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Dissertações |
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DIONSON FERREIRA CANOVA JUNIOR
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O MANGÁ PELA DIDÁTICA DA HISTÓRIA: as histórias sensíveis e os traumas da Segunda Guerra Mundial a partir de Gen Pés Descalços
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Orientador : ARNALDO MARTIN SZLACHTA JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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ARNALDO MARTIN SZLACHTA JUNIOR
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FABIO DA SILVA PAIVA
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BRUNO SANCHES MARIANTE DA SILVA
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Data: 29/01/2024
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A Segunda Guerra Mundial produziu incontáveis memórias que ainda ecoam no Tempo Presente. Perceber suas articulações e discursos com a sociedade é fundamental para compreender os vestígios do passado. A memória produz conhecimento a partir da experiência daqueles que a nível individual ou coletivo deixaram suas vivências, permitindo assim, que o passado esteja vivo no presente. É nesse contexto que situamos as histórias sensíveis ou traumáticas, aquelas que estão politicamente carregadas de emoções e que são imprescindíveis para o debate referente ao Ensino de História. Desse modo, a presente dissertação trata sobre o testemunho de Keiji Nakazawa (1939-2012), sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima, e que por meio de sua obra, o mangá Gen Pés Descalços (は だしのゲン Hadashi no Gen), buscou representar um passado traumático da sociedade japonesa. A dissertação está dividida em três capítulos e tem como objetivo principal analisar o uso de mangás como fonte para o Ensino de História. O nosso embasamento teórico partiu de autores como Rüsen (2009;2010;2011;2015) historiador da teoria e metodologia do ensino de história; Bodo von Borries (2018) teórico da Didática da História; Rots (2015) pesquisador de religião, cultura e natureza do Japão moderno e contemporâneo; Igarashi (2011) pesquisador da história cultural japonesa, especialmente entre guerras e pós-Segunda Guerra Mundial; Groensteen (2015) teórico das histórias em quadrinhos; Koselleck (2006) teórico da história dos conceitos e experiência humana no tempo e Lee (2003) teórico da Educação Histórica. A pesquisa nos levou a compreensão de que o uso do mangá permite a construção dos estudantes em sua alteridade e identidade em relação ao outro, além de que enquanto ferramenta de aprendizagem histórica, possibilita a formação de competências do pensamento histórico acerca do uso de fontes na elaboração da consciência histórica acerca das narrativas do passado e na capacidade de criticidade sobre a realidade.
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A Segunda Guerra Mundial produziu incontáveis memórias que ainda ecoam no Tempo Presente. Perceber suas articulações e discursos com a sociedade é fundamental para compreender os vestígios do passado. A memória produz conhecimento a partir da experiência daqueles que a nível individual ou coletivo deixaram suas vivências, permitindo assim, que o passado esteja vivo no presente. É nesse contexto que situamos as histórias sensíveis ou traumáticas, aquelas que estão politicamente carregadas de emoções e que são imprescindíveis para o debate referente ao Ensino de História. Desse modo, trataremos sobre o testemunho de Keiji Nakazawa, sobrevivente da bomba atômica de Hiroshima, e que por meio de sua obra, o mangá Gen Pés Descalços (Hadashi no Gen), buscou representar um passado traumático da sociedade japonesa. À vista disso, se faz necessário discutir as memórias traumáticas da guerra no Oriente e como a consciência histórica (RÜSEN, 2001) e a aprendizagem histórica (RÜSEN, 2012) são importantes para lidar com o passado na produção de sentido que objetiva tratar as histórias em quadrinhos como fonte para a disciplina de História em sala de aula.
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ARTHUR FELLER RIGAUD CARDOSO
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O DOCE DO AÇÚCAR E O PERFUME DAS ESPECIARIAS: discursos políticos sobre os Estados do Brasil e da Índia na Monarquia Hispânica
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Orientador : KLEBER CLEMENTINO DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ADRIANA ROMEIRO
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BRUNO MARTINS BOTO LEITE
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KLEBER CLEMENTINO DA SILVA
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Data: 06/02/2024
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A partir de finais do século XVI, centralmente no período em que Portugal se insere como parte da Monarquia Hispânica (1580 – 1640), a presença portuguesa na Ásia passa a enfrentar dificuldades estruturais e conjunturais, impactando a produção escrita da época com um certo tom de pessimismo e desengano. Ao mesmo tempo, a conquista e colonização do Brasil começa a ser desenvolvida de forma mais ampla, multiplicando também a produção de obras e textos que versavam sobre a região. Ao passo que a historiografia comumente entende esse processo enquanto uma “viragem estrutural” ou “transição de olhares” do Índico ao Atlântico, centrada mais em aspectos econômicos, uma leitura mais ampla da produção literária do período nos permitiu perceber outras facetas das relações políticas da época. Portanto, analisamos o discurso político português, buscando caracterizar a relação entre a produção de projetos políticos para o Brasil com as propostas de reforma para o Estado da Índia. Ao longo da pesquisa, partimos de uma análise das obras concebendo o discurso como ação política, almejando entender o que os autores estavam fazendo quando escreveram. Para tanto, enfatizamos aspectos do contexto sócio-político relativos ao império português, mas centralmente o contexto intelectual e a linguagem política em que esses discursos foram desenvolvidos, a partir de obras e textos de gêneros diversos, impressos ou manuscritos. Foi possível perceber que os interesses e preocupações pelo Brasil, durante a União Ibérica, surgiam e eram concebidos em relação à Índia, e não em oposição a ela, de forma que os discursos da época apresentam múltiplas preocupações e aspectos que não se esgotam no econômico e mercantil.
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A partir de finais do século XVI, centralmente no período em que Portugal se insere como parte da Monarquia Hispânica (1580 – 1640), a presença portuguesa na Ásia passa a enfrentar dificuldades estruturais e conjunturais, impactando a produção escrita da época com um certo tom de pessimismo e desengano. Ao mesmo tempo, a conquista e colonização do Brasil começa a ser desenvolvida de forma mais ampla, multiplicando também a produção de obras e textos que versavam sobre a região. Ao passo que a historiografia comumente entende esse processo enquanto uma “viragem estrutural” ou “transição de olhares” do Índico ao Atlântico, centrada mais em aspectos econômicos, uma leitura mais ampla da produção literária do período nos permitiu perceber outras facetas das relações políticas da época. Portanto, analisamos o discurso político português, buscando caracterizar a relação entre a produção de projetos políticos para o Brasil com as propostas de reforma para o Estado da Índia. Ao longo da pesquisa, partimos de uma análise das obras concebendo o discurso como ação política, almejando entender o que os autores estavam fazendo quando escreveram. Para tanto, enfatizamos aspectos do contexto sócio-político relativos ao império português, mas centralmente o contexto intelectual e a linguagem política em que esses discursos foram desenvolvidos, a partir de obras e textos de gêneros diversos, impressos ou manuscritos. Foi possível perceber que os interesses e preocupações pelo Brasil, durante a União Ibérica, surgiam e eram concebidos em relação à Índia, e não em oposição a ela, de forma que os discursos da época apresentam múltiplas preocupações e aspectos que não se esgotam no econômico e mercantil.
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TAYANE FERREIRA DE ALMEIDA
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DIDÁTICA DA HISTÓRIA E ARQUÉTIPOS EM QUADRINHOS DE TERROR: UMA ANÁLISE A PARTIR DE “CARNIÇA E A BLINDAGEM MÍSTICA”
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Orientador : ARNALDO MARTIN SZLACHTA JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRE MENDES SALLES
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ARNALDO MARTIN SZLACHTA JUNIOR
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VALERIA APARECIDA BARI
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Data: 06/02/2024
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Esta dissertação investiga a partir da Didática da História a potencialidade do gênero de terror para a construção de saber histórico, buscamos desenvolver esta investigação a partir das HQs, analisando em específico a narrativa presente em “Carniça: a blindagem mística” do autor SHIKO (2020). Para tanto este trabalho foi dividido em três capítulos, que defendem a seguinte hipótese: o terror apresenta temas comuns ao campo da experiência histórica (medo, violência, ansiedades, moralidade, preconceitos, dentre outros) desta forma a utilização destas narrativas no Ensino de História se apresenta de maneira lógica. No primeiro capítulo buscamos investigar os espaços de saber que cercam o conceito de terror. Analisando o próprio medo sob viés histórico através da construção de discurso - qual fator causa medo, a quem e em qual período histórico - percebendo alguns padrões narrativos utilizados no gênero. No segundo capítulo objetivando delimitar o conceito de terror enquanto gênero literário e sub gêneros (sobrenatural, horror, gótico, thriller, etc). Em seguida, será desenvolvido um breve histórico acerca das HQs e o gênero do terror, buscando seus processos de desenvolvimento iniciais nos EUA, e em seguida focando nas fases de produção brasileira. No terceiro capítulo será desenvolvida uma análise considerando os aspectos discutidos nos capítulos anteriores tendo em vista a obra “Carniça: a blindagem mística” volumes 1 e 2, para evidenciar a potencialidade que os quadrinhos de terror carregam para aprendizagem histórica a partir desta obra em específico. Concluimos que este quadrinho apresenta e representa medos palpáveis a sociedade contemporânea como a violência contra a mulher, além de inserir na sua história símbolos culturais do sertão nordestino e fontes históricas acerca do movimento do Cangaço.
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O gênero de terror apresenta aspirações, medos, esperanças, ansiedades e frustrações de determinado grupo e contexto, sendo assim, os símbolos, alegorias e narrativas desenvolvem veículos de expressão para um imaginário que compõem dimensões da Cultura Histórica. Esta pesquisa tem como objetivo compreender a potencialidade do gênero de terror para o Ensino de História a partir dos quadrinhos. Investiga-se os espaços de saber históricos que cercam o gênero de terror e o sentimento do medo, apresenta-se os espaços narrativos do terror e seu histórico com as HQs e por fim discute-se o espaço atual que estas ocupam a partir da análise da obra Carniça e a sua perspectiva em sala de aula.
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SAMUEL PABLO COSTA DE ALMEIDA
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O ESPETÁCULO NÃO PODE PARAR: AS CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS DEMARCADAS ENTRE O DIABO E A PROSPERIDADE NO TEMPO PRESENTE (2018-2023)
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Orientador : PAULO JULIAO DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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CARLOS ANDRE SILVA DE MOURA
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GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
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KARLA REGINA MACENA PEREIRA PATRIOTA
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PAULO JULIAO DA SILVA
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Data: 16/02/2024
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A História Cultural das Religiões defende uma abordagem que historicize conceitos, credos, ritos, instituições e todos as representações ou símbolos religiosos, os quais são considerados como produções humanas. É partindo desta perspectiva que este trabalho se insere, objetivando discutir acerca das construções discursivas da Igreja Universal do Reino de Deus no Brasil, analisando os aspectos que giram em torno da figura do Diabo e das noções de prosperidade no tempo presente, especificamente entre 2018 e 2023. Para atingir as finalidades propostas, a priori, realizou-se uma revisão de literatura a partir de livros e artigos científicos já publicados sobre o assunto. Posteriormente, essas abordagens foram confrontadas com os dados obtidos por meio de uma imersão etnográfica nas agências religiosas e com as respostas das entrevistas realizadas com fiéis. Ademais, houve a utilização de matérias de jornais e vídeos publicados nas redes sociais da Igreja com o fito de fazer uma análise da atuação da imprensa e dos testemunhos religiosos veiculados nas mídias. A partir disso, foi possível concluir que as lógicas desse consumo religioso são amparadas pelo contexto histórico vigente do neoliberalismo e neoconservadorismo. Por fim, há a demonização de comportamentos, crenças e experiências, ao passo que se educa o fiel por meio dos testemunhos religiosos. Portanto, espera-se com esse trabalho contribuir para as discussões sobre IURD, sobretudo com o reforço político dos últimos anos aos discursos neoliberais e neoconservadores.
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As construções discursivas no âmbito do neopentecostalismo, particularmente da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), demarcam, através dos testemunhos religiosos, perspectivas de prosperidade material e a demonização de práticas consideradas desviantes da proposta cristã. Compreendendo o panorama teórico da História Cultural das Religiões e da Análise do Discurso, objetiva-se discorrer sobre como o movimento do neopentecostalismo surgiu, ganhando força e influência no Brasil do tempo presente, sobretudo com a IURD (1989-2023). Ademais, pretende-se realizar a análise das estratégias discursivas das igrejas neopentecostais à luz do imbricamento com a ‘Teologia da Prosperidade’ e com os parâmetros das vidas consideradas precárias por natureza, principalmente a partir da noção de ‘empreendedorismo’ religioso e da assimilação da ideia de que o consumo de bens refletem a felicidade espiritual e terrena dos fiéis. Nesse sentido, para atingir as finalidades propostas, será realizada uma revisão de literatura para abarcar o corpo teórico acerca da História Cultural das Religiões, da Análise do Discurso e do neopentecostalismo. Além disso, será feita uma revisão dos dados coletados através da etnografia e de entrevistas e, por fim, os materiais analisados serão confrontados com documentos primários, havendo destaque para jornais, programas televisivos e documentários sobre a Igreja Universal.
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PEDRO IVO SZPAK FURTADO CORREIA
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SER E/OU NÃO SER: A DUPLA NATUREZA DO DISCURSO SENHORIAL EM ANÚNCIOS DE ESCRAVIZADOS NO DIÁRIO DE PERNAMBUCO (1837-1843)
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Orientador : MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MEMBROS DA BANCA :
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JEFFREY AISLAN DE SOUZA SILVA
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MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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PAULO HENRIQUE FONTES CADENA
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Data: 24/04/2024
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O presente trabalho aborda uma aparente dicotomia na base do discurso senhorial no século XIX visualizada a partir de anúncios de venda e fuga de escravizados no Diário de Pernambuco. Seu objetivo envolve reivindicar a viabilidade e a relevância de uma proposta de interdisciplinaridade entre a história e a linguística, contribuindo para a história social da escravidão no Brasil, demonstrando a realidade oitocentista do cotidiano do cativeiro a partir do discurso senhorial. A teoria desta pesquisa é de base materialista e crítica, sendo composta, principalmente, pelo conceito marxiano de totalidade; pela dinâmica da negociação e do conflito, de J. J. Reis e E. Silva; pela crítica à historiografia tradicional do escravismo, em C. Moura, A. Nascimento e B. Nascimento; pela Análise Crítica do Discurso, em N. Fairclough, T. van Dijk e T. van Leeuwen; e pelo conceito de signo linguístico, de F. de Saussure. As fontes históricas são centenas de anúncios de venda e de fuga de escravizados em setenta edições do Diário, entre 1837 e 1843, e os dicionários de L. M. da Silva Pinto (1832) e A. de Moraes e Silva (1823). A metodologia, de teor indutivo-dedutivo, envolve uma proposta qualitativa de análise do discurso e outra quantitativa de investigação dos signos encontrados. A partir disso, descortina-se a aparente dupla natureza do discurso senhorial, composta por uma dimensão comodificadora e outra subjetivadora dos agentes históricos escravizados. Nos anúncios, tendo a primeira dimensão como perspectiva, visualiza-se a predominância de menções às “nações” africanas, a indivíduos entre 16 e 20 anos, a mulheres vendidas e homens fugidos e a ofícios domésticos entre os vendidos e ofícios do ganho entre os fugidos. Quanto à segunda dimensão, vê-se características físicas genéricas e “sedutoras” na venda e específicas e “sinceras” na fuga; ausência de defeitos entre os vendidos; alta frequência de cicatrizes, vícios e sequelas de doenças entre os fugidos; menções às habilidades da fala e ao semblante; a frequência com a qual os fugidos se “intitulavam forros”; o uso de adereços como brincos e a presença de “marcas de nação”; e a primazia de peças de roupa de algodão ou de chita.
