção do  planejamento da educação no Brasil, com foco mais específico no Plano Municipal de Educação (2015-2025) – PME -  do município de Bom Jardim (PE)  em suas interrelações com o Plano Nacional de Educação (2014-2024) -PNE -  enfatizando principalmente  as definições  voltadas para a valorização do magistério da educação básica.  As bases teóricas do estudo se apoiaram numa problematização dos conceitos de planejamento, planejamento da educação e de concepções sobre a valorização docente que guiaram o desenvolvimento da pesquisa, de cunho qualitativo, e que se utilizou de dados advindos de revisão bibliográfica, de documentos (nacionais e locais), de bases estatísticas de dados, e de entrevistas realizadas com uma amostra de professores vinculados à rede municipal de ensino de Bom Jardim. Os dados foram tratados e examinados, sobretudo, através  da técnica de análise de conteúdo. Como meio de contextualização do objeto, se procurou fazer um resgaste histórico do planejamento da educação no país, destacando os momentos mais marcantes, em articulação com seus diferentes contextos e com a legislação que vem regulamentando a valorização docente, o mesmo ocorrendo em relação ao município estudado. Estes procedimentos possibilitaram identificar que o processo de formulação do último PNE, diferente do  processo de outros planos nacionais, se caracterizou como democrático participativo,  com ampla participação de entidades da sociedade civil na proposição de políticas que também ampliaram as proposições para a valorização docente. Apesar do plano nacional indicar metodologias participativas para a construção dos planos municipais, verificou-se que, no caso de Bom Jardim, esta metodologia só foi parcialmente desenvolvida, pelos limites de tempo estabelecido  para a construção do plano,  pelas dificuldades de mobilização dos atores, e pela cultura do planejamento predominante no município. Apesar deste, seguindo o que determinou o PNE, ter criado mecanismos participativos para a elaboração do seu PME, o processo se mostrou diferenciado do ocorrido no planejamento nacional. Em decorrência, observou-se que o texto do PME incorporou, de modo muito semelhante e mecânico, a maioria das propostas previstas no PNE, sem que se identificasse elementos de uma política própria e inovadora de educação, sobretudo em relação à política de  valorização docente.  Apesar de se encontrar avanços na política de valorização docente, sobretudo advindas da legislação  nacional, observou-se ainda que  houve pouco envolvimento dos professores com o  processo de implementação do plano em nível local, desconhecimento de suas metas, percebendo-se a  existência de  um distanciamento entre as metas e estratégias regulamentadas no PME e o contexto da prática vivenciado por estes profissionais, indicando a necessidade da adoção de outros procedimentos para que as formulações do planejamento possam ser viabilizadas com efetivo envolvimento dos sujeitos responsáveis pela sua execução, o que requer práticas efetivas de gestão democrática da educação em nível nacional e local.

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  • SUZANA BORBA DA SILVA
  • Representações Sociais de formação inicial pelos licenciandos em Música da UFPE

  • Orientador : REJANE DIAS DA SILVA MORAIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VANIA MARIA DE OLIVEIRA
  • CLARISSA MARTINS DE ARAUJO
  • REJANE DIAS DA SILVA MORAIS
  • Data: 21/12/2021

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  • A presente investigação objetivou compreender o processo de formação inicial de professores de Música, com base na análise das representações sociais de formação compartilhadas pelos licenciandos em Música da UFPE. Para tanto, tomamos como referência os estudos de formação inicial de professores de música de Bellochio (2003, 2016); Del Ben (2003a, 2003b); Penna (2007, 2014), assim como a perspectiva dos saberes docentes de Tardif (2010). Também adotamos como aporte teórico metodológico a Teoria das Representações Sociais (TRS), formulada pelo psicólogo social francês Serge Moscovici em 1961 e, particularmente a Teoria do Núcleo Central (TNC) ou Abordagem cognitivo-estrutural formalmente delineada pelo psicólogo francês Jean Claude-Abric em 1976. Norteada pelo enfoque qualitativo online em decorrência do isolamento social ocasionado pela pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19, desenvolvemos a pesquisa dentro uma perspectiva plurimetodológica que consistiu no emprego de três etapas distintas, todavia interdependentes realizadas com a associação de mais de um instrumento de recolha dados. A primeira etapa consistiu-se em uma análise documental da matriz curricular que norteia o Curso de Licenciatura em Música da UFPE.  Os resultados indicaram que a base teórico-epistemológica que norteia a proposta curricular do curso recentemente reestruturada e ampliada, se encontra em consonância com os documentos quais sejam:  Resolução CNE/CES nº 2, de 8 de março de 2004, o Parecer CNE/CES nº 195, de 5 de agosto de 2003, na Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002 e a Resolução 12/2008. Contudo, ao analisarmos a disposição dos conhecimentos curriculares por intermédio dos estudos do estudo de Pires (2015) e a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977) identificamos a predominância dos conhecimentos disciplinares, sobretudo os instrumentais seguido das disciplinas composicionais, fundamentos teóricos, musicológicos e etnomusicológicos. Na segunda etapa empregamos a versão online da Técnica de Associação Livre a partir da criação de um formulário criado no aplicativo Google Forms, realizada com 48 discentes matriculados regularmente entre o 1º e 8º períodos do Curso de Licenciatura em Música da UFPE. As evocações foram analisadas com o auxílio do software IRAMUTEQ e as entrevistas semiestruturadas no qual tivemos acesso ao campo semântico das representações sociais dos estudantes. Tais representações encontra-se alicerçadas, em maior quantitativo, na categoria musical agrupa elementos específicos, ou seja, os saberes disciplinares da docência em música, acompanhado pela categoria pedagógica. A partir da análise de similitude acessamos detalhadamente a estrutura gráfica da representação social onde identificamos que o possível núcleo central é constituído pelas expressões didática e amor inseridos nas categorias pedagógica e afetiva. Na terceira etapa da investigação, por intermédio da observação das frequências e justificativas dos termos mais relevantes na Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e o emprego da Análise de Frequências Múltiplas e  a Nuvem de Palavras identificamos que o núcleo central das representações dos licenciados a formação inicial do professor especialista em música encontra-se fundamentada na dimensão normativa pois o cerne da representação  envolve circunstâncias de dimensão ideológica, social e sócio-afetiva.


