PPGPC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA COGNITIVA - CFCH DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA - CFCH Telefone/Ramal: Não informado
Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • CLÁUDIA FERNANDA LUNA CAVALCANTE
  • REGULAÇÃO EMOCIONAL EM ADOLESCENTES JOGADORES DE LEAGUE OF LEGENDS

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE JOSÉ DE SOUZA PERES
  • EMILY SOUZA GAIÃO E ALBUQUERQUE
  • TATIANA DE CASSIA NAKANO PRIMI
  • Data: 19/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • A regulação de emoções é uma capacidade que permite lidar de forma mais efetiva com as emoções, ajustar respostas emocionais apropriadas ao contexto e promover o bem-estar psicológico. O desenvolvimento da capacidade de regulação emocional desempenha um papel crucial durante a adolescência, considerada uma fase essencial para aprimorar habilidades cognitivas e emocionais. Nesse contexto, é notável que a regulação emocional não se limita ao âmbito cotidiano, mas estende-se para áreas de entretenimento, como os jogos eletrônicos. Particularmente, o League of Legends (LOL) integra-se de maneira significativa ao cotidiano dos adolescentes. A pesquisa, motivada pela presença marcante desses jogos na vida desse público, busca compreender as possíveis relações entre os níveis de regulação emocional e a experiência no jogo. Este direcionamento visa não apenas explorar os desafios e complicações associados ao uso desordenado de jogos online, mas também investigar a conexão entre a capacidade de regulação emocional e o desempenho, assim como é observado em atividades esportivas tradicionais. Dessa maneira, os objetivos específicos deste trabalho são: 1) examinar o impacto das competências emocionais, focando na regulação de emoções, no desempenho de
    adolescentes no jogo League of Legends, através de um estudo quantitativo; e 2) investigar as diferenças na abordagem de desafios e sentimentos durante o jogo entre grupos de adolescentes com alta e baixa capacidade de regulação emocional, utilizando métodos qualitativos. O método para atingir o objetivo quantitativo consistiu em análises de correlação e regressão linear múltipla, utilizando os fatores do Inventário de Competências Emocionais (ICE-R), controlados pelos fatores da Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse em Adolescentes (EDAE-A), para a predição do desempenho no LOL. O estudo qualitativo foi realizado por meio de uma entrevista aplicada a grupos contrastantes de participantes, com pontuações elevadas e baixas em regulação de emoções de alta potência (REAP), que foi analisada por meio de Processamento de Linguagem Natural (PLN) com modelagem de tópicos. Os resultados mostraram associação entre REAP e o desempenho no jogo, confirmando as hipóteses
    levantadas, assim como as principais estratégias que são utilizadas pelos adolescentes no contexto das partidas. Concluiu-se que a REAP desempenha um papel importante para o desempenho no jogo e discutiu-se de que forma um jogo do tipo MOBA mobiliza estratégias de regulação de emoções, bem como as possíveis implicações disso para a prática clínica. 


  • Mostrar Abstract
  • Os jogos eletrônicos, em especial o League of Legends (LoL), se tornaram parte da rotina de socialização, lazer e esporte para o público adolescente. A sofisticação encontrada na produção de jogos está muito atrelada à possibilidade de provocar estímulos cognitivos, motivacionais, emocionais e sociais observáveis, e abre caminho não apenas para compreender os seus efeitos negativos, mas como uma futura ferramenta que pode ser utilizada para desenvolvimento de aprendizagem e estratégias de regulação emocional. Desenvolver estratégias diante de um problema é algo comum ao ser humano, vivemos constantemente em um meio que requer da nossa capacidade mental, uma compreensão e resolução de situações problemas, sejam simples ou mais complexas. Na adolescência, a capacidade de desenvolver estratégias de regular emoções reduz devido a questões biológicas e sociais, o que abre espaço para a preocupação em buscar novas formas de contribuir para o desenvolvimento dessas habilidades, visando promover bem-estar a essa população. Essa pesquisa tem o objetivo principal de investigar as possíveis influências dos tipos de estratégias e níveis de Regulação Emocional sobre o desempenho de adolescentes com idade entre 12 e 18 anos, no jogo LoL. A pesquisa contará com duas fases subsequentes, uma quantitativa e uma qualitativa. A princípio um Questionário Sociodemográfico será aplicado, e reunirá informações sobre os participantes e sua classificação por Elo no jogo, em seguida os itens de Regulação Emocional de Alta potência em si do Inventário de Competências Emocionais (ICE-R) serão aplicados e analisados no RStudio. A fase qualitativa da pesquisa produzirá dados por meio da realização de entrevista com dois grupos selecionados, em que as estratégias de RE serão analisadas.

Teses
1
  • ALANNY NUNES DE SANTANA
  • FUNÇÕES EXECUTIVAS: a eficácia de uma intervenção em formato de jogo eletrônico e seus efeitos sobre o desempenho matemático


  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • ROBSON SAVOLDI
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • MONILLY RAMOS ARAÚJO MELO
  • Data: 16/02/2024

  • Mostrar Resumo
  • As Funções Executivas (FE) são habilidades cognitivas de autorregulação ligadas ao planejamento, à execução e ao monitoramento de pensamentos, comportamentos e emoções. Por melhorarem o nível de funcionalidade dos indivíduos, as FE se tornaram alvo de intervenções que visam o seu desenvolvimento e o consequente aprimoramento de outras habilidades não diretamente abordadas nos programas de treinamento, mas que por serem associadas às FE também se beneficiam destes, como as acadêmicas. Especificamente sobre os
    treinamentos cognitivos computadorizados (TCC), aponta-se que estes são promissores por serem mais atrativos e por geralmente se apresentarem em formato de jogos eletrônicos. Todavia, poucos estudos apresentam programas de intervenção das FE, sendo ainda menor o número de ensaios randomizados nacionais e inexistentes os que apresentem jogos que treinem as três FE básicas e avaliem os seus efeitos sobre o desempenho em matemática. Destarte, objetivou-se avaliar a eficácia de uma intervenção em formato de jogo eletrônico direcionada às FE e seus efeitos sobre o desempenho matemático de crianças de 7 a 10 anos. Para tanto foram empreendidos dois estudos. No Estudo I é apresentado o desenvolvimento do programa Cucca Curiosa, desde a criação e adaptação de atividades, avaliação por juízes até a estimação da viabilidade e aplicabilidade por estudo piloto. No Estudo II ocorreu a investigação da eficácia do programa, apresentada em cinco ensaios randomizados estratificados. Para a coleta de dados dos ensaios os pais responderam ao Questionário sociodemográfico, de condições de saúde e educacionais do estudante, enquanto as crianças foram avaliadas presencialmente a nível de pré-teste e pós-teste com os instrumentos NEUPSILIN-Inf, Teste dos Cinco dígitos (FDT), Stroop dia e noite, Teste de Trilhas e Teste de Matemática (TEMA). Passado o pré-teste a amostra foi estratificada e randomizada para compor o grupo controle (GC) e o experimental (GE). Na etapa de intervenção os estudantes do GE participaram do programa Cucca Curiosa, que foi aplicado em cinco encontros presenciais, enquanto o GC permaneceu em espera passiva. Realizou-se uma investigação quantitativa por meio de análises estatísticas descritivas, bivariadas e multivariadas. Respectivamente nos ensaios 1 e 2, com 56 crianças pernambucanas, foi investigada e confirmada a eficácia da intervenção em promover o aprimoramento de cada FE básica (transferência próxima) e seus efeitos sobre o desempenho das crianças em matemática (transferência distante). No ensaio 3, com 56 crianças cearenses, a eficácia de transferência próxima e distante do programa foi novamente avaliada e confirmada. Respectivamente nos ensaios 4 e 5, com 112 crianças (pernambucanas e cearenses), foi possível também confirmar os efeitos da intervenção sobre as FE e o desempenho em matemática e verificar que os benefícios sobre cada FE não variaram conforme a idade, mas impactam diferentemente o desempenho em matemática, notadamente aos 8 anos. Foram produzidas e apresentadas evidências iniciais da eficácia de transferência próxima e distante de um treinamento das FE de curta duração a partir de jogos eletrônicos mesclando práticas repetidas e o ensino de estratégias metacognitivas. A falta de pós-teste postergado e cegamento são limitações que devem ser consideradas e exploradas em estudos futuros. 


  • Mostrar Abstract
  • As Funções Executivas (FE) são habilidades cognitivas de autorregulação ligadas ao planejamento, à execução e ao monitoramento de pensamentos, comportamentos e emoções. Aponta-se a importância das FE nos mais diversos âmbitos da vida e suas associações com o desempenho acadêmico em diversas disciplinas, especialmente em matemática. Destaca-se que por melhorarem o nível de funcionalidade dos indivíduos, as FE se tornaram alvo de intervenções que visam o seu aprimoramento e o consequente aprimoramento de outras habilidades não diretamente abordadas nos programas de intervenção, mas que por serem associadas às FE também se beneficiam destes, como as habilidades acadêmicas. Nessa direção, os programas de estimulação das FE podem ser de distintas modalidades. Especificamente sobre os treinamentos cognitivos computadorizados (TCC), aponta-se que estes são promissores por serem mais dinâmicos, atrativos e por geralmente se apresentarem em formato de jogos eletrônicos. Todavia, poucos estudos apresentam programas de intervenção das FE, principalmente com amostras grandes ou ensaios randomizados, sendo ainda menor o número de estudos nacionais e inexistentes os que apresentem jogos que treinem as FE básicas e avaliem os seus efeitos sobre o desempenho em matemática, desempenho este já reconhecidamente associado ao funcionamento executivo. Destarte, objetiva-se avaliar a eficácia de uma intervenção em formato de jogo eletrônico com aplicação remota e presencial direcionada às FE e seus efeitos sobre o desempenho matemático de estudantes de 7 a 12 anos. Para tanto serão empreendidos dois estudos em formato de ensaios randomizados estratificados constituídos de três etapas: pré-teste, intervenção e pós-teste. No estudo 1 participarão de maneira remota/virtual 200 estudantes que serão distribuídos nos grupos controle (GC) e experimental (GE). Na etapa de pré-teste os pais responderão ao Questionário sociodemográfico, de condições de saúde e educacionais do estudante, Questionário de Hipercultura e de Experiência Digital e ao Breve inventário das Funções Executivas (BRIFE) para pais. Os professores responderão ao Questionário sobre o desempenho do estudante em matemática e ao BRIFE para professores. Os estudantes participantes, do GC e do GE, serão avaliados a partir dos instrumentos: Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), Tarefa O caminho de João, Teste Stroop versão Cor-Palavra, Tarefa Voltando para Casa e Teste de matemática. Na etapa de intervenção os estudantes do GE participarão da intervenção Cucca Curiosa, que será aplicada em dois a cinco encontros virtuais pelo GoogleMeet de no máximo 40 minutos cada, com tempo total de duas semanas. No pós-teste serão repetidos os mesmos procedimentos do pré-teste, com exceção dos questionários e do MEEM. No estudo 2 participarão de maneira presencial 100 estudantes de escolas públicas do município de Garanhuns-PE. Neste estudo serão seguidos os mesmos procedimentos do primeiro, com exceção dos instrumentos de avaliação da memória de trabalho e da flexibilidade cognitiva que serão, respectivamente, a Tarefa de memória de trabalho do NEUPSILIN-Inf e o Teste dos Cinco dígitos (FDT). Realizar-se-á uma investigação quantitativa dos dados obtidos em ambos os estudos por meio de análises estatísticas descritivas, bivariadas e multivariadas, particularmente, medidas de distribuição, tendência central, variabilidade/dispersão, correlações, regressões, comparações entre e intra grupos e análises multidimensionais.

2
  • JOSENE FERREIRA BATISTA
  • “A VIDA NÃO É UM SOPRO”: profissionais de enfermagem imaginando Cuidados Paliativos 

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • ESTELA MARIA LEITE MEIRELLES MONTEIRO
  • LUCIANE DE CONTI
  • NATHALY MARIA FERREIRA NOVAES
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • Data: 02/04/2024

  • Mostrar Resumo
  • Os Cuidados Paliativos são uma abordagem centrada na melhoria da qualidade de vida para pacientes com doenças graves e suas famílias, focando no alívio da dor, gerenciamento de sintomas, apoio emocional e espiritual, tomada de decisões e foco na qualidade de vida. O presente estudo teve como objetivo investigar o imaginar de profissionais de enfermagem sobre Cuidados Paliativos, trabalhadores de hospital da cidade do Recife-Pernambuco, Brasil. Tomamos nesta investigação a tese de que o modelo da imaginação como expansão da experiência de Zittoun e colaboradores (e.g., Zittoun e Cerchia (2013) pode ser ampliado ao integrarmos com a abordagem histórico-relacional proposta por Fogel, Garvey, Hsu, e West-Stroming (2006), utilizando-se de uma análise microgenética. O método desenvolvido nesta tese envolveu duas etapas: a primeira foi dedicada à aplicação de formulário eletrônico com doze perguntas fechadas e duas perguntas abertas. Participaram desta etapa 57 profissionais de enfermagem de 5 setores do hospital. A segunda etapa se caracterizou pela realização de três encontros dedicados a um processo educacional intitulado Círculos de Cultura, desenvolvidos por Paulo Freire (1991). Os Círculos de Cultura foram conduzidos pela pesquisadora-animadora com um grupo de sete enfermeiras do mesmo hospital que haviam participado da etapa precedente. Na etapa 1, além da identificação da frequência de ocorrência das respostas objetivas, utilizou-se a técnica da nuvem de palavras para a análise das respostas referentes às duas questões abertas. Quanto à etapa 2, foi realizada análise microgenética dos registros auditivos, audiovisuais e imagéticos produzidos em cada um dos três encontros. Como resultados da Etapa 1: com 57 participantes, o panorama cultural apresentou imaginação de Cuidados Paliativos relacionados a cuidados de fim de vida. Na Etapa 2, percebemos que o imaginar das enfermeiras sobre Cuidados Paliativos envolveu a apresentação de padrões desenvolvimentais da imaginação: o Marco Zero onde os Cuidados Paliativos eram exclusivamente relacionados a cuidados para a morte; Nível 1, caracterizado por dúvidas e contradições em relação ao imaginado; Nível 2, compreensão mais ampla e complexa, considerando os Cuidados Paliativos como uma abordagem que não é exclusivamente relacionada à morte e Nível 3, imaginando Cuidados Paliativos como uma abordagem que pode reconciliar os cuidados de fim com a promoção da qualidade de vida. Adicionalmente, propomos a ampliação do modelo teórico da imaginação com a compreensão de rupturas secundárias, resultando na proposta de "Espirais Múltiplos da Imaginação", um modelo que descreve como múltiplas rupturas simultâneas nos processos imaginativos que ocorrem ao longo do tempo. Propomos que a análise microgenética guiada pela abordagem histórica-relacional, atrelada ao modelo da expansão da experiência, permite uma compreensão mais complexa e minuciosa da dinâmica do imaginar ao longo do tempo, especialmente em contextos dialógicos educacionais promovidos nos e pelos Círculos da Cultura. Sugerimos que, em pesquisas futuras, busquem integrar os estudos de imaginação e microgênese em outros contextos de vida. O presente trabalho insiste no fortalecimento do paliar como um cuidado à vida face ao simbolismo ainda presente que vincula este cuidado à morte, à finitude. Esperamos que este estudo impacte gestores e profissionais de saúde para a implementação de políticas para educação ao paliar, fortalecendo a importância da técnica como um instrumento legítimo para o cuidado e promoção à saúde.


  • Mostrar Abstract
  • Profissionais de enfermagem lidam com processos de saúde e doença, o que pressupõe uma atuação que considere as diversas dimensões humanas: física, social, emocional e espiritual, na interface do cuidado. Estão diretamente ligados à assistência de pacientes oncológicos em internamento hospitalar e atuam nas diferentes fases do cuidado, que vão da prevenção a doenças, assistência em tratamento modificador até as condutas de Cuidados Paliativos, uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida. Tomamos, em acordo com o pensamento de Zittoun e colaboradores, a imaginação enquanto uma ação de criação de experiências que permite explorar passado e futuro por meio de rupturas e expansão de experiências. Uma função complexa que se desenvolve em interação com outras funções mentais superiores. A imaginação se apresenta como um desprendimento do contexto imediato, em que, aquele que imagina, realiza um movimento de loop: desloca-se do presente, e transita simbolicamente entre passado e futuro. Essa compreensão dos processos imaginativos está em articulação com a Psicologia Sócio Histórica, que considera existir uma integração constante e dinâmica entre o sujeito, individual e único, e sua cultura. Este estudo se propõe a compreender como ocorrem os processos imaginativos de profissionais de enfermagem atuantes na enfermaria oncológica sobre Cuidados Paliativos. Será desenvolvido com utilização de triangulação de métodos, por tornar possível a utilização de elementos de abordagens qualitativa e quantitativa. O estudo quantitativo será realizado com aplicação de questionário a um tamanho amostral n=51 de profissionais de enfermagem. O estudo qualitativo será desenvolvido com 6 participantes, e permitirá construir um panorama cultural da imaginação de profissionais de enfermagem sobre Cuidados Paliativos, entender a dinâmica imagética enquanto Loop, discutir os conteúdos imaginados e compreender como uma intervenção, por meio de Círculos de Cultura, proposta pedagógica de Paulo Freire, pode se tornar elemento favorecedor para a expansão de experiências em relação ao imaginado sobre Cuidados Paliativos.

2023
Dissertações
1
  • RODRIGO LIRA DA SILVA
  • PASSADO REMEMORADO E FUTURO IMAGINADO: um estudo sobre trajetórias de vida juvenis a partir da construção de significados sobre o diagnóstico psiquiátrico

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DINIZ PEREIRA DE LYRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MIRELLA DE LUCENA MOTA
  • TATIANA ALVES DE MELO VALÉRIO
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • Data: 30/01/2023

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação tem como objetivo geral investigar como jovens significam seus diagnósticos psiquiátricos nas suas trajetórias de vida. Foi utilizado como fundamento teórico um trânsito entre conceitos da Psicologia Cultural de Dinâmica Semiótica (PCDS) e da Psicologia Dialógica, em referência com a Abordagem da Equifinalidade das Trajetórias (TEA). A construção de significados foi compreendida como um processo bidirecional do sujeito em relação com outros, ou seja, o sujeito externaliza mensagens endereçadas aos outros que as transformam e as devolvem para o próprio sujeito, que também, pode ou não, as transformar ao internalizá-las. É nesta dinâmica que os significados, de forma dialógica, podem ser confrontados ou mantidos, o que permite que novas significações surjam na relação. Foi discutido que significar é um fenômeno relacional em que o sujeito visa construir conhecimento sobre si mesmo em suas bases cognitivas e afetivas, além de que é uma dinâmica que o possibilita de criar suas trajetórias de vida. Torna-se importante analisar os diagnósticos psiquiátricos a partir das construções de significados por eles nomearem experiências complexas de sofrimento, que ressoam no decorrer do curso da vida. Assim, o diagnóstico psiquiátrico é significado através da rememoração do passado e da imaginação de futuro em diálogo com outros, pois as experiências traumáticas transcendem os limites do passado, do presente e do futuro. É na relação dialógica, ao rememorar e imaginar, que os jovens significam seus diagnósticos. Nesse sentido, foram realizadas análises a partir da construção de trajetórias de vida de dois jovens usuários em um hospital-dia. Foram feitas quatro entrevistas longitudinais individuais com cada jovem por um período de dois meses, além da confecção de um scrapbook neste mesmo período. As análises foram configuradas em duas etapas: a construção das trajetórias de vida a partir do modelo de equifinalidade das trajetórias (TEM) e análise dialógica. Diante disso, foi discutido que os jovens significam seus diagnósticos de forma ambivalente, pois, ao aceitá-los, a sua imaginação de futuro é comprimida, mesmo que ela seja tida como um campo de possibilidade diversas. Os jovens significam que seus diagnósticos comprometem suas imaginações diante do que eles desejam para si, vendo-o como um fator que ceifa seus processos de mobilidade psíquica.


  • Mostrar Abstract
  • Este projeto tem como objetivo geral investigar, através de uma dinâmica rememorativa-imaginativa, como jovens constroem suas trajetórias de vidas por meio dos significados que produzem sobre seus diagnósticos psiquiátricos. Nesse sentido, ancoramos o trabalho numa perspectiva idiográfica, por meio de entrevistas longitudinais semiestruturadas com jovens usuárias de um serviço de saúde mental, na medida em que focamos na centralidade do sujeito, nos seus processos de significação, rememoração e imaginação, a partir das instâncias sígnicas que se originam do diagnóstico psiquiátrico. Fundamentamos também que a construção de trajetórias de vidas ocorre por meio de uma dinâmica rememorativa-imaginativa, daquilo que é vivido e não vivido pela jovem. Diante disso, temos a compreensão de um jovem sujeito dialógico-semiótico que, para se construir, necessita de um outro situado em um contexto sócio-histórico

2
  • MARLY CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE
  • COMPARAÇÕES ENTRE CRIANÇAS SURDAS ORALIZADAS E USUÁRIAS DA LIBRAS QUANTO ÀS ATIVIDADES MATEMÁTICAS REALIZADAS NO CONTEXTO FAMILIAR

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA SORAIA SILVA CRUZ
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • VERA LUCIA MERLINI
  • Data: 13/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • Pesquisas com crianças ouvintes apontam para a existência de diversas atividades matemáticas desenvolvidas no ambiente familiar e que essas atividades desempenham papel importante no conhecimento matemático dessas crianças. Entretanto, são raras as investigações dessa natureza com crianças surdas, o que resulta em informações limitadas acerca das atividades matemáticas que elas realizam no ambiente familiar. Compreender a natureza dessas atividades é relevante porque é possível que uma das razões da defasagem observada em relação ao conhecimento matemático de crianças surdas quando comparadas a crianças ouvintes decorra da forma como o conhecimento matemático informal é adquirido no ambiente familiar. Importante mencionar que no ambiente familiar as crianças surdas se comunicam por meio da linguagem oral e da língua sinalizada. Desse modo, há crianças surdas oralizadas e crianças surdas usuárias da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Assim, surge como relevante examinar se as atividades matemáticas realizadas em casa variariam em função do sistema de comunicação adotado por essas crianças nas interações com seus familiares. Este é o objetivo da presente pesquisa que se caracteriza como estudo de casos múltiplos que envolvem oito crianças surdas oralizadas e oito crianças surdas usuárias da Libras com idades entre 6 e 12 anos, alunas do ensino fundamental. Devido à pandemia da COVID-19, os dados acerca das atividades matemáticas realizadas por essas crianças em casa foram obtidos por meio de entrevistas remotas (vídeo chamadas) feitas com suas mães que serviram de mediadoras. As entrevistadas foram recrutadas por meio da técnica denominada Bola de Neve. Inicialmente foi realizada uma entrevista com o objetivo de obter informações sobre a criança. Em seguida, as entrevistadas foram instruídas e solicitadas a realizarem uma ou duas observações de seus filhos/as e preencherem uma ficha descrevendo as atividades matemáticas realizadas por essas crianças-alvo. Por último, foi feita uma entrevista acerca das observações realizadas com o objetivo de esclarecer e complementar as fichas de observação preenchidas pelas entrevistadas. Foram formados dois grupos de crianças-alvo: oralizadas e usuárias da Libras. As atividades matemáticas documentadas pelas entrevistadas foram analisadas quanto à sua natureza (lúdica, culinária, dinheiro, conversação e escolar) e quanto ao conhecimento matemático nelas envolvidos (medidas, aritmética, fração etc.). Comparações entre os grupos foram feitas, revelando que embora o número de atividades matemáticas realizadas em casa não diferisse entre eles, havia diferenças quanto à natureza dessas atividades. As principais diferenças foram que: (i) havia uma concentração de
    atividades matemáticas lúdicas entre as crianças oralizadas, enquanto entre as crianças usuárias da Libras não se observou uma concentração de um tipo de atividade de maneira específica; (ii) as crianças usuárias da Libras se engajaram mais em atividades de conversação do que as crianças oralizadas. Os conhecimentos matemáticos que mais estiveram presentes nas atividades em ambos os grupos foram medidas e grandezas, aritmética e contagem. A conclusão foi que crianças surdas oralizadas e usuárias da Libras realizam atividades
    matemáticas em casa e que essas atividades apresentam algumas diferenças, ainda que não sejam expressivas.


  • Mostrar Abstract
  • Pesquisas com crianças ouvintes apontam para a existência de diversas atividades matemáticas desenvolvidas no ambiente familiar. Essas pesquisas, de modo geral, mostram que tais atividades desempenham papel importante no conhecimento matemático dessas crianças. Entretanto, são raras as investigações dessa natureza com crianças surdas, o que resulta em informações limitadas acerca das atividades matemáticas que elas realizam no ambiente familiar. Compreender a natureza dessas atividades é relevante porque é possível que uma das razões da defasagem observada em relação ao conhecimento matemático de crianças surdas, quando comparadas a crianças ouvintes, decorra da forma como o conhecimento matemático informal é adquirido no ambiente familiar dessas crianças. Importante mencionar que no ambiente familiar as crianças surdas se comunicam por meio da linguagem oral e da língua sinalizada. Desse modo, há crianças surdas oralizadas e crianças surdas usuárias da Libras (Língua Brasileira de Sinais). Assim, surge como relevante examinar se as atividades matemáticas realizadas em casa por crianças surdas variariam em função do sistema de comunicação por elas adotado nas interações com seus familiares. Este é o objetivo da presente pesquisa que se caracteriza como estudo de casos múltiplos que envolvem 10 crianças surdas oralizadas e 10 crianças surdas usuárias da Libras com idades entre 6 e 12 anos, alunas do ensino fundamental. Devido à pandemia da COVID-19, os dados acerca das atividades matemáticas realizadas por essas crianças em casa serão obtidos por meio de entrevistas feitas com seus pais ou responsáveis, por meio remoto (vídeo chamadas). Os entrevistados serão recrutados por meio da técnica denominada Bola de Neve. Inicialmente será realizada uma entrevista com o objetivo de obter informações sobre a criança. Em seguida, os entrevistados serão solicitados a realizarem uma ou duas observações de seus filhos e preencherem uma ficha descrevendo as atividades matemáticas que a criança realizou durante as observações feitas por eles. Por último, será feita uma entrevista acerca das observações realizadas com o objetivo de esclarecer e complementar as fichas de observação preenchidas pelos entrevistados. As atividades matemáticas documentadas pelos entrevistados serão analisadas quanto à sua natureza (lúdica, culinária, dinheiro etc.) e quanto ao conhecimento matemático nelas envolvidos (medidas, aritmética, fração etc.). 

3
  • ADIJANE RAMOS DE OLIVEIRA
  • O PAPEL DO INTERLOCUTOR NA REVISÃO DE TEXTOS ESCRITOS POR CRIANÇAS

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • DENISE DIAS ALMEIDA
  • SANDRA REGINA KIRCHNER GUIMARAES
  • Data: 14/02/2023

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  • O presente estudo versa sobre a revisão textual infantil. Pesquisas anteriores analisaram vários aspectos sobre o tema, porém parece haver poucos estudos sobre o interlocutor como destinatário do texto, foco da presente investigação. Como principal objetivo buscou investigar o papel do interlocutor, examinando se as alterações realizadas na revisão, durante a edição, através da reescrita, variariam em função do destinatário para quem o texto é endereçado, além de examinar se as ações de revisão (inserção, retirada, substituição e deslocamento) e a natureza das alterações (de forma e de conteúdo) realizadas, variariam em função de diferentes destinatários. A partir dessas premissas o seguinte questionamento foi levantado: será que as crianças, escritoras iniciantes, levariam em consideração o destinatário ao revisarem suas produções? Supondo que sim, quais alterações fariam? Os participantes foram sessenta crianças do 5º ano do Ensino Fundamental I, com idades entre nove e dez anos, alunas de escolas particulares de classe média em Recife e Olinda PE. Para alcançar os objetivos, os participantes foram igualmente divididos em três grupos e instruídos a fazer a revisão considerando diferentes destinatários: Grupo 1 controle (não recebeu informação sobre destinatário); Grupo 2 destinatário professora; e Grupo 3 destinatário aluno. Os dados foram analisados através da comparação das ações e alterações realizadas pelos três grupos, considerando-se tanto o tipo de ações e alterações, quanto sua frequência. Os resultados mostraram que as crianças fazem distinção de audiência do ponto de vista qualitativo da análise, porém do ponto de vista quantitativo essa diferença não se evidenciou.