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O presente trabalho aborda uma aparente dicotomia no discurso senhorial no século XIX a partir de anúncios de escravizados no Diário de Pernambuco. Proponho uma abordagem interdisciplinar entre ferramentas próprias da historiografia e da linguística, com foco na Análise Crítica do Discurso (ACD), para investigar a contradição determinante da natureza discursiva dos anúncios de venda e de fuga, entre 1837 e 1843, em Pernambuco. No interior das dimensões comodificadora (nação, idade, sexo e ofício) e subjetivadora (o físico, o psíquico e o social), analiso as implicações históricas dos signos linguísticos identificados e as potenciais contribuições de sua investigação semiótica para a historiografia da escravidão no Brasil.
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ANA FRANCISCA DE LIMA ALVES
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DAS COZINHAS PERNAMBUCANAS PARA AS SALAS DE AULA: contribuições da História da Alimentação para o Ensino de História
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Orientador : RENAN MARQUES BIRRO
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIO RIBEIRO DOS SANTOS
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RENAN MARQUES BIRRO
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ROZELIA BEZERRA
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Data: 02/05/2024
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Nesta dissertação analisamos a alimentação para além de uma necessidade biológica/nutricional, é possível percebê-la como um tema que reúne conhecimentos resultantes de diferentes campos científicos, que estabelece conexão com múltiplos aspectos da vida humana como a religião, economia, política, cultura e identidade. Nessa perspectiva, este trabalho analisou as contribuições da História da Alimentação para o Ensino de História, durante os Anos Finais do Ensino Fundamental, a partir da exploração de receitas enquanto linguagem absoluta para a educação histórica na sala de aula. Os cadernos e livros de receitas marcam a trajetória de muitas famílias pernambucanas, a receita engloba a descrição de nomenclaturas, ingredientes e modos de preparo de comidas e bebidas que apresentam valor simbólico e/ou sentimental para o núcleo familiar, comunitário e identitário dos indivíduos. Ainda retrata informações pertinentes aos contextos histórico-cultural em que encontra-se inserida, por isso é capaz de favorecer o Ensino de História a partir da sua utilização enquanto fonte de pesquisa. À vista disso, a presente pesquisa é de natureza aplicada e exploratória. Realizamos, para sua concepção, pesquisa bibliográfica; estudo de caso de duas receitas presentes no livro intitulado Açúcar: uma sociologia do doce, com receitas de bolos e doces do Nordeste do Brasil, de Gilberto Freyre, reedição publicada em 1997; e análise intertextual de uma coleção de livros didáticos de História dos Anos Finais do Ensino Fundamental, denominada Araribá mais: história, de Ana Claudia Fernandes, aprovada na edição 2020 do PNLD. Em uma abordagem de cunho qualitativo foi possível perceber que a História da Alimentação pode dinamizar o Ensino de História por se tratar de um aspecto que faz parte do cotidiano dos estudantes, ao mesmo tempo em que é capaz de revelar muitos conhecimentos históricos por estabelecer elo com todos os âmbitos das sociedades. Logo, a linguagem das receitas pode ser utilizada para o Ensino de História, porque é capaz de favorecer a aprendizagem dos contextos históricos e facilitar o estabelecimento de relações longevas entre passado, presente e futuro.
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Nesta dissertação, exploramos a alimentação para além de necessidade biológica/nutricional, ou seja, enquanto tópico que reúne conhecimentos de diferentes áreas. Neste ínterim, compreendemos que a comida estabelece conexão com múltiplos aspectos da vida humana, como a religião, economia, política, cultura e identidade. Desta feita, este trabalho busca analisar as contribuições da História da Alimentação para o Ensino de História a partir de um estudo de caso das narrativas de Gilberto Freyre no tocante aos hábitos alimentares do Nordeste brasileiro. Este notório sociológo é alvo de releituras favoráveis ou desfavoráveis - visões contraditórias que se confrontam e devem ser observadas de maneira minuciosa. Seja como for, nota-se um interesse do autor em tratar dos hábitos alimentares nordestinos. Assim sendo, a presente pesquisa é de natureza básica e exploratória e configura-se em um estudo de caso documental bibliográfico que possui o livro Açúcar: uma sociologia do doce, com receitas de bolos e doces do Nordeste do Brasil, edição 1977, como principal fonte para análise crítica. Consequentemente, a pesquisa envereda por uma abordagem de cunho qualitativo. Com a conclusão do estudo, espera-se que reste evidente a importância da história da alimentação de maneira dialogada com a história regional e o ensino de história.
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RAISSA GOUVEIA DE MELO EFREM
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A OPERAÇÃO HISTÓRICO-FILOSÓFICA DE ALBERT CAMUS E DE JEAN-PAUL SARTRE EM TORNO DA GUERRA DA ARGÉLIA (1954 - 1962): ENGAJAMENTO E OS PAPÉIS DO INTELECTUAL
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Orientador : ANTONIO PAULO DE MORAIS REZENDE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO PAULO DE MORAIS REZENDE
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FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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HELDER REMIGIO DE AMORIM
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Data: 05/07/2024
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O objetivo da presente dissertação, com base no fio condutor que nos guiou nesse processo investigativo - a operação historiográfica de Michel de Certeau (2010), é desenvolver acerca do papel do intelectual no decurso de uma conjuntura de revolução, a fim de compreender como determinado acontecimento pode ser estudado sob perspectivas distintas a depender da fonte escolhida para tal. Para isso, tomamos como enredo as lutas pela independência da Argélia (1954-1962) a partir da leitura dos filósofos Albert Camus e Jean-Paul Sartre. A primeira seção busca explorar como a dupla nacionalidade de Albert Camus influenciou na sua escrita sobre a Revolução da Argélia; a segunda objetiva investigar a reação francesa contra Jean-Paul Sartre, que apoiava os insurgentes argelinos em detrimento de sua própria nação, abordando os debates acerca de nacionalismo e ideologia; e, por fim, a terceira seção, visa além de compreender o papel do intelectual em uma situação de guerra, com base nas análises do filósofo húngaro György Lukács, busca, também, analisar o impacto global do conflito entre Albert Camus e Jean-Paul Sartre nos domínios acadêmico e social, considerando as contribuições de outros intelectuais proeminentes da época, como Simone de Beauvoir, Franz Fanon e Mario Vargas Llosa.
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A presente dissertação tem como foco principal desenvolver acerca das participações de intelectuais franceses dentro da conjuntura da Revolução Argelina (1954-1962), a partir das narrativas de Albert Camus, em Actuelles III (1958), Notebooks 1951-1959 (2008) e O homem revoltado (2017); de Jean Paul Sartre, em Colonialismo e Neocolonialismo (1968); e de Simone de Beauvoir, em A força das coisas (2009). Vale considerar que, apesar de os ideais da superestrutura prevalecerem nos âmbitos socioculturais, as microrrelações ainda existem nas vidas individuais. Desse modo, nem todos os indivíduos presentes na categoria de colonizadores, por exemplo, compactuam com os ideais de colonização. Visamos a abordar, portanto, a problemática do papel social de intelectuais franceses no período estudado.
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MARIA LUIZA SOARES DE MEDEIROS
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LAXDOELA SAGA E BRENNU-NJÁLS SAGA: um estudo acerca das relações de gênero nas sagas islandesas medievais
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Orientador : FELIPE AUGUSTO RIBEIRO
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MEMBROS DA BANCA :
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FELIPE AUGUSTO RIBEIRO
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ISABELA DE ALBUQUERQUE ROSADO DO NASCIMENTO
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LUKAS GABRIEL GRZYBOWSKI
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Data: 22/08/2024
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Este projeto se debruça sobre as relações e a hierarquia de gênero nas obras Laxdoela saga (saga de Laxdaela) e Brennu-Njáls saga (saga de Njáll), ambas produzidas na Islândia do século XIII. O estudo das relações de gênero permite propor às sagas questões sobre a construção do saber acerca da diferença sexual e de que forma esses saberes são legitimados e naturalizados; deste modo, a pesquisa problematiza como tais relações são perpassadas, nessas narrativas, por aspectos como o cristianismo, conflitos políticos e a cultura antiga, através do casamento, da genealogia, da violência, da política e da religião. Com isso, o objetivo é analisar como as relações de gênero estão presentes na narrativa das sagas e entrelaçam-se com a dinâmica complexa de contemporaneidade de sua produção. Assim, em um primeiro momento, o trabalho aborda a sociedade islandesa medieval e seu contexto social, político, econômico e religioso; posteriormente, analisa o contexto de produção de manuscritos nórdicos medievais, com ênfase nas sagas enquanto gênero literário, e discutirei seus aspectos de oralidade, letramento e religiosidade, tanto cristãos quanto antigos, destacando a distância temporal entre os fatos narrados e seu período de produção; em seguida, por fim, discute a categoria de gênero e as possibilidades de seu uso nas sagas definidas.
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This project focuses on gender relations and classification in the works Laxdoela saga (Laxdaela’s saga) and Brennu-Njáls saga (Njáll’s saga), both produced in 13th century Iceland. The study of gender relations allows sagas to pose questions about the construction of knowledge about sexual difference and how this knowledge is legitimized and naturalized; In this way, the research problematizes how such relationships are permeated, in these narratives, by aspects such as Christianity, political conflicts and ancient culture, through marriage, genealogy, violence, politics and religion. With this, the objective is to analyze how gender relations are present in the narrative of the sagas and intertwined with the complex contemporary dynamics of their production. Thus, initially, the work addresses medieval island society and its social, political, economic and religious context; subsequently, it analyzes the context of production of medieval Norse manuscripts, with an emphasis on sagas as a literary genre, and discusses their aspects of orality, literacy and religiosity, both Christian and ancient, highlighting the temporal distance between the narrated facts and their period of production; then, finally, it discusses the genre category and the possibilities of its use in defined sagas.
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PAULO LUCIO BATISTA DE SOUSA
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O SERTÃO NOTICIADO: O MASSACRE DA COMUNIDADE PAU DE COLHER E A PRODUÇÃO DISCURSIVA DA POLÍCIA E DA IMPRENSA BAIANA (1934-1938)
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Orientador : ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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MEMBROS DA BANCA :
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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ANTONIO JORGE DE SIQUEIRA
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HELDER REMIGIO DE AMORIM
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Data: 23/08/2024
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Pau de Colher, comunidade no interior da Bahia, enfrentou a brutalidade das forças policiais, exemplificando como a violência estatal se manifestava de várias formas, destinadas a silenciar e controlar as manifestações populares nos anos de 1934-1938. Contextualizar os acontecimentos de Pau de Colher em um panorama mais amplo permite uma compreensão mais profunda e significativa de sua importância. Esses eventos não são isolados, mas fazem parte de um movimento maior de violência, repressão e autoritarismo que marcou a história do Brasil durante o Estado Novo, período em que a desproporção da utilização da violência se fazia presente principalmente contra os mais vulneráveis – populações periféricas e pobres – ou qualquer manifestação que desafiasse os cânones e a vigilância do Estado Novo. As discussões em torno desse tema ajudam a entender as condições históricas que proporcionaram a formação de Pau de Colher, as relações de seus moradores com o catolicismo popular e os conflitos que levaram à sua extinção. Partindo de um repertório de fontes, livros de memórias, pesquisas já desenvolvidas e discussões sobre Pau de Colher, e considerando outras possibilidades que o tema oferece, nos interessamos em analisar os discursos sobre a comunidade e as relações que o Estado e a imprensa estabeleceram entre os conflitos existentes e os possíveis perigos que os sertanejos representavam. O Estado utilizou a violência para aniquilar qualquer forma de dissidência ou manifestação popular que desviasse das normas estabelecidas. Pau de Colher foi representada nos discursos como um lugar no sertão, uma espacialidade marcada pelo atraso, banditismo social, revoltas populares, e sujeitos perigosos, entre outros, que não se adequavam às perspectivas de ideia de nação e de cidadão fomentadas nos anos de 1930. Essas representações "oficiais" corroboraram para a efetivação de medidas autoritárias da polícia dos estados do Nordeste. Aqui, discute-se a comunidade Pau de Colher e o conflito de 1938, problematizando-a enquanto uma espacialidade que foi definida a partir do olhar do outro, do olhar externo, onde predominaram discursos carregados de estigmas.
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As discussões envoltas à temática da comunidade Pau de Colher, corroboram para entendermos as condições históricas que proporcionaram a formação de Pau de Colher, as relações de seus moradores com o catolicismo popular e os conflitos que ocasionaram a sua inexistência. Partindo de um repertório de fontes, livros de memórias, pesquisas já desenvolvidas e discursões sobre Pau de Colher e considerando outras possibilidades que o tema possui, nos interessamos aqui analisar os discursos sobre a comunidade Pau de Colher e as relações que o Estado e a imprensa estabeleceram entre os conflitos existentes e os possíveis perigos que os sertanejos representavam, isto é, nos interessamos em abordar acerca de como Pau de Colher foi representada nos discursos como um lugar no sertão, como uma espacialidade marcada pelo atraso, banditismo social, de revoltas populares, de sujeitos perigosos, entre outros; que naquele momento não se adequavam as perspectivas de ideia de nação e de cidadão fomentadas nos anos de 1930. Considerando essas discussões e entendendo o espaço enquanto objeto de estudo central para essa pesquisa, discute-se aqui a comunidade Pau de Colher e o conflito em 1938 pensando como uma espacialidade que configurou definições a partir do olhar do outro, do olhar externo, em que se predominou discursos carregados de estigmas. Diante disto, os discursos sobre a comunidade Pau de Colher retomaram estratégias discursivas acerca do sertão do início da República para se justificar ações do Estado. Diante disso, pensamos o conflito na comunidade afim de entender as noções que se construíram acerca do sertão.
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DAVID BORGES DE FRAGA
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“EXPERIÊNCIAS DA ESCRAVIDÃO: território, população e resistências na Zona da Mata Norte de Pernambuco (comarca de Goiana, 1850-1875).”
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Orientador : BRUNO AUGUSTO DORNELAS CAMARA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNO AUGUSTO DORNELAS CAMARA
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MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MARIA EMILIA VASCONCELOS DOS SANTOS
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Data: 23/08/2024
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Neste trabalho procurei analisar as experiências da escravidão e da liberdade na comarca de Goiana, território situado na Mata Norte canavieira de Pernambuco. O período escolhido foi entre 1850 e 1888. Decidi enveredar em vários aspectos da vida em cativeiro, com o intuito de identificar indícios, rastros e pistas das múltiplas experiências da escravidão e da liberdade numa região que se forjou historicamente no plantio da cana, na produção de açúcar e no trabalho de pessoas escravizadas. A partir de temas como demografia da população livre e escravizada, estrutura da posse de escravos, experiências de fuga e a vida em liberdade, essa última recheada de perigos patentes de reescravização, procurei investigar as experiências da escravidão fisgando as relações entre senhores e escravizados, examinando questões como a resistência, os limites do exercício do poder senhorial, assim como a criação, ampliação e manutenção de espaços diversos de negociação e de autonomia, assentados em noções de direitos costumeiros que se tornaram imprescindíveis na efetivação de projetos de liberdades nas últimas décadas do Brasil escravista. O pano de fundo é uma zona de plantation que estava bem distante de uma imagem construída por uma historiografia tradicional erguida no século XX, repleta de propriedades com grandes quantidades de escravizados, dedicados quase que exclusivamente a uma única atividade agrária cujo produto era destinado ao mercado externo. Na verdade, os variados arranjos produtivos de diversos gêneros agrícolas conviviam com o cultivo da cana realizado não só de modo extensivo, mas também por pequenos proprietários escravistas que tinham algum acesso à terra. Por fim, identificar e analisar as experiências da escravidão e da liberdade nesse grande contexto recheado de nuances, particularidades e complexidades, foi o maior desafio que me propus debruçar.
