Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • FELIPE DE BRITO ALVES BELO
  • DIREITO À VERDADE COMO PROTEÇÃO À DESINFORMAÇÃO: DO MERCADO IDEOLÓGICO À DISRUPÇÃO ALGORÍTMICA

  • Orientador : TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAMON DE VASCONCELOS NEGÓCIO
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 29/02/2024

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  • A presente pesquisa objetiva perquirir acerca da potencialidade de um direito autônomo à verdade, desvinculado da previsão jurisprudencial admitida nos modelos teóricos atrelados à Justiça de Transição, e de sua utilização na redução da desinformação digital. Para tanto, buscou-se realizar breve resgate histórico da emergência do direito à verdade, desde sua manifestação, principiológica, no âmbito do Direito Humanitário, perpassando pela fixação em tratados internacionais, e de quais formas os Sistemas Regionais de Direitos Humanos foram capazes de propalar – e até codificar – tal direito. Muitos dos desafios da contemporaneidade tangenciam, ainda que de forma oblíqua, uma concepção de verdade. As fake news surgem como produto de um livre mercado de ideias influenciado por uma curadoria algorítmica-informativa, ameaçando a percepção factual comum, e contribuindo para a polarização da sociedade. Procedeu-se, ainda que de modo incipiente, a analisar como é possível a utilização de mecanismos próprios do direito à verdade na mitigação de efeitos da desinformação. Conclui-se que o reconhecimento de um direito à verdade, enquanto sentinela das divisas democráticas, é capaz de ressignificar instituições e dotá-las de capacidade de enfrentamento a tais problemas. Adotou-se uma metodologia analítico-crítica, fundamentada na revisão bibliográfica e na análise paramétrica de decisões judiciais em cenários específicos, além da incorporação de contribuições doutrinárias relevantes.


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  • A presente pesquisa objetiva perquirir acerca da existência de um direito autônomo à verdade – quais suas dimensões, elementos constitutivos e integrantes – desvinculado da previsão jurisprudencial admitida nos modelos teóricos atrelados à Justiça de Transição. Para tanto, buscou-se realizar breve resgate histórico acerca da importância da verdade, sob o feixe filosófico, de forma a justificar sua consagração como direito. Ato contínuo, estabeleceu-se os modais atuais acerca de um direito à verdade, sua contingência à memória e reparação, e de quais formas os Sistemas Regionais de Direitos Humanos foram capazes de propalar – e até codificar – tal direito. Muitos dos desafios da contemporaneidade tangenciam, ainda que de forma oblíqua, uma concepção de verdade, como fake news, pós-verdade, infoxicação, dentre outros fenômenos comunicacionais, a despertar a atenção do Direito. Conclui-se que o reconhecimento de um direito à verdade, enquanto sentinela das divisas democráticas, é capaz de ressignificar instituições e dotá-las de capacidade de enfrentamento a tais problemas. A metodologia utilizada foi a de revisão bibliográfica, com análise paramétrica de decisões judiciais em contexto específico, bem como aportes doutrinários.

2
  • MARIANA DE CARVALHO MILET
  • A CONSTRUÇÃO DE SENTIDO DE ASSÉDIO SEXUAL LABORAL A PARTIR DA ANÁLISE DE DECISÕES JUDICIAIS DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • ROBERTO DUTRA TORRES JUNIOR
  • Data: 23/04/2024

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  • A partir da constatação de que é preciso enfrentar a violência contra a mulher empregada e de que não existe uma definição legal para assédio sexual na lei trabalhista, esta pesquisa tem por escopo analisar como está sendo construído o sentido de assédio sexual laboral, a partir das decisões judiciais proferidas pelo Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco (TRT/PE). Tem-se como ponto de partida a análise das decisões de acordo com os preceitos da comunicativação (Stamford da Silva, 2021), com destaque para a Teoria dos Sistemas de Niklas Luhmann (2016) e para a Teoria da Justiça Social de Nancy Fraser (2002, 2007a, 2007b, 2009). A metodologia consistiu na coleta das decisões no sítio eletrônico do TRT e tratamento dos dados a partir de planilha Excel, a fim de se encontrarem as variáveis caracterizadoras do assédio sexual laboral. Após, foi realizada uma pesquisa bibliográfica para o aporte teórico referente a gênero e assédio sexual, com o objetivo de serem obtidos subsídios para a análise dos dados a partir do marco teórico escolhido. No lapso temporal abarcado pela pesquisa chegou-se ao seguinte sentido de assédio sexual laboral: é a abordagem não desejada, com intenção sexual, praticada de maneira reiterada, por meio de agressão física ou verbal, que cause constrangimento à vítima, ofenda à liberdade sexual e a segurança no trabalho e tenha relação com o trabalho ou influencie no seu exercício. A partir da apreciação de cada elemento de maneira individualizada conclui- se que o sentido de assédio sexual laboral construído pelas decisões do TRT de Pernambuco, entre 2017 e 2023, reflete a subordinação de gênero que permeia as relações sociais entre homens e mulheres no Brasil.


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  • A partir da constatação de que é preciso se combater a violência contra a mulher empregada e de que não existe uma definição legal para assédio sexual na lei trabalhista, esta pesquisa tem por escopo analisar como está sendo construído o sentido de assédio sexual laboral, a partir das decisões judiciais proferidas pelo Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco (TRT/PE). Tem-se como ponto de partida a análise das decisões de acordo com os preceitos da comunicativação (Stamford da Silva, 2021), com destaque para a Teoria dos Sistemas de Niklas
    Luhmann (2016) e para a Teoria da Justiça Social de Nancy Fraser (2002, 2007a, 2007b, 2009). A metodologia consistiu na coleta das decisões no sítio eletrônico do TRT e tratamento dos dados a partir de planilha Excel, a fim de se encontrarem as variáveis caracterizadoras do assédio sexual laboral. Após, foi realizada uma pesquisa bibliográfica para o aporte teórico referente a gênero e assédio sexual, para que fossem fornecidos subsídios para a análise dos dados a partir do marco teórico escolhido.

3
  • MARCELA FERNANDES TAVARES
  • A UNIFORMIZAÇÃO NORMATIVA DA OCDE ATRAVÉS DO PLANO BEPS: o impacto dos preços de transferência de intangíveis na concorrência em comércio internacional

  • Orientador : FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • Data: 30/04/2024

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  • A globalização é um fenômeno que possui diversas faces, e uma delas é a globalização econômica. Há empresas que distribuem sua cadeia de produção e sua atuação empresarial por todo o globo, as chamadas empresas transnacionais. Assim, possuem elementos de conexão com diversos países, e se planejam internacionalmente para reduzir a sua carga tributária. Uma das maneiras mais óbvias de fazê-lo é através da manipulação dos preços dos contratos internacionais entre empresas relacionadas, isto é, do mesmo grupo empresarial. Como tais contratos não são regulados pelas forças de mercado aberto, as empresas podem distorcer suas condições para transferir seus lucros para países de tributação mais favorecida. Ainda, a globalização econômica vem acompanhada de um processo denominado de digitalização da economia, através do qual os avanços tecnológicos permitem que o patrimônio possa ser, também, incorpóreo, o que contribui com oportunidades para a fuga da tributação. A ausência de integração de normas tributárias entre os diversos ordenamentos jurídicos contribui para a prática de planejamento tributário internacional agressivo, que ficou conhecida como erosão das bases tributáveis e transferência artificial de lucros (Base Erosion and Profit Shifting – BEPS). O problema BEPS implica em redução da arrecadação dos Estados Nacionais e no comprometimento da credibilidade dos sistemas tributários. Pensando nisso, a OCDE, em conjunto com o G-20, elaborou o Projeto BEPS, um plano de 15 ações que buscam combater a evasão fiscal no plano internacional, através da uniformização das normas tributárias dos ordenamentos jurídicos. Frise-se, ainda, que a fuga da tributação pode ser utilizada por determinadas empresas como sendo parte de sua estratégia comercial, causando desequilíbrios na concorrência internacional. Dez anos após a publicação do Projeto BEPS, e com a digitalização do patrimônio cada vez mais acentuada, é preciso verificar quais impactos as diretrizes da OCDE sobre preços de transferência de intangíveis causam no comércio internacional, em termos de preservação da livre concorrência através do combate à evasão fiscal internacional. O presente estudo se propõe a responder esse questionamento, abordando a uniformização normativa da OCDE em matéria de preços de transferência de intangíveis e quais os efeitos da medida no comércio internacional.


  • Mostrar Abstract
  • A globalização é um fenômeno possui diversas faces, e uma delas é a globalização econômica. Há empresas que distribuem sua cadeia de produção e sua atuação empresarial por todo o globo, as chamadas empresas transnacionais. Assim, possuem elementos de conexão com diversos países, e se planejam internacionalmente para reduzir a sua carga tributária. Uma das maneiras mais óbvias de fazê-lo é através da manipulação dos preços dos contratos internacionais entre empresas relacionadas, isto é, do mesmo grupo empresarial. Como tais contratos não são regulados pelas forças de mercado aberto, as empresas podem distorcer suas condições para transferir seus lucros para países de tributação mais favorecida. Ainda, a globalização econômica vem acompanhada de um processo denominado de digitalização da economia, através do qual os avanços tecnológicos permitem que o patrimônio possa ser, também, incorpóreo, o que contribui com oportunidades para a fuga da tributação. A ausência de integração de normas tributárias entre os diversos ordenamentos jurídicos contribui para a prática de planejamento tributário internacional agressivo, que ficou conhecida como erosão das bases tributáveis e transferência artificial de lucros (Base erosion and profit shifting – BEPS). A problemática BEPS implica em redução da arrecadação dos Estados Nacionais e no comprometimento da credibilidade dos sistemas tributários. Pensando nisso, a OCDE, em conjunto com o G-20, elaborou o Projeto BEPS, um plano de 15 ações que buscam combater a evasão fiscal no plano internacional, através da uniformização das normas tributárias dos ordenamentos jurídicos. Frise-se, ainda, que a fuga da tributação pode ser utilizada por determinadas empresas como sendo parte de sua estratégia comercial, causando desequilíbrios na concorrência internacional. Nesse contexto, o presente estudo aborda a uniformização normativa da OCDE em matéria de preços de transferência de intangíveis, e quais os impactos da medida na concorrência do comércio internacional de intangíveis

Teses
1
  • VANESSA PATRIOTA DA FONSECA
  • DÉJÀVU: A precarização no trabalho plataformizado e a importância de uma hermenêutica estruturante que garanta a efetividade dos direitos trabalhistas

  • Orientador : CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANIELA MURADAS ANTUNES
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • Data: 16/04/2024

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  • O estudo tem como objeto o trabalho por meio de plataformas digitais. Debruça-se, por um lado, sobre o crowdwork offline de motoristas e entregadores/as visando identificar a vertente da subordinação jurídica nele presente. Por outro, curva-se sobre o crowdwork online a fim de verificar se os/as trabalhadores/as nele inseridos/as podem ser abrigados/as pelo Direito do Trabalho. Para adentrar nos meandros das plataformas digitais de trabalho, a tese começa por abordar: a) a centralidade do trabalho na formação e no desenvolvimento do ser social e a configuração que ele assumiu na sociedade do capital; b) o papel do Direito e do Estado na legitimação do modo de produção capitalista; c) o movimento natural do capitalismo em termos de acumulação e expansão; d) a importância das tecnologias para a intensificação da produção e o aumento do mais-valor relativo; e) a relação entre as reestruturações produtivas, os diferentes estágios do capitalismo e as tecnologias existentes; f) a importância do exército de reserva para a manutenção do baixo padrão das condições de trabalho; g) a racionalidade neoliberal e sua capacidade de obscurecer qualquer tentativa de superar o sistema do capital. Ressalta-se que o trabalho por meio de plataformas digitais vem sendo organizado e controlado de diferentes formas. No caso do crowdwork offline de motoristas e entregadores/as, a partir da análise de provas obtidas em inquéritos civis e dos resultados de pesquisas científicas, em cotejo com o conceito de subordinação jurídica nas suas diferentes vertentes, a tese assegura que, além dos demais pressupostos da relação de emprego, faz-se presente a subordinação na sua vertente clássica, em que as ordens são emitidas diretamente pelas empresas, mas através da programação algorítmica realizada, e tais ordens são intensas, constantes e vinculantes. No que diz respeito ao crowdwork online, o estudo atesta que há uma miríade de possibilidades de classificação do tipo de vínculo mantido entre as partes, que vai desde o trabalho realmente autônomo, passando pelo trabalho autônomo economicamente dependente, até o trabalho subordinado sob as perspectivas clássica, estrutural, integrativa ou estrutural-reticular. A categorização dependerá da análise do caso concreto e, para tanto, o/a intérprete deve se distanciar do senso comum teórico e do positivismo, para se conectar com os princípios gerais e específicos do Direito e, assim, adotar uma hermenêutica estruturante que garanta o trabalho digno no ambiente digital. Salienta-se, no entanto, que a jurisprudência pátria, especialmente oriunda do Supremo Tribunal Federal, vem empregando hermenêuticas não recepcionadas pelos princípios do Direito do Trabalho e privilegiando os interesses econômicos em detrimento dos interesses sociais mais caros à classe-que-vive-do-trabalho. Ressalta-se a importância da mobilização dos/as trabalhadores/as para enfrentar a precarização mencionada – o que deve ocorrer em âmbito internacional, já que a contratação do trabalho plataformizado também se dá em âmbito planetário. Por fim, reafirma-se a teoria marxiana segundo a qual não há trabalhador/a realmente livre vendendo sua força de trabalho ao capital, mas, por outro lado, aponta-se para a direção da emancipação social, que não será obra e graça do Direito, e que pressupõe um momento transitório em que se faz necessário ampliar a proteção social para inibir a precarização e as mortes lentas no trabalho pari passu à provocação de fissuras no sistema que abalem suas estruturas. O estudo é dividido em duas partes e nove capítulos e emprega o método histórico-dialético, pois reconhece que é da prática que deve partir o pensamento de quem realiza uma pesquisa científica, não da teoria e da ideia. Afasta-se do discurso de autoridade, do humanismo teórico, do racionalismo instrumental e das vertentes reformistas do Direito Burguês.


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  • O estudo tem como objeto o trabalho por meio de plataformas digitais. Debruça-
    se, por um lado, sobre o crowdwork offline de motoristas e entregadores/as

    visando identificar a vertente da subordinação jurídica nele presente. Por outro,
    curva-se sobre o crowdwork online a fim de verificar se os/as trabalhadores/as
    nele inseridos/as podem ser abrigados/as pelo Direito do Trabalho. Para
    adentrar nos meandros das plataformas digitais de trabalho, a tese começa por
    abordar: a) a centralidade do trabalho na formação e no desenvolvimento do ser
    social e a configuração que ele assumiu na sociedade do capital; b) o papel do
    Direito e do Estado na legitimação do modo de produção capitalista; c) o
    movimento natural do capitalismo em termos de acumulação e expansão; d) a
    importância das tecnologias para a intensificação da produção e o aumento do
    mais-valor relativo; e) a relação entre as reestruturações produtivas, os
    diferentes estágios do capitalismo e as tecnologias existentes; f) a importância
    do exército de reserva para a manutenção do baixo padrão das condições de
    trabalho; g) a racionalidade neoliberal e sua capacidade de obscurecer qualquer
    tentativa de superar o sistema do capital. Ressalta que o trabalho por meio de
    plataformas digitais vem sendo organizado e controlado de diferentes formas.
    No caso do crowdwork offline de motoristas e entregadores/as, a partir da análise
    de provas obtidas em inquéritos civis e dos resultados de pesquisas científicas,
    em cotejo com o conceito de subordinação jurídica nas suas diferentes vertentes,
    a tese assegura que, além dos demais pressupostos da relação de emprego,
    faz-se presente a subordinação na sua vertente clássica, em que as ordens são
    emitidas diretamente pelas empresas, mas através da programação algorítmica
    realizada, e tais ordens são intensas, constantes e vinculantes. No que diz
    respeito ao crowdwork online, a pesquisa analisada atesta que há uma miríade
    de possibilidades de classificação do tipo de vínculo mantido entre as partes,
    que vai desde o trabalho realmente autônomo, passando pelo trabalho autônomo
    economicamente dependente, até o trabalho subordinado sob as perspectivas
    clássica, estrutural, integrativa ou estrutural-reticular. A categorização
    dependerá da análise do caso concreto e, para tanto, o/a intérprete deve se
    distanciar do senso comum teórico e do positivismo, para se conectar com os
    princípios gerais do direito. Salienta, no entanto, que a jurisprudência pátria,
    especialmente oriunda do Supremo Tribunal Federal, vem empregando
    hermenêuticas não recepcionadas pelos princípios do Direito do Trabalho e
    privilegiando os interesses econômicos em detrimento dos interesses sociais
    mais caros à classe-que-vive-do-trabalho. A tese ressalta a importância da
    mobilização dos/as trabalhadores/as para enfrentar a precarização mencionada
    – o que deve ocorrer em âmbito internacional, já que a contratação do trabalho
    plataformizado também se dá em âmbito planetário. Por fim, reafirma a teoria
    marxiana segundo a qual não há trabalhador/a realmente livre vendendo sua
    força de trabalho ao capital, mas, por outro lado, aponta para a direção da
    emancipação social, que não será obra e graça do Direito, e que pressupõe um
    momento transitório em que se faz necessário ampliar a proteção social para
    inibir a precarização e as mortes lentas no trabalho pari passu à provocação de
    fissuras no sistema que abalem suas estruturas. O estudo é dividido em três
    partes e oito capítulos e emprega o método histórico-dialético, pois reconhece
    que é da prática que deve partir o pensamento de quem realiza uma pesquisa
    científica, não da teoria e da ideia. Afasta-se do discurso de autoridade, do

    humanismo teórico, do racionalismo instrumental e das vertentes reformistas do
    Direito Burguês.

2023
Dissertações
1
  • CAIO RAPHAEL SANTOS DE LIRA
  • RETÓRICA E CORRUPÇÃO: ELEMENTOS DE CONVENCIMENTO NO DISCURSO INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL NA OPERAÇÃO LAVA JATO

  • Orientador : PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • NARBAL DE MARSILLAC FONTES
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 30/01/2023

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  • Esta dissertação tem o objetivo de utilizar a visão retórica analítica desenvolvida por Ottmar Ballweg na qual há uma repartição triádica da retórica, levando em consideração algumas influências recebidas por este autor no desenvolvimento de sua teoria. Também serão levados em consideração os desenvolvimentos desta teoria em território nacional, principalmente aqueles elaborados por João Maurício Adeodato e Pedro Parini. Tudo isto com intuito de, através da retórica analítica, perscrutar as notas públicas exaradas pela operação Lava-Jato no interim de suas fases durante o período entre 2014 e 2019. A dimensão da retórica analítica a ser utilizada será a fronética, especificamente as perspectivas agôntica e ergôntica. Este estudo começa examinando relação entre retórica e filosofia com o intuito de compreender a metodologia que será aplicada. Logo em seguida consta estudo sobre as principais teorias acerca da corrupção para situação acerca do debate sobre o tema. Após no capítulo seguinte, existe estudo realizado objetivando compreender os caminhos institucionais pelos quais o Ministério Público se desenvolveu no país. Sequencialmente, apresenta-se o contexto da Operação Lava Jato, analisando os principais pilares apontados como fundamentais para o desenvolvimento da força-tarefa. Alcançando, por fim, a utilização da retórica analítica e sua tripartição no âmbito da fronética, procurando visualizar os elementos estratégicos e materiais utilizados pela equipe que participou da força-tarefa Lava Jato durante o período de 2014 e 2019, através das notas públicas oficiais exaradas neste espaço de tempo. Primeiro, realiza-se uma análise agôntica das 67 notas públicas exaradas durante o recorte temporal aqui realizado, com o intuito de compreender como se dão as relações entre os sujeitos presentes, tais como Supremo Tribunal Federal, Imprensa e o próprio Ministério Público Federal, no universo das notas públicas. Depois, por fim, realiza-se uma análise ergôntica buscando enxergar a relação entre sujeitos e objetos, sob a perspectiva de sobreposição do sujeito em relação à conceitos como imparcialidade, acordos de colaboração premiada e leniência, prisão preventiva, dentre outros.


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  • Esta dissertação tem o objetivo de utilizar a retórica analítica tal qual desenvolvida por  Ottmar Ballweg, para perscrutar 68 notas públicas exaradas pela operação lava-jato no  interim de suas fases durante o período entre 2015 e 2019, levando em consideração  algumas influências recebidas por este autor no desenvolvimento de sua teoria. Também  serão levados em consideração os desenvolvimentos desta teoria em território nacional,  principalmente aqueles elaborados por João Maurício Adeodato e Pedro Parini.  Primeiramente será realizado um estudo da relação entre retórica e filosofia nos termos  da bipartição de paradigmas apresentada por Hans Blumenberg e João Maurício  Adeodato, tendo como início os pensamentos de Heráclito e Parmênides e sua influência  até a modernidade na construção de uma imagem de um homem carente e um homem  abastado, situando-o inicialmente em sua relação com a linguagem. Se analisará a  influência do Nietzsche retórico e da Teoria dos Signos de Charles W. Morris na  construção da partição retórica desenvolvida por Ballweg, sendo apresentadas logo em  seguida a divisão entre retórica material, retórica estratégica e retórica analítica. É dentro  desta visão, onde o homem é construtor de sua realidade através da linguagem, que se  analisará os discursos de (anti)corrupção, que transparecem a ideia de que este é o  problema central na realidade política brasileira. Se estudará se a proporção geral do  discurso tem compatibilidade com o grau de corrupção que acontece na prática. Após será  apresentada a relação entre retórica e política levando em consideração a interrelação  entre a linguagem e retórica nos parâmetros utilizados neste trabalho, servindo como base  para apresentação da retórica como condição democrática. Chegando logo em seguida em  como se deu a construção do discurso em volta da corrupção, observando suas origens no  Brasil e em como isso acarretou o início da Operação Lava-Jato além de como este  discurso foi desenvolvido durante as fases da operação. Alcançando, por fim, a utilização  da retórica analítica, e sua tripartição entre os âmbitos da fronética, holística e semiótica,  para procurar visualizar os elementos estratégicos e materiais utilizados pela equipe que  participou da operação durante o período de 2015 e 2019, através das 68 notas públicas  oficiais exarada pelo Ministério Público Federal neste espaço de tempo.  


2
  • MADSON DOUGLAS XAVIER DA SILVA
  • A JOINT VENTURE INTERNACIONAL CONSTITUÍDA PARA A CONSTRUÇÃO DA REFINARIA ABREU E LIMA: um estudo sobre o compromisso de confidencialidade contratual à luz do Direito Internacional Privado

  • Orientador : AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • Data: 08/02/2023

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  • A existência de cláusulas de confidencialidade no âmbito da joint ven- ture internacional firmada entre a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) e a Petróleos de Venezuela (PDVSA) para a construção da Refinaria Abreu e Lima é objeto de análise da presente dissertação. O estudo é dividido em três capítulos, embasados em pesquisa primordialmente bi- bliográfica e documental. No primeiro capítulo são analisados aspectos relativos à aproximação conceitual de joint venture internacional, seu tratamento jurídico e peculiaridades relevantes desta aliança empresa- rial. Já no segundo capítulo são estudadas as cláusulas de confidenciali- dade geralmente existentes em contratos de joint ventures, a abrangência que estas disposições podem alcançar, e as limitações que incidem sobre tais cláusulas no Direito brasileiro por força de normas colisionais de Direito Internacional Privado, com enfoque na averiguação da possibi- lidade de empresas públicas ou sociedades de economia mista operarem joint ventures sob sigilo. No terceiro capítulo são abordados temas rela- tivos ao contexto regional da implantação da Refinaria Abreu e Lima, à natureza de joint venture do empreendimento e o compromisso de con- fidencialidade assumido pela Petrobras e pela PDVSA no âmbito do ne- gócio comum, concluindo pela impossibilidade de sociedades de econo- mia mista e empresas públicas atuarem sob confidencialidade, em razão do dever de transparência imposto a estas pelo ordenamento jurídico brasileiro.


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  • A existência de cláusulas de confidencialidade no âmbito da joint venture internacional firmada entre a Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) e a Petróleos de Venezuela (PDVSA) para a construção da Refinaria Abreu e Lima é objeto de análise da presente dissertação. O estudo é dividido em três capítulos, embasados em pesquisa primordialmente bibliográfica e documental. No primeiro capítulo são analisados aspectos relativos à aproximação conceitual de joint venture internacional, seu tratamento jurídico e peculiaridades relevantes desta aliança empresarial. Já no segundo capítulo são analisadas as cláusulas de confidencialidade geralmente existentes em contratos de joint ventures, a abrangência que estas disposições podem alcançar, e as limitações que incidem sobre tais cláusulas no Direito brasileiro por força de normas colisionais de Direito Internacional Privado, com enfoque na averiguação da possibilidade de empresas públicas ou sociedades de economia mista operarem joint ventures sob sigilo. No terceiro capítulo são abordados temas relativos ao contexto regional da implantação da Refinaria Abreu e Lima, à natureza de joint venture do empreendimento e o compromisso de confidencialidade assumido pela Petrobras e pela PDVSA no âmbito do negócio comum, concluindo pela impossibilidade de empresas de natureza pública atuarem sob confidencialidade, em razão do dever de transparência imposto a estas pelo ordenamento jurídico brasileiro.

3
  • RAFAELLA SANTOS COSTA
  • O CONCEITO DE GASTO TRIBUTÁRIO JUSTO: um estudo de caso do simples nacional

  • Orientador : LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • Data: 22/03/2023

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  • Essa pesquisa se propôs a investigar o conceito do gasto tributário justo, a partir da análise do tratamento conferido pela Constituição Federal de 1988 ao tema. Para isso, inicialmente foi realizada a construção da fundamentação teórica deste trabalho, a partir da revisão da literatura acadêmica acerca do conceito de gasto tributário e do tema da extrafiscalidade, o que viabilizou o desenvolvimento da etapa descritiva deste estudo (Capítulos 2 e 3) e a confirmação da existência da lacuna acadêmica que se pretende suprir. Concluída esta etapa inicial, e verificado que inexiste, na literatura acadêmica nacional, a construção de um conceito de gasto tributário justo, essa pesquisa avançou para uma etapa explicativa concernente à proposição da construção deste conceito, o que se sucedeu, de início, mediante um estudo sistemático das discussões travadas no seio da Assembleia Constituinte de 1987-1988, em especial na Comissão nomeada “Sistema Tributário, Orçamento e Finanças”. Essa etapa pautou-se na análise de conteúdo dos Anais da Assembleia Constituinte disponibilizado pelo Senado Federal e, após, na análise do texto promulgado da Constituição Federal de 1988, alcançando-se, ao final, a conclusão de que não houve a constitucionalização expressa do conceito ora investigado, a despeito de o processo constituinte não ter sido alheio à problemática da justiça tributária (Capítulo 3). A ausência de constitucionalização expressa motivou a terceira etapa da investigação: o desenvolvimento do conceito do gasto tributário justo mediante a análise do texto constitucional, isto é, investigou-se se, a despeito da ausência de constitucionalização expressa, os dispositivos constitucionais permitiriam a construção deste conceito ainda que de modo implícito. Revisitados os fundamentos e objetivos constitucionais, verificou-se que estes carregam consigo um importante conteúdo axiológico que evidencia a adesão da Constituição Federal de 1988 a uma visão da despesa pública sob o viés da justiça social, isto é, consagram, ainda que não expressamente, a sujeição desta matéria a uma ideia de justiça distributiva. Com o objetivo de propor a construção de um conceito para o gasto tributário justo (Capítulo 4), essa pesquisa dedicou-se a desenvolver três critérios qualificadores de ordem prática para a identificação de um gasto tributário justo: a vinculação constitucional finalística, a eficiência fiscal, e a mitigação da assimetria informativa. Em seguida, propôs-se a construção de um regime jurídico para o gasto tributário justo. Por fim, construído este conceito, essa pesquisa dirigiu-se a investigar um caso concreto a partir da aplicação dos critérios qualificadores propostos no Capítulo 4, o que se desenvolveu mediante o estudo de caso do regime jurídico diferenciado instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (“Simples Nacional”). Essa última etapa de estudo de caso e correspondente análise de dados (Capítulo 5) apresenta como conclusão que este regime jurídico diferenciado não preenche os requisitos necessários para o enquadramento no conceito “gasto tributário justo”, o que conduz à conclusão de sua ilegitimidade.


  • Mostrar Abstract
  • Esse trabalho tem como objetivo analisar os elementos substantivos da justiça tributária sob o viés da despesa pública, a partir da investigação dos expedientes extrafiscais utilizados com a finalidade de estimular o surgimento de relações jurídicas para o atendimento dos princípios constitucionais vetores da tributação. Em linhas gerais, pretende-se identificar, em um primeiro momento, o fundamento de validade do gasto tributário indireto e as qualidades de que um gasto tributário indireto precisa dispor para que seja qualificado como “progressivo” e, portanto, “justo” – lacuna existente na literatura acadêmica. A construção desse conceito permitirá, em seguida, realizar um estudo de caso do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (“Simples Nacional”), avaliando as diretrizes que devem ser observadas para que este regime seja “justo”, no sentido de ser conforme às suas diretrizes constitucionais; e se essas diretrizes foram efetivamente atendidas nos anos em que já vigorou esse regime tributário, nos moldes instituídos pelo legislador infraconstitucional. 


4
  • ANDREIA CAROLINA DE CASTRO FILIZZOLA
  • TRANSPORTE MARÍTIMO INTERNACIONAL DE MERCADORIAS: O impacto da COVID-19 aos contratos e às cláusulas aplicáveis.

  • Orientador : PAUL HUGO WEBERBAUER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MARCO BRUNO MIRANDA CLEMENTINO
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • Data: 14/06/2023

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  • Este estudo objetiva analisar se diante das medidas adotadas para a contenção da pandemia de covid-19, e a própria doença em si, ela poderia ser considerada causa de impossibilidade de  cumprimento (força maior) ou de onerosidade excessiva (imprevisão) no caso de  inadimplemento dos contratos marítimos utilizados para transporte de mercadorias? A  dissertação foi estruturada a partir da pesquisa bibliográfica, partindo da coleta e da análise de  dados encontrados na doutrina e em periódicos, a fim de permitir a discussão recente sobre a  matéria. E conclui-se que, diante da heterogeneidade de interpretação entre as leis domésticas,  principalmente quando envolvidos sistemas jurídicos diferentes, questões como  inadimplemento e válvulas de liberação da prestação são percebidas de forma diversa entre o  Common Law e Civil Law, de forma que algumas noções, como a de imprevisão, são  inconcebíveis para algumas leis nacionais. Desse modo, a noção de força maior, por ser mais  difundida e até mesmo semelhante a alguns outros institutos como o Act of God, seria a melhor  forma de classificar a pandemia de covid-19. Contudo, este estudo aponta a necessidade de  harmonização do entendimento desse termo fazendo uso de regras de soft law, como os  Princípios do UNIDROIT.


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  • A crise provocada pela pandemia do COVID-19 promoveu perturbações nos contratos em diversos setores da economia mundial, não só devido a doença em si, mas também pelas medidas adotadas pelos Estados para a contenção do vírus, como: fechamento de fronteiras, fechamento de portos, lockdown, quarentena, dentre outras. Nesse contexto, os contratos internacionais de transporte marítimo de mercadorias, bem como contratos marítimos que envolvem exploração do navio, tiveram seu cumprimento afetado ou até mesmo impossibilitado devido a acontecimentos ligados à pandemia de COVID-19. O transporte marítimo ocupa um papel de destaque no comércio internacional, já ele é o responsável por escoar a maior parte da produção mundial. Dessa forma, qualquer perturbação nesse tipo de contrato, que faz uso de contratos-padrões e que tradicionalmente utiliza regras do Common Law, poderia significar problemas como: rupturas de cadeira de suprimento, desabastecimento, e até mesmo quebra do contrato de compra e venda que o gerou. Perante desse cenário, o estudo objetiva analisar se diante das medidas adotadas para a contenção da pandemia do COVID-19, e a própria doença em si, ela poderia ser considerada causa de impossibilidade de cumprimento (força maior) ou de onerosidade excessiva (imprevisão) no caso de inadimplemento dos contratos marítimos utilizados para transporte de mercadorias? A dissertação foi estruturada a partir da pesquisa bibliográfica, partindo da coleta e da análise de dados encontrados na doutrina e em periódicos, a fim de permitir a discussão recente sobre a matéria. E conclui-se que, diante da heterogeneidade de interpretação entre as leis domésticas, principalmente quando envolvidos sistemas jurídicos diferentes, questões como inadimplemento e válvulas de liberação da prestação são percebidas de forma diversa entre o Common Law e Civil Law, de forma que algumas noções, como a de imprevisão, são inconcebíveis para algumas leis nacionais. Desse modo, a noção de força maior, por ser mais difundida e até mesmo semelhante a alguns outros institutos como o Act of God, seria a melhor forma de classificar a pandemia do COVID-19. Contudo, este estudo aponta a necessidade de harmonização do entendimento desse termo fazendo uso de regras de soft law, como os Princípios do UNIDROIT.

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  • ALINE PIRES GOMES
  • O DIREITO DO TRABALHO ENTRE (IN)CONSCIÊNCIAS E (IN)CONSISTÊNCIAS: a consciência de classe como instrumento emancipatório aos trabalhadores de aplicativo.

  • Orientador : HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • TIAGO MUNIZ CAVALCANTI
  • Data: 05/07/2023

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  • A revolução informacional sedimentou as bases para a transformação das mais diversas estruturas sociais, no âmbito político, social e econômico. A sociedade industrial é substituída pela sociedade informacional, a qual rompe com todas as estruturas da era fabril, especialmente no que tange à divisão social em classes. Na nova sociedade informacional, com as inéditas tecnologias oriundas da Quarta Revolução Industrial, surge um novo modelo de negócios, denominado de Economia de Compartilhamento. Esse modelo possibilitou o desenvolvimento de uma nova forma de trabalho, via aplicativo, de modo a metamorfosear as relações laborais. As novas relações de trabalho, contudo, são influenciadas pela ideologia neoliberal, pelo discurso de empreendedorismo e pela ferramenta da auto exploração. Os novos trabalhadores permanecem à margem da compreensão da consciência enquanto classe, camuflada pelas novas engrenagens capitalistas. Diante dessa emblemática, com base na metodologia dialética marxiana, este trabalho tem como objetivo geral analisar o surgimento da Economia de Compartilhamento e como objetivo específico entrelaçar a perspectiva histórica da consciência de classe com os novos trabalhadores de aplicativo.

    A revolução informacional sedimentou as bases para a transformação das maisdiversas estruturas sociais, no âmbito político, social e econômico. A sociedadeindustrial é substituída pela sociedade informacional, a qual rompe com todas asestruturas da era fabril, especialmente no que tange à divisão social em classes. Nanova sociedade informacional, com as inéditas tecnologias oriundas da QuartaRevolução Industrial, surge um novo modelo de negócios, denominado deEconomia de Compartilhamento. Esse modelo possibilitou o desenvolvimento deuma nova forma de trabalho, via aplicativo, de modo a metamorfosear as relaçõeslaborais. As novas relações de trabalho, contudo, são influenciadas pela ideologianeoliberal, pelo discurso de empreendedorismo e pela ferramenta da autoexploração. Os novos trabalhadores permanecem à margem da compreensão daconsciência enquanto classe, camuflada pelas novas engrenagens capitalistas.Diante dessa emblemática, com base na metodologia dialética marxiana, estetrabalho tem como objetivo geral analisar o surgimento da Economia deCompartilhamento e como objetivo específico entrelaçar a perspectiva histórica daconsciência de classe com os novos trabalhadores de aplicativo.


  • Mostrar Abstract
  • A revolução informacional sedimentou as bases para a transformação das mais diversas estruturas sociais, no âmbito político, social e econômico. A sociedade industrial é substituída pela sociedade informacional, a qual rompe com todas as estruturas da era fabril, especialmente no que tange à divisão social em classes. Na nova sociedade informacional, com as inéditas tecnologias oriundas da Quarta Revolução Industrial, surge um novo modelo de negócios, denominado de Economia de Compartilhamento. Esse modelo possibilitou o desenvolvimento de uma nova forma de trabalho, via aplicativo, de modo a metamorfosear as relações laborais. As novas relações de trabalho, contudo, são influenciadas pela ideologia neoliberal, pelo discurso de empreendedorismo e pela ferramenta da auto exploração. Os novos trabalhadores permanecem à margem da compreensão da consciência enquanto classe, camuflada pelas novas engrenagens capitalistas. Diante dessa emblemática, com base na metodologia dialética marxiana, este trabalho tem como objetivo geral analisar o surgimento da Economia de Compartilhamento e como objetivo específico entrelaçar a perspectiva histórica da consciência de classe com os novos trabalhadores de aplicativo.

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  • RAIF DAHER HARDMAN DE FIGUEIREDO
  • CONTRATO DE FRANQUIA E DEVERES DE CONDUTA DO FRANQUEADOR À LUZ DA BOA-FÉ OBJETIVA: COOPERAÇÃO E LEALDADE À REDE

  • Orientador : IVANILDO DE FIGUEIREDO ANDRADE DE OLIVEIRA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IVANILDO DE FIGUEIREDO ANDRADE DE OLIVEIRA FILHO
  • RONEY JOSE LEMOS RODRIGUES DE SOUZA
  • SILVIO ROMERO BELTRAO
  • Data: 08/08/2023

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  • O presente estudo analisa a incidência do princípio da boa-fé objetiva e os respectivos deveres de conduta de cooperação ou colaboração e de lealdade à rede sobre as relações empresariais de franchising, que será estudada a partir da classificação de contrato colaboracional, híbrido (viés econômico) e relacional (Ian Macneil), bem como a partir de relação empresarial em formato de rede de contratual e sistema autopoiético (com base na Teoria dos Sistemas Sociais de Niklas Luhamann), na sociedade contemporânea embasada na chamada Nova Economia, que, segundo Manoel Castells é global, informacional e em rede. Apresentamos, ainda, os motivos que levam os empresários a abrirem mão de sua individualidade e da capacidade plena de tomada de decisões e os interesses envolvidos a partir da lógica econômica e da lógica da ação coletiva de Mancur Olson. Embora as bases teóricas apresentadas sejam aplicáveis tanto às condutas dos franqueados quanto do franqueador, limitamos a análise prática aos casos em que os deveres de conduta decorrentes da boa-fé não são observados pelo franqueador. O estudo possui viés multidisciplinar, utilizando-se das literaturas econômica, sociológica e jurídicas nacionais e estrangeiras, bem como da legislação pátria sobre o tema e do posicionamento da jurisprudência especializada nacional. Alfim, demonstraremos a existência de deveres jurídico à luz do princípio da boa-fé objetiva a serem observados pelo franqueador em relação aos seus franqueados e sua rede, sendo realizada, também, uma análise de casos concretos a partir da dissecação de julgados das Câmaras Especializadas de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo.


  • Mostrar Abstract
  • O presente estudo analisa o instituto da franquia empresarial enquanto contrato híbrido (viés econômico) e enquanto arranjo empresarial em formato de rede de contratos, a partir do que Manuel Castells denominou de Nova Economia (a partir da popularização da internet). Apresentamos neste estudo, ainda, os motivos que levam os empresários a formarem redes de franquias e se submeterem a um franqueador, que tem o dever de formatar, coordenar e gerir a rede ao mesmo tempo em que possui a faculdade de promover alterações nos manuais de franquia de forma unilateral. Diante dessa concentração de poderes em apenas uma das partes no contrato em formato de rede, apresentamos a necessidade de integração e interpretação dos contratos de franquia a partir de uma boa-fé intensificada, bem como dos exigíveis deveres de colaboração, coordenação e coletivismo. A análise leva em consideração casos de abuso de poder por parte do franqueador na literatura. A análise não se embasa em precedentes judiciais, considerando que a maioria dos casos de abuso de poder do franqueador são julgados a partir de julgados arbitrais e, portanto, sigilosos. O estudo possui viés multidisciplinar, utilizando-se das literaturas econômicas, sociológicas e jurídicas nacionais e estrangeiras. Alfim, demonstraremos a necessidade de estabelecimento de um dever (jurídico) do franqueador em relação aos seus franqueados de priorizar os interesses da rede como um todo ao invés de privilegiar os seus interesses egoísticos enquanto empresa/firma que, por sua própria natureza, busca o aumento do seu próprio lucro.

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  • POLIREDA MADALY BEZERRA DE MEDEIROS
  • VENTOS QUE EMPURRAM ONDAS: mudança institucional no processo penal contra indígenas

  • Orientador : FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • MANUELA ABATH VALENCA
  • Data: 17/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa moveu-se pela seguinte questão: o Estado reflete sobre a diferença
    cultural em seus julgamentos criminais? Assumindo o fato de o sistema de justiça
    brasileiro julgar criminalmente membros de Povos Indígenas, buscou-se verificar como o
    Poder Judiciário lida com o estudo antropológico, previsto na Resolução n. 287/2019 do
    Conselho Nacional de Justiça, o qual se volta a promover a tradução e o diálogo
    intercultural no processo. Com o mesmo desiderato, analisou-se também como são
    aplicados a atenuante e o regime de semiliberdade engastados na Lei n. 6.001/73, cuja
    leitura deve ser feita à luz da Constituição de 1988 e da Convenção n. 169/OIT. O exame
    das decisões, realizado sob o marco teórico neoinstitucionalista, que permite esmiuçar a
    mudança institucional e eventuais fatores que para ela concorrerem, revelou a existência
    da instituição informal “índio aculturado/integrado”, bloqueando os efeitos dessas
    instituições formais. Durante o trabalho, foram pesquisadas decisões do Supremo Tribunal
    Federal, do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Regional Federal da 5a Região e do
    Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco cujo objeto tenha sido a discussão sobre a
    aplicação dos direitos em tela, que são normas favoráveis a acusados indígenas. No
    intento de verificar se a Resolução n. 287/2019-CNJ foi capaz de alterar as regras do jogo,
    no qual prevalece a dita instituição informal, foi feito um cotejo entre o conteúdo das
    decisões prolatadas antes e depois da sua publicação, ocorrida em 02 de julho de 2019.
    Embora a prática de suprimir direitos invocando a assimilação cultural persista, há
    evidências de que a publicação da norma pelo CNJ pode abrir caminho para um processo
    de mudança mais profundo, especialmente se os atores interessados nela insistirem em sua
    aplicação pelo Poder Judiciário.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar como o estudo antropológico pode ser uma ferramenta efetiva de tradução cultural nos processos criminais em que são rés pessoas indígenas. Neste trabalho, analisa-se se o sistema jurídico brasileiro alberga o direito à realização de tal perícia, bem assim como o Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região e o Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco tratam do tema. Para tanto, comparam-se as decisões prolatadas por tais órgãos jurisdicionais antes e depois da edição da Resolução n. 287/2019 do Conselho Nacional de Justiça-CNJ. A investigação se socorre do referencial teórico neoinstitucional, que permite esmiuçar a mudança institucional e eventuais fatores que para ela concorreram.

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  • HIGOR ALEXANDRE ALVES DE ARAÚJO
  • RECONHECIMENTO PESSOAL NO BANCO DOS RÉUS: racismo, prisões ilegais e a evolução jurisprudencial nos Tribunais Superiores

  • Orientador : MANUELA ABATH VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FELIPE DA SILVA FREITAS
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • MANUELA ABATH VALENCA
  • MARILIA MONTENEGRO PESSOA DE MELLO
  • Data: 21/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem por objeto o instituto do reconhecimento pessoal. Tal
    análise dá-se do ponto de vista dogmático, da Psicologia Jurídica, e, especialmente,
    da teoria racial e estudos sobre o racismo, com o fito de identificar a influência dos
    elementos de raça, cor e etnia na produção desse meio de prova. São analisadas
    decisões dos Tribunais Superiores, principalmente do Superior Tribunal de Justiça,
    sobre o reconhecimento pessoal, com foco na recente virada jurisprudencial acerca
    do tema na Corte. A metodologia é pesquisa bibliográfica sobre os temas
    abordados, e a pesquisa documental das citadas decisões judiciais sobre o
    reconhecimento pessoal, com análise qualitativa para identificar os motivos da
    virada jurisprudencial. São abordadas questões sobre teoria racial e racismo, com
    evolução histórica e traços presentes e influências sobre as áreas do direito.
    Também são tratadas as escolas criminológicas e seus objetos racialmente
    discriminatórios, bem como a seletividade do Sistema Penal. O reconhecimento
    pessoal é tratado em capítulo próprio, nos seus aspectos dogmáticos e em diálogo
    com a Psicologia Jurídica, inclusive na sua caracterização como prova urgente e
    irrepetível. Da mesma forma, analisam-se os elementos do racismo que interferem
    no reconhecimento pessoal, como os estereótipos raciais de criminalidade e o efeito
    da raça cruzada, são apontados. Por fim, as decisões judiciais dos Tribunais
    Superiores que modificaram o entendimento jurisprudencial sobre o reconhecimento
    pessoal são analisadas, em suas razões e motivos jurídicos e extrajurídicos. O pano
    de fundo é o fato de o racismo ser parte estruturante, e suas influências na produção
    dessa prova são aptas a causar inúmeras injustiças - epistêmicas e reais.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho tem por objetivo estudar o instituto probatório de direito processual penal do reconhecimento de pessoas. Tal análise dar-se-á do ponto de vista dogmático e, especialmente, com vistas à teoria racial e estudos sobre o racismo, com o fito de identificar a influência dos elementos de raça, cor e etnia na produção desse meio de prova. Ainda, ter-se-á como base decisões dos Tribunais Superiores, principalmente do Superior Tribunal de Justiça, sobre o reconhecimento pessoal, com foco na recente virada jurisprudencial que ocorreu acerca do tema na Corte. A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica sobre os temas abordados, e a análise documental das decisões judiciais sobre o instituto. Em um primeiro momento, abordam-se questões sobre teoria racial e racismo, com evolução histórica e traços presentes e influências sobre as áreas do direito. A seletividade do Sistema Penal é tratada em seguida, inclusive com a descrição das escolas criminológicas. Os temas fundamentais sobre direito probatório também são abordados, em especial a prova como meio para alcançar a verdade. Por fim, o reconhecimento pessoal é tema tratado em capítulo próprio, nos seus aspectos dogmáticos e em diálogo com a Psicologia Jurídica. O pano de fundo e sempre presente tema são as relações raciais e suas influências na produção dessa prova, apta a causar inúmeras injustiças - epistêmicas e reais.

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  • MARIA CAROLINA LEMOS RUSSO
  • EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: Observações sistêmicas do sentido de inclusão em face do Decreto no 10.502/2020

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIO ROBERTO LABRAÑA VARGAS
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • Data: 21/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Educação especial inclusiva para pessoas com deficiência se inscreve como uma das
    questões sociais mais relevantes, porém negligenciada pela pesquisa jurídica. O tema
    ganhou maior importância com a publicação do Decreto No 10.502/2002, que
    estabelece o Plano Nacional de Educação Especial Inclusiva e de aprendizado ao
    longo da vida para pessoas com deficiência. Dentre as reações ao referido decreto
    localizamos a de este ser um decreto de exclusão. Como uma política pública de
    educação especial inclusiva para pessoas com deficiência pode propiciar exclusão?
    Para lidar com essa questão, observamos as comunicações dos sistemas educativo,
    político e jurídico com o objetivo de verificar o sentido de inclusão nessas
    comunicações e, com isso, identificar como foi possível as intervenções sistêmicas e
    a diversidade de argumentos presentes. Para isso, tomamos a teoria dos sistemas de
    Niklas Luhmann como marco teórico, além da teoria da intervenção sistêmica
    contextual, tal como trabalhada por Aldo Mascareño, e a Comunicativação, com Artur
    Stamford da Silva. Através da compreensão dos movimentos de construção,
    desconstrução e reconstrução do sentido de inclusão quanto à política pública de
    educação para pessoas com deficiência no Brasil, observamos premissas e padrões
    que orientaram as decisões de inclusão e exclusão na implementação dessa política
    pública. Um primeiro ponto ao debate é o quanto concepções normativistas e
    moralistas ainda têm lugar para viabilizar uma compreensão da sociedade, em nosso
    caso, da inclusão. Propomos que, para lidar com o sentido de inclusão, as pesquisas
    partam da perspectiva circular reflexiva. Quanto à educação para pessoas com
    deficiência, para além da construção de um conceito de inclusão, entendemos que
    não se pode negar o quanto a inclusão no sistema educativo ampliam as chances de
    inclusão nos demais sistemas sociais, o que requer uma comunicação contínua para
    que governos e governantes não fiquem alheios a esta perspectiva e, assim, as
    políticas públicas de educação promovam convivências plurais quando o
    pertencimento, a participação, a empatia servirão para reafirmar o exercício social de
    cidadania, convivência com o diferente e não separação entre diferentes.


  • Mostrar Abstract
  • Esta pesquisa observa a educação especial inclusiva para pessoas com deficiência no Brasil e tem como objeto as comunicações sistêmicas em torno do Decreto 10.502/2020 que estabeleceu Plano Nacional de Educação Especial Inclusiva e de aprendizado ao longo da vida para pessoas com deficiência. A pesquisa parte do questionamento de como foram possíveis tantas comunicações díspares sobre a concepção de inclusão/exclusão em face da publicação do decreto 10.502/2020, e tem como objetivos observar e compreender a possibilidade de, dentro de um mesmo contexto, existirem comunicações sistêmicas díspares. Diante da complexidade e a multidisciplinaridade que o tema arrasta, e da pluralidade dos setores sociais das comunicações verificadas que envolvem direito, política e educação ao mesmo tempo, valemo-nos, para responder à indagação, dos conceitos da Teoria dos Sistemas Sociais de Niklas Luhmann, aplicando os aportes teóricos-metodológicos da intervenção sistêmica contextual de Helmut Willke e Aldo
    Mascareño, e da Comunicativação de Artur Stamford da Silva.

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  • NATHALIA NOBREGA COCENTINO
  • Os novos paradigmas de atuação do Tribunal de Contas da União e o controle sobre as agências reguladoras

  • Orientador : EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • PEDRO DIAS DE OLIVEIRA NETTO
  • Data: 23/08/2023

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  • Compreender os paradigmas de atuação do Tribunal de Contas da União em face das
    agências reguladoras demanda estudo das balizas de controle em relação à atividade
    finalística regulatória. Nesse sentido, propõe-se perquirir as competências e limites
    atribuídos pelo ordenamento jurídico pátrio à Corte de Contas, de modo a verificar se
    o órgão de fiscalização vem adentrando no mérito administrativo e ingerindo na
    regulação do país e, em caso positivo, se possuiria prerrogativa para tanto. Nessa
    perspectiva, insta examinar o modelo de regulação por agências independentes, a
    quais possuem autonomia política-administrativa, técnica, normativa, gerencial e
    orçamentário-financeira. Para tanto, são feitas reflexões acerca de um possível
    paradigma estrangeiro, passando-se ao estudo do modelo português. Adentra-se,
    então, na temática da Corte de Contas nacional, verificando a sua evolução histórica,
    posicionamento no arranjo do Estado brasileiro e as competências que lhe são,
    atualmente, atribuídas, com destaque para a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da
    União e as inovações oriundas da Constituição Federal de 1988. Para além da
    verificação legislativa, devem ser observados outros fatores conjuntamente
    responsáveis pelo crescente fortalecimento institucional do TCU. Outrossim,
    necessário tratar dos diversos posicionamentos doutrinários acerca do controle
    exercido pela Corte em face das agências reguladoras, bem como analisar a
    jurisprudência, doutrina interna e instruções normativas do Tribunal de Contas da
    União, almejando averiguar uma possível interpretação expansionista de suas
    competências. Por fim, cumpre realizar a investigação casuística, com destaque para
    as auditorias operacionais em face de agências reguladoras e a análise de editais e
    contratos de concessões, observando-se o controle exercido pela Corte de Contas.
    Nessa perspectiva, a presente monografia adota o método hipotético-dedutivo e, com
    relação à técnica de pesquisa, o estudo será desenvolvido mediante pesquisa de
    cunho bibliográfico-documental, a partir de material científico doutrinário e da análise
    de julgados do TCU, da doutrina interna do Tribunal e de instruções normativas por
    ele proferidos.


  • Mostrar Abstract
  • Compreender os paradigmas de atuação do Tribunal de Contas da União em face das agências reguladoras demanda estudo das balizas de controle em relação à atividade finalística regulatória. Nesse sentido, propõe-se perquirir as competências e limites atribuídos pelo ordenamento jurídico pátrio à Corte de Contas, de modo a verificar se o órgão de fiscalização vem adentrando no mérito administrativo e ingerindo na regulação do país e, em caso positivo, se possuiria prerrogativa para tanto. Nessa perspectiva, insta examinar o modelo de regulação por agências independentes, a quais possuem autonomia política-administrativa, técnica, normativa, gerencial e orçamentário-financeira. Para tanto, são feitas reflexões acerca de um possível paradigma estrangeiro, passando-se ao estudo do modelo português. Adentra-se, então, na temática da Corte de Contas nacional, verificando a sua evolução histórica, posicionamento no arranjo do Estado brasileiro e as competências que lhe são, atualmente, atribuídas, com destaque para a Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União e as inovações oriundas da Constituição Federal de 1988. Para além da verificação legislativa, devem ser observados outros fatores conjuntamente responsáveis pelo crescente fortalecimento institucional do TCU. Outrossim, necessário tratar dos diversos posicionamentos doutrinários acerca do controle exercido pela Corte em face das agências reguladoras, bem como analisar a jurisprudência, doutrina interna e instruções normativas do Tribunal de Contas da União, almejando averiguar uma possível interpretação expansionista de suas competências. Por fim, cumpre realizar a investigação casuística, com destaque para as auditorias operacionais em face de agências reguladoras, observando-se o controle exercido pela Corte de Contas. Nessa perspectiva, a presente monografia adota o método hipotético-dedutivo e, com relação à técnica de pesquisa, o estudo será desenvolvido mediante pesquisa de cunho bibliográfico-documental, a partir de material científico doutrinário e da análise de julgados do TCU, da doutrina interna do Tribunal e de instruções normativas por ele proferidos.

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  • CAIO HENRIQUE VILELA COSTA
  • A RACIONALIDADE NOS CRITÉRIOS LEGAIS BRASILEIROS DE JUSTIFICAÇÃO DAS DECISÕES EM ATENÇÃO ÀS DIRETRIZES DAS TEORIAS DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA DE NEIL MACCORMICK E ROBERT ALEXY

  • Orientador : PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREAS JOACHIM KRELL
  • GUSTAVO JUST DA COSTA E SILVA
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • Data: 24/08/2023

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  • O presente trabalho analisa os critérios discursivos que caracterizam uma decisão fundamentada
    e racional, à luz das teorias de Neil MacCormick e Robert Alexy, para constatação da
    compatibilidade dos elementos teóricos desses autores com os dispositivos do Código de
    Processo Civil e o Código de Processo Penal. A análise é desenvolvida com foco em conceitos
    basilares da pesquisa, como a ideia de “racionalidade” e as regras do discurso jurídico e prático
    racional que são defendidos pelos autores representantes da “teoria padrão da argumentação
    jurídica”, nos termos da denominação de Manuel Atienza. Da concepção da razão no direito até
    os critérios de uma racionalidade judicial, são coletados elementos de um conceito sobre o que
    é um discurso “racional” desprovido de unanimidade. Diante dos elementos habermasianos,
    que fundamentam boa parte da teoria de Alexy e critérios importantes da teoria de MacCormick,
    verifica-se como o debate e a fundamentação são importantes para que determinados atos
    comunicativos possam ser entendidos como “racionais”. Avalia-se também os elementos que
    justificam a denominação das teorias argumentativas analisadas como “teoria padrão da
    argumentação jurídica” e as principais características teóricas que envolvem esse conceito,
    para, em seguida, destrinchar detidamente os critérios de justificação defendidos por
    MacCormick e Alexy no processo decisório e argumentativo. O desenvolvimento teórico
    proposto é necessário para permitir uma avaliação criteriosa dos elementos de justificação
    encontrados na legislação brasileira, para verificação da proximidade entre as regras legais do
    Brasil e as regras do discurso jurídico defendido pelos filósofos da teoria da argumentação.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho analisa os critérios discursivos que caracterizam uma decisão fundamentada e racional, à luz das teorias de Neil MacCormick e Robert Alexy, para constatação da compatibilidade dos elementos teóricos desses autores com os dispositivos do código de processo civil e o código de processo penal. A análise é desenvolvida com foco em conceitos basilares da pesquisa, como a ideia de “racionalidade” e as regras do discurso jurídico e prático racional que são defendidos pelos autores representantes da “teoria padrão da argumentação jurídica”, nos termos da denominação de Manuel Atienza. Da concepção da razão no direito até os critérios de uma racionalidade judicial, são coletados elementos de um conceito sobre o que é um discurso “racional” desprovido de unanimidade. Diante dos elementos habermasianos, que fundamentam boa parte da teoria de Alexy e critérios importantes da teoria de MacCormick, verifica-se como o debate e a fundamentação é importante para que determinados atos comunicativos possam ser entendidos como “racionais”. Avalia-se também os elementos que justificam a denominação das teorias argumentativas analisadas como “teoria padrão da argumentação jurídica” e as principais características teóricas que envolvem esse conceito, para, em seguida, destrinchar detidamente os critérios de justificação defendidos por MacCormick e Alexy no processo decisório e argumentativo. O desenvolvimento teórico proposto é necessário para permitir uma avaliação criteriosa dos elementos de justificação encontrados na legislação brasileira, para verificação da proximidade entre as regras legais do Brasil e as regras do discurso jurídico defendido pelos filósofos da teoria da argumentação.

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  • CLARA CORBAN BRITTO GUERRA
  • CLOUD COMPUTING E LGPD:
    estudo sobre a aplicabilidade da Tese de Convergência de Bennett na proteção de dados pessoais

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 28/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O tema deste trabalho será a ascensão da economia da informação e da proteção de dados
    pessoais segundo os parâmetros do Direito Internacional Privado. O objetivo proposto é
    observar como as inovações tecnológicas, a exemplo da computação em nuvem, criam
    demandas legislativas de proteção de dados no comércio internacional e provocam o
    movimento descrito por Benett como Tese da Convergência de diretrizes em diversos
    ordenamentos nacionais como o brasileiro. Apresenta-se em que medida o proposto por
    Benett se verifica em relação à regulamentação da proteção de dados levando em
    consideração a proposição da Global Data Privacy definida por Schwartz. Pontua-se como os
    serviços de computação de nuvem os quais contém transferências de dados transfronteiriços, a
    exemplo dos serviços de AWS (Amazon Web Services), criam demandas normativas por
    lidarem com uma quantidade massiva de dados pessoais dos indivíduos e geram a necessidade
    da crescente tutela sobre o tema. Passa-se desde o papel das Organizações Internacionais —
    como a OCDE; UNIÃO EUROPEIA; UNCITRAL — até o papel das empresas
    transnacionais da tecnologia como a Amazon na criação das tendências legislativas sobre a
    proteção de dados no âmbito da cloud computing.


  • Mostrar Abstract
  • No presente trabalho será analisado como o cenário jurídico internacional resultou na criação da Lei Geral de Proteção de Dados (No 13.709/2018). Para isso, será estudada, a partir da revisão bibliográfica, a efetividade da tese da convergência jurídica de Bennett (1991), relacionada à proteção de dados e à consolidação da Global Data Privacy, de Schwartz (2019). Será pontuado como os serviços de ‘computação de nuvem’, os quais contém transferências de dados transfronteiriços, a exemplo dos serviços de AWS (Amazon Web Services), foram afetados pela lei, na medida em que lidam com uma quantidade massiva de dados pessoais dos indivíduos, o que gerou a necessidade de adequação à norma. Também se focaliza nesta dissertação em que medida tem sido produzida a harmonização jurídica internacional sobre o tema.

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  • LUCIANA REGINA DE MACEDO FERREIRA
  • O ESTADO DE EXCEÇÃO COMO TÉCNICA DECISÓRIA: O GOVERNO DA VIDA
    NA OBRA DE GIORGIO AGAMBEN

  • Orientador : MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HERIVELTO PEREIRA DE SOUZA
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 29/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O trabalho apresentado tem como investigação central o desenvolvimento da
    conceituação acerca do estado de exceção, utilizando, para isso, as fontes em que
    Agamben se alicerça para investigar as origens filosóficas e empíricas dessa
    terminologia e os rumos que ele observa, a partir de tal ponto, em direção ao futuro,
    em meio às preocupações que perpassam boa parte de sua obra: a relação entre a
    política e a vida, na qual o direito é o elemento que ocupa o cerne de sua
    manifestação no mundo, e as práticas que permeiam a estruturação do direito e a
    compreensão do estabelecimento do poder na cultura ocidental. O estado de
    exceção, cuja definição costuma ser a medida a ser tomada diante de grave ameaça
    contra a ordem constitucional, é entendido por Agamben não como um fim ou
    objetivo em si mesmo, mas como uma tecnologia de governo, significado cujo
    reconhecimento, para o autor, implica a tomada de uma posição política. Trata-se de
    desenvolver as implicações contemporâneas da ideia de estado de exceção como
    dispositivo através do qual o direito se refere à vida e a inclui em si por meio da
    suspensão da ordem jurídica, levando a uma relação que simultaneamente conecta
    e abandona a vida humana ao seu domínio. Estabelece-se, além disso, o
    questionamento acerca da possibilidade de romper o nexo entre direito e violência,
    imaginando novas formas de vida com base em usos não normatizados da
    experiência humana.


