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Dissertações |
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MARIA PAULA MEDEIROS DA CUNHA SANTOS
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Desenvolvimento de um Biossensor baseado em Pontos Quânticos de Grafeno e Lectinas para detecção de Microrganismos Patogênicos
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Orientador : MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ALBERTO GALDINO DA SILVA JUNIOR
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KLEBER GONCALVES BEZERRA ALVES
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MICHELLY CRISTINY PEREIRA
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Data: 23/02/2024
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As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são uma ameaça devido à alta mortalidade, mobilidade e resistência microbiana, afetando frequentemente pacientes críticos na UTI. O diagnóstico dessas infecções possui um período de espera considerável. Desta forma, os biossensores eletroquímicos nanoestruturados surgem como uma solução viável para a detecção de microrganismos patogênicos, com base na formação do complexo lectina-microorganismos. Esses biossensores, que fazem uso de componentes biológicos para detectar substâncias específicas em amostras, oferecem alta sensibilidade, especificidade, rapidez e portabilidade. As técnicas eletroquímicas, como voltametria cíclica (VC) e impedância eletroquímica (EIE), são essenciais para a caracterização desses dispositivos, viabilizando a análise das interações biomoleculares na superfície do eletrodo. O presente trabalho teve como objetivo realizar a combinação de materiais condutores, como o polipirrol (PPy), com nanomateriais, como os pontos quânticos de grafeno (GQDs), e a utilização da lectina Concanavalina A (ConA) para o desenvolvimento de um biossensor eficaz para identificar Candida sp. e bactérias de interesse clínico. Em sua construção, a eletropolimerização do PPy foi seguida pela adsorção dos GQDs e imobilização da ConA na superfície sensora, e na etapa final o bloqueio dos sítios remanescentes com BSA. Os testes de especificidade e sensibilidade envolveram amostras de espécies cândidas (Cândida albicans, Cândida glabrata e Cândida tropicalis) e bactérias gram negativas e positivas (Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis) com concentrações variando de 10 -1 a 10 -5 UFC.μL -1 . A avaliação do biossensor ocorreu por meio de VC e EIE, revelando uma alta densidade de corrente e resposta amperométrica após a eletropolimerização do PPy no eletrodo ITO, devido à troca de íons. A adição de GQDs funcionalizados com carboxila reduziu a resposta amperométrica decorrente da interação eletrostática entre os grupos funcionais. No entanto, a imobilização de ConA resultou em uma redução na resposta amperométrica, indicando uma diminuição na transferência de elétrons e aumento na resistência e transferência de carga após a imobilização da lectina ConA. A introdução de BSA reduziu ainda mais a condutividade, bloqueando os sítios remanescentes
na plataforma. O sistema PPY-QGDs-ConA-Bsa foi avaliado frente aos microrganismos Cândida albicans, Cândida glabrata, Cândida tropicalis, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis. As análises de VC e EIE revelaram uma maior resposta amperomerica e RCT para Cândida tropicalis e Bacilus subtilis (bactéria gram positiva), essa interação ocorre devido à afinidade da lectina ConA com determinados carboidratos, como N- acetilglicosamina, D-glicose, D-manose e glicoconjugados, presentes na superfície celular das espécies de Cândida spp, assim como no peptidoglicano, ácido lipoteicóico e lipopolissacarídeo das bactérias Gram-positivas e Gram- negativas, estabelecendo uma ligação específica. Portanto, o biossensor demonstrou precisão no diagnóstico de infecções hospitalares frente a detecção de microrganismos, contribuindo como uma importante ferramenta para área da saúde.
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As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são uma ameaça devido à alta mortalidade, mobilidade e resistência microbiana, afetando frequentemente pacientes críticos na UTI. O diagnóstico dessas infecções possui um período de espera considerável. Desta forma, os biossensores eletroquímicos nanoestruturados surgem como uma solução viável para a detecção de microrganismos patogênicos, com base na formação do complexo lectina-microorganismos. Esses biossensores, que fazem uso de componentes biológicos para detectar substâncias específicas em amostras, oferecem alta sensibilidade, especificidade, rapidez e portabilidade. As técnicas eletroquímicas, como voltametria cíclica (VC) e impedância eletroquímica (EIE), são essenciais para a caracterização desses dispositivos, viabilizando a análise das interações biomoleculares na superfície do eletrodo. O presente trabalho teve como objetivo realizar a combinação de materiais condutores, como o polipirrol (PPy), com nanomateriais, como os pontos quânticos de grafeno (GQDs), e a utilização da lectina Concanavalina A (ConA) para o desenvolvimento de um biossensor eficaz para identificar Candida sp. e bactérias de interesse clínico. Em sua construção, a eletropolimerização do PPy foi seguida pela adsorção dos GQDs e imobilização da ConA na superfície sensora, e na etapa final o bloqueio dos sítios remanescentes com BSA. Os testes de especificidade e sensibilidade envolveram amostras de espécies cândidas (Cândida albicans, Cândida glabrata e Cândida tropicalis) e bactérias gram negativas e positivas (Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis) com concentrações variando de 10 -1 a 10 -5 UFC.μL -1 . A avaliação do biossensor ocorreu por meio de VC e EIE, revelando uma alta densidade de corrente e resposta amperométrica após a eletropolimerização do PPy no eletrodo ITO, devido à troca de íons. A adição de GQDs funcionalizados com carboxila reduziu a resposta amperométrica decorrente da interação eletrostática entre os grupos funcionais. No entanto, a imobilização de ConA resultou em uma redução na resposta amperométrica, indicando uma diminuição na transferência de elétrons e aumento na resistência e transferência de carga após a imobilização da lectina ConA. A introdução de BSA reduziu ainda mais a condutividade, bloqueando os sítios remanescentes
na plataforma. O sistema PPY-QGDs-ConA-Bsa foi avaliado frente aos microrganismos Cândida albicans, Cândida glabrata, Cândida tropicalis, Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Bacillus subtilis. As análises de VC e EIE revelaram uma maior resposta amperomerica e RCT para Cândida tropicalis e Bacilus subtilis (bactéria gram positiva), essa interação ocorre devido à afinidade da lectina ConA com determinados carboidratos, como N- acetilglicosamina, D-glicose, D-manose e glicoconjugados, presentes na superfície celular das espécies de Cândida spp, assim como no peptidoglicano, ácido lipoteicóico e lipopolissacarídeo das bactérias Gram-positivas e Gram- negativas, estabelecendo uma ligação específica. Portanto, o biossensor demonstrou precisão no diagnóstico de infecções hospitalares frente a detecção de microrganismos, contribuindo como uma importante ferramenta para área da saúde.
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MARIA EDUARDA DE OLIVEIRA GONÇALVES
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Investigação dos efeitos imunomodulador e antifibrótico da dexametasona em células de pacientes com esclerose sistêmica e em modelo experimental da doença
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Orientador : MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA TAVARES DANTAS
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JACINTO DA COSTA SILVA NETO
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MICHELLY CRISTINY PEREIRA
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Data: 04/03/2024
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A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune do tecido conjuntivo, caracterizada por alterações vasculares, desregulação imunológica e fibrose da pele e órgãos internos. No tratamento da ES, a indicação de glicocorticoides é restrita devido a possibilidade de desenvolvimento de crise renal esclerodérmica. No entanto, na prática clínica, pacientes com acometimentos musculoesqueléticos ainda fazem uso, apesar da limitação nas evidências que demonstram os efeitos destes medicamentos no tratamento da doença. Dos poucos estudos realizados, os resultados obtidos sobre sua atividade frente a ES são controversos. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade imunomoduladora e antifibrótica ex vivo da Dexametasona (Dexa) em células de pacientes com ES e in vivo em modelo experimental da doença. Foram incluídos no estudo 20 pacientes com ES e 10 voluntários saudáveis. A partir do sangue coletado foi realizado o isolamento das células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) e em seguida o isolamento de macrófagos por meio de aderência e dos linfócitos T CD4±
através de beads e coluna magnética. As células foram estimuladas com 100ng/mL de lipopolissacárideo (LPS) e 300 ng/mL de anti-CD3 e 400 ng/mL de anti-CD28, respectivamente, e expostas ou não a Dexa (1.000nM) para cultura celular. Os sobrenadantes de cultura foram recolhidos e utilizados para dosagem de citocinas e quimiocinas por ELISA. A ES experimental foi induzida em camundongos Balb/c através de injeções intradérmicas de ácido hipocloroso (HOCl) no dorso raspado dos camundongos (400 μL). O grupo controle recebeu injeções intradérmicas de PBS nas mesmas condições anteriormente descritas. Simultaneamente, os animais tratados (HOCl ou PBS) receberam injeções intraperitoneais de Dexa (1mg/Kg), 5 dias na semana por 6 semanas. Ao fim, os animais foram sacrificados. A fibrose dérmica e pulmonar foi avaliada por dosagem de hidroxiprolina, análise histopatológica e RT-qPCR. Os parâmetros imunológicos foram avaliados por ELISA. Os resultados foram analisados no software GraphPad Prism,versão 8.0 (San Diego, CA). Em sobrenadante de cultura de linfócitos T CD4± de pacientes com ES a Dexa reduziu significativamente a produção de
IL-4 (p<0,0001), IL-6 (p=0,0023), IL-13 (p<0,0001) e TNF (p=0,0005), bem comoas citocinas IL-4 (p=0,0001), IL- 13 (p=0,0003) e TNF (p=0,0009) em cultura de células de voluntários saudáveis. Ademais, a Dexa reduziu os níveis
da quimiocina IL-8 (p=0,005) em sobrenadante de cultura de macrófagos de voluntários saudáveis. Os camundongos ES apresentaram espessamento dérmico significativamente maior que os animais do grupo controle (PBS) (p<0,0001). A Dexa reduziu significativamente a espessura da pele dos camundongos ES+Dexa em comparação aos camundongos ES) (p<0,0001). Foi observado aumento significativo da expressão gênica de Col1a1 (p=0,006) e Tgfβ1 (p=0,005) na pele e de Tgfβ1 (p=0,0001) nos pulmões dos camundongos ES em comparação ao grupo controle. Verificou-se redução significativa na expressão do mRNA de Col1a1 (p=0,002), Tgfβ1 (p<0,0001) e Acta2 (p<0,0001) na pele e de Tgfβ1 (p=0,005) nos pulmões do grupo de camundongos ES+Dexa quando comparado aos camundongos ES. In vitro, a produção de IL-4 foi significativamente menor no sobrenadante de cultura de esplenócitos dos camundongos ES+Dexa em comparação ao grupo de camundongos ES (p=0,001). Diante do exposto, demonstra-se que a Dexa apresenta atividade imunomoduladora e antifibrótica frente a células de pacientes com ES e modelo experimental da doença.