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  • A presente investigação objetivou compreender o processo de formação inicial de professores de Música, com base na análise das representações sociais de formação compartilhadas pelos licenciandos em Música da UFPE. Para tanto, tomamos como referência os estudos de formação inicial de professores de música de Bellochio (2003, 2016); Del Ben (2003a, 2003b); Penna (2007, 2014), assim como a perspectiva dos saberes docentes de Tardif (2010). Também adotamos como aporte teórico metodológico a Teoria das Representações Sociais (TRS), formulada pelo psicólogo social francês Serge Moscovici em 1961 e, particularmente a Teoria do Núcleo Central (TNC) ou Abordagem cognitivo-estrutural formalmente delineada pelo psicólogo francês Jean Claude-Abric em 1976. Norteada pelo enfoque qualitativo online em decorrência do isolamento social ocasionado pela pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19, desenvolvemos a pesquisa dentro uma perspectiva plurimetodológica que consistiu no emprego de três etapas distintas, todavia interdependentes realizadas com a associação de mais de um instrumento de recolha dados. A primeira etapa consistiu-se em uma análise documental da matriz curricular que norteia o Curso de Licenciatura em Música da UFPE.  Os resultados indicaram que a base teórico-epistemológica que norteia a proposta curricular do curso recentemente reestruturada e ampliada, se encontra em consonância com os documentos quais sejam:  Resolução CNE/CES nº 2, de 8 de março de 2004, o Parecer CNE/CES nº 195, de 5 de agosto de 2003, na Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002 e a Resolução 12/2008. Contudo, ao analisarmos a disposição dos conhecimentos curriculares por intermédio dos estudos do estudo de Pires (2015) e a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977) identificamos a predominância dos conhecimentos disciplinares, sobretudo os instrumentais seguido das disciplinas composicionais, fundamentos teóricos, musicológicos e etnomusicológicos. Na segunda etapa empregamos a versão online da Técnica de Associação Livre a partir da criação de um formulário criado no aplicativo Google Forms, realizada com 48 discentes matriculados regularmente entre o 1º e 8º períodos do Curso de Licenciatura em Música da UFPE. As evocações foram analisadas com o auxílio do software IRAMUTEQ e as entrevistas semiestruturadas no qual tivemos acesso ao campo semântico das representações sociais dos estudantes. Tais representações encontra-se alicerçadas, em maior quantitativo, na categoria musical agrupa elementos específicos, ou seja, os saberes disciplinares da docência em música, acompanhado pela categoria pedagógica. A partir da análise de similitude acessamos detalhadamente a estrutura gráfica da representação social onde identificamos que o possível núcleo central é constituído pelas expressões didática e amor inseridos nas categorias pedagógica e afetiva. Na terceira etapa da investigação, por intermédio da observação das frequências e justificativas dos termos mais relevantes na Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e o emprego da Análise de Frequências Múltiplas e  a Nuvem de Palavras identificamos que o núcleo central das representações dos licenciados a formação inicial do professor especialista em música encontra-se fundamentada na dimensão normativa pois o cerne da representação  envolve circunstâncias de dimensão ideológica, social e sócio-afetiva.

Teses
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  • BARBHARA ELYZABETH SOUZA NASCIMENTO
  • EDUCAR PARA O PENSAR NAS RODAS DE LEITURA: AS INTERAÇÕES DIALÓGICAS ENTRE CRIANÇAS E PROFESSORAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

  • Orientador : ANA CAROLINA PERRUSI ALVES BRANDAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA PERRUSI ALVES BRANDAO
  • ALESSANDRO HENRIQUE DA SILVA SANTOS
  • CONCEICAO GISLANE NOBREGA LIMA DE SALLES
  • ESTER CALLAND DE SOUSA ROSA
  • MONICA CORREIA BAPTISTA
  • Data: 31/05/2021

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  • Neste estudo analisamos o trabalho de mediação docente nas rodas de leitura, explorando
    especificamente o exercício do pensar durante a conversa com crianças no segundo ciclo da
    Educação Infantil. De natureza qualitativa-colaborativa, os dados da pesquisa foram produzidos
    ao longo de uma trajetória reflexiva de dois anos. Assim, inicialmente, realizamos um curso de
    extensão itinerante, em seis instituições públicas de Educação Infantil, com o intuito de testar
    a força das perguntas da pesquisa, ajustar os objetivos específicos e conhecer e convidar
    professoras interessadas em colaborar com o estudo. Na sequência, videogravamos 24 sessões
    de rodas de leitura, conduzidas por três professoras-colaboradoras e seus grupos de crianças
    entre 4 e 6 anos. Durante esse período foram oportunizadas às docentes experiências formativas,
    tais como: o conhecimento e exploração de diferentes livros tanto de literatura infantil, como
    de programas de filosofia para crianças; textos sobre temas relativos à formação de leitores e
    mediação de leitura; observação dos vídeos com as rodas de leitura e conversa, conduzidas ao
    longo da pesquisa; trocas de ideias com a pesquisadora sobre as rodas conduzidas. Por fim,
    avaliamos a trajetória percorrida, compartilhando com as docentes-colaboradoras a análise
    parcial dos dados. Constatamos que as obras selecionadas pelas docentes para ler e conversar,
    apresentavam boa qualidade gráfico-editorial e potencial para a formação de leitores críticos e
    criativos. A análise dos vídeos e transcrições das rodas revelou um certo padrão nas interações
    das professoras com as crianças durante as rodas. Tais “interações regulares” incluíram a
    preocupação com a construção de sentidos durante a leitura dos textos, a tentativa de seguir
    as ideias dos pequenos e de construir combinados
    , a democratização da fala das crianças e o
    comprometimento com a formação do leitor ético
    . Constatamos ainda, pouco tempo concedido
    para a escuta dos pequenos,
    bem como a adoção de perguntas fechadas durante a conversa,
    oferecendo-se às crianças duas alternativas de respostas. Em situações pontuais, observamos
    que as professoras incorporavam às suas interações nas rodas, elementos mais refinados do
    ponto de vista dialógico. Assim, também identificamos certas “interações irregulares”, a saber:
    o encorajamento à formulação de perguntas por parte das crianças, a apresentação de
    exemplos que valorizavam as experiências de vida
    , questionamentos que ajudavam os
    pequenos a reestruturarem suas idéias
    , tentando dizer melhor o já dito, além de esforços no
    sentido de
    conceder mais tempo de reflexão ao grupo. A participação das crianças nas rodas de
    leitura evidenciou a sua familiaridade com a prática de ouvir histórias lidas por suas professoras,
    assumindo o papel de ouvintes-ativos. Contudo, a conversa na “roda para pensar”, foi uma
    novidade incorporada, aos poucos, pelas crianças. Assim, gradualmente, o “diálogo numa
    perspectiva subjetiva” foi instigando as crianças a acionar suas experiências de vida para
    produzir conceitos, formular perguntas, revelar inquietações, expressar opiniões sobre os
    textos/temas dos livros, dar exemplos para ilustrar pontos de vista. O diálogo aberto também
    acolheu os “silêncios” das crianças, em seus múltiplos sentidos. Concluímos que o exercício do
    pensar nas rodas protege o pensamento infantil, fortalecendo a criatividade, a criticidade e,
    sobretudo, a liberdade de expressão, com respeito às singularidades das crianças. O estudo
    revela, portanto, que a voz ativa dos pequenos na roda reivindica uma escuta adulta sensível,
    verdadeira e qualificada para acolher, cultivar a curiosidade e expressão do pensamento dos
    pequenos, mantendo a vitalidade do diálogo no grupo. Assim, evidencia-se a complexidade do
    desafio das professoras na construção de cenários significativos, tais como as rodas de leitura e
    conversa, que valorizem o pensamento crítico e criativo das crianças



