Dissertações/Teses

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2025
Dissertações
1
  • LAYSE PEREIRA DA COSTA
  • USO DO TIKTOK E FUNÇÕES EXECUTIVAS FRIAS E QUENTES EM ADOLESCENTES

  • Orientador : RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MENDES LACERDA
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • ROSA MARIA MARTINS DE ALMEIDA
  • Data: 14/02/2025

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  • A adolescência constitui um período crítico para o desenvolvimento das Funções Executivas (FEs), tornando relevante o estudo de comportamentos que possam influenciar negativamente o controle cognitivo. No Brasil, o TikTok destaca-se como uma das plataformas de mídia social mais populares entre adolescentes, caracterizando-se por um sistema de personalização que promove engajamento contínuo, reforça estratégias disfuncionais de enfrentamento, prejudica a atenção sustentada e estimula respostas emocionais impulsivas. Entretanto, a literatura sobre a influência dessa plataforma no funcionamento executivo de adolescentes é escassa. Diante disso, o presente estudo buscou investigar as relações entre o comportamento de uso do TikTok e o funcionamento executivo "frio" e "quente" na adolescência. A pesquisa envolveu 182 participantes com idades entre 11 e 19 anos e foi estruturada em dois estudos. O Estudo 1 consistiu na adaptação e validação da Escala Bergen de Adicção ao TikTok (EBAT) para o contexto brasileiro. Foram realizadas análises para verificar as propriedades psicométricas e a precisão da medida, cujos resultados corroboraram as expectativas teóricas. O Estudo 2 examinou, por meio de análises correlacionais e comparativas entre grupos, a relação entre diferentes padrões de uso do TikTok e déficits nas dimensões "frias" e "quentes" das FEs. Os achados indicaram que o uso problemático do TikTok está associado a maior sensibilidade a estímulos emocionalmente significativos, dificuldades na memória de trabalho e problemas de saúde mental. Embora o estudo apresente limitações amostrais, os resultados fornecem subsídios importantes para uma compreensão mais aprofundada dos riscos potenciais do uso desregulado de plataformas digitais durante um período crítico do desenvolvimento neurocognitivo.


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  • TikTok é uma plataforma de mídia social, que permite a criação, reprodução e compartilhamento de vídeos de curta duração. Apesar da plataforma ser mais utilizada pelos adolescentes e de seus recursos favorecerem o uso desregulado e desenvolvimento de sintomas adictivos, poucos estudos investigaram os efeitos do TikTok nas Funções Executivas (FEs) de adolescentes. Este projeto pretende preencher a lacuna na literatura e examinar os efeitos do uso abusivo e da adicção em TikTok nas Funções Executivas “frias” e “quentes” de adolescentes. A principal hipótese é de usuários com alto uso e com sintomas de adicção em TikTok apresentam pior desempenho nas FEs, sobretudo, os usuários dependentes e na dimensão de FEs “quentes”. Serão realizados dois estudos. No primeiro estudo, uma escala de adicção em TikTok será adaptada e validada com 60 participantes de 10 a 18 anos usuários da plataforma. No segundo estudo, os impactos do uso abusivo e adição do TikTok nas FEs serão analisados, por meio da aplicação de medidas de autorrelato, captura de tela do tempo de uso da plataforma e testes neuropsicológicos. Espera-se a participação de 48 usuários do TikTok, de 10 a 13 anos. A coleta de dados ocorrerá de forma presencial, em duas sessões individuais, em escolas públicas e privadas da Paraíba e Pernambuco. Através dos resultados obtidos, almeja-se ampliar as informações disponíveis na literatura sobre os prejuízos do TikTok nas FEs, principalmente dos adolescentes. Como também, contribuir para a conceituação da adicção em plataformas de mídias sociais, desenvolvimento de novas investigações e fomento de ações públicas educacionais e no ambiente familiar.

2
  • MARIA LUISA BARROS SANTOS LUCENA
  • INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E CRENÇAS DE ADULTOS SOBRE O ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIO DE PÁDUA SERAFIM
  • EMILY SOUZA GAIÃO E ALBUQUERQUE
  • LORENA BANDEIRA MELO DE SÁ
  • Data: 24/02/2025

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  • O abuso sexual infanto-juvenil é uma das formas de violência sexual que perpassa as mais diversas áreas do ser humano ao longo da história, depreende-se que o abuso é toda forma de gratificação sexual do agressor perante uma vítima mais jovem que não compreende a circunstância. Contudo, apesar de sua relevância, o assunto ainda contém lacunas para prevenção, repressão e solução do mesmo. Assim, a presente pesquisa faz uma explanação da definição, dados, tipos, consequências, crenças acerca e o processo cognitivo da inteligência emocional como aporte para compreensão do tema. O objetivo geral da presente pesquisa é: Analisar as relações entre Inteligência Emocional, experiência emocional e as crenças sobre o abuso sexual de crianças e adolescentes, os específicos foram: 1) Investigar se existe efeito de gênero, conhecer alguém que tenha sofrido abuso ou ter sofrido abuso e escolaridade nas crenças sobre abuso sexual; 2) Identificar como as pessoas vivenciam emocionalmente (sentimentos e energia) notícias sobre abuso sexual de crianças e adolescentes; 3)Investigar se há efeito de gênero, conhecer alguém que tenha sofrido ou ter sofrido abuso e escolaridade na experiência emocional (sentimentos e energia) relacionada a notícias sobre abuso sexual de crianças e adolescentes; 4) Investigar as relações entre os fatores de inteligência emocional e as crenças sobre abuso sexual; 5) Investigar as relações entre inteligência emocional e experiência emocional (sentimentos e energia) relacionada a notícias sobre abuso sexual de crianças e adolescentes. A amostra contou com 319 participantes da pesquisa, os quais responderam aos instrumentos: questionário sociodemográfico, inventário de competências emocionais, escala de crenças do abuso sexual de crianças e adolescentes e o mood-meter, todos de forma online. Os resultados indicaram existir efeito de gênero e conhecer alguém que tenha sofrido abuso ou ter sofrido abuso nas crenças, mas não na experiência emocional, tendo como vivência emocional média o nojo, houve também relação entre inteligência emocional e crenças havendo efeito do gênero feminino e conhecer alguém que tenha sofrido abuso ou ter sofrido abuso bem como a escolaridade pós-graduação, finalizando com havendo relação entre inteligência emocional e experiência emocional sofrendo efeito do gênero feminino e conhecer alguém que tenha sofrido abuso ou ter sofrido abuso bem como as escolaridades ensino médio e superior. Os resultados apesar de promissores, abrem portas para futuras pesquisas as quais possam complementar seus objetivos.


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  • O abuso sexual infanto-juvenil é uma das formas de violência sexual que perpassa as mais diversas áreas do ser humano ao longo da história, depreende-se que o abuso é toda forma de gratificação sexual do agressor perante uma vítima mais jovem que não compreende a circunstância. Contudo, apesar de sua relevância, o assunto ainda contém lacunas para prevenção, repressão e solução do mesmo. Assim, a presente pesquisa faz uma explanação da definição, dados, tipos, consequências, crenças acerca e o processo cognitivo da inteligência emocional como aporte para compreensão do tema. O objetivo da presente pesquisa é analisar o efeito da inteligência emocional nas crenças das pessoas sobre o abuso sexual de crianças e adolescentes. De forma específica, a) Analisar os níveis de inteligência emocional dos participantes; b) Analisar as crenças dos participantes sobre o abuso sexual; c) Analisar as relações entre os fatores da inteligência emocional e as crenças sobre abuso sexual; d) Analisar se as relações são moderadas por outras variáveis, como sexo, escolaridade e grupo de vítima (crianças e adolescentes); e) Analisar o estado emocional (energia e valência) dos participantes em relação a cada grupo de vítima. Propõe-se que 193 estudantes de graduação participarão da pesquisa, os quais responderão aos instrumentos: questionário sociodemográfico, inventário de competências emocionais, escala de crenças do abuso sexual de crianças e adolescentes e o mood-meter, todos de forma online, se caracterizando como uma pesquisa em ambiente virtual. Serão realizadas análises descritivas de média e desvio padrão, bem como correlação de Pearson, t-teste e ANOVA. Assim, espera-se com a presente pesquisa, oferecer auxílio para compreensão desse tema, como também seja suporte para planejamento por parte das autoridades na prevenção e repressão do crime em questão.

3
  • MAANAÍN RODRIGUES DE SOUSA
  • O EFEITO DA EXPLICITAÇÃO DA CORRESPONDÊNCIA UM PARA MUITOS NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE ESTRUTURA MULTIPLICATIVA POR CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOAO ALBERTO DA SILVA
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • NELSON ANTONIO PIROLA
  • SANDRA MARIA PINTO MAGINA
  • Data: 25/02/2025

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  • O presente estudo investigou o efeito da explicitação da correspondência um para muitos na resolução de problemas de estrutura multiplicativa, de proporção simples, envolvendo multiplicação e divisão, por crianças do 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental. Embasado na Teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud, o estudo parte da premissa de que a correspondência um para muitos é um princípio fundamental do raciocínio multiplicativo. Assim, o objetivo do estudo foi examinar se a explicitação dessa correspondência no enunciado dos problemas influenciaria o desempenho e os procedimentos de resolução adotados pelos estudantes. Participaram da pesquisa 120 estudantes, distribuídos igualmente entre os três anos escolares investigados. Os participantes foram solicitados a resolver seis problemas por escrito, sendo três na Condição 1, na qual a correspondência um para muitos estava explicitamente mencionada no enunciado, e três na Condição 2, na qual essa relação era implícita, ou seja, inexistente ou tendo que ser inferida durante a resolução. A coleta de dados foi realizada em dois momentos: no primeiro, por meio de uma aplicação coletiva para análise do desempenho; e no segundo, por meio de entrevistas individuais com seis participantes de cada ano escolar, visando examinar os procedimentos de resolução adotados. Os resultados indicaram que, independentemente do ano escolar, os participantes apresentaram um desempenho significativamente melhor na Condição 1 (explícita) do que na Condição 2 (implícita), evidenciando que a explicitação da correspondência um para muitos favorece a resolução de problemas de proporção simples. Além disso, os estudantes do 3º ano apresentaram um desempenho inferior em comparação aos do 4º e 5º anos, sem diferenças significativas entre estes últimos, sugerindo que crianças a partir do 4º ano se beneficiam mais do efeito facilitador da explicitação. A análise a partir da entrevista com 18 crianças revelou cinco tipos de procedimentos. Em articulação com o desempenho, o procedimento baseado na razão (Tipo 5) gerou mais acertos do que erros, porém, o procedimento mais frequente em ambas as condições foi o Tipo 4 (algorítmico). Mesmo se beneficiando da correspondência um para muitos quanto ao desempenho, os estudantes não mencionam explicitamente o uso dessa correspondência como procedimento de resolução. Esses achados sugerem que a explicitação da correspondência um para muitos pode ser uma estratégia pedagógica eficaz para o ensino de conceitos multiplicativos e para beneficiar a resolução de problemas de proporção simples, inclusive os que trazem a correspondência um para muitos na condição implícita. O estudo traz implicações educacionais relevantes, apontando para a necessidade de práticas de ensino que promovam a compreensão explícita da relação um para muitos.


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  • A compreensão da correspondência um para muitos é fundamental para a resolução de problemas de estrutura multiplicativa, sendo, entretanto, um desafio para as crianças. Contudo, pesquisas feitas no Brasil têm demonstrado que quando essa correspondência é explicitada, as crianças apresentam um melhor desempenho em problemas de produto cartesiano, do que quando essa correspondência não é explicitada. O presente estudo se propõe a examinar se o efeito positivo da explicitação da correspondência um para muitos também seria observado na resolução de problemas de proporção. Para isso, crianças de 8 a 11 anos alunas do 3o, 4o e 5o ano do Ensino Fundamental de escolas particulares da Região Metropolitana do Recife serão solicitadas a resolver, por escrito e
    individualmente, oito problemas de proporção simples e múltipla de multiplicação e de divisão. Os problemas serão apresentados em duas situações: uma em que a correspondência uma para muitos está implícita no enunciado dos problemas e outra em que essa correspondência está explícita no enunciado. Após a resolução dos problemas, serão realizadas entrevistas clínicas individuais com seis dos participantes de cada ano escolar com o objetivo de examinar as estratégias que adotaram ao solucionar os problemas nas duas situações. Os dados serão analisados em função do desempenho em cada um dos problemas apresentados e das estratégias de resolução adotadas.

4
  • ERIK NATAN MORAIS SANTOS
  • AUTOCONSCIÊNCIA FENOMENAL E VIVÊNCIAS DE RELIGIOSIDADE NA CLÍNICA PSICOTERÁPICA: estudo de caso de psicólogos clínicos de Pernambuco

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARTA HELENA DE FREITAS
  • FEDERICO BOCCACCINI
  • RENÊ MARCELINO DA SILVA JÚNIOR
  • Data: 27/02/2025

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  • Durante um atendimento psicológico, psicólogos clínicos se expõem frequentemente a crenças e opiniões de seus clientes, o que lhes exige uma escuta qualificada. Temas religiosos tem sido mais frequentes na psicoterapia e podem desafiar a experiência de manejo de psicólogos, tendoem vista a relação ainda conflitante entre psicologia e religião no Brasil. Além disso, a percepção de psicólogos à religiosidade tem sido documentada como tensionada, os fazendo atentar-se com ansiedade e preocupação suas vivências de religiosidade no consultório. O presente estudo trata-se de uma investigação de como se constitui o campo de experiência de psicólogos clínicos quando vivenciam temas religiosos em seus atendimentos e de que modo temas religiosos influem na experiência interna destes profissionais, enfatizando suas modulações refletidas na Autoconsciência fenomenal emergente em psicólogos. O autofoco é notificado em teorias clássicas da Autoconsciência na Psicologia Cognitiva, como o estudo dos mecanismos externos e internos que disparam o estado autoconsciente. Nesta investigação, se utilizou o modelo da Teoria de Autoconsciência Fenomenal de Nascimento, que prima pela dimensão tanto psicológica (autoatenção) quanto fenomenal (autoexperiência) da autoconsciência em seu uso empírico. Com isso, buscou-se levantar e descrever o campo fenomenal de autoexperiência de psicólogos com respeito às vivências de religiosidade em psicoterapia por meio do uso de um roteiro semiestruturado de entrevista fenomenológica-cognitiva dos estados autoconscientes (EFEA) com 3 psicólogos clínicos da Região Metropolitana do Recife-PE, de orientação religiosa respectivamente cristã-católica, ateu, sem filiação religiosa, com tempos de experiência clínica a partir de 3 anos até 14 anos de atuação. Mediante o delineamento dos estudos de casos múltiplos, o trabalho mapeou a dinâmica operacional da religiosidade no self e suas consequências cognitivas-fenomenais na experiência de psicólogos. O tratamento dos dados se realizou pela técnica da análise fenomenal temático-narrativa através de blocos temáticos acerca da estrutura composicional do campo cognitivo-fenomenal e, demonstrando o fluxo narrativo de como se urdiu o campo da autoexperiência dos psicólogos entrevistados. A partir disso, em relação aos elementos e estruturas identificados e tematizados como Fala Interna, Visualizações Internas, Sentimentos, Autoesquemas de Religiosidade, Autorregulação, Pensamento Não- Simbolizado, etc, o estudo legou achados empíricos relevantes à discussão científica no âmbito da psicologia geral, participando de discussões contemporâneas sobre cognição, religiosidade, psicoterapia, tendo a autoexperiência como interrogante de pesquisa.


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  • Na clínica psicoterápica, psicólogos clínicos se expõem frequentemente a temas de seus clientes, sendo a religiosidade/espiritualidade uma parte integrante do setting terapêutico que desafiam diferentes aspectos de condução e manejo ao profissional, acerca de como os clientes enfrentam e discursam a respeito da religiosidade em sua vida emocional e cotidiana, exigindo uma escuta psicológica que pode perpassar por aspectos técnicos, teóricos, mas também autobiográficos, quando temas de clientes geram reflexividade na subjetividade de psicólogos. O presente estudo trata-se de uma investigação de como aparece a religiosidade/espiritualidade na clínica de psicólogos e de que modo a religiosidade influi no exame do self destes profissionais, pautado pelo modo qualitativo da vivência interna de psicólogos. O autofoco é notificado em teorias da autoconsciência na Psicologia para buscar identificar mecanismos externos e internos que disparam capacidade de prestar atenção em si mesmo, tendo no modelo fenomenal da autoconsciência de
    Nascimento (2008), o interesse pelo processamento autorreferencial e de autoexperiência ao estado autoconsciente. A partir daí, busca-se levantar e descrever que significados de religiosidade/espiritualidade estão disponíveis na experiência profissional de 20 psicólogos clínicos, oriundos de diversas orientações religiosas e/ou não-religiosas, abordagens psicológicas, níveis de experiência clínica, esperando perceber a dinâmica operacional da religiosidade/espiritualidade enquanto fenômeno com consequências cognitivas e fenomenais na experiência de psicólogos. Espera-se levantar e descrever o campo de significados advindos dessa conjuntura, bem como sua dinâmica autoconsciente que o constitui, mediante estudo de casos múltiplos (YIN, 2001), conduzida por entrevistas semiestruturadas, seguida de análise por dois ciclos, com o primeiro ciclo sendo a busca das incidências e dos significados e, no segundo ciclo, descrevendo a composição da
    autoexperiência reconstituída em parâmetro narrativo acerca do continnum fenomenal, por via de protocolo de análise temática fenomenal (NASCIMENTO, 2021), tematizando o fenômeno religioso na clínica enquanto lócus desenvolvimental da cognição. 

5
  • LUÍS AUGUSTO SOARES CASTELLON
  • RELAÇÃO DA ADIÇÃO AO SMARTPHONE COM A SOLIDÃO E COM O DESEMPENHO DE FUNÇÕES EXECUTIVAS DE UNIVERSITÁRIOS

  • Orientador : RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MENDES LACERDA
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • MICHAEL JACKSON OLIVEIRA DE ANDRADE
  • Data: 08/05/2025

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  • O crescente uso das tecnologias digitais na contemporaneidade leva a preocupações globais acerca das repercussões psicoafetivas e cognitivas em seus usuários. A presente dissertação teve por objetivo investigar a relação da adição ao smartphone com a experiência de solidão e com as funções executivas de universitários brasileiros. O trabalho dividiu-se em dois estudos quantitativos, correlacionais e transversais. No Estudo 1, empregou-se um Questionário Sociodemográfico e as versões brasileiras do Smartphone Addiction Inventory (SPAI-BR) e da Loneliness Scale (UCLA). No Estudo 2, também foram empregados testes neuropsicológicos para medir o desempenho do controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva, sendo eles: Five Digit Test (FDT), Figura Complexa de Rey A, Digit Span (Ordem Direta e Inversa) e Trail Making Test (A e B). Participaram 427 universitários (60,48% feminino) do Estudo 1, com idade média de 22,89 ± 4,4 anos. Do Estudo 2, participaram 75 universitários (58,66% feminino), com idade média de 21,82 ± 2,55 anos. Os
    resultados do Estudo 1 indicam que os universitários passam em média 6,26 ± 3,23 horas diárias utilizando o smartphone em dias da semana e 7,47 ± 3,70 horas aos finais de semana. A adição ao smartphone correlacionou-se positivamente com a solidão (rho = 0,281, p < 0,001), ainda que controlados os conteúdos mais frequentemente acessados (estudo, trabalho, entretenimento, redes sociais e jogos), sendo maior no sexo femino (U = 8818,00; p = 0,001; r = 0,247). Os resultados do Estudo 2 apontam correlação significativa entre pior desempenho de flexibilidade cognitiva (FDT) e adição ao smartphone (r = 0,291, p = 0,015), ainda que
    controlados os conteúdos mais acessados no aparelho. Não foi possível observar correlações significativas entre os resultados dos demais testes neuropsicológicos e a adição ao smartphone. No entanto, uma análise de regressão múltipla [F(8, 66) = 8,859, p < 0,001; R = 0,72; R2 = 0,518; R2 Ajustado = 0,459], indica que 45,90% da variância da adição ao smartphone é predita pela idade (B = -0,465, p = 0,024), horas de sono por noite (B = -2,007, p < 0,001), anos de uso diário de um smartphone (B = 0,568 , p = 0,009), horas de uso diário do smartphone aos finais de semana (B = 0,457, p = 0,002), conteúdos de entretenimento (B
    = 2,058, p = 0,015), solidão (B = 0,141, p < 0,001) e pontuação do Digit Span Ordem Direta (B = -0,723, p = 0,002) e Inversa (B = 0,735, p = 0,001). Os resultados sugerem que a adição ao smartphone é acompanhada da experiência de solidão e da maior rigidez cognitiva dos usuários. O perfil dos usuários adictos é o de jovens que utilizam o smartphone há mais anos, que passam mais tempo no aparelho aos finais de semana, consomem mais conteúdos de entretenimento, sentem-se mais solitários, dormem mal e têm menor capacidade de memória de trabalho. Os achados apontam a urgência de intervenções voltadas à conscientização sobre
    o uso saudável da tecnologia, promovendo estratégias de autorregulação digital e desenvolvimento de habilidades socioemocionais de universitários.


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  • A interação entre seres humanos e os dispositivos de smartphone tem trazido mudanças extremas nos hábitos de indivíduos ao redor do mundo, possibilitando o acesso a internet e a todos seus recursos de forma instantânea e imediata. No entanto, quando o uso do aparelho começa a afetar a saúde física e mental dos usuários, com a presença de sintomas de adição e solidão, tem-se um problema a ser dimensionado e investigado. A partir disso, o objetivo do estudo é investigar como a adição de smartphone e a experiência de solidão se relacionam com o desempenho das funções executivas de estudantes universitários. A metodologia do estudo é quantitativa e correlacional, sendo dividida em três etapas de coleta de dados, duas transversais e uma longitudinal. A pesquisa estima um número amostral de 120 participantes, residentes de Campina Grande - PB ou Recife - PE, igualmente divididos por gênero, com idade entre 18-29 anos, cursando o Ensino Superior e que façam uso diário de smartphone. Excluem-se voluntários com histórico médico ou uso de medicamentos que possam influenciar as funções avaliadas. A primeira etapa de coleta de dados ocorrerá de forma on-line, a partir da aplicação de um questionário para caracterização da amostra, uma escala para mensurar adição (SPAI-BR) e uma para solidão (UCLA-BR). A segunda etapa de coleta, ocorrerá de forma presencial, a partir da aplicação de uma bateria de testes para avaliação das funções executivas de memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva, composta pelos testes: Trail Making Test (Part B); Figura Complexa de Rey (Cópia e Memória); Five Digit Test - FDT; Tarefa Span de Dígitos (Ordem Inversa). A terceira etapa de coleta será realizada de forma remota, durante uma semana, através do aplicativo Meu celular, Meu Vício, para obter informações sobre o uso de smartphone pelos participantes. A análise de dados será conduzida no software JASP, interface do programa R, através de análises estatísticas descritivas, de correlação, testes t de medidas independentes e análise de regressão. Antecipa-se que este estudo fornecerá insights importantes sobre como o uso adictivo de smartphones e a solidão podem se relacionar com o desempenho das funções executivas, que estão na base das habilidades de resolução de problemas, raciocínio e de planejamento. Com isso, visa-se contribuir para as investigações científicas sobre os impactos da digitalidade na cognição e no bem-estar humanos. 

Teses
1
  • JESSICA BARBOSA DA SILVA
  • CONHECIMENTO FINANCEIRO E TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA DE ESTUDANTES DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • CRISTIANE AZEVEDO DOS SANTOS PESSOA
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • IVAIL MUNIZ JUNIOR
  • RICCARDO VIALE
  • Data: 28/01/2025

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  • A tomada de decisão é um processo cognitivo complexo que tem sido amplamente investigado ao longo dos anos. No contexto financeiro, compreender este processo é fundamental para o desenvolvimento de uma Educação Financeira voltada para o contexto escolar. Para além do domínio de conhecimentos financeiros, é crucial considerar os fatores psicológicos que influenciam as escolhas dos indivíduos, de modo a proporcionar aos estudantes as habilidades e competências que podem dar suporte para tomar decisões mais conscientes e informadas. Assim, o presente estudo teve o objetivo de investigar a relação entre conhecimento financeiro e a tomada de decisão financeira de estudantes do 3º ano do Ensino Médio, buscando responder aos questionamentos: (i) qual o nível de conhecimento financeiro de estudantes do 3º ano do Ensino Médio? (ii) dentre os atalhos mentais investigados quais são os mais recorrentes nas tomadas de decisões financeiras dos estudantes? (iii) o conhecimento financeiro influencia na tomada de decisão financeira dos estudantes? (iv) que outros fatores se relacionam com o conhecimento financeiro e a tomada de decisão? Para responder a estas questões, participaram da pesquisa 129 estudantes do 3º ano do Ensino Médio, respondendo, individualmente, em uma aplicação coletiva, a três testes: questionário sociodemográfico, teste de conhecimento financeiro e teste de tomada de decisão financeira. Os resultados revelaram que os estudantes apresentam um nível de conhecimento financeiro baixo a intermediário, principalmente em áreas mais complexas, como as relacionadas às operações externas (transações bancárias, políticas de seguros, inflação, dentre outros). Além disso, a aversão à perda se destacou como o atalho mental mais utilizado nas decisões financeiras dos estudantes. Observou-se também que o conhecimento financeiro influencia diretamente a tomada de decisão financeira dos estudantes, sendo também afetado por fatores como a renda. Conclui-se que os estudantes do 3º ano do Ensino Médio possuem um conhecimento financeiro limitado, especialmente em tópicos que não são amplamente abordados nas escolas. Além disso, o conhecimento financeiro, a renda e os atalhos mentais influenciam as suas decisões financeiras. A pesquisa destaca a importância de incorporar, a Educação Financeira no contexto escolar, uma abordagem mais ampla que considere também os fatores psicológicos que impactam as decisões financeiras, além de explorar os aspectos conceituais inerentes a esses fatores.


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  • Essa investigação está inserida na área de Psicologia Cognitiva que busca compreender a tomada de decisão de estudantes. Dentre os vários contextos e áreas que a tomada de decisão pode ser investigada, destaca-se as decisões que envolvem o dinheiro e sua aplicação. Desse modo, este estudo tem o objetivo de investigar se existe relação entre conhecimento financeiro e a mobilização de heurísticas nas decisões financeiras de estudantes do 3o ano do Ensino Médio, buscando responder às seguintes questões de pesquisa: Qual o grau de conhecimento financeiro de estudantes ao final do 3o ano do Ensino Médio? Dentre as heurísticas investigadas quais são as mais
    recorrentes nas tomadas de decisões financeiras desses estudantes? Existe influência do conhecimento financeiro na mobilização de heurísticas em tomadas de decisões financeiras desses estudantes? Para tal, participarão do estudo 200 estudantes do 3o ano do Ensino Médio. Os estudantes responderão a três instrumentos: (i) questionário sociodemográfico; (ii) instrumento que investiga o grau de conhecimento financeiro dos estudantes e (iii) instrumento que avalia a mobilização de heurísticas na tomada de decisões financeiras. As respostas aos instrumentos serão analisadas e relacionadas de modo a responder às perguntas de pesquisa. Investigações desta
    natureza podem contribuir no entendimento de como os aspectos financeiros e a mobilização de heurísticas nas decisões financeiras se relacionam, além de indicar possíveis formas de abordar a tomada de decisão no contexto escolar.

2
  • DENIS VICTOR LINO DE SOUSA
  • COMPREENDENDO A TOMADA DE DECISÃO INVESTIGATIVA E SEU IMPACTO NA ENTREVISTA DE SUSPEITOS


  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • BRUNO CAMPELLO DE SOUZA
  • LUCAS DANNILO ARAGÃO
  • MONICA GOMES TEIXEIRA CAMPELLO DE SOUZA
  • PRISCILA GOERGEN BRUST RENCK
  • Data: 20/03/2025

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  • Tomada de decisão investigativa é uma área de estudo, pesquisa e intervenção que vem ganhando visibilidade no meio acadêmico e prático desde que foi identificado o seu papel central na qualidade ou falhas de investigações policiais e erros judiciais subsequentes. Além disso, é amplamente defendido que a tomada de decisão investigativa impacta diretamente em como o policial irá conduzir uma entrevista com o suspeito de um crime, onde a busca por confirmar sua hipótese levaria a práticas inadequadas e potencialmente erros de justiça. Apesar do reconhecimento internacional de sua importância, no Brasil ainda não houve uma pesquisa empírica sobre o tema, impedindo que possamos compreender como os delegados e investigadores tomam decisões e como otimizá-las, evitando que vieses e heurísticas interfiram negativamente na fase pré-processual e na entrevista com um suspeito. Diante dessa lacuna a presente tese teve por objetivos compreender a percepção dos policiais civis sobre sua própria tomada de decisão investigativa, analisar como a decisão policial pode interferir no planejamento de uma entrevista com suspeito e se um treinamento é capaz de aprimorar as habilidades dos policiais em tomada de decisão e planejamento de entrevista. No estudo 01, quinze delegados da Polícia Civil com experiência na investigação de homicídios. Os dados foram analisados a partir de Análise de Estrutura de Similares, estatísticas descritivas e Análise Temática. Os resultados apontaram que o tipo, forma, presença ou ausência de treinamentos e métodos específicos para investigar homicídio podem auxiliar ou dificultar a tomada de decisão dos delegados, e foi possível verificar quais fatores auxiliam para uma investigação de sucesso. No estudo 02, o método Delphi foi utilizado para a construir um modelo de boas práticas para manter a mente aberta no planejamento de entrevista com suspeitos em dois casos fictícios. Seus resultados possibilitaram compreender como deve ser estruturado um planejamento de entrevista e o que é esperado do policial nessa prática. No estudo 03, 169 policiais civis concluíram o planejamento da entrevista com suspeito e, de acordo com análises descritivas, comparativas e de correlação, foi possível perceber como a tomada de decisão do policial, através da geração de hipóteses investigativas, influenciou diretamente em como ele planeja conduzir uma entrevista. Verificou-se que uma maior quantidade de hipóteses geradas levava a um objetivo mente aberta da entrevista, maior quantidade de tópicos a serem explorados na entrevista e uma entrevista mais abrangente, explorando as várias hipóteses investigativas identificadas. Por fim, no estudo 04, foi testada a efetividade de um treinamento de um dia em aprimorar a tomada de decisão e planejamento de entrevista dos policiais. Análises comparativas entre os que haviam participado ou não do treinamento demonstraram que foi possível gerar diferenças significativas na quantidade de hipóteses investigativas e tópicos, assim como na qualidade das perguntas geradas. Apesar de serem resultados iniciais e com potencial para maior impacto, foi possível perceber o benefício de um treinamento do tipo em reduzir potenciais erros de justiça. A partir dos estudos realizados foi possível dar início a um conjunto de evidências nacionais e internacionais sobre tomada de decisão investigativa, seu impacto na entrevista com suspeitos e o efeito positivo de treinamentos aprimorarem as habilidades dos policiais civis. Novas perguntas e sugestões de pesquisa surgiram a partir dos resultados, fomentando o avanço científico da temática com vistas a tornar a prática policial mais científica, capacitada e justa.


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  • A tomada de decisão investigativa é um tópico que vem ganhando visibilidade após a descoberta que falhas nesse processo são responsáveis por erros de justiça como prisões equivocadas e má alocação dos escassos recursos policiais na investigação. Apesar do reconhecimento internacional de sua importância, no Brasil ainda não houve uma pesquisa empírica sobre o tema, impedindo que possamos compreender como os delegados e investigadores das polícias tomam decisões e como otimizá-las, evitando que vieses e heurísticas interfiram negativamente na fase pré-processual. Logo, o presente projeto de doutorado se propõe a dar início na produção de evidências científicas sobre o tema com uma amostra brasileira e somar no desenvolvimento do tópico a nível internacional. Para tanto, são propostos dois estudos. O primeiro tem um cunho exploratório com vistas a identificar o conhecimento e percepções de delegados de homicídio sobre tomada de decisão investigativa, assim como seu treinamento formal na temática. Este estudo será realizado a partir de uma abordagem mista, onde 15 delegados de homicídios serão entrevistados e o conteúdo de suas falas será analisado através de uma análise qualitativa (Análise Temática) e quantitativa (Análise de Estrutura de Similaridades). O segundo estudo tem uma abordagem quase-experimental e busca avaliar o efeito de um treinamento no planejamento de entrevistas e tomada de decisão de investigadores da polícia civil. Serão recrutados 80 participantes para responder questionários, escalas e casos fictícios de investigação antes e depois de um treinamento que visa prepará-los a evitarem usar de vieses ou heurísticas em sua prática investigativa. Este estudo será composto por um grupo controle de igual número de participantes que responderá aos mesmos instrumentos de coleta de dados, porém sem a participação no treinamento. Os dados serão analisados de maneira quantitativa através de estatísticas descritivas, ANOVA e Regressão para avaliar potenciais diferenças antes e depois do treinamento, e entre grupos. A partir destes estudos espera-se obter uma maior compreensão do estado de conhecimento teórico e prático dos investigadores brasileiros sobre sua tomada de decisão, além de identificar se uma estratégia de ensino pode otimizar a tomada de decisão investigativa.

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  • ALEX BARBOSA ABREU PINTO
  • O PROCESSO CRIATIVO DE COMPOSIÇÃO DE MÚSICA POPULAR: um estudo de casos múltiplos

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARIA LEITE CRUZ
  • LUCIANA FERREIRA MOURA MENDONCA
  • ANDREA VIEIRA ZANELLA
  • FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • JULIO RIBEIRO SOARES
  • Data: 31/03/2025

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  • Esta pesquisa investigou o processo criativo de composição musical, a partir de pressupostos  teóricos da psicologia socio-histórica, da filosofia da linguagem e da estética, de dois compositores de música popular. Tratou-se de um estudo de casos múltiplos, constituído por dois estudos independentes – ambos estudos qualitativos e de caráter exploratório. O Estudo I foi realizado no Brasil, na cidade do Recife; o Estudo II, em Portugal, na cidade de Lisboa. Participaram do Estudo I um compositor de música popular brasileira (MPB) – o cantautor Zeh Rocha – e dois apreciadores de sua obra musical. Participaram do Estudo II uma compositora de fados – a fadista Fátima Garcia – e dois apreciadores de seu trabalho artístico. Ambos os estudos tiveram como objetivos específicos: (a) compreender aspectos da história de vida do(a) compositor(a) participante e sua história com o universo mais amplo da música; (b) investigar a história do(a) compositor(a) com o universo mais específico da composição musical; (c) investigar aspectos da história de vida de dois interlocutores da obra
    musical do(a) compositor(a) participante, assim como suas histórias com o universo da música; (d) analisar uma canção – e o processo de composição desta canção – composta pelo(a) compositor(a) participante; (e) analisar a reação estética dos participantes interlocutores, resultante da apreciação desta mesma canção, e (f) analisar o processo criativo do(a) compositor(a) participante. O objetivo principal dos Estudos foi buscar compreender o processo criativo dos compositores participantes, e, como e em que medida, os(as) apreciadores(as) da obra musical de cada um desses compositores participaram do processo criativo de composição musical destes artistas. À construção dos dados do Estudo I, realizou-se: (1) entrevista do tipo depoimento pessoal, com o compositor Zeh Rocha, e (2) entrevistas semiestruturadas com os dois apreciadores das composições de Zeh Rocha. A identificação e contato com os dois apreciadores se deu através da imersão do
    pesquisador em dois ambientes virtuais criados por Zeh Rocha: 1) perfil em aplicativo de rede social Instagram, e 2) grupo público de rede social virtual (Facebook). No Estudo II, à construção dos dados, realizou-se: (1) entrevista do tipo depoimento pessoal com a fadista Fátima Garcia, e (2) entrevistas semiestruturadas com dois apreciadores da obra musical desta artista. A identificação e contato com estes apreciadores se deu através da imersão do pesquisador no bairro da Mouraria, bairro onde reside a fadista. Este processo de imersão foi
    realizado através da atividade de flânerie. À análise dos dados, em ambos os Estudos, recorreu-se à proposta metodológica dos Núcleos de Significação, e ao modelo dos 5A, este fundamentado em pressupostos teórico-metodológicos da psicologia cultural da criatividade. Quantos aos resultados do Estudo I, a análise dos núcleos de significação, inferidos a partir das entrevistas com o cantautor Zeh Rocha (ator), e os(as) apreciadores(as) Manoel e Berta (audiência), não permite inferir qualquer participação direta destes dois últimos participantes no processo criativo de composição da canção “Bumba-meu-boi da Boa Hora” (artefato), de Zeh Rocha. No entanto, os resultados da análise permitem apenas refletir acerca da influência indireta de Manoel e Berta no processo criativo de composição da canção. Essa influência não se deu por um contato direto ou uma troca consciente de ideias entre os participantes, mas por uma "sintonia" destes participantes - contemporâneos e conterrâneos que, e, ao longo de toda a vida, relacionaram-se com notável frequência e intensidade com o universo das artes, cada qual a seu modo - com a dimensão artística e cultural da época, os anseios e os valores de um grupo social que valorizava a cultura popular, a MPB como instrumento de resistência e a música como expressão de uma busca por identidade e espiritualidade. Compreende-se que a canção/artefato "Bumba-meu-boi da Boa Hora" foi engendrada a partir do diálogo com esses elementos, e, assim, representa um ponto de convergência entre as histórias de vida e vivências culturais dos participantes, e o processo criativo de Zeh Rocha. De modo semelhante, no Estudo II, a análise dos núcleos de significação, inferidos a partir das entrevistas com a fadista e compositora Fatinha (ator), e os(as) apreciadores(as) Miguel e Mariana (audiência), não permite inferir participação direta destes dois últimos participantes no processo criativo de composição em si, do fado “Amar é Padecer” (artefato), de autoria de Fatinha. Porém, os resultados sugerem participação direta destes participantes (principalmente, do participante Miguel) no desenvolvimento e amadurecimento artístico da fadista Fatinha. Compreende-se a “superação do acanhamento” e a conquista da espontaneidade, possibilitados à fadista pelos participantes apreciadores, são aspectos cruciais na trajetória de Fatinha, que levaram ao “desabrochar” de sua faceta compositora, culminando, consequentemente, no processo criativo de composição do fado "Amar é padecer".


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  • Propõe-se investigar o processo criativo e a reação estética, a partir de pressupostos teóricos da psicologia histórico-cultural, da filosofia da linguagem e da estética, em uma abordagem interdisciplinar que, epistemologicamente, tem como elemento de convergência o conceito de sentido. Teoricamente, concebe-se a criatividade como processo que se desdobra mediado por signos e através de artefatos socioculturais específicos, dentro de um tempo irrepetível e de um contexto histórico e sociocultural particular, sendo o ato criativo compreendido como um complexo ato social e cultural, de natureza polifônica, do qual participam diferentes vozes e variáveis contextuais, que perpassam e integram todo o ato de criação, que envolve o criador, a obra criada, e o(a) apreciador(a) desta. O objetivo principal do estudo é investigar o processo criativo no âmbito da composição musical de canções do gênero música popular. Tal requer investigar, segundo o referencial teórico assumido, além do indivíduo compositor, também a reação estética, reação característica da interação entre apreciador(a) e obra de arte. Trata-se de uma pesquisa do tipo estudo de caso, considerando-se que, teoricamente, todos o(a)s participantes envolvidos permitem compreender o processo criativo do compositor Z.R., do qual se propõe investigar o processo criativo. Z.R. é compositor de música popular e poeta, possuindo vasta experiência e reconhecido talento no primeiro campo. À construção dos dados, propõe-se a realização de: pesquisa documental, sobre composições do compositor Z.R., ‘release(s)’, textos biográficos e poéticos – disponíveis em ambientes virtuais; entrevista do tipo depoimento pessoal, com o compositor Z.R.; entrevistas semiestruturadas, com apreciadores(as) das composições de Z.R.. A identificação e contato com esse(as) apreciadores(as), se dará através da imersão do pesquisador em dois ambientes virtuais criados por Z.R.: perfil em aplicativo de rede social Instagram, e grupo público de rede social virtual (Facebook). A seleção das canções que integrarão o corpus da pesquisa será feita através das entrevistas com os(as) participantes apreciadores(as). O processo de ‘imersão’ nos ambientes virtuais será realizado através da atividade de flânerie, e será registrado em diário de campo, que servirá não apenas para registrar os movimentos e escolhas dos dados que irão integrar o corpus, mas, também, para registrar as interpretações do pesquisador sobre esses movimentos e escolhas. Caracteriza de maneira fundamental este tipo de atividade a afirmação e manutenção de uma margem de flexibilidade por parte do(a) pesquisador(a), que, em seu campo de estudo, deve não apenas buscar se ater aos focos e objetivos definidos anteriormente à sua entrada no campo, mas, também, estar atento e aberto à emersão do inesperado, do imprevisto. Os dados construídos através do depoimento pessoal e das entrevistas semiestruturadas serão submetidos à análise discursiva para fins de construção de núcleos de significação, proposta metodológica para análise dos sentidos presentes no discurso, fundamentada no referencial teórico e metodológico da psicologia histórico-cultural. À análise dos dados coletados através da pesquisa documental, propõe-se a realização de uma análise de conteúdo de caráter predominantemente qualitativo, significando que interessará à análise menos a frequência de ocorrência de algumas palavras ou sentenças do que o caráter simbólico de algumas palavras ou sentenças.

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  • CÉSAR FILIPE DA SILVA OLIVEIRA
  • O CORPO QUE HABITO: corporeidade e a dinâmica do self dialógico após cirurgia bariátrica na perspectiva da psicologia cultural

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DINIZ PEREIRA DE LYRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MARIANA BENTZEN AGUIAR
  • SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • TACINARA NOGUEIRA DE QUEIROZ
  • TATIANA ALVES DE MELO VALÉRIO
  • Data: 13/05/2025

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  • Esta tese investiga os significados do corpo e a dinâmica (re)construtiva do self dialógico de uma pessoa submetida à cirurgia bariátrica, integrando as perspectivas da Psicologia Cultural e da Teoria do Self Dialógico. A pesquisa parte da premissa de que a corporeidade transcende a mera materialidade biológica, configurando-se como um fenômeno multifacetado, no qual dimensões culturais, sociais e psicológicas interagem na formação da identidade. Utilizando uma abordagem idiográfica, a análise se baseia no autorrelato biográfico extraído de um diário virtual, acompanhando a trajetória de um indivíduo ao longo de cinco anos após a cirurgia bariátrica. Entre os argumentos centrais, destaca-se a ideia de que o corpo, compreendido não somente como um objeto de estudo biológico, é o espaço no qual se constroem e se ressignificam os sentidos que definem o self. A partir dessa perspectiva, a cirurgia bariátrica não representa apenas uma intervenção para redução de peso, mas desencadeia um processo de transformação que afeta os sentidos de si, do outro e do mundo, as relações interpessoais e a dinâmica dialógica do self. A análise evidencia que, nos estágios iniciais, o indivíduo experimenta uma predominância do “eu-saudável”, intensificada pelas exigências médicas e culturais que orientam a recuperação física e a disciplina alimentar. Contudo, com o retorno gradual a uma alimentação diversificada e o aumento das interações sociais, emergem tensões que revelam a presença de outras configurações identitárias, notadamente o “eu-gordo” e o “eu-viciado”. Essas posições refletem as negociações do self dialógico, onde múltiplas vozes interagem e ressignificam a experiência de transformação corporal, destacando-se o papel da corporeidade nessa dinâmica. O estudo ainda demonstra como os direcionamentos culturais – que enfatizam tanto os padrões estéticos da saúde quanto os da cultura do consumo — influenciam a reestruturação do self e contribuem para a formação de significados ambivalentes acerca do corpo. A contribuição teórica desta tese reside na articulação dos conceitos de corporeidade e self dialógico, ressaltando a importância de uma abordagem inter e multidisciplinar para compreender as transformações vivenciadas por pessoas após cirurgia bariátrica. Os achados sugerem que a experiência pós-cirúrgica implica não apenas alterações físicas, mas também uma complexa reconfiguração identitária, onde a continuidade entre passado, presente e futuro se torna fundamental para a reconstrução do self. Por fim, a tese abre discussões e propostas sobre intervenções psicológicas e clínicas que considerem as dimensões simbólicas e culturais na promoção de uma ressignificação mais integrada e saudável da experiência corporal.