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A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença autoimune do tecido conjuntivo, caracterizada por alterações vasculares, desregulação imunológica e fibrose da pele e órgãos internos. Os glicocorticoides são utilizados no tratamento da ES, devido ao efeito anti-inflamatório e imunossupressor. No entanto, dos poucos estudos realizados, os resultados obtidos sobre sua atividade frente a doença são controversos. Assim, o trabalho tem como objetivo avaliar a possível atividade imunomoduladora e antifibrótica da Dexametasona (Dexa) ex vivo em células de pacientes com esclerose sistêmica e in vivo em modelo experimental da ES. A ES experimental foi induzida em camundongos Balb/c, através de injeções intradérmicas de ácido hipocloroso (HOCl) e os animais tratados receberam injeções intraperitoneais de Dexa (1mg/Kg). Durante as seis semanas do ensaio, o espessamento da pele do dorso raspado dos camundongos foi avaliado usando um paquímetro digital e expresso em milímetros (mm). Após esse período, os animais foram sacrificados e retirou-se o baço, pulmões e pele. Esplenócitos e macrófagos isolados do baço foram incubados (3x106 /poço) em placa de 24 poços em meio RPMI 1640, suplementado com 10% de Soro Bovino Fetal e estimulados com 5μg/mL de concanavalina A e 100 ng/mL de lipopolissacárideo, respectivamente, por 48 horas a 37° C e 5% de CO2. Após esse tempo, os sobrenadantes da cultura foram recuperados para dosagens de citocinas por ELISA. O RNA da pele e pulmão foram extraídos usando Trizol e a síntese de cDNA foi realizada utilizando o Kit High-Capacity cDNA Reverse Transcription. Em seguida, a expressão gênica de Col1a1, Tgf-β1 e Acta2 foi avaliada por RT-qPCR e a expressão gênica relativa foi calculada por 2 −ΔΔCT. Os resultados foram analisados no software GraphPad Prism, versão 8.0 (San Diego, CA). In vitro, a produção de IL-4 foi significativamente menor no sobrenadante de cultura de esplenócitos dos camundongos ES+Dexa em comparação ao grupo de camundongos ES (p=0,001). E ocorreu aumento significativo de IL-6 no sobrenadante de cultura de macrófagos dos camundongos ES+Dexa em comparação aos camundongos ES (p=0,008). Os camundongos ES apresentaram espessamento dérmico significativamente maior que o animais do grupo controle (PBS) (p<0,0001). A Dexa reduziu significativamente a espessura da pele dos camundongos ES + Dexa em comparação aos camundongos ES (p<0,0001). Foi observado aumento significativo da expressão gênica de Col1a1 (p=0,006) e Tgfβ1(p=0,005) na pele e de Tgfβ1 (p=0,0001) nos pulmões dos camundongos ES em comparação ao grupo controle. Verificou-se redução significativa na expressão de Col1a1 (p=0,002), Tgfβ1 (p<0,0001) e Acta2 (p<0,0001) na pele e de Tgfβ1 (p=0,005) nos pulmões do grupo de camundongos ES + Dexa quando comparado aos camundongos ES. Não ocorreu alteração significativa na expressão gênica de Col1a1 e Acta2 no pulmão dos grupos avaliados. Diante do exposto, sugere-se um perfil imunomodulador da dexametasona frente a produção de IL-4 e antifibrótico ao reduzir espessura dérmica e expressão de genes envolvidos na fibrose de pele e pulmão.
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VALERIA MOURA DE CARVALHO
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Avaliação do potencial terapêutico de derivados de tiossemicarbazonas em células neoplásicas de pulmão
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Orientador : MICHELLY CRISTINY PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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IRANILDO JOSE DA CRUZ FILHO
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MARDONNY BRUNO DE OLIVEIRA CHAGAS
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TERESINHA GONCALVES DA SILVA
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Data: 04/03/2024
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O câncer de pulmão (CP) é a principal causa de morte por câncer, e sua gravidade está associada ao diagnóstico tardio, recidiva e resistência aos medicamentos, principalmente à cisplatina. Contudo, diante dos efeitos adversos deste fármaco, torna-se fundamental a busca de novas alternativas terapêuticas. Nesse contexto, outras moléculas que formam complexos com íons metálicos vêm sendo estudadas, sendo as tiossemicarbazonas (TSCs) um exemplo promissor no que se refere à atividade antineoplásica. Dessa forma, o presente estudo objetiva investigar a atividade antineoplásica in vitro de derivados de TSCs (PR-12, PR-14 e PR-17) em linhagens celulares de carcinoma de pulmão de células não pequenas (CPCNP), por meio da avaliação da citotoxicidade e dos efeitos dos derivados no ciclo e morte celular, ativação das caspases efetoras -3 e -7, bem como na geração de espécies reativas de oxigênio (ROS). A citotoxicidade foi analisada por meio do ensaio de MTT em células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) e em linhagens de CPCNP (A549 e H1299). A análise do ciclo celular, a indução de apoptose e necrose, bem como a ativação das caspases e a geração de ROS, foram realizadas por citometria de fluxo, mediante marcação com iodeto de propídeo (PI), PI e anexina V-APC, reagente CelEvent® Caspase 3/7 Green e dihidroetídio, respectivamente. Os derivados de TSCs não apresentaram toxicidade considerável em PBMCs (IC50>100 μM), e foram tóxicos para as células neoplásicas. Na linhagem A549, os valores de IC50 variaram de 1,15 a 22 μM. Já na linhagem H1299, os derivados apresentaram valores de IC50 entre 7,4 e 12,4 μM. Com relação à análise do ciclo celular na linhagem A549, apenas o PR-14 induziu o acúmulo de células na fase G2/M. Na linhagem H1299, os compostos PR-12 e PR-14 aumentaram o porcentual de células na fase S, enquanto o PR-17 aumentou tanto na fase S como na fase G2/M. No que se refere à
indução de morte celular na linhagem A549, o PR-12 induziu apenas a necrose, enquanto o PR- 14 desencadeou apoptose e necrose. Na linhagem H1299, todos os derivados induziram
apoptose, e o PR-17 também desencadeou a necrose. Ademais, na linhagem A549, apenas o PR- 14 ativou as caspases -3 e -7, enquanto na linhagem H1299, todos os compostos ativaram estas
proteases. Em relação à geração de ROS, apenas o PR-14 aumentou sua produção na linhagem A549, já na linhagem H1299, todos os derivados elevaram o nível de ROS. As análises demonstraram que os derivados de TSCs apresentaram atividade antitumoral frente às linhagens neoplásicas de pulmão, indicando que esses compostos podem ser potenciais candidatos a fármaco para o tratamento do CPCNP.
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O câncer de pulmão (CP) representa a principal causa de morte por câncer, sendo sua gravidade atribuída ao diagnóstico tardio, recidiva e desenvolvimento de resistência aos medicamentos utilizados. Os regimes de quimioterápicos empregados no tratamento do CP são à base de platina, principalmente a cisplatina. Contudo, tendo em vista que este fármaco desencadeia diferentes efeitos adversos, é de fundamental importância realizar estudos destinados ao desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas. Nessa conjuntura, outras moléculas que formam complexos com íons metálicos vêm sendo estudadas, sendo as tiossemicarbazonas (TSCs) um exemplo promissor no que tange à atividade antineoplásica, visto que possuem propriedades capazes de inibir o crescimento e a proliferação de células tumorais, além de induzirem a morte celular por meio da geração de espécies reativas de oxigênio (EROs). Destarte, o presente estudo objetiva investigar a atividade antineoplásica in vitro de novos derivados de tiossemicarbazonas (PR-12, PR-14 e PR-17) em linhagens celulares de CP de células não pequenas (A549 e H1299), por meio da avaliação da citotoxicidade e dos possíveis efeitos dos derivados na proliferação, ciclo e morte celular, geração de EROs e a capacidade de inibição da migração celular. A citotoxicidade foi analisada por meio do ensaio de MTT utilizando as linhagens neoplásicas de pulmão de células não pequenas A549 e H1299. A análise do ciclo celular, a geração de EROs e a indução de apoptose e necrose nestas linhagens celulares foram realizadas por citometria de fluxo, mediante marcação com iodeto de propídeo (PI), dihidroetídio (DHE), PI e anexina V, respectivamente. Os derivados PR-12, PR-14 e PR-17 apresentaram citotoxicidade significativa na linhagem H1299, cujas concentrações inibitórias (IC50) ± desvio padrão foram: 7,4 μM ± 1,6; 12,4 μM ± 0,9 e 7,8 μM ± 3,8, respectivamente. Enquanto na linhagem A549, o composto PR-12 apresentou IC50 de 5 μM ± 2, o PR-14 (22 μM ± 4,5) e o PR-17 (1,15 μM ± 0,4). No que tange à análise do ciclo e morte celular, apenas o PR-14 aumentou o porcentual de células na fase G0/G1 e induziu a morte celular por necrose na linhagem A549 após 24h de tratamento. Enquanto na linhagem H1299 todos os derivados de TSCs aumentaram de forma significativa a produção de EROs após 24, 48h e 72h de tratamento. As análises preliminares demonstraram resultados promissores para os compostos avaliados. Todavia, para a conclusão do estudo, novos ensaios estão sendo repetidos com o intuito de consolidar os resultados e elucidar o mecanismo de ação dos derivados de TSCs no CP de células não pequenas.
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JOÃO ALVES GONÇALVES NETO
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Perfil De Células T e B e Citocinas Pró e Anti-Inflamatórias Antes E Pós-Vacinação Para Covid-19 Em Profissionais De Saúde Do Estado De Pernambuco
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Orientador : MICHELLY CRISTINY PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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ANDERSON RODRIGUES DE ALMEIDA
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PRISCILLA STELA SANTANA DE OLIVEIRA
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Data: 08/03/2024
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Avaliações imunológicas e o acompanhamento de vacinados contra o SARS-CoV-2 são cruciais para obter dados sobre eficácia e segurança, otimizando estratégias de imunização local e globalmente. A pesquisa teve como objetivo avaliar o perfil imunológico dos Linfócitos T/B e das citocinas pró e anti-inflamatórias em resposta à vacinação contra a COVID-19 em amostras de sangue total de profissionais de saúde do estado de Pernambuco. De cada participante recrutado foram coletadas, inicialmente, amostras para a investigação de infecção prévia pelo SARS-CoV-2 (anti-IgG) à primeira dose da vacina (T0), bem como sangue total e plasma para análises por citometria e ELISA. Linfócitos totais, TCD3, TCD4 e linfócitos B foram analisados em seis coletas (T0 a T5), realizadas ao longo de um ano, até 15 dias após a quarta dose. A dosagem das citocinas IL-6, IL-10 e INF-γ foi realizada em três diferentes momentos (T0, T2 e T5). As diferenças foram consideradas significativas quando p ≤ 0,05. Informações sociodemográficas e sobre efeitos adversos das vacinas também foram coletadas. No total, 20 participantes recrutados seguiram até o fim do seguimento. O efeito adverso mais relatado foi a dor local após vacinação (80%). Infecção prévia pelo SARS-CoV-2 foi observada em 25% dos voluntários em T0. O percentual dos linfócitos totais reduziu significativamente seis meses após a 2ª coleta (T2; p = 0,0003), voltando a subir após as doses de reforço. O mesmo foi observado para T CD3+, porém com redução mais acentuada, e significativa em relação a T0 (p < 0,0001). Linfócitos T CD4+ elevaram-se significativamente após a quarta dose em relação à coleta após a 3ª dose (p=0.0089). Os Linfócitos B demostraram elevação gradativa ao longo das coletas, com diferença significativa entre T0 e T5 (p = 0,0050). Não foram observadas diferenças significativas para as citocinas analisadas, apesar das variações individuais. Apesar das limitações iniciais na amostragem, este estudo oferece uma visão das variações nas células que participam da memória imunológica em resposta à vacinação, a partir de espécimes coletados de profissionais que atuaram em um centro de testagem durante a pandemia da COVID-19. Esta pesquisa acompanhou um número considerável de voluntários durante um período significativo, fornecendo perspectivas úteis para futuras investigações sobre a resposta imunológica à vacinação contra a COVID-19, neste grupo em específico.