  • Mostrar Abstract
  • Neste estudo analisamos o trabalho de mediação docente nas rodas de leitura, explorando
    especificamente o exercício do pensar durante a conversa com crianças no segundo ciclo da
    Educação Infantil. De natureza qualitativa-colaborativa, os dados da pesquisa foram produzidos
    ao longo de uma trajetória reflexiva de dois anos. Assim, inicialmente, realizamos um curso de
    extensão itinerante, em seis instituições públicas de Educação Infantil, com o intuito de testar
    a força das perguntas da pesquisa, ajustar os objetivos específicos e conhecer e convidar
    professoras interessadas em colaborar com o estudo. Na sequência, videogravamos 24 sessões
    de rodas de leitura, conduzidas por três professoras-colaboradoras e seus grupos de crianças
    entre 4 e 6 anos. Durante esse período foram oportunizadas às docentes experiências formativas,
    tais como: o conhecimento e exploração de diferentes livros tanto de literatura infantil, como
    de programas de filosofia para crianças; textos sobre temas relativos à formação de leitores e
    mediação de leitura; observação dos vídeos com as rodas de leitura e conversa, conduzidas ao
    longo da pesquisa; trocas de ideias com a pesquisadora sobre as rodas conduzidas. Por fim,
    avaliamos a trajetória percorrida, compartilhando com as docentes-colaboradoras a análise
    parcial dos dados. Constatamos que as obras selecionadas pelas docentes para ler e conversar,
    apresentavam boa qualidade gráfico-editorial e potencial para a formação de leitores críticos e
    criativos. A análise dos vídeos e transcrições das rodas revelou um certo padrão nas interações
    das professoras com as crianças durante as rodas. Tais “interações regulares” incluíram a
    preocupação com a construção de sentidos durante a leitura dos textos, a tentativa de seguir
    as ideias dos pequenos e de construir combinados
    , a democratização da fala das crianças e o
    comprometimento com a formação do leitor ético
    . Constatamos ainda, pouco tempo concedido
    para a escuta dos pequenos,
    bem como a adoção de perguntas fechadas durante a conversa,
    oferecendo-se às crianças duas alternativas de respostas. Em situações pontuais, observamos
    que as professoras incorporavam às suas interações nas rodas, elementos mais refinados do
    ponto de vista dialógico. Assim, também identificamos certas “interações irregulares”, a saber:
    o encorajamento à formulação de perguntas por parte das crianças, a apresentação de
    exemplos que valorizavam as experiências de vida
    , questionamentos que ajudavam os
    pequenos a reestruturarem suas idéias
    , tentando dizer melhor o já dito, além de esforços no
    sentido de
    conceder mais tempo de reflexão ao grupo. A participação das crianças nas rodas de
    leitura evidenciou a sua familiaridade com a prática de ouvir histórias lidas por suas professoras,
    assumindo o papel de ouvintes-ativos. Contudo, a conversa na “roda para pensar”, foi uma
    novidade incorporada, aos poucos, pelas crianças. Assim, gradualmente, o “diálogo numa
    perspectiva subjetiva” foi instigando as crianças a acionar suas experiências de vida para
    produzir conceitos, formular perguntas, revelar inquietações, expressar opiniões sobre os
    textos/temas dos livros, dar exemplos para ilustrar pontos de vista. O diálogo aberto também
    acolheu os “silêncios” das crianças, em seus múltiplos sentidos. Concluímos que o exercício do
    pensar nas rodas protege o pensamento infantil, fortalecendo a criatividade, a criticidade e,
    sobretudo, a liberdade de expressão, com respeito às singularidades das crianças. O estudo
    revela, portanto, que a voz ativa dos pequenos na roda reivindica uma escuta adulta sensível,
    verdadeira e qualificada para acolher, cultivar a curiosidade e expressão do pensamento dos
    pequenos, mantendo a vitalidade do diálogo no grupo. Assim, evidencia-se a complexidade do
    desafio das professoras na construção de cenários significativos, tais como as rodas de leitura e
    conversa, que valorizem o pensamento crítico e criativo das crianças


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  • FERNANDA CRISTINA PUCA FRANCA
  • PROFESSORES DE DISCIPLINA NÃO LINGUISTICA: IDENTIDADES EM CONSTRUÇÃO

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO CARRILHO DE AGUIAR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCINALVA ANDRADE ATAIDE DE ALMEIDA
  • MARIA DA CONCEICAO CARRILHO DE AGUIAR
  • ELAINE MAGALHAES COSTA FERNANDEZ
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • ROSIANE MARIA SOARES DA SILVA
  • Data: 04/06/2021

  • Mostrar Resumo
  • Este estudo procurou compreender as repercussões do ensino de uma Disciplina dita
    Não Linguística (DdNL), em língua francesa, na identidade profissional do professor de
    DdNL do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAp/UFPE),
    através da identificação das estratégias adotadas para enfrentar conflitos que podem
    surgir durante a prática pedagógica. Partimos da proposição/hipótese de que esse tipo de
    ensino é uma situação de contato de culturas gerando processos de interculturação
    (DENOUX, 1994), ou seja, ela vai favorecer a criação de um espaço entre dois
    (SIBONY, 1991), entre o português e o francês, assim como entre a identidade de
    professor da disciplina de origem e a identidade de professor de francês. Para a
    realização deste estudo, optamos por uma Abordagem Qualitativa de pesquisa e
    utilizamos como instrumentos e procedimentos de investigação, pesquisa sobre o ensino
    público bilíngue em nosso país (CHAGAS, 1957), o ensino em uma língua estrangeira
    (CUQ; GRUCA, 2017) e sua relevância na construção da identidade do professor de
    DdNL (DUBAR, 2005). Destacamos perspectivas teóricas e aspectos culturais e sociais
    no currículo (LOPES; MACEDO, 2011) na disciplina de DdNL no Colégio de
    Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAp/UFPE). Análise documental
    realizada nos textos administrativos (a BNCC 2014-2024 e o Parecer CNE/CEB n o 2 de
    2020) que regulam o ensino da língua estrangeira no Brasil e o ensino bilíngue apontam
    à solução simplista apresentada pela BNCC para o problema da comunicação
    internacional (adotar só o inglês), desconsiderando a riqueza representada pela
    diversidade linguística (COSTE; MOORE; ZARATE, 2009), além de não cultivar uma
    atitude aberta diante da alteridade e proporcionar aos jovens saberes que lhe permitiriam
    compreender a língua e a cultura de outros povos. Como instrumento de produção de
    dados, utilizamos entrevistas semiestruturadas com os três professores de DdNL do
    CAp. Em seguida, elas foram transcritas e analisadas através da análise categorial
    temática segundo Bardin (2016). As histórias reportadas pelos docentes, ou seja, as
    análises nas transcrições das entrevistas realizadas, possibilitou detectar
    problemas/dificuldades encontradas durante a prática em sala de aula e estratégias
    adotadas (CAMILLERI et al., 1990; OXFORD, 1990). Para cada problema enfrentado,
    o(a) professor(a) adotou uma estratégia (de forma consciente ou não) para tentar
    resolvê-lo. As estratégias adotadas foram estratégias de ensino aprendizagem e
    estratégias identitárias. Essas estratégias são consideradas indicadores de
    interculturação. O fato de não estar em um país francófono não se mostrou impeditivo
    para que processo de interculturação fosse observado. As experiências vivenciadas
    pelos docentes colaboraram na construção de suas identidades como professor(a) de
    DdNL, divergente tanto da sua identidade inicial (professor de um componente
    curricular específico) quanto da identidade de um professor de francês. Uma identidade
    marcada pelas escolhas feitas, construída através de estratégias adotadas, pelo contato
    próximo da cultura e língua francesas, pela construção de uma competência plurilíngue
    e pluricultural, pela participação em mais de um campo profissional, por possuir mais
    de um pertencimento cultural, pelos desafios enfrentados e pelas experiências vividas ao
    longo da vida e ao longo do trabalho como professor de DdNL. Esta pesquisa abre
    perspectivas para a prática pedagógica de Disciplinas ditas Não Linguísticas como fonte
    de enriquecimento pessoal e profissional do professor ao procurar se reinventar para
    superar obstáculos.