  • Mostrar Abstract
  • O trabalho em apresentação tem como objeto central o desenvolvimento daconceituação acerca do estado de exceção, utilizando, para isso, as fontes em queAgamben se alicerça para investigar as origens filosóficas e empíricas dessaterminologia e os rumos que ele observa, a partir de tal ponto, em direção ao futuro esuas possibilidades de reorganização, em meio às preocupações que perpassam boaparte de sua obra: a relação entre a política e a vida, na qual o direito é o elemento queocupa o cerne de sua manifestação no mundo, e as práticas que permeiam aestruturação do direito e a compreensão do estabelecimento do poder na culturaocidental. O estado de exceção, cuja definição costuma ser a medida a ser tomadadiante de grave ameaça contra a ordem constitucional, é entendido por Agamben nãocomo um fim ou objetivo em si mesmo, mas como uma tecnologia de governo, o que,para o autor, significa a tomada de uma posição política. Trata-se de desenvolver asimplicações na contemporaneidade da ideia de estado de exceção como dispositivoatravés do qual o direito se refere à vida e a inclui em si por meio da suspensão daordem jurídica, levando a uma relação que simultaneamente conecta e abandona avida humana ao seu domínio.

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  • ALICE CYSNEIROS BEZERRA CARVALHO OLIVEIRA
  • A POSSIBILDADE DE USUCAPIÃO DO IMÓVEL FINANCIADO

  • Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE ANTÔNIO FREITAS CÂMARA
  • FABIANA AUGUSTA DE ARAUJO PEREIRA
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 29/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho se propôs a analisar a possibilidade de usucapião do imóvel gravado por
    garantia real instituída mediante um contrato de financiamento habitacional, especificamente a
    hipoteca ou a alienação fiduciária. Para essa finalidade, foi empreendida uma investigação a
    respeito da estrutura e do funcionamento dos principais programas habitacionais em nível
    federal, examinando o contrato de financiamento habitacional e as múltiplas contratações nele
    inseridas, à luz da teoria das redes contratuais. Essa investigação preliminar permitiu definir a
    natureza jurídica do imóvel financiado, se pública ou privada, o que se revelou útil tendo em
    conta o atual posicionamento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de atribuir o regime
    publicista aos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação, impedindo, assim, a
    aquisição da propriedade mediante usucapião. A relevância da pesquisa é justificada em razão
    do elevado déficit habitacional brasileiro e de um significativo número de habitações ociosas,
    o que destaca a usucapião como uma importante ferramenta de regularização fundiária, capaz
    de conferir maior concretude a valores constitucionais, como o direito fundamental à moradia,
    a função social da propriedade e a dignidade da pessoa humana.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho se propõe a analisar a possibilidade de usucapião do imóvel gravado por garantia real instituída mediante um contrato de financiamento habitacional, especificamente a hipoteca ou a alienação fiduciária. Para essa finalidade, será empreendida uma investigação a respeito da estrutura e do funcionamento dos principais programas habitacionais em nível federal, examinando o contrato de financiamento habitacional e as múltiplas contratações nele inseridas, à luz da teoria das redes contratuais. Essa investigação preliminar permitirá definir a natureza jurídica do imóvel financiado, se pública ou privada, o que se revelará útil tendo em conta o atual posicionamento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de atribuir o regime publicista aos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação, impedindo, assim, a aquisição da propriedade mediante usucapião. A relevância da pesquisa é justificada em razão do elevado déficit habitacional brasileiro e de um significativo número de habitações ociosas, o que destaca a usucapião como uma importante ferramenta de regularização fundiária, capaz de conferir maior concretude a valores constitucionais, como o direito fundamental à moradia, a função social da propriedade e a dignidade da pessoa humana.

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  • PIETRO GOUVEIA DE CERQUEIRA
  • O NEOCONSTITUCIONALISMO E OS NOVOS LIMITES DA JURISDIÇÃO
    CONSTITUCIONAL NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

  • Orientador : GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AMANDA PATRYCIA COUTINHO DE CERQUEIRA
  • ANNA PRISCYLLA LIMA PRADO
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 29/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O objeto deste trabalho dissertativo é a investigação da expansão da jurisdição constitucional
    no Supremo Tribunal Federal como efeito da assimilação de alguns dos postulados do
    Neoconstitucionalismo. A atuação da Suprema Corte, em certos casos de grande repercussão,
    tem provocado controvérsia no meio jurídico, seja em razão da argumentação de que se usa, ou
    das conclusões a que se chega, gerando intenso debate sobre a validade destas decisões. A partir
    da hipótese de que estas decisões se fundamentam e legitimam em postulados apresentados pelo
    Neoconstitucionalismo, importa investigar a validade destes postulados e sua compatibilidade
    com o texto constitucional nacional. Para cumprir com este objetivo, busca-se, em primeiro
    lugar, definir a razão de ser da jurisdição constitucional e os pontos fulcrais da teoria
    Neoconstitucional no que diz respeito ao controle de constitucionalidade, democracia,
    representação política e separação de poderes, postulados que se especula como tendo relação
    causal com o fenômeno de expansão de jurisdição constitucional observado. Ao fim, é feito
    exame crítico dos postulados apresentados onde suas inconsistências e relativas
    incompatibilidades com o texto constitucional são analisados.


  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho dissertativo tem por objetivo analisar a expansão da jurisdição constitucional provocada pelo Neoconstitucionalismo no Supremo Tribunal Federal e sua compatibilidade com os preceitos de Direito e de Estado presentes na Constituição Federal de 1988. Para tanto, estabeleceu-se como ponto de partida definir jurisdição constitucional, divisando sua origem e razão de existir dentro dos estados constitucionais modernos, bem como seu desenvolvimento e transformação ao longo da história recente. Em seguida, enfrenta-se o necessário desafio de conceituar o Neoconstitucionalismo, sua dimensão teórica, ideológica e a forma como os seus postulados operam para ressignificar a jurisdição constitucional e o papel do judiciário no desenho institucional do estado. Por fim, busca-se fazer um exame crítico da jurisdição constitucional expandida como prosta pelo Neoconstitucionalismo e suas incompatibilidades de harmonização com a Constituição Federal de 1988.

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  • DEBORA BUARQUE CORDEIRO
  • OS DESAFIOS DO ESTADO
    PARA A REGULAMENTAÇÃO DAS CRIPTOMOEDAS

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • ROSA MARIA FREITAS DO NASCIMENTO
  • THALES CAVALCANTI CASTRO
  • Data: 30/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho teve o objetivo geral de estudar a possibilidade de atuação do Estado e
    de outros atores internacionais como agentes reguladores das criptomoedas. Como objetivos
    específicos, pretendeu-se: descrever como o processo de globalização e o avanço das novas
    tecnologias deram origem ao fenômeno das criptomoedas e como elas estão sendo capazes
    de produzir um direito próprio e estranho ao Estado; estudar o conceito de criptomoedas, as
    formas de regulamentação e as tentativas de que vêm sendo desenvolvidas por Estados,
    organismos internacionais e outros atores. O problema apresentado é, considerando uma
    inovação que se pretende a-estatal e que transcende fronteiras, qual é o papel do Estado e
    de outros atores internacionais quanto à regulamentação dos criptoativos? A importância do
    trabalho advém da necessidade de se compreender o impacto de inovações econômico-
    socias como as criptomoedas no mundo jurídico. A hipótese proposta foi de que o monopólio
    da produção jurídica estatal está dando lugar à produção jurídica privada e de que o uso das
    criptomoedas é um exemplo de que a governança privada tem sido cada vez mais presente
    nas relações de trocas internacionais. No primeiro capítulo foi apresentado o surgimento das
    criptomoedas no contexto dos avanços tecnológicos e do processo de globalização, que
    disseminaram esse meio de pagamento no cenário internacional. No segundo capítulo, foi
    abordada a tecnologia blockchain e a sua utilização nas criptomoedas, especialmente
    conceito, natureza jurídica e o início do comércio eletrônico. O enfoque foi esclarecer a
    mudança de paradigma quanto ao monopólio estatal na criação do direito e da moeda, para
    um pluralismo jurídico de fonte concorrente com entes e governança privada, considerando
    as teorias da Lex Mercatoria e dos Sistemas. Por fim, no terceiro capítulo, foram abordadas
    as tentativas de regulamentação pelo Estado e demais entes. A pesquisa qualitativa foi
    desenvolvida segundo o método hipotético-dedutivo, sendo utilizada a metodologia de
    pesquisa bibliográfica. Em sede de considerações finais, foi possível responder ao problema
    de pesquisa e confirmar a hipótese de que a tecnologia avança de forma dinâmica e o direito
    precisa acompanhar minimamente para trazer segurança jurídica às relações, mas sem
    engessar os avanços tecnológicos e nem ficar defasada em um curto período de tempo. Assim
    o papel do Estado foi esclarecido como regulação concorrente, contribuindo para o
    conhecimento jurídico neste tema de recente criação


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho tem o objetivo de discorrer sobre o papel concorrente dos Estados, organizações e empresas transnacionais e indivíduos de regulamentar o fenômeno das criptomoedas no cenário internacional. Pretendemos abordar a gênese do fenômeno, o qual está inserido no contexto do que chamamos de Quarta Revolução Industrial, ocorrida durante o processo de globalização cultural, econômica e social intensificada no final do século XX e início do século XXI. O surgimento da Internet e o enfraquecimento das fronteiras estatais, explicado pelos teóricos da interdependência complexa, são os bastiões do surgimento de uma nova realidade que põe em cheque o que conhecíamos por Estado Moderno e sua organização pelo modelo weberiano. A tecnologia, por desafiar a soberania estatal, também modifica as relações jurídicas, pois o direito era tido como de produção exclusiva de um único ente centralizador do poder, o próprio Estado. A emissão de moedas, que parecia ser a última fronteira intransponível do estadualismo, foi paradigma rompido com criação dos criptoativos por entes diversos do Estado nacional, o que impactou as trocas comerciais internacionais. A desnecessidade de um intermediário validador ou garantidor da moeda ou das transações transnacionais significou a diminuição dos custos e uma maior celeridade nas trocas comerciais, o que vem impulsionando o uso das criptomoedas. A consequência desse processo é uma tendência de regulamentação das relações jurídicas celebradas através de moedas digitais pelo próprio código da tecnologia blockchain, propiciando uma atuação cada vez menor do Estado e até da sua prescindibilidade. A segurança está baseada nos algoritmos e a confiabilidade na rastreabilidade das transações. O código produz a regra jurídica aplicável após determinado comando, ou seja, produz o direito. É o que vem se chamando de lex cryptographica. Esse cenário também é um reflexo da contemporaneidade, em que entes privados estabelecem suas próprias regras amplamente aceitas e reproduzidas e fazem a sua própria governança independente das regras estatais. Esses atores são capazes de produzir e disseminar a utilização de suas próprias criptomoedas. Consequentemente, as normas aplicáveis são as suas. Surge assim um novo direito, no que se refere a produção normativa: internacional, pois aplicável independentemente das fronteiras estatais e privado por não estar subordinado a qualquer ente de direito internacional público, necessariamente.

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  • VICTOR WANDERLEY CADETE CAVALCANTI
  • PRECEDENTES JUDICIAIS E O PROBLEMA DA VINCULAÇÃO

  • Orientador : GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA PRISCYLLA LIMA PRADO
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • LUCAS BURIL DE MACEDO BARROS
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 30/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem por objetivo analisar de que forma os precedentes judiciais
    vinculam, ou seja, como os julgadores posteriores são obrigados a tomarem decisões com as
    quais discordem no mérito. Assim, o objeto da pesquisa é explorar como os precedentes
    afetam o direito, como funcionam; trata-se, no final das contas, de um debate sobre a natureza
    dessa fonte do direito. Trabalhar essa questão, algo pouco feito pela doutrina brasileira até
    aqui, é cada vez mais essencial em virtude da crescente importância, desde a promulgação do
    Código de Processo Civil de 2015, dos precedentes para a teoria e prática brasileiras. Pouco
    sentido haveria na adoção de precedentes se eles não possuíssem capacidade vinculativa.
    Ademais, entender seu funcionamento esclarecerá o que é necessário para que uma prática
    robusta com precedentes exista. O problema da vinculação será, então, desenvolvido em
    quatro capítulos. No capítulo I serão apresentadas duas concepções de case law e algumas
    noções básicas sobre os precedentes vinculantes. No capítulo II será apresentada a
    sistematização do tema feita por Larry Alexander e a suplementação feita por Grant Lamond.
    Ficarão em evidência, então, quatro modelos ou abordagens que buscam explicar como os
    precedentes vinculam e sua natureza: precedentes como regras sérias, como regras (modelo
    padrão), como razões e como analogias. No capítulo III serão movidas diversas críticas a
    esses modelos, que serão, então, considerados insatisfatórios. Finalmente, no capítulo IV,
    ficará claro que as práticas com precedentes podem ser fracas ou fortes, mas, em qualquer
    caso, não são idênticas. A constatação de que há práticas fortes e fracas revelará que a
    vinculação exercida pelos precedentes depende da comunidade onde a prática é exercida.
    Com isso em mente, serão oferecidas duas explicação acerca da vinculação, ambas baseadas
    no caráter comunitário dos precedentes: uma de viés nitidamente psicológico e a outra
    baseada no conhecimento tácito da comunidade jurídica. Para fechar o capítulo, discutir-se-ão
    os precedentes no Brasil e se chegará à conclusão de que o stare decisis brasileiro é fraco.


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação tem por objetivo analisar de que forma os precedentes judiciais vinculantes constrangem, ou seja, como os julgadores posteriores são constrangidos a tomarem decisões com as quais discordem no mérito. São apresentadas as sistematizações feitas por Larry Alexander e Emily Sherwin, Grant Lamond, e Katharina Stevens, e, em especial, os modelos que defendem. Assim, ficam em evidência o modelo de regras sérias, a abordagem das razões e o modelo analógico. O modelo de regras padrão, considerado ortodoxo, também é introduzido, apesar de não ser da predileção de nenhum daqueles autores. Em sequência, após análise crítica, sustenta-se que os modelos não conseguem explicar satisfatoriamente a constrição. Finalmente, então, é oferecida uma explicação alternativa que, espera-se, não padeça dos mesmos problemas.

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  • CRISTIANY GONCALVES SAMPAIO COELHO
  • AS CÂMARAS DE NEGOCIAÇÃO, MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO NO ÂMBITO

    DOS ESTADOS-MEMBROS DA FEDERAÇÃO E A POSSIBILIDADE DE AUXÍLIO
    NOS CONFLITOS FEDERATIVOS
  • Orientador : SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA BEATRIZ FERREIRA REBELLO PRESGRAVE
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 30/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O arcabouço complexo do federalismo brasileiro possui um grande potencial de gerar
    inúmeros conflitos entre União e estados. O texto constitucional atribui ao Supremo Tribunal
    Federal a competência para julgar os conflitos federativos, mas não proíbe que os próprios
    entes construam e pactuem formas extrajudiciais de solução dos seus conflitos. O objeto desta
    pesquisa consiste na análise do papel da Administração Pública no sistema multiportas de
    resolução de conflitos e o desenvolvimento da autocomposição dentro das câmaras de
    negociação, conciliação e mediação nos estados da federação, na missão de pacificação e
    possível atuação nos conflitos interfederativos. Diante disso, neste trabalho, considerou-se a
    seguinte questão de pesquisa: em que medida as câmaras de negociação, conciliação e
    mediação dos estados-membros da federação brasileira são um locus adequado para a
    resolução dos conflitos federativos? Como possível resposta à essa questão, percebe-se que as
    câmaras de negociação, conciliação e mediação no âmbito dos estados despontam como um
    local apropriado para tratamento dos conflitos entre União e estados-membros, assim como
    entre os próprios estados-membros. Dessa problemática, tem-se como objetivo geral: analisar
    o avanço da consensualidade no ordenamento jurídico, em especial, em relação aos conflitos
    envolvendo os entes federativos no âmbito das câmaras de negociação, conciliação e
    mediação e dos estados-membros da federação brasileira. A fim de se alcançarem os
    objetivos, este estudo se caracteriza por uma abordagem qualitativa, valendo-se do método
    exploratório, assim como das técnicas de levantamento de dados bibliográfica, documental e
    jurisprudencial. O estudo revela potencialidades relacionadas às Câmaras federativas
    enquanto locus para solução de conflitos e ampliação do uso da autocomposição entre a União
    e os estados e entre os próprios estados.


  • Mostrar Abstract
  • O arcabouço complexo do federalismo brasileiro possui um grande potencial de gerar inúmeros conflitos entre União e Estados. O texto constitucional atribui ao Supremo Tribunal Federal a competência para julgar os conflitos federativos, mas não proíbe que os próprios entes construam e pactuem formas extrajudiciais de solução de seus conflitos. Diante disso, o presente trabalho considerou o seguinte problema: as câmaras de conciliação, mediação e negociação dos Estados da Federação são um locus adequado para a resolução dos conflitos federativos? O objetivo geral desta pesquisa é realizar uma análise doutrinária sobre a Administração Pública inserida no modelo de tratamento adequado de disputas, em especial o desenvolvimento das técnicas de autocomposição junto às Câmaras de Negociação, Conciliação e Mediação nos Estados da Federação e a possibilidade de auxílio destas nos conflitos entre os próprios entes da Federação (União e Estados). Tendo como objetivos específicos: estudar o desenvolvimento do sistema multiportas no ordenamento jurídico brasileiro; investigar a inserção do Poder Público na dimensão da consensualidade; verificar os contornos necessários para a utilização dos meios adequados de resolução de conflitos pela Administração Pública; analisar o desenvolvimento de técnicas de autocomposição de conflitos entre os entes federativos dentro das Câmaras de Negociação, Conciliação e Mediação nos Estados da Federação. O objeto desta pesquisa consiste na análise do papel da Administração Pública no sistema multiportas de resolução de conflitos e o desenvolvimento da autocomposição dentro das câmaras de negociação, mediação e conciliação nos Estados da Federação, na missão de pacificação, a fim de averiguar acerca da possibilidade de atuação também nos conflitos interfederativos. Sendo a pesquisa bibliográfica e documental, o método utilizado foi o hipotético dedutivo. O trabalho buscou contribuir para o debate dos atuais desafios enfrentados pela federação brasileira, sobretudo na ampliação do uso da autocomposição entre a União e os Estados.

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  • RAFAEL LEAL BOTELHO PACHECO MEIRA
  • A RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO NAS
    PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS ANTE AS FALHAS DE MERCADO

  • Orientador : WALBER DE MOURA AGRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • PEDRO DIAS DE OLIVEIRA NETTO
  • WALBER DE MOURA AGRA
  • Data: 30/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação examina o processo de recomposição do equilíbrio-
    econômico financeiro nas parcerias público-privadas (PPPs) brasileiras face às
    falhas de mercado. Para tanto, em primeiro momento, empreende esforço teórico na
    esfera dos contratos e sua teoria geral, tanto no campo jurídico como econômico,
    passando ao contrato administrativo, para então estudar algumas teorias que
    propõem acerca das revisões contratuais. Em seguida, a partir de tal substrato,
    disseca o fenômeno dos contratos de PPPs, analisando o ordenamento jurídico
    quanto ao reequilíbrio da equação econômico-financeira e a própria fragilidade
    desse discurso. Com isso, será introduzida noção de risco, ilustrada pelas falhas
    mercadológicas, e a sua conexão com os contratos de PPPs, indicando-se as
    insuficiências legais e práticas no Brasil à luz de experiências comparadas e
    modelos aprimorados, também se destacando a incerteza como elemento que gera
    incompletude contratual. Superada essa etapa, o enfoque do trabalho serão revisões
    dos contratos de PPPs, fazendo-se distinções teóricas, estudo de mecanismos de
    balanceamento contratual e como as cláusulas contratuais importam na construção
    desses contratos incompletos. Por fim, serão elaboradas conclusões a respeito do
    exame feito, fazendo-se apanhado e crítica das informações processadas, com
    proposições para o aprimoramento dos contratos de PPPs, tanto no âmbito prático
    como de lege ferenda, visando à redução de custos ex post e mitigação de riscos e
    exposição a falhas de mercado.


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação examina o processo de recomposição do equilíbrio- econômico financeiro nas parcerias público-privadas (PPPs) brasileira face às falhas de mercado. Para tanto, em primeiro momento, empreende esforço teórico na esfera dos contratos e sua teoria geral, tanto no campo jurídico como econômico, passando ao contrato administrativo, para então estudar algumas teorias que propõem acerca das revisões contratuais. Em seguida, a partir de tal substrato, disseca o fenômeno dos contratos de PPPs, analisando o ordenamento jurídico quanto ao reequilíbrio da equação econômico-financeira e a própria fragilidade desse discurso. Com isso, será introduzida noção de risco, ilustrada pelas falhas mercadológicas, e a sua conexão com os contratos de PPPs, indicando-se as insuficiências legais e práticas no Brasil à luz de experiências comparadas e modelos aprimorados, também se destacando a incerteza como elemento que gera incompletude contratual. Superada essa etapa, o enfoque do trabalho se dará revisões e extinções dos contratos de PPPs, fazendo- se distinções teóricas, estudo de mecanismos de balanceamento contratual e como as cláusulas contratuais importam na construção desses contratos incompletos. Por fim, serão elaboradas conclusões a respeito do exame feito, fazendo-se apanhado e crítica das informações processadas, com proposições para o aprimoramento dos contratos de PPPs, tanto no âmbito prático como de lege ferenda, visando à redução de custos ex post e mitigação de riscos e exposição a falhas de mercado.

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  • THIAGO DUEIRE LINS MIRANDA
  • CONTRIBUIÇÕES À CATEGORIA JURÍDICA DAS
    OBRIGAÇÕES PROPTER REM: conceito, repercussões e adimplemento

  • Orientador : HUMBERTO JOAO CARNEIRO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RUBENS CARMO ELIAS FILHO
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • HUMBERTO JOAO CARNEIRO FILHO
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa visa a contribuir com a categoria jurídica das obrigações propter rem,
    espécie obrigacional cujos contornos – situados na zona limítrofe entre os direitos reais e
    obrigacionais – não se encontram bem definidos e especificados pela legislação e pela doutrina.
    Verifica-se, assim, a existência de um ambiente jurídico nebuloso, em que uma jurisprudência
    oscilante busca suprir a carência de outras fontes do direito, criando soluções a partir das
    exigências do caso concreto. Com vistas a minimizar os dissensos existentes, pautado no exame
    da doutrina, buscar-se-á o conceito e a natureza das obrigações propter rem a partir da teoria
    da relação jurídica e da distinção entre as relações reais e pessoais. Em um segundo momento,
    lastreado em uma premissa única e a partir da análise crítica da jurisprudência do Superior
    Tribunal de Justiça, analisar-se-á as principais repercussões da obrigação real, de modo a
    favorecer a compreensão de seus efeitos. Por fim, voltar-se-á à responsabilidade pelo
    adimplemento, observando os distintos e complexos cenários que emergem ante as sucessivas
    alterações da titularidade sobre a coisa. Válido frisar que não se pretende, por este trabalho,
    exaurir o debate existente, mas ampliar os estudos acadêmicos voltados ao tema e favorecer
    uma estabilização futura.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa visa a contribuir com a categoria jurídica das obrigações propter rem,  espécie obrigacional cujos contornos – situados na zona limítrofe entre os direitos reais e  obrigacionais – não se encontram bem definidos e especificados pela legislação e pela doutrina. Verifica-se, assim, a existência de um ambiente jurídico nebuloso, em que uma jurisprudência  oscilante busca suprir a carência de outras fontes do direito, criando soluções a partir das  exigências do caso concreto. Com vistas a minimizar os dissensos existentes, pautado no exame  da doutrina, buscar-se-á o conceito e a natureza das obrigações propter rem a partir da teoria  da relação jurídica e da distinção entre as relações reais e pessoais. Em um segundo momento,  lastreado em uma premissa única e a partir da análise crítica da jurisprudência do Superior  Tribunal de Justiça, analisar-se-á as principais repercussões da obrigação real, de modo a  favorecer a compreensão de seus efeitos. Por fim, voltar-se-á à responsabilidade pelo  adimplemento, observando os distintos e complexos cenários que emergem ante as sucessivas  alterações da titularidade sobre a coisa. Válido frisar que não se pretende, por este trabalho,  exaurir o debate existente, mas ampliar os estudos acadêmicos voltados ao tema e favorecer  uma estabilização futura. 


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  • ARLINDO DA CUNHA PEREIRA NETO
  • ANÁLISE DA NÃO-ALIENAÇÃO DO TRABALHO HUMANO A PARTIR DA PROPOSTA DA ECONOMIA DE FRANCISCO E CLARA

  • Orientador : MICHEL ZAIDAN FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • FERNANDA BARRETO LIRA
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação aborda o fenômeno da alienação do trabalho humano identificado no
    modelo de economia cujo modo de produção é o capitalista. A manifestação do
    estranhamento é estudada pelas perspectivas críticas de Karl Marx (compreensão econômica)
    e Herbert Marcuse (compreensão social), que constituem o aporte teórico desta pesquisa. A
    análise da presença de elementos constitutivos da alienação recaiu sobre o desenho das novas
    formas de trabalho humano propostas pela Economia de Francisco e Clara, um movimento
    recente que surge no seio da igreja católica e propõe a implantação de um novo modelo
    econômico em superação ao modelo capitalista. Para a realização dessa pesquisa analítica,
    foram consideradas tanto as evoluções da doutrina social da igreja que constam desde os
    textos bíblicos até a atual doutrina promovida pelo pontífice em exercício – Francisco –
    quanto do programa para intervenção social elaborado e proposto pela Vila Trabalho e
    Cuidado no âmago dos desdobramentos do movimento Economia de Francisco e Clara.


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação aborda o fenômeno da alienação do trabalho humano identificado no modelo de economia cujo modo de produção é o capitalista. A manifestação do estranhamento é estudada pelas perspectivas críticas de Karl Marx (compreensão econômica) e Herbert Marcuse (compreensão social), que constituem o aporte teórico desta pesquisa. A análise da presença de elementos constitutivos da alienação recaiu sobre o desenho das novas formas de trabalho humano propostas pela Economia de Francisco e Clara, um movimento recente que surge no seio da igreja católica e propõe a implantação de um novo modelo econômico em superação ao modelo capitalista. Para a realização dessa pesquisa analítica, foram consideradas tanto as evoluções da doutrina social da igreja que constam desde os textos bíblicos até a atual doutrina promovida pelo pontífice em exercício – Francisco – quanto o programa para intervenção social elaborado e proposto pela Vila Trabalho e Cuidado no âmago dos desdobramentos do movimento Economia de Francisco e Clara.

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  • CACYONE GOMES BARBOSA GONÇALVES LAVAREDA
  • DIREITO À PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E DIREITOS DA PERSONALIDADE: UM ESTUDO A PARTIR DO DANO CAUSADO PELA PERFILIZAÇÃO

  • Orientador : FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • IVANILDO DE FIGUEIREDO ANDRADE DE OLIVEIRA FILHO
  • MARIA ANTONIETA LYNCH DE MORAES
  • SILVIO ROMERO BELTRAO
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O tratamento de dados pessoais é um dos temas mais estudados na atualidade. O motivo é a

    dependência da sua utilização por parte da atual economia tecnológica e globalizada, movida a
    dados pessoais, também chamada de “data driven”. Os dados pessoais são hoje a projeção da
    personalidade dos indivíduos no ambiente virtual. O uso de técnicas de tratamento
    automatizado de dados pessoais para avaliar e prever comportamentos humanos vem ganhando
    cada vez mais escala, dada aí a preocupação refletida na literatura identifica ameaças à
    preservação da autonomia humana quando sujeitos são afetados por elas. Nessa linha, busca-se
    entender como a perfilização, representa ameaças aos direitos da personalidade, ao incorporar
    premissas que tornam obsoleto o agir humano e que impedem o processo de subjetivação em
    situações de tomada de decisão automatizada. A partir de então o objeto desse estudo é a
    crescente utilização da tecnologia para o processamento dos dados pessoais com propósito de
    atingir a máxima eficiência nos processos de diversas áreas. O objetivo central deste trabalho
    consiste em examinar, à luz do Direito, dano à direitos da personalidade, tomando como
    exemplo a natureza do credt score e sua relação com a inteligência artificial através da
    perfilização, sob o olhar do Código Civil e da Lei Geral de Proteção de dados Pessoais para o
    delineamento da responsabilidade civil dos atores que tratam dados pessoais tradicionais e
    alternativos para compor uma nota de crédito e utilizá-la para fins econômicos e
    discriminatórios na atual sociedade tecnológica resultando em danos à personalidade. A
    metodologia é pautada na concatenação entre pesquisa bibliográfica e documental, análise
    jurisprudencial e cotejamento entre as legislações nacional e estrangeira para investigar os
    danos e a consequente responsabilidade civil. Dessa forma, harmonizando os demais
    ordenamentos legais do microssistema da proteção de dados pessoais e com a Constituição
    Federal, por uma análise sistemática, buscou-se entender o tipo de responsabilidade civil por
    desvio de finalidade da proteção ao crédito no uso do score para fins discriminatórios ao
    consumidor. Destaca-se a necessidade de mais transparência das decisões baseadas em dados e
    com ênfase no direito à explicação e de explicabilidade aos titulares de dados pessoais. Assim
    foram analisadas as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados para identificar a sua
    dimensão de proteção e a centralidade dos interesses dos titulares, em oposição a
    identificabilidade como elemento normativo central, como também os pilares que regulam o
    profiling no ordenamento jurídico brasileiro. Ao final ainda pode- se constatar paralelamente,
    três deveres obrigacionais para agentes de tratamento que desejem se utilizar de técnicas de
    profiling: uma proteção substantiva a partir do devido processo informacional e o direito a
    inferências razoáveis não discriminatórias como forma de buscar regular os resultados gerados
    pela perfilização.

  • Mostrar Abstract
  • O tratamento de dados pessoais é um dos temas mais estudados na atualidade. O motivo é a dependência da sua utilização por parte da atual economia tecnológica e globalizada, movida a dados pessoais, também chamada de “data driving”. Os dados pessoais são hoje a projeção da personalidade dos indivíduos no ambiente virtual. O uso de técnicas de tratamento automatizado de dados pessoais para avaliar e prever comportamentos humanos vem ganhando cada vez mais escala, dada aí a preocupação refletida na literatura identifica ameaças à preservação da autonomia humana quando sujeitos são afetados por elas. Nessa linha, busca-se entender como a perfilização, representa ameaças aos direitos da personalidade, ao incorporar premissas que tornam obsoleto o agir humano e que impedem o processo de subjetivação em situações de tomada de decisão automatizada. A partir de então o objeto desse estudo é a crescente utilização da tecnologia para o processamento dos dados pessoais com propósito de atingir a máxima eficiência nos processos de diversas áreas. O objetivo central deste trabalho consiste em examinar, à luz do Direito,  dano à direitos da personalidade, tomando como exemplo a natureza do credit score e sua relação com a inteligência artificial através da perfilização, sob o olhar do código civil e da Lei Geral de Proteção de dados Pessoais para o delineamento da responsabilidade civil dos atores que tratam dados pessoais tradicionais e alternativos para compor uma nota de crédito e utilizá-la para fins econômicos e discriminatórios na atual sociedade tecnológica resultando em danos à personalidade. A metodologia é pautada na concatenação entre pesquisa bibliográfica e documental, análise jurisprudencial e cotejamento entre as legislações nacional e estrangeira para investigar os danos e a consequente responsabilidade civil no compartilhamento de dados pessoais dos indivíduos com desvio de finalidade resultando em danos aos direitos da personalidade. Dessa forma, harmonizando os demais ordenamentos legais do microssistema da proteção de dados pessoais e com a Constituição Federal, por uma análise sistemática, entendeu-se que a responsabilidade civil por desvio de finalidade da proteção ao crédito no uso do score para fins discriminatórios ao consumidor é objetiva.  Destaca-se a necessidade de mais observância ao devido processo legal e mais produtividade em face do grande volume de dados manuseados através do Big Data, posto que constatado o vício do consentimento na sociedade tecnológica é preciso garantir a transparência e com ênfase no direito à explicação e explicabilidade aos titulares de dados pessoais. Assim foram analisadas as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados para identificar a sua dimensão de proteção e a centralidade dos interesses dos titulares, em oposição a identificabilidade como elemento normativo central, como também os pilares que regulam o profiling no ordenamento jurídico brasileiro. Ao final ainda pode- se constatar paralelamente, três deveres obrigacionais para agentes de tratamento que desejem se utilizar de técnicas de profiling: uma proteção substantiva a partir do devido processo informacional e o direito a inferências razoáveis não discriminatórias como forma de buscar regular os resultados gerados pela perfilização.

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  • SORAYA MENDES RIBEIRO
  • OS IMPACTOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NO ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO ENTRE UNIÃO EUROPEIA E MERCOSUL

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A pandemia da COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em
    março de 2020, modificou a rotina dos países, no âmbito mundial, atingindo,
    principalmente, as áreas econômica e comercial, com reflexos nas relações
    internacionais. Considerando a gravidade e amplitude deste episódio foi construída a
    hipótese de que o evento pandêmico da COVID-19 contribuiu negativamente para a
    ratificação do Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia e MERCOSUL. Este
    trabalho teve como objetivo analisar os impactos da pandemia na ratificação do Acordo
    comercial entre os blocos, compreendendo fatores endógenos e exógenos pertinentes.
    Na perspectiva de contribuir com a discussão sobre o tema e alcance do objetivo proposto
    foi empregado o método de pesquisa hipotético-dedutivo, dada a necessidade de avaliar
    as políticas adotadas pelos governos dos países membros dos blocos econômicos
    estudados, comportamento do mercado de comércio de bens e serviços e a prevalência
    da celebração de acordos bilaterais de forma independente da atuação do bloco.
    Pesquisa bibliográfica e análise documental foram realizadas desde o início do processo
    de negociação do acordo até o ano de 2022. A base de referência teórica se deu por
    meio de buscas em bancos de dados da CAPES, Scielo, CONPEDI, Jstor, LexML, Google
    Acadêmico e GlobaLex, além de sites oficiais do MERCOSUL e UE. A abordagem
    qualitativa foi dada em função do caráter exploratório do objeto do trabalho. Os resultados
    encontrados apontam que a pandemia de COVID-19 apresentou reflexo na
    implementação do acordo. Constatou-se que as medidas adotadas e a imposição de
    barreiras transfronteiriças pelos países membros de ambos os blocos econômicos, com
    o intuito de reduzir a contaminação e a disseminação do vírus, dificultaram os níveis de
    conversação para implementação do acordo e ocasionaram a redução do fluxo comercial
    de bens e serviços entre as regiões. Em contrapartida, o cenário de crise geopolítica,
    alimentar e energética, pós-pandemia, pode oportunizar o aumento das transações
    comerciais e a retomada das negociações para ratificação do acordo.


  • Mostrar Abstract
  • A pandemia da COVID-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde – OMS em março de 2020, modificou a rotina dos países no âmbito mundial atingindo, principalmente, as áreas econômica e comercial, com reflexos nas relações internacionais. A presente pesquisa propõe uma reflexão acerca dos impactos da pandemia no Acordo de Livre Comércio entre a União Europeia – UE e o Mercado Comum do Sul – MERCOSUL. A problematização foi construída sobre a hipótese de que o evento pandêmico da COVID-19 contribuiu negativamente para a ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o MERCOSUL. Este trabalho teve como objetivo analisar os impactos da pandemia da COVID-19 na ratificação do acordo comercial entre os blocos, compreendendo fatores endógenos e exógenos pertinentes. Na perspectiva de contribuir com a discussão sobre o tema e alcance do objetivo proposto foi empregado o método de pesquisa hipotético-dedutivo, dada a necessidade de avaliar as políticas adotadas pelos governos dos países membros dos blocos econômicos estudados, comportamento do mercado de comércio de bens e serviços e a prevalência da celebração de acordos bilaterais de forma independente da atuação do bloco. Pesquisa bibliográfica e análise documental foram realizadas desde o início do processo de negociação do acordo até o ano de 2022. A base de referência teórica se deu por meio de buscas em bancos de dados da CAPES, Scielo, CONPEDI, Jstor, LexML, Google Acadêmico e GlobaLex, além de sites oficiais do MERCOSUL e UE. A abordagem qualitativa foi dada em função do caráter exploratório do objeto do trabalho. Os resultados preliminares encontrados apontam que a pandemia de COVID-19 apresentou reflexo na implementação do acordo. Constatou-se que as medidas adotadas e a imposição de barreiras transfronteiriças pelos países membros de ambos os blocos econômicos, com o intuito de reduzir a contaminação e a disseminação do vírus, dificultaram os níveis de conversação e ocasionaram a redução do fluxo comercial de bens e serviços entre as regiões. Em contrapartida, o cenário de crise geopolítica, alimentar e energética, pós-pandemia, podem oportunizar o aumento das transações comerciais e a retomada das negociações para ratificação do acordo.

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  • ARTHUR DE OLIVEIRA XAVIER RAMOS
  • O CONCEITO DE POPULISMO EM ERNESTO LACLAU: uma ferramenta de análise para os usos de democracia e representação

  • Orientador : MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEONARDO MONTEIRO CRESPO DE ALMEIDA
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente projeto tem como objetivo principal a compreensão do conceito de
    populismo para o pensador argentino Ernesto Laclau. Ao apresentar uma proposta
    de compreensão do seu projeto de ontologia política, para dar contexto a
    compreensão do que é populismo para o autor, pretende-se compreender o uso
    singular das categorias de democracia e representatividade para sua teoria. Neste
    sentido, busca-se através de uma contextualização biográfica, rastrear o
    desenvolvimento de suas preocupações que desembocaram no seu projeto de
    compreensão do político. Isto feito, haverá um desenvolvimento das categorias
    preliminares para a compreensão da sua teoria, como as ideias de significante
    vazio, antagonismo, retórica e discurso. Em seguida, será introduzido o seu conceito
    de populismo, a partir de uma série de matizes teóricas, como as categorias de
    nomeação e afeto. A partir desse desenvolvimento, pretende-se alcançar um solo
    estável para introduzir as ideias de democracia e representatividade em Ernesto
    Laclau, e assim, tecer elaborações sobre o limite da normatividade em sua teoria.
    Neste ensejo, será introduzida uma discussão que corresponde a suas tratativas da
    categoria lei.


  • Mostrar Abstract
  • O presente projeto tem como objetivo principal a compreensão do conceito de populismo para o pensador argentino Ernesto Laclau. Ao apresentar uma proposta de compreensão do seu projeto de ontologia política, para dar contexto a compreensão do que é populismo para o autor, pretende-se compreender o uso singular das categorias de democracia e representatividade para sua teoria. Neste sentido, busca-se através de uma contextualização biográfica, rastrear o desenvolvimento de suas preocupações que desembocaram no seu projeto de compreensão do político. Isto feito, haverá um desenvolvimento das categorias preliminares para a compreensão da sua teoria, como as ideias de significante vazio, antagonismo, retórica e discurso. Em seguida, será introduzido o seu conceito de populismo, a partir de uma série de matizes teóricas, como as categorias de nomeação e afeto. A partir desse desenvolvimento, pretende-se alcançar um solo estável para introduzir as ideias de democracia e representatividade em Ernesto Laclau, e assim, tecer elaborações sobre o limite da normatividade em sua teoria. Neste ensejo, será introduzida uma discussão que corresponde a suas tratativas da categoria lei.

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  • VICTOR LUCIO CAVALCANTI POROCA
  • O ORÇAMENTO DO COMBATE À PANDEMIA DA COVID-19: UMA ANÁLISE DA SAÚDE E DO AUXÍLIO EMERGENCIAL

  • Orientador : LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • NATERCIA SAMPAIO SIQUEIRA
  • BASILE GEORGES CAMPOS CHRISTOPOULOS
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A Constituição Federal Brasileira de 1988 promoveu a seguridade social, o sistema de proteção
    social que consiste na saúde, assistência social e previdência social, ao status de direito social
    pela primeira vez na história constitucional brasileiro. A saúde torna-se direito de todos e dever
    do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
    doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
    promoção, proteção e recuperação. Entretanto, apesar do amplo arcabouço constitucional, os
    direitos sociais não conseguiram ser integralmente efetivados após a promulgação da
    Constituição de 1988 em função da realidade institucional brasileira. Um dos principais
    obstáculos para a concretização dos direitos sociais no Brasil, principalmente a partir da crise
    econômica da segunda década do século XXI, é a hegemonia do neoliberalismo de austeridade.
    A agenda política e econômica brasileira, a partir de 2016, foi caracterizada por cortes e redução
    dos recursos públicos para os investimentos sociais, desregulamentação da economia,
    privatização de bens e serviços públicos, e precarização das relações de trabalho. A imposição
    das medidas de austeridade foi temporiamente interrompida em razão de um fator externo e
    imprevisto: o estado de emergência em saúde pública de importância nacional gerado pelo
    combate ao Coronavírus, que perdurou no Brasil de fevereiro de 2020 até abril de 2022. O
    problema a ser investigado ao decorrer desta pesquisa inicia-se, então, com a carência de exame
    mais crítico sobre o orçamento da seguridade social, destacadamente da saúde e do auxílio
    emergencial, durante o período pandêmico no Brasil diante das limitações com gastos sociais.
    O método científico utilizado será o hipotético-dedutivo e a técnica de pesquisa adotada teve
    dupla abordagem: bibliográfica e empírica. Desta forma, o foco dos dois primeiros capítulos se
    voltou ao estudo do direito à saúde, do financiamento do orçamento da seguridade social, e do
    federalismo cooperativo previsto na Constituição de 1988; bem como do conceito de
    austeridade e seus impactos sociais no aumento dos índices de pobreza e de desigualdade social.
    Em seguida, passou-se a abordar as medidas econômicas promovidas durante os governos dos
    ex-presidentes Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019). Nos dois últimos capítulos,
    a pesquisa apresentou dados empíricos coletados do Tribunal de Contas da União, Tesouro
    Nacional, da Controladoria-Geral da União e do Portal da Transparência do Governo Federal,
    dentre outros, para analisar os gastos públicos executados durante o período de combate à
    pandemia da COVID-19, que permitiram verificar quais foram os impactos no orçamento da
    saúde e do auxílio emergencial na pandemia da COVID-19 diante das limitações impostas pelas
    medidas de austeridade promovidas pelo governo federal após a crise econômica de 2014; bem
    como encontrar lições para o desenvolvimento de um orçamento público que esteja preparado
    para pandemias, epidemias ou outras calamidades públicas que requerem a realização de
    despesas públicas imprevistas e extraordinárias.


  • Mostrar Abstract
  • A Constituição Federal Brasileira de 1988 promoveu a seguridade social, o sistema de
    proteção social que consiste na saúde, assistência social e previdência social, ao status de
    direito social pela primeira vez na história constitucional brasileiro. A saúde torna-se direito
    de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
    redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
    serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Entretanto, apesar do amplo arcabouço
    constitucional, os direitos sociais não conseguiram ser integralmente efetivados após a
    promulgação da Constituição de 1988 em função da realidade institucional brasileira. Um dos
    principais obstáculos para a concretização dos direitos sociais no Brasil, principalmente a
    partir da crise econômica da segunda década do século XXI, é a hegemonia do neoliberalismo
    de austeridade. A agenda política e econômica brasileira alinhou-se à austeridade e, a partir de
    2016, foram promovidas medidas de austeridade caracterizadas por cortes e redução dos
    recursos públicos para os investimentos sociais, desregulamentação da economia, privatização
    de bens e serviços públicos, e precarização das relações de trabalho. A imposição das medidas
    de austeridade foi temporiamente interrompida em razão de um fator externo e imprevisto: o
    estado de emergência em saúde pública de importância nacional gerado pelo combate ao
    Coronavírus, que perdurou no Brasil de fevereiro de 2020 até abril de 2022. O problema a ser
    investigado ao decorrer desta pesquisa inicia-se, então, com a carência de exame mais crítico
    sobre o orçamento da seguridade social, destacadamente da saúde e do auxílio emergencial,
    durante o período pandêmico no Brasil diante das limitações de gastos sociais impostas pelas
    medidas de austeridade promovidas pelo governo federal após a crise econômica de 2014. O
    método científico utilizado será o hipotético-dedutivo e a técnica de pesquisa adotada teve
    dupla abordagem: bibliográfica e empírica. Desta forma, o foco dos dois primeiros capítulos
    se voltou ao estudo do direito à saúde, do financiamento do orçamento da seguridade social, e
    do federalismo cooperativo previsto na Constituição de 1988; bem como do conceito de
    austeridade e seus impactos sociais no aumento dos índices de pobreza e de desigualdade
    social. Em seguida, passou-se a abordar as medidas de austeridade promovidas durante os
    governos dos ex-presidentes Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019). Nos dois
    últimos capítulos, a pesquisa apresentou dados empíricos coletados do Tribunal de Contas da
    União, Tesouro Nacional e do Portal da Transparência para analisar os gastos públicos
    realizados durante o período de combate à pandemia do Coronavírus para o setor da saúde e
    para o financiamento do auxílio emergencial, que permitiram verificar elementos positivos e
    negativos, bem como lições para o desenvolvimento de um orçamento público justo e
    inclusivo que efetive os direitos sociais constitucionalmente previstos.

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  • PEDRO HENRIQUE FONTES PINTO DE AZEVEDO
  • AS STOCK OPTIONS NAS RELAÇÕES LABORAIS: um estudo quanto à sua
    natureza jurídica sob a perspectiva da teoria social crítica

  • Orientador : HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • REGINA STELA CORREA VIEIRA
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar as stock options, mais especificamente
    quanto à sua natureza jurídica. Tal instituto foi criado nos EUA na década de 40, sendo
    utilizado por empresas com fito de reter mão de obra qualificada até os dias de hoje.
    No plano de opção de compra de ações, como é conhecido, a empresa confere ao
    empregado um lote de ações que poderá ser exercido no fim do período de carência.
    A doutrina juslaboral clássica e a jurisprudência brasileira classificam o instituto como
    sendo de natureza mercantil- e não salarial. O presente trabalho adota o método
    lógico-dedutivo e foi estruturado para analisar o salário, na sua dimensão econômica
    e na sua esfera jurídica, bem como as stock options, a partir de pesquisas
    bibliográficas e jurisprudenciais, também utilizando os ensinamentos da teoria social
    crítica, com o escopo de produzir um debate sobre a possibilidade de enquadrar o
    plano de opção de compra de ações como sendo de natureza salarial.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa tem por objetivo analisar as stock options, mais especificamente a sua natureza jurídica. Tal instituto foi criado nos EUA na década de 40, sendo utilizado por empresas com fito de reter mão de obra qualificada até os dias de hoje. No plano de opção de compra de ações, como é conhecido, a empresa confere ao empregado um lote de ações que poderá ser exercido no fim do período de carência. A doutrina juslaboral clássica e a jurisprudência brasileira classificam o instituto como sendo de natureza mercantil- e não salarial. O presente trabalho adota o método lógico-dedutivo e foi estruturado para analisar o salário, na sua dimensão econômica e na sua esfera jurídica, bem como as stock options, a partir de pesquisas bibliográficas e jurisprudenciais, também utilizando os ensinamentos da teoria social crítica, com o escopo de produzir um debate sobre a possibilidade de enquadrar o plano de opção de compra de ações como sendo de natureza salarial.

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  • MARKSON VALDO MONTE ROCHA
  • DEFERÊNCIA JUDICIAL E JURISDIÇÃO ADMINISTRATIVA: Caminhos possíveis para o diálogo interinstitucional

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE MARIO WANDERLEY GOMES NETO
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • LUCAS BURIL DE MACEDO BARROS
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa busca identificar os mecanismos de diálogo e convivência entre a jurisdição administrativa e a judicial. Neste intuito, serão revisitadas construções fundamentais da jurisdição como o impacto da teoria da democracia, o conceito de poder, Estado de Direito e soberania, além do entendimento a respeito da teoria da separação de poderes e da inafastabilidade judicial. Utilizando-se destes novos fundamentos é empreendida uma investigação a respeito do conceito de jurisdição e do que é possível compreender por jurisdição administrativa. Ao final, serão sumariados métodos de diálogo entre a jurisdição judicial e a administrativa e propostos mecanismos desenvolvidos pela teoria das capacidades institucionais. O método utilizado é prioritariamente a revisão bibliográfica, mas também a análise jurisprudencial de como o fenômeno condensa-se no Supremo Tribunal Federal. O percurso empreendido é necessário para a compreensão das novas funções do Estado Constitucional e as ferramentas propostas servirão ao desenvolvimento do diálogo interinstitucional.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa busca identificar os mecanismos de diálogo e convivência entre a jurisdição administrativa e a judicial. Neste intuito, serão revisitadas construções fundamentais da jurisdição como o impacto da teoria da democracia, o conceito de poder, Estado de Direito e soberania, além do entendimento a respeito da teoria da separação de poderes e da inafastabilidade judicial. Utilizando-se destes novos fundamentos é empreendida uma investigação a respeito do conceito de jurisdição e do que é possível compreender por jurisdição administrativa. Ao final, serão sumariados métodos de diálogo entre a jurisdição judicial e a administrativa e propostos mecanismos desenvolvidos pela teoria das capacidades institucionais. O método utilizado é prioritariamente a revisão bibliográfica, mas também a análise jurisprudencial de como o fenômeno condensa-se no Supremo Tribunal Federal. O percurso empreendido é necessário para a compreensão das novas funções do Estado Constitucional e as ferramentas propostas servirão de fundamento para uma nova concepção da jurisdição.

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  • RAPHAEL HENRIQUE LINS TIBURTINO DOS SANTOS
  • POSITIVISMO JURÍDICO E REGULAÇÃO RESPONSIVA: uma contribuição ao debate sobre o problema do conhecimento do direito.

  • Orientador : TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 28/09/2023

  • Mostrar Resumo
  • O nosso objetivo é contribuir com o debate sobre o problema do conhecimento do
    direito, apresentando uma alternativa ao positivismo jurídico, especialmente em
    contextos onde decisões orientadas por regras jurídicas tendem a ser inconsistentes ou
    pouco confiáveis. Sugerimos que uma alternativa desse tipo pode ser encontrada na
    teoria de regulação responsiva de Ian Ayres e John Braithwaite, desenvolvida a partir de
    uma série de estudos e pesquisas de campo empreendidas por este último nas áreas de
    regulação, fiscalização e compliance. O positivismo jurídico tem como principais
    características a defesa da separação entre o direito e a moral e a concepção do direito
    como um conjunto de regras de observância obrigatória. Esse modelo regulatório
    positivista é adequado para regular fenômenos simples, estáveis e que não despertam
    grandes interesses econômicos. Em contextos desse tipo, os casos difíceis são
    episódicos e excepcionais, sendo incapazes de prejudicar a consistência do sistema
    jurídico como um todo. Na medida em que a complexidade, o dinamismo e o potencial
    lucrativo do fenômeno regulado aumenta, as regras jurídicas tendem a gradativamente
    perder consistência, até o ponto em que um modelo regulatório centrado nessas regras
    se torna inconsistente e pouco confiável. Isso ocorre porque, enquanto a complexidade e
    o dinamismo levam a um aumento orgânico do número de casos difíceis, o potencial
    lucrativo de estratégias jurídicas bem-sucedidas estimula os atores econômicos a
    explorar zonas de incerteza do direito, criando artificialmente novos casos difíceis. A
    regulação responsiva se apresenta como uma alternativa regulatória, uma vez que tem
    como premissa a ideia de que os fatores de poder na sociedade moderna estão
    distribuídos entre as ordens institucionais do estado, do mercado, da comunidade e das
    associações. As regras jurídicas e os arranjos que gravitam em torno delas são apenas
    um dos pressupostos para uma regulação exitosa. Nesse sentido, a regulação responsiva
    envolve uma dose de delegação do poder regulatório do estado em favor das demais
    ordens institucionais, permitindo o florescimento de uma nova gama de abordagens
    regulatórias.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa tem como tema central a indeterminação do direito e o desafio legislativo consistente em optar entre regras e princípios como estratégia para enfrentar a elisão fiscal. John Braithwaite sugere que a aplicação de normas específicas, ou regras, é mais consistente quando o padrão de conduta regulado é simples, estável e não desperta grandes interesses econômicos. Em contextos de relativa estabilidade, a zona de penumbra das normas tende a ser menor, sendo os casos difíceis, ou seja, aqueles que geram dúvidas quanto à aplicação de uma norma, uma exceção. Por outro lado, na medida em que o padrão de comportamento se torna complexo, dinâmico e, principalmente, quando a conformidade ao direito é um fator econômico relevante, a ponto de gerar um desequilíbrio concorrencial, como ocorre com os planejamentos tributários, a adoção de normas vagas, ou princípios, propicia maior previsibilidade às decisões jurídicas. Isso porque as vantagens financeiras que advindas da indeterminação do direito servem de incentivo para os grandes atores atuarem proativamente para alargar a zona de penumbra das normas jurídicas, provocando uma multiplicação artificial de casos difíceis. Em um cenário de proliferação de casos difíceis, a aplicação das regras perde consistência, sendo preferível a sua substituição por princípios. Nesse sentido, a pesquisa busca analisar as tentativas fracassadas de regulamentação da norma geral antielisiva no Brasil, criada pela Lei Complementar no 104/2001, confrontando-as à luz das incursões teóricas de Braithwaite. A hipótese levantada na pesquisa é que a justificativa dada para a não conversão em lei dos dispositivos das Medidas Provisórias nos 66/2002 e 685/2015, que pretendiam disciplinar a norma geral antielisiva brasileira, foi de que o caráter principiológico e o excesso de vagueza de tais preceitos aumentariam a insegurança jurídica na regulação de planejamentos tributários, o que vai na absoluta contramão da tese sustentada por Braithwaite.

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  • OSVALDO TELES LOBO JUNIOR
  • CONTROLE JUDICIAL DA REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA NO HABEAS CORPUS COLETIVO

  • Orientador : CARINA BARBOSA GOUVEA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • THIAGO BALDANI GOMES DE FILIPPO
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • CARINA RODRIGUES DE ARAUJO CALABRIA
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • Data: 27/10/2023

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  • A pesquisa tem como propósito apresentar critérios para o exercício do controle judicial da representatividade adequada no habeas corpus coletivo. O ponto de inflexão consiste no fato da falta de previsibilidade constitucional e legal do habeas corpus coletivo e, por consequência, dos seus legitimados. Inicialmente, foi delimitada a amplitude da legitimidade ativa no habeas corpus individual em uma perspectiva histórica da legislação brasileira. Reconhecida a necessidade da garantia da tutela jurisdicional de direitos coletivos, o tema da legitimidade foi analisado no campo das ações coletivas no Brasil com base na tipologia dos litígios coletivos desenvolvida por Edilson Vitorelli. Na sequência, foram examinados o cabimento e a legitimidade do habeas corpus coletivo na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Com isso, foi possível, segundo a teoria dos processos representativos, apresentar parâmetros para o controle da representatividade adequada no habeas corpus coletivo com o objetivo de assegurar a tutela mais adequada, a partir dos critérios parametriciais, da liberdade de locomoção de grupos de pessoas.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa objetiva analisar a adequação de técnicas processuais do processo coletivo em relação ao habeas corpus coletivo a partir das características do litígio coletivo e da titularidade do direito de liberdade de
    locomoção violado em razão de ilegalidade ou abuso de poder praticado contra um grupo de pessoas.
    Para tanto, foi necessário compreender os principais institutos do processo coletivo e das ações coletivas, apresentando seus conceitos fundamentais, os seus escopos, os reflexos procedimentais da tipologia dos litígios coletivos em contraste com a tradicional conceituação dos direitos coletivos no Brasil e o papel
    do julgador ante os novos desafios da tutela coletiva.
    Passou-se a examinar a garantia constitucional do habeas corpus, sob o seu aspecto processual, com realce ao seu histórico na ordem constitucional brasileira, suas características, seus elementos e o seu objeto de tutela em uma perspectiva histórica-conceitual e jurisprudencial.
    Na sequência, foi delimitado o habeas corpus coletivo como ação coletiva e analisados seus elementos estruturantes a partir da titularidade dos grupos afetados pelos litígios coletivos decorrente de ilegalidade e abuso de poder.
    Conclui-se que é possível delinear um modelo procedimental cujas técnicas sejam adequadas à proteção da liberdade de locomoção de grupos de pessoas a partir do litígio coletivo.
    No campo teórico, a pesquisa justifica-se pela necessidade de compreender a aplicação do método estruturante do habeas corpus coletivo sob o aspecto procedimental; no campo social, a relevância do habeas corpus coletivo
    justifica-se pela necessidade, no Estado Democrático de Direito, de proteção à liberdade de locomoção de grupos de pessoas, formados, em sua imensa maioria, por vulneráveis, cujo acesso à justiça ainda permanece sendo um grande obstáculo.
    A pesquisa adota o método comparativo a fim de a fim de contrastar estudos distintos que tratam da semântica do habeas corpus e do habeas corpus coletivo e se orienta pela contribuição histórica dos conceitos. Tal método
    distingue conceitos de palavras em virtude de os conceitos serem ricos em significados e que vão lhes sendo atribuídos em distintos contextos históricos, políticos, econômicos e sociais. Este método também leva em consideração a ressignificação de termos que são decisivos na produção de novos horizontes de expectativas normativos. Para tanto, a pesquisa empregou revisão bibliográfica, documental e jurisprudencial pertinentes ao tema. A referida revisão se orientou pela análise crítica das fontes, pelo contraste de posições distintas e com e pelo objetivo de contribuir com trabalhos capazes de complementar a literatura examinada em conformidade com o desenvolvimento da pesquisa.

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  • GABRIELA MOREIRA D'ASSUMPÇÃO TORRES
  • “ELE NÃO ME VIU COM A ROUPA DA ESCOLA?”: MÃES EM MOVIMENTO NA LUTA POR DIREITOS NO ÂMBITO DA ADPF 635

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO
  • Data: 31/10/2023

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  • A presente pesquisa possui como objetivo compreender as mobilizações dos movimentos de mães e familiares de vítimas de violência de Estado na audiência pública da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, também intitulada como ADPF das Favelas – na qual se discutiu a construção de um plano de redução da letalidade policial no Rio de Janeiro. Busca-se, então, analisar como as estratégias políticas mobilizadas pelos movimentos de mães e familiares de vítimas de violência de Estado incidem no enfrentamento
    da violência policial na Audiência Pública da ADPF 635. Para tanto, são estudadas as ações e procedimentos que precederam a ADPF 635, assim como, seus desdobramentos e os impactos na defesa pela vida, sendo observadas as formas de atuação dos movimentos de mães e familiares vítimas de violência de Estado na Audiência Pública da ADPF 635, assim como, aplicados aos debates orais contidos nesta, o método da Análise de Conteúdo desenvolvido por Laurence Bardin, com a finalidade de verificar como as mães e familiares das vítimas de violência de Estado acionam as seguintes categorias: a) a gramática do sofrimento; b) a demarcação das questões raciais e c) o debate sobre territórios e populações tomadas como perigosas. A partir das categorias de análise manuseadas, a presente pesquisa trabalha com a hipótese de que as mobilizações dos movimentos de mães e familiares de vítimas de violência de Estado no interior da ADPF 635 constituem estratégias políticas capazes de construir saberes e práticas de enfrentamento da violência policial. Desse modo, este trabalho trata-se de uma reflexão em desenvolvimento e tem como expectativa realizar contribuição teórica no campo da segurança pública com ênfase nos movimentos sociais de mães e familiares vítimas de violência de Estado e sua incidência no direito.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar as estratégias políticas utilizadas pelos movimentos sociais, com ênfase no movimento de mães e familiares vítimas de violência de Estado. Para tanto, a pesquisa busca dissecar as peças escritas e debates orais da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no 635 - intitulada ADPF Favelas pela Vida - perante o Supremo Tribunal Federal, estratégia chave dos movimentos de favela para fazer cessar a violência policial e o racismo, em especial nas comunidades do Rio de Janeiro. Ao focar na ADPF no 635, esta pesquisa busca elencar os argumentos que foram expostos perante a Corte, tendo como ponto central o movimento de mães e familiares vítimas da violência do Estado. Com vistas a analisar tais argumentos, o presente trabalho explora a seguinte questão: em que medida as estratégias políticas utilizadas pelo movimento de mães e familiares perante o STF mobilizam o campo jurídico no enfrentamento da violência de Estado. No intuito de responder a presente indagação, utiliza-se o método da análise de conteúdo, de modo que busca-se refletir no âmbito da ADPF no 635, sobre: a) a demarcação das questões raciais na discussão; b) a incidência do conceito de „Necropolítica‟; c) as estratégias políticas utilizadas pelo movimento de mães e familiares para mobilização do direito; d) as respostas e não-respostas entregues pelo judiciário. A hipótese sustentada é a de que as ações mobilizadas pelo movimento constituem um novo fazer jurídico e tem adquirido centralidade nas disputas pelos limites da experiência democrática no contexto brasileiro. O presente trabalho trata-se de uma reflexão em desenvolvimento e tem como expectativa realizar contribuição teórica no campo da segurança pública com foco nos movimentos sociais de mães e familiares e sua incidência no direito.

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  • LEONARDO ALBUQUERQUE LEITÃO
  • TEMPO DE TRABALHO E O DIREITO À DESCONEXÃO SOB UMA PERSPECTIVA CRÍTICA: uma busca pela economia e desaceleração do tempo em meio a uma racionalidade neoliberal e hiperativa.