  • Mostrar Abstract
  • O presente estudo versará sobre a revisão textual infantil. Pesquisas anteriores analisaram vários aspectos sobre o tema, porém parece haver poucos estudos sobre o interlocutor como destinatário do texto, foco da presente investigação. O principal objetivo será investigar o papel do interlocutor nesse contexto, examinando se as alterações realizadas na revisão, durante a edição, variariam em função do destinatário para quem o texto é endereçado, além de examinar se as ações de revisão (inserção, retirada, substituição e deslocamento) e a natureza das alterações (de forma e de conteúdo) realizadas, variariam em função do destinatário. Será que as crianças, escritoras iniciantes, levariam em consideração o destinatário ao revisarem suas produções? Supondo que sim, quais alterações fariam? Os participantes serão sessenta crianças do 5º ano do Ensino Fundamental I, com idades entre nove e dez anos, alunas de escolas particulares de classe média em Recife. Para alcançar os objetivos, os participantes serão divididos em três grupos onde serão instruídos a fazer a revisão considerando diferentes destinatários. O grupo um será o grupo controle, receberá instruções apenas para melhorar seu texto; o grupo dois receberá a informação de que o destinatário será uma professora de uma escola diferente da sua; o grupo três receberá a informação de que o destinatário será uma criança que estuda em uma escola diferente da sua. Os dados serão analisados através da comparação das ações e alterações realizadas pelos três grupos, considerando-se tanto o tipo de ações e alterações, quanto sua frequência.

4
  • ALICE DOS SANTOS VASCONCELOS
  • “A COVID TÁ BEM, A GENTE É QUE NÃO TÁ”: enfermeiras intensivistas da linha de frente em um hospital de referência para covid-19 na cidade do Recife revisitando o passado e antecipando o futuro

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CAMILA COSTA TORRES
  • EUDA KALIANI GOMES TEIXEIRA ROCHA
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • Data: 03/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • A pandemia da Covid-19 ocasionou uma sobrecarga no sistema de saúde brasileiro com a alta demanda de pacientes infectados e a carência de profissionais disponíveis para atuação na linha de frente. No Brasil, foram observados altos índices de sofrimento psíquico dos trabalhadores da área de saúde. O desconhecimento inicial da doença e a incerteza sobre os desdobramentos da pandemia no futuro vêm sendo destacados na literatura e podem provocar a imaginação, função mental fundamental da experiência humana que participa da criação de uma realidade histórica e cultural, projetando o sujeito para além do aqui-e-agora e permitindo a exploração de possibilidades e alternativas. Assim, procuramos investigar como intensivistas da linha de frente em um hospital filantrópico de referência para Covid-19 da cidade do Recife-PE/Brasil expandem sua experiência e antecipam seu futuro profissional. O estudo foi qualitativo, de caráter idiográfico. Participaram desta pesquisa duas enfermeiras intensivistas que atuam em UTIs para pacientes com a Covid-19. Aconteceram 3 encontros individuais on-line, sendo utilizados um questionário sociodemográfico, entrevistas semiestruturadas e o instrumento Cápsula do Tempo, criado para esta pesquisa. Os dados foram analisados à luz do referencial teórico dos estudos que tratam sobre a imaginação como um processo composto por 4 dimensões (generalidade, temporalidade, im/plausibilidade e corporeidade), sob uma perspectiva sociocultural como proposta por Tania Zittoun e colaboradores; também foram feitas articulações com a teoria da psicodinâmica do trabalho de Cristophe Dejours. Como resultados, foram identificados 36 episódios imaginativos e analisados 26. Os episódios foram categorizados em dois eixos temáticos condutores: 1. Eixo da experiência pandêmica; e 2- Eixo da Identidade Profissional. As dimensões do processo imaginativo foram identificadas e destrinchadas em cada episódio, com destaque para os desafios teóricos-metodológicos acerca da dimensão da corporeidade. Compreendemos que esta pesquisa corrobora com a compreensão da imaginação como um componente fundamental da experiência humana. Além disso, esperamos que este estudo possa contribuir para o reconhecimento social das enfermeiras e do seu papel fundamental na luta contra a Covid-19.


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  • A pandemia da Covid-19 atingiu os serviços de saúde brasileiros, ocasionando a uma sobrecarga no sistema de saúde que levou a altos índices de sofrimento psíquico de seus trabalhadores. A vivência destes profissionais da incerteza acerca do porvir vem sendo destacada na literatura. Este horizonte impreciso é justamente o que convoca a pensar sobre como o futuro se apresentará e como nos situaremos nele; as complexidades e incertezas da vida levam ao imaginar, para explorar possibilidades e alternativas como forma de preparação para eventos no mundo real. Pela imaginação, o sujeito se projeta para além do aqui-e-agora, como ao imaginar a vida antes e após uma catástrofe, por exemplo. Assim, lançamos a seguinte questão: como profissionais de saúde, intensivistas da linha de frente em um hospital de referência para Covid-19, imaginam seu futuro profissional? A presente pesquisa tem como objetivo geral investigar como os intensivistas expandem sua experiência e antecipam o seu futuro profissional. O estudo será qualitativo, de caráter idiográfico e se dará em um hospital filantrópico da cidade do Recife. Participarão desta pesquisa intensivistas, de diferentes profissões, que atuam ou atuaram em UTIs para pacientes com a Covid-19. Acontecerão 4 encontros on-line, sendo utilizados um questionário sociodemográfico e entrevistas semiestruturadas. Os dados serão analisados à luz do referencial teórico dos estudos que tratam sobre a imaginação sob uma perspectiva sociocultural. Utilizaremos categorias analíticas considerando as dimensões do ciclo imaginativo e suas dimensões de temporalidade, generalidade, plausabilidade e corporeidade propostas por Zittoun e Cerchia (2013), Zittoun e Gillespie (2016) e Gfeller e Zittoun (2021). Além disso, também articularemos a discussão dos dados com estudos do campo da psicologia da saúde e do trabalho.

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  • GISELLE SILVESTRE DE JESUS
  • INSTRUMENTOS E SIGNOS DESENVOLVIDOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM COM GRADUANDOS CEGOS EM CONTEXTO DE ENSINO REMOTO

  • Orientador : CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • HENRIQUE JORGE SIMOES BEZERRA
  • KEILLA REBEKA SIMÕES OLIVEIRA DE FREITAS
  • Data: 27/03/2023

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  • Frente ao contexto pandêmico de COVID-19, as universidades brasileiras instituíram o chamado “Ensino Remoto Emergencial”, caracterizado por atividades ensino-aprendizagem mediadas predominantemente por tecnologias digitais. Este período provocou desafios no processo educacional, devido às dificuldades enfrentadas por professores e estudantes na utilização das plataformas digitais. A inclusão de pessoas cegas tornou-se relevante diante desse cenário, pois estes discentes comumente se encontram em posição desigual de acesso ao ensino superior. Segundo a perspectiva histórico-cultural de Vigotski, processos de aprendizagem e desenvolvimento são mediados por instrumentos e signos que, no caso de estudantes cegos, devem ser adaptados através de vias alternativas à visão e da reestruturação do contexto educacional, possibilitando a compensação social da deficiência. A mediação docente também deve possibilitar a emergência e manutenção de Zonas de Desenvolvimento Proximal (ZDP), garantindo o avanço dos conhecimentos apropriados pelos educandos. O presente trabalho teve como objetivo investigar como instrumentos e signos foram desenvolvidos e adaptados no processo ensino-aprendizagem com estudantes cegos em contexto de ensino superior remoto, bem como no atual cenário de retorno à modalidade presencial. Realizou-se um estudo qualitativo exploratório, do tipo estudo de casos múltiplos, com três graduandas cegas e três docentes dos cursos de Música, Nutrição e Pedagogia, respectivamente, da Universidade Federal de Pernambuco. O percurso metodológico constituiu-se na realização de entrevistas semiestruturadas e observações de aulas gravadas durante o período remoto, sendo dividido em quatro momentos: entrevista inicial com as estudantes; entrevista com as professoras; observação e análise das aulas gravadas a partir de roteiro previamente construído; e entrevista final com as estudantes, com objetivo de questioná-las sobre episódios relevantes retirados das aulas observadas. Os dados foram analisados com base na construção de Núcleos de Significação, método que permite a aproximação com as determinações sociais e históricas, a partir da apreensão das significações constituídas pelos próprios participantes. Os resultados apontam que a trajetória escolar das estudantes foi marcada pela exclusão e falta de acessibilidade, o que provocou lacunas de aprendizagem na graduação. As vulnerabilidades sociais e financeiras foram ampliadas durante a pandemia, principalmente por causa da impossibilidade de acesso a materiais táteis e a necessidade de uso de aparelhos eletrônicos e tecnologias digitais. Quanto aos instrumentos e signos, o ensino remoto foi mediado principalmente pelas ferramentas Google Meet e Google Classroom, uso de textos digitalizados, leitores de tela e aplicativos específicos de computador. O recurso da audiodescrição foi predominante para garantir o acesso a representações visuais. A ausência de adaptações didático-pedagógicas durante as aulas síncronas foi o principal empecilho apontado pelas estudantes, enquanto que o auxílio de colegas, dos ledores e de alguns docentes foram importantes facilitadores do processo ensino-aprendizagem, promovendo possíveis ZDP. Conclui-se que parte das dificuldades enfrentadas durante a pandemia já existiam anteriormente no ensino presencial e que as lacunas de acessibilidade foram, muitas vezes, supridas pelo auxílio de outros - demonstrando o processo de compensação social - ou por estratégias individuais desenvolvidas pelas próprias participantes, revelando a necessidade de formação continuada, investimento e diálogo para garantir a efetiva inclusão de estudantes cegos no ensino superior.


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  • Frente ao contexto pandêmico de COVID-19, as universidades brasileiras instituíram o chamado “Ensino Remoto Emergencial”, caracterizado por atividades ensino-aprendizagem mediadas predominantemente por tecnologias digitais. Esta nova modalidade de ensino provocou desafios no processo educacional, com dificuldades enfrentadas por docentes e discentes na utilização das plataformas digitais. Diante desse cenário, a inclusão de estudantes com deficiência visual torna-se uma questão relevante no atual contexto, uma vez que estes discentes comumente se encontram em posição desigual de acesso às atividades, recursos e serviços educacionais no ensino superior. Segundo a perspectiva histórico-cultural de Vigotski, processos de aprendizagem e desenvolvimento são mediados por instrumentos e por signos que, no caso de estudantes cegos, devem ser adaptados por meio de vias alternativas à visão, para que se promova efetiva inclusão e participação social para esse público. Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo investigar como instrumentos e signos são desenvolvidos e adaptados no processo ensino-aprendizagem com estudantes cegos no ensino superior remoto. Para tanto, pretende-se realizar um estudo qualitativo exploratório, do tipo estudo de casos múltiplos, com 3 a 4 graduandos cegos devidamente matriculados na Universidade Federal de Pernambuco. Serão utilizadas duas entrevistas semiestruturadas realizadas de forma presencial ou online - por meio da plataforma Google Meet - a depender da disponibilidade de cada participante. Após entrevista inicial, pretende-se realizar observações em salas de aulas da modalidade remota, para complementar as informações coletadas a partir de dados da própria realidade. A entrevista final terá o objetivo de retomar e questionar os estudantes quanto a acontecimentos relevantes registrados pela pesquisadora durante as observações. Os dados serão analisados por meio da construção de Núcleos de Significação, método que permite a aproximação com as determinações sociais e históricas do objeto investigado, a partir da apreensão das significações (sentidos e significados) constituídas pelos próprios participantes.

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  • MARINA FELICIANO FEITOZA
  • APRENDIZAGEM INVENTIVA E O PAPEL DA TECNOLOGIA NA VIDA DOS IDOSOS DURANTE A PANDEMIA

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • HELGA LOOS-SANT’ANA
  • Data: 20/04/2023

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  • A pandemia de COVID-19 causou mudanças significativas em todo o mundo, afetando especialmente a população idosa. Restrições sociais foram impostas com o objetivo de conter a propagação da doença, limitando a capacidade dos idosos de se encontrar pessoalmente com amigos e familiares. Para superar esse desafio, muitos tiveram que aprender a utilizar tecnologias digitais para manter a comunicação, o trabalho e outras atividades que passaram a ser realizadas remotamente. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi compreender como os idosos utilizaram tecnologias digitais para comunicação em meio digital durante a pandemia. Para alcançar esse objetivo, utilizou-se a teoria da aprendizagem inventiva, a qual concebe a aprendizagem não como uma repetição mecânica, mas como uma atividade inventiva, problematizadora e singular que envolve o corpo e a mente em sintonia. O método adotado foi o da cartografia, com coleta das informações exclusivamente em meio digital, através de questionários, entrevistas e publicações nas redes sociais. A pesquisa contou com a participação de dois idosos residentes na cidade do Recife, que apontaram o Facebook e o Instagram como território digital. Os resultados indicam que os participantes destacaram a importância da adaptação ao meio digital para enfrentar os desafios da pandemia, como a necessidade de continuar trabalhando e se comunicando remotamente. Além disso, eles ressaltaram as interações sociais como algo fundamental a ser cultivado durante este período. No que diz respeito à aprendizagem inventiva, os participantes demonstraram uma atitude de abertura para lidar com o mundo e acolher as novas experiências decorrentes desse período. Foram identificados também os gestos de aprendizagem inventiva, como a suspensão e redireção, durante a entrevista com um dos participantes. Desse modo, pretendeu-se contribuir para os estudos da aprendizagem inventiva pela população idosa. 


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  • A mente humana sempre foi alvo de estudo em diversos campos do conhecimento. A psicologia cognitiva, um desses campos, se dedica ao estudo do funcionamento da cognição e dos respectivos processos cognitivos, abarcando-os a partir de diversos vieses teóricos. A presente pesquisa terá como referencial teórico a aprendizagem inventiva, uma perspectiva construtivista sobre os estudos da cognição. A aprendizagem inventiva faz parte de uma compreensão sobre a aprendizagem que abarca o sujeito enquanto criador da realidade, considerando para isso, sujeito e objeto intrinsecamente relacionados. Essa relação também é responsável por inventar o mundo, no sentido de que ele não está dado para ser conhecido, mas é construído nesse movimento. A aprendizagem inventiva pode ser percebida a partir de uma mudança na atitude de lidar com o mundo, ocorrendo através de três gestos de aprendizagem: suspensão, redireção e deixar vir. Inicialmente, estes gestos são conscientes e intencionais e se transformam, com a prática e o cultivo do ato aprendido, em espontâneos e intencionais. Tendo em vista as discussões sobre esta perspectiva e o cenário da pandemia de COVID-19, que convocou as pessoas a manterem um distanciamento e/ou um isolamento social, a comunicação através dos meios digitais foi e está sendo uma das principais formas de manter o contato interpessoal. Os idosos, grupo bastante ameaçado pelo coronavírus, foram solicitados a estabelecer a comunicação através desse meio. Este, por sua vez, nem sempre esteve presente em suas rotinas. Nesse sentido, o projeto de qualificação desenvolvido possui como objetivo geral compreender a aprendizagem inventiva dos idosos no uso das tecnologias para a comunicação em meio digital, no contexto da pandemia. Busca-se alcançar estes objetivos através de uma pesquisa qualitativa, com estudo de casos múltiplos. O método adotado será o da cartografia, e as informações serão acessadas através de um questionário, de uma entrevista de explicitação e das redes sociais dos participantes. Após a aplicação do questionário, primeira fase da coleta de dados, serão selecionados quatro idosos para as duas fases subsequentes, de acordo com os seguintes critérios: usar ferramentas digitais durante a pandemia; estar isolado da família/amigos; fazer uso de redes sociais; serem idosos jovens (60-79 anos), idosos longevos (>80 anos) e pertencer a classe social distintas. Toda a coleta de dados será feita através dos meios virtuais, a fim de resguardar a saúde dos participantes. A proposta de análise dos dados provenientes do questionário se dará a partir da estatística descritiva, enquanto a análise da entrevista e das redes sociais passarão por uma análise compreensiva dos indicadores da aprendizagem inventiva. 

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  • THIAGO VENTURA DE SOUSA
  • ASSOCIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE SOLIDÃO COM O FUNCIONAMENTO EXECUTIVO DE JOVENS SAUDÁVEIS

  • Orientador : RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • ALINE MENDES LACERDA
  • MARIA ALINE RODRIGUES DE MOURA
  • Data: 31/05/2023

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  • A solidão é um processo de sinalização fisiológica relacionado com atividades sociais insatisfatórias ao indivíduo. Embora não se restrinja a segmentos etários, estima-se que cerca de 40% dos adultos relatam solidão. Atualmente uma tendência mundial parece deslocar essa prevalência para faixa etária mais jovem, com um aumento exponencial de adolescentes e jovens adultos solitários. A experiência de solidão está relacionada a alterações neurofisiológicas implicadas com alterações em diversos processos psicológicos básicos, como percepção, e complexos, como tomada de decisão, possivelmente afetando as funções executivas, um conjunto de habilidades cognitivas integradas voltadas para atingir um objetivo. Sob a hipótese de que a experiência de solidão compromete o desenvolvimento executivo nos jovens, o presente trabalho tem como objetivo investigar os efeitos da experiência de solidão nas funções executivas de jovens adultos. Participarão do estudo voluntários sem distinção de gênero na faixa dos 18-24 anos experienciando solidão mapeada pela escala UCLA-BR. A avaliação neurocognitiva será realizada remotamente por meio dos testes Matching Familiar Faces Test (MFFT-20); Tarefa N-back Visual; Testes de dígitos de ordem inversa (TDOI). Os resultados esperados devem indicar uma relação diretamente proporcional entre o aumento da solidão e o declínio executivo em jovens adultos. Salientamos que, embora a solidão tenha adquirido um status de Saúde Pública, estudos dessa natureza são inéditos no Brasil e escassos na literatura científica, podendo os dados dessa investigação subsidiar diretrizes no manejo e intervenção visando atenuar essas vivências e seus impactos na população jovem.


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  • A solidão é um processo de sinalização fisiológica relacionado com atividades sociais insatisfatórias ao indivíduo. Embora não se restrinja a segmentos etários, estima-se que cerca de 40% dos adultos relatam solidão. Atualmente uma tendência mundial parece deslocar essa prevalência para faixa etária mais jovem, com um aumento exponencial de adolescentes e jovens adultos solitários. A experiência de solidão está relacionada a alterações neurofisiológicas implicadas com alterações em diversos processos psicológicos básicos, como percepção, e complexos, como tomada de decisão, possivelmente afetando as funções executivas, um conjunto de habilidades cognitivas integradas voltadas para atingir um objetivo. Sob a hipótese de que a experiência de solidão compromete o desenvolvimento executivo nos jovens, o presente trabalho tem como objetivo investigar os efeitos da experiência de solidão nas funções executivas de jovens adultos. Participarão do estudo voluntários sem distinção de gênero na faixa dos 18-24 anos experienciando solidão mapeada pela escala UCLA-BR. A avaliação neurocognitiva será realizada remotamente por meio dos testes Matching Familiar Faces Test (MFFT-20); Tarefa N-back Visual; Testes de dígitos de ordem inversa (TDOI). Os resultados esperados devem indicar uma relação diretamente proporcional entre o aumento da solidão e o declínio executivo em jovens adultos. Salientamos que, embora a solidão tenha adquirido um status de Saúde Pública, estudos dessa natureza são inéditos no Brasil e escassos na literatura científica, podendo os dados dessa investigação subsidiar diretrizes no manejo e intervenção visando atenuar essas vivências e seus impactos na população jovem.

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  • MAYRA LIMA RODRIGUES SILVA
  • ANSIEDADE MATEMÁTICA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: vivências de estudantes de escolas públicas do Ensino Médio de Goiana/PE

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • LEILA DO SOCORRO RODRIGUES FEIO
  • Data: 28/06/2023

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  • O estudo teve por objetivo geral analisar as manifestações da ansiedade matemática nos estudantes de escolas públicas do Ensino Médio de Goiana/PE durante a pandemia da COVID-19 e de forma específica: (i) mapear os graus de ansiedade matemática durante o período da pandemia da COVID-19 considerando as variáveis investigadas (idade, sexo, ano escolar e renda familiar); (ii) identificar quais itens da escala de ansiedade matemática receberam mais declarações de alta e extrema ansiedade; (iii) investigar como os estudantes com alta ou extrema ansiedade à matemática estão vivenciando a disciplina de matemática; (iv) analisar os contextos determinantes presentes nas manifestações da ansiedade matemática dos estudantes com alta e extrema ansiedade; (v) examinar se existem possíveis associações entre a percepção dos estudantes quanto às modalidades de ensino durante a pandemia e a manifestação de alta e extrema ansiedade. Participaram do estudo 135 estudantes do Ensino Médio Regular, de ambos os sexos, frequentando a 1ª, 2ª e 3ª série de cinco escolas públicas do município de Goiana/PE. A investigação foi realizada remotamente e dividida em duas etapas. Na Etapa 1 os 135 estudantes foram solicitados a responderem dois instrumentos, pelo Google Forms: Questionário Perfil dos Participantes; Escala de Ansiedade à Matemática – EAM. A Etapa 2, ocorreu por meio de videoconferência na plataforma Google Meet, tendo sido aplicada a Técnica Tempestade de Ideias (brainstorming) e entrevistas semiestruturadas com nove participantes que apresentaram alta e extrema ansiedade na EAM. Para as análises quantitativas foi utilizado o Software IBM SPSS Statistics 20, na Etapa 1 do estudo. Para as análises qualitativas da Etapa 2, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo para a criação de categorias, tendo sido estabelecidas cinco categorias através da Técnica Tempestade de Ideias (conteúdo matemático; interação escola/professor; emoções e aspectos psicológicos; características positivas; características negativas) e quatro categorias através das entrevistas semiestruturadas (modalidade de ensino das aulas de matemática; relação com a matemática; relação com os professores de matemática; relação familiar e a matemática). Os resultados evidenciaram, com relação às variáveis idade, sexo, ano escolar e renda familiar, associação negativa e fraca entre essas variáveis e os graus de ansiedade à matemática. No entanto, tanto a variável sexo (x² = 22,737; r = -0,373; p <.01) quanto a variável ano escolar (x² = 17,621; r = -0,065; p = 0,024), mostraram-se significativas. Referente aos graus de ansiedade experimentados pelos estudantes pesquisados, a maioria dos casos se concentrou em ansiedade moderada (44,4%) e alta ansiedade (25,9%). Além disso, a maioria dos participantes (83,7%) denotou preferência pela modalidade de ensino presencial com relação às aulas de matemática. Conclui-se que, dentre os contextos que podem ter interferido nos altos níveis de ansiedade à matemática experimentados pelos estudantes e as dificuldades no estudo da matemática, durante a pandemia, foram destacados, principalmente, adversidades com os equipamentos tecnológicos e espaço físico de estudo, problemas de compreensão da disciplina no modelo remoto, relação distante com os professores e falta de suporte familiar nos estudos da matemática, em casa.


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  • Cada vez mais os transtornos relacionados à ansiedade vêm crescendo, possuindo o Brasil o maior número de casos de ansiedade entre todas as nações do mundo, inclusive, entre o público juvenil. Ademais, nos deparamos com o cenário da pandemia da COVID-19 desde 2020, sendo este momento cercado por incertezas e preocupações, com consequências em diversas áreas relacionadas à vida humana. Diante desse cenário, o presente estudo tem por objetivo geral investigar a presença e manifestação da ansiedade matemática e ansiedade geral em estudantes do Ensino Médio de Goiana/PE durante a pandemia da COVID-19, possuindo como objetivos específicos: (i) verificar se existe uma correlação entre a ansiedade matemática e a ansiedade geral; (ii) avaliar os graus de ansiedade matemática e de ansiedade geral durante o período da pandemia da COVID-19; (iii) examinar se existem diferenças significativas, entre a ansiedade matemática e a ansiedade geral em relação às variáveis investigadas (idade, sexo, rede de ensino, ano escolar e nível socioeconômico) e (iv) analisar como os estudantes com alta/extrema ansiedade matemática estão vivenciando a disciplina de matemática, nas diferentes modalidades de ensino (presencial, on-line e híbrida), durante o período da pandemia da COVID-19. Participarão do estudo estudantes do Ensino Médio (1º ao 3º ano), de ambos os sexos, frequentando os períodos diurnos de escolas das redes de ensino regular (pública e privada) do município de Goiana/PE. A investigação será dividida em duas etapas. Na Etapa 1 (E1), os participantes serão solicitados a responderem, no formato on-line, quatro instrumentos: [1] Questionário Perfil dos Participantes; [2] Escala de Ansiedade à Matemática – EAM; [3] Inventário de Ansiedade Beck – BAI e [4] Escala Cognitiva de Ansiedade – ECOGA. Na Etapa 2 (E2), através de videoconferência no Google Meet, serão realizadas, individualmente, entrevistas semiestruturadas com os estudantes que apresentarem alta/extrema ansiedade matemática, com a finalidade de analisar como estão vivenciando a disciplina de matemática, bem como os desafios que vêm enfrentando, tanto a nível escolar quanto no âmbito pessoal, durante o período da pandemia da COVID-19. Para a análise de dados quantitativos, na E1, será realizada análise estatística inferencial paramétrica ou não-paramétrica a depender das análises preliminares, através do software JASP. As entrevistas realizadas na E2 serão transcritas para posterior verificação utilizando-se o programa IRAMUTEQ.

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  • GLAUCIA DA SILVA PESSOA
  • MEDIAÇÕES DE PROFESSORES SURDOS UNIVERSITÁRIOS DE LIBRAS NO ENSINO REMOTO E NO RETORNO AO ENSINO PRESENCIAL

  • Orientador : CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • WILMA PASTOR DE ANDRADE SOUSA
  • TATYANE VERAS DE QUEIROZ FERREIRA DA CRUZ
  • Data: 24/08/2023

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  • Pessoas surdas são indivíduos com pouca ou nenhuma influência auditiva ao longo da vida que experienciam o mundo através dos demais sentidos e possuem cultura e língua próprias por utilizarem, principalmente, da modalidade visual na comunicação. Desenvolvida pela experiência surda em comunidade, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é visuoespacial, com estrutura e gramática próprias. Com a Lei 10.436/02, esta foi reconhecida nacionalmente como meio de comunicação e de garantia da acessibilidade linguística. Este marco oportunizou maior acesso aos espaços de ensino e trabalho às pessoas surdas, principalmente, como referências para a docência de Libras. O contexto pandêmico provocou rupturas nas práticas cotidianas e profissionais docentes, exigindo a inclusão digital para se adequar ao ensino remoto emergencial. Com a flexibilização no isolamento social, o retorno à modalidade presencial provocou uma nova transformação das práticas docentes, o que favoreceu situações potenciais de desenvolvimento, ao integrar algumas estratégias pedagógicas criadas e mediadas por recursos tecnológicos. Vygotsky considerou que o processo de ensino-aprendizagem acontece dentro de um espaço intersubjetivo e interacional, chamado de zona de desenvolvimento proximal graças à mediação de instrumentos e signos internalizados. O objetivo da presente pesquisa é investigar as mediações, ou seja, o desenvolvimento de instrumentos e linguagens por professores surdos universitários no contexto remoto e as adaptações ou modificações para o retorno ao presencial para promover um processo de ensino-aprendizagem eficiente de Libras. Para este fim, realizamos uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório com três docentes surdos que ofertam disciplinas de Libras na UFPE. A metodologia incluiu a realização de entrevista semiestruturada e do método de autoconfrontação simples. Este último correspondeu a observação de uma aula presencial videogravada, seguida da análise desta para selecionar algumas sequências de vídeo e confrontar o participante com a sua própria atividade em uma última entrevista semiestruturada. A análise de dados partiu da construção de Núcleos de Significação, uma técnica que contribui para a compreensão de significações constituídas pelos participantes frente à realidade estudada. Os resultados revelam que os docentes de Libras, participantes da pesquisa, já usavam alguns instrumentos virtuais como elementos mediadores em suas práticas, antes da pandemia, a fim de compensar a diferença linguística e garantir possíveis Zonas de Desenvolvimento Proximal em sala de aula. No entanto, o ensino remoto exigiu um forte domínio dessas ferramentas, como as plataformas Google Classroom e Meet; e, provocou várias limitações para o ensino de Libras pelos docentes surdos, como a dificuldade de conexão e abertura de câmeras dos discentes, elementos fundamentais para promover a dinamicidade das interações e acompanhar a aprendizagem de Libras dos estudantes. O retorno ao presencial permitiu resgatar o aspecto dinâmico das aulas ao trabalhar com uma diversidade de formas de linguagens e integrar alguns instrumentos do ensino remoto em suas práticas pedagógicas atuais. Concluímos que o compartilhamento dos sentidos provenientes da experiência surda entre os participantes e outros presentes no ambiente profissional contribui para o processo de compensação social dos docentes ou para a construção de estratégias individuais para enfrentar as lacunas de acessibilidade oriundas do contexto atual.