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A rápida disseminação do SARS-CoV-2 levou as organizações de saúde a concentrarem seus esforços na pesquisa e inovação, com o objetivo de desenvolver vacinas eficazes contra esse vírus. Até o momento, mais de 770 milhões de pessoas foram infectadas em todo o mundo, resultando em mais de 7 milhões de óbitos. No Brasil, a população recebeu diferentes tipos de vacinas, incluindo a CoronaVac e a Pfizer, que são baseadas em tecnologias como vírus inativados e RNA mensageiro, bem como a Astrazeneca/Oxford e a Johnson & Johnson, que utilizam vetores virais ou adenovírus. A avaliação imunológica e o acompanhamento de indivíduos vacinados desempenham um papel crucial na obtenção de dados concretos sobre a eficácia e a segurança das vacinas. Essas informações são essenciais para a otimização das estratégias de imunização, tanto em âmbito local quanto global. O objetivo deste projeto de pesquisa é
avaliar prospectivamente a resposta imunológica de adultos jovens após a vacinação contra o SARS-CoV- 2. Isso inclui: (i) Detecção dos níveis de linfócitos T e B no sangue periférico por meio de citometria de
fluxo. (ii) Determinação da concentração de moléculas anti e pró-inflamatórias no plasma sanguíneo de pacientes vacinados utilizando o ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). (iii) Avaliação da memória imunológica (IgG) após a primeira, segunda, terceira e quarta doses das vacinas, com intervalos de 1, 3, 6 e 12 meses, por meio do ELISA. (iv) Comparação dos resultados laboratoriais em diferentes momentos: antes da vacinação, após a primeira, segunda, terceira e quarta doses. (v) Avaliação das reações adversas relatadas pelos voluntários após a vacinação. Para realizar essas análises, inicialmente recrutamos 40 voluntários antes da primeira dose da vacina, mas ao longo do estudo, devido a diversas circunstâncias, conseguimos acompanhar apenas 23 deles. Amostras de soro e células mononucleares do sangue periférico (PBMC) foram coletadas de todos os voluntários. A maioria dos participantes (65%) era do sexo feminino, com idades entre 20 e 45 anos, e apenas um relatou ter comorbidades. Também coletamos informações sobre a história de infecção por COVID-19, sintomas, fabricante das vacinas recebidas e eventuais efeitos adversos. As diferenças foram consideradas significativas quando p ≤ 0,05. Nossos resultados demonstraram que os níveis de linfócitos TCD4+ aumentaram significativamente após cada dose da CoronaVac, que foi aplicada a todos os voluntários na primeira e segunda doses. A partir da terceira dose, a vacina da Pfizer se tornou a principal aplicada. No entanto, observamos que esses níveis diminuíram após um período de até seis meses. Resultados semelhantes foram observados nos linfócitos TCD3+. Em contrapartida, os níveis de linfócitos B não apresentaram diferenças significativas durante o mesmo período avaliado. Estamos atualmente em processo de análise das amostras para avaliar a resposta humoral produzida pelas vacinas, bem como para detectar a produção de duas interleucinas relacionadas à imunidade induzida, a IL-6 e a IL-10.
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GEDIELMA MARIA DA SILVA MARTINS
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IDENTIFICAÇÃO DE NOVOS BIOMARCADORES PRESENTES NA SALIVA PARA PROGNÓSTICO DA COVID-19
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Orientador : MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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AMANDA PINHEIRO DE BARROS ALBUQUERQUE
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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ROMULO PESSOA E SILVA
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Data: 13/03/2024
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Uma pneumonia viral desconhecida surgiu em Wuhan, China, em dezembro de 2019, identificada como COVID-19, em janeiro de 2020. Embora com menor taxa de mortalidade, a COVID-19 se espalha rapidamente. Biomarcadores salivares têm se mostrado promissores para o diagnóstico e prognóstico da doença, de forma rápida e não invasiva. A detecção de SARS-CoV- 2 na saliva pode fornecer um método confiável e econômico para o diagnóstico precoce e monitoramento dos pacientes durante a pandemia. O principal objetivo desta pesquisa é avaliar a expressão de citocinas pró e anti-inflamatórias na saliva de pacientes diagnosticados com COVID-19, visando sua utilização como biomarcador de prognóstico clínico. Os pacientes maiores de 18 anos, sintomáticos com pelo menos 5 dias de sintomas e que concordaram em participar do estudo foram incluídos na pesquisa. Pacientes menores de 18 anos, com mais de 10 dias de sintomas para COVID-19 e em uso de terapias imunossupressoras ou imunoestimulantes foram excluídos. A coleta de saliva foi feita pelos próprios pacientes e as amostras foram mantidas sob refrigeração de -80 °C. As análises estatísticas foram conduzidas para verificar diferenças entre os grupos e correlações entre as variáveis, utilizando testes t de Student, Mann- Whitney e Spearman. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Foram estudados 76 pacientes positivos para COVID-19, sendo 60,53% do sexo feminino e 39,47% do sexo masculino, com idade média de 37,78 anos. Os sintomas mais comuns foram cefaleia, tosse seca e coriza. Além disso, 69 pacientes com sintomas semelhantes, mas negativos para COVID-19, foram incluídos no estudo, sendo 75,36% mulheres e 24,64% homens, com idade média de 38,62 anos. Os principais sintomas foram cefaleia, dor de garganta e coriza. 77 controles saudáveis foram incluídos no estudo, sendo 57,14% do sexo feminino e 42,86% do sexo masculino, obtendo uma idade média de 49 anos. O estudo analisou os níveis das citocinas IFN-γ, IL-4, IL- 6, IL-10, IL-1β e TNF-α na saliva de pacientes leves e negativos sintomáticos para COVID-19, comparando com um grupo de controle saudável. Observou-se um aumento da expressão de IFN-γ (p < 0,0001), IL-4 (p < 0.0001) e IL-6 (p < 0.0004) no grupo dos positivos leves quando comparados ao grupo controle. Houve também aumento da expressão de IFN-γ (p < 0.0001), IL- 4 (p < 0.0001) e IL-6 (p < 0.0001) quando comparamos o grupo dos positivos leves aos sintomáticos negativos. Foram identificadas correlações positivas entre as principais condições médicas associadas e os sintomas da COVID-19 e os níveis das citocinas examinadas. A análise de correlação entre as citocinas IFN-γ, IL-4, IL-6, IL-10, IL-1β e TNF-α durante a fase aguda da COVID-19 destacou relações estatisticamente significativas. IL-10 demonstrou associações positivas e moderadas com (r=0,3564, p=0,0036) e IFN-γ (r=0,3292, p=0,0151), enquanto IL-6 e TNF-α exibiram uma correlação positiva e moderada entre si (r=0,4582, p=0,0033). As avaliações das curvas ROC revelaram uma AUC notavelmente alta de 0,9285 para IFN-γ, indicando uma excelente capacidade de distinguir entre os grupos com sintomas leves e controles, seguido por IL-4 com uma AUC de 0,8226 e IL-6 com 0,7065, demonstrando uma capacidade discriminatória satisfatória e aceitável, respectivamente. Esses resultados sugerem o potencial do IFN-γ como um marcador distintivo para a COVID-19. Essas descobertas indicam o potencial da saliva como meio diagnóstico e fonte de biomarcadores para a COVID-19, mas ressaltam a necessidade de pesquisas mais aprofundadas nessa área.
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Uma pneumonia viral desconhecida surgiu em Wuhan, China, em dezembro de 2019, identificada como COVID-19 em janeiro de 2020. Embora com menor taxa de mortalidade que SARS e MERS, a COVID-19 se espalha rapidamente. Biomarcadores salivares têm se mostrado promissores para
o diagnóstico e prognóstico da doença, de forma rápida e não invasiva. A detecção de SARS-CoV- 2 na saliva pode fornecer um método confiável e econômico para o diagnóstico precoce e
monitoramento dos pacientes durante a pandemia. O principal objetivo desta pesquisa é avaliar a
expressão de citocinas pró e anti-inflamatórias na saliva de pacientes diagnosticados com COVID- 19 visando sua utilização como biomarcador clínico. Os pacientes maiores de 18 anos,
sintomáticos com pelo menos 5 dias de sintomas e que concordaram em participar do estudo foram incluídos na pesquisa. Pacientes menores de 18 anos, com mais de 10 dias de sintomas para COVID-19 e em uso de terapias imunossupressoras ou imunoestimulantes foram excluídos. A coleta de saliva foi feita pelos próprios pacientes e as amostras foram mantidas sob refrigeração de -80 °C. As análises estatísticas foram conduzidas para verificar diferenças entre os grupos e correlações entre as variáveis, utilizando testes t de Student, Mann-Whitney e Spearman. Valores de p < 0,05 foram considerados significativos. Foram estudados 63 pacientes positivos para COVID-19, sendo 60,31% do sexo feminino e 39,69% do sexo masculino, com idade média de 37,76 anos. Os sintomas mais comuns foram cefaleia, tosse seca e coriza. Além disso, 32 pacientes com sintomas semelhantes, mas negativos para COVID-19, foram incluídos no estudo, sendo 68,75% mulheres e 31,25% homens, com idade média de 38,66 anos. Os principais sintomas foram cefaleia, dor de garganta e coriza. Os principais resultados indicaram um aumento significativo dos níveis de IFN-γ e IL-6 nos pacientes do grupo leves/moderados de COVID-19 em comparação com os sintomáticos negativos. A presença de alguns sintomas, como dor de garganta, dor de cabeça, sonolência, perda de apetite e mialgia, apresentou associações positivas significativas com os níveis de IFN-γ. Além disso, os níveis de TNF-α mostraram associação significativa com a presença de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no grupo de pacientes leves/moderados, e a presença de sintomas como perda de olfato, febre, perda de apetite, tosse seca e mialgia também apresentou associações positivas significativas com os níveis de TNF-α. Este estudo destacou a saliva como uma opção vantajosa como meio diagnóstico para COVID-19, sendo não invasiva e amplamente aceita, permitindo a detecção do RNA e anticorpos do SARS-CoV-2. Portanto, pacientes positivos para COVID-19 apresentaram níveis elevados de IFN-y e IL-6 na saliva em comparação com os negativos. Outros estudos também encontraram associações entre citocinas salivares e a gravidade da doença, embora discrepâncias tenham sido observadas em relação a certas citocinas, como IL-1b e TNF. Essas descobertas indicam o potencial da saliva como meio diagnóstico e fonte de biomarcadores para a COVID-19, mas ressaltam a necessidade de pesquisas mais aprofundadas nessa área.
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TULIO QUEIROGA FAUSTINO
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INFLUÊNCIA DA FORÇA IÔNICA NA INTERAÇÃO DE CIANOTOXINAS COM O NANOPORO DA ALFA-HEMOLISINA
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Orientador : CLAUDIO GABRIEL RODRIGUES
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO GOMES DE CASTRO NETO
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CLAUDIO GABRIEL RODRIGUES
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DIJANAH COTA MACHADO
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JANILSON JOSE DA SILVA JUNIOR
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Data: 29/03/2024
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As microcistinas (MCs) são heptapetídeos cíclicos que são produzidos por diferentes tipos de cianobactérias, sendo o gênero Microcystis o principal produtor. Diversas variantes de microcistinas já foram documentadas, e suas características estruturais influenciam seus perfis de toxicidade. As microcistinas afetam principalmente o fígado, mas também podem causar danos em outros órgãos. Os métodos tradicionais de detecção, como ELISA, HPLC e LC-MS, são amplamente utilizados, porém são dispendiosos e exigem equipamentos especializados. Nesse contexto, os biossensores surgem como uma abordagem inovadora, oferecendo alta sensibilidade, rapidez e facilidade de uso. Um exemplo promissor é o biossensoriamento estocástico via nanoporo individual, que permite a detecção unitária de moléculas. O nanoporo da α-hemolisina (α-HL) é a proteína mais comumente empregada, uma vez que apresenta uma estrutura molecular bem elucidada e um processo de detecção de diversos analitos já bem descritos na literatura. Experimentalmente, as bicamadas lipídicas planas foram confeccionadas por um método de aposição lipídica, com posterior incorporação de um único nanoporo de α-HL na membrana. Subsequentemente, foi adicionada a microcistina LR no lado TRANS da câmara para realizar a obtenção dos registros através de um protocolo de voltagem. As estruturas moleculares foram obtidas do PDB, desenhadas no Ketcher Molecular Draw e minimizadas no software Avogadro, antes de serem submetidas ao DockThor para análise. Observou-se que a utilização de soluções de fluoreto, resultam em menor condutância do nanoporo devido à maior viscosidade. Notou-se um padrão de bloqueio semelhante nas soluções de cloreto e fluoreto, sugerindo uma consistência no comportamento das microcistinas, independentemente do tipo de sal utilizado.As análises do comportamento de bloqueio indicam uma relação entre a concentração de KCl na solução e a frequência de bloqueios causados pela MC-LR, sugerindo que o aumento da concentração de solução está associado a um aumento na frequência de bloqueios. Esse aumento na frequência de bloqueios melhora a capacidade de detecção estocástica do nanoporo unitário da α-HL. De modo geral, as microcistinas RR e a Nodularina apresentaram as melhores energias quando associadas ao nanoporo da α-HL, seguidas pela LR
e YR. Houve uma similaridade entre as energias totais e quantidade total de ligações de hidrogênio da MC-LR e Nodularina, fator que pode ser explicado por sua semelhança estrutural. Assim, espera-se que apresentem bloqueios característicos semelhantes em amplitude, porém, passíveis de serem discriminados, uma vez que apresentam ligações e energia distintas. Experimentalmente, nota-se uma prevalência no tempo de bloqueio da MC-RR em relação a outras MCs, corroborando com os dados obtidos computacionalmente. No entanto, variações no potencial elétrico da membrana alteram a frequência e o tempo de bloqueio induzidos pelas microcistinas, indicando uma relação entre o perfil de carga das moléculas e o nanoporo. Assim, pode-se concluir que o aumento da concentração de KCl na solução está associado a um aumento na frequência de bloqueios causados pela MC- LR, sugerindo uma melhora na capacidade de detecção estocástica do nanoporo unitário da α-HL.