  • Mostrar Abstract
  • Os estudos que envolvem os impactos de uma transformação corporal, acidental ou decorrente de procedimentos cirúrgicos/estéticos, tem ganhado destaque no campo da psicologia, principalmente quando aborda como essas pessoas percebem seu corpo e a si mesmas. Dentre essas possibilidades, a cirurgia bariátrica tem se tornado um dos caminhos mais procurados pelas pessoas que buscam fugir do estigma da obesidade, entrelaçando uma motivação que envolve conceitos de saúde e estética. Nesse sentido, esse estudo visa explorar os significados construídos sobre o corpo emergentes das dinâmicas dialógicas do self ao lidarem com os impactos biopsicossociais decorrentes do avanço do emagrecimento decorrente da cirurgia bariátrica, mais especificamente, ao longo do primeiro ano pós cirurgia, onde se dá a maior e expressiva perda de peso. Para tal, faremos um estudo através de: a) entrevistas semiestruturadas com sujeitos que já realizaram a cirurgia bariátrica a, no máximo, 24 meses, tempo em que se perde maior parte do peso; e também faremos uma análise de um diário online público de um paciente que realizou a cirurgia bariátrica e que relata suas vivências, ao longo de 05 anos, após ter realizado a cirurgia. Para análise, faremos uso de conceitos relacionados à Teoria do Self Dialógico sob a perspectiva da Psicologia Cultural de Dinâmica Semiótica.

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  • FELIPE CESAR GOMES DE ANDRADE
  • EFICÁCIA DA ATENÇÃO EXECUTIVA COMO PREDITOR DO DECLÍNIO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS DE PESSOAS COM DOENÇA DE PARKINSON

  • Orientador : RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NARIANA MATTOS FIGUEIREDO SOUSA
  • ALINE MENDES LACERDA
  • DOUGLAS MONTEIRO DA SILVA
  • IZABEL AUGUSTA HAZIN PIRES
  • MICHAEL JACKSON OLIVEIRA DE ANDRADE
  • Data: 06/06/2025

  • Mostrar Resumo
  • Entre os domínios mais afetados na cognição de pessoas com Doença de Parkinson, mesmo sem demência, estão as Funções Executivas. Elas representam um conjunto de processos cerebrais que regulam outras funções na cognição humana, seja no cumprimento de tarefas ou metas, seja na regulação de comportamentos. Ao lado de componentes como flexibilidade cognitiva, controle inibitório e memória operacional, as Funções Executivas são influenciadas por redes atencionais, bem definidas do ponto de vista neuroanatômico e funcional. Essas redes estão relacionadas à orientação visual direcionada a estímulos, ao estado de alerta e à atenção executiva. A atenção executiva se manifesta pelo reconhecimento de modalidades específicas de estímulos ou pela resolução de conflitos cognitivos durante a execução de tarefas. Nesse sentido, considera-se que ela viabilize a flexibilidade cognitiva a partir do controle inibitório, e contribua para o cumprimento de metas e desenvolvimento das Funções Executivas. Com base nesse entendimento, o presente projeto teve como objetivo avaliar a eficácia da atenção executiva como um preditor do declínio das Funções Executivas de pessoas com Parkinson. Propôs-se comparar grupo de pessoas com Doença de Parkinson e grupo de pessoas sem Parkinson, ambos os grupos com 50 a 80 anos de idade, como uma amostra por conveniência. Foram avaliados e comparados entre si nos dois grupos a flexibilidade cognitiva, o controle inibitório, a funcionalidade executiva no cotidiano e as redes atencionais. Inicialmente, os participantes foram avaliados quanto a sua flexibilidade cognitiva e controle inibitório através do Five Digit Test e sua funcionalidade executiva pela Barkeley Dysexecutive Function Scale, com vistas a definir seu estado funcional. Posteriormente esses grupos foram submetidos à aplicação em ambulatório do Attention Network Test with Interaction and Vigilance. Foram implementadas análise descritiva e inferencial, correlações e regressão com os percentis no teste neuropsicológico, na escala e as médias e medianas obtidas dos tempos de reação e acurácia pelo teste de atenção, repetidos ao longo de um ano de acompanhamento. O estudo contou inicialmente com 99 participantes, sendo 50 com Parkinson e 49 sem Parkinson. Esses grupos não demonstraram diferenças significativas entre si ao longo do acompanhamento. Além disso, 41 participantes, sendo 25 com Parkinson, apresentaram algum sinal de declínio de Funções Executivas. A diferença entre as médias da acurácia para estímulos incongruentes e congruentes, assim como a média da acurácia da vigilância apresentaram significativa correlação e papel preditor quanto a estimativa de declínio provável, em relação a declínio possível ou sem declínio nos testes. A atenção executiva serviu como um preditor para o declínio de controle inibitório e flexibilidade cognitiva. O conceito de atenção foi analisado com base em medianas de tempos de reação e médias de acurácia, revelando maior correlação das médias das acurácias. A análise da vigilância também se mostrou útil para análise desse declínio. Os grupos com Parkinson e sem Parkinson que apresentaram declínio não revelaram diferenças significativas entre si no teste neuropsicológico, assim como no teste de atenção. Os participantes mantiveram ao final do estudo bom desempenho cognitivo em geral, de modo que há necessidade de maior tempo de acompanhamento para verificação se haverá declínio de outras funções.


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  • Entre os domínios mais afetados na cognição de pessoas com Doença de Parkinson, mesmo sem demência, estão as Funções Executivas. Elas representam um conjunto de processos cerebrais que regulam outras funções na cognição humana, seja no cumprimento de tarefas ou metas, seja na regulação de comportamentos. Ao lado de componentes como flexibilidade cognitiva, controle inibitório e memória operacional, as Funções Executivas são influenciadas por redes atencionais, bem definidas do ponto de vista neuroanatômico e funcional. Essas redes estão relacionadas à orientação visual direcionada a estímulos, ao estado de alerta e à atenção executiva. A atenção executiva se manifesta pelo reconhecimento de modalidades específicas de estímulos ou pela resolução de conflitos cognitivos durante a execução de tarefas. Nesse sentido, considera-se que ela viabilize a flexibilidade cognitiva, a partir do controle inibitório, e contribua para o cumprimento de metas e desenvolvimento das Funções Executivas. Com base nesse entendimento, o presente projeto tem como objetivo avaliar a eficácia da atenção executiva como um preditor do declínio das Funções Executivas de pessoas com Parkinson. Propõe-se comparar grupo de pessoas com Doença de Parkinson e grupo de pessoas sem Parkinson. Serão avaliados nos dois grupos a flexibilidade cognitiva, o controle inibitório e as redes atencionais. Inicialmente, os participantes serão avaliados quanto a sua flexibilidade cognitiva e controle inibitório através do Five Digit Test e sua funcionalidade executiva no cotidiano pela Barkeley Dysexecutive Function Scale, com vistas a definir seu estado funcional. Posteriormente esses grupos serão submetidos à aplicação em ambulatório do Attention Network Test with Interaction and Vigilance seguido de nova aplicação do Five Digit Test. Através deste protocolo serão avaliados a atenção executiva, a vigilância e novamente a flexibilidade cognitiva e controle inibitório após execução dos testes de atenção. Com base nos resultados obtidos, será implementada análise de variância e correlações entre escores, tempos de reação e características clínicas dos grupos avaliados. Sendo assim, destina-se contribuir para a compreensão sobre o declínio das Funções Executivas de pessoas com Doença de Parkinson, através da atenção executiva. 

2024
Dissertações
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  • CLÁUDIA FERNANDA LUNA CAVALCANTE
  • REGULAÇÃO EMOCIONAL EM ADOLESCENTES JOGADORES DE LEAGUE OF LEGENDS

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE JOSÉ DE SOUZA PERES
  • EMILY SOUZA GAIÃO E ALBUQUERQUE
  • TATIANA DE CASSIA NAKANO PRIMI
  • Data: 19/02/2024

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  • A regulação de emoções é uma capacidade que permite lidar de forma mais efetiva com as emoções, ajustar respostas emocionais apropriadas ao contexto e promover o bem-estar psicológico. O desenvolvimento da capacidade de regulação emocional desempenha um papel crucial durante a adolescência, considerada uma fase essencial para aprimorar habilidades cognitivas e emocionais. Nesse contexto, é notável que a regulação emocional não se limita ao âmbito cotidiano, mas estende-se para áreas de entretenimento, como os jogos eletrônicos. Particularmente, o League of Legends (LOL) integra-se de maneira significativa ao cotidiano dos adolescentes. A pesquisa, motivada pela presença marcante desses jogos na vida desse público, busca compreender as possíveis relações entre os níveis de regulação emocional e a experiência no jogo. Este direcionamento visa não apenas explorar os desafios e complicações associados ao uso desordenado de jogos online, mas também investigar a conexão entre a capacidade de regulação emocional e o desempenho, assim como é observado em atividades esportivas tradicionais. Dessa maneira, os objetivos específicos deste trabalho são: 1) examinar o impacto das competências emocionais, focando na regulação de emoções, no desempenho de
    adolescentes no jogo League of Legends, através de um estudo quantitativo; e 2) investigar as diferenças na abordagem de desafios e sentimentos durante o jogo entre grupos de adolescentes com alta e baixa capacidade de regulação emocional, utilizando métodos qualitativos. O método para atingir o objetivo quantitativo consistiu em análises de correlação e regressão linear múltipla, utilizando os fatores do Inventário de Competências Emocionais (ICE-R), controlados pelos fatores da Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse em Adolescentes (EDAE-A), para a predição do desempenho no LOL. O estudo qualitativo foi realizado por meio de uma entrevista aplicada a grupos contrastantes de participantes, com pontuações elevadas e baixas em regulação de emoções de alta potência (REAP), que foi analisada por meio de Processamento de Linguagem Natural (PLN) com modelagem de tópicos. Os resultados mostraram associação entre REAP e o desempenho no jogo, confirmando as hipóteses
    levantadas, assim como as principais estratégias que são utilizadas pelos adolescentes no contexto das partidas. Concluiu-se que a REAP desempenha um papel importante para o desempenho no jogo e discutiu-se de que forma um jogo do tipo MOBA mobiliza estratégias de regulação de emoções, bem como as possíveis implicações disso para a prática clínica. 


  • Mostrar Abstract
  • Os jogos eletrônicos, em especial o League of Legends (LoL), se tornaram parte da rotina de socialização, lazer e esporte para o público adolescente. A sofisticação encontrada na produção de jogos está muito atrelada à possibilidade de provocar estímulos cognitivos, motivacionais, emocionais e sociais observáveis, e abre caminho não apenas para compreender os seus efeitos negativos, mas como uma futura ferramenta que pode ser utilizada para desenvolvimento de aprendizagem e estratégias de regulação emocional. Desenvolver estratégias diante de um problema é algo comum ao ser humano, vivemos constantemente em um meio que requer da nossa capacidade mental, uma compreensão e resolução de situações problemas, sejam simples ou mais complexas. Na adolescência, a capacidade de desenvolver estratégias de regular emoções reduz devido a questões biológicas e sociais, o que abre espaço para a preocupação em buscar novas formas de contribuir para o desenvolvimento dessas habilidades, visando promover bem-estar a essa população. Essa pesquisa tem o objetivo principal de investigar as possíveis influências dos tipos de estratégias e níveis de Regulação Emocional sobre o desempenho de adolescentes com idade entre 12 e 18 anos, no jogo LoL. A pesquisa contará com duas fases subsequentes, uma quantitativa e uma qualitativa. A princípio um Questionário Sociodemográfico será aplicado, e reunirá informações sobre os participantes e sua classificação por Elo no jogo, em seguida os itens de Regulação Emocional de Alta potência em si do Inventário de Competências Emocionais (ICE-R) serão aplicados e analisados no RStudio. A fase qualitativa da pesquisa produzirá dados por meio da realização de entrevista com dois grupos selecionados, em que as estratégias de RE serão analisadas.

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  • ARYELLE PATRICIA DA SILVA
  • ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A NOÇÃO DE LUCRO COM ESTUDANTES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANNA BARBARA BARROS LEITE
  • CRISTIANE AZEVEDO DOS SANTOS PESSOA
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • Data: 26/04/2024

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  • Dentre as diversas possibilidades de apreensão dos conceitos financeiros, a ideia de lucro seria uma das mais relevantes na formação inicial, pois colabora na articulação de outros conceitos econômicos, sendo fundamental para o desenvolvimento de competências na administração do pensamento financeiro. O presente estudo teve como objetivo geral examinar a compreensão de lucro frente às situações financeiras em crianças do anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas públicas da cidade do Recife. Como objetivos específicos buscou (i) verificar que elementos do mundo financeiro são mobilizados pelos participantes em situações de julgamento envolvendo a noção de lucro; (ii) identificar que fatores são levados em consideração quando se é solicitado a
    avaliar um valor de venda que gere lucro; (iii) avaliar se há diferenças de raciocínio apresentadas pelos participantes quando submetidos a situações de lucro de produto e de serviço. Para isso, 80 estudantes frequentando o 3o e o 5o ano do Ensino Fundamental de escolas públicas da cidade do Recife foram entrevistados individualmente, sendo 40 de cada ano escolar, Eles foram solicitados a resolverem dois blocos de atividades, a saber: Bloco 1, foi proposta uma situação envolvendo a associação da palavra lucro com outras palavras, na qual as crianças eram solicitadas a “pensar alto” sobre palavras associadas à noção de lucro. Posteriormente, Bloco 2, foram apresentadas atividades que envolveram seis situações de julgamento sobre situações de lucro, sendo três situações sobre a venda de produtos e três situações sobre a venda de serviços. A análise dos dois blocos de situações envolveu a avaliação do desempenho dos dois grupos participantes, e posteriormente, sobre as justificativas fornecidas por cada estudante. No Bloco 1, para a análise de desempenho, foram implementadas três análises. A primeira análise realizou a identificação das palavras evocadas pelos participantes quando questionados sobre as cinco palavras associadas à lucro. A segunda análise, investigou de forma mais minuciosa a primeira palavra evocada. Já para a análise das justificativas,
    no Bloco 1, foram analisadas e categorizadas três tipos de respostas dadas pelos participantes à primeira palavra evocada. No Bloco 2, foi realizada uma análise estatística, envolvendo categorias de tipos de respostas, para o desempenho, distribuídas em acerto e erro. Para a análise das justificativas, foram identificadas quatro tipos de raciocínios dados pelos participantes. Os resultados evidenciaram que, para o Bloco 1, tanto o 3o ano quanto o 5o ano associaram predominante lucro à palavra dinheiro e que os participantes do 5o obtiveram uma variedade maior de associação de palavras relacionadas ao contexto financeiro, comparados ao 3o ano, além de
    explicitar melhor o raciocínio operado nas justificativas fornecidas para a primeira palavra evocada. Para o Bloco 2, os participantes do 5o ano também apresentaram um desempenho geral melhor nas situações envolvendo o julgamento de venda de produtos e serviços. Num contexto geral, houve uma maior compreensão do conceito de lucro em situações de serviço em comparação com situações de produto nos dois anos escolares, embora o 5o ano tenha demonstrado um desempenho significativamente maior que o 3o ano nas duas situações propostas.


  • Mostrar Abstract
  • Dentre as diversas possibilidades de apreensão dos conceitos financeiros, a ideia de lucro seria uma das mais relevantes na formação inicial, pois colabora na articulação de outros conceitos econômicos, sendo fundamental para o desenvolvimento de competências na administração do pensamento financeiro. Partindo da lente da Teoria dos Campos Conceituais, o presente estudo examina a compreensão de lucro frente às situações financeiras de estudantes do anos iniciais do Ensino Fundamental de uma escola pública da cidade do Recife. De forma específica busca (i) investigar se a concepção de lucro varia em função do nível de instrução escolar dos participantes; (ii) verificar que elementos do mundo financeiro são mobilizados pelos participantes em situações de julgamento envolvendo a noção de lucro (iii) identificar que fatores são levados em consideração quando se é solicitado a propor um valor de compra e de venda que gere lucro. Para tal, 90 estudantes frequentando o 3º, 4 e 5º ano escolar dos anos iniciais serão entrevistados em duas sessões, a um conjunto de situações envolvendo quatro blocos de atividades. Bloco 1, será proposta uma situação envolvendo a associação da palavra lucro com outras palavras. Será solicitado do participante que ele “pense alto” sobre palavras associadas à noção de lucro. No Bloco 2, são propostas atividades que envolvem questões de julgamento sobre situações de lucro através da venda de produtos e serviços. No Bloco 3, são propostas atividades que requerem dos participantes o estabelecimento de valor de venda considerando uma margem de lucro, bem como explora que elementos são por eles considerados para o estabelecimento de um determinado preço de venda, tanto para produtos quanto para serviços. No Bloco 4 são propostas atividades que elencam situações de lucro a partir de oportunidades de compra na relação com o tempo versus distância e desejo versus necessidade. Como proposta de análise, após a transcrição de entrevistas, se pretende utilizar o software IRAMUTEQ, em todos os blocos de atividades, através de análises estatísticas comparativas entre grupos por ano escolar através de categorias de análise. Em todos os blocos de atividades será realizada a articulação com os teoremas-em-ação e os conceitos-em-ação descritos na teoria do Vergnaud, a partir dos invariantes operatórios.

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  • JOSÉ ALLYSON DA SILVA
  • FORMULAÇÃO DE PROBLEMAS MATEMÁTICOS POR CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • LEIDY JOHANA PERALTA MARIN
  • MARIA TEREZA CARNEIRO SOARES
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • Data: 29/05/2024

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  • Formular problemas é habilidade de grande relevância para a aprendizagem de conceitos matemáticos, tanto do ponto de vista psicológico como educacional. Através da formulação de problemas pode-se expressar os conhecimentos acerca de conceitos matemáticos, raciocínio lógico e conhecimentos linguísticos, aqueles relativos à estrutura e ao vocabulário apropriado ao enunciado de problemas matemáticos. A maioria das pesquisas sobre este tema investiga professores que ensinam matemática, sendo raras aquelas conduzidas com crianças, sobretudo no cenário nacional. Em vista disso, o presente estudo tem por objetivo investigar a formulação de problemas matemáticos relativos aos conceitos de multiplicação e de divisão em crianças do Ensino Fundamental (terceiro, quarto e quinto ano), considerando que o enunciado de problemas matemáticos se trata de um texto matemático com estrutura e semântica própria diferente de outros textos. Os participantes foram individualmente solicitados a formular por escrito problemas de multiplicação e de divisão em duas situações distintas. Os problemas produzidos foram classificados em categorias hierárquicas. Os dados foram analisados de três formas distintas: pelo desempenho na formulação, pelas categorias e, por fim, pelos erros. A partir dos resultados, conclui-se que as situações apresentadas aos estudantes não apresentaram nenhuma influência na formulação de problemas. Elas são igualmente difíceis para eles. Contudo, a operação se mostrou um fator que influenciou a formulação de problemas. Os estudantes erraram mais na multiplicação do que na divisão. Sobre os tipos de erros, não houve um tipo de erro que diferenciou um grupo do outro. Isto se deve porque em uma formulação pode haver mais de um tipo de erro. A partir disso, pesquisas futuras podem se utilizar das categorias e dos tipos de erros encontrados neste trabalho para investigar outros aspectos envolvidos com a formulação de problemas, por exemplo, analisar a habilidade de reformular problemas levando em consideração o tipo de erro e analisar a formulação em relação ao tipo de divisão e multiplicação. A presente pesquisa tem implicações educacionais relevantes, a partir dos seus resultados pode-se criar estratégias didáticas de intervenção em sala de aula por meio da formulação de problemas.


  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho tem por objetivo investigar a formulação de problemas matemáticos relativos à operações de multiplicação e de divisão em alunos do 3o, 4o e 5o anos do Ensino Fundamental. Estes conceitos são considerados um desafio tanto para quem aprende como para quem ensina matemática nesse período escolar. A formulação de problemas matemáticos, nesta pesquisa, considera que o enunciado de problemas matemáticos se trata de um texto matemático com estrutura e semântica próprias diferentes de outros tipos de texto. Como procedimento, duas
    situações de formulação de problemas de divisão e multiplicação serão apresentadas individualmente a cada participante: uma em que a criança é solicitada a formular, por escrito, problemas em é dada a operação a ser considerada e outra em que é dada a operação e o resultado. Os dados serão analisados inicialmente de forma qualitativa, a partir de categorias hierárquicas de produção que variam desde as mais elementares até categorias mais elaboradas. Comparações entre anos escolares e as duas situações de formulação de problemas serão feitas a partir das frequências dessas categorias, examinando-se, ainda, as possíveis interações entre esses aspectos por meio de tratamento estatístico apropriado.

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  • MIGUEL IAGO OTÚN GANIMEDES
  • OS FUNDAMENTOS NEUROCOGNITIVOS DO FAZER MUSICAL INSTRUMENTAL: Um estudo exploratório

  • Orientador : RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MENDES LACERDA
  • JOSE DAVISON DA SILVA JUNIOR
  • LUCIA SILVA BARRENECHEA
  • RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • Data: 27/06/2024

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  • O presente estudo teve como objetivo criar um instrumento de medida neurocognitivo para o fazer musical instrumental, explorando a hipótese de que os construtos de localização, medição, tonificação e diferenciação estão associados às propriedades do fato musical de altura, duração, intensidade e timbre, respectivamente. Utilizando uma abordagem quantitativa e transversal, a pesquisa comparou escores de avaliações psicométricas e psicofísicas entre 20 participantes, distribuídos em quatro grupos conforme o nível instrumental. Os resultados sugerem que os construtos estão associados às propriedades do fato musical na amostra, embora a confirmação definitiva da hipótese para a população geral requeira estudos adicionais com amostras maiores. Estes achados indicam que a prática musical instrumental envolve processos neurocognitivos complexos, promovendo a neuroplasticidade e destacando a importância dos construtos mentais na performance musical. Além disso, a pesquisa propõe um modelo que articula esses construtos às propriedades do fato musical no contexto de instrumentistas: as categorias executáveis. Assim, o estudo oferece uma nova perspectiva para a didática e a prática instrumental que potencializa o caráter inclusivo e democratizador do fazer musical instrumental por estar fundamentada em capacidades cognitivas específicas, encorajando todos a explorarem seu potencial artístico.


  • Mostrar Abstract
  • O fazer musical instrumental é umas das atividades humanas mais antigas e complexas que existe. Apesar disto, seu processo de aprendizagem ainda necessita de maior estruturação didática por ser orientado majoritariamente pela experiência individual de um musicista que ocupa o lugar de professor. Determinar o conjunto de atributos mentais que regem essa habilidade - com seus respectivos princípios e desdobramentos - pode ser o primeiro passo para estabelecer os fundamentos deste ensino comuns a todos os instrumentos. Entretanto, a identificação destes atributos carece de consensualidade, estudos empíricos e modelos cognitivos na literatura científica. Nesse sentido, este projeto de pesquisa tem o objetivo de verificar a hipótese de que o fazer musical instrumental se esquematiza como a realização de um conjunto de categorias de relações do fato musical executadas simultaneamente pelo instrumentista. Estas relações, por suas vezes, se subdividem a partir das propriedades do fato musical -altura, duração, intensidade e timbre – e são respectivamente regidas pelos construtos de localização, medição, tonificação e diferenciação. Para tal finalidade, os escores de uma bateria de testes psicométricos e de música de 4 grupos de participantes com diferentes níveis de prática instrumental serão comparados e terão sua magnitude de relação medida pelo teste de Correlação Produto-momento de Pearson. Estima-se, como resultado, um coeficiente de correlação positivo igual ou superior a 0.5 entre os desempenhos nos subtestes: (1) altura e localização, (2) duração e medição, (3) intensidade e tonificação e (4) timbre e diferenciação principalmente nos grupos de maior nível de prática. Com isto, espera-se que este estudo contribua para um processo de aprendizagem instrumental cada vez mais democrático propondo novos paradigmas sobre o que significa ser um instrumentista.

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  • LUIZ GUILHERME DE OLIVEIRA LEAL
  • FENOMENOLOGIA DA AUTOCONSCIÊNCIA NA EXPERIÊNCIA INTERNA DE PENSAR NA MORTE DE SI 

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE HUGO GONCALVES MAGALHAES
  • RODRIGO OLIVEIRA DAMASCENO
  • TARIK DE ATHAYDE PRATA
  • Data: 28/06/2024

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  • Este estudo tem como objetivo mapear a definição estrutural fundamental da experiência ao observar a autoconsciência enquanto objeto da/na experiência interna de Pensar na morte de si, em estudo fenomenal, descritivo, ideográfico, introspeccionista e exploratório. Foram utilizados conceitos centrais corolários da teoria de autoconsciência objetiva, descrita por Duval e Wicklund (1972) enquanto a capacidade de se tornar objeto de sua própria atenção, processando e identificando informações sobre o próprio self. Além disso, a teoria de autoesquema de Markus (1977) também foi amplamente utilizada para embasar o trabalho, entendendo que a experiência investigada está diretamente nucleada na ativação de um esquema autorrelacionado (a morte de si). Mais recentemente a teoria se desdobrou na Autoconsciência fenomenal postulada por Nascimento (2008), que pressupõe dois aspectos: 1. Modos de experienciação dos autoconteúdos; e 2. De que modo experiencia-se o próprio processo da autoatentividade. Autoconsciência fenomenal aparece quando o processo cognitivo autoconsciente está sob atenção na experiência, definindo assim autoconceitos fenomenais a partir das experiências (Nascimento et. al., 2019). Nos eventos internos que ocorrem concomitantemente ao autofoco e na relação dialética que suscita a fenomenalidade da autoconsciência há um enodamento tríplice entre os autoconceitos acessados, experiência interna e autoconsciência fenomenal, que media cognitivamente os conteúdos a partir de processos mentais representacionais. Esta relação poderá ser conferida em profundidade durante o “Pensar a morte de si”, sendo a própria pergunta de pesquisa eliciadora de autoconsciência. Foi verificado o enodamento deste processo cognitivo autoatentivo em seus aspectos de fenomenalidade, além de seu aspecto mediador na experiência interna. Para tal, foi conduzida a Entrevista Fenomenológica-Cognitiva dos Estados Autoconscientes em Vigília (EFEA-V) que, enquanto instrumento introspeccionista que enoda experiência interna e autoconsciência fenomenal, abre caminho para diversas proposições teóricas, como o papel de mediação da autoconsciência fenomenal na experiência interna e quais processos aparecem, e como, no tocante à estrutura da experiência interna de “Pensar a própria morte”. A análise de dados se deu a partir de análise temática proposta por Braun e Clarke (2006), método que almeja a investigação e categorização sistemáticas do corpus, sem excluir-se o aspecto fenomenal e introspeccionista da experiência ao propor um mergulho nos dados que, apesar de demandante, garante fidedignidade à análise. Desse modo, atingiram-se os objetivos de pesquisa de mapear e descrever os modos de agenciamento da autoconsciência fenomenal relacionada ao “pensar a morte de si”, destrinchando os elementos estruturais do processamento cognitivo, sua dinâmica organizativa, enlaces fenomenais na autoexperiência e, por fim, o campo fenomenal relativo a cada elemento da experiência interna na descrição de seus objetos emergentes e relação aos modos contemporâneos de pensar a morte própria. Essas metodologias de estudo fenomenais foram usadas para chegar à um mapeamento da experiência interna de Pensar a morte de si, tomando-a em toda sua miríade de processos autoatentivos que se organizam de modo complexo em categorias de elementos da experiência como Fala Interna, Visualização Interna, Conhecimento Religioso, Conhecimento Implícito, entre outros, atingindo-se a Autoconsciência fenomenal, âmago desse estado autoconsciente, promovendo descrição de seu papel mediador e dos elementos fenomenais encontrados.


  • Mostrar Abstract
  • Este projeto objetiva apresentar o estudo que visa mapear a definição estrutural fundamental da experiência ao observar a autoconsciência enquanto objeto da/na experiência interna de Pensar na morte de si, em estudo fenomenal, descritivo, ideográfico, introspeccionista e exploratório. Serão utilizados conceitos centrais corolários da teoria de autoconsciência objetiva, descrita por Duval e Wicklund (1972) enquanto a capacidade de se tornar objeto de sua própria atenção, processando e identificando informações sobre o próprio self. Mais recentemente a teoria se desdobrou na Autoconsciência fenomenal postulada por Nascimento (2008), que pressupõe dois aspectos: 1. Modos de experienciação dos autoconteúdos; e 2. De que modo experiencia-se o próprio processo da autoatentividade. Autoconsciência fenomenal aparece quando o processo cognitivo autoconsciente está sob atenção na experiência, definindo assim autoconceitos fenomenais a partir das experiências (NASCIMENTO et. al., 2019). Nos eventos internos que ocorrem concomitantemente ao autofoco e na relação dialética que suscita a fenomenalidade da autoconsciência há um enodamento tríplice entre os autoconceitos acessados, experiência interna e autoconsciência fenomenal, que media cognitivamente os conteúdos a partir de processos mentais representacionais. Esta relação poderá ser conferida em profundidade durante o “Pensar a morte de si”, sendo a própria pergunta de pesquisa eliciadora de autoconsciência. Espera-se verificar o enodamento deste processo cognitivo em seus aspectos de fenomenalidade, além de seu aspecto mediador na experiência interna. Para tal, será conduzida em aproximadamente 20 participantes a Entrevista Fenomenológica-Cognitiva dos Estados Autoconscientes em Vigília (EFEA-V) que, enquanto instrumento introspeccionista que enoda experiência interna e autoconsciência fenomenal, abre caminho para diversas proposições teóricas, como o papel da autoconsciência fenomenal na experiência interna e quais processos aparecem, e como, durante a experiência interna “Pensar a própria morte”. A análise de dados se dará a partir de análise temática proposta por Braun e Clarke (2006), método que almeja a investigação e categorização sistemáticas do corpus, sem excluir-se o aspecto fenomenal e introspeccionista da experiência ao propor um mergulho nos dados que, apesar de demandante, garante fidedignidade à análise. O projeto almeja utilizar essas metodologias de estudo fenomenais para chegar à um mapeamento da experiência interna de Pensar a morte de si, tomando-a em toda sua miríade de processos autoatentivos que se organizam de modo complexo à elementos da experiência como fala interna, emoções autoconscientes, entre outros, atingindo-se a Autoconsciência fenomenal, âmago desse estado autoconsciente, promovendo sua descrição rigorosa e fornecendo elementos para sua mais robusta teorização em psicologia cognitiva.

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  • GENILDA KARLA NOBRE DA SILVA
  • CONCEPÇÕES DE ESTUDANTES E PROFESSORES SOBRE A EDUCAÇÃO FINANCEIRA E SEUS DIFERENTES CONTEXTOS

  • Orientador : CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS EDUARDO FERREIRA MONTEIRO
  • CRISTIANE AZEVEDO DOS SANTOS PESSOA
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • Data: 23/08/2024

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  • O presente estudo tem por objetivo investigar as concepções de professores e estudantes acerca da Educação Financeira (EF) e seus possíveis usos e funções em diferentes contextos. Partindo dos estudos que investigam a relação entre a matemática escolar e a matemática do cotidiano, considerando a recente obrigatoriedade do ensino escolar da Educação Financeira, questionamos a relação entre a Educação Financeira no cotidiano e o ensino desta no contexto escolar. Além de questões de consumo e finanças, a EF deve incluir reflexões e
    discussões acerca de tópicos como dignidade humana, salário mínimo, trabalho, questões ambientais, endividamento, marketing e consumismo. Distingue-se a Educação Financeira Escolar que não foca mais no consumidor, mas no estudante, ao propor uma reflexão sobre elementos relacionados ao consumo consciente, tomada de decisão, desejos versus necessidade. Como parte importante do processo de desenvolvimento do sujeito, a concepção se forma a partir de suas experiências e vai influenciar suas ações diante de diversos
    contextos, inclusive na forma de ensinar do professor e na aprendizagem por parte do aluno. Para investigar as concepções sobre educação financeira, foram selecionados 30 estudantes e 30 professores dos anos finais do ensino fundamental de escolas públicas estaduais da Região Metropolitana do Recife. O instrumento metodológico adotado foi a realização de uma entrevista semiestruturada, partindo de uma pergunta-chave: “Para que serve a educação financeira?”, além de outras perguntas adicionais distintas entre estudantes e professores, em particular “O que é educação financeira escolar?” para estes últimos. Após a classificação das
    respostas à pergunta-chave em 4 tipos - Tipo 1 - usos cotidianos, Tipo 2 - usos acadêmicos e/ou profissionais, Tipo 3 - formação cidadã e o Tipo 4 - bem-estar individual, a análise quantitativa revelou que os dois grupos associam de forma mais frequente a EF aos usos cotidianos à EF. Uma análise qualitativa mais detalhada das respostas apresenta os contextos associados a EF, pelos participantes que são: acadêmico, profissional, de transação comercial, doméstico e público. Os professores relacionam a EF não só ao dinheiro como também
    consideram esta um instrumento de transformação de vida. Ao passo que para os estudantes, ela estaria mais relacionada ao dinheiro. No que tange à pergunta “para você, o que é Educação Financeira Escolar?”, a maioria dos professores entrevistados entende que a EFE deve abordar questões cotidianas dentro da sala de aula, pois não reconhecem diferenças entre EF e EFE. Conclui-se que no escopo limitado de participantes, os professores e estudantes atribuem um caráter mais utilitarista à EF, associando ao seu contexto cotidiano, apesar dos docentes reconhecerem este campo de conhecimentos como necessário para favorecer uma vida financeira mais estável para seus estudantes. Destaca-se ainda a importância de integrar estes conhecimentos de forma transversal na formação dos professores.


  • Mostrar Abstract
  • A Educação Financeira (EF) é apontada como um dos assuntos que mais ganhou prioridade mundialmente nos últimos anos. Segundo a Organização Para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a EF funcionaria como parte importante da construção do empoderamento financeiro das pessoas. No Brasil, foi determinado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2017 a obrigatoriedade do ensino da EF de forma transversal por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Neste sentido, o objetivo da nossa pesquisa é investigar as concepções de estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental, professores atuantes nos anos finais do ensino fundamental e licenciandos de diversas áreas de ensino acerca da Educação Financeira. Pois, as concepções dos atores dos processos de ensino-aprendizagem podem influenciar tanto na forma de ensinar, por parte dos professores, quanto na forma de aprender por parte dos alunos. No entanto, os estudos desenvolvidos sobre EF destacam a pouca abordagem de conteúdos sobre Educação Financeira Escolar (EFE) na formação de docentes. E os estudantes demonstram pouca compreensão acerca da EF, apesar do reconhecimento da sua utilidade para resolução de situações financeiras futuras. Para investigar as concepções dos diferentes participantes, pretende-se realizar entrevistas semi-estruturadas, a partir de algumas perguntas-chave tais: “para que serve a EF e a EFE?”. Como proposta de análise de dados, após a transcrição das respostas para protocolos individuais, pretende-se realizar uma análise qualitativa para organizá-las em categorias, identificando os diferentes tipos de usos atribuídos a EF e seus diferentes contextos associados.

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  • JÉSSICA DANIELE MOREIRA MARQUES
  • CONTROLE INIBITÓRIO NA INFÂNCIA: validação de instrumento informatizado em formato de jogo eletrônico

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ROBSON SAVOLDI
  • ALANNY NUNES DE SANTANA
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • Data: 29/08/2024

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  • As funções executivas (FE) referem-se a um conjunto integrado de habilidades que possibilitam ao sujeito planejar, direcionar, monitorar e sequenciar seus comportamentos de maneira independente a fim de alcançar objetivos específicos. Dentre as FE, o Controle Inibitório (CI) é uma função cognitiva responsável pelo controle de comportamentos diante de situações que exijam respostas apesar de interferências ambientais. Partindo disto, observa-se que pesquisas com uso de testes avaliativos podem ajudar a compreender o desenvolvimento
    do CI em diferentes fases da vida, especialmente na infância. Assim, realizou-se uma busca no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), a partir da qual se constatou a inexistência de testes específicos que avaliem este componente em crianças, o que demonstra a importância de construir e validar instrumentos com este fim para o público supracitado. Desse modo, objetiva-se avaliar as propriedades psicométricas de um instrumento informatizado em formato de jogo eletrônico para avaliação neuropsicológica do CI em crianças com idades entre 6 e 12 anos. O presente estudo, de delineamento quase experimental de tipo exploratório com recorte transversal, será realizado de maneira remota e presencial a partir da coleta de dados via plataformas digitais e em escolas públicas e privadas dos municípios de Campina Grande - PB e Garanhuns - PE. Comporão a amostra 300 crianças, de ambos os sexos e a seleção dos participantes ocorrerá a partir do método randomizado
    estratificado. Serão aplicados os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, miniexame do estado mental, Tarefa O caminho de João, Tarefa informatizada de avaliação do controle inibitório, Tarefa Voltando para casa, Teste Stroop versão Victoria, Instrumento de avaliação neuropsicológica breve infantil, Teste dos cinco dígitos, Bateria psicológica para avaliação da atenção e Escala BIS 11. Para análise dos dados, serão empreendidas análises quantitativas, a saber: análises descritivas, correlacionais, de regressão, comparação de grupos, multidimensionais e de Teoria de Resposta ao Item.


  • Mostrar Abstract
  • As funções executivas (FE) referem-se a um conjunto integrado de habilidades que possibilitam ao sujeito planejar, direcionar, monitorar e sequenciar seus comportamentos de maneira independente a fim de alcançar objetivos específicos. Dentre as FE, o Controle Inibitório (CI) é uma função cognitiva responsável pelo controle de comportamentos diante de situações que exijam respostas apesar de interferências ambientais. Partindo disto, observa-se que pesquisas com uso de testes avaliativos podem ajudar a compreender o desenvolvimento
    do CI em diferentes fases da vida, especialmente na infância. Assim, realizou-se uma busca no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI), a partir da qual se constatou a inexistência de testes específicos que avaliem este componente em crianças, o que demonstra a importância de construir e validar instrumentos com este fim para o público supracitado. Desse modo, objetiva-se avaliar as propriedades psicométricas de um instrumento informatizado em formato de jogo eletrônico para avaliação neuropsicológica do CI em crianças com idades entre 6 e 12 anos. O presente estudo, de delineamento quase experimental de tipo exploratório com recorte transversal, será realizado de maneira remota e presencial a partir da coleta de dados via plataformas digitais e em escolas públicas e privadas dos municípios de Campina Grande - PB e Garanhuns - PE. Comporão a amostra 300 crianças, de ambos os sexos e a seleção dos participantes ocorrerá a partir do método randomizado
    estratificado. Serão aplicados os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, miniexame do estado mental, Tarefa O caminho de João, Tarefa informatizada de avaliação do controle inibitório, Tarefa Voltando para casa, Teste Stroop versão Victoria, Instrumento de avaliação neuropsicológica breve infantil, Teste dos cinco dígitos, Bateria psicológica para avaliação da atenção e Escala BIS 11. Para análise dos dados, serão empreendidas análises quantitativas, a saber: análises descritivas, correlacionais, de regressão, comparação de grupos, multidimensionais e de Teoria de Resposta ao Item.

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  • MARIA ANGÉLICA BANDEIRA BRASILEIRO
  • E se eu errar? Um olhar microgenético para o imaginar o errar durante a resolução de situações-problema de matemática

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABELLE DINIZ CERQUEIRA LEITE
  • LUIS FELIPE RIOS DO NASCIMENTO
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • Data: 03/09/2024

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  • Em uma sociedade na qual é valorizado o mérito pelo acerto e o erro é sinônimo de não aprendizagem, o sistema escolar pouco dá espaço para discutir o processo de errar, sendo rotineiramente restrito para momentos de correção de avaliação e atividade. Todavia, entendendo o errar como um saber em construção, a realização de atividades matemáticas pode ser potencializada quando antecipamos possíveis erros, reelaboramos erros passados e reajustamos planos de resolução devido à inadequações metodológicas e conceituais, isto é, quando imaginamos sobre o errar. O presente estudo teve como objetivo investigar microgeneticamente o desenvolvimento do imaginar o errar por um grupo de estudantes do 6° ano do Ensino Fundamental durante a realização de situações-problema de matemática. Esta pesquisa se configura como um estudo de caso, à luz da perspectiva da Psicologia Sociocultural, seguindo uma abordagem idiográfica e qualitativa de pesquisa. O método desenvolvido nesta dissertação envolveu a realização de três Oficinas em grupo, em cada uma delas foi solicitado aos estudantes que resolvessem em conjunto uma situação-problema de matemática. Para isso, foram utilizados papéis em branco A4, canetas e três situações-problema de matemática impressas. Participaram desta pesquisa seis estudantes cursando o 6° ano do Ensino Fundamental em uma instituição de Ensino Básico da Região Metropolitana do Recife. As Oficinas foram realizadas presencialmente, mediadas pela pesquisadora principal e foram áudio e vídeo-gravadas por uma filmadora-assistente. Os registros audiogravados construídos nos três encontros foram analisados a partir do entrecruzamento do Modelo da Espiral Imaginativa desenvolvida por Zittoun e colaboradores e a base teórico-metodológico-analítica da microgênese, em especial pela abordagem da análise microgenética histórico-relacional proposta por Fogel, Garvey, Hsu e West-Stroming. Argumentamos que esta integração permite uma compreensão mais minuciosa e complexa da dinâmica imaginativa no decorrer do tempo, em particular em contextos interacionais. Como resultado, a análise apontou que imaginar o errar é um processo que emerge durante todas as fases da resolução de problemas de matemática, em contraposição a ideia do erro como uma constatação pontual ao final da resolução. Além disso, imaginar o errar foi percebido como um processo co-emergente, que permitiu os estudantes a avaliar os caminhos resolutivos em construção, testar hipóteses e analisar a eficácia e plausibilidade de métodos resolutivos. Sendo assim, imaginar o errar se configura como um recurso simbólico potente no processo educacional do discente em matemática. Além disso, foram identificados e descritos padrões de co-emergência do imaginar o errar, o que podem auxiliar docentes e discentes a estimular o processo imaginativo sobre o errar no ensino e aprendizagem de matemática. Sugerimos que pesquisas futuras possam investigar a dinâmica de uma sala de aula, no qual o(a) docente faça uso de técnicas que auxiliem a turma a imaginar o errar. Adicionalmente, recomendamos o estudo do processo sociocultural da imaginação aliado a microgênese, a fim de entender o desenrolar da dinâmica imaginativa, suas condições de ocorrência e elementos de estabilidade e mudança.


  • Mostrar Abstract
  • Desde o início das teorias da educação, questiona-se sobre o papel do erro na aprendizagem e como melhor tratá-lo – principalmente na área da matemática. O erro já foi concebido de diversas formas: desde falha ou falta de capacidade do estudante até parte do processo de aprendizagem e instrumento para educação. Nesse estudo, entretanto, busca-se entender o erro como uma vivência sociocultural, carregada de sentidos e afetos. Aliado a isso, a imaginação é um processo cognitivo essencial na construção da realidade, pois permite formular hipóteses, tomar perspectiva e explorar diferentes possibilidades no futuro, realidades alternativas e reelaborar o passado. Assim, estudar um fenômeno por meio da imaginação permite entender os múltiplos sentidos desse - tornando o processo imaginativo uma ferramenta essencial para esse estudo. A pesquisa em questão é um estudo de caso de natureza qualitativa, de caráter idiográfico e regida pela perspectiva da psicologia sociocultural. Este trabalho tem por objetivo compreender como um grupo de estudantes vivencia o erro em atividade escolar de matemática através da imaginação. Para tanto, participarão da pesquisa um(a) professor(a) de matemática do 6° ano do ensino fundamental e um grupo de 4 a 6 estudantes deste mesmo ano escolar de uma escola da Região Metropolitana do Recife. A fim de ampliar a compreensão do objeto de pesquisa, serão utilizados diferentes métodos para a construção de dados: (i) entrevistas semiestruturadas individuais com o/a docente e estudantes participantes, (ii) oficinas de grupo com os estudantes, (iii) a produção da Caixa de Surpresa pelos estudantes e o (iv) diário de campo registrado pela pesquisadora principal. As respostas tanto do(a) docente como dos estudantes serão vídeo-gravadas para posterior transcrição e análise. Utilizar-se-á a análise microgenética histórico-relacional como ferramenta de investigação dos dados.