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  • A partir de uma perspectiva vygotskiana, o processo de aprendizagem promove o desenvolvimento cognitivo do sujeito graças a mediação de instrumentos e signos internalizados, em um espaço intersubjetivo e interacional que é nomeado de zona de desenvolvimento proximal. Assim, Vygotski marca a importância de fatores histórico-culturais no desenvolvimento dos sujeitos e utiliza essa reflexão para a construção de propostas educacionais que respeite tanto o desenvolvimento típico, como atípico. A educação deve ser planejada e ativa a fim de produzir novas formas de participação das pessoas na sociedade. Com a Lei 10.436/02, cada vez mais surdos acessam os diferentes níveis de ensino, inclusive sendo possível hoje haver dentre outras profissões, professores surdos em disciplina de Libras. Devido à COVID-19, o contexto pandêmico provocou rupturas nas práticas cotidianas e profissionais. Docentes foram obrigados a passar para uma modalidade de ensino remoto emergencial. Esta transformação provoca situações potenciais de desenvolvimento, visto que foi necessário adaptar estratégias pedagógicas e de comunicação para o cenário de ensino mediado por recursos tecnológicos. Pretende-se investigar como os professores surdos universitários desenvolvem e adaptam instrumentos e linguagens a uma modalidade de ensino remoto para promover um processo de ensino-aprendizagem eficiente de Libras. Com o objetivo de investigar o processo de desenvolvimento profissional destes professores, realizamos uma pesquisa qualitativa a caráter exploratório, a partir da seleção de 3 a 4 professores surdos atuando na UFPE, no ensino de libras como disciplina obrigatória ou eletiva. Escolhemos como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturada e a auto confrontação simples a partir da gravação vídeo de uma aula de libras de cada participante docente.

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  • ALUISIO AUGUSTO SOARES DE MELO
  • PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA RELAÇÃO DE ADOLESCENTES COM SMARTPHONES: um olhar cognitivo relacional

  • Orientador : SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABELLE DINIZ CERQUEIRA LEITE
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • PAULO ANDRE DA SILVA
  • Data: 25/09/2023

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  • Entendendo o uso de smartphones por adolescentes como um fenômeno social consolidado, esta dissertação tem como objetivo compreender como os adolescentes entendem, justificam e interpretam o uso que fazem de seus smartphones, e sobre como o uso destes dispositivos em suas vidas cotidianas contribui para seus processos de subjetivação e produção de sentidos. Como método, esta pesquisa idiográfica caracteriza-se pela criação de dados com o uso de sondas culturais móveis, via smartphones, enviadas por três adolescentes com idades entre 16 e 18 anos, sem predefinição de gênero ou classe social, para uma reflexão sobre os seus usos, com a orientação de enviar materiais, compostos por vídeos, imagens, textos e qualquer outro tipo de conteúdo que produzisse sentido em suas rotinas cotidianas e a depois falar sobre os materiais enviados. O uso das sondas culturais, como estratégia de pesquisa, aponta para a possibilidade de uma produção de dados centrada no sujeito, possibilitando, por seu próprio uso e análise, a produção de sentidos na vida cotidiana destes mesmos. Estes padrões de materiais foram classificados em função das variedades dos conteúdos, retratando a liberdade das escolhas e sentidos produzidos. A interpretação dos dados se deu em função da análise da relação entre os materiais e a fala dos adolescentes acerca destes materiais, em uma perspectiva imagético-discursiva. Com os dados criados nesta dissertação, demonstram que, a despeito de todos os adolescentes situarem seus materiais em contextos emocionais permeados por sentidos dos mais diversos, há variação quanto ao modo que estabelecem as suas rotinas e como dão sentido ao padrão de conteúdos consumidos. E essa variação, ao apontar para os diferentes modos de produção de sentidos em experiências cotidianas, sugere a possibilidade de padrões específicos para a compreensão da relação de adolescentes com smartphones em suas rotinas cotidianas, possibilitando tanto contribuir para a produção de conhecimentos que possam vir a subsidiar a atuação profissional em campos como os da educação, da psicologia e da saúde, como contribuir para o desenvolvimento de recursos tecnológicos direcionados ao público adolescente.


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  • Entendendo o uso de smartphones por adolescentes como um fenômeno social consolidado, este projeto de pesquisa tem como objetivo compreender como adolescentes entendem, justificam e interpretam o uso que fazem de seus smartphones, e sobre como o uso destes dispositivos em suas vidas cotidianas contribui para seus processos de subjetivação. Como método, esta pesquisa idiográfica caracteriza-se pela criação de dados com o uso sondas culturais móveis, enviadas a adolescentes com idade entre 12 e 17 anos, sem predefinição de gênero e classe social. O uso das sondas culturais, como estratégia de pesquisa, aponta para a possibilidade de uma produção de dados centrada no sujeito, possibilitando, por seu próprio uso e análise, a produção de sentidos na vida cotidiana destes sujeitos. Com os dados criados neste estudo, pretende-se tanto produzir conhecimentos que possam vir a subsidiar a atuação profissional em campos como os da educação, da psicologia e da saúde, como contribuir para o desenvolvimento de recursos tecnológicos direcionados ao público adolescente.

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  • CATARINA BURLE VIANA
  • AS FUNÇÕES DOS CORPOS: reflexões sobre o encontro do adulto com a criança de 1 a 2 anos

  • Orientador : SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CLARISSA MARIA DUBEUX LOPES BARROS
  • EMMANUELLE CHRISTINE CHAVES DA SILVA
  • MARINA ASSIS PINHEIRO
  • Data: 27/09/2023

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  • Falar do ser em sua inteireza não é das mais fáceis tarefas, especialmente no que tange a conceber o sujeito em sua dimensão corporal e a importância desta nas relações. Esta dissertação explora a função essencial dos corpos na dinâmica entre adultos e crianças na primeira infância, abordando teorias como apego, linguagem, imagem inconsciente do corpo e cognição corporificada. Ao adentrar na teoria do apego, torna-se claro que os corpos são fundamentais para estabelecer um ambiente de segurança e confiança, cruciais para o desenvolvimento infantil. A percepção do corpo como linguagem revela sua capacidade de comunicar emoções e forjar laços emocionais profundos, através dos jogos de linguagem. A imagem inconsciente do corpo, por sua vez, sublinha como as interações que acontecem entre cuidador e criança moldam a percepção da criança sobre si mesma. A teoria da cognição corporificada destaca as dimensões simbólicas do corpo na comunicação, destacando sua importância para a construção de conceitos sobre o mundo e aprofundando a conexão entre adultos e crianças. Este trabalho quis explorar o corpo em diferentes dimensões, tendo como objetivo geral e compreender a função dos corpos do adulto e da criança de 1 a 2 anos na relação que estabelecem. Por objetivos específicos, buscou investigar o corpo enquanto expressão de comportamento de apego necessários para a criança e para os adultos; explorar o corpo enquanto instrumento de construção de sentido sobre o mundo e compreender como a relação pode contribuir para aspectos do desenvolvimento da. Através da análise vídeos disponíveis em uma plataforma de domínio público, esta dissertação demonstra que os corpos têm um papel crucial na construção de vínculos e na troca de entendimento entre adultos e crianças, contribuindo para uma conexão emocional enriquecedora e para um desenvolvimento infantil saudável, bem como afirma que não é possível desconsiderar o corpo na construção de concepções sobre si, sobre o outro, sobre objetos e sobre o mundo, já que este é instrumento e também linguagem.


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  • Pensar em cognição é pensar sobre as formas de se relacionar com o mundo, conhecendo-o, interpretando-o e o modificando, considerando o corpo, a emoção e a linguagem, além das relações na cultura, como aspectos que nos constituem enquanto sujeitos. Este estudo se situa no campo da Cultura e Cognição e assume um lugar de compreensão de que corpo e mente não são entidades separadas, mas fazem parte da própria concepção de ser. Propõe-se a pensar a prática psicológica clínica com crianças da primeiríssima infância sob perspectiva da produção de sentido, buscando compreender como a psicóloga entende a função do corpo na relação terapêutica. Para tais fins, realizaremos um estudo de caso com uma psicóloga infantil, com gravação de sessões de psicoterapia e posterior entrevista. Os dados serão analisados sob a ótica da psicologia cultural, psicanálise e filosofia de Echeverria e de Wittegenstein. Toda a pesquisa será realizada seguindo os preceitos éticos de investigação com crianças.

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  • VANESSA BEZERRA CORNELIO
  • SIGNIFICADOS DE MORTE, AUTOCONSCIÊNCIA E BEM-ESTAR SUBJETIVO E ESPIRITUAL EM FISIOTERAPEUTAS QUE TRABALHAM COM ATENDIMENTO DOMICILIAR EM RECIFE EM CONTEXTO DA PANDEMIA COVID-19

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • ADELMA DO SOCORRO GONÇALVES PIMENTEL
  • JOAO CARLOS ALCHIERI
  • Data: 27/09/2023

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  • Esta pesquisa versa sobre as inter-relações entre significados de Morte, Autoconsciência e Bem estar em Fisioterapeutas que atuam no atendimento domiciliar. O estudo exploratório visa apresentar os significados de Morte construídos pelos fisioterapeutas e entender quais as relações da autoconsciência, bem-estar e significados de Morte nesses indivíduos no contexto laboral, campo ainda pouco estudado. Participaram 60 fisioterapeutas, sendo 38 mulheres e 22 homens, que atuam com fisioterapia domiciliar em Recife e Região Metropolitana. Os participantes foram recrutados por meio de um protocolo online, constando: Pergunta
    fenomenológica sobre os significados de Morte; Escala de Autoconsciência Situacional (EAS); Questionário de Ruminação-Reflexão (QRR); Escala de afetos positivos e negativos (PANAS), Escala de Satisfação com a vida (ESV), Escala de bem-estar espiritual (EBE), e, Questionário Sociodemográfico. Os dados foram analisados, num primeiro momento qualitativamente, por meio da Análise Temática. Nessa etapa, descobriu-se quatro categorias temáticas que compõem o campo de Significados da morte para esses profissionais: 1. Passagem e advento de uma nova vida, 2. Fim, 3. Evento natural e inevitável, 4. Perda e impacto subjetivo. Posteriormente, os dados das escalas foram analisados por meio de coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas e da organização da estrutura da atividade e Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) cotejada com o método das variáveis externas como pontos, utilizando as informações dos passos anteriores com as categorias temáticas de Morte quantificadas. Encontrou-se que a estrutura do campo de significados da Morte organiza-se de forma complexa apresentando categorias temáticas de valência positivas e negativas, a autoconsciência ruminativa se correlacionou positivamente com afetos negativos e negativamente com afetos positivos, a autoconsciência reflexiva se correlacionou positivamente com afetos positivos e satisfação com a vida, a estrutura de significados inter relacionou com as variáveis cognitivas onde aspectos de valência mais positiva estiverem enlaçados a afetos positivos, bem-estar, bem estar espiritual e aspectos negativos estiveram relacionados à ruminação e afetos negativos. Essa pesquisa deixa a Psicologia Cognitiva o legado de documentação do campo de significados de Morte numa categoria ainda não estudada e amplia os conhecimentos sobre a Autoconsciência e suas relações com Bem- estar e estrutura da atividade Laboral área em que as pesquisas são escassas, sobretudo no campo laboral da Fisioterapia Domiciliar.


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  • O presente estudo tem como objetivo descrever os sentidos de morte e suas interrelações com os níveis e tipos de Autoconsciência e bem-estar subjetivo e espiritual de fisioterapeutas que trabalham em atendimento domiciliar na Região Metropolitana de Recife. O estudo será de tipo misto, com triangulação metodológica, em perspectiva ideográfica com ênfase nos sentidos de morte, e nomotético, de tipo ex-post-facto, com uso de escalas psicométricas, sem manipulação de variáveis. A amostra será composta de um mínimo de 60 fisioterapeutas, de ambos os sexos, residentes e atuantes na Região Metropolitana de Recife. Serão utilizados para geração dos dados: Escala de Autoconsciência Situacional, Questionário de Ruminação-Reflexão, Escala de Afetos Positivos e Negativos, Escala de Satisfação com a Vida, Escala de Bem-Estar Espiritual, e Questionário sociodemográfico, contendo uma pergunta-indutora fenomenológica sobre os sentidos de morte. A análise de dados será através da análise temática para o protocolo fenomenológico, e uma vez definidas as categorias temáticas, as mesmas serão quantificadas e levadas a análises estatísticas juntamente com as escalas psicométricas e demais informações quantificadas do estudo por meio de estatísticas de correlação, modelo de regressão multivariada e análise de estrutura de similaridade. O conjunto dos resultados será interpretado à luz da teoria das facetas. Espera-se que os sentidos de morte estejam profundamente relacionados aos níveis e tipos de autoconsciência, que sejam obtidos escores mais elevados em autoconsciência ruminativa que em autoconsciência reflexiva em fisioterapeutas domiciliares, e que variáveis como renda, ausência de estrutura adequada para os atendimentos, desgaste físico e psicológico, exacerbam os níveis de autofoco ruminativo, e impactando deleteriamente o Bem-estar e qualidade de vida desses profissionais. Os resultados obtidos oportunizarão a delimitação de estratégias de prevenção ao desgaste profissional e auxiliar intervenções protetivas a cognição junto a fisioterapeutas domiciliares. 

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  • NIVANEIDE FERREIRA DA SILVA
  • O SIGNIFICADO CONSTRUÍDO POR UMA AGENTE COMUNITÁRIA DE SAÚDE SOBRE AUTOLESÃO PRATICADA POR ADOLESCENTES EM MACAPARANA-PE

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DINIZ PEREIRA DE LYRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • NATHALY MARIA FERREIRA NOVAES
  • Data: 29/09/2023

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  • A presente dissertação tem como objetivo geral compreender a construção de significados de uma Agente Comunitária de Saúde (ACS) sobre a autolesão praticada por adolescentes, em Macaparana – PE. Enquanto embasamento teórico, foram utilizadas concepções da Psicologia Cultural Semiótica e da Psicologia Dialógica, além da ênfase nos processos cognitivos de rememoração e imaginação como intrínsecos à construção e desenvolvimento de significados. A construção de significados ocorre a partir de diálogos e interações que são influenciados pelo contexto cultural e pelas interações sociais. Nessas interações, que são dialógicas a partir da relação eu-outro-objeto, o indivíduo se envolve em internalizações e externalizações, estando estas operações interligadas e construindo uma relação dinâmica entre a mente individual e o contexto cultural mais amplo. Na dinâmica de internalizar e externalizar, os significados podem ser transformados, sendo confrontados ou mantidos. A autolesão praticada por adolescentes é um fenômeno que incita atenção e cuidado, sendo inclusive considerado um problema de saúde pública. Diante do cuidado oferecido a este público, na rede de saúde pública com toda a sua estruturação em níveis de atenção, o ACS se apresenta como “porta de acesso da porta de entrada”, já que é o primeiro e principal elo entre a comunidade do território e a equipe de saúde de família que está localizada na atenção básica. Presume-se então importante analisar o significado que o ACS constrói sobre a autolesão praticada por adolescentes por ele ocupar este lugar de facilitador do acesso ao cuidado. A investigação envolve estudo do tipo idiográfico, contando com a participação da ACS Nadine (nome fictício). Foram realizados quatro encontros, em uma proposta longitudinal, que durou dois meses. Nesses encontros foram feitas entrevistas individuais, além da produção de um scrapbook. As análises foram feitas a partir da proposta da análise de multivocalidades, uma análise do tipo dialógica. Nessa perspectiva, foi realizada a análise da construção de significados sobre autolesão praticada por adolescentes de uma ACS que mora e trabalha em Macaparana-PE. A partir disso foram identificadas as posições de eu e vozes de outros e depois apreciadas e discutidas as interações, os desdobramentos de significados coletivos, da tríade dialógica, dos núcleos de tensão e transformações, sendo estes elementos constituintes do significado de autolesão praticada por adolescentes para a ACS. A ACS significa a autolesão praticada por adolescentes como sendo consequência do adoecimento psíquico do adolescente. Na base do sofrimento, consta um ambiente familiar que não fornece subsídios para um desenvolvimento adequado. Mudanças culturais como a presença da tecnologia constituem dificuldades para as famílias e para a estabilidade emocional frente aos desafios da adolescência.


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  • O presente projeto de pesquisa tem por objetivo compreender o processo de construção de significados por agentes comunitários de saúde (ACS) sobre a autolesão, praticada por adolescentes e no contexto de uma cidade do interior do estado de Pernambuco - Macaparana. Adotaremos uma perspectiva sociocultural tendo como respaldo teórico e metodológico a Psicologia Cultural Semiótica proposta por Jaan Valsiner e a perspectiva dialógica. Analisaremos a elaboração do significado da autolesão construído por agentes comunitários de saúde que vivem e trabalham em Macaparana, trazendo neste contexto os processos cognitivos de rememoração e imaginação. Serão realizadas quatro entrevistas semiestruturas, fazendo uso de um diário com ou sem colagens construído pelos participantes, como forma de contar sua construção de significados sobre autolesão utilizando outro meio, além do uso apenas das palavras.

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  • CLAYSON PEREIRA DA SILVA
  • ESTUDO DAS RELAÇÕES ENTRE FLOW E INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLA FERNANDA RODRIGUES KURSANCEW
  • FERNANDA MARIA DE LIRA CORREIA
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • Data: 30/11/2023

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  • Costumeiramente encontramos pessoas desmotivadas, que vivem seus dias executando repetidamente atividades desestimulantes e pouco desafiadoras. No entanto, a frequente experiência de flow pode desenvolver uma personalidade autotélica, tornando os indivíduos capazes de investir energia psíquica naquilo que realmente importa e, por conseguinte, melhorando sua qualidade de vida. Por sua vez, a inteligência emocional (IE) influencia o bem-estar subjetivo e o ajuste psicológico, podendo desempenhar um papel fundamental na melhoria da saúde mental dos indivíduos. Os conceitos de flow e inteligência emocional (IE) são relativamente recentes em psicologia e, potencialmente, apresentam uma interface relacionada com o processamento emocional, embora não se tenha encontrado investigações anteriores nesse sentido. Por isso, o objetivo deste trabalho foi investigar as relações entre o traço de inteligência emocional e o flow-disposicional. Participaram desta pesquisa 208 voluntários, de ambos os gêneros, com idades superiores a 18 anos, que responderam a um Questionário Sociodemográfico, um Inventário de Competências Emocionais Revisado (ICE-R) e a Long Dispositional Flow Scale (DFS-2) – General através da plataforma Google Form. Para alcançar o objetivo proposto, foram realizadas análises de correlação de Pearson, fatorial e de redes entre os fatores do ICE-R e do DFS-2. Os resultados indicaram um padrão de correlações positivas e significativas entre os fatores dos dois construtos. Implicações teóricas e práticas são discutidas.


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  • Na contemporaneidade, somos contínua e diversificadamente estimulados a valorizar valores externos como bens materiais, fama e prestígio, que, necessariamente, não garantem uma vida plenamente feliz. Em contraposição, os valores internos vêm sendo negligenciados, desencadeando diversos comportamentos desadaptativos devido ao estilo de vida imposto pela sociedade moderna. Costumeiramente encontramos pessoas desmotivadas, que vivem seus dias executando repetidamente atividades desestimulantes e pouco desafiadoras. A frequente experiência de flow pode desenvolver uma personalidade autotélica, torando os indivíduos capazes de investir energia psíquica naquilo que realmente importa e, por conseguinte, melhorando sua qualidade de vida. Por sua vez, a Inteligência Emocional (IE) influencia o bem-estar subjetivo e o ajuste psicológico, tendo em vista que a capacidade de autorregulação emocional de perceber emoções nos outros, podem desempenhar um papel fundamental na melhoria da saúde mental dos indivíduos. Neste sentido, o presente trabalho busca compreender em que medida há interação entre IE e flow e de que forma os dois fenômenos interferem no comportamento das pessoas. O objetivo deste projeto é compreender a relação entre inteligência emocional e o fenômeno flow por meio de abordagens quantitativa (estudo 1) e qualitativa (estudo 2). Especificamente, pretende-se (1) investigar as correlações entre inteligência emocional e flow (estudo 1) e (2) investigar como o flow se manifesta no comportamento de pessoas com alta e com baixa inteligência emocional (estudo 2). Participarão desta pesquisa 193 voluntários, de ambos os sexos, com idades superiores a 18 anos, que responderão a um Questionário Sociodemográfico, um Inventário de Competências Emocionais Revisado (ICE-R), e a Long Dispositional Flow Scale (DFS-2) – General através da plataforma Google Form. Serão identificados participantes com pontuações superiores a um desvio-padrão acima da média e um desvio padrão abaixo da média, representando pessoas com alta (grupo 1) e baixa inteligência emocional (grupo 2), respectivamente. Serão convidados de 5 a 10 participantes de cada grupo para participarem de uma entrevista gravada pela plataforma Google Meet sobre suas experiências de flow. As entrevistas serão transcritas para texto e organizadas em um corpus textual, que será analisado com auxílio do software Iramuteq. Para alcançar os objetivos propostos, serão realizadas análises de correlação de Pearson entre os fatores do ICE e do instrumento de flow e de classificação hierárquica descendente (CHD) para identificar segmentos de texto relacionados entre si.

Teses
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  • JONAS CAIO COSTA PORFIRIO
  • INVESTIGAÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE TRAÇOS DE PSICOPATIA E PROPENSÃO AO RISCO EM UMA PERSPECTIVA EVOLUCIONISTA

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCO ANTÔNIO CORREA VARELLA
  • ANTHONIETA LOOMAN MAFRA
  • RANER MIGUEL FERREIRA PÓVOA
  • SHEYLA CHRISTINE SANTOS FERNANDES
  • JORGE ARTUR PECANHA DE MIRANDA COELHO
  • Data: 16/02/2023

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  • A tríade sombria da personalidade se refere a um conjunto de traços (maquiavelismo, narcisismo e psicopatia) que se relacionam com vaidade excessiva, manipulação e baixa empatia. Um construto que vem sendo pesquisado em relação às variáveis da TS é o construto da propensão ao risco. Pode-se definir a propensão ao risco como a probabilidade dos indivíduos se engajarem em atividades em que há variabilidade nos resultados possíveis. Nos estudos realizados, encontram-se resultados mistos em relação às associações entre componentes da TS e a propensão ao risco. Assim, no presente estudo investigou-se as possíveis associações entre a TS e a propensão ao risco a partir da perspectiva da psicologia evolucionista e da teoria das Estratégias de História de Vida utilizando-se modelagem por equações estruturais. Nosso objetivo principal foi investigar se as EHV dos indivíduos moderavam as possíveis relações encontradas entre componentes da TS com a propensão ao risco. Método. Participaram do estudo quatrocentos e quatro indivíduos. Os instrumentos utilizados foram um Questionário Sóciodemográfico, a Escala de Autorrelato de Psicopatia de Levenson, o Narcisistic Personality Inventory-16, a Mach IV, o Mini-K e o Questionário Biodemográfico de Estratégias de Histórias de Vida. Resultados. Os modelos de moderação não apresentaram bons índices psicométricos. Assim, testou-se modelos alternativos em que a estratégias de história de vida foram incluídas como preditoras de psicopatia e psicopatia foi incluída como preditora da propensão ao risco. Estes modelos apresentaram-se como plausíveis. Conclusão. Sugere-se que psicopatia seja um indicador de EHV mais rápidas dos indivíduos e que ambientes estressores modulam a expressão destes traços.


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  • A propensão ao risco é a probabilidade dos indivíduos se engajarem em atividades arriscadas (em que há variabilidade nos resultados possíveis). Em estudos recentes, observou-se que este construto é expresso de maneira diferenciada em domínios evolutivamente relevantes, em contraposição à visão anterior que encarava este construto como de domínio geral. Na literatura, apontou-se associações consistentes entre propensão ao risco e as estratégias de histórias de vida dos indivíduos. Estas estratégias referem-se a um espectro de alocação de recursos que pode ser separado em esforço reprodutivo, uma medida de direcionamento de energia com objetivo de acasalamento para geração de prole, e em esforço parental, uma medida de direcionamento de energia para cuidados com a prole. Da mesma forma, associações de propensão ao risco com a chamada tríade sombria da personalidade (maquiavelismo, psicopatia e narcisismo) foram observadas na literatura. Finalmente, associações entre variáveis de estratégias de histórias de vida e traços sombrios da personalidade foram observadas. Assim, adotando uma perspectiva evolucionista, nosso trabalho tem como objetivo i) investigar as relações entre traços sombrios da personalidade, tomada de decisão em vários domínios evolutivamente relevantes e o papel mediador das estratégias de história de vida nestas relações; ii) Traduzir e adaptar um instrumento de propensão ao risco ao contexto brasileiro; iii) Investigar diferenças entre homens e mulheres nos domínios da propensão ao risco, iv) Investigar diferenças entre homens e mulheres nos componentes da tríade sombria da personalidade, propensão ao risco e estratégias de história de vida e v) Investigar associações entre variáveis de história de vida e domínios da propensão ao risco.

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  • JANAINA GAIA RIBEIRO DIAS
  • AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA E DE HABILIDADES ARITMÉTICAS EM CRIANÇAS COM ANEMIA FALCIFORME

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MENDES LACERDA
  • CHRISSIE FERREIRA DE CARVALHO
  • CARLA ALEXANDRA DA SILVA MOITA MINERVINO
  • ERNANI MARTINS DOS SANTOS
  • VITOR GERALDI HAASE
  • Data: 13/04/2023

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  • A anemia falciforme (AF) é reconhecida como um problema global de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), associado a alterações fisiológicas e cognitivas. Há registros de maiores dificuldades acadêmicas em estudantes com AF, quando comparados com os da mesma faixa etária sem este quadro clínico, bem como de déficits na memória operacional, velocidade de processamento e outros componentes cognitivos relevantes para o desenvolvimento de habilidades aritméticas. Pesquisas sobre avaliação cognitiva de estudantes com AF no cenário internacional indicam dificuldades de aprendizagem no geral e em matemática, sendo esta última pouco investigada no Brasil. Assim, o estudo avaliou as capacidades cognitivas e o desenvolvimento na aprendizagem de habilidades aritméticas de estudantes do Ensino Fundamental entre 6 e 11 anos diagnosticados com AF. A metodologia incluiu um total de 50 participantes, entre Grupo Clínico (n=25) e Grupo Controle (n=25), sendo este último representado por crianças saudáveis. Os participantes de ambos os grupos foram avaliados individualmente quanto às capacidades cognitivas: memória operacional, memória visuoespacial, velocidade de processamento, coordenação motora fina, visão de cores e habilidades aritméticas. A execução do estudo incluiu os instrumentos: N-Back Visual; Teste Figuras Complexas de Rey; FDT – Teste dos Cinco Dígitos; Teste dos Nove Pinos; Farnsworth Lanthony Combined D-15 Test e Caderno de Atividades Aritméticas, elaborado pela proponente. Além da aplicação dos instrumentais, foi realizada uma entrevista com a neurologista responsável pela realização do exame Doppler nas crianças participantes com AF e um estudo de caso com uma criança de 11 anos, avaliada pela primeira vez aos 6 anos, quando voluntária da pesquisa de Mestrado da proponente. Os resultados obtidos através dos instrumentos foram analisados de acordo com seus respectivos manuais técnicos, bem como a análise dos programas estatísticos SPSS (versão 25.0) e Factor Analysis (versão 11.05.01). O Grupo Clínico apresentou resultados significativos (p≤ 0,05) quando comparado com o Grupo Controle, em memória operacional e motricidade fina, ambos para tempo de execução; velocidade de processamento; visão de cores dessaturadas, com maior índice de confusão, além de habilidades aritméticas na pontuação geral. Ao observar os resultados por grupo e faixa etária, a análise não revelou diferenças significativas, as quais podem estar relacionados ao tamanho reduzido da amostra. No que se refere às correlações entre as avaliações neurocognitivas e aritméticas, nas crianças com AF, registram-se déficits identificados para velocidade de processamento, memória operacional, memória recente e memória visuoespacial. Investigações desta natureza podem auxiliar na compreensão dos comprometimentos cognitivos de estudantes com AF, no decorrer do desenvolvimento e contribuir na construção de estratégias nos campos neuropsicológico e pedagógico que atendam às peculiaridades desse grupo.