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Neste trabalho procuramos analisar as experiências da escravidão na comarca de Goiana, situada na região canavieira da Zona da Mata Norte de Pernambuco, entre 1850 e 1888, período que engloba a desarticulação do sistema escravista e o crescimento da luta emancipatória. Para isso, escolhemos três principais eixos temáticos de análise, a saber: as fugas, as alforrias e a liberdade precária. Com o intuito de investigar nos detalhes as experiências da escravidão e da liberdade, analisaremos, a partir desses três eixos temáticos, as relações entre senhores e escravos, examinando questões como a resistência escrava, os limites do exercício do poder senhorial, bem como a criação, ampliação e manutenção de espaços diversos de negociação e de autonomia, assentados em noções de direitos costumeiros que se tornaram imprescindíveis na efetivação de projetos de liberdades. Tendo em vista a situação particular de Pernambuco na segunda metade do século XIX, sobretudo no que tange à utilização, cada vez mais intensa, de livres e libertos, tanto nos trabalhos da lavoura da cana quanto nos da produção do açúcar, acreditamos que as expectativas dos escravizados em torno da liberdade sofreram, durante as últimas décadas da escravidão, grande impacto devido ao convívio cada vez maior com homens e mulheres livres e libertos. Além disso, procuramos analisar o território denominado comarca de Goiana, atestando sua fluidez no período em tela, evidenciando, portanto, que não se tratava de algo engessado, tampouco fixo no tempo. Acreditamos que o entendimento do território é indispensável na tentativa de estudar a população de livres, libertos e de escravizados. Por fim, como desdobramento da análise demográfica, também investigamos a estrutura da posse de escravos numa região comumente atribuída a grandes posses. Como ficará evidente no percurso deste trabalho, o estudo das experiências da escravidão na comarca de Goiana precisará levar em conta a pequena posse, a mais recorrente em toda a comarca.
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GUSTAVO SANDRES DA SILVA OLIVEIRA
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NAZARENOS: ALISTAMENTO E CONFLITOS NO SERTÃO PERNAMBUCANO NOS ANOS DE 1923 A 1928
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Orientador : WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARCOS LUIZ BRETAS DA FONSECA
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TIAGO DA SILVA CESAR
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WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
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Data: 26/08/2024
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Esta dissertação investigou o processo de alistamento de jovens pernambucanos na região do sertão do Pajeú durante a década de 1920, forçados pelo fortalecimento das estruturas do cangaço, sob as ordens daquele que se tornou o mais afamado cangaceiro, Lampião. O bando de Virgulino colocou a região de Nazaré do Pico, em Floresta, Pernambuco, sob o risco dos ataques e ameaças constantes, em uma guerra pela autopreservação. Concomitante a ascensão do cangaceiro houve o processo de estabelecimento definitivo dos quarteis policiais na mesma região, que levou os nazarenos a engajarem massivamente seus filhos, no intuito de conseguir meios para lutar contra o perigo crescente. Dessa forma, com material coletado nos arquivos da Policia Militar de Pernambuco e as narrativas deixadas em livros e jornais pelos personagens envolvidos, compreendemos a diferente perspectiva do soldado volante nazareno, que não tinha experiência alguma dentro da vida militar, mas contribuiu com suas próprias vivências para combater os perigos do cangaço em todo o Nordeste. Para a instituição, Lampião era mais um, dentre tantos, problemas de segurança. Contudo, aos nazarenos, ele foi um amigo de infância que optou pela vida errante e desejou castigar a quem creditava infortúnios. A pesquisa nos levou a compreensão da tropa, tendo a separação do militar, como indivíduo, da Instituição, suas motivações, frustrações e seus erros e acertos no enfrentamento a Virgulino.
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This dissertation investigated the process of enlistment of young men from Pernambuco in the backlands of Pajeú during the 1920s, forced by the strengthening of the cangaço structures, under the orders of what became the most famous cangaceiro, Lampião. Virgulino's band put the region of Nazaré do Pico, in Floresta, Pernambuco, at risk of constant attacks and threats, in a war for self-preservation. At the same time as the cangaceiro's rise, there was the process of the definitive establishment of police quarters in the same region, which led the Nazarenes to massively engage their children in order to find the means to fight against the growing danger. Thus, with material collected from the archives of the Pernambuco Military Police and the narratives left in books and newspapers by the characters involved, we can understand the different perspective of the Nazarene foot soldier, who had no experience of military life, but contributed his own experiences to fighting the dangers of the cangaço throughout the Northeast. For the institution, Lampião was just one of many security problems. However, to the Nazarenes, he was a childhood friend who had opted for the wandering life and wished to punish those he credited with his misfortunes. The research led us to an understanding of the troop, separating the soldier as an individual from the institution, his motivations, frustrations and his mistakes and successes in confronting Virgulino.
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MATEUS BERNARDO GALVÃO COUTO
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O PODER DE REGISTRAR. UM ESTUDO SOBRE OS ESCRIVÃES DE CÂMARAS MUNICIPAIS DA AMÉRICA PORTUGUESA (OLINDA, SÉC. XVII, E RECIFE, SÉC. XVIII).
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Orientador : GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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CARMEN MARGARIDA OLIVEIRA ALVEAL
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FABIO KUHN
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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Data: 26/08/2024
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A partir de uma aproximação da escala de análise, este trabalho se concentra no estudo do grupo de escrivães da Câmara do Recife durante a primeira metade do século XVIII. Observamos que os escrivães de câmaras municipais desempenhavam funções fundamentais na administração, frequentemente assumindo poder significativo para decidir os rumos administrativos. Esses fatores questionam a sua categorização como oficiais “subalternos”. O contexto histórico desse período foi marcado pelas constantes disputas entre as elites terratenentes (de Olinda) e mercantis (do Recife), que influenciaram diretamente a ocupação e a sucessão do cargo de escrivão. Nesse sentido, foi possível traçar parte da trajetória da família Miranda de Almeida, que transitou entre os ofícios de escrivão das câmaras de Olinda, no século XVII, e do Recife, no século XVIII, além de suas principais estratégias de distinção social. Além disso, analisamos o grau de relação das trajetórias administrativas e militares dos cinco sujeitos que sucederam a Manoel de Miranda de Almeida no ofício da escrita da Câmara do Recife, entre 1721 e 1757. Identificamos que o posto de escrivão da câmara muitas vezes servia como um acesso para sólidas carreiras administrativas e, certamente, como um meio de inserção na nobreza local. Notou-se também que o sucesso nas carreiras administrativas estava relacionado à consolidação de trajetórias militares, demonstrando uma interdependência entre títulos, honras e concessões no sistema de mercês.
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Esta dissertação tem como objetivo contribuir para os estudos sobre os oficiais de baixo escalão das câmaras municipais do Brasil colonial, especificamente os escrivães da Câmara do Recife da primeira metade do século XVIII. A primeira parte do trabalho dedica-se à importância que este oficial adquiriu no contexto do Império ultramarino português, configurando-se como peça fundamental para a administração colonial e alcançando poder de decisão com potencial para definir alguns rumos governativos. A segunda parte abordará a trajetória da família de Manoel de Miranda de Almeida, primeiro escrivão da municipalidade recifense, em 1714. O recorte se estende do início do século XVII à metade do século XVIII, através do qual foi possível analisar a carreira de três gerações – totalizando quatro componentes – a fim de traçar as principais estratégias de negociação e ascensão social, o grau de influência enquanto estiveram no ofício e como a família declinou na cena política e administrativa do Pernambuco colonial. Considera-se que os escrivães camarários eram um dos principais agentes administrativos que, assim como todo “funcionário colonial”, ora cediam, ora se colocavam contra a centralização para benefício de seus próprios interesses.
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LUCAS CARLOS MARTINIANO DE ALMEIDA
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TEIAS EMARANHADAS:
Terra e Riqueza no Vale do Mamanguape na Zona da Mata Paraibana (1850-1877)
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Orientador : CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNO AUGUSTO DORNELAS CAMARA
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CARLOS DE OLIVEIRA MALAQUIAS
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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JONIS FREIRE
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Data: 27/08/2024
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A presente dissertação, analisou os aspectos socioeconômicos e políticos da região do Vale do Mamanguape, na Província da Paraíba do Norte, entre 1850 e 1877, marcado pela promulgação e efeitos da Lei n.o 601 de 1850, também conhecida pela “Lei de Terras” e dos anos findos da administração do Barão de Mamanguape, enquanto presidente de província e o início da grande seca que afetaria os próximos anos a província. O estudo se inicia demostrando a formação da estrutura agrária, discutindo o acesso à terra e os dilemas vivenciados sobre essas propriedades, seus principais proprietários e também das pessoas livres e pobres que estavam inseridos nesse núcleo. Entendemos que a terra é o lugar onde se iniciam as atividades e comportamentos humanos, notadamente a região do Vale do Mamanguape nasce de um processo antigo de ocupação baseado no extrativismo e nas atividades agropecuárias, que corrobora na formação da riqueza local no período de nosso estudo. Percebemos que as propriedades e a riqueza dos agentes históricos apresentados, estão intrinsecamente ligadas, sob uma evolução social e econômica e de suas metamorfoses, no qual homens e mulheres sobrevivem a partir da terra e dela produzem suas fortunas em várias escalas. Estamos lidando com uma sociedade que vivia em conflitos sobre as terras destinadas a aldeamentos que compreendia, até o final do Século XIX, quase todo o território estudado. As terras dos indígenas Potiguaras serão constantemente ameaçadas, seja pelas vias hostis ou administrativas como mecanismos de expropriação. Para isso, nos munimos com um diverso corpus documental e bibliográfico, por meio de um levantamento serializado para a construção de um banco de dados quantificado, no qual exibimos após a qualificação as principais informações e dados que nos permitissem ter uma melhor compreensão e interpretação da sociedade em questão. Ainda, do domínio do comércio local, pelas mãos de estrangeiros que centralizavam o mercado de retalho no vale. Portanto, enxergamos a área estudada como uma grande rede de problemas que estão entrelaçados, sobre as terras e as atividades sociais, da economia e do político que emaranham um mutuado de processos que conectam seus principais agentes que sofrem sob os efeitos das relações interpessoais em uma sociedade de base agrária. Dessa maneira, traçaremos um estudo que considere os problemas entre terra, riqueza e comércio que ligam à estrutura fundiária e o político, que corrobora nas relações do cotidiano.
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A presente dissertação, tratou de analisar os aspectos socioeconômicos e políticos da região do Vale do Mamanguape na Província da Paraíba do Norte, entre 1850 e 1877, marcado pela promulgação e efeitos da Lei no 601 de 1850, também conhecida pela “Lei de Terras” e dos anos findos com o fim da administração do Barão de Mamanguape enquanto presidente de província e o início da grande seca que afetaria os próximos anos à Província da Parahyba do Norte. O estudo inicia demostrando a formação da estrutura agrária, percebendo o acesso à terra e os dilemas vivenciados sobre essas propriedades, seus principais proprietários e também dos homens livres e pobres que estariam inseridos nesse núcleo. Entendemos que a terra é o lugar onde se inicia as atividades e comportamentos humanos, notadamente a região mamanguapense nasce de um processo antigo de ocupação baseado no extrativismo, que corrobora na formação das riquezas locais no período de nosso estudo. Percebemos que as propriedades e a riqueza dos agentes históricos que serão apresentados, estão densamente ligadas, sob uma evolução social e econômica e de suas metamorfoses, no qual homens e mulheres sobrevivem a partir da terra e dela produzem suas fortunas em várias escalas. Estamos lidando com uma sociedade que vivia em conflitos sobre as terras destinadas a aldeamentos que compreendia até o final do Século XIX, quase todo o território estudado. As terras dos indígenas Potiguaras serão constantemente ameaçadas, seja pelas vias hostis ou administrativas como mecanismos de expropriação. Para isso, nos munimos com um diverso corpus documental e bibliográfico, por meio de um levantamento serializado para a construção de um banco de dados quantificado no qual exibimos após a qualificação as principais informações e dados que nos permitissem ter melhores compressões e interpretações da sociedade em questão. Portanto, enxergamos a área estudada como uma grande teia de problemas que estão entrelaçados, sobre as terras e das atividades sociais, da economia e do político que emaranham um mutuado de processos que conectam seus principais agentes que sofrem sob os efeitos das relações interpessoais em uma sociedade de base agrária. Dessa maneira, traçaremos um estudo que considere as atividades de abastecimento e as principais atividades econômicas ligadas à sua estrutura fundiária e no que isso afeta nas relações socioeconômicas e políticas.
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FELIPE RIBEIRO DE MELO
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"O sonho iluminado da linda terra onde nasci": Lula Cardoso Ayres e as representações das Culturas Populares (1932-1944)
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Orientador : PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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MEMBROS DA BANCA :
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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EDUARDO DIMITROV
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JOSÉ BEZERRA DE BRITO NETO
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Data: 27/08/2024
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O presente estudo explora a trajetória de Lula Cardoso Ayres (1910-1987) e sua contribuição na construção de uma identidade artística e cultural para Pernambuco, com foco nas representações da cultura popular. A pesquisa examina criticamente um certo idealismo na obra de Ayres, revelando as complexidades e silêncios que permeiam suas representações. Além disso, a análise contextualiza sua formação, redes sociais e o papel das elites e das relações de poder na moldagem de uma identidade regional, destacando as interações e resistências dos grupos populares.
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A presente dissertação procura analisar as representações da Cultura Popular na obra do artista plástico pernambucano Lula Cardoso Ayres (1910-1987). Tendo um produção e atuação profícuas, se tornou conhecido por suas pinturas regionais, com temáticas como o maracatu e o frevo. Tentar-se-á, então, apreender os porquês desse emaranhado que possibilitou sua estada e destacamento desse indivíduo como um dos principais nomes artísticos de nossa cidade, ou o que sua trajetória pode lançar luz referentes a outras questões, como o entendimento da construção da nossa identidade regional.
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JESUS ANDERSON BEZERRA DE JESUS
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PATRIMONIALIZAÇÃO DO FORTE DE SANTO ANTÔNIO DO BURACO:
a salvaguarda, a batalha, o silêncio e a ruína.
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Orientador : DANIEL DE SOUZA LEAO VIEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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DANIEL DE SOUZA LEAO VIEIRA
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ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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ROZEANE PORTO DINIZ
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Data: 28/08/2024
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Este trabalho tem como elemento central a patrimonialização, processo pelo qual objetos culturais, históricos ou naturais são oficialmente reconhecidos, protegidos e valorizados como parte da identidade de um grupo. Por meio dela são elaboradas estratégias preservacionistas para o bem histórico-cultural, com o propósito de assegurar que os conhecimentos e as manifestações das dinâmicas socioculturais sejam repassados às gerações. Baseado nisto, foi observada a evolução da prática preservacionista no Brasil ao longo do século XX, tendo como base o estudo de caso do Forte de Santo Antônio do Buraco, em Recife-PE, considerando as alterações em sua valoração em distintos recortes temporais. Isso inclui: o tombamento da fortificação como edificação (1938); o cancelamento do tombamento (1955), que reverberou na Batalha do Forte do Buraco; as tratativas para o restabelecimento da salvaguarda (1985-1995); e o novo tombamento do equipamento histórico como ruína (2000). Da mesma forma, esta investigação se concentrou nas legislação referente à proteção do patrimônio histórico nacional em todas as instâncias, e na participação dos articuladores políticos e sociais em diretrizes implementadas sobre a fortaleza. Diante disso, as ações patrimonializadoras podem ser compreendidas como um universo amplo que reúne e se articula com outros conceitos históricos, desde o patrimônio e sua contínua evolução, os processos de atribuição de valor e suas narrativas legitimadoras, passando pela memória e os lugares de memória na construção da identidade coletiva, pela representação social na produção e reprodução de significados culturais compartilhados, incluindo asrelações de poder nas disputas pelo controle da narrativa do patrimônio histórico e, sobretudo, pelo tempo histórico, influenciado pelas ações humanas. Assim, os processos de patrimonialização examinados podem ser compreendidos como resultantes de práticas sociais, culturais e políticas, tendo em vista a participação da sociedade civil na solicitação da salvaguarda da Fortaleza do Buraco, assim como a disputa política entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão responsável pela preservação da fortificação, e a Marinha do Brasil pela jurisdição da edificação.