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  • KLEYTON JOSÉ DA SILVA
  • HABILIDADES SOCIAIS E EXPECTATIVAS ACADÊMICAS COMO INDICADORES DA ADAPTAÇÃO DE ESTUDANTES NEUROATÍPICOS INGRESSANTES À UNIVERSIDADE

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • ROBSON SAVOLDI
  • Data: 25/09/2024

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  • A adaptação ao ensino superior é um processo complexo e dinâmico, que exige que o estudante se ajuste ao ambiente acadêmico, com suas normas e valores institucionais, enfrentando desafios tanto pessoais quanto interpessoais. Essa transição da adolescência/ensino médio para a vida adulta/ensino superior envolve diversos fatores, como a necessidade de maior autonomia, a tomada de decisões, a gestão de tempo e finanças, além da adaptação às atividades acadêmicas e à formação de novos relacionamentos. Para uma integração bem-sucedida, é crucial que o estudante desenvolva habilidades afetivas, psicoemocionais e sociais. O número de estudantes neurodivergentes no ensino superior tem aumentado, mas esses alunos enfrentam desafios adicionais que podem impactar sua permanência. A Neurodiversidade refere-se a diferenças neurológicas, incluindo condições como TEA, dislexia, discalculia e TDAH, que são características da individualidade das pessoas neuroatípicas. Compreender as necessidades, habilidades, dificuldades e potencialidades dos estudantes com TDAH e TEA permitirá que as instituições ofereçam o suporte necessário para enfrentar os desafios ao longo do curso. Sobre os aspectos importantes para a transição para a educação superior, as expectativas acadêmicas e as habilidades sociais passaram a ganhar destaque como fatores que podem influenciar o desempenho acadêmico e a adaptação às demandas universitárias. Com o exposto, este estudo objetivou investigar aspectos relacionais entre habilidades sociais e expectativas acadêmicas como indicadores da adaptação ao ensino superior de estudantes neurodivergentes nos primeiros semestres do curso de graduação. Participaram 120 estudantes, divididos igualmente em grupo neurodivergente e neurotípico, matriculados em curso presencial de uma faculdade privada da cidade de Recife–PE. Os participantes foram avaliados a partir da aplicação dos instrumentos Mini-Exame do Estado Mental (MEM), Escala de Ansiedade de Beck (BAI), Inventário de Habilidades Sociais 2 (IHS2), Escala Brasileira de Expectativas Acadêmicas para Ingressantes na Educação Superior (versão reduzida) (EEA-r), Questionário de Adaptação ao Ensino Superior (QAES) e Questionário de Caracterização Individual, sendo utilizadas para a análise dos dados técnicas estatísticas descritivas, de correlação e de comparação entre grupos. Para uma melhor organização dos resultados e discussão, seguiu-se a apresentação a partir de estudos individuais no decorrer do trabalho que atendem a determinados objetivos específicos. No Estudo 1 foram construídos os perfis sociodemográficos dos estudantes, ênfase no grupo neurodivergente, e identificação de sintomas ansiosos com maior intensidade neste grupo. No Estudo 2, os achados reforçaram haver diferenças nas habilidades sociais de estudantes neurodivergentes e neurotípicos, onde neurodivergentes apresentam menor desenvoltura geral e na conversação assertiva. No Estudo 3, observou-se diferenças nas expectativas acadêmicas, tendo os estudantes neurodivergentes menos expectativas, sobretudo no fator compromisso social e acadêmico. No Estudo 4 os resultados identificaram que os universitários neurodivergentes estão menos adaptados ao ensino superior, sobretudo nas dimensões social, pessoal-emocional e institucional. Por fim, no Estudo 5 foram encontradas correlações significativas entre a adaptação acadêmica e as variáveis expectativas acadêmicas e habilidades sociais, além de evidenciar que neurodivergentes enfrentam mais desafios com ansiedade e adaptação acadêmica ao mostrarem menor adaptação ao ensino superior, habilidades sociais menos desenvolvidas e expectativas menos alinhadas com o sucesso acadêmico.


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  • A crescente entrada de estudantes neurodiversos no Ensino Superior (ES) tem trazido o tema à discussão por variadas óticas, como o preparo docente, os serviços disponíveis na instituição e a visão sobre o desempenho destes estudantes. Ao ingressar no ensino superior, por vezes, subsequente ao ensino médio, o estudante se encontra em um ambiente institucional que possibilita ampliar suas aptidões e maximizar seus conhecimentos. Contudo, esse período de transição pode ser acentuado por diversos fatores psico-socioambientais que auxiliam ou dificultam esse processo que requer dos acadêmicos adaptações ao novo cenário. A adaptação acadêmica pode ser concebida a partir da capacidade que o estudante possui para se integrar ao sistema do ensino superior, gerenciando processos afetivos, sociais e cognitivos em prol do sucesso próprio no novo contexto. Esse processo de inserção, adaptação e permanência dos estudantes na universidade se relacionam com diversas variáveis, dentre elas as expectativas acadêmicas e as habilidades sociais. As expectativas servem como mediadoras das escolhas e do envolvimento acadêmico dos universitários, além de alinharem os níveis de satisfação. Já as Habilidades Sociais representam o conjunto de comportamentos que surgem diante de situações sociais com a finalidade de expressar opiniões, ideias e sentimentos, além de estarem associadas aos fatores iniciação e manutenção dos relacionamentos sociais, o que influencia na aceitação em grupos e contextos onde os sujeitos estão inseridos. Destarte, o presente estudo tem como objeto de investigação averiguar as possíveis relações entre as expectativas acadêmicas e as habilidades sociais como balizadores do processo de adaptação de estudantes com diagnóstico do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
    (TDAH) e do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ao ensino superior. Participarão 80 estudantes matriculados do primeiro ao terceiro semestre letivo em curso de graduação presencial oriundos de duas instituições de ensino superior do Recife, uma da rede pública e outra da rede privada. Os participantes serão divididos em grupo controle (sem diagnóstico/neurotípico) e grupo experimental (com diagnóstico/neuroatípico). Para tanto, serão utilizados questionário sociodemográfico e o Mini-Exame do Estado Mental para caracterizar a amostra de acordo com os critérios de inclusão, bem como instrumentos para avaliar os construtos habilidades sociais (Inventário de Habilidades Sociais 2), expectativas acadêmicas (Escala Expectativas Acadêmicas de Estudantes Ingressantes na Educação Superior) e adaptação acadêmica (Questionário de Adaptação ao Ensino Superior).
    Realizar-se-á investigação quantitativa dos dados obtidos por meio de análises estatísticas descritivas, medidas de distribuição, tendência central, variabilidade, correlações e regressões. 

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  • HENRIQUE AUGUSTO BRUST DE JESUS
  • AUTOCONSCIÊNCIA E SENTIDOS DE ATENDIMENTO REMOTO EM PSICÓLOGOS CLÍNICOS BRASILEIROS

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • UMBELINA DO REGO LEITE
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • WALBERTO SILVA DOS SANTOS
  • Data: 26/09/2024

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  • No contexto de Pandemia de Covid-19, psicólogos clínicos brasileiros se viram obrigados a adotar o modelo de atendimento psicoterapêutico remoto como nova alternativa ao seu trabalho presencial. A entrada no novo ambiente trouxe uma quebra nos padrões naturais de comunicação e inseriu novos estímulos distratores que podem incitar estados recorrentes de autofocalização e incidem sobre o exercício deste fazer clínico. O autofoco em psicoterapeutas é um tema que ainda recebe pouca atenção, possuindo baixo consenso em nível conceitual, e ainda não se sabe como o tema conduz a formação de sentidos da prática clínica em atendimento remoto. Entende-se que momento de autoconsciência produz estados avaliativos do self diante de padrões de comparação, e determinados indivíduos estariam mais propensos a estilos específicos de se autoavaliar (como os casos ruminativos, os reflexivos, os mais atentos aos aspectos públicos de si e os que se pensam pouco). Sendo assim, na circunstância de uma grande autofocalização, profissionais que possuem diferentes estilos de autofoco atribuiriam diferentes significações ao atendimento remoto. Também entende-se que estímulos à autofocalização em consulta podem diferir para cada profissional, inclusive tendo diferentes articulações de acordo com o seu contexto de prática clínica. Com isto, os sentidos dados ao atendimento remoto também recebem influência das variáveis sociodemográficas e da ecologia de estímulos do ambiente onde o atendimento remoto ocorre. Portanto, este trabalho objetivou descrever os significados atribuídos ao atendimento remoto e mapear quais associações esta estrutura representacional dos significados teria com determinados estilos de autoconsciência, a sociodemografia e aspectos socioecológicos do ambiente remoto envolvidos na autofocalização. O estudo teve como amostra psicólogos clínicos brasileiros (n = 63) que atendem em modalidade remota. Por meio de formulário online foi aplicada. a pergunta a disparadora “O que é o atendimento remoto para você?”, seguida dos instrumentos psicológicos: Escala de Autoconsciência Situacional (EAS), Escala de Autoconsciência Disposicional (EAD), Escala de Autoconsciência Revisada (EAC-R), Questionário de Ruminação e Reflexão (QRR), um questionário sociodemográfico e um inventário de estímulos do ambiente remoto envolvidos no momento de autofocalização. Na metodologia, utilizou-se primeiramente a análise temática para descrever os dados qualitativos dos significados do atendimento remoto. Foram descritos os seguintes temas: Utilidade Operacional; Modalidade de Atendimento Acessível e Democrática; Protocolo Clínico; Atividade de Cuidado e Reflexão; Inovação e Modernização; Avaliações da Modalidade; Tecnologias Enquanto Mediadoras; Distância e Proximidade. Tais temas obtidos seguiram para uma análise posterior em perspectiva nomotética, utilizando técnicas estatísticas correlacionais (como Pearson e Pearson Bisserial), o que revelou associações robustas entre a influência de diversos estímulos autofocalizadores e os perfis de autoconsciência ruminativos, com maior foco em públicos e com maior ansiedade social, e verificou-se associações entre os temas obtidos e variáveis sociodemográficas de cor autodeclarada, abordagens terapêuticas, quantidades de pacientes atendidos. Poucas associações foram observadas entre os perfis de autoconsciência e os temas obtidos.


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  • No contexto de Pandemia de Covid-19, psicólogos clínicos brasileiros se viram obrigados a adotar o modelo de atendimento remoto como nova alternativa ao seu trabalho presencial. A entrada no novo ambiente trouxe uma quebra nos padrões naturais de comunicação e inseriu novos estímulos distratores que incitam um estado contínuo de autofocalização e incidem sobre a profissiografia deste fazer clínico. O autofoco em psicoterapeutas é um tema que ainda recebe pouca atenção, possuindo baixo consenso em nível conceitual, e ainda não se sabe como o tema conduz a formação de sentidos da prática clínica em atendimento remoto. Entende-se que momento de autoconsciência produz estados avaliativos do self diante de padrões de comparação, e determinados indivíduos estariam mais propensos a estilos específicos de se autoavaliar (como os casos ruminativos, os reflexivos, os mais atentos aos aspectos públicos de si e os que se pensam pouco). Sendo assim, profissionais que possuem diferentes estilos de autofoco atribuiriam diferentes significações ao atendimento remoto. Também entende-se que estímulos à autofocalização em consulta podem diferir para cada profissional, inclusive tendo diferentes articulações de acordo com o seu contexto de prática clínica. Com isto, os sentidos dados ao atendimento remoto também recebem influência das variáveis sociodemográficas e da ecologia de estímulos do ambiente onde o atendimento remoto ocorre. Portanto, este trabalho objetiva descrever os sentidos atribuídos ao atendimento remoto e então saber quais associações esta estrutura representacional de sentidos teria com determinados estilos de autoconsciência, a sociodemografia e aspectos socioecológicos do ambiente remoto envolvidos na autofocalização. O estudo terá como participantes psicólogos clínicos brasileiros que atendam em ambiente remoto. Por meio de formulário online será aplicada a pergunta a disparadora “O que é atendimento remoto para você?”, seguida da escala de autoconsciência situacional (EAS), escala de autoconsciência disposicional (EAD), escala de autoconsciência revisada (EAC-R), questionário de ruminação e reflexão (QRR), um questionário sociodemográfico e uma listagem de aspectos do ambiente remoto envolvidos no momento de autofocalização. Na metodologia, um primeiro estudo se utilizará de análise temática para verificar os dados qualitativos dos sentidos do atendimento remoto e as especificidades dos estímulos ao autofoco em que os profissionais podem estar submetidos. Os temas existentes nos sentidos de atendimento remoto seguirão para estudo nomotético quando por meio de análises multidimensionais não-paramétricas (SSA, Análise de Estrutura de Similaridade), buscar-se-á entender a estrutura do campo de sentidos presentes no atendimento remoto e situá-la em um modelo composto por facetas, em seguida, por meio do método de variáveis externas enquanto pontos será esclarecida a correlação de tais facetas  com perfis da autoconsciência, a sociodemografia e os aspectos ambientais do atendimento remoto que incitam autofoco.

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  • RITA CLARA DE OLIVEIRA SALES
  • ESPIRITUALIDADE, PSICODÉLICOS E BEM-ESTAR: impacto da orientação religiosa no uso de substâncias psicoativas e estratégias de coping

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • ROBSON SAVOLDI
  • UMBELINA DO REGO LEITE
  • Data: 06/11/2024

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  • Os psicodélicos são substâncias psicoativas capazes de alterar significativamente os estados de consciência, afetando tanto processos cognitivos quanto sociais. A literatura tem explorado como essas substâncias influenciam diferentes aspectos da vida humana, incluindo suas implicações sociais e psicológicas, muitas vezes mediadas pelos efeitos cognitivos que provocam. Esta dissertação tem como objetivo investigar as interações entre a orientação religiosa e o uso de substâncias psicoativas, bem como o papel do coping religioso/espiritual na maneira como os indivíduos lidam com o estresse e enfrentam adversidades, impactando sua saúde física e mental. O estudo foi dividido em duas etapas. O primeiro estudo analisou a relação entre a orientação religiosa e o uso de substâncias psicoativas. Os resultados indicaram que as crenças religiosas desempenham um papel central na decisão de usar ou não essas substâncias. Grupos religiosos tradicionais, como católicos e evangélicos, tendem a evitar o uso, enquanto indivíduos sem religião ou com orientações menos convencionais apresentam maior permissividade em relação ao uso de psicoativos. O segundo estudo, baseado em um delineamento transversal, investigou como diferentes grupos religiosos utilizam estratégias de coping religioso/espiritual (CRE) para enfrentar situações de estresse. Os resultados mostraram que o coping religioso positivo, como o fortalecimento da relação com Deus e o apoio espiritual, é mais comum entre indivíduos com uma forte orientação religiosa, enquanto aqueles sem religião adotam estratégias mais seculares e individualizadas. Ademais, foi observado que práticas espirituais, como o uso ritualístico de psicoativos em religiões ayahuasqueiras, desempenham um papel relevante na gestão de estresse e na busca por bem-estar. Estes resultados mostram que as interações entre religião, espiritualidade e o uso de substâncias psicoativas são complexas e influenciadas por diversos fatores culturais e sociais. Ressalta-se a importância de entender como crenças religiosas e estratégias de coping podem moldar não só as decisões em relação ao uso de substâncias, mas também o bem-estar emocional e psicológico. Essa reflexão é crucial para o desenvolvimento de intervenções mais sensíveis e eficazes no campo da saúde mental e na promoção do equilíbrio espiritual em contextos multiculturais. Em conclusão, este trabalho revela uma conexão entre religião, espiritualidade e o comportamento humano em relação ao uso de substâncias psicoativas. As estratégias de coping religioso/espiritual não apenas influenciam as respostas individuais ao estresse, mas também moldam a maneira como as pessoas interpretam e utilizam substâncias psicoativas em diferentes contextos culturais. Essa relação destaca a relevância de incluir considerações sobre religiosidade e espiritualidade em abordagens de saúde pública, particularmente no Brasil, onde a diversidade religiosa é expressiva. Futuros estudos devem se aprofundar nas interações entre crenças religiosas, cultura e saúde mental, ampliando as possibilidades de intervenções holísticas e culturalmente adaptadas.


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  • Psicodélicos são substâncias psicoativas capazes de provocar uma alteração nos estados comuns da consciência. O uso dessas substâncias tem sido relatado na literatura a partir de diferentes perspectivas, uma delas seria a contribuição dos psicodélicos para o aprimoramento de questões sociais, mediadas, primeiramente, pelos processos cognitivos que ocorrem advindos dos efeitos provocados na mente humana. O objetivo desse trabalho propõe averiguar as relações existentes entre diferentes aspectos sociocognitivos, tais como, mudanças de atitude, crença e valores, perspectivas políticas e orientação religiosa, que, por sua vez, estão intimamente relacionados com processos cognitivos complexos e de alta ordem, como a metacognição e autoconsciência. Além disso, serão analisadas as possíveis diferenças desses aspectos em grupos de usuários e não usuários de psicodélicos, para efeitos de comparação. Para a metodologia, serão utilizados instrumentos referentes aos construtos que se propõe analisar, e, por fim, os dados serão coletados de forma online e analisados a partir de uma perspectiva quantitativa.

Teses
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  • ALANNY NUNES DE SANTANA
  • FUNÇÕES EXECUTIVAS: a eficácia de uma intervenção em formato de jogo eletrônico e seus efeitos sobre o desempenho matemático


  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • ROBSON SAVOLDI
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • MONILLY RAMOS ARAÚJO MELO
  • Data: 16/02/2024

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  • As Funções Executivas (FE) são habilidades cognitivas de autorregulação ligadas ao planejamento, à execução e ao monitoramento de pensamentos, comportamentos e emoções. Por melhorarem o nível de funcionalidade dos indivíduos, as FE se tornaram alvo de intervenções que visam o seu desenvolvimento e o consequente aprimoramento de outras habilidades não diretamente abordadas nos programas de treinamento, mas que por serem associadas às FE também se beneficiam destes, como as acadêmicas. Especificamente sobre os
    treinamentos cognitivos computadorizados (TCC), aponta-se que estes são promissores por serem mais atrativos e por geralmente se apresentarem em formato de jogos eletrônicos. Todavia, poucos estudos apresentam programas de intervenção das FE, sendo ainda menor o número de ensaios randomizados nacionais e inexistentes os que apresentem jogos que treinem as três FE básicas e avaliem os seus efeitos sobre o desempenho em matemática. Destarte, objetivou-se avaliar a eficácia de uma intervenção em formato de jogo eletrônico direcionada às FE e seus efeitos sobre o desempenho matemático de crianças de 7 a 10 anos. Para tanto foram empreendidos dois estudos. No Estudo I é apresentado o desenvolvimento do programa Cucca Curiosa, desde a criação e adaptação de atividades, avaliação por juízes até a estimação da viabilidade e aplicabilidade por estudo piloto. No Estudo II ocorreu a investigação da eficácia do programa, apresentada em cinco ensaios randomizados estratificados. Para a coleta de dados dos ensaios os pais responderam ao Questionário sociodemográfico, de condições de saúde e educacionais do estudante, enquanto as crianças foram avaliadas presencialmente a nível de pré-teste e pós-teste com os instrumentos NEUPSILIN-Inf, Teste dos Cinco dígitos (FDT), Stroop dia e noite, Teste de Trilhas e Teste de Matemática (TEMA). Passado o pré-teste a amostra foi estratificada e randomizada para compor o grupo controle (GC) e o experimental (GE). Na etapa de intervenção os estudantes do GE participaram do programa Cucca Curiosa, que foi aplicado em cinco encontros presenciais, enquanto o GC permaneceu em espera passiva. Realizou-se uma investigação quantitativa por meio de análises estatísticas descritivas, bivariadas e multivariadas. Respectivamente nos ensaios 1 e 2, com 56 crianças pernambucanas, foi investigada e confirmada a eficácia da intervenção em promover o aprimoramento de cada FE básica (transferência próxima) e seus efeitos sobre o desempenho das crianças em matemática (transferência distante). No ensaio 3, com 56 crianças cearenses, a eficácia de transferência próxima e distante do programa foi novamente avaliada e confirmada. Respectivamente nos ensaios 4 e 5, com 112 crianças (pernambucanas e cearenses), foi possível também confirmar os efeitos da intervenção sobre as FE e o desempenho em matemática e verificar que os benefícios sobre cada FE não variaram conforme a idade, mas impactam diferentemente o desempenho em matemática, notadamente aos 8 anos. Foram produzidas e apresentadas evidências iniciais da eficácia de transferência próxima e distante de um treinamento das FE de curta duração a partir de jogos eletrônicos mesclando práticas repetidas e o ensino de estratégias metacognitivas. A falta de pós-teste postergado e cegamento são limitações que devem ser consideradas e exploradas em estudos futuros. 


  • Mostrar Abstract
  • As Funções Executivas (FE) são habilidades cognitivas de autorregulação ligadas ao planejamento, à execução e ao monitoramento de pensamentos, comportamentos e emoções. Aponta-se a importância das FE nos mais diversos âmbitos da vida e suas associações com o desempenho acadêmico em diversas disciplinas, especialmente em matemática. Destaca-se que por melhorarem o nível de funcionalidade dos indivíduos, as FE se tornaram alvo de intervenções que visam o seu aprimoramento e o consequente aprimoramento de outras habilidades não diretamente abordadas nos programas de intervenção, mas que por serem associadas às FE também se beneficiam destes, como as habilidades acadêmicas. Nessa direção, os programas de estimulação das FE podem ser de distintas modalidades. Especificamente sobre os treinamentos cognitivos computadorizados (TCC), aponta-se que estes são promissores por serem mais dinâmicos, atrativos e por geralmente se apresentarem em formato de jogos eletrônicos. Todavia, poucos estudos apresentam programas de intervenção das FE, principalmente com amostras grandes ou ensaios randomizados, sendo ainda menor o número de estudos nacionais e inexistentes os que apresentem jogos que treinem as FE básicas e avaliem os seus efeitos sobre o desempenho em matemática, desempenho este já reconhecidamente associado ao funcionamento executivo. Destarte, objetiva-se avaliar a eficácia de uma intervenção em formato de jogo eletrônico com aplicação remota e presencial direcionada às FE e seus efeitos sobre o desempenho matemático de estudantes de 7 a 12 anos. Para tanto serão empreendidos dois estudos em formato de ensaios randomizados estratificados constituídos de três etapas: pré-teste, intervenção e pós-teste. No estudo 1 participarão de maneira remota/virtual 200 estudantes que serão distribuídos nos grupos controle (GC) e experimental (GE). Na etapa de pré-teste os pais responderão ao Questionário sociodemográfico, de condições de saúde e educacionais do estudante, Questionário de Hipercultura e de Experiência Digital e ao Breve inventário das Funções Executivas (BRIFE) para pais. Os professores responderão ao Questionário sobre o desempenho do estudante em matemática e ao BRIFE para professores. Os estudantes participantes, do GC e do GE, serão avaliados a partir dos instrumentos: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), Tarefa O caminho de João, Teste Stroop versão Cor-Palavra, Tarefa Voltando para Casa e Teste de matemática. Na etapa de intervenção os estudantes do GE participarão da intervenção Cucca Curiosa, que será aplicada em dois a cinco encontros virtuais pelo GoogleMeet de no máximo 40 minutos cada, com tempo total de duas semanas. No pós-teste serão repetidos os mesmos procedimentos do pré-teste, com exceção dos questionários e do MEEM. No estudo 2 participarão de maneira presencial 100 estudantes de escolas públicas do município de Garanhuns-PE. Neste estudo serão seguidos os mesmos procedimentos do primeiro, com exceção dos instrumentos de avaliação da memória de trabalho e da flexibilidade cognitiva que serão, respectivamente, a Tarefa de memória de trabalho do NEUPSILIN-Inf e o Teste dos Cinco dígitos (FDT). Realizar-se-á uma investigação quantitativa dos dados obtidos em ambos os estudos por meio de análises estatísticas descritivas, bivariadas e multivariadas, particularmente, medidas de distribuição, tendência central, variabilidade/dispersão, correlações, regressões, comparações entre e intra grupos e análises multidimensionais.

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  • JOSENE FERREIRA BATISTA
  •  “A VIDA NÃO É UM SOPRO”: profissionais de enfermagem imaginando cuidados paliativos"

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • LUCIANE DE CONTI
  • NATHALY MARIA FERREIRA NOVAES
  • Data: 02/04/2024

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  • Os Cuidados Paliativos são uma abordagem centrada na melhoria da qualidade de vida para pacientes com doenças graves e suas famílias, focando no alívio da dor, gerenciamento de sintomas, apoio emocional e espiritual, tomada de decisões e foco na qualidade de vida. O presente estudo teve como objetivo investigar o imaginar de profissionais de enfermagem sobre Cuidados Paliativos, trabalhadores de hospital da cidade do Recife-Pernambuco, Brasil. Tomamos nesta investigação a tese de que o modelo da imaginação como expansão da experiência de Zittoun e colaboradores (e.g., Zittoun e Cerchia (2013) pode ser ampliado ao integrarmos com a abordagem histórico-relacional proposta por Fogel, Garvey, Hsu, e West-Stroming (2006), utilizando-se de uma análise microgenética. O método desenvolvido nesta tese envolveu duas etapas: a primeira foi dedicada à aplicação de formulário eletrônico com doze perguntas fechadas e duas perguntas abertas. Participaram desta etapa 57 profissionais de enfermagem de 5 setores do hospital. A segunda etapa se caracterizou pela realização de três encontros dedicados a um processo educacional intitulado Círculos de Cultura, desenvolvidos por Paulo Freire (1991). Os Círculos de Cultura foram conduzidos pela pesquisadora-animadora com um grupo de sete enfermeiras do mesmo hospital que haviam participado da etapa precedente. Na etapa 1, além da identificação da frequência de ocorrência das respostas objetivas, utilizou-se a técnica da nuvem de palavras para a análise das respostas referentes às duas questões abertas. Quanto à etapa 2, foi realizada análise microgenética dos registros auditivos, audiovisuais e imagéticos produzidos em cada um dos três encontros. Como resultados da Etapa 1: com 57 participantes, o panorama cultural apresentou imaginação de Cuidados Paliativos relacionados a cuidados de fim de vida. Na Etapa 2, percebemos que o imaginar das enfermeiras sobre Cuidados Paliativos envolveu a apresentação de padrões desenvolvimentais da imaginação: o Marco Zero onde os Cuidados Paliativos eram exclusivamente relacionados a cuidados para a morte; Nível 1, caracterizado por dúvidas e contradições em relação ao imaginado; Nível 2, compreensão mais ampla e complexa, considerando os Cuidados Paliativos como uma abordagem que não é exclusivamente relacionada à morte e Nível 3, imaginando Cuidados Paliativos como uma abordagem que pode reconciliar os cuidados de fim com a promoção da qualidade de vida. Adicionalmente, propomos a ampliação do modelo teórico da imaginação com a compreensão de rupturas secundárias, resultando na proposta de "Espirais Múltiplos da Imaginação", um modelo que descreve como múltiplas rupturas simultâneas nos processos imaginativos que ocorrem ao longo do tempo. Propomos que a análise microgenética guiada pela abordagem histórica-relacional, atrelada ao modelo da expansão da experiência, permite uma compreensão mais complexa e minuciosa da dinâmica do imaginar ao longo do tempo, especialmente em contextos dialógicos educacionais promovidos nos e pelos Círculos da Cultura. Sugerimos que, em pesquisas futuras, busquem integrar os estudos de imaginação e microgênese em outros contextos de vida. O presente trabalho insiste no fortalecimento do paliar como um cuidado à vida face ao simbolismo ainda presente que vincula este cuidado à morte, à finitude. Esperamos que este estudo impacte gestores e profissionais de saúde para a implementação de políticas para educação ao paliar, fortalecendo a importância da técnica como um instrumento legítimo para o cuidado e promoção à saúde.


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  • Profissionais de enfermagem lidam com processos de saúde e doença, o que pressupõe uma atuação que considere as diversas dimensões humanas: física, social, emocional e espiritual, na interface do cuidado. Estão diretamente ligados à assistência de pacientes oncológicos em internamento hospitalar e atuam nas diferentes fases do cuidado, que vão da prevenção a doenças, assistência em tratamento modificador até as condutas de Cuidados Paliativos, uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida. Tomamos, em acordo com o pensamento de Zittoun e colaboradores, a imaginação enquanto uma ação de criação de experiências que permite explorar passado e futuro por meio de rupturas e expansão de experiências. Uma função complexa que se desenvolve em interação com outras funções mentais superiores. A imaginação se apresenta como um desprendimento do contexto imediato, em que, aquele que imagina, realiza um movimento de loop: desloca-se do presente, e transita simbolicamente entre passado e futuro. Essa compreensão dos processos imaginativos está em articulação com a Psicologia Sócio Histórica, que considera existir uma integração constante e dinâmica entre o sujeito, individual e único, e sua cultura. Este estudo se propõe a compreender como ocorrem os processos imaginativos de profissionais de enfermagem atuantes na enfermaria oncológica sobre Cuidados Paliativos. Será desenvolvido com utilização de triangulação de métodos, por tornar possível a utilização de elementos de abordagens qualitativa e quantitativa. O estudo quantitativo será realizado com aplicação de questionário a um tamanho amostral n=51 de profissionais de enfermagem. O estudo qualitativo será desenvolvido com 6 participantes, e permitirá construir um panorama cultural da imaginação de profissionais de enfermagem sobre Cuidados Paliativos, entender a dinâmica imagética enquanto Loop, discutir os conteúdos imaginados e compreender como uma intervenção, por meio de Círculos de Cultura, proposta pedagógica de Paulo Freire, pode se tornar elemento favorecedor para a expansão de experiências em relação ao imaginado sobre Cuidados Paliativos.

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  • CELINE LORENA OLIVEIRA BARBOZA DE LIRA
  • DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DO PROTEGE-HD: Programa de treinamento no gerenciamento de emoções para pacientes em hemodiálise 

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SÉRGIO EDUARDO SILVA DE OLIVEIRA
  • DEBORA ALVES DE AMORIM
  • DORALÚCIA GIL DA SILVA
  • JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • KARINA DA SILVA OLIVEIRA
  • MIRELA DANTAS RICARTE
  • Data: 25/04/2024

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  • Pacientes com doença renal crônica que necessitam de hemodiálise podem enfrentar diversos problemas que impactam negativamente sua qualidade de vida (QV). Para promover o ajustamento psicológico e amenizar os prejuízos que o adoecimento traz na vida das pessoas, desenvolver habilidades relacionadas a regulação emocional (RE) é indicado, pois está associado a desfechos positivos para a saúde física e mental. Nesse sentido, esta tese procurou desenvolver e avaliar um programa de intervenção para o treinamento de habilidades de RE para pacientes em tratamento hemodialítico. Para isto, foram conduzidos três estudos. No
    primeiro, foram investigados os impactos de variáveis psicológicas, como RE; crenças sobre emoções e estresse; e sintomas de ansiedade, depressão e estresse; na QV e na adesão ao tratamento. Os resultados sugerem que habilidades de RE, crenças sobre a controlabilidade das emoções e a ausência de sintomas de depressão, ansiedade e estresse estão associadas ao componente mental da QV dos participantes, indicando-as como alvos importantes para intervenções visando o bem-estar desses pacientes. Não foram encontrados resultados
    significativos para a adesão ao tratamento. O segundo estudo descreveu o desenvolvimento do PROTEGE-HD, um programa de treinamento baseado na teoria processual de RE de Gross. Esse programa visou promover discussões sobre crenças relacionadas às emoções e a prática de habilidades para regular emoções agradáveis e desagradáveis. O terceiro estudo avaliou qualitativamente a aplicação do PROTEGE-HD através da análise de entrevistas realizadas antes e depois da intervenção por meio do software IRaMuTeQ. Os resultados apontam para melhorias na maneira como os participantes lidavam com suas emoções após a intervenção, além de impactos positivos nos relacionamentos interpessoais e na rotina do tratamento. Os resultados indicam o PROTEGE-HD como uma intervenção viável para aplicação em pacientes submetidos à HD. Esses achados são relevantes para orientar psicólogos e outros profissionais de saúde que atuam em clínicas e serviços de diálise, possibilitando uma abordagem instrumentalizada e mais eficaz ao acolher, discutir e manejar as emoções dos pacientes nesse contexto.


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  • NADIA OLIVEIRA DA SILVA
  • O USO DA ARGUMENTAÇÃO PRÁTICA EM SITUAÇÕES DELIBERATIVAS DO ESTÁGIO EM PSICOLOGIA CLÍNICA: um estudo exploratório

  • Orientador : SELMA LEITAO SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • NADIA SOLEDAD PERALTA
  • ANGELINA NUNES DE VASCONCELOS
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • FABIANA MARIS VERSUTI
  • SYLVIA REGINA DE CHIARO RIBEIRO RODRIGUES
  • Data: 15/08/2024

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  • Este estudo visou a identificar os movimentos argumentativos e os tipos de conhecimentos utilizados por estagiários do curso de Psicologia na tomada de decisão durante o estágio em Psicologia Clínica. O foco foi no processo de planejamento, execução e reflexão sobre a ação em situações propostas a este contexto. Foi utilizada a perspectiva de argumentação prática, definida como um tipo de raciocínio utilizado para escolher ações em contextos sociais, visando resolver problemas práticos (Gomez, 2018). Os processos de planejamento, execução e reflexão são partes essenciais da formação em estágio e supervisão em Psicologia. Participaram do estudo quatro alunos no último ano da graduação, divididos em duas duplas: dupla concluinte (finalizando o Estágio Específico II) e dupla iniciante (recém-ingressos no Estágio Específico I). A coleta de dados foi estruturada em três etapas: (i) planejamento da ação: deliberação sobre um caso clínico apresentado, definindo a abordagem clínica e construindo o curso de ação; (ii) execução da ação: realização do role play com troca de papéis entre paciente e psicoterapeuta; e (iii) reflexão sobre a ação: cada participante realizou uma entrevista de autoconfrontação simples de Clot (2010), baseada na videogravação do role play. Foi realizada uma microanálise dos dados de planejamento e reflexão sobre a ação, focando nos movimentos argumentativos e tipos de conhecimento utilizados. Foi utilizada a unidade triádica de Leitão (2000) – argumento, contra-argumento e resposta – para investigar os movimentos argumentativos, e as noções de conhecimento declarativo e procedimental de Sternberg (2018) para analisar os tipos de conhecimentos. Uma macroanálise foi conduzida para observar as semelhanças e diferenças nos movimentos argumentativos e tipos de conhecimentos entre a dupla concluinte e iniciante. Na fase de planejamento da ação, as duplas usaram argumentos para escolher a abordagem teórica, considerar informações clínicas e a história de vida da paciente. Contra-argumentos enfraqueceram alternativas de cursos de ação, hipóteses diagnósticas e anteciparam situações indesejadas. As respostas indicaram as ações escolhidas e as que deveriam ser realizadas. Durante a reflexão sobre a ação, todos os participantes revisaram suas ações, destacando aquelas inadequadas ao processo do role play e ações adequadas, além de considerar outras ações que poderiam ter sido realizadas (apenas a dupla concluinte). Os conhecimentos declarativos foram identificados nas fases de planejamento e revisão da ação, enquanto os conhecimentos procedimentais apareceram descritos a partir dos conhecimentos declarativos. Na análise macroanalítica, a dupla concluinte mostrou maior quantidade e variedade de movimentos argumentativos em comparação com a dupla iniciante. A literatura sobre treinamento de psicoterapeutas e teorias de aprendizagem de adultos sugere que a experiência prática pode aumentar as habilidades argumentativas e os tipos de conhecimentos utilizados. O contexto de supervisão, por si só, foi considerado um modelo formativo que estimula o desenvolvimento da habilidade de argumentar. Os resultados apontam a necessidade de mais estudos para permitir maior generalização dos achados. A continuidade da investigação pode fornecer reflexões valiosas para a melhoria dos programas de formação em Psicologia, especialmente no desenvolvimento de 8 habilidades argumentativas e na aplicação de conhecimentos teóricos e práticos em contextos de estágio e supervisão.


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  • O estágio em psicologia é primordial para a formação profissional de psicólogos, pois se trata
    de um período no qual os estudantes terão que articular os conhecimentos teóricos vistos ao
    longo do curso, em situações práticas relativas ao campo de estágio. Para isso, as Diretrizes
    Curriculares Nacionais para os cursos de psicologia (DCN 2011) defendem que a formação de
    psicólogos deve fomentar um conjunto básico de competências e habilidades pautadas em
    uma formação crítica, reflexiva e ética para atuação em diferentes áreas da psicologia, sendo
    uma das competências preconizadas, e colocada como foco na presente investigação, à
    tomada de decisão. Apesar de o estágio supervisionado ser considerado um período
    primordial para a formação é escasso os trabalhos na literatura que apresentem estudos
    empíricos reverentes a este campo, especialmente, acerca de atividades didático-pedagógicas
    que promovam a articulação de teoria-prática visando o desenvolvimento de habilidades
    essenciais para esta área, conforme recomendado pelas DCN (2011). Com base nesta breve
    contextualização, o presente estudo visa analisar como o uso da argumentação, promovida em
    situações próprias ao campo da psicologia clínica, pode ensejar em estudantes de psicologia, o
    pensamento reflexivo que é inerente ao processo de tomada de decisão como recomendado
    pelas diretrizes citadas. A argumentação é colocada como foco na intervenção, por se tratar de
    uma atividade social e discursiva que viabiliza a reflexão crítica de diferentes pontos de vista
    sobre um mesmo assunto, através da justificação e consideração de perspectivas distintas,
    com a finalidade de averiguar qual o melhor ponto de vista para uma dada situação. O
    processo reflexivo próprio a argumentação também se trata, portanto, de um componente
    inerente a tomada de decisão, sendo esta última caracterizada pela capacidade de considerar
    perspectivas sob apreciação em um dado contexto. A vista disso será proposta uma
    intervenção, na modalidade remota, com duração de seis encontros, que apresentarão
    propostas de argumentação espontânea (2° e 5° encontros) e argumentação intensiva (3° e 4°
    encontro); o 1° e 6° encontros serão destinados a introdução da proposta interventiva e a
    conclusão da intervenção, respectivamente, com um grupo médio de dez estudantes de
    psicologia que estejam próximos de ingressarem no estágio curricular obrigatório. Nas
    intervenções serão utilizados recursos didático-pedagógicos que possuem a finalidade de
    promover o pensamento reflexivo inerente a argumentação e ao processo decisório, como o
    método socrático e role plays, que facilitarão a discussão crítica de situações desafiadoras
    próprias ao campo da psicologia clínica. No que tange a proposta analítica, esta será realizada
    em duas etapas, sendo uma microanálise dos episódios argumentativos e dos tipos de
    reflexões utilizados ao longo de todo o processo de intervenção, e uma macroanálise
    objetivando comparar os episódios e os tipos de reflexões realizadas pelos sujeitos antes e
    após a exposição dos participantes do estudo, em um ambiente intensamente argumentativo
    (promovidos no 3° e 4° encontros da intervenção) e a partir do feedback dos participantes do
    estudo realizado no último encontro da proposta. Objetiva-se, com essa análise, averiguar
    como a promoção de um ambiente intensamente argumentativo pode contribuir para a
    reflexão e revisão crítica de estratégias, bem como os conhecimentos utilizados em situações
    desafiadoras deste campo, contribuindo, assim, para o processo decisório nesse contexto de
    formação laboral.

5
  • NÓRTHON ROBERTO FERREIRA DE MENDONÇA
  • Efeitos de uma intervenção baseada em mindfulness sobre a inteligência emocional e o burnout de professores de escolas públicas: um ensaio clínico randomizado controlado

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARMEM BEATRIZ NEUFELD
  • ALEX MOURÃO TERZI
  • DEBORA ALVES DE AMORIM
  • KARINA DA SILVA OLIVEIRA
  • MIRELA DANTAS RICARTE
  • Data: 28/08/2024

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  • A Síndrome de burnout é ocasionada por um estresse crônico no ambiente de trabalho que não foi gerenciado adequadamente. Trata-se de um problema social com impacto sobre os indivíduos, os ambientes de trabalho e a economia, originando problemas psicológicos e a perda parcial ou total da capacidade laboral. Sabe-se que os professores compõem uma das categorias profissionais mais atingidas pela síndrome, o que pode gerar efeitos negativos para sua atividade central e consequente prejuízos a educação de crianças e adolescentes. Partindo do modelo Demandas e Recursos (modelo JD-R) para explicar o fenômeno do burnout, o presente estudo propôs a Inteligência Emocional (IE) como um recurso para mitigar os efeitos do burnout e prevenir essa condição de estresse na população-alvo. Para tal, utilizou-se o modelo de IE de Salovey e Mayer, compreendendo a IE como uma habilidade que pode ser desenvolvida. Assim, visando desenvolver IE nos professores, procedeu-se com um ensaio clínico randomizado controlado para avaliar os efeitos de uma intervenção baseada em mindfulness (MBHP) de 8 semanas de duração sobre a IE, o burnout e o nível de mindfulness de professores de escolas públicas do Brasil. O estudo contou com 136 participantes, grupo experimental (N = 65) e grupo controle em lista de espera (N = 71), em um desenho experimental longitudinal, com pré-teste, pós-teste, follow-up e crossover. Levantou-se três hipóteses: 1- aumento de IE e diminuição de burnout após a intervenção, 2- papel mediador da inteligência emocional sobre os efeitos da intervenção e 3- papel moderador da aderência ao mindfulness sobre os efeitos da intervenção. Procedeu-se com análises envolvendo um conjunto de ANOVAs de medidas repetidas e uma análise de mediação e moderação para avaliar os dados. Os resultados evidenciaram diferenças significativas entre os grupos experimental e controle após a intervenção e a análise de mediação e moderação descartou o papel da IE como variável mediadora dos efeitos da intervenção, mas confirmou o papel moderador da aderência ao mindfulness. Os resultados são discutidos na tese e sugestões para estudos futuros são apontados.


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  • LUCIANA GREGORIO DE OLIVEIRA
  • PROCESSO CRIATIVO E CIRCULAÇÃO DE MEMES DA INTERNET: uma experiência estética na (re)significação de mudanças sociopolíticas

     

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FATIMA MARIA LEITE CRUZ
  • MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
  • ANA PAULA PEREIRA
  • DANIELE SIQUEIRA VERAS
  • MARIA TERESA BARROS FALCAO COELHO
  • Data: 29/08/2024

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  • O presente estudo partiu do entendimento de processo criativo tendo como referencial as concepções de Vigotski com a Psicologia Histórico-Cultural. Nesta perspectiva, o processo de criação ocorre por meio da interlocução entre o repertório cultural de um sujeito, que é resgatado por meio da memória, e a ressignificação deste conteúdo por meio da imaginação. Esta investigação teve como objetivo principal compreender o processo criativo na circulação de memes da Internet que envolvem as mudanças sociopolíticas em um site de redes sociais. Para a construção dos dados desta pesquisa qualitativa, foi realizada uma imersão na página de redes sociais Facebook. A experiência de imersão no campo foi realizada sob inspiração do método etnográfico, adaptando-o para uma construção netnográfica. Assim como na Psicologia Histórico-Cultural, a etnografia concebe o caráter social do sujeito e a sua relação com a cultura. Acerca do campo de estudo, o ciberespaço, este consiste em um cenário de comunicação e interação entre sujeitos sob mediação das tecnologias digitais que, na Internet, congregam diversas redes sociais. Esta interação a partir das redes sociais tem sido ampliada
    para diversas esferas, inclusive a política. Movimentos sociais vêm sendo criados, articulados e fortalecidos por meio da Internet. Pensando nisso, foram consideradas nesta pesquisa postagens compartilhadas em um grupo do Facebook que tinham como tema dos memes escolhidos as mudanças sociopolíticas ocorridas no Brasil, mais precisamente aquelas relacionadas ao processo eleitoral brasileiro de 2018. As postagens neste ambiente são
    compartilhadas pelos usuários e elaboradas a partir da junção de capas de obras literárias com memes que tenham relação com a referida obra. Para compreender a experiência estética e a produção de sentidos e significados sobre as mudanças sociopolíticas e sua relação com a criação do meme, analisamos as capas compartilhadas no grupo de forma múltipla e integrada, consistindo na técnica jornalística do lead, na análise contextual, análise dos mecanismos que constituem o processo criativo e dos núcleos de significação com base na visão vigotskiana. Compreendemos os sentidos e significados produzidos pelos sujeitos em relação à circulação das postagens a partir de três núcleos. Em Meme é para ser compartilhado, os memes foram significados a partir de sua capacidade de propagação mediante o seu compartilhamento. No núcleo “Eu queria reagir com haha, triste e grr ao mesmo tempo”, o meme é concebido como um recurso que possibilita às pessoas interagirem e expressarem emoções e sentimentos. No último núcleo, Os memes e a construção do
    conhecimento, o meme é significado como um veículo para a transmissão de informações e construção do conhecimento. Na análise contextual, pudemos compreender a influência do componente social no desenvolvimento humano e que é impossível desvincular o sujeito do meio ambiente. O meme é fruto de uma construção social, assim como a memória, os processos imaginativos e de significação e as produções artísticas. Enquanto uma construção coletiva, o meme é também um instrumento político e pode ser um aliado ou um inimigo de uma democracia.