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  • A anemia falciforme (AF) é reconhecida como um problema global de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS), associado a alterações fisiológicas e cognitivas, além de ocorrências como o acidente vascular cerebral (AVC), tipo de insulto neurológico que compromete funções cerebrais. Há registros de maiores dificuldades acadêmicas em estudantes com AF, quando comparados com os da mesma faixa etária sem este quadro clínico; bem como de déficits na memória operacional, velocidade de processamento e outros componentes cognitivos relevantes para o desenvolvimento de habilidades aritméticas. Pesquisas sobre avaliação cognitiva de estudantes com AF podem indicar riscos no processo de aprendizagem matemática, através de desempenhos abaixo do esperado em testes direcionados para esta finalidade. Portanto, torna-se relevante a análise dessa população pouco investigada no Brasil. Ademais, não há descrições neurocognitivas associadas ao desenvolvimento de habilidades aritméticas com estudantes portadores de AF e uso de neuromoduladores como recurso de habilitação destas capacidades. Assim, objetivo geral deste projeto é avaliar e intervir na aprendizagem de habilidades aritméticas de estudantes do Ensino Fundamental entre 6 a 11 anos diagnosticados com anemia falciforme. Serão selecionados 200 voluntários para compor os grupos clínico e controle, de modo a participarem da pesquisa que engloba dois estudos. O Estudo 1 avaliará as capacidades cognitivas memória operacional, memória visuoespacial, visão de cores e habilidades aritméticas nos estudantes com e sem AF, além de selecionar somente os estudantes com AF que apresentem dificuldades aritméticas para participarem do Estudo 2. O Estudo 2 examinará o efeito da ETCC, em estudantes com AF, de modo a identificar possível superação das dificuldades em aritmética detectadas no Estudo 1.Tem-se como hipótese, que estudantes portadores de AF apresentam dificuldades em funções cognitivas mediadas pela visuopercepção e que podem estar influenciando na realização de atividades com aritmética. A execução do Estudo 1 incluirá os instrumentos tarefa N-Back Visual, Teste Figuras Complexas de Rey, Farnsworth Lanthony Combined D-15 Test e Caderno de Atividades Aritméticas. Quanto ao Estudo 2 terá a utilização de equipamento de ETCC, além de atividades aritméticas semelhantes às que forem realizadas no Caderno de Atividades Aritméticas (Estudo 1), 2 que serão propostas nos três pós-testes (Pós-teste 1, Pós-teste 2 e Pós-teste postergado). Os resultados obtidos através dos instrumentos serão analisados de acordo com manuais técnicos e análises específicas construídas para essa investigação, considerando a forma como os dados serão coletados no Estudo 1 e no Estudo 2. Investigações desta natureza podem auxiliar na compreensão dos comprometimentos cognitivos de estudantes com AF contribuindo na construção de estratégias pedagógicas que atendam às peculiaridades desse grupo.

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  • TACIANA FEITOSA DE MELO BRECKENFELD
  • IMAGINAÇÃO E ATIVIDADE: estudos de caso com educadores sociais de casas de acolhimento da cidade do Recife

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRA MARQUES PINTO
  • CAMILA COSTA TORRES
  • EMMANUELLE CHRISTINE CHAVES DA SILVA
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • Data: 30/06/2023

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  • O acolhimento institucional preconiza a proteção à integridade física e emocional de crianças e adolescentes que estão privados do convívio com as figuras primárias de cuidado e oportuniza a construção de novos vínculos afetivos e vivências positivas. No Brasil, o educador social realiza atividades que envolvem, desde os cuidados básicos, até a temporária substituição parental nas casas de acolhimento. O objetivo do presente estudo foi analisar como se dá a dinâmica entre atividade prescrita, processos imaginativos e atividade real por dois educadores sociais, de codinome Camélia e Lupino, ao trabalharem com crianças e adolescentes em casa de acolhimento na cidade do Recife - Pernambuco. Como instrumentos de investigação foram utilizadas 5 entrevistas semiestruturadas, 4 vídeos de rotinas na casa de acolhimento, e uma caixa para produção artístico-manual intitulada “caixa de surpresas“. Os dados foram analisados à luz do referencial teórico sociocultural desenvolvido por Tania Zittoun e colaboradores, segundo o qual a imaginação é proposta como um processo composto por dimensões (generalidade, temporalidade e im/plausibilidade). Também foram feitas articulações com a teoria da atividade de Yves Clot. Nos resultados observou-se que tanto Camélia quanto Lupino realizaram atividades que transcendem o que havia sido prescrito. Camélia, ao início do trabalho, imaginou que já saberia como proceder, diz que "não vai ser surpresa" e já na entrevista final, na dinâmica entre prescrito-imaginado-atividade real, disse que a casa ideal deveria contar com equipe mais ampla, que incluísse psicólogo. Lupino disse desde o início da pesquisa que desejaria lecionar música para as crianças e, com a vivência prescrito-imaginado-atividade real, ele mantém este interesse e defende que o ensino da música clássica poderia acalmar os adolescentes. O estudo aponta para a necessidade de ampliação de protocolos que indiquem ocasiões frequentes enfrentadas na casa de acolhimento, que vão além das rotinas higiênicas, e os procedimentos a serem desenvolvidos pelo educador nestas ocasiões.


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  • RENNAN CAVALCANTE RAFFAELE
  • OS PROCESSOS CRIATIVOS NA EXPERIÊNCIA DO JOGADOR DE INTERACTIVE DRAMA: Um estudo sobre a perspectiva e ficção subjetiva

  • Orientador : MARINA ASSIS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRA RAMOS CASTANHA
  • ANTHONY JOSÉ DA CUNHA CARNEIRO LINS
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • LIA DA ROCHA LORDELO
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 03/08/2023

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  • Esta pesquisa tem como objeto de estudo os processos criativos, investigada na vivência cotidiana durante as ações dos jogadores de videogame. Na área dos jogos digitais, é muito comum falar sobre a criatividade do desenvolvedor ou do artista no momento da criação do jogo digital, mas pouco se explora a criatividade do jogador, que por uma experiência imersiva proporcionada pelo jogo, constrói significados numa experiencia que transforma a vida do próprio jogador. Nesta pesquisa, adotamos a criatividade do ponto de vista dialógico e cultural, a partir da compreensão da criatividade como atividade humana que resulta na emergência do novo na relação entre sujeito e cultura. A epistemologia própria ao dialogismo de Mikhail Bakhtin é investida como uma base interpretativa fundamental que baliza os estudos da criatividade, em particular, para o entendimento da relação entre o eu e o outro, durante a experiencia do jogo. Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo compreender como ocorre a dinamicidade dos processos criativos na interação do jogador com o jogo de drama interativa, além de ampliar a compreensão do valor interpretativo da ficção, no campo do possível/potencial durante a experiencia imersiva provocada pelo jogo. Sendo assim, procuramos discutir como os sujeitos perspectivam a narrativa do jogo, e construir um modelo interpretativo dialógico, da relação entre o usuário do jogo e a narrativa gameficada. Adotamos a abordagem idiográfica qualitativa estruturada em quatro etapas: a seleção de 4 participantes; acompanhamento de diários online de atividades cotidianas e entrevista prévia dos participantes selecionados; faremos 2 sessões de interação com o jogo de interactive drama para cada dupla de participantes, acompanhado de videografia e diário de campo; e, por fim, entrevista semiestruturada coletiva com as duplas com exibição de trechos dos vídeos das sessões de jogos. O olhar do pesquisador estará centrado numa reflexão de natureza cultural e dialógica, em tudo que excede e transforma subjetivamente a narrativa do jogo. A análise dos dados e as discussões se basearam em cinco eixos interpretativos: 1) As tensões nos momentos de incerteza; 2) Perspectivação e Posições dos jogadores em relação ao jogo; 3) Ambiguidade e ambivalência na experiência do jogo; 4) As negociações de sentidos. Nossa principal contribuição, é uma chave de leitura, que busca compreender os processos criativos, centrado nas perspectivações ficcionantes do sujeito sua relação com a emergência do novo na experiência estética e lúdica da relação com o videogame.


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  • Esta pesquisa tem como objeto de estudo os processos criativos, investigada na vivência cotidiana durante as ações dos jogadores de videogame. Na área dos jogos digitais, é muito comum falar sobre a criatividade do desenvolvedor ou do artista no momento da criação do jogo digital, mas pouco se explora a criatividade do jogador, que por uma experiência imersiva proporcionada pelo jogo, constrói significados numa experiencia que transforma a vida do próprio jogador. Nesta pesquisa, adotamos a criatividade do ponto de vista dialógico e cultural, a partir da compreensão da criatividade como atividade humana que resulta na emergência do novo na relação entre sujeito e cultura. A epistemologia própria ao dialogismo de Mikhail Bakhtin é investida como uma base interpretativa fundamental que baliza os estudos da criatividade, em particular, para o entendimento da relação entre o eu e o outro, durante a experiencia do jogo. Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo compreender como ocorre a dinamicidade dos processos criativos na interação do jogador com o jogo de drama interativa, além de ampliar a compreensão do valor interpretativo da ficção, no campo do possível/potencial durante a experiencia imersiva provocada pelo jogo. Sendo assim, procuramos discutir como os sujeitos perspectivam a narrativa do jogo, e construir um modelo interpretativo dialógico, da relação entre o usuário do jogo e a narrativa gameficada. Adotamos a abordagem idiográfica qualitativa estruturada em quatro etapas: a seleção de 4 participantes; acompanhamento de diários online de atividades cotidianas e entrevista prévia dos participantes selecionados; faremos 2 sessões de interação com o jogo de interactive drama para cada dupla de participantes, acompanhado de videografia e diário de campo; e, por fim, entrevista semiestruturada coletiva com as duplas com exibição de trechos dos vídeos das sessões de jogos. O olhar do pesquisador estará centrado numa reflexão de natureza cultural e dialógica, em tudo que excede e transforma subjetivamente a narrativa do jogo. A análise dos dados e as discussões se basearam em cinco eixos interpretativos: 1) As tensões nos momentos de incerteza; 2) Perspectivação e Posições dos jogadores em relação ao jogo; 3) Ambiguidade e ambivalência na experiência do jogo; 4) As negociações de sentidos. Nossa principal contribuição, é uma chave de leitura, que busca compreender os processos criativos, centrado nas perspectivações ficcionantes do sujeito sua relação com a emergência do novo na experiência estética e lúdica da relação com o videogame.

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  • VANESSA DA SILVA SANTOS FRANÇA
  • CRIATIVIDADE EM CONTEXTOS DE EMERGÊNCIA E RISCO: um estudo sobre o campo potencial de ação de bombeiros de atendimento pré-hospitalar

  • Orientador : MARINA ASSIS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • ALESSANDRA RAMOS CASTANHA
  • EUDA KALIANI GOMES TEIXEIRA ROCHA
  • JOSE LUIZ DE AMORIM RATTON JUNIOR
  • LIA DA ROCHA LORDELO
  • Data: 03/08/2023

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  • A presente pesquisa se propõe a investigar, em caráter exploratório, como a dimensão afetivo-cognitiva da experiência participa da construção dos significados na ação criativa em contexto de emergência e risco de bombeiros militares pernambucanos. Busca-se compreender de que forma o profissional bombeiro militar perspectiva, cria ou adapta suas ações em relação ao previsto ou ao prescrito e sustenta as suas escolhas (decisões) e ações a partir de premissas que se apresentam como valorativas e afetivas. Adota-se a noção da criatividade como processo psicológico que se sustenta tanto em dimensões subjetivas quanto culturais e que se constitui como forma muito particular de emergência do novo, considerando os encontros corporificados do sujeito com o mundo mediado por sua sensibilidade estética, orientada por signos. Assim, a criatividade e a emergência do novo não se limitam às condições objetivas da ação e nem estão unicamente na sociabilidade distribuída, mas trazem também condições afetivas que compõem a subjetividade que age no mundo. O novo de que trata este estudo não pode ser entendido como “qualquer novo” produzido pela própria eventicidade da vida cotidiana, mas sim como o novo que propicia uma diversidade de interpretação dos possíveis no campo de ação do sujeito, que transforma vidas e protocolos de ação cotidianos e que pode se constituir como ponto de ruptura na existência desse sujeito e que necessariamente implica um conjunto de outridades. Esta pesquisa parte do pressuposto de que a vida psicológica humana é mediada por signos e tem natureza afetiva. Desta forma, o afeto é regulador da ação e a afetividade e a cognição são aspectos inseparáveis e não paralelos no desenvolvimento e na ação humana. Trata-se de um estudo exploratório que parte de uma concepção idiográfica dentro da perspectiva da psicologia cultural, onde se busca a generalização da compreensão de processos criativos em situações de emergência e risco e a ampliação da compreensão da dinâmica afetiva neste contexto. Temos aporte teórico na Teoria da Ação Simbólica de Ernest Boesch, nos estudos de Branco e Valsiner sobre os valores enquanto signos hipergeneralizados na cultura pessoal dos sujeitos e na noção de Ficção de Pinheiro e Simão. Os bombeiros militares foram primeiramente entrevistados sobre suas histórias de vida, trajetória da carreira e impressões subjetivas acerca da atividade bombeiro militar. Depois, enviaram para a pesquisadora via aplicativo de mensagem, registros em forma de textos, áudios e fotos com descrições e reflexões acerca do serviço por um período de trinta dias. Ao final desse período, os participantes foram novamente entrevistados pela pesquisadora sobre os registros feitos de modo a provocar reflexão. Após a transcrição dos dados foi realizada análise interpretativa dialógica dos dados a fim de ampliar a compreensão da dimensão afetivo-subjetiva da ação do sujeito em contexto de emergência e risco.


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  • A presente pesquisa se propõe a investigar, em caráter exploratório, como a dimensão afetivo-cognitiva da experiência participa da construção dos significados em jogo na ação criativa em contexto de emergência e risco de bombeiros militares pernambucanos, enquanto campo dialógico e intersubjetivo. Busca-se compreender de que forma o profissional bombeiro militar perspectiva, cria ou adapta suas ações em relação ao previsto ou ao prescrito e sustenta as suas escolhas (decisões) e ações a partir de premissas que se apresentam como valorativas e afetivas. Adota-se a noção da criatividade como processo psicológico que se sustenta tanto em dimensões subjetivas quanto culturais e que se constitui como forma muito particular de emergência do novo, considerando os encontros corporificados do sujeito com o mundo mediado por sua sensibilidade estética, orientada por signos. Assim, a criatividade e a emergência do novo não se limitam às condições objetivas da ação e nem estão unicamente na sociabilidade distribuída, mas trazem também condições afetivas que compõem a subjetividade que age no mundo. O novo de que trata este estudo não pode ser entendido como “qualquer novo” produzido pela própria eventicidade da vida cotidiana, mas sim como o novo que propicia uma diversidade de interpretação dos possíveis no campo de ação do sujeito, que transforma vidas e que pode se constituir como ponto de ruptura na vida desse sujeito e que necessariamente implica um conjunto de outridades. Esta pesquisa parte do pressuposto de que a vida psicológica humana é mediada por signos e tem natureza afetiva. Desta forma, o afeto é regulador da ação e a afetividade e a cognição são aspectos inseparáveis e não paralelos no desenvolvimento e na ação humana. Trata-se de um estudo exploratório que parte de uma concepção ideográfica dentro da perspectiva da psicologia cultural, onde se busca a generalização da compreensão de processos criativos em situações de emergência e risco e a ampliação da compreensão da dinâmica afetiva neste contexto. Temos aporte teórico na Teoria da Ação Simbólica de Ernest Boesch, nos estudos de Branco e Valsiner sobre os valores enquanto signos hipergeneralizados na cultura pessoal dos sujeitos e na noção de Ficção de Pinheiro e Simão. Os bombeiros militares serão primeiramente entrevistados sobre suas histórias de vida, trajetória da carreira e impressões subjetivas acerca da atividade bombeiro militar. Depois, serão instruídos a enviarem para a pesquisadora via aplicativo de mensagem, registros em forma de textos, áudios e fotos com descrições e reflexões acerca do turno de serviço por um período de trinta dias. Ao final desse período, os participantes serão novamente entrevistados pela pesquisadora sobre os registros feitos de modo a provocar reflexão. Após a transcrição dos dados serão será realizada análise interpretativa dialógica dos dados a fim de ampliar a compreensão da dimensão afetivo-subjetiva da ação do sujeito em contexto de emergência e risco.

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  • MARIANA BENTZEN AGUIAR
  • DAS (IM)POSSIBILIDADES À CRIAÇÃO: a criatividade corporificada na dança

  • Orientador : MARIA DA CONCEICAO DINIZ PEREIRA DE LYRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • ANDREA PAULA PANTOJA GARVEY
  • JOAO ROBERTO RATIS TENORIO DA SILVA
  • LIA DA ROCHA LORDELO
  • RUBENILDA MARIA ROSINHA BARBOSA
  • Data: 25/08/2023

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  • A presente tese integra-se aos esforços de pesquisas recentes dentro do campo da Psicologia Sociocultural que buscam avaliar se modelos que estudam determinados processos cognitivos dão conta de captar a dimensão corporificada desta função superior. Agregando-se a esse cenário, este trabalho utilizou os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Sociocultural da Criatividade para investigar o modelo dos 5A. Assim sendo, tem-se como objetivo geral compreender a dimensão corporificada no processo criativo vivenciado por dançarinos. O fenômeno da dança foi eleito como campo de pesquisa com base na compreensão de que, ao estudarmos o processo de externalização do processo criativo de dançarinos (a construção e execução de suas performances), estamos, a todo tempo, lidando com um processo fundamentalmente corporificado. Uma vez que se optou por investigarmos o fenômeno através de estudos de casos, participaram desta pesquisa dois dançarinos (um homem e uma mulher) que tinham graduação em dança e que se dedicam à dança de modo profissional. A fim de captar seus processos criativos, combinaram-se métodos qualitativos de base ideográfica para a construção dos dados: entrevistas semiestruturadas, entrevista narrativa, vídeos filmados pelos participantes e turnos reflexivos. Todos os dados construídos foram utilizados para que, em cada caso: (1) identificássemos as construções e reconstruções de significado acerca da corporeidade e da dança que foram trazidas explicitamente ou implicitamente pelo participante; (2) observássemos os processos convencionalização<>desconvencionalização presentes nas (re)construções destacadas na etapa anterior; (3) evidenciássemos o contexto do processo criativo ao caracterizar (em uma descrição pormenorizada) os momentos destacados pelos participantes em suas videografias. Uma vez realizada essas três etapas em ambos casos, analisamos todos os achados em busca de uma generalização de caráter abdutivo para, em seguida, retomamos nossa atenção ao modelo dos 5A e fazermos uma análise crítica dele ao confrontá-lo com nossos dados. Através da análise dos dados construídos percebemos que o modelo dos 5A consegue vislumbrar a dimensão corporificada do processo criativo tanto nas metaposições dos participantes, quanto nos seus usos das affordances. No tocante a esse último aspecto, os processos de  onvencionalização<>desconvencionalização mapeados se mostraram aspectos centrais para compreender os novos usos das affordances. Nossos dados, contudo, parecem ir além do modelo estudado ao expor o que intitulamos nesta tese de uma intencionalidade corporificada. Deste modo, concluímos que algumas adaptações ao modelo seriam necessárias para melhor vislumbrarmos a dimensão corporificada do processo criativo, tais como: adicionar uma nova dimensão (corpórea) às três dimensões já destacadas pela teoria da affordance. Isso, inclusive, permitiria vislumbrarmos a intencionalidade do sujeito criador como também uma intencionalidade corpórea.


  • Mostrar Abstract
  • O presente projeto de tese utilizou os pressupostos teórico-metodológicos da Psicologia Cultural de Dinâmica Semiótica e da Psicologia Sociocultural da Criatividade (PSC) para investigar como a corporeidade participa das ações criativas de estudantes de dança. Usa-se a noção de corporeidade para falar da subjetividade encarnada, que é dialógica e construtora de significados, situada no espaço/ambiente e no tempo. Buscou-se estudar a corporeidade à luz da PSC, então enquanto uma materialidade afetiva que é inerente à ação criativa pois: 1) aparece nas posições e perspectivas do sujeito criativo; 2) pode apresentar-se enquanto um objeto, instrumento ou até mesmo de artefato na ação criativa. Para a construção de dados, combinouse métodos qualitativos de base ideográfica – entrevistas longitudinais semiestruturadas, videografia e o uso de turnos reflexivos, método adaptado de França (2019) – e optou-se pelo uso de estudo de casos. Os participantes da pesquisa serão dois estudantes do curso de licenciatura em dança pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Optou-se por estudantes devido à educação somática presente na experiência do curso de licenciatura em dança e pelo interesse de observar como os processos de convencionalização e desconvencionalização, advindos dessa educação, afeta as compreensões e vivências das corporeidades dos estudantes, tornando possível ou não determinados usos da corporeidade enquanto affordance. A construção de dados se dará em três etapas: a) na primeira etapa haverá uma entrevista semiestruturada para conhecer a cultura pessoal do participante; b) na segunda etapa haverá uma outra entrevista semiestruturada voltada para explorar a temática da corporeidade. Ainda nessa etapa será requisitado que o participante construa uma performance artística autoral para performá-la no encontro seguinte. Por fim, daremos a instrução de que, caso o participante ensaie essa performance, filme tais ensaios; c) na terceira etapa haverá a apresentação da performance (que será filmada pelo pesquisador) e a realização de duas entrevistas semiestruturadas que buscam explorar a questão da performance e dos ensaios. Ainda nessa etapa haverão os turnos reflexivos, ou seja, os vídeos da performance e dos ensaios serão assistidos pelo participante e pesquisador, que dialogarão sobre eles. A proposta de análise possui seis etapas: 1) iremos identificar os pontos de tensão vivenciados pelo sujeito à luz do método de Lyra e Aguiar (2018); 2) localizar possíveis ações criativas nos momentos de tensão ao destacar as posições, audiências, se artefatos e perspectivas presentes a partir do modelo dos 5As de Glăveanu (2013); 3) averiguar o contexto sociocultural das ações criativas a partir das Avenidas de Significação Dirigida; 4) analisar como essas ASDs direcionam a construção de significado sobre a corporeidade, dança e a expressão do sujeito; 5) evidenciar como as convencionalização ou desconvencionalização sociocultural dialogam com as intencionalidades do sujeito nas ações criativas; e, por fim, 6) analisar a corporeidade nas ações criativas destacadas – ou seja: 6.1) como a corporeidade influenciou as posições e perspectivas do sujeito criativo; 6.2) se ela se apresentou enquanto um objeto, instrumento ou como um artefato na ação criativa; 6.3) como o uso dessa affordance ampliou ou restringiu a ação criativa realizada nos momentos de tensão recortados.

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  • MARIJAINE RODRIGUES DE LIMA FREIRE
  • AUTOGRATIDÃO, GRATIDÃO E AUTOCONSCIÊNCIA: impactos sobre o desenvolvimento da autoestima e da felicidade

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • THIAGO GOMES DE CASTRO
  • ANTONIO ROAZZI
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • JOSE HUGO GONCALVES MAGALHAES
  • UMBELINA DO REGO LEITE
  • Data: 31/08/2023

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  • Autogratidão diz respeito ao ato de gratidão voltado para si mesmo, desta feita podendo-se entender a Gratidão como podendo ser hetero e autodirigida. Aquela possui um sólido lastro de investigações empíricas, enquanto esta encontra-se em seu nascedouro, com mais artigos especulativos do que artigos científicos. Fato este que motivou a temática desta Tese, que buscou como base para suas investigações, a empiria realizada pelo também recente campo da Psicologia Positiva, a qual já apresenta resultados que apontam para os efeitos benéficos que a adoção de atitudes positivas, seja voltada para o outro ou para si mesmo, promove na saúde de um modo geral, sobretudo na saúde psicológica. O presente trabalho teve como principais objetivos a validação de um instrumento adequado para mensurar a Autogratidão (Estudo 1), o qual foi integrado ao principal estudo realizado (Estudo 2) para investigar estatisticamente as interrelações entre os construtos que compõem este trabalho, Gratidão, Autogratidão, Autoestima, Felicidade e Autoconsciência e suas dicotomias, juntamente com as variáveis sociodemográficas; constando ainda a realização de um rastreio qualitativo pelo campo semântico da Gratidão e da Autogratidão, com vistas a comparar as concepções encontradas com as já existentes relativas àquela e a construir uma definição que expresse a potencialidade desta. Por fim, o (Estudo 3) experimental de remediação cognitiva, que buscou verificar se a aprendizagem e a prática cotidiana da Autogratidão tem potencial de minimizar e/ou eliminar sofrimentos psíquicos ao mesmo tempo em que fomenta afetos positivos. Os resultados totais mostraram-se em conformidade com as hipóteses levantadas, mostrando que há incremento de afetos positivos quando outros afetos positivos são arregimentados, havendo decréscimos em função do incremento de afetos negativos. Como também, aqueles tendem a minimizar e até
    anular os efeitos desses. Além do que, praticar a Autogratidão reforça esses resultados, proporcionando sentimentos de bem-estar consigo, com consequente aumento da Autoestima e da Felicidade e ainda servindo de impulso ao autoconhecimento.


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  • Antes de falar de Autogratidão necessário se faz o entendimento do conceito de Gratidão, que é uma atitude perante a vida que serve de fonte de força para o bem-estar pessoal e social através de um estado de ânimo positivo, estando presente cotidianamente na vida das pessoas. Estudos atuais pontuam os efeitos benéficos que a adoção dessas atitudes positivas, sejam voltadas para o outro ou para si, promovem à saúde psicológica. Assim, entende-se por Autogratidão a gratidão direcionada a si, envolvendo todos aqueles sentimentos positivos que são direcionados ao outro quando se sente gratidão por alguém. Em outras palavras, seria a capacidade de apreciar a si mesmo sem depender da opinião do outro. O presente trabalho, objetiva mapear o campo semântico da Autogratidão, visando esboçar um conceito que o defina de maneira mais robusta e expresse toda sua potencialidade. Também pretende aprofundar o conhecimento empírico acerca do mesmo, uma vez que se encontra incipiente no campo científico, mas prolífico especulativamente. Para tal, pretende-se validar uma escala psicométrica que mensure adequadamente o construto e realizar sua interrelação com os demais construtos do estudo, Gratidão, Autoconsciência, Felicidade e Depressão. Bem como realizar um estudo de metodologia experimental, para investigar se a prática cotidiana da Autogratidão tem potencial de minimizar e/ou eliminar sintomas depressivos e fomentar sentimentos de felicidade. Os dados de natureza qualitativa serão analisados por meio de Análise Temática em Psicologia, cujos resultados serão disponibilizados às demais análises estatísticas e multivariadas envolvendo todos os construtos do estudo e as variáveis sociodemográficas.

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  • GESSIVÂNIA DE MOURA BATISTA
  • IMAGINANDO UM FUTURO PROFISSIONAL: o olhar de uma jovem com cegueira congênita

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA PAULA PANTOJA GARVEY
  • EUDA KALIANI GOMES TEIXEIRA ROCHA
  • Mª DO ROSÁRIO DE FÁTIMA BRANDÃO AMORIM
  • RAFAELLA ASFORA SIQUEIRA CAMPOS LIMA
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 15/12/2023

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  • Em uma sociedade projetada para pessoas que enxergam, aquelas que têm deficiência visual, rotineiramente, vivenciam as barreiras do capacitismo e das precárias condições de acessibilidade nas diversas esferas sociais. No que tange ao exercício de uma profissão, é sabido que, na juventude, comumente inicia-se o processo de escolha por uma área a seguir. Nesta direção, delimitamos enquanto objetivo geral da presente tese investigar, à luz da integração entre os modelos da expansão da experiência e o Trajectory Equifinality Model – TEM, como uma jovem com cegueira congênita imagina seu futuro profissional. Utilizamos como método um estudo de caso, seguindo uma abordagem idiográfica e qualitativa. A participante recebeu o codinome de CCF, e na ocasião do estudo, tinha 20 anos de idade, havia concluído o ensino médio e vivenciava os dilemas em torno da construção de uma carreira profissional. Todo o processo de construção de dados se deu de forma remota, através das plataformas Google Meet e WhatsApp. Utilizamos cinco roteiros de entrevistas semiestruturadas, dois vídeos que contavam as histórias de pessoas com cegueira congênita que desempenham atividades profissionais, e os instrumentos “um recado para mim e um recado para você”, desenvolvidos nesta investigação com o intuito de gatilhar processos imaginativos. Os dados foram analisados a partir do entrecruzamento dos modelos teórico-metodológico-analítico TEM, desenvolvido por Sato e colaboradores, e o loop da expansão da experiência – aqui reconhecida como espiral imaginativa – desenvolvida por Zittoun e colaboradores. Os resultados apontaram que a jovem prospectou um futuro enquanto locutora de rádio e, quanto a isso, empreendeu as seguintes ações: iniciou um curso de locução e sonoplastia; visitou uma rádio comunitária e apresentou um quadro onde entrevistava pessoas cegas a fim de conhecer suas histórias. No seu curso de vida, também houveram situações que nomeamos de trajetórias interrompidas, pois alguns fatores socioculturais, tais como o capacitismo, dificuldades financeiras e as precárias condições de inclusão escolar e laboral, dificultaram e/ou impediram a realização de alguns de seus projetos. Entretanto, concluímos que, nas construções simbólicas realizadas pela participante, ela reconhece, em seu percurso, a existência de dificuldades, mas, sobretudo, de potencialidades. Enquanto autora de sua própria história, CCF continuamente se reinventa, reorienta seu curso de vida e prospecta caminhos de múltiplas possibilidades e oportunidades,
    tanto no âmbito pessoal quanto profissional.