  • Orientador : CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARISTON FLAVIO FREITAS DA COSTA
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • Data: 31/10/2023

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  • O presente estudo tem como objeto a análise do direito ao não trabalho no contexto de uma ordem social dominada pela racionalidade neoliberal, cujo tempo se encontra em aceleração e a distinção entre tempo livre e tempo de trabalho se apresenta cada vez menos evidente. Busca-se evidenciar, através do método dialético, as contradições entre o avanço da técnica na ordem social capitalista contemporânea e o não aumento do tempo livre dos trabalhadores, com a permanência da centralidade do trabalho e a mediação das relações sociais através do trabalho. Será discutido como essa realidade objetiva de sobretrabalho e exploração acontece em uma sociedade em que o avanço das técnicas de produção são notórios, e como se apresenta a aceitação da
    ideologia dominante pelos seres sociais que compõe essa sociedade. Será tratado não apenas das causas da não desconexão do trabalho, mas também de suas consequências para a vida do trabalhador, sua família e projeto de vida. O estudo parte, então, da apresentação da situação concreta da ordem social capitalista mediada pelo trabalho, em que o valor ainda é quantificado pelo tempo de trabalho (tempo socialmente necessário) e que, dado ao enorme avanço das técnicas de produção, encontra-se em evidente contradição ao suprimir cada vez mais o tempo livre e ampliar tempo de trabalho, sobretudo por meio das novas tecnologias de informação. Será também exposto que, o próprio tempo livre, muitas vezes se apresenta como apêndice do tempo de trabalho,
    utilizado tão somente para recuperar a força de trabalho. Será demonstrado que essa percepção é típica da alienação da ideologia dominante e que é autoreplicada na cultura. Demonstrar-se-á a imprescindibilidade do combate a essa ideologia, sobretudo com apoio de organizações coletivas, no seio das quais deve ser trabalhado a consciência crítica acerca da realidade social objetiva. Por fim, apontar-se-á o direito à desconexão como limitador dessa sobre-exploração, apesar de ser a forma jurídica, em suas abstratas considerações de liberdade e sujeito de direito, também meios de controle social e legitimadores da ordem social vigente, tal qual existente.


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  • O presente estudo tem como objeto a análise do direito ao não trabalho no contexto de uma ordem social dominada pela racionalidade neoliberal, cujo tempo se encontra em aceleração e a distinção entre tempo livre e tempo de trabalho se apresenta cada vez menos evidente. Busca-se evidenciar, através do método dialético, as contradições entre o avanço da técnica na ordem social capitalista contemporânea e o não aumento do tempo livre dos trabalhadores, com a permanência da centralidade do trabalho e a mediação das relações sociais através do trabalho. Será discutido como essa realidade objetiva de sobretrabalho e exploração acontece em uma sociedade em que o avanço das técnicas de produção são notórios, e como se apresenta a aceitação da ideologia dominante pelos seres sociais que compõe essa sociedade. Será tratado não apenas das causas da não desconexão do trabalho, mas também de suas consequências para a vida do trabalhador, sua família e projeto de vida. O estudo parte, então, da apresentação da situação concreta da ordem social capitalista mediada pelo trabalho, em que o valor ainda é quantificado pelo tempo de trabalho (tempo socialmente necessário) e que, dado ao enorme avanço das técnicas de produção, encontra-se em evidente contradição ao suprimir cada vez mais o tempo livre e ampliar tempo de trabalho, sobretudo por meio das novas tecnologias de informação. Será também exposto que, o próprio tempo livre, muitas vezes se apresenta como apêndice do tempo de trabalho, utilizado tão somente para recuperar a força de trabalho. Será demonstrado que essa percepção é típica da alienação da ideologia dominante e que é autoreplicada na cultura. Demonstrar-se-á a imprescindibilidade do combate a essa ideologia, sobretudo com apoio de organizações coletivas, no seio das quais deve ser trabalhado a consciência crítica acerca da realidade social objetiva. Por fim, apontar-se-á o direito à desconexão como limitador dessa sobre-exploração, apesar de ser a forma jurídica, em suas abstratas considerações de liberdade e sujeito de direito, também meios de controle social e legitimadores da ordem social vigente, tal qual existente. 


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  • MATHEUS BARBOSA DE MELO
  • “PARA EU PERDER AQUILO QUE ME PERTENCE, EU TENHO QUE SER CONSULTADO”: DIREITO À CONSULTA E AO CONSENTIMENTO PRÉVIO, LIVRE E INFORMADO NO CASO COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA

  • Orientador : FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SIDDHARTA LEGALE FERREIRA
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 20/11/2023

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  • A pesquisa versa sobre o direito à consulta e ao consentimento prévio, livre e informado (CCPLI), abordando seus principais aspectos e as implicações desse direito sobre o conflito socioambiental envolvendo as comunidades quilombolas de Alcântara, situadas no estado do Maranhão, no Brasil. Na década de 1980, 312
    famílias, de 23 povoados, foram removidas de seu território e realocadas em “agrovilas” para a instalação do chamado “Centro de Lançamento de Alcântara” (CLA). Desde então, diversas medidas têm sido adotadas com o intuito de promover a exploração comercial do empreendimento, dentre as quais se destacam os acordos de salvaguardas tecnológicas firmados com a Ucrânia e os Estados Unidos da América. No entanto, alega-se que tais acordos foram adotados sem qualquer observância ao dever de consulta prévia, livre e informada das comunidades quilombolas, assim como ocorreu com diversas outras medidas implementadas em decorrência desses acordos. Ademais, sustenta-se que tais comunidades têm sido vítimas de recorrentes ameaças de remoção de seu território tradicional para a expansão do CLA, o que, em tese, fere o seu direito ao consentimento prévio, livre e informado. Atualmente, o caso é objeto de análise perante a Corte Interamericana
    de Direitos Humanos, que deliberará sobre a responsabilidade internacional do Estado brasileiro pelas alegadas violações. Nessa perspectiva, a pesquisa buscou realizar uma análise da aplicação do direito à CCPLI na América Latina, no Brasil, e no caso concreto, com vista a desvelar os principais obstáculos à sua efetividade.
    Para a condução da pesquisa empírica foi realizada uma análise qualitativa, de caráter bibliográfica-documental, acompanhada da realização de entrevistas como técnica de coleta de dados. Ao final, foi possível identificar os principais desafios à aplicação do direito à CCPLI no país, assim como induzir em que medida a conduta
    do Estado brasileiro, no caso analisado, violou os direitos humanos assegurados pelo direito internacional.


  • Mostrar Abstract
  • Em 1º de março de 1983 foi inaugurado em Alcântara, no estado do Maranhão, o chamado Centro de Lançamento de Alcântara. Para sua instalação, 312 famílias, de 23 povoados foram remanejadas compulsoriamente para conjuntos habitacionais construídos pelo governo federal. Desde então a população local tem convivido com as consequências do projeto de desenvolvimento, que segue impactando o conjunto de relações sociais desenvolvidas no interior das comunidades e conjuntamente a outros povoados. Tais comunidades se reconhecem como um todo organizado e indivisível, de identidade étnica quilombola, o que lhes assegura o direito à consulta e ao consentimento prévio, livre e informado, nos termos da Convenção nº 169 da OIT. Contudo, a recepção da normativa internacional pelo ordenamento jurídico brasileiro não foi suficiente para assegurar a aplicação da instituição no âmbito interno. Assim, diversas iniciativas têm sido adotadas para viabilizar a exploração comercial do empreendimento, sobretudo através de Acordos de Salvaguardas Tecnológicas – sem que, de outro lado, tenham sido implementadas medidas eficazes para dar efetividade ao direito de consulta. Tendo isso em vista, o presente trabalho se propôs a realizar uma leitura do direito à consulta e ao consentimento prévio, livre e informado, assim como das controvérsias a ele inerentes, tendo por perspectiva sua aplicação no caso Comunidades Quilombolas de Alcântara, atualmente em trâmite perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Trata- se, pois, do primeiro caso a averiguar a responsabilidade internacional do Estado brasileiro pela violação ao direito à consulta e ao consentimento prévio, livre e informado, tornando-se, por assim dizer, paradigmático no âmbito de proteção aos direitos humanos de povos e comunidades tradicionais. Para a condução da pesquisa foi utilizado o método de abordagem hipotético-dedutivo, valendo-se da análise de conteúdo como técnica de pesquisa, acompanhada da realização de entrevistas como técnica de coleta de dados. Ademais, foi utilizado como método de procedimento a análise bibliográfica-documental, mediante a utilização dos seguintes meios de pesquisa: análise doutrinária e o exame da legislação e jurisprudência. Ao fim, confirmou-se a hipótese de pesquisa, reconhecendo-se a aplicabilidade (e violação) do direito à consulta e ao consentimento prévio, livre e informado no caso Comunidades Quilombolas de Alcântara. Além disso, foi possível compreender o sentido e alcance do direito em destaque pelos próprios destinatários da norma jurídica, confirmando-se que o problema da instituição está vinculado não à sua legitimidade, mas à sua aplicação pelos agentes estatais.

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  • DAVI ARAÚJO DE MELO
  • CONTROVÉRSIAS SOBRE A MONOGAMIA: PRINCÍPIO ESTRUTURANTE DO DIREITO DE FAMÍLIA

  • Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADISSON TAVEIRA ROCHA LEAL
  • LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 24/11/2023

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  • A pesquisa aborda a monogamia como elemento fundamental no Direito de Família, explorando seu papel como princípio estruturante. O estudo examina as implicações jurídicas, sociais e culturais desse princípio, analisando sua aplicação e impacto nas relações familiares. O objetivo é contribuir para uma compreensão mais aprofundada do papel da monogamia no contexto legal e social, proporcionando insights relevantes para o desenvolvimento do Direito de Família.


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  • A pesquisa aborda a monogamia como elemento fundamental no Direito de Família, explorando seu papel como princípio estruturante. O estudo examina as implicações jurídicas, sociais e culturais desse princípio, analisando sua aplicação e impacto nas relações familiares. O objetivo é contribuir para uma compreensão mais aprofundada do papel da monogamia no contexto legal e social, proporcionando insights relevantes para o desenvolvimento do Direito de Família.

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  • CARLA ELISANGELA FERREIRA ALVES TEIXEIRA
  • O TRABALHO DAS MULHERES NO POLO DE CONFECÇÃO DO AGRESTE DE PERNAMBUCO E SUA EXCLUSÃO DA TUTELA JUSTRABALHISTA: AS RESPOSTAS DA TEORIA JURÍDICA TRABALHISTA CRÍTICA

  • Orientador : EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARISTON FLAVIO FREITAS DA COSTA
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • Data: 28/11/2023

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  • Este estudo dissertativo versou sobre a divisão sexual do trabalho, como base social das desigualdades e precarização nas relações de trabalho do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco. O estudo levantou o processo histórico de reestruturação produtiva do capital, no contexto de exploração das mulheres na indústria de confecção, as causas da precarização no setor, considerando as questões sociais, raciais e gênero. As reflexões teóricas sobre o trabalho feminino foram feitas a partir das lições marxistas sobre o trabalho, à luz da Teoria Social Crítica do Direito do Trabalho e literatura feminista, a qual denuncia o que vem sendo definido como trabalho masculino e trabalho feminino, através da divisão sexual do trabalho que hierarquiza o labor de homens e mulheres. Emerge das reflexões das feministas marxistas a Teoria da Reprodução Social cujos pilares foram imprescindíveis para aprofundamento deste estudo. No intuito de ultrapassar a obsolescência da doutrina trabalhista clássica sobre o tema pesquisado, foi problematizado o papel do Direito Justrabalhista clássico e da Justiça do Trabalho no enfrentamento das questões que contribuem para a desigualdade e precarização do trabalho das mulheres do Polo. Espera-se com este estudo indicar os caminhos que poderão ser trilhados, dentro da
    Teoria Social do Direito do Trabalho, para superação da precarização do trabalho feminino no segmento de confecções na região pesquisada.


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação analisa a divisão sexual do trabalho, como base social das desigualdades e precarização nas relações de trabalho do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco. Estuda o processo histórico de reestruturação produtiva do capital, no contexto da exploração das mulheres na indústria têxtil, as causas da precarização no setor, considerando as questões sociais, raciais e de gênero. As reflexões teóricas acerca do trabalho das mulheres são feitas a partir do estudo das lições Marxistas sobre o trabalho, da Teoria Social Crítica do Direito do Trabalho e da literatura feminista, que denuncia o que vem sendo definido como trabalho masculino e trabalho feminino, através da divisão sexual do trabalho que hierarquiza o labor de homens e mulheres. Emerge das reflexões das feministas marxistas a Teoria da Reprodução Social, cujos pilares são imprescindíveis para aprofundamento dos estudos da presente pesquisa. No intuito de ultrapassar a obsolescência da doutrina trabalhista clássica sobre o tema pesquisado, será problematizado o papel do Direito Justrabalhista e das Instituições Jurídicas no enfrentamento das questões que contribuem para a desigualdade e precarização do trabalho das mulheres do Pólo. O propósito final da pesquisa é indicar quais os caminhos poderão ser trilhados, dentro da Teoria Social Crítica do Direito do Trabalho, para superação da precarização do trabalho feminino no segmento de confecções da região pesquisada.

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  • DIEGO RANIER DOS SANTOS SILVA MACEDO
  • A PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO NO DIREITO: OS ELEMENTOS DO MODELO DE TOULMIN NA CARACTERIZAÇÃO DE DECISÕES JUDICIAIS FUNDAMENTADAS NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

  • Orientador : PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • ANDREAS JOACHIM KRELL
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 28/11/2023

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  • A argumentação jurídica é um tema cada vez mais debatido no contexto brasileiro. Com o advento da Lei no 13.105/2015 trouxe consigo diversas expressões que remetem à tradição da teoria da argumentação, aproximando ainda mais a argumentação jurídica da prática do direito. Durante a pesquisa, verificou-se que os recursos da teoria da argumentação de Toulmin oferecem bons elementos para a avaliação das decisões judiciais. Acredita-se que o modelo de Toulmin oferece critérios suficientes para caracterizar o que seria uma
    “decisão judicial devidamente fundamentada”, conforme disposto na legislação processual civil, e que os embargos de declaração são uma consequência dessa análise. Sob essa perspectiva, as decisões judiciais podem ser compreendidas à luz dos cinco elementos que compõem o modelo de Toulmin: a “pretensão”, que representa o que o magistrado está decidindo; as “razões”, que explicam por que o magistrado está decidindo daquela forma; a “garantia”, que consiste nos fundamentos que relacionam as razões adotadas à conclusão alcançada; o “respaldo”, que torna explícitos os fundamentos dessa conexão entre os fatos e a pretensão do magistrado; e os “refutadores”, que reconhecem as circunstâncias excepcionais que enfraqueceriam o argumento, possibilitando assim uma conclusão “qualificada” do ato decisório. Portanto, se uma decisão judicial não for devidamente fundamentada, ela será considerada anulável, uma vez que apresenta alguma falácia argumentativa, que na perspectiva do modelo de Toulmin, consiste na ausência de razões, razões irrelevantes, razões incompletas, garantias presumidas, ambiguidades ou quando ocorrem situações de “tolice” ou erros por engano.


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  • Argumentação jurídica é um tema que cada vez mais tem sido debatido no contexto brasileiro. Aliado a isto, a Lei no 13.105/2015 trouxe consigo diversas expressões que remetem à tradição da teoria da argumentação, o que aproximou ainda mais a argumentação jurídica da prática do direito. Durante a pesquisa pode ser verificado que recursos da teoria da argumentação de Toulmin oferecem bons elementos para a avaliação das decisões judiciais. Adota-se que o modelo de Toulmin oferece critérios suficientes para caracterizar o que seria uma “decisão judicial devidamente fundamentada” disposta na legislação processual civil, e que os embargos de declaração são a consequência dessa análise. Busca-se a pertinência da fundamentação de decisões judiciais, através da construção de paralelo entre os entendimentos da dogmática jurídica e as considerações da lógica informal e argumentação jurídica. Nesse sentido, após introduzida a hipótese e seus eventuais desdobramentos, será realizada a sua aplicação em um caso prático, demonstrando que a configuração de uma decisão judicial fundamentada é a mesma que de um bom argumento no modelo de Toulmin. Nesse prisma, as decisões judiciais podem ser compreendidas na perspectiva dos cinco elementos que compõem o modelo de Toulmin: a “pretensão”, enquanto o que o magistrado está decidindo; as “razões”, sendo o porquê do magistrado decidir daquela forma; a “garantia”, como os fundamentos que correlacionam as razões adotadas com a conclusão alcançada; o “respaldo”, que torna explícitos os fundamentos dessa conexão entre os fatos e a pretensão do magistrado; utilizando os “refutadores” de modo a reconhecer as circunstâncias excepcionais que, se incidissem, enfraqueceriam o argumento, para assim, concluir de forma “qualificada” o ato decisório. Logo, se não for devidamente fundamentada, a decisão judicial é nula ou embargada visto que possui alguma falácia argumentativa, i.e. ser ausente de razões, por ter razões irrelevantes, razões incompletas, garantias presumidas, por ser ambíguas ou, complementando a teoria da argumentação de Toulmin, nas situações de “tolice”, ou quando se erra por engano.

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  • MARIA LUIZA DE CASTRO NUNES PEREIRA
  • AS MULHERES NEGRAS NO MERCADO DE TRABALHO, NO CONTEXTO DA IDEOLOGIA DA EXPLORAÇÃO: as respostas da Teoria Interseccional

  • Orientador : EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARISTON FLAVIO FREITAS DA COSTA
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • Data: 28/11/2023

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  • Este estudo tem como objeto a exploração das dificuldades enfrentadas pelas mulheres negras no mercado de trabalho e leva em consideração o desemprego estrutural e a crise do direito do trabalho. A base teórica encontra-se alicerçada na Teoria Interseccional de Kimberlé Crenshaw e, em especial, teóricas feministas e intelectuais negras. A intersecção de gênero, raça e classe social condicionam estruturalmente alguns grupos, principalmente as mulheres negras, à criação e replicação das discrepâncias sociais no Brasil. Essa desigualdade se apresenta de diversas maneiras nas relações políticas, culturais e sociais brasileiras. A reflexão foi feita a partir da análise de dados secundários a respeito do mercado de trabalho no Brasil, com base nas informações fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e na leitura de obras temáticas.


  • Mostrar Abstract
  • Este estudo teve como propósito explorar as dificuldades enfrentadas pelas  mulheres negras no mercado de trabalho, levando em consideração o  desemprego estrutural e a crise do direito do trabalho. A base teórica foi  alicerçada na Teoria Interseccional de Kimberlé Crenshaw e, em especial,  teóricas, feministas e intelectuais negras. A intersecção de gênero, raça e classe  social condicionam estruturalmente alguns grupos, principalmente as mulheres  negras, à criação e replicação das discrepâncias sociais no Brasil. Essa  desigualdade se apresenta de diversas maneiras nas relações políticas, culturais  e sociais brasileiras. A reflexão foi feita a partir da análise de dados secundários  a respeito do mercado de trabalho no Brasil com base nas informações  fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e na leitura  de obras temáticas. Dessa forma, trata-se de um estudo exploratório sobre um  fenômeno histórico, porém que precisa de atenção constante pelas  invisibilidades a que alguns sujeitos estão submetidos. Os resultados apontam  que a maioria das mulheres negras ocupa a base da pirâmide social, tendo  acesso apenas a empregos informais, com má remuneração e menor exigência  de qualificação.  

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  • JADER AURELIO GOUVEIA LEMOS NETO
  • A VEDAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS E DIVIDENDOS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE SOCIEDADES ANÔNIMAS ABERTAS: UMA ANÁLISE

  • Orientador : IVANILDO DE FIGUEIREDO ANDRADE DE OLIVEIRA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HENRIQUE CUNHA BARBOSA
  • PEDRO REBELO BORTOLINI
  • IVANILDO DE FIGUEIREDO ANDRADE DE OLIVEIRA FILHO
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • Data: 30/11/2023

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  • Esta dissertação tem por objetivo investigar o fenômeno da vedação da distribuição dos dividendos nas recuperações judiciais de sociedades anônimas abertas. Este fenômeno foi concebido pela Lei n. 14.112/2020, a qual alterou a Lei de Recuperação Judicial e Falência, impondo a proibição da distribuição dos dividendos nos processos de recuperação judicial, além de tipificar tal conduta como crime falimentar. Então, a presente dissertação pretende analisar, por meio de uma interpretação dogmática racional, a inspiração, as razões e as
    finalidades do legislador ao adotar tal medida, perante o sistema das sociedades anônimas abertas e de insolvência vigentes no direito brasileiro, avaliando se ela seria adequada aos objetivos e fins da Lei n. 11.101/2005 e da Lei n. 6.404/76, assim como se ela seria propícia a resolver a problematização proposta que ensejou a constituição legislativa deste expediente legal no ordenamento jurídico pátrio. Com efeito, a partir destas conclusões, esta pesquisa passa a examinar medidas alternativas que, em tese, seriam mais harmônicas com as finalidades da Lei de Recuperação Judicial sem subverter o sistema societário vigente do País.


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  • Esta dissertação tem por objetivo investigar o fenômeno da vedação da distribuição dos dividendos nas recuperações judiciais de sociedades anônimas. Este fenômeno foi concebido pela Lei n. 14.112/2020, a qual alterou a Lei de Recuperação Judicial e Falência, impondo a proibição da distribuição dos dividendos nos processos de recuperação judicial, além de tipificar tal conduta como crime falimentar. Então, a presente dissertação pretende analisar, por meio de uma interpretação dogmática racional, a inspiração, as razões e as finalidades do legislador ao adotar tal medida, perante o sistema das sociedades anônimas e de insolvência vigentes no direito brasileiro, avaliando se ela seria adequada aos objetivos e fins da Lei n. 11.101/2005, assim como se ela seria propícia a resolver a problematização proposta que ensejou a constituição legislativa deste expediente legal no ordenamento jurídico pátrio. Com efeito, a partir destas conclusões, esta pesquisa passa a examinar medidas alternativas que, em tese, seriam mais harmônicas com as finalidades da Lei de Recuperação Judicial sem subverter o sistema societário vigente do País.

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  • ANA LUIZA MOUSINHO DA MOTTA E SILVA
  • Dever geral de proteção de dados pessoais sensíveis de saúde e meios de prevenção da responsabilidade civil dos médicos e clínicas médicas

  • Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA BRANDÃO DE BARROS CORREIA
  • LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 27/12/2023

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  • Fazendo-se uma revisão legislativa, doutrinária e jurisprudencial da matéria de proteção de dados pessoais, notadamente do especial disciplinamento dos dados sensíveis de saúde, que foram elevados mundialmente a uma categoria especial, pretende-se analisar a matéria através de uma abordagem responsiva adotada pelos legisladores europeus e brasileiros na elaboração das leis protetivas, notadamente o RGPD e a LGPD. Utilizando-se desta breve análise comparativa dos arcabouços legislativos europeu e brasileiro, bem como do entendimento jurisprudencial sobre a matéria, pretende-se elaborar, como forma de prevenção de riscos ou de minimização de danos, propostas de medidas de conformidade com a LGPD para médicos e clínicas médicas, como a elaboração de termo de consentimento livre, informado e inequívoco para tratamento dos dados sensíveis de saúde dos pacientes; os cuidados com o Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP) ou o Sistema de Registro Eletrônico de Saúde – SRES; as cautelas com a prática da telemedicina e, ainda, a necessidade de elaboração prévia de um relatório de impacto à proteção de dados pessoais.


  • Mostrar Abstract
  • IMPACTOS DA LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS (LGPD) NA
    RESPONSABILIDADE CIVIL DE MÉDICOS E CLÍNICAS MÉDICAS: algumas
    propostas de medidas de conformidade para a prevenção bilateral de riscos

Teses
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  • JOÃO MAURICIO MALTA CAVALCANTE FILHO
  • LIVRE CIRCULAÇÃO DE PESSOAS E IMIGRAÇÃO EM PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL: propostas de disciplinamento normativo nos espaços comuns e desafios jurídicos da gestão migratória regional no modelo europeu e mercosulino

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • ALVARO AUGUSTO SANTOS CALDAS GOUVEIA
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 10/02/2023

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  • A tese tem como objeto o disciplinamento normativo da mobilidade humana em processos de integração regional, problematizando os impactos jurídicos da livre circulação de pessoas e da gestão migratória regional na consolidação de espaços integrados. A pesquisa se concentra em duas experiências concretas, o modelo vigente na União Europeia, supranacional e regido pelo Direito Comunitário, em contraposição ao modelo mercosulino, intergovernamental e regido pelo Direito da Integração Regional. A temática é abordada em um panorama internacional marcado pelo incremento da mobilidade humana, em um contexto de globalização e de regionalismo, em que os blocos consolidam sistemas normativos de disciplinamento da mobilidade e das migrações. Partindo deste contexto, tem-se como objetivo geral analisar os efeitos da integração regional no disciplinamento da livre circulação de pessoas e das migrações no espaço integrado europeu e mercosulino. Especificamente, busca-se analisar as normativas que tratam dos direitos de circulação e residência tutelados nos espaços integrados, bem como avaliar seus impactos e desafios para a definição da condição jurídica do estrangeiro e da cidadania regional nos blocos em referência. A partir de revisão bibliográfica, em uma abordagem qualitativa, levantam-se as normativas comunitárias e os acordos regionais pertinentes. Sob marco teórico da Teoria da Integração Econômica, revisam-se os fundamentos do Direito Comunitário e da Integração, em cotejo com os pressupostos da governança migratória regional. Os sistemas regionais analisados formam centros disciplinadores da livre circulação e das migrações, revelando uma teoria jurídica da integração aplicada à mobilidade humana. A liberdade de circulação de pessoas e a gestão migratória regional conduzem à formação de espaços integrados, desde que se garantam competências de atuação dos Estados do bloco, de modo que o arranjo europeu é desafiado a equilibrar atribuições nacionais e comunitárias, enquanto o arranjo mercosulino é instado a prosseguir nas liberdades do mercado comum, harmonizando o tratamento das migrações.


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  • A tese tem como objeto o disciplinamento normativo da mobilidade humana em processos de integração regional, problematizando os impactos jurídicos da livre circulação de pessoas e da gestão migratória regional na consolidação de espaços integrados. A pesquisa se concentra em duas experiências concretas, o modelo vigente na União Europeia, supranacional e regido pelo Direito Comunitário, em contraposição ao modelo mercosulino, intergovernamental e regido pelo Direito da Integração Regional. A temática é abordada em um panorama internacional marcado pelo incremento da mobilidade humana, em um contexto de globalização e de regionalismo, em que os blocos consolidam sistemas normativos de disciplinamento da mobilidade e das migrações. Partindo deste contexto, tem-se como objetivo geral analisar os efeitos da integração regional no disciplinamento da livre circulação de pessoas e das migrações no espaço integrado europeu e mercosulino. Especificamente, busca-se analisar as normativas que tratam dos direitos de circulação e residência tutelados nos espaços integrados, bem como avaliar seus impactos e desafios para a definição da condição jurídica do estrangeiro e da cidadania regional nos blocos em referência. A partir de revisão bibliográfica, em uma abordagem qualitativa, levantam-se as normativas comunitárias e os acordos regionais pertinentes. Sob marco teórico da Teoria da Integração Econômica, revisam-se os fundamentos do Direito Comunitário e da Integração, em cotejo com os pressupostos da governança migratória regional. Os sistemas regionais analisados formam centros disciplinadores da livre circulação e das migrações, revelando uma teoria jurídica da integração aplicada à mobilidade humana. A liberdade de circulação de pessoas e a gestão migratória regional conduzem à formação de espaços integrados, desde que se garantam competências de atuação dos Estados do bloco, de modo que o arranjo europeu é desafiado a equilibrar atribuições nacionais e comunitárias, enquanto o arranjo mercosulino é instado a prosseguir nas liberdades do mercado comum, harmonizando o tratamento das migrações.

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  • ALBERTO JONATHAS MAIA DE LIMA
  • ARBITRAGEM INTERNACIONAL E ORDEM PÚBLICA

  • Orientador : AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • LUIZ EDMUNDO CELSO BORBA
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 03/03/2023

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  • A ordem pública é tema controverso no Direito Internacional privado ao mesmo tempo em que exerce grande influência na arbitragem tanto no âmbito interno quanto no estrangeiro. A natureza multidisciplinar e transversal da arbitragem também dificulta a interpretação e aplicação do instituto da ordem pública nos conflitos a ela submetidos. Tem-se por objetivo analisar os conceitos e representações da ordem pública e o papel fundamental exercido pelos órgãos jurisdicionais notadamente quanto à sua interpretação quanto aplicação nos casos concretos. Objetiva-se também analisar de que o instituto se manifesta na arbitragem internacional mais especificamente em situações relacionadas à homologação de sentenças arbitrais estrangeiras. Nossa de análise é exploratória e de análise qualitativa, aplicando-se a técnica de pesquisa bibliográfica, normativa, com elementos de empiria a partir de análise jurisprudencial e jurisprudencial nacional, estrangeira e também arbitral para alcançar o propósito do estudo. Inicialmente, faz-se uma análise histórica acerca do instituto. Logo em seguida, analisa-se questões relacionadas à lei aplicável à arbitragem tendo em vista a pluralidade de fontes normativas que podem ser aplicadas em arbitragens internacionais. Posteriormente examina-se as manifestações da ordem pública na arbitragem. Mais adiante apresenta-se considerações gerais e críticas sobre o procedimento arbitral no modelo internacional da UNCITRAL. Posteriormente, explora-se detalhadamente o processo de reconhecimento e homologação de sentenças arbitrais estrangeiras no direito brasileiro com incursões no direito comparado ao final, o estudo evidencia como as cortes arbitrais e judiciais atuaram aplicam a ordem pública internacional nos pedidos de homologação de sentença arbitral estrangeira no âmbito do Superior Tribunal de Justiça.  A análise empírica proposta busca evidenciar, através da pesquisa qualitativa de estudos de caso, o que realmente vem acontecendo nesses julgamentos. Como poderemos observar que a interpretação do instituto tem múltiplos vieses que permeiam desde a conformidade com a Constituição e seus preceitos a compatibilidade com a norma interna.


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  • A ordem pública é tema controverso no Direito Internacional privado ao mesmo tempo em que exerce grande influência na arbitragem tanto no âmbito interno quanto no estrangeiro. A natureza multidisciplinar e transversal da arbitragem também dificulta a interpretação e aplicação do instituto da ordem pública nos conflitos a ela submetidos. Tem-se por objetivo analisar os conceitos e representações da ordem pública e o papel fundamental exercido pelos órgãos jurisdicionais notadamente quanto à sua interpretação quanto aplicação nos casos concretos. Objetiva-se também analisar de que o instituto se manifesta na arbitragem internacional mais especificamente em situações relacionadas à homologação de sentenças arbitrais estrangeiras. Nossa de análise é exploratória e de análise qualitativa, aplicando-se a técnica de pesquisa bibliográfica, normativa, com elementos de empiria a partir de análise jurisprudencial e jurisprudencial nacional, estrangeira e também arbitral para alcançar o propósito do estudo. Inicialmente, faz-se uma análise histórica acerca do instituto. Logo em seguida, analisa-se questões relacionadas à lei aplicável à arbitragem tendo em vista a pluralidade de fontes normativas que podem ser aplicadas em arbitragens internacionais. Posteriormente examina-se as manifestações da ordem pública na arbitragem. Mais adiante apresenta-se considerações gerais e críticas sobre o procedimento arbitral no modelo internacional da UNCITRAL. Posteriormente, explora-se detalhadamente o processo de reconhecimento e homologação de sentenças arbitrais estrangeiras no direito brasileiro com incursões no direito comparado ao final, o estudo evidencia como as cortes arbitrais e judiciais atuaram aplicam a ordem pública internacional nos pedidos de homologação de sentença arbitral estrangeira no âmbito do Superior Tribunal de Justiça.  A análise empírica proposta busca evidenciar, através da pesquisa qualitativa de estudos de caso, o que realmente vem acontecendo nesses julgamentos. Como poderemos observar que a interpretação do instituto tem múltiplos vieses que permeiam desde a conformidade com a Constituição e seus preceitos a compatibilidade com a norma interna.

     

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  • RAPHAEL FRAEMAM BRAGA VIANA
  • TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO HIPERCONECTADO NO DIREITO PRIVADO:  autonomia da vontade e boa-fé objetiva nas relações jurídicas com manifestações de  vontade influenciadas por algoritmos com tecnologia de inteligência artificial

  • Orientador : TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • MARIA ANTONIETA LYNCH DE MORAES
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • SILVANO JOSE GOMES FLUMIGNAN
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 15/03/2023

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  • A presente tese se propõe a analisar os impactos do mundo hiperconectado pelo uso intenso  de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial nas relações jurídicas privadas,  especificamente a sua influência nas manifestações de vontade com aptidão de produzir  efeitos jurídicos no âmbito do Direito Privado. A tese situa as relações jurídicas privadas num  mundo modificado pela Era da Hiperconectividade através de pilares tecnológicos como  algoritmos, inteligência artificial, Big Data, machine learning e internet das coisas. Partindo  da constatação de que o uso indevido de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial  pode causar graves problemas nas relações privadas, a exemplo da presença de critérios  discriminatórios na análise de dados no Big Data, da ausência de transparência algorítmica  nos procedimentos de tomada de decisões, da ausência de moralidade no uso da inteligência  artificial, além do risco de substituição da autonomia da vontade por decisões do algoritmo, o  trabalho procura investigar nos fundamentos do Direito Privado quais ferramentas são  oferecidas pelo ordenamento jurídico que possibilitariam a readequação a um sistema jurídico  adaptado aos desafios da sociedade de controle. Objetivou-se, com isso, demonstrar que uma nova roupagem do Direito Privado parte de uma necessária ressistematização que a ordem  civil é capaz de oferecer por meio da adaptação da autonomia privada e da boa-fé às  transformações que o mundo hiperconectado impôs às relações jurídicas privadas. Verifica-se,  inclusive, que a boa-fé exerce papel substancial para conduzir os rumos de um Direito Privado  habituado à interferência de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial através das  suas três principais funções: hermenêutica, integrativa e corretora. Assim, as conclusões  partiram do estudo de lições já consolidadas da boa-fé ao compará-las com os problemas  contemporâneos apresentados pelo uso de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial  para, assim, apresentar os limites da autonomia da manifestação de vontade dos sujeitos de  direito perante à ordem civil inserida no mundo hiperconectado. 



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  • A presente tese se propõe a analisar os impactos do mundo hiperconectado pelo uso intenso de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial nas relações jurídicas privadas, especificamente a sua influência nas manifestações de vontade com aptidão de produzir efeitos jurídicos no âmbito do direito privado. Partindo da constatação de que o uso indevido de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial pode causar graves problemas nas relações privadas, a exemplo da presença de critérios discriminatórios na análise de dados no Big Data, da ausência de transparência algorítmica acerca do procedimento de tomadas de decisões, da ausência de eticidade no uso da inteligência artificial, além do risco de substituição da autonomia da vontade por decisões do algoritmo, o trabalho procura investigar nos fundamentos do direito privado quais ferramentas são oferecidas pelo ordenamento jurídico que possibilitariam a reconstrução de um sistema jurídico adaptado aos desafios da sociedade de controle. Objetivou-se, com isso, demonstrar que a reconstrução do direito privado parte de uma ressistematização que o direito privado é capaz de oferecer por meio da adaptação da autonomia privada e da boa-fé às transformações das relações jurídicas privadas na sociedade contemporânea. Verifica-se, inclusive, que a boa-fé exerce papel substancial para conduzir os rumos de um direito privado habituado à interferência de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial através das suas três principais funções: hermenêutica, integrativa e corretora. Assim, as conclusões partiram do estudo de lições clássicas da boa-fé ao compará-las com os problemas contemporâneos apresentados pelo uso de algoritmos com tecnologia de inteligência artificial para, assim, apresentar os limites da autonomia da manifestação de vontade dos sujeitos de direito perante à ordem civil inserida no mundo hiperconectado.

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  • LUIS EDUARDO E SILVA LESSA FERREIRA
  • OS FUNDAMENTOS DO DIREITO TERAPÊUTICO E AS TUTELAS DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE NOS CASOS DE EXPOSIÇÃO NÃO CONSENTIDA DA INTIMIDADE SEXUAL.

  • Orientador : SILVIO ROMERO BELTRAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANO MENDONÇA DOMINGUES DA SILVA
  • MARIA ANTONIETA LYNCH DE MORAES
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • SILVIO ROMERO BELTRAO
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 17/03/2023

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  • A Tese importa aos estudos especializados em Direito Público e Direito Privado, abrangendo de forma direta as garantias individuais e sociais do direito ao acesso à justiça, à justiça restaurativa, à tutela integral da pessoa humana, principalmente se tratando da intimidade e do livre desenvolvimento da personalidade, considerando os casos de danos à pessoa de quem tem a sua intimidade sexual violada. Sob uma perspectiva formal, o objeto é definido pelo exame da construção do direito democrático à livre expressão da sexualidade no âmbito dos direitos humanos, e a construção de um paradigma ontognoseológico de proteção da individualidade em casos de danos que afetam de forma importante a saúde mental e emocional. Investigou-se o conceito de direito terapêutico, os seus princípios e fundamentos, no sentido de uma maior compreensão de como o mesmo pode auxiliar na superação de barreiras para o Acesso à Justiça. Desenvolveu-se um exame por aproximação do método terapêutico do Direito às tutelas específicas previstas no ordenamento jurídico brasileiro, traçando, com base nos seus princípios e fundamentos, juízos de adequação e oportunidade sobre as ferramentas de “Therapeutic Application of the Law”(TAL) e - “Therapeutic design of the Law” (TDL), como descritas por David Wexler. Investigou-se, pelo método analítico-descritivo, qual seria o âmbito do objeto do direito à intimidade sexual no Brasil, quais são os modos e termos dessas tutelas, as formas de articulação e delimitação face às figuras jurídicas que lhe são próximas ou a que guardam afinidade, para assim, finalmente, confrontar-lhe à hipótese dos fatos jurídicos da exposição íntima não consentida. O problema científico a ser esclarecido é a questão de que se há na atual formatação do ordenamento jurídico brasileiro comandos positivos de partida e de chegada suficientes para a tutela efetiva do complexo unitário somático-psíquico e da dimensão relacional da personalidade humana, de acordo com as regras, princípios e fundamentos do Direito Terapêutico, ou se existem oportunidades de - com base nas ferramentas “Therapeutic Application of the Law”(TAL) e - “Therapeutic design of the Law” (TDL) - propor-se inovações ao ordenamento jurídico brasieliro. Os resultados encontrados e principais contribuições demonstram a compatibilidade dos sistemas teóricos, além da existência de oportunidades de inovação legislativa, para fins de proteção suficiente dos bens jurídicos analisados.


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  • A exposição da intimidade sexual de uma pessoa, sem o seu consentimento, ou contrário à vontade manifesta, sem qualquer finalidade legítima, tem o potencial de causar danos devastadores, imediatos e muitas vezes irreparáveis à vítima. O problema científico desta pesquisa importa aos estudos especializados em Direito Público e Direito Privado, abrangendo de forma direta as garantias individuais e sociais do direito ao acesso à justiça, à justiça restaurativa, à tutela integral da pessoa humana, principalmente se tratando do direito à intimidade e do livre desenvolvimento da personalidade. Sob uma perspectiva formal, o objeto é definido pelo exame por aproximação do método terapêutico do Direito às tutelas específicas previstas no ordenamento jurídico brasileiro, traçando, com base nos seus princípios e fundamentos, juízos de adequação e oportunidade sobre as ferramentas de “Therapeutic Application of the Law”(TAL) e -“Therapeutic design of the Law” (TDL), como descritas por David Wexler. Investigou-se qual seria o âmbito do objeto do direito à liberdade sexual no Brasil, quais são os modos e termos dessas tutelas, as formas de articulação e delimitação face às figuras jurídicas que lhe são próximas ou a que guardam afinidade, para assim, finalmente, confrontar-lhe à hipótese dos fatos jurídicos da exposição íntima não consentida, além das hipóteses de uso abusivo das informações sensíveis do sujeito para agravar a conduta. Desafiou-se a questão de que se há na atual formatação do ordenamento jurídico brasileiro comandos positivos de partida e de chegada suficientes para a tutela efetiva do complexo unitário somático-psíquico e da dimensão relacional da personalidade humana, de acordo com as regras, princípios e fundamentos do Direito Terapêutico, ou se existem hipóteses de -com base no “Therapeutic design of the Law” (TDL), -se propor inovações no ordenamento jurídico. Concluiu-se, após revisão de literatura especializada, e da aplicação do método de inventariação histórica do direito comparado funcional, pela adequação do ordenamento jurídico brasileiro, em perspectiva dogmática, que, além dos fundamentos constitucionais, a hermenêutica do art. 21 do Código Civil é razão de aplicação das tutelas terapêuticas em caso de exposição da intimidade sexual; todavia, em razão da segurança jurídica, algumas medidas dependem de inovações legislativas em razão da observância ao princípio democrático da legalidade.

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  • FERNANDO BRAGA DAMASCENO
  • O SISTEMA BRASILEIRO DE VALORAÇÃO DA PROVA JUDICIAL: UM MODELO MEDIADO PELA CIÊNCIA DO DIREITO PROBATÓRIO QUE LEVA A SÉRIO O ERRO

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO HENRIQUE RIGHI IVAHY BADARÓ
  • ANAMARIA PRATES BARROSO
  • BECLAUTE OLIVEIRA SILVA
  • FRANCISCO ANTONIO DE BARROS E SILVA NETO
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • LUCAS BURIL DE MACEDO BARROS
  • Data: 21/03/2023

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  • O presente trabalho consiste na tentativa de construção de um modelo normativo para valoração  da prova judicial. Na sua propedêutica, defende-se que a disciplina da prova judicial deve ser  vista como uma estrutura garantística do direito fundamental à prova, que definitivamente não  pode se resumir a um direito de atuar persuasivamente, abrangendo também o direito a uma  cognição adequada, que respeite determinados critérios que limitam a liberdade decisória e  condicionam a legitimidade do resultado. Superando o ceticismo paralisante e o argumento de  que a averiguação da verdade inexoravelmente transformaria o Sistema de Justiça numa  máquina inquisitiva, incompatível com um processo equitativo, e admitindo as limitações da  cognição humana, defende-se que os critérios de contenção da liberdade decisória podem ser  vistos como critérios de verdade, voltados a um resgate analógico da realidade empírica que  ficou no passado, objetivo que manteria a vocação da ordem jurídica de condicionar a realidade,  buscando adequar o ser ao dever-ser que estabelece. Propõe-se, então, um modelo estruturado  em quatro etapas, onde se agrupariam os critérios destinados à (a) definição sobre a  (in)existência de prova, (b) definição sobre a (in)suficiência da prova, (c) expressão e unificação  da(s) força(s) probatória(s) e (d) validação dos saberes embasam a valoração da prova. Por fim,  buscando-se dar efetividade ao modelo, projeta-se um complemento através de uma disciplina  para a motivação do juízo fático probatório, para a atualização dos saberes que permeiam a  valoração na praxe judiciária, para um efetivo controle sobre erros e, finalmente, para uma  evolução do próprio modelo com base no aprendizado que os erros viabilizam.  



  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho consiste na construção de um modelo dogmático para valoração da prova judicial. Na sua propedêutica, defende-se que a disciplina da prova judicial deve ser vista como uma estrutura garantística do direito fundamental à prova, que definitivamente não pode se resumir a um direito de atuar persuasivamente, abrangendo também o direito a uma cognição adequada, que respeite determinados critérios que limitam a liberdade decisória e condicionam e legitimidade do resultado. Superando o ceticismo paralisante e o argumento de que a averiguação da verdade inexoravelmente transformaria o processo numa máquina inquisitiva, incompatível com um processo equitativo, e admitindo as limitações da cognição humana, conclui-se que os critérios de contenção da liberdade decisória podem ser vistos como critérios de verdade, voltados a um resgate analógico da realidade empírica que ficou no passado, resultado que manteria a vocação da ordem jurídica de interferir na realidade empírica, condicionando-a, buscando adequar o ser ao dever-ser que estabelece. Propõe-se, então, um modelo estruturado em quatro etapas, onde se agrupariam os critérios destinados à (a) definição sobre a (in)existência de prova, (b) definição sobre a (in)suficiência da prova; (c) expressão e unificação da(s) força(s) da(s) prova(s) e (d) validação dos saberes embasam a valoração da prova. Por fim, buscando-se a efetividade do modelo, projeta-se um complemento através de uma disciplina para a motivação do juízo fático probatório, para a atualização dos saberes que permeiam a valoração na praxe, para um efetivo controle sobre os erros e, finalmente, para uma evolução do próprio modelo com base em estudo de erros.

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  • DANILO MIRANDA VIEIRA
  • ESTADO E INOVAÇÃO: CONTRATAÇÕES PÚBLICAS PARA INOVAÇÃO E O FOMENTO AO DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO NACIONAL

  • Orientador : FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • GUSTAVO FERREIRA SANTOS
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MARCELO LABANCA CORREA DE ARAUJO
  • WALBER DE MOURA AGRA
  • Data: 12/05/2023

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  • O objeto da presente tese é a análise de alguns dos principais instrumentos legais atualmente existentes no ordenamento jurídico nacional que possibilitam o fomento à ciência, tecnologia e inovação por meio do uso do poder de compra estatal. Inicialmente, avalia-se em linhas gerais a importância da inovação científica e tecnológica para o desenvolvimento nacional sustentável, destacando-se o papel do Estado no contexto de um sistema nacional de inovação, bem como o tratamento da matéria na Constituição Federal. Aborda-se a noção de políticas públicas de inovação “orientadas por missões”, em que se busca promover o avanço científico e tecnológico com foco no alcance de resultados concretos de interesse público. Nessa matéria, analisa-se o uso do poder de compra estatal com essa finalidade, notadamente quanto às chamadas contratações públicas “para inovação”, que exigem a realização de atividade de pesquisa e desenvolvimento pelos contratados para criar uma solução inovadora, em regra inexistente no mercado e com risco de insucesso quanto ao efetivo alcance do resultado buscado (“risco tecnológico”). Diferentemente de compras públicas “de inovação”, que não exigem tal esforço de pesquisa e desenvolvimento, tratando apenas da aquisição de inovações já disponíveis no mercado. É feita uma breve análise das normas sobre o tema existentes na legislação internacional e que serviram de inspiração para a legislação nacional. Em seguida, passa-se a examinar a legislação brasileira sobre a matéria, especialmente no que diz respeito à contratação pública de encomendas tecnológicas (ETECs), prevista na Lei no 10.973/04 e que tem o risco tecnológico como requisito essencial. É analisado, ainda, o contrato público para solução inovadora, previsto na Lei Complementar no 182/21, que também pode ser aplicável a situações com risco tecnológico. Em seguida, examina-se o papel que tais modalidades de contratação podem exercer no fomento à ciência, tecnologia e inovação, bem como sua distinção em relação a modalidades como o diálogo competitivo previsto na Lei no 14.133/21. Aborda-se criticamente também o papel que o controle administrativo interno e externo, com destaque para os tribunais de contas, pode exercer na análise de tais contratações, de modo que tal fiscalização não se converta em obstáculo ao uso do poder de compra estatal com essa finalidade. Em seguida, são analisados alguns casos concretos de utilização dessas modalidades de contratação no Brasil, a exemplo da ETEC realizada pela Fiocruz para o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19. À luz de toda a análise realizada, conclui-se que tais contratações públicas “para inovação” têm potencial para se converter cada vez mais em importante instrumento de incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional, com base em uma estratégia de inovação “orientada por missões”. Ao final, são propostas algumas alterações para aprimorar o quadro normativo atualmente existente, sem prejuízo da constatação de que a mera existência de normas adequadas não basta. É necessária a suficiente priorização no orçamento público de ações voltadas à ciência, tecnologia e inovação, bem como a efetiva capacitação da Administração Pública para que o Estado brasileiro exerça seu dever constitucional de promover o desenvolvimento científico e tecnológico, com foco na resolução dos problemas nacionais (art. 218, caput, e § 2o, da CF/88).


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  • O objeto da presente tese é a análise de alguns dos principais instrumentos legais atualmente existentes no ordenamento jurídico nacional que possibilitam o fomento à ciência, tecnologia e inovação por meio do uso do poder de compra estatal. Inicialmente, avalia-se em linhas gerais a importância da inovação científica e tecnológica para o desenvolvimento nacional sustentável, destacando-se o papel do Estado no contexto de um sistema nacional de inovação, bem como o tratamento da matéria na Constituição Federal. Aborda-se a noção de políticas públicas de inovação “orientadas por missões”, em que se busca promover o avanço científico e tecnológico com foco no alcance de resultados concretos de interesse público. Nessa matéria, analisa-se o uso do poder de compra estatal com essa finalidade, notadamente quanto às chamadas contratações públicas “para inovação”, que exigem a realização de atividade de pesquisa e desenvolvimento pelos contratados para criar uma solução inovadora, em regra inexistente no mercado e com risco de insucesso quanto ao efetivo alcance do resultado buscado (“risco tecnológico”). Diferentemente de compras públicas “de inovação”, que não exigem tal esforço de pesquisa e desenvolvimento, tratando apenas da aquisição de inovações já disponíveis no mercado. É feita uma breve análise das normas sobre o tema existentes na legislação internacional e que serviram de inspiração para a legislação nacional. Em seguida, passa-se a examinar a legislação brasileira sobre a matéria, especialmente no que diz respeito à contratação pública de encomendas tecnológicas (ETECs), prevista na Lei no 10.973/04 e que tem o risco tecnológico como requisito essencial. É analisado, ainda, o contrato público para solução inovadora, previsto na Lei Complementar no 182/21, que também pode ser aplicável a situações com risco tecnológico. Em seguida, examina-se o papel que tais modalidades de contratação podem exercer no fomento à ciência, tecnologia e inovação, bem como sua distinção em relação a modalidades como o diálogo competitivo previsto na Lei no 14.133/21. Aborda-se criticamente também o papel que o controle administrativo interno e externo, com destaque para os tribunais de contas, pode exercer na análise de tais contratações, de modo que tal fiscalização não se converta em obstáculo ao uso do poder de compra estatal com essa finalidade. Em seguida, são analisados alguns casos concretos de utilização dessas modalidades de contratação no Brasil, a exemplo da ETEC realizada pela Fiocruz para o desenvolvimento da vacina contra a COVID-19. À luz de toda a análise realizada, conclui-se que tais contratações públicas “para inovação” têm potencial para se converter cada vez mais em importante instrumento de incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional, com base em uma estratégia de inovação “orientada por missões”. Ao final, são propostas algumas alterações para aprimorar o quadro normativo atualmente existente, sem prejuízo da constatação de que a mera existência de normas adequadas não basta. É necessária a suficiente priorização no orçamento público de ações voltadas à ciência, tecnologia e inovação, bem como a efetiva capacitação da Administração Pública para que o Estado brasileiro exerça seu dever constitucional de promover o desenvolvimento científico e tecnológico, com foco na resolução dos problemas nacionais (art. 218, caput, e § 2o, da CF/88).

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  • RINALDO MOUZALAS DE SOUZA E SILVA
  • AUTOTUTELA PELO PARTICULAR NO DIREITO BRASILEIRO

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA JOSÉ OLIVEIRA CAPELO PINTO DE RESENDE
  • ANTONIO DO PASSO CABRAL
  • HEITOR VITOR MENDONÇA FRALINO SICA
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 16/05/2023

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  • A tese tem como principal objetivo a reformulação do conceito de autotutela pelo particular no direito privado brasileiro. A partir de uma pesquisa-ação, realizada de forma indireta, pelo método hipotético-dedutivo, o trabalho apresenta o estado da arte relativo ao tema e analisa os casos típicos e atípicos de autotutela pelo particular no direito privado brasileiro, bem como os institutos assemelhados de uso admitido e proibido. Em seguida, identifica e sistematiza os pressupostos de caracterização e os requisitos necessários ao exercício da autotutela, para, ao fim, além de estabelecer limites, propor a atualização conceitual.  


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  • A tese tem como principal objetivo a reformulação do conceito de autotutela pelo particular no direito privado brasileiro. A partir de uma pesquisa-ação, realizada de forma indireta, pelo método hipotético-dedutivo, o trabalho apresenta o estado da arte relativo ao tema e analisa os casos típicos e atípicos de autotutela pelo particular no direito privado brasileiro, bem como os institutos assemelhados de uso admitido e proibido. Em seguida, identifica e sistematiza os pressupostos de caracterização e os requisitos necessários ao exercício da autotutela, para, ao fim, além de estabelecer limites, propor a atualização conceitual.  

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  • BIANCA MARIA VENTURA CARVALHO DIAS
  • INVISIBILIDADE SOCIAL E CONDIÇÃO PRECÁRIA À LUZ DA TEORIA SOCIAL CRÍTICA JUSLABORAL: a maior precarização das relações de trabalho das pessoas trans, no Recife/PE, durante a pandemia de Coronavírus-19, no ano de 2020

  • Orientador : MICHEL ZAIDAN FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • FERNANDA BARRETO LIRA
  • ROGERIA GLADYS SALES GUERRA
  • Data: 29/05/2023

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  • O presente estudo tem como objeto as relações de trabalho de pessoas travestis e transexuais, no ano de 2020, em meio ao auge da pandemia de coronavírus-19. A análise visa a aferir a eventual piora das condições laborais de tal população, por meio da análise de relatórios da organização #VoteLGBT, que entrevistou, nos anos de 2020 e 2021, a população LGBT+ nas cinco regiões do país. A Teoria Social Crítica e sua aplicação ao direito do trabalho servem de pilares para serem averiguados conceitos como condição precária, reconhecimento e a necessidade de ampliação do próprio objeto de estudo do direito do trabalho, o qual, defende-se, necessita, urgentemente, ser alargado, a fim de que se estenda aos trabalhadores não protegidos pelo manto da formalidade.


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  • O presente estudo tem como objeto as relações de trabalho de pessoas travestis e transexuais, na cidade do Recife/PE, no ano de 2020, em meio ao auge da pandemia de Coronavírus-19. A análise visa a aferir a eventual piora das condições laborais de tal população, por meio da escuta de moradoras de uma casa de acolhimento coletiva, as quais, até o ano de 2019, costumavam abordar, em espaços públicos, pessoas que pudessem contribuir com a manutenção dos gastos das referidas residentes. A Teoria Social Crítica e sua aplicação ao direito do trabalho servem de pilares para serem analisados conceitos como condição precária, reconhecimento e a necessidade de ampliação do próprio objeto de estudo do direito do trabalho, o qual defende-se, necessita, urgentemente, ser alargado, a fim de que se estenda aos trabalhadores não protegidos pelo manto da formalidade.

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  • JULIANA MELCOP DE CASTRO SCHOR
  • DESENVOLVIMENTO DO MERCADO DE ENERGIA EÓLICA OFFSHORE NO BRASIL: Cenário jurídico-regulatório atual e perspectivas futuras

  • Orientador : MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • HUMBERTO JOAO CARNEIRO FILHO
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • LIVIA MEDEIROS AMORIM VELONI
  • LUIZ EDUARDO DINIZ ARAUJO
  • RENATA OLIVEIRA ALMEIDA MENEZES
  • Data: 30/05/2023

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  • As usinas eólicas offshore, que constituem parques geradores de energia elétrica movidos pelo vento e localizados em áreas marinhas, são uma realidade em diversos países, em especial na Europa. No Brasil, já se constatou a abundância de recursos energéticos para a fonte, com a presença de quase 700 GW disponíveis. Há interesse crescente de investidores na fonte eólica offshore no Brasil, porém inexiste marco jurídico-regulatório claro e com segurança jurídica para tal fim no país, bem como ausência de interesse político efetivo no seu desenvolvimento. O objetivo desta tese consiste em verificar a situação atual do marco jurídico-regulatório para a fonte eólica offshore no país, bem como apontar as próximas etapas a serem estudadas e desenvolvidas caso politicamente opte-se por apoiar a referida indústria, com o fito de permitir o máximo aproveitamento de seus benefícios ao Estado, aos empreendedores e à população. Mediante pesquisa bibliográfica e documental, utilizando o método indutivo-dedutivo, com uma análise qualitativa, pretende-se testar a hipótese de que a legislação e a regulação aplicável ao desenvolvimento de usinas eólicas offshore no Brasil ainda é insatisfatória. Inicialmente, elucida-se o motivo de investir na fonte, para em seguida resgatar-se as premissas históricas da fonte eólica onshore no Brasil e as raízes da fonte offshore na Europa. São analisadas as normas existentes voltadas à cessão de áreas marítimas e os projetos de lei sobre o tema. Há aprofundamento no papel do hidrogênio de baixo carbono como catalisador da fonte, bem como na potencialidade de melhoria da infraestrutura relacionada às usinas eólicas offshore, nomeadamente a indústria portuária, descortinando que o
    desenvolvimento da geração em ambiente marítimo traz benefícios e sinergias adicionais à produção energética em si. Ao final, examinam-se as políticas adotadas por EUA e Colômbia no desenvolvimento das usinas eólicas offshore, propondo-se que o Brasil adote, ao menos, um quadro jurídico-regulatório claro e com segurança jurídica para atração dos investidores, porém revelando que o êxito na criação de um mercado offshore nacional pressupõe, ainda, envolvimento político e instituição de políticas públicas de fomento.


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  • As usinas eólicas offshore, que constituem parques geradores de energia elétrica movidos pelo vento e  localizados em áreas marinhas, são uma realidade em diversos países, em especial na Europa. No Brasil, já se constatou a abundância de recursos energéticos para a fonte, com a presença de quase 700 GW disponíveis. Há interesse crescente de investidores na fonte eólica offshore no Brasil, porém inexiste marco jurídico-regulatório claro e com segurança jurídica para tal fim no país, bem como ausência de interesse político efetivo no seu desenvolvimento. O objetivo desta tese consiste em verificar a situação atual do marco jurídico-regulatório para a fonte eólica offshore no país, bem como apontar as próximas etapas a serem estudadas e desenvolvidas caso politicamente opte-se por apoiar a referida indústria, com o fito de permitir o máximo aproveitamento de seus benefícios ao Estado, aos empreendedores e à população. Mediante pesquisa bibliográfica e documental, utilizando o método indutivo-dedutivo, com uma análise qualitativa, pretende-se testar a hipótese de que a legislação e a regulação aplicável ao desenvolvimento de usinas eólicas offshore no Brasil ainda é insatisfatória. Inicialmente, elucida-se o motivo de investir na fonte, para em seguida resgatar-se as premissas históricas da fonte eólica onshore no Brasil e as raízes da fonte offshore na Europa. São analisadas as normas existentes voltadas à cessão de áreas marítimas e os projetos de lei sobre o tema. Há  aprofundamento no papel do hidrogênio de baixo carbono como catalisador da fonte, bem como na potencialidade de melhoria da infraestrutura relacionada às usinas eólicas offshore, nomeadamente a indústria portuária, descortinando que o desenvolvimento da geração em ambiente marítimo traz benefícios e sinergias adicionais à produção energética em si. Ao final, examinam-se as políticas adotadas por EUA e Colômbia no desenvolvimento das usinas eólicas offshore, propondo-se que o Brasil adote, ao menos, um quadro jurídico-regulatório claro e com segurança jurídica para atração dos investidores, porém revelando que o êxito na criação de um mercado offshore nacional pressupõe, ainda, envolvimento político e instituição de políticas públicas de fomento.

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  • BRUNO JORGE RIJO LAMENHA LINS
  • O MINISTÉRIO PÚBLICO DE 1988: construção, trajetória e mudanças institucionais na fronteira entre o jurídico e o político

  • Orientador : JOAO PAULO FERNANDES DE SOUZA ALLAIN TEIXEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • JOAO PAULO FERNANDES DE SOUZA ALLAIN TEIXEIRA
  • MARIA TEREZA AINA SADEK
  • Data: 31/05/2023

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  • Este trabalho procura estabelecer uma reflexão sobre a trajetória institucional do Ministério Público de 1988 (MP), orientada pela seguinte pergunta de pesquisa: quais os elementos, eventos e sequências temporais relevantes para explicar a configuração normativa, a visibilidade social e a ampla capacidade de intervenção nas questões de relevo público que hoje caracterizam o Ministério Público brasileiro? Ciente do fato da pluralidade institucional decorrente do modelo federativo brasileiro, propõe-se que há possibilidades e até vantagens analíticas em se promover a discussão aqui pretendida tomando o Ministério Público como uma organização nacional, na medida em que há um marco normativo e uma agenda corporativa compartilhados, além de evidências de um isomorfismo institucional entre os diferentes órgãos ministeriais existentes no País. Para fazer frente a esse empreendimento de pesquisa, nomeadamente em razão da abrangência da discussão a ser desenvolvida, utilizar-se-á o institucionalismo histórico (IH) como marco teórico principal. Essa escolha se justifica em razão da vocação dessa abordagem analítica para a reflexão sobre a capacidade de agência de atores estatais — com a mobilização do fenômeno do pluralismo estatal identificado por Arantes (2015) como uma característica típica do sistema de justiça brasileiro —, e para a construção de explicações causais sobre processos históricos-temporais com base em evidências qualitativas. Nessa perspectiva, a estratégia de pesquisa se propõe à investigação de três momentos-chave para a trajetória do Ministério Público tomado como organização nacional, com o fito de identificar suas implicações no desempenho institucional do órgão: i) o processo de construção institucional que tornou possível o desenho institucional legado pelo Constituinte de 1987/1988; ii) a principal mudança institucional formal no desenho constitucional do órgão, com a criação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), instância de controle externo da atividade ministerial, estabelecida pela EC 45/2004; iii) um processo de mudança institucional gradual amplamente proposto pela literatura especializada, no qual o MP brasileiro teria deixado de priorizar a defesa de direitos difusos, coletivos e
    institucionais homogêneos em benefício da atuação no âmbito da repressão penal anticorrupção. A metodologia adotada na tese é a de mapeamento de processos (process tracing), tendo como fonte principal um levantamento documental que contempla a consulta de debates legislativos e internos aos órgãos ministeriais, atos normativos relacionados à atuação do MP e do CNMP, além da memória advinda de registros de diferentes espécies e que tenham pertinência com o tema da pesquisa, tais como entrevistas, discursos de posse e documentos produzidos por associações de classe. Além disso, buscou-se empreender uma revisão da literatura específica sobre o MP de 1988, sem pretensão exaustiva e independentemente da adoção da análise institucional como lente de estudo, com o objetivo de estabelecer um certo estado da arte das pesquisas sobre a organização. A hipótese geral da tese é a de que a trajetória do Ministério Público de 1988 e as principais mudanças institucionais ocorridas após a Constituição Federal de 1988 permitem identificar a organização como uma espécie de caixa de ressonância de algumas das principais tensões e ambiguidades decorrentes da solução
    conciliatória que caracterizou a transição democrática e o processo constituinte de 1987-1988. Essa seria uma das razões principais para um certo mimetismo que tem caracterizado os discursos, a identidade e o desempenho institucional do MP brasileiro nas décadas posteriores à promulgação da Constituição de 1988.