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  • O presente estudo partirá do entendimento de processo criativo tendo como referencial as concepções de Vigotski, com a Psicologia histórico-cultural, e de Mikhail Bakhtin. Nesta perspectiva, o processo de criação ocorre por meio da interlocução entre o repertório cultural de um sujeito, que é resgatado por meio da memória, e a ressignificação deste conteúdo por meio da imaginação. Esta investigação tem como objetivo principal compreender o processo criativo na elaboração e circulação de memes que envolvem as mudanças sociopolíticas em um site de redes sociais. Para a construção dos dados desta pesquisa qualitativa, será feita uma imersão em um grupo pertencente à página de redes sociais Facebook. As postagens neste ambiente são elaboradas a partir da junção de capas de obras literárias e memes que tenham relação com a obra. A experiência de imersão no campo será registrada em diário de bordo e terá como inspiração o método cartográfico situado no contexto do ciberespaço. Este método tem como finalidade estudar fenômenos sob a perspectiva processual. Ele pressupõe uma abertura às possibilidades de entendimento por parte do pesquisador, que deverá adotar uma atenção aberta e flutuante para poder traçar mapas, desenhando, assim, a rede de forças que conecta o fenômeno estudado a demais elementos. Assim como na Psicologia histórico-cultural, o método da cartografia concebe o caráter social do sujeito e a sua relação com a cultura. Acerca do campo de estudo, o ciberespaço, este consiste no espaço de comunicação e interação entre sujeitos sob mediação das tecnologias digitais que, no caso dessa pesquisa, será o computador e a Internet enquanto uma grande rede que congrega diversas outras redes sociais. Esta interação a partir das redes sociais tem sido ampliada para diversas esferas, inclusive a política. Movimentos sociais vêm sendo criados e articulados a partir da Internet. Pensando nisso, serão consideradas nesta pesquisa postagens realizadas no grupo que tenham como o tema dos memes escolhidos as mudanças sociopolíticas ocorridas no Brasil na contemporaneidade. Estas postagens e a interação entre os participantes sobre os memes serão registradas no próprio grupo via software de captura de vídeo por meio da tela do computador. Para compreender a experiência estética e a produção de sentidos e significados sobre as mudanças sociopolíticas e sua relação com a criação do meme, serão realizadas entrevistas com os autores das postagens escolhidas. A proposta de análise do estudo será múltipla e consistirá na técnica jornalística do lead, na análise contextual e dos núcleos de significação (com base na Psicologia histórico-cultural) e na elaboração de categorias baseadas nos mecanismos do processo criativo, sob a visão vigotskiana, e categorias inspiradas no conceito bakhtiniano de carnavalização. Propõe-se a integração de todos os dados construídos e analisados por meio da elaboração de um eixo em comum, com base em uma analogia ao conceito de rizoma, que articulará de forma dialógica e dialética os elementos que constituem esta grande árvore cujos ramos se entrecruzam e partilham de uma mesma raiz, que corresponderá à unidade de análise do estudo, que será a palavra dotada de significação.

7
  • AMIN SEBA TAISSUN
  • ESQUEMAS MENTAIS SOBRE O DIREITO DE LIBERDADE RELIGIOSA: um estudo cognitivo e nomotético-exploratório


  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • LILIANE MARIA TEIXEIRA LIMA DE CARVALHO
  • PAULO AUGUSTO TAMANINI
  • FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • JADSON CORREIA DE OLIVEIRA
  • Data: 30/08/2024

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  • Trata-se de estudo sobre esquematismo mental (Legerlund, 2008) e Direito de Liberdade Religiosa (Reale, 2013), com mediação da Autoconsciência objetiva (Duval; Wicklund, 1972), reflexiva (Trapnell; Campbell, 1999; Zanon; Teixeira, 2006) e situacional (Nascimento, 2008), a partir dos estudos sobre religião, religiosidade e espiritualidade (James, 2002). Como objetivo principal, buscou-se identificar e aferir a rede de esquemas mentais sobre o Direito de Liberdade Religiosa e o teste de hipóteses em correlação aos dados da sociodemografia, como pertença religiosa, nas dimensões tempo de pertença e vínculo a uma determinada denominação, grau de instrução formal, estado civil, renda e condição de gênero. Objetivou-se, também, a validação de um instrumento específico (EDLIR), com a finalidade de aferir quantitativamente o esquematismo mental sobre o Direito de Liberdade Religiosa em língua portuguesa. Para tanto, adotou-se uma abordagem metodológica nomotético-quantitativa, exploratória e descritiva, com a utilização de escalas para aferição de padrões de religiosidade global, níveis de autoconsciência e validação discriminante e convergente da EDLIR. As análises estatísticas seguiram os padrões da psicometria clássica (Pasquali, 2011), com aferição de índices KMO/Barteltt, Chronbach e Pearson e rotação ortogonal Varimax. Os dados foram coletados eletronicamente entre 514 participantes, distribuídos em diversas unidades federativas, com confissões religiosas dentre as mais expressivas no Brasil, numérica e dogmaticamente (IBGE, 2010), tendo, como grupo de comparação, ateus e agnósticos. Garantiu-se o anonimato, e as apreciações éticas foram rigorosamente seguidas. As aferições demonstraram que pessoas mais escolarizadas, com maior renda familiar não vinculadas a instituições religiosas formais, bissexuais e mais autoconscientes são mais favoráveis à liberdade de religião. A escala proposta (EDLIR) foi validada após a exclusão de três itens, e os resultados também indicaram a necessidade de novos estudos, com outras metodologias, como análises fatoriais confirmatórias, com rotações oblíquas e abordagens ideográfico-qualitativas, para melhor compreensão do fenômeno e identificação de eventuais construtos subjacentes. Também foi possível tecer um recorte com aspectos juspolíticos, de maneira a sugerir pesquisas inter e transdisciplinares, com vistas ao fomento de políticas públicas para melhor garantia do Direito de Liberdade Religiosa.


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  • Trata-se de estudo para identificação e aferição de padrões, aplicada em uma única etapa e contendo duas dimensões. A primeira (Estudo 1), validou, de modo concorrente (convergência e discriminância), a escala de Direito de Liberdade Religiosa (EDLIR), consoante medidas psicométricas clássicas; a segunda dimensão
    (Estudo 2), com análise fatorial, multidimensional e com modelos de regressão, identificou padrões e confirmou a maioria das hipóteses do estudo, estas sobre o Direito de Liberdade Religiosa, através da mediação da autoconsciência objetiva, reflexiva e situacional. O objetivo principal, no sentido de se investigar as possíveis relações entre religiosidade, tempo de pertença a uma determinada doutrina, a partir da adoção de preceitos e ritos religiosos, e de religiosidade global foi alcançado. Ao final, formulou-se uma tese cognitiva sobre o próprio Direito de Liberdade Religiosa, configurando-o enquanto esquema mental e com validação estatística e empírica de novo instrumento de pesquisa (EDLIR). Ao final, sugere-se novas pesquisas e políticas públicas e jurídicas em prol de atitudes pró-sociais em relação a este Direito. Metodologicamente, o estudo é quantitativo e exploratório para, a partir dos resultados obtidos e por hipótese-dedutiva, inferir indutivamente teses oriundas das análises estatísticas realizadas. Em perspectiva interdisciplinar, os fundamentos teóricos
    englobam teorias da Psicologia Cognitiva, do Direito, da Filosofia e de outros ramos do conhecimento.

8
  • LORENA BANDEIRA MELO DE SÁ
  • IMPACTO DAS ESTRATÉGIAS DE SELF NUDGE NA REDUÇÃO DA COMPULSÃO ALIMENTAR: um estudo de caso

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • VIRGÍNIA TELES CARNEIRO
  • JOSEVÂNIA DA SILVA
  • JULLYANNE ROCHA SÃO PEDRO
  • RENATA PIMENTEL DA SILVA
  • Data: 25/09/2024

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  • O processo de tomada de decisão nem sempre é caracterizado por escolhas saudáveis, especificamente em casos de compulsão alimentar, caracterizado por falta de controle na ingestão de alimento. Dentre as estratégias para facilitar esse processo, destacam-se os nudges, que correspondem a empurrões elaborados por terceiros para auxiliar na tomada de decisão e self-nudges, empurrões aplicados pelo próprio sujeito para mudança de comportamento. O presente projeto teve como objetivo avaliar a eficácia das estratégias de self-nudge para a
    tomada de decisão em casos de compulsão alimentar e compreender o papel que a autoconsciência assume para a implementação dessas estratégias, delineado a partir de dois estudos. No estudo 01, participaram 64 pessoas, maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que se declararam comedores compulsivos e que responderam um questionário estruturado contendo dados sociodemográficos, informações sobre frequência de compulsão alimentar e se são acompanhadas por profissionais de saúde. Na segunda parte deste estudo, 12 participantes
    responderam perguntas relacionadas à compulsão alimentar e os comportamentos desejados e efetivamente realizados em episódios compulsivos, através da associação livre de palavras. Os dados foram analisados à luz do Discurso do Sujeito Coletivo, de Lefevre e Lefevre. O estudo 02, caracterizado como um estudo de caso clínico, teve a participação de 4 pessoas, maiores de 18 anos, sendo 2 do sexo masculino e 2 do sexo feminino, em processo de psicoterapia, declarantes como comedores compulsivos com frequência de 1 episódio semanal, que implementaram estratégias de self-nudge à sua escolha, para minimizar os efeitos compulsivos em sua alimentação. Os dados foram analisados a partir da Análise de Conteúdo, de Laville e Dione. Os resultados do estudo 01 demonstram uma prevalência feminina da amostra, frequência de episódios compulsivos de 1 a 3 vezes por semana e a maioria dos respondentes não buscam apoio com profissionais da saúde como psicólogos, psiquiatras e nutricionistas. Além disso, os discursos dos participantes corroboram com os referenciais teóricos sobre o que é compulsão alimentar, os motivos que direcionam alguém a comer compulsivamente e os
    sentimentos envolvidos, assim como a dificuldade na mudança de comportamento para redução dos episódios. Os resultados do estudo 02 demonstram a eficácia das estratégias de self-nudge na tomada de decisão em casos de compulsão alimentar e a importância da autoconsciência como importante processo mediador para proporcionar a implementação das estratégias de selfnudge.


  • Mostrar Abstract
  • O processo de tomada de decisão nem sempre é caracterizado por escolhas saudáveis, especificamente em casos de compulsão alimentar, caracterizado por falta de controle na ingestão de alimento. Enquanto estratégias para facilitar esse processo destacam-se os nudges, que correspondem a empurrões elaborados por terceiros para auxiliar na tomada de decisão e self-nudges, empurrões aplicados pelo próprio sujeito para mudança de comportamento. O presente projeto tem como objetivo avaliar a eficácia das estratégias de self-nudge para a tomada de decisão em casos de compulsão alimentar a partir de uma pesquisa aplicada, de abordagem qualiquantitativa, sendo um estudo de intervenção. Participarão do estudo 60 participantes, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, com diagnóstico de Transtorno da Compulsão Alimentar que serão aleatoriamente distribuídos em quatro grupos, sendo três de intervenção e um de controle, que não receberá intervenção. Cada grupo de intervenção receberá instruções para uso de estratégias de self-nudge com a finalidade de controle de episódios de compulsão alimentar e que serão diferentes entre si, com o objetivo de verificar, de forma mais precisa, a eficácia das estratégias. Todos os participantes responderão questionários no pré-teste envolvendo variáveis sociodemográficas, de ansiedade, autoestima e tomada de decisão e os participantes dos grupos de intervenção também participarão de uma Entrevista Centrada no Problema e responderão um questionário de avaliação das dificuldades de implementação das estratégias de self-nudge. Como desfecho primário, espera-se que as estratégias se demonstrem eficazes na diminuição dos episódios de compulsão alimentar, ansiedade e melhora na autoestima dos participantes

9
  • MARIA CAROLINA LOPES GRANJA
  • RELAÇÕES ENTRE A ANSIEDADE E A TOMADA DE DECISÃO EM SITUAÇÕES FINANCEIRAS

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • JOAO DOS SANTOS CARMO
  • JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MIRELA DANTAS RICARTE
  • MONICA DE FATIMA BATISTA CORREIA
  • Data: 08/11/2024

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  • A presente investigação teve por objetivo investigar como a ansiedade influencia na tomada de decisão em situações financeiras. Na sua elaboração, foram consideradas duas perspectivas opostas. Na primeira, sob inspiração das ideias de Raghunathan e Pham (1999), assumiu-se que a ansiedade tem por objetivo implícito a redução de incertezas e a evitação de riscos nas tarefas de tomada de decisão, levando a decisões menos arriscadas do ponto de vista financeiro. Na segunda, mais alinhada à visão difundida no senso comum, ponderou-se que a ansiedade tenderia a evocar a impaciência e a procura por gratificações imediatas, levando a decisões financeiras mais imprevidentes e arriscadas. Foram realizados três estudos independentes e complementares com uma mesma amostra de 121 adultos brasileiros residentes no Brasil, com idades entre 18 e 65 anos, de ambos os sexos. Todos foram submetidos a uma entrevista realizada por videoconferência para a participação nos três estudos. No Estudo 1, o objetivo era analisar a eficácia da indução emocional da ansiedade por meio de plataformas digitais em adultos brasileiros residentes nos Brasil. Os participantes foram igualmente divididos em três grupos, equivalentes em quantidade de homens e mulheres, e submetidos às induções emocionais (Grupo 1: ansiedade; Grupo 2: raiva; Grupo 3: neutra). Os resultados indicaram que as manipulações emocionais surtiram o efeito desejado, modificando a percepção do estado emocional dos participantes antes e após a intervenção. Já o Estudo 2 foi proposto com vistas a buscar evidências de validade de um instrumento de tomada de decisão construído pela proponente, composto por quatro situações hipotéticas (Situação 1: garantia estendida; Situação 2: caminhão-pipa; Situação 3: aposta; Situação 4: investimento). Seus principais resultados indicaram que não houve comunalidade suficiente entre os itens para a formação de um fator, sinalizando que as situações-problema não se constituíram como instrumento propriamente dito, conforme pretendido. Nessa esteira, as situações de tomada de decisão passaram a ser consideradas individualmente, enquanto tarefas, e não mais como itens de um mesmo instrumento. Finalmente, o Estudo 3 foi proposto com o objetivo de analisar os impactos da ansiedade nas tomadas de decisão financeiras na amostra investigada, integrando os achados dos Estudos 1 e 2. Os principais achados do Estudo 3 indicaram que as induções emocionais realizadas (G1: ansiedade; Grupo 2: raiva; Grupo 3: neutra) não surtiram o efeito esperado nas tomadas de decisão nas situações S1 (garantia estendida), S2 (caminhão-pipa) e S4 (investimento). De forma contrária, na Situação 3 (aposta), houve efeito estatisticamente significativo, uma vez que o grupo induzido com a ansiedade apresentou média mais elevada (M=2,67) em comparação com os demais (raiva= 2,27; e neutro= 2,38) na tomada de decisão. Assim, constatou-se, na amostra investigada, que os participantes ansiosos tomaram decisões mais arriscadas do ponto de vista financeiro quando confrontados com a situação de aposta. Embora pontuais, esses resultados são mais aderentes à visão difundida no senso comum, que associa a ansiedade a decisões mais arriscadas do ponto de vista financeiro.


  • Mostrar Abstract
  • O objetivo do presente trabalho é investigar se e como a ansiedade influencia na tomada de decisão envolvendo situações financeiras. Para isso, propõe-se a realização de uma entrevista em meio digital a 120 adultos residentes no Brasil, com idades entre 18 e 65 anos, de ambos os sexos. A sessão online será realizada em plataforma de reuniões em dia e horário definidos, de forma individual, em único encontro e em tempo livre. Os participantes serão divididos igualmente em três grupos, equivalentes em relação ao número de homens e mulheres. Cada grupo será submetido à indução com uma emoção específica: ou ansiedade, ou raiva ou neutra e, após, será incentivado a tomar decisões relacionadas a quatro cenários financeiros hipotéticos que envolvem incerteza, risco e possibilidade de perdas ou ganhos de dinheiro. Com vistas a caracterizar melhor a amostra, serão aplicados ainda o Inventário de Ansiedade de Beck, a Escala Cognitiva da Ansiedade e um questionário socioeconômico. Devido à sua natureza quali e quantitativa, os dados do estudo serão analisados de duas formas: os dados quantitativos serão tabulados e submetidos à análise estatística, enquanto os dados qualitativos serão analisados e classificados em tipos de acordo com o seu conteúdo por juízes independentes. A realização deste estudo justifica-se pelas lacunas na literatura relacionada ao tema, que apresenta poucas investigações empíricas a respeito do papel da ansiedade em tomadas de decisão financeiras, questão notadamente relevante no Brasil, considerado o país mais ansioso do mundo.

2023
Dissertações
1
  • RODRIGO LIRA DA SILVA
  • PASSADO REMEMORADO E FUTURO IMAGINADO: um estudo sobre trajetórias de vida juvenis a partir da construção de significados sobre o diagnóstico psiquiátrico

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DINIZ PEREIRA DE LYRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MIRELLA DE LUCENA MOTA
  • TATIANA ALVES DE MELO VALÉRIO
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • Data: 30/01/2023

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  • Esta dissertação tem como objetivo geral investigar como jovens significam seus diagnósticos psiquiátricos nas suas trajetórias de vida. Foi utilizado como fundamento teórico um trânsito entre conceitos da Psicologia Cultural de Dinâmica Semiótica (PCDS) e da Psicologia Dialógica, em referência com a Abordagem da Equifinalidade das Trajetórias (TEA). A construção de significados foi compreendida como um processo bidirecional do sujeito em relação com outros, ou seja, o sujeito externaliza mensagens endereçadas aos outros que as transformam e as devolvem para o próprio sujeito, que também, pode ou não, as transformar ao internalizá-las. É nesta dinâmica que os significados, de forma dialógica, podem ser confrontados ou mantidos, o que permite que novas significações surjam na relação. Foi discutido que significar é um fenômeno relacional em que o sujeito visa construir conhecimento sobre si mesmo em suas bases cognitivas e afetivas, além de que é uma dinâmica que o possibilita de criar suas trajetórias de vida. Torna-se importante analisar os diagnósticos psiquiátricos a partir das construções de significados por eles nomearem experiências complexas de sofrimento, que ressoam no decorrer do curso da vida. Assim, o diagnóstico psiquiátrico é significado através da rememoração do passado e da imaginação de futuro em diálogo com outros, pois as experiências traumáticas transcendem os limites do passado, do presente e do futuro. É na relação dialógica, ao rememorar e imaginar, que os jovens significam seus diagnósticos. Nesse sentido, foram realizadas análises a partir da construção de trajetórias de vida de dois jovens usuários em um hospital-dia. Foram feitas quatro entrevistas longitudinais individuais com cada jovem por um período de dois meses, além da confecção de um scrapbook neste mesmo período. As análises foram configuradas em duas etapas: a construção das trajetórias de vida a partir do modelo de equifinalidade das trajetórias (TEM) e análise dialógica. Diante disso, foi discutido que os jovens significam seus diagnósticos de forma ambivalente, pois, ao aceitá-los, a sua imaginação de futuro é comprimida, mesmo que ela seja tida como um campo de possibilidade diversas. Os jovens significam que seus diagnósticos comprometem suas imaginações diante do que eles desejam para si, vendo-o como um fator que ceifa seus processos de mobilidade psíquica.


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  • Este projeto tem como objetivo geral investigar, através de uma dinâmica rememorativa-imaginativa, como jovens constroem suas trajetórias de vidas por meio dos significados que produzem sobre seus diagnósticos psiquiátricos. Nesse sentido, ancoramos o trabalho numa perspectiva idiográfica, por meio de entrevistas longitudinais semiestruturadas com jovens usuárias de um serviço de saúde mental, na medida em que focamos na centralidade do sujeito, nos seus processos de significação, rememoração e imaginação, a partir das instâncias sígnicas que se originam do diagnóstico psiquiátrico. Fundamentamos também que a construção de trajetórias de vidas ocorre por meio de uma dinâmica rememorativa-imaginativa, daquilo que é vivido e não vivido pela jovem. Diante disso, temos a compreensão de um jovem sujeito dialógico-semiótico que, para se construir, necessita de um outro situado em um contexto sócio-histórico

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  • MARLY CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE
  • COMPARAÇÕES ENTRE CRIANÇAS SURDAS ORALIZADAS E USUÁRIAS DA LIBRAS QUANTO ÀS ATIVIDADES MATEMÁTICAS REALIZADAS NO CONTEXTO FAMILIAR

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA SORAIA SILVA CRUZ
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • VERA LUCIA MERLINI
  • Data: 13/02/2023

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  • Pesquisas com crianças ouvintes apontam para a existência de diversas atividades matemáticas desenvolvidas no ambiente familiar e que essas atividades desempenham papel importante no conhecimento matemático dessas crianças. Entretanto, são raras as investigações dessa natureza com crianças surdas, o que resulta em informações limitadas acerca das atividades matemáticas que elas realizam no ambiente familiar. Compreender a natureza dessas atividades é relevante porque é possível que uma das razões da defasagem observada em relação ao conhecimento matemático de crianças surdas quando comparadas a crianças ouvintes decorra da forma como o conhecimento matemático informal é adquirido no ambiente familiar. Importante mencionar que no ambiente familiar as crianças surdas se comunicam por meio da linguagem oral e da língua sinalizada. Desse modo, há crianças surdas oralizadas e crianças surdas usuárias da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Assim, surge como relevante examinar se as atividades matemáticas realizadas em casa variariam em função do sistema de comunicação adotado por essas crianças nas interações com seus familiares. Este é o objetivo da presente pesquisa que se caracteriza como estudo de casos múltiplos que envolvem oito crianças surdas oralizadas e oito crianças surdas usuárias da Libras com idades entre 6 e 12 anos, alunas do ensino fundamental. Devido à pandemia da COVID-19, os dados acerca das atividades matemáticas realizadas por essas crianças em casa foram obtidos por meio de entrevistas remotas (vídeo chamadas) feitas com suas mães que serviram de mediadoras. As entrevistadas foram recrutadas por meio da técnica denominada Bola de Neve. Inicialmente foi realizada uma entrevista com o objetivo de obter informações sobre a criança. Em seguida, as entrevistadas foram instruídas e solicitadas a realizarem uma ou duas observações de seus filhos/as e preencherem uma ficha descrevendo as atividades matemáticas realizadas por essas crianças-alvo. Por último, foi feita uma entrevista acerca das observações realizadas com o objetivo de esclarecer e complementar as fichas de observação preenchidas pelas entrevistadas. Foram formados dois grupos de crianças-alvo: oralizadas e usuárias da Libras. As atividades matemáticas documentadas pelas entrevistadas foram analisadas quanto à sua natureza (lúdica, culinária, dinheiro, conversação e escolar) e quanto ao conhecimento matemático nelas envolvidos (medidas, aritmética, fração etc.). Comparações entre os grupos foram feitas, revelando que embora o número de atividades matemáticas realizadas em casa não diferisse entre eles, havia diferenças quanto à natureza dessas atividades. As principais diferenças foram que: (i) havia uma concentração de
    atividades matemáticas lúdicas entre as crianças oralizadas, enquanto entre as crianças usuárias da Libras não se observou uma concentração de um tipo de atividade de maneira específica; (ii) as crianças usuárias da Libras se engajaram mais em atividades de conversação do que as crianças oralizadas. Os conhecimentos matemáticos que mais estiveram presentes nas atividades em ambos os grupos foram medidas e grandezas, aritmética e contagem. A conclusão foi que crianças surdas oralizadas e usuárias da Libras realizam atividades
    matemáticas em casa e que essas atividades apresentam algumas diferenças, ainda que não sejam expressivas.


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  • Pesquisas com crianças ouvintes apontam para a existência de diversas atividades matemáticas desenvolvidas no ambiente familiar. Essas pesquisas, de modo geral, mostram que tais atividades desempenham papel importante no conhecimento matemático dessas crianças. Entretanto, são raras as investigações dessa natureza com crianças surdas, o que resulta em informações limitadas acerca das atividades matemáticas que elas realizam no ambiente familiar. Compreender a natureza dessas atividades é relevante porque é possível que uma das razões da defasagem observada em relação ao conhecimento matemático de crianças surdas, quando comparadas a crianças ouvintes, decorra da forma como o conhecimento matemático informal é adquirido no ambiente familiar dessas crianças. Importante mencionar que no ambiente familiar as crianças surdas se comunicam por meio da linguagem oral e da língua sinalizada. Desse modo, há crianças surdas oralizadas e crianças surdas usuárias da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Assim, surge como relevante examinar se as atividades matemáticas realizadas em casa por crianças surdas variariam em função do sistema de comunicação por elas adotado nas interações com seus familiares. Este é o objetivo da presente pesquisa que se caracteriza como estudo de casos múltiplos que envolvem 10 crianças surdas oralizadas e 10 crianças surdas usuárias da Libras com idades entre 6 e 12 anos, alunas do ensino fundamental. Devido à pandemia da COVID-19, os dados acerca das atividades matemáticas realizadas por essas crianças em casa serão obtidos por meio de entrevistas feitas com seus pais ou responsáveis, por meio remoto (vídeo chamadas). Os entrevistados serão recrutados por meio da técnica denominada Bola de Neve. Inicialmente será realizada uma entrevista com o objetivo de obter informações sobre a criança. Em seguida, os entrevistados serão solicitados a realizarem uma ou duas observações de seus filhos e preencherem uma ficha descrevendo as atividades matemáticas que a criança realizou durante as observações feitas por eles. Por último, será feita uma entrevista acerca das observações realizadas com o objetivo de esclarecer e complementar as fichas de observação preenchidas pelos entrevistados. As atividades matemáticas documentadas pelos entrevistados serão analisadas quanto à sua natureza (lúdica, culinária, dinheiro etc.) e quanto ao conhecimento matemático nelas envolvidos (medidas, aritmética, fração etc.). 

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  • ADIJANE RAMOS DE OLIVEIRA
  • O PAPEL DO INTERLOCUTOR NA REVISÃO DE TEXTOS ESCRITOS POR CRIANÇAS

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • DENISE DIAS ALMEIDA
  • SANDRA REGINA KIRCHNER GUIMARAES
  • Data: 14/02/2023

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  • O presente estudo versa sobre a revisão textual infantil. Pesquisas anteriores analisaram vários aspectos sobre o tema, porém parece haver poucos estudos sobre o interlocutor como destinatário do texto, foco da presente investigação. Como principal objetivo buscou investigar o papel do interlocutor, examinando se as alterações realizadas na revisão, durante a edição, através da reescrita, variariam em função do destinatário para quem o texto é endereçado, além de examinar se as ações de revisão (inserção, retirada, substituição e deslocamento) e a natureza das alterações (de forma e de conteúdo) realizadas, variariam em função de diferentes destinatários. A partir dessas premissas o seguinte questionamento foi levantado: será que as crianças, escritoras iniciantes, levariam em consideração o destinatário ao revisarem suas produções? Supondo que sim, quais alterações fariam? Os participantes foram sessenta crianças do 5º ano do Ensino Fundamental I, com idades entre nove e dez anos, alunas de escolas particulares de classe média em Recife e Olinda PE. Para alcançar os objetivos, os participantes foram igualmente divididos em três grupos e instruídos a fazer a revisão considerando diferentes destinatários: Grupo 1 controle (não recebeu informação sobre destinatário); Grupo 2 destinatário professora; e Grupo 3 destinatário aluno. Os dados foram analisados através da comparação das ações e alterações realizadas pelos três grupos, considerando-se tanto o tipo de ações e alterações, quanto sua frequência. Os resultados mostraram que as crianças fazem distinção de audiência do ponto de vista qualitativo da análise, porém do ponto de vista quantitativo essa diferença não se evidenciou.


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  • O presente estudo versará sobre a revisão textual infantil. Pesquisas anteriores analisaram vários aspectos sobre o tema, porém parece haver poucos estudos sobre o interlocutor como destinatário do texto, foco da presente investigação. O principal objetivo será investigar o papel do interlocutor nesse contexto, examinando se as alterações realizadas na revisão, durante a edição, variariam em função do destinatário para quem o texto é endereçado, além de examinar se as ações de revisão (inserção, retirada, substituição e deslocamento) e a natureza das alterações (de forma e de conteúdo) realizadas, variariam em função do destinatário. Será que as crianças, escritoras iniciantes, levariam em consideração o destinatário ao revisarem suas produções? Supondo que sim, quais alterações fariam? Os participantes serão sessenta crianças do 5º ano do Ensino Fundamental I, com idades entre nove e dez anos, alunas de escolas particulares de classe média em Recife. Para alcançar os objetivos, os participantes serão divididos em três grupos onde serão instruídos a fazer a revisão considerando diferentes destinatários. O grupo um será o grupo controle, receberá instruções apenas para melhorar seu texto; o grupo dois receberá a informação de que o destinatário será uma professora de uma escola diferente da sua; o grupo três receberá a informação de que o destinatário será uma criança que estuda em uma escola diferente da sua. Os dados serão analisados através da comparação das ações e alterações realizadas pelos três grupos, considerando-se tanto o tipo de ações e alterações, quanto sua frequência.

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  • ALICE DOS SANTOS VASCONCELOS
  • “A COVID TÁ BEM, A GENTE É QUE NÃO TÁ”: enfermeiras intensivistas da linha de frente em um hospital de referência para covid-19 na cidade do Recife revisitando o passado e antecipando o futuro

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA COSTA TORRES
  • EUDA KALIANI GOMES TEIXEIRA ROCHA
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • Data: 03/03/2023

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  • A pandemia da Covid-19 ocasionou uma sobrecarga no sistema de saúde brasileiro com a alta demanda de pacientes infectados e a carência de profissionais disponíveis para atuação na linha de frente. No Brasil, foram observados altos índices de sofrimento psíquico dos trabalhadores da área de saúde. O desconhecimento inicial da doença e a incerteza sobre os desdobramentos da pandemia no futuro vêm sendo destacados na literatura e podem provocar a imaginação, função mental fundamental da experiência humana que participa da criação de uma realidade histórica e cultural, projetando o sujeito para além do aqui-e-agora e permitindo a exploração de possibilidades e alternativas. Assim, procuramos investigar como intensivistas da linha de frente em um hospital filantrópico de referência para Covid-19 da cidade do Recife-PE/Brasil expandem sua experiência e antecipam seu futuro profissional. O estudo foi qualitativo, de caráter idiográfico. Participaram desta pesquisa duas enfermeiras intensivistas que atuam em UTIs para pacientes com a Covid-19. Aconteceram 3 encontros individuais on-line, sendo utilizados um questionário sociodemográfico, entrevistas semiestruturadas e o instrumento Cápsula do Tempo, criado para esta pesquisa. Os dados foram analisados à luz do referencial teórico dos estudos que tratam sobre a imaginação como um processo composto por 4 dimensões (generalidade, temporalidade, im/plausibilidade e corporeidade), sob uma perspectiva sociocultural como proposta por Tania Zittoun e colaboradores; também foram feitas articulações com a teoria da psicodinâmica do trabalho de Cristophe Dejours. Como resultados, foram identificados 36 episódios imaginativos e analisados 26. Os episódios foram categorizados em dois eixos temáticos condutores: 1. Eixo da experiência pandêmica; e 2- Eixo da Identidade Profissional. As dimensões do processo imaginativo foram identificadas e destrinchadas em cada episódio, com destaque para os desafios teóricos-metodológicos acerca da dimensão da corporeidade. Compreendemos que esta pesquisa corrobora com a compreensão da imaginação como um componente fundamental da experiência humana. Além disso, esperamos que este estudo possa contribuir para o reconhecimento social das enfermeiras e do seu papel fundamental na luta contra a Covid-19.


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  • A pandemia da Covid-19 atingiu os serviços de saúde brasileiros, ocasionando a uma sobrecarga no sistema de saúde que levou a altos índices de sofrimento psíquico de seus trabalhadores. A vivência destes profissionais da incerteza acerca do porvir vem sendo destacada na literatura. Este horizonte impreciso é justamente o que convoca a pensar sobre como o futuro se apresentará e como nos situaremos nele; as complexidades e incertezas da vida levam ao imaginar, para explorar possibilidades e alternativas como forma de preparação para eventos no mundo real. Pela imaginação, o sujeito se projeta para além do aqui-e-agora, como ao imaginar a vida antes e após uma catástrofe, por exemplo. Assim, lançamos a seguinte questão: como profissionais de saúde, intensivistas da linha de frente em um hospital de referência para Covid-19, imaginam seu futuro profissional? A presente pesquisa tem como objetivo geral investigar como os intensivistas expandem sua experiência e antecipam o seu futuro profissional. O estudo será qualitativo, de caráter idiográfico e se dará em um hospital filantrópico da cidade do Recife. Participarão desta pesquisa intensivistas, de diferentes profissões, que atuam ou atuaram em UTIs para pacientes com a Covid-19. Acontecerão 4 encontros on-line, sendo utilizados um questionário sociodemográfico e entrevistas semiestruturadas. Os dados serão analisados à luz do referencial teórico dos estudos que tratam sobre a imaginação sob uma perspectiva sociocultural. Utilizaremos categorias analíticas considerando as dimensões do ciclo imaginativo e suas dimensões de temporalidade, generalidade, plausabilidade e corporeidade propostas por Zittoun e Cerchia (2013), Zittoun e Gillespie (2016) e Gfeller e Zittoun (2021). Além disso, também articularemos a discussão dos dados com estudos do campo da psicologia da saúde e do trabalho.

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  • GISELLE SILVESTRE DE JESUS
  • INSTRUMENTOS E SIGNOS DESENVOLVIDOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM COM GRADUANDOS CEGOS EM CONTEXTO DE ENSINO REMOTO

  • Orientador : CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • HENRIQUE JORGE SIMOES BEZERRA
  • KEILLA REBEKA SIMÕES OLIVEIRA DE FREITAS
  • Data: 27/03/2023

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  • Frente ao contexto pandêmico de COVID-19, as universidades brasileiras instituíram o chamado “Ensino Remoto Emergencial”, caracterizado por atividades ensino-aprendizagem mediadas predominantemente por tecnologias digitais. Este período provocou desafios no processo educacional, devido às dificuldades enfrentadas por professores e estudantes na utilização das plataformas digitais. A inclusão de pessoas cegas tornou-se relevante diante desse cenário, pois estes discentes comumente se encontram em posição desigual de acesso ao ensino superior. Segundo a perspectiva histórico-cultural de Vigotski, processos de aprendizagem e desenvolvimento são mediados por instrumentos e signos que, no caso de estudantes cegos, devem ser adaptados através de vias alternativas à visão e da reestruturação do contexto educacional, possibilitando a compensação social da deficiência. A mediação docente também deve possibilitar a emergência e manutenção de Zonas de Desenvolvimento Proximal (ZDP), garantindo o avanço dos conhecimentos apropriados pelos educandos. O presente trabalho teve como objetivo investigar como instrumentos e signos foram desenvolvidos e adaptados no processo ensino-aprendizagem com estudantes cegos em contexto de ensino superior remoto, bem como no atual cenário de retorno à modalidade presencial. Realizou-se um estudo qualitativo exploratório, do tipo estudo de casos múltiplos, com três graduandas cegas e três docentes dos cursos de Música, Nutrição e Pedagogia, respectivamente, da Universidade Federal de Pernambuco. O percurso metodológico constituiu-se na realização de entrevistas semiestruturadas e observações de aulas gravadas durante o período remoto, sendo dividido em quatro momentos: entrevista inicial com as estudantes; entrevista com as professoras; observação e análise das aulas gravadas a partir de roteiro previamente construído; e entrevista final com as estudantes, com objetivo de questioná-las sobre episódios relevantes retirados das aulas observadas. Os dados foram analisados com base na construção de Núcleos de Significação, método que permite a aproximação com as determinações sociais e históricas, a partir da apreensão das significações constituídas pelos próprios participantes. Os resultados apontam que a trajetória escolar das estudantes foi marcada pela exclusão e falta de acessibilidade, o que provocou lacunas de aprendizagem na graduação. As vulnerabilidades sociais e financeiras foram ampliadas durante a pandemia, principalmente por causa da impossibilidade de acesso a materiais táteis e a necessidade de uso de aparelhos eletrônicos e tecnologias digitais. Quanto aos instrumentos e signos, o ensino remoto foi mediado principalmente pelas ferramentas Google Meet e Google Classroom, uso de textos digitalizados, leitores de tela e aplicativos específicos de computador. O recurso da audiodescrição foi predominante para garantir o acesso a representações visuais. A ausência de adaptações didático-pedagógicas durante as aulas síncronas foi o principal empecilho apontado pelas estudantes, enquanto que o auxílio de colegas, dos ledores e de alguns docentes foram importantes facilitadores do processo ensino-aprendizagem, promovendo possíveis ZDP. Conclui-se que parte das dificuldades enfrentadas durante a pandemia já existiam anteriormente no ensino presencial e que as lacunas de acessibilidade foram, muitas vezes, supridas pelo auxílio de outros - demonstrando o processo de compensação social - ou por estratégias individuais desenvolvidas pelas próprias participantes, revelando a necessidade de formação continuada, investimento e diálogo para garantir a efetiva inclusão de estudantes cegos no ensino superior.


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  • Frente ao contexto pandêmico de COVID-19, as universidades brasileiras instituíram o chamado “Ensino Remoto Emergencial”, caracterizado por atividades ensino-aprendizagem mediadas predominantemente por tecnologias digitais. Esta nova modalidade de ensino provocou desafios no processo educacional, com dificuldades enfrentadas por docentes e discentes na utilização das plataformas digitais. Diante desse cenário, a inclusão de estudantes com deficiência visual torna-se uma questão relevante no atual contexto, uma vez que estes discentes comumente se encontram em posição desigual de acesso às atividades, recursos e serviços educacionais no ensino superior. Segundo a perspectiva histórico-cultural de Vigotski, processos de aprendizagem e desenvolvimento são mediados por instrumentos e por signos que, no caso de estudantes cegos, devem ser adaptados por meio de vias alternativas à visão, para que se promova efetiva inclusão e participação social para esse público. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo investigar como instrumentos e signos são desenvolvidos e adaptados no processo ensino-aprendizagem com estudantes cegos no ensino superior remoto. Para tanto, pretende-se realizar um estudo qualitativo exploratório, do tipo estudo de casos múltiplos, com 3 a 4 graduandos cegos devidamente matriculados na Universidade Federal de Pernambuco. Serão utilizadas duas entrevistas semiestruturadas realizadas de forma presencial ou online - por meio da plataforma Google Meet - a depender da disponibilidade de cada participante. Após entrevista inicial, pretende-se realizar observações em salas de aulas da modalidade remota, para complementar as informações coletadas a partir de dados da própria realidade. A entrevista final terá o objetivo de retomar e questionar os estudantes quanto a acontecimentos relevantes registrados pela pesquisadora durante as observações. Os dados serão analisados por meio da construção de Núcleos de Significação, método que permite a aproximação com as determinações sociais e históricas do objeto investigado, a partir da apreensão das significações (sentidos e significados) constituídas pelos próprios participantes.

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  • MARINA FELICIANO FEITOZA
  • APRENDIZAGEM INVENTIVA E O PAPEL DA TECNOLOGIA NA VIDA DOS IDOSOS DURANTE A PANDEMIA

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • HELGA LOOS-SANT’ANA
  • Data: 20/04/2023

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  • A pandemia de COVID-19 causou mudanças significativas em todo o mundo, afetando especialmente a população idosa. Restrições sociais foram impostas com o objetivo de conter a propagação da doença, limitando a capacidade dos idosos de se encontrar pessoalmente com amigos e familiares. Para superar esse desafio, muitos tiveram que aprender a utilizar tecnologias digitais para manter a comunicação, o trabalho e outras atividades que passaram a ser realizadas remotamente. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi compreender como os idosos utilizaram tecnologias digitais para comunicação em meio digital durante a pandemia. Para alcançar esse objetivo, utilizou-se a teoria da aprendizagem inventiva, a qual concebe a aprendizagem não como uma repetição mecânica, mas como uma atividade inventiva, problematizadora e singular que envolve o corpo e a mente em sintonia. O método adotado foi o da cartografia, com coleta das informações exclusivamente em meio digital, através de questionários, entrevistas e publicações nas redes sociais. A pesquisa contou com a participação de dois idosos residentes na cidade do Recife, que apontaram o Facebook e o Instagram como território digital. Os resultados indicam que os participantes destacaram a importância da adaptação ao meio digital para enfrentar os desafios da pandemia, como a necessidade de continuar trabalhando e se comunicando remotamente. Além disso, eles ressaltaram as interações sociais como algo fundamental a ser cultivado durante este período. No que diz respeito à aprendizagem inventiva, os participantes demonstraram uma atitude de abertura para lidar com o mundo e acolher as novas experiências decorrentes desse período. Foram identificados também os gestos de aprendizagem inventiva, como a suspensão e redireção, durante a entrevista com um dos participantes. Desse modo, pretendeu-se contribuir para os estudos da aprendizagem inventiva pela população idosa. 


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  • A mente humana sempre foi alvo de estudo em diversos campos do conhecimento. A psicologia cognitiva, um desses campos, se dedica ao estudo do funcionamento da cognição e dos respectivos processos cognitivos, abarcando-os a partir de diversos vieses teóricos. A presente pesquisa terá como referencial teórico a aprendizagem inventiva, uma perspectiva construtivista sobre os estudos da cognição. A aprendizagem inventiva faz parte de uma compreensão sobre a aprendizagem que abarca o sujeito enquanto criador da realidade, considerando para isso, sujeito e objeto intrinsecamente relacionados. Essa relação também é responsável por inventar o mundo, no sentido de que ele não está dado para ser conhecido, mas é construído nesse movimento. A aprendizagem inventiva pode ser percebida a partir de uma mudança na atitude de lidar com o mundo, ocorrendo através de três gestos de aprendizagem: suspensão, redireção e deixar vir. Inicialmente, estes gestos são conscientes e intencionais e se transformam, com a prática e o cultivo do ato aprendido, em espontâneos e intencionais. Tendo em vista as discussões sobre esta perspectiva e o cenário da pandemia de COVID-19, que convocou as pessoas a manterem um distanciamento e/ou um isolamento social, a comunicação através dos meios digitais foi e está sendo uma das principais formas de manter o contato interpessoal. Os idosos, grupo bastante ameaçado pelo coronavírus, foram solicitados a estabelecer a comunicação através desse meio. Este, por sua vez, nem sempre esteve presente em suas rotinas. Nesse sentido, o projeto de qualificação desenvolvido possui como objetivo geral compreender a aprendizagem inventiva dos idosos no uso das tecnologias para a comunicação em meio digital, no contexto da pandemia. Busca-se alcançar estes objetivos através de uma pesquisa qualitativa, com estudo de casos múltiplos. O método adotado será o da cartografia, e as informações serão acessadas através de um questionário, de uma entrevista de explicitação e das redes sociais dos participantes. Após a aplicação do questionário, primeira fase da coleta de dados, serão selecionados quatro idosos para as duas fases subsequentes, de acordo com os seguintes critérios: usar ferramentas digitais durante a pandemia; estar isolado da família/amigos; fazer uso de redes sociais; serem idosos jovens (60-79 anos), idosos longevos (>80 anos) e pertencer a classe social distintas. Toda a coleta de dados será feita através dos meios virtuais, a fim de resguardar a saúde dos participantes. A proposta de análise dos dados provenientes do questionário se dará a partir da estatística descritiva, enquanto a análise da entrevista e das redes sociais passarão por uma análise compreensiva dos indicadores da aprendizagem inventiva. 

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  • THIAGO VENTURA DE SOUSA
  • ASSOCIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE SOLIDÃO COM O FUNCIONAMENTO EXECUTIVO DE JOVENS SAUDÁVEIS

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • ALINE MENDES LACERDA
  • MARIA ALINE RODRIGUES DE MOURA
  • Data: 31/05/2023

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  • A solidão é um processo de sinalização fisiológica relacionado com atividades sociais insatisfatórias ao indivíduo. Embora não se restrinja a segmentos etários, estima-se que cerca de 40% dos adultos relatam solidão. Atualmente uma tendência mundial parece deslocar essa prevalência para faixa etária mais jovem, com um aumento exponencial de adolescentes e jovens adultos solitários. A experiência de solidão está relacionada a alterações neurofisiológicas implicadas com alterações em diversos processos psicológicos básicos, como percepção, e complexos, como tomada de decisão, possivelmente afetando as funções executivas, um conjunto de habilidades cognitivas integradas voltadas para atingir um objetivo. Sob a hipótese de que a experiência de solidão compromete o desenvolvimento executivo nos jovens, o presente trabalho tem como objetivo investigar os efeitos da experiência de solidão nas funções executivas de jovens adultos. Participarão do estudo voluntários sem distinção de gênero na faixa dos 18-24 anos experienciando solidão mapeada pela escala UCLA-BR. A avaliação neurocognitiva será realizada remotamente por meio dos testes Matching Familiar Faces Test (MFFT-20); Tarefa N-back Visual; Testes de dígitos de ordem inversa (TDOI). Os resultados esperados devem indicar uma relação diretamente proporcional entre o aumento da solidão e o declínio executivo em jovens adultos. Salientamos que, embora a solidão tenha adquirido um status de Saúde Pública, estudos dessa natureza são inéditos no Brasil e escassos na literatura científica, podendo os dados dessa investigação subsidiar diretrizes no manejo e intervenção visando atenuar essas vivências e seus impactos na população jovem.


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  • A solidão é um processo de sinalização fisiológica relacionado com atividades sociais insatisfatórias ao indivíduo. Embora não se restrinja a segmentos etários, estima-se que cerca de 40% dos adultos relatam solidão. Atualmente uma tendência mundial parece deslocar essa prevalência para faixa etária mais jovem, com um aumento exponencial de adolescentes e jovens adultos solitários. A experiência de solidão está relacionada a alterações neurofisiológicas implicadas com alterações em diversos processos psicológicos básicos, como percepção, e complexos, como tomada de decisão, possivelmente afetando as funções executivas, um conjunto de habilidades cognitivas integradas voltadas para atingir um objetivo. Sob a hipótese de que a experiência de solidão compromete o desenvolvimento executivo nos jovens, o presente trabalho tem como objetivo investigar os efeitos da experiência de solidão nas funções executivas de jovens adultos. Participarão do estudo voluntários sem distinção de gênero na faixa dos 18-24 anos experienciando solidão mapeada pela escala UCLA-BR. A avaliação neurocognitiva será realizada remotamente por meio dos testes Matching Familiar Faces Test (MFFT-20); Tarefa N-back Visual; Testes de dígitos de ordem inversa (TDOI). Os resultados esperados devem indicar uma relação diretamente proporcional entre o aumento da solidão e o declínio executivo em jovens adultos. Salientamos que, embora a solidão tenha adquirido um status de Saúde Pública, estudos dessa natureza são inéditos no Brasil e escassos na literatura científica, podendo os dados dessa investigação subsidiar diretrizes no manejo e intervenção visando atenuar essas vivências e seus impactos na população jovem.