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  • A cegueira impossibilita a sensorialidade através da visão. É uma condição que acomete uma média de 528.624 mil brasileiros (IBGE, 2010), que vivenciam rotineiramente os desafios de viver em uma sociedade imagética e repleta de barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais. Dentre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas cegas, está a inserção, permanência e ascensão no mundo laboral. Se levarmos em consideração que a maior taxa de desemprego no Brasil está entre os jovens (LEME SOUZA, 2020), é possível conjecturar que constitui um grande desafio que jovens cegos exerçam uma profissão. Delimitamos enquanto objetivo geral do presente trabalho, a investigação sobre como jovens cegos imaginam suas trajetórias profissionais. A pesquisa fará uma triangulação de métodos, no estudo quantitativo utilizar-se-á de questionário e objetiva obter um recorte sobre as condições de empregabilidade e as perspectivações de futuro profissional de jovens cegos residentes em Pernambuco, já o estudo qualitativo será realizado através de entrevistas e destina-se a investigar as peculiaridades e comunalidades de como se constitui a dinâmica imaginativa de quatro jovens com cegueira congênita no que tange a suas trajetórias profissionais. Ancorandose nos pressupostos da Psicologia Sociocultural, utilizaremos no referencial teórico e proposta analítica, do modelo de loop da imaginação proposto por Zittoun e Gillespie (2016). Nessa perspectiva, a imaginação é concebida como um processo dinâmico, em que o sujeito se desacopla temporariamente da realidade do aqui-agora, afim de explorar esferas de experiências passadas ou futuras (ZITTOUN, 206, 2018, 2020). Empreenderemos esforços para compreender quais fatores disparam, nutrem, potencializam ou restringem a imaginação de jovens que nunca tiveram acesso ao universo imagético através da visão. Levando em consideração o pioneirismo do estudo com pessoas cegas a partir da Psicologia Sociocultural, investigaremos quais outros elementos além da temporalidade, generalidade, plausibilidade (ZITTOUN; GILLESPIE, 2016) e corporeidade (GFELLER; ZITTOUN, 2020), poderão compor a dinâmica imaginativa de pessoas com cegueira congênita.

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  • MARCIA CAROLINA DA MOTA VIANA
  • AUTISMO E INTERSUBJETIVIDADE: Um estudo sobre as relações eu-outro-mundo no contexto escolar de um adolescente

  • Orientador : MARINA ASSIS PINHEIRO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA VIRGINIA MACHADO DAZZANI
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • FLAVIA MENDES DE ANDRADE E PERES
  • RAFAELLA ASFORA SIQUEIRA CAMPOS LIMA
  • TICIA CASSIANY FERRO CAVALCANTE
  • Data: 22/12/2023

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  • Esta pesquisa te ve como objetivo principal analisar especificidades comunicativas e interacionais da dinâmica intersubjetiva eu outro mundo, no contexto escolar de um adolescente autista O estudo foi realizado no campo da Psicologia Cultural e a base epistemológica que norteou a pesquisa foi o dialogismo bakhtiniano, no qual a ênfase foi estudar a intersubjetividade com o adolescente autista no centro das relações . Nes t e contexto, a perspectiva idiográfica junto ao estudo de caso contribuiu para conhecermos profundamente uma realidade a partir de uma
    i nvestigação detalhada para compreensão subjetiva do fenômeno investigado. A dinâmica singular foi estudada como via de acesso ao generalizáve l, pois entendemos que o estudo da singularidade de modo profundo nos leva a uma compreensão ampla e nos induz rumo ao geral Utilizamos para construção dos registros relatos do
    cotidiano do adolescente; videogravação e observação do contexto escolar; e entrevistas semi estruturadas com o adolescente, seu mediador, sua mãe, seu pai seu irmão e uma colega de classe. Para analisar os dados, contamos com a s análises dialógica e interacional com um olhar direcionado para o adolescente como agentividade única no processo de construção de sentidos sobre a tríade eu outro mundo. O foco da investigação foi a relação dinâmica entre ele e outras pessoas com quem se relaciona Os dados nos mostraram que o ponto de partida para qualquer
    estudo qualitativo que envolva pessoas no espectro autista deve ser considerar a perspectiva única da pessoa, seu modo único de ver o mundo, se relacionar, comunicar, seus interesses, habilidades e desafios. A relação construída ao longo do tempo entre a pesquisadora e o adolescente, favoreceu o acesso às questões investigadas, considerando que a confiabilidade esteve presente nas diversas etapas da coleta de dados N as relações intersubjetivas com o adolescente no espectro autista emergiram três aspectos centrais : 1) Reconhecimento da singularidade; 2) Troca comunicativa; e 3) Afetividade. Na proximidade das relações estabelecidas pelo adolescente na escola, o mediador é a mais próxima, seguida pelos pares, professores/professoras e demais profissionais d o contexto escolar . No contexto afetivo, considerando a relação com a pessoa autista , um aspecto que merece importante destaque é a confiabilidade . Na relação intersubjetiva entre docente e estudante no espectro autista , p rimordialmente, é preciso reconhecer as especificidades do/da estudante, considerando interesses, habilidades, vulnerabilidades; questões sensoriais, motoras e soociocomunicacionais, sendo, sendo preciso que o/a docente encontre a sintonia na troca com cada estudante se preciso que o/a docente encontre a sintonia na troca com cada estudante se orientando para: 1) Perceber o outro; 2) Considerar suas especificidades; 3) Se orientando para: 1) Perceber o outro; 2) Considerar suas especificidades; 3) Se adequar a elas de modo a favorecer a troca.adequar a elas de modo a favorecer a troca. No cenário da comunicação, uma atenção No cenário da comunicação, uma atenção específica para a intencionalidade e a temporalidade comunicativa na troca com a/o específica para a intencionalidade e a temporalidade comunicativa na troca com a/o estudante. A pesquisa realizada, trouxe contribuições para compreensão da estudante. A pesquisa realizada, trouxe contribuições para compreensão da subjetividadesubjetividade//intersubjetividade do adolintersubjetividade do adolescente autistaescente autista e para o contexto escolar, e para o contexto escolar, aspectos que podem contribuir com outras realidades que se aproximem da suaaspectos que podem contribuir com outras realidades que se aproximem da sua.


  • Mostrar Abstract
  • Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar e descrever especificidades comunicativas e interacionais da dinâmica intersubjetiva eu-outro-mundo, no contexto de aprendizagem de um adolescente com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Levando em conta que as aprendizagens não acontecem fora do contexto de relações intersubjetivas, reflexões atreladas a essa dimensão são fundamentais, da mesma forma que seus impactos no desenvolvimento das pessoas autistas. Para tanto, será realizado um estudo de caso com um
    adolescente, seus responsáveis e duas pedagogas no contexto de aprendizagem. Os aspectos teóricos que nortearão o estudo são o dialogismo bakhtiniano e a perspectiva histórico-cultural de Vigotski. Nesse aspecto, a perspectiva idiográfica junto ao estudo de caso nos mostra que o melhor caminho para conhecermos profundamente uma realidade é realizar uma investigação detalhada para uma compreensão subjetiva do fenômeno investigado. A dinâmica singular será estudada como via de acesso ao generalizável, pois entendemos que o estudo da singularidade de modo profundo nos leva a uma compreensão ampla e nos induz rumo ao que seria universal. Utilizaremos para construção dos registros relatos e fotografias do cotidiano do adolescente; a videogravação do contexto de aprendizagem com o adolescente e as duas pedagogas; entrevistas semi-estruturadas com o adolescente, seus responsáveis e as pedagogas; e textos do adolescente. Para analisar os dados, contaremos com a análise interacional e dialógica, sendo nossa principal unidade de análise as tensões
    comunicativas e negociações existentes, com um olhar direcionado para o adolescente como agentividade única, singular, no processo de construção de sentidos sobre a tríade eu-outro-mundo. O foco da investigação não será o adolescente visto isoladamente, mas sim a relação dinâmica entre ele e outras pessoas que compartilham a interação, bem como a influência de participantes com mais experiência nesse processo.

2022
Dissertações
1
  • ANDRÉ OLIVEIRA DE ASSIS NÚÑEZ
  • PODER DE AGIR, AUTOCONSCIÊNCIA E BEM-ESTAR DO PSICÓLOGO HOSPITALAR E O SEU SENTIDO DE TRABALHO

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • FABIOLA MONICA DA SILVA GONCALVES
  • HENRIQUE JORGE SIMOES BEZERRA
  • Data: 21/02/2022

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  • O psicólogo hospitalar é um profissional privilegiado dentro da equipe de saúde, pois detém recursos para lidar com diversas questões de ordem psicológica dos pacientes e seus familiares. Desse modo, partindo-se do enfoque da Clínica da Atividade, que é uma metodologia de ação para mudar o trabalho e que propõe meios de agir sobre as relações entre atividade e subjetividade, e sobre o sujeito e o coletivo, foi analisado o trabalho do psicólogo no ambiente hospitalar. Outro conceito usado no âmbito profissional dos psicólogos hospitalares foi o Bem-Estar Subjetivo, que se refere à avaliação que um indivíduo faz da sua satisfação geral com a própria vida e sobre a sensação de ter experimentado mais afetos positivos do que negativos durante toda a sua vida. Auxiliando a análise deste profissional acrescenta-se o processo cognitivo da autoconsciência, que é um processo de autofocalização, no qual o self tem a capacidade de refletir sobre si mesmo. Somado a isso, utilizou-se o conceito de sentido de trabalho deste profissional, que é definido como o entendimento dos trabalhadores daquilo que eles fazem no trabalho assim como a relevância do que eles realmente executam. A presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as relações entre a autoconsciência, o poder de agir, sentido de trabalho e o bem-estar na atividade laboral dos psicólogos hospitalares, e mais especificamente, buscou: (a) analisar quais são os sentidos de trabalho dos psicólogos hospitalares; (b) identificar o gênero profissional e o estilo dos psicólogos hospitalares; (c) analisar o poder de agir do psicólogo hospitalar no contexto de trabalho; (d) identificar o nível de bem-estar e os fatores que geram esse aspecto nos psicólogos hospitalares; (e) verificar os níveis e os tipos de autoconsciência entre os psicólogos hospitalares. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa com métodos mistos, que combinam abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa em uma mesma investigação. A metodologia adotada no primeiro momento foi o uso de escalas psicométricas e informações quantificadas para investigação das interrelações entre todos os aspectos do estudo e a resposta livre de um questionário com a pergunta-eliciadora sobre os sentidos da atividade em psicologia hospitalar: “Qual o sentido do trabalho para você?”. No segundo momento, através da realização de uma entrevista exploratória, colheram-se informações de dois psicólogos, somada a realização de uma dinâmica intitulada “realiza/não realiza” baseando-se na pergunta-eliciadora. Participaram da pesquisa, no primeiro momento, 21 psicólogos de um hospital público da cidade de Recife/PE. Após a realização deste primeiro momento, foram se dispuseram a participar 02 psicólogos deste grupo total para participarem do segundo momento. Os principais resultados da pesquisa foi encontrar as 06 categorias temáticas através da pergunta-eliciadora, que são “a estrutura do atendimento em psicologia”, “a natureza da clínica no contexto hospitalar”, “a identificação e PPgratificação profissional”, “o suporte emocional/cuidado ao outro e relevância social”, “as características do trabalho em psicologia hospitalar” e “a dimensão ética-política”. Sobre o gênero profissional, observou-se uma falta de engajamento aos eventos novos, como o lidar com a pandemia, e sobre o estilo observa-se que, para a residente, é a realização da sua função enquanto psicóloga no suporte emocional ao paciente e para o segundo entrevistado é o processo de identificação com a profissão. No que se refere ao poder de agir, na primeira entrevistada percebeu-se uma restrição na sua liberdade de atuar tanto relacionado a alguma ideia inovadora que quis aplicar exercendo a sua função, impedindo assim a sua atividade, já para o segundo entrevistado, o Hospital proporciona condições para o profissional inovar, resultando no aumento do seu poder de agir. Além disso, no que se refere aos resultados quantitativos, houve correlações entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares e as escalas de autoconsciência, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e a escala de bem-estar subjetivo, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e as categorias temáticas, entre as escalas de autoconsciência/escala de bem-estar subjetivo com as categorias temáticas e as escalas de autoconsciência e a escala de bem-estar subjetivo.


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  • O psicólogo hospitalar é um profissional privilegiado dentro da equipe de saúde, pois detém recursos para lidar com diversas questões de ordem psicológica dos pacientes e seus familiares. Desse modo, partindo-se do enfoque da Clínica da Atividade, que é uma metodologia de ação para mudar o trabalho e que propõe meios de agir sobre as relações entre atividade e subjetividade, e sobre o sujeito e o coletivo, foi analisado o trabalho do psicólogo no ambiente hospitalar. Outro conceito usado no âmbito profissional dos psicólogos hospitalares foi o Bem-Estar Subjetivo, que se refere à avaliação que um indivíduo faz da sua satisfação geral com a própria vida e sobre a sensação de ter experimentado mais afetos positivos do que negativos durante toda a sua vida. Auxiliando a análise deste profissional acrescenta-se o processo cognitivo da autoconsciência, que é um processo de autofocalização, no qual o self tem a capacidade de refletir sobre si mesmo. Somado a isso, utilizou-se o conceito de sentido de trabalho deste profissional, que é definido como o entendimento dos trabalhadores daquilo que eles fazem no trabalho assim como a relevância do que eles realmente executam. A presente pesquisa teve como objetivo geral investigar as relações entre a autoconsciência, o poder de agir, sentido de trabalho e o bem-estar na atividade laboral dos psicólogos hospitalares, e mais especificamente, buscou: (a) analisar quais são os sentidos de trabalho dos psicólogos hospitalares; (b) identificar o gênero profissional e o estilo dos psicólogos hospitalares; (c) analisar o poder de agir do psicólogo hospitalar no contexto de trabalho; (d) identificar o nível de bem-estar e os fatores que geram esse aspecto nos psicólogos hospitalares; (e) verificar os níveis e os tipos de autoconsciência entre os psicólogos hospitalares. Para isso, foi desenvolvida uma pesquisa com métodos mistos, que combinam abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa em uma mesma investigação. A metodologia adotada no primeiro momento foi o uso de escalas psicométricas e informações quantificadas para investigação das interrelações entre todos os aspectos do estudo e a resposta livre de um questionário com a pergunta-eliciadora sobre os sentidos da atividade em psicologia hospitalar: “Qual o sentido do trabalho para você?”. No segundo momento, através da realização de uma entrevista exploratória, colheram-se informações de dois psicólogos, somada a realização de uma dinâmica intitulada “realiza/não realiza” baseando-se na pergunta-eliciadora. Participaram da pesquisa, no primeiro momento, 21 psicólogos de um hospital público da cidade de Recife/PE. Após a realização deste primeiro momento, foram se dispuseram a participar 02 psicólogos deste grupo total para participarem do segundo momento. Os principais resultados da pesquisa foi encontrar as 06 categorias temáticas através da pergunta-eliciadora, que são “a estrutura do atendimento em psicologia”, “a natureza da clínica no contexto hospitalar”, “a identificação e PPgratificação profissional”, “o suporte emocional/cuidado ao outro e relevância social”, “as características do trabalho em psicologia hospitalar” e “a dimensão ética-política”. Sobre o gênero profissional, observou-se uma falta de engajamento aos eventos novos, como o lidar com a pandemia, e sobre o estilo observa-se que, para a residente, é a realização da sua função enquanto psicóloga no suporte emocional ao paciente e para o segundo entrevistado é o processo de identificação com a profissão. No que se refere ao poder de agir, na primeira entrevistada percebeu-se uma restrição na sua liberdade de atuar tanto relacionado a alguma ideia inovadora que quis aplicar exercendo a sua função, impedindo assim a sua atividade, já para o segundo entrevistado, o Hospital proporciona condições para o profissional inovar, resultando no aumento do seu poder de agir. Além disso, no que se refere aos resultados quantitativos, houve correlações entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares e as escalas de autoconsciência, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e a escala de bem-estar subjetivo, entre os aspectos do ambiente laboral dos psicólogos hospitalares/variáveis sociodemográficas e as categorias temáticas, entre as escalas de autoconsciência/escala de bem-estar subjetivo com as categorias temáticas e as escalas de autoconsciência e a escala de bem-estar subjetivo.

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  • LUCAS NONATO SOUZA E SILVA
  • AUTOCONSCIÊNCIA, BURNOUT E RISCO À PSICOPATOLOGIA: SENTIDOS DA DOCÊNCIA EM PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • JORGE ARTUR PECANHA DE MIRANDA COELHO
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • Data: 24/02/2022

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  • Esta pesquisa trata sobre as interrelações entre a autoconsciência, Burnout, as psicopatologias e os sentidos que a docência tem para professores universitários, no Estado de Pernambuco. O estudo se situa num cenário que busca entender quais as relações da autoconsciência, e como afeta a vida dos indivíduos, em especial, no contexto laboral, um campo ainda pouco estudado, bem como, procura perceber as ligações entre os construtos cognitivos e a produção de sentido. Desta pesquisa participaram 102 docentes do ensino superior pertencentes a instituições públicas ou privadas do estado de Pernambuco. Os participantes foram recrutados por meio de um protocolo online, no qual constavam os seguintes instrumentos: Pergunta fenomenológica sobre os sentidos da docência; Inventário de Burnout de Maslach (MBI); Escala de Avaliação de Sintomas (EAS-40); Escala de Autoconsciência Situacional (EAS); Escala de Autoconsciência Disposicional (EAD); Escala de Autoconsciência Revisada (EAC-R); Questionário de Ruminação-Reflexão (QRR); e, Questionário Sociodemográfico. Os dados
    coletados foram analisados, em um primeiro momento qualitativamente, por meio da Análise Temática. Nessa etapa, descobriu-se categorias que diziam respeito às particularidades estruturais do trabalho docente, a satisfação com o trabalho e a aspectos negativos da docência. Posteriormente, os dados das escalas foram analisados por meio de coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas e da organização da atividade docente. Na etapa seguinte, foi realizada uma Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) cotejada com o método das variáveis externas como pontos, utilizando as informações dos passos anteriores. Por fim, foram feitos modelos de regressão linear relacionando satisfação
    com o trabalho, autoconsciência, Burnout e sintomatologia psicopatológica. Ao final, encontrou-se correlações positivas entre a autoconsciência ruminativa, os fatores da Síndrome de Burnout e a sintomatologia psicopatológica, onde a autoconsciência parece ter um papel estruturante nessa relação, além da influência desses fatores na produção de sentido. Espera-se que, com esta pesquisa se possa deixar conhecimentos pertinentes e fomentadores para as áreas da autoconsciência e da cognição, pois entra em questões ainda poucos exploradas relacionadas ao campo laboral, e sirva como estimulante para outras pesquisas.


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  • Esta pesquisa trata sobre as interrelações entre a autoconsciência, Burnout, as psicopatologias e os sentidos que a docência tem para professores universitários, no Estado de Pernambuco. O estudo se situa num cenário que busca entender quais as relações da autoconsciência, e como afeta a vida dos indivíduos, em especial, no contexto laboral, um campo ainda pouco estudado, bem como, procura perceber as ligações entre os construtos cognitivos e a produção de sentido. Desta pesquisa participaram 102 docentes do ensino superior pertencentes a instituições públicas ou privadas do estado de Pernambuco. Os participantes foram recrutados por meio de um protocolo online, no qual constavam os seguintes instrumentos: Pergunta fenomenológica sobre os sentidos da docência; Inventário de Burnout de Maslach (MBI); Escala de Avaliação de Sintomas (EAS-40); Escala de Autoconsciência Situacional (EAS); Escala de Autoconsciência Disposicional (EAD); Escala de Autoconsciência Revisada (EAC-R); Questionário de Ruminação-Reflexão (QRR); e, Questionário Sociodemográfico. Os dados
    coletados foram analisados, em um primeiro momento qualitativamente, por meio da Análise Temática. Nessa etapa, descobriu-se categorias que diziam respeito às particularidades estruturais do trabalho docente, a satisfação com o trabalho e a aspectos negativos da docência. Posteriormente, os dados das escalas foram analisados por meio de coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas e da organização da atividade docente. Na etapa seguinte, foi realizada uma Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) cotejada com o método das variáveis externas como pontos, utilizando as informações dos passos anteriores. Por fim, foram feitos modelos de regressão linear relacionando satisfação
    com o trabalho, autoconsciência, Burnout e sintomatologia psicopatológica. Ao final, encontrou-se correlações positivas entre a autoconsciência ruminativa, os fatores da Síndrome de Burnout e a sintomatologia psicopatológica, onde a autoconsciência parece ter um papel estruturante nessa relação, além da influência desses fatores na produção de sentido. Espera-se que, com esta pesquisa se possa deixar conhecimentos pertinentes e fomentadores para as áreas da autoconsciência e da cognição, pois entra em questões ainda poucos exploradas relacionadas ao campo laboral, e sirva como estimulante para outras pesquisas.

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  • AMANDA PEREIRA DE ALBUQUERQUE
  • PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA COGNITIVAACERCA DE COMO CRIANÇAS
    DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL COMPREENDEM O BULLYING ESCOLAR

  • Orientador : SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ISABELLE DINIZ CERQUEIRA LEITE
  • JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • MARIA TERESA BARROS FALCAO COELHO
  • Data: 24/02/2022

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  • O bullying refere-se às ações intencionais e de forma repetida que envolve comportamentos de agressão, ameaças, exclusão ou zombaria entre os pares. Por ser um fenômeno relacional e complexo, costuma se apresentar dissolvido nas relações entre crianças e adolescentes no cotidiano escolar, podendo até ser entendido como uma fase “normal” do desenvolvimento. Pesquisas publicadas no Brasil têm apenas investigado os adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 19 anos, quando essas práticas são mais evidentes. Poucos estudos no Brasil tomaram o bullying infantil como objeto de estudo. Diante disso, o objetivo do estudo foi investigar como o bullying escolar aparece no cotidiano de crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental (com idade entre 6 e 7 anos) – a partir de narrativas e contação de história que geraram desenhos representativos do cotidiano escolar dessas crianças, elaborando um jogo de pesquisa pautado na ludicidade e nos usos da linguagem. Com base teórica ancorada na Psicologia Cultural, o estudo articulou os processos de produção de sentidos da vida diária das crianças com a compreensão das rupturas e dos padrões de suas ações no cotidiano escolar, permitindo que os sujeitos falassem e pudessem fazer elaborações sobre as relações com seus pares do cenário educacional, com o mundo e com possíveis situações de bullying escolar. O estudo foi realizado com 16 crianças (6 a 7 anos) de escolas particulares do estado de Pernambuco-Brasil. Por meio de entrevistas semiestruturadas individuais que aconteceram através de videochamadas e que seguiu os passos de um roteiro de criado para esta pesquisa, as crianças foram convidadas a realizar desenhos e produzir narrativas sobre o seu cotidiano escolar. Nesta mesma entrevista, elas ouviram e discutiram sobre uma história de bullying escolar, contada e criada pela pesquisadora, na perspectiva da pesquisa-intervenção, e posteriormente, produziram mais um desenho sobre uma situação de bullying vivenciado ou testemunhado. Após a transcrição dos dados produzidos a partir das narrativas das crianças sobre os desenhos, os dados foram analisados por meio de uma análise temática dos conteúdos organizada em um quadro no excel com base em estudos sobre bullying escolar. Os resultados apontaram para a ocorrência de experiências de bullying no cotidiano escolar das crianças, neste caso, anteriores à pandemia do COVID-19. Situações de bullying indireto, físico e verbal foram identificadas nas narrativas dos participantes. As crianças também apresentaram compreensão sobre as situações de bullying relatadas na contação de história, e algumas se reconhecem nessas situações, como vítimas ou testemunhas, após este caminho metodológico. Os dados apontaram que as narrativas das crianças situam a ocorrência bullying no seu cotidiano escolar infantil, bem como, elas se sentem afetadas ou prejudicadas por estes eventos relacionais. Tal evidência, sugere a importância de mais estudos sobre o tema e de ações preventivas, e especialmente de caráter interventivo para o público infantil que nos indicou vivenciar violência escolar, neste caso, o bullying infantil.


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  • O bullying refere-se às ações intencionais e de forma repetida que envolve comportamentos de agressão, ameaças, exclusão ou zombaria entre os pares. Por ser um fenômeno relacional e complexo, costuma se apresentar dissolvido nas relações entre crianças e adolescentes no cotidiano escolar, podendo até ser entendido como uma fase “normal” do desenvolvimento. Pesquisas publicadas no Brasil têm apenas investigado os adolescentes, na faixa etária dos 10 aos 19 anos, quando essas práticas são mais evidentes. Poucos estudos no Brasil tomaram o bullying infantil como objeto de estudo. Diante disso, o objetivo do estudo foi investigar como o bullying escolar aparece no cotidiano de crianças do primeiro ano do Ensino Fundamental (com idade entre 6 e 7 anos) – a partir de narrativas e contação de história que geraram desenhos representativos do cotidiano escolar dessas crianças, elaborando um jogo de pesquisa pautado na ludicidade e nos usos da linguagem. Com base teórica ancorada na Psicologia Cultural, o estudo articulou os processos de produção de sentidos da vida diária das crianças com a compreensão das rupturas e dos padrões de suas ações no cotidiano escolar, permitindo que os sujeitos falassem e pudessem fazer elaborações sobre as relações com seus pares do cenário educacional, com o mundo e com possíveis situações de bullying escolar. O estudo foi realizado com 16 crianças (6 a 7 anos) de escolas particulares do estado de Pernambuco-Brasil. Por meio de entrevistas semiestruturadas individuais que aconteceram através de videochamadas e que seguiu os passos de um roteiro de criado para esta pesquisa, as crianças foram convidadas a realizar desenhos e produzir narrativas sobre o seu cotidiano escolar. Nesta mesma entrevista, elas ouviram e discutiram sobre uma história de bullying escolar, contada e criada pela pesquisadora, na perspectiva da pesquisa-intervenção, e posteriormente, produziram mais um desenho sobre uma situação de bullying vivenciado ou testemunhado. Após a transcrição dos dados produzidos a partir das narrativas das crianças sobre os desenhos, os dados foram analisados por meio de uma análise temática dos conteúdos organizada em um quadro no excel com base em estudos sobre bullying escolar. Os resultados apontaram para a ocorrência de experiências de bullying no cotidiano escolar das crianças, neste caso, anteriores à pandemia do COVID-19. Situações de bullying indireto, físico e verbal foram identificadas nas narrativas dos participantes. As crianças também apresentaram compreensão sobre as situações de bullying relatadas na contação de história, e algumas se reconhecem nessas situações, como vítimas ou testemunhas, após este caminho metodológico. Os dados apontaram que as narrativas das crianças situam a ocorrência bullying no seu cotidiano escolar infantil, bem como, elas se sentem afetadas ou prejudicadas por estes eventos relacionais. Tal evidência, sugere a importância de mais estudos sobre o tema e de ações preventivas, e especialmente de caráter interventivo para o público infantil que nos indicou vivenciar violência escolar, neste caso, o bullying infantil.

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  • THAÍSSY DOS SANTOS NASCIMENTO
  • COMPETÊNCIAS EMOCIONAIS, ALTERAÇÕES DE HUMOR E CRENÇAS DE EFICÁCIA EM PROFESSORES DO ENSINO PÚBLICO

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANGÉLICA MARIA FERREIRA DE MELO CASTRO
  • CANDY ESTELLE MARQUES LAURENDON
  • KARINA DA SILVA OLIVEIRA
  • Data: 01/04/2022

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  • As diversas mudanças sociais e comportamentais vividas atualmente sugerem a necessidade de uma reflexão sobre o sistema educacional vigente no Brasil, reforçando o papel social das escolas na formação de seus educandos para o exercício da cidadania. Percebe-se um progressivo interesse na investigação do papel das emoções na educação ao se referir a sua importância para o sucesso interpessoal, tanto quanto para o próprio processo de ensino e aprendizagem, com isso os avanços nas investigações das questões emocionais que permeiam o ambiente escolar auxiliam na busca por novos meios de cuidado para aqueles que ali convivem. Os professores são alguns dos principais agentes práticos na promoção de conhecimentos cognitivos e comportamentais. Eles carecem de muitas competências emocionais que auxiliam a gerir as situações que os rodeiam e a transmitir segurança e confiança aos seus alunos, independente da disciplina ministrada. Nesse sentido, a presente pesquisa partiu do questionamento de como as competências emocionais dos professores impactarão tanto a forma como ele lida com suas próprias emoções e estados de humor, quanto com as crenças sobre suas próprias competências para ensinar. O objetivo do presente trabalho é avaliar as relações da inteligência emocional com as alterações de humor ao longo do ano e as crenças de eficácia de professores da Rede Pública de Ensino de Pernambuco.A amostra foi composta por 51 participantes, professores do ensino público de Pernambuco, que responderam os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Inventário de Competências Emocionais (ICER), Crenças de Eficácia de Professores e Medidor de Humor (Mood-Meter). Com vistas a alcançar os objetivos propostos, foram realizados os cálculos dos coeficientes Alfa de Crombach, Ômega de Mcdonald e a Correlação de Pearson. Como resultado observou-se que foram encontradas correlações positivas e significativas entre inteligência emocional e autoeficácia, inteligência emocional e alterações de humor e crenças de eficácia e alterações de humor.