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  • ...

3
  • MARCO AURELIO ACIOLI DANTAS
  • Políticas públicas educacionais e diversidade epistêmica: proposta político-pedagógica  da educação escolar quilombola em Castainho - Pernambuco

  • Orientador : ALFREDO MACEDO GOMES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MIGUEL GONZALEZ ARROYO
  • ALFREDO MACEDO GOMES
  • DENISE MARIA BOTELHO
  • MARCIA ANGELA DA SILVA AGUIAR
  • SAULO FERREIRA FEITOSA
  • Data: 30/08/2021

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo analisa a concepção político-pedagógica da educação escolar quilombola em Castainho, Pernambuco. Partimos da hipótese de que o processo histórico das comunidades quilombolas no Brasil aponta para resitência/insurgência frente ao modelo de sociedade no qual foram constituídos os quilombos e, estende esse passado de lutas até o atual momento, acarretando assim em outras propostas de organização social, política e cultural. No campo educacional, partimos do pressuposto de que esses outros olhares podem orientar outras formas de pedagogias e política educacional; para além, acreditamos que essas outras propostas tomam percursos diferentes do padrão moderno-colonial-eurocêntrico. O projeto toma como aporte teórico-metodológico as contribuições dos(as) autores(as) da Rede Modernidade/Colonialidade e a abordagem etnográfica com base na concepção da “ficção antropológica”. Diante disso, temos como objetivos identificar e analisar os elementos políticos e epistêmicos das concepções de educação desenvolvidas pelas comunidades quilombolas; analisar como esses elementos político e epistêmicos atuam e garantem a educação escolar quilombola em seus territórios; e analisar como essas práticas de educação escolar quilombola podem articular outros olhares sobre as políticas educacionais.


  • Mostrar Abstract
  • Resumo disponibilizado em folha de papel, nos nossos arquivos internos.

4
  • PAULO FERNANDO DE VASCONCELOS DUTRA
  • MARCOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO INTEGRAL NO BRASIL ANALISADOS A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE PERNAMBUCO 2004-2021

  • Orientador : EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • EDVALDO FRANCISCO DO NASCIMENTO
  • FERNANDO MARINHO MEZZADRI
  • JOSÉ VIEIRA DA CRUZ
  • MARCOS ANDRÉ NUNES DA COSTA
  • Data: 10/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • Este estudo tem origem no Núcleo de Identidades e Memórias, do Programa de
    Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco e pretende responder o seguinte
    questionamento: Quais os marcos históricos da educação integral presente na sociedade
    brasileira e o que podemos aprender a partir da experiência de Pernambuco de 2004 a 2021?
    Trata-se de uma investigação da historiografia da Educação Integral a partir da experiência do
    processo de implantação no estado de Pernambuco no período de 2004 a 2021, período em
    que teve início a primeira experiência desta oferta em Pernambuco até os dias atuais. A
    escolha do objeto estudado se deu pelo profundo interesse do autor em entender o processo
    de desenvolvimento da oferta de Educação Integral em Pernambuco, bem como sua trajetória
    profissional, estando à frente da gestão desta Política de 2008 a 2018. Como hipótese
    sustentamos que os resultados da Educação Integral em Pernambuco resultam da decisão
    política de expandir a experiência de implantção de Escola Integrais, transformando os
    Centros de Ensino Experimental em Política Pública a partir de 2008. Para responder o
    problema de pesquisa, são propostos objetivos que delimitam e orientam os procedimentos a
    serem utilizados na investigação em pauta, como identificar e analisar os principais momentos
    históricos da Educação Integral no Brasil e em Pernambuco, analisar a documentação oficial
    sobre a história no Brasil e como se deu a emergência da Educação Integral em Pernambuco.
    Buscamos registrar a iconografia sobre a Educação Integral em Pernambuco trazendo
    evidências por meio de matérias publicadas em jornais impressos, planos de governo e
    documentos relativos à sua historiografia. O estudo realizou uma pesquisa qualitativa, com a
    participação de 2.417 pessoas, com o fim de observar a percepção da comunidade escolar
    sobre a Educação Integral em Pernambuco, analisando como se deu o processo de sua
    implantação e entendendo os impactos sociais da mesma, bem como a compreensão sobre a
    diferenciação entre a Educação Integral e a educação em tempo integral. Em uma segunda
    etapa foram realizados dois Seminários com a participação dos Gestores das 51 Escolas de
    Referência em Ensino Médio implantadas no ano 2008. Conclui-se que a comunidade escolar
    aceita e compreende a proposta da Rede Estadual de Ensino para a Educação Integral, bem
    como sua implantação trouxe significativas melhorias para os resultados educacionais obtidos
    em avaliações externas, no entanto a pesquisa evidenciou a necessidade de melhorias
    qualitativas das Escolas Integrais e o aperfeiçoamento da referida política, o que inclui
    valorização dos profissionais atuantes nessas escolas, melhorias de infraestrutura, diminuição
    da carga horária diária, revisão do currículo, melhor utilização do uso de novas tecnologias,
    bem como a diferenciação conceitual de Educação Integral e Educação em Tempo Integral.