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  • MAYRA LIMA RODRIGUES SILVA
  • ANSIEDADE MATEMÁTICA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: vivências de estudantes de escolas públicas do Ensino Médio de Goiana/PE

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • GUILHERME HENRIQUE GOMES DA SILVA
  • JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • Data: 28/06/2023

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  • O estudo teve por objetivo geral analisar as manifestações da ansiedade matemática nos estudantes de escolas públicas do Ensino Médio de Goiana/PE durante a pandemia da COVID-19 e de forma específica: (i) mapear os graus de ansiedade matemática durante o período da pandemia da COVID-19 considerando as variáveis investigadas (idade, sexo, ano escolar e renda familiar); (ii) identificar quais itens da escala de ansiedade matemática receberam mais declarações de alta e extrema ansiedade; (iii) investigar como os estudantes com alta ou extrema ansiedade à matemática estão vivenciando a disciplina de matemática; (iv) analisar os contextos determinantes presentes nas manifestações da ansiedade matemática dos estudantes com alta e extrema ansiedade; (v) examinar se existem possíveis associações entre a percepção dos estudantes quanto às modalidades de ensino durante a pandemia e a manifestação de alta e extrema ansiedade. Participaram do estudo 135 estudantes do Ensino Médio Regular, de ambos os sexos, frequentando a 1ª, 2ª e 3ª série de cinco escolas públicas do município de Goiana/PE. A investigação foi realizada remotamente e dividida em duas etapas. Na Etapa 1 os 135 estudantes foram solicitados a responderem dois instrumentos, pelo Google Forms: Questionário Perfil dos Participantes; Escala de Ansiedade à Matemática – EAM. A Etapa 2, ocorreu por meio de videoconferência na plataforma Google Meet, tendo sido aplicada a Técnica Tempestade de Ideias (brainstorming) e entrevistas semiestruturadas com nove participantes que apresentaram alta e extrema ansiedade na EAM. Para as análises quantitativas foi utilizado o Software IBM SPSS Statistics 20, na Etapa 1 do estudo. Para as análises qualitativas da Etapa 2, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo para a criação de categorias, tendo sido estabelecidas cinco categorias através da Técnica Tempestade de Ideias (conteúdo matemático; interação escola/professor; emoções e aspectos psicológicos; características positivas; características negativas) e quatro categorias através das entrevistas semiestruturadas (modalidade de ensino das aulas de matemática; relação com a matemática; relação com os professores de matemática; relação familiar e a matemática). Os resultados evidenciaram, com relação às variáveis idade, sexo, ano escolar e renda familiar, associação negativa e fraca entre essas variáveis e os graus de ansiedade à matemática. No entanto, tanto a variável sexo (x² = 22,737; r = -0,373; p <.01) quanto a variável ano escolar (x² = 17,621; r = -0,065; p = 0,024), mostraram-se significativas. Referente aos graus de ansiedade experimentados pelos estudantes pesquisados, a maioria dos casos se concentrou em ansiedade moderada (44,4%) e alta ansiedade (25,9%). Além disso, a maioria dos participantes (83,7%) denotou preferência pela modalidade de ensino presencial com relação às aulas de matemática. Conclui-se que, dentre os contextos que podem ter interferido nos altos níveis de ansiedade à matemática experimentados pelos estudantes e as dificuldades no estudo da matemática, durante a pandemia, foram destacados, principalmente, adversidades com os equipamentos tecnológicos e espaço físico de estudo, problemas de compreensão da disciplina no modelo remoto, relação distante com os professores e falta de suporte familiar nos estudos da matemática, em casa.


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  • Cada vez mais os transtornos relacionados à ansiedade vêm crescendo, possuindo o Brasil o maior número de casos de ansiedade entre todas as nações do mundo, inclusive, entre o público juvenil. Ademais, nos deparamos com o cenário da pandemia da COVID-19 desde 2020, sendo este momento cercado por incertezas e preocupações, com consequências em diversas áreas relacionadas à vida humana. Diante desse cenário, o presente estudo tem por objetivo geral investigar a presença e manifestação da ansiedade matemática e ansiedade geral em estudantes do Ensino Médio de Goiana/PE durante a pandemia da COVID-19, possuindo como objetivos específicos: (i) verificar se existe uma correlação entre a ansiedade matemática e a ansiedade geral; (ii) avaliar os graus de ansiedade matemática e de ansiedade geral durante o período da pandemia da COVID-19; (iii) examinar se existem diferenças significativas, entre a ansiedade matemática e a ansiedade geral em relação às variáveis investigadas (idade, sexo, rede de ensino, ano escolar e nível socioeconômico) e (iv) analisar como os estudantes com alta/extrema ansiedade matemática estão vivenciando a disciplina de matemática, nas diferentes modalidades de ensino (presencial, on-line e híbrida), durante o período da pandemia da COVID-19. Participarão do estudo estudantes do Ensino Médio (1º ao 3º ano), de ambos os sexos, frequentando os períodos diurnos de escolas das redes de ensino regular (pública e privada) do município de Goiana/PE. A investigação será dividida em duas etapas. Na Etapa 1 (E1), os participantes serão solicitados a responderem, no formato on-line, quatro instrumentos: [1] Questionário Perfil dos Participantes; [2] Escala de Ansiedade à Matemática – EAM; [3] Inventário de Ansiedade Beck – BAI e [4] Escala Cognitiva de Ansiedade – ECOGA. Na Etapa 2 (E2), através de videoconferência no Google Meet, serão realizadas, individualmente, entrevistas semiestruturadas com os estudantes que apresentarem alta/extrema ansiedade matemática, com a finalidade de analisar como estão vivenciando a disciplina de matemática, bem como os desafios que vêm enfrentando, tanto a nível escolar quanto no âmbito pessoal, durante o período da pandemia da COVID-19. Para a análise de dados quantitativos, na E1, será realizada análise estatística inferencial paramétrica ou não-paramétrica a depender das análises preliminares, através do software JASP. As entrevistas realizadas na E2 serão transcritas para posterior verificação utilizando-se o programa IRAMUTEQ.

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  • GLAUCIA DA SILVA PESSOA
  • MEDIAÇÕES DE PROFESSORES SURDOS UNIVERSITÁRIOS DE LIBRAS NO ENSINO REMOTO E NO RETORNO AO ENSINO PRESENCIAL

  • Orientador : CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • WILMA PASTOR DE ANDRADE SOUSA
  • TATYANE VERAS DE QUEIROZ FERREIRA DA CRUZ
  • Data: 24/08/2023

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  • Pessoas surdas são indivíduos com pouca ou nenhuma influência auditiva ao longo da vida que experienciam o mundo através dos demais sentidos e possuem cultura e língua próprias por utilizarem, principalmente, da modalidade visual na comunicação. Desenvolvida pela experiência surda em comunidade, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é visuoespacial, com estrutura e gramática próprias. Com a Lei 10.436/02, esta foi reconhecida nacionalmente como meio de comunicação e de garantia da acessibilidade linguística. Este marco oportunizou maior acesso aos espaços de ensino e trabalho às pessoas surdas, principalmente, como referências para a docência de Libras. O contexto pandêmico provocou rupturas nas práticas cotidianas e profissionais docentes, exigindo a inclusão digital para se adequar ao ensino remoto emergencial. Com a flexibilização no isolamento social, o retorno à modalidade presencial provocou uma nova transformação das práticas docentes, o que favoreceu situações potenciais de desenvolvimento, ao integrar algumas estratégias pedagógicas criadas e mediadas por recursos tecnológicos. Vygotsky considerou que o processo de ensino-aprendizagem acontece dentro de um espaço intersubjetivo e interacional, chamado de zona de desenvolvimento proximal graças à mediação de instrumentos e signos internalizados. O objetivo da presente pesquisa é investigar as mediações, ou seja, o desenvolvimento de instrumentos e linguagens por professores surdos universitários no contexto remoto e as adaptações ou modificações para o retorno ao presencial para promover um processo de ensino-aprendizagem eficiente de Libras. Para este fim, realizamos uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório com três docentes surdos que ofertam disciplinas de Libras na UFPE. A metodologia incluiu a realização de entrevista semiestruturada e do método de autoconfrontação simples. Este último correspondeu a observação de uma aula presencial videogravada, seguida da análise desta para selecionar algumas sequências de vídeo e confrontar o participante com a sua própria atividade em uma última entrevista semiestruturada. A análise de dados partiu da construção de Núcleos de Significação, uma técnica que contribui para a compreensão de significações constituídas pelos participantes frente à realidade estudada. Os resultados revelam que os docentes de Libras, participantes da pesquisa, já usavam alguns instrumentos virtuais como elementos mediadores em suas práticas, antes da pandemia, a fim de compensar a diferença linguística e garantir possíveis Zonas de Desenvolvimento Proximal em sala de aula. No entanto, o ensino remoto exigiu um forte domínio dessas ferramentas, como as plataformas Google Classroom e Meet; e, provocou várias limitações para o ensino de Libras pelos docentes surdos, como a dificuldade de conexão e abertura de câmeras dos discentes, elementos fundamentais para promover a dinamicidade das interações e acompanhar a aprendizagem de Libras dos estudantes. O retorno ao presencial permitiu resgatar o aspecto dinâmico das aulas ao trabalhar com uma diversidade de formas de linguagens e integrar alguns instrumentos do ensino remoto em suas práticas pedagógicas atuais. Concluímos que o compartilhamento dos sentidos provenientes da experiência surda entre os participantes e outros presentes no ambiente profissional contribui para o processo de compensação social dos docentes ou para a construção de estratégias individuais para enfrentar as lacunas de acessibilidade oriundas do contexto atual.


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  • A partir de uma perspectiva vygotskiana, o processo de aprendizagem promove o desenvolvimento cognitivo do sujeito graças a mediação de instrumentos e signos internalizados, em um espaço intersubjetivo e interacional que é nomeado de zona de desenvolvimento proximal. Assim, Vygotski marca a importância de fatores histórico-culturais no desenvolvimento dos sujeitos e utiliza essa reflexão para a construção de propostas educacionais que respeite tanto o desenvolvimento típico, como atípico. A educação deve ser planejada e ativa a fim de produzir novas formas de participação das pessoas na sociedade. Com a Lei 10.436/02, cada vez mais surdos acessam os diferentes níveis de ensino, inclusive sendo possível hoje haver dentre outras profissões, professores surdos em disciplina de Libras. Devido à COVID-19, o contexto pandêmico provocou rupturas nas práticas cotidianas e profissionais. Docentes foram obrigados a passar para uma modalidade de ensino remoto emergencial. Esta transformação provoca situações potenciais de desenvolvimento, visto que foi necessário adaptar estratégias pedagógicas e de comunicação para o cenário de ensino mediado por recursos tecnológicos. Pretende-se investigar como os professores surdos universitários desenvolvem e adaptam instrumentos e linguagens a uma modalidade de ensino remoto para promover um processo de ensino-aprendizagem eficiente de Libras. Com o objetivo de investigar o processo de desenvolvimento profissional destes professores, realizamos uma pesquisa qualitativa a caráter exploratório, a partir da seleção de 3 a 4 professores surdos atuando na UFPE, no ensino de libras como disciplina obrigatória ou eletiva. Escolhemos como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a auto confrontação simples a partir da gravação vídeo de uma aula de libras de cada participante docente.

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  • ALUISIO AUGUSTO SOARES DE MELO
  • PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA RELAÇÃO DE ADOLESCENTES COM SMARTPHONES: um olhar cognitivo relacional

  • Orientador : SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABELLE DINIZ CERQUEIRA LEITE
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • PAULO ANDRE DA SILVA
  • Data: 25/09/2023

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  • Entendendo o uso de smartphones por adolescentes como um fenômeno social consolidado, esta dissertação tem como objetivo compreender como os adolescentes entendem, justificam e interpretam o uso que fazem de seus smartphones, e sobre como o uso destes dispositivos em suas vidas cotidianas contribui para seus processos de subjetivação e produção de sentidos. Como método, esta pesquisa idiográfica caracteriza-se pela criação de dados com o uso de sondas culturais móveis, via smartphones, enviadas por três adolescentes com idades entre 16 e 18 anos, sem predefinição de gênero ou classe social, para uma reflexão sobre os seus usos, com a orientação de enviar materiais, compostos por vídeos, imagens, textos e qualquer outro tipo de conteúdo que produzisse sentido em suas rotinas cotidianas e a depois falar sobre os materiais enviados. O uso das sondas culturais, como estratégia de pesquisa, aponta para a possibilidade de uma produção de dados centrada no sujeito, possibilitando, por seu próprio uso e análise, a produção de sentidos na vida cotidiana destes mesmos. Estes padrões de materiais foram classificados em função das variedades dos conteúdos, retratando a liberdade das escolhas e sentidos produzidos. A interpretação dos dados se deu em função da análise da relação entre os materiais e a fala dos adolescentes acerca destes materiais, em uma perspectiva imagético-discursiva. Com os dados criados nesta dissertação, demonstram que, a despeito de todos os adolescentes situarem seus materiais em contextos emocionais permeados por sentidos dos mais diversos, há variação quanto ao modo que estabelecem as suas rotinas e como dão sentido ao padrão de conteúdos consumidos. E essa variação, ao apontar para os diferentes modos de produção de sentidos em experiências cotidianas, sugere a possibilidade de padrões específicos para a compreensão da relação de adolescentes com smartphones em suas rotinas cotidianas, possibilitando tanto contribuir para a produção de conhecimentos que possam vir a subsidiar a atuação profissional em campos como os da educação, da psicologia e da saúde, como contribuir para o desenvolvimento de recursos tecnológicos direcionados ao público adolescente.


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  • Entendendo o uso de smartphones por adolescentes como um fenômeno social consolidado, este projeto de pesquisa tem como objetivo compreender como adolescentes entendem, justificam e interpretam o uso que fazem de seus smartphones, e sobre como o uso destes dispositivos em suas vidas cotidianas contribui para seus processos de subjetivação. Como método, esta pesquisa idiográfica caracteriza-se pela criação de dados com o uso sondas culturais móveis, enviadas a adolescentes com idade entre 12 e 17 anos, sem predefinição de gênero e classe social. O uso das sondas culturais, como estratégia de pesquisa, aponta para a possibilidade de uma produção de dados centrada no sujeito, possibilitando, por seu próprio uso e análise, a produção de sentidos na vida cotidiana destes sujeitos. Com os dados criados neste estudo, pretende-se tanto produzir conhecimentos que possam vir a subsidiar a atuação profissional em campos como os da educação, da psicologia e da saúde, como contribuir para o desenvolvimento de recursos tecnológicos direcionados ao público adolescente.

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  • CATARINA BURLE VIANA
  • AS FUNÇÕES DOS CORPOS: reflexões sobre o encontro do adulto com a criança de 1 a 2 anos

  • Orientador : SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLARISSA MARIA DUBEUX LOPES BARROS
  • EMMANUELLE CHRISTINE CHAVES DA SILVA
  • MARINA ASSIS PINHEIRO
  • Data: 27/09/2023

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  • Falar do ser em sua inteireza não é das mais fáceis tarefas, especialmente no que tange a conceber o sujeito em sua dimensão corporal e a importância desta nas relações. Esta dissertação explora a função essencial dos corpos na dinâmica entre adultos e crianças na primeira infância, abordando teorias como apego, linguagem, imagem inconsciente do corpo e cognição corporificada. Ao adentrar na teoria do apego, torna-se claro que os corpos são fundamentais para estabelecer um ambiente de segurança e confiança, cruciais para o desenvolvimento infantil. A percepção do corpo como linguagem revela sua capacidade de comunicar emoções e forjar laços emocionais profundos, através dos jogos de linguagem. A imagem inconsciente do corpo, por sua vez, sublinha como as interações que acontecem entre cuidador e criança moldam a percepção da criança sobre si mesma. A teoria da cognição corporificada destaca as dimensões simbólicas do corpo na comunicação, destacando sua importância para a construção de conceitos sobre o mundo e aprofundando a conexão entre adultos e crianças. Este trabalho quis explorar o corpo em diferentes dimensões, tendo como objetivo geral e compreender a função dos corpos do adulto e da criança de 1 a 2 anos na relação que estabelecem. Por objetivos específicos, buscou investigar o corpo enquanto expressão de comportamento de apego necessários para a criança e para os adultos; explorar o corpo enquanto instrumento de construção de sentido sobre o mundo e compreender como a relação pode contribuir para aspectos do desenvolvimento da. Através da análise vídeos disponíveis em uma plataforma de domínio público, esta dissertação demonstra que os corpos têm um papel crucial na construção de vínculos e na troca de entendimento entre adultos e crianças, contribuindo para uma conexão emocional enriquecedora e para um desenvolvimento infantil saudável, bem como afirma que não é possível desconsiderar o corpo na construção de concepções sobre si, sobre o outro, sobre objetos e sobre o mundo, já que este é instrumento e também linguagem.


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  • Pensar em cognição é pensar sobre as formas de se relacionar com o mundo, conhecendo-o, interpretando-o e o modificando, considerando o corpo, a emoção e a linguagem, além das relações na cultura, como aspectos que nos constituem enquanto sujeitos. Este estudo se situa no campo da Cultura e Cognição e assume um lugar de compreensão de que corpo e mente não são entidades separadas, mas fazem parte da própria concepção de ser. Propõe-se a pensar a prática psicológica clínica com crianças da primeiríssima infância sob perspectiva da produção de sentido, buscando compreender como a psicóloga entende a função do corpo na relação terapêutica. Para tais fins, realizaremos um estudo de caso com uma psicóloga infantil, com gravação de sessões de psicoterapia e posterior entrevista. Os dados serão analisados sob a ótica da psicologia cultural, psicanálise e filosofia de Echeverria e de Wittegenstein. Toda a pesquisa será realizada seguindo os preceitos éticos de investigação com crianças.

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  • VANESSA BEZERRA CORNELIO
  • SIGNIFICADOS DE MORTE, AUTOCONSCIÊNCIA E BEM-ESTAR SUBJETIVO E ESPIRITUAL EM FISIOTERAPEUTAS QUE TRABALHAM COM ATENDIMENTO DOMICILIAR EM RECIFE EM CONTEXTO DA PANDEMIA COVID-19

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • ADELMA DO SOCORRO GONÇALVES PIMENTEL
  • JOAO CARLOS ALCHIERI
  • Data: 27/09/2023

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  • Esta pesquisa versa sobre as inter-relações entre significados de Morte, Autoconsciência e Bem estar em Fisioterapeutas que atuam no atendimento domiciliar. O estudo exploratório visa apresentar os significados de Morte construídos pelos fisioterapeutas e entender quais as relações da autoconsciência, bem-estar e significados de Morte nesses indivíduos no contexto laboral, campo ainda pouco estudado. Participaram 60 fisioterapeutas, sendo 38 mulheres e 22 homens, que atuam com fisioterapia domiciliar em Recife e Região Metropolitana. Os participantes foram recrutados por meio de um protocolo online, constando: Pergunta
    fenomenológica sobre os significados de Morte; Escala de Autoconsciência Situacional (EAS); Questionário de Ruminação-Reflexão (QRR); Escala de afetos positivos e negativos (PANAS), Escala de Satisfação com a vida (ESV), Escala de bem-estar espiritual (EBE), e, Questionário Sociodemográfico. Os dados foram analisados, num primeiro momento qualitativamente, por meio da Análise Temática. Nessa etapa, descobriu-se quatro categorias temáticas que compõem o campo de Significados da morte para esses profissionais: 1. Passagem e advento de uma nova vida, 2. Fim, 3. Evento natural e inevitável, 4. Perda e impacto subjetivo. Posteriormente, os dados das escalas foram analisados por meio de coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas e da organização da estrutura da atividade e Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) cotejada com o método das variáveis externas como pontos, utilizando as informações dos passos anteriores com as categorias temáticas de Morte quantificadas. Encontrou-se que a estrutura do campo de significados da Morte organiza-se de forma complexa apresentando categorias temáticas de valência positivas e negativas, a autoconsciência ruminativa se correlacionou positivamente com afetos negativos e negativamente com afetos positivos, a autoconsciência reflexiva se correlacionou positivamente com afetos positivos e satisfação com a vida, a estrutura de significados inter relacionou com as variáveis cognitivas onde aspectos de valência mais positiva estiverem enlaçados a afetos positivos, bem-estar, bem estar espiritual e aspectos negativos estiveram relacionados à ruminação e afetos negativos. Essa pesquisa deixa a Psicologia Cognitiva o legado de documentação do campo de significados de Morte numa categoria ainda não estudada e amplia os conhecimentos sobre a Autoconsciência e suas relações com Bem- estar e estrutura da atividade Laboral área em que as pesquisas são escassas, sobretudo no campo laboral da Fisioterapia Domiciliar.


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  • O presente estudo tem como objetivo descrever os sentidos de morte e suas interrelações com os níveis e tipos de Autoconsciência e bem-estar subjetivo e espiritual de fisioterapeutas que trabalham em atendimento domiciliar na Região Metropolitana de Recife. O estudo será de tipo misto, com triangulação metodológica, em perspectiva ideográfica com ênfase nos sentidos de morte, e nomotético, de tipo ex-post-facto, com uso de escalas psicométricas, sem manipulação de variáveis. A amostra será composta de um mínimo de 60 fisioterapeutas, de ambos os sexos, residentes e atuantes na Região Metropolitana de Recife. Serão utilizados para geração dos dados: Escala de Autoconsciência Situacional, Questionário de Ruminação-Reflexão, Escala de Afetos Positivos e Negativos, Escala de Satisfação com a Vida, Escala de Bem-Estar Espiritual, e Questionário sociodemográfico, contendo uma pergunta-indutora fenomenológica sobre os sentidos de morte. A análise de dados será através da análise temática para o protocolo fenomenológico, e uma vez definidas as categorias temáticas, as mesmas serão quantificadas e levadas a análises estatísticas juntamente com as escalas psicométricas e demais informações quantificadas do estudo por meio de estatísticas de correlação, modelo de regressão multivariada e análise de estrutura de similaridade. O conjunto dos resultados será interpretado à luz da teoria das facetas. Espera-se que os sentidos de morte estejam profundamente relacionados aos níveis e tipos de autoconsciência, que sejam obtidos escores mais elevados em autoconsciência ruminativa que em autoconsciência reflexiva em fisioterapeutas domiciliares, e que variáveis como renda, ausência de estrutura adequada para os atendimentos, desgaste físico e psicológico, exacerbam os níveis de autofoco ruminativo, e impactando deleteriamente o Bem-estar e qualidade de vida desses profissionais. Os resultados obtidos oportunizarão a delimitação de estratégias de prevenção ao desgaste profissional e auxiliar intervenções protetivas a cognição junto a fisioterapeutas domiciliares. 

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  • NIVANEIDE FERREIRA DA SILVA
  • O SIGNIFICADO CONSTRUÍDO POR UMA AGENTE COMUNITÁRIA DE SAÚDE SOBRE AUTOLESÃO PRATICADA POR ADOLESCENTES EM MACAPARANA-PE

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DINIZ PEREIRA DE LYRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • NATHALY MARIA FERREIRA NOVAES
  • Data: 29/09/2023

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  • A presente dissertação tem como objetivo geral compreender a construção de significados de uma Agente Comunitária de Saúde (ACS) sobre a autolesão praticada por adolescentes, em Macaparana – PE. Enquanto embasamento teórico, foram utilizadas concepções da Psicologia Cultural Semiótica e da Psicologia Dialógica, além da ênfase nos processos cognitivos de rememoração e imaginação como intrínsecos à construção e desenvolvimento de significados. A construção de significados ocorre a partir de diálogos e interações que são influenciados pelo contexto cultural e pelas interações sociais. Nessas interações, que são dialógicas a partir da relação eu-outro-objeto, o indivíduo se envolve em internalizações e externalizações, estando estas operações interligadas e construindo uma relação dinâmica entre a mente individual e o contexto cultural mais amplo. Na dinâmica de internalizar e externalizar, os significados podem ser transformados, sendo confrontados ou mantidos. A autolesão praticada por adolescentes é um fenômeno que incita atenção e cuidado, sendo inclusive considerado um problema de saúde pública. Diante do cuidado oferecido a este público, na rede de saúde pública com toda a sua estruturação em níveis de atenção, o ACS se apresenta como “porta de acesso da porta de entrada”, já que é o primeiro e principal elo entre a comunidade do território e a equipe de saúde de família que está localizada na atenção básica. Presume-se então importante analisar o significado que o ACS constrói sobre a autolesão praticada por adolescentes por ele ocupar este lugar de facilitador do acesso ao cuidado. A investigação envolve estudo do tipo idiográfico, contando com a participação da ACS Nadine (nome fictício). Foram realizados quatro encontros, em uma proposta longitudinal, que durou dois meses. Nesses encontros foram feitas entrevistas individuais, além da produção de um scrapbook. As análises foram feitas a partir da proposta da análise de multivocalidades, uma análise do tipo dialógica. Nessa perspectiva, foi realizada a análise da construção de significados sobre autolesão praticada por adolescentes de uma ACS que mora e trabalha em Macaparana-PE. A partir disso foram identificadas as posições de eu e vozes de outros e depois apreciadas e discutidas as interações, os desdobramentos de significados coletivos, da tríade dialógica, dos núcleos de tensão e transformações, sendo estes elementos constituintes do significado de autolesão praticada por adolescentes para a ACS. A ACS significa a autolesão praticada por adolescentes como sendo consequência do adoecimento psíquico do adolescente. Na base do sofrimento, consta um ambiente familiar que não fornece subsídios para um desenvolvimento adequado. Mudanças culturais como a presença da tecnologia constituem dificuldades para as famílias e para a estabilidade emocional frente aos desafios da adolescência.


  • Mostrar Abstract
  • O presente projeto de pesquisa tem por objetivo compreender o processo de construção de significados por agentes comunitários de saúde (ACS) sobre a autolesão, praticada por adolescentes e no contexto de uma cidade do interior do estado de Pernambuco - Macaparana. Adotaremos uma perspectiva sociocultural tendo como respaldo teórico e metodológico a Psicologia Cultural Semiótica proposta por Jaan Valsiner e a perspectiva dialógica. Analisaremos a elaboração do significado da autolesão construído por agentes comunitários de saúde que vivem e trabalham em Macaparana, trazendo neste contexto os processos cognitivos de rememoração e imaginação. Serão realizadas quatro entrevistas semiestruturas, fazendo uso de um diário com ou sem colagens construído pelos participantes, como forma de contar sua construção de significados sobre autolesão utilizando outro meio, além do uso apenas das palavras.

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  • CLAYSON PEREIRA DA SILVA
  • ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE FLOW E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLA FERNANDA RODRIGUES KURSANCEW
  • FERNANDA MARIA DE LIRA CORREIA
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • Data: 30/11/2023

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  • Costumeiramente encontramos pessoas desmotivadas, que vivem seus dias executando repetidamente atividades desestimulantes e pouco desafiadoras. No entanto, a frequente experiência de flow pode desenvolver uma personalidade autotélica, tornando os indivíduos capazes de investir energia psíquica naquilo que realmente importa e, por conseguinte, melhorando sua qualidade de vida. Por sua vez, a inteligência emocional (IE) influencia o bem-estar subjetivo e o ajuste psicológico, podendo desempenhar um papel fundamental na melhoria da saúde mental dos indivíduos. Os conceitos de flow e inteligência emocional (IE) são relativamente recentes em psicologia e, potencialmente, apresentam uma interface relacionada com o processamento emocional, embora não se tenha encontrado investigações anteriores nesse sentido. Por isso, o objetivo deste trabalho foi investigar as relações entre o traço de inteligência emocional e o flow-disposicional. Participaram desta pesquisa 208 voluntários, de ambos os gêneros, com idades superiores a 18 anos, que responderam a um Questionário Sociodemográfico, um Inventário de Competências Emocionais Revisado (ICE-R) e a Long Dispositional Flow Scale (DFS-2) – General através da plataforma Google Form. Para alcançar o objetivo proposto, foram realizadas análises de correlação de Pearson, fatorial e de redes entre os fatores do ICE-R e do DFS-2. Os resultados indicaram um padrão de correlações positivas e significativas entre os fatores dos dois construtos. Implicações teóricas e práticas são discutidas.


  • Mostrar Abstract
  • Na contemporaneidade, somos contínua e diversificadamente estimulados a valorizar valores externos como bens materiais, fama e prestígio, que, necessariamente, não garantem uma vida plenamente feliz. Em contraposição, os valores internos vêm sendo negligenciados, desencadeando diversos comportamentos desadaptativos devido ao estilo de vida imposto pela sociedade moderna. Costumeiramente encontramos pessoas desmotivadas, que vivem seus dias executando repetidamente atividades desestimulantes e pouco desafiadoras. A frequente experiência de flow pode desenvolver uma personalidade autotélica, torando os indivíduos capazes de investir energia psíquica naquilo que realmente importa e, por conseguinte, melhorando sua qualidade de vida. Por sua vez, a Inteligência Emocional (IE) influencia o bem-estar subjetivo e o ajuste psicológico, tendo em vista que a capacidade de autorregulação emocional de perceber emoções nos outros, podem desempenhar um papel fundamental na melhoria da saúde mental dos indivíduos. Neste sentido, o presente trabalho busca compreender em que medida há interação entre IE e flow e de que forma os dois fenômenos interferem no comportamento das pessoas. O objetivo deste projeto é compreender a relação entre inteligência emocional e o fenômeno flow por meio de abordagens quantitativa (estudo 1) e qualitativa (estudo 2). Especificamente, pretende-se (1) investigar as correlações entre inteligência emocional e flow (estudo 1) e (2) investigar como o flow se manifesta no comportamento de pessoas com alta e com baixa inteligência emocional (estudo 2). Participarão desta pesquisa 193 voluntários, de ambos os sexos, com idades superiores a 18 anos, que responderão a um Questionário Sociodemográfico, um Inventário de Competências Emocionais Revisado (ICE-R), e a Long Dispositional Flow Scale (DFS-2) – General através da plataforma Google Form. Serão identificados participantes com pontuações superiores a um desvio-padrão acima da média e um desvio padrão abaixo da média, representando pessoas com alta (grupo 1) e baixa inteligência emocional (grupo 2), respectivamente. Serão convidados de 5 a 10 participantes de cada grupo para participarem de uma entrevista gravada pela plataforma Google Meet sobre suas experiências de flow. As entrevistas serão transcritas para texto e organizadas em um corpus textual, que será analisado com auxílio do software Iramuteq. Para alcançar os objetivos propostos, serão realizadas análises de correlação de Pearson entre os fatores do ICE e do instrumento de flow e de classificação hierárquica descendente (CHD) para identificar segmentos de texto relacionados entre si.

Teses
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  • JONAS CAIO COSTA PORFIRIO
  • INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE TRAÇOS DE PSICOPATIA E PROPENSÃO AO RISCO EM UMA PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCO ANTÔNIO CORREA VARELLA
  • ANTHONIETA LOOMAN MAFRA
  • RANER MIGUEL FERREIRA PÓVOA
  • SHEYLA CHRISTINE SANTOS FERNANDES
  • JORGE ARTUR PECANHA DE MIRANDA COELHO
  • Data: 16/02/2023

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  • A tríade sombria da personalidade se refere a um conjunto de traços (maquiavelismo, narcisismo e psicopatia) que se relacionam com vaidade excessiva, manipulação e baixa empatia. Um construto que vem sendo pesquisado em relação às variáveis da TS é o construto da propensão ao risco. Pode-se definir a propensão ao risco como a probabilidade dos indivíduos se engajarem em atividades em que há variabilidade nos resultados possíveis. Nos estudos realizados, encontram-se resultados mistos em relação às associações entre componentes da TS e a propensão ao risco. Assim, no presente estudo investigou-se as possíveis associações entre a TS e a propensão ao risco a partir da perspectiva da psicologia evolucionista e da teoria das Estratégias de História de Vida utilizando-se modelagem por equações estruturais. Nosso objetivo principal foi investigar se as EHV dos indivíduos moderavam as possíveis relações encontradas entre componentes da TS com a propensão ao risco. Método. Participaram do estudo quatrocentos e quatro indivíduos. Os instrumentos utilizados foram um Questionário Sóciodemográfico, a Escala de Autorrelato de Psicopatia de Levenson, o Narcisistic Personality Inventory-16, a Mach IV, o Mini-K e o Questionário Biodemográfico de Estratégias de Histórias de Vida. Resultados. Os modelos de moderação não apresentaram bons índices psicométricos. Assim, testou-se modelos alternativos em que a estratégias de história de vida foram incluídas como preditoras de psicopatia e psicopatia foi incluída como preditora da propensão ao risco. Estes modelos apresentaram-se como plausíveis. Conclusão. Sugere-se que psicopatia seja um indicador de EHV mais rápidas dos indivíduos e que ambientes estressores modulam a expressão destes traços.


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  • A propensão ao risco é a probabilidade dos indivíduos se engajarem em atividades arriscadas (em que há variabilidade nos resultados possíveis). Em estudos recentes, observou-se que este construto é expresso de maneira diferenciada em domínios evolutivamente relevantes, em contraposição à visão anterior que encarava este construto como de domínio geral. Na literatura, apontou-se associações consistentes entre propensão ao risco e as estratégias de histórias de vida dos indivíduos. Estas estratégias referem-se a um espectro de alocação de recursos que pode ser separado em esforço reprodutivo, uma medida de direcionamento de energia com objetivo de acasalamento para geração de prole, e em esforço parental, uma medida de direcionamento de energia para cuidados com a prole. Da mesma forma, associações de propensão ao risco com a chamada tríade sombria da personalidade (maquiavelismo, psicopatia e narcisismo) foram observadas na literatura. Finalmente, associações entre variáveis de estratégias de histórias de vida e traços sombrios da personalidade foram observadas. Assim, adotando uma perspectiva evolucionista, nosso trabalho tem como objetivo i) investigar as relações entre traços sombrios da personalidade, tomada de decisão em vários domínios evolutivamente relevantes e o papel mediador das estratégias de história de vida nestas relações; ii) Traduzir e adaptar um instrumento de propensão ao risco ao contexto brasileiro; iii) Investigar diferenças entre homens e mulheres nos domínios da propensão ao risco, iv) Investigar diferenças entre homens e mulheres nos componentes da tríade sombria da personalidade, propensão ao risco e estratégias de história de vida e v) Investigar associações entre variáveis de história de vida e domínios da propensão ao risco.

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  • JANAINA GAIA RIBEIRO DIAS
  • AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E DE HABILIDADES ARITMÉTICAS EM CRIANÇAS COM ANEMIA FALCIFORME

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MENDES LACERDA
  • CHRISSIE FERREIRA DE CARVALHO
  • CARLA ALEXANDRA DA SILVA MOITA MINERVINO
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • VITOR GERALDI HAASE
  • Data: 13/04/2023

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  • A anemia falciforme (AF) é reconhecida como um problema global de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), associado a alterações fisiológicas e cognitivas. Há registros de maiores dificuldades acadêmicas em estudantes com AF, quando comparados com os da mesma faixa etária sem este quadro clínico, bem como de déficits na memória operacional, velocidade de processamento e outros componentes cognitivos relevantes para o desenvolvimento de habilidades aritméticas. Pesquisas sobre avaliação cognitiva de estudantes com AF no cenário internacional indicam dificuldades de aprendizagem no geral e em matemática, sendo esta última pouco investigada no Brasil. Assim, o estudo avaliou as capacidades cognitivas e o desenvolvimento na aprendizagem de habilidades aritméticas de estudantes do Ensino Fundamental entre 6 e 11 anos diagnosticados com AF. A metodologia incluiu um total de 50 participantes, entre Grupo Clínico (n=25) e Grupo Controle (n=25), sendo este último representado por crianças saudáveis. Os participantes de ambos os grupos foram avaliados individualmente quanto às capacidades cognitivas: memória operacional, memória visuoespacial, velocidade de processamento, coordenação motora fina, visão de cores e habilidades aritméticas. A execução do estudo incluiu os instrumentos: N-Back Visual; Teste Figuras Complexas de Rey; FDT – Teste dos Cinco Dígitos; Teste dos Nove Pinos; Farnsworth Lanthony Combined D-15 Test e Caderno de Atividades Aritméticas, elaborado pela proponente. Além da aplicação dos instrumentais, foi realizada uma entrevista com a neurologista responsável pela realização do exame Doppler nas crianças participantes com AF e um estudo de caso com uma criança de 11 anos, avaliada pela primeira vez aos 6 anos, quando voluntária da pesquisa de Mestrado da proponente. Os resultados obtidos através dos instrumentos foram analisados de acordo com seus respectivos manuais técnicos, bem como a análise dos programas estatísticos SPSS (versão 25.0) e Factor Analysis (versão 11.05.01). O Grupo Clínico apresentou resultados significativos (p≤ 0,05) quando comparado com o Grupo Controle, em memória operacional e motricidade fina, ambos para tempo de execução; velocidade de processamento; visão de cores dessaturadas, com maior índice de confusão, além de habilidades aritméticas na pontuação geral. Ao observar os resultados por grupo e faixa etária, a análise não revelou diferenças significativas, as quais podem estar relacionados ao tamanho reduzido da amostra. No que se refere às correlações entre as avaliações neurocognitivas e aritméticas, nas crianças com AF, registram-se déficits identificados para velocidade de processamento, memória operacional, memória recente e memória visuoespacial. Investigações desta natureza podem auxiliar na compreensão dos comprometimentos cognitivos de estudantes com AF, no decorrer do desenvolvimento e contribuir na construção de estratégias nos campos neuropsicológico e pedagógico que atendam às peculiaridades desse grupo.


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  • A anemia falciforme (AF) é reconhecida como um problema global de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), associado a alterações fisiológicas e cognitivas, além de ocorrências como o acidente vascular cerebral (AVC), tipo de insulto neurológico que compromete funções cerebrais. Há registros de maiores dificuldades acadêmicas em estudantes com AF, quando comparados com os da mesma faixa etária sem este quadro clínico; bem como de déficits na memória operacional, velocidade de processamento e outros componentes cognitivos relevantes para o desenvolvimento de habilidades aritméticas. Pesquisas sobre avaliação cognitiva de estudantes com AF podem indicar riscos no processo de aprendizagem matemática, através de desempenhos abaixo do esperado em testes direcionados para esta finalidade. Portanto, torna-se relevante a análise dessa população pouco investigada no Brasil. Ademais, não há descrições neurocognitivas associadas ao desenvolvimento de habilidades aritméticas com estudantes portadores de AF e uso de neuromoduladores como recurso de habilitação destas capacidades. Assim, objetivo geral deste projeto é avaliar e intervir na aprendizagem de habilidades aritméticas de estudantes do Ensino Fundamental entre 6 a 11 anos diagnosticados com anemia falciforme. Serão selecionados 200 voluntários para compor os grupos clínico e controle, de modo a participarem da pesquisa que engloba dois estudos. O Estudo 1 avaliará as capacidades cognitivas memória operacional, memória visuoespacial, visão de cores e habilidades aritméticas nos estudantes com e sem AF, além de selecionar somente os estudantes com AF que apresentem dificuldades aritméticas para participarem do Estudo 2. O Estudo 2 examinará o efeito da ETCC, em estudantes com AF, de modo a identificar possível superação das dificuldades em aritmética detectadas no Estudo 1.Tem-se como hipótese, que estudantes portadores de AF apresentam dificuldades em funções cognitivas mediadas pela visuopercepção e que podem estar influenciando na realização de atividades com aritmética. A execução do Estudo 1 incluirá os instrumentos tarefa N-Back Visual, Teste Figuras Complexas de Rey, Farnsworth Lanthony Combined D-15 Test e Caderno de Atividades Aritméticas. Quanto ao Estudo 2 terá a utilização de equipamento de ETCC, além de atividades aritméticas semelhantes às que forem realizadas no Caderno de Atividades Aritméticas (Estudo 1), 2 que serão propostas nos três pós-testes (Pós-teste 1, Pós-teste 2 e Pós-teste postergado). Os resultados obtidos através dos instrumentos serão analisados de acordo com manuais técnicos e análises específicas construídas para essa investigação, considerando a forma como os dados serão coletados no Estudo 1 e no Estudo 2. Investigações desta natureza podem auxiliar na compreensão dos comprometimentos cognitivos de estudantes com AF contribuindo na construção de estratégias pedagógicas que atendam às peculiaridades desse grupo.

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  • TACIANA FEITOSA DE MELO BRECKENFELD
  • IMAGINAÇÃO E ATIVIDADE: estudos de caso com educadores sociais de casas de acolhimento da cidade do Recife

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRA MARQUES PINTO
  • CAMILA COSTA TORRES
  • EMMANUELLE CHRISTINE CHAVES DA SILVA
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • Data: 30/06/2023

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  • O acolhimento institucional preconiza a proteção à integridade física e emocional de crianças e adolescentes que estão privados do convívio com as figuras primárias de cuidado e oportuniza a construção de novos vínculos afetivos e vivências positivas. No Brasil, o educador social realiza atividades que envolvem, desde os cuidados básicos, até a temporária substituição parental nas casas de acolhimento. O objetivo do presente estudo foi analisar como se dá a dinâmica entre atividade prescrita, processos imaginativos e atividade real por dois educadores sociais, de codinome Camélia e Lupino, ao trabalharem com crianças e adolescentes em casa de acolhimento na cidade do Recife - Pernambuco. Como instrumentos de investigação foram utilizadas 5 entrevistas semiestruturadas, 4 vídeos de rotinas na casa de acolhimento, e uma caixa para produção artístico-manual intitulada “caixa de surpresas“. Os dados foram analisados à luz do referencial teórico sociocultural desenvolvido por Tania Zittoun e colaboradores, segundo o qual a imaginação é proposta como um processo composto por dimensões (generalidade, temporalidade e im/plausibilidade). Também foram feitas articulações com a teoria da atividade de Yves Clot. Nos resultados observou-se que tanto Camélia quanto Lupino realizaram atividades que transcendem o que havia sido prescrito. Camélia, ao início do trabalho, imaginou que já saberia como proceder, diz que "não vai ser surpresa" e já na entrevista final, na dinâmica entre prescrito-imaginado-atividade real, disse que a casa ideal deveria contar com equipe mais ampla, que incluísse psicólogo. Lupino disse desde o início da pesquisa que desejaria lecionar música para as crianças e, com a vivência prescrito-imaginado-atividade real, ele mantém este interesse e defende que o ensino da música clássica poderia acalmar os adolescentes. O estudo aponta para a necessidade de ampliação de protocolos que indiquem ocasiões frequentes enfrentadas na casa de acolhimento, que vão além das rotinas higiênicas, e os procedimentos a serem desenvolvidos pelo educador nestas ocasiões.


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  • RENNAN CAVALCANTE RAFFAELE
  • OS PROCESSOS CRIATIVOS NA EXPERIÊNCIA DO JOGADOR DE INTERACTIVE DRAMA: Um estudo sobre a perspectiva e ficção subjetiva

  • Orientador : MARINA ASSIS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRA RAMOS CASTANHA
  • ANTHONY JOSÉ DA CUNHA CARNEIRO LINS
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • LIA DA ROCHA LORDELO
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 03/08/2023

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  • Esta pesquisa tem como objeto de estudo os processos criativos, investigada na vivência cotidiana durante as ações dos jogadores de videogame. Na área dos jogos digitais, é muito comum falar sobre a criatividade do desenvolvedor ou do artista no momento da criação do jogo digital, mas pouco se explora a criatividade do jogador, que por uma experiência imersiva proporcionada pelo jogo, constrói significados numa experiencia que transforma a vida do próprio jogador. Nesta pesquisa, adotamos a criatividade do ponto de vista dialógico e cultural, a partir da compreensão da criatividade como atividade humana que resulta na emergência do novo na relação entre sujeito e cultura. A epistemologia própria ao dialogismo de Mikhail Bakhtin é investida como uma base interpretativa fundamental que baliza os estudos da criatividade, em particular, para o entendimento da relação entre o eu e o outro, durante a experiencia do jogo. Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo compreender como ocorre a dinamicidade dos processos criativos na interação do jogador com o jogo de drama interativa, além de ampliar a compreensão do valor interpretativo da ficção, no campo do possível/potencial durante a experiencia imersiva provocada pelo jogo. Sendo assim, procuramos discutir como os sujeitos perspectivam a narrativa do jogo, e construir um modelo interpretativo dialógico, da relação entre o usuário do jogo e a narrativa gameficada. Adotamos a abordagem idiográfica qualitativa estruturada em quatro etapas: a seleção de 4 participantes; acompanhamento de diários online de atividades cotidianas e entrevista prévia dos participantes selecionados; faremos 2 sessões de interação com o jogo de interactive drama para cada dupla de participantes, acompanhado de videografia e diário de campo; e, por fim, entrevista semiestruturada coletiva com as duplas com exibição de trechos dos vídeos das sessões de jogos. O olhar do pesquisador estará centrado numa reflexão de natureza cultural e dialógica, em tudo que excede e transforma subjetivamente a narrativa do jogo. A análise dos dados e as discussões se basearam em cinco eixos interpretativos: 1) As tensões nos momentos de incerteza; 2) Perspectivação e Posições dos jogadores em relação ao jogo; 3) Ambiguidade e ambivalência na experiência do jogo; 4) As negociações de sentidos. Nossa principal contribuição, é uma chave de leitura, que busca compreender os processos criativos, centrado nas perspectivações ficcionantes do sujeito sua relação com a emergência do novo na experiência estética e lúdica da relação com o videogame.