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  • Este trabalho procura estabelecer uma reflexão sobre a trajetória institucional do Ministério Público de 1988 (MP), orientada por duas perguntas de pesquisa: i) qual o local ocupado por uma organização como o Ministério Público no projeto democrático estabelecido pela Constituição de 1988 (CRFB/88) para a Nova República? ii) o desenho institucional estabelecido na CFRB/88 foi capaz de perseguir adequadamente os objetivos para os quais o MP foi instituído? Ciente do fato da pluralidade institucional decorrente do modelo federativo brasileiro, propõe-se que há possibilidades e até vantagens analíticas em se promover a discussão aqui pretendida tomando o Ministério Público como uma organização nacional, na medida em que há um marco normativo e uma agenda corporativa compartilhados, além de evidências de um isomorfismo institucional entre os diferentes órgãos ministeriais existentes no País. Para fazer frente a esse empreendimento de pesquisa, nomeadamente em razão da abrangência da discussão a ser desenvolvida, utilizar-se-á o institucionalismo histórico (IH) como marco teórico principal. Essa escolha se justifica em razão da vocação dessa abordagem analítica para a reflexão sobre a capacidade de agência de atores estatais — com a mobilização do fenômeno do pluralismo estatal identificado por Arantes (2015) como uma característica típica do sistema de justiça brasileiro —, e para a construção de explicações causais sobre processos históricos-temporais com base em evidências qualitativas. Nessa perspectiva, a estratégia de pesquisa se propõe à investigação de três momentos-chave para a trajetória do Ministério Público tomado como organização nacional, com o fito de identificar suas implicações no desempenho institucional do órgão: i) o processo de construção institucional que tornou possível o desenho institucional legado pelo Constituinte de 1987/1988; ii) a principal mudança institucional formal no desenho constitucional do órgão, com a criação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), instância de controle externo da atividade ministerial, estabelecida pela EC 45/2004; iii) um processo de mudança institucional gradual amplamente proposto pela literatura especializada, no qual o MP brasileiro teria deixado de priorizar a defesa de direitos difusos, coletivos e institucionais homogêneos em benefício da atuação no âmbito da repressão penal anticorrupção. A metodologia adotada na tese é a de mapeamento de processos (process tracing), tendo como fonte principal um levantamento documental que contempla a consulta de debates legislativos e internos aos órgãos ministeriais, atos normativos relacionados à atuação do MP e do CNMP, além da memória advinda de registros de diferentes espécies e que tenham pertinência com o tema da pesquisa, tais como entrevistas, discursos de posse e documentos produzidos por associações de classe. Além disso, buscou-se empreender uma revisão da literatura específica sobre o MP de 1988, sem pretensão exaustiva e independentemente da adoção da análise institucional como lente de estudo, com o objetivo de estabelecer um certo estado da arte das pesquisas sobre a organização. A hipótese geral da tese é a de que o desenho institucional do MP de 1988, em que pese o estabelecimento de uma série de prerrogativas administrativas e funcionais, contribuiu para o desenvolvimento de uma organização de desempenho potencialmente mimético, cuja identidade, discurso e prioridades de atuação são bastante permeáveis à conjuntura interna e externa.

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  • IGOR BELTRAO CASTRO DE ASSIS
  • UMA ARQUEOLOGIA DO FUTURO: domínio imaginário, proibição da degradação e feminismo ético em Drucilla Cornell

  • Orientador : TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA WALKÍRIA DE FARO COELHO GUEDES CABRAL
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • FLAVIA DANIELLE SANTIAGO LIMA
  • GUSTAVO JUST DA COSTA E SILVA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 31/05/2023

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  • Drucilla Cornell foi uma filósofa, advogada e ativista estadunidense, nascida em 1950, integrante da chamada terceira onda da teoria feminista. Sua noção de domínio imaginário como o espaço moral, legal e ético de que os seres humanos corporificados e sexuados precisam para representar suas diferentes personas tem se mostrado útil para repensar, a partir do feminismo, o que é de valor na privacidade, exigindo que todo o discurso do privado e do público seja inteiramente repensado, particularmente devido à fragilidade das nossas vidas como seres humanos corporificados. Segundo a autora, a privacidade, tanto na filosofia anglo- europeia, como na jurisprudência da Suprema Corte dos Estados Unidos sempre se voltou para a noção do indivíduo como um dado e da pessoa legal como expressão dessa ideia de um sujeito autônomo inextrincavelmente ligado à propriedade privada e a espaços literais de abrigo. Em 1995, em um trabalho intitulado The imaginary domain, a autora argumentou, porém, que precisamos de uma retórica política e ética inteiramente nova para defender adequadamente os direitos cruciais pelos quais as feministas lutaram. O domínio imaginário nos permite ser a fonte do nosso próprio imaginário e das narrativas de como nos corporificamos como seres sexuados que inevitavelmente veem a si mesmos por meio de uma imago inconsciente que pode ser infinitamente representada, repreformada e, finalmente, renarrada no infinito projeto de se tornar uma pessoa. A chave para esse argumento é a ideia de que a pessoa não é um dado, mas um projeto que perseguimos ao longo de nossas vidas. Este projeto exige condições mínimas de individuação que devem ser garantidas por meio das muitas formas do chamado “apoio público”. Neste trabalho, pretendo apresentar o conceito de domínio imaginário como tematizado por Cornell, tendo como um fio condutor de algumas suas formas de expressão e inspiração em termos de atuação política e jurídica as questões da distribuição e da produção de pornografia, nesse intuito, que, como penso, podem inspirar caminhos de atuação nessas esferas também no Brasil dos nossos dias.


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  • Nas últimas décadas, Drucilla Cornell se estabeleceu como uma das principais pensadoras feministas do direito nos Estados Unidos. Ela é também uma das feministas estadunidenses mais bem versadas em termos filosóficos, e de franca orientação teórica na mais recente onda da teoria feminista. Sua noção de domínio imaginário como o espaço moral, legal e ético de que os seres humanos corporificados e sexuados precisam para representar suas diferentes personas tem se mostrado útil para repensar, a partir do feminismo, o que é de valor na privacidade, exigindo que todo o discurso do privado e do público seja inteiramente repensado, particularmente devido à fragilidade das nossas vidas como seres humanos corporificados. Segundo a autora, a privacidade, tanto na filosofia anglo-europeia, como na jurisprudência da Suprema Corte dos Estados Unidos sempre se voltou para a noção do indivíduo como um dado e da pessoa legal como expressão dessa ideia de um sujeito autônomo inextrincavelmente ligado à propriedade privada e a espaços literais de abrigo. Em 1995, em um trabalho intitulado The imaginary domain, a autora argumentou, porém, que precisamos de uma retórica política e ética inteiramente nova para defender adequadamente os direitos cruciais pelos quais as feministas lutaram. O domínio imaginário nos permite ser a fonte do nosso próprio imaginário e das narrativas de como nos corporificamos como seres sexuados que inevitavelmente veem a si mesmos por meio de uma imago inconsciente que pode ser infinitamente representada, re-preformada e, finalmente, renarrada no infinito projeto
    de se tornar uma pessoa. A chave para esse argumento é a ideia de que a pessoa não é um dado, mas um projeto que perseguimos ao longo de nossas vidas. Este projeto exige condições mínimas de individuação que devem ser garantidas por meio das muitas formas do chamado “apoio público”. Neste trabalho, pretendo apresentar o conceito de domínio imaginário como tematizado por Cornell, tendo como um fio condutor de algumas suas formas de expressão e inspiração em termos de atuação política e jurídica as questões da distribuição e da produção de pornografia, nesse intuito, que, como penso, podem inspirar caminhos de atuação nessas esferas também no Brasil dos nossos dias.

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  • CARLOS ANDRÉ MACIEL PINHEIRO PEREIRA
  • A RECONSTRUÇÃO DA COOPERAÇÃO PROCESSUAL NA PERSPECTIVA DO AGIR COMUNICATIVO: DECISÃO JUDICIAL E RACIONALIDADE COMUNICATIVA

  • Orientador : MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RICARDO TINOCO DE GOES
  • ALEXANDRE GUSTAVO MELO FRANCO DE MORAES BAHIA
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 05/06/2023

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  • A teoria de Habermas traz elementos contrafáticos que permitem, a partir da metódica reconstrutiva e da razão comunicativa, desvelar potenciais de transformação e emancipação presentes nas sociedades capitalistas. De outro lado, o Código de Processo Civil traz um possível modelo procedimental, consoante a adoção da cooperação processual como uma norma fundamental que guiará o comportamento dos sujeitos processuais. Neste entrementes, a presente tese almeja empregar o método da reconstrução habermasiano na cooperação processual, usando como matriz a teoria do agir comunicativo e seu desdobramento na teoria de uma decisão jurídica procedimental desenvolvida na obra Facticidade e Validade. Tem como objetivo verificar se, a partir da cooperação processual, o direito processual civil cumpre com os requisitos procedimentais habermasianos para produção de decisões judiciais corretas e consistentes. Também pretende analisar se existem circunstâncias emancipatórias que permitam ganhos na legitimidade das decisões judiciais, tanto para o jurisdicionado quanto para a sociedade civil. Como conclusão, a tese compreende que a cooperação processual possibilita, no campo endoprocessual, um acréscimo de legitimidade, em especial no tocante a formação dos precedentes judiciais e, na esfera exoprocessual, permite que seja feito o accountability do julgado, visando combater as figuras de perversão do direito.


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  • A teoria de Habermas traz elementos contrafáticos que permitem, a partir da metódica reconstrutiva e da razão comunicativa, desvelar potenciais de transformação e emancipação presentes nas sociedades capitalistas. De outro lado, o Código de Processo Civil traz um possível modelo procedimental, consoante a adoção da cooperação processual como uma norma fundamental que guiará o comportamento dos sujeitos processuais. Neste entrementes, a presente tese almeja empregar o método da reconstrução habermasiano na cooperação processual, usando como matriz a teoria do agir comunicativo e seu desdobramento na teoria de uma decisão jurídica procedimental desenvolvida na obra Facticidade e Validade. Tem como objetivo verificar se, a partir da cooperação processual, o direito processual civil cumpre com os requisitos procedimentais habermasianos para produção de decisões judiciais corretas e consistentes. Também pretende analisar se existem circunstâncias emancipatórias que permitam ganhos na legitimidade das decisões judiciais, tanto para o jurisdicionado quanto para a sociedade civil. Como conclusão, a tese compreende que a cooperação processual possibilita, no campo endoprocessual, um acréscimo de legitimidade, em especial no tocante a formação dos precedentes judiciais e, na esfera exoprocessual, permite que seja feito o accountability do julgado, visando combater as figuras de perversão do direito.

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  • ANDRE FELIPE DE LIMA COSTA
  • O GOVERNO LULA E A CRISE DO SINDICALISMO: A BUSCA PELA RECONFIGURAÇÃO DAS LUTAS COLETIVAS E UM NOVO SENTIDO PARA O MOVIMENTO SINDICAL

  • Orientador : MICHEL ZAIDAN FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA BARRETO LIRA
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • JOAO POLICARPO RODRIGUES LIMA
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • Data: 31/07/2023

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  • Este trabalho analisa a influência do governo Lula (2003 – 2010) na crise do sindicalismo brasileiro e, partindo dessa premissa, a necessidade de se buscar uma nova reconfiguração das lutas coletivas e um novo sentido para o movimento sindical. O corte da pesquisa para a realidade sindical brasileira não rejeita a observação também do cenário internacional, alicerçado por um viés histórico. Faz-se um estudo dos acontecimentos que moldaram o sindicalismo, como o choque das correntes e revoluções liberais, socialistas e anarquistas, pela perspectiva da luta de classes surgidas nas provocações marxianas a partir da Revolução Industrial. Nesse sentido, aprofundar-se-á o que representa economicamente um projeto dirigido pela burguesia, as classes dominantes, e outro pela classe trabalhadora: como a economia se torna um instrumento de captura política ao interesse de quem controla o aparelho estatal. Nesse espeque, imprescindível tratar da narrativa democrática em que mergulham os países ocidentais em concepções teóricas pautadas na liberdade e igualdade que, de certa forma, aliena e faz da democracia apenas uma retórica distante da realidade da maioria, por isso a crise da representatividade democrática. Esse Estado Moderno, herdeiro das revoluções liberais e socialistas, encontra-se em um divã, pois tem como desafio vencer a burocratização e se aproximar de fato de um projeto popular. Abordar-se-á a visão do Estado burocratizado, de uma ineficiência e supressão de liberdade que mesmo os teóricos anarquistas e marxistas não conseguem convencer a transformar essa controversa definição em uma ideia positiva. Por isso, o autor questiona a definição liberal de democracia em que apenas se grita, mas nada se modifica, e sim, pela ótica teórica marxista, possibilitar uma nova vertigem para além das diretrizes da sociedade industrial, coordenada por um neointernacionalismo operário, amalgamado pelo encurtamento geográfico pelo beneplácito da tecnologia. Interromper o ciclo laboral como sobrevivência, não alienar, mas conscientizar. Nesse sentido, será fundamental consolidar e fazer prevalecer o pensamento da luta de classes em detrimento da luta de categoria, afastar a consequência direta do capitalismo, o corporativismo, como moeda de troca eficiente para manter o sistema em favor dos donos do capital. Em seguida, atuar na tentativa de refundar os sindicatos sobre uma nova condição de sindicalismo mais concatenado com movimentos libertários e emancipatórios do século XXI ante uma visão do século passado em que o movimento sindical se tornou refém de guetos laborais sem dialogar de fato com as necessidades libertárias mundiais. Mais adiante, investigar-se-á como a precarização das condições de trabalho, agudizada pela captura da estética neoliberal, faz da cultura do empreendedorismo não uma vocação empresarial, mas uma alienação de quem é trabalhador ou trabalhadora e não se reconhece. Cada vez mais o individualismo demarca o pensamento da classe trabalhadora. No entanto, a organização sindical, entendendo o poder da comunicação das redes sociais e adjacentes, pode se transformar numa ferramenta de reaproximação e empatia com o sofrimento coletivo e não um mote de alienação. Por fim, demonstrar-se-á que um país com gargalos históricos estruturais como o Brasil, alicerçado no escravagismo, racismo estrutural e institucional, não encontrará solução com a tomada do poder político por um partido de centro-esquerda, enquanto o pensamento dos trabalhadores ou trabalhadoras latino-americanos, pautados no complexo, afastados da dignidade, confundirão políticas emancipatórias com políticas conciliatórias, afagados pela economia. Serão vulneráveis para projetos fascistas populistas, os quais atuam em políticas contrárias aos seus interesses, mas atuam nos costumes e fortalecem o complexo da classe trabalhadora. O projeto político sucumbirá sem a resistência que somente a teoria marxista seria capaz de sustentar.


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  • Este trabalho analisa a influência do governo Lula (2003 – 2010) na crise do sindicalismo brasileiro e, partindo dessa premissa, a necessidade de se buscar uma nova reconfiguração das lutas coletivas e um novo sentido para o movimento sindical. O corte da pesquisa para a realidade sindical brasileira não rejeita a observação também do cenário internacional, alicerçado por um viés histórico. Faz-se um estudo dos acontecimentos que moldaram o sindicalismo, como o choque das correntes e revoluções liberais, socialistas e anarquistas, pela perspectiva da luta de classes surgidas nas provocações marxianas a partir da Revolução Industrial. Nesse sentido, se aprofundará o que representa economicamente um projeto dirigido pela burguesia, as classes dominantes, e outro pela classe trabalhadora: Como a economia se torna um instrumento de captura política ao interesse de quem controla o aparelho Estatal. Nesse espeque, imprescindível tratar da narrativa democrática em que mergulham os países ocidentais em concepções teóricas pautado na liberdade e igualdade que, de certa forma, aliena e faz da democracia apenas uma retórica distante da realidade da maioria, por isso a crise da representatividade democrática. Esse Estado Moderno, herdeiro das revoluções liberais e socialistas, encontra-se em um divã, pois tem como desafio vencer a burocratização e se aproximar de fato de um projeto popular. Após, trabalhar – se - á como o conceito de ditadura do proletariado aproxima essa visão de Estado burocratizado a uma ineficiência e supressão de liberdade que mesmo os teóricos anarquistas e marxistas não conseguem convencer a transformar essa controversa definição em uma ideia positiva. Por isso o autor vislumbra trabalhar o conceito de democracia proletária, não se baseando na definição liberal de democracia em que apenas se grita, mas nada se modifica, e sim, pela ótica teórica marxista possibilitar uma nova vertigem para além das diretrizes da sociedade industrial, coordenado por um neo internacionalismo operário, amalgamado pelo encurtamento geográfico pelo beneplácito da tecnologia. Interromper o ciclo laboral como sobrevivência, não alienar, mas conscientizar. Nesse sentido, será fundamental consolidar e fazer prevalecer o pensamento da luta de classes em detrimento da luta de categoria, afastar a consequência direta do capitalismo, o corporativismo, como moeda de troca eficiente para manter o sistema em favor dos donos do capital. Em seguida, atuar na tentativa de refundar os sindicatos sobre uma nova condição de sindicalismo mais concatenado com movimentos libertários e emancipatórios decoloniais do século XXI ante uma visão pretérita do século passado em que movimento sindical tornou-se refém de guetos laborais sem dialogar de fato com as necessidades libertárias mundiais. Mais adiante, se investigará como a precarização das condições de trabalho e agudizada pela captura da estética neoliberal, faz da cultura do empreendedorismo, não uma vocação empresarial, mas uma alienação de quem é trabalhador ou trabalhadora e não se reconhecem. Tentará se demonstrar como o paradigma tecnológico aproxima pessoas, mas distancia realidades. Cada vez mais o individualismo demarca o pensamento da classe trabalhadora e como a organização sindical, entendendo o poder da comunicação das redes sociais e adjacentes pode se transformar numa ferramenta de reaproximação e empatia com o sofrimento coletivo e não como mote de alienação. Por fim, se demonstrará de que um país com gargalos históricos estruturais como o Brasil, alicerçado no escravagismo e racismo estrutural, não se resolverá com a tomada do poder político por um partido de centro - esquerda, enquanto o pensamento do trabalhador ou trabalhadora latina– americana, pautada no complexo, afastados da dignidade, confundirão políticas emancipatórias com políticas conciliatórias, afagados pela economia. Serão vulneráveis para projetos fascistas populistas os quais atuam em políticas contrárias aos seus interesses, mas atuam nos costumes e fortalecem o complexo da classe trabalhadora. O projeto político sucumbirá sem a resistência que somente a teoria marxista seria capaz de sustentar.

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  • LORENA BRAGA D'ALMEIDA GUEDES DUARTE
  • Divórcio e partilha de bens em face da sociedade empresarial limitada: frutos, administração e  avaliação do patrimônio partilhável

  • Orientador : LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • INGRID ZANELLA ANDRADE CAMPOS
  • LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • ROBERTO PINHEIRO CAMPOS GOUVEIA FILHO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 28/09/2023

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  • A doutrina brasileira ainda é incipiente quanto à análise dos reflexos da conjugalidade 1 na seara do direito  empresarial e societário, não havendo quem tenha se aprofundado no tema quanto à perspectiva retroalimentar da gestão patrimonial familiar e da gestão patrimonial da sociedade empresarial, sobretudo no ínterim que compreende o término da sociedade conjugal até a efetiva partilha. A dualidade entre o conjunto normativo aplicável ao direito de família e aquele próprio do direito empresarial societário dificulta a verticalização da análise no âmbito pragmático quando se pretende aferir a possibilidade de fraude à meação do cônjuge não sócio. Outrossim, como a legislação nacional também não enfrenta a hipótese temática diretamente, confere imprevisibilidade quanto à solução de cada caso que se apresenta em conflito, sujeitando-o à combinação normativa que vier a ser montada em cada ocasião. Tal dissonância normativa permeia o judiciário com posicionamentos pouco uniformes, abrindo espaço para fraudes à partilha de bens e prolongando os conflitos familiares para além do tempo razoável. Tal fato confere importante ineditismo ao tema ora proposto, que pretende analisar a problemática decorrente da dissonância entre o direito de família e o direito empresarial societário em sede de divórcio e partilha, alinhado ao propósito de identificar o mais adequado conjunto normativo aplicável. O problema de partida consiste em identificar se é possível estabelecer um regime de precedência dos interesses dos divorciandos ou ex-cônjuges, quando da partilha, em face dos interesses da sociedade empresarial pluripessoal limitada, sob a perspectiva da eficácia normativa pertinente aos dois principais ramos do direito envolvidos no cenário apontado. Em face do problema de pesquisa, ainda que não seja possível o levantamento de todas as possíveis implicações ensejadas pela temática, ao menos duas hipóteses possuem especial aptidão para reduzir a insegurança jurídica que paira sobre a questão posta: 1) a primeira hipótese afasta a possibilidade de haver equilíbrio entre os polos, pois elege como premissa proteção constitucional dada às famílias e a natureza cogente da regras de regime de bens, que teria o condão de sobrepor o estatuto patrimonial familiar em face dos interesses da sociedade empresarial; 2) em segunda perspectiva, o equilíbrio também não parece atingível em razão de elevar temas também caros à constituição federal, conduzido a solução dos casos às normas protetivas da livre iniciativa, da empresa e, em consequência, de todas as pessoas cujo sustento dela possam depender. O trabalho se desenvolve utilizando-se do método hipotético-dedutivo, a partir de premissas teóricas levantadas.


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  • A doutrina brasileira ainda é incipiente quanto à análise dos reflexos da conjugalidade1e do divórcio na seara do direito empresarial e societário, não havendo quem tenha enfrentado  o tema na perspectiva retroalimentar da gestão patrimonial familiar e da gestão empresarial ao  tempo do divórcio e/ou da partilha. A dualidade entre o conjunto normativo aplicável ao direito  de família e aquele próprio do direito empresarial societário dificulta a verticalização da análise  no âmbito pragmático. Tal dissonância normativa permeia o judiciário com posicionamentos  pouco uniformes, abrindo espaço para fraudes à partilha de bens e prolongando os conflitos  familiares para além do tempo razoável. Tal fato confere importante ineditismo ao tema ora  proposto, que pretende analisar a problemática decorrente da dissonância entre o direito de  família e o direito empresarial societário em sede de divórcio e partilha, alinhado ao propósito  de identificar o mais adequado conjunto normativo aplicável. O problema de partida consiste  em identificar se é possível estabelecer um ponto de equilíbrio entre os interesses dos  divorciandos ou ex-cônjuges, quando da partilha, em face dos interesses da sociedade  empresarial limitada, sob a perspectiva da eficácia normativa pertinente aos dois principais  ramos do direito envolvidos no cenário apontado. Outrossim, como a legislação nacional  também não enfrenta a hipótese temática diretamente, confere imprevisibilidade quanto à  solução de cada caso que se apresenta em conflito, sujeitando-o à combinação normativa que  vier a ser montada em cada ocasião. Ainda que não seja possível o levantamento de todas as  possíveis implicações que o tema enseja, ao menos três hipóteses possuem especial aptidão para  reduzir a insegurança jurídica que paira sobre o problema delineado: 1) a primeira hipótese  afasta a possibilidade de haver equilíbrio entre os polos, pois elege como premissa a hierarquia do direito de família em face do direito empresarial, apoiada precipuamente na proteção  constitucional da família; 2) em segunda perspectiva, o equilíbrio também não parece atingível  em razão de elevar temas também caros à constituição federal, que poderiam conduzir a solução  dos casos às normas protetivas da livre iniciativa, da empresa e, em consequência, de todas as  pessoas cujo sustento dela possam depender; 3) já a terceira hipótese trabalha com margem de  flexibilidade normativa em busca de estabelecer o equilíbrio entre os interesses da família, da  sociedade empresarial e dos sócios, combinando as normas mediante critérios taxativamente  dispostos a fim de promover, em simultâneo, soluções mais anatômicas sem abrir mão da  previsibilidade tão cara à segurança jurídica. O trabalho se desenvolve utilizando-se do método  hipotético-dedutivo, a partir de premissas teóricas levantadas.  


15
  • RENATA PERCILIO RODRIGUES
  • A NATUREZA SUPERFICIÁRIA DO DIREITO DE LAJE E O PAPEL DA AUTONOMIA DA VONTADE NA HARMONIZAÇÃO DOS MODELOS LEGISLATIVOS

  • Orientador : ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CATARINA ALMEIDA DE OLIVEIRA
  • DANTE PONTE DE BRITO
  • RAFAEL VEIRA DE AZEVEDO
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • SILVIO ROMERO BELTRAO
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 29/09/2023

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  • O direito de laje entrou no ordenamento jurídico brasileiro através da Medida
    Provisória no 759, posteriormente convertida na Lei no 13.465/17. Inserido no
    rol dos direitos reais do Código Civil, acendeu os debates doutrinários por
    apresentar diversos pontos de contato com o direito de superfície, o que levou
    ao questionamento acerca dos contornos típicos de cada direito e da existência
    de uma dupla tipificação. O direito de se ceder o espaço aéreo e o subsolo afim
    de que se erija uma nova unidade imobiliária levou à percepção de
    esvaziamento do direito de superfície e para alguma doutrina, da natureza
    superficiária do direito novo. O direito de laje surge como um instrumento de
    planificação urbana destinado à dinamização da propriedade que viabiliza um
    maior índice de verticalização, sendo inclusive uma grande demanda em torno
    deste instituto a regularização das situações fáticas já existentes nos grandes
    centros urbanos cujas unidades habitacionais são objeto de transações
    realizadas sem segurança jurídica. Uma vez consagrado o direito de laje como
    direito real, na prática, o negócio jurídico de cessão do espaço aéreo esbarra
    no problema do compartilhamento do suporte fático entre o direito de laje e o
    direito de superfície. Estabelecido o conflito normativo, importa saber o grau de
    autonomia das partes negociais na escolha do regramento aplicável ao
    instrumento de cessão, e, ainda, sendo incidentes ambos os regramentos, qual
    a real possibilidade de combinação ou harmonização dos modelos legislativos
    no que diz respeito às disposições negociais.


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  • O direito de laje entrou no ordenamento jurídico brasileiro através da Medida Provisória no 759, posteriormente convertida na Lei no 13.465/17. Inserido no rol dos direitos reais do Código Civil, acendeu os debates doutrinários por apresentar diversos pontos de contato com o direito de superfície, o que levou ao questionamento acerca dos contornos típicos de cada direito e da existência de uma dupla tipificação. O direito de se ceder o espaço aéreo e o subsolo afim de que se erija uma nova unidade imobiliária levou à percepção de esvaziamento do direito de superfície e para alguma doutrina, da natureza superficiária do direito novo. O direito de laje surge como um instrumento de planificação urbana destinado à dinamização da propriedade que viabiliza um maior índice de verticalização, sendo inclusive uma grande demanda em torno deste instituto a regularização das situações fáticas já existentes nos grandes centros urbanos cujas unidades habitacionais são objeto de transações realizadas sem segurança jurídica. Uma vez consagrado o direito de laje como direito real, na prática, o negócio jurídico de cessão do espaço aéreo esbarra no problema do compartilhamento do suporte fático entre o direito de laje e o direito de superfície. Estabelecido o conflito normativo, importa saber o grau de autonomia das partes negociais na escolha do regramento aplicável ao instrumento de cessão, e, ainda, sendo incidentes ambos os regramentos, qual a real possibilidade de combinação ou harmonização dos modelos legislativos no que diz respeito às disposições negociais.

16
  • JOAO OTAVIO TERCEIRO NETO BERNARDO DE ALBUQUERQUE
  • A BOA-FÉ NO PROCESSO CIVIL: HISTÓRIA, TEORIA E DOGMÁTICA

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FREDIE SOUZA DIDIER JUNIOR
  • DANIEL FRANCISCO MITIDIERO
  • FRANCISCO ANTONIO DE BARROS E SILVA NETO
  • JOSE ROGERIO CRUZ E TUCCI
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • LUCAS BURIL DE MACEDO BARROS
  • Data: 16/11/2023

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  • A tese estuda a boa-fé objetiva no processo civil e busca delimitar o seu conteúdo, a sua natureza jurídica e os seus efeitos diretos e indiretos sobre o sistema processual civil brasileiro. Nos três primeiros capítulos, analisa-se toda a evolução histórica da boa-fé processual na tradição romano-germânica, desde a sua origem, no direito romano arcaico, até os desenvolvimentos ocorridos no direito alemão contemporâneo, bem como a recepção da boa-fé objetiva (Treu und Glauben) pelo direito processual civil brasileiro, na virada do século XXI. O quarto capítulo estuda as teorias das cláusulas gerais e dos princípios, a fim de identificar o papel de cada uma delas na concretização da boa-fé, estabelecendo conceitos fundamentais para a sua compreensão. Com base nos pressupostos históricos e teóricos fixados antes, o quinto capítulo constitui um estudo sistemático sobre a boa-fé objetiva como norma fundamental do processo civil brasileiro.


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  • A tese estuda a boa-fé processual objetiva, que constitui norma fundamental do processo civil brasileiro (art. 5º do CPC/2015). Apesar do largo uso da norma pela jurisprudência nacional, desde os últimos anos de vigência do CPC/1973, o estudo do tema pela doutrina ainda é insatisfatório - ao contrário do que ocorre no direito civil, por meio do qual, aliás, as construções germânicas assentadas na boa-fé (Treu und Glauben) chegaram ao Brasil. A falta de um tratamento teórico e dogmático adequado tem gerado incompreensões e incongruências na aplicação da boa-fé objetiva. Neste trabalho, objetiva-se, primeiro, investigar a história da boa-fé no processo civil, desde o direito romano, a fim de melhor compreender a norma em sua configuração atual. Após examinar os elementos jusculturais que contribuíram para a formação da boa-fé contemporânea, a tese busca demonstrar as inconsistências teóricas da tradicional doutrina das cláusulas gerais, em favor da teoria dos princípios, que constitui o referencial teórico adequado para decidir com base na boa-fé. Por fim, de posse desses elementos históricos e teóricos, procede-se ao estudo dogmático da boa-fé objetiva no direito processual civil brasileiro.

17
  • DENARCY SOUZA E SILVA JÚNIOR
  • INTEGRIDADE E COERÊNCIA COMO NORMAS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL CIVIL

  • Orientador : FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BECLAUTE OLIVEIRA SILVA
  • FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • LUCAS BURIL DE MACEDO BARROS
  • MARCIO OLIVEIRA ROCHA
  • Data: 29/11/2023

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  • Buscou-se no presente trabalho a construção de conceitos interpretativos para as normas
    fundamentais da integridade e da coerência, a refletir seus conteúdos normativos e os deveres
    deles decorrentes. O trabalho não cuida especificamente de precedentes judiciais, embora deles
    trate, sempre na intenção de uma relação entre essa compreensão de padrões decisórios com
    uma teoria da constituição e da legislação que leve o direito a sério. Compreender a integridade
    e a coerência como normas fundamentais do direito processual civil é não as limitar a um
    qualquer sistema de precedentes judiciais, ao contrário, é enxergá-las para além da ideia de
    padrões decisórios vinculantes e para a isso o enfretamento da teoria jurídica de Ronald
    Dworkin tem destacada relevância, sobretudo em razão da necessidade de uma leitura moral
    das normas fundamentais e, em especial, do devido processo legal. A teoria do direito como
    integridade pode ser utilizada como referencial teórico na construção dos conceitos da
    integridade e da coerência, pois fornece bons argumentos para distingui-las nas dimensões e
    nas etapas interpretativas. A referida teoria tem um lugar essencial na identificação de aguilhões
    semânticos na interpretação. O enfretamento das suas premissas se faz necessário para
    demonstrar a adequabilidade da teoria do jusfilósofo norte-americano ao direito brasileiro e,
    principalmente, para que se perceba que as convicções do tomador de decisão, aquelas que dão
    lastro à teoria jurídica que foi utilizada no ato decisório, tem que ser desvelada e considerada
    na interpretação. Sem essa consideração e desvelamento não há o que se falar em
    controlabilidade ou resposta correta, sendo certo que esta não se mostra inalcançável por
    existirem conceitos jurídicos indeterminados ou cláusulas gerais. Divergências autênticas, ou
    não, sempre existirão, erros devem ser considerados e sopesados, daí a importância da teoria
    do erro na construção de conceitos contestados. Assim, a construção dos conceitos
    interpretativos das normas fundamentais da integridade e da coerência e sua compreensão para
    além de um sistema de precedentes judiciais tem potencial para solucionar problemas
    interpretativos e ajudar no controle da discricionariedade judicial, afastando um subjetivismo
    inerente a um paradigma já ultrapassado, que não leva o direito a sério, tampouco dá a devida
    importância à democracia em parceria (autogoverno e responsabilidade pessoal), descuidando
    das condições democráticas para a tomada de decisão jurídica, ou seja, o dever do tomador de
    decisão de tratar a todos com igual consideração e respeito.


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  • Buscou-se no presente trabalho a construção de conceitos interpretativos para as normas
    fundamentais da integridade e da coerência, a refletir seus conteúdos normativos e os deveres
    deles decorrentes. O trabalho não cuida especificamente de precedentes judiais, embora deles
    trate, sempre na intenção de uma relação entre essa compreensão de padrões decisórios com
    uma teoria da constituição e da legislação que leve o direito a sério. Compreender a integridade
    e a coerência como normas fundamentais do direito processual civil é não as limitar a um
    qualquer sistema de precedentes judiciais, ao contrário, é enxergá-las para além da ideia de
    padrões decisórios vinculantes e para a isso o enfretamento da teoria jurídica de Ronald
    Dworkin tem destacada relevância, sobretudo em razão da necessidade de uma leitura moral
    das normas fundamentais. A teoria do direito como integridade pode ser utilizada como
    referencial teórico na construção dos conceitos da integridade e da coerência, distinguindo-as,
    pois ela tem um lugar essencial na identificação de aguilhões semânticos na interpretação
    normativa. O enfretamento dos postulados do Juiz Hércules, do Romance em Cadeia e,
    finalmente, da Única Resposta Correta, se mostra necessário com a finalidade não apenas de
    afastar as compreensões distorcidas sobre eles, mas, principalmente, para que se perceba que
    as convicções do tomador de decisão, aquelas mesmas que dão lastro à teoria jurídica que foi
    utilizada no ato decisório, tem que ser desvelada e considerada na interpretação. Sem essa
    consideração e desvelamento não há o que se falar em controlabilidade ou resposta correta,
    sendo certo que esta não se mostra impossível por existirem conceitos jurídicos indeterminados
    ou cláusulas gerais. Divergências autênticas, ou não, sempre existirão, erros devem ser
    considerados e sopesados, daí a importância da teoria do erro na construção de conceitos
    contestados. Assim, a construção dos conceitos das normas fundamentais da integridade e da
    coerência e sua compreensão para além de um sistema de precedentes judiciais tem potencial
    para solucionar problemas interpretativos e ajudar no controle da discricionariedade judicial,
    afastando um subjetivismo inerente a um paradigma já ultrapassado, que não leva o direito a
    sério, tampouco reconhece a existência do dever de tratar a todos com igual consideração e
    respeito.

2022
Dissertações
1
  • CARLOS HENRIQUE FÉLIX DANTAS
  • A FILIAÇÃO PROGRAMADA: a proteção genética da deficiência como diversidade biológica humana e os limites à autonomia do planejamento familiar em projetos parentais assistidos.

  • Orientador : FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VITOR DE AZEVEDO ALMEIDA JUNIOR
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • HUMBERTO JOAO CARNEIRO FILHO
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • Data: 28/01/2022

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  • Este estudo tem o propósito de investigar como a tutela da diversidade no patrimônio genético humano, ao considerar o gene da deficiência como parte da herança genética da humanidade, pode funcionar como um limitador da autonomia no planejamento familiar em projetos parentais assistidos. Dessa maneira, parte-se discursivamente da interpretação que se ocupa em distinguir o que seria deficiência e enfermidade/doença, pois o argumento que repousa para a manipulação genética é que o embrião gerado em laboratório seja detentor de “doença”. Por isso, é necessário separar o que seria doença, doenças incompatíveis com a vida e deficiência. Isso porque, diante das constantes inovações tecnológicas na busca de desenvolvimento humano, o progresso da ciência permite não apenas o início de desenvolvimento embrionário extracorpóreo, por meio das conhecidas técnicas de reprodução humana assistida, como também oportuniza selecionar e intervir na corporeidade genética em sua dimensão molecular, atingindo, por exemplo, células somáticas e germinativas. Afinal, a partir do ano de 2012, pôdese descobrir o potencial disruptivo do sistema imune bacteriano CRISPR que, quando associado à proteína Cas9, possibilita editar o genoma de qualquer ser vivo, seja ele animal ou vegetal, com precisão e pouca onerosidade se comparado com as tecnologias anteriormente disponíveis. Por isso, aliado à técnica do diagnóstico genético pré-implantacional, torna-se possível identificar a característica genômica indesejável e, por conseguinte, editar o DNA para inserir ou excluir determinada característica genética, fundamentando a discussão dialógica dos direitos de quarta geração. Ademais, utiliza-se como marco teórico a crítica habermasiana sobre a eugenia liberal, em que as sociedades marcadas pelo liberalismo possuem a tendência, a partir da lógica do mercado de bens reprodutivos, a não saber diferenciar o “certo do errado” a partir de circunstâncias que levem em consideração a eugenia positiva, de finalidade artesã, da negativa, com o propósito terapêutico. A partir disso, parte-se da seguinte problemática: a tutela genética da deficiência, como traço de expressão da diversidade no patrimônio genético humano, frente ao diagnóstico genético pré-implantacional e o CRISPR-Cas9, pode funcionar como um limitador ao exercício da autonomia no planejamento familiar? Do ponto de vista jurídico, na doutrina civilista, constatou-se a imprecisão teórica regulamentar na proteção do embrião gerado em laboratório, havendo mecanismos insatisfatórios na proteção dos direitos que derivam das tecnologias reprodutivas e de edição genética. Além disso, observou-se, no favorecimento da liberdade no processo de procriação, que a autonomia nos projetos parentais assistidos não é plena, havendo mecanismos que limitam o exercício reprodutivo, sendo necessário distinguir o direito de acesso às tecnologias reprodutivas e a proteção do patrimônio genético humano. Para tanto, tratou-se de pesquisa teórica exploratória, cujo método de raciocínio empregado foi o analítico-dedutivo, a partir do uso das técnicas da documentação indireta, por meio de pesquisa bibliográfica e documental. No tocante a interpretação do direito civil, utilizou-se como base a metodologia do direito civil constitucional.


  • Mostrar Abstract
  • Este estudo tem o propósito de investigar como a tutela da diversidade no patrimônio genético humano, ao considerar o gene da deficiência como parte da herança genética da humanidade, pode funcionar como um limitador da autonomia no planejamento familiar em projetos parentais assistidos. Dessa maneira, parte-se discursivamente da interpretação que se ocupa em distinguir o que seria deficiência e enfermidade/doença, pois o argumento que repousa para a manipulação genética é que o embrião gerado em laboratório seja detentor de “doença”. Por isso, é necessário separar o que seria doença, doenças incompatíveis com a vida e deficiência. Isso porque, diante das constantes inovações tecnológicas na busca de desenvolvimento humano, o progresso da ciência permite não apenas o início de desenvolvimento embrionário extracorpóreo, por meio das conhecidas técnicas de reprodução humana assistida, como também oportuniza selecionar e intervir na corporeidade genética em sua dimensão molecular, atingindo, por exemplo, células somáticas e germinativas. Afinal, a partir do ano de 2012, pôdese descobrir o potencial disruptivo do sistema imune bacteriano CRISPR que, quando associado à proteína Cas9, possibilita editar o genoma de qualquer ser vivo, seja ele animal ou vegetal, com precisão e pouca onerosidade se comparado com as tecnologias anteriormente disponíveis. Por isso, aliado à técnica do diagnóstico genético pré-implantacional, torna-se possível identificar a característica genômica indesejável e, por conseguinte, editar o DNA para inserir ou excluir determinada característica genética, fundamentando a discussão dialógica dos direitos de quarta geração. Ademais, utiliza-se como marco teórico a crítica habermasiana sobre a eugenia liberal, em que as sociedades marcadas pelo liberalismo possuem a tendência, a partir da lógica do mercado de bens reprodutivos, a não saber diferenciar o “certo do errado” a partir de circunstâncias que levem em consideração a eugenia positiva, de finalidade artesã, da negativa, com o propósito terapêutico. A partir disso, parte-se da seguinte problemática: a tutela genética da deficiência, como traço de expressão da diversidade no patrimônio genético humano, frente ao diagnóstico genético pré-implantacional e o CRISPR-Cas9, pode funcionar como um limitador ao exercício da autonomia no planejamento familiar? Do ponto de vista jurídico, na doutrina civilista, constatou-se a imprecisão teórica regulamentar na proteção do embrião gerado em laboratório, havendo mecanismos insatisfatórios na proteção dos direitos que derivam das tecnologias reprodutivas e de edição genética. Além disso, observou-se, no favorecimento da liberdade no processo de procriação, que a autonomia nos projetos parentais assistidos não é plena, havendo mecanismos que limitam o exercício reprodutivo, sendo necessário distinguir o direito de acesso às tecnologias reprodutivas e a proteção do patrimônio genético humano. Para tanto, tratou-se de pesquisa teórica exploratória, cujo método de raciocínio empregado foi o analítico-dedutivo, a partir do uso das técnicas da documentação indireta, por meio de pesquisa bibliográfica e documental. No tocante a interpretação do direito civil, utilizou-se como base a metodologia do direito civil constitucional.

2
  • CAMILA DA CUNHA MELO DE FARIAS BORBA
  • A EXPANSÃO MUNDIAL DO DIREITO DO TRABALHO NO CONTEXTO DO CONSTITUCIONALISMO GLOBAL: um estudo em prol da ampliação dos canones protetivos para os trabalhadores migrantes

  • Orientador : HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • ISABELE BANDEIRA DE MORAES D ANGELO
  • Data: 05/04/2022

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  • Esta dissertação tem como objeto inicial a condição de extrema vulnerabilidade dos  trabalhadores migrantes e refugiados, sendo, inclusive, alvos de redes de trabalho escravo. Isso  decorre de um contexto generalizado de crise no mundo do trabalho, que vem sofrendo com as  políticas austeras do neoliberalismo, que levam a situações de precariedade, informalidade e  exploração, além de um desmonte estrutural dos direitos sociais. Assim, a partir de teorias  como o novo internacionalismo operário e com base nos novos movimentos sociais  emancipatórios e contra-hegemônicos, fundamentada na Teoria Social Crítica e fazendo uso  do método hipotético-dedutivo, a pesquisa objetiva ampliar os cânones protetivos do Direito  do Trabalho em âmbito global, expandido os princípios trabalhistas para englobar a proteção  social e, no processo, vislumbrar o Direito do Trabalho como um direito humano fundamental.  Desse modo, o estudo pretende demonstrar que a atual concepção de Estado-nação não é mais  capaz de solucionar os reclames sociais em escala global, sendo necessária sua reformulação.  Como forma de solução de tais problemáticas de caráter mundial, propõe-se a teoria do  constitucionalismo global a fim de se atingir uma eficaz ampliação dos cânones protetivos para  todos os trabalhadores do planeta. 



  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação tem como objeto inicial a condição de extrema vulnerabilidade dos  trabalhadores migrantes e refugiados, sendo, inclusive, alvos de redes de trabalho escravo. Isso  decorre de um contexto generalizado de crise no mundo do trabalho, que vem sofrendo com as  políticas austeras do neoliberalismo, que levam a situações de precariedade, informalidade e  exploração, além de um desmonte estrutural dos direitos sociais. Assim, a partir de teorias  como o novo internacionalismo operário e com base nos novos movimentos sociais  emancipatórios e contra-hegemônicos, fundamentada na Teoria Social Crítica e fazendo uso  do método hipotético-dedutivo, a pesquisa objetiva ampliar os cânones protetivos do Direito  do Trabalho em âmbito global, expandido os princípios trabalhistas para englobar a proteção  social e, no processo, vislumbrar o Direito do Trabalho como um direito humano fundamental.  Desse modo, o estudo pretende demonstrar que a atual concepção de Estado-nação não é mais  capaz de solucionar os reclames sociais em escala global, sendo necessária sua reformulação.  Como forma de solução de tais problemáticas de caráter mundial, propõe-se a teoria do  constitucionalismo global a fim de se atingir uma eficaz ampliação dos cânones protetivos para  todos os trabalhadores do planeta. 


3
  • MARIA ODETE FREIRE DE ARAÚJO
  • TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO NO BRASIL: UM ESTUDO DE CASO SOB O ENFOQUE DA TEORIA CRÍTICA.

  • Orientador : HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • TIAGO MUNIZ CAVALCANTI
  • Data: 20/05/2022

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  • O presente estudo tem como tema Trabalho escravo contemporâneo no Brasil: um estudo de caso sob o enfoque da teoria crítica. A sua pretensão é analisar a condição de trabalho de pessoas que migraram de Pernambuco ao Mato Grosso para serem empregados em uma planta produtiva agropecuária a fim de reconhecer, na casuística, a incidência ou não do trabalho análogo ao de escravo. Para tanto, foi utilizado o método quantitativo-qualitativo, tomando como base o estudo de caso de ações judiciais individualmente ajuizadas nas Varas de Trabalho de Recife. Nos processos, a narrativa é de promessas descumpridas e condições aviltantes de trabalho. A partir do estudo detalhado das condições indicadas nas ações judiciais, das provas realizadas, das decisões monocráticas e turmárias sobre os pedidos apresentados ao Poder Judiciário, e em cotejo às hipóteses descritas na legislação sobre a ocorrência do trabalho análogo à escravidão, será analisada e constatada a incidência da exploração da mão de obra trabalhadora além do limite da dignidade estabelecida nas normas e princípios que regulamentam a matéria. A pesquisa tem como marco teórico pesquisadores críticos às teorias jurídicas clássicas, com a finalidade de repensar a estrutura normativa e social que fundamenta a exploração do trabalhador além do limite de sua dignidade. Por fim, a conclusão busca respostas do ocorrido a partir da Teoria Social Crítica e apresenta contribuição para que o direito ao trabalho digno possa ser defendido e respeitado, além de plenamente aplicado.

     


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  • O presente estudo tem como tema Trabalho escravo contemporâneo no Brasil: um estudo de caso sob o enfoque da teoria crítica. A sua pretensão é analisar a condição de trabalho de pessoas que migraram de Pernambuco ao Mato Grosso para ser empregados em uma planta produtiva agropecuária a fim de reconhecer, na casuística, a incidência ou não do trabalho análogo ao de escravo. Para tanto, foi utilizado o método quantitativo-qualitativo, tomando como base o estudo de caso de ações judiciais individualmente ajuizadas nas Varas de Trabalho de Recife. Nos processos, a narrativa é de promessas descumpridas e condições aviltantes de trabalho. A partir do estudo detalhado das condições indicadas nas ações judiciais, das provas realizadas, das decisões monocráticas e turmárias sobre os pedidos apresentados ao Poder Judiciário, e em cotejo às hipóteses descritas na legislação sobre a corrência do trabalho análogo à escravidão, será analisada e constatada a incidência da xploração da mão de obra trabalhadora além do limite da dignidade estabelecida nas normas  princípios que regulamentam a matéria. A pesquisa tem como marco teórico pesquisadores críticos às teorias jurídicas clássicas, com a finalidade de repensar a estrutura normativa e social que fundamentada a exploração do trabalhador além do limite de sua dignidade. Por fim, a conclusão busca respostas do ocorrido a partir da Teoria Social Crítica e apresenta contribuição para que o direito ao trabalho digno possa ser defendido e respeitado, além de plenamente aplicado.

4
  • RAFAEL BELTRÃO URTIGA
  • ONLINE COURTS: INTEGRAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO GERENCIAMENTO DAS ATIVIDADES DO PODER JUDICIÁRIO

  • Orientador : CARINA BARBOSA GOUVEA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE REIS SIQUEIRA FREIRE
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 20/05/2022

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  • A pesquisa apresenta a concepção teórica do fenômeno de Online Courts no contexto brasileiro. Em razão disso, estabeleceu-se como hipótese central a integração das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) no gerenciamento das atividades do Poder Judiciário. Sua estruturação ocorreu mediante a diferenciação de processo, procedimento e prática eletrônica dos atos processuais, com direcionamento a questões de fundamentalidade. A delimitação do problema teve como percepção dois signos: deliberação e participação. O caminho percorrido para a sua concretude baseou-se na apresentação das principais características do fenômeno que dá sustentação à hipótese central do trabalho, mediante a utilização de métodos distintos, de forma hipotético-dedutiva, mediante pesquisa bibliográfica, de natureza exploratória, com ênfase na fenomenologia e abordagem de referências nacionais e comparadas sobre o tema. Dentre os objetivos estabelecidos, refletiu-se sobre a possibilidade de virtualização dos atos processuais de forma integrada, aprofundando sua materialização para além de questões teóricas de denominações, em diferentes contextos jurídicos, mediante perspectiva de Direito Comparado, de manifestações práticas, tidas como exemplos matriciais do fenômeno, debruçando-se sobre casos da Holanda, Austrália, Reino Unido e Brasil. Analisaram-se também problematizações de exclusão digital, transparência algorítmica, hiperoralidade, data driven e open data, indicando contornos para diligenciamento que podem comprometer negativamente a integração de novas tecnologias digitais no gerenciamento das atividades do Poder Judiciário. O propósito do estudo foi estimular um posicionamento reflexivo crítico para todos que se interessam pela temática, valendo-se da concepção do devido processo legal para acoplar a dinâmica do tecnológico em um processo de know-how, apresentando-se, ao final, uma oxigenação a partir proposições construtivistas de alfabetização tecnológica dos sujeitos processuais em sentido amplo. Como resultado, obteve-se que o estímulo ao acesso à justiça de forma digital, para além do fomento à inovação tecnológica, pautado em premissas de eficiência, celeridade, economicidade, produtividade e transparência deve indissociavelmente perscrutar a afetação às questões de deliberação e participação, intrinsecamente ligadas à fundamentalidade do processo, sendo este o caminho adequado para o emprego das TDIC no Poder Judiciário.


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  • A pesquisa apresenta a concepção teórica do fenômeno de Online Courts no contexto brasileiro. Em razão disso, estabeleceu-se como hipótese central a integração das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) no gerenciamento das atividades do Poder Judiciário. Sua estruturação ocorreu mediante a diferenciação de processo, procedimento e prática eletrônica dos atos processuais, com direcionamento a questões de fundamentalidade. A delimitação do problema teve como percepção dois signos: deliberação e participação. O caminho percorrido para a sua concretude baseou-se na apresentação das principais características do fenômeno que dá sustentação à hipótese central do trabalho, mediante a utilização de métodos distintos, de forma hipotético-dedutiva, mediante pesquisa bibliográfica, de natureza exploratória, com ênfase na fenomenologia e abordagem de referências nacionais e comparadas sobre o tema. Dentre os objetivos estabelecidos, refletiu-se sobre a possibilidade de virtualização dos atos processuais de forma integrada, aprofundando sua materialização para além de questões teóricas de denominações, em diferentes contextos jurídicos, mediante perspectiva de Direito Comparado, de manifestações práticas, tidas como exemplos matriciais do fenômeno, debruçando-se sobre casos da Holanda, Austrália, Reino Unido e Brasil. Analisaram-se também problematizações de exclusão digital, transparência algorítmica, hiperoralidade, data driven e open data, indicando contornos para diligenciamento que podem comprometer negativamente a integração de novas tecnologias digitais no gerenciamento das atividades do Poder Judiciário. O propósito do estudo foi estimular um posicionamento reflexivo crítico para todos que se interessam pela temática, valendo-se da concepção do devido processo legal para acoplar a dinâmica do tecnológico em um processo de know-how, apresentando-se, ao final, uma oxigenação a partir proposições construtivistas de alfabetização tecnológica dos sujeitos processuais em sentido amplo. Como resultado, obteve-se que o estímulo ao acesso à justiça de forma digital, para além do fomento à inovação tecnológica, pautado em premissas de eficiência, celeridade, economicidade, produtividade e transparência deve indissociavelmente perscrutar a afetação às questões de deliberação e participação, intrinsecamente ligadas à fundamentalidade do processo, sendo este o caminho adequado para o emprego das TDIC no Poder Judiciário.

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  • ANA CAROLINA CARDOSO LÔBO RIBEIRO
  • O TETO DE GASTOS COMO BLOQUEIO À CONSTITUIÇÃO CIDADÃ

  • Orientador : WALBER DE MOURA AGRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GIOVANI CLARK
  • FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • WALBER DE MOURA AGRA
  • Data: 03/06/2022

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  • A presente dissertação tem o objetivo de analisar o Novo Regime Fiscal, conhecido como Teto  de Gastos, instituído pela Emenda Constitucional nº 95/2016, e averiguar sua conformidade  com as funções do Estado brasileiro no desenvolvimento socioeconômico, com núcleo nos arts.  1º, 3º e 170, da Constituição Federal de 1988, bem como com os princípios e valores da Ordem  Econômica e Social. De acordo com a hipótese apresentada, a constitucionalização do Teto de  Gastos, sobreposta a regras antecedentes (meta de resultado primário e regra de ouro), é uma manifestação da austeridade neoliberal e impõe a configuração de um Estado mínimo para as  prestações de cunho social e produtivo, ao passo em que garante a segurança da reprodução do  capitalismo financeiro com base na dívida pública. Utilizou-se o método lógico-dedutivo para  o estudo das regras fiscais e o hipotético-dedutivo para o exame da ausência de sinergia entre  os objetivos constitucionais e o arcabouço fiscal. Além disso, foram estudados dados da  realidade econômico-financeira, por meio de análise de pesquisas empíricas. O trabalho  identificou que o Teto de Gastos consubstancia uma política de redução do Estado por meios  oblíquos, mediante bloqueio do projeto de superação do subdesenvolvimento contido na  Constituição Federal de 1988, ao impedir o crescimento das despesas de acordo com as  necessidades sociais e com o estado da economia. Além disso, seu desenho normativo resguarda  a dívida pública, facilita a privatização das finanças públicas e a gestão não republicana do  orçamento na relação entre Poder Executivo e Poder Legislativo. 



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  • A presente dissertação tem o objetivo de analisar a austeridade fiscal como política econômica  veiculada por meio das regras fiscais centrais da União e sua conformidade com os princípios  e valores da Ordem Econômica e com as funções do Estado brasileiro no desenvolvimento  socioeconômico, com núcleo nos arts. 1º, 3º e 170, da Constituição Federal de 1988. De acordo  com a hipótese apresentada, o arranjo normativo e a constitucionalização do teto de gastos  primários pela Emenda Constitucional nº 95/2016 promovem a diminuição das funções  desenvolvimentistas do Estado e impõem a configuração de um Estado mínimo para as  prestações de cunho social e produtivo, ao passo que garantem a segurança da reprodução do  capitalismo financeiro com base na dívida pública. Utilizou-se o método lógico-dedutivo para  o estudo das regras fiscais e o hipotético-dedutivo para o exame da ausência de sinergia entre  os objetivos constitucionais e o arcabouço fiscal. Além disso, foram estudados dados da  realidade econômico-financeira, por meio de pesquisa em dados oficiais. O trabalho identificou  que o conjunto normativo atual, além de facilitar a privatização das finanças públicas e a gestão  não republicana do orçamento na relação entre Poder Executivo e Poder Legislativo, constitui  uma forma de bloqueio injustificável do projeto de superação do subdesenvolvimento contido  na Constituição Federal de 1988.

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  • RODOLFO SOARES RIBEIRO LOPES
  • A PROVA PESSOAL NA ERA DAS NOVAS TECNOLOGIAS: INTERAÇÕES ENTRE MEIOS DE COMUNICAÇÃO, DIREITO E PROCESSO

  • Orientador : CARINA BARBOSA GOUVEA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SÉRGIO CRUZ ARENHART
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • FRANCISCO ANTONIO DE BARROS E SILVA NETO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 13/06/2022

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  • A sociedade contemporânea, caracterizada pelos desdobramentos da quarta revolução industrial, tem se utilizado, cada vez mais, das ferramentas proporcionadas pelas novas tecnologias da informação e da comunicação para o desenvolvimento de relações intersubjetivas. Não se tratando de fator neutro, a emergência de um novo meio de difusão altera os hábitos, as interações sociais, as estruturas de pensamento, a comunicação e o próprio Direito. Nesse sentido, a forma pela qual se estruturam os procedimentos de resolução de disputas – que refletem e, ao mesmo tempo, influenciam o contexto cultural em que se inserem – está diretamente relacionada ao meio de comunicação (oral, escrito, eletrônico etc.) predominante em determinado momento histórico. Tendo isso em conta, a pesquisa tem por objetivo investigar, a partir da revisão da literatura sobre o tema, em que medida a utilização do meio tecnológico para a realização de atos processuais telepresenciais repercute no regime jurídico da produção e da valoração da prova pessoal. Utilizando-se de pesquisa bibliográfica e jurisprudencial, analisa o percurso no sentido da construção de um modelo oral de processo, suas principais características, a maneira pela qual foi recepcionado no Brasil e, devido ao emprego do meio de comunicação tecnológico, o surgimento da chamada oralidade secundária. Em seguida, como consequência do fato de terem se tornado viáveis os atos processuais telepresenciais, examina o redimensionamento da sede do juízo como o local adequado à sua prática e os contornos atuais do direito de presença. Além do problema de como preservar a incomunicabilidade das partes e das testemunhas nas audiências telepresenciais, avalia de que modo são afetados os direitos fundamentais processuais previstos na Constituição Federal e no Código de Processo Civil, sobretudo o acesso à justiça, o contraditório, a ampla defesa, a publicidade processual, a duração razoável do processo, a economia e a eficiência processuais. Discute, por fim, a incidência dos vieses cognitivos e das heurísticas durante o processo de valoração da prova pessoal, que diferenças há quando se emprega o meio tecnológico para essa finalidade, se a garantia da imparcialidade judicial pode ser comprometida e, ainda, critérios objetivos para assegurar o controle do raciocínio probatório apresentado na decisão judicial. Foi possível, em conclusão, constatar que a utilização do meio tecnológico, com alguns ajustes no regime jurídico que hoje norteia a realização dos atos processuais telepresenciais, contribui, significativamente, para a produção da prova pessoal e a sua valoração pelo juiz.


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  • A sociedade contemporânea, caracterizada pelos desdobramentos da quarta revolução industrial, tem se utilizado, cada vez mais, das ferramentas proporcionadas pelas modernas tecnologias da informação e da comunicação para o desenvolvimento de relações intersubjetivas. Não se tratando de fator neutro, a emergência de um novo meio de difusão altera os hábitos, as interações sociais, as estruturas de pensamento, a comunicação e o próprio Direito. Nesse sentido, a forma pela qual se estruturam os procedimentos de resolução de disputas – que refletem e, ao mesmo tempo, influenciam o contexto cultural em que se inserem – está diretamente relacionada ao meio de comunicação (oral, escrito, eletrônico etc.) predominante em determinado momento histórico. Tendo isso em conta, a pesquisa tem por objetivo investigar, a partir da revisão da literatura sobre o tema, em que medida a utilização do meio tecnológico para a realização de atos processuais telepresenciais repercute no regime jurídico da produção e da valoração da prova pessoal. Utilizando-se do método hipotéticodedutivo e de pesquisa bibliográfica e jurisprudencial, analisa o percurso no sentido da construção de um modelo oral de processo, suas principais características, a maneira pela qual foi recepcionado no Brasil e, devido ao emprego do meio de comunicação tecnológico, o surgimento da chamada oralidade secundária. Em seguida, como consequência do fato de terem se tornado viáveis os atos processuais telepresenciais, examina o redimensionamento da sede do juízo como o local adequado à sua prática e os contornos atuais do direito de presença. Além do problema de como assegurar a incomunicabilidade das partes e das testemunhas nas audiências telepresenciais, avalia de que modo são afetados os direitos fundamentais processuais previstos na Constituição Federal e no Código de Processo Civil, sobretudo o acesso à justiça, o contraditório, a ampla defesa, a publicidade processual, a duração razoável do processo, a economia e a eficiência processuais. Discute, por fim, a incidência dos vieses cognitivos e das heurísticas durante o processo de valoração da prova pessoal, que diferenças há quando se emprega o meio tecnológico para essa finalidade, se a garantia da imparcialidade judicial pode ser comprometida e, ainda, critérios objetivos para assegurar o controle do raciocínio probatório apresentado na decisão judicial.