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  • As diversas mudanças sociais e comportamentais vividas atualmente sugerem a necessidade de uma reflexão sobre o sistema educacional vigente no Brasil, reforçando o papel social das escolas na formação de seus educandos para o exercício da cidadania. Percebe-se um progressivo interesse na investigação do papel das emoções na educação ao se referir a sua importância para o sucesso interpessoal, tanto quanto para o próprio processo de ensino e aprendizagem, com isso os avanços nas investigações das questões emocionais que permeiam o ambiente escolar auxiliam na busca por novos meios de cuidado para aqueles que ali convivem. Os professores são alguns dos principais agentes práticos na promoção de conhecimentos cognitivos e comportamentais. Eles carecem de muitas competências emocionais que auxiliam a gerir as situações que os rodeiam e a transmitir segurança e confiança aos seus alunos, independente da disciplina ministrada. Nesse sentido, a presente pesquisa parte do questionamento de como as competências emocionais dos professores
    impactarão tanto a forma como ele lida com suas próprias emoções e estados de humor, quanto com as crenças sobre suas próprias competências para ensinar. O objetivo do presente projeto é avaliar as relações da inteligência emocional com as alterações de humor ao longo do ano e as crenças de eficácia de professores da Rede Pública de Ensino de Pernambuco. Especificamente, pretende-se (1) verificar as relações entre inteligência emocional e as alterações de humor de professores do ensino público ao longo do ano; (2) verificar as relações entre inteligência emocional e as crenças de eficácia de professores do ensino público; (3) verificar se as variações de humor entre o início e o final do ano em professores do ensino público, podem ser preditas pela inteligência emocional e crenças de eficácia. Farão parte da pesquisa 100 professores, de ambos os gêneros, da rede pública de ensino e que responderão os seguintes instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Inventário
    de Competências emocionais (ICE), Crenças de Eficácia de Professores e Mood-Metter. Com vistas a alcançar os objetivos propostos serão realizadas análises de correlação de Pearson entre os fatores avaliados pelos instrumentos propostos e de regressão linear múltipla para predizer alterações de humor.

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  • BRENDA LORRENNE DUNGA DE OLIVEIRA
  • IMAGINAÇÃO COMO EXPANSÃO DA EXPERIÊNCIA: um estudo com uma idosa sobre sua vivência na pandemia da COVID-19

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KATIA MAHEIRIE
  • ANDREA PAULA PANTOJA GARVEY
  • WEDNA CRISTINA MARINHO GALINDO
  • Data: 28/06/2022

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  • O objetivo deste estudo foi investigar como se desenvolvem os processos imaginativos de uma pessoa idosa sobre a vida após a vivência da pandemia da COVID-19. Os idosos compõem um dos principais grupos de risco para o agravamento e falecimento em função da infecção respiratória causada pelo coronavírus, diante disso houve o imperativo de pesquisas e estratégias para o cuidado e prevenção com a saúde física e mental dessa população. Consideramos a imaginação um processo cognitivo central no enfrentamento de momentos de crises e rupturas, esta é uma função mental superior que pode possibilitar a adaptação considerando as limitações e potencialidade sociais e culturais no mundo em que estamos inseridos. Adotamos a perspectiva teórica proposta por Zittoun e colaboradores sobre o modelo de “loop” imaginativo, aqui adaptado para o contexto e língua brasileira é chamado de ciclo dinâmico imaginativo, no qual a imaginação nos permite transitar entre passado, presente e futuro, e está relacionada a corporeidade e mobilidade, de forma a possibilitar a expansão da experiência com base em aprendizados do passado ou desejos para o futuro. O presente trabalho trata-se de um estudo de caso, de modelo idiográfico, que utilizou como instrumentos três entrevistas semi-estruturadas, e a construção da ferramenta “Álbum: Era uma vez a vida com a pandemia”, e se desenvolveu em três etapas que ocorram de forma remota através de encontros mediados pelo Google Meet. Os dados apresentados foram construídos junto com uma participante, de codinome Libélula, de 73 anos e residente em Camaragibe - Pernambuco. A análise foi realizada de acordo com os conceitos teóricos desenvolvidos por Zittoun e Gillespie (2016), Gfeller e Zittoun (2020) e Zittoun (2020). Identificou-se que Libélula realizou 18 ciclos dinâmicos imaginativos a maioria apresentou temporalidade direcionada para o passado, generalidade específica, plausibilidade possível dentro do seu contexto sociocultural e a corporeidade envolveu imaginações tanto sobre seu corpo quanto sobre o corpo do outro. A participante realizou adaptações em suas esferas de experiência para manter seu senso de auto-continuidade e se adaptar à realidade, identificando assim aspectos protetivos e criativos desenvolvidos por ela, como a realização atividades prazerosas como meditação e cultivo de uma horta, além da importância de sua rede de apoio e do uso de redes sociais como Whatsapp para manter suas relações sociais. Além disso foi possível conhecer as modalidades simbólicas e geográficas da participante e como estas foram afetadas pela experiência da pandemia, ora sendo restringidas ora sendo expandidas conforme os diferentes momentos da pandemia. Espera-se contribuir com esse estudo para a Psicologia Cognitiva tanto no que diz respeito a metodologias para construção e coleta de dados de forma remota, quanto corroborando para construção e fortalecimento de teorias sobre o processo cognitivo da imaginação em diversos contextos e cenários.


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  • O objetivo deste estudo foi investigar como se desenvolvem os processos imaginativos de uma pessoa idosa sobre a vida após a vivência da pandemia da COVID-19. Os idosos compõem um dos principais grupos de risco para o agravamento e falecimento em função da infecção respiratória causada pelo coronavírus, diante disso houve o imperativo de pesquisas e estratégias para o cuidado e prevenção com a saúde física e mental dessa população. Consideramos a imaginação um processo cognitivo central no enfrentamento de momentos de crises e rupturas, esta é uma função mental superior que pode possibilitar a adaptação considerando as limitações e potencialidade sociais e culturais no mundo em que estamos inseridos. Adotamos a perspectiva teórica proposta por Zittoun e colaboradores sobre o modelo de “loop” imaginativo, aqui adaptado para o contexto e língua brasileira é chamado de ciclo dinâmico imaginativo, no qual a imaginação nos permite transitar entre passado, presente e futuro, e está relacionada a corporeidade e mobilidade, de forma a possibilitar a expansão da experiência com base em aprendizados do passado ou desejos para o futuro. O presente trabalho trata-se de um estudo de caso, de modelo idiográfico, que utilizou como instrumentos três entrevistas semi-estruturadas, e a construção da ferramenta “Álbum: Era uma vez a vida com a pandemia”, e se desenvolveu em três etapas que ocorram de forma remota através de encontros mediados pelo Google Meet. Os dados apresentados foram construídos junto com uma participante, de codinome Libélula, de 73 anos e residente em Camaragibe - Pernambuco. A análise foi realizada de acordo com os conceitos teóricos desenvolvidos por Zittoun e Gillespie (2016), Gfeller e Zittoun (2020) e Zittoun (2020). Identificou-se que Libélula realizou 18 ciclos dinâmicos imaginativos a maioria apresentou temporalidade direcionada para o passado, generalidade específica, plausibilidade possível dentro do seu contexto sociocultural e a corporeidade envolveu imaginações tanto sobre seu corpo quanto sobre o corpo do outro. A participante realizou adaptações em suas esferas de experiência para manter seu senso de auto-continuidade e se adaptar à realidade, identificando assim aspectos protetivos e criativos desenvolvidos por ela, como a realização atividades prazerosas como meditação e cultivo de uma horta, além da importância de sua rede de apoio e do uso de redes sociais como Whatsapp para manter suas relações sociais. Além disso foi possível conhecer as modalidades simbólicas e geográficas da participante e como estas foram afetadas pela experiência da pandemia, ora sendo restringidas ora sendo expandidas conforme os diferentes momentos da pandemia. Espera-se contribuir com esse estudo para a Psicologia Cognitiva tanto no que diz respeito a metodologias para construção e coleta de dados de forma remota, quanto corroborando para construção e fortalecimento de teorias sobre o processo cognitivo da imaginação em diversos contextos e cenários.

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  • RENATA PALHARES FERREIRA
  • ANÁLISE DE ERROS EM PROBLEMAS DE COMBINATÓRIA COM INVARIANTES IMPLÍCITOS E EXPLÍCITOS RESOLVIDOS POR CRIANÇAS

  • Orientador : JULIANA FERREIRA GOMES DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JULIANA AZEVEDO MONTENEGRO
  • LIANNY MILENNA DE SA MELO
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • Data: 30/06/2022

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  • O raciocínio combinatório desempenha um importante papel no desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes. O presente estudo, fundamentado na teoria dos campos conceituais, investigou o efeito da explicitação dos invariantes nos erros empregados por crianças na resolução de problemas de arranjo, permutação e combinação em duas condições: com enunciados que explicitavam os invariantes ou com enunciados que deixavam os invariantes implícitos. O estudo foi construído a partir do banco de dados de Silva e colaboradores (2017), composto por 60 protocolos de crianças, de ambos os sexos, estudantes do 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Maceió-AL, as quais foram divididas em três grupos com vinte crianças. Cada grupo respondeu a quatro problemas de um tipo de situação combinatória, sendo dois com invariantes implícitos e dois com invariantes explícitos. A análise qualitativa identificou cinco tipos de raciocínio envolvidos nas respostas inadequadas e comuns às três situações combinatórias. De maneira geral, os resultados indicam que a condição de explicitação dos invariantes denotou qualitativamente, respostas mais elaboradas, em razão da sofisticação cognitiva. A análise estatística confirmou as diferenças de distribuição dos tipos de erros em função da condição implícita e explícita. Esses resultados trazem contribuições para o campo da psicologia cognitiva, relativas à compreensão da organização intelectual de crianças dos anos iniciais no tocante aos mecanismos de aquisição do conhecimento combinatório, como também para o campo da educação matemática.


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  • O presente trabalho tem por objetivo analisar o raciocínio empregado por crianças na resolução incorreta de problemas de combinatória em situações com invariantes implícitos e explícitos. Arranjo, combinação e permutação serão os tipos de problemas combinatórios abordados neste estudo. Com fundamentação na teoria dos campos conceituais, avalia-se o efeito da explicitação dos invariantes de ordem, repetição e esgotamento no raciocínio de crianças. Ressalta-se a escassez de estudos que comparem problemas explícitos e implícitos nas três situações combinatórias com foco na análise do erro. Em razão da Pandemia COVID 19 e da necessidade de isolamento social social, optou se por fazer uso de um banco de dados constituído em pesquisa anterior, composto por 60 protocolos de crianças, de ambos os sexos, estudantes do 4º ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de Maceió AL. Para o presente estudo, as crianças serão divididas em três grupos, com vinte participantes em cada. O grupo A será composto por crianças que resolveram problemas de arranjo, o Grupo B por crianças que resolveram problemas de permutação e o grupo C por crianças que resolveram problemas de combinação. Em cada grupo, quatro problemas foram resolvidos, sendo dois com invariantes explícitos no enunciado e dois com invariantes implícitos. A partir dos protocolos transcritos, pretende se fazer uma análise das respostas incorretas, com intuito de compreender e gerar uma possível classificação dos erros encontrados. A classificação será feita em função do tipo de problema (arranjo, permutação e combinação) e da situação-problema (implícita/prototípica ou explícita). Testes estatísticos no programa SPSS PC (Statistical Package for Social Sciences), poderão ser feitos para comparação entre grupos e situações problema. Acredita se que tal investigação pode trazer contribuições para o campo da psicologia cognitiva, quando da compreensão da lógica da organização intelectual das crianças nos anos iniciais no tocante aos mecanismos de aquisição do conhecimento combinatório. Os resultados podem trazer, também, contribuições para o campo da educação matemática.

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  • BÁRBARA FERNANDA CUNHA DE ABRÊU
  • NUDGING E GAMIFICAÇÃO NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO: um estudo de intervenção para prevenir e controlar a covid-19

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SUELY APARECIDA DO NASCIMENTO MASCARENHAS
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • ESTEFÂNEA ELIDA DA SILVA GUSMÃO
  • Data: 19/08/2022

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  • No atual contexto de pandemia decorrente do novo coronavírus (Covid-19), surge uma série de desafios para todos os países do mundo. Apesar da ampliação do processo de vacinação, a doença ainda não está controlada, tornando imprescindível aprender a “conviver com o vírus” circulando em sociedade. Em meio à crise sanitária, vivencia-se também a disseminação de fake news, que induzem os indivíduos a um quadro de negacionismo e escolhas ruins. Neste cenário, conhecer os processos que impulsionam o ser humano a tomar decisões é de extrema importância para compreender os mais variados aspectos dos comportamentos dos sujeitos. Segundo os estudos de Thaler e Sunstein (2008), as formas como as alternativas de uma determinada escolha são apresentadas podem ajudar as pessoas a ter boas atitudes, e pequenos empurrões – “nudges” – facilitam o reconhecimento das melhores opções. Com o aumento do uso das plataformas digitais, se faz necessário entender os comportamentos reproduzidos digitalmente no cenário hipercultural e a influência dos nudges no
    ambiente on-line. A técnica da gamificação também se destaca nesse panorama, sendo utilizada em diferentes situações para promover aprendizagens e induzir comportamentos. Assim, pensando no contexto pandêmico, essa pesquisa tem como objetivo analisar a Teoria de Nudges no processo de tomada de decisão, bem como elaborar estratégias digitais, através de “nudging” e “gamificação”, para contribuir com a prevenção e o controle da covid-19 no Brasil. A pesquisa contou com a participação de 160 jovens brasileiros e foi desenvolvida a partir do método experimental e de intervenção, visando provocar mudanças nos grupos submetidos a investigação; comparando os resultados pré-teste/ pós-teste, para auxiliar no combate desta, e de futuras epidemias. O presente estudo revelou dados importantes após a aplicação das situações experimentais, sendo constatado um
    aumento no nível de conhecimento dos participantes, e a diminuição de crenças em ideias conspiratórias sobre a covid-19.


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  • No atual contexto de pandemia decorrente do novo coronavírus (Covid-19), surge uma série de desafios para todos os países do mundo. Apesar da ampliação do processo de vacinação, a doença ainda não está controlada, tornando imprescindível aprender a “conviver com o vírus” circulando em sociedade. Em meio à crise sanitária, vivencia-se também a disseminação de fake news, que induzem os indivíduos a um quadro de negacionismo e escolhas ruins. Neste cenário, conhecer os processos que impulsionam o ser humano a tomar decisões é de extrema importância para compreender os mais variados aspectos dos comportamentos dos sujeitos. Segundo os estudos de Thaler e Sunstein (2008), as formas como as alternativas de uma determinada escolha são apresentadas podem ajudar as pessoas a ter boas atitudes, e pequenos empurrões – “nudges” – facilitam o reconhecimento das melhores opções. Com o aumento do uso das plataformas digitais, se faz necessário entender os comportamentos reproduzidos digitalmente no cenário hipercultural e a influência dos nudges no
    ambiente on-line. A técnica da gamificação também se destaca nesse panorama, sendo utilizada em diferentes situações para promover aprendizagens e induzir comportamentos. Assim, pensando no contexto pandêmico, essa pesquisa tem como objetivo analisar a Teoria de Nudges no processo de tomada de decisão, bem como elaborar estratégias digitais, através de “nudging” e “gamificação”, para contribuir com a prevenção e o controle da covid-19 no Brasil. A pesquisa contou com a participação de 160 jovens brasileiros e foi desenvolvida a partir do método experimental e de intervenção, visando provocar mudanças nos grupos submetidos a investigação; comparando os resultados pré-teste/ pós-teste, para auxiliar no combate desta, e de futuras epidemias. O presente estudo revelou dados importantes após a aplicação das situações experimentais, sendo constatado um
    aumento no nível de conhecimento dos participantes, e a diminuição de crenças em ideias conspiratórias sobre a covid-19.

Teses
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  • RAQUEL CORDEIRO NOGUEIRA LIMA
  • IMPACTOS DA DISCIPLINA ‘ARGUMENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO’ (DAE) NA COMPETÊNCIA ARGUMENTATIVA E NO MANEJO DE METODOLOGIAS POTENCIALMENTE ARGUMENTATIVAS POR FUTUROS PROFESSORES

  • Orientador : SELMA LEITAO SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONIA LARRAÍN SUTIL
  • GABRIEL FORTES CAVALCANTI DE MACEDO
  • ISABEL CRISTINA MICHELAN DE AZEVEDO
  • KATIA CALLIGARIS RODRIGUES
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • Data: 27/01/2022

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  • O presente estudo propõe investigar os impactos da participação de futuros pedagogos na Disciplina 'Argumentação na Educação' (doravante DAE), realizada durante o período de graduação. A DAE propõe desenvolver nos estudantes as competências necessárias para argumentar, bem como para construir e mediar estratégias didáticas argumentativas em ambientes educacionais. Fundamentam esta proposta a compreensão da argumentação, em suas dimensões cognitiva, discursiva, social e dialógica, como discurso essencial para a construção de conhecimento e habilidades de pensamento, tendo especial relevância no campo da educação e, portanto, na formação docente. Os objetivos específicos deste estudo consistiram em observar os impactos da DAE na competência argumentativa, bem como na apropriação dos saberes docentes relacionados ao manejo da argumentação, buscando capturar as transformações possibilitadas no discurso, pensamento e ação com argumentação. Dessa forma, privilegiamos a realização de um estudo microgenético (PUCHE-NAVARRO; OSSA, 2006), através da construção de um estudo de caso com foco idiográfico (YIN, 2001). O corpus se compôs por dados de natureza audiovisual e escrita, construídos durante um semestre letivo e analisados a partir dos seguintes indicadores: a unidade de análise triádica de Leitão (2000), os marcadores discursivos de Schiffrin (1987), os marcadores conversacionais de Marcuschi (1999), os critérios de qualidade da argumentação de Govier (2010), as Ações Discursivas do Professor de De Chiaro e Leitão (2005) e os princípios do Ensino Dialógico de Alexander (2006). As análises permitiram observar impactos importantes da DAE na competência argumentativa, através da potencialização na construção dos elementos A-CA-R, melhoria na qualidade da argumentação construída, além de um refinamento do pensamento reflexivo. Houve também ganhos significativos nos saberes docentes, refletidos no êxito do planejamento e desenho de uma atividade potencialmente argumentativa, no emprego de diversas Ações Discursivas durante a mediação da atividade prática docente, bem como um grau de apropriação dos princípios do Ensino Dialógico. Tais resultados indicam que a combinação dos elementos presentes na DAE (currículo, metodologias, cultura, postura do professor etc.) foi essencial para o desenvolvimento observado no caso.


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  • O presente estudo propõe investigar os impactos da participação de futuros pedagogos na Disciplina 'Argumentação na Educação' (doravante DAE), realizada durante o período de graduação. A DAE propõe desenvolver nos estudantes as competências necessárias para argumentar, bem como para construir e mediar estratégias didáticas argumentativas em ambientes educacionais. Fundamentam esta proposta a compreensão da argumentação, em suas dimensões cognitiva, discursiva, social e dialógica, como discurso essencial para a construção de conhecimento e habilidades de pensamento, tendo especial relevância no campo da educação e, portanto, na formação docente. Os objetivos específicos deste estudo consistiram em observar os impactos da DAE na competência argumentativa, bem como na apropriação dos saberes docentes relacionados ao manejo da argumentação, buscando capturar as transformações possibilitadas no discurso, pensamento e ação com argumentação. Dessa forma, privilegiamos a realização de um estudo microgenético (PUCHE-NAVARRO; OSSA, 2006), através da construção de um estudo de caso com foco idiográfico (YIN, 2001). O corpus se compôs por dados de natureza audiovisual e escrita, construídos durante um semestre letivo e analisados a partir dos seguintes indicadores: a unidade de análise triádica de Leitão (2000), os marcadores discursivos de Schiffrin (1987), os marcadores conversacionais de Marcuschi (1999), os critérios de qualidade da argumentação de Govier (2010), as Ações Discursivas do Professor de De Chiaro e Leitão (2005) e os princípios do Ensino Dialógico de Alexander (2006). As análises permitiram observar impactos importantes da DAE na competência argumentativa, através da potencialização na construção dos elementos A-CA-R, melhoria na qualidade da argumentação construída, além de um refinamento do pensamento reflexivo. Houve também ganhos significativos nos saberes docentes, refletidos no êxito do planejamento e desenho de uma atividade potencialmente argumentativa, no emprego de diversas Ações Discursivas durante a mediação da atividade prática docente, bem como um grau de apropriação dos princípios do Ensino Dialógico. Tais resultados indicam que a combinação dos elementos presentes na DAE (currículo, metodologias, cultura, postura do professor etc.) foi essencial para o desenvolvimento observado no caso.

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  • FERNANDA MARIA DE LIRA CORREIA
  • VARIÁVEIS COGNITIVAS E SOCIOEMOCIONAIS NA PREDIÇÃO DO DESEMPENHO E DA ADAPTAÇÃO AO ENSINO SUPERIOR

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • THATIANA HELENA DE LIMA
  • EVERSON CRISTIANO DE ABREU MEIRELES
  • BENDITA DONACIANO LOPES
  • EVANDRO MORAIS PEIXOTO
  • SIDCLAY BEZERRA DE SOUZA
  • Data: 25/08/2022

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  • O processo de ingresso no ensino superior provoca nos estudantes universitários uma série de mudanças e desafios que impactam intelectual, pessoal e socialmente, de modo que se torna necessário o desenvolvimento de novas habilidades que possibilitem a adaptação ao contexto acadêmico. A adaptação acadêmica está relacionada à capacidade dos alunos de se integrar ao ensino superior por meio do uso de processos cognitivos, sociais e afetivos. A adaptação ao ensino superior bem-sucedida e o desempenho acadêmico são fatores importantes para a retenção e para o sucesso dos alunos no curso universitário. As habilidades cognitivas são amplamente reconhecidas como variáveis importantes para o sucesso acadêmico, no entanto, é crescente a discussão a respeito da importância das habilidades socioemocionais nos contextos de aprendizagem. Nesse sentido, esta tese objetivou investigar as relações dinâmicas e o poder preditivo de variáveis cognitivas e socioemocionais e do nível socioeconômico na adaptação ao ensino superior e no desempenho acadêmico. As variáveis empregadas no estudo foram divididas em três grupos: cognitivas (inteligência), socioemocionais (traços de personalidade e inteligência emocional) e nível socioeconômico. Participaram do estudo 226 estudantes universitários, predominantemente do gênero feminino (75,7%), Midade=27,5 (DP=9,4), majoritariamente alunos do curso de Psicologia (66,81%). Eles responderam ao questionário socioeconômico, índice de desempenho acadêmico, Questionário de Adaptação ao Ensino Superior (QAES), Prova de Raciocínio Verbal, Teste de Compreensão de Emoções (TCE), Teste de Regulação de Emoções (TRE) e Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (IGFP-5). Foram realizadas análises correlacionais, análises de regressão linear e análises de redes. Os resultados apontam que há uma relação consistente entre adaptação acadêmica e os traços de personalidade, com destaque para o traço de extroversão que foi preditor significativo em todos os fatores do QAES. Com relação ao desempenho acadêmico, foram preditores significativos o fator “adaptação ao estudo” do QAES e o raciocínio verbal. A análise de rede indicou que, dentre as variáveis utilizadas no estudo, o fator “adaptação ao estudo” obteve os melhores índices de centralidade, seguido dos traços de conscienciosidade e abertura. Com base nos resultados encontrados, observa-se a importância do desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais e cognitivas para prevenir dificuldades na adaptação e no desempenho acadêmico. Dessa forma, considera-se que a presente tese fornece informações importantes que podem viabilizar projetos interventivos para os estudantes universitários que podem impactar na retenção dos estudantes e no sucesso acadêmico.


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  • STEFÂNIO RAMALHO DO AMARAL
  • RELAÇÕES ENTRE ARGUMENTAÇÃO E FLEXIBILIDADE COGNITIVA NO ENVELHECIMENTO TÍPICO: um estudo exploratório

  • Orientador : SELMA LEITAO SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • KATIA CALLIGARIS RODRIGUES
  • SYLVIA REGINA DE CHIARO RIBEIRO RODRIGUES
  • ANGELINA NUNES DE VASCONCELOS
  • NANCY LIZETH RAMIREZ RONCANCIO
  • Data: 30/08/2022

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  • A senescência é um conjunto de processos naturais decorrentes do processo de maturidade do ser humano e difere da senilidade, compreendida como um conjunto de transformações patológicas do indivíduo. Este estudo teve como objetivo geral investigar o perfil argumentativo de pessoas idosas com declínios cognitivos típicos (senescentes) participantes da adaptação de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação, com potencial para favorecer a promoção nesta população de flexibilidade cognitivo-argumentativa, compreendida como construto teórico observável empiricamente através de movimentos argumentativos, como antecipação e resposta a perspectivas múltiplas, contrárias e divergentes. A especificidade desta tese está: a) na adaptação para senescentes de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação, e b) na análise discursiva do perfil argumentativo de senescentes, a partir de indicadores discursivos de processos relacionados à flexibilidade cognitivoargumentativa. Participaram 15 pessoas com idade entre 60 e 75 anos, com declínios cognitivos típicos, com escore maior ou igual a 20 pontos no Montreal Cognitive Assessment (MoCA), com autonomia e baixo escore no Inventário Beck de Depressão (BDI). Como método, adaptouse o Modelo do Debate Crítico em quatro ciclos, durante dez sessões, focando quatro tópicos: fake News, inserção da pessoa idosa na sociedade brasileira do século XXI, políticas públicas para a pessoa idosa e finitude. As transcrições das intervenções foram analisadas em duas etapas, através da unidade triádica argumentativa – argumento (ponto de vista e justificativa), contra-argumento e resposta – e com ancoramento em modalizadores discursivos, em busca de indicadores discursivos de flexibilidade cognitivo-argumentativa. Na microanálise – análises minuciosas e detalhadas, que servem como exemplo das análises realizadas no corpus – foram selecionados intencionalmente dois participantes que estiveram em todas as dez sessões. Na macroanálise, foram selecionados intencionalmente seis participantes que tiveram frequência superior a sete sessões, em busca de possíveis transformações na frequência dos indicadores discursivos durante a intervenção. Ao comparar o início e o fim da intervenção, as análises indicaram tendência ao aumento da densidade de movimentos flexibilizadores e à diminuição de movimentos conservadores. Estes resultados sugerem possíveis impactos do programa de intervenção na cognição dos participantes, especificamente quanto à reflexão, antecipação e consideração de perspectivas divergentes.


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  • Este estudo teve como objetivo geral investigar empiricamente o potencial de estimulação cognitiva, especificamente em processos relacionados à flexibilidade cognitiva, de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação para pessoas idosas com declínios cognitivos típicos (senescentes). A senescência, conjunto de processos naturais decorrentes do processo de maturidade do ser humano, difere da senilidade, conjunto de transformações patológicas do indivíduo, como a demência. A especificidade desta tese está na adaptação e análise de possíveis impactos cognitivos de um programa sistemático de estimulação cognitiva focado em argumentação, com duração de dez sessões semanais, que teve como método uma adaptação do Modelo do Debate Crítico. Foram trabalhados quatro tópicos de duas categorias: transversal – fake News; e geracional – inserção da pessoa idosa na sociedade brasileira do século XXI, políticas públicas para a pessoa idosa e finitude. Participaram 15 pessoas entre 60 e 75 anos, com declínios cognitivos típicos, com escore maior ou igual a 20 pontos no Montreal Cognitive Assessment (MoCA), com autonomia e baixo escore no Inventário Beck de Depressão (BDI). Para a microanálise, foram selecionados intencionalmente os seis participantes que tiveram frequência superior a 70%. As transcrições das sessões foram analisadas discursivamente através da tríade argumentativa – argumento (ponto de vista e justificativa), contra-argumento e resposta, em busca de indicadores discursivos de flexibilidade cognitiva, construto teórico observável empiricamente através da antecipação e resposta a perspectivas múltiplas, contrárias e divergentes. A macroanálise buscou possíveis transformações nos usos dos indicadores discursivos durante a intervenção. As análises indicaram aumento da densidade de movimentos argumentativos durante a intervenção, principalmente contra-argumentos, respostas e autoargumentação; e em ciclos que focaram em temas geracionais. Correlaciona-se este aumento como um indicador discursivo do impacto treino da flexibilidade cognitiva, sugerindo maior tendência dos participantes a produção e consideração de perspectivas divergentes.