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As microcistinas (MCs) são heptapetídeos cíclicos que são produzidos por diferentes tipos de cianobactérias, sendo o gênero Microcystis o principal produtor. Diversas variantes de microcistinas já foram documentadas, e suas características estruturais influenciam seus perfis de toxicidade. As microcistinas afetam principalmente o fígado, mas também podem causar danos em outros órgãos. Para garantir a segurança da água e proteger a saúde pública, métodos avançados como ELISA, HPLC e LC-MS são amplamente utilizados para a detecção de microcistinas. No entanto, esses métodos são dispendiosos e requerem equipamentos especializados. Nesse sentido, os biossensores surgem como uma abordagem inovadora, oferecendo alta sensibilidade, rapidez e facilidade de uso. Um exemplo promissor é o biossensoriamento estocástico via nanoporo individual, que permite a detecção unitária de moléculas de microcistinas. O nanoporo da α-hemolisina é a proteína mais comumente empregada, uma vez que apresenta uma estrutura molecular bem elucidada e um processo de detecção de diversos analitos já bem descritos na literatura. Desta forma, propomos a aplicação do atracamento molecular para identificar os modos de ligações das microcistinas no nanoporo de α-hemolisina, de forma que possibilite auxiliar na correlação dos bloqueios de corrente iônica. Experimentalmente, as bicamadas lipídicas planas foram confeccionadas por um método de aposição lipídica, com posterior incorporação de um único nanoporo de α-hemolisina na membrana. Subsequentemente, foram adicionadas microcistinas no lado TRANS da câmara para realizar a obtenção dos registros através de um protocolo de voltagem. As estruturas moleculares foram adquiridas a partir do PDB, desenhadas a partir do Ketcher Molecular Draw, e minimizadas pelo software Avogadro. Desta forma, foram aplicadas nas zonas copal, troncular e anelar do nanoporo para as análises de atracamento molecular. Os confôrmeros que apresentaram as melhores energias de interação foram analisados a partir do Discovery Studio Visualizer. De modo geral, as microcistinas RR e a Nodularina apresentaram as melhores energias quando associadas ao nanoporo da alfa-hemolisina, seguidas pela LR e YR. Houve uma similaridade entre as energias totais e quantidade total de ligações de hidrogênio da MC-LR e Nodularina, fator que pode ser explicado por sua semelhança estrutural. Assim, espera-se que apresentem bloqueios característicos semelhantes em amplitude, porém, passíveis de serem discriminados, uma vez que apresentam ligações e energia distintas. Experimentalmente, nota-se uma prevalência no tempo de bloqueio da MC-RR em relação a outras MCs, corroborando com os dados obtidos computacionalmente. Porém, com alterações no potencial elétrico da membrana, a frequência e o tempo de bloqueio induzidos pelas MCs se alteram, assim, acredita-se que o comportamento de bloqueios esteja relacionado tanto com o perfil de carga destas moléculas em meio aquoso, bem como o perfil de carga do nanoporo. Portanto, estudos envolvendo a dinâmica molecular, que consideram a flexibilidade de receptores e ligantes, a cinética das reações e a solução banhante, são necessários para elucidar completamente o comportamento de translocação e interação entre as cianotoxinas e nanoporo.
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HERNANDO DE BARROS SIQUEIRA NETO
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PLANEJAMENTO, SÍNTESE, AVALIAÇÃO DE CITOTOXICIDADE E ATIVIDADE ANTIVIRAL DE NOVOS DERIVADOS IMIDAZOLIDÍNICOS CONTRA O VÍRUS SARS-CoV-2
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Orientador : IVAN DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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MICHELLE MELGAREJO DA ROSA
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IRANILDO JOSE DA CRUZ FILHO
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PAULO ANDRE TEIXEIRA DE MORAES GOMES
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Data: 29/04/2024
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A coronavirus disease (COVID-19), enfermidade respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2, alcançou uma pandemia sem precedentes. Em quadros graves, pacientes podem desenvolver pneumonia, síndrome respiratória aguda grave (SRAG), além de falha de órgãos. A ausência de um tratamento específico e padronizado sugere a necessidade de novas abordagens terapêuticas, como o planejamento de fármacos com estudos in vitro e técnicas computacionais. Apresentando importantes atividades biológicas, as imidazolidinas são moléculas com uma porção heterocíclica nitrogenada, destacando-se entre elas a hidantoína, componente de diversos fármacos de uso na clínica. Utilizando como alvos terapêuticos proteases típicas de coronavírus, foi planejada uma série de novos derivados imidazolidínicos, visando a síntese, elucidação estrutural e avaliação de seu potencial antiviral. Após a obtenção do composto intermediário AV-1, não foi possível obter os produtos finais seguindo a rota originalmente construída. Houve então uma mudança de planejamento sintético, com as seguintes etapas reacionais: 1) produção de compostos JMs por condensação de Knoevenagel, utilizando hidantoína e respectivos aldeídos; 2) adição de Michael dos JMs ao composto halogenado para formação dos produtos finais. Foram sintetizados nove produtos com graus de pureza entre 95-100% (pela técnica de cromatografia líquida de alta eficiência), dos quais oito receberam confirmação estrutural por ressonância magnética nuclear de 1H e 13C. Estudos de docagem molecular indicaram que todos os produtos finais têm afinidade, e interagem bem, com as proteases virais MPRO e PLPRO, sendo enfim indicados para testes de citotoxicidade.
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A coronavirus disease (COVID-19), enfermidade respiratória causada pelo vírus SARS-CoV-2, alcançou uma pandemia sem precedentes. Em quadros graves, pacientes podem desenvolver pneumonia, síndrome respiratória aguda grave (SRAG), além de falha de órgãos. A ausência de um tratamento específico e padronizado sugere a necessidade de novas abordagens terapêuticas, como o planejamento de fármacos com estudos in vitro e técnicas computacionais. Apresentando importantes atividades biológicas, as imidazolidinas são moléculas com uma porção heterocíclica nitrogenada, destacando-se entre elas a hidantoína, componente de diversos fármacos de uso na clínica. Utilizando como alvos terapêuticos proteases típicas de coronavírus, foi planejada uma série de novos derivados imidazolidínicos, visando a síntese, elucidação estrutural e avaliação de seu potencial antiviral. Após a obtenção do composto intermediário AV-1, não foi possível obter os produtos finais seguindo a rota originalmente construída. Houve então uma mudança de planejamento sintético, com as seguintes etapas reacionais: 1) produção de compostos JMs por condensação de Knoevenagel, utilizando hidantoína e respectivos aldeídos; 2) adição de Michael dos JMs ao composto halogenado para formação dos produtos finais. Foram sintetizados nove produtos com graus de pureza entre 95-100% (pela técnica de cromatografia líquida de alta eficiência), dos quais oito receberam confirmação estrutural por ressonância magnética nuclear de 1H e 13C. Estudos de docagem molecular indicaram que todos os produtos finais têm afinidade, e interagem bem, com as proteases virais MPRO e PLPRO, sendo enfim indicados para testes de citotoxicidade.
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MARIA CLARA CAVALCANTE ERHARDT
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CARREADOR LIPÍDICO NANOESTRUTURADO CONTENDO NITRATO DE GÁLIO COMO ALTERNATIVA TERAPÊUTICA PARA INFECÇÕES CUTÂNEAS
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Orientador : PEDRO JOSE ROLIM NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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DOUGLAS DOURADO OLIVEIRA
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PEDRO JOSE ROLIM NETO
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WIDSON MICHAEL DOS SANTOS
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Data: 30/04/2024
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Atualmente, grande parte do tratamento para as infecções cutâneas é realizado com medicamentos antimicrobianos, que, devido ao seu uso irracional e a sua prescrição indiscriminada, tem ocasionado o fenômeno da resistência bacteriana. Estudos demonstram a importância da captação de ferro pelas bactérias ferro dependentes. Nesse sentido, o Ga 3+ surge como alternativa, visto que apresenta mimetismo com o Fe 3+ e perturba os processos biológicos de microrganismos, reduzindo assim, a chance de desenvolvimento de resistência terapêutica, além de apresentar uma atividade anti-inflamatória potencial. Diante desse fator, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver uma alternativa para o tratamento de infecções a base de nanopartículas de origem lipídica para encapsulação de nitrato de gálio. Os carreadores lipídicos nanoestruturados (CLN) contendo nitrato de gálio foram produzidos por meio da técnica de dupla emulsificação por ultrassom, onde otimizações de formulação e de processo foram feitas através de planejamento experimental. O CLN que, através do planejamento, possibilitou a escolha da nanopartícula com melhor tamanho, índice de polidispersão (PdI), potencial zeta (PZ) e eficiência de encapsulamento (EE) foi caracterizado por valor de pH, Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), ensaio da membrana cório-alantoide (HET-CAM), avaliação do efeito oclusivo, bem como foi realizada a estabilidade de armazenamento. O planejamento experimental do tipo central composto resultou em um CLN com tamanho de 41,13 nm, PdI de 0,188, PZ de -7,512 mV, EE de 80,51% e pH 5,23. O FTIR confirmou a incorporação do nitrato de gálio no CLN e o DSC mostrou redução de cristalinidade da matriz da nanopartícula. O MET mostrou a morfologia esférica das partículas. No ensaio de HET-CAM não foi verificada toxicidade e irritação do CLN contendo Gálio e o efeito oclusivo foi acima de 35%. Portanto, foi possível obter CLN com propriedades físico-químicas e estabilidade adequadas, os quais são resultados encorajadores quanto ao potencial do sistema para uso em infecções cutâneas. Contudo, estudos de liberação e permeação cutânea, e também de avaliação de atividade antimicrobiana deverão ser desenvolvidos para garantir a viabilidade da formulação.
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Atualmente, grande parte do tratamento para as infecções cutâneas é realizado com medicamentos antimicrobianos, que, devido ao seu uso irracional e a sua prescrição indiscriminada, podem ocasionar o fenômeno da resistência bacteriana. Estudos demonstram a importância da captação de ferro pelas bactérias ferro dependentes, nesse sentido, o Ga 3+ apresenta mimetismo com o Fe 3+ e perturba os processos biológicos de microrganismos ferro dependentes, reduzindo assim, a chance de desenvolvimento de resistência terapêutica, além de apresentar uma atividade anti-inflamatória potencial. Diante desse fator, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver um creme dermatológico para tratamento de infecções a base de nanopartículas de origem lipídica para encapsulação de nitrato de gálio, assim como realizar ensaios de liberação e permeação cutânea. Os carreadores lipídicos nanoestruturados (CLNs) contendo nitrato de gálio foram produzidos por meio da técnica de emulsificação-ultrassom, onde otimizações de formulação e de processo foram feitas através de planejamento experimental, que possibilitou a escolha da nanopartícula com melhor tamanho, índice de polidispersão (PdI), potencial zeta (PZ) e eficiência de encapsulamento (EE). O CLN escolhidos também foi caracterizado por valor de pH, Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), e também foi realizada a estabilidade de armazenamento. Os resultados mostraram que não houve incompatibilidade entre o fármaco e os excipientes. O planejamento experimental resultou em um CLN com tamanho de 41,13 nm, PdI de 0,188, PZ de -7,512 mV, EE de 80,51% e pH 5,23. O FTIR confirmou a incorporação do nitrato de gálio no CLN e o DSC mostrou redução de cristalinidade da matriz da nanopartícula. Portanto, foi possível obter CLNs com propriedades físico-químicas e estabilidade adequadas, os quais são resultados encorajadores quanto ao potencial do sistema para uso tópico, contudo, estudos de liberação e permeação cutânea estão sendo desenvolvidos para garantir a viabilidade da formulação.