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  • JULIANA TRINDADE RIBEIRO PORDEUS COÊLHO
  • SOMOS TODOS MARIA DA PENHA?: UM ESTUDO SOBRE AS SOLUÇÕES DO SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL PARA OS CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER EM UMA VARA MISTA DA COMARCA DE SANTA RITA, PARAÍBA.

  • Orientador : MANUELA ABATH VALENCA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINA COSTA FERREIRA
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MANUELA ABATH VALENCA
  • Data: 26/07/2022

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  • Há anos, convive-se com a violência contra as mulheres. Violência individual, violência institucional, violência de grupos, enfim, violência estrutural. Logo, passa-se a analisá-la como uma ruptura das necessidades reais das mulheres, e não apenas como rupturas de integridades, conforme propõe o ordenamento jurídico. Sendo assim, esse estudo tem, como objetivo, a análise das soluções do Sistema de Justiça Criminal, para os casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres em uma Vara Mista de Santa Rita, Paraíba, bem como a satisfação das partes que recorrem ao seu amparo. Nesse contexto, questiona-se a dupla interpretação da vulnerabilidade, que tanto é considerada um pressuposto estatal para tutelar as vítimas, bem como para retirar das mulheres a sua autonomia e, por conseguinte, o seu poder decisão, equiparando-as a um não-sujeito. Para dar concretude a esse objetivo, iniciou-se uma pesquisa empírica em uma Vara Mista da Comarca de Santa Rita, Paraíba. Tendo em vista as circunstâncias pandêmicas, que ocorreram no desenrolar desse estudo, desenvolveu-se uma metodologia etnográfica peculiar, qual seja, uma etnografia online, na qual o situar-se no campo, o ingressar nas audiências, o tratamento com as pessoas da Vara e todas as observações ocorreram por meio de contato virtual. Por fim, propõe-se uma reflexão sobre o sistema penal no âmbito da violência doméstica, como um reprodutor de violência e dor, porque, como regra, o discurso e a prática penais são inapropriados para os peculiares casos domésticos e familiares, pois despreza a origem do conflito, penaliza duplamente a vítima, com o suposto discurso da vulnerabilidade da mulher, e, apenas de forma simbólica e satisfatória ao próprio ego, vai atrás de um culpado.  


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  • Há anos convive-se com a violência contra as mulheres. Violência individual, violência institucional, violência de grupos, enfim, violência estrutural. Logo, passa-se a analisar a violência como uma ruptura dos direitos humanos das mulheres e das suas necessidades reais, e não, apenas, como rupturas de integridades, conforme propõe o ordenamento jurídico. Sendo assim, esse estudo, que tem como objetivo a análise das soluções do Sistema de Justiça Criminal, para os casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres, em uma Vara Mista de Santa Rita, Paraíba, debruça-se a entender, a princípio, o contexto socioantropológico de coronelismo e patriarcalismo, período violento, que marcou a história do povo santarritense, para depois averiguar como os efeitos do punitivismo da Lei Maria da Penha recai sobre essa população, de modo que se analise a eficácia das normas, bem como a satisfação das partes, que recorrem ao seu amparo. Nesse ponto, questiona-se a dupla interpretação da vulnerabilidade, que tanto é considerada um pressuposto estatal para maior tutela das vítimas, bem como para retirar das mulheres a sua autonomia e, por conseguinte, o seu poder decisão, equiparando-as a um não-sujeito. Para dar concretude a esse objetivo, iniciou-se uma pesquisa empírica em uma Vara Mista da Comarca de Santa Rita, Paraíba. Tendo em vista as circunstâncias pandêmicas, que ocorreram no desenrolar desse estudo, desenvolveu-se uma metodologia etnográfica peculiar, qual seja, uma etnografia virtual, na qual o situar-se no campo, o ingressar nas audiências, o tratamento com as pessoas da Vara e todas as observações ocorreram por meio de uma tela de computador. Longe de trazer uma solução para a violência doméstica, mas com o intuito de mostrar os paradoxos existentes, essa pesquisa orienta-se pelas teorias trazidas nos dois primeiros capítulos para em um quarto momento apresentar os dados coletados nos seis meses de pesquisa de campo. Por fim, propõe-se algumas inquietações finais, a fim de perceber que ao invés de pensar que “somos todas Maria da Penha”, como já mencionou Maria Berenice Dias, reflita-se o sistema penal, no âmbito da violência doméstica, como um reprodutor de violência e dor, porque, como regra, o discurso penal é inapropriado para os peculiares casos domésticos e familiares, pois despreza a origem do conflito, penaliza duplamente a vítima, com o suposto discurso da vulnerabilidade da mulher, e apenas de forma simbólica e satisfatória ao próprio ego, vai atrás de um culpado.   

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  • LEONARDO MONTENEGRO COCENTINO
  • A declaração errônea do risco na formação do contrato de seguro e a alteração superveniente do estado de risco na fase de execução contratual

  • Orientador : ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HUMBERTO JOAO CARNEIRO FILHO
  • ILAN GOLDBERG
  • RAFAEL VEIRA DE AZEVEDO
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • Data: 03/08/2022

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  • O contrato de seguro surge em resposta à multiplicação e socialização dos riscos de dano, de modo a garantir interesse legítimo do segurado. O risco é elemento nuclear do contrato, sendo apreendido em uma dimensão transindividual, e as seguradoras, com base no conhecimento quanto a regularidade de sinistros e a intensidade de seus efeitos, massificam e homogeneízam os riscos que desejam cobrir, a partir de uma operação matemática baseada na lei dos grandes números. Para que a contraprestação do tomador seja suficiente e adequada, faz-se necessária a observância da mais estrita boa-fé na conclusão e na execução do contrato, de modo a que o risco declarado corresponda ao observado no mundo dos fatos, sendo a seguradora comunicada, ainda, quanto a qualquer alteração relevante superveniente. Existe, todavia, certa confusão quanto as sanções aplicáveis em caso de declaração errônea do risco, bem como de alteração superveniente do estado de risco, uma vez não observado pela jurisprudência os pressupostos objetivos e subjetivos para aplicação das consequências adversas previstas. De modo a contribuir para sanar tais equívocos, o trabalho apresenta o objetivo de estudar as consequências da declaração errônea do risco, quando da formação do contrato, e das alterações observadas no estado de risco quando da execução do pacto. A partir do método analítico-dedutivo, será feita uma revisão bibliográfica sobre os principais pontos de discussão, sendo estruturado o trabalho em quatro partes. Na primeira, serão examinados os principais elementos e características do contrato. Na segunda, o risco como elemento nuclear do seguro. Na terceira, será discorrido sobre a boa-fé a importância do estrito cumprimento de dever pré-contratual de declaração do risco, além de eventuais sanções aplicáveis em caso de descumprimento do dever pelo tomador. Por fim, serão estudadas as hipóteses de alteração de risco no curso do contrato e as consequências aplicáveis.


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  • O contrato de seguro surge em resposta à multiplicação e socialização dos riscos de dano, de modo a garantir interesse legítimo do segurado. O risco é elemento nuclear do contrato, sendo apreendido em uma dimensão transindividual, e as seguradoras, com base no conhecimento quanto a regularidade de sinistros e a intensidade de seus efeitos, massificam e homogeneízam os riscos que desejam cobrir, a partir de uma operação matemática baseada na lei dos grandes números. Para que a contraprestação do tomador seja suficiente e adequada, faz-se necessária a observância da mais estrita boa-fé na conclusão e na execução do contrato, de modo a que o risco declarado corresponda ao observado no mundo dos fatos, sendo a seguradora comunicada, ainda, quanto a qualquer alteração relevante superveniente. Existe, todavia, certa confusão quanto as sanções aplicáveis em caso de declaração errônea do risco, bem como de alteração superveniente do estado de risco, uma vez não observado pela jurisprudência os pressupostos objetivos e subjetivos para aplicação das consequências adversas previstas. De modo a contribuir para sanar tais equívocos, o trabalho apresenta o objetivo de estudar as consequências da declaração errônea do risco, quando da formação do contrato, e das alterações observadas no estado de risco quando da execução do pacto. A partir do método analítico-dedutivo, será feita uma revisão bibliográfica sobre os principais pontos de discussão, sendo estruturado o trabalho em quatro partes. Na primeira, serão examinados os principais elementos e características do contrato. Na segunda, o risco como elemento nuclear do seguro. Na terceira, será discorrido sobre a boa-fé a importância do estrito cumprimento de dever pré-contratual de declaração do risco, além de eventuais sanções aplicáveis em caso de descumprimento do dever pelo tomador. Por fim, serão estudadas as hipóteses de alteração de risco no curso do contrato e as consequências aplicáveis.

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  • MOACIR RIBEIRO DA SILVA JÚNIOR
  • DEVERES COLABORATIVOS ENTRE JUÍZOS COOPERANTES: A AMPLIAÇÃO DO MODELO COOPERATIVO DE PROCESSO

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO DO PASSO CABRAL
  • FRANCISCO ANTONIO DE BARROS E SILVA NETO
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • LUCAS BURIL DE MACEDO BARROS
  • Data: 08/08/2022

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  • O trabalho tem como objetivo demonstrar que a cooperação judiciária nacional,  apresentada pelo CPC/2015, cria deveres colaborativos anexos entre juízos cooperantes  e que tais deveres são extraídos da cláusula geral da cooperação judiciária nacional  prevista no art. 67 do CPC. A fim de atingir esse propósito, parte-se da apresentação do  estado da arte do sistema de competência, da cooperação judiciária e do modelo  cooperativo de processo. Nessa apresentação, aponta-se para a insuficiência da visão  exclusivista e rígida da competência, bem como a insuficiência dos fundamentos, das  espécies e do objeto da tradicional cooperação judiciária nacional e detecta-se a omissão  dos estudos do modelo cooperativo de processo em relação aos deveres entre juízos. Uma  das premissas adotadas neste trabalho é a superação da visão rígida e exclusivista da  competência pela releitura do sistema de competências a partir de uma nova compreensão  do princípio do juiz natural alinhado com a eficiência. A partir dessa premissa, são  erigidos atributos que estão alinhados com essa nova compreensão, são apresentados  institutos que os confirmam e respondida uma indagação sobre a posição jurídica ocupada  pela competência dentro de uma relação jurídica processual. Outra premissa adotada é a  existência de relação jurídica processual entre juízos cooperantes. A par disso, constata se que essa relação jurídica juiz-juiz não tem como suporte posição jurídica de  poder/sujeição, mas sim posição jurídica de deveres recíprocos. Com o objetivo de  concretizar o cumprimento desses deveres, o CPC/2015 encampou a eficiência como um  dos fundamentos da cooperação judiciária nacional, além de ter adotado a atipicidade do  objeto cooperativo e a não taxatividade dos instrumentos da cooperação. Essa mudança  possibilita que a cooperação judiciária não seja apenas um mero sistema de comunicação  de atos, já que, com a cooperação, é possível a prática de qualquer ato processual, além  de possibilitar, a um só tempo, a gestão processual das demandas e a gestão administrativa  do órgão judicial, ambas baseadas na coordenação. Após essas análises, infere-se que as  interações processuais entre juízos devem ser parte integrante do modelo cooperativo de  processo e que os princípios da boa-fé processual, da eficiência e da cooperação também  incidem nessas relações e, por consequência, resultam na criação de deveres anexos entre  juízos cooperantes e que esses deveres, assim como as consequências do  descumprimento, não são pré-determinadas em razão da adoção da técnica legislativa da  cláusula geral. Por fim, apresentam-se potenciais deveres anexos que incidem nas  relações entre juízos, bem como as consequências do eventual descumprimento desses  deveres.  



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  • O trabalho tem como objetivo demonstrar que a cooperação judiciária nacional,  apresentada pelo CPC/2015, cria deveres colaborativos anexos entre juízos cooperantes  e que tais deveres são extraídos da cláusula geral da cooperação judiciária nacional  prevista no art. 67 do CPC. A fim de atingir esse propósito, parte-se da apresentação do  estado da arte do sistema de competência, da cooperação judiciária e do modelo  cooperativo de processo. Nessa apresentação, aponta-se para a insuficiência da visão  exclusivista e rígida da competência, bem como a insuficiência dos fundamentos, das  espécies e do objeto da tradicional cooperação judiciária nacional e detecta-se a omissão  dos estudos do modelo cooperativo de processo em relação aos deveres entre juízos. Uma  das premissas adotadas neste trabalho é a superação da visão rígida e exclusivista da  competência pela releitura do sistema de competências a partir de uma nova compreensão  do princípio do juiz natural alinhado com a eficiência. A partir dessa premissa, são  erigidos atributos que estão alinhados com essa nova compreensão, são apresentados  institutos que os confirmam e respondida uma indagação sobre a posição jurídica ocupada  pela competência dentro de uma relação jurídica processual. Outra premissa adotada é a  existência de relação jurídica processual entre juízos cooperantes. A par disso, constata se que essa relação jurídica juiz-juiz não tem como suporte posição jurídica de  poder/sujeição, mas sim posição jurídica de deveres recíprocos. Com o objetivo de  concretizar o cumprimento desses deveres, o CPC/2015 encampou a eficiência como um  dos fundamentos da cooperação judiciária nacional, além de ter adotado a atipicidade do  objeto cooperativo e a não taxatividade dos instrumentos da cooperação. Essa mudança  possibilita que a cooperação judiciária não seja apenas um mero sistema de comunicação  de atos, já que, com a cooperação, é possível a prática de qualquer ato processual, além  de possibilitar, a um só tempo, a gestão processual das demandas e a gestão administrativa  do órgão judicial, ambas baseadas na coordenação. Após essas análises, infere-se que as  interações processuais entre juízos devem ser parte integrante do modelo cooperativo de  processo e que os princípios da boa-fé processual, da eficiência e da cooperação também  incidem nessas relações e, por consequência, resultam na criação de deveres anexos entre  juízos cooperantes e que esses deveres, assim como as consequências do  descumprimento, não são pré-determinadas em razão da adoção da técnica legislativa da  cláusula geral. Por fim, apresentam-se potenciais deveres anexos que incidem nas  relações entre juízos, bem como as consequências do eventual descumprimento desses  deveres.  


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  • LEILA GUILHERME RIBEIRO DO VALLE
  • INTERVENÇÃO ESTATAL NA UNIÃO ESTÁVEL: A MITIGAÇÃO DA LIBERDADE NA ESCOLHA DA ENTIDADE FAMILIAR

  • Orientador : HUMBERTO JOAO CARNEIRO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ATALA CORREIA
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • HUMBERTO JOAO CARNEIRO FILHO
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • Data: 12/08/2022

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  • O presente trabalho pretende analisar se as equiparações realizadas na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça estão mitigando o princípio da liberdade na escolha do regime jurídico conjugal. A partir da metodologia da aplicação indireta dos princípios nas relações privadas, estudou-se o princípio da liberdade no direito de família e, de forma mais específica, a liberdade no momento da escolha da entidade familiar conjugal, a qual guarda intrínseca relação com o desenvolvimento histórico da união estável no direito brasileiro. Diante da previsão constitucional de que casamento e união estável são entidades familiares distintas, buscou-se analisar as principais diferenciações constantes no Código Civil de 2002 envolvendo os institutos jurídicos, de modo a compreender como foram dispostas as principais distinções entre eles, a exemplo dos seus suportes fáticos e natureza jurídica, e de seus modos de constituição e dissolução. A partir destas diferenças, o trabalho realizou um estudo qualitativo dos principais julgados que serviram de paradigma para a construção do atual entendimento dos tribunais superiores brasileiros acerca da necessidade de equiparação dos efeitos da união estável e do casamento, analisando se nos julgamentos houve a preocupação com a eventual mitigação do princípio da liberdade no momento da escolha do regime jurídico conjugal. A grande preocupação com o princípio da igualdade nas relações familiares, sem maiores considerações com o princípio da liberdade no momento da escolha da entidade familiar conjugal, bem como a ausência de critérios metodológicos precisos para a realização das equiparações dos efeitos entre os institutos pelos tribunais superiores, demonstram a intensa intervenção do estado nas relações familiares conjugais, fazendo com que os particulares busquem maiores alternativos para proteger seus relacionamentos amorosos, a exemplo da elaboração do contrato de namoro. Ademais, a total equiparação dos efeitos da união estável e do casamento mitiga a liberdade dos casais no momento da escolha do regime jurídico conjugal, na medida em que o exercício da liberdade estar-se-ia limitado, apenas, ao modo de constituição do casamento, podendo-se falar em casamento de fato e de direito, o que caminharia para a extinção da união estável e do princípio da liberdade no momento da escolha da entidade familiar conjugal no ordenamento jurídico brasileiro.


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  • O presente trabalho pretende analisar se as equiparações realizadas pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça estão mitigando o princípio da liberdade na escolha do regime jurídico conjugal. Apesar da liberdade nas relações familiares ser defendida, é possível observar uma inconsistência terminológica perante os doutrinadores, se seria a aplicação do princípio da liberdade, autonomia da vontade ou autonomia privada nas relações de família, sendo certo que esta pesquisa adota a metodologia de aplicação indireta dos princípios constitucionais nas relações privadas. Pode-se observar a exasperação do princípio da liberdade no direito de família no momento da constituição e dissolução das relações familiares, na escolha ou alteração do regime de bens e na escolha do planejamento familiar. A liberdade na forma de constituição, por sua vez, é relativamente recente, na medida em que anteriormente a família conjugal brasileira era centralizada na estrutura do casamento e só com o advento da Constituição de 1988 a união estável foi reconhecida também como entidade familiar. Previstos constitucionalmente para serem institutos jurídicos distintos, analisou-se a evolução histórica da união estável, bem como as principais distinções envolvendo os institutos na legislação vigente, a exemplo das suas formas de constituição, dissolução, suas naturezas jurídicas e suportes fáticos, bem como o regime sucessório diferenciado entre eles. Tendo em mente as diferenças existentes, o trabalho realizou um estudo qualitativo dos principais julgados que serviram de paradigmas para os entendimentos dos Tribunais Superiores acerca da equiparação dos efeitos do casamento e da união estável, a fim de verificar os principais argumentos utilizados pelos Ministros para realizar a equiparação dos institutos e se houve a preocupação com a eventual mitigação do princípio da liberdade na escolha da relação jurídica familiar conjugal.

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  • TALITHA DIAS MARTINS LEITE
  • CONTRATOS INTERNACIONAIS DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA  (KNOW-HOW): impactos gerados pelo Regulamento Geral de Proteção de Dados

  • Orientador : FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALVARO AUGUSTO SANTOS CALDAS GOUVEIA
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • Data: 18/08/2022

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  • O presente trabalho tem como principal escopo compreender os impactos gerados pelo  Regulamento Geral de Proteção de Dados nas relações contratuais atinentes à  transferência de tecnologia, mais conhecidas como contratos de know-how. Levando em  consideração a evolução tecnológica em meio à sociedade contemporânea, analisa-se  quais os frutos decorrentes dela, em especial, no âmbito jurídico. Dessa maneira, ocorre  um estudo focado acerca dos contratos de transferência de tecnologia (know-how), desde  a sua conceituação, o seu alcance normativo, o seu método de aplicação, as suas  modalidades, à sua conexão com a questão de tecnologia, privacidade e segurança da  informação. Este tipo contratual é analisado de forma ampla, sobretudo a lei aplicável a  ele, objetivando, precipuamente, entender como ele se constitui. Dessa forma, observa-se  também a influência das normas editadas por tratados e organizações internacionais.  Tendo em vista que a confidencialidade é um dos principais aspectos do contrato de  transferência tecnológica, é avaliada a premência da proteção de dados e a importância  de um texto normativo que a assegure. Com isso, ocorre análise comparada dos modelos  protetivos da União Europeia, dos Estados Unidos e do Brasil. Mas em especial, será  estudado o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia a sua  definição, as implicações de sua existência e as consequências geradas por ele. Desse  modo, a pergunta de partida deste trabalho é: “quais os impactos gerados pelo RGPD nos  contratos internacionais, particularmente, o de transferência de tecnologia (know-how)?”.  Nessa toada, é possível conceber que a existência de uma inovação legislativa impacta  diversas esferas do mundo jurídico, entre elas a contratual. Isto, pois, dita preceitos que  devem ser seguidos pelas empresas e assim, interfere em seus pactos negociais. Assim  sendo, o contrato de know-how, igualmente sofre repercussões deste Regulamento  (RGPD), pois tem que se adaptar às novas regras de segurança das informações.  



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  • O presente trabalho tem como principal escopo compreender os impactos gerados pelo  Regulamento Geral de Proteção de Dados nas relações contratuais atinentes à  transferência de tecnologia, mais conhecidas como contratos de know-how. Levando em  consideração a evolução tecnológica em meio à sociedade contemporânea, analisa-se  quais os frutos decorrentes dela, em especial, no âmbito jurídico. Dessa maneira, ocorre  um estudo focado acerca dos contratos de transferência de tecnologia (know-how), desde  a sua conceituação, o seu alcance normativo, o seu método de aplicação, as suas  modalidades, à sua conexão com a questão de tecnologia, privacidade e segurança da  informação. Este tipo contratual é analisado de forma ampla, sobretudo a lei aplicável a  ele, objetivando, precipuamente, entender como ele se constitui. Dessa forma, observa-se  também a influência das normas editadas por tratados e organizações internacionais.  Tendo em vista que a confidencialidade é um dos principais aspectos do contrato de  transferência tecnológica, é avaliada a premência da proteção de dados e a importância  de um texto normativo que a assegure. Com isso, ocorre análise comparada dos modelos  protetivos da União Europeia, dos Estados Unidos e do Brasil. Mas em especial, será  estudado o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia a sua  definição, as implicações de sua existência e as consequências geradas por ele. Desse  modo, a pergunta de partida deste trabalho é: “quais os impactos gerados pelo RGPD nos  contratos internacionais, particularmente, o de transferência de tecnologia (know-how)?”.  Nessa toada, é possível conceber que a existência de uma inovação legislativa impacta  diversas esferas do mundo jurídico, entre elas a contratual. Isto, pois, dita preceitos que  devem ser seguidos pelas empresas e assim, interfere em seus pactos negociais. Assim  sendo, o contrato de know-how, igualmente sofre repercussões deste Regulamento  (RGPD), pois tem que se adaptar às novas regras de segurança das informações.  


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  • FLÁVIO GERMANO DE SENA TEIXEIRA JÚNIOR
  • REGIME JURÍDICO E REGULAÇÃO DAS LOTERIAS ESTADUAIS NO BRASIL: OLHAR CRÍTICO E UMA PROPOSTA DE APRIMORAMENTO REGULATÓRIO-INSTITUCIONAL

  • Orientador : MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINE DE FÁTIMA DA SILVA TORRES
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • Data: 16/09/2022

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  • Após o julgamento conjunto das ADPF’s 492 e 493 pelo Supremo Tribunal Federal, fincou-se verdadeiro ponto de inflexão em matéria de loterias no Brasil, afastando-se a anacrônica concepção de exclusividade da União quanto à exploração da atividade lotérica. Com isso, estados-membros (e até municípios) passaram a se movimentar para conformar suas próprias loterias, contudo, sem parâmetros regulatórios bem delineados, mormente porque o principal diploma legal sobre a matéria data de 1967, em pleno contexto de ditatura civil-militar. Assim, nesta pesquisa, procurou-se, primeiro, sistematizar a matéria, esclarecendo-se os conceitos que a permeiam; depois, discute-se o regime jurídico das loterias estaduais no Brasil; terceiro, traz-se a lume algumas disposições regulatórias em matéria de loteria no âmbito do direito estrangeiro; quarto, apresenta-se um estado da arte da regulação da atividade lotérica no Brasil, procurando-se desmistificar a delimitação dos espaços de competência legislativa e competência administrativa. Por derradeiro, no quinto capítulo, apresenta-se uma proposta de redesenho do modelo regulatório-institucional, almejando-se contribuir para o aprimoramento regulatório do setor. O texto é corolário de uma pesquisa bibliográfica e legislativa, de abordagem qualitativa, que se vale do método hipotético-dedutivo, a fim de oferecer um caminho com um pouco mais de segurança jurídica aos entes públicos que pretendem explorar os jogos lotéricos em seus respectivos territórios.


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  • Após o julgamento conjunto das ADPF’s 492 e 493 pelo Supremo Tribunal Federal, fincou-se verdadeiro ponto de inflexão em matéria de loterias no Brasil, afastando-se a anacrônica concepção de exclusividade da União quanto à exploração da atividade lotérica. Com isso, estados-membros (e até municípios) passaram a se movimentar para conformar suas próprias loterias, contudo, sem parâmetros regulatórios bem delineados, mormente porque o principal diploma legal sobre a matéria data de 1967, em pleno contexto de ditatura civil-militar. Assim, nesta pesquisa, procurou-se, primeiro, sistematizar a matéria, esclarecendo-se os conceitos que a permeiam; depois, discute-se o regime jurídico das loterias estaduais no Brasil; terceiro, traz-se a lume algumas disposições regulatórias em matéria de loteria no âmbito do direito estrangeiro; quarto, apresenta-se um estado da arte da regulação da atividade lotérica no Brasil, procurando-se desmistificar a delimitação dos espaços de competência legislativa e competência administrativa. Por derradeiro, no quinto capítulo, apresenta-se uma proposta de redesenho do modelo regulatório-institucional, almejando-se contribuir para o aprimoramento regulatório do setor. O texto é corolário de uma pesquisa bibliográfica e legislativa, de abordagem qualitativa, que se vale do método hipotético-dedutivo, a fim de oferecer um caminho com um pouco mais de segurança jurídica aos entes públicos que pretendem explorar os jogos lotéricos em seus respectivos territórios.

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  • RENATA CRISTINA CAVALCANTI DE BARROS E PAULA GUIMARÃES
  • A CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL DE MERCADORIA (CISG): A interpretação do artigo 79 nas renegociações contratuais em tempos pandêmicos de Covid-19

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALVARO AUGUSTO SANTOS CALDAS GOUVEIA
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • Data: 20/09/2022

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  • A Convenção de Viena de 1980 consubstancia norma internacional de Direito uniforme que aborda regras materiais sobre os contratos internacionais de compra e venda de mercadorias, costumeiramente referenciada pela sua sigla em inglês “CISG”. O atual trabalho objetiva estudar o alcance dessa Convenção com relação às cláusulas de Hardship presentes nos contratos internacionais, sobretudo diante do cenário pandêmico derivado da Covid-19. A cláusula em tela refere-se à prévia determinação pelas partes no sentido de promover a renegociação dos termos avençados quando houver alterações significativas nas condições que servem de base ao negócio, a ponto de perturbar excessivamente o equilíbrio contratual. No âmbito da CISG, a problemática alça maior relevância a partir do momento em que não existe dispositivo expresso sobre o tema, recorrendo-se aos comandos do artigo 79 que trata das hipóteses de exoneração do inadimplemento. O Conselho Consultivo da CISG (CISG-AC), associação de inciativa privada voltada à interpretação uniforme da Convenção, exarou o parecer de no 20 traçando os requisitos do instituto, bem como chegando à conclusão de que a CISG governa os casos de Hardship. Tal ilação leva a crer que os contratos internacionais, na época da pandemia, puderam se valer dessa cláusula, no seio da convenção, para a solução dos problemas eventualmente enfrentados. Para elaboração desta pesquisa, os dados foram colhidos de textos científicos, livros, sítios eletrônicos e decisões judiciais, de âmbito interno e estrangeiro. A metodologia utilizada foi a dedutiva, tomando como premissa geral a Convenção de Viena de 1980 e, como premissa específica, o desenvolvimento teórico acerca da cláusula de Hardship no Direito Internacional Privado e Uniforme e a sua incidência no contexto pandêmico.


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  • A Convenção de Viena de 1980 consubstancia norma internacional de Direito uniforme que  aborda regras materiais sobre os contratos internacionais de compra e venda de mercadorias,  costumeiramente referenciada pela sua sigla em inglês “CISG”. A convenção é o resultado de  um grande estudo de direito comparado que almejou harmonizar os preceitos existentes nas  variadas tradições jurídicas de modo a permitir a criação de um ambiente fértil e propício para  o desenvolvimento do comércio transnacional. O atual trabalho objetiva estudar o alcance dessa  Convenção com relação às cláusulas de Hardship presentes nos contratos internacionais,  sobretudo diante do cenário pandêmico derivado da COVID19. A cláusula em tela refere-se à  prévia determinação pelas partes no sentido de promover a renegociação dos termos avençados  quando houver alterações significativas nas condições que servem de base ao negócio, a ponto  de perturbar excessivamente o equilíbrio contratual. Tal cláusula foi uma alternativa  desenvolvida no âmbito do comércio internacional para dar maior segurança aos negociantes  diante das variadas soluções apresentadas pelas leis domésticas destinadas a amenizar os rigores  do princípio do pacta sunt servanda. No âmbito da CISG, a problemática alça maior relevância  a partir do momento em que não existe dispositivo expresso sobre o tema, recorrendo-se aos  comandos do artigo 79 que trata das hipóteses de exoneração do inadimplemento. O Conselho  Consultivo da CISG (CISG-AC), associação de inciativa privada voltada à interpretação  uniforme da Convenção, exarou o parecer de nº 20 traçando os requisitos do instituto, bem  como chegando à conclusão de que a CISG governa os casos de Hardship. Para elaboração  desta pesquisa, os dados foram colhidos de textos científicos, livros, sítios eletrônicos e decisões  judiciais, de âmbito interno e estrangeiro. A metodologia utilizada foi a dedutiva, tomando  como premissa geral a Convenção de Viena de 1980 e específica o desenvolvimento teórico  acerca da Cláusula de Hardship no Direito Internacional Privado e Uniforme. 


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  • LUCAS SIMOES WANDERLEY
  • A INEFICIÊNCIA ECONÔMICA DO MODELO DE TRIBUTAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DO CAPITAL NO BRASIL

  • Orientador : LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERIC MORAES DE CASTRO E SILVA
  • FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • Data: 21/09/2022

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  • A pesquisa analisa a isenção dos lucros e dividendos e a tributação dos Juros Sobre Capital Próprio (JCP) estruturadas na Lei nº 9.249/1995, examinando o fundamento autorizador que a instituiu: a eficiência econômica. A partir de uma análise normativa e interdisciplinar, as razões da ineficiência econômica do atual modelo são trazidas na pesquisa. A forma como a atual legislação contraria a premissa da atração de investimentos firmada nas Exposições de Motivo da Lei nº 9.249/1995 é necessariamente abordada, uma vez que a legislação se caracteriza como norma de caráter extrafiscal ilegítima que não cumpre a finalidade pretendida. Para justificar a hipótese trazida, demonstra-se como a legislação desincentiva a retenção dos lucros, impondo às pessoas jurídicas a diminuição do reinvestimento, afastando o investidor com residência no exterior e ainda estimulando a fuga de capital do investidor brasileiro. Além disso, diante da diferença entre a tributação da remuneração do capital e a do trabalho, aborda-se como a isenção dos lucros e dividendos se afigura como uma medida que distorce a atuação dos agentes econômicos. Analisam-se criticamente os projetos de lei que tratam do tema e, em especial, o mais recente, o Projeto de Lei nº 2.337/2021, aprovado na Câmara dos Deputados e com votação pendente no Senado Federal. Como resposta ao problema formulado, são trazidas sugestões de como possíveis modificações legislativas que tributam a distribuição dos Lucros e Dividendos, diminuindo a tributação do lucro da pessoa jurídica, podem promover equidade e eficiência simultaneamente. Ademais, são estudados também os Juros Sobre Capital Próprio e o conceito de custo de oportunidade, fundamento econômico principal para sua instituição na época.  Estuda-se como a dedução prevista na nossa legislação está diretamente vinculada ao pagamento ou crédito individualizado aos sócios e acionistas. Por fim, demonstra-se que os países os quais adotam modelos de dedução dos juros nocionais não isentam a distribuição dos Lucros e Dividendos. Assim, a legislação brasileira não pode ser comparada de forma irrestrita aos modelos de Allowance For Corporate Equity utilizados em alguns países europeus.


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  • A pesquisa analisa a isenção dos Lucros e Dividendos e a tributação dos Juros Sobre Capital Próprio, atualmente estruturadas na Lei nº 9.249/1995, examinando o fundamento autorizador que a instituiu: a eficiência econômica. A partir de uma análise normativa e interdisciplinar, as razões da ineficiência econômica do atual modelo são pontuadas. A forma como a atual legislação contraria a premissa da “atração de investimentos” firmada nas Exposições de Motivo da Lei nº 9.249/1995 é abordada. Caracteriza-se a referida lei como norma de caráter extrafiscal ilegítima que não cumpre a finalidade pretendida. Para justificar a hipótese trazida, demonstra-se como a legislação desincentiva a retenção dos lucros, impondo às pessoas jurídicas diminuição do reinvestimento, afasta o investidor com residência no exterior e ainda estimula a fuga de capital do investidor brasileiro. Além disso, diante da diferença entre a tributação da remuneração do capital e do trabalho, tematiza-se como a isenção dos Lucros e Dividendos se afigura como uma medida que distorce a atuação dos agentes econômicos. Analisa-se também criticamente os Projetos de Lei que tratam do tema e, em especial, o mais recente, o Projeto de Lei nº 2.337/2021, aprovado na Câmara dos Deputados e com votação pendente no Senado Federal. Como resposta ao problema formulado, são trazidas sugestões de como possíveis modificações legislativas que tributem a distribuição dos Lucros e Dividendos, diminuindo a tributação do lucro da pessoa jurídica, podem promover equidade e eficiência simultaneamente.  


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  • EMILIANE PRISCILLA ALENCASTRO NETO
  • A EFICÁCIA JURÍDICA DA DECISÃO DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

  • Orientador : FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • THAMINNE NATHALIA CABRAL MORAES E SILVA RODRIGUES
  • Data: 21/09/2022

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  • O presente trabalho analisa a eficácia jurídica do acórdão proferido pelo plenário ou órgão especial no incidente de arguição de inconstitucionalidade, decisão que se presta à manutenção da higidez do ordenamento jurídico como um todo, embora produzida em incidente autônomo vinculado pela prejudicialidade a um processo subjetivo. Contextualiza que, embora o controle de constitucionalidade tenha sido criado no século XIX a partir do judicial review norte-americano, o século XX trouxe inovações substanciais para o instituto, inclusive a partir de sistemas jurídicos que têm em sua origem família diversa do sistema norte-americano. Esse cenário fez com que surgissem dois modelos clássicos de controle de constitucionalidade. Embora com o passar dos anos tenha ocorrido uma aproximação entre os modelos, existindo uma espécie de hibridação, não há clareza acerca de se as decisões produzidas têm eficácia jurídica idêntica ou semelhante ou em qual grau se diferenciam. Na experiência brasileira, o legislador foi pródigo em referências à eficácia jurídica da decisão em controle concentrado, não seguindo a mesma linha para o controle difuso, cenário que justifica esta pesquisa. Em espécie, o acórdão que encerra o incidente, enquanto instrumento para realização do controle difuso de constitucionalidade, é decisão cujo conteúdo do provimento é preponderantemente declaratório (positivo ou negativo), tendo como efeito principal a certeza jurídica. A decisão judicial, enquanto ato jurídico em sentido estrito, é espécie de fato jurídico que tem potência para produzir efeitos que não estão no campo de disposição dos particulares. Analisar o plano da eficácia desse fato jurídico, espectro em que atinge seus fins, também permite encontrar o conjunto de efeitos produzidos, objeto de absoluta importância para o sistema de precedentes e, em espécie, para a querela de higidez do sistema constitucional. Para atingir o objeto da pesquisa, foi adotada como metodologia a pesquisa bibliográfica e documental, elementos analisados a partir do método hipotético-dedutivo. Conclui que a decisão que encerra o incidente de arguição de inconstitucionalidade tem como efeito principal a certeza jurídica, efeito que pode ser analisado em suas extensões objetiva, temporal e subjetiva.


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  • O presente trabalho analisa a eficácia do acórdão proferido pelo plenário ou órgão especial no incidente de arguição de inconstitucionalidade, decisão que se presta à manutenção da higidez do ordenamento jurídico como um todo, embora produzida em incidente autônomo vinculado pela prejudicialidade a um processo subjetivo. Contextualiza que, embora o controle de constitucionalidade tenha sido criado no século XIX a partir do judicial review norte-americano, o século XX trouxe mudanças substanciais para o instituto. O século XX sediou um cenário que impulsionou a transformação da função jurisdicional, tendo reconhecido o seu importante papel na realização de direitos e na proteção da ordem jurídica. É nessa conjuntura que se enxerga a necessidade de desenvolver uma jurisdição constitucional robusta. O processo constitucional seria o instrumento disponível para impulsionar a jurisdição constitucional a agirem defesa da supremacia constitucional, seja como objeto principal da ação ou não. Em sede de tribunal, quando a questão constitucional é enfrentada como prejudicial, deve ser julgada pelo plenário ou órgão especial (art. 97 da CRFB/88), de modo que, não sendo o julgamento da causa principal de sua competência, deve ser instaurado o incidente de arguição de inconstitucionalidade. Uma vez admitido, o incidente é processado de um modo que permita que a questão prejudicial constitucional seja efetivamente julgada, proferindo-se um juízo sobre a (in)constitucionalidade da norma. O acórdão que encerra o incidente é decisão cujo conteúdo do provimento é preponderantemente declaratório (positivo ou negativo), tendo como efeito principal a certeza jurídica. A decisão judicial, enquanto ato jurídico em sentido estrito, é espécie de fato jurídico que tem potência para produzir efeitos que não estão no campo de disposição dos particulares. Analisar o plano da eficácia desse fato jurídico, espectro em que atinge seus fins, também permite encontrar o conjunto de efeitos produzidos, objeto de absoluta importância para o sistema de precedentes e, em espécie, para a querela de higidez do sistema constitucional. Para atingir o objeto da pesquisa, foi adotada como metodologia a pesquisa bibliográfica e documental, elementos analisados a partir do método hipotético-dedutivo. Conclui que a decisão que encerra o incidente de arguição de inconstitucionalidade tem como efeito principal a certeza jurídica, efeito que pode ser analisado em suas extensões objetiva, temporal e subjetiva.

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  • RAISSA LUSTOSA COELHO RAMOS
  • A NOVA FÁBRICA DO MUNDO: Relações de trabalho e sistema penal no capitalismo financeirizado

  • Orientador : JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • IVAN SIMÕES GARCIA
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MANUELA ABATH VALENCA
  • ROGERIA GLADYS SALES GUERRA
  • Data: 22/09/2022

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  • Esta dissertação tem como objetivo promover reflexões sobre as relações entre capital, trabalho humano e sistema prisional a partir da teoria foucaultiana, identificando o ponto de partida de cada um desses elementos. Ao reconstituir a história do modo de produção capitalista e seus impactos na subjetividade humana, a pesquisa aborda o estudo do poder explicar como as diferentes fases do capitalismo impactaram os modos de vida, dando enfoque às implicações na prisão e no trabalho. Partindo para o mundo contemporâneo, diante do capitalismo financeirizado, da precarização do trabalho e da previdência, acompanhados da deterioração das condições sociais e do aumento do encarceramento, buscou-se postular sobre as relações entre cárcere e fábrica hoje. Ainda, faz breves considerações sobre a versão brasileira dessa problemática, num contexto em que colonialismo e escravidão desempenharam papel central em tornar as dinâmicas de capital e punição mais tensas. Ao final, buscou-se apresentar algumas críticas de autoras e autores contemporâneos sobre a crise do capital na segunda década de XXI, como Nancy Fraser e Wendy Brown, que atualizam o projeto filosófico foucaultiano. Isso tudo para evidenciar que as forças de controle, vigilância, punição e miséria do trabalho que vivenciamos hoje não são consequências de novas crises, mas são frutos de problemas antigos e que já foram apontados por muitos estudiosos críticos.


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  • Esta dissertação tem como objetivo promover reflexões críticas acerca das dinâmicas entre capital, trabalho humano e sistema prisional. Embora tratadas como áreas diferentes, o direito penal e o direito do trabalho historicamente foram ferramentas com relações claras entre si. Nessa linha, o ponto teórico inicial do trabalho foi a obra Cárcere e Fábrica, de Melossi e Pavarini, que estudaram o início da industrialização e do sistema capitalista e seus papeis centrais na adoção da pena de prisão pela modernidade e nas formas de adestramento do trabalho. Partindo para o mundo contemporâneo, diante do capitalismo financeirizado e de mudanças estruturais na sociedade, resta saber: quais são as relações entre cárcere e fábrica hoje? Amparada no método de revisão bibliográfica, a pesquisa utiliza a Foucault como lupa analítica para entender o funcionamento do poder, e Wacquant para direcionar a crítica ao Estado que investe no sistema penal como meio de gerir a miséria social. O contexto atual de precarização do trabalho e da previdência, acompanhados da deterioração das condições sociais e do aumento do encarceramento, demonstram na prática tais pesquisas. Com base nesses autores, a crítica ainda ensaia no último capítulo a versão brasileira de Cárcere e Fábrica, mas num contexto em que colonialismo e escravidão desempenharam papel central em tornar as dinâmicas de capital e punição ainda mais extremas.

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  • ANA BELIZA GOMES LIMA VASCONCELOS
  • MEDIAÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL: mecanismo de efetividade de contratos internacionais a partir da Convenção de Singapura de 2019

  • Orientador : PAUL HUGO WEBERBAUER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • Data: 23/09/2022

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  • O presente trabalho tem como principal escopo analisar a mediação internacional comercial como forma de efetivação dos contratos internacionais de comércio no contexto da globalização. A análise busca, para tanto, fazer uma contextualização das novas necessidades apresentadas pelos atores comerciais internacionais diante do contexto globalizatório na solução de conflitos advinda de contratos internacionais. Em seguida foram apresentados os mecanismos alternativos de solução de conflitos privados alternativos ao judiciário estatal, tendo como ênfase a mediação, objeto principal do estudo. No decorrer do trabalho foram estudados os benefícios do instituto, foram analisadas também, através de bibliografia e relatórios de instituições internacionais, as tendências recentes para uso da mediação como, por exemplo: Online dispute resolution, Protocolo Arb-med-arb, e a inovação trazida pela Convenção da ONU para o reconhecimento e execução de acordos comerciais internacionais derivados da mediação de 2019, também conhecida como convenção de Singapura. A pergunta de partida deste trabalho é: “A aplicação da mediação se configura como um meio ideal de solução em conflitos advindos de contratos internacionais de comércio?”, e a hipótese foi que o instituto da mediação seria uma forma de solução de conflitos compatível às necessidades dos conflitos contratuais de empresas transnacionais, e que a Convenção de Singapura de 2019 foi um marco importante na valorização do instituto. No que tange a metodologia, para alcançar os objetivos propostos no trabalho apresentado, utilizou-se de revisão bibliográfica direta e indireta, os métodos: analítico-dedutivo e descritivo. Nessa toada, foi concluído que o uso da mediação comercial internacional traz inúmeras vantagens às partes, inclusive o uso conjugado à arbitragem. No entanto, mesmo com um discreto crescimento nos últimos anos, uma vez que a exequibilidade do acordo é um dos fatores determinantes para a escolha da solução de conflitos, o instituto tende a crescer gradualmente, especialmente após a recente convenção sobre o tema.


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  • O presente trabalho tem como principal escopo analisar a mediação internacional comercial como forma de efetivação dos contratos internacionais de comércio no contexto da globalização. A análise busca, para tanto, fazer uma contextualização das novas necessidades apresentadas pelos atores comerciais internacionais diante do contexto globalizatório na solução de conflitos advinda de contratos internacionais. Em seguida foram apresentados os mecanismos alternativos de solução de conflitos privados alternativos ao judiciário estatal, tendo como ênfase a mediação, objeto principal do estudo. No decorrer do trabalho foram estudados os benefícios do instituto, foram analisadas também, através de bibliografia e relatórios de instituições internacionais, as tendências recentes para uso da mediação como, por exemplo: Online dispute resolution, Protocolo Arb-med-arb, e a inovação trazida pela Convenção da ONU para execução de acordos comerciais internacionais derivados da mediação de 2019. A pergunta de partida deste trabalho é: “A aplicação da mediação se configura como um meio ideal de solução em conflitos advindos de contratos internacionais de comércio?”, e a hipótese foi que o instituto da mediação seria uma forma de solução de conflitos compatível às necessidades dos conflitos contratuais de empresas transnacionais. No que tange a metodologia, para alcançar os objetivos propostos no trabalho apresentado, utilizou-se de revisão bibliográfica direta e indireta, os métodos: analítico-dedutivo e descritivo. Nessa toada, foi concluído que o uso da mediação comercial internacional traz inúmeras vantagens às partes, inclusive o uso conjugado à arbitragem. No entanto, mesmo com um discreto crescimento nos últimos anos, uma vez que a exequibilidade do acordo é um dos fatores determinantes para a escolha da solução de conflitos, o instituto tende a crescer gradualmente, especialmente após a recente convenção sobre o tema. 


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  • ISAAC LUNA MACHADO DE AZEVEDO
  • O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E A SUA RETÓRICA: UMA ANÁLISE DOS CAMINHOS ARGUMENTATIVOS PERCORRIDOS PELA CORTE PENAL INTERNACIONAL NA TOMADA DAS DECISÕES QUE APRECIARAM O PEDIDO DE ABERTURA DE INQUÉRITO NO CASO DO AFEGANISTÃO

  • Orientador : PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • JOAO MAURICIO LEITAO ADEODATO
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 23/09/2022

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  • O presente trabalho tem como objeto principal de análise as decisões por meio das quais o Tribunal Penal Internacional (TPI) julgou o pedido de autorização para abertura de investigação preliminar destinada à verificação da situação na República Islâmica do Afeganistão, realizado pela Procuradoria da Corte com fundamento no artigo 15 (3) do Estatuto de Roma. Com a análise dos pronunciamentos em questão, pretende-se explicitar alguns importantes eventos que compuseram o caminho de persuasão percorrido pelos sujeitos envolvidos na tomada das mencionadas decisões, sejam eles juízes, procuradores ou Estados Partes. Através da investigação destes caminhos, o presente trabalho também se propõe a esboçar alguns contornos daquilo que se optou por chamar de “retórica do Tribunal Penal Internacional”, aqui pensada como o complexo de peculiaridades argumentativas que caracteriza os processos de convencimento ocorridos no âmbito da justiça criminal em âmbito internacional. A metodologia utilizada para a realização do trabalho é a da retórica analítica, aqui pensada sobretudo nos moldes em que concebida por Ottmar Ballweg. Ao fim, conclui-se que as peculiaridades existentes na tomada das decisões que apreciaram o requerimento de abertura de inquérito no caso do Afeganistão confirmam a hipótese de que a “retórica do Tribunal Penal Internacional” é, de fato, caracterizada pela existência de importantes desafios argumentativos, que tornam mais complexos os processos de convencimento ocorridos no âmbito da justiça criminal internacional, diferenciando-os daqueles que se dão na esfera do direito interno.


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  • O presente trabalho tem como objeto principal de análise as decisões por meio das quais o Tribunal Penal  Internacional (TPI) julgou o pedido de autorização para abertura de investigação preliminar destinada à  verificação da situação na República Islâmica do Afeganistão, realizado pela Procuradoria da Corte com  fundamento no artigo 15 (3) do Estatuto de Roma. A escolha das decisões se deve ao fato de que o juízo de  instrução do TPI, ao apreciar o requerimento de instauração de inquérito no caso do Afeganistão, utilizou pela  primeira vez a cláusula dos “interesses da justiça” para negar a autorização de abertura de investigações  preliminares. Com a análise dos pronunciamentos em questão, pretende-se explicitar alguns importantes  eventos que compuseram o caminho de persuasão percorrido pelos sujeitos envolvidos na tomada das  mencionadas decisões, sejam eles juízes, procuradores ou Estados Partes. Através da investigação destes  caminhos, o presente trabalho também se propõe a esboçar alguns contornos daquilo que se optou por chamar  de “retórica do Tribunal Penal Internacional”, aqui pensada como o complexo de peculiaridades argumentativas  que caracteriza os processos de convencimento ocorridos no âmbito da justiça criminal em âmbito internacional.  Isso porque a presente pesquisa adota como hipótese a suposição de que a prática discursiva característica do  ambiente linguístico criado em torno do Tribunal Penal Internacional é marcada pela existência de alguns  constrangimentos e obstáculos argumentativos peculiares, que adicionam complexidade à tarefa de  racionalização e neutralização do processo decisório. A metodologia utilizada para a realização do trabalho é a  da retórica analítica, aqui pensada sobretudo nos moldes em que concebida por Ottmar Ballweg. A sua adoção  significa que a presente pesquisa se dá por meio da explicitação de alguns contatos e interações que compõem  as complexas relações estabelecidas entre os sujeitos envolvidos no caso do Afeganistão. Isso porque estes  contatos são, aqui, concebidos como ocorrências fundamentais à compreensão do caminho argumentativo  percorrido até a tomada das decisões. Ao fim, conclui-se que as peculiaridades existentes na tomada das  decisões que apreciaram o requerimento de abertura de inquérito no caso do Afeganistão confirmam a hipótese  de que a “retórica do Tribunal Penal Internacional” é, de fato, caracterizada pela existência de importantes  desafios argumentativos, que tornam mais complexos os processos de convencimento ocorridos no âmbito da  justiça criminal internacional, diferenciando-os daqueles que se dão na esfera do direito interno. 


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  • CECILIA GOMES DE SA
  • Paridade de participação em Nancy Fraser: potência, limites, possibilidade de aplicação do conceito ao direito brasileiro

  • Orientador : MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • MANUELA ABATH VALENCA
  • NATHALIE DE ALMEIDA BRESSIANI
  • Data: 26/09/2022

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  • O objetivo principal dessa dissertação é pensar criticamente o conceito de Paridade de Participação em Nancy Fraser observando seus potenciais, seus limites, assim como seu possível papel para uma reflexão sobre o direito brasileiro. Para tanto, buscou examinar a gênese do conceito, com atenção aos principais debates travados pela filósofa (principalmente com Jürgen Habermas), na década de 1990 até seus escritos mais recentes. Cabe salientar que paridade de participação é o centro normativo através do qual a autora desenvolve sua filosofia com enfoque nos paradigmas populares e na atuação dos movimentos sociais visando estabelecer uma teoria normativa capaz de identificar caminhos para transformação profundas na vida social. Após o estudo do arcabouço teórico sobre justiça formulado nos últimos anos pela filósofa estadunidense, tentou-se nesse trabalho averiguar possibilidades de aplicação de sua teoria e, principalmente, do conceito de paridade de participação, no contexto do direito brasileiro. Nessa perspectiva, portanto, o trabalho visou explorar se é possível, com enfoque na realidade brasileira, utilizar a teoria social de Nancy Fraser sobre justiça aproveitando suas potencialidades e com atenção aos seus limites usando como ponto de reflexão inicial o Programa do Bolsa Família. As peculiaridades da política pública brasileira de redistribuição de renda analisadas sob a ótica da paridade de participação mobilizaram o presente trabalho no sentido de compreender questões produtivas no tocante ao combate de desigualdades.


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  • O objetivo principal dessa dissertação é compreender e resgatar o conceito de Paridade Participativa em Nancy Fraser observando sua potencialidade e seus limites. Para tanto, buscou-se analisar quais debates foram travados pela autora da década de 90 (principalmente com Jürgen Habermas) até seus escritos mais recentes. Alinhada com a Teoria Crítica, Fraser apresenta sua teoria social como um ponto de partida no qual visa radicalizar a democracia e combater injustiças como as de gênero, raça, étnica e de classe. Com o desenvolvimento do conceito tridimensional de justiça (redistribuição, reconhecimento e representação), Fraser postula sobre como as categorias de análise não estão totalmente dissociadas e devem ser compreendidas nos seus entrelaçamentos. A paridade participativa é o centro normativo através do qual a autora desenvolve sua filosofia com enfoque nos paradigmas populares e na atuação dos movimentos sociais visando estabelecer uma linha argumentativa, uma proposta de enfrentamento das desigualdades. Após o estudo do arcabouço teórico sobre justiça formulado nos últimos anos pela filósofa estadunidense, tentou-se nesse trabalho averiguar se existe aplicabilidade de sua teoria e, principalmente, do conceito de paridade participativa, no contexto do direito brasileiro. Cultura, surgimento dos movimentos feministas no Brasil, formas de enfrentamento das desigualdades divergem das análises de Fraser (contexto norte americano e europeu). O trabalho, por fim, visou explorar se é possível, com enfoque na realidade brasileira, utilizar a teoria social de Nancy Fraser sobre justiça aproveitando sua potencialidade e com atenção aos seus limites.

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  • LORENA FERREIRA DE ARAÚJO
  • BRASIL E PERU: cooperação jurídica como ferramenta de integração regional

  • Orientador : MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • Data: 26/09/2022

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  • A integração regional é um dos fatores de desenvolvimento do comércio, tendo em conta as experiências de organismos internacionais, dos quais destaca-se a OEA, a ALADI e o MERCOSUL. Porém, as propostas de criação de um processo de integração podem surgir tanto das relações multilaterais como das bilaterais, de acordo com a proximidade geográfica. A pergunta norteadora da pesquisa é: de que modo a cooperação jurídica bilateral contribui
    para o regionalismo, consideradas as possibilidades presentes no vínculo Brasil-Peru? Para tanto, parte-se da hipótese de que o fomento da bilateralização na cooperação jurídica internacional favorece o projeto integracionista brasileiro e peruano. O trabalho é desenvolvido partindo da eficácia de acordos binacionais, com discussões voltadas para assuntos jurídicos, em paralelo aos processos multilaterais de aliança entre Estados com enfoque comercialista. A análise utiliza a técnica de pesquisa bibliográfica, da coleta até a avaliação de dados. O estudo conclui com a confirmação da hipótese, constatando ser necessário o incentivo das normativas bilaterais para o aprofundamento da integração regional, como fator de desenvolvimento do comércio regional.


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  • A integração regional é um dos fatores de desenvolvimento do comércio, tendo em conta  as experiências de organismos internacionais, dos quais destaca-se a OEA, a ALADI e o  MERCOSUL. Porém, as propostas de criação de um processo de integração podem surgir  tanto das relações multilaterais como das bilaterais, de acordo com a proximidade  geográfica. A pergunta norteadora da pesquisa é: de que modo a cooperação jurídica  bilateral contribui para o regionalismo, consideradas as possibilidades presentes no  vínculo Brasil-Peru? Para tanto, parte-se da hipótese de que o fomento da bilateralização  na cooperação jurídica internacional favorece o projeto integracionista brasileiro e  peruano. O trabalho é desenvolvido partindo da eficácia de acordos binacionais, com  discussões voltadas para assuntos jurídicos, em paralelo aos processos multilaterais de  aliança entre Estados com enfoque comercialista. A análise utiliza a técnica de pesquisa  bibliográfica, da coleta até a avaliação de dados. O estudo conclui com a confirmação da  hipótese, constatando ser necessário o incentivo das normativas bilaterais para o  aprofundamento da integração regional, como fator de desenvolvimento do comércio  regional. 


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  • JULIENNE DINIZ ANTÃO
  • O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA BRASIL-FRANÇA

  • Orientador : FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • SALOMÃO ABDO AZIZ ISMAIL FILHO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 26/09/2022

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  • Contando com um capítulo metodológico próprio, em que se explora a relevância dos estudos em Direito Constitucional Comparado para o enriquecimento do saber acadêmico nacional, a presente pesquisa oferece uma perquirição comparatista entre os sistemas de justiça constitucional na França e no Brasil. Partindo da análise do sistema adotado em solo de ascendência gaulesa, perpassando seus institutos e origens históricas, cotejam-se tais referenciais com os elementos do Direito Constitucional brasileiro. Amplo herdeiro do constitucionalismo francês, o Brasil e sua academia jurídica têm começado a buscar investigar parâmetros e modelos de controle da constitucionalidade normativa para além dos clássicos modelos austro-germânico e estadunidense. Com origem no primado legiscêntrico, demonstra-se o nascimento dos órgãos de controle na história de descendência gaulesa, seus fundamentos, influências e maneiras de atuação, de modo a pontuar gradativamente como chegou-se ao Conselho Constitucional hodierno e à atividade edificada sobre a Questão Prioritária de Constitucionalidade, para o deslinde de uma vereda ainda não muito estudada no país: o controle de constitucionalidade francês comparado ao nacionalmente adotado.


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  • Contando com um capítulo metodológico próprio, em que se explora a relevância dos estudos em Direito Constitucional Comparado para o enriquecimento do saber acadêmico nacional, a presente pesquisa oferece uma perquirição comparatista entre os sistemas de justiça constitucional na França e no Brasil. Partindo da análise do sistema adotado em solo de ascendência gaulesa, perpassando seus institutos e origens históricas, cotejam-se tais referenciais com os elementos do Direito Constitucional brasileiro. Amplo herdeiro do constitucionalismo francês, o Brasil e sua academia jurídica têm começado a buscar investigar parâmetros e modelos de controle da constitucionalidade normativa para além dos clássicos modelos austro-germânico e estadunidense. Com origem no primado legiscêntrico, demonstra-se o nascimento dos órgãos de controle na história de descendência gaulesa, seus fundamentos, influências e maneiras de atuação, de modo a pontuar gradativamente como chegou-se ao Conselho Constitucional hodierno e à atividade edificada sobre a Questão Prioritária de Constitucionalidade, para o deslinde de uma vereda ainda não muito estudada no país: o controle de constitucionalidade francês comparado ao nacionalmente adotado.

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  • ISABELA MARIA BEZERRA COSTA
  • OS MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS EM CONTRATOS INTERNACIONAIS ENVOLVENDO O AGRONEGÓCIO

  • Orientador : AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • Data: 27/09/2022

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  • A economia brasileira está fortemente centralizada no agronegócio. Em 2021, as commodities brasileiras e demais produtos agrícolas representaram 67,7% das exportações totais, com superávit, após amortização das importações, de US$ 105,01 bilhões. A relevância também se evidencia a partir da evolução e ramificação do setor em uma complexa cadeia produtiva, que agrega desde estudos científicos para aprimoramento do material genético de frutos e sementes para produção até à complexa rede de financiamento e negociação de contratos futuros agrícolas nas bolsas de valores mundiais. O cenário de intensa comercialização internacional estimulou os atores do comércio internacional e as instituições de direito privado a voltarem as atenções à regulação das relações, com criação de contratos específicos, cláusulas típicas, câmaras arbitrais específicas aos produtos agro, além de estudos, normas e acordos dedicados às peculiaridades do setor. Diante da pluralidade de mecanismos internacionais, somados às leis e cortes nacionais, esta dissertação tem como escopo analisar, em primeiro momento, quais são as peculiaridades do setor que geram problemáticas jurídicas e litígios entre as partes para, em seguida, desenvolver uma análise crítica a partir do questionamento se seriam os métodos privados de solução de controvérsias, com destaque da arbitragem internacional, os mecanismos mais adequados à resolução dos conflitos do agronegócio internacional.


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  • A economia brasileira está fortemente centralizada no agronegócio. Em 2021, as  commodities brasileiras e demais produtos agrícolas representaram 67,7% das  exportações totais, com superávit, após amortização das importações, de US$ 105,01  bilhões. A relevância também se evidencia a partir da evolução e ramificação do setor  em uma complexa cadeia produtiva, que agrega desde estudos científicos para  aprimoramento do material genético de frutos e sementes para produção até à  complexa rede de financiamento e negociação de contratos futuros agrícolas nas bolsas  de valores mundiais. O cenário de intensa comercialização internacional estimulou os  atores do comércio internacional e as instituições de direito privado a voltarem as  atenções à regulação das relações, com criação de contratos específicos, cláusulas  típicas, câmaras arbitrais específicas aos produtos agro, além de estudos, normas e  acordos dedicados às peculiaridades do setor. Diante desse contexto, esta dissertação  tem como escopo analisar como o Direito Internacional Privado, através das suas  teorias, discussões e produções normativas, pode contribuir ao desenvolvimento do  setor, servir de fomento às relações econômicas transnacionais e estruturar  mecanismos que ofereçam maior segurança jurídica às contratações. 

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  • MARIO HENRIQUE HOLANDA GODOY
  • UNIÕES ENDOGÂMICAS: INCESTUALIDADE E DIREITO DE FAMÍLIA

  • Orientador : TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS BERNARDES DE MELLO
  • LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 27/09/2022

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  • O presente trabalho se destina a analisar como se deram o processo de juridicização do tabu do incesto e o consequente enquadramento das relações interparentais na categoria  dos impedimentos relativos ao matrimônio. Para tanto, foram empreendidos estudos no  campo da antropologia e da psicologia social objetivando explicar como teriam surgido  as prevenções incestuosas, e de que modo elas futuramente vieram a impactar no direito  de família. Dentre as civilizações da Antiguidade que deixaram registros de um aparato  normativo tratando das proibições matrimoniais fundadas no parentesco, focalizaram-se,  particularmente, a judaico-cristã e a romana, haja vista a influência de ambas na formação  do direito de família do mundo ocidental. Também se procurou investigar a gênese da  categoria dos impedimentos matrimoniais no direito canônico da Idade Média. A pesquisa  converge para a análise dos impedimentos de parentesco na evolução do direito brasileiro,  até chegar ao atual estado da arte da matéria. Partindo da teoria do fato jurídico,  examinou-se o ingresso das uniões impedidas (nulas) no plano eficacial, para enfim  apurar-se a possibilidade de sua qualificação no conceito legal de concubinato.