  • Mostrar Abstract
  • Este estudo tem origem no Núcleo de Identidades e Memórias, do Programa de
    Pós-Graduação da Universidade Federal de Pernambuco e pretende responder o seguinte
    questionamento: Quais os marcos históricos da educação integral presente na sociedade
    brasileira e o que podemos aprender a partir da experiência de Pernambuco de 2004 a 2021?
    Trata-se de uma investigação da historiografia da Educação Integral a partir da experiência do
    processo de implantação no estado de Pernambuco no período de 2004 a 2021, período em
    que teve início a primeira experiência desta oferta em Pernambuco até os dias atuais. A
    escolha do objeto estudado se deu pelo profundo interesse do autor em entender o processo
    de desenvolvimento da oferta de Educação Integral em Pernambuco, bem como sua trajetória
    profissional, estando à frente da gestão desta Política de 2008 a 2018. Como hipótese
    sustentamos que os resultados da Educação Integral em Pernambuco resultam da decisão
    política de expandir a experiência de implantção de Escola Integrais, transformando os
    Centros de Ensino Experimental em Política Pública a partir de 2008. Para responder o
    problema de pesquisa, são propostos objetivos que delimitam e orientam os procedimentos a
    serem utilizados na investigação em pauta, como identificar e analisar os principais momentos
    históricos da Educação Integral no Brasil e em Pernambuco, analisar a documentação oficial
    sobre a história no Brasil e como se deu a emergência da Educação Integral em Pernambuco.
    Buscamos registrar a iconografia sobre a Educação Integral em Pernambuco trazendo
    evidências por meio de matérias publicadas em jornais impressos, planos de governo e
    documentos relativos à sua historiografia. O estudo realizou uma pesquisa qualitativa, com a
    participação de 2.417 pessoas, com o fim de observar a percepção da comunidade escolar
    sobre a Educação Integral em Pernambuco, analisando como se deu o processo de sua
    implantação e entendendo os impactos sociais da mesma, bem como a compreensão sobre a
    diferenciação entre a Educação Integral e a educação em tempo integral. Em uma segunda
    etapa foram realizados dois Seminários com a participação dos Gestores das 51 Escolas de
    Referência em Ensino Médio implantadas no ano 2008. Conclui-se que a comunidade escolar
    aceita e compreende a proposta da Rede Estadual de Ensino para a Educação Integral, bem
    como sua implantação trouxe significativas melhorias para os resultados educacionais obtidos
    em avaliações externas, no entanto a pesquisa evidenciou a necessidade de melhorias
    qualitativas das Escolas Integrais e o aperfeiçoamento da referida política, o que inclui
    valorização dos profissionais atuantes nessas escolas, melhorias de infraestrutura, diminuição
    da carga horária diária, revisão do currículo, melhor utilização do uso de novas tecnologias,
    bem como a diferenciação conceitual de Educação Integral e Educação em Tempo Integral.

5
  • VITÓRIA TERESA DA HORA ESPAR
  • A interculturalidade na Educação Escolar Indígena: as experiências curriculares de Ciências do Povo Pankararu em Pernambuco, Brasil

     

  • Orientador : AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
  • AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • EDSON HELY SILVA
  • KENIO ERITHON CAVALCANTE LIMA
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • Data: 13/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • Ao desenvolvermos estudos sobre a temática da Educação Indigena em Pernambuco, percebeu-se que a não consolidação de uma política pública específica para ela acarretava uma série de entraves de ordem administrativa, legal, financeira, educacional e cultural. Além disso, identificou-se que os maiores desafios para a consolidação do currículo intercultural estavam ligados à lacuna existente entre os direitos conquistados pelos povos indígenas e sua materialização como política pública, já que não atendiam à organização interna e às formas próprias de ensino dos povos indígenas. Justamente essas formas próprias de ensino, que se entrelaçam e interagem com suas particulares cosmovisões, são as que irão exigir da sociedade não indígena e do Estado a adoção permanente de atitudes de respeito, diálogo e valorização do diferente. Esta tese de doutoramento, na perspectiva de contribuir com o componente curricular de Ciências das escolas Pankararu, confirmou a nossa hipótese de trabalho de que, nas escolas do Povo Pankararu, para fazer viável a implementação de um currículo de Ciências que contemple a interculturalidade, não basta o esforço docente individual ou coletivo, é preciso que se implementem políticas públicas adequadas, que propiciem a educadores e às escolas condições de trabalho e recursos condizentes.


  • Mostrar Abstract
  • Ao desenvolvermos estudos sobre a temática da Educação Indigena em Pernambuco, percebeu-se que a não consolidação de uma política pública específica para ela acarretava uma série de entraves de ordem administrativa, legal, financeira, educacional e cultural. Além disso, identificou-se que os maiores desafios para a consolidação do currículo intercultural estavam ligados à lacuna existente entre os direitos conquistados pelos povos indígenas e sua materialização como política pública, já que não atendiam à organização interna e às formas próprias de ensino dos povos indígenas. Justamente essas formas próprias de ensino, que se entrelaçam e interagem com suas particulares cosmovisões, são as que irão exigir da sociedade não indígena e do Estado a adoção permanente de atitudes de respeito, diálogo e valorização do diferente. Esta tese de doutoramento, na perspectiva de contribuir com o componente curricular de Ciências das escolas Pankararu, confirmou a nossa hipótese de trabalho de que, nas escolas do Povo Pankararu, para fazer viável a implementação de um currículo de Ciências que contemple a interculturalidade, não basta o esforço docente individual ou coletivo, é preciso que se implementem políticas públicas adequadas, que propiciem a educadores e às escolas condições de trabalho e recursos condizentes.

6
  • ÁLVARO VINÍCIUS DE MORAES BARBOSA DUARTE
  • A gramática/análise linguística e a formação continuada: trajetórias de formação de cursistas-professores de língua portuguesa do Profletras