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CLARISSA FIGUEREDO BRAGA
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ANÁLISE DO USO DE HORMÔNIOS ENTRE HOMENS E MULHERES TRANSEXUAIS E TRAVESTIS EM UM MUNICÍPIO DO AGRESTE PERNAMBUCANO
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Orientador : KARINA PERRELLI RANDAU
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MEMBROS DA BANCA :
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KARINA PERRELLI RANDAU
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MARIA LUSIA DE MORAIS BELO BEZERRA
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ROSANA ALVES DE MELO
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Data: 06/06/2024
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O Brasil é considerado o país que mais registra crimes letais contra a população trans no mundo. O histórico dessa população dentro do campo da saúde, é marcado por muitos traumas, constituindo barreiras simbólicas ao acesso aos serviços. O SUS, através do Processo Transexualizador e da Política Nacional de Saúde Integral-LGBT visa garantir o atendimento integral de saúde das pessoas transexuais e travestis, incluindo ações de acolhimento e acesso aos serviços do SUS, desde o uso do nome social, acesso à hormonização e cirurgias de adequação à identidade de gênero social. O desejo por um rápido processo de afirmação de gênero, somado às barreiras de acesso e, consequentemente, uma redução da procura pelos serviços de saúde do SUS, leva à automedicação com altas doses de hormônios, o que podem implicar em graves complicações. Com isso em vista, o objetivo desta pesquisa é analisar o uso de hormônios não prescritos entre a população de transexuais e travestis no município de Caruaru-PE. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa e qualitativa. Estão sendo convidados homens e mulheres transexuais e travestis para responderem ao questionário e participarem de oficinas. O recrutamento tem ocorrido por meio de articulação com representantes da militância LGBT, ONG’s que trabalham com essa população, e profissionais da rede de saúde utilizando a técnica não probabilística denominada bola de neve, a fim de localizar pessoas com o perfil necessário para a pesquisa. Alguns resultados parciais já revelam que cerca de 43% da população entrevistada utilizam hormônios sem prescrição, sendo a maior parte deles obtidos em farmácias privadas ou com pessoas conhecidas. Aqueles que relataram uso de hormônios com prescrição, também mencionaram receber orientação médica, e no caso dos não prescritos, as orientações vieram de conhecidos e da internet. O profissional farmacêutico não foi mencionado mesmo estando dentre as opções de respostas. Cerca de 43% relataram não visitar algum serviço de saúde nos últimos 12 meses e 86% mencionaram ter sofrido discriminação em alguma vez que procurou assistência à saúde. Para análise dos dados quantitativos, serão realizados testes de qui-quadrado e análise de regressão logística bivariada e multivariada. Para a análise de dados obtidos nas oficinas, será utilizada a técnica da análise de conteúdo de Bardin. A relevância do projeto deve‐se ao seu potencial de contribuir com a transformação da gestão dos sistemas de saúde, necessária para garantir a equidade do cuidado em saúde para pessoas trans.
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O Brasil é considerado o país que mais registra crimes letais contra a população trans no mundo. O histórico dessa população dentro do campo da saúde, é marcado por muitos traumas, constituindo barreiras simbólicas ao acesso aos serviços. O SUS, através do Processo Transexualizador e da Política Nacional de Saúde Integral-LGBT visa garantir o atendimento integral de saúde das pessoas transexuais e travestis, incluindo ações de acolhimento e acesso aos serviços do SUS, desde o uso do nome social, acesso à hormonização e cirurgias de adequação à identidade de gênero social. O desejo por um rápido processo de afirmação de gênero, somado às barreiras de acesso e, consequentemente, uma redução da procura pelos serviços de saúde do SUS, leva à automedicação com altas doses de hormônios, o que podem implicar em graves complicações. Com isso em vista, o objetivo desta pesquisa é analisar o uso de hormônios não prescritos entre a população de transexuais e travestis no município de Caruaru-PE. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem quantitativa e qualitativa. Estão sendo convidados homens e mulheres transexuais e travestis para responderem ao questionário e participarem de oficinas. O recrutamento tem ocorrido por meio de articulação com representantes da militância LGBT, ONG’s que trabalham com essa população, e profissionais da rede de saúde utilizando a técnica não probabilística denominada bola de neve, a fim de localizar pessoas com o perfil necessário para a pesquisa. Alguns resultados parciais já revelam que cerca de 43% da população entrevistada utilizam hormônios sem prescrição, sendo a maior parte deles obtidos em farmácias privadas ou com pessoas conhecidas. Aqueles que relataram uso de hormônios com prescrição, também mencionaram receber orientação médica, e no caso dos não prescritos, as orientações vieram de conhecidos e da internet. O profissional farmacêutico não foi mencionado mesmo estando dentre as opções de respostas. Cerca de 43% relataram não visitar algum serviço de saúde nos últimos 12 meses e 86% mencionaram ter sofrido discriminação em alguma vez que procurou assistência à saúde. Para análise dos dados quantitativos, serão realizados testes de qui-quadrado e análise de regressão logística bivariada e multivariada. Para a análise de dados obtidos nas oficinas, será utilizada a técnica da análise de conteúdo de Bardin. A relevância do projeto deve‐se ao seu potencial de contribuir com a transformação da gestão dos sistemas de saúde, necessária para garantir a equidade do cuidado em saúde para pessoas trans.
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WINNE FERNANDA SOUTO MAIOR DA SILVA
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Biossensor Nanoestruturado Baseado em Peptídeo Antimicrobiano Hp-MAP1 e Nanotubos de Carbono para Detecção de Bactérias de Interesse Clínico
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Orientador : CESAR AUGUSTO SOUZA DE ANDRADE
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MEMBROS DA BANCA :
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ALBERTO GALDINO DA SILVA JUNIOR
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CESAR AUGUSTO SOUZA DE ANDRADE
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KLEBER GONCALVES BEZERRA ALVES
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Data: 26/06/2024
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As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) representam um problema de saúde global. O Hp-MAP1, um peptídeo antimicrobiano sintético derivado da Temporina PTa extraída da pele da rã de barriga de fogo Hylaranna picturata da Malásia, tem a capacidade de detectar e diferenciar entre bactérias Gram-negativas e Gram-positivas. Os biossensores apresentam uma ampla gama de vantagens para o diagnóstico clínico, como alta especificidade e sensibilidade, capacidade de miniaturização, necessidade de pequenas quantidades de amostra, baixo limite de detecção e baixo custo de produção. O crescente número de óbitos devido à resistência antimicrobiana aumenta exponencialmente a cada ano, sendo uma das principais razões para o desenvolvimento e aplicação de biossensores como alternativa diagnóstica. Nesta dissertação descrevemos o desenvolvimento de um biossensor eletroquímico impedimétrico baseado no peptídeo Hylaranna picturata de multiatividade antimicrobiana (Hp-MAP1) e nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNTs), com o objetivo de detectar bactérias de interesse clínico associadas as IRAS. As técnicas de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) e voltametria cíclica (VC) foram utilizadas para avaliar o desempenho eletroquímico da plataforma sensora, com ferri-ferrocianeto sendo usado como par redox. A superfície do eletrodo de ouro foi modificada através da automontagem de monocamadas de MWCNTs, associadas ao Hp-MAP1. Os microrganismos utilizados nos ensaios foram Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. A técnica de microscopia de força atômica demonstrou a eficaz imobilização da plataforma sensora nanoestruturada na superfície do eletrodo de ouro. Um limite de detecção entre 101 e 106 UFC/mL foi obtido. As variações nas respostas impedimétricas dos biossensores são atribuídas principalmente à presença de peptideoglicano na parede celular bacteriana. A plataforma sensora desenvolvida demonstrou capacidade para detectar e diferenciar bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, com destaque nas respostas para o grupo das Gram-negativas. Limites de detecção excelentes foram observados para P. aeruginosa (0,60), K. pneumoniae (0,42), E. coli (0,67) e S. aureus (0,59), destacando a eficácia do biossensor MWCNTs/Hp-MAP1 na identificação microbiana. Portanto, pode ser considerada uma alternativa inovadora para auxiliar no diagnóstico bacteriano.
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As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) representam um problema de saúde global. O Hp-MAP1, um peptídeo antimicrobiano sintético derivado da Temporina PTa extraída da pele da rã de barriga de fogo Hylaranna picturata da Malásia, tem a capacidade de detectar e diferenciar entre bactérias Gram-negativas e Gram-positivas. Os biossensores apresentam uma ampla gama de vantagens para o diagnóstico clínico, como alta especificidade e sensibilidade, capacidade de miniaturização, necessidade de pequenas quantidades de amostra, baixo limite de detecção e baixo custo de produção. O crescente número de óbitos devido à resistência antimicrobiana aumenta exponencialmente a cada ano, sendo uma das principais razões para o desenvolvimento e aplicação de biossensores como alternativa diagnóstica. Nesta dissertação descrevemos o desenvolvimento de um biossensor eletroquímico impedimétrico baseado no peptídeo Hylaranna picturata de multiatividade antimicrobiana (Hp-MAP1) e nanotubos de carbono de paredes múltiplas (MWCNTs), com o objetivo de detectar bactérias de interesse clínico associadas as IRAS. As técnicas de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE) e voltametria cíclica (VC) foram utilizadas para avaliar o desempenho eletroquímico da plataforma sensora, com ferri-ferrocianeto sendo usado como par redox. A superfície do eletrodo de ouro foi modificada através da automontagem de monocamadas de MWCNTs, associadas ao Hp-MAP1. Os microrganismos utilizados nos ensaios foram Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. A técnica de microscopia de força atômica demonstrou a eficaz imobilização da plataforma sensora nanoestruturada na superfície do eletrodo de ouro. Um limite de detecção entre 101 e 106 UFC/mL foi obtido. As variações nas respostas impedimétricas dos biossensores são atribuídas principalmente à presença de peptideoglicano na parede celular bacteriana. A plataforma sensora desenvolvida demonstrou capacidade para detectar e diferenciar bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, com destaque nas respostas para o grupo das Gram-negativas. Limites de detecção excelentes foram observados para P. aeruginosa (0,60), K. pneumoniae (0,42), E. coli (0,67) e S. aureus (0,59), destacando a eficácia do biossensor MWCNTs/Hp-MAP1 na identificação microbiana. Portanto, pode ser considerada uma alternativa inovadora para auxiliar no diagnóstico bacteriano.
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ALEXSANDRO CARLOS DA SILVA
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Análise dos processos jurídicos relacionados ao uso de Cannabis sativa para fins medicinais no estado de Pernambuco
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Orientador : MICHELLE MELGAREJO DA ROSA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA LIMA LEITE
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MARÍLIA GABRIELA MUNIZ ARRUDA
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RICARDO BRANDAO
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Data: 30/07/2024
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No ano de 1753, o botânico Carolus Linnaeus firmou o termo científico Cannabis sativa para a “maconha", Termo No ano de 1753, o botânico Carolus Linnaeus firmou o termo científico Cannabis sativa para a "maconha", termo popularmente conhecido em nosso país. A Cannabis sativa é apontada como a droga ilegal de maior consumo. Atualmente, o uso de cannabis para fins medicinais é regulamentado em muitos países. No ordenamento brasileiro, a comercialização do canabidiol (CBD) permaneceu proibida até 2015, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizaram o uso compassivo e a importação da substância para fins medicinais. Esta pesquisa consiste em verificar o número de processos jurídicos no estado de Pernambuco, a motivação para a abertura desses processos e os resultados das decisões judiciais sobre o uso de Cannabis sativa para fins medicinais no estado, desde 2019. Serão discutidas as principais motivações relacionadas aos processos que visam a utilização de Cannabis sativa para fins medicinais, bem como analisadas as decisões jurídicas desses processos. Como resultado, constatou-se a morosidade dos processos, mesmo quando os autores atendem aos requisitos exigidos pelos órgãos reguladores. A maioria dos sujeitos dos processos são menores de idade, que já fizeram uso de outros medicamentos sem sucesso e buscam a Cannabis sativa como última alternativa, tendo melhora significativa em relação à patologia. No entanto, enfrentam dificuldades tanto na importação quanto na obtenção do medicamento, muitas vezes de forma onerosa e sem sucesso. Os dados do presente estudo permitem concluir que a negativa em regular o uso da planta no sistema brasileiro caracteriza uma violação ao direito à saúde.