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  • O presente trabalho se destina a analisar como se deram o processo de juridicização do tabu do incesto e o consequente enquadramento das relações interparentais na categoria dos impedimentos relativos ao matrimônio. Para tanto, foram empreendidos estudos no campo da antropologia e da psicologia social objetivando explicar como teriam surgido as prevenções incestuosas, e de que modo elas futuramente vieram a impactar no direito de família. Dentre as civilizações da Antiguidade que deixaram registros de um aparato legal tratando das proibições matrimoniais fundadas no parentesco, focalizaram-se, particularmente, a judaico-cristã e a romana, haja vista a influência de ambas na formação do direito de família do mundo ocidental. Também se procurou investigar a gênese da categoria dos impedimentos matrimoniais no direito canônico da Idade Média. A pesquisa converge para a análise dos impedimentos de parentesco na evolução do direito brasileiro, até chegar ao atual estado da arte da matéria. Partindo da teoria do fato jurídico, examinou-se o ingresso das uniões impedidas (nulas) no plano eficacial, para enfim apurar-se a possibilidade de sua qualificação no conceito legal de concubinato.

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  • MARIA HELENA LEIRO BANCILLON DE ARAGÃO
  • A POSSE DE ESTADO DE FILHO NO RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA

  • Orientador : ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • MARIA RITA DE HOLANDA SILVA OLIVEIRA
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 28/09/2022

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  • O presente trabalho é voltado para a identificação da posse de estado de filiação socioafetiva no reconhecimento. É cediço que atualmente, considerando a expressão “ou outra origem” presente no artigo 1.593 do Código Civil, tem-se entendido pela possibilidade da filiação socioafetiva, o que foi reforçado pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pela tese 622 do Supremo Tribunal Federal que tratou da multiparentalidade. Por sua vez, os estudos doutrinários têm apontado para uma classificação da filiação mais abrangente, considerando-se a filiação biológica e a não biológica (ou socioafetiva), essa última que pode advir da inseminação heteróloga, adoção, “adoção à brasileira” ou posse de estado de filiação. Dessa forma, em que pese não conste de expressa previsão legal, desenvolveu-se na prática dos cartórios e do judiciário brasileiros, bem como na doutrina o reconhecimento da filiação a partir da posse de estado de filiação socioafetiva, ampliando-se a função originalmente desempenhada, sem, contudo, individualizá-la. Daí porque teve-se como objetivo geral a individualização da posse de estado de filiação socioafetiva, notadamente nas atuais formas de reconhecimentos judicial e extrajudicial. Para tanto, considerando que a posse de estado de filiação preexistia à ampla discussão da filiação socioafetiva, primeiramente pretendeu-se fazer a identificação da posse de estado de filiação no contexto das filiações vinculadas ao casamento, ao elo biológico e ao elo socioafetivo. Ademais, teve-se também como objetivo específico especificar atualmente as suas funções e seus elementos, distinguindo-a das demais possíveis espécies de filiação socioafetiva. E, tendo em vista os procedimentos a ela aplicáveis, buscou-se, ainda, identificar as formas atuais de reconhecimento – extrajudicial ou judicial - da posse de estado de filiação socioafetiva, averiguando o que a jurisprudência do STJ tem ponderado a título de posse de estado de filiação socioafetiva, bem como quais são as problemáticas trazidas pelo Provimento no 63/2017 do Conselho Nacional de Justiça e pela produção doutrinária acerca da aplicabilidade do reconhecimento extrajudicial. Finalmente, esclareça-se que nessa pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e eminentemente descritiva, foi empregado, a título de abordagem, o método dedutivo e, a título de procedimento, o método estruturalista e sua execução se deu por documentação indireta, por pesquisa documental e bibliográfica. Como resultado, verificou-se que a posse de estado de filho perpassa pela filiação como um todo e tem potencial para ser considerada um elemento chave da definição dessa. Ainda, percebeu-se que, além da tradicional função probatória, há nela uma função estabilizadora que justifica a manutenção do registro de filiação, mesmo que declarado sob uma falsa premissa biológica, e uma função criadora acolhida no reconhecimento extrajudicial da filiação socioafetiva. Por último, para além do elemento volitivo ou elemento afetivo, ela se realiza a partir de condutas fáticas que denotam o gozo do estado de filho, servindo para tanto a tríade do nominatio, tractatus e fama. Por isso, juntamente à sua essência probatória de condutas fáticas e à impossibilidade de posterior ação negatória com fundamento na inveracidade da declaração ou no erro quanto ao vínculo, não basta a mera declaração para o reconhecimento feito com base nela.


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  • O presente trabalho é voltado para a análise da posse de estado de filiação  socioafetiva, enquanto uma possível espécie autônoma da filiação socioafetiva, a  partir de reflexões sobre os diferentes papeis por ela exercidos no ordenamento  juridico brasileiro. É cediço que atualmente, considerando a expressão “ou outra  origem” presente na regra sobre parentesco do Código Civil de 2002 (artigo 1.593),  tem-se entendido pela possibilidade da filiação socioafetiva, o que foi reforçado pela  tese fixada no tema 622 do STF. Por sua vez, os estudos doutrinários têm apontado  para uma classificação da filiação mais abrangente, considerando-se a filiação  biológica, que pode advir de uma reprodução humana natural ou assistida, pela  consanguinidade ou pela genética, e a não biológica (ou socioafetiva), que pode se  constituir pela adoção, “adoção à brasileira” ou posse de estado de filiação, essas  duas últimas tendo sido discutidas quando da elaboração do provimento nº 63/2017  do CNJ. Dessa forma, em que pese não conste de expressa previsão legal, tem se  desenvolvido na prática do judiciário brasileiro e na doutrina o instituto da posse de  estado de filiação socioafetiva, ampliando-se a função originalmente desempenhada,  sem, contudo, individualizá-la quanto ao seu suporte fático, elementos, procedimentos  aplicáveis, dentre outros aspectos. Daí porque o trabalho teve como objetivo geral a  individualização da posse de estado de filiação socioafetiva dentre as categorias de  filiação socioafetivas. Para tanto, primeiramente pretendeu-se fazer a identificação da  posse de estado de filiação no contexto das filiações vinculadas ao casamento, ao elo  biológico e ao elo socioafetivo, observando as funções conferidas à posse de estado  de filiação, desde a utilização como meio de prova para suprir registro civil até como  fundamento para manutenção ou (des)fazimento do registro civil. Ademais, tem-se  também como objetivo específico identificar as formas atuais de reconhecimento – extrajudicial ou judicial - da posse de estado de filiação socioafetiva. Finalmente,  esclareça-se que nessa pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e  eminentemente descritiva, foi empregado, a título de abordagem, o método dedutivo e, a título de procedimento, o método estruturalista e sua execução se deu por  documentação indireta, por pesquisa documental e bibliográfica.

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  • MARIA EDUARDA DE SOUZA RIBEIRO SOARES DE ALMEIDA
  • INTERVENÇÃO DE TERCEIROS NA ARBITRAGEM

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELA KOHLBACH DE FARIA
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 28/09/2022

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  • A arbitragem tem como regra o consentimento; é um de seus pilares a autonomia da vontade. Com a dinamicidade das relações contratuais atuais, o consentimento explícito não mais é suficiente para disciplinar o instituto da arbitragem, de forma que o comportamento das partes deve ser valorado para efeitos de vinculação à convenção de arbitragem. Nesse panorama, deve-se analisar a conduta das partes envolvidas nas negociações e na execução do contrato para verificação de eventual extensão ou transmissão da cláusula compromissória a terceiros não-signatários. O objetivo do presente trabalho é verificar quem é parte substancial da convenção de arbitragem, consequentemente, quem pode ser parte no processo arbitral, analisando a possibilidade de transporte das figuras de intervenção de terceiro contidas no ordenamento brasileiro para arbitragem, sob a perspectiva do conceito de parte e de terceiro na Teoria Geral do Processo e do consentimento na arbitragem.


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  • A arbitragem tem como dogma o consentimento; é um de seus pilares a autonomia da vontade. Com a dinamicidade das relações contratuais atuais, o consentimento explícito não mais é suficiente para otimizar o instituto da arbitragem, de forma que o comportamento das partes deve ser valorado para efeitos de vinculação à convenção de arbitragem. Nesse panorama, deve-se analisar a conduta das partes envolvidas nas negociações e na execução do contrato para verificação de eventual extensão ou transmissão da cláusula compromissória a terceiros não-signatários. O objetivo do presente trabalho é verificar quem é parte substancial da convenção de arbitragem, consequentemente, quem pode ser parte no processo arbitral, analisando a possibilidade de transporte das figuras de intervenção de terceiro contidas no Código de Processo Civil para arbitragem, sob a perspectiva do conceito de parte e de terceiro na Teoria Geral do Processo.

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  • MARILIA ARAUJO DE ALBUQUERQUE
  • A VALSA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA: UM OLHAR NEOINSTITUCIONAL SOBRE AS EMENDAS À CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988

  • Orientador : FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • ERNANI RODRIGUES DE CARVALHO NETO
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • PEDRO DE OLIVEIRA ALVES
  • Data: 29/09/2022

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  • A pesquisa analisa as emendas constitucionais, a partir da perspectiva neoinstitucional, com objetivo de investigar se as mudanças textuais à Constituição de 1988 revelam avanços ou recuos frente ao paradigma democrático adotado na Constituinte. Parte, portanto, das hipóteses de que: a) o constituinte originário deixou de estabelecer aspectos relevantes para a consolidação de um regime democrático, deixando tais decisões para o futuro; b) as emendas constitucionais revelam uma resistência conservadora ao projeto democrático, impondo passos atrás à implementação de uma democracia estável no Brasil. A compreensão sobre o emendamento constitucional e a democracia é proposta por uma análise original da mudança institucional, que vai além da investigação das regras do jogo formal. Para essa proposta, foi escolhida a teoria de Poliarquia de Robert Dahl como referencial teórico crítico das abordagens institucionalistas formalistas. Para permitir a aplicação dos referenciais adotados ao contexto brasileiro, as condicionantes poliárquicas propostas por Dahl foram agrupadas em categorias de direitos, permitindo a identificação dos elementos democráticos no texto constitucional brasileiro. Em seguida, foi elaborado um banco de dados que contempla propostas de emendas à Constituição entre 1988 e 1994, delimitado pela revisão constitucional, as emendas constitucionais promulgadas entre 1988 e 2020 e dispositivos do texto constitucional, originais e alterados por emendamento, designados como “diferidos”, por indicarem a ausência de consenso na decisão do constituinte. Após confrontados com o banco de dados, os indicadores revelaram que o texto de 1988 apresentava, já, limitações relevantes em aspectos de competição política, confirmando a primeira hipótese de pesquisa. Apontaram, ainda, divergindo da segunda hipótese de pesquisa, que as emendas constitucionais não se evidenciam como recursos do constituinte derivado em desarticular ou criar obstáculos ao modelo democrático instituído em 1988. Desta maneira, ao demonstrar que é possível identificar na norma formal expressões de elementos como a concentração de recursos políticos e a ausência de consenso na decisão de aspectos democráticos essenciais, a pesquisa propõe perspectivas para uma compreensão neoinstitucional e dinâmica do direito constitucional.


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  • Para Robert Dahl a democracia se revela como a melhor alternativa viável para tomada de decisões coletivas, pois dentre outros motivos, pressupõe a igualdade política e o controle da agenda pelos cidadãos. A experiência real da democracia, porém, atravessa processos incompletos quanto a diferentes pressupostos democráticos, podendo ser mais ou menos democrática. A tais experiências Dahl denominou Poliarquia. A partir dos elementos que conformam a transição poliárquica, portanto, o trabalho se propõe a alocar as escolhas estabelecidas no processo constituinte de 1987-1988 e, com base nestas, analisar se as emendas constitucionais promulgadas entre 1992 e 2020 apresentam tendência seja a favorecer ou a criar obstáculos ao desenvolvimento da poliarquia.

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  • INALDO FRANCISCO DE SENA FERREIRA DE SOUZA
  • A CRISE DO MOVIMENTO SINDICAL NO CONTEXTO DA REVOLUÇÃO INFORMACIONAL: O USO DAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO COMO ESTRATEGIA DE RENOVAÇÃO.

  • Orientador : MICHEL ZAIDAN FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • ROGERIA GLADYS SALES GUERRA
  • Data: 30/09/2022

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  • O trabalho é pressuposto de desenvolvimento da vida humana. Sendo assim, o sindicalismo enquanto movimento de reafirmação de forças revolucionárias sempre esteve intrinsecamente relacionado ao trabalho. Num primeiro momento, com o advento da modernidade inaugurada a partir da Revolução Industrial, desenvolveu-se uma nova configuração social e o estabelecimento de uma classe de trabalhadores organizados para uma produção em massa amparados pelo desenvolvimento da atividade fabril. A grande exploração da mão de obra humana aliado a fatores políticos à época despontou a necessidade de os trabalhadores “do chão da fábrica” se org anizarem coletivamente germinando os primeiros movimentos sindicais. Seguindo o curso da história, um maior ou menor vigor da atividade sindical sempre esteve alinhada ao trabalho numa maior ou menor intervenção do Estado nas relações sociais e econômicas. Por isso mesmo, uma regressão na atividade estatal aliada a modificações profundas no modelo laboral provocadas pela revolução tecnológica no mundo do trabalho perpetrou significativas mudanças no papel desempenhado pelos sindicatos, ainda baseado no modelo territorial e classista, ocasionando uma crise de representação. O presente trabalho, adotando uma metodologia dedutiva, pautada na análise bibliográfica e documental, tem como objetivo principal apresentar uma via alternativa à renova&cced il;ão dos sindicatos, pautada em um encontro de fenômenos ainda não estudados em conjunto no âmbito do direito coletivo do trabalho. O objetivo exploratório denota a intenção de ampliar a discussão sobre os potenciais avanços que podem ser experimentados pelos movimentos sindicais quando esses se aliarem aos avanços no campo da tecnologia da informação e comunicação (TIC). Dentro deste panorama, justifica-se o acerto e a proposição da presente pesquisa, na medida em que a sociedade em rede apresentou à humanidade novas formas de se comunicar e de se articular, impactando a sociedade como um todo, inclusive o direito coletivo do trabalho. O desafio que se faz presente pois, é a desconstrução do modelo sindical ainda vigente para rede senhar aquilo que se mostrou uma atividade meramente reivindicatória traduzida numa nova realidade dos sindicatos, que contemplasse as novas tecnologias da comunicação e restaurar a essência revolucionária da atividade sindical. Assim,  o impacto das TICs no  movimento sindical é analisadas e as respostas a estas perguntas são pesquisadas: Qual é o impacto das TICs  sobre o movimento sindical? Como os sindicatos podem usar a Internet a seu favor? Pode o Internet fortalece a solidariedade trabalhista  e o sindicalismo?


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  • O trabalho é pressuposto de desenvolvimento da vida humana. Sendo assim, o sindicalismo enquanto movimento de reafirmação de forças revolucionárias sempre esteve intrinsecamente relacionado ao trabalho. Num primeiro momento, com o advento da modernidade inaugurada a partir da Revolução Industrial, desenvolveu-se uma nova configuração social e o estabelecimento de uma classe de trabalhadores organizados para uma produção em massa amparados pelo desenvolvimento da atividade fabril. A grande exploração da mão de obra humana aliado a fatores políticos à época despontou a necessidade de os trabalhadores “do chão da fábrica” se org anizarem coletivamente germinando os primeiros movimentos sindicais. Seguindo o curso da história, um maior ou menor vigor da atividade sindical sempre esteve alinhada ao trabalho numa maior ou menor intervenção do Estado nas relações sociais e econômicas. Por isso mesmo, uma regressão na atividade estatal aliada a modificações profundas no modelo laboral provocadas pela revolução tecnológica no mundo do trabalho perpetrou significativas mudanças no papel desempenhado pelos sindicatos, ainda baseado no modelo territorial e classista, ocasionando uma crise de representação. O presente trabalho, adotando uma metodologia dedutiva, pautada na análise bibliográfica e documental, tem como objetivo principal apresentar uma via alternativa à renova&cced il;ão dos sindicatos, pautada em um encontro de fenômenos ainda não estudados em conjunto no âmbito do direito coletivo do trabalho. O objetivo exploratório denota a intenção de ampliar a discussão sobre os potenciais avanços que podem ser experimentados pelos movimentos sindicais quando esses se aliarem aos avanços no campo da tecnologia da informação e comunicação (TIC). Dentro deste panorama, justifica-se o acerto e a proposição da presente pesquisa, na medida em que a sociedade em rede apresentou à humanidade novas formas de se comunicar e de se articular, impactando a sociedade como um todo, inclusive o direito coletivo do trabalho. O desafio que se faz presente pois, é a desconstrução do modelo sindical ainda vigente para rede senhar aquilo que se mostrou uma atividade meramente reivindicatória traduzida numa nova realidade dos sindicatos, que contemplasse as novas tecnologias da comunicação e restaurar a essência revolucionária da atividade sindical. Assim,  o impacto das TICs no  movimento sindical é analisadas e as respostas a estas perguntas são pesquisadas: Qual é o impacto das TICs  sobre o movimento sindical? Como os sindicatos podem usar a Internet a seu favor? Pode o Internet fortalece a solidariedade trabalhista  e o sindicalismo?

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  • MARCELLE VIRGÍNIA ARAÚJO PENHA
  • TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E O TEMPO DO DIREITO UMA ANÁLISE SOBRE AS TECNOLOGIAS QUE COMUNICAM A PARTIR DA TEORIA DOS SISTEMAS DE NIKLAS LUHMANN

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • ALDO ARTURO MASCAREÑO LARA
  • ANTONIO CARLOS LUZ COSTA
  • Data: 04/10/2022

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  • A presença crescente das tecnologias da inteligência nos mais diversos âmbitos da vida pública e privada dá origem a novos conflitos e desafios. Tecnologias da inteligência são definidas, neste trabalho, de forma a contemplar as tecnologias às quais são atribuídas socialmente alguma espécie de inteligência ou capacidade de aprendizado, por exemplo, inteligências artificiais, algoritmos etc. Buscando compreender como o direito, enquanto sistema social de comunicação, reage às tecnologias da inteligência, partiu-se da seguinte hipótese de pesquisa: o tempo do direito é diferente do tempo da tecnologia. O objetivo geral desta pesquisa é, portanto, observar como se dá a relação temporal entre o direito e a tecnologia. Os objetivos secundários, por sua vez, são: (1) observar se as tecnologias da inteligência podem se comunicar, entendida a comunicação como operação da sociedade; (2) se as tecnologias da inteligência são comunicadas como opacas pelo sistema do direito, partindo-se da ideia de opacidade proposta por Frank Pasquale; e (3) se, de fato, já uma temporalidade distinta entre direito e tecnologia, quais são as estratégias comunicativas adotadas pelo direito em reação a isso. Como marco teórico, partiu-se da teoria dos sistemas sociais de Niklas Luhmann, que observa a sociedade como
    formada por comunicações, apoiada pela obra de Elena Eposito e Günther Teubner. Para atingir os objetivos propostos, realizou-se uma pesquisa qualiquantitativa: além da revisão bibliográfica, foram analisadas 82 decisões proferidas pelos Tribunais de Justiça de São Paulo, do Rio Grande do Sul, do Distrito Federal e do Superior Tribunal de Justiça proferidas entre 01 de janeiro de 2021 e 30 de junho de 2022 que continham a expressão “inteligência artificial”. Conclui-se que, sob a perspectiva da teoria dos sistemas e do conceito de comunicação que parte da seleção daquele que entende a informação gerada pelo outro, é possível que pessoas se comuniquem com tecnologias da inteligência, desde que o interlocutor humano selecione a tecnologia da inteligência como participante da comunicação. Sobre a opacidade, observou-se que as tecnologias da inteligência não são comunicadas como opacas pelo sistema do direito. A despeito disso, em apenas duas das decisões analisadas tematizam o modo de funcionamento das tecnologias da inteligência levadas à discussão no judiciário. Sobre o tempo do direito, a hipótese de pesquisa foi confirmada. Observou-se que o desacoplamento temporal entre sistemas é essencial para que o sistema seja capaz de selecionar os seus contatos com o ambiente e construir autopoieticamente seu modo próprio de reação. Por fim, identificamos duas estratégias empregadas pelo sistema do direito para lidar com o desacoplamento temporal entre si e a tecnologia. A primeira é: o julgador projeta a evolução da tecnologia no futuro para decidir sobre o presente. A segunda estratégia observada é o arquivamento de experiências argumentativas bem-sucedidas para reutilização: foi observada a construção argumentativa comum de que a inteligência artificial resolveria o problema em questão; a tecnologia é empregada como o remédio para diversos males, sem que o direito explore, de forma específica, como ela funciona ou como ela teria solucionado aquele problema em especifico.


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  • Diariamente são divulgadas notícias sobre como as tecnologias da inteligência – softwares, algoritmos, inteligências artificiais, entre outros – possuem comportamentos potencialmente discriminatórios, como, por exemplo, cartões de crédito que concedem mais crédito para homens que para mulheres por decisão automática e algoritmos de corte que selecionam pessoas brancas em detrimento das negras. Apesar disso, não foram identificadas decisões judiciais relevantes a respeito. Não é possível afirmar que a ausência de decisões a respeito decorre do fato de que os brasileiros não interagem com inteligências artificiais, algoritmos e agentes autônomos de decisão. Estudo realizado pela Capgemini Research Institute aponta que o Brasil é o segundo país do mundo em que os consumidores mais interagem com inteligências artificiais diariamente (64% dos consumidores), ficando atrás apenas da Suécia (70%). Nesse quesito, estamos à frente dos Estados Unidos (60%) e da média mundial (54%). Nesse contexto, o problema de pesquisa deste trabalho surge: as tecnologias da inteligência podem ter comportamentos discriminatórios? Se sim, por que o direito brasileiro está em aparente inércia a isso? Para analisar esse problema, foi utilizada a teoria dos sistemas de Niklas Luhmann, juntamente com as contribuições de continuadores de sua obra, como Elena Esposito e Gunther Teubner. Quanto à metodologia, foi conduzida uma revisão bibliográfica na obra de Luhmann, deTeubner e de Esposito. Além disso, foram analisados casos específicos, por meio da revisão de notícias divulgadas na mídia, de comportamentos potencialmente discriminatórios de agentes eletrônicos, bem como um estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas sobre a ação dos bots no Twitter. Diante disso, o objetivo geral desta pesquisa é observar se o tempo (timing) do sistema do direito é diferente do timing da tecnologia. Os objetivos específicos, por sua vez, são: (a) compreender o que a teoria dos sistemas de Luhmann observa sobre tecnologias da inteligência; (b) analisar se a teoria dos sistemas de Luhmann é adequada para discutir questões relacionadas às tecnologias da inteligência; (c) analisar se decisões automatizadas, como as proferidas por algoritmos e inteligências artificiais, podem ser consideradas comunicações e, portanto, parte do sistema social omnibarcador que é a sociedade.

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  • JULIANA MOURA DOS SANTOS
  • ARBITRAGEM INTERNACIONAL: Um estudo sobre o papel da justiça não estatal na solução de controvérsias comerciais transnacionais

  • Orientador : AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • Data: 17/11/2022

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  • Este trabalho tem como finalidade analisar como a arbitragem se estabelece no direito comercial e nas relações comerciais transnacionais como principal meio de solução de controvérsias e como os instrumentos de uniformização contribuíram nesse sentido. Para tanto, abordaremos a importância da arbitragem como instrumento efetivo de acesso à justiça, atribuindo-a à qualidade de mecanismo hábil a resolução dos conflitos de natureza comercial internacional, apresentando-se como forma alternativa de resolução de controvérsias de direitos disponíveis, com poder executório. A uniformização de regras do direito comercial é abordada através da análise dos aspectos mais relevantes de institutos como a lex mercatória e a UNCITRAL, um dos mais relevantes instrumentos de soft law e que cumpre papel protagonista nos esforços de uniformização e modernização de métodos para solução extrajudicial de conflitos. À Convenção de Nova Iorque dar-se-á destaque por ser o mais relevante diploma internacional concernente à arbitragem internacional, ao garantir aos seus signatários a efetividade de decisões arbitrais. Veremos como a ratificação da Convenção pelo Brasil é marco na consolidação da arbitragem no País. Por fim, analisaremos os progressos adquiridos pela arbitragem internacional e sua atuação paralela aos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais, funcionando segundo suas próprias regras, seus órgãos de controle e suas jurisprudências, quase totalmente alheia ao controle estatal.


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  • Este trabalho tem como finalidade analisar como a arbitragem se estabelece no direito  comercial e nas relações comerciais transnacionais como principal meio de solução de  controvérsias e como os instrumentos de uniformização contribuíram nesse sentido. Para  tanto, abordaremos a importância da arbitragem como instrumento efetivo de acesso à  justiça, atribuindo-a à qualidade de mecanismo hábil a resolução dos conflitos de natureza  comercial internacional, apresentando-se como forma alternativa de resolução de  controvérsias de direitos disponíveis, com poder executório. A Uniformização de regras do  Direito Comercial é abordada através da análise dos aspectos mais relevantes de institutos  como a Lex Mercatória e a UNCITRAL, um dos mais relevantes instrumentos de soft law,  que cumpre papel protagonista nos esforços de uniformização e modernização de métodos  para solução extrajudicial de conflitos. À Convenção de Nova Iorque dar-se-á destaque por  ser o mais relevante diploma internacional concernente à arbitragem internacional, ao  garantir aos seus signatários a efetividade de decisões arbitrais. Veremos como a ratificação  da Convenção pelo Brasil é marco na consolidação da arbitragem no País. Por fim,  analisaremos a possibilidade de uma ordem jurídica arbitral, autônoma e independente dos  ordenamentos jurídicos, ante os progressos adquiridos no direito da arbitragem internacional  e sua atuação paralela aos ordenamentos jurídicos nacionais e de direito internacional,  funcionando segundo suas próprias regras, seus costumes, seus órgãos de controle e suas  jurisprudências, quase totalmente alheia ao controle estatal.

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  • MATEUS TRINTA BRUZACA
  • IDENTIDADE, MEMÓRIA E PROMESSA: uma proposta transnacional de identidade constitucional e uma apreciação do caso brasileiro

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • CARINA RODRIGUES DE ARAUJO CALABRIA
  • FLAVIA DANIELLE SANTIAGO LIMA
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • Data: 05/12/2022

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  • A dissertação analisa o obstáculo intergeracional inscrito no processo de reconstrução da angulação jurídico-constitucional das identidades coletivas. Partindo dos pressupostos teoréticos expostos por Paul Ricoeur e Michel Rosenfeld, defende que essa identidade é produto da reconciliação e justa seleção das múltiplas perspectivas e projetos identitários que pensam a consolidação de um regime juspolítico ao longo do tempo. Defende, nesse sentido, que apenas a consolidação de instituições democráticas plurais e abertas à adequações epistêmicas é capaz de formar uma identidade constitucional. Pondera, ainda, que a identidade constitucional, embora aberta à transformação, é atada ao eixo da memória, subsidiando-se de signos e valores construídos no passado, colocando-se como resultado normativo de reformas e reafirmações de valores e significados sedimentados e modulados temporalmente. A pesquisa, sem embargo, expande esse escopo investigativo e perscruta o impacto de cognições jurídicas internacionais na reconstrução da identidade constitucional. Argumenta, assim, que o discurso jurídico internacional, ao prestigiar o pleito de atores e atrizes sociais cujas demandas são internamente invisibilizadas, reforça a política de reconhecimento, garantindo judicialização e normatização de direitos individuais e de titularidade coletiva cuja matriz de violação são fragilidades institucionais, discriminações históricas e microagressões cotidianas. Logo, sustenta que o engajamento com o processo transnacional desvela e dinamiza o reconhecimento das expressões identitárias acometidas por tais injustiças, favorecendo a reconstrução da identidade constitucional. Defende, assim, que o processo transacional auxilia a inclusão dessas manifestações ao corpus constitucional, pois permite que grupos obstados na vocalização de seus direitos, usem a jurisdição internacional como locus transnacional de luta por reconhecimento. Ao debater essa hipótese na realidade latino-americana, sustenta o pesquisador que a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CtIDH) realiza tal função ao estimular a concreção e ampliação material do direito de grupos em situação de vulnerabilidade. Nessa oportunidade, aproveita-se a singularidade regional das transições à democracia para investigar como o elemento das anistias políticas tem dificultado a transnacionalização da identidade constitucional, na medida em que impede movimentos de refiguração e reforço de artefatos textuais (norma constitucional) e discursivos (discurso constitucional) utilizados como meios externos para preencher a função memorizadora do self coletivo. Essa problemática inerente à realidade latino-americana é debatida com mais vagar focando-se o contexto brasileiro, a partir de revisita crítica da construção constitucional de 1987/1988, dos impactos da Lei de Anistia de 1979 e das experiências de interação do sujeito constitucional pátrio com o discurso jurídico interamericano em matéria de anistia e memória na oportunidade do julgamento da ADPF 153.


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  • A dissertação analisa o obstáculo intergeracional inscrito no processo de reconstrução da angulação jurídico-constitucional das identidades coletivas. Partindo dos pressupostos teoréticos expostos por Paul Ricoeur e Michel Rosenfeld, defende que essa identidade é produto da reconciliação e justa seleção das múltiplas perspectivas e projetos identitários que pensam a consolidação de um regime juspolítico ao longo do tempo. Defende, nesse sentido, que apenas a consolidação de instituições democráticas plurais e abertas a adequações epistêmicas é capaz de formar essa identidade constitucional. Pondera, ainda, que a identidade constitucional, embora aberta à transformação, é atada ao eixo da memória, subsidiando-se de signos e valores construídos no passado. Se coloca, pois, como resultado normativo de reformas e reafirmações de valores e significados sedimentados e modulados temporalmente. A pesquisa, sem embargo, expande esse escopo investigativo e perscruta o impacto de cognições jurídicas internacionais na reconstrução da identidade constitucional. Argumenta, assim, que o discurso jurídico internacional, ao prestigiar o pleito de atores e atrizes sociais cujas demandas são internamente invisibilizadas, reforça a política de reconhecimento, garantindo judicialização e normatização de direitos individuais e de titularidade coletiva cuja matriz de violação são fragilidades institucionais, discriminações históricas e microagressões cotidianas. Logo, sustenta que o engajamento com o processo transnacional desvela e dinamiza o reconhecimento das expressões identitárias acometidas por tais injustiças, favorecendo a reconstrução da identidade constitucional. Defende, assim, que o processo transacional auxilia a inclusão dessas manifestações ao corpus constitucional, pois permite que grupos obstados na vocalização de seus direitos, usem a jurisdição internacional como locus transnacional de luta por reconhecimento. Ao debater essa hipótese na realidade latino- americana, advoga o pesquisador que a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CtIDH) realiza tal função ao estimular a concreção e ampliação material do direito de grupos em situação de vulnerabilidade. Nessa oportunidade, aproveita-se a singularidade regional das transições à democracia para investigar como o elemento das anistias políticas têm dificultado, no Brasil, a transnacionalização da identidade constitucional, na medida em que impedem movimentos de refiguração e reforço de artefatos textuais (norma constitucional) e discursivos (discurso constitucional) utilizados como meios externos para preencher a função memorizadora do self coletivo. Essa problemática inerente à realidade latino-americana é debatida focando-se o âmbito nacional, revisitando criticamente a construção constitucional de 1987/1988, os impactos posteriores da Lei de Anistia de 1979 e as experiências de interação do sujeito constitucional pátrio com o discurso jurídico interamericano em matéria de anistia e memória.

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  • FYDEL MARCUS ROLIM MOTA
  • FETICHISMO TECNOLÓGICO NO CAPITALISMO DE PLATAFORMA: rediscutindo o paradigma da subordinação jurídica (algorítmica) para expandir o caráter tuitivo do Direito do Trabalho

  • Orientador : CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MURILO CARVALHO SAMPAIO OLIVEIRA
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • FERNANDA BARRETO LIRA
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • Data: 26/12/2022

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  • O presente estudo tem por objetivo perquirir a categoria do fetichismo tecnológico no capitalismo de plataforma e seus impactos no Direito do Trabalho. A partir de inspiração no conceito marxiano do “fetichismo da mercadoria”, objetivou-se extrapolar tal conceito para o mundo de hoje de modo a entender um pouco do “véu” que o capitalismo imprime sobre as relações sociaisna tentativa de sempre ocultar que, desde as suas origens, por detrás das mercadorias e relações de troca entre coisas, existe trabalho humano como fonte vital e crucial de valorização do capital. A contribuição deste estudo é, assim,trazer esse conceito do fetichismo, que explica, ao menos em parte, o funcionamento do capitalismo há trezentos anos, para uma nova modalidade ou forma de sua ocorrência, a partir do deslumbramento da automação, dos algoritmos e dos robôs: o fetichismo tecnológico, entendido no sentido que o ser humano tem de dotar objetos ou entidades reais ou imaginários com poderes autocontidos, misteriosos e até mágicos para mover e moldar o mundo de maneiras distintas.Esse deslumbramento faz com que a ilusão provocada pelo fetichismo não apenas embarace a compreensão sobre essas novas relações de trabalho “digitais”, mas também sirva de instrumento deliberado para provocar medo e ansiedade generalizada nos trabalhadores de modo geral, atormentados com as ameaças acerca do “fim do emprego” ou do próprio trabalho pela automação e a substituição de todos por robôs em não tão longo prazo. Particularmente, o fetichismo tecnológico alcança igualmente a compreensão dos juristas trabalhistas acerca do conceito da subordinação jurídica, deslumbrando o jurista laboral, especialmente brasileiro, com o discurso tecnológico fetichizado, como forma ou modelo de negação de direitos sociais historicamente construídos. Para superar o discurso fetichista-tecnológico, propõe abranger o paradigma de proteção dos trabalhadores da “nova” economia 4.0, e, no plano jurídico, pelo deslocamento do objeto do Direito do Trabalho nessas relações tecnológicas como única medida para “salvar” a ciência jurídica trabalhista e, assim, ampliar o paradigma protetivo sobre toda a classe trabalhadora, e não apenas aquela empregada.


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  • O presente estudo tem por objetivo perquirir a categoria do fetichismo tecnológico no capitalismo de plataforma e seus impactos no Direito do Trabalho. A partir de inspiração no conceito marxiano do “fetichismo da mercadoria”, objetivou-se extrapolar tal conceito para o mundo de hoje de modo a entender um pouco do “véu” que o capitalismo imprime sobre as relações sociais na tentativa de sempre ocultar que, desde as suas origens, por detrás das mercadorias e relações de troca entre coisas, existe trabalho humano como fonte vital e crucial de valorização do capital. A contribuição deste estudo é, assim, trazer esse conceito do fetichismo, que explica, ao menos em parte, o funcionamento do capitalismo há trezentos anos, para uma nova modalidade ou forma de sua ocorrência, a partir do deslumbramento da automação, dos algoritmos e dos robôs: o fetichismo tecnológico, entendido no sentido que o ser humano tem de dotar objetos ou entidades reais ou imaginários com poderes autocontidos, misteriosos e até mágicos para mover e moldar o mundo de maneiras distintas. Esse deslumbramento faz com que a ilusão provocada pelo fetichismo não apenas embarace a compreensão sobre esses novas relações de trabalho “digitais”, mas também sirva de instrumento deliberado para provocar medo e ansiedade generalizada nos trabalhadores de modo geral, atormentados com as ameaças acerca do “fim do emprego” ou do próprio trabalho pela automação e a substituição de todos por robôs em não tão longo prazo. Particularmente, o fetichismo tecnológico alcança igualmente a compreensão dos juristas trabalhistas acerca do conceito da subordinação jurídica, deslumbrando o jurista laboral, especialmente brasileiro, com o discurso tecnológico fetichizado, como forma ou modelo de negação de direitos sociais historicamente construídos. Para superar o discurso fetichista-tecnológico, propõe abranger o paradigma de proteção dos trabalhadores da “nova” economia 4.0, e, no plano jurídico, pelo deslocamento do objeto do Direito do Trabalho nessas relações tecnológicas como única medida para “salvar” a ciência jurídica trabalhista e, assim, ampliar o paradigma protetivo sobre toda a classe trabalhadora, e não apenas aquela empregada.

Teses
1
  • RODRIGO ANTONIO TENÓRIO CORREIA DA SILVA
  • As decisões do Tribunal Superior Eleitoral que cassam mandatos sob a ótica da teoria da argumentação jurídica de MacCormick e Alexy.   

  • Orientador : ANDREAS JOACHIM KRELL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE DE CARVALHO RAMOS
  • JUAN PAULO HAYE BIAZEVIC
  • RICARDO MAURICIO FREIRE SOARES
  • ANDREAS JOACHIM KRELL
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • Data: 24/02/2022

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  • O objetivo deste trabalho é, a partir das teorias de argumentação jurídica desenvolvidas por Neil MacCormick e Robert Alexy, examinar a racionalidade das decisões do TSE que cassam mandatos. Em suas obras centrais “Rhetoric and the Rule of Law” e Teoria da Argumentação jurídica”, respectivamente, ambos consideram o discurso jurídico como caso especial do discurso geral e estabelecem critérios e estruturas a serem usadas para tornar o processo decisório das cortes racional. Na primeira parte dessa tese, os pontos centrais das teorias dos dois autores são exibidos. Para examinar os julgados do TSE, usaram-se, num primeiro momento, para aferir a racionalidade, os critérios de MacCormick e Alexy, como a universalidade, a consistência, a coerência, o respeito aos precedentes, a justificação interna e externa, o raciocínio exibido pelo silogismo, dentre outros. Num segundo, buscou-se verificar se há uma racionalidade própria nessas decisões que não se enquadra no modelo dos dois citados autores. Defenderemos que a racionalidade das decisões do TSE nos moldes pensados por Alexy e MacCormick é intermitente, prevalecendo nos casos de menor impacto, e perdendo força nos julgamentos de cargos eletivos ocupados em eleições de maior circunscrição eleitoral. Utilizou-se o método quantitativo no exame das decisões, tomando-se cuidado para respeitar o método científico, com randomização adequada, na seleção das decisões do TSE tomadas como amostras para a análise. 


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  • O objetivo deste trabalho é, a partir das teorias de argumentação jurídica desenvolvidas por Neil MacCormick e Robert Alexy, examinar a racionalidade das decisões do TSE que cassam mandatos. Em suas obras centrais “Rhetoric and the Rule of Law” e Teoria da Argumentação jurídica”, respectivamente, ambos consideram o discurso jurídico como caso especial do discurso geral e estabelecem critérios e estruturas a serem usadas para tornar o processo decisório das cortes racional. Na primeira parte dessa tese, os pontos centrais das teorias dos dois autores são exibidos. Para examinar os julgados do TSE, usaram-se, num primeiro momento, para aferir a racionalidade, os critérios de MacCormick e Alexy, como a universalidade, a consistência, a coerência, o respeito aos precedentes, a justificação interna e externa, o raciocínio exibido pelo silogismo, dentre outros. Num segundo, buscou-se verificar se há uma racionalidade própria nessas decisões que não se enquadra no modelo dos dois citados autores. Defenderemos que a racionalidade das decisões do TSE nos moldes pensados por Alexy e MacCormick é intermitente, prevalecendo nos casos de menor impacto, e perdendo força nos julgamentos de cargos eletivos ocupados em eleições de maior circunscrição eleitoral. Utilizou-se o método quantitativo no exame das decisões, tomando-se cuidado para respeitar o método científico, com randomização adequada, na seleção das decisões do TSE tomadas como amostras para a análise. 

2
  • PEDRO DIAS DE OLIVEIRA NETTO
  • PROCEDIMENTALIZAÇÃO DA ATIVIDADE NORMATIVA DOS ENTES REGULADORES: ELEMENTO ESSENCIAL NA PROMOÇÃO DE UMA MELHOR QUALIDADE REGULATÓRIA E DE MAIOR PARTICIPAÇÃO SOCIAL

  • Orientador : FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • HELIO SILVIO OUREM CAMPOS
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • THERESA CHRISTINE DE ALBUQUERQUE NÓBREGA
  • Data: 22/04/2022

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  • A tese tem como objeto de pesquisa a procedimentalização da atividade normativa  das agências reguladoras brasileiras. O procedimento regulatório, apesar de ainda ser  pouco debatido no contexto pátrio, faz-se recorrente em estudos realizados no cenário  internacional. Assim, almeja-se a ampliação e aprimoramento do instituto à realidade  social e cultural do Brasil. Do ponto de vista social, ao colocar o procedimento como  aspecto central do debate, na medida em que este seja efetivamente participativo, a  futura norma regulatória tenderá a refletir uma escolha quase-consensual, possuindo  maiores chances da sua aceitação pela sociedade de forma espontânea. O método  científico a ser utilizado para o desenvolvimento da pesquisa foi o hipotético-dedutivo,  que compreende o conjunto de atividades sistemáticas que, com maior segurança,  permitirá alcançar os objetivos definidos. Desse modo, a pesquisa estrutura-se, além  da introdução e conclusão, em quatro capítulos, subdivididos em itens e organizados. Defendeu-se que a participação social na atividade normativa deve ser dialógica,  lastreada em uma diversidade de ideias, favorecendo a formação de normas compatíveis com o contexto social. O debate acerca dos procedimentos regulatórios revelou-se valioso, especialmente diante da recorrente necessidade em elaborar uma  regulação eficiente, participativa, com técnicas eficazes, e, principalmente, que seja  apta a acompanhar as transformações tecnológicas, sociais e econômicas. 



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  • A presente tese tem como objeto de pesquisa a procedimentalização da atividade normativa das agências reguladoras brasileiras. O procedimento regulatório, apesar de ainda ser pouco debatido no contexto nacional, faz-se recorrente em estudos realizados no cenário Europeu e Norte-Americano. Assim, almeja-se a ampliação e aprimoramento dos institutos à realidade social e cultural do Brasil. Do ponto de vista social, ao colocar o procedimento como aspecto central do debate, na medida em que este seja efetivamente participativo, a futura norma regulatória tenderá a refletir uma escolha quase-consensual, possuindo maiores chances da sua aceitação pela sociedade de forma espontânea. A pesquisa desenvolve-se por meio da análise dos seguintes questionamentos: (1) quais as consequências que uma norma procedimental ineficiente pode acarretar a função regulatória das agências? (2) como deve ser compreendido, atualmente, o papel das agências reguladoras diante de um cenário de constantes modificações sociais, tecnológicas e econômicas? (3) como incentivar uma maior participação ativa dos diversos setores da sociedade – mudando a compreensão de que esta atividade cinge-se em mera formalidade – para, desse modo, permitir a elaboração de normas regulatórias equilibradas?. O debate acerca dos procedimentos da atividade normativa das agências reguladoras revelouse valioso, especialmente diante da recorrente necessidade em elaborar uma regulação eficiente, participativa, com técnicas eficazes, e, principalmente, que seja apta a acompanhar as transformações sociais e econômicas.  

3
  • GUILHERME GRACILIANO ARAÚJO LIMA
  • DOS DIÁLOGOS INSTITUCIONAIS AOS PROCESSOS ESTRUTURAIS: Uma proposta frente ao Estado de Coisas Inconstitucional brasileiro

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARINA RODRIGUES DE ARAUJO CALABRIA
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • FRANCISCO ANTONIO DE BARROS E SILVA NETO
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MONIA CLARISSA HENNING LEAL
  • SALOMÃO ABDO AZIZ ISMAIL FILHO
  • Data: 19/05/2022

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  • O presente trabalho é resultado de pesquisa acerca da importância da utilização do mecanismo dos diálogos institucionais e do ferramental da teoria dos processos judiciais estruturantes como alicerces construtivos para o desenvolvimento de uma proposta de superação do Estado de Coisas Inconstitucional brasileiro, identificado pelo Supremo Tribunal Federal no que diz respeito à situação precária e degradante encontrada no sistema prisional do país. Tem-se como objetivo específico da tese perquirir os principais argumentos e autores, nacionais e internacionais, acerca dos debates em torno de uma atuação dialógica entre as instituições, mediante um procedimento adequado e muitas vezes flexibilizado diante dos ditames dogmáticos legais, trazendo à discussão experiências alienígenas que versem não apenas acerca das noções de diálogos constitucionais, mas que também tratem das perspectivas e vivências estrangeiras nos processos estruturais, inclusive, mas não exclusivamente, aquelas que versam sobre a temática dos direitos humanos e dos regimes prisionais de outros estados na ordem internacional. Ao fim, busca-se apresentar ao leitor um panorama amplo das abordagens constitucionais sobre a atuação das instituições e dos representantes dos poderes constituídos no desenvolvimento de arranjos institucionais eficientes, sem olvidar o histórico desastroso da condução das políticas públicas do sistema prisional brasileiro dos últimos anos, para se alcançar mecanismos que possam desenvolver melhorias e, quiçá, algum grau de superação da situação difusa de inconstitucionalidade vivida no mundo carcerário brasileiro.


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  • O presente trabalho é resultado de pesquisa acerca da importância da utilização do mecanismo dos diálogos institucionais e do ferramental da teoria dos processos judiciais estruturantes como alicerces construtivos para o desenvolvimento de uma proposta de superação do Estado de Coisas Inconstitucional brasileiro, identificado pelo Supremo Tribunal Federal no que diz respeito à situação precária e degradante encontrada no sistema prisional do país. Tem-se como objetivo específico da tese perquirir os principais argumentos e autores, nacionais e internacionais, acerca dos debates em torno de uma atuação dialógica entre as instituições, mediante um procedimento adequado e muitas vezes flexibilizado diante dos ditames dogmáticos legais, trazendo à discussão experiências alienígenas que versem não apenas acerca das noções de diálogos constitucionais, mas que também tratem das perspectivas e vivências estrangeiras nos processos estruturais, inclusive, mas não exclusivamente, aquelas que versam sobre a temática dos direitos humanos e dos regimes prisionais de outros estados na ordem internacional. Ao fim, busca-se apresentar ao leitor um panorama amplo das abordagens constitucionais sobre a atuação das instituições e dos representantes dos poderes constituídos no desenvolvimento de arranjos institucionais eficientes, sem olvidar o histórico desastroso da condução das políticas públicas do sistema prisional brasileiro dos últimos anos, para se alcançar mecanismos que possam desenvolver melhorias e, quiçá, algum grau de superação da situação difusa de inconstitucionalidade vivida no mundo carcerário brasileiro.

4
  • JANINI DE ARAUJO LOBO SILVESTRE
  • ANÁLISE COMPARADA DAS ELEIÇÕES PARA PRESIDENTE E VICE PRESIDENTE NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (EUA): PROXIMIDADES, DISTANCIAMENTOS E CONTRIBUIÇÕES RECÍPROCAS NO CONTEXTO DO POPULISMO.

  • Orientador : FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE COUTINHO PAGLIARINI
  • MARIO LUCIO QUINTÃO SOARES
  • ANNA PRISCYLLA LIMA PRADO
  • FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 27/05/2022

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  • A presente tese doutoral faz uma análise comparativa entre as eleições presidenciais norte americanas e brasileiras no contexto do populismo, com o objetivo de analisar a governança  eleitoral dos respectivos sistemas, para identificar proximidades, distanciamentos e  contribuições recíprocas. Analisa-se o presidencialismo, enquanto sistema de governo  concebido pelo movimento federalista norte-americano, tendo em vista as proteções  democráticas nele implicadas, as quais representam verdadeiras garantias, mormente em  contexto de crise democrática. Nesse ínterim, desenvolve-se o estudo do sistema eleitoral  norte-americano e suas garantias procedimentais, a fim de analisar seus aspectos de  confiabilidade. Do mesmo modo, analisa-se o sistema eleitoral brasileiro, e sua respectiva  gestão eleitoral e órgãos de controle. Ao final, realiza-se atividade comparativa dos  respectivos sistemas. No desenvolvimento da presente tese, utilizou-se o método comparativo,  e, bem ainda, revisão bibliográfica.  



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  • A presente tese doutoral faz uma análise comparativa entre as eleições presidenciais norte americana e brasileira no contexto do populismo, com o objetivo de analisar a governança eleitoral dos respectivos sistemas, para identificar proximidades, distancia mentos e contribuições recíprocas. Analisase o presidencialismo, enquanto sistema de governo concebido pelo movimento federalista norteamericano, tendo em vista as proteções democráticas nele implicadas, as quais representam verdadeiras garantias, mormen te em contexto de crise democrática. Nesse ínterim, desenvolve estudo do sistema eleitoral norte-- se o americano e suas garantias procedimentais, a fim de analisar seus aspectos de confiabilidade. Do mesmo modo, analisa brasileiro, e se o sistema eleitoral sua respectiva gestão eleitoral e órgãos de controle. Ao final, realiza-- se atividade comparativa dos respectivos sistemas. No desenvolvimento da presente tese, utilizou se o método comparativo, e, bem ainda, revisão bibliográfica.  

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  • JÉSSYKA MARIA NUNES GALVÃO
  • OS ACORDOS DE ÁRTEMIS E A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS ESPACIAIS: um estudo  sobre  a compatibilidade  com  o  Direito  Internacional Espacial.

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MARCELO DE ALMEIDA MEDEIROS
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • RODRIGO BARROS DE ALBUQUERQUE
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 27/05/2022

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  • Durante a Guerra Fria houve uma expansão tecnológica na área espacial, gerando a  necessidade de regulamentação dos primeiros tratados sobre a matéria, o que  originou o chamado Direito Internacional do Espaço clássico. Posteriormente, agentes  privados se consolidaram no setor, eminentemente em parceria com o Estado.  Todavia, os tratados espaciais existentes não abrangem de maneira satisfatória a  participação empresarial na exploração dos recursos do espaço, o que ocasiona  insegurança jurídica. Com o escopo de compatibilizar a exploração privada com o  Tratado do Espaço, foram criados os Acordos de Ártemis, sob a égide da NASA. 

    Portanto, objetiva esse estudo analisar a harmonização normativa entre os Acordos e  o Direito Internacional Espacial, em especial no que tange à possibilidade de  apropriação por privados dos recursos espaciais. Para tal foi utilizado o método  hipotético-dedutivo, através da análise da doutrina, dos tratados sobre Direito Espacial 

    e dos Acordos de Ártemis, chegando-se à conclusão que estes podem funcionar como  acoplamento estrutural do sistema jurídico espacial, possibilitando a coerência  normativa entre o Direito Espacial clássico e as novas regulamentações sobre o setor.  Nomeia-se nesse trabalho de lex spacialis, sendo esta uma especialização da lex  mercatoria, a estruturação sistemática entre normas de hard law, os Acordos,  legislações nacionais, entre outras iniciativas privadas. Ainda, conclui-se que através  da governança adaptativa, que estimula o constante diálogo entre os agentes  normativos, é possível construir o necessário regime jurídico para o próximo passo da  humanidade: a exploração privada do espaço. 



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  • Já nos últimos anos da Guerra Fria o setor aeroespacial vem se aperfeiçoando tecnologicamente e permitindo a cada vez maior participação de empresas privadas, principalmente em parceria com a Administração Pública. Todavia, ocorre que o Direito Internacional do Espaço dito clássico, composto pelos primeiros tratados a respeito da matéria, não consegue abranger de forma eficaz a participação desses novos agentes. Ainda, questões como se seria possível a apropriação de forma privada dos recursos da exploração espacial são controvertidas juridicamente diante de tais normas. Visando interpretar os tratados já existentes de maneira a compatibilizá-los com as necessidades hodiernas do setor, foram elaborados os Acordos de Ártemis, sob a égide da NASA. Estes possuem múltiplos escopos, seja servir como um conjunto de princípios não vinculantes para a futura exploração espacial, como um guia para as próximas etapas desta, além de ser uma fonte de interpretação, principalmente do Tratado do Espaço, de 1967. Os Acordos compreendem ser plenamente possível a apropriação privada dos recursos espaciais, apesar das divergências doutrinárias sobre a compatibilidade com o Direito Espacial já existente. Ainda, tais Acordos inovam ao disporem sobre conceitos tais como zonas de segurança e interoperabilidade, o que também deve ser analisado tendo em vista o âmbito normativo já consolidado no setor. Diante da insegurança jurídica que pode ser gerada levando em consideração as dúvidas interpretativas entre o Direito Espacial clássico e as novas regulamentações que têm surgido, em especial com os Acordos de Ártemis, faz-se necessário um estudo a respeito da compatibilidade e atuação sistêmica de tais regramentos. Objetiva este trabalho analisar a coerência normativa entre os aspectos de hard law e os mais recentes de soft law, representado pelos Acordos de Ártemis, do Direito Internacional Espacial. Para tal foi utilizado o método hipotético-dedutivo, através da análise doutrinária e dos próprios tratados e Acordos de Ártemis para estabelecer a compatibilidade entre estes. Visa-se, portanto, estabelecer que há conexão sistêmica entre os Acordos e os tratados existentes, o que em conjunto com outras regulamentações do setor pode ser compreendido como uma manifestação da lex mercatoria, especializada como lex spacialis. 

6
  • ESTELA RAÍSSA MEDEIROS NUNES DA SILVA
  • GOVERNANÇA CORPORATIVA E ARBITRAGEM NO MERCADO DE CAPITAIS

  • Orientador : AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • ROSA MARIA FREITAS DO NASCIMENTO
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 02/06/2022

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  • As regulações nacionais sobre a utilização da arbitragem no mercado de capitais são  insuficientes para garantir que o instituto proporcione, na comunidade global, formada  pelos diversos agentes que atuam nas relações negociais internacionais, a segurança  jurídica desejada. Para demonstrar a necessidade de unificação da regulação em  âmbito transnacional, o tema é dividido em quatro partes: no primeiro momento  discorre sobre como a globalização econômica criou mercados conectados e  interdependentes, e a atuação dos agentes econômicos na produção dessa realidade;  o segundo ponto trata da arbitragem enquanto instituto promovido pela governança,  sua aptidão de aderência às necessidades do mercado, ameaçadas pelos riscos  decorrentes da ausência de regulação; a terceira parte é dedicada à demonstração  específica dos riscos em âmbito mundial, utilizando como paradigma o caso da  Petrobras; por último se apresenta a unificação da regulação, através da ação  coordenada dos Estados, com base nos princípios da governança, como solução para  o problema, confrontando-a com outras alternativas insuficientes, e sugerindo o  conteúdo dessa regulação com base na experiência comparada. 


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  • As regulações nacionais sobre a utilização da arbitragem no mercado de capitais
    são insuficientes para garantir que o instituto proporcione, na comunidade global, a
    segurança jurídica desejada. Para demonstrar a necessidade de unificação da
    regulação em âmbito transnacional, a autora divide o tema em quatro partes: no
    primeiro momento discorre sobre como a globalização econômica criou mercados
    conectados e interdependentes, e a atuação dos agentes econômicos na produção
    dessa realidade; o segundo ponto trata da arbitragem enquanto instituto promovido
    pela governança, sua aptidão de aderência às necessidades do mercado,
    ameaçadas pelos riscos decorrentes da ausência de regulação; a terceira parte é
    dedicada à demonstração específica dos riscos em âmbito transnacional, utilizando
    como paradigma o caso da Petrobras; por último se apresenta a unificação da
    regulação, através da ação coordenada dos Estados, com base nos princípios da
    governança, como solução para o problema, confrontando-a com outras alternativas
    insuficientes, e sugerindo o conteúdo dessa regulação com base na experiência
    comparada.

7
  • ANSUMANE SAMBÚ
  • EDUCAÇÃO PARA OS DIREITOS HUMANOS EM GUINÉ-BISSAU: Proposta de fundamentos teóricos-críticos e estratégias de ação

  • Orientador : MICHEL ZAIDAN FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • ROGERIA GLADYS SALES GUERRA
  • VALDENICE JOSE RAIMUNDO
  • Data: 23/06/2022

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  • Este trabalho busca redimensionar criticamente o papel representado pela Educação em Direitos Humanos em Guiné-Bissau como elemento efetivo e confirmador da democracia, bem como para o controle social e a participação cidadã, tanto nos níveis locais como universitários. Adota uma versão analítica que encara os Direitos Humanos enquanto princípios de afirmação da condição do homem frente ao seu semelhante e ao Estado, dirigido à construção de um valor real dessa condição inerente ao ser humano em qualquer nação. A ação do Governo, como representante do Estado, deve ser a de viabilizar tal Educação específica, a fim de concretizar as noções aqui defendidas. Do ponto de vista metodológico, o estudo defende a necessidade de implementação de pesquisas analíticas nos níveis acadêmicos e institucionais, através de uma articulação entre a Universidade brasileira e guineense, que contemplem metodologias e abordagens direcionadas, com metas concretas, a fim de aumentar a discussão do tema e sua exposição em todos os meios cabíveis. A tese defende que a educação em Direitos Humanos, ao promover uma alteração nas bases da estratificação social, rumo à eliminação da pobreza, desloca e redimensiona as relações de trabalho, nos seus aspectos individuais e coletivos.


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  • A tese busca discutir o papel representado pela Educação em Direitos Humanos em Guiné-Bissau como elemento efetivo e confirmador da democracia nacional, bem como para o controle social e a participação democrática e cidadã, tanto nos níveis locais como universitários. Nesse sentido, apresenta-se uma exposição sobre os Direitos Humanos enquanto princípios de afirmação da condição do homem frente ao seu semelhante e ao Estado, demonstrando que, para a construção de um valor real dessa condição inerente ao ser humano em qualquer nação, a ação do Governo, como representante do Estado, deve ser a de viabilizar tal Educação específica, a fim de concretizar as noções aqui defendidas. Para tanto, este estudo advoga a necessidade de implementação de pesquisas analíticas nos níveis acadêmicos e institucionais, através de uma articulação entre a Universidade brasileira e guineense, que contemplem metodologias e abordagens direcionadas, com metas concretas, a fim de aumentar a discussão do tema e sua exposição em todos os meios cabíveis.

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  • ARTHUR ALBUQUERQUE DE ANDRADE
  • O DIREITO À EDUCAÇÃO SEXUAL NA PERSPECTIVA DAS QUATRO ESCOLAS DE MARIE-BENEDICTE DEMBOUR: uma análise jurídica sobre a heterocisnormatividade e o bullying LGBTfóbico no Ensino Básico.

  • Orientador : ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAROLINA VALENÇA FERRAZ
  • PAULO ROBERTO IOTTI VECCHIATTI
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • RENAN HONÓRIO QUINALHA
  • Data: 22/07/2022

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  • Nos primeiros capítulos, a tese revela a educação sexual aplicada nas instituições de ensino básico e o equívoco em concebê-la como uma possibilidade política (ou de poder político) apenas do tempo presente. A novidade das últimas décadas seria fazer dessa educação um direito fundamental capaz de emancipar sujeitos e não mais reprimi-los, como fora estabelecido no Ocidente desde o século XIX. Nesse intuito, identifica três grandes propostas jurídico- pedagógicas. Partem da heterocisnomartividade vivenciada no ambiente escolar e chegam à tentativa de implementar uma ementa antidiscriminatória e de punir o bullying LGBTfóbico. Os demais capítulos avaliam essas propostas sob a ótica dos Direitos Humanos. Adotam as quatro perspectivas de Marie-Bénédict Dembour como marco teórico, com o escopo de abarcar o maior número possível de posições sobre o objeto. Inclusive, muitas delas costumam ser colidentes e, assim, garantem o exercício dialético necessário à pesquisa científica. A resolução das dissonâncias apresentadas é resolvida por uma separação entre uma teoria mais crítica e uma prática mais propositiva. Enquanto a primeira corresponde a um viés crítico à universalização da lógica jurídica e psicanalítica em torno da sexualidade infantil, com conceitos como a origem do Direito natural ou o Complexo de Édipo; a segunda traz uma análise pragmática em cima de 95 decisões dos Tribunais Superiores e de 360 domínios virtuais pertecentes a associações LGBTQIA+, no que tange às propostas mecionadas. Nos últimos capítulos, essa separação é desfeita e outras estratégias para a educação são vislumbradas, sobretudo para o ensino jurídico superior. Isto porque as faculdades de Direito, principalmente as públicas, são um dos poucos locais de resistência institucional à discriminação de gênero e de orientação sexual – embora ainda pouco pesquisem sobre a educação sexual – e, portanto, podem servir de referência ao ensino básico. Além disso, trata-se do local onde a pesquisa é desenvolvida, o que não poderia ser esquecido quando se almeja construir um saber não somente científico, mas também emancipatório – tal qual a própria educação sexual amejada.