  • Orientador : MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLECIO DOS SANTOS BUNZEN JUNIOR
  • EDLAMAR OLIVEIRA DOS SANTOS
  • IVANDA MARIA MARTINS SILVA
  • JOSE BATISTA NETO
  • MARIA DO SOCORRO ALENCAR NUNES MACEDO
  • MARIA LUCIA FERREIRA DE FIGUEIREDO BARBOSA
  • Data: 22/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar as relações entre a formação continuada, as concepções teóricas e o ensino de gramática/análise linguística (AL) nas aulas de professores-cursistas do Profletras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), campus Recife.  Para atingirmos tal objetivo, buscamos: analisar as concepções teóricas de língua/linguagem e de gramática/AL do Profletras que nortearam a formação dos cursistas; evidenciar se e como o professor reconstrói seus conhecimentos teóricos e modifica seu trabalho em relação ao ensino de gramática/AL, a partir das contribuições do processo de formação docente; e discutir as condições de trabalho e de formação do professor e como elas podem interferir no processo formativo do docente e nas mudanças do seu trabalho com a gramática/AL. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, utilizando o arcabouço teórico-metodológico do Paradigma Indiciário e quatro instrumentos de geração de dados: questionário, análise documental, entrevista e observação participante. Como base teórica, apoiamo-nos em dois grandes blocos. O primeiro diz respeito à teoria sobre formação continuada de professores, no qual destacamos os pressupostos de PÉREZ-GÓMEZ (1998), DINIZ-PEREIRA (2007, 2010, 2014), ZEICHNER (1993, 2008a, 2008b), SCHÖN (1995), CHANTRAINE-DEMAILLY (1995), NÓVOA (1999, 2017), SACRISTÁN (1999) e PIMENTA (2012). O segundo bloco está relacionado à teoria sobre o ensino de língua, particularmente acerca da gramática e da prática de AL, no qual mobilizamos as ideias de BAKHTIN (2010 [1929]) TRAVAGLIA (2006 [1996]), GERALDI (2003a [1984] 2003b [1984], 1991), BEZERRA e REINALDO (2013), SUASSUNA (2012), MENDONÇA (2006a, 2006b), SOARES (2012), MARCUSCHI (2007), VIEIRA (2018), BAGNO (2009) e FRANCHI (2006 [1991]). Como resultados principais, notamos que cada cursista teve seu processo formativo determinado por diferentes fatores. A Professora A (PA) teve sua trajetória marcada por uma sobrecarga em sua vida profissional e acadêmica, tanto nas escolas em que trabalhava quanto no Profletras e na graduação em Pedagogia. Percebemos que seu conhecimento teórico sobre o ensino de gramática/AL foi se solidificando durante o processo de acompanhamento da pesquisa, mas sua prática não sofreu grandes mudanças. Seu foco foi o trabalho com a leitura, reservando um espaço mínimo à produção de texto e às reflexões linguísticas. Já o Professor B (PB) teve seu processo determinado e interrompido principalmente por suas demandas pessoais. Concluímos que seu conhecimento teórico foi se modificando e agregando novos pontos de vista. Sua prática mudou radicalmente de um ano para o outro, saindo de um trabalho focado na tradição gramatical a um enfoque baseado em textos. Entretanto, o trabalho com os textos se desenvolveu sem um planejamento e de forma desarticulada no que diz respeito às práticas de linguagem. O processo formativo apresentou, para cada cursista, diferentes contribuições, ao se relacionar às condições de formação, de trabalho e de vida dos professores. Concluímos, por fim, que o investimento único na formação do professor não necessariamente garante uma melhora em sua prática de ensino. Assim, entendemos que os investimentos públicos para a melhoria da qualidade da educação no Brasil devem abarcar aspectos mais amplos da prática educativa, como, por exemplo, as condições de trabalho dos docentes, que estão relacionadas às melhorias da infraestrutura das escolas e às condições salariais dos profissionais da Educação Básica, para que eles possam ter as condições oportunas de dedicar mais tempo ao seu processo formativo e ao planejamento das suas aulas.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar as relações entre a formação continuada, as concepções teóricas e o ensino de gramática/análise linguística (AL) nas aulas de professores-cursistas do Profletras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), campus Recife.  Para atingirmos tal objetivo, buscamos: analisar as concepções teóricas de língua/linguagem e de gramática/AL do Profletras que nortearam a formação dos cursistas; evidenciar se e como o professor reconstrói seus conhecimentos teóricos e modifica seu trabalho em relação ao ensino de gramática/AL, a partir das contribuições do processo de formação docente; e discutir as condições de trabalho e de formação do professor e como elas podem interferir no processo formativo do docente e nas mudanças do seu trabalho com a gramática/AL. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, utilizando o arcabouço teórico-metodológico do Paradigma Indiciário e quatro instrumentos de geração de dados: questionário, análise documental, entrevista e observação participante. Como base teórica, apoiamo-nos em dois grandes blocos. O primeiro diz respeito à teoria sobre formação continuada de professores, no qual destacamos os pressupostos de PÉREZ-GÓMEZ (1998), DINIZ-PEREIRA (2007, 2010, 2014), ZEICHNER (1993, 2008a, 2008b), SCHÖN (1995), CHANTRAINE-DEMAILLY (1995), NÓVOA (1999, 2017), SACRISTÁN (1999) e PIMENTA (2012). O segundo bloco está relacionado à teoria sobre o ensino de língua, particularmente acerca da gramática e da prática de AL, no qual mobilizamos as ideias de BAKHTIN (2010 [1929]) TRAVAGLIA (2006 [1996]), GERALDI (2003a [1984] 2003b [1984], 1991), BEZERRA e REINALDO (2013), SUASSUNA (2012), MENDONÇA (2006a, 2006b), SOARES (2012), MARCUSCHI (2007), VIEIRA (2018), BAGNO (2009) e FRANCHI (2006 [1991]). Como resultados principais, notamos que cada cursista teve seu processo formativo determinado por diferentes fatores. A Professora A (PA) teve sua trajetória marcada por uma sobrecarga em sua vida profissional e acadêmica, tanto nas escolas em que trabalhava quanto no Profletras e na graduação em Pedagogia. Percebemos que seu conhecimento teórico sobre o ensino de gramática/AL foi se solidificando durante o processo de acompanhamento da pesquisa, mas sua prática não sofreu grandes mudanças. Seu foco foi o trabalho com a leitura, reservando um espaço mínimo à produção de texto e às reflexões linguísticas. Já o Professor B (PB) teve seu processo determinado e interrompido principalmente por suas demandas pessoais. Concluímos que seu conhecimento teórico foi se modificando e agregando novos pontos de vista. Sua prática mudou radicalmente de um ano para o outro, saindo de um trabalho focado na tradição gramatical a um enfoque baseado em textos. Entretanto, o trabalho com os textos se desenvolveu sem um planejamento e de forma desarticulada no que diz respeito às práticas de linguagem. O processo formativo apresentou, para cada cursista, diferentes contribuições, ao se relacionar às condições de formação, de trabalho e de vida dos professores. Concluímos, por fim, que o investimento único na formação do professor não necessariamente garante uma melhora em sua prática de ensino. Assim, entendemos que os investimentos públicos para a melhoria da qualidade da educação no Brasil devem abarcar aspectos mais amplos da prática educativa, como, por exemplo, as condições de trabalho dos docentes, que estão relacionadas às melhorias da infraestrutura das escolas e às condições salariais dos profissionais da Educação Básica, para que eles possam ter as condições oportunas de dedicar mais tempo ao seu processo formativo e ao planejamento das suas aulas.

2020
Dissertações
1
  • MARIA DO ROSARIO ALVES LEITE
  • REDAÇÕES COMO INSTRUMENTO DE COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO TEXTUAL DE ESTUDANTES VENCEDORES DO PRÊMIO NAÍDE TEODÓSIO

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • IÊDO DE OLIVEIRA PAES
  • Data: 30/06/2020

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  • Em uma sociedade cujas relações de poder estão concentradas nas mãos de poucos e cujas fórmulas organizacionais são bem definidas, as diferenças são determinantes para que o indivíduo se destaque e alcance o sucesso tão prometido e sonhado. Mas, isso ocorrerá em ritmos e valores bem definidos, se forem consideradas algumas categorias, em especial a de gênero. Ser mulher em uma estrutura alicerçada a partir de valores que exaltam masculinidades e suas formas de manifestação de força e de controle as coloca em posição de desvantagem, antes mesmo do início da hierarquização social, em que o uso da força física é manifesto desde o lar, aos espaços públicos. Quando as manifestações de violência geram vítimas, nas variadas esferas sociais em uma escala como a que se registrou no Brasil e em particular, em Pernambuco nas últimas décadas do século XX, exigindo que o estado desenvolvesse ações de enfrentamento e de abrigamento para as pernambucanas agredidas, surgem propostas como o Prêmio Naíde Teodósio de estudos de gênero, objetivando engajar algumas secretarias de estado numa proposta de debate e produção escrita que envolva adolescentes e jovens, tomando a educação como ponto de partida e de chegada. Na perspectiva de investigar como se desenvolveu a produção de redações de estudantes da rede estadual de ensino e sua repercussão na rotina escolar, e, por conseguinte, a eficácia dessa ação como política pública para redução do índice de violência doméstica contra a mulher em Pernambuco, esta investigação fundamentou-se na Análise de discurso de linha francesa como metodologia; a teoria apoiou-se nos estudos de gênero, enquanto categoria de pesquisa. Diante disso, foram observadas as ideologias que permearam as redações das estudantes e as memórias evocadas pelos seus respectivos orientadores que contribuíram para revelar se houve ou não mudanças na percepção das autoras dos textos sobre o lugar que a mulher ocupa na sociedade e seus desafios por igualdade de direitos em razão da participação naquele concurso de textos, voltado para discussão sobre as relações de gênero. Como resultado tem-se que a premiação levou às escolas a uma euforia pontual e singular, o que infelizmente não repercutiu na rotina daquelas unidades de ensino e tampouco evidenciaram mudanças nas práticas dos docentes ou no engajamento dos estudantes, exceto quando tal comprometimento já existia anteriormente, como no caso das estudantes premiadas.   