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Esta proposta discute a ação de salvaguarda do bem histórico no Brasil resultante de práticas sociais, culturais e políticas, tendo como base os processos de patrimonialização do Forte Madame Bruyne, em Olinda – Pernambuco, tais como: o tombamento do forte como edificação (1938), o cancelamento do tombamento (1955), as tratativas para o restabelecimento do tombamento (1985-1995), e o novo tombamento do equipamento histórico como ruína (2000). Para tal, observei distintas historicidades que atravessaram o bem cultural em diversas temporalidades, considerando ainda atores políticos e sociais que contribuíram em ações implementadas sobre a fortificação, através da análise de salvaguarda, incluídos nos processos de salvaguarda da fortificação. Como metodologia, realizei pesquisas bibliográficas utilizando os conceitos de patrimônio cultural desenvolvidos por François Hartog (2006), de atribuição de valor por Dominique Poulot (2009), de temporalidade, proposto por Reinhart Koselleck (2006), e, de representação social abordado por Stuart Hall (2016). Desta forma, considero fatores sociais e políticos, à medida que houve a participação da sociedade civil na solicitação da salvaguarda da edificação, assim como a disputa política entre o SPHAN, órgão responsável pela preservação da fortificação, e o Governo Federal.
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ANNY CAROLINE SILVA DE ALBUQUERQUE
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NA TRAMA DAS ROUPAS:
As vestimentas de mulheres negras em Recife (1850-1884)
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Orientador : JOSE BENTO ROSA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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JACIMARA SOUZA SANTANA
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JOSE BENTO ROSA DA SILVA
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LUIZA NASCIMENTO DOS REIS
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MACIEL HENRIQUE CARNEIRO DA SILVA
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Data: 29/08/2024
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Vestir-se é utilizar uma das linguagens mais antigas do mundo: a linguagem das roupas. Contudo, ao longo dos séculos, os estudos sobre modo e modas de grupos sociais fora do Ocidente foram negligenciados e por vezes invisibilizados. A roupa, enquanto ferramenta e linguagem, era exclusividade da Europa? Este trabalho tem como objetivo compreender os usos e significados das vestimentas das mulheres negras entre 1850 e 1884. Buscamos identificar como a linguagem da indumentária foi utilizada por mulheres africanas e afrodescendentes como ferramenta para pertencer e criar um novo lugar, distante do estigma da escravidão. Partimos da análise de que não existia um modo fechado, um padrão de vestimenta dos escravizados, mesmo diante da escravização, ou da pobreza para livres e libertos. Homens e mulheres conseguiam adquirir roupas que tinham diversos significados materiais e simbólicos que também eram construídos por eles. Entender a agência dos nossos sujeitos em todas as suas dimensões estratégicas é perceber a relevância da imagem no caminho da resistência e da liberdade. O estudo das vestimentas de mulheres negras durante a escravidão nos possibilita perceber como essas mulheres subverteram a sua condição jurídica, expressando a sua agência enquanto sujeitos que construíam suas visualidades por meio do vestir. É necessário perceber que os traços da colonização, do racismo e da subjugação da população negra também podem ser visualizados na falta das análises da indumentária negra. Os sujeitos que viveram de algum modo sob o jugo da escravidão foram agentes da sua história e, assim como a população branca europeia, construíam a sua visualidade por meio do vestir. O que pretendemos investigar é a possibilidade de composição individual de uma imagem que fazia consonância, de um lado, com as origens étnicas dessas mulheres, bem como com as construções culturais promovidas pela diáspora, e do outro lado, uma dissimulação da condição cativa.
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A moda enquanto um complexo sistema social e histórico, foi analisada pela primeira vez nas ciências humanas, por meio de uma ótica ocidental, especificamente europeia. No contexto nacional, esse cenário pode ser constatado nos poucos estudos sobre as vestimentas das mulheres africanas e afro-brasileiras. É necessário perceber que os traços da colonização, do racismo e da subjugação, também podem ser visualizados na falta das análises da indumentária negra. De maneira geral, esse trabalho tem como objetivo compreender os usos e significados das vestimentas pelas mulheres negras entre 1860-1889. Buscamos identificar como a linguagem da indumentária foi utilizada por mulheres africanas e afrodescendentes como ferramenta para pertencer e criar um novo lugar distante do estigma da escravidão. Partimos da análise que não existia um modo fechado, padrão de vestimenta dos escravizados, mesmo diante da escravização, ou da pobreza para os livres e libertos. Homens e mulheres conseguiam adquirir roupas que tinham diversos significados materiais e simbólicos que também eram construídos por eles. Entender a agência dos nossos sujeitos em todas as suas dimensões estratégicas é também perceber a relevância das visualidades no caminho da resistência e da liberdade. A escolha do período 1860-1889 se deu pela intensificação das representações imagéticas por meio das fotografias e do aumento da produção de roupas com a popularização da máquina de costura. Esse período assiste uma diminuição do trabalho escravo, dando abertura para homens e mulheres, que antes eram cativos ou filhos de escravizados, “viverem sobre si”.
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ANDERSON LINALDO DE LIMA NASCIMENTO
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DESMANDOS E TROPELIAS:
formação e atuação da Guarda Local de Pernambuco (1870 – 1879)
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Orientador : WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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JEFFREY AISLAN DE SOUZA SILVA
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WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
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Data: 30/08/2024
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A presente dissertação tem por objetivo examinar a formação e estruturação da instituição policial pernambucana denominada Guarda Local. Seu advento ocorreu em 1874 e está relacionado com o contexto de desmobilização da Guarda Nacional, que em virtude da lei imperial no 2395 de 10 de setembro de 1873, não pôde mais atuar como polícia nas províncias. Entretanto, era fundamental esse serviço desempenhado pela Milicia Cidadã nas províncias que tinham as forças policiais precarizadas e Pernambuco encontrava-se nesse cenário. Essa medida provocou um espaço de vacuidade no policiamento do interior pernambucano, fazendo com que os parlamentares na Assembleia Legislativa Provincial tivessem que se mobilizar para reorganizar a guarnição nas localidades mais afastadas do Recife. Sendo assim, a reestruturação veio a partir da lei provincial no 1130 de 30 de abril de 1874, que materializava todas as discussões realizadas pelos deputados sobre o projeto de força policial para o ano financeiro 1874 – 1875. Ficou decidido que o ofício policial em Pernambuco seria desempenhado por duas forças, sendo a primeira o Corpo de Polícia atuando no Recife, e a segunda uma Guarda Local sem estrutura militar ou aquartelamentos criada nos municípios do interior onde houvesse maior necessidade. Ademais, era possível observar a atuação de seus componentes nos periódicos da época, especialmente casos em que se destacavam os desmandos e tropelias dos guardas e dos sujeitos desempenhavam funções de comando. É sobretudo a partir dessas ocorrências que podemos relacionar o emprego policial com a dinâmica sociopolítica do período, destacando-se a conexão, por exemplo, com temas como o clientelismo e a sociedade escravistas.
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A presente dissertação tem por objetivo examinar a formação e estruturação da Guarda Local pernambucana, instituição essa que ficou voltada para atuar no policiamento do interior da província a partir de 1874. Posto que, na década de 1870 em Pernambuco foi promovido um rearranjo no serviço policial, em virtude da lei imperial no 2395 de 10 de setembro de 1873. Ela alterava a organização da Guarda Nacional, conservando para essa instituição somente suas atribuições originais, ou seja, ficando proibida de ajudar no emprego policial cotidiano. A instituição mencionada anteriormente foi criada em 1831, tendo por objetivo, guardar a constituição, os princípios da liberdade e independência, além de velar pela obediência às leis, conservação da ordem e tranquilidade pública, e manutenção da integridade do império brasileiro. Também deveria atuar auxiliando o exército na defesa das fronteiras e costa. (Brasil, 1837). No entanto, em Pernambuco, assim como em outras províncias, a “milicia cidadã” era essencial para o andamento do serviço policial, sobretudo nas localidades mais afastadas da capital, onde os destacamentos do Corpo de Polícia eram insuficientes e até mesmo inexistentes. Sendo assim, para preencher o vazio no policiamento os parlamentares provinciais criaram por meio da lei no 1130 de 30 de abril de 1874, essa nova força policial denominada Guarda Local.
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FRANCISCO LIMA TAVARES
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CINEMA E HISTÓRIA NA DÉCADA DE 1980 NA ARGENTINA: UM ESTUDO SOBRE A HISTÓRIA OFICIAL (1985)
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Orientador : PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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MEMBROS DA BANCA :
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ARTHUR GUSTAVO LIRA DO NASCIMENTO
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FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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PABLO FRANCISCO DE ANDRADE PORFIRIO
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Data: 30/08/2024
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Desde a sua criação, o filme tem se apresentado como uma linguagem privilegiada para representação de períodos históricos dado o seu alcance e popularização, rompendo o isolamento acadêmico e alcançando públicos mais abrangentes. Este trabalho pretende abordar as possibilidades de relações entre a história e o cinema no estudo dos períodos ditatoriais latino-americanos. Nesse sentido, buscamos abordar a representação cinematográfica do período da última ditadura argentina (1976-1983) no cinema argentino da década de 1980 através do estudo do filme La Historia Oficial (1985). Objetiva-se compreender como a narrativa mobiliza esse tema na obra, identificando os elementos internos do filme, suas ligações e relações com o panorama histórico-social do período de redemocratização e como o filme foi recebido pela sociedade da época. Para isso, nos baseamos principalmente na proposta metodológica dos pesquisadores Eduardo Morettin e Marcos Napolitano, que enxergam o cinema portado de uma função de “mediação” na sociedade, buscando na análise de seus elementos internos e externos os diálogos existentes entre o projeto ideológico-estético de um grupo e sua formatação em imagem. Com esta análise, procuramos ir além da crítica do filme inicialmente feita por intelectuais ligados aos movimentos de direitos humanos, e posteriormente consolidada de forma quase unânime nos estudos sobre cinema, centrada na “teoria dos dois demônios” e propor uma outra compreensão ajustada ao contexto histórico da retomada da democracia.
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Desde a sua criação, o filme tem se apresentado como uma linguagem privilegiada para representação de períodos históricos dado o seu alcance e popularização. Este trabalho pretende abordar as possibilidades de relações entre a história, o cinema e a memória no estudo dos períodos ditatoriais latino-americanos. Nesse sentido, buscamos abordar a representação cinematográfica do período da última ditadura argentina (1976-1983) no cinema argentino da década de 1980 através do estudo do filme La Historia Oficial (1985) e que sentidos ele produz na constituição da memória acerca da última ditadura no país. Objetiva-se compreender como a narrativa mobiliza esse tema na obra, identificando os elementos internos do filme, suas ligações e relações com o panorama histórico-social do período de redemocratização. Para isso, nos baseamos na proposta metodológica dos pesquisadores Eduardo Morettin e Marcos Napolitano, que enxergam o cinema portado de uma função de “mediação” na sociedade, buscando na análise de seus elementos internos e externos os diálogos existentes entre o projeto ideológico-estético de um grupo e sua formatação em imagem. Com esta análise, procuramos ir além da crítica de época centrada na “teoria dos dois demônios” e propor uma outra compreensão ajustada ao contexto histórico da retomada da democracia.
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VANESSA VAZ RODRIGUES ALVES
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PERCORRENDO AS PROVÍNCIAS DO NORTE: a cultura alimentar no relato dos viajantes Henry Koster (1811), George Gardner (1836) e Freire Alemão (1859), na Província do Ceará.
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Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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DIOGO ARRUDA CARNEIRO DA CUNHA
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DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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SAMUEL CARVALHEIRA DE MAUPEOU
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Data: 30/08/2024
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No século XIX, devido à abertura dos portos da colônia para o comércio com outros reinos, um número significativo de personagens empreenderam viagens às terras da colônia e Império brasileiros. Nomes como Henry Koster (em 1811) e George Gardner (em 1836) (aqui já não é colônia) fizeram essa jornada pela então região Norte, hoje Nordeste do Brasil. Por meio dos registros de suas viagens condensados em diários de viagem, descreveram a fauna e a flora locais, bem como a arquitetura, a população e aspectos culturais como a alimentação. Já em 1859, sob a égide do Império, Freire Alemão chega à Província do Siará junto à comissão exploradora para “desbravar as riquezas” do Ceará e descrever a cultura e sociedade da Província do Ceará. Todos esses autores produziram diários, em que a presente pesquisa investiga Nos diários estão presentes aspectos socioculturais da alimentação no Siará novecentista, a partir dos contatos feitos com a população pelos autores que passaram pela Capitania/Província. Dessa forma, entendemos o ato de comer como um complexo de valores individuais, sociais, afetivos e de classe. A partir dos diários produzidos buscamos investigar alguns aspectos acerca da alimentação da população local, a cultura alimentar, suas preferências, escolhas e repulsas alimentares e potenciais significados dos alimentos para diversos grupos sociais.
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A presente pesquisa investiga a alimentação das populações na Capitania/Província do Siará, com ênfase nos relatos de viajantes, somado aos censos populacionais, as correspondências trocadas entre a administração local, ouvidores e Coroa portuguesa. No século XIX, devido a abertura dos portos da colônia para tráfego com outros reinos, um número significativo de viajantes empreendeu viagem às terras da colônia brasileira. Nomes como Henry Koster (em 1811) e George Gardner (em 1836) fizeram essa jornada pela então região Norte , hoje Nordeste do Brasil. Nestas os autores, por meio de seus diários de viagem, descreveram fauna e flora local, bem como arquitetura, população, cultura, e também a alimentação. Já em 1859, sob a égide do Império, Freire Alemão chega à Província do Siará junto à comissão exploradora para “desbravar as riquezas” do Ceará. É a partir desses relatos que buscamos investigar as facetas histórico-sociais da alimentação da população local, suas preferências, escolhas, repulsas e significados. Partindo da premissa de que o ato de comer é influenciado por valores individuais, sociais, afetivos, que fizemos o presente estudo para inquirir as fontes sobre essas dinâmicas.
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GUSTAVO HENRIQUE RIBEIRO TINÉ
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Imagens da festa: Ensino de História e itinerários iconográficos a partir do Paço do Frevo
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Orientador : RENAN MARQUES BIRRO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRE MENDES SALLES
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RENAN MARQUES BIRRO
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SANDRA SIMONE MORAES DE ARAÚJO
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Data: 06/09/2024
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Dentro do museu, entre fotografias, pessoas, objetos e identidades, é possível aprender história? Partindo do princípio que a imagem pode e deve contribuir para a aprendizagem histórica (BITTENCOURT, 2008), levamos algumas indagações para dentro de um museu e colocamos em perspectiva algumas possibilidades acerca de como seria a construção de uma proposta de itinerário iconográfico para o ensino de história a partir de um conjunto expográfico, bem como as temáticas possíveis de se trabalhar, baseadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e no currículo de Pernambuco. Podemos interrogar as fotografias, assim como os documentos históricos necessitam de contextualização, e, conforme Burke (2004), as imagens, os textos e os testemunhos orais constituem uma forma importante de evidência histórica, por registrarem atos de testemunha ocular. Estas evidências expressas nas fotografias da exposição “O Ciclo do Carnaval” compõem nosso objeto de análise, instrumentalizados numa proposta que será uma alternativa complementar às mediações realizadas, aproximando o ensino de História no museu a partir do conjunto expográfico disponível no Paço do Frevo, centro de referência em salvaguarda e difusão da memória viva deste patrimônio imaterial da humanidade, o Frevo.