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  • Apesar do senso comum conceber a possibilidade de implementação da educação sexual nas escolas como uma política recente; uma análise mais minunciosa revela como essa preocupação sempre esteve presente nas instituições de ensino. A grande novidade das últimas décadas seria fazer dessa educação sexual um instrumento de combate às fobias relacionadas à identidade de gênero e à orientação sexual. Isto se deve a uma recente mudança epistemológica sobre a matéria. O homossexual, o bissexual, o transexual, dentre outros até então considerados desviantes, deixaram de ser assim rotulados. Há um movimento científico, mas também político, com o intuito de questionar e investigar as razões da fobia e não mais o alvo da fobia. Nesse contexto, surge o direito enquanto mecanismo capaz de regulamentar essa possível concepção à educação sexual. Entretanto, a própria concepção de direito é bastante controvertida, inclusive para determinar se haveria realmente algum direito com essa finalidade. A presente pesquisa tem ciência da controvérsia e procura resolvê-la a partir de uma categorização proposta pela professora belga Marie-Bénédict Dembour sobre os direitos humanos. Eles são então divididos em quatro escolas, cada uma delas com ideias bastante diferentes sobre os postulados humanistas, cuja reunião, todavia, consegue exprimir as principais características.  
9
  • FABIANA AUGUSTA DE ARAUJO PEREIRA
  • INJUSTIÇA FISCAL NO CAMPO: O Imposto sobre a propriedade Territorial Rural como instrumento de concentração de terras

  • Orientador : LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTÔNIO MACHADO GUEDES ALCOFORADO
  • BASILE GEORGES CAMPOS CHRISTOPOULOS
  • FERNANDA BARRETO LIRA
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • Data: 06/12/2022

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  • A presente tese examina de que maneira o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) pode representar instrumento eficiente e justo de política fundiária de combate à desigualdade na distribuição de terras brasileiras. Também é analisado se o ITR cumpre seu papel constitucional de estimular a produtividade da propriedade rural e se é capaz de encorajar o cumprimento da função social da propriedade rural, sobretudo no que diz respeito à preservação ambiental e ao respeito aos direitos sociais dos trabalhadores rurais. A preocupação com o atual cenário fundiário brasileiro, em que quase metade das terras agricultáveis pertence a menos de 1% dos proprietários rurais, exigiu o aprofundamento do conceito essencial de propriedade privada. Foi necessário investigar em que medida o direito individual de propriedade privada é exercido em detrimento dos direitos sociais, sobretudo os que decorrem do direito fundamental à igualdade de oportunidades. A partir de tal investigação, foi possível constatar que, no modelo econômico capitalista e de política liberal, o direito à propriedade privada conduz a disparidades socioeconômicas, em virtude da acumulação de capital e propriedade. No caso brasileiro, a maior desigualdade social encontra-se no campo, em razão do processo histórico de ocupação e concentração fundiária, o qual foi ratificado por leis que sobrepuseram o direito individual de propriedade privada em detrimento dos direitos sociais. A partir da premissa de justiça social como equidade, foi então analisado como o Estado de bem-estar social, que se julga ser o Brasil, deveria se posicionar no intuito de estabelecer políticas liberais redistributivas no contexto da economia capitalista. Ademais, foi avaliado o atual conceito de justiça distributiva sob a perspectiva de filosofia política e sua instrumentação através da tributação. Neste sentido, esta tese defende o emprego da tributação como mecanismo redistributivo de justiça social. Assim, no caso da concentração fundiária, o ITR representa relevante instrumento de indução à redistribuição fundiária além de também possibilitar o estímulo ao cumprimento da função social da propriedade rural. Ocorre, no entanto, que o atual modelo do ITR apresenta incoerências que o tornam ineficiente, não apenas sob o ponto de vista extrafiscal, mas também arrecadatório. Portanto, esta tese propõe alterações no desenho do referido imposto, no intuito de facilitar sua fiscalização e arrecadação, a fim de torná-lo eficiente e justo enquanto mecanismo de justiça fiscal no campo.   


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  • A presente tese examina de que maneira o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) pode representar instrumento eficiente e justo de política fundiária de combate à desigualdade na distribuição de terras brasileiras. Também é analisado se o ITR cumpre seu papel constitucional de estimular a produtividade da propriedade rural e se é capaz de encorajar o cumprimento da função social da propriedade rural, sobretudo no que diz respeito à preservação ambiental e ao respeito aos direitos sociais dos trabalhadores rurais. A preocupação com o atual cenário fundiário brasileiro, em que quase metade das terras agricultáveis pertence a menos de 1% dos proprietários rurais, exigiu o aprofundamento do conceito essencial de propriedade privada. Foi necessário investigar em que medida o direito individual de propriedade privada é exercido em detrimento dos direitos sociais, sobretudo os que decorrem do direito fundamental à igualdade de oportunidades. A partir de tal investigação, foi possível constatar que, no modelo econômico capitalista e de política liberal, o direito à propriedade privada conduz a disparidades socioeconômicas, em virtude da acumulação de capital e propriedade. No caso brasileiro, a maior desigualdade social encontra-se no campo, em razão do processo histórico de ocupação e concentração fundiária, o qual foi ratificado por leis que sobrepuseram o direito individual de propriedade privada em detrimento dos direitos sociais. A partir da premissa de justiça social como equidade, foi então analisado como o Estado de bem-estar social, que se julga ser o Brasil, deveria se posicionar no intuito de estabelecer políticas liberais redistributivas no contexto da economia capitalista. Ademais, foi avaliado o atual conceito de justiça distributiva sob a perspectiva de filosofia política e sua instrumentação através da tributação. Neste sentido, esta tese defende o emprego da tributação como mecanismo redistributivo de justiça social. Assim, no caso da concentração fundiária, o ITR representa relevante instrumento de indução à redistribuição fundiária além de também possibilitar o estímulo ao cumprimento da função social da propriedade rural. Ocorre, no entanto, que o atual modelo do ITR apresenta incoerências que o tornam ineficiente, não apenas sob o ponto de vista extrafiscal, mas também arrecadatório. Portanto, esta tese propõe alterações no desenho do referido imposto, no intuito de facilitar sua fiscalização e arrecadação, a fim de torná-lo eficiente e justo enquanto mecanismo de justiça fiscal no campo.   

2021
Dissertações
1
  • DANIELLE VICTOR AMBROSANO
  • JUSTIÇA FISCAL  E  DESIGUALDADE  DE  GÊNERO  E  RAÇA  NO  BRASIL 

  • Orientador : LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIANO SEABRA DE GODOI
  • ANA CAROLINA AMARAL DE PONTES
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • Data: 26/05/2021

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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar em que medida a regressividade, que é verificada no sistema tributário brasileiro, impacta na manutenção da condição de vulnerabilidade social da mulher negra. Inicialmente, é analisada a situação de desigualdade social em relação aos mais diversos indicadores (renda, acesso à educação, saúde, trabalho formal), para demonstrar que há anos as mulheres negras se encontram na base da pirâmide social. Também é analisado o sistema tributário no Brasil, que incide mais fortemente sobre o consumo do que sobre a renda e o patrimônio, caracterizando-se como regressivo. Nessa ordem de ideias, passa-se a verificar a influência da alta concentração de tributos sobre o consumo para que a situação de vulnerabilidade da mulher negra seja perpetuada. Apesar da urgente necessidade de tornar o sistema tributário mais justo, também numa perspectiva interseccional, que considera gênero e raça em conjunto, a pesquisa demonstra que não há nas pautas de discussão sobre reforma tributária quaisquer apontamentos sobre o tema, o que confirma, entre outras questões, a presença do racismo estrutural nas instituições públicas do país. Por fim, a pesquisa analisa os principais programas sociais brasileiros que contribuem positivamente para a mudança desse estado de coisas, a fim de demonstrar que, para combater a desigualdade social é importante tanto repensar o sistema tributário como reforçar o papel do Estado no oferecimento de políticas públicas. 


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  • A presente pesquisa tem como objetivo analisar em que medida a regressividade, que é verificada no sistema tributário brasileiro, impacta na manutenção da condição de vulnerabilidade social da mulher negra. Inicialmente, é analisada a situação de desigualdade social em relação aos mais diversos indicadores (renda, acesso à educação, saúde, trabalho formal), para demonstrar que há anos as mulheres negras se encontram na base da pirâmide social. Também é analisado o sistema tributário no Brasil, que incide mais fortemente sobre o consumo do que sobre a renda e o patrimônio, caracterizando-se como regressivo. Nessa ordem de ideias, passa-se a verificar a influência da alta concentração de tributos sobre o consumo para que a situação de vulnerabilidade da mulher negra seja perpetuada. Apesar da urgente necessidade de tornar o sistema tributário mais justo, também numa perspectiva interseccional, que considera gênero e raça em conjunto, a pesquisa demonstra que não há nas pautas de discussão sobre reforma tributária quaisquer apontamentos sobre o tema, o que confirma, entre outras questões, a presença do racismo estrutural nas instituições públicas do país. Por fim, a pesquisa analisa os principais programas sociais brasileiros que contribuem positivamente para a mudança desse estado de coisas, a fim de demonstrar que, para combater a desigualdade social é importante tanto repensar o sistema tributário como reforçar o papel do Estado no oferecimento de políticas públicas. 

2
  • ANDRÉ DUARTE WANDERLEY DE CARVALHO
  • REGULAMENTAÇÃO INTERNACIONAL DOS INVESTIMENTOS: O desafio dos novos Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFIs).

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • THALES CAVALCANTI CASTRO
  • Data: 10/06/2021

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  • A pesquisa realizada neste trabalho se propôs a estudar a regulação internacional do investimento estrangeiro. Com a queda do muro de Berlim e a derrocada da Guerra Fria, o mundo passou a viver um novo momento de integração internacional impulsionado pela globalização através de uma nova revolução dos transportes e nos meios de comunicação. A globalização econômica é um tema que permeia toda esta pesquisa, pois aqui cuida-se de estudar um de seus desdobramentos – a regulação internacional dos investimentos estrangeiros. A dinâmica atual se pauta nos Tratados Bilaterais de Investimentos (BITs) concluídos, em sua maioria, entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento ou subdesenvolvidas. Contudo, esse modelo de tratado vem sofrendo diversas críticas da comunidade internacional e, neste contexto, inserem-se os Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFIs), parte integrante de uma nova geração de tratados de investimento. Os ACFIs são uma criação brasileira a partir da necessidade de tutelar os interesses dos seus investidores quando estes partem para novos mercados. 


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  • A pesquisa realizada neste trabalho se propôs a estudar a regulação internacional do investimento estrangeiro. Com a queda do muro de Berlim e a derrocada da Guerra Fria, o mundo passou a viver um novo momento de integração internacional impulsionado pela globalização através de uma nova revolução dos transportes e nos meios de comunicação. A globalização econômica é um tema que permeia toda esta pesquisa, pois aqui cuida-se de estudar um de seus desdobramentos – a regulação internacional dos investimentos estrangeiros. A dinâmica atual se pauta nos Tratados Bilaterais de Investimentos (BITs) concluídos, em sua maioria, entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento ou subdesenvolvidas. Contudo, esse modelo de tratado vem sofrendo diversas críticas da comunidade internacional e, neste contexto, inserem-se os Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFIs), parte integrante de uma nova geração de tratados de investimento. Os ACFIs são uma criação brasileira a partir da necessidade de tutelar os interesses dos seus investidores quando estes partem para novos mercados. 

3
  • IGOR DE HOLANDA CAVALCANTI
  • AS CONTRIBUIÇÕES DAS DIRETRIZES DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR (UNGCP) PARA A TUTELA DAS RELAÇÕES DE CONSUMO NO COMÉRCIO ELETRÔNICO NO MERCOSUL

  • Orientador : PAUL HUGO WEBERBAUER
  • MEMBROS DA BANCA :
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • ALVARO AUGUSTO SANTOS CALDAS GOUVEIA
  • Data: 10/06/2021

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4
  • RENATO ALMEIDA MELQUÍADES DE ARAÚJO
  • A CAPTURA IDEOLÓGICA DA CLASSE TRABALHADORA, A FALÊNCIA DOS MOVIMENTOS COLETIVOS PROLETÁRIOS E A RECONSTRUÇÃO DE UM PROJETO EMANCIPATÓRIO.

  • Orientador : HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JORGE LUIZ SOUTO MAIOR
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • Data: 30/06/2021

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  • O estudo investigou o cenário de indiferença e, até mesmo, de hostilidade quanto às representações sindical e política da classe trabalhadora no fim do primeiro quarto do século XXI. Analisando o desenvolvimento do Estado Liberal e o seu papel na manutenção da ordem capitalista, as metamorfoses e as novas morfologias do trabalho e a captura ideológica do movimento sindical, conclui-se que os movimentos coletivos e as ideologias operárias perderam centralidade e se mostram incapazes de apresentar um projeto de emancipação para a classe trabalhadora.


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  • The study was dedicated to the current situation of indifference and even hostility towards trade unions and political representations of the working class. Analyzing the development of the Liberal State and its role in maintaining the capitalist order, the metamorphoses and new morphologies of the world of work and the ideological imprisonment of the labour movement, it concludes that trade unionism and its ideologies have lost centrality and are now are unable to lead an emancipatory project for the working class.

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  • GLAZIA GABRIELA FERREIRA DE MACÊDO
  • JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO NO BRASIL E O PROCESSO CONSTITUINTE DE 1988:Uma análise sobre a influência militar a partir da path dependence

  • Orientador : ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • HOMERO BEZERRA RIBEIRO
  • Data: 01/07/2021

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  • A presente dissertação analisa como um processo de justiça de transição inadequado no Brasil, sobretudo por ter como característica a influência do militarismo no processo constituinte, proporcionou vestígios do período autoritário inclusive com respaldo no dispositivo constitucional, que contradizem o atual Estado Democrático de Direito. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa e interdisciplinar que utilizou referenciais teóricos de Direito, História e Ciência Política. Os dados necessários à pesquisa foram coletados através de pesquisa documental e analisados a partir das contribuições da ferramenta analítica da path dependence. Empregou-se também o método comparativo para verificar as previsões constitucionais da Constituição Federal de 1988 e os dispositivos constitucionais do regime militar. Foi possível constatar que a justiça de transição no Brasil foi realizada de forma superficial e que a influência da cúpula militar, que exercia o governo durante o período de exceção, marcou o início da democracia. Assim, as medidas empregadas durante o fim da ditadura militar, bem como no processo constituinte, asseguraram privilégios aos militares, que estenderam seus poderes para o sistema democrático. Desse modo, a transição política foi imperada de forma negociada e as decisões institucionais tomadas durante essa conjuntura, pautadas principalmente em políticas de esquecimento, continuam sendo reforçadas e os custos de reversibilidade aumentam com o passar do tempo. O trabalho conclui que, as posições tomadas durante a redemocratização e a permanência do déficit de debates públicos sobre reformas institucionais, configurou a vigência de um legado autoritário na atual democracia brasileira.


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  • This dissertation analyzes how an inadequate transitional justice process in Brazil, specially because it have had the influence of militarism in the constituent process, provided traces of the authoritarian period, even with support from the constitutional provision, which contradict the current Democracy and Rule of Law. Methodologically, it is a qualitative and interdisciplinary research that used theoretical references of Law, History and Political Science. The data necessary for the research were collected through documentary research and analyzed from the contributions of the path dependence analytical tool. The comparative method was also used to verify the constitutional provisions of Brazilian Federal Constitution of 1988 and the constitutional provisions of the military regime. It was possible to verify that the transitional justice in Brazil was performed superficially and that the influence of the military leadership, which exercised the government during the period of exception, marked the beginning of democracy. Thus the measures employed during the end of military dictatorship, as well as in the constituent process, secured privileges for the military who extended their powers to the democratic system. In this way, the political transition was governed in a negotiated way and the institutional decisions taken during this conjucture, based mainly on forgetfulness policies, continue to be reinforced and the costs of reversibility increase over time. The work concludes that the positions taken during the redemocratization and the permanence of the deficit of public debates about institutional reforms configured the existente of an authoritarian legacy in the current brazilian democracy.

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  • JÚLIA CARLA DUARTE CAVALCANTE
  • AS LIGAS CAMPONESAS NA FORMAÇÃO DO SINDICALISMO RURAL: possibilidades, limites e perspectivas (1954 – 1964)

  • Orientador : MICHEL ZAIDAN FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA BARRETO LIRA
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • ROSEANA BORGES DE MEDEIROS
  • Data: 26/07/2021

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  • Este trabalho tem como objetivo a análise da incidência das Ligas Camponesas no percurso de formulação da regulamentação jurídica e reconhecimento oficial dos sindicatos rurais no Brasil. A investigação dessa experiência concreta e historicamente datada parte da hipótese de que sua trajetória de constituição e desenvolvimento entre anos de 1954 a 1964 teve repercussão direta na formulação do sindicalismo no campo e que a coexistência desses modelos organizativos reflete características estruturantes da formação social brasileira. Foi feita uma abordagem qualitativa a partir do emprego de pesquisa bibliográfica e documental. As fontes teóricas adotadas se situam no campo da crítica marxista ao direito aliada à importantes obras da historiografia nacional. O levantamento documental realizado se baseia principalmente em consultas aos documentos produzidos pelas organizações de trabalhadores pesquisadas, assim como na imprensa operário-camponesa do período estudado, especialmente através dos Jornais Liga e Terra Livre. O resgate desse trajeto demonstra as contradições e possibilidades da experiência das Ligas Camponesas na viabilização da estrutura sindical rural e fornece importantes aspectos quanto à particularidade do desenvolvimento e função do direito e da legislação social trabalhista na periferia do capitalismo.


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  • Este trabalho tem como objetivo a análise da incidência das Ligas Camponesas no percurso de formulação da regulamentação jurídica e reconhecimento oficial dos sindicatos rurais no Brasil. A investigação dessa experiência concreta e historicamente datada parte da hipótese de que sua trajetória de constituição e desenvolvimento entre anos de 1954 a 1964 teve repercussão direta na formulação do sindicalismo no campo e que a coexistência desses modelos organizativos reflete características estruturantes da formação social brasileira. Foi feita uma abordagem qualitativa a partir do emprego de pesquisa bibliográfica e documental. As fontes teóricas adotadas se situam no campo da crítica marxista ao direito aliada à importantes obras da historiografia nacional. O levantamento documental realizado se baseia principalmente em consultas aos documentos produzidos pelas organizações de trabalhadores pesquisadas, assim como na imprensa operário-camponesa do período estudado, especialmente através dos Jornais Liga e Terra Livre. O resgate desse trajeto demonstra as contradições e possibilidades da experiência das Ligas Camponesas na viabilização da estrutura sindical rural e fornece importantes aspectos quanto à particularidade do desenvolvimento e função do direito e da legislação social trabalhista na periferia do capitalismo.

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  • MIRELLA LUIZA MONTEIRO COIMBRA
  • STF COMO REVISOR DOS DEMAIS PODERES: ATIVISMO JUDICIAL E LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL PARA SANAR AS OMISSÕES NORMATIVAS.

  • Orientador : FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • THAMINNE NATHALIA CABRAL MORAES E SILVA RODRIGUES
  • Data: 05/08/2021

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  •  O tema das Omissões Inconstitucionais e do Ativismo Judicial são relacionados à atuação do Supremo Tribunal Federal na tomada das decisões, em caso concreto, quando a norma deixa de ter efetividade face a ausência de norma regulamentadora. Com o advento da Constituição Federal de 1988, houve a expansão da jurisdição constitucional e com ela o surgimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e do Mandado de Injunção. Surge então, a controvérsia em torno do STF está agindo como revisor das demais funções . Contudo, o STF ao ser chamado para pronunciar-se acerca de diversas temáticas que foram judicializadas, foi notado que os poderes Executivo e Legislativo estavam eivados de mora. Em escala cada vez mais crescente do usufruto da ADO e do MI, pode-se defender que o STF é legitimo para sanar essas omissões, caso sejam judicializados tanto por essa ação, quanto por esse remédio. A observância do Ativismo Judicial deverá ocorrer nos casos concretos, quanto aos limites traçados pelo STF em suas decisões. 


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  •  O tema das Omissões Inconstitucionais e do Ativismo Judicial são relacionados à atuação do Supremo Tribunal Federal na tomada das decisões, em caso concreto, quando a norma deixa de ter efetividade face a ausência de norma regulamentadora. Com o advento da Constituição Federal de 1988, houve a expansão da jurisdição constitucional e com ela o surgimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e do Mandado de Injunção. Surge então, a controvérsia em torno do STF está agindo como revisor das demais funções . Contudo, o STF ao ser chamado para pronunciar-se acerca de diversas temáticas que foram judicializadas, foi notado que os poderes Executivo e Legislativo estavam eivados de mora. Em escala cada vez mais crescente do usufruto da ADO e do MI, pode-se defender que o STF é legitimo para sanar essas omissões, caso sejam judicializados tanto por essa ação, quanto por esse remédio. A observância do Ativismo Judicial deverá ocorrer nos casos concretos, quanto aos limites traçados pelo STF em suas decisões. 

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  • PATRÍCIA ANJOS SANTOS DA SILVA LEITÃO DE MELO
  • JUDICIALIZAÇÃO DA AUSTERIDADE NO STF PÓS-2014: expectativas sociais, limites institucionais e alternativas políticas para maximizar a consecução de políticas públicas educacionais em meio à escassez de recursos.

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • VANICE REGINA LÍRIO DO VALLE
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • Data: 20/08/2021

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  • O conceito de austeridade econômica envolve a busca pela redução do déficit orçam meio de políticas econômicas de contenção de gastos que se traduzem em uma diminuição do papel do Estado enquanto indutor do bem entário, por estar social da população. A partir de uma digressão histórica que acompanhou o desenvolvimento do modelo de Estad o de BemEstar Social empreendido no Brasil, o presente estudo constatou indícios de que se trata de um modelo seletivo, com repercussão desproporcional para os grupos vulneráveis, acentuado no âmbito nas reformas ao Ato das Disposições Constitucionais Tra nsitórias com impacto na consecução das políticas públicas. Diante do exposto, objetivouse estudar dos casos relacionados à judicialização, via Ação Direta de Inconstitucionalidade, das reformas ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias com impa ctos no orçamento destinado às políticas públicas empreendidas entre 2014 e 2020. Isso porque o trabalho se propõe a identificar como o Supremo Tribunal Federal tem se portado para explorar a eventual existência de meios institucionais disponíveis para mit igar, ainda que provisoriamente e em rodada procedimental específica, o impacto das escolhas das maiorias políticas no acesso aos direitos sociais. Para tanto, foi utilizada a classificação dos provimentos jurisdicionais de David Landau, cuja escolha se de u em função dos seus questionamentos acerca do caráter irrestritamente contramajoritário da ação dos Tribunais no âmbito de processos que envolvem direitos sociais. Considerando a possibilidade da autocontenção pelo Supremo Tribunal Federal, foram identifi cados os mecanismos que inspiram a deferência às escolhas administrativas precedidas de planejamento, a partir das relações travadas entre o Poder Executivo e o Legislativo. Com o intuito de verificar a utilização dessas ferramentas no caso concreto, foi a nalisada a relação travada entre os poderes no âmbito da Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação. A dissertação tem caráter qualitativo, interdisciplinar, exploratório, com revisão bibliográfica e análise documental. Quanto aos resulta dos, a pesquisa constatou que a constitucionalidade das Emendas Constitucionais (EC) nº 94/2016 (2º Regime Especial para o pagamento de Precatórios em mora) e nº 95/2016 (Novo Regime Fiscal) foi questionada por meio de ADI, o que possibilitou a reflexão ac erca do papel do judiciário em decisões com impactos econômicos relacionadas às reformas constitucionais amparadas na escassez de recursos. Concluiu-se que os provimentos, em regra, não tendem a assumir um caráter contramajoritário; autocontenção tácit a, por meio do exercício do “poder de agenda”, e a pode indicar a opção implícita e, talvez, temporária de não decidir por parte da ministra relatora dos processos relacionados à EC nº 95/2016. Ademais, no âmbito da gestão do Ministério da Educação, a Comissão Externa  constatou  a descontinuidade  das  políticas  públicas,  a  falta  de  planejamento e  de  transparência  na  aplicação  dos  recursos,  além  da  ausência  da  garantia  de  um  orçamento mínimo,  o  que  aprofunda  os  impactos  do  Novo  Regime  Fiscal.  Percebeuse,  ainda,  que  o constituinte  reformador  pode  otimizar  este  dever  de  planejamento  ao  prever  mecanismos  de controle  no  âmbito  da  regulamentação  da  política  pública,  tal  como  ocorreu  no  âmbito  da  EC nº 108/2020 (Novo FUNDEB).


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  • O conceito de austeridade econômica envolve a busca pela redução do déficit orçam meio de políticas econômicas de contenção de gastos que se traduzem em uma diminuição do papel do Estado enquanto indutor do bem entário, por estar social da população. A partir de uma digressão histórica que acompanhou o desenvolvimento do modelo de Estad o de BemEstar Social empreendido no Brasil, o presente estudo constatou indícios de que se trata de um modelo seletivo, com repercussão desproporcional para os grupos vulneráveis, acentuado no âmbito nas reformas ao Ato das Disposições Constitucionais Tra nsitórias com impacto na consecução das políticas públicas. Diante do exposto, objetivouse estudar dos casos relacionados à judicialização, via Ação Direta de Inconstitucionalidade, das reformas ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias com impa ctos no orçamento destinado às políticas públicas empreendidas entre 2014 e 2020. Isso porque o trabalho se propõe a identificar como o Supremo Tribunal Federal tem se portado para explorar a eventual existência de meios institucionais disponíveis para mit igar, ainda que provisoriamente e em rodada procedimental específica, o impacto das escolhas das maiorias políticas no acesso aos direitos sociais. Para tanto, foi utilizada a classificação dos provimentos jurisdicionais de David Landau, cuja escolha se de u em função dos seus questionamentos acerca do caráter irrestritamente contramajoritário da ação dos Tribunais no âmbito de processos que envolvem direitos sociais. Considerando a possibilidade da autocontenção pelo Supremo Tribunal Federal, foram identifi cados os mecanismos que inspiram a deferência às escolhas administrativas precedidas de planejamento, a partir das relações travadas entre o Poder Executivo e o Legislativo. Com o intuito de verificar a utilização dessas ferramentas no caso concreto, foi a nalisada a relação travada entre os poderes no âmbito da Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação. A dissertação tem caráter qualitativo, interdisciplinar, exploratório, com revisão bibliográfica e análise documental. Quanto aos resulta dos, a pesquisa constatou que a constitucionalidade das Emendas Constitucionais (EC) nº 94/2016 (2º Regime Especial para o pagamento de Precatórios em mora) e nº 95/2016 (Novo Regime Fiscal) foi questionada por meio de ADI, o que possibilitou a reflexão ac erca do papel do judiciário em decisões com impactos econômicos relacionadas às reformas constitucionais amparadas na escassez de recursos. Concluiu-se que os provimentos, em regra, não tendem a assumir um caráter contramajoritário; autocontenção tácit a, por meio do exercício do “poder de agenda”, e a pode indicar a opção implícita e, talvez, temporária de não decidir por parte da ministra relatora dos processos relacionados à EC nº 95/2016. Ademais, no âmbito da gestão do Ministério da Educação, a Comissão Externa  constatou  a descontinuidade  das  políticas  públicas,  a  falta  de  planejamento e  de  transparência  na  aplicação  dos  recursos,  além  da  ausência  da  garantia  de  um  orçamento mínimo,  o  que  aprofunda  os  impactos  do  Novo  Regime  Fiscal.  Percebeuse,  ainda,  que  o constituinte  reformador  pode  otimizar  este  dever  de  planejamento  ao  prever  mecanismos  de controle  no  âmbito  da  regulamentação  da  política  pública,  tal  como  ocorreu  no  âmbito  da  EC nº 108/2020 (Novo FUNDEB).

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  • LARISSA PINHEIRO QUIRINO
  • A DOUTRINA DAS QUESTÕES POLÍTICAS NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: Uma análise de sua atual aplicação com base nas decisões do Ministro Luís Roberto Barroso.

  • Orientador : ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • FLAVIA DANIELLE SANTIAGO LIMA
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • Data: 09/09/2021

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  • Esta dissertação visa estudar a aplicação da doutrina das questões políticas no Supremo Tribunal Federal, através da análise das decisões do ministro Luís Roberto Barroso. O objeto deste trabalho insere-se em tema de grande relevância e que gera uma certa inquietação na doutrina brasileira, se propondo a investigar, de certa maneira, como se dá a construção das decisões judiciais numa suprema corte. Para tanto realizar-se-á um estudo de direito comparado do surgimento da political question doctrine na Suprema Corte Norte-Americana e se questionará se o Supremo Tribunal Federal tem aplicado referida doutrina conforme seu desenvolvimento nos Estados Unidos, bem como se a construção dessa doutrina no STF dialoga com a teoria de separação dos poderes. Será realizada uma análise exploratória-descritiva das decisões proferidas pelo ministro Barroso desde o ano de 2013, selecionadas apenas aquelas em que se tenha constatado uma tensão entre a aplicação do Direito e questões políticas, adotando-se o método indutivo para, através da análise específica de referidas decisões, poder chegar à conclusão de como a doutrina das questões políticas vem sendo abordada no seio da mais alta corte brasileira. 


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  • Esta dissertação visa estudar a aplicação da doutrina das questões políticas no Supremo Tribunal Federal, através da análise das decisões do ministro Luís Roberto Barroso. O objeto deste trabalho insere-se em tema de grande relevância e que gera uma certa inquietação na doutrina brasileira, se propondo a investigar, de certa maneira, como se dá a construção das decisões judiciais numa suprema corte. Para tanto realizar-se-á um estudo de direito comparado do surgimento da political question doctrine na Suprema Corte Norte-Americana e se questionará se o Supremo Tribunal Federal tem aplicado referida doutrina conforme seu desenvolvimento nos Estados Unidos, bem como se a construção dessa doutrina no STF dialoga com a teoria de separação dos poderes. Será realizada uma análise exploratória-descritiva das decisões proferidas pelo ministro Barroso desde o ano de 2013, selecionadas apenas aquelas em que se tenha constatado uma tensão entre a aplicação do Direito e questões políticas, adotando-se o método indutivo para, através da análise específica de referidas decisões, poder chegar à conclusão de como a doutrina das questões políticas vem sendo abordada no seio da mais alta corte brasileira. 

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  • LUIZ CLAUDIO FREIRE DA COSTA
  • MULTIPARENTALIDADE: A EXISTÊNCIA CONCOMITANTE DO PARENTESCO BIOLÓGICO E DO PARENTESCO SOCIOAFETIVO E SEUS EFEITOS EM RELAÇÃO AO DIREITO SUCESSÓRIO.

  • Orientador : FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • MARIA RITA DE HOLANDA SILVA OLIVEIRA
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 15/09/2021

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  • Esta pesquisa trata sobre a aceitação da convivência simultânea do parentesco biológico e parentesco socioafetivo, ou seja, a multiparentalidade (pluriparentalidade), bem como se apresentarão incertezas em face do reconhecimento do instituto mencionado. Far-se-á a trajetória para aceitação da afetividade no direito brasileiro, sendo abordadas suas consequências nas relações familiares. Tecer-se-ão comentários sobre as espécies de parentesco socioafetivo, bem como se abordará o direito ao conhecimento da origem genética sem a necessária formação de vínculo parental. Serão abordadas discussões doutrinárias em torno da multiparentalidade, antes e depois do julgamento do Recurso Extraordinário nº 898060/SC. Assim como será traçado o caminho do voto do Ministro Relator que deu ensejo à fixação, pela Suprema Corte, da Tese no Tema 622. Dar-se-á especial atenção aos efeitos no direito das sucessões diante da Tese consolidada pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 622. Por fim, será feita abordagem sobre a utilização da boa-fé no direito de família. 


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  • Esta pesquisa trata sobre a aceitação da convivência simultânea do parentesco biológico e parentesco socioafetivo, ou seja, a multiparentalidade (pluriparentalidade), bem como se apresentarão incertezas em face do reconhecimento do instituto mencionado. Far-se-á a trajetória para aceitação da afetividade no direito brasileiro, sendo abordadas suas consequências nas relações familiares. Tecer-se-ão comentários sobre as espécies de parentesco socioafetivo, bem como se abordará o direito ao conhecimento da origem genética sem a necessária formação de vínculo parental. Serão abordadas discussões doutrinárias em torno da multiparentalidade, antes e depois do julgamento do Recurso Extraordinário nº 898060/SC. Assim como será traçado o caminho do voto do Ministro Relator que deu ensejo à fixação, pela Suprema Corte, da Tese no Tema 622. Dar-se-á especial atenção aos efeitos no direito das sucessões diante da Tese consolidada pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 622. Por fim, será feita abordagem sobre a utilização da boa-fé no direito de família. 

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  • NATÁLIA FREIRE CHAVES
  • A RECONFIGURAÇÃO DA NEGOCIAÇÃO COLETIVA ENQUANTO PROCESSO NÃO ESTATAL DE FORMAÇÃO DA NORMA TRABALHISTA: A ampliação/deslocação das pautas reivindicativas no contexto das teorias dos movimentos sociais.

  • Orientador : EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • ROGERIA GLADYS SALES GUERRA
  • Data: 20/09/2021

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  • Esta dissertação tem como objeto a negociação coletiva enquanto processo não estatal de produção da norma trabalhista. Objetiva apresentar um estudo que reconfigure as versões provenientes da doutrina e da teoria jurídico-trabalhista clássicas, posto que as mesmas tem como objeto desse ramo do direito o trabalho subordinado vinculado ao contrato de emprego e não ampliam as bases hermenêuticas relacionadas à luta e à consciência de classes, uma vez que privilegiam as lutas reformistas, em detrimento das lutas revolucionárias; depois, não dialogam com as teorias dos movimentos sociais. Parte-se de uma visão dialética para fazer uma cartografia da doutrina vinculada à teoria jurídico-trabalhista clássica, por meio de um estado da arte, que envolve doutrinadores brasileiros e estrangeiros, que mergulham na literatura vinculada ao Direito Internacional do Trabalho – simultaneamente, na OIT e na Comunidade Europeia. Aqui, fica provado que o Direito do Trabalho, dogmaticamente organizado, não tem respostas para os trabalhadores atingidos pela desregulamentação/clandestinização, os afetados pelo desemprego estrutural e alcançados pela ideologia ultraliberal que difundem a ideia de um sujeito neoliberal. O texto traz construções analíticas capazes de redimensionar os sentidos da proteção e permitir o alargamento das bases reivindicativas das negociações, para que as mesmas incluam temas denunciados pela teoria organizacional crítica – organização do trabalho como organização de poder - e de outros que digam respeito às novas morfologias de trabalho que vão além daqueles centradas no contrato de emprego. Ao partir das teorias dos movimentos sociais, estabelece outra ampliação para as negociações coletivas, na medida em que transborda o espaço vinculado à execução do contrato de emprego e propõe uma articulação dos movimentos dos trabalhadores com outros movimentos sociais. Tendo como premissa de confronto o modo de produção capitalista, defende, finalmente, a possibilidade de construção de normas jurídico-trabalhista que se dirijam também à proteção da dignidade da pessoa humana trabalhadora, em toda sua dimensão: em seu ambiente de trabalho e em seu entorno, meio ambiente, da natureza, além do patrimônio histórico, artístico e cultural. 


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  • Esta dissertação tem como objeto a negociação coletiva enquanto processo não estatal de produção da norma trabalhista. Objetiva apresentar um estudo que reconfigure as versões provenientes da doutrina e da teoria jurídico-trabalhista clássicas, posto que as mesmas tem como objeto desse ramo do direito o trabalho subordinado vinculado ao contrato de emprego e não ampliam as bases hermenêuticas relacionadas à luta e à consciência de classes, uma vez que privilegiam as lutas reformistas, em detrimento das lutas revolucionárias; depois, não dialogam com as teorias dos movimentos sociais. Parte-se de uma visão dialética para fazer uma cartografia da doutrina vinculada à teoria jurídico-trabalhista clássica, por meio de um estado da arte, que envolve doutrinadores brasileiros e estrangeiros, que mergulham na literatura vinculada ao Direito Internacional do Trabalho – simultaneamente, na OIT e na Comunidade Europeia. Aqui, fica provado que o Direito do Trabalho, dogmaticamente organizado, não tem respostas para os trabalhadores atingidos pela desregulamentação/clandestinização, os afetados pelo desemprego estrutural e alcançados pela ideologia ultraliberal que difundem a ideia de um sujeito neoliberal. O texto traz construções analíticas capazes de redimensionar os sentidos da proteção e permitir o alargamento das bases reivindicativas das negociações, para que as mesmas incluam temas denunciados pela teoria organizacional crítica – organização do trabalho como organização de poder - e de outros que digam respeito às novas morfologias de trabalho que vão além daqueles centradas no contrato de emprego. Ao partir das teorias dos movimentos sociais, estabelece outra ampliação para as negociações coletivas, na medida em que transborda o espaço vinculado à execução do contrato de emprego e propõe uma articulação dos movimentos dos trabalhadores com outros movimentos sociais. Tendo como premissa de confronto o modo de produção capitalista, defende, finalmente, a possibilidade de construção de normas jurídico-trabalhista que se dirijam também à proteção da dignidade da pessoa humana trabalhadora, em toda sua dimensão: em seu ambiente de trabalho e em seu entorno, meio ambiente, da natureza, além do patrimônio histórico, artístico e cultural. 

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  • HUGO LEONARDO ALVES LIMA
  • O CARÁTER EXTERNO DO AGIR COMO LIMITE EXIGÍVEL PELO DIREITO: A DISTINÇÃO ENTRE A MORAL E O DIREITO NA FILOSOFIA DE IMMANUEL KANT E O JUÍZO INTERPRETATIVO NA FILOSOFIA DE NIETZSCHE.

  • Orientador : PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • JOAO MAURICIO LEITAO ADEODATO
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 22/09/2021

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  • O presente trabalho funda-se, em seu âmago, na antiga discussão filosófica sobre se há uma distinção entre a moral e o direito. Todavia, o cerne da pesquisa se ateve não somente ao exame da distinção elaborada por Kant entre praticar uma ação por dever e uma ação conforme ao dever, como também se ateve aos fundamentos filosóficos responsáveis por sustentar esse discernimento. Assim, conferiu-se um debate entre a filosofia kantiana e a nietzschiana (nossos marcos teóricos) como forma de, por esses dois ângulos, examinar-se nosso problema. Desse modo, com relação à filosofia kantiana, abordou-se a compreensão acerca da moral como produto de uma causalidade pela liberdade (de caráter inteligível), visto que, ao se perpassar pelo conceito negativo de liberdade (soberania aos estímulos sensíveis), chegou-se ao sentido positivo de liberdade, isto é, ao conceito de autodeterminação: a capacidade de manufaturar por si mesmo a própria lei do agir. Tal exame foi imprescindível, afinal o conceito de heteronomia kantiano (indispensável ao direito) decorre de uma oposição ao conceito de autonomia. Se esta se consubstancia na questão de a lei ser decorrente de uma espontaneidade (ser um fim em si mesmo, um dever contendo uma “boa vontade”); aquela se caracteriza pela lei ter como razão uma causa condicionada, o que faz a lei, nesse caso, ser um meio para se alcançar um fim diverso. Nesse sentido, sob o amparo da filosofia kantiana, examinou-se que o direito se limita e se interessa, quanto à sua exigibilidade, pela conformidade da exterioridade do agir em relação à prescrição emanada por ele. Contudo, constatou-se que essa compreensão kantiana de agir conforme ao dever não explica cabalmente como acontece essa operacionalidade referente à correspondência entre o plano exterior do exercício das ações e a prescrição jurídica. Assim, pela filosofia nietzschiana, recuperou-se a seguinte análise: por intermédio de um conceito, é possível (re)conhecer as coisas (logo, também as ações humanas). Portanto, observou-se que essa operacionalidade no direito de se observar se o agir foi conforme ao dever só é possível porque temos conceitos sobre as coisas (a realidade) que nós, seres humanos, criamos (interpretamos). Sem os conceitos, não existe relação de identidade; por consequência, não existe (igualmente no direito) (re)conhecimento. Desse modo, como forma de demonstrar que o direito depende, outrossim, da presença dos conceitos para operacionalizar a exigibilidade sobre a conformidade exterior do agir (o que o distingue da moral), voltou-se a análise à filosofia nietzschiana, afinal, a partir da crítica nietzschiana à tradicional metafísica, verificouse que o conhecimento (e a linguagem) não se consubstancia um espelhamento de uma realidade independente do ser humano, na qual ela seria autenticamente observável e, por isso, seria posta em uma relação de correspondência fidedigna entre significantes e significados. O direito, pela filosofia kantiana, diferencia-se da moral em razão da satisfação pela conformidade exterior do agir com a prescrição. E, pela filosofia nietzschiana, explica-se como acontece, no direito, o processo de identificação dessas condutas, o qual sucede graças ao ser humano ser um indivíduo inexoravelmente criador do conhecimento (um sujeito interpretativo). 


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  • O presente trabalho funda-se, em seu âmago, na antiga discussão filosófica sobre se há uma distinção entre a moral e o direito. Todavia, o cerne da pesquisa se ateve não somente ao exame da distinção elaborada por Kant entre praticar uma ação por dever e uma ação conforme ao dever, como também se ateve aos fundamentos filosóficos responsáveis por sustentar esse discernimento. Assim, conferiu-se um debate entre a filosofia kantiana e a nietzschiana (nossos marcos teóricos) como forma de, por esses dois ângulos, examinar-se nosso problema. Desse modo, com relação à filosofia kantiana, abordou-se a compreensão acerca da moral como produto de uma causalidade pela liberdade (de caráter inteligível), visto que, ao se perpassar pelo conceito negativo de liberdade (soberania aos estímulos sensíveis), chegou-se ao sentido positivo de liberdade, isto é, ao conceito de autodeterminação: a capacidade de manufaturar por si mesmo a própria lei do agir. Tal exame foi imprescindível, afinal o conceito de heteronomia kantiano (indispensável ao direito) decorre de uma oposição ao conceito de autonomia. Se esta se consubstancia na questão de a lei ser decorrente de uma espontaneidade (ser um fim em si mesmo, um dever contendo uma “boa vontade”); aquela se caracteriza pela lei ter como razão uma causa condicionada, o que faz a lei, nesse caso, ser um meio para se alcançar um fim diverso. Nesse sentido, sob o amparo da filosofia kantiana, examinou-se que o direito se limita e se interessa, quanto à sua exigibilidade, pela conformidade da exterioridade do agir em relação à prescrição emanada por ele. Contudo, constatou-se que essa compreensão kantiana de agir conforme ao dever não explica cabalmente como acontece essa operacionalidade referente à correspondência entre o plano exterior do exercício das ações e a prescrição jurídica. Assim, pela filosofia nietzschiana, recuperou-se a seguinte análise: por intermédio de um conceito, é possível (re)conhecer as coisas (logo, também as ações humanas). Portanto, observou-se que essa operacionalidade no direito de se observar se o agir foi conforme ao dever só é possível porque temos conceitos sobre as coisas (a realidade) que nós, seres humanos, criamos (interpretamos). Sem os conceitos, não existe relação de identidade; por consequência, não existe (igualmente no direito) (re)conhecimento. Desse modo, como forma de demonstrar que o direito depende, outrossim, da presença dos conceitos para operacionalizar a exigibilidade sobre a conformidade exterior do agir (o que o distingue da moral), voltou-se a análise à filosofia nietzschiana, afinal, a partir da crítica nietzschiana à tradicional metafísica, verificouse que o conhecimento (e a linguagem) não se consubstancia um espelhamento de uma realidade independente do ser humano, na qual ela seria autenticamente observável e, por isso, seria posta em uma relação de correspondência fidedigna entre significantes e significados. O direito, pela filosofia kantiana, diferencia-se da moral em razão da satisfação pela conformidade exterior do agir com a prescrição. E, pela filosofia nietzschiana, explica-se como acontece, no direito, o processo de identificação dessas condutas, o qual sucede graças ao ser humano ser um indivíduo inexoravelmente criador do conhecimento (um sujeito interpretativo). 

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  • HUGO LEONARDO DE OLIVEIRA NOVAES
  • TEORIA RELACIONAL CONTRATUAL E A FUNÇÃO SOCIAL DOS CONTRATOS NO DIREITO BRASILEIRO DO CONSUMIDOR 

  • Orientador : LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTÔNIO PERES GEDIEL
  • LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 27/09/2021

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  • É notável o crescimento, na doutrina jurídica e na jurisprudência brasileiras, de citações, estudos e aplicações da chamada teoria relacional contratual, concebida e sistematizada na segunda metade do século XX, nos Estados Unidos da América, pelo jurista Ian Macneil. Os contextos social, cultural e acadêmico de surgimento da referida teoria nos levaram a um primeiro questionamento relacionado à sua matriz política e filosófica. Sobre isso, perguntamo-nos se a teoria relacional contratual seria um discurso acadêmico de matriz neoliberal, ou seja, que atende à lógica de uma visão economicista e neoliberal do direito. Para responder a esse questionamento, usamos as ideias do sociólogo francês Michel Foucault, em conjunto com outros sociólogos e filósofos, acerca dos seus estudos sobre os discursos (inclusive, acadêmicos) enquanto relações de poder. Ora, se existisse algum instrumento teórico que nos pudesse revelar, na teoria relacional contratual, a mesma racionalidade que compõe as condições de possibilidade do neoliberalismo (em particular, do neoliberalismo estadunidense), esse instrumento seria o método genealógico foucaultiano. Em seguida, e em se confirmando a hipótese referida, passaríamos a investigar se a importação e a aplicação direta (sem ponderações) da teoria relacional contratual ao direito do consumidor brasileiro poderia causar efeitos negativos nas bases protetivas da nossa legislação consumerista, haja vista seu histórico e aspecto de legislação social, altamente voltada aos anseios de justiça distributiva, igualdade material e democratização contratual. A função social do contrato ingressou em nossos estudos como uma espécie de contrapeso, em favor dos consumidores, no processo de importação e aplicação dos conceitos trazidos pela teoria relacional de Ian Macneil para a realidade dos contratos de consumo à luz da nossa vigente legislação consumerista.       


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  • É notável o crescimento, na doutrina jurídica e na jurisprudência brasileiras, de citações, estudos e aplicações da chamada teoria relacional contratual, concebida e sistematizada na segunda metade do século XX, nos Estados Unidos da América, pelo jurista Ian Macneil. Os contextos social, cultural e acadêmico de surgimento da referida teoria nos levaram a um primeiro questionamento relacionado à sua matriz política e filosófica. Sobre isso, perguntamo-nos se a teoria relacional contratual seria um discurso acadêmico de matriz neoliberal, ou seja, que atende à lógica de uma visão economicista e neoliberal do direito. Para responder a esse questionamento, usamos as ideias do sociólogo francês Michel Foucault, em conjunto com outros sociólogos e filósofos, acerca dos seus estudos sobre os discursos (inclusive, acadêmicos) enquanto relações de poder. Ora, se existisse algum instrumento teórico que nos pudesse revelar, na teoria relacional contratual, a mesma racionalidade que compõe as condições de possibilidade do neoliberalismo (em particular, do neoliberalismo estadunidense), esse instrumento seria o método genealógico foucaultiano. Em seguida, e em se confirmando a hipótese referida, passaríamos a investigar se a importação e a aplicação direta (sem ponderações) da teoria relacional contratual ao direito do consumidor brasileiro poderia causar efeitos negativos nas bases protetivas da nossa legislação consumerista, haja vista seu histórico e aspecto de legislação social, altamente voltada aos anseios de justiça distributiva, igualdade material e democratização contratual. A função social do contrato ingressou em nossos estudos como uma espécie de contrapeso, em favor dos consumidores, no processo de importação e aplicação dos conceitos trazidos pela teoria relacional de Ian Macneil para a realidade dos contratos de consumo à luz da nossa vigente legislação consumerista.       

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  • VALQUIRIA MARIA NOVAES MENEZES FRAEMAM
  • FLEXIBILIDADE  DA ESTABILIDADE SUBJETIVA E SUA IMBRICAÇÃO COMO  A CONFIGURAÇÃO OBJETIVA DA DEMANDA NO PROCESSO CIVIL  BRASILEIRO

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO ANTONIO DE BARROS E SILVA NETO
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • LIA CAROLINA BATISTA CINTRA
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • Data: 28/09/2021

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  • O presente trabalho analisa os impactos da flexibilização subjetiva da demanda após o Código de Processo Civil de 2015, a partir do qual o paradigma da rigidez deu espaço à abertura para a adequação e flexibilidade pelos sujeitos processuais. No tema examinado, o corte metodológico se deu com vistas a estudar o ingresso de novas partes no processo em curso por iniciativa das partes originárias e dos próprios terceiros ingressantes, considerando sobretudo a perspectiva da segurança jurídica calculabilidade dos sujeitos envolvidos. Para tanto, partindo da premissa de que a modificação subjetiva pode impactar objetivamente a demanda, dado o vínculo entre as partes e a causa de pedir, isto é, a relação jurídica descrita no processo, o trabalho procurou identific ar se há limitações ao ingresso de terceiros e, uma vez convolados em partes aqueles que intervêm na demanda, a medida da disponibilidade fática que se lhes permite, dialogando com a estabilidade objetiva e as preclusões dispostas pelo sistema. Nesse sentido, foram estudadas as hipóteses de sucessão processual -  em suas diferentes formas, inclusive, salientando  as  situações  de  vicissitudes  societárias - ,intervenção típica e meios atípicos de integração de terceiros à demanda, balizando o tema com a possibilidade ou não de  inovação objetiva no curso do processo. 


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  • O presente trabalho analisa os impactos da flexibilização subjetiva da demanda após o Código de Processo Civil de 2015, a partir do qual o paradigma da rigidez deu espaço à abertura para a adequação e flexibilidade pelos sujeitos processuais. No tema examinado, o corte metodológico se deu com vistas a estudar o ingresso de novas partes no processo em curso por iniciativa das partes originárias e dos próprios terceiros ingressantes, considerando sobretudo a perspectiva da segurança jurídica calculabilidade dos sujeitos envolvidos. Para tanto, partindo da premissa de que a modificação subjetiva pode impactar objetivamente a demanda, dado o vínculo entre as partes e a causa de pedir, isto é, a relação jurídica descrita no processo, o trabalho procurou identific ar se há limitações ao ingresso de terceiros e, uma vez convolados em partes aqueles que intervêm na demanda, a medida da disponibilidade fática que se lhes permite, dialogando com a estabilidade objetiva e as preclusões dispostas pelo sistema. Nesse sentido, foram estudadas as hipóteses de sucessão processual -  em suas diferentes formas, inclusive, salientando  as  situações  de  vicissitudes  societárias - ,intervenção típica e meios atípicos de integração de terceiros à demanda, balizando o tema com a possibilidade ou não de  inovação objetiva no curso do processo. 

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  • PAOLLA BARBOSA XAVIER
  • DEUS, FAMÍLIA E LIBERDADE SOBRE AS RUÍNAS DO NEOLIBERALISMO: uma análise da nova constelação discursiva antidemocrática a partir dos projetos de lei “Escola Sem Partido” e seus principais atores. 

  • Orientador : PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RAYANI MARIANO DOS SANTOS
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • Data: 28/09/2021

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  • O objetivo dessa dissertação é contribuir com a análise de um novo fenômeno político que vem ganhando espaço em diversos países do mundo nos últimos anos, calcado em ataques concretos aos direitos das minorias e ao sistema democrático e seus ideais, com grande aceitação popular e assimilação de seus termos pelo sistema jurídico a partir de estratégias discursivas. Um fenômeno novo de extrema direita que, como demonstrado por Wendy Brown em sua investigação da nova jurisprudência norte-americana, possui raízes no projeto mercadológico e moral do neoliberalismo, seguido por sua aversão à política e a guerra epistemológica empreendida contra o conceito de sociedade. Para verificar a formação de sua constelação discursiva dentro do cenário jurídico brasileiro, buscou-se analisar os projetos de lei do “Escola Sem Partido”, que tenta deslocar o eixo da moralidade tradicional do âmbito da consciência privada para o espaço público, intensificando o familismo e trabalhando conceitos como liberdade de expressão, liberdade religiosa em restrição à liberdade de cátedra e de ideais democráticos como igualdade e respeito. Complementando o caminho traçado por Wendy Brown dentro das ciências políticas, buscou-se realizar uma inspeção mais sistematizada e específica para o meio jurídico, a partir da utilização da retórica analítica como método para o estudo do direito, diretamente influenciado pela linguagem e composição dos discursos, para estudo da retórica estratégica utilizada, entre argumentos e manipulação de conceitos. A análise foi realizada especificamente dentro do subnível ergôntico, compreendido como a forma com a qual o sujeito se relaciona com o objeto. 


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  • O objetivo dessa dissertação é contribuir com a análise de um novo fenômeno político que vem ganhando espaço em diversos países do mundo nos últimos anos, calcado em ataques concretos aos direitos das minorias e ao sistema democrático e seus ideais, com grande aceitação popular e assimilação de seus termos pelo sistema jurídico a partir de estratégias discursivas. Um fenômeno novo de extrema direita que, como demonstrado por Wendy Brown em sua investigação da nova jurisprudência norte-americana, possui raízes no projeto mercadológico e moral do neoliberalismo, seguido por sua aversão à política e a guerra epistemológica empreendida contra o conceito de sociedade. Para verificar a formação de sua constelação discursiva dentro do cenário jurídico brasileiro, buscou-se analisar os projetos de lei do “Escola Sem Partido”, que tenta deslocar o eixo da moralidade tradicional do âmbito da consciência privada para o espaço público, intensificando o familismo e trabalhando conceitos como liberdade de expressão, liberdade religiosa em restrição à liberdade de cátedra e de ideais democráticos como igualdade e respeito. Complementando o caminho traçado por Wendy Brown dentro das ciências políticas, buscou-se realizar uma inspeção mais sistematizada e específica para o meio jurídico, a partir da utilização da retórica analítica como método para o estudo do direito, diretamente influenciado pela linguagem e composição dos discursos, para estudo da retórica estratégica utilizada, entre argumentos e manipulação de conceitos. A análise foi realizada especificamente dentro do subnível ergôntico, compreendido como a forma com a qual o sujeito se relaciona com o objeto. 

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  • FLÁVIO GUILHERME CAVALCANTI DOS SANTOS
  • A LINDB E A GESTÃO PÚBLICA EFICIENTE: DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO CONSEQUENCIALISMO RESPONSÁVEL

  • Orientador : MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • WALBER DE MOURA AGRA
  • JULIANA BONACORSI DE PALMA
  • Data: 29/09/2021

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  • A incorporação de novos dispositivos à Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro com a edição da Lei nº 13.655/2018, propõe uma mudança no Direito Público, visando prover maior eficiência e segurança jurídica em sua criação, interpretação e aplicação. A visão prospectiva do consequencialismo presente na lei se coaduna com a lógica de gestão por resultados defendida na Reforma do Estado dos anos 1990, a qual se institucionalizou na ordem jurídica nacional por meio da constitucionalização do princípio da eficiência, considerado em uma perspectiva de efetividade dos fins constitucionais. A pesquisa se desenvolve a partir do percurso histórico do Estado Moderno, das reformas administrativas e dos órgãos de controle no país. A partir daí, avança na compreensão da força normativa dos princípios para posteriormente avaliar o conteúdo do princípio da eficiência, sua ponderação frente ao princípio da legalidade e suas implicações no controle da função administrativa vinculada e discricionária. Por fim, problematiza os impactos dos comandos da Lei nº 13.655/2018 na edição e controle dos atos administrativos e as implicações metodológicas do pragmatismo consequencialista no processo jurídico-decisório, buscando, em uma abordagem propositiva, compreender como a lei pode prover eficiência material à Administração Pública.


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  • A incorporação de novos dispositivos à Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro com a edição da Lei nº 13.655/2018, propõe uma mudança no Direito Público, visando prover maior eficiência e segurança jurídica em sua criação, interpretação e aplicação. A visão prospectiva do consequencialismo presente na lei se coaduna com a lógica de gestão por resultados defendida na Reforma do Estado dos anos 1990, a qual se institucionalizou na ordem jurídica nacional por meio da constitucionalização do princípio da eficiência, considerado em uma perspectiva de efetividade dos fins constitucionais. A pesquisa se desenvolve a partir do percurso histórico do Estado Moderno, das reformas administrativas e dos órgãos de controle no país. A partir daí, avança na compreensão da força normativa dos princípios para posteriormente avaliar o conteúdo do princípio da eficiência, sua ponderação frente ao princípio da legalidade e suas implicações no controle da função administrativa vinculada e discricionária. Por fim, problematiza os impactos dos comandos da Lei nº 13.655/2018 na edição e controle dos atos administrativos e as implicações metodológicas do pragmatismo consequencialista no processo jurídico-decisório, buscando, em uma abordagem propositiva, compreender como a lei pode prover eficiência material à Administração Pública.

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  • KAREN MARIA SILVA LIMA
  • OS DEVERES  PESSOAIS NA UNIÃO ESTÁVEL  E  O PARADOXO DA LIBERDADE FAMILIAR.

  • Orientador : LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DANTE PONTE DE BRITO
  • LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 29/09/2021

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  • O presente estudo tem o propósito de analisar os deveres pessoais, de lealdade, respeito, consideração e assistência moral inerentes à união estável. Situa-os no contexto histórico brasileiro, analisando a importância dos deveres à convivência, à própria união estável e ao interesse familiar. Considerando a problemática da insegurança jurídica na família contemporânea e a omissão legislativa quanto ao descumprimento destes deveres, analisa a exigibilidade jurídica em eventual descumprimento e demonstra algumas das consequências jurídicas verificadas pela falta de previsibilidade legal. A pesquisa também confronta a disposição legal dos deveres de ordem pessoal com o princípio da liberdade familiar, expressão da autonomia privada no direito de família, analisando os parâmetros de limitação e intervenção mínima do Estado nas relações particulares. O estudo propõe a autodisciplina desses deveres e analisa a viabilidade da contratualização dos deveres da união estável. Sugere, em todos os contornos, a interpretação dos deveres pessoais da união estável com a boa-fé objetiva, como expressão da sua função corretora de condutas, em tutela à confiança, propondo parâmetros minimamente objetivos para a completude desses conceitos indeterminados. Realça a necessidade da leitura do direito de família com base na segurança jurídica, apresentando alguns perigos revelados nos fenômenos que lhe são contemporâneos, como a judicialização do direito de família, ativismo judicial e a superutilização de princípios no âmbito familiar, compreendido enquanto espaço de desenvolvimento dos seus membros. 


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  • O presente estudo tem o propósito de analisar os deveres pessoais, de lealdade, respeito, consideração e assistência moral inerentes à união estável. Situa-os no contexto histórico brasileiro, analisando a importância dos deveres à convivência, à própria união estável e ao interesse familiar. Considerando a problemática da insegurança jurídica na família contemporânea e a omissão legislativa quanto ao descumprimento destes deveres, analisa a exigibilidade jurídica em eventual descumprimento e demonstra algumas das consequências jurídicas verificadas pela falta de previsibilidade legal. A pesquisa também confronta a disposição legal dos deveres de ordem pessoal com o princípio da liberdade familiar, expressão da autonomia privada no direito de família, analisando os parâmetros de limitação e intervenção mínima do Estado nas relações particulares. O estudo propõe a autodisciplina desses deveres e analisa a viabilidade da contratualização dos deveres da união estável. Sugere, em todos os contornos, a interpretação dos deveres pessoais da união estável com a boa-fé objetiva, como expressão da sua função corretora de condutas, em tutela à confiança, propondo parâmetros minimamente objetivos para a completude desses conceitos indeterminados. Realça a necessidade da leitura do direito de família com base na segurança jurídica, apresentando alguns perigos revelados nos fenômenos que lhe são contemporâneos, como a judicialização do direito de família, ativismo judicial e a superutilização de princípios no âmbito familiar, compreendido enquanto espaço de desenvolvimento dos seus membros. 

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  • RAQUEL DE BRITO ALBUQUERQUE
  • JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO E SEXUALIDADES DISSIDENTES: história, memória e verdade do Movimento LGBTQI+ em Pernambuco.

  • Orientador : ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RENAN HONÓRIO QUINALHA
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • Data: 30/09/2021

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  • A presente dissertação analisa a história, a memória e a verdade do movimento LGBTQI+ a partir do contexto da ditadura militar no Brasil e em Pernambuco. O trabalho estuda o desempenho e os efeitos da Justiça de Transição brasileira, tendo como escopo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), instituída no Brasil pela Lei 11.258/2011, em relação às violências enfrentadas pela população LGBTQI+ durante o regime. Para tanto, analisa os conceitos da justiça transicional e como seu conceito pode ser utilizado para facilitar e fomentar os direitos desse segmento social no país, partindo do tratamento que o Estado brasileiro oferece à comunidade como também a construção do sujeito homossexual, moldado(a) a partir da história do Brasil. Sabe-se que a ditadura brasileira não inaugurou a lgbtfobia no país, mas a utilizou como instrumento de violação de direitos humanos, respaldando discursos que encontram coro até hoje na sociedade brasileira. Isto, associado à fatores de ordem social, dificultam a implementação de políticas públicas e garantias de direitos para a comunidade, que foi construída o redor de mitos sobre a homossexualidade. Por óbvio, o processo justransicional falho no país não carrega essa conta sozinho, mas é parte de uma colcha de retalhos que coloca o Brasil no topo do ranking de países onde mais se matam homossexuais e travestis no mundo. O trabalho se preocupa em resgatar a história, memória e verdade do Movimento LGBTQI+ em Pernambuco, destacando a atuação do Grupo Teatral Vivencial Diversiones, do Grupo de Ação Homossexual (GATHO) e o Movimento Leões do Norte. Dessa forma, entendemos que a justiça de transição pode oferecer ferramentas para que os direitos humanos desse segmento acompanhem a retomada democrática do Brasil.  