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  • Em uma sociedade cujas relações de poder estão concentradas nas mãos de poucos e cujas fórmulas organizacionais são bem definidas, as diferenças são determinantes para que o indivíduo se destaque e alcance o sucesso tão prometido e sonhado. Mas, isso ocorrerá em ritmos e valores bem definidos, se forem consideradas algumas categorias, em especial a de gênero. Ser mulher em uma estrutura alicerçada a partir de valores que exaltam masculinidades e suas formas de manifestação de força e de controle as coloca em posição de desvantagem, antes mesmo do início da hierarquização social, em que o uso da força física é manifesto desde o lar, aos espaços públicos. Quando as manifestações de violência geram vítimas, nas variadas esferas sociais em uma escala como a que se registrou no Brasil e em particular, em Pernambuco nas últimas décadas do século XX, exigindo que o estado desenvolvesse ações de enfrentamento e de abrigamento para as pernambucanas agredidas, surgem propostas como o Prêmio Naíde Teodósio de estudos de gênero, objetivando engajar algumas secretarias de estado numa proposta de debate e produção escrita que envolva adolescentes e jovens, tomando a educação como ponto de partida e de chegada. Na perspectiva de investigar como se desenvolveu a produção de redações de estudantes da rede estadual de ensino e sua repercussão na rotina escolar, e, por conseguinte, a eficácia dessa ação como política pública para redução do índice de violência doméstica contra a mulher em Pernambuco, esta investigação fundamentou-se na Análise de discurso de linha francesa como metodologia; a teoria apoiou-se nos estudos de gênero, enquanto categoria de pesquisa. Diante disso, foram observadas as ideologias que permearam as redações das estudantes e as memórias evocadas pelos seus respectivos orientadores que contribuíram para revelar se houve ou não mudanças na percepção das autoras dos textos sobre o lugar que a mulher ocupa na sociedade e seus desafios por igualdade de direitos em razão da participação naquele concurso de textos, voltado para discussão sobre as relações de gênero. Como resultado tem-se que a premiação levou às escolas a uma euforia pontual e singular, o que infelizmente não repercutiu na rotina daquelas unidades de ensino e tampouco evidenciaram mudanças nas práticas dos docentes ou no engajamento dos estudantes, exceto quando tal comprometimento já existia anteriormente, como no caso das estudantes premiadas.   


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  • JEVISON CESARIO SANTA CRUZ
  •  A INFLUÊNCIA DO REISADO IMPERIAL NA PROPAGAÇÃO DA EDUCAÇÃO NA BOMBA DE SEU HEMETÉRIO

  • Orientador : AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURENEA MARIA DE OLIVEIRA
  • EDILSON FERNANDES DE SOUZA
  • MARIA DO CARMO BARBOSA DE MELO
  • Data: 04/08/2020

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  • A prática educacional não é exclusividade dos estabelecimentos tradicionais de ensino como as escolas. Desta feita, os processos educativos denominados de formais, não formais e informais podem acontecer em diferentes lugares. A presente pesquisa tem como objetivo identificar e examinar a influência do Reisado Imperial na propagação da educação formal e não formal no bairro da Bomba do Hemetério. Neste aspecto, considerou-se a precariedade dos espaços formais de ensino, na localidade supracitada, em meados da década de 80 e início da década de 90, o que motivou a instituição Reisado Imperial a firmar uma parceria com a prefeitura da cidade do Recife no sentido de se fazer uso de suas dependências como anexo da Escola Municipal Antônio Tibúrcio, localizada no bairro do Alto Santa Terezinha, adjacente à Bomba do Hemetério. Assim, havia por sua intermediação o exercício de duas modalidades de ensino. A metodologia utilizada no trabalho foi a da Análise de Discurso de linha francesa associada à história oral; esta última usada apenas como uma técnica para realização das entrevistas. A perspectiva teórica foi apoiada na leitura de Culturas Híbridas de Canclini e seus desdobramentos em torno de conceitos como o de multiculturalismo. O estudo contou com a participação de 11 entrevistados. Sobre os resultados, identificamos discursos ideológicos variados, oriundos tanto do momento histórico e político estudado no recorte temporal (1986-1996), quanto da construção histórica hibridizada para a brincadeira do Reisado, o que sinalizou para o seu aspecto assistencialista, fator importante para o trato com jovens inseridos na criminalidade e para o exercício específico da educação não formal como uma possibilidade para a formação artística profissional. 


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  • A prática educacional não é exclusividade dos estabelecimentos tradicionais de ensino como as escolas. Desta feita, os processos educativos denominados de formais, não formais e informais podem acontecer em diferentes lugares. A presente pesquisa tem como objetivo identificar e examinar a influência do Reisado Imperial na propagação da educação formal e não formal no bairro da Bomba do Hemetério. Neste aspecto, considerou-se a precariedade dos espaços formais de ensino, na localidade supracitada, em meados da década de 80 e início da década de 90, o que motivou a instituição Reisado Imperial a firmar uma parceria com a prefeitura da cidade do Recife no sentido de se fazer uso de suas dependências como anexo da Escola Municipal Antônio Tibúrcio, localizada no bairro do Alto Santa Terezinha, adjacente à Bomba do Hemetério. Assim, havia por sua intermediação o exercício de duas modalidades de ensino. A metodologia utilizada no trabalho foi a da Análise de Discurso de linha francesa associada à história oral; esta última usada apenas como uma técnica para realização das entrevistas. A perspectiva teórica foi apoiada na leitura de Culturas Híbridas de Canclini e seus desdobramentos em torno de conceitos como o de multiculturalismo. O estudo contou com a participação de 11 entrevistados. Sobre os resultados, identificamos discursos ideológicos variados, oriundos tanto do momento histórico e político estudado no recorte temporal (1986-1996), quanto da construção histórica hibridizada para a brincadeira do Reisado, o que sinalizou para o seu aspecto assistencialista, fator importante para o trato com jovens inseridos na criminalidade e para o exercício específico da educação não formal como uma possibilidade para a formação artística profissional. 

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  • CLEDSON SEVERINO DE LIMA
  • TEORIA DA AFROCENTRICIDADE: UM OLHAR AFROCENTRADO PARA EDUCAÇÃO DO POVO NEGRO.