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No ano de 1753, o botânico Carolus Linnaeus firmou o termo científico Cannabis sativa para a “maconha", Termo popularmente conhecido em nosso País. A Cannabis sativa é apontada em primeiro lugar de consumo dentre as drogas ilegais. Atualmente, o uso de cannabis para fins medicinais é regulamentado em muitos países. No ordenamento Brasileiro, a comercialização do Canabidiol (CBD) permaneceu proibida, mudando esse cenário no ano de 2015, no qual o Conselho Federal de Medicina (CFM), bem como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, autorizaram o uso compassivo e a importação da substância para fins medicinal pesquisa consiste em verificar o número de processos jurídicos no estado de Pernambuco e a motivação de abertura dos mesmos, e o resultado da jurisdição para uso de cannabis para fins medicinais no estado, desde 2019. Será discutido sobre as principais motivações e patologias relacionadas aos processos que visam a utilização de cannabis para fins medicinais, bem como, será analisado a decisão jurídica destes processos e como o uso de cannabis. Como resultado, constatou-se a morosidade dos sujeitos que ingressam com ação judicial mesmo atendendo aos requisitos exigidos pelos órgãos reguladores; os sujeitos do processo, na maioria deles menores de idade; que já fizeram uso de outros medicamentos sem sucesso e buscam como a última alternativa a cannabis tendo melhora significativa no tocante a patologia, mas que encontra dificuldade seja por meio da importação, quanto de obter o medicamento muitas vezes onerosas, sem sucesso. Diante desse cenário, permite concluir que a negativa em regular o uso da planta supracitada no sistema brasileiro caracteriza uma violação ao direito à saúde.
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JOÃO PEDRO ALVES GOMES
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INVESTIGAÇÃO DA EXPRESSÃO DO MIR-181A-5P NO CÂNCER DE PULMÃO: UMA ANÁLISE IN SÍLICO, IN VITRO E EX VIVO
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Orientador : MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA CAROLINA ACCIOLY BRELAZ DE CASTRO
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BELMIRA LARA DA SILVEIRA ANDRADE DA COSTA
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ERALDO FONSECA DOS SANTOS JUNIOR
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Data: 31/07/2024
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As altas taxas de mortalidade associadas ao câncer de pulmão (CP) representam um desafio significativo para os sistemas de saúde global. Essa dificuldade é decorrente da natureza heterogênea dos subtipos histológicos dessa neoplasia, e pelo desafio de encontrar um biomarcador padrão. É relatado que o miRNA 181a-5p (miR-181a-5p) desempenha um papel fundamental em diversas neoplasias, devido à inibição de genes responsáveis a mecanismos de sobrevivência ou morte tumoral. Diante disso, o objetivo principal do trabalho é investigar a expressão do miR-181a-5p como possível biomarcador para o CP. Para isso, foi realizada uma análise in silico do miR-181a-5p no CP para investigar a expressão do miR-181a-5p em relação às variáveis categóricas, bem como identificar os possíveis genes alvos e as vias de sinalização. Simultaneamente, a expressão do miR-181a-5p, foi avaliada nas linhagens celulares de CP (A549 e H1299) e na linhagem de pulmão controle (MRC-05). Em paralelo, 37 amostras de pacientes diagnosticados com câncer de pulmão e 19 amostras de pacientes com ausência de neoplasia foram submetidas a análise de expressão por RT-qPCR. Os resultados da análise in sílico, demonstraram uma correlação significativa em relação a associação do aumento da expressão do miR-181a-5p no sexo feminino, além de identificar 291 genes alvos, pelo qual foi observado que a maioria estão associados ao termo de processos biológicos e vias de sinalização em “transdução de sinal”, “câncer”, “crescimento celular e morte” e “transporte e catabolismo”. A análise de expressão do miR-181a-5p, demonstrou que há um aumento da expressão nas linhagens H1299 (7.6 ± 3.46; p < 0.05) e A549 (6.9 ± 1.44; p < 0.05) quando comparadas à linhagem não neoplásica MRC-05 (1.25 ± 0.02; p < 0.05). Similarmente, esse aumento de expressão foi observado nos pacientes com adenocarcinoma (4.2 ± 4.5; p<0.05) e carcinoma escamoso (1.8 ± 3.7; p<0.05) quando comparadas com os pacients com ausência de neoplasia (0.52 ± 0.56; p<0.05). Adicionalmente, as variáveis: estadiamento, histórico familiar, tumores prévios, comorbidades e alcoolismo estiveram associadas ao aumento da expressão do miR-181a-5p. Todos os coeficientes estimados foram estatisticamente significativos (p < 0,05) Portanto, embora preliminar, o estudo sugere que o miR-181a-5p está ́ aumentado no CP e pode ter relação com estadiamentos mais avançados. No entanto, a ampliação do N amostral e uma análise funcional serão importantes para confirmar o papel deste miRNA no CP.
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As altas taxas de mortalidade associadas ao câncer de pulmão (CP) representam um desafio significativo para os sistemas de saúde global. Essa dificuldade é decorrente da natureza heterogênea dos subtipos histológicos dessa neoplasia, e pelo desafio de encontrar um biomarcador padrão. É relatado que o miRNA 181a-5p (miR-181a-5p) desempenha um papel fundamental em diversas neoplasias, devido à inibição de genes responsáveis a mecanismos de sobrevivência ou morte tumoral. Diante disso, o objetivo principal do trabalho é investigar o efeito funcional do miR-181a-5p no CP. Para isso, foi realizada uma análise in silico do miR-181a-5p no CP para investigar a expressão do miR-181a-5p em relação às variáveis categóricas, bem como identificar os possíveis genes alvos e as vias de sinalização. Em paralelo, 29 amostras de pacientes diagnosticados com câncer de pulmão e 6 amostras de pacientes com ausência de neoplasia foram submetidas a análise de expressão por RT-qPCR. Os resultados da análise in sílico, demonstraram uma correlação significativa em relação a associação do aumento da expressão do miR-181a-5p no sexo feminino e a baixa expressão ao tabagismo, além de identificar 291 genes alvos, pelo qual foi observado que a maioria estão associados ao termo de processos biológicos e vias de sinalização em “transdução de sinal”, “câncer”, “crescimento celular e morte” e “transporte e catabolismo”. A análise de expressão do miR-181a-5p, demonstrou que há um aumento da expressão nas linhagens H1299 (7.6 ± 3.46; p < 0.05) e A549 (6.9 ± 1.44; p < 0.05) quando comparadas à linhagem não neoplásica MRC-05 (1.25 ± 0.02; p < 0.05). Similarmente, esse aumento de expressão foi observado nos pacientes com adenocarcinoma (7.7 ± 8.8; p< 0.05) e carcinoma escamoso (7.9 ± 12.8; p< 0.05) quando comparadas com os pacientes com ausência de neoplasia (0.26 ± 0.20; p< 0.05). Adicionalmente, foi identificado que a expressão do miR-181a-5p e o tabagismo contribuem com o aumento de probabilidade do paciente assumir os estágios 3 e 4 (p< 0,05).Portanto, embora preliminar, o estudo sugere que o miR-181a-5p está ́ aumentado no CP e pode ter relação com estadiamentos mais avançados. No entanto, a ampliação do N amostral e uma análise funcional serão importantes para confirmar o papel deste miRNA no CP.
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JOSÉ RAFAEL SOARES DA SILVA
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Análise epidemiológica da saúde respiratória da população do sertão do Araripe-PE
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Orientador : MICHELLY CRISTINY PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ELIANE MARIA GORGA LAGO
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ANDERSON RODRIGUES DE ALMEIDA
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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Data: 31/07/2024
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O estado de Pernambuco detém 18% das reservas de gipsita do Brasil, concentradas principalmente no Sertão do Araripe, e é responsável por 97% da produção nacional. Os municípios de Araripina, Bodocó, Exu, Granito, Ipubi, Moreilândia, Ouricuri, Santa Cruz, Santa Filomena e Trindade são os principais produtores desde o início das atividades de extração, beneficiamento e transporte do gesso, tornando a região o maior polo produtor do país. No entanto, a exposição prolongada à poeira de gesso e à queima de biomassa, típicas deste setor, tem sido correlacionada com diversas doenças respiratórias, tais quais: asma, pneumonia, DPOC, bronquite aguda e pneumoconiose. Este estudo teve como objetivo investigar a incidência e prevalência de câncer de pulmão e outras doenças respiratórias na região. Utilizando uma abordagem transversal, observacional e descritiva, a pesquisa foi conduzida em três etapas distintas. Na primeira etapa, foram utilizados dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do INCA, no período de 1997 a 2020, foram investigados 58 casos de câncer de pulmão na região, sendo 46,55% em mulheres e 53,45% em homens, com o tipo histológico de carcinoma escamocelular (39,65%) mais prevalente. Entre os fatores de risco, o tabagismo (48,28%) e as ocupações agrícolas (62,06%), foram mais significativos. Na segunda etapa, utilizando dados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e do Sistema de Informação sobre Mortalidade do DATASUS (2008-2019), foram avaliados internamentos e óbitos por doenças respiratórias na região do sertão do Araripe-PE (n=10) em comparação com os demais municípios de Pernambuco (n=175). Foi observada uma associação significativa entre pertencer ao polo gesseiro e taxas de incidência por pneumonia (R= 0.30, p < 0.05, na regressão linear múltipla), particularmente entre a população economicamente ativa. Na terceira etapa, utilizando dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do período de 2008 a 2019, verificou-se o crescimento e o vínculo empregatício neste setor. Ademais, estudos adicionais com metodologias in vitro e in vivo são necessárias, a fim de avaliar de forma mais abrangente os efeitos da exposição ocupacional e ambiental nesta população, as quais são essenciais para fomentar políticas públicas que visem mitigar os impactos negativos na saúde da população do sertão do Araripe-PE