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  • A presente dissertação analisa a história, a memória e a verdade do movimento LGBTQI+ a partir do contexto da ditadura militar no Brasil e em Pernambuco. O trabalho estuda o desempenho e os efeitos da Justiça de Transição brasileira, tendo como escopo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), instituída no Brasil pela Lei 11.258/2011, em relação às violências enfrentadas pela população LGBTQI+ durante o regime. Para tanto, analisa os conceitos da justiça transicional e como seu conceito pode ser utilizado para facilitar e fomentar os direitos desse segmento social no país, partindo do tratamento que o Estado brasileiro oferece à comunidade como também a construção do sujeito homossexual, moldado(a) a partir da história do Brasil. Sabe-se que a ditadura brasileira não inaugurou a lgbtfobia no país, mas a utilizou como instrumento de violação de direitos humanos, respaldando discursos que encontram coro até hoje na sociedade brasileira. Isto, associado à fatores de ordem social, dificultam a implementação de políticas públicas e garantias de direitos para a comunidade, que foi construída o redor de mitos sobre a homossexualidade. Por óbvio, o processo justransicional falho no país não carrega essa conta sozinho, mas é parte de uma colcha de retalhos que coloca o Brasil no topo do ranking de países onde mais se matam homossexuais e travestis no mundo. O trabalho se preocupa em resgatar a história, memória e verdade do Movimento LGBTQI+ em Pernambuco, destacando a atuação do Grupo Teatral Vivencial Diversiones, do Grupo de Ação Homossexual (GATHO) e o Movimento Leões do Norte. Dessa forma, entendemos que a justiça de transição pode oferecer ferramentas para que os direitos humanos desse segmento acompanhem a retomada democrática do Brasil.  

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  • ARTHUR TELLES NEBIAS
  • O ARTIGO 15 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL: A APLICAÇÃO DO CPC AOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS.

  • Orientador : LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE ANTÔNIO FREITAS CÂMARA
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • FRANCISCO ANTONIO DE BARROS E SILVA NETO
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • Data: 30/09/2021

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  • O artigo 15 do Código de Processo Civil (CPC) determina que o diploma se aplique subsidiária e supletivamente aos processos administrativos, que constituem uma espécie processual distinta do processo civil, área de abrangência natural do CPC. O ambiente de interação entre o CPC e os processos administrativos conduz, em verdade, ao estudo da relação entre normas jurídicas processuais, num ordenamento jurídico que dispõe de uma multiplicidade de fontes normativas. Embora o mencionado artigo 15 não tenha inaugurado esse universo relacional entre normas jurídicas processuais, representa um reforço de sua existência e traz, outrossim, formas distintas de aplicação do CPC aos processos administrativos, classificando-as como subsidiária e supletiva. Além dessas duas formas de aplicação do CPC aos processos administrativos, foi possível observar também a possibilidade de aplicação direta do CPC, que não decorre propriamente da redação do artigo 15. A mecânica da subsidiariedade na aplicação de normas jurídicas, comumente utilizada no ordenamento jurídico, veio acompanhada de uma forma supletiva de aplicação, diferenciando a relação do CPC com os processos administrativos quando há norma jurídica especial concebida para tais processos e quando não há. Assim, a existência de lacunas normativas no(s) sistema(s) processual(ais) pode possibilitar a aplicação do CPC de forma subsidiária, enquanto, na presença de uma norma jurídica especial para o processo administrativo, admite a utilização do CPC de forma supletiva, complementar, integrando a norma jurídica existente. A pesquisa investiga, ainda, o ordenamento jurídico e as suas transformações a partir dos fenômenos da codificação e da descodificação, no progressivo aumento de fontes normativas à disposição do intérprete, e da própria mudança de paradigma interpretativo, que foi da lei em direção ao ordenamento. A investigação acerca da aplicação do CPC aos processos administrativos também exige o estudo sobre a repartição das competências constitucionais para legislar sobre tais processos e como a aplicação do CPC pode se dar de forma harmônica em relação ao modelo de Estado federalista presente na Constituição Federal, uma vez que o CPC é uma lei federal e sua aplicação aos processos administrativos estaduais e municipais não pode ocorrer indistintamente, sem a preservação da autonomia federativa conferida pela Constituição Federal a cada Ente. Enfim, a pesquisa aponta a ausência de critérios claros na prática de aplicação do CPC aos processos administrativos e busca formular, com algum acerto, um caminho dogmático coerente que possibilite a aplicação válida do CPC a esses processos, em conformidade com a sua integridade e com a autonomia legislativa constitucionalmente  conferida  a  cada  Ente  Federado  para  disciplinar  seus  próprios  processos administrativos.


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  • O artigo 15 do Código de Processo Civil (CPC) determina que o diploma se aplique subsidiária e supletivamente aos processos administrativos, que constituem uma espécie processual distinta do processo civil, área de abrangência natural do CPC. O ambiente de interação entre o CPC e os processos administrativos conduz, em verdade, ao estudo da relação entre normas jurídicas processuais, num ordenamento jurídico que dispõe de uma multiplicidade de fontes normativas. Embora o mencionado artigo 15 não tenha inaugurado esse universo relacional entre normas jurídicas processuais, representa um reforço de sua existência e traz, outrossim, formas distintas de aplicação do CPC aos processos administrativos, classificando-as como subsidiária e supletiva. Além dessas duas formas de aplicação do CPC aos processos administrativos, foi possível observar também a possibilidade de aplicação direta do CPC, que não decorre propriamente da redação do artigo 15. A mecânica da subsidiariedade na aplicação de normas jurídicas, comumente utilizada no ordenamento jurídico, veio acompanhada de uma forma supletiva de aplicação, diferenciando a relação do CPC com os processos administrativos quando há norma jurídica especial concebida para tais processos e quando não há. Assim, a existência de lacunas normativas no(s) sistema(s) processual(ais) pode possibilitar a aplicação do CPC de forma subsidiária, enquanto, na presença de uma norma jurídica especial para o processo administrativo, admite a utilização do CPC de forma supletiva, complementar, integrando a norma jurídica existente. A pesquisa investiga, ainda, o ordenamento jurídico e as suas transformações a partir dos fenômenos da codificação e da descodificação, no progressivo aumento de fontes normativas à disposição do intérprete, e da própria mudança de paradigma interpretativo, que foi da lei em direção ao ordenamento. A investigação acerca da aplicação do CPC aos processos administrativos também exige o estudo sobre a repartição das competências constitucionais para legislar sobre tais processos e como a aplicação do CPC pode se dar de forma harmônica em relação ao modelo de Estado federalista presente na Constituição Federal, uma vez que o CPC é uma lei federal e sua aplicação aos processos administrativos estaduais e municipais não pode ocorrer indistintamente, sem a preservação da autonomia federativa conferida pela Constituição Federal a cada Ente. Enfim, a pesquisa aponta a ausência de critérios claros na prática de aplicação do CPC aos processos administrativos e busca formular, com algum acerto, um caminho dogmático coerente que possibilite a aplicação válida do CPC a esses processos, em conformidade com a sua integridade e com a autonomia legislativa constitucionalmente  conferida  a  cada  Ente  Federado  para  disciplinar  seus  próprios  processos administrativos.

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  • RENATA ALVES CALABRIA
  • REFUGIADOS ECONÔMICOS AFRICANOS EM PERNAMBUCO: Uma reflexão sobre a inclusão social dos senegaleses no mundo do trabalho 

  • Orientador : MICHEL ZAIDAN FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • ROGERIA GLADYS SALES GUERRA
  • ROSEANA BORGES DE MEDEIROS
  • Data: 30/09/2021

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  • O trabalho tem como escopo de pesquisa o aprofundamento do estudo sobre a relação entre o Direito Internacional dos Refugiados, no que se refere à condição do migrante econômico e às relações trabalhistas. Busca-se assim, analisar o aporte teórico, normativo e dogmático que ampara este grupo de refugiados (especificamente refugiado econômico) e em que medida o direito doméstico do trabalho preenche a lacuna deixada pelo Direito Internacional dos Refugiados. Salienta-se a importância de analisar as condições de vida dos refugiados econômicos africanos em Pernambuco, nos aspectos do direito do trabalho, mas também algumas questões sociais, tais como vivência e cultura, em busca de compreender como o Brasil adota políticas públicas de acolhimento para essa população. Para tanto, o presente estudo utilizou de pesquisa empírica, de caráter qualitativo e exploratório e a técnica utilizada para a coleta dos dados se deu por meio da aplicação de entrevistas semiestruturadas com senegaleses em Pernambuco, através do procedimento de Análise de Conteúdo. Assim sendo, é relevante investigar os reais desafios no que se refere à condição de vida que impactam a vida desta população e propor uma nova visão sobre o acolhimento em suas diversas searas, desde a normatização até a ingerência de políticas estatais acerca destes refugiados. 


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  • O trabalho tem como escopo de pesquisa o aprofundamento do estudo sobre a relação entre o Direito Internacional dos Refugiados, no que se refere à condição do migrante econômico e às relações trabalhistas. Busca-se assim, analisar o aporte teórico, normativo e dogmático que ampara este grupo de refugiados (especificamente refugiado econômico) e em que medida o direito doméstico do trabalho preenche a lacuna deixada pelo Direito Internacional dos Refugiados. Salienta-se a importância de analisar as condições de vida dos refugiados econômicos africanos em Pernambuco, nos aspectos do direito do trabalho, mas também algumas questões sociais, tais como vivência e cultura, em busca de compreender como o Brasil adota políticas públicas de acolhimento para essa população. Para tanto, o presente estudo utilizou de pesquisa empírica, de caráter qualitativo e exploratório e a técnica utilizada para a coleta dos dados se deu por meio da aplicação de entrevistas semiestruturadas com senegaleses em Pernambuco, através do procedimento de Análise de Conteúdo. Assim sendo, é relevante investigar os reais desafios no que se refere à condição de vida que impactam a vida desta população e propor uma nova visão sobre o acolhimento em suas diversas searas, desde a normatização até a ingerência de políticas estatais acerca destes refugiados. 

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  • RAUL CÉZAR DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA
  • CONTRATOS EMPRESARIAIS DE ADESÃO: FORMAÇÃO, VALIDADE E INTERPRETAÇÃO.

  • Orientador : LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • ROBERTO PINHEIRO CAMPOS GOUVEIA FILHO
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 30/09/2021

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  • Esta dissertação tem por objetivo investigar, no ordenamento jurídico nacional, a existência, o conteúdo e a extensão de uma tutela jurídica do empresário aderente. Confirmada a natureza negocial dos contratos de adesão e afastado o mito da paridade nos contratos empresariais, nenhuma de suas características próprias tem o condão de tornar incompatível com a categoria a presença de alguma tutela em caso de assimetria. No que tange aos contratos de adesão, a necessidade de tutela do aderente enquanto aderente é demonstrada, em razão dos riscos típicos gerados pelo processo uniformizador do predisponente não exclui essa tutela. No Código Civil, e a situação de empresário que regula os contratos empresariais, que formam a tutela jurídica do emp existem normas resário aderente e que regem a formação dos contratos, a validade das cláusulas e sua interpretação.


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  • Esta dissertação tem por objetivo investigar, no ordenamento jurídico nacional, a existência, o conteúdo e a extensão de uma tutela jurídica do empresário aderente. Confirmada a natureza negocial dos contratos de adesão e afastado o mito da paridade nos contratos empresariais, nenhuma de suas características próprias tem o condão de tornar incompatível com a categoria a presença de alguma tutela em caso de assimetria. No que tange aos contratos de adesão, a necessidade de tutela do aderente enquanto aderente é demonstrada, em razão dos riscos típicos gerados pelo processo uniformizador do predisponente não exclui essa tutela. No Código Civil, e a situação de empresário que regula os contratos empresariais, que formam a tutela jurídica do emp existem normas resário aderente e que regem a formação dos contratos, a validade das cláusulas e sua interpretação.

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  • VITOR GALVÃO FRAGA
  • À ESDIREITO  PÚBLICO  DE  URGÊNCIA: a  urgência  como  supedâneo  da  derrotabilidade  no Direito  Administrativo  e  no  Direito  Constitucional.

  • Orientador : EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • LEONARDO JOSE RIBEIRO COUTINHO BERARDO CARNEIRO DA CUNHA
  • JUAREZ FREITAS
  • Data: 15/10/2021

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  • A presente dissertação versa sobre a urgência no Direito Público, ou seja, sobre as técnicas jurídicas de crise que tomam por pressuposto fático uma necessidade pública no contexto de premência temporal e tem como efeito a alteração temporária de competências e procedimentos a fim de dotar o Poder Público de maior flexibilidade de ação para enfrentar uma crise. Para trabalhar essa temática, partiuse inicialmente da Teoria Geral do Direito para o estabelecimento de conceitos base para depois percorrer do Direito Constitucional às mais diversas áreas do Direito Administrativo identificando e dissecando os seus mecanismos de juridicização da urgência . estados constituciona Mais especificamente, no Direito Constitucional são abordados os is de exceção como formas mais graves de excepcionalidade jurídica; no Direito Administrativo, estudouse o estado de necessidade como cláusula geral de derro t abilidade e diversos outros institutos parcelares como manifestações de efeitos mais restritos. O texto é o produto de uma pesquisa exploratória bibliográfica e de abordagem qualitativa, que se vale do método hipotéticodedutivo para estabelecer uma discussão hermenêutica crítica da matéria e tirar conclusões sobre o estado atual de um direito público de urgência.


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  • A presente dissertação versa sobre a urgência no Direito Público, ou seja, sobre as técnicas jurídicas de crise que tomam por pressuposto fático uma necessidade pública no contexto de premência temporal e tem como efeito a alteração temporária de competências e procedimentos a fim de dotar o Poder Público de maior flexibilidade de ação para enfrentar uma crise. Para trabalhar essa temática, partiuse inicialmente da Teoria G eral do Direito para o estabelecimento de conceitos base para depois percorrer do Direito Constitucional às mais diversas áreas do Direito Administrativo identificando e dissecando os seus mecanismos de juridicização da urgência . Mais especificamente, no Direito Constitucional são abordados os estados constitucionais de exceção como formas mais graves de excepcionalidade jurídica; no Direito Administrativo, estudouse o estado de necessidade como cláusula geral de derro t abilidade e diversos outros institut os parcelares como manifestações de efeitos mais restritos. O texto é o produto de uma pesquisa exploratória bibliográfica e de abordagem qualitativa, que se vale do método hipotéticohermenêutica crítica da matéria dedutivo para estabelecer uma discussão e tirar conclusões sobre o estado atual de um direito público de urgência. 

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  • VITOR GOMES DANTAS GURGEL
  • OLHARES SOBRE A INFORMALIDADE: uma crítica da proteção estatal

    em Pernambuco.

  • Orientador : JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA TEIXEIRA ESTEVES
  • FLAVIANNE FERNANDA BITENCOURT NOBREGA
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • PEDRO AUGUSTO GRAVATA NICOLI
  • Data: 23/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • A pesquisa constitui-se na análise jurídica e crítica das políticas públicas relacionadas à
    informalidade desenvolvidas e executadas no contexto do “Projeto Estruturante Pernambuco
    2035 de Promoção da Inclusão Social e Produtiva e da Redução da Pobreza” da “Estratégia de
    Desenvolvimento e Carteiras de Projetos Públicas em Pernambuco para o período 2015/2035
    (PE 2035)”. Com vistas a refletir sobre a atuação das principais secretarias na execução dos
    objetivos desse projeto ao longo dos anos de 2015 a 2020 e suas possíveis relações com os
    atuais interesses do capital, parte-se da Teoria Social Crítica do Direito do Trabalho, que refuta
    o objeto tradicional deste ramo do direito, o trabalho-emprego livre/subordinado, escasso frente
    à financeirização econômica, para enxergar, então, essa política pernambucana como objeto de
    análise à luz dessa teoria. A metodologia é empírica, de análise qualitativa, valendo-se da
    técnica de pesquisa documental e análise de conteúdo. Nesse sentido, tem como materiais de
    trabalho o documento do projeto estruturante e o conteúdo disponível nas plataformas do
    Governo do Estado e na legislação estadual a respeito das políticas públicas voltadas à inclusão
    social e produtiva ligadas ao plano. Isso é feito ao lado de uma busca bibliográfica atinente ao
    marco teórico definido em conjunto com levantamentos de dados secundários, tratando os
    achados dentro da estratégia de estudo de caso. Assumindo como referência as pesquisas da
    linha de Direito do Trabalho e Teoria Social Crítica, em especial as que versam sobre Economia
    Social e Solidária e Renda Universal Garantida, e atentando-se para as problemáticas da
    financeirização do capital, foi possível observar, no contexto pernambucano, como as formas
    política e jurídica tem operado de maneira intricada em relação à informalidade a partir da
    análise da execução das propostas voltadas à mitigação do problema ligadas ao projeto
    estruturante.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa constitui-se na análise jurídica e crítica das políticas públicas relacionadas à
    informalidade desenvolvidas e executadas no contexto do “Projeto Estruturante Pernambuco
    2035 de Promoção da Inclusão Social e Produtiva e da Redução da Pobreza” da “Estratégia de
    Desenvolvimento e Carteiras de Projetos Públicas em Pernambuco para o período 2015/2035
    (PE 2035)”. Com vistas a refletir sobre a atuação das principais secretarias na execução dos
    objetivos desse projeto ao longo dos anos de 2015 a 2020 e suas possíveis relações com os
    atuais interesses do capital, parte-se da Teoria Social Crítica do Direito do Trabalho, que refuta
    o objeto tradicional deste ramo do direito, o trabalho-emprego livre/subordinado, escasso frente
    à financeirização econômica, para enxergar, então, essa política pernambucana como objeto de
    análise à luz dessa teoria. A metodologia é empírica, de análise qualitativa, valendo-se da
    técnica de pesquisa documental e análise de conteúdo. Nesse sentido, tem como materiais de
    trabalho o documento do projeto estruturante e o conteúdo disponível nas plataformas do
    Governo do Estado e na legislação estadual a respeito das políticas públicas voltadas à inclusão
    social e produtiva ligadas ao plano. Isso é feito ao lado de uma busca bibliográfica atinente ao
    marco teórico definido em conjunto com levantamentos de dados secundários, tratando os
    achados dentro da estratégia de estudo de caso. Assumindo como referência as pesquisas da
    linha de Direito do Trabalho e Teoria Social Crítica, em especial as que versam sobre Economia
    Social e Solidária e Renda Universal Garantida, e atentando-se para as problemáticas da
    financeirização do capital, foi possível observar, no contexto pernambucano, como as formas
    política e jurídica tem operado de maneira intricada em relação à informalidade a partir da
    análise da execução das propostas voltadas à mitigação do problema ligadas ao projeto
    estruturante.

Teses
1
  • HOMERO BEZERRA RIBEIRO
  • RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DOS DELITOS DE LESA-HUMANIDADE DA DITADURA BRASILEIRA: limites e possibilidades a partir de uma análise comparada com o Chile.

  • Orientador : ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE CARNEIRO LEAO
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • EMERSON FRANCISCO DE ASSIS
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MANUELA ABATH VALENCA
  • Data: 04/06/2021

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  • Nesta tese discutimos a possibilidade de responsabilização penal dos agentes que cometeram crimes de lesa-humanidade durante a ditadura brasileira, tendo como comparação o paradigma chileno, construído sobretudo nos últimos quinze anos, quando se observa uma mudança jurisprudencial em prol da punição desses delitos. Procuramos inicialmente observar o campo da justiça de transição e de seus elementos para, depois, passar a analisar de forma mais detida a seara da punição destes graves atos cometidos em períodos ditatoriais, compreendendo alguns limites e possibilidades em torno do tema. Depois, passamos para uma análise de como se desenvolveu os dois regimes ditatoriais, sobretudo em seus aspectos legais e institucionais, verificando que os países apresentam pontos de confluência muito interessantes, como na tentativa de estabelecerem um verniz legalista em suas práticas, ou como no pano de fundo embasado pela doutrina de segurança nacional, bem como na criação de mecanismos de imunização capazes de evitar qualquer tipo de controle, por parte do judiciário, dos atos criminosos dos agentes de repressão, como as Leis de Anistia. Também analisamos como se deu a efetivação de medidas de justiça de transição em ambos os países, dentro de contexto de transição pactuada e de como isso afetou na questão da penalização dos crimes analisados. Depois, passamos para analisar o papel da Corte IDH na jurisprudência de ambos os países, sobretudo nas decisões que os condenaram em casos diretamente relacionados ao tema, como “Almonacid Arellano”, “García Lucero” e “Omar Maldonado”, no caso chileno, e “Gomes Lund” e “Vladimir Herzog” no caso brasileiro. Por fim, passamos à análise de argumentos encontrados em decisões judiciais de ambos os países em torno da responsabilização dos crimes cometidos por agentes da repressão política durante a ditadura a partir de marcadores, no intuito de aglutinar fundamentações em torno de determinados elementos mais problemáticos. Nesse aspecto, os marcadores criados envolvem problemas como: a questão dos delitos permanentes; o enquadramento dos atos como crimes de lesa-humanidade; a aplicação das normas e decisões internacionais no cenário interno e; a utilização das eximes de responsabilidade “cumprimento de ordem ou cumprimento de dever”.     


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  • Nesta tese discutimos a possibilidade de responsabilização penal dos agentes que cometeram crimes de lesa-humanidade durante a ditadura brasileira, tendo como comparação o paradigma chileno, construído sobretudo nos últimos quinze anos, quando se observa uma mudança jurisprudencial em prol da punição desses delitos. Procuramos inicialmente observar o campo da justiça de transição e de seus elementos para, depois, passar a analisar de forma mais detida a seara da punição destes graves atos cometidos em períodos ditatoriais, compreendendo alguns limites e possibilidades em torno do tema. Depois, passamos para uma análise de como se desenvolveu os dois regimes ditatoriais, sobretudo em seus aspectos legais e institucionais, verificando que os países apresentam pontos de confluência muito interessantes, como na tentativa de estabelecerem um verniz legalista em suas práticas, ou como no pano de fundo embasado pela doutrina de segurança nacional, bem como na criação de mecanismos de imunização capazes de evitar qualquer tipo de controle, por parte do judiciário, dos atos criminosos dos agentes de repressão, como as Leis de Anistia. Também analisamos como se deu a efetivação de medidas de justiça de transição em ambos os países, dentro de contexto de transição pactuada e de como isso afetou na questão da penalização dos crimes analisados. Depois, passamos para analisar o papel da Corte IDH na jurisprudência de ambos os países, sobretudo nas decisões que os condenaram em casos diretamente relacionados ao tema, como “Almonacid Arellano”, “García Lucero” e “Omar Maldonado”, no caso chileno, e “Gomes Lund” e “Vladimir Herzog” no caso brasileiro. Por fim, passamos à análise de argumentos encontrados em decisões judiciais de ambos os países em torno da responsabilização dos crimes cometidos por agentes da repressão política durante a ditadura a partir de marcadores, no intuito de aglutinar fundamentações em torno de determinados elementos mais problemáticos. Nesse aspecto, os marcadores criados envolvem problemas como: a questão dos delitos permanentes; o enquadramento dos atos como crimes de lesa-humanidade; a aplicação das normas e decisões internacionais no cenário interno e; a utilização das eximes de responsabilidade “cumprimento de ordem ou cumprimento de dever”.     

2
  • LUIS EMMANUEL BARBOSA DA CUNHA
  • Olhar ponto cego: a perspectiva de direito de propriedade no STF e na Corte Interamericana de Direitos Humanos.

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • CARINA BARBOSA GOUVEA
  • EMERSON FRANCISCO DE ASSIS
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • LEONEL SEVERO ROCHA
  • Data: 11/06/2021

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  • Para pesquisar o sentido de propriedade jurídica, analisamos o sentido de titular de propriedade de povos indígenas em decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal. O corpus da pesquisa foi constituído de decisões da CrIDH e dadecisão da Raposa Serra do Sol do Supremo Tribunal Federal. Da análise dessas decisões, foipossível identificar padrões diferentes e divergentes quanto à ratio decidendi, oposto que a forma de vida dos povos indígenas em quase nada se afina com o direito de propriedade do direito estatal. A expectativa do coletivo não coincide com a tutela de direito subjetivo proporcionada pela instituição propriedade, afinal a representatividade indígena no dizer o direito é amplamente ignorada. Nada sobre os(as) indígenas, sem os(as) indígenas. Para que o direito fundamental da propriedade parta de uma racionalidade jurídica que contemple a forma de vida coletiva é imprescindível um diálogo constitucional, por isso tomamos a perspectiva do transconstitucionalismo de Marcelo Neves como marco teórico, com o qual a colonialidade que constrange os povos tradicionais titulares do direito de propriedade poriam em diálogo as características particulares do modo vida indígena com o sentido de propriedade do direito estatal brasileiro. Mecanismo de influência recíproca entre estas Cortes, o transconstitucionalismo abre espaço ao diálogo para que considerem as características institucionais e estatutárias das distintas culturas construindo sentido jurídico de propriedade. Do não diálogo constitucional ao diálogo constitucional, qual caminho seria possível? Os dados da decisão do Caso Raposa Serra do Sol do STF e da jurisprudência da CrIDH nos levaram a considerar que o padrão institucional decisório, em cada um dos dois órgãos de decisão, não considera a ancestralidade presente no direito costumeiro do povo indígena xukuru no Estado de Pernambuco, Brasil, para o qual a relação com a territorialidade apresenta um padrão de comportamento paralelo aos das Cortes. A partir dessas três realidades o debate conceitual se lança sobre a relevância da cultura e da identidade em relação ao conceito de propriedade e à forma de se constituir um sentido jurídico de propriedade que contemple a diversidade cultural em jogo e patrocine justiça ao caso por não dar lugar à eliminação de uma cultura em detrimento da outra.


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  • Para pesquisar o sentido de propriedade jurídica, analisamos o sentido de titular de propriedade de povos indígenas em decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Supremo Tribunal Federal. O corpus da pesquisa foi constituído de decisões da CrIDH e dadecisão da Raposa Serra do Sol do Supremo Tribunal Federal. Da análise dessas decisões, foipossível identificar padrões diferentes e divergentes quanto à ratio decidendi, oposto que a forma de vida dos povos indígenas em quase nada se afina com o direito de propriedade do direito estatal. A expectativa do coletivo não coincide com a tutela de direito subjetivo proporcionada pela instituição propriedade, afinal a representatividade indígena no dizer o direito é amplamente ignorada. Nada sobre os(as) indígenas, sem os(as) indígenas. Para que o direito fundamental da propriedade parta de uma racionalidade jurídica que contemple a forma de vida coletiva é imprescindível um diálogo constitucional, por isso tomamos a perspectiva do transconstitucionalismo de Marcelo Neves como marco teórico, com o qual a colonialidade que constrange os povos tradicionais titulares do direito de propriedade poriam em diálogo as características particulares do modo vida indígena com o sentido de propriedade do direito estatal brasileiro. Mecanismo de influência recíproca entre estas Cortes, o transconstitucionalismo abre espaço ao diálogo para que considerem as características institucionais e estatutárias das distintas culturas construindo sentido jurídico de propriedade. Do não diálogo constitucional ao diálogo constitucional, qual caminho seria possível? Os dados da decisão do Caso Raposa Serra do Sol do STF e da jurisprudência da CrIDH nos levaram a considerar que o padrão institucional decisório, em cada um dos dois órgãos de decisão, não considera a ancestralidade presente no direito costumeiro do povo indígena xukuru no Estado de Pernambuco, Brasil, para o qual a relação com a territorialidade apresenta um padrão de comportamento paralelo aos das Cortes. A partir dessas três realidades o debate conceitual se lança sobre a relevância da cultura e da identidade em relação ao conceito de propriedade e à forma de se constituir um sentido jurídico de propriedade que contemple a diversidade cultural em jogo e patrocine justiça ao caso por não dar lugar à eliminação de uma cultura em detrimento da outra.

3
  • PEDRO DE OLIVEIRA ALVES
  • MUTAÇÕES CONSTITUCIONAIS NOS DISCURSOS JURÍDICOS: O PROBLEMA DA EVOLUÇÃO DO DIREITO NA TEORIA DA DECISÃO A PARTIR DO RACIONALISMO CRÍTICO

  • Orientador : ANDREAS JOACHIM KRELL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JANE REIS GONÇALVES PEREIRA
  • HUGO DE BRITO MACHADO SEGUNDO
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • ANDREAS JOACHIM KRELL
  • LORENA DE MELO FREITAS
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • Data: 28/06/2021

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  • Esta pesquisa investigou o seguinte problema: quais as possibilidades e limitações de um modelo baseado no “Racionalismo Crítico” para o desenvolvimento de análises sobre as mudanças de atribuição de sentido das normas jurídicas? Para enfrentar o problema, a hipótese apresenta a possibilidade de construção de um modelo analítico situacional. Em primeiro lugar, são desenvolvidas reflexões sobre a aplicação do Racionalismo Crítico de Karl Popper nas discussões constitucionais. Na sequência, é realizada a investigação sobre a mutação constitucional a partir de três elementos: a) seu sentido na literatura alemã; b) sua caracterização na literatura brasileira e seu impacto nos Programas de Pós-graduação no Brasil; c) análise empírica das decisões do Supremo Tribunal Federal (1988-2018). Foram visualizados diferentes usos da argumentação jurídica sobre mutações constitucionais na prática brasileira, contribuindo para a análise baseada na identificação dos principais problemas de argumentação jurídica. A investigação consistiu em um estudo influenciado pela metodologia de Karl Popper: a) enfrentamento do problema; b) lançamento de hipótese falseável; c) discussão crítica e falseabilidade da hipótese diante da realidade observada; d) refutação ou corroboração da teoria. Dentre os resultados obtidos, foi apresentada uma crítica das mutações constitucionais a partir de um amplo conjunto de dados empíricos e das principais referências bibliográficas da temática. Ademais, com base nas diretrizes do Racionalismo Crítico, também foi construído um modelo de análise crítica das mutações constitucionais baseado na lógica situacional de Karl Popper. A partir do estudo específico dos problemas jurídicos e das respostas oferecidas pela tradição, a análise desenvolve outros olhares para a concretização dos propósitos regulatórios por meio da construção hipotética de cenários possíveis. Por fim, a tese contribui com as discussões a respeito de questões essenciais da teoria do direito a partir de uma perspectiva que considera a evolução do conhecimento jurídico como transformações baseadas na razão crítica do direito.


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  • This research has investigated the following problem: what are the possibilities and limitations of a model based on “Critical Rationalism” for the improvement of analyzes on the changes in the meaning of legal norms? To face the problem, the hypothesis presents the possibility of building a situational analytical model. First, reflections on the application of Karl Popper's Critical Rationalism to constitutional operations are developed. Then, an investigation on constitutional change is carried out based on three elements: a) its meaning in German literature; b) its characterization in Brazilian literature and its impact on Graduate Programs in Brazil; c) empirical analysis of the decisions of the Federal Supreme Court (1988-2018). Different uses of legal argumentation about constitutional changes in Brazilian practice were visualized, contributing to an analysis based on the identification of the main problems of legal argumentation. The investigation consisted of a study influenced by Karl Popper's methodology: a) facing the problem; b) launching a falsifiable hypothesis; c) critical discussion and falsifiability of the hypothesis before the observed reality; d) refutation or corroboration of the theory. Among the results obtained, a critique of constitutional change was presented based on a broad set of empirical data and the main bibliographic references on the subject. In addition, based on the guidelines of Critical Rationalism, a model of critical analysis of constitutional changes was also built based on Karl Popper's situational logic. Based on the specific study of legal problems and the responses usually offered by tradition, the analysis develops other perspectives for the realization of regulatory purposes through the construction of possible scenarios. Finally, the thesis contributes to the discussions on essential questions of the theory of law from a perspective that considers the evolution of legal knowledge as transformations based on the law’s critical reason.

4
  • RODRIGO BASTOS DE FREITAS
  • A DIMENSÃO JURÍDICA DA ORDENAÇÃO DA REALIDADE: O DIREITO COMO SÍMBOLO DA ORDEM NA CIÊNCIA POLÍTICA DE ERIC VOEGELIN

  • Orientador : ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO DE SOUZA CLETO
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • FILIPE AUGUSTO BARRETO CAMPELLO DE MELO
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • PEDRO PARINI MARQUES DE LIMA
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 30/06/2021

  • Mostrar Resumo
  • Partindo da análise compreensiva da obra de Eric Voegelin, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar duas hipóteses. Primeiramente, a de que a concepção de Ciência Política do autor, inseparável de sua Filosofia da História e da consciência, funda-se na tese de que a compreensão humana da realidade é originalmente simbólica. Em segundo lugar, a hipótese de que o Direito constitui a principal modalidade de simbolismo para a ordenação da realidade nos planos da consciência humana e da vida em sociedade. Para tanto, a pesquisa destaca o papel crucial que o estudo do Direito por Voegelin desempenhou para a superação dos paradigmas da Teoria do Estado germânica (Staatslehre) e para seu esforço de resgate da Ciência Política em sentido clássico (episteme politike). Nessa trajetória, foram identificadas três principais modalidades de símbolos jurídicos em sua obra: os símbolos dever-ser, instituição e justo por natureza.


  • Mostrar Abstract
  • Starting from the comprehensive analysis of Eric Voegelin's philosophy, the present thesis aims to demonstrate two hypotheses. First, that author's conception of Political Science, inseparable from his philosophy of History and consciousness, is based on the thesis that human understanding of reality is originally symbolic. Secondly, in his understanding, the law constitutes the main modality of symbolism for the ordering of reality, both in human conscience and in the sphere of life in society. In order to achieve this goal, the research highlights the crucial role that the study of law played in overcoming the paradigms of German State Theory (Staatslehre), and in also for his efforts to restore political science in its classic sense (episteme politike). Along this trajectory, three main modalities of legal symbols were identified in his body of work: the symbols ought, institution and right by nature.

5
  • ALFREDO CARLOS GONZAGA FALCAO JUNIOR
  • O justo título da relativização da prova ilícita: metodologia de aplicação da regra de calibragem do sistema jurídico.   

  • Orientador : ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EUGÊNIO PACELLI DE OLIVEIRA
  • FREDERICO GOMES DE ALMEIDA HORTA
  • ALEXANDRE RONALDO DA MAIA DE FARIAS
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • FLAVIA DANIELLE SANTIAGO LIMA
  • TORQUATO DA SILVA CASTRO JUNIOR
  • Data: 13/09/2021

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  • O tema da relativização da provas ilícitas é um dos mais candentes da aplicação do direito, porque tem como pano de fundo a defesa das garantias de liberdade e a proteção da efetividade do processo. No direito nacional, há o debate de saber como compatibilizar a norma constitucional, que proíbe o uso de provas obtidas por meio ilícito, e o código de processo penal (CPP), que permite o uso da prova ilícita nos casos da descoberta inevitável e da fonte independente. A jurisprudência, como espelho da confusão, também não apresenta critérios seguros sobre a referida relativização, ora proibindo o uso da prova, ora permitindo-o por meios indiretos, mediante considerações de política criminal ou alteração da forma de narrar os fatos. A hipótese do trabalho é que podem ser usados meios argumentativos para investigar o justo título do ato-fato formador da situação jurídica, mediante a visualização das consequências ocorridas com o uso da prova: indicar o grau de sacrifício do direito violado e como será feita a correlata compensação, destacar a gravidade do crime, boa-fé etc. e, outrossim, indicar qual direito será beneficiado com o uso da prova. O objetivo foi propor sinais de quando a produção probatória passa a ter relevância jurídica para ser um fato existente, válido e eficaz. Assim, devem ser separadas as regras de uso e as regras de produção da prova, a fim de construir uma metodologia dogmático-argumentativa para uso da prova aparentemente ilícita. É algo anterior à aplicação da fonte independente ou da descoberta inevitável da prova. Para tanto, desenvolveu-se o estudo comparado das principais dificuldades de aplicação da prova ilícita no Brasil, nos EUA e na Alemanha, além da construção de um banco de dados de decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre mandados de busca e apreensão e compartilhamento indevido de dados, que foram posteriormente analisados de acordo com a hipótese de trabalho. Os limites dos pressupostos de uso da prova ilícita devem estar na observância do processo justo, pontuado pela capacidade de assegurar o desenvolvimento livre da personalidade em equilíbrio com a efetividade do processo. Tais reflexões conceituais revelam uma retórica material formalizada no âmbito da validade do fato jurídico. Nesse sentido, uma teoria sintática (da norma jurídica) ou semântica (do fato jurídico) podem ser analisadas de acordo com o contexto situacional dos falantes (pragmática da norma), em busca do justo título, verdadeira regra de calibragem do sistema, aplicada como uma metodologia argumentativa para avaliar a relevância lícita da atividade probatória. A racionalidade do programa decisional das organizações jurídicas depende da apresentação de critérios de como o direito lê os interesses subjacentes às expectativas normativas. 


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  • O tema da relativização da provas ilícitas é um dos mais candentes da aplicação do direito, porque tem como pano de fundo a defesa das garantias de liberdade e a proteção da efetividade do processo. No direito nacional, há o debate de saber como compatibilizar a norma constitucional, que proíbe o uso de provas obtidas por meio ilícito, e o código de processo penal (CPP), que permite o uso da prova ilícita nos casos da descoberta inevitável e da fonte independente. A jurisprudência, como espelho da confusão, também não apresenta critérios seguros sobre a referida relativização, ora proibindo o uso da prova, ora permitindo-o por meios indiretos, mediante considerações de política criminal ou alteração da forma de narrar os fatos. A hipótese do trabalho é que podem ser usados meios argumentativos para investigar o justo título do ato-fato formador da situação jurídica, mediante a visualização das consequências ocorridas com o uso da prova: indicar o grau de sacrifício do direito violado e como será feita a correlata compensação, destacar a gravidade do crime, boa-fé etc. e, outrossim, indicar qual direito será beneficiado com o uso da prova. O objetivo foi propor sinais de quando a produção probatória passa a ter relevância jurídica para ser um fato existente, válido e eficaz. Assim, devem ser separadas as regras de uso e as regras de produção da prova, a fim de construir uma metodologia dogmático-argumentativa para uso da prova aparentemente ilícita. É algo anterior à aplicação da fonte independente ou da descoberta inevitável da prova. Para tanto, desenvolveu-se o estudo comparado das principais dificuldades de aplicação da prova ilícita no Brasil, nos EUA e na Alemanha, além da construção de um banco de dados de decisões judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre mandados de busca e apreensão e compartilhamento indevido de dados, que foram posteriormente analisados de acordo com a hipótese de trabalho. Os limites dos pressupostos de uso da prova ilícita devem estar na observância do processo justo, pontuado pela capacidade de assegurar o desenvolvimento livre da personalidade em equilíbrio com a efetividade do processo. Tais reflexões conceituais revelam uma retórica material formalizada no âmbito da validade do fato jurídico. Nesse sentido, uma teoria sintática (da norma jurídica) ou semântica (do fato jurídico) podem ser analisadas de acordo com o contexto situacional dos falantes (pragmática da norma), em busca do justo título, verdadeira regra de calibragem do sistema, aplicada como uma metodologia argumentativa para avaliar a relevância lícita da atividade probatória. A racionalidade do programa decisional das organizações jurídicas depende da apresentação de critérios de como o direito lê os interesses subjacentes às expectativas normativas. 

6
  • ARISTON FLAVIO FREITAS DA COSTA
  • O ANARCOSSINDICALISMO NA HISTÓRIA DA FORMAÇÃO OPERÁRIA: tendências, desafios e ressignificações, a partir das teorias dos movimentos sociais, das tecnologias da informação.

  • Orientador : CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLO BENITO COSENTINO FILHO
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EVERALDO GASPAR LOPES DE ANDRADE
  • HUGO CAVALCANTI MELO FILHO
  • JAILDA EULIDIA DA SILVA PINTO
  • ROGERIA GLADYS SALES GUERRA
  • Data: 23/09/2021

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  • O trabalho investigativo que aqui se propõe enquadra-se na Área de Concentração em Direito do Trabalho. Dentro dessa área geral, vê-se interessado na Linha de Pesquisa de transformações nas relações jurídicas privadas e sociais. Seu recorte, por sua vez, é essencialmente voltado, comod eixa transparecer desde o título, ao estudo do resgate histórico do anarcossindicalismo na formação do movimento operário no Brasil, de modo a refutar a deficiência encontrada sobre o tema quando analisamos a doutrina jurídico-trabalhista tradicional. A Pesquisa se deixa notar claramente pelo seu objeto de estudo, pois se trata, em suma, de um trabalho sobre a reconfiguração teórico-dogmática do Direito Sindical, visando reordenar e colocar no seu devido lugar a importância dos ideais anarquistas na formação da classe operária brasileira e sua repercussão nos movimentos emancipatórios e contra￾hegemônicos desencadeados em todo planeta. 


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  • O trabalho investigativo que aqui se propõe enquadra-se na Área de Concentração em Direito do Trabalho. Dentro dessa área geral, vê-se interessado na Linha de Pesquisa de transformações nas relações jurídicas privadas e sociais. Seu recorte, por sua vez, é essencialmente voltado, comod eixa transparecer desde o título, ao estudo do resgate histórico do anarcossindicalismo na formação do movimento operário no Brasil, de modo a refutar a deficiência encontrada sobre o tema quando analisamos a doutrina jurídico-trabalhista tradicional. A Pesquisa se deixa notar claramente pelo seu objeto de estudo, pois se trata, em suma, de um trabalho sobre a reconfiguração teórico-dogmática do Direito Sindical, visando reordenar e colocar no seu devido lugar a importância dos ideais anarquistas na formação da classe operária brasileira e sua repercussão nos movimentos emancipatórios e contra￾hegemônicos desencadeados em todo planeta. 

7
  • ANNA PRISCYLLA LIMA PRADO
  • CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ESTRUTURANTE: um desafio à superação das crises do Sistema Democrático Brasileiro.

  • Orientador : FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FRANCISCO IVO DANTAS CAVALCANTI
  • GINA GOUVEIA PIRES DE CASTRO
  • MARIANA DE SIQUEIRA
  • ROSALINA FREITAS MARTINS DE SOUSA
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • THAMINNE NATHALIA CABRAL MORAES E SILVA RODRIGUES
  • Data: 23/09/2021

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho se propõe a análise do contexto do fortalecimento da jurisdição constitucional sedimentada no constitucionalismo de transformação social de 1988, investigando assim o desenho institucional e a incorporação da teoria da separação dos poderes a partir dos espíritos da independência, harmonia e cooperação, e como a dissintonia entre os poderes brasileiros e as crises fiscal, econômica e estrutural do Estado de Bem-Estar Social levam a crise do sistema democrático nacional. Diante do cenário de crises e da inação dos Poderes Legislativo e Executivo na concretização dos valores constitucionais quanto a efetivação dos direitos fundamentais, o Poder Judiciário, em especial, o STF foi ocupando os espaços vazios por meio do controle de constitucionalidade, seja ele abstrato ou difuso, exercendo o papel de “pagador de promessas” frente a implementação dos direitos fundamentais sociais. O aprofundar dessa crise culmina com o enfretamento do litígio estrutural apresentado na ADPF nº. 347/2015, em que o STF reconhece pela primeira vez no ordenamento jurídico pátrio o estado de coisas inconstitucional. Perante a isso, através da metodologia analítica descritiva, tendo como método o bibliográfico-documental e a técnica de coleta de dados documental indireta e de análise de dados qualitativa-quantitativa, passamos a refletir sobre uma nova perspectiva de controle de constitucionalidade no Brasil, denominada de estruturante, em que o Poder Judiciário deixa de ser o protagonista principal do processo decisório como acontece no modelo de jurisdição tradicional, que tem como finalidade apenas sanar a lesividade do direito violada, para no exercício da jurisdição estrutural se transformar em um grande coordenador de um plano de trabalho construído de forma democrática entre os poderes e a sociedade civil, para fins de desenhar ou redesenhar uma política pública de efetivação de direitos fundamentais sociais em razão da falha estrutural demonstrada e que ocasiona uma violação massiva, sistêmica e generalizada de direitos humanos e fundamentais. Assim, em consequência da complexidade que envolve a engenharia decisória em demandas de estado de coisas inconstitucional, é necessário a estruturação de uma metodologia de decisão que tenha as atribuições dialógica e cooperada com o intuito se transverter em um estímulo a superação das crises do Sistema Democrático Brasileiro. 


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  • O presente trabalho se propõe a análise do contexto do fortalecimento da jurisdição constitucional sedimentada no constitucionalismo de transformação social de 1988, investigando assim o desenho institucional e a incorporação da teoria da separação dos poderes a partir dos espíritos da independência, harmonia e cooperação, e como a dissintonia entre os poderes brasileiros e as crises fiscal, econômica e estrutural do Estado de Bem-Estar Social levam a crise do sistema democrático nacional. Diante do cenário de crises e da inação dos Poderes Legislativo e Executivo na concretização dos valores constitucionais quanto a efetivação dos direitos fundamentais, o Poder Judiciário, em especial, o STF foi ocupando os espaços vazios por meio do controle de constitucionalidade, seja ele abstrato ou difuso, exercendo o papel de “pagador de promessas” frente a implementação dos direitos fundamentais sociais. O aprofundar dessa crise culmina com o enfretamento do litígio estrutural apresentado na ADPF nº. 347/2015, em que o STF reconhece pela primeira vez no ordenamento jurídico pátrio o estado de coisas inconstitucional. Perante a isso, através da metodologia analítica descritiva, tendo como método o bibliográfico-documental e a técnica de coleta de dados documental indireta e de análise de dados qualitativa-quantitativa, passamos a refletir sobre uma nova perspectiva de controle de constitucionalidade no Brasil, denominada de estruturante, em que o Poder Judiciário deixa de ser o protagonista principal do processo decisório como acontece no modelo de jurisdição tradicional, que tem como finalidade apenas sanar a lesividade do direito violada, para no exercício da jurisdição estrutural se transformar em um grande coordenador de um plano de trabalho construído de forma democrática entre os poderes e a sociedade civil, para fins de desenhar ou redesenhar uma política pública de efetivação de direitos fundamentais sociais em razão da falha estrutural demonstrada e que ocasiona uma violação massiva, sistêmica e generalizada de direitos humanos e fundamentais. Assim, em consequência da complexidade que envolve a engenharia decisória em demandas de estado de coisas inconstitucional, é necessário a estruturação de uma metodologia de decisão que tenha as atribuições dialógica e cooperada com o intuito se transverter em um estímulo a superação das crises do Sistema Democrático Brasileiro. 

8
  • GABRIEL ULBRIK GUERRERA
  • GOVERNANÇA EM INCENTIVOS FISCAIS: uma proposta para o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco.

  • Orientador : LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • EDILSON PEREIRA NOBRE JUNIOR
  • FRANCISCO DE QUEIROZ BEZERRA CAVALCANTI
  • GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
  • KAROLINE LINS CAMARA MARINHO DE SOUZA
  • LUCIANA GRASSANO DE GOUVEA MELO
  • LUIZ FELIPE MONTEIRO SEIXAS
  • Data: 30/09/2021

  • Mostrar Resumo
  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a aplicação da governança em incentivos fiscais a fim de apresentar um modelo para o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE). Para tanto, incialmente, será realizado um exame acerca do papel tributo desde a Antiguidade até os tempos atuais, momento em que assume um lugar de destaque entre as receitas públicas com a construção do modelo de Estado Fiscal. Nesta parte, também será perquirido acerca da existência de um dever fundamental de pagar impostos e suas adaptações à realidade brasileira. Em seguida, partindo da ideia de que o tributo constitui o sustentáculo financeiro do Estado, é proposta uma investigação dos fundamentos que autorizam que o poder público abdique da receita oriunda da tributação, utilizando a competência tributária como instrumento para intervir na ordem econômica a fim de estimular determinados comportamentos. Com base nisso, será feito um estudo acerca das consequências da opção pela utilização da função extrafiscal da tributação e suas formas de controle, introduzindo o conceito de gasto tributário (tax expenditure). Dando seguimento, é trazido conceito de governança e sua aplicação ao setor público, especialmente o seu papel no controle de políticas públicas, apresentando a ideia de incentivos fiscais como instrumentos para a implementação de políticas públicas. Construídas essas premissas, é feita uma análise da evolução do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE) desde a sua criação e são apresentados indicadores relativos ao seu desempenho a fim de avaliar se o incentivo criado conseguiu atingir os objetivos propostos. Por fim, com base nos conceitos trabalhados, é apresentado um modelo de governança para o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE). A tese propõe, portanto, um modelo de governança para o incentivo fiscal em questão com o objetivo de evitar o desperdício de recursos públicos e maximizar a satisfação do interesse coletivo através dos fins eleitos para a referida política. 


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  • O presente trabalho tem como objetivo analisar a aplicação da governança em incentivos fiscais a fim de apresentar um modelo para o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE). Para tanto, incialmente, será realizado um exame acerca do papel tributo desde a Antiguidade até os tempos atuais, momento em que assume um lugar de destaque entre as receitas públicas com a construção do modelo de Estado Fiscal. Nesta parte, também será perquirido acerca da existência de um dever fundamental de pagar impostos e suas adaptações à realidade brasileira. Em seguida, partindo da ideia de que o tributo constitui o sustentáculo financeiro do Estado, é proposta uma investigação dos fundamentos que autorizam que o poder público abdique da receita oriunda da tributação, utilizando a competência tributária como instrumento para intervir na ordem econômica a fim de estimular determinados comportamentos. Com base nisso, será feito um estudo acerca das consequências da opção pela utilização da função extrafiscal da tributação e suas formas de controle, introduzindo o conceito de gasto tributário (tax expenditure). Dando seguimento, é trazido conceito de governança e sua aplicação ao setor público, especialmente o seu papel no controle de políticas públicas, apresentando a ideia de incentivos fiscais como instrumentos para a implementação de políticas públicas. Construídas essas premissas, é feita uma análise da evolução do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE) desde a sua criação e são apresentados indicadores relativos ao seu desempenho a fim de avaliar se o incentivo criado conseguiu atingir os objetivos propostos. Por fim, com base nos conceitos trabalhados, é apresentado um modelo de governança para o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE). A tese propõe, portanto, um modelo de governança para o incentivo fiscal em questão com o objetivo de evitar o desperdício de recursos públicos e maximizar a satisfação do interesse coletivo através dos fins eleitos para a referida política. 

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  • JONAS MÁRIO NASCIMENTO CASSIANO
  • O AFASTAMENTO DA PRESUNÇÃO DE PARIDADE E SIMETRIA NOS CONTRATOS DE COLABORAÇÃO EMPRESARIAL CELEBRADOS COM BASE EM INFORMAÇÕES ASSIMÉTRICAS.

  • Orientador : SILVIO ROMERO BELTRAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • RODRIGO AZEVEDO TOSCANO DE BRITO
  • EVERILDA BRANDÃO GUILHERMINO
  • IVANILDO DE FIGUEIREDO ANDRADE DE OLIVEIRA FILHO
  • MARCOS ANTONIO RIOS DA NOBREGA
  • ROBERTO PAULINO DE ALBUQUERQUE JUNIOR
  • SILVIO ROMERO BELTRAO
  • Data: 30/09/2021

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  • Empresa. Contrato de colaboração empresarial. Assimetria de informações. Afastamento da presunção de paridade e simetria. 


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  • Empresa. Contrato de colaboração empresarial. Assimetria de informações. Afastamento da presunção de paridade e simetria. 

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  • PAULYNNE ROCHA VALENCA FIGUEIREDO
  • A PROTEÇÃO AOS DIREITOS DA CRIANÇA ATRAVÉS  DA COOPERAÇÃO  JURÍDICA INTERNACIONAL E  A CULTURA COMO  ASPECTO  DO  MELHOR INTERESSE.

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • CYNARA DE BARROS COSTA
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FABIOLA ALBUQUERQUE LOBO
  • ROSA MARIA FREITAS DO NASCIMENTO
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 30/09/2021

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  • O presente trabalho procura analisar, especialmente do ponto de vista do Direito Internacional Privado através da utilização de mecanismos de cooperação jurídica internacional, a proteção jurídica à criança no cenário internacional, em observância ao princípio do melhor interesse e levando em consideração seus aspectos culturais. Numa pesquisa interdiscipli nar, foram investigados temas da Antropologia, Sociologia e Psicologia infantil construtivista, em paralelo a elementos do Direito Internacional Público, Direitos Humanos, Direito de Família e Direito Processual Civil, buscandose compreender se na proteçã o à criança há influência cultural na interpretação fornecida ao melhor interesse e se, e em quais condições, a Cooperação Jurídica Internacional seria capaz de minimizar os ruídos interpretativos de questões que tragam, em si, conflitos de lei, de forma a melhor integralizar o sistema jurídico internacional de proteção à criança.


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  • O presente trabalho procura analisar, especialmente do ponto de vista do Direito Internacional Privado através da utilização de mecanismos de cooperação jurídica internacional, a proteção jurídica à criança no cenário internacional, em observância ao princípio do melhor interesse e levando em consideração seus aspectos culturais. Numa pesquisa interdiscipli nar, foram investigados temas da Antropologia, Sociologia e Psicologia infantil construtivista, em paralelo a elementos do Direito Internacional Público, Direitos Humanos, Direito de Família e Direito Processual Civil, buscandose compreender se na proteçã o à criança há influência cultural na interpretação fornecida ao melhor interesse e se, e em quais condições, a Cooperação Jurídica Internacional seria capaz de minimizar os ruídos interpretativos de questões que tragam, em si, conflitos de lei, de forma a melhor integralizar o sistema jurídico internacional de proteção à criança.

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  • NATÁLIA PAULINO BONNOMI CAMPOS
  • STANDARDS PRIVADOS E OBRIGRAÇÃO DE DUE DILIGENCE NA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO.

  • Orientador : EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • CYNARA DE BARROS COSTA
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • WANILZA MARQUES DE ALMEIDA CERQUEIRA FORTUNA
  • Data: 20/12/2021

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  • A tese aborda a regulamentação de standards privados no âmbito da Organização Mundial do Comércio. De modo geral, standards privados estabelecem requisitos de conformidade de produtos a fim de atestar padrões de sustentabilidade e tem sido cada vez mais empregados na prática comercial. A pesquisa conduzida na tese parte da seguinte pergunta: tendo em vista os eventuais impactos negativos dos standards privados na liberalização do comércio internacional, qual é a obrigação dos Membros da OMC em relação a instituições normalizadoras privadas? O objetivo principal da tese cinge-se, portanto, a definir o conteúdo dessa obrigação, em especial a partir de um paralelo com a obrigação de due diligence. Para alcançar tal objetivo, a tese trata, em primeiro lugar, do atual contexto de governança privada no comércio internacional, bem como do fenômeno da proliferação de esquemas privados de normalização, com ênfase nos potenciais efeitos negativos para o comércio internacional e a consequente necessidade de sua regulamentação. Além disso, a tese analisa a regulamentação da conduta privada por Acordos da OMC, em particular o GATT, o Acordo TBT e o Acordo SPS, bem como a obrigação de due diligence no direito internacional. A tese conclui que os Acordos TBT e SPS impõem uma obrigação de due diligence aos Membros da OMC para que adotem as medidas razoáveis a seu alcance para garantir o cumprimento dos respectivos Acordos por parte de instituições não-governamentais, o que inclui instituições normalizadoras privadas.


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  • A tese aborda a regulamentação de standards privados no âmbito da Organização Mundial do Comércio. De modo geral, standards privados estabelecem requisitos de conformidade de produtos a fim de atestar padrões de sustentabilidade e tem sido cada vez mais empregados na prática comercial. A pesquisa conduzida na tese parte da seguinte pergunta: tendo em vista os eventuais impactos negativos dos standards privados na liberalização do comércio internacional, qual é a obrigação dos Membros da OMC em relação a instituições normalizadoras privadas? O objetivo principal da tese cinge-se, portanto, a definir o conteúdo dessa obrigação, em especial a partir de um paralelo com a obrigação de due diligence. Para alcançar tal objetivo, a tese trata, em primeiro lugar, do atual contexto de governança privada no comércio internacional, bem como do fenômeno da proliferação de esquemas privados de normalização, com ênfase nos potenciais efeitos negativos para o comércio internacional e a consequente necessidade de sua regulamentação. Além disso, a tese analisa a regulamentação da conduta privada por Acordos da OMC, em particular o GATT, o Acordo TBT e o Acordo SPS, bem como a obrigação de due diligence no direito internacional. A tese conclui que os Acordos TBT e SPS impõem uma obrigação de due diligence aos Membros da OMC para que adotem as medidas razoáveis a seu alcance para garantir o cumprimento dos respectivos Acordos por parte de instituições não-governamentais, o que inclui instituições normalizadoras privadas.

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  • ADELGÍCIO DE BARROS CORREIA SOBRINHO
  • CROWDFUNDING E CRIPTOMOEDAS:

    investimento direto por empresas no Brasil e na União Europeia e o novo papel dos

    Estados nas operações no mundo virtual

  • Orientador : AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE HENRIQUE TAVARES SALDANHA
  • AURELIO AGOSTINHO DA BOAVIAGEM
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • FERNANDO SERGIO TENORIO DE AMORIM
  • MARIA AMALIA OLIVEIRA DE ARRUDA CAMARA
  • PAUL HUGO WEBERBAUER
  • Data: 21/12/2021

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  • A relação dos entes estatais com o mundo virtual pautou o desenvolvimento do presente estudo,
    mesmo se sabendo que há discussões doutrinárias infindáveis, a linha de investimento
    estrangeiro direto por Crowdfunding com criptomoedas ainda estava temporalmente no vácuo
    e seus efeitos na economia interna mais ainda. Relevante e atual, o tema transversal entre
    economia e direito, tem aspectos claros sobre a balança comercial, sobre a disponibilidade de
    moeda interna e mesmo sobre a capacidade de regulamentação das nações sobre a entrada e
    saída dos capitais, o que leva a uma possível enfeudação, nas palavras de Alain Supiot (2007;
    2014). Nasceu aqui o grande questionamento do trabalho, ou seja, qual é o novo papel das
    figuras estatais (individuais e comunitárias) no contexto das operações virtuais, principalmente
    nos investimentos estrangeiros efetuados por criptomoedas em contratos de Crowdfunding? O
    questionamento deteve suas bases para a resolução na fixação dos conceitos de investimento
    estrangeiro direto, de Crowdfunding e criptomoedas, além da análise de legislação comparada
    do Brasil e da União Europeia, numa pesquisa tipicamente qualitativa e doutrinária e de
    legislação comparada, restando como constatações iniciais a preparação inadequada dos
    Estados para tratar com o fenômeno digital; a existência de enfeudação no formato previsto por
    Alain Supiot (2007; 2014), onde ocorria anomia ou regulamentação lateral do assunto; risco às
    funções estatais em virtude do assalto de várias delas pelas normas privadas do mundo online;
    inexistência de controle efetivo das operações de Crowdfunding com moedas virtuais e os
    investimentos efetuados nesta modalidade, principalmente quando considerados de valor
    menos relevante. Por outro lado, a partir de novas experiências normativas ocorridas no último
    lustro, observou-se um novo movimento das nações estudadas no sentido da adequação e
    desenfeudação, principalmente com os sandbox regulatórios e com a condição de
    regulamentação dos ambientes Blockchain, como forma de validade dos ativos emitidos por ela
    nas atividades do mundo analógico, o que resultou na análise que a nova função do Estado neste
    espectro, ao menos no momento, é de parceiro virtual, uma vez que, apenas agindo em
    colaboração com o mercado privado online conseguirá regulamentar as atividades em rede e
    saberá quais são os seus limites.


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  • A relação dos entes estatais com o mundo virtual pautou o desenvolvimento do presente estudo,
    mesmo se sabendo que há discussões doutrinárias infindáveis, a linha de investimento
    estrangeiro direto por Crowdfunding com criptomoedas ainda estava temporalmente no vácuo
    e seus efeitos na economia interna mais ainda. Relevante e atual, o tema transversal entre
    economia e direito, tem aspectos claros sobre a balança comercial, sobre a disponibilidade de
    moeda interna e mesmo sobre a capacidade de regulamentação das nações sobre a entrada e
    saída dos capitais, o que leva a uma possível enfeudação, nas palavras de Alain Supiot (2007;
    2014). Nasceu aqui o grande questionamento do trabalho, ou seja, qual é o novo papel das
    figuras estatais (individuais e comunitárias) no contexto das operações virtuais, principalmente
    nos investimentos estrangeiros efetuados por criptomoedas em contratos de Crowdfunding? O
    questionamento deteve suas bases para a resolução na fixação dos conceitos de investimento
    estrangeiro direto, de Crowdfunding e criptomoedas, além da análise de legislação comparada
    do Brasil e da União Europeia, numa pesquisa tipicamente qualitativa e doutrinária e de
    legislação comparada, restando como constatações iniciais a preparação inadequada dos
    Estados para tratar com o fenômeno digital; a existência de enfeudação no formato previsto por
    Alain Supiot (2007; 2014), onde ocorria anomia ou regulamentação lateral do assunto; risco às
    funções estatais em virtude do assalto de várias delas pelas normas privadas do mundo online;
    inexistência de controle efetivo das operações de Crowdfunding com moedas virtuais e os
    investimentos efetuados nesta modalidade, principalmente quando considerados de valor
    menos relevante. Por outro lado, a partir de novas experiências normativas ocorridas no último
    lustro, observou-se um novo movimento das nações estudadas no sentido da adequação e
    desenfeudação, principalmente com os sandbox regulatórios e com a condição de
    regulamentação dos ambientes Blockchain, como forma de validade dos ativos emitidos por ela
    nas atividades do mundo analógico, o que resultou na análise que a nova função do Estado neste
    espectro, ao menos no momento, é de parceiro virtual, uma vez que, apenas agindo em
    colaboração com o mercado privado online conseguirá regulamentar as atividades em rede e
    saberá quais são os seus limites.

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