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Dentro do museu, entre fotografias, pessoas, objetos e identidades, é possível aprender história? Partindo do princípio que a imagem pode e deve contribuir para a aprendizagem histórica (BITTENCOURT, 2008), levamos algumas indagações para dentro de um museu e colocamos em perspectiva algumas possibilidades acerca de como seria a construção de uma proposta de itinerário para o ensino de história a partir de um conjunto expográfico, bem como as temáticas possíveis de se trabalhar. Podemos interrogar as fotografias, assim como os documentos históricos necessitam de contextualização. Pensamos como Burke (2004), as imagens, os textos e os testemunhos orais constituem uma forma importante de evidência histórica, por registrarem atos de testemunha ocular. Estas evidências compõem nosso objeto de análise, instrumentalizados numa proposta que será uma alternativa complementar às mediações realizadas, aproximando o ensino de História no museu a partir do conjunto expográfico disponível no Paço do Frevo, centro de referência em salvaguarda e difusão da memória viva deste patrimônio imaterial da humanidade, o Frevo.
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RAFAELA RODRIGUES DOS SANTOS
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O PROGRESSO DO CONHECIMENTO:
FRANCIS BACON E O LUGAR DA RELIGIÃO EM SEU PROJETO DE REFORMA DO SABER (INGLATERRA, 1603-1610)
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Orientador : BRUNO MARTINS BOTO LEITE
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNO MARTINS BOTO LEITE
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MARILIA DE AZAMBUJA RIBEIRO MACHEL
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VERÔNICA CALSONI LIMA
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Data: 20/09/2024
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A figura de Francis Bacon foi frequentemente marcada por suas relações com a ciência e, no que concerne a religião, as interpretações foram variadas: apontou-se o frequente uso bíblico como recurso retórico a fim de estabelecer influência nas elites intelectuais e políticas; e mesmo um posicionamento associado ao ateísmo. Apesar disso, poucas conclusões foram dadas a respeito das relações entre ciência e religião no seu pensamento. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo compreender, através da obra The Advancement of Learning, publicada em 1605, a organização teológica e o subsequente lugar da religião na classificação do conhecimento proposta pelo filósofo inglês. Nesse sentido, objetivamos identificar as discussões teológicas vigentes na Inglaterra no século XVII, visando analisar como as divergentes perspectivas concernentes a uma prática e vivência religiosa circulavam em um momento marcado pela transição de Dinastias e de agitação político-religiosa, bem como analisar quais concordâncias e discordâncias Bacon se associou, dentro de tais discussões, para a construção e concepção de suas propostas reformadoras. Compreende-se a tentativa do filósofo, e político, em apaziguar as divergências religiosas e as agitações sociais que ocorriam na Inglaterra, mas principalmente de estabelecer uma nova percepção para o conhecimento humano cujo papel da fé e da religião estava equilibrado com a ciência. A partir de um esquema teológico bem estabelecido, o estudo da natureza e o subsequente progresso do conhecimento redimia a raça humana do seu pecado original.
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A figura de Francis Bacon foi frequentemente marcada por suas relações com a ciência e, no que concerne a religiosidade, as interpretações foram variadas: apontou-se o frequente uso bíblico como recurso retórico a fim de estabelecer influência nas elites intelectuais e políticas; e mesmo um posicionamento associado ao ateísmo. (Mcknight, 2006) Apesar disso, poucas conclusões foram dadas a respeito das relações entre ciência e religiosidade no seu pensamento. Assim, a presente proposta tem como objetivo compreender as fundamentações teológicas utilizadas por Francis Bacon (1561-1626) na composição de seu projeto de reforma do saber, e que tem como primeiro passo a classificação do conhecimento humano e divino – vislumbrado principalmente em sua obra The Advancement of Learning (1605). Nesse sentido, objetivamos identificar as discussões teológicas vigentes na Inglaterra na primeira década do século XVII, visando analisar como as divergentes perspectivas concernentes a uma prática e vivência religiosa circulavam em um momento marcado pela transição de Dinastias e de agitação político-religiosa, bem como analisar em quais destas proposições Francis Bacon esteve associado – ou não – para a construção e concepção de suas propostas científicas. Compreende-se principalmente a tentativa baconiana de apaziguar as divergências religiosas e as agitações sociais que ocorriam na Inglaterra, no iniciar do século XVII, através de sua proposta filosófica de divisão do conhecimento humano e divino, e que estabelecia uma quebra com a tradição escolástica no âmbito filosófico e religioso: a Palavra de Deus, visualizada na Bíblia, divergia das Obras de Deus, esta última associava-se principalmente ao estudo da natureza.
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JOSÉ MATEUS GUEDES LINS
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OS FIOS DO CONFLITO: OS TRABALHADORES DA COMPANHIA DE TECIDOS PAULISTA NA BUSCA POR DIREITOS (1962-1967)
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Orientador : JOSE MARCELO MARQUES FERREIRA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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JOSE MARCELO MARQUES FERREIRA FILHO
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TIAGO BERNARDON DE OLIVEIRA
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Data: 30/09/2024
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A seguinte pesquisa tem como objetivo analisar a atuação dos trabalhadores da Companhia de Tecidos Paulista na busca por direitos no contexto do golpe empresarial-militar de 1964. Inseridos em um complexo sistema de dominação de “fábrica com vila operária”, a classe trabalhadora de Paulista teve diversos aspectos de sua vida controlados pela Companhia, desde o acesso à moradia, emprego e alimentação, até o desenvolvimento de espaços de lazer e sociabilidade. Ao longo de seu fazer-se, a classe operária do Paulista desafiou o comando dos Lundgren – família proprietária da fábrica de tecidos, (e de) quase todo o território da cidade e outros empreendimentos - através da associatividade sindical e organização de movimentos de reivindicação de melhorias. No início dos anos 1960, os operários paulistenses participaram de importantes greves contra a CTP e a falta de aplicação dos direitos trabalhistas pela empresa. Após o golpe empresarial-militar, as reivindicações dos trabalhadores urbanos e camponeses foram bruscamente interrompidas pelos aparelhos de desmobilização, controle e repressão instalados. Dessa forma, essa pesquisa está inserida no campo da História Social do Trabalho, e tem como objetivo estudar as contradições entre classe trabalhadora e patronato no período da ditadura militar. Com o raio de ação limitado, a judicialização transformou-se em principal ferramenta para exigências de melhorias do proletariado. Por meio da análise quantitativa dos processos da J.C.J. de Paulista e de atas de assembleias do sindicato, examinaremos como se desenvolveu a atuação desses operários na justiça, e de que forma o contexto político e econômico do período modificou as relações de trabalho e abriu espaço para ações danosas da CTP contra seus empregados.
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A seguinte pesquisa tem como objetivo analisar a atuação dos trabalhadores da Companhia de Tecidos Paulista na busca por direitos no contexto do golpe empresarial-militar de 1964. Inseridos em um complexo sistema de dominação de "fábrica com vila operária", a classe trabalhadora de Paulista teve diversos aspectos de sua vida controlados pela companhia, desde o acesso à moradia, emprego e alimentação, até o desenvolvimento de espaços de lazer e sociabilidade. Com o início da formação de uma consciência de classe, esses trabalhadores começaram a desafiar o comando dos Lundgren – família que era dona da fábrica de tecidos, (e de) quase todo o território da cidade e outros empreendimentos - através da associatividade sindical e organização de movimentos de reivindicação de melhorias. No início dos anos 1960, os operários paulistenses participaram de importantes greves contra a CTP e a falta de aplicação dos direitos trabalhistas pela empresa. Após o golpe empresarial-militar, as reivindicações dos trabalhadores urbanos e camponeses foram bruscamente interrompidas pelos aparelhos de desmobilização, controle e repressão instalados. Dessa forma, essa pesquisa está inserida no campo da História Social do Trabalho, e tem como objetivo estudar as contradições entre classe trabalhadora e patronato no período da ditadura militar. Com o raio de ação limitado, a judicialização transformou-se em principal ferramenta para exigências de melhorias do proletariado. Por meio da análise quantitativa dos processos da J.C.J. de Paulista e de atas de assembleias do sindicato, examinaremos como se desenvolveu a atuação desses operários na justiça, e de que forma o contexto político e econômico do período modificou as relações de trabalho e abriu espaço para ações danosas da CTP contra seus empregados.
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Teses |
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TEREZA CÂNDIDA ALVES DINIZ
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O TEMPO GRAVADO: ARTE, MEMÓRIAS E TRAJETOS - AS XILOGRAVURAS DE STÊNIO DINIZ (1971-2006)
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Orientador : REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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ELSON DE ASSIS RABELO
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MARIA DO ROSARIO DA SILVA
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REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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SÔNIA MARIA DE MENESES SILVA
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Data: 20/02/2024
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Esta tese tem como objetivo analisar as imagens de José Stênio Silva Diniz, xilógrafo, gravador, poeta e compositor juazeirense na década de 1970, investigando as condições históricas, culturais, políticas e sociais, memórias e práticas de escrita. Por meio de sua vasta produção de xilogravuras, podemos compreender diversos fragmentos de sua trajetória, especificamente quando Stênio Diniz, o gravador do tempo, imprimiu em suas imagens fragmentos historicamente situados, que permitem, por sua vez, verificar como o artista transitou em distintos espaços culturais, intelectuais e sociais. Além de suas xilogravuras, mobilizamos um corpus documental produzido intelectualmente pelo artista, tais como: seu arquivo de memórias, contendo catálogos de exposições, fotografias, escritos memorialísticos, recortes de jornais, sua biblioteca particular e seus relatos de memórias. Outros documentos externos ao artista foram inseridos: entrevistas, jornais e bibliografia especializada. Os documentos selecionados se conectam apresentando um artista múltiplo, inventivo e dinâmico que foi se construindo na luta cotidiana, no enfrentamento as injustiças sociais por meio da arte, alcançando o título de Mestre da Cultura pelo Governo do Estado do Ceará em 2006. A tese é dividida em quatro capítulos. No primeiro capítulo, A paisagem da memória do passado, tomamos como eixo condutor o “arquivo de memórias” do artista. O protagonismo de Stênio se percebe na invenção do seu “acervo” particular cujo objetivo é a perpetuação de suas memórias e a luta contra o esquecimento. No segundo capítulo, Na volta uma reviravolta: parcerias, bienais e exposições, destacam-se análises sobre as redes de relacionamentos entre Stênio Diniz, poetas, artistas, intelectuais, militantes e ativistas políticos. Investiga-se o trânsito desses grupos pela tipografia São Francisco e como tais influências corroboraram na formação artística, política e social do artista. O terceiro capítulo, A história das imagens de Stênio, privilegiou as xilogravuras como suportes de memórias, sintomas culturais e políticos da sociedade, com destaque para o álbum Retirada produzidas em parceria com a artista Mariza Viana. No quarto capítulo, Um artista em trânsito num mundo em transição. As décadas de 1980 e 1990 marcam o reconhecimento internacional da produção artística de Stênio Diniz. As imagens aparecem mais refinadas do ponto de vista plástico e de intensa crítica ao governo. As parcerias culturais na Alemanha fomentaram projetos significativos e estimularam a criatividade do artista resultando numa arte preocupada com questões ecológicas. A pesquisa indicou que, os estudos sobre imagens somente recentemente se detiveram sobre a visualidade das xilogravuras. Ignorada por décadas a relevância dessas imagens e dos seus artistas, apontam para a criatividade, memórias e distintas temporalidades históricas. Portanto, as imagens nesta tese migram no espaço-tempo carregando em seus suportes passado sobre passado, resultado da capacidade que as xilogravuras possuem em reter memórias, adaptar-se, resistir e adquirir novos sentidos.
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Esta tese tem como objetivo analisar as imagens de José Stênio Silva Diniz, xilógrafo, gravador, poeta e compositor juazeirense na década de 1970, investigando as condições históricas, culturais, políticas e sociais, memórias e práticas de escrita. Por meio de sua vasta produção de xilogravuras, podemos compreender diversos fragmentos de sua trajetória, especificamente quando Stênio Diniz, o gravador tempo, imprimiu em suas imagens fragmentos historicamente situados, que permitem por sua vez, verificar como o artista transitou em distintos espaços culturais, intelectuais e sociais. Além de suas xilogravuras, mobilizamos um corpus documental produzido intelectualmente pelo artista, tais como: seu arquivo de memórias, contendo catálogos de exposições, fotografias, escritos memorialísticos, recortes de jornais, sua biblioteca particular e seus relatos de memórias. Outros documentos externos ao artista foram inseridos: entrevistas, jornais e bibliografia especializada. Os documentos selecionados se conectam apresentando um artista múltiplo, inventivo e dinâmico que foi se construindo na luta cotidiana, no enfrentamento as injustiças sociais por meio da arte, alcançando o título de Mestre da Cultura pelo Governo do Estado do Ceará em 2006. A tese é dividida em quatro capítulos. O primeiro capítulo, A paisagem da memória do passado, tomamos como eixo condutor o “arquivo de memórias” do artista. O protagonismo de Stênio se percebe na invenção do seu “acervo” particular cujo objetivo é a perpetuação de suas memórias e a luta contra o esquecimento. No segundo capítulo, Na volta uma reviravolta: parcerias, bienais e exposições, (em construção) destacam-se como análises as redes de relacionamentos entre Stênio Diniz, poetas, artistas, intelectuais, militantes e ativistas políticos. Investiga-se o trânsito desses grupos pela tipografia São Francisco e como tais influências corroboraram na formação artística, política e social do artista. O terceiro capítulo, A história das imagens de Stênio, privilegiou as imagens, com destaque para o álbum Retirada produzidas em parceria com a artista Mariza Viana. No quarto capítulo, Um artista em trânsito num mundo em transição (ainda em construção) as imagens aparecem mais refinadas do ponto de vista plástico e de intensa crítica ao governo (Década de 1980/1990). A pesquisa indicou que, os estudos sobre imagens somente recentemente se detiveram sobre a visualidade das xilogravuras. Ignorada por décadas a relevância dessas imagens e dos seus artistas, apontam para a criatividade, memórias e distintas temporalidades históricas.
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ARTHUR VICTOR GONÇALVES GOMES DE BARROS
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"Despertai com orações o avanço industrial vem trazer nossa redenção": O Grupo de Estudos do Açúcar e a modernização da agroindústria canavieira em Pernambuco (1963-1966)
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Orientador : CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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MEMBROS DA BANCA :
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FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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HELDER REMIGIO DE AMORIM
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ROBERTA BARROS MEIRA
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THOMAS DYSON ROGERS
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TIAGO BERNARDON DE OLIVEIRA
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Data: 23/02/2024
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A pesquisa aborda o Grupo de Estudos de Açúcar (GEA), uma instituição estabelecida em 1963 pelos usineiros de Pernambuco, com foco na análise da produção e disseminação das ideias de seus membros no contexto do planejamento da modernização agrícola do complexo agroindustrial açucareiro durante a década de 1960. A investigação sobre a formação do grupo diante do fenômeno da modernização possibilita a construção de uma narrativa sobre a união da classe patronal em defesa da plantation canavieira como modelo de produção. Essa defesa fundamenta-se em uma perspectiva que enaltece a importância desse modo de produção, ancorada em uma visão idealizada do passado, concebida sob a ótica da longa duração e que exalta os colonizadores. Utilizando uma documentação vasta e até então inédita, a pesquisa insere-se no campo da história do açúcar e de uma historiografia que analisa as diversas fases da produção açucareira no Nordeste. O Fundo Grupo de Estudos do Açúcar constitui a principal fonte do corpo documental, organizado por Jordão Emerenciano, coordenador geral do GEA e patrono do Arquivo Público que leva o seu nome. As discussões apresentadas ao longo do trabalho abordam a imposição da plantation canavieira no Brasil, seus impactos na formação socioeconômica e a função dos intelectuais da classe dominante na reprodução de uma herança colonial que ainda hoje afeta sujeitos. Além disso, procuram construir uma história do Grupo de Estudos do Açúcar, de seus membros e das relações dessa instituição com órgãos da administração pública e agências internacionais. Trata-se de uma iniciativa de expansão sobre uma história antes contada apenas em notas explicativas, agora recebendo uma atenção dedicada.