4
  • RODRIGO OLIVEIRA DAMASCENO
  • SENTIDOS DA PANDEMIA DO CORONAVÍRUS E AUTOCONSCIÊNCIA NA POPULAÇÃO DA BAHIA: relações com preocupação e ansiedade de morte por coronavírus

  • Orientador : ALEXSANDRO MEDEIROS DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALENA PIMENTEL MELLO CABRAL NOBRE
  • ANTONIO ROAZZI
  • JOAO CARLOS ALCHIERI
  • SABRINA ARAÚJO FEITOZA FERNANDES ROCHA
  • UMBELINA DO REGO LEITE
  • Data: 31/08/2022

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  • A pandemia do coronavírus, iniciada no final do ano de 2019 e declarada pandemia mundial no início de 2020, assolou o mundo inteiro colocando toda a população mundial em quarentena, acarretando impactos psicológicos dente outras questões. O referido estudo tem por base os construtos como: Autoconsciência, que busca compreender como as pessoas apreendem os estímulos ambientais estando conscientes de sua própria existência, direcionando sua atenção para dentro de si e sua atenção focada em si; Ansiedade de Morte por Coronavírus, que é uma ansiedade experimentada cognitivamente e expressa por uma pessoa, que pode ser observada no comportamento, assim como pode ser avaliada relacionada a um objeto específico que é o coronavírus; Preocupação, que é um processo em cadeia na tentativa de solução de problemas mentais sobre questões onde o resultado não é certo e o campo dos Sentidos, que investiga como as pessoas constroem o seu próprio conhecimento da realidade. O objetivo do estudo foi investigar a construção dos Sentidos da pandemia do Coronavírus e a Autoconsciência na população baiana e suas relações com a Preocupação e Ansiedade de Morte por Coronavírus. O estudo foi realizado por sessão de dados, que é um banco de dados da pesquisa sobre Covid19 de propriedade do LACCOS que conta com uma amostra total de 499 participantes, onde foi feito um recorte dessa amostra utilizando apenas os protocolos referentes a população da Bahia com uma amostra final de 148 protocolos. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: 1) Questionário Sociodemográfico; 2) Questionário Fenomenológico sobre o que é a pandemia do coronavírus; 3) Escala de Autoconsciência Situacional (EAS) 4) Questionário de Ruminação e Reflexão (QRR) 5) O construto Ansiedade de Morte por Coronavírus foi mensurado com uma escala Likert de 1 a 7. Os dados qualitativos foram analisados utilizando a Análise Temática, os dados quantitativos foram analisados utilizando os coeficientes de correlação de Pearson e Pearson Bisserial e com variáveis sociodemográficas. No segundo momento, foi realizada uma Análise de Estrutura de Similaridade (SSA) com os resultados da Análise Temática e os resulltados estatísticos. A partir da Análise Temática foram encontradas 7 categorias temáticas sobre o que é a pandemia do coronavírus pela população baiana: Caracterização Epidemiológica, Saúde Pública e Medidas de Prevenção, Impactos Psicológicos, Tempo de Crise Mundial, Tempo para Reflexão e Construções, Origens e Causas, Impactos Socioeconômicos e Mudanças. Foi encontrado que a população baiana constrói sentidos negativos da pandemia do coronavírus e que a Autoconsciência agiu como mediadora entre os Sentidos e a Preocupação e Ansiedade de Morte por Coronavírus. Também foram encontradas correlações significativas entre os construtos cognitivos, Sentido da Pandemia, Preocupação e Ansiedade de Morte por Coronavírus e os aspectos Sociodemográficos. O estudo contribui para aumentar o lastro empírico sobre a produção de sentidos e sua relação com variáveis cognitivas, assim como é de suma importância para o conhecimento dos impactos psicológicos causados pela pandemia do coronavírus. Assim, é necessário a realização de novos estudos para compreender melhor essas relações.


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  • A pesquisa tem como objetivo investigar a influência das habilidades cognitivas gerais no processo de manipulação de imagens mentais na tarefa de rotação mental e a autoconsciência como mediadora das habilidades imagéticas. O presente estudo tem por base conceitos como Habilidades Cognitivas Gerais, relacionadas com a capacidade das pessoas em aprender, processar e reproduzir informações; Autoconsciência, processo de auto avaliação referindo-se aos estados de autofocalização estando consciente de si; Representação Mental e a Rotação Mental, produção e manipulação de imagens mentais. O estudo será dividido em dois. Estudo 1 de validação: será composta uma amostra de 400 participantes divididos em 5 grupos, 1) 50 participantes cegos congênitos e/ou com cegueira adquirida, 2) 50 participantes analfabetos, 3) 100 participantes de baixa escolaridade ou analfabetos funcionais, 4) 100 estudantes de ensino fundamental e 5) 100 estudantes de ensino médio. Será feita estratificação por sexo, escolaridade e acesso a visualidade. Os instrumentos utilizados serão: Bateria Oral de Habilidades Cognitiva será aplicada em todos os participantes, as habilidades mensuradas no teste são: Raciocínio Verbal, Raciocínio Numérico, Raciocínio Espacial e Raciocínio Mecânico. A Escala de Autoconsciência Objetiva será aplicada em duas versões: a versão oral, aplicada em todos os participantes e a impressa que será aplicada apenas nos videntes. O Método W-A-Y, em ambas as amostras. A Escala de Autoconsciência Revisada (EAC-R) aplicada apenas nos videntes e as Matrizes Progressivas de Raven, aplicada apenas no grupo dos videntes. O Estudo 2 de investigação das hipótese, será composta uma amostra total de 150 participantes divididos em três grupos: 1) 50 participantes com cegueira congênita, 2) 50 participantes com cegueira adquirida e 3) 50 participantes videntes. Serão utilizados três instrumentos: a Tarefa de Rotação Mental será utilizada para a atividade de Rotação Mental, aplicado em todos os participantes. A Bateria Oral de Habilidades Cognitiva, que será aplicada em todos os grupos da pesquisa e a Escala de Autoconsciência Objetiva, que será aplicada em duas versões, uma empresa para o grupo dos videntes e uma oral para todos os participantes. Para o estudo de validação dos instrumentos, será utilizado o programa SPSS para fazer o levantamento das principais estatísticas descritivas, análises de Componentes Principais e análises de consistência interna (Alfa de Cronbach), também serão utilizados os índices de Kaiser-MeyerOlkin (KMO) e o Teste de Esfericidade de Barttlet, serão utilizados os critérios da Raiz Latente (Autovalores) e do Gráfico de Declive (o Teste Scree). Para definição final da estrutura das escalas será utilizado a rotação ortogonal de tipo varimax como o cálculo dos alfas correspondentes para verificação da consistência final. No Estudo 2 serão feitos testes de Múltiplas Análises de Variância (ANOVA) e a correlação de Pearson r para testar as correlações das variáveis. Os dados serão interpretados pela Teoria das Facetas e análise de dados através de análises MDS (Análises Multidimensionais). Espera-se que de posse desses conhecimentos, seja possível pensar estratégias e instrumentos educativos mais eficientes e adequados às capacidades cognitivas de jovens e adultos com deficiência visual.

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  • ALISSON MICHEL SILVA VALENÇA
  • O DESENVOLVIMENTO DO JOGO DIGITAL LUKA E A SUA INFLUÊNCIA NA PROMOÇÃO DO DISCURSO NÃO POLARIZADO DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL

  • Orientador : SELMA LEITAO SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MARIA AUXILIADORA SOARES PADILHA
  • DANIELA KARINE RAMOS
  • ANTONIA LARRAÍN SUTIL
  • CLAUDIO ANDRÉS ALESSIO
  • Data: 02/09/2022

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  • Tornar a escola mais “atraente”, aumentando o engajamento e o interesse dos estudantes pela experiência escolar tem sido um desafio constante de educadores e instituições educacionais. Alguns documentos que refletem sobre a educação básica no Brasil, como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o relatório “Políticas Públicas para Redução do Abandono e Evasão Escolar de Jovens” trazem que, além de aumentar o engajamento dos estudantes, outro importante problema educacional refere-se à necessidade de desenvolver o pensamento crítico dos estudantes, evitando a polarização do discurso (INSTITUTO AYRTON SENNA, 2017;
    BRASIL, 2019). Os estudos de Budesheim e Lundquist (2000), De Conti (2013), Correia (2014) e Ramírez (2018), apontam o desenho de atividades argumentativas como via para a promoção do discurso não polarizado através de estratégias anti-vieses, como o exame crítico de posições divergentes e a não escolha da posição a ser defendida, dentre outras. As revisões de estudos promovidas por Lee e Hammer (2011) e Meira e Blikenstein (2019) apontam que o uso de jogos e/ou de mecânicas de jogos (gamificação) podem potencializar o empenho de estudantes em atividades de aprendizagem. Considerando esses dois pressupostos, a presente pesquisa foi dividida em dois estudos; no estudo 1 foi desenvolvido o jogo Luka, um game digital que se utiliza de estratégias antivieses e de elementos argumentativos, com o objetivo de fomentar a promoção do discurso não polarizado em estudantes do ensino fundamental. O jogo Luka aborda uma controvérsia específica de um dos tópicos curriculares da disciplina de Geografia do Ensino Fundamental Brasileiro (processos imigratórios). Essas controvérsias são abordadas ao longo do jogo através de suas três mecânicas, inspiradas em estratégias
    antivieses: a Coleta de Tábulas do Tempo, o Quadro de Argumentos e os Debates. O estudo 2 teve o objetivo de analisar a incorporação de elementos do jogo Luka no favorecimento do discurso não polarizado por parte de estudantes do ensino fundamental participantes de um debate não-estruturado no WhatsApp. Esse segundo estudo, de natureza qualitativa, foi desenvolvido com base em uma série de estudos de casos de oito estudantes e um docente de uma turma do oitavo ano do ensino fundamental de uma escola privada do Recife (Pernambuco) que participaram de um debate não-estruturado no WhatsApp e de uma prova individual. A análise foi dividida em três partes: microanálise do debate, microanálise das provas individuais dos estudantes e macroanálise do debate. Essas três partes tiveram os objetivos de (1) analisar se o conteúdo do jogos são replicados ou adaptados pelos participantes; (2) identificar o nível de compromisso dos alunos participantes com os seus
    pontos de vista (baixo compromisso/alto compromisso); (3) analisar se as intervenções do professor, relacionadas ao tema da controvérsia e ao jogo, conseguem iniciar ou manter a atividade argumentativa dos aluno e (4) identificar se há elementos discursivos dos estudantes que buscam refletir sobre a cogência dos argumentos (solidez dos argumentos) dos seus pares (GOVIER, 2010). A partir disso, na análise discursiva dos participantes, notou-se que os conteúdos do jogo, como informações, argumentos e contra-argumentos, foram utilizados e adaptados de maneira consistente pelos estudantes ao longo do debate e, também, nas
    questões da prova individual. Além disso, outra característica discursiva consistente ao longo do debate foi o baixo compromisso dos estudantes com seus pontos de vista, indicando uma baixa polarização do discurso em relação à temática debatida. Apesar de não ter emergido de forma tão consistente quanto os elementos discursivos anteriores, dois estudantes apresentaram apontamentos diretos sobre a cogência dos argumentos de seus pares. Com relação ao docente, ao longo do debate, ele desenvolveu ações discursivas (pragmáticas e
    argumentativas) que iniciaram e mantiveram o processo argumentativo dos estudantes (DE CHIARO & LEITÃO, 2005). Além da própria mediação, o professor, de forma autônoma, também construiu perguntas que direcionaram ações argumentativas dos estudantes na prova. 


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  • Com base na condição inerentemente metacognitiva do discurso argumentativo, o presente trabalho tem o objetivo de analisar se a participação em atividades pedagógicas argumentativas, com base num jogo digital, pode influenciar o monitoramento do pensamento de um grupo de estudantes do ensino fundamental. Considerando o monitoramento do pensamento como o momento específico da autorregulação em que há uma ação reflexiva acerca do fluxo do pensamento que possibilita sua manutenção, elaboração ou reconstrução e a argumentação como o ato cognitivo-discursivo em que os sujeitos buscam justificar seus pontos de vista, considerando diferentes perspectivas, fora desenvolvido o jogo digital Luka, que possui mecânicas específicas para o desenvolvimento de habilidades argumentativos. A presente pesquisa ocorrerá no âmbito das atividades curriculares de uma turma do 6º ano do ensino fundamental de uma escola pública do Recife (PE). Ao longo de uma unidade pedagógica composta por cinco aulas serão realizadas atividades argumentativas de debates estruturados e não-estruturados após os alunos jogarem o game Luka. Essas atividades serão acompanhadas pelo pesquisador e serão videogravadas. Os áudios gerados nas interações videogravadas e os áudios captados pelos tablets/computadores utilizados pelos alunos serão transcritos. A análise dos textos transcritos terá o objetivo de perceber os movimentos de monitoramento do pensamento através das regulações discursivas expressas nas falas dos alunos no decorrer das atividades argumentativas. Os marcadores de regulação do discurso, apontados por Chabrol (1994), como os indicadores quantificação de tempo e intensidade da fala, as possíveis interrupções do fluxo da fala e as repetições serão utilizados como base para essas análise. As investigações de De Chiaro (2006) e De Chiaro e Aquino (2017) apresentaram a relação desses marcadores discursivos de Chabrol (1994) com o monitoramento do pensamento. Além disso, os marcadores conversacionais de Marcuschi (1999) também embasarão esse processo analítico. Esse autor afirma que alguns marcadores discursivos, tais como pausas, silêncios, hesitações e incrementações, expressam a (re)organização e o planejamento interno do discurso, ou seja, relacionam-se diretamente com ações metacognitivas. Do ponto de vista do processo argumentativo, será objetivado relacionar esses marcadores discursivos vinculados ao monitoramento do pensamento às diferentes formas de resposta ao contra-argumento elencadas por Leitão (2007). 

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  • EMANUEL DUARTE DE ALMEIDA CORDEIRO
  • HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NO ÂMBITO UNIVERSITÁRIO: impacto no desempenho e nos aspectos relacionais

  • Orientador : JOSE MAURICIO HAAS BUENO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JORGE ARTUR PECANHA DE MIRANDA COELHO
  • LUIS FLÁVIO CHAVES ANUNCIAÇÃO
  • MIRELA DANTAS RICARTE
  • MONALISA MUNIZ NASCIMENTO
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • Data: 27/10/2022

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  • As mudanças ocasionadas pelas tecnologias nos últimos anos impactaram em transformações em diferentes espaços sociais, entre estes, o ambiente educacional. Com isso, novas habilidades, além das cognitivas, foram sendo requeridas de modo que permitissem uma adaptação a essas novas demandas. Nesse caminho, as habilidades socioemocionais surgem como um modelo teórico multidimensional que é representado por aspectos comportamentais e emocionais exercendo influência nas atividades individuais. A partir disso, a presente tese
    objetivou investigar o efeito das habilidades cognitivas e socioemocionais sobre o desempenho acadêmico e os aspectos relacionais. As variáveis empregadas no estudo foram: Raciocínio verbal, Inteligência emocional, Personalidade, Metas de realização, desempenho universitário e redes relacionais (amizade, distanciamento e profissional). Participaram do estudo 263 estudantes universitários do interior do estado e de uma cidade metropolitana. A cidade interiorana teve 45 participantes com idade variando entre 18 e 23 anos (𝜇 = 20.28; 𝐷𝑃 = 1.25), sendo 78 % do gênero feminino, 20% do gênero masculino e 2% não informaram, e a cidade metropolitana 218 participantes com idade variando entre 17 e 53 anos (𝜇 = 21.83; 𝐷𝑃 = 5.42), sendo 75% do gênero feminino, 23% do gênero masculino, e 2% não binário ou não informaram. Os instrumentos respondidos foram uma Prova de Raciocínio Verbal, o Inventário de Competências Emocionais (ICE), o Social and Emotional Nationwide Noncognitive Assessment (SENNA), uma Escala de Metas de Realização e um questionário sobre redes de relacionamento (de amizade, distanciamento e profissional), foram realizadas análises de confiabilidade, análises correlacionais, análises de regressão linear e logística e análises de redes sociais. Os resultados apontam que há uma relação consistente entre os traços de personalidade e desempenho acadêmico e aspectos relacionais, com destaque para extroversão que foi preditor significativo para as medidas de centralidade das análises de redes. Com relação ao desempenho acadêmico, foram preditores significativos a medida de centralidade de autoridade da rede profissional e raciocínio verbal. A partir desses resultados,
    observa-se que as habilidades socioemocionais podem contribuir na formação das redes de relacionamento, e que as redes de relacionamento exercem efeito sobre o desempenho acadêmico. Dessa forma, o estudo contribui na compreensão mais ampla da relação entre esses comportamentos e fornece informações para a construção de projetos de intervenção para os estudantes universitários.


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  • ------------------

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  • ROBSON SAVOLDI
  • AYAHUASCA E SELF: relações entre autoconsciência, misticismo e dissolução do eu

  • Orientador : ANTONIO ROAZZI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA IZA GOMES DA PENHA SOBRAL
  • BRUNO LOBAO SOARES
  • RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • SUELY APARECIDA DO NASCIMENTO MASCARENHAS
  • Data: 19/12/2022

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  • A ayahuasca é uma bebida psicoativa de origem vegetal usada já há milhares de anos para alterar o “eu” ou self em direção a estados místicos. A autoconsciência (self-awareness) é o processo cognitivo em que o “eu” se torna objeto de atenção e que pode ser também um traço de personalidade estável (self-consciousness).
    Experiências místicas são intensas, significativas e transientes modificações do self, são comumente relatadas por usuários de ayahuasca e são essenciais para entender os efeitos cognitivos duradouros da bebida. Este trabalho é composto de quatro estudos. No primeiro estudo, coletamos online medidas da autoconsciência
    privada, autoconsciência pública, ansiedade social, autorreflexão e insight em uma amostra de ambos os sexos de sujeitos que nunca beberam ayahuasca (e se preparariam para a primeira sessão) (n=128) e sujeitos que já beberam ayahuasca (n=126). Os resultados indicaram que sujeitos que já haviam consumido o psicoativo obtiveram escores estatisticamente maiores de insight e menores de ansiedade social que sujeitos que não haviam bebido ayahuasca. No segundo estudo, o objetivo principal foi identificar a estrutura psicométrica das versões brasileiras da Hood Mysticism Scale (HMS) e do Ego-Dissolution Inventory (EDI-8). Delineamos uma pesquisa transversal com amostra composta por 1414 membros da União do Vegetal. Os resultados apresentam bons indicadores de confiabilidade e validade, que encorajam a aplicação da versão brasileira das escalas. Já no estudo três, através de delineamento transversal (N=1414), investigamos os aspectos da autoconsciência traço – eu privado, eu público, ansiedade social ou eu projetado, autorreflexão, insight, ruminação e reflexão – que poderiam ser previstos pela experiência mística e dissolução do eu em religiosos ayahuasqueiros. Paralelamente investigamos se as variáveis categóricas relacionadas ao uso da ayahuasca – frequência de uso, percepção de dose comum e tempo de religião – poderiam prever as variáveis psicológicas de autoconsciência, misticismo e dissolução do ego. Os resultados indicaram que a experiência mística pôde prever, com exceção do insight, todas as outras dimensões da autoconsciência, sendo que seus aspectos adaptativos foram previstos positivamente e os aspectos desadaptativos foram preditos negativamente. Da mesma forma, a dissolução do self previu aspectos adaptativos reflexivos da autoconsciência. Enquanto a frequência de uso da ayahuasca foi preditora positiva da autoconsciência pública, o tempo de religião foi associado positivamente ao insight. A dose comum foi preditora positiva do self privado e reflexão e negativa da ansiedade social, contudo, esses efeitos foram mediados pelo misticismo. O quarto artigo descreve efeitos de um ritual de ayahuasca e um de jurema, em medidas de autorrelato de misticismo e dissolução do ego e suas relações com o ambiente nos quais o ritual ocorreu. Os dados observacionais foram recolhidos em ambiente natural através de métodos mistos, escalas (N=26) e entrevista (N=7). Os resultados mostraram que diferentes rituais têm diferentes facetas místicas como preditoras da dissolução do ego. Observações e entrevistas revelaram que o ambiente desempenhou um papel fundamental nas diferenças e significado da experiência. Conjuntamente, os resultados sugerem que a autoconsciência apresenta relações significativas com a experiência mística e dissolução do self, o que confirma a literatura. Mais estudos, com múltiplos delineamentos, são necessários para se caracterizar os processos cognitivos presentes na experiencia de ayahuasca.


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  • A Ayahuasca é um chá psicoativo vegetal não adictivo de origem indígena, que promove profundas alterações na consciência. Diversas evidências também apontam para a influência terapêutica deste composto em uma variedade de condições de saúde mental tais como depressão, ansiedade e transtorno de dependência de drogas. Além disso, destaca-se o importante papel do ritual da Ayahuasca como propulsor de experiências místico-espirituais que promovem melhorias no processamento cognitivo e afetivo, no qual participantes de longo prazo de religiões ayahuasqueiras relatam melhora da qualidade geral de vida. O estado de consciência propiciado pela Ayahuasca, conhecido ritualmente como “burracheira”, permite uma psicointegração da personalidade com
    características psicológicas e neurofisiológicas de realce no processamento emocional, sensorial e cognitivo. Esta psicointegração, que possibilita melhorias psicológicas relacionadas à autoconsciência, além de favorecer atitudes de redução de danos em casos de adicção e outras condições mentais, apresenta importantes particularidades ainda pouco exploradas. O presente projeto propõe uma caracterização longitudinal psicológica detalhada da experiência e autoexperiência da ayahuasca em sujeitos experimentais voluntários de sessões de Ayahuasca. No estudo 1 será realizado levantamento ex-postfacto com voluntários que bebem o chá, destacando-se ex-usuários de drogas que passaram reduzir danos a partir da Ayahuasca. No estudo 2, voluntários adventícios que
    beberão o psicoativo pela primeira vez serão avaliados de forma on line em comparação com grupos de usuários experientes e usuários de análogo de ayahuasca. Os voluntários responderão a testes psicológicos e entrevistas anteriormente às sessões, após cada sessão e longitudinalmente por até, no mínimo, seis meses após o início das sessões rituais de ayahuasca. Serão coletados dados sobre autoconsciência, consumo de psicoativos,
    personalidade, saúde mental, qualidade de vida, misticismo e espiritualidade e fenomenologia cognitiva das práticas de redução de danos surgidas a partir da autoconsciência com a participação nos rituais. Técnicas qualitativas e quantitativas para análises multidimensionais, análise de grafos, descrição comportamental serão
    empregadas para comparar conteúdos psicológicos e comportamentos entre os grupos.

2021
Dissertações
1
  • JULIANA RAMALHO FERNANDES
  • MULHERES DIAGNOSTICADAS COM CÂNCER DE MAMA IMAGINANDO SEU ADOECIMENTO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

  • Orientador : ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SILVIA FERNANDA DE MEDEIROS MACIEL
  • LUIS FELIPE RIOS DO NASCIMENTO
  • MONICA CRISTINA BATISTA DE MELO
  • Data: 26/04/2021

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  • O diagnóstico do câncer pode representar para a mulher uma forte sensação de perda, medo, vulnerabilidade e, principalmente, a preocupação em relação ao futuro através de uma doença inesperada que traz consigo uma ameaça à continuidade da vida. Diante da atual pandemia da COVID-19, pessoas em tratamento oncológico foram consideradas como parte do grupo de risco para a doença e algumas mudanças puderam ser observadas inclusive no que concerne aos tratamentos utilizados para o câncer. A imaginação é considerada como uma função mental superior fundamental no que diz respeito às incertezas do futuro, pois como processo cultural semiótico, quando a consideramos enquanto processo de adaptação e pré- adaptação ao futuro, torna-se possível imaginar as várias possibilidades de significados diante de uma situação como o diagnóstico do câncer de mama, antecipando-as para o momento presente em que vivemos, na medida em que reconstruímos o passado. A partir disso, foram utilizados estudos recentemente realizados por Zittoun (2020) a partir da sua compreensão da imaginação como uma experiência de looping. Trata-se de um estudo idiográfico que teve como objetivo investigar como duas mulheres diagnosticadas com câncer de mama imaginam o seu processo de adoecimento durante a particular vivência da atual pandemia provocada pelo SARS-CoV-2. Para tanto, foram realizados dois encontros separadamente através do uso de videochamadas previamente agendadas com cada participante do estudo com o objetivo de acompanhar o processo de transformações das construções sígnicas sobre o futuro ao longo dos encontros virtuais. Nesses encontros virtuais foram realizadas entrevistas semiestruturadas com a utilização de um questionário sociodemográfico e roteiro de entrevista elaborados pela pesquisadora e foi proposta uma adaptação ao modelo da caixa de surpresas diante do ineditismo de uma construção de dados em formato virtual. Os dados foram analisados de acordo com os conceitos teóricos desenvolvidos por Zittoun e Cerchia (2013), Zittoun e Gillespie, (2016), Gfeller e Zittoun (2020) e Zittoun (2020) como dimensões do que concebem enquanto imaginação: temporalidade, plausibilidade, generalidade e corporeidade, assim como três elementos constitutivos do loop imaginativo: gatilhos, recursos e desfechos. Os resultados desse estudo apontaram a partir da dinâmica imaginativa de cada participante, loops em que foram observadas sucessivas tentativas de adaptação ao futuro incerto diante da doença que enfrentam e da situação de pandemia que vivem. A partir disso, foi possível verificar a hipótese sobre a relação entre a imaginação e o conceito de coping desenvolvido por Lazarus e Folkman (1984) através das transformações sígnicas observadas. Sendo assim, o presente estudo possibilita a investigação da imaginação em diferentes cenários, o que contribui também para a expansão teórica e empírica no tocante à Psicologia Cognitiva.


  • Mostrar Abstract
  • Os processos imaginativos podem ser compreendidos a partir de diferentes perspectivas e dentre elas, a Psicologia Cultural Semiótica, que será utilizada como referencial para o presente estudo. A imaginação é considerada uma função mental superior fundamental no que diz respeito às incertezas do futuro, pois como processo cultural semiótico, quando a consideramos enquanto processo de adaptação e pré-adaptação ao futuro, torna-se possível imaginar as várias possibilidades de significados diante de uma situação, antecipando-os para o momento presente em que vivemos, na medida em que reconstruímos o passado. A partir disso, trata-se de um estudo idiográfico que tem como objetivo investigar como mulheres diagnosticadas com câncer de mama imaginam o seu processo de adoecimento. Para tanto, serão conduzidos paralelamente dois estudos utilizando-se da Caixa de Surpresas e de entrevistas semiestruturadas. O estudo 1, com foco na produção imagética de significados através da elaboração de desenhos e palavras escritas que possam representar o processo de adoecimento que as mulheres estão vivenciando e o estudo 2, com foco nas transformações sígnicas ao longo de seis encontros com as mulheres, trazendo também a perspectiva de familiares e profissionais de saúde que fazem parte do contexto semiótico das mulheres diagnosticadas com câncer de mama sobre o processo de adoecimento que elas estão vivenciando. Os dados serão analisados a partir da dinâmica dos processos imaginativos proposta por Valsiner (2014) e Tateo (2015, 2017), considerando os elementos da dinâmica imaginativa: Gegenstand, resistência, “ver” e “ver como” e vetores de ação.