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  • Esta pesquisa tem como objeto de estudo os processos criativos, investigada na vivência cotidiana durante as ações dos jogadores de videogame. Na área dos jogos digitais, é muito comum falar sobre a criatividade do desenvolvedor ou do artista no momento da criação do jogo digital, mas pouco se explora a criatividade do jogador, que por uma experiência imersiva proporcionada pelo jogo, constrói significados numa experiencia que transforma a vida do próprio jogador. Nesta pesquisa, adotamos a criatividade do ponto de vista dialógico e cultural, a partir da compreensão da criatividade como atividade humana que resulta na emergência do novo na relação entre sujeito e cultura. A epistemologia própria ao dialogismo de Mikhail Bakhtin é investida como uma base interpretativa fundamental que baliza os estudos da criatividade, em particular, para o entendimento da relação entre o eu e o outro, durante a experiencia do jogo. Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo compreender como ocorre a dinamicidade dos processos criativos na interação do jogador com o jogo de drama interativa, além de ampliar a compreensão do valor interpretativo da ficção, no campo do possível/potencial durante a experiencia imersiva provocada pelo jogo. Sendo assim, procuramos discutir como os sujeitos perspectivam a narrativa do jogo, e construir um modelo interpretativo dialógico, da relação entre o usuário do jogo e a narrativa gameficada. Adotamos a abordagem idiográfica qualitativa estruturada em quatro etapas: a seleção de 4 participantes; acompanhamento de diários online de atividades cotidianas e entrevista prévia dos participantes selecionados; faremos 2 sessões de interação com o jogo de interactive drama para cada dupla de participantes, acompanhado de videografia e diário de campo; e, por fim, entrevista semiestruturada coletiva com as duplas com exibição de trechos dos vídeos das sessões de jogos. O olhar do pesquisador estará centrado numa reflexão de natureza cultural e dialógica, em tudo que excede e transforma subjetivamente a narrativa do jogo. A análise dos dados e as discussões se basearam em cinco eixos interpretativos: 1) As tensões nos momentos de incerteza; 2) Perspectivação e Posições dos jogadores em relação ao jogo; 3) Ambiguidade e ambivalência na experiência do jogo; 4) As negociações de sentidos. Nossa principal contribuição, é uma chave de leitura, que busca compreender os processos criativos, centrado nas perspectivações ficcionantes do sujeito sua relação com a emergência do novo na experiência estética e lúdica da relação com o videogame.

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  • VANESSA DA SILVA SANTOS
  • CRIATIVIDADE EM CONTEXTOS DE EMERGÊNCIA E RISCO: um estudo sobre o campo potencial de ação de bombeiros de atendimento pré-hospitalar

  • Orientador : MARINA ASSIS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • ALESSANDRA RAMOS CASTANHA
  • EUDA KALIANI GOMES TEIXEIRA ROCHA
  • JOSE LUIZ DE AMORIM RATTON JUNIOR
  • LIA DA ROCHA LORDELO
  • Data: 03/08/2023

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  • A presente pesquisa se propõe a investigar, em caráter exploratório, como a dimensão afetivo-cognitiva da experiência participa da construção dos significados na ação criativa em contexto de emergência e risco de bombeiros militares pernambucanos. Busca-se compreender de que forma o profissional bombeiro militar perspectiva, cria ou adapta suas ações em relação ao previsto ou ao prescrito e sustenta as suas escolhas (decisões) e ações a partir de premissas que se apresentam como valorativas e afetivas. Adota-se a noção da criatividade como processo psicológico que se sustenta tanto em dimensões subjetivas quanto culturais e que se constitui como forma muito particular de emergência do novo, considerando os encontros corporificados do sujeito com o mundo mediado por sua sensibilidade estética, orientada por signos. Assim, a criatividade e a emergência do novo não se limitam às condições objetivas da ação e nem estão unicamente na sociabilidade distribuída, mas trazem também condições afetivas que compõem a subjetividade que age no mundo. O novo de que trata este estudo não pode ser entendido como “qualquer novo” produzido pela própria eventicidade da vida cotidiana, mas sim como o novo que propicia uma diversidade de interpretação dos possíveis no campo de ação do sujeito, que transforma vidas e protocolos de ação cotidianos e que pode se constituir como ponto de ruptura na existência desse sujeito e que necessariamente implica um conjunto de outridades. Esta pesquisa parte do pressuposto de que a vida psicológica humana é mediada por signos e tem natureza afetiva. Desta forma, o afeto é regulador da ação e a afetividade e a cognição são aspectos inseparáveis e não paralelos no desenvolvimento e na ação humana. Trata-se de um estudo exploratório que parte de uma concepção idiográfica dentro da perspectiva da psicologia cultural, onde se busca a generalização da compreensão de processos criativos em situações de emergência e risco e a ampliação da compreensão da dinâmica afetiva neste contexto. Temos aporte teórico na Teoria da Ação Simbólica de Ernest Boesch, nos estudos de Branco e Valsiner sobre os valores enquanto signos hipergeneralizados na cultura pessoal dos sujeitos e na noção de Ficção de Pinheiro e Simão. Os bombeiros militares foram primeiramente entrevistados sobre suas histórias de vida, trajetória da carreira e impressões subjetivas acerca da atividade bombeiro militar. Depois, enviaram para a pesquisadora via aplicativo de mensagem, registros em forma de textos, áudios e fotos com descrições e reflexões acerca do serviço por um período de trinta dias. Ao final desse período, os participantes foram novamente entrevistados pela pesquisadora sobre os registros feitos de modo a provocar reflexão. Após a transcrição dos dados foi realizada análise interpretativa dialógica dos dados a fim de ampliar a compreensão da dimensão afetivo-subjetiva da ação do sujeito em contexto de emergência e risco.


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  • A presente pesquisa se propõe a investigar, em caráter exploratório, como a dimensão afetivo-cognitiva da experiência participa da construção dos significados em jogo na ação criativa em contexto de emergência e risco de bombeiros militares pernambucanos, enquanto campo dialógico e intersubjetivo. Busca-se compreender de que forma o profissional bombeiro militar perspectiva, cria ou adapta suas ações em relação ao previsto ou ao prescrito e sustenta as suas escolhas (decisões) e ações a partir de premissas que se apresentam como valorativas e afetivas. Adota-se a noção da criatividade como processo psicológico que se sustenta tanto em dimensões subjetivas quanto culturais e que se constitui como forma muito particular de emergência do novo, considerando os encontros corporificados do sujeito com o mundo mediado por sua sensibilidade estética, orientada por signos. Assim, a criatividade e a emergência do novo não se limitam às condições objetivas da ação e nem estão unicamente na sociabilidade distribuída, mas trazem também condições afetivas que compõem a subjetividade que age no mundo. O novo de que trata este estudo não pode ser entendido como “qualquer novo” produzido pela própria eventicidade da vida cotidiana, mas sim como o novo que propicia uma diversidade de interpretação dos possíveis no campo de ação do sujeito, que transforma vidas e que pode se constituir como ponto de ruptura na vida desse sujeito e que necessariamente implica um conjunto de outridades. Esta pesquisa parte do pressuposto de que a vida psicológica humana é mediada por signos e tem natureza afetiva. Desta forma, o afeto é regulador da ação e a afetividade e a cognição são aspectos inseparáveis e não paralelos no desenvolvimento e na ação humana. Trata-se de um estudo exploratório que parte de uma concepção ideográfica dentro da perspectiva da psicologia cultural, onde se busca a generalização da compreensão de processos criativos em situações de emergência e risco e a ampliação da compreensão da dinâmica afetiva neste contexto. Temos aporte teórico na Teoria da Ação Simbólica de Ernest Boesch, nos estudos de Branco e Valsiner sobre os valores enquanto signos hipergeneralizados na cultura pessoal dos sujeitos e na noção de Ficção de Pinheiro e Simão. Os bombeiros militares serão primeiramente entrevistados sobre suas histórias de vida, trajetória da carreira e impressões subjetivas acerca da atividade bombeiro militar. Depois, serão instruídos a enviarem para a pesquisadora via aplicativo de mensagem, registros em forma de textos, áudios e fotos com descrições e reflexões acerca do turno de serviço por um período de trinta dias. Ao final desse período, os participantes serão novamente entrevistados pela pesquisadora sobre os registros feitos de modo a provocar reflexão. Após a transcrição dos dados serão será realizada análise interpretativa dialógica dos dados a fim de ampliar a compreensão da dimensão afetivo-subjetiva da ação do sujeito em contexto de emergência e risco.

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  • MARIANA BENTZEN AGUIAR
  • DAS (IM)POSSIBILIDADES À CRIAÇÃO: a criatividade corporificada na dança

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DINIZ PEREIRA DE LYRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • ANDREA PAULA PANTOJA GARVEY
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • LIA DA ROCHA LORDELO
  • RUBENILDA MARIA ROSINHA BARBOSA
  • Data: 25/08/2023

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  • A presente tese integra-se aos esforços de pesquisas recentes dentro do campo da Psicologia Sociocultural que buscam avaliar se modelos que estudam determinados processos cognitivos dão conta de captar a dimensão corporificada desta função superior. Agregando-se a esse cenário, este trabalho utilizou os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Sociocultural da Criatividade para investigar o modelo dos 5A. Assim sendo, tem-se como objetivo geral compreender a dimensão corporificada no processo criativo vivenciado por dançarinos. O fenômeno da dança foi eleito como campo de pesquisa com base na compreensão de que, ao estudarmos o processo de externalização do processo criativo de dançarinos (a construção e execução de suas performances), estamos, a todo tempo, lidando com um processo fundamentalmente corporificado. Uma vez que se optou por investigarmos o fenômeno através de estudos de casos, participaram desta pesquisa dois dançarinos (um homem e uma mulher) que tinham graduação em dança e que se dedicam à dança de modo profissional. A fim de captar seus processos criativos, combinaram-se métodos qualitativos de base ideográfica para a construção dos dados: entrevistas semiestruturadas, entrevista narrativa, vídeos filmados pelos participantes e turnos reflexivos. Todos os dados construídos foram utilizados para que, em cada caso: (1) identificássemos as construções e reconstruções de significado acerca da corporeidade e da dança que foram trazidas explicitamente ou implicitamente pelo participante; (2) observássemos os processos convencionalização<>desconvencionalização presentes nas (re)construções destacadas na etapa anterior; (3) evidenciássemos o contexto do processo criativo ao caracterizar (em uma descrição pormenorizada) os momentos destacados pelos participantes em suas videografias. Uma vez realizada essas três etapas em ambos casos, analisamos todos os achados em busca de uma generalização de caráter abdutivo para, em seguida, retomamos nossa atenção ao modelo dos 5A e fazermos uma análise crítica dele ao confrontá-lo com nossos dados. Através da análise dos dados construídos percebemos que o modelo dos 5A consegue vislumbrar a dimensão corporificada do processo criativo tanto nas metaposições dos participantes, quanto nos seus usos das affordances. No tocante a esse último aspecto, os processos de  onvencionalização<>desconvencionalização mapeados se mostraram aspectos centrais para compreender os novos usos das affordances. Nossos dados, contudo, parecem ir além do modelo estudado ao expor o que intitulamos nesta tese de uma intencionalidade corporificada. Deste modo, concluímos que algumas adaptações ao modelo seriam necessárias para melhor vislumbrarmos a dimensão corporificada do processo criativo, tais como: adicionar uma nova dimensão (corpórea) às três dimensões já destacadas pela teoria da affordance. Isso, inclusive, permitiria vislumbrarmos a intencionalidade do sujeito criador como também uma intencionalidade corpórea.


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  • O presente projeto de tese utilizou os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Cultural de Dinâmica Semiótica e da Psicologia Sociocultural da Criatividade (PSC) para investigar como a corporeidade participa das ações criativas de estudantes de dança. Usa-se a noção de corporeidade para falar da subjetividade encarnada, que é dialógica e construtora de significados, situada no espaço/ambiente e no tempo. Buscou-se estudar a corporeidade à luz da PSC, então enquanto uma materialidade afetiva que é inerente à ação criativa pois: 1) aparece nas posições e perspectivas do sujeito criativo; 2) pode apresentar-se enquanto um objeto, instrumento ou até mesmo de artefato na ação criativa. Para a construção de dados, combinouse métodos qualitativos de base ideográfica – entrevistas longitudinais semiestruturadas, videografia e o uso de turnos reflexivos, método adaptado de França (2019) – e optou-se pelo uso de estudo de casos. Os participantes da pesquisa serão dois estudantes do curso de licenciatura em dança pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Optou-se por estudantes devido à educação somática presente na experiência do curso de licenciatura em dança e pelo interesse de observar como os processos de convencionalização e desconvencionalização, advindos dessa educação, afeta as compreensões e vivências das corporeidades dos estudantes, tornando possível ou não determinados usos da corporeidade enquanto affordance. A construção de dados se dará em três etapas: a) na primeira etapa haverá uma entrevista semiestruturada para conhecer a cultura pessoal do participante; b) na segunda etapa haverá uma outra entrevista semiestruturada voltada para explorar a temática da corporeidade. Ainda nessa etapa será requisitado que o participante construa uma performance artística autoral para performá-la no encontro seguinte. Por fim, daremos a instrução de que, caso o participante ensaie essa performance, filme tais ensaios; c) na terceira etapa haverá a apresentação da performance (que será filmada pelo pesquisador) e a realização de duas entrevistas semiestruturadas que buscam explorar a questão da performance e dos ensaios. Ainda nessa etapa haverão os turnos reflexivos, ou seja, os vídeos da performance e dos ensaios serão assistidos pelo participante e pesquisador, que dialogarão sobre eles. A proposta de análise possui seis etapas: 1) iremos identificar os pontos de tensão vivenciados pelo sujeito à luz do método de Lyra e Aguiar (2018); 2) localizar possíveis ações criativas nos momentos de tensão ao destacar as posições, audiências, se artefatos e perspectivas presentes a partir do modelo dos 5As de Glăveanu (2013); 3) averiguar o contexto sociocultural das ações criativas a partir das Avenidas de Significação Dirigida; 4) analisar como essas ASDs direcionam a construção de significado sobre a corporeidade, dança e a expressão do sujeito; 5) evidenciar como as convencionalização ou desconvencionalização sociocultural dialogam com as intencionalidades do sujeito nas ações criativas; e, por fim, 6) analisar a corporeidade nas ações criativas destacadas – ou seja: 6.1) como a corporeidade influenciou as posições e perspectivas do sujeito criativo; 6.2) se ela se apresentou enquanto um objeto, instrumento ou como um artefato na ação criativa; 6.3) como o uso dessa affordance ampliou ou restringiu a ação criativa realizada nos momentos de tensão recortados.

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  • MARIJAINE RODRIGUES DE LIMA FREIRE
  • AUTOGRATIDÃO, GRATIDÃO E AUTOCONSCIÊNCIA: impactos sobre o desenvolvimento da autoestima e da felicidade

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • THIAGO GOMES DE CASTRO
  • ANTONIO ROAZZI
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • JOSE HUGO GONCALVES MAGALHAES
  • UMBELINA DO REGO LEITE
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Autogratidão diz respeito ao ato de gratidão voltado para si mesmo, desta feita podendo-se entender a Gratidão como podendo ser hetero e autodirigida. Aquela possui um sólido lastro de investigações empíricas, enquanto esta encontra-se em seu nascedouro, com mais artigos especulativos do que artigos científicos. Fato este que motivou a temática desta Tese, que buscou como base para suas investigações, a empiria realizada pelo também recente campo da Psicologia Positiva, a qual já apresenta resultados que apontam para os efeitos benéficos que a adoção de atitudes positivas, seja voltada para o outro ou para si mesmo, promove na saúde de um modo geral, sobretudo na saúde psicológica. O presente trabalho teve como principais objetivos a validação de um instrumento adequado para mensurar a Autogratidão (Estudo 1), o qual foi integrado ao principal estudo realizado (Estudo 2) para investigar estatisticamente as interrelações entre os construtos que compõem este trabalho, Gratidão, Autogratidão, Autoestima, Felicidade e Autoconsciência e suas dicotomias, juntamente com as variáveis sociodemográficas; constando ainda a realização de um rastreio qualitativo pelo campo semântico da Gratidão e da Autogratidão, com vistas a comparar as concepções encontradas com as já existentes relativas àquela e a construir uma definição que expresse a potencialidade desta. Por fim, o (Estudo 3) experimental de remediação cognitiva, que buscou verificar se a aprendizagem e a prática cotidiana da Autogratidão tem potencial de minimizar e/ou eliminar sofrimentos psíquicos ao mesmo tempo em que fomenta afetos positivos. Os resultados totais mostraram-se em conformidade com as hipóteses levantadas, mostrando que há incremento de afetos positivos quando outros afetos positivos são arregimentados, havendo decréscimos em função do incremento de afetos negativos. Como também, aqueles tendem a minimizar e até
    anular os efeitos desses. Além do que, praticar a Autogratidão reforça esses resultados, proporcionando sentimentos de bem-estar consigo, com consequente aumento da Autoestima e da Felicidade e ainda servindo de impulso ao autoconhecimento.


  • Mostrar Abstract
  • Antes de falar de Autogratidão necessário se faz o entendimento do conceito de Gratidão, que é uma atitude perante a vida que serve de fonte de força para o bem-estar pessoal e social através de um estado de ânimo positivo, estando presente cotidianamente na vida das pessoas. Estudos atuais pontuam os efeitos benéficos que a adoção dessas atitudes positivas, sejam voltadas para o outro ou para si, promovem à saúde psicológica. Assim, entende-se por Autogratidão a gratidão direcionada a si, envolvendo todos aqueles sentimentos positivos que são direcionados ao outro quando se sente gratidão por alguém. Em outras palavras, seria a capacidade de apreciar a si mesmo sem depender da opinião do outro. O presente trabalho, objetiva mapear o campo semântico da Autogratidão, visando esboçar um conceito que o defina de maneira mais robusta e expresse toda sua potencialidade. Também pretende aprofundar o conhecimento empírico acerca do mesmo, uma vez que se encontra incipiente no campo científico, mas prolífico especulativamente. Para tal, pretende-se validar uma escala psicométrica que mensure adequadamente o construto e realizar sua interrelação com os demais construtos do estudo, Gratidão, Autoconsciência, Felicidade e Depressão. Bem como realizar um estudo de metodologia experimental, para investigar se a prática cotidiana da Autogratidão tem potencial de minimizar e/ou eliminar sintomas depressivos e fomentar sentimentos de felicidade. Os dados de natureza qualitativa serão analisados por meio de Análise Temática em Psicologia, cujos resultados serão disponibilizados às demais análises estatísticas e multivariadas envolvendo todos os construtos do estudo e as variáveis sociodemográficas.

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  • GESSIVÂNIA DE MOURA BATISTA
  • IMAGINANDO UM FUTURO PROFISSIONAL: o olhar de uma jovem com cegueira congênita

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA PAULA PANTOJA GARVEY
  • EUDA KALIANI GOMES TEIXEIRA ROCHA
  • Mª DO ROSÁRIO DE FÁTIMA BRANDÃO AMORIM
  • RAFAELLA ASFORA SIQUEIRA CAMPOS LIMA
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 15/12/2023

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  • Em uma sociedade projetada para pessoas que enxergam, aquelas que têm deficiência visual, rotineiramente, vivenciam as barreiras do capacitismo e das precárias condições de acessibilidade nas diversas esferas sociais. No que tange ao exercício de uma profissão, é sabido que, na juventude, comumente inicia-se o processo de escolha por uma área a seguir. Nesta direção, delimitamos enquanto objetivo geral da presente tese investigar, à luz da integração entre os modelos da expansão da experiência e o Trajectory Equifinality Model – TEM, como uma jovem com cegueira congênita imagina seu futuro profissional. Utilizamos como método um estudo de caso, seguindo uma abordagem idiográfica e qualitativa. A participante recebeu o codinome de CCF, e na ocasião do estudo, tinha 20 anos de idade, havia concluído o ensino médio e vivenciava os dilemas em torno da construção de uma carreira profissional. Todo o processo de construção de dados se deu de forma remota, através das plataformas Google Meet e WhatsApp. Utilizamos cinco roteiros de entrevistas semiestruturadas, dois vídeos que contavam as histórias de pessoas com cegueira congênita que desempenham atividades profissionais, e os instrumentos “um recado para mim e um recado para você”, desenvolvidos nesta investigação com o intuito de gatilhar processos imaginativos. Os dados foram analisados a partir do entrecruzamento dos modelos teórico-metodológico-analítico TEM, desenvolvido por Sato e colaboradores, e o loop da expansão da experiência – aqui reconhecida como espiral imaginativa – desenvolvida por Zittoun e colaboradores. Os resultados apontaram que a jovem prospectou um futuro enquanto locutora de rádio e, quanto a isso, empreendeu as seguintes ações: iniciou um curso de locução e sonoplastia; visitou uma rádio comunitária e apresentou um quadro onde entrevistava pessoas cegas a fim de conhecer suas histórias. No seu curso de vida, também houveram situações que nomeamos de trajetórias interrompidas, pois alguns fatores socioculturais, tais como o capacitismo, dificuldades financeiras e as precárias condições de inclusão escolar e laboral, dificultaram e/ou impediram a realização de alguns de seus projetos. Entretanto, concluímos que, nas construções simbólicas realizadas pela participante, ela reconhece, em seu percurso, a existência de dificuldades, mas, sobretudo, de potencialidades. Enquanto autora de sua própria história, CCF continuamente se reinventa, reorienta seu curso de vida e prospecta caminhos de múltiplas possibilidades e oportunidades,
    tanto no âmbito pessoal quanto profissional.


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  • A cegueira impossibilita a sensorialidade através da visão. É uma condição que acomete uma média de 528.624 mil brasileiros (IBGE, 2010), que vivenciam rotineiramente os desafios de viver em uma sociedade imagética e repleta de barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais. Dentre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas cegas, está a inserção, permanência e ascensão no mundo laboral. Se levarmos em consideração que a maior taxa de desemprego no Brasil está entre os jovens (LEME SOUZA, 2020), é possível conjecturar que constitui um grande desafio que jovens cegos exerçam uma profissão. Delimitamos enquanto objetivo geral do presente trabalho, a investigação sobre como jovens cegos imaginam suas trajetórias profissionais. A pesquisa fará uma triangulação de métodos, no estudo quantitativo utilizar-se-á de questionário e objetiva obter um recorte sobre as condições de empregabilidade e as perspectivações de futuro profissional de jovens cegos residentes em Pernambuco, já o estudo qualitativo será realizado através de entrevistas e destina-se a investigar as peculiaridades e comunalidades de como se constitui a dinâmica imaginativa de quatro jovens com cegueira congênita no que tange a suas trajetórias profissionais. Ancorandose nos pressupostos da Psicologia Sociocultural, utilizaremos no referencial teórico e proposta analítica, do modelo de loop da imaginação proposto por Zittoun e Gillespie (2016). Nessa perspectiva, a imaginação é concebida como um processo dinâmico, em que o sujeito se desacopla temporariamente da realidade do aqui-agora, afim de explorar esferas de experiências passadas ou futuras (ZITTOUN, 206, 2018, 2020). Empreenderemos esforços para compreender quais fatores disparam, nutrem, potencializam ou restringem a imaginação de jovens que nunca tiveram acesso ao universo imagético através da visão. Levando em consideração o pioneirismo do estudo com pessoas cegas a partir da Psicologia Sociocultural, investigaremos quais outros elementos além da temporalidade, generalidade, plausibilidade (ZITTOUN; GILLESPIE, 2016) e corporeidade (GFELLER; ZITTOUN, 2020), poderão compor a dinâmica imaginativa de pessoas com cegueira congênita.

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  • MÁRCIA CAROLINA DA MOTA VIANA
  • AUTISMO E INTERSUBJETIVIDADE: Um estudo sobre as relações eu-outro-mundo no contexto escolar de um adolescente

  • Orientador : MARINA ASSIS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA VIRGINIA MACHADO DAZZANI
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • FLAVIA MENDES DE ANDRADE E PERES
  • RAFAELLA ASFORA SIQUEIRA CAMPOS LIMA
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • Data: 22/12/2023

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  • Esta pesquisa te ve como objetivo principal analisar especificidades comunicativas e interacionais da dinâmica intersubjetiva eu outro mundo, no contexto escolar de um adolescente autista O estudo foi realizado no campo da Psicologia Cultural e a base epistemológica que norteou a pesquisa foi o dialogismo bakhtiniano, no qual a ênfase foi estudar a intersubjetividade com o adolescente autista no centro das relações . Nes t e contexto, a perspectiva idiográfica junto ao estudo de caso contribuiu para conhecermos profundamente uma realidade a partir de uma
    i nvestigação detalhada para compreensão subjetiva do fenômeno investigado. A dinâmica singular foi estudada como via de acesso ao generalizáve l, pois entendemos que o estudo da singularidade de modo profundo nos leva a uma compreensão ampla e nos induz rumo ao geral Utilizamos para construção dos registros relatos do
    cotidiano do adolescente; videogravação e observação do contexto escolar; e entrevistas semi estruturadas com o adolescente, seu mediador, sua mãe, seu pai seu irmão e uma colega de classe. Para analisar os dados, contamos com a s análises dialógica e interacional com um olhar direcionado para o adolescente como agentividade única no processo de construção de sentidos sobre a tríade eu outro mundo. O foco da investigação foi a relação dinâmica entre ele e outras pessoas com quem se relaciona Os dados nos mostraram que o ponto de partida para qualquer
    estudo qualitativo que envolva pessoas no espectro autista deve ser considerar a perspectiva única da pessoa, seu modo único de ver o mundo, se relacionar, comunicar, seus interesses, habilidades e desafios. A relação construída ao longo do tempo entre a pesquisadora e o adolescente, favoreceu o acesso às questões investigadas, considerando que a confiabilidade esteve presente nas diversas etapas da coleta de dados N as relações intersubjetivas com o adolescente no espectro autista emergiram três aspectos centrais : 1) Reconhecimento da singularidade; 2) Troca comunicativa; e 3) Afetividade. Na proximidade das relações estabelecidas pelo adolescente na escola, o mediador é a mais próxima, seguida pelos pares, professores/professoras e demais profissionais d o contexto escolar . No contexto afetivo, considerando a relação com a pessoa autista , um aspecto que merece importante destaque é a confiabilidade . Na relação intersubjetiva entre docente e estudante no espectro autista , p rimordialmente, é preciso reconhecer as especificidades do/da estudante, considerando interesses, habilidades, vulnerabilidades; questões sensoriais, motoras e soociocomunicacionais, sendo, sendo preciso que o/a docente encontre a sintonia na troca com cada estudante se preciso que o/a docente encontre a sintonia na troca com cada estudante se orientando para: 1) Perceber o outro; 2) Considerar suas especificidades; 3) Se orientando para: 1) Perceber o outro; 2) Considerar suas especificidades; 3) Se adequar a elas de modo a favorecer a troca.adequar a elas de modo a favorecer a troca. No cenário da comunicação, uma atenção No cenário da comunicação, uma atenção específica para a intencionalidade e a temporalidade comunicativa na troca com a/o específica para a intencionalidade e a temporalidade comunicativa na troca com a/o estudante. A pesquisa realizada, trouxe contribuições para compreensão da estudante. A pesquisa realizada, trouxe contribuições para compreensão da subjetividadesubjetividade//intersubjetividade do adolintersubjetividade do adolescente autistaescente autista e para o contexto escolar, e para o contexto escolar, aspectos que podem contribuir com outras realidades que se aproximem da suaaspectos que podem contribuir com outras realidades que se aproximem da sua.


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  • Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar e descrever especificidades comunicativas e interacionais da dinâmica intersubjetiva eu-outro-mundo, no contexto de aprendizagem de um adolescente com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Levando em conta que as aprendizagens não acontecem fora do contexto de relações intersubjetivas, reflexões atreladas a essa dimensão são fundamentais, da mesma forma que seus impactos no desenvolvimento das pessoas autistas. Para tanto, será realizado um estudo de caso com um
    adolescente, seus responsáveis e duas pedagogas no contexto de aprendizagem. Os aspectos teóricos que nortearão o estudo são o dialogismo bakhtiniano e a perspectiva histórico-cultural de Vigotski. Nesse aspecto, a perspectiva idiográfica junto ao estudo de caso nos mostra que o melhor caminho para conhecermos profundamente uma realidade é realizar uma investigação detalhada para uma compreensão subjetiva do fenômeno investigado. A dinâmica singular será estudada como via de acesso ao generalizável, pois entendemos que o estudo da singularidade de modo profundo nos leva a uma compreensão ampla e nos induz rumo ao que seria universal. Utilizaremos para construção dos registros relatos e fotografias do cotidiano do adolescente; a videogravação do contexto de aprendizagem com o adolescente e as duas pedagogas; entrevistas semi-estruturadas com o adolescente, seus responsáveis e as pedagogas; e textos do adolescente. Para analisar os dados, contaremos com a análise interacional e dialógica, sendo nossa principal unidade de análise as tensões
    comunicativas e negociações existentes, com um olhar direcionado para o adolescente como agentividade única, singular, no processo de construção de sentidos sobre a tríade eu-outro-mundo. O foco da investigação não será o adolescente visto isoladamente, mas sim a relação dinâmica entre ele e outras pessoas que compartilham a interação, bem como a influência de participantes com mais experiência nesse processo.

2022
Dissertações
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  • ANDRÉ OLIVEIRA DE ASSIS NÚÑEZ
  • PODER DE AGIR, AUTOCONSCIÊNCIA E BEM-ESTAR DO PSICÓLOGO HOSPITALAR E O SEU SENTIDO DE TRABALHO

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • HENRIQUE JORGE SIMOES BEZERRA
  • Data: 21/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • O psicólogo hospitalar é um profissional privilegiado dentro da equipe de saúde, pois detém recursos para lidar com diversas questões de ordem psicológica dos pacientes e seus familiares. Desse modo, partindo-se do enfoque da Clínica da Atividade, que é uma metodologia de ação para mudar o trabalho e que propõe meios de agir sobre as relações entre atividade e subjetividade, e sobre o sujeito e o coletivo, foi analisado o trabalho do psicólogo no ambiente hospitalar. Outro conceito usado no âmbito profissional dos psicólogos hospitalares foi o Bem-Estar Subjetivo, que se refere à avaliação que um indivíduo faz da sua satisfação geral com a própria vida e sobre a sensação de ter experimentado mais afetos positivos do que negativos durante toda a sua vida. Auxiliando a análise deste profissional acrescenta-se o processo cognitivo da autoconsciência, que é um processo de autofocalização, no qual o self tem a capacidade de refletir sobre si mesmo. Somado a isso, utilizou-se o conceito de sentido de trabalho deste profissional, que é definido como o entendimento dos trabalhadores daquilo que eles fazem no trabalho assim como a relevância do que eles realmente executam. A presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as relações entre a autoconsciência, o poder de agir, sentido de trabalho e o bem-estar na atividade laboral dos psicólogos hospitalares, e mais especificamente, buscou: (a) analisar quais são os sentidos de trabalho dos psicólogos hospitalares; (b) identificar o gênero profissional e o estilo dos psicólogos hospitalares; (c) analisar o poder de agir do psicólogo hospitalar no contexto de trabalho; (d) identificar o nível de bem-estar e os fatores que geram esse aspecto nos psicólogos hospitalares; (e) verificar os níveis e os tipos de autoconsciência entre os psicólogos hospitalares. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa com métodos mistos, que combinam abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa em uma mesma investigação. A metodologia adotada no primeiro momento foi o uso de escalas psicométricas e informações quantificadas para investigação das interrelações entre todos os aspectos do estudo e a resposta livre de um questionário com a pergunta-eliciadora sobre os sentidos da atividade em psicologia hospitalar: “Qual o sentido do trabalho para você?”. No segundo momento, através da realização de uma entrevista exploratória, colheram-se informações de dois psicólogos, somada a realização de uma dinâmica intitulada “realiza/não realiza” baseando-se na pergunta-eliciadora. Participaram da pesquisa, no primeiro momento, 21 psicólogos de um hospital público da cidade de Recife/PE. Após a realização deste primeiro momento, foram se dispuseram a participar 02 psicólogos deste grupo total para participarem do segundo momento. Os principais resultados da pesquisa foi encontrar as 06 categorias temáticas através da pergunta-eliciadora, que são “a estrutura do atendimento em psicologia”, “a natureza da clínica no contexto hospitalar”, “a identificação e PPgratificação profissional”, “o suporte emocional/cuidado ao outro e relevância social”, “as características do trabalho em psicologia hospitalar” e “a dimensão ética-política”. Sobre o gênero profissional, observou-se uma falta de engajamento aos eventos novos, como o lidar com a pandemia, e sobre o estilo observa-se que, para a residente, é a realização da sua função enquanto psicóloga no suporte emocional ao paciente e para o segundo entrevistado é o processo de identificação com a profissão. No que se refere ao poder de agir, na primeira entrevistada percebeu-se uma restrição na sua liberdade de atuar tanto relacionado a alguma ideia inovadora que quis aplicar exercendo a sua função, impedindo assim a sua atividade, já para o segundo entrevistado, o Hospital proporciona condições para o profissional inovar, resultando no aumento do seu poder de agir. Além disso, no que se refere aos resultados quantitativos, houve correlações entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares e as escalas de autoconsciência, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e a escala de bem-estar subjetivo, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e as categorias temáticas, entre as escalas de autoconsciência/escala de bem-estar subjetivo com as categorias temáticas e as escalas de autoconsciência e a escala de bem-estar subjetivo.


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  • O psicólogo hospitalar é um profissional privilegiado dentro da equipe de saúde, pois detém recursos para lidar com diversas questões de ordem psicológica dos pacientes e seus familiares. Desse modo, partindo-se do enfoque da Clínica da Atividade, que é uma metodologia de ação para mudar o trabalho e que propõe meios de agir sobre as relações entre atividade e subjetividade, e sobre o sujeito e o coletivo, foi analisado o trabalho do psicólogo no ambiente hospitalar. Outro conceito usado no âmbito profissional dos psicólogos hospitalares foi o Bem-Estar Subjetivo, que se refere à avaliação que um indivíduo faz da sua satisfação geral com a própria vida e sobre a sensação de ter experimentado mais afetos positivos do que negativos durante toda a sua vida. Auxiliando a análise deste profissional acrescenta-se o processo cognitivo da autoconsciência, que é um processo de autofocalização, no qual o self tem a capacidade de refletir sobre si mesmo. Somado a isso, utilizou-se o conceito de sentido de trabalho deste profissional, que é definido como o entendimento dos trabalhadores daquilo que eles fazem no trabalho assim como a relevância do que eles realmente executam. A presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as relações entre a autoconsciência, o poder de agir, sentido de trabalho e o bem-estar na atividade laboral dos psicólogos hospitalares, e mais especificamente, buscou: (a) analisar quais são os sentidos de trabalho dos psicólogos hospitalares; (b) identificar o gênero profissional e o estilo dos psicólogos hospitalares; (c) analisar o poder de agir do psicólogo hospitalar no contexto de trabalho; (d) identificar o nível de bem-estar e os fatores que geram esse aspecto nos psicólogos hospitalares; (e) verificar os níveis e os tipos de autoconsciência entre os psicólogos hospitalares. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa com métodos mistos, que combinam abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa em uma mesma investigação. A metodologia adotada no primeiro momento foi o uso de escalas psicométricas e informações quantificadas para investigação das interrelações entre todos os aspectos do estudo e a resposta livre de um questionário com a pergunta-eliciadora sobre os sentidos da atividade em psicologia hospitalar: “Qual o sentido do trabalho para você?”. No segundo momento, através da realização de uma entrevista exploratória, colheram-se informações de dois psicólogos, somada a realização de uma dinâmica intitulada “realiza/não realiza” baseando-se na pergunta-eliciadora. Participaram da pesquisa, no primeiro momento, 21 psicólogos de um hospital público da cidade de Recife/PE. Após a realização deste primeiro momento, foram se dispuseram a participar 02 psicólogos deste grupo total para participarem do segundo momento. Os principais resultados da pesquisa foi encontrar as 06 categorias temáticas através da pergunta-eliciadora, que são “a estrutura do atendimento em psicologia”, “a natureza da clínica no contexto hospitalar”, “a identificação e PPgratificação profissional”, “o suporte emocional/cuidado ao outro e relevância social”, “as características do trabalho em psicologia hospitalar” e “a dimensão ética-política”. Sobre o gênero profissional, observou-se uma falta de engajamento aos eventos novos, como o lidar com a pandemia, e sobre o estilo observa-se que, para a residente, é a realização da sua função enquanto psicóloga no suporte emocional ao paciente e para o segundo entrevistado é o processo de identificação com a profissão. No que se refere ao poder de agir, na primeira entrevistada percebeu-se uma restrição na sua liberdade de atuar tanto relacionado a alguma ideia inovadora que quis aplicar exercendo a sua função, impedindo assim a sua atividade, já para o segundo entrevistado, o Hospital proporciona condições para o profissional inovar, resultando no aumento do seu poder de agir. Além disso, no que se refere aos resultados quantitativos, houve correlações entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares e as escalas de autoconsciência, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e a escala de bem-estar subjetivo, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e as categorias temáticas, entre as escalas de autoconsciência/escala de bem-estar subjetivo com as categorias temáticas e as escalas de autoconsciência e a escala de bem-estar subjetivo.

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  • LUCAS NONATO SOUZA E SILVA
  • AUTOCONSCIÊNCIA, BURNOUT E RISCO À PSICOPATOLOGIA: SENTIDOS DA DOCÊNCIA EM PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • JORGE ARTUR PECANHA DE MIRANDA COELHO
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • Data: 24/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta pesquisa trata sobre as interrelações entre a autoconsciência, Burnout, as psicopatologias e os sentidos que a docência tem para professores universitários, no Estado de Pernambuco. O estudo se situa num cenário que busca entender quais as relações da autoconsciência, e como afeta a vida dos indivíduos, em especial, no contexto laboral, um campo ainda pouco estudado, bem como, procura perceber as ligações entre os construtos cognitivos e a produção de sentido. Desta pesquisa participaram 102 docentes do ensino superior pertencentes a instituições públicas ou privadas do estado de Pernambuco. Os participantes foram recrutados por meio de um protocolo online, no qual constavam os seguintes instrumentos: Pergunta fenomenológica sobre os sentidos da docência; Inventário de Burnout de Maslach (MBI); Escala de Avaliação de Sintomas (EAS-40); Escala de Autoconsciência Situacional (EAS); Escala de Autoconsciência Disposicional (EAD); Escala de Autoconsciência Revisada (EAC-R); Questionário de Ruminação-Reflexão (QRR); e, Questionário Sociodemográfico. Os dados
    coletados foram analisados, em um primeiro momento qualitativamente, por meio da Análise Temática. Nessa etapa, descobriu-se categorias que diziam respeito às particularidades estruturais do trabalho docente, a satisfação com o trabalho e a aspectos negativos da docência. Posteriormente, os dados das escalas foram analisados por meio de coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas e da organização da atividade docente. Na etapa seguinte, foi realizada uma Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) cotejada com o método das variáveis externas como pontos, utilizando as informações dos passos anteriores. Por fim, foram feitos modelos de regressão linear relacionando satisfação
    com o trabalho, autoconsciência, Burnout e sintomatologia psicopatológica. Ao final, encontrou-se correlações positivas entre a autoconsciência ruminativa, os fatores da Síndrome de Burnout e a sintomatologia psicopatológica, onde a autoconsciência parece ter um papel estruturante nessa relação, além da influência desses fatores na produção de sentido. Espera-se que, com esta pesquisa se possa deixar conhecimentos pertinentes e fomentadores para as áreas da autoconsciência e da cognição, pois entra em questões ainda poucos exploradas relacionadas ao campo laboral, e sirva como estimulante para outras pesquisas.


  • Mostrar Abstract
  • Esta pesquisa trata sobre as interrelações entre a autoconsciência, Burnout, as psicopatologias e os sentidos que a docência tem para professores universitários, no Estado de Pernambuco. O estudo se situa num cenário que busca entender quais as relações da autoconsciência, e como afeta a vida dos indivíduos, em especial, no contexto laboral, um campo ainda pouco estudado, bem como, procura perceber as ligações entre os construtos cognitivos e a produção de sentido. Desta pesquisa participaram 102 docentes do ensino superior pertencentes a instituições públicas ou privadas do estado de Pernambuco. Os participantes foram recrutados por meio de um protocolo online, no qual constavam os seguintes instrumentos: Pergunta fenomenológica sobre os sentidos da docência; Inventário de Burnout de Maslach (MBI); Escala de Avaliação de Sintomas (EAS-40); Escala de Autoconsciência Situacional (EAS); Escala de Autoconsciência Disposicional (EAD); Escala de Autoconsciência Revisada (EAC-R); Questionário de Ruminação-Reflexão (QRR); e, Questionário Sociodemográfico. Os dados
    coletados foram analisados, em um primeiro momento qualitativamente, por meio da Análise Temática. Nessa etapa, descobriu-se categorias que diziam respeito às particularidades estruturais do trabalho docente, a satisfação com o trabalho e a aspectos negativos da docência. Posteriormente, os dados das escalas foram analisados por meio de coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas e da organização da atividade docente. Na etapa seguinte, foi realizada uma Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) cotejada com o método das variáveis externas como pontos, utilizando as informações dos passos anteriores. Por fim, foram feitos modelos de regressão linear relacionando satisfação
    com o trabalho, autoconsciência, Burnout e sintomatologia psicopatológica. Ao final, encontrou-se correlações positivas entre a autoconsciência ruminativa, os fatores da Síndrome de Burnout e a sintomatologia psicopatológica, onde a autoconsciência parece ter um papel estruturante nessa relação, além da influência desses fatores na produção de sentido. Espera-se que, com esta pesquisa se possa deixar conhecimentos pertinentes e fomentadores para as áreas da autoconsciência e da cognição, pois entra em questões ainda poucos exploradas relacionadas ao campo laboral, e sirva como estimulante para outras pesquisas.

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  • AMANDA PEREIRA DE ALBUQUERQUE
  • PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA COGNITIVAACERCA DE COMO CRIANÇAS
    DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL COMPREENDEM O BULLYING ESCOLAR

  • Orientador : SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABELLE DINIZ CERQUEIRA LEITE
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • MARIA TERESA BARROS FALCAO COELHO
  • Data: 24/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • O bullying refere-se às ações intencionais e de forma repetida que envolve comportamentos de agressão, ameaças, exclusão ou zombaria entre os pares. Por ser um fenômeno relacional e complexo, costuma se apresentar dissolvido nas relações entre crianças e adolescentes no cotidiano escolar, podendo até ser entendido como uma fase “normal” do desenvolvimento. Pesquisas publicadas no Brasil têm apenas investigado os adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 19 anos, quando essas práticas são mais evidentes. Poucos estudos no Brasil tomaram o bullying infantil como objeto de estudo. Diante disso, o objetivo do estudo foi investigar como o bullying escolar aparece no cotidiano de crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental (com idade entre 6 e 7 anos) – a partir de narrativas e contação de história que geraram desenhos representativos do cotidiano escolar dessas crianças, elaborando um jogo de pesquisa pautado na ludicidade e nos usos da linguagem. Com base teórica ancorada na Psicologia Cultural, o estudo articulou os processos de produção de sentidos da vida diária das crianças com a compreensão das rupturas e dos padrões de suas ações no cotidiano escolar, permitindo que os sujeitos falassem e pudessem fazer elaborações sobre as relações com seus pares do cenário educacional, com o mundo e com possíveis situações de bullying escolar. O estudo foi realizado com 16 crianças (6 a 7 anos) de escolas particulares do estado de Pernambuco-Brasil. Por meio de entrevistas semiestruturadas individuais que aconteceram através de videochamadas e que seguiu os passos de um roteiro de criado para esta pesquisa, as crianças foram convidadas a realizar desenhos e produzir narrativas sobre o seu cotidiano escolar. Nesta mesma entrevista, elas ouviram e discutiram sobre uma história de bullying escolar, contada e criada pela pesquisadora, na perspectiva da pesquisa-intervenção, e posteriormente, produziram mais um desenho sobre uma situação de bullying vivenciado ou testemunhado. Após a transcrição dos dados produzidos a partir das narrativas das crianças sobre os desenhos, os dados foram analisados por meio de uma análise temática dos conteúdos organizada em um quadro no excel com base em estudos sobre bullying escolar. Os resultados apontaram para a ocorrência de experiências de bullying no cotidiano escolar das crianças, neste caso, anteriores à pandemia do COVID-19. Situações de bullying indireto, físico e verbal foram identificadas nas narrativas dos participantes. As crianças também apresentaram compreensão sobre as situações de bullying relatadas na contação de história, e algumas se reconhecem nessas situações, como vítimas ou testemunhas, após este caminho metodológico. Os dados apontaram que as narrativas das crianças situam a ocorrência bullying no seu cotidiano escolar infantil, bem como, elas se sentem afetadas ou prejudicadas por estes eventos relacionais. Tal evidência, sugere a importância de mais estudos sobre o tema e de ações preventivas, e especialmente de caráter interventivo para o público infantil que nos indicou vivenciar violência escolar, neste caso, o bullying infantil.