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Esta pesquisa procura analisar o Grupo de Estudos de Açúcar, criado em 1963, a partir dos seus intelectuais e suas produções, que estavam voltadas para a elaboração de soluções destinadas ao melhoramento do rendimento agrícola do complexo agroindustrial açucareiro durante a primeira metade da década de 1960. Valendo-se de uma documentação vasta, e até então inédita, a pesquisa se insere no âmbito da história do açúcar e de uma historiografia que analisa as diversas fases da produção açucareira no Nordeste, com ênfase em Pernambuco durante a segunda metade do século XX. Do mesmo modo, a pesquisa desenvolve uma análise sobre o papel dos intelectuais, não canonizados e classificados enquanto técnicos, na formação de uma interpretação sobre a plantation canavieira, seus problemas e a sua relação com a economia estatal. Trata-se, portanto, de uma iniciativa no campo das pesquisas voltadas para o estudo de um grupo de intelectuais orgânicos atuando em defesa dos interesses de uma classe, neste caso, os usineiros, e amparados por uma noção de passado edênico da economia açucareira em Pernambuco.
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AMANDA BARLAVENTO GOMES
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POLÍTICOS E CAPITALISTAS: A TRAJETÓRIA DE AUGUSTO FREDERICO DE OLIVEIRA, HERDEIRO DE UM
TRAFICANTE NO RECIFE OITOCENTISTA (1855 – 1879)
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Orientador : MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MEMBROS DA BANCA :
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CARLOS GABRIEL GUIMARAES
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MÔNICA MARIA DE PÁDUA SOUTO DA CUNHA
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PAULO HENRIQUE FONTES CADENA
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Data: 28/02/2024
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Esta tese tem como objetivo contribuir para as discussões acerca do que aconteceu com as grandes fortunas advindas do tráfico ilegal de escravizados para o Brasil, a partir da trajetória de vida do herdeiro do traficante pernambucano, o Barão de Beberibe, Augusto Frederico de Oliveira, entre os anos de 1855 a 1879. A tese abarca não apenas a trajetória de Augusto em si, sua atuação como deputado, como banqueiro capitalista, fundador de empresas e herdeiro. Ela discute vários momentos da História do Brasil através da inserção deste personagem no mundo em que ele viveu. A trajetória de Augusto perpassou por momentos importantes, desde a Confederação do Equador, quando foi estudar na Europa, passando pelo período regencial, quando foi introduzido nos negócios da família, a Revolução Praieira, onde lutou como voluntário ao lado do pai e do irmão contra os liberais. Através das relações sociais que este indivíduo estabeleceu, da sua formação educacional, dos investimentos financeiros que fez, das metas que traçou, oferecem-se indícios, elementos, para aprofundarmos cada vez mais o debate sobre este importante tema que tem reflexos diretos para compreensão do Brasil contemporâneo. Pretende-se, assim, contribuir para a discussão sobre esta questão.
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Esta tese tem como objetivo contribuir para as discussões acerca do que aconteceu com as grandes fortunas advindas do tráfico ilegal de escravizados para o Brasil, a partir da trajetória de vida do herdeiro do traficante pernambucano, o Barão de Beberibe, Augusto Frederico de Oliveira, entre os anos de 1855 a 1879. A tese abarca não apenas a trajetória de Augusto em si, sua atuação como deputado, como banqueiro capitalista, fundador de empresas e herdeiro. Ela discute vários momentos da História do Brasil através da inserção deste personagem no mundo em que ele viveu. A trajetória de Augusto perpassou por momentos importantes, desde a Confederação do Equador, quando foi estudar na Europa, passando pelo período regencial, quando foi introduzido nos negócios da família, a Revolução Praieira, onde lutou como voluntário ao lado do pai e do irmão contra os liberais. Através das relações sociais que este indivíduo estabeleceu, da sua formação educacional, dos investimentos financeiros que fez, das metas que traçou, oferecem-se indícios, elementos, para aprofundarmos cada vez mais o debate sobre este importante tema que tem reflexos diretos para compreensão do Brasil contemporâneo. Pretende-se, assim, contribuir para a discussão sobre esta questão.
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HUGO PAZ DE FARIAS BRAGA
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A PARAÍBA NO IMPÉRIO: Estado e sociedade (1837-1871)
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Orientador : CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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GERVACIO BATISTA ARANHA
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LUCIANO MENDONÇA DE LIMA
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PEDRO VILARINHO CASTELO BRANCO
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WELLINGTON BARBOSA DA SILVA
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Data: 08/03/2024
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A presente tese tem como objetivo historizar e problematizar a formação do Estado Nacional brasileiro a partir da província da Paraíba do Norte. O recorte temporal abrange o período de 1837, início do Segundo Reinado, até 1871, momento em que as instituições do Império já se encontram bem estabelecidas. O enfoque direcionar-se-á para a análise da criação e consolidação da estrutura de poder político e administrativo na(da) província da Paraíba, assim como sua relação com o centro do Império, abordando o debate clássico na historiografia sobre o Segundo Reinado: centralização vs. descentralização. Para análise do tema, será investigada a formação de uma camada de intelectuais denominada "elite de classe", formada (pelo) e formadora do Estado Nacional na Paraíba, e sua relação com os "potentados locais", isto é, os proprietários comandantes políticos municipais.
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Este trabalho tem por finalidade perscrutar, analisar e problematizar o processo de formação, consolidação e debacle do Estado Imperial na então Província da Paraíba do Norte. Entendendo assim que por se tratar de parte do Estado Imperial o processo na Paraíba não se desenrola, necessariamente, como reflexo do que acontece no país. Neste percurso serão analisados e problematizados os grupos detentores do poder, sua relação com a sociedade, as relações entre “poder local x central” — um dos grandes debates da historiografia brasileira sobre o Império e a Primeira República — a partir das categorias de coronelismo e oligarquia. Sem nunca perder de vista esta primeira questão, se buscará analisar a crise do Estado Imperial na Paraíba e como temas nacionais (escravidão, movimento republicano, decadência econômica, problemas sociais) refletiram nos grupos políticos paraibanos e como eles buscaram oferecer respostas a tais impasses.
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RENATA BORBA CAHÚ SIQUEIRA
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"FECUNDAS, IMENSAS E OCUPADAS, MÃOS LABORIOSAS...":
OS MÚLTIPLOS TRABALHOS DAS CANAVIEIRAS E SUA CONTRIBUIÇÃO À SOBREVIVÊNCIA DA CLASSE TRABALHADORA RURAL (ZONA DA MATA SUL DE PERNAMBUCO, ANOS 1970)
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Orientador : CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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CHRISTINE PAULETTE YVES RUFINO DABAT
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JOSE MARCELO MARQUES FERREIRA FILHO
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MARIANA YANTE BARRETO PEREIRA
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THOMAS DYSON ROGERS
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Data: 27/05/2024
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A presente tese estuda os múltiplos trabalhos das canavieiras e a contribuição destes à sobrevivência da classe assalariada rural, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, nos anos de 1970. O sistema de plantação, no qual estavam inseridos os trabalhadores e trabalhadoras do açúcar, impôs aos mesmos, para além das adversidades próprias da exploração capitalista, condições de existência precárias. No recorte temporal da presente pesquisa, os incentivos do Estado à agroindústria sucroalcooleira foram intensos. Com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool, 1975), houve um aumento da pauperização dos trabalhadores devido, entre outras causas, à perda dos sítios para a expansão monocultora da cana-de-açúcar. Somava-se a essa realidade o período autoritário (1964-1985) e as consequências advindas dessa “longa noite”: agravamento da violência; perseguições políticas; intervenções em sindicatos; achatamento salarial. Foi nesse contexto de “exploração e miséria”, com parcos recursos monetários, e em uma época de reduzidas políticas públicas voltadas ao auxílio dos assalariados rurais, que as canavieiras atuaram. Trabalharam em diferentes esferas: nas plantações, semeando, cortando cana, limpando mato; e nos lares cuidando dos “afazeres domésticos”. Intentamos demonstrar, como escreveu Cora Coralina, que foi através das “fecundas, imensas e ocupadas, mãos laboriosas...” das trabalhadoras rurais que foi possível a manutenção, mesmo em condições adversas, da vida. A presente pesquisa foi pautada pela análise de fontes primárias, processos trabalhistas da Junta de Conciliação e Julgamento de Catende e Palmares; além das Atas do Instituto do Açúcar e do Álcool, as séries históricas do IBGE; os Diários do Congresso Nacional, a Legislação Trabalhistas, entre outras.
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A presente tese estuda os múltiplos trabalhos das canavieiras e a contribuição destes à sobrevivência da classe assalariada rural, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, nos anos de 1970. O sistema de plantação, na qual estavam inseridos os trabalhadores e trabalhadoras do açúcar, impôs aos mesmos, para além das adversidades próprias da exploração capitalista, condições de existência precárias. No recorte temporal da presente pesquisa, os incentivos do Estado à agroindústria sucroalcooleira foram intensos. Com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool, 1975), houve um aumento da pauperização dos trabalhadores devido, entre outras causas, à perda dos sítios para a expansão monocultora da cana-de-açúcar. Somava-se a essa realidade o período autoritário (1964-1985) e as consequências advindas dessa “longa noite”: agravamento da violência; perseguições políticas; intervenções em sindicatos; achatamento salarial. Foi nesse contexto de “exploração e miséria”, com parcos recursos monetários, e em uma época de reduzidas políticas públicas voltadas ao auxílio dos assalariados rurais, que as canavieiras atuaram. Trabalharam em diferentes esferas: nas plantações, semeando, cortando cana, limpando mato; e nos lares cuidando dos “afazeres domésticos”. Intentamos demonstrar, como escreveu Cora Coralina, que foi através das “fecundas, imensas e ocupadas, mãos laboriosas...” das trabalhadoras rurais que foi possível a manutenção, mesmo em condições adversas, da vida. A presente pesquisa foi pautada pela análise de fontes primárias, processos trabalhistas da Junta de Conciliação e Julgamento de Catende e Palmares; além das Atas do Instituto do Açúcar e do Álcool, as séries históricas do IBGE; os Diários do Congresso Nacional, a Legislação Trabalhistas, entre outras.
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JÚLIO CÉSAR PEREIRA DOS SANTOS BENTO
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"AO NEGRO DEVE O BRASIL UMA FECUNDA CONTRIBUIÇÃO":
Monteiro Lopes e Elyseu César e a busca pela cidadania por homens de "cor" no pós-abolição brasileiro
(1888-1923)
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Orientador : CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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MEMBROS DA BANCA :
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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JOSE BENTO ROSA DA SILVA
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PETRÔNIO JOSÉ DOMINGUES
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TERESINHA DE JESUS MESQUITA QUEIROZ
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WALDECI FERREIRA CHAGAS
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Data: 20/06/2024
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Este trabalho teve como objetivo comparar e analisar as trajetórias dos intelectuais de "cor" Manoel da Motta Monteiro Lopes (1867-1910) e Elyseu Elias César (1871-1923) que vivenciaram o fim do século XIX e as primeiras décadas do XX, passando dessa maneira entre a escravidão e o pós-abolição. Esses indivíduos vivenciaram um período de mudanças tanto no sistema político como na condição social para as pessoas negras e mesmo sem se conhecerem (pessoalmente), comungaram de escolhas comuns que nos permitem essa análise comparativa. Dessas experiências comuns, destacamos como tese central a repetição de três pontos principais: a atuação em diversas áreas, a criação de redes de sociabilidades durante toda as suas vidas e as questões raciais enfrentadas, sentidas ou apresentadas em produções literárias. Tanto Monteiro Lopes como Elyseu César tiveram trajetórias plurais e multifacetadas, percorrendo províncias/estados como a Parahyba do Norte, Pernambuco, Pará, Amazonas, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Em relação a atuação Monteiro Lopes foi político, promotor, advogado, jornalista e membro de associações e clubes; Elyseu César também foi político, jornalista, promotor, advogado, professor, secretário de intendência e orador em eventos. Ambos vieram camadas médias urbanas e por meio dos seus pais seguiram o caminho da educação indo da formação primária local ao curso de Direito de Recife. As trajetórias desses dois sujeitos nos permitiram passar por temas sintomáticos e relevantes do período como a imigração, as teorias raciais, as práticas políticas do período e as possibilidades de ascensão a sujeitos negros no pós-abolição brasileiro. As duas trajetórias apontam caminhos em comum e um "horizonte de possibilidades" para as populações negras que almejassem galgar novos espaços sociais e políticos no período. Monteiro Lopes e Elyseu César em perspectiva comparada serviram para compreender como mesmo em um contexto adverso de segregação social de pessoas negras, alguns sujeitos conseguiram contornar ou enfrentar as barreiras do sistema, ora por meio da política e suas alianças, ora por meio de sua intelectualidade, burlaram a exclusão social fruto do racismo científico e foram reconhecidos pela sociedade da época. A metodologia escolhida para a análise foi a do estudo comparativo construindo a trajetória dos dois sujeitos em paralelo pontuando as suas semelhanças e diferenças a partir das leituras bibliográficas a respeito do pós-abolição, Primeira República, racismo científico, clientelismo e cidadania. O trabalho foi construído a partir de documentos físicos e digitais como jornais e periódicos, atas, revistas, livros de memorialistas e outros documentos oficiais.
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Este trabalho teve como objetivo comparar e analisar as trajetórias dos intelectuais de “cor” Manoel da Motta Monteiro Lopes (1867-1910) e Elyseu Elias César (1871-1923) que vivenciaram o fim do século XIX e as primeiras décadas do XX, passando dessa maneira entre a escravidão e o pós-abolição. Esses indivíduos vivenciaram um período de mudanças tanto no sistema político como na condição social para as pessoas negras e mesmo sem se conhecerem (pessoalmente), comungaram de escolhas comuns que nos permitem essa análise comparativa. Dessas experiências comuns, destacamos como tese central a repetição de três pontos principais: a atuação em diversas áreas, a criação de redes de sociabilidades durante toda as suas vidas e as questões raciais enfrentadas, sentidas ou apresentadas em produções literárias. Tanto Monteiro Lopes como Elyseu César tiveram trajetórias plurais e multifacetadas, percorrendo províncias/estados como a Parahyba do Norte, Pernambuco, Pará, Amazonas, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Em relação a atuação Monteiro Lopes foi político, promotor, advogado, jornalista e membro de associações e clubes; Elyseu César também foi político, jornalista, promotor, advogado, professor, secretário de intendência e orador em eventos. Ambos vieram camadas médias urbanas e por meio dos seus pais seguiram o caminho da educação indo da formação primária local ao curso de Direito de Recife. As trajetórias desses dois sujeitos nos permitiram passar por temas sintomáticos e relevantes do período como a imigração, as teorias raciais, as práticas políticas do período e as possibilidades de ascensão a sujeitos negros no pós-abolição brasileiro. As duas trajetórias apontam caminhos em comum e um “horizonte de possibilidades” para as populações negras que almejassem galgar novos espaços sociais e políticos no período. Monteiro Lopes e Elyseu César em perspectiva comparada serviram para compreender como mesmo em um contexto adverso de segregação social de pessoas negras, alguns sujeitos conseguiram contornar ou enfrentar as barreiras do sistema, ora por meio da política e suas alianças, ora por meio de sua intelectualidade, burlaram a exclusão social fruto do racismo científico e foram reconhecidos pela sociedade da época. A metodologia escolhida para a análise foi a do estudo comparativo construindo a trajetória dos dois sujeitos em paralelo pontuando as suas semelhanças e diferenças a partir das leituras bibliográficas a respeito do pós-abolição, Primeira República, racismo científico, clientelismo e cidadania. O trabalho foi construído a partir de documentos físicos e digitais como jornais e periódicos, atas, revistas, livros de memorialistas e outros documentos oficiais.