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
  • MARIA DA CONCEICAO DOS REIS
  • RICARDO MATHEUS BENEDICTO
  • Data: 08/10/2020

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  • Esta dissertação teve como objetivo analisar a educação do povo negro brasileiro identificando a perspectiva de educação afrocentrada através das narrativas de história de vida de estudantes negros e negras do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEdu/UFPE). A pesquisa de abordagem qualitativa realizou-se pelas narrativas dos estudantes negros/as da primeira turma da disciplina Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) do PPGEdu/UFPE, obtidas mediante entrevistas semiestruturadas. O principal marco teórico foi a Teoria da Afrocentricidade defendida por Molefi Kete Asante (2014), como arcabouço teórico-metodológico e de análise das narrativas, passando concomitantemente pela História Oral definida por Paul Thompson (1992). Como resultado, a investigação concluiu que durante a trajetória de vida dos estudantes investigados, ambos vivenciaram experiências a marginalidade de sua própria história e cultura afrodiaspórica que os impediram de experimentar a centralidade afrocêntrica como autovalorização individual, cultural, psicológica, educacional e social.


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  • Esta dissertação teve como objetivo analisar a educação do povo negro brasileiro identificando a perspectiva de educação afrocentrada através das narrativas de história de vida de estudantes negros e negras do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEdu/UFPE). A pesquisa de abordagem qualitativa realizou-se pelas narrativas dos estudantes negros/as da primeira turma da disciplina Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER) do PPGEdu/UFPE, obtidas mediante entrevistas semiestruturadas. O principal marco teórico foi a Teoria da Afrocentricidade defendida por Molefi Kete Asante (2014), como arcabouço teórico-metodológico e de análise das narrativas, passando concomitantemente pela História Oral definida por Paul Thompson (1992). Como resultado, a investigação concluiu que durante a trajetória de vida dos estudantes investigados, ambos vivenciaram experiências a marginalidade de sua própria história e cultura afrodiaspórica que os impediram de experimentar a centralidade afrocêntrica como autovalorização individual, cultural, psicológica, educacional e social.

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  • RAFAELA DOMINIQUE DA SILVA ALBUQUERQUE MARANHÃO
  • A ARTE DE VIVER ENTRE AS FISSURAS DO REAL: NARRATIVAS DE PROFESSORES-ARTISTAS E EXPERIÊNCIA ÉTICO-ESTÉTICA

  • Orientador : KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KARINA MIRIAN DA CRUZ VALENCA ALVES
  • ANNA LUIZA ARAUJO RAMOS MARTINS DE OLIVEIRA
  • RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
  • EVERSON MELQUIADES ARAUJO SILVA
  • MARIA THEREZA DIDIER DE MORAES
  • Data: 23/10/2020

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  • O presente trabalho tem por objetivo discutir a temática da constituição ético-estética na docência, a partir de narrativas de si realizadas por professores universitários. Realizamos entrevistas narrativas com três professores-pesquisadores da Educação, criadas através do audiovisual como dispositivo de auto-mise-en-scène para pensarmos nos devires da formação de um professor-artista de si mesmo que incita transformações e práticas de
    liberdade. Inicialmente nos debruçamos sobre autores que analisam a constituição dos sujeitos e que investigam os procedimentos e técnicas de produção de subjetividades na contemporaneidade, a partir dos modos de sujeição e subjetivação. No segundo momento, procuramos refletir junto com os professores-pesquisadores sobre formas de dessubjetivação e ultrapassamentos possíveis dos limites impostos pelas relações de poder com vistas em criar estratégias para uma constituição ativa de si de forma ética, politica, estética e livre.


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  • O presente trabalho tem por objetivo discutir a temática da constituição ético-estética na docência, a partir de narrativas de si realizadas por professores universitários. Realizamos entrevistas narrativas com três professores-pesquisadores da Educação, criadas através do audiovisual como dispositivo de auto-mise-en-scène para pensarmos nos devires da formação de um professor-artista de si mesmo que incita transformações e práticas de
    liberdade. Inicialmente nos debruçamos sobre autores que analisam a constituição dos sujeitos e que investigam os procedimentos e técnicas de produção de subjetividades na contemporaneidade, a partir dos modos de sujeição e subjetivação. No segundo momento, procuramos refletir junto com os professores-pesquisadores sobre formas de dessubjetivação e ultrapassamentos possíveis dos limites impostos pelas relações de poder com vistas em criar estratégias para uma constituição ativa de si de forma ética, politica, estética e livre.

Teses
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  • GELSON ANTONIO LOPES JUNIOR
  • TEMPO, ACONTECIMENTO E FORMAÇÃO HUMANA: CONTRIBUIÇÕES DO PENSAMENTO DE MARTIN HEIDEGGER PARA UM TEMPO FORMATIVO INOPERANTE

  • Orientador : ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE SIMAO DE FREITAS
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • ROSANGELA TENORIO DE CARVALHO
  • CONCEICAO GISLANE NOBREGA LIMA DE SALLES
  • ADALGISA LEAO FERREIRA
  • Data: 14/12/2020

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  • A presente Tese tematiza uma questão fundamental da educação: a noção de tempo. O objetivo central é analisar o sentido do tempo na experiência de pensamento de Martin Heidegger, suas contribuições para a elucidação da noção de tempo nos processos de formação do humano. O trabalho de pesquisa desenvolvido articulou-se aos métodos qualitativos, uma vez que eles propiciam uma compreensão mais profunda dos fenômenos educacionais. Adotamos uma abordagem fenomenológica de orientação heideggeriana: a análise dos indícios formais. Partimos da orientação aberta por cada ekstase temporal (presente-passado-futuro), tomando como indícios a temporalidade 24/7, a infância e o mito através das figuras do tempo-cronos, do tempo-aíon e do tempo-kayrós. No percurso, problematizamos a possibilidade de um outro tempo aberto pela própria experiência formativa, e situado para além do tempo metrificado da modernidade e do tempo líquido-virtual da pós-modernidade. A questão articuladora interrogou: quais as contribuições e limites do pensamento de Martin Heidegger para uma compreensão do tempo formativo do humano? A busca pela resposta pressupôs que a visada heideggeriana pode contribuir para uma reflexão radical do tempo, o tempo ekstático da cura, capaz de afrontar a temporalidade crônico-cronológica que prevalece no debate educacional, e que priva o humano de uma autocompreensão ética de si mesmo. Como resultado, o tempo inoperante, configurado por meio da visada agambeniana, nos revelou o limite estrutural nas meditações de Heidegger e sua percepção do humano como único ente formador de mundo. Ao explorar esse limite da sua ontologia, expomos uma possível viravolta ancorada na retomada de uma leitura mítica da Cura ressignificada pela extramundanidade aberta pelo ser-aí mítico. Ao final, defendemos que o tempo-kayrós, como signo do tempo inoperante, permite vislumbrar uma formação humana conspirada e atravessada pela mistura inter-, multi- e transespecífica, como forma de desativar os maquinismos antropológicos que sustentam nossa compreensão do humano. Assim, esperamos que essa investigação de caráter filosófico-educacional possa elucidar alguns desafios envolvidos no fazer dos/as educadores/as nestes tempos em que se tornou difícil respirar, colaborando para a compreensão de um tempo verdadeiramente formativo e não meramente subordinado aos processos de empresariamento crônico da educação. 



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