  • Mostrar Abstract
  • O bullying refere-se às ações intencionais e de forma repetida que envolve comportamentos de agressão, ameaças, exclusão ou zombaria entre os pares. Por ser um fenômeno relacional e complexo, costuma se apresentar dissolvido nas relações entre crianças e adolescentes no cotidiano escolar, podendo até ser entendido como uma fase “normal” do desenvolvimento. Pesquisas publicadas no Brasil têm apenas investigado os adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 19 anos, quando essas práticas são mais evidentes. Poucos estudos no Brasil tomaram o bullying infantil como objeto de estudo. Diante disso, o objetivo do estudo foi investigar como o bullying escolar aparece no cotidiano de crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental (com idade entre 6 e 7 anos) – a partir de narrativas e contação de história que geraram desenhos representativos do cotidiano escolar dessas crianças, elaborando um jogo de pesquisa pautado na ludicidade e nos usos da linguagem. Com base teórica ancorada na Psicologia Cultural, o estudo articulou os processos de produção de sentidos da vida diária das crianças com a compreensão das rupturas e dos padrões de suas ações no cotidiano escolar, permitindo que os sujeitos falassem e pudessem fazer elaborações sobre as relações com seus pares do cenário educacional, com o mundo e com possíveis situações de bullying escolar. O estudo foi realizado com 16 crianças (6 a 7 anos) de escolas particulares do estado de Pernambuco-Brasil. Por meio de entrevistas semiestruturadas individuais que aconteceram através de videochamadas e que seguiu os passos de um roteiro de criado para esta pesquisa, as crianças foram convidadas a realizar desenhos e produzir narrativas sobre o seu cotidiano escolar. Nesta mesma entrevista, elas ouviram e discutiram sobre uma história de bullying escolar, contada e criada pela pesquisadora, na perspectiva da pesquisa-intervenção, e posteriormente, produziram mais um desenho sobre uma situação de bullying vivenciado ou testemunhado. Após a transcrição dos dados produzidos a partir das narrativas das crianças sobre os desenhos, os dados foram analisados por meio de uma análise temática dos conteúdos organizada em um quadro no excel com base em estudos sobre bullying escolar. Os resultados apontaram para a ocorrência de experiências de bullying no cotidiano escolar das crianças, neste caso, anteriores à pandemia do COVID-19. Situações de bullying indireto, físico e verbal foram identificadas nas narrativas dos participantes. As crianças também apresentaram compreensão sobre as situações de bullying relatadas na contação de história, e algumas se reconhecem nessas situações, como vítimas ou testemunhas, após este caminho metodológico. Os dados apontaram que as narrativas das crianças situam a ocorrência bullying no seu cotidiano escolar infantil, bem como, elas se sentem afetadas ou prejudicadas por estes eventos relacionais. Tal evidência, sugere a importância de mais estudos sobre o tema e de ações preventivas, e especialmente de caráter interventivo para o público infantil que nos indicou vivenciar violência escolar, neste caso, o bullying infantil.

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  • THAÍSSY DOS SANTOS NASCIMENTO
  • COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS, ALTERAÇÕES DE HUMOR E CRENÇAS DE EFICÁCIA EM PROFESSORES DO ENSINO PÚBLICO

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGÉLICA MARIA FERREIRA DE MELO CASTRO
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • KARINA DA SILVA OLIVEIRA
  • Data: 01/04/2022

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  • As diversas mudanças sociais e comportamentais vividas atualmente sugerem a necessidade de uma reflexão sobre o sistema educacional vigente no Brasil, reforçando o papel social das escolas na formação de seus educandos para o exercício da cidadania. Percebe-se um progressivo interesse na investigação do papel das emoções na educação ao se referir a sua importância para o sucesso interpessoal, tanto quanto para o próprio processo de ensino e aprendizagem, com isso os avanços nas investigações das questões emocionais que permeiam o ambiente escolar auxiliam na busca por novos meios de cuidado para aqueles que ali convivem. Os professores são alguns dos principais agentes práticos na promoção de conhecimentos cognitivos e comportamentais. Eles carecem de muitas competências emocionais que auxiliam a gerir as situações que os rodeiam e a transmitir segurança e confiança aos seus alunos, independente da disciplina ministrada. Nesse sentido, a presente pesquisa partiu do questionamento de como as competências emocionais dos professores impactarão tanto a forma como ele lida com suas próprias emoções e estados de humor, quanto com as crenças sobre suas próprias competências para ensinar. O objetivo do presente trabalho é avaliar as relações da inteligência emocional com as alterações de humor ao longo do ano e as crenças de eficácia de professores da Rede Pública de Ensino de Pernambuco.A amostra foi composta por 51 participantes, professores do ensino público de Pernambuco, que responderam os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Inventário de Competências Emocionais (ICER), Crenças de Eficácia de Professores e Medidor de Humor (Mood-Meter). Com vistas a alcançar os objetivos propostos, foram realizados os cálculos dos coeficientes Alfa de Crombach, Ômega de Mcdonald e a Correlação de Pearson. Como resultado observou-se que foram encontradas correlações positivas e significativas entre inteligência emocional e autoeficácia, inteligência emocional e alterações de humor e crenças de eficácia e alterações de humor.


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  • As diversas mudanças sociais e comportamentais vividas atualmente sugerem a necessidade de uma reflexão sobre o sistema educacional vigente no Brasil, reforçando o papel social das escolas na formação de seus educandos para o exercício da cidadania. Percebe-se um progressivo interesse na investigação do papel das emoções na educação ao se referir a sua importância para o sucesso interpessoal, tanto quanto para o próprio processo de ensino e aprendizagem, com isso os avanços nas investigações das questões emocionais que permeiam o ambiente escolar auxiliam na busca por novos meios de cuidado para aqueles que ali convivem. Os professores são alguns dos principais agentes práticos na promoção de conhecimentos cognitivos e comportamentais. Eles carecem de muitas competências emocionais que auxiliam a gerir as situações que os rodeiam e a transmitir segurança e confiança aos seus alunos, independente da disciplina ministrada. Nesse sentido, a presente pesquisa parte do questionamento de como as competências emocionais dos professores
    impactarão tanto a forma como ele lida com suas próprias emoções e estados de humor, quanto com as crenças sobre suas próprias competências para ensinar. O objetivo do presente projeto é avaliar as relações da inteligência emocional com as alterações de humor ao longo do ano e as crenças de eficácia de professores da Rede Pública de Ensino de Pernambuco. Especificamente, pretende-se (1) verificar as relações entre inteligência emocional e as alterações de humor de professores do ensino público ao longo do ano; (2) verificar as relações entre inteligência emocional e as crenças de eficácia de professores do ensino público; (3) verificar se as variações de humor entre o início e o final do ano em professores do ensino público, podem ser preditas pela inteligência emocional e crenças de eficácia. Farão parte da pesquisa 100 professores, de ambos os gêneros, da rede pública de ensino e que responderão os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Inventário
    de Competências emocionais (ICE), Crenças de Eficácia de Professores e Mood-Metter. Com vistas a alcançar os objetivos propostos serão realizadas análises de correlação de Pearson entre os fatores avaliados pelos instrumentos propostos e de regressão linear múltipla para predizer alterações de humor.

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  • BRENDA LORRENNE DUNGA DE OLIVEIRA
  • IMAGINAÇÃO COMO EXPANSÃO DA EXPERIÊNCIA: um estudo com uma idosa sobre sua vivência na pandemia da COVID-19

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KATIA MAHEIRIE
  • ANDREA PAULA PANTOJA GARVEY
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • Data: 28/06/2022

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  • O objetivo deste estudo foi investigar como se desenvolvem os processos imaginativos de uma pessoa idosa sobre a vida após a vivência da pandemia da COVID-19. Os idosos compõem um dos principais grupos de risco para o agravamento e falecimento em função da infecção respiratória causada pelo coronavírus, diante disso houve o imperativo de pesquisas e estratégias para o cuidado e prevenção com a saúde física e mental dessa população. Consideramos a imaginação um processo cognitivo central no enfrentamento de momentos de crises e rupturas, esta é uma função mental superior que pode possibilitar a adaptação considerando as limitações e potencialidade sociais e culturais no mundo em que estamos inseridos. Adotamos a perspectiva teórica proposta por Zittoun e colaboradores sobre o modelo de “loop” imaginativo, aqui adaptado para o contexto e língua brasileira é chamado de ciclo dinâmico imaginativo, no qual a imaginação nos permite transitar entre passado, presente e futuro, e está relacionada a corporeidade e mobilidade, de forma a possibilitar a expansão da experiência com base em aprendizados do passado ou desejos para o futuro. O presente trabalho trata-se de um estudo de caso, de modelo idiográfico, que utilizou como instrumentos três entrevistas semi-estruturadas, e a construção da ferramenta “Álbum: Era uma vez a vida com a pandemia”, e se desenvolveu em três etapas que ocorram de forma remota através de encontros mediados pelo Google Meet. Os dados apresentados foram construídos junto com uma participante, de codinome Libélula, de 73 anos e residente em Camaragibe - Pernambuco. A análise foi realizada de acordo com os conceitos teóricos desenvolvidos por Zittoun e Gillespie (2016), Gfeller e Zittoun (2020) e Zittoun (2020). Identificou-se que Libélula realizou 18 ciclos dinâmicos imaginativos a maioria apresentou temporalidade direcionada para o passado, generalidade específica, plausibilidade possível dentro do seu contexto sociocultural e a corporeidade envolveu imaginações tanto sobre seu corpo quanto sobre o corpo do outro. A participante realizou adaptações em suas esferas de experiência para manter seu senso de auto-continuidade e se adaptar à realidade, identificando assim aspectos protetivos e criativos desenvolvidos por ela, como a realização atividades prazerosas como meditação e cultivo de uma horta, além da importância de sua rede de apoio e do uso de redes sociais como Whatsapp para manter suas relações sociais. Além disso foi possível conhecer as modalidades simbólicas e geográficas da participante e como estas foram afetadas pela experiência da pandemia, ora sendo restringidas ora sendo expandidas conforme os diferentes momentos da pandemia. Espera-se contribuir com esse estudo para a Psicologia Cognitiva tanto no que diz respeito a metodologias para construção e coleta de dados de forma remota, quanto corroborando para construção e fortalecimento de teorias sobre o processo cognitivo da imaginação em diversos contextos e cenários.


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  • O objetivo deste estudo foi investigar como se desenvolvem os processos imaginativos de uma pessoa idosa sobre a vida após a vivência da pandemia da COVID-19. Os idosos compõem um dos principais grupos de risco para o agravamento e falecimento em função da infecção respiratória causada pelo coronavírus, diante disso houve o imperativo de pesquisas e estratégias para o cuidado e prevenção com a saúde física e mental dessa população. Consideramos a imaginação um processo cognitivo central no enfrentamento de momentos de crises e rupturas, esta é uma função mental superior que pode possibilitar a adaptação considerando as limitações e potencialidade sociais e culturais no mundo em que estamos inseridos. Adotamos a perspectiva teórica proposta por Zittoun e colaboradores sobre o modelo de “loop” imaginativo, aqui adaptado para o contexto e língua brasileira é chamado de ciclo dinâmico imaginativo, no qual a imaginação nos permite transitar entre passado, presente e futuro, e está relacionada a corporeidade e mobilidade, de forma a possibilitar a expansão da experiência com base em aprendizados do passado ou desejos para o futuro. O presente trabalho trata-se de um estudo de caso, de modelo idiográfico, que utilizou como instrumentos três entrevistas semi-estruturadas, e a construção da ferramenta “Álbum: Era uma vez a vida com a pandemia”, e se desenvolveu em três etapas que ocorram de forma remota através de encontros mediados pelo Google Meet. Os dados apresentados foram construídos junto com uma participante, de codinome Libélula, de 73 anos e residente em Camaragibe - Pernambuco. A análise foi realizada de acordo com os conceitos teóricos desenvolvidos por Zittoun e Gillespie (2016), Gfeller e Zittoun (2020) e Zittoun (2020). Identificou-se que Libélula realizou 18 ciclos dinâmicos imaginativos a maioria apresentou temporalidade direcionada para o passado, generalidade específica, plausibilidade possível dentro do seu contexto sociocultural e a corporeidade envolveu imaginações tanto sobre seu corpo quanto sobre o corpo do outro. A participante realizou adaptações em suas esferas de experiência para manter seu senso de auto-continuidade e se adaptar à realidade, identificando assim aspectos protetivos e criativos desenvolvidos por ela, como a realização atividades prazerosas como meditação e cultivo de uma horta, além da importância de sua rede de apoio e do uso de redes sociais como Whatsapp para manter suas relações sociais. Além disso foi possível conhecer as modalidades simbólicas e geográficas da participante e como estas foram afetadas pela experiência da pandemia, ora sendo restringidas ora sendo expandidas conforme os diferentes momentos da pandemia. Espera-se contribuir com esse estudo para a Psicologia Cognitiva tanto no que diz respeito a metodologias para construção e coleta de dados de forma remota, quanto corroborando para construção e fortalecimento de teorias sobre o processo cognitivo da imaginação em diversos contextos e cenários.

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  • RENATA PALHARES FERREIRA
  • ANÁLISE DE ERROS EM PROBLEMAS DE COMBINATÓRIA COM INVARIANTES IMPLÍCITOS E EXPLÍCITOS RESOLVIDOS POR CRIANÇAS

  • Orientador : JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA AZEVEDO MONTENEGRO
  • LIANNY MILENNA DE SA MELO
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • Data: 30/06/2022

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  • O raciocínio combinatório desempenha um importante papel no desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes. O presente estudo, fundamentado na teoria dos campos conceituais, investigou o efeito da explicitação dos invariantes nos erros empregados por crianças na resolução de problemas de arranjo, permutação e combinação em duas condições: com enunciados que explicitavam os invariantes ou com enunciados que deixavam os invariantes implícitos. O estudo foi construído a partir do banco de dados de Silva e colaboradores (2017), composto por 60 protocolos de crianças, de ambos os sexos, estudantes do 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Maceió-AL, as quais foram divididas em três grupos com vinte crianças. Cada grupo respondeu a quatro problemas de um tipo de situação combinatória, sendo dois com invariantes implícitos e dois com invariantes explícitos. A análise qualitativa identificou cinco tipos de raciocínio envolvidos nas respostas inadequadas e comuns às três situações combinatórias. De maneira geral, os resultados indicam que a condição de explicitação dos invariantes denotou qualitativamente, respostas mais elaboradas, em razão da sofisticação cognitiva. A análise estatística confirmou as diferenças de distribuição dos tipos de erros em função da condição implícita e explícita. Esses resultados trazem contribuições para o campo da psicologia cognitiva, relativas à compreensão da organização intelectual de crianças dos anos iniciais no tocante aos mecanismos de aquisição do conhecimento combinatório, como também para o campo da educação matemática.


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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar o raciocínio empregado por crianças na resolução incorreta de problemas de combinatória em situações com invariantes implícitos e explícitos. Arranjo, combinação e permutação serão os tipos de problemas combinatórios abordados neste estudo. Com fundamentação na teoria dos campos conceituais, avalia-se o efeito da explicitação dos invariantes de ordem, repetição e esgotamento no raciocínio de crianças. Ressalta-se a escassez de estudos que comparem problemas explícitos e implícitos nas três situações combinatórias com foco na análise do erro. Em razão da Pandemia COVID 19 e da necessidade de isolamento social social, optou se por fazer uso de um banco de dados constituído em pesquisa anterior, composto por 60 protocolos de crianças, de ambos os sexos, estudantes do 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Maceió AL. Para o presente estudo, as crianças serão divididas em três grupos, com vinte participantes em cada. O grupo A será composto por crianças que resolveram problemas de arranjo, o Grupo B por crianças que resolveram problemas de permutação e o grupo C por crianças que resolveram problemas de combinação. Em cada grupo, quatro problemas foram resolvidos, sendo dois com invariantes explícitos no enunciado e dois com invariantes implícitos. A partir dos protocolos transcritos, pretende se fazer uma análise das respostas incorretas, com intuito de compreender e gerar uma possível classificação dos erros encontrados. A classificação será feita em função do tipo de problema (arranjo, permutação e combinação) e da situação-problema (implícita/prototípica ou explícita). Testes estatísticos no programa SPSS PC (Statistical Package for Social Sciences), poderão ser feitos para comparação entre grupos e situações problema. Acredita se que tal investigação pode trazer contribuições para o campo da psicologia cognitiva, quando da compreensão da lógica da organização intelectual das crianças nos anos iniciais no tocante aos mecanismos de aquisição do conhecimento combinatório. Os resultados podem trazer, também, contribuições para o campo da educação matemática.

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  • BÁRBARA FERNANDA CUNHA DE ABRÊU
  • NUDGING E GAMIFICAÇÃO NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO: um estudo de intervenção para prevenir e controlar a covid-19

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SUELY APARECIDA DO NASCIMENTO MASCARENHAS
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • Data: 19/08/2022

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  • No atual contexto de pandemia decorrente do novo coronavírus (Covid-19), surge uma série de desafios para todos os países do mundo. Apesar da ampliação do processo de vacinação, a doença ainda não está controlada, tornando imprescindível aprender a “conviver com o vírus” circulando em sociedade. Em meio à crise sanitária, vivencia-se também a disseminação de fake news, que induzem os indivíduos a um quadro de negacionismo e escolhas ruins. Neste cenário, conhecer os processos que impulsionam o ser humano a tomar decisões é de extrema importância para compreender os mais variados aspectos dos comportamentos dos sujeitos. Segundo os estudos de Thaler e Sunstein (2008), as formas como as alternativas de uma determinada escolha são apresentadas podem ajudar as pessoas a ter boas atitudes, e pequenos empurrões – “nudges” – facilitam o reconhecimento das melhores opções. Com o aumento do uso das plataformas digitais, se faz necessário entender os comportamentos reproduzidos digitalmente no cenário hipercultural e a influência dos nudges no
    ambiente on-line. A técnica da gamificação também se destaca nesse panorama, sendo utilizada em diferentes situações para promover aprendizagens e induzir comportamentos. Assim, pensando no contexto pandêmico, essa pesquisa tem como objetivo analisar a Teoria de Nudges no processo de tomada de decisão, bem como elaborar estratégias digitais, através de “nudging” e “gamificação”, para contribuir com a prevenção e o controle da covid-19 no Brasil. A pesquisa contou com a participação de 160 jovens brasileiros e foi desenvolvida a partir do método experimental e de intervenção, visando provocar mudanças nos grupos submetidos a investigação; comparando os resultados pré-teste/ pós-teste, para auxiliar no combate desta, e de futuras epidemias. O presente estudo revelou dados importantes após a aplicação das situações experimentais, sendo constatado um
    aumento no nível de conhecimento dos participantes, e a diminuição de crenças em ideias conspiratórias sobre a covid-19.


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  • No atual contexto de pandemia decorrente do novo coronavírus (Covid-19), surge uma série de desafios para todos os países do mundo. Apesar da ampliação do processo de vacinação, a doença ainda não está controlada, tornando imprescindível aprender a “conviver com o vírus” circulando em sociedade. Em meio à crise sanitária, vivencia-se também a disseminação de fake news, que induzem os indivíduos a um quadro de negacionismo e escolhas ruins. Neste cenário, conhecer os processos que impulsionam o ser humano a tomar decisões é de extrema importância para compreender os mais variados aspectos dos comportamentos dos sujeitos. Segundo os estudos de Thaler e Sunstein (2008), as formas como as alternativas de uma determinada escolha são apresentadas podem ajudar as pessoas a ter boas atitudes, e pequenos empurrões – “nudges” – facilitam o reconhecimento das melhores opções. Com o aumento do uso das plataformas digitais, se faz necessário entender os comportamentos reproduzidos digitalmente no cenário hipercultural e a influência dos nudges no
    ambiente on-line. A técnica da gamificação também se destaca nesse panorama, sendo utilizada em diferentes situações para promover aprendizagens e induzir comportamentos. Assim, pensando no contexto pandêmico, essa pesquisa tem como objetivo analisar a Teoria de Nudges no processo de tomada de decisão, bem como elaborar estratégias digitais, através de “nudging” e “gamificação”, para contribuir com a prevenção e o controle da covid-19 no Brasil. A pesquisa contou com a participação de 160 jovens brasileiros e foi desenvolvida a partir do método experimental e de intervenção, visando provocar mudanças nos grupos submetidos a investigação; comparando os resultados pré-teste/ pós-teste, para auxiliar no combate desta, e de futuras epidemias. O presente estudo revelou dados importantes após a aplicação das situações experimentais, sendo constatado um
    aumento no nível de conhecimento dos participantes, e a diminuição de crenças em ideias conspiratórias sobre a covid-19.

Teses
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  • RAQUEL CORDEIRO NOGUEIRA LIMA
  • IMPACTOS DA DISCIPLINA ‘ARGUMENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO’ (DAE) NA COMPETÊNCIA ARGUMENTATIVA E NO MANEJO DE METODOLOGIAS POTENCIALMENTE ARGUMENTATIVAS POR FUTUROS PROFESSORES

  • Orientador : SELMA LEITAO SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIA LARRAÍN SUTIL
  • GABRIEL FORTES CAVALCANTI DE MACEDO
  • ISABEL CRISTINA MICHELAN DE AZEVEDO
  • KATIA CALLIGARIS RODRIGUES
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 27/01/2022

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  • O presente estudo propõe investigar os impactos da participação de futuros pedagogos na Disciplina 'Argumentação na Educação' (doravante DAE), realizada durante o período de graduação. A DAE propõe desenvolver nos estudantes as competências necessárias para argumentar, bem como para construir e mediar estratégias didáticas argumentativas em ambientes educacionais. Fundamentam esta proposta a compreensão da argumentação, em suas dimensões cognitiva, discursiva, social e dialógica, como discurso essencial para a construção de conhecimento e habilidades de pensamento, tendo especial relevância no campo da educação e, portanto, na formação docente. Os objetivos específicos deste estudo consistiram em observar os impactos da DAE na competência argumentativa, bem como na apropriação dos saberes docentes relacionados ao manejo da argumentação, buscando capturar as transformações possibilitadas no discurso, pensamento e ação com argumentação. Dessa forma, privilegiamos a realização de um estudo microgenético (PUCHE-NAVARRO; OSSA, 2006), através da construção de um estudo de caso com foco idiográfico (YIN, 2001). O corpus se compôs por dados de natureza audiovisual e escrita, construídos durante um semestre letivo e analisados a partir dos seguintes indicadores: a unidade de análise triádica de Leitão (2000), os marcadores discursivos de Schiffrin (1987), os marcadores conversacionais de Marcuschi (1999), os critérios de qualidade da argumentação de Govier (2010), as Ações Discursivas do Professor de De Chiaro e Leitão (2005) e os princípios do Ensino Dialógico de Alexander (2006). As análises permitiram observar impactos importantes da DAE na competência argumentativa, através da potencialização na construção dos elementos A-CA-R, melhoria na qualidade da argumentação construída, além de um refinamento do pensamento reflexivo. Houve também ganhos significativos nos saberes docentes, refletidos no êxito do planejamento e desenho de uma atividade potencialmente argumentativa, no emprego de diversas Ações Discursivas durante a mediação da atividade prática docente, bem como um grau de apropriação dos princípios do Ensino Dialógico. Tais resultados indicam que a combinação dos elementos presentes na DAE (currículo, metodologias, cultura, postura do professor etc.) foi essencial para o desenvolvimento observado no caso.


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  • O presente estudo propõe investigar os impactos da participação de futuros pedagogos na Disciplina 'Argumentação na Educação' (doravante DAE), realizada durante o período de graduação. A DAE propõe desenvolver nos estudantes as competências necessárias para argumentar, bem como para construir e mediar estratégias didáticas argumentativas em ambientes educacionais. Fundamentam esta proposta a compreensão da argumentação, em suas dimensões cognitiva, discursiva, social e dialógica, como discurso essencial para a construção de conhecimento e habilidades de pensamento, tendo especial relevância no campo da educação e, portanto, na formação docente. Os objetivos específicos deste estudo consistiram em observar os impactos da DAE na competência argumentativa, bem como na apropriação dos saberes docentes relacionados ao manejo da argumentação, buscando capturar as transformações possibilitadas no discurso, pensamento e ação com argumentação. Dessa forma, privilegiamos a realização de um estudo microgenético (PUCHE-NAVARRO; OSSA, 2006), através da construção de um estudo de caso com foco idiográfico (YIN, 2001). O corpus se compôs por dados de natureza audiovisual e escrita, construídos durante um semestre letivo e analisados a partir dos seguintes indicadores: a unidade de análise triádica de Leitão (2000), os marcadores discursivos de Schiffrin (1987), os marcadores conversacionais de Marcuschi (1999), os critérios de qualidade da argumentação de Govier (2010), as Ações Discursivas do Professor de De Chiaro e Leitão (2005) e os princípios do Ensino Dialógico de Alexander (2006). As análises permitiram observar impactos importantes da DAE na competência argumentativa, através da potencialização na construção dos elementos A-CA-R, melhoria na qualidade da argumentação construída, além de um refinamento do pensamento reflexivo. Houve também ganhos significativos nos saberes docentes, refletidos no êxito do planejamento e desenho de uma atividade potencialmente argumentativa, no emprego de diversas Ações Discursivas durante a mediação da atividade prática docente, bem como um grau de apropriação dos princípios do Ensino Dialógico. Tais resultados indicam que a combinação dos elementos presentes na DAE (currículo, metodologias, cultura, postura do professor etc.) foi essencial para o desenvolvimento observado no caso.

2
  • FERNANDA MARIA DE LIRA CORREIA
  • VARIÁVEIS COGNITIVAS E SOCIOEMOCIONAIS NA PREDIÇÃO DO DESEMPENHO E DA ADAPTAÇÃO AO ENSINO SUPERIOR

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • THATIANA HELENA DE LIMA
  • EVERSON CRISTIANO DE ABREU MEIRELES
  • BENDITA DONACIANO LOPES
  • EVANDRO MORAIS PEIXOTO
  • SIDCLAY BEZERRA DE SOUZA
  • Data: 25/08/2022

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  • O processo de ingresso no ensino superior provoca nos estudantes universitários uma série de mudanças e desafios que impactam intelectual, pessoal e socialmente, de modo que se torna necessário o desenvolvimento de novas habilidades que possibilitem a adaptação ao contexto acadêmico. A adaptação acadêmica está relacionada à capacidade dos alunos de se integrar ao ensino superior por meio do uso de processos cognitivos, sociais e afetivos. A adaptação ao ensino superior bem-sucedida e o desempenho acadêmico são fatores importantes para a retenção e para o sucesso dos alunos no curso universitário. As habilidades cognitivas são amplamente reconhecidas como variáveis importantes para o sucesso acadêmico, no entanto, é crescente a discussão a respeito da importância das habilidades socioemocionais nos contextos de aprendizagem. Nesse sentido, esta tese objetivou investigar as relações dinâmicas e o poder preditivo de variáveis cognitivas e socioemocionais e do nível socioeconômico na adaptação ao ensino superior e no desempenho acadêmico. As variáveis empregadas no estudo foram divididas em três grupos: cognitivas (inteligência), socioemocionais (traços de personalidade e inteligência emocional) e nível socioeconômico. Participaram do estudo 226 estudantes universitários, predominantemente do gênero feminino (75,7%), Midade=27,5 (DP=9,4), majoritariamente alunos do curso de Psicologia (66,81%). Eles responderam ao questionário socioeconômico, índice de desempenho acadêmico, Questionário de Adaptação ao Ensino Superior (QAES), Prova de Raciocínio Verbal, Teste de Compreensão de Emoções (TCE), Teste de Regulação de Emoções (TRE) e Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (IGFP-5). Foram realizadas análises correlacionais, análises de regressão linear e análises de redes. Os resultados apontam que há uma relação consistente entre adaptação acadêmica e os traços de personalidade, com destaque para o traço de extroversão que foi preditor significativo em todos os fatores do QAES. Com relação ao desempenho acadêmico, foram preditores significativos o fator “adaptação ao estudo” do QAES e o raciocínio verbal. A análise de rede indicou que, dentre as variáveis utilizadas no estudo, o fator “adaptação ao estudo” obteve os melhores índices de centralidade, seguido dos traços de conscienciosidade e abertura. Com base nos resultados encontrados, observa-se a importância do desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais e cognitivas para prevenir dificuldades na adaptação e no desempenho acadêmico. Dessa forma, considera-se que a presente tese fornece informações importantes que podem viabilizar projetos interventivos para os estudantes universitários que podem impactar na retenção dos estudantes e no sucesso acadêmico.


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  • STEFÂNIO RAMALHO DO AMARAL
  • RELAÇÕES ENTRE ARGUMENTAÇÃO E FLEXIBILIDADE COGNITIVA NO ENVELHECIMENTO TÍPICO: um estudo exploratório

  • Orientador : SELMA LEITAO SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • KATIA CALLIGARIS RODRIGUES
  • SYLVIA REGINA DE CHIARO RIBEIRO RODRIGUES
  • ANGELINA NUNES DE VASCONCELOS
  • NANCY LIZETH RAMIREZ RONCANCIO
  • Data: 30/08/2022

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  • A senescência é um conjunto de processos naturais decorrentes do processo de maturidade do ser humano e difere da senilidade, compreendida como um conjunto de transformações patológicas do indivíduo. Este estudo teve como objetivo geral investigar o perfil argumentativo de pessoas idosas com declínios cognitivos típicos (senescentes) participantes da adaptação de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação, com potencial para favorecer a promoção nesta população de flexibilidade cognitivo-argumentativa, compreendida como construto teórico observável empiricamente através de movimentos argumentativos, como antecipação e resposta a perspectivas múltiplas, contrárias e divergentes. A especificidade desta tese está: a) na adaptação para senescentes de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação, e b) na análise discursiva do perfil argumentativo de senescentes, a partir de indicadores discursivos de processos relacionados à flexibilidade cognitivoargumentativa. Participaram 15 pessoas com idade entre 60 e 75 anos, com declínios cognitivos típicos, com escore maior ou igual a 20 pontos no Montreal Cognitive Assessment (MoCA), com autonomia e baixo escore no Inventário Beck de Depressão (BDI). Como método, adaptouse o Modelo do Debate Crítico em quatro ciclos, durante dez sessões, focando quatro tópicos: fake News, inserção da pessoa idosa na sociedade brasileira do século XXI, políticas públicas para a pessoa idosa e finitude. As transcrições das intervenções foram analisadas em duas etapas, através da unidade triádica argumentativa – argumento (ponto de vista e justificativa), contra-argumento e resposta – e com ancoramento em modalizadores discursivos, em busca de indicadores discursivos de flexibilidade cognitivo-argumentativa. Na microanálise – análises minuciosas e detalhadas, que servem como exemplo das análises realizadas no corpus – foram selecionados intencionalmente dois participantes que estiveram em todas as dez sessões. Na macroanálise, foram selecionados intencionalmente seis participantes que tiveram frequência superior a sete sessões, em busca de possíveis transformações na frequência dos indicadores discursivos durante a intervenção. Ao comparar o início e o fim da intervenção, as análises indicaram tendência ao aumento da densidade de movimentos flexibilizadores e à diminuição de movimentos conservadores. Estes resultados sugerem possíveis impactos do programa de intervenção na cognição dos participantes, especificamente quanto à reflexão, antecipação e consideração de perspectivas divergentes.


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  • Este estudo teve como objetivo geral investigar empiricamente o potencial de estimulação cognitiva, especificamente em processos relacionados à flexibilidade cognitiva, de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação para pessoas idosas com declínios cognitivos típicos (senescentes). A senescência, conjunto de processos naturais decorrentes do processo de maturidade do ser humano, difere da senilidade, conjunto de transformações patológicas do indivíduo, como a demência. A especificidade desta tese está na adaptação e análise de possíveis impactos cognitivos de um programa sistemático de estimulação cognitiva focado em argumentação, com duração de dez sessões semanais, que teve como método uma adaptação do Modelo do Debate Crítico. Foram trabalhados quatro tópicos de duas categorias: transversal – fake News; e geracional – inserção da pessoa idosa na sociedade brasileira do século XXI, políticas públicas para a pessoa idosa e finitude. Participaram 15 pessoas entre 60 e 75 anos, com declínios cognitivos típicos, com escore maior ou igual a 20 pontos no Montreal Cognitive Assessment (MoCA), com autonomia e baixo escore no Inventário Beck de Depressão (BDI). Para a microanálise, foram selecionados intencionalmente os seis participantes que tiveram frequência superior a 70%. As transcrições das sessões foram analisadas discursivamente através da tríade argumentativa – argumento (ponto de vista e justificativa), contra-argumento e resposta, em busca de indicadores discursivos de flexibilidade cognitiva, construto teórico observável empiricamente através da antecipação e resposta a perspectivas múltiplas, contrárias e divergentes. A macroanálise buscou possíveis transformações nos usos dos indicadores discursivos durante a intervenção. As análises indicaram aumento da densidade de movimentos argumentativos durante a intervenção, principalmente contra-argumentos, respostas e autoargumentação; e em ciclos que focaram em temas geracionais. Correlaciona-se este aumento como um indicador discursivo do impacto treino da flexibilidade cognitiva, sugerindo maior tendência dos participantes a produção e consideração de perspectivas divergentes.

4
  • RODRIGO OLIVEIRA DAMASCENO
  • SENTIDOS DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS E AUTOCONSCIÊNCIA NA POPULAÇÃO DA BAHIA: relações com preocupação e ansiedade de morte por coronavírus

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALENA PIMENTEL MELLO CABRAL NOBRE
  • ANTONIO ROAZZI
  • JOAO CARLOS ALCHIERI
  • SABRINA ARAÚJO FEITOZA FERNANDES ROCHA
  • UMBELINA DO REGO LEITE
  • Data: 31/08/2022

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  • A pandemia do coronavírus, iniciada no final do ano de 2019 e declarada pandemia mundial no início de 2020, assolou o mundo inteiro colocando toda a população mundial em quarentena, acarretando impactos psicológicos dente outras questões. O referido estudo tem por base os construtos como: Autoconsciência, que busca compreender como as pessoas apreendem os estímulos ambientais estando conscientes de sua própria existência, direcionando sua atenção para dentro de si e sua atenção focada em si; Ansiedade de Morte por Coronavírus, que é uma ansiedade experimentada cognitivamente e expressa por uma pessoa, que pode ser observada no comportamento, assim como pode ser avaliada relacionada a um objeto específico que é o coronavírus; Preocupação, que é um processo em cadeia na tentativa de solução de problemas mentais sobre questões onde o resultado não é certo e o campo dos Sentidos, que investiga como as pessoas constroem o seu próprio conhecimento da realidade. O objetivo do estudo foi investigar a construção dos Sentidos da pandemia do Coronavírus e a Autoconsciência na população baiana e suas relações com a Preocupação e Ansiedade de Morte por Coronavírus. O estudo foi realizado por sessão de dados, que é um banco de dados da pesquisa sobre Covid19 de propriedade do LACCOS que conta com uma amostra total de 499 participantes, onde foi feito um recorte dessa amostra utilizando apenas os protocolos referentes a população da Bahia com uma amostra final de 148 protocolos. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: 1) Questionário Sociodemográfico; 2) Questionário Fenomenológico sobre o que é a pandemia do coronavírus; 3) Escala de Autoconsciência Situacional (EAS) 4) Questionário de Ruminação e Reflexão (QRR) 5) O construto Ansiedade de Morte por Coronavírus foi mensurado com uma escala Likert de 1 a 7. Os dados qualitativos foram analisados utilizando a Análise Temática, os dados quantitativos foram analisados utilizando os coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas. No segundo momento, foi realizada uma Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) com os resultados da Análise Temática e os resulltados estatísticos. A partir da Análise Temática foram encontradas 7 categorias temáticas sobre o que é a pandemia do coronavírus pela população baiana: Caracterização Epidemiológica, Saúde Pública e Medidas de Prevenção, Impactos Psicológicos, Tempo de Crise Mundial, Tempo para Reflexão e Construções, Origens e Causas, Impactos Socioeconômicos e Mudanças. Foi encontrado que a população baiana constrói sentidos negativos da pandemia do coronavírus e que a Autoconsciência agiu como mediadora entre os Sentidos e a Preocupação e Ansiedade de Morte por Coronavírus. Também foram encontradas correlações significativas entre os construtos cognitivos, Sentido da Pandemia, Preocupação e Ansiedade de Morte por Coronavírus e os aspectos Sociodemográficos. O estudo contribui para aumentar o lastro empírico sobre a produção de sentidos e sua relação com variáveis cognitivas, assim como é de suma importância para o conhecimento dos impactos psicológicos causados pela pandemia do coronavírus. Assim, é necessário a realização de novos estudos para compreender melhor essas relações.


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  • A pesquisa tem como objetivo investigar a influência das habilidades cognitivas gerais no processo de manipulação de imagens mentais na tarefa de rotação mental e a autoconsciência como mediadora das habilidades imagéticas. O presente estudo tem por base conceitos como Habilidades Cognitivas Gerais, relacionadas com a capacidade das pessoas em aprender, processar e reproduzir informações; Autoconsciência, processo de auto avaliação referindo-se aos estados de autofocalização estando consciente de si; Representação Mental e a Rotação Mental, produção e manipulação de imagens mentais. O estudo será dividido em dois. Estudo 1 de validação: será composta uma amostra de 400 participantes divididos em 5 grupos, 1) 50 participantes cegos congênitos e/ou com cegueira adquirida, 2) 50 participantes analfabetos, 3) 100 participantes de baixa escolaridade ou analfabetos funcionais, 4) 100 estudantes de ensino fundamental e 5) 100 estudantes de ensino médio. Será feita estratificação por sexo, escolaridade e acesso a visualidade. Os instrumentos utilizados serão: Bateria Oral de Habilidades Cognitiva será aplicada em todos os participantes, as habilidades mensuradas no teste são: Raciocínio Verbal, Raciocínio Numérico, Raciocínio Espacial e Raciocínio Mecânico. A Escala de Autoconsciência Objetiva será aplicada em duas versões: a versão oral, aplicada em todos os participantes e a impressa que será aplicada apenas nos videntes. O Método W-A-Y, em ambas as amostras. A Escala de Autoconsciência Revisada (EAC-R) aplicada apenas nos videntes e as Matrizes Progressivas de Raven, aplicada apenas no grupo dos videntes. O Estudo 2 de investigação das hipótese, será composta uma amostra total de 150 participantes divididos em três grupos: 1) 50 participantes com cegueira congênita, 2) 50 participantes com cegueira adquirida e 3) 50 participantes videntes. Serão utilizados três instrumentos: a Tarefa de Rotação Mental será utilizada para a atividade de Rotação Mental, aplicado em todos os participantes. A Bateria Oral de Habilidades Cognitiva, que será aplicada em todos os grupos da pesquisa e a Escala de Autoconsciência Objetiva, que será aplicada em duas versões, uma empresa para o grupo dos videntes e uma oral para todos os participantes. Para o estudo de validação dos instrumentos, será utilizado o programa SPSS para fazer o levantamento das principais estatísticas descritivas, análises de Componentes Principais e análises de consistência interna (Alfa de Cronbach), também serão utilizados os índices de Kaiser-MeyerOlkin (KMO) e o Teste de Esfericidade de Barttlet, serão utilizados os critérios da Raiz Latente (Autovalores) e do Gráfico de Declive (o Teste Scree). Para definição final da estrutura das escalas será utilizado a rotação ortogonal de tipo varimax como o cálculo dos alfas correspondentes para verificação da consistência final. No Estudo 2 serão feitos testes de Múltiplas Análises de Variância (ANOVA) e a correlação de Pearson r para testar as correlações das variáveis. Os dados serão interpretados pela Teoria das Facetas e análise de dados através de análises MDS (Análises Multidimensionais). Espera-se que de posse desses conhecimentos, seja possível pensar estratégias e instrumentos educativos mais eficientes e adequados às capacidades cognitivas de jovens e adultos com deficiência visual.

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  • ALISSON MICHEL SILVA VALENÇA
  • O DESENVOLVIMENTO DO JOGO DIGITAL LUKA E A SUA INFLUÊNCIA NA PROMOÇÃO DO DISCURSO NÃO POLARIZADO DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Orientador : SELMA LEITAO SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
  • DANIELA KARINE RAMOS
  • ANTONIA LARRAÍN SUTIL
  • CLAUDIO ANDRÉS ALESSIO
  • Data: 02/09/2022

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  • Tornar a escola mais “atraente”, aumentando o engajamento e o interesse dos estudantes pela experiência escolar tem sido um desafio constante de educadores e instituições educacionais. Alguns documentos que refletem sobre a educação básica no Brasil, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o relatório “Políticas Públicas para Redução do Abandono e Evasão Escolar de Jovens” trazem que, além de aumentar o engajamento dos estudantes, outro importante problema educacional refere-se à necessidade de desenvolver o pensamento crítico dos estudantes, evitando a polarização do discurso (INSTITUTO AYRTON SENNA, 2017;
    BRASIL, 2019). Os estudos de Budesheim e Lundquist (2000), De Conti (2013), Correia (2014) e Ramírez (2018), apontam o desenho de atividades argumentativas como via para a promoção do discurso não polarizado através de estratégias anti-vieses, como o exame crítico de posições divergentes e a não escolha da posição a ser defendida, dentre outras. As revisões de estudos promovidas por Lee e Hammer (2011) e Meira e Blikenstein (2019) apontam que o uso de jogos e/ou de mecânicas de jogos (gamificação) podem potencializar o empenho de estudantes em atividades de aprendizagem. Considerando esses dois pressupostos, a presente pesquisa foi dividida em dois estudos; no estudo 1 foi desenvolvido o jogo Luka, um game digital que se utiliza de estratégias antivieses e de elementos argumentativos, com o objetivo de fomentar a promoção do discurso não polarizado em estudantes do ensino fundamental. O jogo Luka aborda uma controvérsia específica de um dos tópicos curriculares da disciplina de Geografia do Ensino Fundamental Brasileiro (processos imigratórios). Essas controvérsias são abordadas ao longo do jogo através de suas três mecânicas, inspiradas em estratégias
    antivieses: a Coleta de Tábulas do Tempo, o Quadro de Argumentos e os Debates. O estudo 2 teve o objetivo de analisar a incorporação de elementos do jogo Luka no favorecimento do discurso não polarizado por parte de estudantes do ensino fundamental participantes de um debate não-estruturado no WhatsApp. Esse segundo estudo, de natureza qualitativa, foi desenvolvido com base em uma série de estudos de casos de oito estudantes e um docente de uma turma do oitavo ano do ensino fundamental de uma escola privada do Recife (Pernambuco) que participaram de um debate não-estruturado no WhatsApp e de uma prova individual. A análise foi dividida em três partes: microanálise do debate, microanálise das provas individuais dos estudantes e macroanálise do debate. Essas três partes tiveram os objetivos de (1) analisar se o conteúdo do jogos são replicados ou adaptados pelos participantes; (2) identificar o nível de compromisso dos alunos participantes com os seus
    pontos de vista (baixo compromisso/alto compromisso); (3) analisar se as intervenções do professor, relacionadas ao tema da controvérsia e ao jogo, conseguem iniciar ou manter a atividade argumentativa dos aluno e (4) identificar se há elementos discursivos dos estudantes que buscam refletir sobre a cogência dos argumentos (solidez dos argumentos) dos seus pares (GOVIER, 2010). A partir disso, na análise discursiva dos participantes, notou-se que os conteúdos do jogo, como informações, argumentos e contra-argumentos, foram utilizados e adaptados de maneira consistente pelos estudantes ao longo do debate e, também, nas
    questões da prova individual. Além disso, outra característica discursiva consistente ao longo do debate foi o baixo compromisso dos estudantes com seus pontos de vista, indicando uma baixa polarização do discurso em relação à temática debatida. Apesar de não ter emergido de forma tão consistente quanto os elementos discursivos anteriores, dois estudantes apresentaram apontamentos diretos sobre a cogência dos argumentos de seus pares. Com relação ao docente, ao longo do debate, ele desenvolveu ações discursivas (pragmáticas e
    argumentativas) que iniciaram e mantiveram o processo argumentativo dos estudantes (DE CHIARO & LEITÃO, 2005). Além da própria mediação, o professor, de forma autônoma, também construiu perguntas que direcionaram ações argumentativas dos estudantes na prova. 