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  • DIOGO EMMANUEL LUCENA DOS SANTOS
  • RELAÇÕES ENTRE VIVÊNCIAS NEGATIVAS, ANSIEDADE MATEMÁTICA E PROCRASTINAÇÃO EM ESTUDANTES DE PEDAGOGIA

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JORGE TARCISIO DA ROCHA FALCAO
  • MARCELO HENRIQUE OLIVEIRA HENKLAIN
  • NEILA TONIN AGRANIONIH
  • Data: 28/06/2021

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  • A formação em Pedagogia enfrenta diversos desafios, dentre eles o de preparar o estudante ao exercício crítico da docência e superar as dificuldades no ensino e na aprendizagem da Matemática. Esta pesquisa investigou como a ansiedade matemática, as vivências negativas e a procrastinação se relacionam e afetam o fazer acadêmico de estudantes da Licenciatura em Pedagogia em relação à matemática. Participaram inicialmente 119 estudantes de Pedagogia, de ambos os sexos, entre 16 e 58 anos, matriculados em universidades públicas e privadas, entre o 1º e o 10º períodos. Destes, 60 estudantes responderam às três escalas usadas na investigação e foram efetivos a participar do estudo. Estes foram alocados em três grupos relacionados às experiências curriculares voltadas à matemática: G1- aqueles que não cursaram nenhuma disciplina teórica (15 estudantes); G2- aqueles que cursaram disciplinas teóricas (30 estudantes) e G3- aqueles que passaram por disciplinas teóricas e práticas (estágio curricular) (15 estudantes). A coleta dos dados foi realizada de modo remoto em duas etapas. A Etapa 1 consistiu no preenchimento da Escala de Ansiedade à Matemática (EAM-PED); Escala de Vivências Acadêmicas Negativas em relação à Matemática (EVAN-PED); e Escala de Motivos de Procrastinação Acadêmica em relação a Matemática (EMOP-MAT). A Etapa 2 consistiu na realização de entrevista semiestruturada com os participantes que atingiram pontuações de extrema ansiedade. Dos seis contatados apenas dois retornaram o e-mail e foram efetivos nessa etapa, que tinha por objetivo resgatar as narrativas em relação à Matemática. Os resultados obtidos dos 119 participantes conferiram adequação amostral para a realização de Análise Fatorial Exploratória (AFE) na EAM-PED: teste de KMO (0,938) e o teste de esfericidade de Bartlett (<0.001). Os valores do Alpha de Cronbach (0.98) e da variância explicada (0.744) indicam que os itens da EAM-PED apresentam consistência interna. Em relação às variáveis investigadas, os resultados apontam correlação positiva e significativa entre ansiedade matemática e vivências negativas experienciadas em aulas de matemática nos Ensinos Fundamental (Anos Iniciais e Finais), e Médio. No que concerne ao Ensino Superior, a ansiedade matemática parece estar relacionada ao histórico e às lembranças advindas de momentos traumáticos dessas vivências negativas nos anos escolares ocasionando comportamentos procrastinatórios, reflexo dessas dificuldades existentes. A procrastinação se relacionou de forma negativa com ansiedade matemática no que diz respeito às tarefas matemáticas; por outro lado ao investigar os motivos pelos quais os estudantes procrastinam esse tipo de tarefa, há relação positiva com a ansiedade matemática, visto que esses motivos se caracterizam pelos desconfortos presentes na ansiedade matemática. Conclui-se que a ansiedade matemática em estudantes de pedagogia apresenta relação com as vivências negativas presentes desde os anos de escolarização, repercutindo em ações em sua formação acadêmica no curso de Pedagogia, sendo motivos para comportamentos procrastinatórios na hora de cursar, aprender e estagiar disciplinas que apresentem a palavra Matemática.


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  • A formação em Pedagogia enfrenta diversos desafios, dentre eles o de preparar o estudante ao exercício crítico da docência e superar as dificuldades no ensino e na aprendizagem da Matemática. Esta pesquisa investigou como a ansiedade matemática, as vivências negativas e a procrastinação se relacionam e afetam o fazer acadêmico de estudantes da Licenciatura em Pedagogia em relação à matemática. Participaram inicialmente 119 estudantes de Pedagogia, de ambos os sexos, entre 16 e 58 anos, matriculados em universidades públicas e privadas, entre o 1º e o 10º períodos. Destes, 60 estudantes responderam às três escalas usadas na investigação e foram efetivos a participar do estudo. Estes foram alocados em três grupos relacionados às experiências curriculares voltadas à matemática: G1- aqueles que não cursaram nenhuma disciplina teórica (15 estudantes); G2- aqueles que cursaram disciplinas teóricas (30 estudantes) e G3- aqueles que passaram por disciplinas teóricas e práticas (estágio curricular) (15 estudantes). A coleta dos dados foi realizada de modo remoto em duas etapas. A Etapa 1 consistiu no preenchimento da Escala de Ansiedade à Matemática (EAM-PED); Escala de Vivências Acadêmicas Negativas em relação à Matemática (EVAN-PED); e Escala de Motivos de Procrastinação Acadêmica em relação a Matemática (EMOP-MAT). A Etapa 2 consistiu na realização de entrevista semiestruturada com os participantes que atingiram pontuações de extrema ansiedade. Dos seis contatados apenas dois retornaram o e-mail e foram efetivos nessa etapa, que tinha por objetivo resgatar as narrativas em relação à Matemática. Os resultados obtidos dos 119 participantes conferiram adequação amostral para a realização de Análise Fatorial Exploratória (AFE) na EAM-PED: teste de KMO (0,938) e o teste de esfericidade de Bartlett (<0.001). Os valores do Alpha de Cronbach (0.98) e da variância explicada (0.744) indicam que os itens da EAM-PED apresentam consistência interna. Em relação às variáveis investigadas, os resultados apontam correlação positiva e significativa entre ansiedade matemática e vivências negativas experienciadas em aulas de matemática nos Ensinos Fundamental (Anos Iniciais e Finais), e Médio. No que concerne ao Ensino Superior, a ansiedade matemática parece estar relacionada ao histórico e às lembranças advindas de momentos traumáticos dessas vivências negativas nos anos escolares ocasionando comportamentos procrastinatórios, reflexo dessas dificuldades existentes. A procrastinação se relacionou de forma negativa com ansiedade matemática no que diz respeito às tarefas matemáticas; por outro lado ao investigar os motivos pelos quais os estudantes procrastinam esse tipo de tarefa, há relação positiva com a ansiedade matemática, visto que esses motivos se caracterizam pelos desconfortos presentes na ansiedade matemática. Conclui-se que a ansiedade matemática em estudantes de pedagogia apresenta relação com as vivências negativas presentes desde os anos de escolarização, repercutindo em ações em sua formação acadêmica no curso de Pedagogia, sendo motivos para comportamentos procrastinatórios na hora de cursar, aprender e estagiar disciplinas que apresentem a palavra Matemática.

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  • LEANDRO SANTOS BEZERRA
  • FUNÇÕES EXECUTIVAS EM ADOLESCENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1

  • Orientador : RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALINE MENDES LACERDA
  • LUCIANA GONCALVES DE ORANGE
  • LEOPOLDO NELSON FERNANDES BARBOSA
  • Data: 30/06/2021

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  • As Funções Executivas (FE) são um conjunto de habilidades cognitivas que permitem a regulação de pensamentos e ações, orientando o comportamento a um objetivo. São estruturadas em três habilidades básicas: o controle inibitório, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, sendo que a interação entre elas serve de base para o desenvolvimento de funções executivas superiores, como o planejamento. Considerando a importância dessas habilidades sobre o comportamento humano, algumas investigações têm indicado que tais habilidades estão altamente relacionadas a comportamentos de saúde, como a adesão ao tratamento e controle metabólico de disfunções crônicas. Nesse contexto, estudos clínicos têm sugerido que o Diabetes Mellitus (DM), devido às oscilações glicêmicas, está associado com o desenvolvimento de disfunções executivas. Este comprometimento poderia ser agravado por fatores de risco como a baixa adesão ao tratamento, o menor controle glicêmico e a idade precoce de diagnóstico, bem como seria mais prejudicial em crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1), em função do período crítico de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC). Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar funções executivas em adolescentes com DM1. A amostra foi composta por 68 adolescentes: 34 com DM1 (grupo clínico) e 34 sem DM (grupo controle), com idades entre 13 e 16 anos. Foi realizada uma avaliação remota a partir dos seguintes instrumentos: (i) Questionário sociodemográfico e (ii) Questionário de saúde; (iii) Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes (EDAE-A); (iv) Hemoglobina glicada (HbA1c) para avaliar o controle glicêmico; e o (v) CEAT-VIH adaptado para tratamento com insulina para avaliar a adesão ao tratamento do grupo clínico. As funções executivas foram avaliadas pelo: (vi) Matching Familiar Figures Test (MFFT) – Controle inibitório; (vii) Self-ordered Pointing Test (SOPT) – Memória de trabalho; (viii) Continuous Performance Test Flex (CPT-Flex) – Flexibilidade cognitiva; (ix) Torre de Londres-19 (ToL-19) – Planejamento. Além da avaliação feita por tarefas, as funções executivas foram mensuradas por um instrumento de heterorrelato: (x) Behavior Rating Inventory of Executive Function (BRIEF). Os resultados indicaram que o grupo clínico obteve menor desempenho na memória de trabalho (SOPT) e maior comprometimento no controle emocional (BRIEF) em comparação ao grupo controle. Em relação às associações entre as funções executivas e as variáveis clínicas (adesão, controle glicêmico e idade de diagnóstico), as análises apresentaram apenas uma correlação positiva entre a memória de trabalho (SOPT) e a idade de diagnóstico, sugerindo que adolescentes com diagnóstico mais tardios obtiveram melhor desempenho nessa habilidade executiva. Nessa direção, é possível sinalizar que os déficits observados nessas funções executivas podem servir como um fator de risco potencial para declínio cognitivo futuro no grupo clínico e que a exposição ao menor controle metabólico poderia agravar esse comprometimento. Estudos dessa natureza são escassos na literatura, principalmente no Brasil, e podem auxiliar na compreensão de disfunções cognitivas/executivas associadas ao DM1 e orientar ações que minimizem os comprometimentos dessa condição endócrina.


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  • As Funções Executivas (FE) são descritas enquanto um conjunto de habilidades cognitivas que permitem a regulação de pensamentos e ações, orientando o comportamento a um objetivo. Elas são estruturadas em três habilidades básicas: o controle inibitório, a memória de trabalho e a flexibilidade cognitiva, sendo que a interação elas serve de base para o desenvolvimento de funções executivas superiores, como o planejamento. Considerando a importância dessas habilidades sobre o comportamento humano, algumas investigações têm indicado que tais habilidades estão altamente relacionadas a comportamentos de saúde, como a adesão ao tratamento e controle metabólico de disfunções crônicas. Nesse contexto, diversos estudos clínicos têm sugerido que o Diabetes Mellitus (DM), devido às oscilações glicêmicas, está associado com o desenvolvimento de disfunções executivas. Este comprometimento poderia ser agravado por fatores de risco como a baixa adesão ao tratamento, o menor controle glicêmico e a idade precoce de diagnóstico, bem como seria mais prejudicial em crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1), em função do período crítico de desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC). Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar funções executivas em adolescentes com DM1. A amostra foi composta por 68 adolescentes: 34 com DM1 (grupo clínico) e 34 sem DM (grupo controle), com idades entre 13 e 16 anos. Para avaliação das FE os seguintes instrumentos foram utilizados: Matching Familiar Figures Test (MFFT); Self-ordered Pointing Test (SOPT); Continuous Performance Test Flex (CPT-Flex); Torre de Londres-19 (ToL-19); e o Behavior Rating Inventory of Executive Function - BRIEF. Os resultados indicaram que o grupo clínico obteve menor desempenho na memória de trabalho (SOPT) e maior comprometimento no controle emocional (BRIEF) em comparação ao grupo controle. Em relação às associações entre as funções executivas e as variáveis clínicas (adesão, controle glicêmico e idade de diagnóstico), as análises apresentaram apenas uma correlação positiva entre a memória de trabalho (SOPT) e a idade de diagnóstico, sugerindo que adolescentes com diagnóstico mais tardios obtiveram melhor desempenho nessa habilidade executiva. Estudos dessa natureza são escassos na literatura, principalmente no Brasil, e podem auxiliar na compreensão de disfunções cognitivas/executivas associadas ao DM1 e orientar ações que minimizem os comprometimentos dessa condição endócrina.

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  • PAULA DOURADO BUARQUE DE GUSMÃO
  • EXAMINANDO AS ATIVIDADES MATEMÁTICAS REALIZADAS NO AMBIENTE FAMILIAR: COMPARANDO CRIANÇAS SURDAS E OUVINTES

  • Orientador : ALINA GALVAO SPINILLO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA SORAIA SILVA CRUZ
  • RUTE ELIZABETE DE SOUZA ROSA BORBA
  • SANDRA MARIA PINTO MAGINA
  • Data: 30/09/2021

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo analisa e compara as atividades matemáticas realizadas por crianças surdas e ouvintes no ambiente familiar. Um estudo desta natureza pode contribuir para esclarecer a defasagem que crianças surdas apresentam acerca de conhecimentos matemáticos quando comparadas a crianças ouvintes. Uma das explicações para esta defasagem é que as experiências matemáticas no ambiente familiar das crianças surdas são limitadas, pois a surdez dificultaria as interações e o acesso a experiências importantes para a compreensão de noções matemáticas básicas. Se por um lado, pesquisas com crianças ouvintes mostram que as atividades matemáticas realizadas em casa contribuem para o desenvolvimento do raciocínio matemático, por outro lado, pouco se sabe acerca dessas atividades em relação às crianças surdas neste contexto. Devido à pandemia da COVID 19, informações sobre as atividades matemáticas das crianças surdas e ouvintes foram obtidas através de entrevistas realizadas por meio remoto com adultos responsáveis por essas crianças. Participaram da pesquisa 20 adultos, sendo dez responsáveis por crianças surdas oralizadas e dez responsáveis por crianças ouvintes. As crianças que eram alvo das entrevistas tinham idade entre 6 e 12 anos, estudantes do 1º ao 6º ano do Ensino Fundamental de escolas públicas e particulares. Os entrevistados foram solicitados a fazer observações das crianças-alvo no ambiente familiar e preencher uma folha de registro com informações detalhadas das atividades matemáticas realizadas por elas. As atividades registradas eram relativas a duas ou quatro horas de observação com cada criança-alvo, perfazendo um total de 30 horas de observação com as crianças surdas e 30 horas com as ouvintes. A partir desses registros e das entrevistas com os responsáveis foi possível identificar as atividades matemáticas realizadas pelas crianças-alvo em suas residências. As atividades foram analisadas em função da frequência com que ocorriam, do conhecimento matemático nelas envolvidos (contagem, medidas, conceitos aritméticos etc.), sendo classificadas em cinco tipos: lúdica, culinária, escolar, conversação e dinheiro. A análise foi qualitativa descritiva, a partir da natureza das atividades descritas nas entrevistas das observações realizadas pelos responsáveis das crianças-alvo. A classificação das atividades matemáticas foi definida por meio de discussão entre dois juízes. Os dados mostraram que os tipos de atividades identificadas entre as crianças surdas e ouvintes foram os mesmos. A diferença ocorreu quanto à concentração de atividades, uma vez que entre as crianças ouvintes observou-se uma média de 1,3 atividades por hora, enquanto entre as crianças surdas a média foi de 0,8. Comparações entre as crianças surdas e ouvintes revelou que atividades matemáticas de conversação foram bem mais frequentes entre as crianças ouvintes do que entre as surdas, como também envolviam uma maior diversidade de conhecimentos matemáticos do que aquelas realizadas pelas surdas. Observou-se também que as crianças surdas tendiam a interagir com um menor número de pessoas nessas atividades do que as ouvintes. As atividades lúdicas e escolares eram as mais frequentes entre as crianças surdas, enquanto as atividades de conversação e as lúdicas eram as mais comumente realizadas pelas ouvintes. Em relação aos conhecimentos matemáticos envolvidos nas atividades, os dados mostraram que conhecimentos aritméticos foram os mais identificados, estando mais presentes em atividades escolares do que nos demais tipos, caracterizando assim as atividades das crianças surdas. As crianças ouvintes, por sua vez, realizavam atividades que envolviam conhecimentos sobre medidas e grandezas e quantificações, comumente presentes nas atividades de conversação. Os dados desta pesquisa sugerem que a maior diferença presente nas atividades matemáticas realizadas no ambiente familiar pelas crianças surdas e ouvintes se refere à comunicação existente no cotidiano das crianças surdas que parece ser mais limitado em relação à frequência com que ocorrem e em relação à diversidade de atividades e, consequentemente, de conhecimentos matemáticos envolvidos. É possível que um dos fatores que possa influenciar no nível de conhecimento matemática dessas crianças seja a exposição limitada a situações do cotidiano envolvendo a matemática. Estudos nesta direção precisam ser desenvolvidos, pois a presente investigação se trata de um estudo exploratório. Contudo, ainda que exploratória a pesquisa revelou aspectos importantes acerca da matemática realizada em casa por crianças surdas.


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  • O presente estudo analisa e compara as atividades matemáticas realizadas por crianças surdas e ouvintes no ambiente familiar. Um estudo desta natureza pode contribuir para esclarecer a defasagem que crianças surdas apresentam acerca de conhecimentos matemáticos quando comparadas a crianças ouvintes. Uma das explicações para esta defasagem é que as experiências matemáticas no ambiente familiar das crianças surdas são limitadas, pois a surdez dificultaria as interações e o acesso a experiências importantes para a compreensão de noções matemáticas básicas. Se por um lado, pesquisas com crianças ouvintes mostram que as atividades matemáticas realizadas em casa contribuem para o desenvolvimento do raciocínio matemático, por outro lado, pouco se sabe acerca dessas atividades em relação às crianças surdas neste contexto. Participarão da pesquisa 20 crianças (7 e 9 anos), estudantes do 1º, 2º e 3º ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares, recrutadas pela técnica Bola de Neve. Os participantes serão igualmente divididos em dois grupos: crianças surdas e ouvintes. Serão feitas observações naturais na residência das crianças por meio de sessões com duração de 90 a 120 minutos cada. Serão feitos registros detalhados de cada uma das atividades realizadas pelos participantes que serão analisadas em função: (i) da frequência com que ocorrem; (ii) da natureza que apresentam (lúdica, culinária, escolar etc.); e (iii) do conhecimento matemático nelas envolvidos (contagem, medidas, conceitos aritméticos etc.). Comparações entre os grupos serão realizadas com vistas a alcançar os objetivos propostos.

Teses
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  • NATHALY MARIA FERREIRA NOVAES
  • AFETO E REMEMORAÇÃO: A experiência musical em processos de luto por morte repentina

  • Orientador : SANDRA PATRICIA ATAIDE FERREIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA KARINA MOUTINHO LIMA
  • EMMANUELLE CHRISTINE CHAVES DA SILVA
  • LUCIANE DE CONTI
  • SINTRIA LABRES LAUTERT
  • TATIANA ALVES DE MELO VALÉRIO
  • Data: 30/08/2021

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  • Dentre os desafios do processo de perder ente querido face morte repentina, está a busca por uma forma menos dolorosa de lembrar da pessoa falecida enquanto segue no fluxo da sua jornada da vida. Composições musicais são utilizadas para facilitar o enfrentamento de situações de crises como essa. A Psicologia da Música tem se debruçado sobre o papel da música nos processos psicológicos, dando destaque a ideia de que a afetividade tem importante papel. O estudo atual faz coro a esse empreendimento trazendo como originalidade o verso sobre a relação entre memória e afeto em situações musicais, trazendo a construção de significado como plano axiomático fundamental. Parte-se, aqui da premissa de que que toda experiência humana, além de mediada por signos, é essencialmente afetiva. Foi objetivo investigar como as experiências musicais podem mediar, semioticamente, o processo afetivocognitivo de reconstrução mnemônica para ressignificar perdas de entes queridos por morte repentina. Assumi a música como recurso simbólico que modifica mentes humanas, mediando processos de significação. Adotei memória como reconstrução. Nessa concepção, as pessoas lembram para significarem experiências, apresentando diferentes características, tais como transformações, omissões, elaborações e importações. Apesar desse teórico ter observado que a afetividade parece anteceder e acompanhar a rememoração verbalizada, há uma lacuna quanto a como esse processo acontece. Propus explorar a relação entre memória e afeto mediada por música através dos conceitos esquematização e pleromatização, bem como retomando o modelo de mediação semiótica dos afetos, elaborados por Jaan Valsiner. Formulei uma pesquisa qualitativa, de cunho idiográfico, do tipo estudo de caso, com um a abordagem experimental inspirada, sobretudo, nos estudos de Frederic Bartlett. Foram realizadas tarefas com dois participantes, envolvendo externalizações dos afetos por meio de pintura e do verbo em entrevistas semiestruturadas. As experiências musicais se configuraram em situação sem escuta da composição musical e em sucessivas situações com escuta musical, ao longo de um total de cinco encontros, com uma semana de intervalo entre eles. Cada um deles foi registrado em videogravação para análise posterior que consistiu em: 1) caracterizar reconstruções mnemônicas face os afetos emergentes em cada experiência musical externalizados por signos verbais e hipergeneralizados; 2) analisar como a música foi utilizada na construção de significados da perda de um ente querido através da reformulação dos esquemas mnemônicos de experiências passadas. A análise demonstrou que a reformulação do esquema mnemônico pode envolver significados em diferentes níveis de (hiper)generalização na busca por organizar e simplificar a complexidade afetiva das experiências. Foi observado também que a experiência musical expressou momentos de reflexão – ato de rememorar e se voltar aos próprios esquemas – em um esforço dos participantes em construir significados a partir das experiências lembradas. A música apresentou função de: guiar campo semântico da rememoração, atuando em nível hipergeneralizado da experiência afetiva, com inibição ou promoção de características e conteúdos mnemônicos; ampliação interpretativa dos participantes sobre o modo de lembrar e significar informações em relação à perda de um ente querido, bem como sobre si.


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  • Na contemporaneidade, a música ocupa um grande espaço na vida das pessoas e fazem parte das suas construções de memórias de eventos vividos cotidianos. Recentemente, muitos estudos apresentam indícios de que a música pode facilitar a emergência de memórias significativas para as histórias dos indivíduos. Contudo, ainda é uma lacuna teórica a compreensão do dinamismo semiótico presente nesse processo. Aqui buscaremos apreende-lo, focalizando na análise de como acontece o papel mediador da experiência musical na reconstrução de memórias de eventos vividos, relevantes para as histórias de vida das pessoas. Para tal, embasar-nos-emos na perspectiva da Psicologia Cultural Semiótica, a qual postula que os afetos possuem papel central nas experiências humanas cotidianas e que estas são inseparáveis do processo de construção de significados. Diante disso, as memórias de eventos vividos são aqui concebidas como atos socioculturais reconstrutivos, adaptativos, mediados por recursos semióticos e atrelados a construção de significados, que acontecem no fluxo de experiência contínua da vida no presente. Metodologicamente, será delineada pesquisa idiográfica, construindo múltiplos estudos de caso que serão analisados microgeneticamente (WAGONER, 2009). Para tal, desenvolvemos o que chamamos de Método de Rememoração Musical Repetida, uma adaptação da proposta de Frederic Bartlett para o estudo experimental da memória.

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  • CLARA RAÍSSA FERNANDES DE MELO
  • QUAL O PAPEL DAS HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS NO DESEMPENHO EM MATEMÁTICA DE ESTUDANTES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL?

  • Orientador : SINTRIA LABRES LAUTERT
  • MEMBROS DA BANCA :
  • KARINA DA SILVA OLIVEIRA
  • ANGÉLICA MARIA FERREIRA DE MELO CASTRO
  • CLAUDIA ROBERTA DE ARAUJO GOMES
  • EVANDRO MORAIS PEIXOTO
  • RENATA MARIA TOSCANO BARRETO LYRA NOGUEIRA
  • Data: 09/09/2021

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  • As escolas têm um papel importante não apenas no desenvolvimento das habilidades cognitivas das crianças, mas também das Habilidades Socioemocionais, pois o desempenho acadêmico e o desenvolvimento intelectual e emocional são interdependentes. A Inteligência Emocional e os fatores de personalidade (conscienciosidade; extroversão; estabilidade emocional; amabilidade e abertura à novas experiências) são os construtos que servem de base para as pesquisas desenvolvidas na área das Habilidades Socioemocionais. Nesse sentido, o presente estudo avalia a relação entre Inteligência Emocional , os cinco grandes fatores de personalidade e o desempenho em matemática de estudantes dos anos finais do ensino fundamental de escolas públicas. Participaram da investigação 433 estudantes, de ambos os sexos, com idades entre 11 e 16 anos, frequentando o 6º, 7º e 8º dos anos finais do Ensino Fundamental de duas escolas públicas do município de João Pessoa. Esses foram alocados em dois grupos, Grupo A (Escola A): 200 adolescentes, sendo destes, 72 estudantes do 6º ano, 68 estudantes do 7º ano e 60 estudantes do 8º ano e Grupo B (Escola B): 233 adolescentes, sendo 76 estudantes do 6º ano, 77 estudantes do 7º ano e 80 estudantes do 8º ano. Para isso, foi utilizado o Social and Emotional or Non-cognitive Nationwide Assessment (SENNA), o Teste de Inteligência ‘Emojional” para adolescentes e as notas escolares em matemática que foram obtidas do boletim escolar. Os resultados indicaram que os traços de personalidade e a Inteligência Emocional são preditores do desempenho escolar em matemática. A conscienciosidade foi a principal preditora das notas escolares em matemática em ambas as escolas, os traços de amabilidade e abertura à experiência aparecem como preditores secundários, que, na análise de redes, aparecem predominantemente ligadas à conscienciosidade. Constata-se, também que com o avanço da escolarização há um aumento correspondente das Habilidades Socioemocionais, especialmente das habilidades secundárias (amabilidade e abertura à experiência). Diante disso, supõe-se que o aumento do nível de complexidade da matemática requer mais Habilidades Socioemocionais com o avanços dos anos escolares e que grau de organização escolar é outro fator que parece se relacionar com o recrutamento de Habilidades Socioemocionais. Conclui-se, portanto, que esse estudo possibilitou esclarecer a influência das variáveis socioemocionais na aprendizagem matemática e endossa a relevância do desenvolvimento socioemocional dos estudantes de forma precoce através, por exemplo, da implantação de programas de Inteligência Emocional no contexto escolar de forma a envolver todos os atores de espaços de construção de conhecimento.


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  • O papel da escola deve ser promover o desenvolvimento integral do estudante, o que implica os aspectos cognitivos e emocionais, ajudando-o, a lidar com as emoções em diferentes situações. No entanto esses contextos resumem-se a situações apenas de aprendizagem e não de desenvolvimento. Diante desta realidade, ressalta-se a importância da implementação de programas de desenvolvimento socioemocional nas escolas. De acordo com a literatura da área programas bem planejados e implementados podem trazer diversos benefícios para os estudantes nos âmbitos sociais, acadêmicos, emocionais e de saúde. Nesse sentido o presente estudo objetiva verificar o efeito do programa de inteligência emocional RULER no desempenho matemático, no clima escolar e na inteligência emocional de estudantes nos anos finais do ensino fundamental. Participarão desse estudo estudantes de duas turmas do 6º, 7º, 8º e 9º ano de uma escola pública do município de João Pessoa, de ambos os sexos, com idades entre 12 e 15 anos. Os participantes de cada turma serão igualmente divididos em um Grupo Controle (GC) e um Grupo Experimental (GE). Os estudantes do Grupo Experimental (GE) participarão de intervenções realizadas em sala de aula usando o programa RULER e os estudantes do Grupo Controle (GC) terão as atividades desenvolvidas pela escola. O programa de intervenção a ser desenvolvido com as turmas do GE será organizado para ser integrado ao currículo escolar e implementado durante 6 meses, sendo 5 encontros ao mês conduzidos pelos professores sob supervisão da proponente da pesquisadora. O programa envolverá as cinco emoções básicas: raiva, alegria, medo, tristreza e nojo e palavras-sentimentos relacionadas, como vergonha, culpa, ansiedade, ódio, excluído, orgul;ho. Cada emoção ou palavra-sentimento será discutida durante duas a três semanas e envolverá seis passos ou atividades do RULER (Passo 1 - introdução da palavra-sentimento, Passo 2 - desenhos e explicações personificadas, Passo 3 - mundo acadêmico e o mundo real, Passo 4 - parceria família e escola, Passo 5 - construção de estratégias em sala de aula e Passo 6 - escrita criativa) com duração de aproximadamente 15 a 30 minutos. Além disso, os professores das turmas envolvidas (GE) receberão uma formação durante 5 meses, sendo pelo menos, um encontro por mês com objetivo de apresentar o conceito de inteligência emocional adotado e seu papel na vida pessoal e acadêmica dos estudantes e o programa RULER. Também, será realizado um encontro durante 4 horas com os pais com o objetivo de discutir sobre a importância da inteligência emocional no desenvolvimento dos estudantes, do envolvimento deles nesse processo e de apresentar o programa RULER. Para analisar a eficácia do programa RULER considerando as variáveis investigadas será aplicado pré-testes e pós-testes a todos os participantes (GC e GE), ambos realizados em duas sessões, com aplicação coletiva, realizada por um mesmo examinador, durante o horário da aula. Ademais, espera-se no presente estudo, que os estudantes que serão submetidos a intervenção apresentem uma melhora no nível de inteligência emocional no pós-teste quando comparado ao pré-teste e quando comparando aos estudantes que não receberão a intervenção e que esta melhora tenha impacto positivo no desempenho em matemática dos estudantes.

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