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Contextualização: Atualmente 97% da produção de gesso no Brasil é realizada no Polo Gesseiro do Sertão do Araripe-PE. A principal fonte energética empregada pelas indústrias de gesso é a lenha, e aproximadamente metade da população está exposta à poluição do ar causada pelas emissões da queima de biomassa. A falta de estudos sobre estas questões resulta na incapacidade de identificar o número real de pessoas expostas a determinados agentes físico-químicos que podem causar diversas doenças respiratórias, incluindo pneumonia, bronquite aguda, pneumoconiose, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer de pulmão (CAP), trazendo pouca discussão sobre o tema nas políticas de saúde pública estaduais e federais. Sendo assim, o desenvolvimento do presente estudo auxiliará na elucidação do panorama atual dos casos de doenças respiratórias no Sertão do Araripe-PE. Objetivo: Avaliar a incidência e mortalidade de doenças respiratórias na população do sertão de Pernambuco, aprofundando a análise temporal para identificação das possíveis tendências ao longo do período estudado. Metodologia: O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPE (CAAE:64624822.8.0000.5208). Além disso, uma carta de anuência do Sindicato da Indústria de Gesso de Pernambuco (Sindusgesso-PE) foi concedida. O banco de dados do Integrador dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do INCA foi avaliado, no intervalo de 1997 a 2022, a fim de verificar a existência de associações entre os subtipos de CAP, fatores de risco (tabagismo e etilismo) e fatores ocupacionais, identificando a taxa de incidência e mortalidade da população. O Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do DATASUS foi usado para identificar a taxa de incidência e mortalidade das doenças respiratórias no período de 2008 a 2019. Uma análise econométrica das internações por pneumonia por 100 mil habitantes na região do sertão do Araripe foi também realizada. Na análise de dados foram realizados análise univariada e multivariada, bem como a correlação de Pearson com auxílio do software STATA 17.0 MP. Os dados foram considerados significativos quando p < 0,05. As variáveis incluídas na análise de regressão linear múltipla utilizando o Método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) foram taxa de pneumonia, polo gesseiro, população, produto interno bruto (PIB), despesa de saúde per capita e taxa de leitos. Resultados e Discussão: A análise incluiu uma amostra de 58 pacientes (número total de casos notificados no RHC para a região), sendo 27 mulheres (46,55%) e 31 homens (53,45%). A distribuição dos dados sociodemográficos foram raça/cor dos pacientes, com sete brancos (12,07%), um amarelo (1,72%), 49 pardos (84,49%) e um sem informação (1,72%). No tocante ao estado civil, foram identificados 37 casados (63,80%), 10 viúvos (17,24%), sete divorciados (12.07%), três solteiros (5,17%) e uma união consensual (1,72%). O nível de escolaridade envolveu 15 analfabetos (25,86%), 21 com ensino fundamental incompleto (36,20%), quatro com ensino fundamental completo (6,89%), 3 com ensino médio (5,17%), um com nível superior (1,72%) e 14 sem informação (24,13%). Em relação ao tabagismo, o estudo identificou casos de não-fumantes (15,52%), ex-fumantes (31,03%), fumantes (48,28%) e 3 sem informações (5,17%). Sobre o etilismo, foram identificados cinco consumidores de bebida alcoólica (8,62%), 20 não consumidores (34,48%), 11 ex-consumidores (18,96%) e 22 sem informação (37,94%). Em relação ao subtipo histológico de CAP mais identificado foi o carcinoma escamocelular (CAE), correspondendo a 39,65% dos casos. Outros subtipos, como adenocarcinoma (18,96%), carcinoma indiferenciado (8,62%) e outras neoplasias (32,77%) também foram identificados. Um percentual de 100% da ocorrência do subtipo CAE esteve presente nas ocupações agrícolas, que constituíram 62,06% das ocupações informadas, sugerindo uma possível associação do desenvolvimento de CAP com o uso de tabaco, consumo de álcool e exposição ocupacional. Os dados foram expressos em média ± desvio padrão. A taxa de internação por pneumonia por 100 mil habitantes foi de 231,85 (± 149,08). Já o tamanho da população do município foi 49806,66 (± 134604,5) e o PIB do município foi 562493,6 (± 2596086). A despesa empenhada per capita com saúde do município foi de 393,31 (± 183,07). A variável dummy que assume valor 1 para município do polo gesseiro e 0, caso contrário foi de 0,05 (± 0,22). A análise de correlação de Pearson indicou a existência de uma relação estatisticamente significativa entre a população do polo gesseiro e o produto interno bruto (r=0.9553; p < 0,05). A análise de regressão linear múltipla utilizando o MQO consistiu na inclusão sequencial de variáveis em modelos log-lin para avaliar a robustez das estimativas do impacto do pertencimento ao Polo Gesseiro sobre a taxa de internações por pneumonia por 100 habitantes no estado de Pernambuco. Os modelos empregados indicaram que, em média, municípios no Polo Gesseiro têm uma taxa de internações por pneumonia maior em comparação com aqueles fora do polo (p < 0,05). Conclusão: A subnotificação dos casos dificulta a compreensão do verdadeiro impacto das doenças respiratórias, impossibilitando estudos epidemiológicos abrangentes, recursos alocados adequadamente e intervenções direcionadas para a identificação e implementação de estratégias eficazes de prevenção, diagnóstico e tratamento. Como perspectivas futuras, análises adicionais e modelagens estatísticas devem ser realizadas para explorar associações e preditores de diferentes subtipos de CAP e doenças respiratórias citadas acima. Também será realizada uma análise multivariada empregando os bancos de dados: Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) para todas as doenças respiratórias de interesse
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BEATRIZ DE FÁTIMA MAIA DE SANTANA
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AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES BIOLÓGICAS IN VITRO E IN SILICO DE DERIVADOS O-GLICOSÍDICOS
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Orientador : TERESINHA GONCALVES DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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TERESINHA GONCALVES DA SILVA
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MARIA CAROLINA ACCIOLY BRELAZ DE CASTRO
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EMMANUEL VIANA PONTUAL
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Data: 02/08/2024
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O câncer tem sido um desafio significativo para a saúde. No Brasil, em 2022, as mortes por neoplasias malignas ficaram atrás apenas das causadas por doenças cardiovasculares, respiratórias e diabetes, com uma estimativa de 704 mil novos casos de tumores malignos entre 2023 e 2025. O câncer é uma doença multifatorial caracterizada pela proliferação desordenada de células e pela disfunção dos mecanismos apoptóticos, com a capacidade metastática aumentando significativamente a mortalidade. Os tratamentos farmacológicos atuais, conhecidos por suas propriedades carcinogênicas, teratogênicas, mutagênicas e citotóxicas, destacam a necessidade de novas estratégias terapêuticas menos tóxicas. Paralelamente à cancerologia, a antibioticoterapia revolucionou a medicina clínica, aumentando a expectativa de vida globalmente. No entanto, o uso excessivo de antibióticos tem levado ao problema crescente da resistência antimicrobiana, que pode ocasionar até 10 milhões de mortes anuais até 2050, ressaltando a urgência na descoberta de novos antibióticos. Nessa perspectiva, biomoléculas advindas de carboidratos podem ser promissoras para o desenvolvimento de novos fármacos com potencial terapêutico. Com isso, o objetivo deste trabalho foi investigar as propriedades anticâncer e antibacteriana de cinco derivados de O-glicosídicos inéditos. A citotoxicidade dos compostos foi avaliada através do método de MTT em diferentes linhagens celulares tumorais (HL-60, HT-29, MCF-7) e normal (L-929) nas concentrações de 0,781; 1,56; 3,125; 6,25; 12,5 e 25 μg/mL para determinação da IC50 no tempo de 72 horas. Adicionalmente, foram realizadas as análises das alterações morfológicas induzidas em G5 nas concentrações de IC50(9 μg/mL) e o dobro da IC50 (18 μg/mL) , por panótico rápido, e os estudos computacionais in silico para relação estrutura-atividade. As avaliações da fragmentação de DNA e do ciclo celular G5 foram realizadas por citometria de fluxo.Já a atividade antibacteriana dos os cinco derivados O-glicosídicos foi realizada pelo método de difusão em ágar frente a Staphylococcus aureus- (UFPEDA 01), Bacillus subtilis (UFPEDA 86) e Escherichia coli (UFPEDA 224) na concentração 2050 mg/mL. Selecionou-se a substância O-glicosídica com melhores parâmetros obtidos a partir do screening inicial previamente verificado no ensaio de citotoxicidade, com o fito de dar continuidade aos testes de farmacocinética e farmacodinâmica in silico. A molécula G5 inibiu mais de 80% do crescimento celular , na concentração de 25 μg/mL, frente à linhagem HL-60. As células HL-60 tratadas com o composto G5 nas concentrações de IC50 (9,00 μg/mL) e do dobro da IC50 (18 μg/mL) provocou alterações morfológicas típicas de morte apoptótica e/ou necrótica. Outrossim, os cinco derivados não apresentaram atividade antibacteriana frente aos micro-organismos testados. Os compostos O-glicosídeos foram citotóxicos para as linhagens testadas e a molécula G5 foi capaz de induzir os mecanismos de morte das células HL-60 sendo considerada promissora para dar continuidade aos estudos antineoplásicos para melhor elucidar os possíveis mecanismos de ação.
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O câncer tem sido um desafio significativo para a saúde. No Brasil, em 2022, as mortes por neoplasias malignas ficaram atrás apenas das causadas por doenças cardiovasculares, respiratórias e diabetes, com uma estimativa de 704 mil novos casos de tumores malignos entre 2023 e 2025. O câncer é uma doença multifatorial caracterizada pela proliferação desordenada de células e pela disfunção dos mecanismos apoptóticos, com a capacidade metastática aumentando significativamente a mortalidade. Os tratamentos farmacológicos atuais, conhecidos por suas propriedades carcinogênicas, teratogênicas, mutagênicas e citotóxicas, destacam a necessidade de novas estratégias terapêuticas menos tóxicas. Paralelamente à cancerologia, a antibioticoterapia revolucionou a medicina clínica, aumentando a expectativa de vida globalmente. No entanto, o uso excessivo de antibióticos tem levado ao problema crescente da resistência antimicrobiana, que pode ocasionar até 10 milhões de mortes anuais até 2050, ressaltando a urgência na descoberta de novos antibióticos. Nessa perspectiva, biomoléculas advindas de carboidratos podem ser promissoras para o desenvolvimento de novos fármacos com potencial terapêutico. Com isso, o objetivo deste trabalho foi investigar as propriedades anticâncer e antibacteriana de cinco derivados de O-glicosídicos inéditos. A citotoxicidade dos compostos foi avaliada através do método de MTT em diferentes linhagens celulares tumorais (HL-60, HT-29, MCF-7) e normal (L-929) nas concentrações de 0,781; 1,56; 3,125; 6,25; 12,5 e 25 μg/mL para determinação da IC50 no tempo de 72 horas. Adicionalmente, foram realizadas as análises das alterações morfológicas induzidas em G5 nas concentrações de IC50(9 μg/mL) e o dobro da IC50 (18 μg/mL) , por panótico rápido, e os estudos computacionais in silico para relação estrutura-atividade. As avaliações da fragmentação de DNA e do ciclo celular G5 foram realizadas por citometria de fluxo.Já a atividade antibacteriana dos os cinco derivados O-glicosídicos foi realizada pelo método de difusão em ágar frente a Staphylococcus aureus- (UFPEDA 01), Bacillus subtilis (UFPEDA 86) e Escherichia coli (UFPEDA 224) na concentração 2050 mg/mL. Selecionou-se a substância O-glicosídica com melhores parâmetros obtidos a partir do screening inicial previamente verificado no ensaio de citotoxicidade, com o fito de dar continuidade aos testes de farmacocinética e farmacodinâmica in silico. A molécula G5 inibiu mais de 80% do crescimento celular , na concentração de 25 μg/mL, frente à linhagem HL-60. As células HL-60 tratadas com o composto G5 nas concentrações de IC50 (9,00 μg/mL) e do dobro da IC50 (18 μg/mL) provocou alterações morfológicas típicas de morte apoptótica e/ou necrótica. Outrossim, os cinco derivados não apresentaram atividade antibacteriana frente aos micro-organismos testados. Os compostos O-glicosídeos foram citotóxicos para as linhagens testadas e a molécula G5 foi capaz de induzir os mecanismos de morte das células HL-60 sendo considerada promissora para dar continuidade aos estudos antineoplásicos para melhor elucidar os possíveis mecanismos de ação.