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  • Com base na condição inerentemente metacognitiva do discurso argumentativo, o presente trabalho tem o objetivo de analisar se a participação em atividades pedagógicas argumentativas, com base num jogo digital, pode influenciar o monitoramento do pensamento de um grupo de estudantes do ensino fundamental. Considerando o monitoramento do pensamento como o momento específico da autorregulação em que há uma ação reflexiva acerca do fluxo do pensamento que possibilita sua manutenção, elaboração ou reconstrução e a argumentação como o ato cognitivo-discursivo em que os sujeitos buscam justificar seus pontos de vista, considerando diferentes perspectivas, fora desenvolvido o jogo digital Luka, que possui mecânicas específicas para o desenvolvimento de habilidades argumentativos. A presente pesquisa ocorrerá no âmbito das atividades curriculares de uma turma do 6º ano do ensino fundamental de uma escola pública do Recife (PE). Ao longo de uma unidade pedagógica composta por cinco aulas serão realizadas atividades argumentativas de debates estruturados e não-estruturados após os alunos jogarem o game Luka. Essas atividades serão acompanhadas pelo pesquisador e serão videogravadas. Os áudios gerados nas interações videogravadas e os áudios captados pelos tablets/computadores utilizados pelos alunos serão transcritos. A análise dos textos transcritos terá o objetivo de perceber os movimentos de monitoramento do pensamento através das regulações discursivas expressas nas falas dos alunos no decorrer das atividades argumentativas. Os marcadores de regulação do discurso, apontados por Chabrol (1994), como os indicadores quantificação de tempo e intensidade da fala, as possíveis interrupções do fluxo da fala e as repetições serão utilizados como base para essas análise. As investigações de De Chiaro (2006) e De Chiaro e Aquino (2017) apresentaram a relação desses marcadores discursivos de Chabrol (1994) com o monitoramento do pensamento. Além disso, os marcadores conversacionais de Marcuschi (1999) também embasarão esse processo analítico. Esse autor afirma que alguns marcadores discursivos, tais como pausas, silêncios, hesitações e incrementações, expressam a (re)organização e o planejamento interno do discurso, ou seja, relacionam-se diretamente com ações metacognitivas. Do ponto de vista do processo argumentativo, será objetivado relacionar esses marcadores discursivos vinculados ao monitoramento do pensamento às diferentes formas de resposta ao contra-argumento elencadas por Leitão (2007). 

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  • EMANUEL DUARTE DE ALMEIDA CORDEIRO
  • HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO: impacto no desempenho e nos aspectos relacionais

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JORGE ARTUR PECANHA DE MIRANDA COELHO
  • LUIS FLÁVIO CHAVES ANUNCIAÇÃO
  • MIRELA DANTAS RICARTE
  • MONALISA MUNIZ NASCIMENTO
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • Data: 27/10/2022

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  • As mudanças ocasionadas pelas tecnologias nos últimos anos impactaram em transformações em diferentes espaços sociais, entre estes, o ambiente educacional. Com isso, novas habilidades, além das cognitivas, foram sendo requeridas de modo que permitissem uma adaptação a essas novas demandas. Nesse caminho, as habilidades socioemocionais surgem como um modelo teórico multidimensional que é representado por aspectos comportamentais e emocionais exercendo influência nas atividades individuais. A partir disso, a presente tese
    objetivou investigar o efeito das habilidades cognitivas e socioemocionais sobre o desempenho acadêmico e os aspectos relacionais. As variáveis empregadas no estudo foram: Raciocínio verbal, Inteligência emocional, Personalidade, Metas de realização, desempenho universitário e redes relacionais (amizade, distanciamento e profissional). Participaram do estudo 263 estudantes universitários do interior do estado e de uma cidade metropolitana. A cidade interiorana teve 45 participantes com idade variando entre 18 e 23 anos (𝜇 = 20.28; 𝐷𝑃 = 1.25), sendo 78 % do gênero feminino, 20% do gênero masculino e 2% não informaram, e a cidade metropolitana 218 participantes com idade variando entre 17 e 53 anos (𝜇 = 21.83; 𝐷𝑃 = 5.42), sendo 75% do gênero feminino, 23% do gênero masculino, e 2% não binário ou não informaram. Os instrumentos respondidos foram uma Prova de Raciocínio Verbal, o Inventário de Competências Emocionais (ICE), o Social and Emotional Nationwide Noncognitive Assessment (SENNA), uma Escala de Metas de Realização e um questionário sobre redes de relacionamento (de amizade, distanciamento e profissional), foram realizadas análises de confiabilidade, análises correlacionais, análises de regressão linear e logística e análises de redes sociais. Os resultados apontam que há uma relação consistente entre os traços de personalidade e desempenho acadêmico e aspectos relacionais, com destaque para extroversão que foi preditor significativo para as medidas de centralidade das análises de redes. Com relação ao desempenho acadêmico, foram preditores significativos a medida de centralidade de autoridade da rede profissional e raciocínio verbal. A partir desses resultados,
    observa-se que as habilidades socioemocionais podem contribuir na formação das redes de relacionamento, e que as redes de relacionamento exercem efeito sobre o desempenho acadêmico. Dessa forma, o estudo contribui na compreensão mais ampla da relação entre esses comportamentos e fornece informações para a construção de projetos de intervenção para os estudantes universitários.


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  • ROBSON SAVOLDI
  • AYAHUASCA E SELF: relações entre autoconsciência, misticismo e dissolução do eu

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • BRUNO LOBAO SOARES
  • RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • SUELY APARECIDA DO NASCIMENTO MASCARENHAS
  • Data: 19/12/2022

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  • A ayahuasca é uma bebida psicoativa de origem vegetal usada já há milhares de anos para alterar o “eu” ou self em direção a estados místicos. A autoconsciência (self-awareness) é o processo cognitivo em que o “eu” se torna objeto de atenção e que pode ser também um traço de personalidade estável (self-consciousness).
    Experiências místicas são intensas, significativas e transientes modificações do self, são comumente relatadas por usuários de ayahuasca e são essenciais para entender os efeitos cognitivos duradouros da bebida. Este trabalho é composto de quatro estudos. No primeiro estudo, coletamos online medidas da autoconsciência
    privada, autoconsciência pública, ansiedade social, autorreflexão e insight em uma amostra de ambos os sexos de sujeitos que nunca beberam ayahuasca (e se preparariam para a primeira sessão) (n=128) e sujeitos que já beberam ayahuasca (n=126). Os resultados indicaram que sujeitos que já haviam consumido o psicoativo obtiveram escores estatisticamente maiores de insight e menores de ansiedade social que sujeitos que não haviam bebido ayahuasca. No segundo estudo, o objetivo principal foi identificar a estrutura psicométrica das versões brasileiras da Hood Mysticism Scale (HMS) e do Ego-Dissolution Inventory (EDI-8). Delineamos uma pesquisa transversal com amostra composta por 1414 membros da União do Vegetal. Os resultados apresentam bons indicadores de confiabilidade e validade, que encorajam a aplicação da versão brasileira das escalas. Já no estudo três, através de delineamento transversal (N=1414), investigamos os aspectos da autoconsciência traço – eu privado, eu público, ansiedade social ou eu projetado, autorreflexão, insight, ruminação e reflexão – que poderiam ser previstos pela experiência mística e dissolução do eu em religiosos ayahuasqueiros. Paralelamente investigamos se as variáveis categóricas relacionadas ao uso da ayahuasca – frequência de uso, percepção de dose comum e tempo de religião – poderiam prever as variáveis psicológicas de autoconsciência, misticismo e dissolução do ego. Os resultados indicaram que a experiência mística pôde prever, com exceção do insight, todas as outras dimensões da autoconsciência, sendo que seus aspectos adaptativos foram previstos positivamente e os aspectos desadaptativos foram preditos negativamente. Da mesma forma, a dissolução do self previu aspectos adaptativos reflexivos da autoconsciência. Enquanto a frequência de uso da ayahuasca foi preditora positiva da autoconsciência pública, o tempo de religião foi associado positivamente ao insight. A dose comum foi preditora positiva do self privado e reflexão e negativa da ansiedade social, contudo, esses efeitos foram mediados pelo misticismo. O quarto artigo descreve efeitos de um ritual de ayahuasca e um de jurema, em medidas de autorrelato de misticismo e dissolução do ego e suas relações com o ambiente nos quais o ritual ocorreu. Os dados observacionais foram recolhidos em ambiente natural através de métodos mistos, escalas (N=26) e entrevista (N=7). Os resultados mostraram que diferentes rituais têm diferentes facetas místicas como preditoras da dissolução do ego. Observações e entrevistas revelaram que o ambiente desempenhou um papel fundamental nas diferenças e significado da experiência. Conjuntamente, os resultados sugerem que a autoconsciência apresenta relações significativas com a experiência mística e dissolução do self, o que confirma a literatura. Mais estudos, com múltiplos delineamentos, são necessários para se caracterizar os processos cognitivos presentes na experiencia de ayahuasca.


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  • A Ayahuasca é um chá psicoativo vegetal não adictivo de origem indígena, que promove profundas alterações na consciência. Diversas evidências também apontam para a influência terapêutica deste composto em uma variedade de condições de saúde mental tais como depressão, ansiedade e transtorno de dependência de drogas. Além disso, destaca-se o importante papel do ritual da Ayahuasca como propulsor de experiências místico-espirituais que promovem melhorias no processamento cognitivo e afetivo, no qual participantes de longo prazo de religiões ayahuasqueiras relatam melhora da qualidade geral de vida. O estado de consciência propiciado pela Ayahuasca, conhecido ritualmente como “burracheira”, permite uma psicointegração da personalidade com
    características psicológicas e neurofisiológicas de realce no processamento emocional, sensorial e cognitivo. Esta psicointegração, que possibilita melhorias psicológicas relacionadas à autoconsciência, além de favorecer atitudes de redução de danos em casos de adicção e outras condições mentais, apresenta importantes particularidades ainda pouco exploradas. O presente projeto propõe uma caracterização longitudinal psicológica detalhada da experiência e autoexperiência da ayahuasca em sujeitos experimentais voluntários de sessões de Ayahuasca. No estudo 1 será realizado levantamento ex-postfacto com voluntários que bebem o chá, destacando-se ex-usuários de drogas que passaram reduzir danos a partir da Ayahuasca. No estudo 2, voluntários adventícios que
    beberão o psicoativo pela primeira vez serão avaliados de forma on line em comparação com grupos de usuários experientes e usuários de análogo de ayahuasca. Os voluntários responderão a testes psicológicos e entrevistas anteriormente às sessões, após cada sessão e longitudinalmente por até, no mínimo, seis meses após o início das sessões rituais de ayahuasca. Serão coletados dados sobre autoconsciência, consumo de psicoativos,
    personalidade, saúde mental, qualidade de vida, misticismo e espiritualidade e fenomenologia cognitiva das práticas de redução de danos surgidas a partir da autoconsciência com a participação nos rituais. Técnicas qualitativas e quantitativas para análises multidimensionais, análise de grafos, descrição comportamental serão
    empregadas para comparar conteúdos psicológicos e comportamentos entre os grupos.

2021
Dissertações
1
  • JULIANA RAMALHO FERNANDES
  • MULHERES DIAGNOSTICADAS COM CÂNCER DE MAMA IMAGINANDO SEU ADOECIMENTO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • LUIS FELIPE RIOS DO NASCIMENTO
  • MONICA CRISTINA BATISTA DE MELO
  • Data: 26/04/2021

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  • O diagnóstico do câncer pode representar para a mulher uma forte sensação de perda, medo, vulnerabilidade e, principalmente, a preocupação em relação ao futuro através de uma doença inesperada que traz consigo uma ameaça à continuidade da vida. Diante da atual pandemia da COVID-19, pessoas em tratamento oncológico foram consideradas como parte do grupo de risco para a doença e algumas mudanças puderam ser observadas inclusive no que concerne aos tratamentos utilizados para o câncer. A imaginação é considerada como uma função mental superior fundamental no que diz respeito às incertezas do futuro, pois como processo cultural semiótico, quando a consideramos enquanto processo de adaptação e pré- adaptação ao futuro, torna-se possível imaginar as várias possibilidades de significados diante de uma situação como o diagnóstico do câncer de mama, antecipando-as para o momento presente em que vivemos, na medida em que reconstruímos o passado. A partir disso, foram utilizados estudos recentemente realizados por Zittoun (2020) a partir da sua compreensão da imaginação como uma experiência de looping. Trata-se de um estudo idiográfico que teve como objetivo investigar como duas mulheres diagnosticadas com câncer de mama imaginam o seu processo de adoecimento durante a particular vivência da atual pandemia provocada pelo SARS-CoV-2. Para tanto, foram realizados dois encontros separadamente através do uso de videochamadas previamente agendadas com cada participante do estudo com o objetivo de acompanhar o processo de transformações das construções sígnicas sobre o futuro ao longo dos encontros virtuais. Nesses encontros virtuais foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a utilização de um questionário sociodemográfico e roteiro de entrevista elaborados pela pesquisadora e foi proposta uma adaptação ao modelo da caixa de surpresas diante do ineditismo de uma construção de dados em formato virtual. Os dados foram analisados de acordo com os conceitos teóricos desenvolvidos por Zittoun e Cerchia (2013), Zittoun e Gillespie, (2016), Gfeller e Zittoun (2020) e Zittoun (2020) como dimensões do que concebem enquanto imaginação: temporalidade, plausibilidade, generalidade e corporeidade, assim como três elementos constitutivos do loop imaginativo: gatilhos, recursos e desfechos. Os resultados desse estudo apontaram a partir da dinâmica imaginativa de cada participante, loops em que foram observadas sucessivas tentativas de adaptação ao futuro incerto diante da doença que enfrentam e da situação de pandemia que vivem. A partir disso, foi possível verificar a hipótese sobre a relação entre a imaginação e o conceito de coping desenvolvido por Lazarus e Folkman (1984) através das transformações sígnicas observadas. Sendo assim, o presente estudo possibilita a investigação da imaginação em diferentes cenários, o que contribui também para a expansão teórica e empírica no tocante à Psicologia Cognitiva.


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  • Os processos imaginativos podem ser compreendidos a partir de diferentes perspectivas e dentre elas, a Psicologia Cultural Semiótica, que será utilizada como referencial para o presente estudo. A imaginação é considerada uma função mental superior fundamental no que diz respeito às incertezas do futuro, pois como processo cultural semiótico, quando a consideramos enquanto processo de adaptação e pré-adaptação ao futuro, torna-se possível imaginar as várias possibilidades de significados diante de uma situação, antecipando-os para o momento presente em que vivemos, na medida em que reconstruímos o passado. A partir disso, trata-se de um estudo idiográfico que tem como objetivo investigar como mulheres diagnosticadas com câncer de mama imaginam o seu processo de adoecimento. Para tanto, serão conduzidos paralelamente dois estudos utilizando-se da Caixa de Surpresas e de entrevistas semiestruturadas. O estudo 1, com foco na produção imagética de significados através da elaboração de desenhos e palavras escritas que possam representar o processo de adoecimento que as mulheres estão vivenciando e o estudo 2, com foco nas transformações sígnicas ao longo de seis encontros com as mulheres, trazendo também a perspectiva de familiares e profissionais de saúde que fazem parte do contexto semiótico das mulheres diagnosticadas com câncer de mama sobre o processo de adoecimento que elas estão vivenciando. Os dados serão analisados a partir da dinâmica dos processos imaginativos proposta por Valsiner (2014) e Tateo (2015, 2017), considerando os elementos da dinâmica imaginativa: Gegenstand, resistência, “ver” e “ver como” e vetores de ação.

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  • DIOGO EMMANUEL LUCENA DOS SANTOS
  • RELAÇÕES ENTRE VIVÊNCIAS NEGATIVAS, ANSIEDADE MATEMÁTICA E PROCRASTINAÇÃO EM ESTUDANTES DE PEDAGOGIA

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JORGE TARCISIO DA ROCHA FALCAO
  • MARCELO HENRIQUE OLIVEIRA HENKLAIN
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • Data: 28/06/2021

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  • A formação em Pedagogia enfrenta diversos desafios, dentre eles o de preparar o estudante ao exercício crítico da docência e superar as dificuldades no ensino e na aprendizagem da Matemática. Esta pesquisa investigou como a ansiedade matemática, as vivências negativas e a procrastinação se relacionam e afetam o fazer acadêmico de estudantes da Licenciatura em Pedagogia em relação à matemática. Participaram inicialmente 119 estudantes de Pedagogia, de ambos os sexos, entre 16 e 58 anos, matriculados em universidades públicas e privadas, entre o 1º e o 10º períodos. Destes, 60 estudantes responderam às três escalas usadas na investigação e foram efetivos a participar do estudo. Estes foram alocados em três grupos relacionados às experiências curriculares voltadas à matemática: G1- aqueles que não cursaram nenhuma disciplina teórica (15 estudantes); G2- aqueles que cursaram disciplinas teóricas (30 estudantes) e G3- aqueles que passaram por disciplinas teóricas e práticas (estágio curricular) (15 estudantes). A coleta dos dados foi realizada de modo remoto em duas etapas. A Etapa 1 consistiu no preenchimento da Escala de Ansiedade à Matemática (EAM-PED); Escala de Vivências Acadêmicas Negativas em relação à Matemática (EVAN-PED); e Escala de Motivos de Procrastinação Acadêmica em relação a Matemática (EMOP-MAT). A Etapa 2 consistiu na realização de entrevista semiestruturada com os participantes que atingiram pontuações de extrema ansiedade. Dos seis contatados apenas dois retornaram o e-mail e foram efetivos nessa etapa, que tinha por objetivo resgatar as narrativas em relação à Matemática. Os resultados obtidos dos 119 participantes conferiram adequação amostral para a realização de Análise Fatorial Exploratória (AFE) na EAM-PED: teste de KMO (0,938) e o teste de esfericidade de Bartlett (<0.001). Os valores do Alpha de Cronbach (0.98) e da variância explicada (0.744) indicam que os itens da EAM-PED apresentam consistência interna. Em relação às variáveis investigadas, os resultados apontam correlação positiva e significativa entre ansiedade matemática e vivências negativas experienciadas em aulas de matemática nos Ensinos Fundamental (Anos Iniciais e Finais), e Médio. No que concerne ao Ensino Superior, a ansiedade matemática parece estar relacionada ao histórico e às lembranças advindas de momentos traumáticos dessas vivências negativas nos anos escolares ocasionando comportamentos procrastinatórios, reflexo dessas dificuldades existentes. A procrastinação se relacionou de forma negativa com ansiedade matemática no que diz respeito às tarefas matemáticas; por outro lado ao investigar os motivos pelos quais os estudantes procrastinam esse tipo de tarefa, há relação positiva com a ansiedade matemática, visto que esses motivos se caracterizam pelos desconfortos presentes na ansiedade matemática. Conclui-se que a ansiedade matemática em estudantes de pedagogia apresenta relação com as vivências negativas presentes desde os anos de escolarização, repercutindo em ações em sua formação acadêmica no curso de Pedagogia, sendo motivos para comportamentos procrastinatórios na hora de cursar, aprender e estagiar disciplinas que apresentem a palavra Matemática.


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  • A formação em Pedagogia enfrenta diversos desafios, dentre eles o de preparar o estudante ao exercício crítico da docência e superar as dificuldades no ensino e na aprendizagem da Matemática. Esta pesquisa investigou como a ansiedade matemática, as vivências negativas e a procrastinação se relacionam e afetam o fazer acadêmico de estudantes da Licenciatura em Pedagogia em relação à matemática. Participaram inicialmente 119 estudantes de Pedagogia, de ambos os sexos, entre 16 e 58 anos, matriculados em universidades públicas e privadas, entre o 1º e o 10º períodos. Destes, 60 estudantes responderam às três escalas usadas na investigação e foram efetivos a participar do estudo. Estes foram alocados em três grupos relacionados às experiências curriculares voltadas à matemática: G1- aqueles que não cursaram nenhuma disciplina teórica (15 estudantes); G2- aqueles que cursaram disciplinas teóricas (30 estudantes) e G3- aqueles que passaram por disciplinas teóricas e práticas (estágio curricular) (15 estudantes). A coleta dos dados foi realizada de modo remoto em duas etapas. A Etapa 1 consistiu no preenchimento da Escala de Ansiedade à Matemática (EAM-PED); Escala de Vivências Acadêmicas Negativas em relação à Matemática (EVAN-PED); e Escala de Motivos de Procrastinação Acadêmica em relação a Matemática (EMOP-MAT). A Etapa 2 consistiu na realização de entrevista semiestruturada com os participantes que atingiram pontuações de extrema ansiedade. Dos seis contatados apenas dois retornaram o e-mail e foram efetivos nessa etapa, que tinha por objetivo resgatar as narrativas em relação à Matemática. Os resultados obtidos dos 119 participantes conferiram adequação amostral para a realização de Análise Fatorial Exploratória (AFE) na EAM-PED: teste de KMO (0,938) e o teste de esfericidade de Bartlett (<0.001). Os valores do Alpha de Cronbach (0.98) e da variância explicada (0.744) indicam que os itens da EAM-PED apresentam consistência interna. Em relação às variáveis investigadas, os resultados apontam correlação positiva e significativa entre ansiedade matemática e vivências negativas experienciadas em aulas de matemática nos Ensinos Fundamental (Anos Iniciais e Finais), e Médio. No que concerne ao Ensino Superior, a ansiedade matemática parece estar relacionada ao histórico e às lembranças advindas de momentos traumáticos dessas vivências negativas nos anos escolares ocasionando comportamentos procrastinatórios, reflexo dessas dificuldades existentes. A procrastinação se relacionou de forma negativa com ansiedade matemática no que diz respeito às tarefas matemáticas; por outro lado ao investigar os motivos pelos quais os estudantes procrastinam esse tipo de tarefa, há relação positiva com a ansiedade matemática, visto que esses motivos se caracterizam pelos desconfortos presentes na ansiedade matemática. Conclui-se que a ansiedade matemática em estudantes de pedagogia apresenta relação com as vivências negativas presentes desde os anos de escolarização, repercutindo em ações em sua formação acadêmica no curso de Pedagogia, sendo motivos para comportamentos procrastinatórios na hora de cursar, aprender e estagiar disciplinas que apresentem a palavra Matemática.

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  • LEANDRO SANTOS BEZERRA
  • FUNÇÕES EXECUTIVAS EM ADOLESCENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1

  • Orientador : RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MENDES LACERDA
  • LUCIANA GONCALVES DE ORANGE
  • LEOPOLDO NELSON FERNANDES BARBOSA
  • Data: 30/06/2021

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  • As Funções Executivas (FE) são um conjunto de habilidades cognitivas que permitem a regulação de pensamentos e ações, orientando o comportamento a um objetivo. São estruturadas em três habilidades básicas: o controle inibitório, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, sendo que a interação entre elas serve de base para o desenvolvimento de funções executivas superiores, como o planejamento. Considerando a importância dessas habilidades sobre o comportamento humano, algumas investigações têm indicado que tais habilidades estão altamente relacionadas a comportamentos de saúde, como a adesão ao tratamento e controle metabólico de disfunções crônicas. Nesse contexto, estudos clínicos têm sugerido que o Diabetes Mellitus (DM), devido às oscilações glicêmicas, está associado com o desenvolvimento de disfunções executivas. Este comprometimento poderia ser agravado por fatores de risco como a baixa adesão ao tratamento, o menor controle glicêmico e a idade precoce de diagnóstico, bem como seria mais prejudicial em crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1), em função do período crítico de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC). Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar funções executivas em adolescentes com DM1. A amostra foi composta por 68 adolescentes: 34 com DM1 (grupo clínico) e 34 sem DM (grupo controle), com idades entre 13 e 16 anos. Foi realizada uma avaliação remota a partir dos seguintes instrumentos: (i) Questionário sociodemográfico e (ii) Questionário de saúde; (iii) Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes (EDAE-A); (iv) Hemoglobina glicada (HbA1c) para avaliar o controle glicêmico; e o (v) CEAT-VIH adaptado para tratamento com insulina para avaliar a adesão ao tratamento do grupo clínico. As funções executivas foram avaliadas pelo: (vi) Matching Familiar Figures Test (MFFT) – Controle inibitório; (vii) Self-ordered Pointing Test (SOPT) – Memória de trabalho; (viii) Continuous Performance Test Flex (CPT-Flex) – Flexibilidade cognitiva; (ix) Torre de Londres-19 (ToL-19) – Planejamento. Além da avaliação feita por tarefas, as funções executivas foram mensuradas por um instrumento de heterorrelato: (x) Behavior Rating Inventory of Executive Function (BRIEF). Os resultados indicaram que o grupo clínico obteve menor desempenho na memória de trabalho (SOPT) e maior comprometimento no controle emocional (BRIEF) em comparação ao grupo controle. Em relação às associações entre as funções executivas e as variáveis clínicas (adesão, controle glicêmico e idade de diagnóstico), as análises apresentaram apenas uma correlação positiva entre a memória de trabalho (SOPT) e a idade de diagnóstico, sugerindo que adolescentes com diagnóstico mais tardios obtiveram melhor desempenho nessa habilidade executiva. Nessa direção, é possível sinalizar que os déficits observados nessas funções executivas podem servir como um fator de risco potencial para declínio cognitivo futuro no grupo clínico e que a exposição ao menor controle metabólico poderia agravar esse comprometimento. Estudos dessa natureza são escassos na literatura, principalmente no Brasil, e podem auxiliar na compreensão de disfunções cognitivas/executivas associadas ao DM1 e orientar ações que minimizem os comprometimentos dessa condição endócrina.


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  • As Funções Executivas (FE) são descritas enquanto um conjunto de habilidades cognitivas que permitem a regulação de pensamentos e ações, orientando o comportamento a um objetivo. Elas são estruturadas em três habilidades básicas: o controle inibitório, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, sendo que a interação elas serve de base para o desenvolvimento de funções executivas superiores, como o planejamento. Considerando a importância dessas habilidades sobre o comportamento humano, algumas investigações têm indicado que tais habilidades estão altamente relacionadas a comportamentos de saúde, como a adesão ao tratamento e controle metabólico de disfunções crônicas. Nesse contexto, diversos estudos clínicos têm sugerido que o Diabetes Mellitus (DM), devido às oscilações glicêmicas, está associado com o desenvolvimento de disfunções executivas. Este comprometimento poderia ser agravado por fatores de risco como a baixa adesão ao tratamento, o menor controle glicêmico e a idade precoce de diagnóstico, bem como seria mais prejudicial em crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1), em função do período crítico de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC). Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar funções executivas em adolescentes com DM1. A amostra foi composta por 68 adolescentes: 34 com DM1 (grupo clínico) e 34 sem DM (grupo controle), com idades entre 13 e 16 anos. Para avaliação das FE os seguintes instrumentos foram utilizados: Matching Familiar Figures Test (MFFT); Self-ordered Pointing Test (SOPT); Continuous Performance Test Flex (CPT-Flex); Torre de Londres-19 (ToL-19); e o Behavior Rating Inventory of Executive Function - BRIEF. Os resultados indicaram que o grupo clínico obteve menor desempenho na memória de trabalho (SOPT) e maior comprometimento no controle emocional (BRIEF) em comparação ao grupo controle. Em relação às associações entre as funções executivas e as variáveis clínicas (adesão, controle glicêmico e idade de diagnóstico), as análises apresentaram apenas uma correlação positiva entre a memória de trabalho (SOPT) e a idade de diagnóstico, sugerindo que adolescentes com diagnóstico mais tardios obtiveram melhor desempenho nessa habilidade executiva. Estudos dessa natureza são escassos na literatura, principalmente no Brasil, e podem auxiliar na compreensão de disfunções cognitivas/executivas associadas ao DM1 e orientar ações que minimizem os comprometimentos dessa condição endócrina.

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  • PAULA DOURADO BUARQUE DE GUSMÃO
  • EXAMINANDO AS ATIVIDADES MATEMÁTICAS REALIZADAS NO AMBIENTE FAMILIAR: COMPARANDO CRIANÇAS SURDAS E OUVINTES

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA SORAIA SILVA CRUZ
  • RUTE ELIZABETE DE SOUZA ROSA BORBA
  • SANDRA MARIA PINTO MAGINA
  • Data: 30/09/2021

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  • O presente estudo analisa e compara as atividades matemáticas realizadas por crianças surdas e ouvintes no ambiente familiar. Um estudo desta natureza pode contribuir para esclarecer a defasagem que crianças surdas apresentam acerca de conhecimentos matemáticos quando comparadas a crianças ouvintes. Uma das explicações para esta defasagem é que as experiências matemáticas no ambiente familiar das crianças surdas são limitadas, pois a surdez dificultaria as interações e o acesso a experiências importantes para a compreensão de noções matemáticas básicas. Se por um lado, pesquisas com crianças ouvintes mostram que as atividades matemáticas realizadas em casa contribuem para o desenvolvimento do raciocínio matemático, por outro lado, pouco se sabe acerca dessas atividades em relação às crianças surdas neste contexto. Devido à pandemia da COVID 19, informações sobre as atividades matemáticas das crianças surdas e ouvintes foram obtidas através de entrevistas realizadas por meio remoto com adultos responsáveis por essas crianças. Participaram da pesquisa 20 adultos, sendo dez responsáveis por crianças surdas oralizadas e dez responsáveis por crianças ouvintes. As crianças que eram alvo das entrevistas tinham idade entre 6 e 12 anos, estudantes do 1º ao 6º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e particulares. Os entrevistados foram solicitados a fazer observações das crianças-alvo no ambiente familiar e preencher uma folha de registro com informações detalhadas das atividades matemáticas realizadas por elas. As atividades registradas eram relativas a duas ou quatro horas de observação com cada criança-alvo, perfazendo um total de 30 horas de observação com as crianças surdas e 30 horas com as ouvintes. A partir desses registros e das entrevistas com os responsáveis foi possível identificar as atividades matemáticas realizadas pelas crianças-alvo em suas residências. As atividades foram analisadas em função da frequência com que ocorriam, do conhecimento matemático nelas envolvidos (contagem, medidas, conceitos aritméticos etc.), sendo classificadas em cinco tipos: lúdica, culinária, escolar, conversação e dinheiro. A análise foi qualitativa descritiva, a partir da natureza das atividades descritas nas entrevistas das observações realizadas pelos responsáveis das crianças-alvo. A classificação das atividades matemáticas foi definida por meio de discussão entre dois juízes. Os dados mostraram que os tipos de atividades identificadas entre as crianças surdas e ouvintes foram os mesmos. A diferença ocorreu quanto à concentração de atividades, uma vez que entre as crianças ouvintes observou-se uma média de 1,3 atividades por hora, enquanto entre as crianças surdas a média foi de 0,8. Comparações entre as crianças surdas e ouvintes revelou que atividades matemáticas de conversação foram bem mais frequentes entre as crianças ouvintes do que entre as surdas, como também envolviam uma maior diversidade de conhecimentos matemáticos do que aquelas realizadas pelas surdas. Observou-se também que as crianças surdas tendiam a interagir com um menor número de pessoas nessas atividades do que as ouvintes. As atividades lúdicas e escolares eram as mais frequentes entre as crianças surdas, enquanto as atividades de conversação e as lúdicas eram as mais comumente realizadas pelas ouvintes. Em relação aos conhecimentos matemáticos envolvidos nas atividades, os dados mostraram que conhecimentos aritméticos foram os mais identificados, estando mais presentes em atividades escolares do que nos demais tipos, caracterizando assim as atividades das crianças surdas. As crianças ouvintes, por sua vez, realizavam atividades que envolviam conhecimentos sobre medidas e grandezas e quantificações, comumente presentes nas atividades de conversação. Os dados desta pesquisa sugerem que a maior diferença presente nas atividades matemáticas realizadas no ambiente familiar pelas crianças surdas e ouvintes se refere à comunicação existente no cotidiano das crianças surdas que parece ser mais limitado em relação à frequência com que ocorrem e em relação à diversidade de atividades e, consequentemente, de conhecimentos matemáticos envolvidos. É possível que um dos fatores que possa influenciar no nível de conhecimento matemática dessas crianças seja a exposição limitada a situações do cotidiano envolvendo a matemática. Estudos nesta direção precisam ser desenvolvidos, pois a presente investigação se trata de um estudo exploratório. Contudo, ainda que exploratória a pesquisa revelou aspectos importantes acerca da matemática realizada em casa por crianças surdas.


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  • O presente estudo analisa e compara as atividades matemáticas realizadas por crianças surdas e ouvintes no ambiente familiar. Um estudo desta natureza pode contribuir para esclarecer a defasagem que crianças surdas apresentam acerca de conhecimentos matemáticos quando comparadas a crianças ouvintes. Uma das explicações para esta defasagem é que as experiências matemáticas no ambiente familiar das crianças surdas são limitadas, pois a surdez dificultaria as interações e o acesso a experiências importantes para a compreensão de noções matemáticas básicas. Se por um lado, pesquisas com crianças ouvintes mostram que as atividades matemáticas realizadas em casa contribuem para o desenvolvimento do raciocínio matemático, por outro lado, pouco se sabe acerca dessas atividades em relação às crianças surdas neste contexto. Participarão da pesquisa 20 crianças (7 e 9 anos), estudantes do 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares, recrutadas pela técnica Bola de Neve. Os participantes serão igualmente divididos em dois grupos: crianças surdas e ouvintes. Serão feitas observações naturais na residência das crianças por meio de sessões com duração de 90 a 120 minutos cada. Serão feitos registros detalhados de cada uma das atividades realizadas pelos participantes que serão analisadas em função: (i) da frequência com que ocorrem; (ii) da natureza que apresentam (lúdica, culinária, escolar etc.); e (iii) do conhecimento matemático nelas envolvidos (contagem, medidas, conceitos aritméticos etc.). Comparações entre os grupos serão realizadas com vistas a alcançar os objetivos propostos.

Teses
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  • NATHALY MARIA FERREIRA NOVAES
  • AFETO E REMEMORAÇÃO: A experiência musical em processos de luto por morte repentina

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • EMMANUELLE CHRISTINE CHAVES DA SILVA
  • LUCIANE DE CONTI
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • TATIANA ALVES DE MELO VALÉRIO
  • Data: 30/08/2021

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  • Dentre os desafios do processo de perder ente querido face morte repentina, está a busca por uma forma menos dolorosa de lembrar da pessoa falecida enquanto segue no fluxo da sua jornada da vida. Composições musicais são utilizadas para facilitar o enfrentamento de situações de crises como essa. A Psicologia da Música tem se debruçado sobre o papel da música nos processos psicológicos, dando destaque a ideia de que a afetividade tem importante papel. O estudo atual faz coro a esse empreendimento trazendo como originalidade o verso sobre a relação entre memória e afeto em situações musicais, trazendo a construção de significado como plano axiomático fundamental. Parte-se, aqui da premissa de que que toda experiência humana, além de mediada por signos, é essencialmente afetiva. Foi objetivo investigar como as experiências musicais podem mediar, semioticamente, o processo afetivocognitivo de reconstrução mnemônica para ressignificar perdas de entes queridos por morte repentina. Assumi a música como recurso simbólico que modifica mentes humanas, mediando processos de significação. Adotei memória como reconstrução. Nessa concepção, as pessoas lembram para significarem experiências, apresentando diferentes características, tais como transformações, omissões, elaborações e importações. Apesar desse teórico ter observado que a afetividade parece anteceder e acompanhar a rememoração verbalizada, há uma lacuna quanto a como esse processo acontece. Propus explorar a relação entre memória e afeto mediada por música através dos conceitos esquematização e pleromatização, bem como retomando o modelo de mediação semiótica dos afetos, elaborados por Jaan Valsiner. Formulei uma pesquisa qualitativa, de cunho idiográfico, do tipo estudo de caso, com um a abordagem experimental inspirada, sobretudo, nos estudos de Frederic Bartlett. Foram realizadas tarefas com dois participantes, envolvendo externalizações dos afetos por meio de pintura e do verbo em entrevistas semiestruturadas. As experiências musicais se configuraram em situação sem escuta da composição musical e em sucessivas situações com escuta musical, ao longo de um total de cinco encontros, com uma semana de intervalo entre eles. Cada um deles foi registrado em videogravação para análise posterior que consistiu em: 1) caracterizar reconstruções mnemônicas face os afetos emergentes em cada experiência musical externalizados por signos verbais e hipergeneralizados; 2) analisar como a música foi utilizada na construção de significados da perda de um ente querido através da reformulação dos esquemas mnemônicos de experiências passadas. A análise demonstrou que a reformulação do esquema mnemônico pode envolver significados em diferentes níveis de (hiper)generalização na busca por organizar e simplificar a complexidade afetiva das experiências. Foi observado também que a experiência musical expressou momentos de reflexão – ato de rememorar e se voltar aos próprios esquemas – em um esforço dos participantes em construir significados a partir das experiências lembradas. A música apresentou função de: guiar campo semântico da rememoração, atuando em nível hipergeneralizado da experiência afetiva, com inibição ou promoção de características e conteúdos mnemônicos; ampliação interpretativa dos participantes sobre o modo de lembrar e significar informações em relação à perda de um ente querido, bem como sobre si.


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  • Na contemporaneidade, a música ocupa um grande espaço na vida das pessoas e fazem parte das suas construções de memórias de eventos vividos cotidianos. Recentemente, muitos estudos apresentam indícios de que a música pode facilitar a emergência de memórias significativas para as histórias dos indivíduos. Contudo, ainda é uma lacuna teórica a compreensão do dinamismo semiótico presente nesse processo. Aqui buscaremos apreende-lo, focalizando na análise de como acontece o papel mediador da experiência musical na reconstrução de memórias de eventos vividos, relevantes para as histórias de vida das pessoas. Para tal, embasar-nos-emos na perspectiva da Psicologia Cultural Semiótica, a qual postula que os afetos possuem papel central nas experiências humanas cotidianas e que estas são inseparáveis do processo de construção de significados. Diante disso, as memórias de eventos vividos são aqui concebidas como atos socioculturais reconstrutivos, adaptativos, mediados por recursos semióticos e atrelados a construção de significados, que acontecem no fluxo de experiência contínua da vida no presente. Metodologicamente, será delineada pesquisa idiográfica, construindo múltiplos estudos de caso que serão analisados microgeneticamente (WAGONER, 2009). Para tal, desenvolvemos o que chamamos de Método de Rememoração Musical Repetida, uma adaptação da proposta de Frederic Bartlett para o estudo experimental da memória.

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  • CLARA RAÍSSA FERNANDES DE MELO
  • QUAL O PAPEL DAS HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NO DESEMPENHO EM MATEMÁTICA DE ESTUDANTES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL?

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KARINA DA SILVA OLIVEIRA
  • ANGÉLICA MARIA FERREIRA DE MELO CASTRO
  • CLAUDIA ROBERTA DE ARAUJO GOMES
  • EVANDRO MORAIS PEIXOTO
  • RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • Data: 09/09/2021

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  • As escolas têm um papel importante não apenas no desenvolvimento das habilidades cognitivas das crianças, mas também das Habilidades Socioemocionais, pois o desempenho acadêmico e o desenvolvimento intelectual e emocional são interdependentes. A Inteligência Emocional e os fatores de personalidade (conscienciosidade; extroversão; estabilidade emocional; amabilidade e abertura à novas experiências) são os construtos que servem de base para as pesquisas desenvolvidas na área das Habilidades Socioemocionais. Nesse sentido, o presente estudo avalia a relação entre Inteligência Emocional , os cinco grandes fatores de personalidade e o desempenho em matemática de estudantes dos anos finais do ensino fundamental de escolas públicas. Participaram da investigação 433 estudantes, de ambos os sexos, com idades entre 11 e 16 anos, frequentando o 6º, 7º e 8º dos anos finais do Ensino Fundamental de duas escolas públicas do município de João Pessoa. Esses foram alocados em dois grupos, Grupo A (Escola A): 200 adolescentes, sendo destes, 72 estudantes do 6º ano, 68 estudantes do 7º ano e 60 estudantes do 8º ano e Grupo B (Escola B): 233 adolescentes, sendo 76 estudantes do 6º ano, 77 estudantes do 7º ano e 80 estudantes do 8º ano. Para isso, foi utilizado o Social and Emotional or Non-cognitive Nationwide Assessment (SENNA), o Teste de Inteligência ‘Emojional” para adolescentes e as notas escolares em matemática que foram obtidas do boletim escolar. Os resultados indicaram que os traços de personalidade e a Inteligência Emocional são preditores do desempenho escolar em matemática. A conscienciosidade foi a principal preditora das notas escolares em matemática em ambas as escolas, os traços de amabilidade e abertura à experiência aparecem como preditores secundários, que, na análise de redes, aparecem predominantemente ligadas à conscienciosidade. Constata-se, também que com o avanço da escolarização há um aumento correspondente das Habilidades Socioemocionais, especialmente das habilidades secundárias (amabilidade e abertura à experiência). Diante disso, supõe-se que o aumento do nível de complexidade da matemática requer mais Habilidades Socioemocionais com o avanços dos anos escolares e que grau de organização escolar é outro fator que parece se relacionar com o recrutamento de Habilidades Socioemocionais. Conclui-se, portanto, que esse estudo possibilitou esclarecer a influência das variáveis socioemocionais na aprendizagem matemática e endossa a relevância do desenvolvimento socioemocional dos estudantes de forma precoce através, por exemplo, da implantação de programas de Inteligência Emocional no contexto escolar de forma a envolver todos os atores de espaços de construção de conhecimento.


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  • O papel da escola deve ser promover o desenvolvimento integral do estudante, o que implica os aspectos cognitivos e emocionais, ajudando-o, a lidar com as emoções em diferentes situações. No entanto esses contextos resumem-se a situações apenas de aprendizagem e não de desenvolvimento. Diante desta realidade, ressalta-se a importância da implementação de programas de desenvolvimento socioemocional nas escolas. De acordo com a literatura da área programas bem planejados e implementados podem trazer diversos benefícios para os estudantes nos âmbitos sociais, acadêmicos, emocionais e de saúde. Nesse sentido o presente estudo objetiva verificar o efeito do programa de inteligência emocional RULER no desempenho matemático, no clima escolar e na inteligência emocional de estudantes nos anos finais do ensino fundamental. Participarão desse estudo estudantes de duas turmas do 6º, 7º, 8º e 9º ano de uma escola pública do município de João Pessoa, de ambos os sexos, com idades entre 12 e 15 anos. Os participantes de cada turma serão igualmente divididos em um Grupo Controle (GC) e um Grupo Experimental (GE). Os estudantes do Grupo Experimental (GE) participarão de intervenções realizadas em sala de aula usando o programa RULER e os estudantes do Grupo Controle (GC) terão as atividades desenvolvidas pela escola. O programa de intervenção a ser desenvolvido com as turmas do GE será organizado para ser integrado ao currículo escolar e implementado durante 6 meses, sendo 5 encontros ao mês conduzidos pelos professores sob supervisão da proponente da pesquisadora. O programa envolverá as cinco emoções básicas: raiva, alegria, medo, tristreza e nojo e palavras-sentimentos relacionadas, como vergonha, culpa, ansiedade, ódio, excluído, orgul;ho. Cada emoção ou palavra-sentimento será discutida durante duas a três semanas e envolverá seis passos ou atividades do RULER (Passo 1 - introdução da palavra-sentimento, Passo 2 - desenhos e explicações personificadas, Passo 3 - mundo acadêmico e o mundo real, Passo 4 - parceria família e escola, Passo 5 - construção de estratégias em sala de aula e Passo 6 - escrita criativa) com duração de aproximadamente 15 a 30 minutos. Além disso, os professores das turmas envolvidas (GE) receberão uma formação durante 5 meses, sendo pelo menos, um encontro por mês com objetivo de apresentar o conceito de inteligência emocional adotado e seu papel na vida pessoal e acadêmica dos estudantes e o programa RULER. Também, será realizado um encontro durante 4 horas com os pais com o objetivo de discutir sobre a importância da inteligência emocional no desenvolvimento dos estudantes, do envolvimento deles nesse processo e de apresentar o programa RULER. Para analisar a eficácia do programa RULER considerando as variáveis investigadas será aplicado pré-testes e pós-testes a todos os participantes (GC e GE), ambos realizados em duas sessões, com aplicação coletiva, realizada por um mesmo examinador, durante o horário da aula. Ademais, espera-se no presente estudo, que os estudantes que serão submetidos a intervenção apresentem uma melhora no nível de inteligência emocional no pós-teste quando comparado ao pré-teste e quando comparando aos estudantes que não receberão a intervenção e que esta melhora tenha impacto positivo no desempenho em matemática dos estudantes.

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