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ALINE EMANUELLE DE BIASE ALBUQUERQUE
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Nos sertões das rainhas Jingas:
Guerra, soberania e comércio no interior angolano (1744-1839)
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Orientador : MARCUS JOAQUIM MACIEL DE CARVALHO
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MEMBROS DA BANCA :
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SUELY CREUSA CORDEIRO DE ALMEIDA
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VALERIA GOMES COSTA
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LUCILENE REGINALDO
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MARIANA BRACKS FONSECA
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ROQUINALDO AMARAL FERREIRA
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Data: 21/06/2024
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Este trabalho analisa as ações do povo e das chefias do reino jinga do Ndongo e da Matamba no vale do rio Kwango, região de concentração dos grandes mercados de escravos no interior angolano. Após a morte da famosa rainha Njinga Mbandi, no século XVII, seu território e seu povo passaram a ser referenciados nas fontes portuguesas como "reino de Jinga", "Estados da Jinga" ou "jingas". Do século XVII ao XIX, os soberanos jingas, em sua maioria mulheres, lutaram e prejudicaram os portugueses na vizinhança de seu principal enclave político e comercial no sertão, o presídio de Ambaca. Neste trabalho, investigaremos o papel desempenhado pelo reino jinga do Ndongo e da Matamba na geopolítica e no comércio dos sertões e destacaremos a resistência desse estado em meio às disputas internas e ao aumento da escravização para o tráfico atlântico. O recorte adotado vai desde 1744, quando o reino luso decretou guerra a rainha jinga D. Ana II, até 1839, período de uma nova batalha, que culminou com a fundação do presídio de Duque de Bragança nas terras jingas. A partir do diálogo com a historiografia e com as fontes do Arquivo Histórico Ultramarino, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, destacaremos as estratégias de resistência e soberania desse povo originado nas lutas de Njinga, a atuação de seu concorrente e rival, o reino de Cassanje, e uma gama de outras populações aliadas dos jingas na política e no comércio. Os vários embates entre os jingas e o poder em Luanda nos permitem destacar a fragilidade lusitana naqueles sertões, apontando como as vitórias lusas nas guerras e os acordos de paz assinados eram efêmeros frente a uma resistência duradoura das diversas jingas ao longo do tempo. Ao mesmo tempo, aqueles sertões fortemente influenciados pela política soberana do reino de Jinga pode ter sido cenário e origem de grande parte das vítimas do tráfico transatlântico embarcadas na África Centro-Ocidental. Por fim, a despeito do discurso colonial português, os jingas não foram vencidos.
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Este trabalho trata da resistência do povo e das chefias do Ndongo e da Matamba em meio à expansão portuguesa e à escravização de pessoas no interior angolano. Após a morte da famosa rainha Njinga Mbandi, no século XVII, seu território e seu povo passaram a ser referenciados nas fontes portuguesas como “reino de Jinga”, “Estados da Jinga” ou “jingas”. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, os soberanos jingas, em sua maioria mulheres, lutaram e desafiaram os portugueses na vizinhança de seu principal enclave político e comercial no sertão, o presídio de Ambaca. Neste trabalho, analisaremos a etnia jinga a fim de observar os conflitos e o comércio no vale do Kwango, região que mais fornecia escravizados para as rotas negreiras que desembocavam em Luanda e nos portos do norte. O recorte adotado vai desde 1744, quando o reino luso decretou guerra a rainha jinga D. Ana II, até 1839, período em que os portugueses conseguiram invadir as terras dos jingas e fundaram o presídio de Duque de Bragança. A partir do diálogo com a historiografia e com as fontes do Arquivo Histórico Ultramarino, do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, destacaremos tanto as estratégias de resistência e soberania desse povo originado nas lutas de Njinga, quanto de seu concorrente, o reino de Cassanje, e uma gama de outras populações aliadas dos jingas na política e no comércio. Finalmente, analisaremos como esse reino de Jinga pode ter sido cenário e origem de grande parte das vítimas do tráfico transatlântico embarcadas na África Centro- Ocidental.
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TATIANNE ELLEN CAVALCANTE SILVA
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NARRADORAS DA RESISTÊNCIA: MULHERES, MEMÓRIAS E DITADURA NO NORDESTE DO BRASIL (1964-1985)
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Orientador : ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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MEMBROS DA BANCA :
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ALCILEIDE CABRAL DO NASCIMENTO
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ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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DAYANE NASCIMENTO SOBREIRA
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FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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Data: 22/07/2024
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Este trabalho analisa as memórias de mulheres militantes de esquerda como ação de resistência à política de apagamento e esquecimento estabelecida pós-ditadura civil-militar brasileira, entendendo que, ao se projetarem no espaço público, tais memórias desestabilizam os discursos hegemônicos e potencializam narrativas plurais sobre as experiências durante este período. Para tanto, ao historicizarmos os lugares designados aos testemunhos de mulheres, arguirmos sobre a passagem da memoria di cucina, conceito elaborado por Luiza Passerini (2011), para o que denominamos de memórias da ágora, ou seja, a passagem das narrativas de memórias tecidas no espaço privado para o testemunho produzido no espaço público enquanto ação política. Essas memórias, ao serem declaradas no espaço público, possibilitam o confronto, o debate, mostram as redes de relações nas quais estão inseridas, ajudam a compor, no entrelaçamento com outras fontes, os fios que alinhavam as vivências e experiências destas mulheres no exercício de militância política entre os anos de 1960-1980. Nesse sentido duas temáticas ganham centralidade nos relatos dessas mulheres: a militância política de esquerda e as experiências na prisão. Para tal construção consideramos como fontes os prontuários individuais elaborados na Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, Informes e dossiês do Serviço Nacional de Segurança – SNI, testemunhos e relatos escritos e orais. Por fim, o diálogo com as teorias feministas de autoras como Luísa Passerini, Danielle Tega, Leonor Arfuch, Susel O. da Rosa, Margareth Rago e Virginia Woolf, nos auxiliam no debate sobre memória e gênero.
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Este trabalho tece as trajetórias políticas de Dulce Pandolfi, Eridan Magalhães, Lilia Gondim, Helena Serra Azul, Maria Yvone Loureiro, Vera Rocha e Yara Falcón. E tem como objetivo compreender as trajetórias políticas de mulheres que se inseriram na resistência à ditadura civil–militar no Brasil, subvertendo a ordem patriarcal de gênero e construindo novos espaços de atuação política. Para tanto, como objetivos específicos destacamos: a) Problematizar o testemunho de mulheres que se opuseram à ditadura civil-militar como ato de resistência ao silenciamento imposto no processo de redemocratização; b) Discutir a construção das mulheres enquanto sujeito político atuante na resistência à ditadura civil-militar nas décadas de 1960-1970; c) Analisar o entrelaçamento entre as violências patriarcal de gênero e dos órgãos de repressão, bem como as resistências tecidas pelas mulheres no espaço de prisão; d) Refletir sobre a reelaboração das ações políticas das mulheres à frente dos movimentos democráticos e na produção das micropolíticas nas décadas de 1970-1980. Para a elaboração dessas trajetórias as epistemologias feministas e as tessituras da História das mulheres foram às lentes pelas quais lemos e re-elaboramos esse passado, o encontro com o pensamento de autoras como Margareth Rago, Judith Butler, Heleieth Saffioti, Susel Oliveira da Rosa, entre outras, trazem ressonâncias à escrita desta tese. A historiografia sobre ditadura civil-militar é fundamental para a construção dessas trajetórias, bem como as teorias sobre memória, testemunho, resistências, relações de gênero e patriarcado são bussolas nesse percurso. Esse passado, cujos fragmentos nos chegam a partir das pequenas pinceladas em papéis amarelados, ou como lampejos nos testemunhos orais e escritos, são indagados mediante a análise externa e interna das fontes. A análise externa concerne que todo resquício do passado, transformado pela/o historiador/a em fonte histórica é produzida e engendrada pelas relações sociais e de poder que as constitui e permeada pelo eixo espaço-tempo na qual está inserida. Quanto à análise interna serão tratadas como um acontecimento discursivo dotado de características próprias, de particular existência, regras de produção, atentando como e por que algo foi dito (ALBUQUERQUE Jr, 2009).
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LUIZ FELIPE BATISTA GENÚ
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Nuances da Guerra Fria Cultural em Pernambuco: intelectuais, instituições e disputas políticas (1960-1964)
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Orientador : FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO TORRES MONTENEGRO
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DIMAS BRASILEIRO VERAS
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FLAVIO WEINSTEIN TEIXEIRA
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JOSE BATISTA NETO
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THOMAS DYSON ROGERS
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Data: 05/08/2024
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O trabalho que se segue aborda as relações entre o campo intelectual e o campo político no Pernambuco do início da década de 1960. Nosso enfoque privilegia a administração estadual de Cid Sampaio e a criação da Fundação da Promoção Social. Procuramos entender e situar o papel institucional que alguns intelectuais adquiriram e seu uso no sentido de conferir legitimidade ao governo, ao assumirem tarefas de planejamento de políticas públicas. Nesse processo, analisamos quais preceitos orientavam os intelectuais em suas atuações bem como os valores e projetos de sociedade que procuravam estabelecer. Também investigamos algumas formas de articulação que as disputas intelectuais e políticas em Pernambuco assumiram dentro de um período que antecede o golpe de 1964 e é marcado, internacionalmente, pelo recrudescimento da Guerra Fria na América Latina e, internamente, pelas teses desenvolvimentistas.
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O trabalho que se segue aborda as relações entre o campo intelectual e o campo político no Pernambuco do início da década de 1960. Nosso enfoque privilegia a administração estadual de Cid Sampaio e a criação da Fundação da Promoção Social. Procuramos entender e situar o papel institucional que alguns intelectuais adquiriram no sentido de conferir legitimidade ao governo, ao assumirem tarefas de planejamento de políticas públicas. Nesse processo, analisamos quais preceitos orientavam os intelectuais em suas atuações bem como os valores e projetos de sociedade que procuravam estabelecer. Igualmente, investigamos as diversas formas de articulação que as disputas intelectuais e políticas em Pernambuco assumiram dentro de um período que antecede o golpe de 1964 e é marcado, internacionalmente, pelo recrudescimento da Guerra Fria e internamente pelas teses desenvolvimentistas.
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JOÃO VINICIUS GONDIM FEITOSA
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Afastado de ti, ninguém é feliz:
A deusa Higeia e as mulheres médicas no final do Período Clássico
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Orientador : RENATO PINTO
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MEMBROS DA BANCA :
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FÁBIO VERGARA CERQUEIRA
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JOSE MARIA GOMES DE SOUZA NETO
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MARCIA SEVERINA VASQUES
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PEDRO PAULO ABREU FUNARI
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RENATO PINTO
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Data: 13/08/2024
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Entre os séculos V e IV a.C., o culto de cura do deus Asclépio começou a se expandir no mundo grego. Em Atenas, o discurso em relação à saúde ganha mais robustez, pois ela passou a ser utilizada politicamente como um dos valores centrais da polis. Simultaneamente a isso, é possível notar uma maior aparição das mulheres em diferentes atividades nas fontes que nos restam. Por exemplo: textos médicos demonstram especial interesse na saúde feminina; as mulheres passaram a ser mais representadas no espaço público, entre outras coisas, por meio de suas estelas funerárias e, pela primeira vez, uma delas foi intitulada como “médica”. Nesse contexto, a saúde tomou corpo sob a forma de uma deusa de nome Higeia. Ela foi feita filha de Asclépio e passou a ser muito representada em relevos, estátuas e inscrições ao lado de seu pai, formando com ele um par ritualístico quase que indissociável. Assim, parto da seguinte problemática: haveria alguma ligação entre Higeia e a atuação/representação das mulheres em funções médicas? A tese central desse trabalho, portanto, é a defesa de que a notada presença da deusa Higeia nas produções gráficas e escritas, no contexto de expansão do culto de Asclépio no mundo grego antigo, especificamente em sua fase inicial (final do século V e século IV a.C.), poderia representar expectativas e agências de uma sociedade em mudança que, aos poucos, construía um ambiente mais favorável ao reconhecimento de mulheres na medicina, sendo o culto de Asclépio/Higeia uma via importante de legitimação para a atuação dessas mulheres em atividades de cura/saúde.
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Entre os séculos V e IV a.C., o culto de cura do deus Asclépio começou a se expandir no mundo grego. Em Atenas, o discurso em relação à saúde ganha mais robustez, pois ela passou a ser utilizada politicamente como um dos valores centrais da polis. Enquanto isso, é possível notar uma maior aparição das mulheres em diferentes atividades nas fontes que nos restam. Por exemplo: textos médicos demonstram especial interesse na saúde feminina; as mulheres passaram a ser mais representadas no espaço público, entre outras coisas, por meio de suas estelas funerárias e, pela primeira vez, uma delas foi intitulada como “médica”. Nesse contexto, a saúde tomou corpo sob a forma de uma deusa de nome Higeia. Ela foi feita filha de Asclépio e passou a ser muito representada em relevos, estátuas e inscrições ao lado de seu pai, formando com ele um par ritualístico quase que indissociável. Assim, parto da seguinte problemática: haveria alguma ligação entre Higeia e a atuação/representação das mulheres em funções médicas? A tese central desse trabalho, portanto, é a defesa de que a notada presença da deusa Higeia nas produções gráficas e escritas, no contexto de expansão do culto de Asclépio no mundo grego antigo, especificamente em sua fase inicial (final do século V e século IV a.C.), poderia representar expectativas e agências de uma sociedade em mudança que, aos poucos, construía um ambiente mais favorável ao reconhecimento de mulheres na medicina, sendo o culto de Asclépio/Higeia uma via importante de legitimação para a atuação dessas mulheres em atividades de cura/saúde.
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PRISCILA GUSMÃO ANDRADE
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ENTRE A FÉ E O MEDO: CRISTÃOS-NOVOS PRESOS PELO SANTO OFÍCIO (PARAÍBA, SÉCULO XVIII)
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Orientador : GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNO KAWAI SOUTO MAIOR DE MELO
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CARLA CRISTINA COSTA VIEIRA
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GEORGE FELIX CABRAL DE SOUZA
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MARCO ANTÔNIO NUNES DA SILVA
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MARILIA DE AZAMBUJA RIBEIRO MACHEL
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Data: 30/08/2024
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Este estudo investiga uma comunidade marrana na capitania da Paraíba durante o século XVIII, utilizando diferentes processos inquisitoriais que documentam prisões efetuadas pelo Santo Ofício nessa região entre os anos 1529 e 1535. As famílias envolvidas foram gradualmente acusadas de práticas judaicas em um ambiente de proibições e perseguições dentro de uma sociedade oficialmente católica. Através da análise desses processos, o trabalho revela como as famílias marranas, vivendo sob um regime católico de proibições, mantiveram sua identidade judaica em segredo, adaptando suas práticas ao ambiente clandestino. O estudo compreende a definição de marranismo, conforme Cecil Roth, como a resistência cultural e religiosa dos judeus forçados a se converter ao cristianismo, e explora a complexidade da identidade dos criptojudeus, marcada pela ambiguidade entre a aparência cristã e a prática judaica secreta. Além disso, o trabalho destaca a importância da transmissão oral das tradições judaicas e a adaptabilidade dos marranos ao contexto colonial. A pesquisa também examina a influência da presença holandesa na Paraíba, destacando a importância do período de judaísmo livre na região, e analisa as dinâmicas das denúncias e processos inquisitoriais, oferecendo um panorama detalhado das práticas religiosas e da vida material dos cristãos-novos. Com base em uma revisão extensa da literatura acadêmica, de documentos inquisitoriais e outras fontes historiográficas, o estudo contribui para uma compreensão mais profunda da vivência dos criptojudeus na Paraíba do século XVIII, revelando a complexidade das estratégias de sobrevivência e resistência dessa comunidade.
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Este trabalho procura entender o criptojudaísmo de famílias que viveram na Paraíba, durante primeira metade do século XVIII. A partir, principalmente, de cinquenta processos inquisitoriais que foram movidos pelo tribunal da Inquisição contra cristãos-novos acusados pelo crime de judaísmo, na citada capitania. Buscamos analisar as redes de vivências e práticas, vistas como transgressoras pelo mundo cristão, e que eram realizadas pelo grupo, em uma sociedade onde o monopólio e as proibições católicas os levaram a serem denunciados, presos, processados e, então, condenados pelo Santo Ofício no século XVIII.
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JOSÉ HUMBERTO CARNEIRO PINHEIRO FILHO
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A cidade pornotópica: corpos e espaços da prostituição em Fortaleza (1887-1940)
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Orientador : DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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DURVAL MUNIZ DE ALBUQUERQUE JÚNIOR
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ELIANE ROBERT MORAES
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FABIANA MORAES DA SILVA
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IVONETE PEREIRA
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REGINA BEATRIZ GUIMARAES NETO
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Data: 29/11/2024
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Esta tese é um estudo histórico sobre as relações entre prostituição e (in)disciplinamento de corpos e espaços na configuração urbana da cidade de Fortaleza, capital do Ceará, entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX. Ao longo dessas décadas, emergiram discursos e práticas que fizeram do meretrício um problema do ordenamento urbano, social e moral da cidade, que também passou a ser descrita, pensada e disputada do ponto de vista da moralidade sexual. Esse foi um período em que se tentava regular e controlar as existências e os comportamentos considerados inadequados e desviantes em relação às normas e a um modelo do que seria uma sociedade civilizada e moderna. Os indivíduos e os grupos marcados e estigmatizados com as imagens e os perfis desses "desvios" eram objetos das tentativas de repressão e segregação que estavam sendo organizadas e institucionalizadas. Foi nesse contexto em que a prostituta apareceu como uma das figuras dessa galeria de párias sociais e a prostituição passava a ser falada e definida como uma ameaça e um perigo aos "bons costumes" da capital cearense. Durante aqueles anos, a identificação, a presença, a circulação e a localização das meretrizes fortalezenses se tornaram um tema do debate público e das estratégias de controle social e de suas resistências. Censo populacional, reportagens e matérias jornalísticas, relatórios de governo e decretos policiais fizeram do meretrício um registro e uma referência do cotidiano urbano. A prostituição entrava nos "cálculos" do governo e das tentativas de controle populacional, tornando-se um mecanismo de divisões e hierarquias corporais e espaciais da cidade. É esse processo, que chamo de "cidade pornotópica", que analiso neste trabalho.
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A história da prostituição em Fortaleza, que apresento neste trabalho, inclui a discussão acerca das relações entre moralidade sexual, corpos e espaços no cotidiano urbano da cidade, entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX. Quero mostrar que os discursos dos jornais e as ações da burocracia estatal cearense, nesse período, ao tentarem questionar e definir o meretrício como um problema de (des)ordem moral, forjaram concepções e práticas de (des)organização do espaço urbano. Para esta pesquisa, as disputas em torno da tipificação e nomeação das personagens que compunham o universo da prostituição fortalezense são pensadas como um eixo de referências e perspectivas a partir do qual foram configuradas tentativas de controle e segregações corporais e espaciais nas relações urbanas. Observo que, entre o final do XIX e o início do XX, no bojo de transformações e tensões materiais e sociais que marcaram (e produziram) o cotidiano fortalezense, a questão da prostituição emergiu, na imprensa e na gestão pública, como um resultado e um elemento dessas mudanças e conflitos e como parte da explicação do que então era classificado como “problemas” de ordenamento da cidade. As práticas que fizeram da prostituição um parâmetro para pensar e falar de Fortaleza configuraram o que eu chamo de uma cidade pornotópica.
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RAFAEL NÓBREGA ARAÚJO
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"A MEGERA ESQUELÉTICA":
UMA HISTÓRIA DA LUTA CONTRA A TUBERCULOSE EM JOÃO PESSOA-PB (1909 – 1946)
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Orientador : CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
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MEMBROS DA BANCA :
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AZEMAR DOS SANTOS SOARES JÚNIOR
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ANDRE MOTA
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CARLOS ALBERTO CUNHA MIRANDA
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CRISTIANO LUÍS CHRISTILLINO
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DILENE RAIMUNDO DO NASCIMENTO
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Data: 09/12/2024
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Esta tese analisa o processo de constituição de discursos médicos e políticas públicas no enfrentamento à tuberculose na cidade de João Pessoa, outrora, Parahyba do Norte, entre 1909 e 1946. Nesse ínterim, a tuberculose se configurou como a doença infectocontagiosa que causou mais óbitos na cidade. O argumento que comprovo ao longo da tese é o de que o combate à tuberculose em João Pessoa visou intervir no corpo social para transformá-lo, almejando, por um lado, imiscuir-se no espaço urbano, especialmente, nas habitações tidas como insalubres para dotar a cidade e os casebres de palha da população de aspectos higiênicos e, por outro, agir profilaticamente no intuito de educar os sentidos e os hábitos dos seus habitantes para tentar conter a disseminação do bacilo. Os discursos e práticas médicas incidiam, ao mesmo tempo, sobre o corpo individual, são ou doente, e sobre o corpo social, a população, tendo como objetivo intervir sobre esses corpos agindo com efeitos regulamentadores sobre o coletivo de seres humanos e seus processos biológicos de saúde e doença. A luta contra a tuberculose em João Pessoa foi caracterizada pelo que classifiquei em quatro fases. A primeira, de regularização, iniciou-se com a criação do Serviço de Estatística Demógrafo-Sanitária, em 1909, cujos dados referentes aos óbitos provocados pela tuberculose contribuíram para formular a compreensão da doença como um problema de saúde pública. No entanto, a ausência de políticas para o seu enfrentamento somente foi sanada durante a segunda fase, identificada como de institucionalização, mediante a criação do Serviço de Profilaxia da Tuberculose e a instalação do primeiro dispensário, em 1923, que se estendeu até a instalação do segundo dispensário, em 1934, assinalando a efetivação do modelo de assistência dispensarial. A terceira fase, que qualifiquei como de consolidação, estendeu-se de 1934 a 1943 e demarcou o recrudescimento da mobilização da classe médica paraibana em torno da luta contra a tuberculose por meio da realização da Semana da Tuberculose, em 1937, que culminou na organização da Liga Paraibana Contra a Tuberculose e na implantação da vacinação pelo BCG. Por fim, a quarta fase, denominada de hospitalização, iniciou-se em 1943 a partir do acordo firmado com o Serviço Nacional da Tuberculose, mediante o qual o governo federal subvencionou a construção do Hospital Clementino Fraga, em 1946, o primeiro nosocômio destinado aos tuberculosos, reverberando pelas décadas seguintes. As implicações dessa fase impuseram uma mudança na própria compreensão da doença, pois compreendo que o processo de hospitalização da tuberculose em João Pessoa concomitante ao alvorecer da terapêutica antibiótica, implica uma ruptura no modelo de combate à doença que passa a se basear em outra racionalidade médica, justificando-se dessa forma a baliza temporal que delimita o recorte cronológico desta tese e abrindo-se, de igual modo, a possibilidade para investigações posteriores.
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Esta Tese analisa o processo de constituição de discursos médicos e políticas públicas no enfrentamento à tuberculose na cidade de João Pessoa, outrora, Parahyba do Norte, entre 1909 e 1946. Nesse ínterim, a tísica se configurou como a doença infectocontagiosa que causou mais óbitos na cidade. O argumento que pretendo comprovar ao longo da Tese é o de que o combate à tuberculose em João Pessoa visou intervir no corpo social para transformá-lo almejando, por um lado, imiscuir-se no espaço urbano, especialmente, nas habitações tidas como insalubres para dotar a cidade de ares de salubridade e, por outro, agir profilaticamente no intuito de educar os sentidos e os hábitos dos seus habitantes para tentar conter a disseminação do bacilo. Nesse sentido, o conceito de tecnologias de poder conforme formulado por Michel Foucault permite visualizar como os discursos e práticas médicas se configuram em um saber-poder que incide ao mesmo tempo sobre o corpo e sobre a população tendo, portanto, efeitos disciplinares sobre os indivíduos e regulamentadores sobre o coletivo de seres humanos e seus processos biológicos. A luta contra a tuberculose em João Pessoa foi caracterizada pelo que identifiquei e classifiquei como quatro fases. A primeira, pré-institucional, tem início com a criação do Serviço de Estatística Demógrafo-Sanitária, em 1909, cujos dados referentes aos óbitos provocados pela peste branca contribuíram para formular a compreensão da fimatose como um problema de saúde pública. No entanto, a ausência de políticas para o seu enfrentamento somente foi sanada durante a segunda fase, identificada como de institucionalização, mediante a criação do Serviço de Profilaxia da Tuberculose e a instalação do primeiro dispensário, em 1923, que se estendeu até a instalação do segundo dispensário, em 1934, assinalando a efetivação do modelo de assistência dispensarial. A terceira fase, que qualifiquei como de consolidação, estendeu-se de 1934 a 1941 e demarcou o recrudescimento da mobilização da classe médica paraibana em torno da luta contra a tuberculose por meio da realização da Semana da Tuberculose, em 1937, que culminou na organização da Liga Paraibana contra a Tuberculose e na implantação da vacinação pelo BCG. Por fim, a quarta fase, denominada de hospitalização, diante da necessidade premente de aparelhar o armamento antiuberculose do estado, culmina na inauguração dos primeiros hospitais para fimatosos, como o Hospital Arlinda Marques para crianças tuberculosas, em 1943, e depois o Hospital Clementino Fraga, o primeiro hospital de isolamento para pectários da Paraíba, em 1946. Desse modo, o estudo do processo de quatro décadas de luta contra a tuberculose na cidade de João Pessoa confluiu com o alvorecer da era dos antibióticos no tratamento tísica, abalizado pela redefinição das bases de compreensão da própria doença.
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JOSÉ CARLOS SILVA
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A DIDÁTICA DA HISTÓRIA NO BIOMA CAATINGA: UMA ABORDAGEM CULTURAL DAS PRÁTICAS AMBIENTAIS, ALIMENTARES E MEDICINAIS DE USO DOS CACTOS E DAS BROMÉLIAS NO ENSINO DE HISTÓRIA EM BOQUEIRÃO-PB (2002-2023)
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Orientador : IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARNALDO PINTO JUNIOR
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ARNALDO MARTIN SZLACHTA JUNIOR
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FÁBIO PESSOA VIEIRA
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IRANILSON BURITI DE OLIVEIRA
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ISABEL CRISTINA MARTINS GUILLEN
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Data: 13/12/2024
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Esta pesquisa tem por objetivo analisar as memórias da comunidade escolar (estudantes, professores, diretores, pais, mães, avós etc.) da rede municipal de ensino de Boqueirão/PB sobre as práticas ambientais, alimentares e medicinais provenientes do uso dos cactos e das bromélias no campo de investigação do ensino de história. Problematizamos como essas práticas fizeram parte das experiências desses sujeitos e como a escola, por meio do ensino de história, pode contribuir para a formação da Consciência Histórica (Rüsen, 2006; 2012; 2015) sobre o Semiárido brasileiro. Este trabalho argumenta que o estudo dessas memórias colabora para a segurança e a diversidade alimentar de forma sustentável, contribui para a compreensão dos usos das propriedades medicinais das plantas da Caatinga e combate as mudanças climáticas. Além disso, desnaturaliza no ambiente escolar, pelo ensino de história, o discurso que associa as práticas de uso dos cactos e das bromélias à fome, à miséria, à pobreza e ao exótico (Silva, 2008, 2019, 2020; 2021; Silva; Oliveira, 2022, 2023). Para termos acesso a essas memórias (Candau, 2019, Nora, 1996), usamos a História Oral (Alberti, 2004; 2019) e, como metodologia, utilizamos a cartografia sentimental (Rolnik, 2016; Guatarri; Rolnik, 1996) para ler os documentos. Pautados em Certeau (1982; 2019; 2023), construímos uma história do cotidiano, dando destaque às sensibilidades (Pesavento, 2007; 2008) e aos afetos (Espinosa, 2009) presentes nas experiências (Larrosa, 2019) ambientais, alimentares e medicinais da comunidade escolar boqueirãoense sobre os usos dos cactos e das bromélias. Ao término das análises, constatamos que essas práticas, além de problematizarem o sistema atual de produção de alimentos (devastação ambiental, agrotóxico, fertilizante, conservante, hormônio entre outros), podem ser uma alternativa para a diversidade e para a segurança alimentar de forma saudável e servir como aporte para futuras pesquisas, principalmente na área das Ciências Humanas, em especial, no campo da história das práticas de cura. Portanto, o estudo cultural e histórico das memórias sobre o bioma Caatinga, especificamente sobre o uso dos cactos e das bromélias no ensino de história no ambiente escolar (por meio de entrevista, receitas, cartazes, poesias, palestras, história em quadrinhos, contação de história, oficinas e aula de campo), leva o estudante a formar a sua consciência histórica sobre o Semiárido e consequentemente a amenizar os problemas socioambientais (efeito estufa, desmatamento, queimadas, enchentes, fome, doenças etc.) que prejudicam a natureza e a humanidade na contemporaneidade.
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Esta pesquisa tem por objetivo analisar as memórias da comunidade escolar (estudantes, professores, diretores, pais, mães, avós etc.) da rede municipal de ensino de Boqueirão-PB sobre as práticas ambientais, alimentares e medicinais provenientes do uso dos cactos e das bromélias no campo de investigação do ensino de história. Problematizamos como essas práticas fizeram parte das experiências desses sujeitos e como a escola, por meio do ensino de história, pode contribuir para a formação da Consciência Histórica (Rüsen, 2006; 2012; 2015) sobre o Semiárido brasileiro. Este trabalho argumenta que o estudo dessas memórias colabora para a segurança e a diversidade alimentar de forma sustentável, contribui para a compreensão dos usos das propriedades medicinais das plantas da Caatinga e combate as mudanças climáticas. Além disso, desnaturaliza no ambiente escolar, pelo ensino de história, o discurso que associa as práticas de uso dos cactos e das bromélias à fome, à miséria, à pobreza e ao exótico (Silva, 2008, 2019, 2020; 2021; Silva e Oliveira, 2022, 2023). Para termos acesso a essas memórias (Candau, 2019, Nora, 1996), usamos a História Oral (Alberti, 2004; 2019) e como metodologia, utilizamos a cartografia sentimental (Rolnik, 2016; Guatarri e Rolnik, 1996) para ler os documentos. Pautados em Certeau (1982; 2019; 2023), construímos uma história do cotidiano, dando destaque às sensibilidades (Pesavento, 2007; 2008) e aos afetos (Espinosa, 2009) presentes nas experiências (Larrosa, 2019) ambientais, alimentares e medicinais da comunidade escolar boqueirãoense sobre os usos dos cactos e das bromélias. Ao término das análises, constatamos que essas práticas, além de problematizarem o sistema atual de produção de alimentos (devastação ambiental, agrotóxico, fertilizante, conservante, hormônio entre outros), podem ser uma alternativa para a diversidade e para a segurança alimentar de forma saudável e servir como aporte para futuras pesquisas, principalmente na área das Ciências Humanas, em especial, no campo da história das práticas de cura. Portanto, o estudo cultural e histórico das memórias sobre o bioma Caatinga, especificamente sobre o uso dos cactos e das bromélias no ensino de história no ambiente escolar (por meio de entrevista, receitas, cartazes, poesias, palestras, história em quadrinhos, contação de história, oficinas e aula de campo), leva o estudante a formar a sua consciência histórica sobre o Semiárido e consequentemente a amenizar os problemas socioambientais (efeito estufa, desmatamento, queimadas, enchentes, fome, doenças etc.) que prejudicam a natureza e a humanidade na contemporaneidade.
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