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HELOISA DE BARROS DANTAS
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Desenvolvimento de eletrodos biossensíveis baseados em dendrímeros nanoestruturados para o diagnóstico diferencial de papilomavírus humano
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Orientador : CESAR AUGUSTO SOUZA DE ANDRADE
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MEMBROS DA BANCA :
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CESAR AUGUSTO SOUZA DE ANDRADE
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MAURILIA PALMEIRA DA COSTA
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NORMA LUCENA CAVALCANTI LICINIO DA SILVA
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Data: 05/08/2024
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O papilomavírus humano (HPV) infecta cerca de 80% dos homens e mulheres com vida sexual ativa pelo menos uma vez até os 45 anos. Ademais, o HPV de alto risco 18 e 16 está presente em 71% dos casos de câncer cervical (CC), sendo o terceiro de maior incidência no mundo. O exame citológico possui baixa sensibilidade e os métodos moleculares possuem limitações como alto custo, complexidade e protocolos demorados. Assim, o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para o diagnóstico rápido e sensível do HPV tornou-se essencial. Uma alternativa promissora é o uso de biossensores eletroquímicos, caracterizados pela rápida análise e elevada sensibilidade na detecção de analitos de interesse clínico. Dessa forma, uma plataforma genossensora baseada em filmes poliméricos de polímero condutor (polipirrol, PPy) e nanomaterial híbrido composto de nanopartículas de ouro (AuNPs) e dendrímero (PAMAM-G5) foi desenvolvido. A associação de polímero condutor e AuNPs no sistema sensor resultou no aprimoramento do sinal elétrico e cinética de elétrons na interface eletrodo-solução, aumentando a sensibilidade da plataforma. A detecção do HPV e identificação das famílias genotípicas ocorreu por meio de uma sequência de oligonucleotídeos degenerada para a identificação do HPV. A plataforma sensora foi inicialmente caracterizada por voltametria cíclica, espectroscopia de impedância eletroquímica e microscopia de força atômica, onde demonstrou o processo de imobilização dos componentes do biossensor no eletrodo de ouro, também revelando sua habilidade de detectar o genoma do HPV. As respostas eletroanalíticas indicam que foi possível detectar plasmídeos recombinantes contendo o gene L1 do HPV (6, 16, 18, 31 e 33) e amostras cervicais (cDNA) de pacientes infectados (tipos 6, 18 e 31). A especificidade do genossensor foi testada frente a amostras de controle negativo. Diferentes perfis eletroanalíticos foram obtidos para genótipos de HPV de alto e baixo risco, permitindo o diagnóstico diferencial de HPV. A variação percentual da transferência de carga (ΔRCT%) permitiu identificar maior sensibilidade e resposta mais expressiva para o HPV 18, relacionado à maioria dos casos de CC. O genossensor apresentou faixa linear de resposta entre 1 pg.μL -1 a 100 pg.μL -1 para plasmídeos recombinantes e de 1 pg.μL -1 a 75 pg.μL -1 para cDNA. Foi obtido limite de detecção (LOD) de 0.23 pg.μL -1 para plasmídeos recombinantes contendo o gene L1 do HPV e LOD de 0.34 pg.μL -1 para cDNA. O limite de quantificação (LQ) para plasmídeos recombinantes de 0.72 pg.μL-1 e LQ de 1.10 pg.μL-1 para cDNA. O genossensor proposto destacou-se como um método de triagem promissor para o diagnóstico diferencial do HPV, com tempo de análise de 5 minutos. Genossensores eletroquímicos podem ser utilizados na triagem do papilomavírus nos estágios iniciais da infecção, permitindo, assim, um melhor prognóstico e consequentemente tratamento dos pacientes, contribuindo para a prevenção do câncer cervical.
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O papilomavírus humano (HPV) infecta cerca de 80% dos homens e mulheres com vida sexual ativa pelo menos uma vez até os 45 anos. Ademais, o HPV de alto risco 18 e 16 está presente em 71% dos casos de câncer cervical (CC), sendo o terceiro de maior incidência no mundo. O exame citológico possui baixa sensibilidade e os métodos moleculares possuem limitações como alto custo, complexidade e protocolos demorados. Assim, o desenvolvimento de novas tecnologias voltadas para o diagnóstico rápido e sensível do HPV tornou-se essencial. Uma alternativa promissora é o uso de biossensores eletroquímicos, caracterizados pela rápida análise e elevada sensibilidade na detecção de analitos de interesse clínico. Dessa forma, uma plataforma genossensora baseada em filmes poliméricos de polímero condutor (polipirrol, PPy) e nanomaterial híbrido composto de nanopartículas de ouro (AuNPs) e dendrímero (PAMAM-G5) foi desenvolvido. A associação de polímero condutor e AuNPs no sistema sensor resultou no aprimoramento do sinal elétrico e cinética de elétrons na interface eletrodo-solução, aumentando a sensibilidade da plataforma. A detecção do HPV e identificação das famílias genotípicas ocorreu por meio de uma sequência de oligonucleotídeos degenerada para a identificação do HPV. A plataforma sensora foi inicialmente caracterizada por voltametria cíclica, espectroscopia de impedância eletroquímica e microscopia de força atômica, onde demonstrou o processo de imobilização dos componentes do biossensor no eletrodo de ouro, também revelando sua habilidade de detectar o genoma do HPV. As respostas eletroanalíticas indicam que foi possível detectar plasmídeos recombinantes contendo o gene L1 do HPV (6, 16, 18, 31 e 33) e amostras cervicais (cDNA) de pacientes infectados (tipos 6, 18 e 31). A especificidade do genossensor foi testada frente a amostras de controle negativo. Diferentes perfis eletroanalíticos foram obtidos para genótipos de HPV de alto e baixo risco, permitindo o diagnóstico diferencial de HPV. A variação percentual da transferência de carga (ΔRCT%) permitiu identificar maior sensibilidade e resposta mais expressiva para o HPV 18, relacionado à maioria dos casos de CC. O genossensor apresentou faixa linear de resposta entre 1 pg.μL -1 a 100 pg.μL -1 para plasmídeos recombinantes e de 1 pg.μL -1 a 75 pg.μL -1 para cDNA. Foi obtido limite de detecção (LOD) de 0.23 pg.μL -1 para plasmídeos recombinantes contendo o gene L1 do HPV e LOD de 0.34 pg.μL -1 para cDNA. O limite de quantificação (LQ) para plasmídeos recombinantes de 0.72 pg.μL-1 e LQ de 1.10 pg.μL-1 para cDNA. O genossensor proposto destacou-se como um método de triagem promissor para o diagnóstico diferencial do HPV, com tempo de análise de 5 minutos. Genossensores eletroquímicos podem ser utilizados na triagem do papilomavírus nos estágios iniciais da infecção, permitindo, assim, um melhor prognóstico e consequentemente tratamento dos pacientes, contribuindo para a prevenção do câncer cervical.
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MARIA LAVINYA ARRUDA DA ROCHA
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DESENVOLVIMENTO E OTIMIZAÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SEMISSÓLIDAS PARA O TRATAMENTO DE LEISHMANIOSE CUTÂNEA
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Orientador : PEDRO JOSE ROLIM NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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ELLISON NEVES DE LIMA
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LARISSA PEREIRA ALVES
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PEDRO JOSE ROLIM NETO
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Data: 05/08/2024
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A leishmaniose cutânea, uma doença tropical negligenciada, afeta severamente regiões tropicais e subtropicais, especialmente populações de baixa renda. No Brasil, representa um desafio significativo à saúde pública, exigindo novas abordagens terapêuticas devido às limitações dos tratamentos atuais. Este estudo buscou desenvolver e otimizar formas farmacêuticas semissólidas, como hidrogéis e emulgéis para o tratamento tópico da leishmaniose cutânea, utilizando antimoniato de meglumina (AM) e nitrato de gálio (GaN) como princípios ativos. O desenvolvimento das formas farmacêuticas incluiu a seleção de excipientes e análises de compatibilidade por Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), visando assegurar a estabilidade e eficácia das formulações. Foram conduzidas análises reológicas para avaliar viscosidade, além de avaliações de pH e espalhabilidade para garantir a adequação ao uso tópico. Estudos de estabilidade seguiram a RDC 318/2019 da ANVISA, avaliando a viabilidade das formulações ao longo do tempo sob diferentes condições de armazenamento. Posteriormente, foram realizados os ensaios de doseamento por espectroscopia de absorção atômica por chama para determinar as concentrações dos princípios ativos nas formulações. Os doseamentos dos fármacos revelaram concentrações adequadas: O hidrogel com GaN e AM apresentaram uma concentração média de 5,867 ± 0,132 mg/g para GaN e 12,329 ± 1,018 mg/g para AM. Enquanto os emulgéis mostraram uma concentração média de 4,212 ± 0,021 mg/g para GaN e 3,973 ± 0,783 mg/g para AM. A estabilidade das formulações foi testada, mantendo o pH dentro do intervalo seguro para aplicação na pele, embora as formulações contendo fármacos mostraram variações de pH ligeiramente maiores. Os testes de resistência à centrifugação confirmaram a estabilidade física, sem separação de fases observada, essencial para a integridade do produto. As propriedades reológicas indicaram que a viscosidade dos hidrogéis e emulgéis variou ao longo do tempo, sendo influenciada pela presença dos fármacos. As formulações contendo fármacos apresentaram menor resistência ao cisalhamento, o que facilita a aplicação e pode aumentar a adesão ao tratamento pelos pacientes. Os resultados mostraram que as formulações desenvolvidas demonstraram características promissoras para uso tópico, indicando boa estabilidade. Conclui-se que as formas farmacêuticas semissólidas desenvolvidas mostraram potencial para o tratamento tópico da leishmaniose cutânea, apesar de variações nas concentrações dos princípios ativos entre os diferentes tipos de formulação. A otimização contínua pode melhorar sua eficácia e estabilidade, tornando-as uma alternativa promissora para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por esta patologia.
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A leishmaniose cutânea, uma das doenças tropicais negligenciadas (DTNs), representa um problema significativo de saúde pública devido à sua alta prevalência e ao impacto debilitante. Este estudo teve como objetivo desenvolver e otimizar formas farmacêuticas semissólidas, especificamente géis e emulgéis, contendo Nitrato de Gálio (GaN) e Antimoniato de Meglumina (AM), visando o tratamento tópico da leishmaniose cutânea. O desenvolvimento de novos tratamentos é essencial devido às limitações das terapias atuais e à necessidade de formas mais eficazes e aceitas pelos pacientes. A pesquisa incluiu a caracterização físico-química e organoléptica das formulações, análise de estabilidade e doseamento das formulações. As formulações foram avaliadas quanto à aparência, espalhabilidade e odor, com resultados indicando que tanto os géis quanto os emulgéis, com e sem a presença dos fármacos, apresentaram cor homogênea, fácil espalhamento e odor característico, sugerindo boa aceitação pelo consumidor. Os doseamentos dos fármacos revelaram concentrações adequadas: O gel com GaN e AM apresentaram uma concentração média de 5,867 ± 0,132 mg/mL para GaN e 12,329 ± 1,018 para AM. Enquanto os emulgéis mostraram uma concentração média de 4,212 ± 0,021 para GaN e 3,973 ± 0,783 para AM. A estabilidade das formulações foi testada, mantendo o pH dentro do intervalo seguro para aplicação na pele, embora as formulações contendo fármacos mostraram variações de pH ligeiramente maiores. Os testes de resistência à centrifugação confirmaram a estabilidade física, sem separação de fases observada, essencial para a integridade do produto. As propriedades reológicas indicaram que a viscosidade dos géis e emulgéis variou ao longo do tempo, sendo influenciada pela presença dos fármacos. As formulações contendo fármacos apresentaram menor resistência ao cisalhamento, o que facilita a aplicação e pode aumentar a adesão ao tratamento pelos pacientes. Os resultados mostraram que as formulações desenvolvidas demonstraram características promissoras para uso tópico, indicando boa estabilidade.
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STHEFANY DPAULA ELIAS TORRES GONÇALVES
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CONSTRUÇÃO DE NANOPLATAFORMA BIOELETROQUÍMICA PARA DETECÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
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Orientador : MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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FABIO LOPES DE MELO
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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MAURILIA PALMEIRA DA COSTA
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Data: 08/08/2024
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A esquistossomose é uma doença tropical negligenciada debilitante, considerada uma das mais graves infecções parasitárias do mundo. No Brasil, a esquistossomose é causada pelo parasita Schistosoma mansoni e está diretamente relacionada ao saneamento precário. Quando sintomática, é um grave distúrbio no qual o prognóstico depende em grande parte do diagnóstico e tratamento precoces. Atualmente, o diagnóstico se dá por métodos não específicos, invasivos e de alto custo, tornando assim, o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos para esta doença de fundamental importância. Este trabalho tem como objetivo preparar e caracterizar filmes nanoestruturados de Polipirrol (PPy) e nanopartículas de dióxido de titânio (NPsTiO2) para a aplicação como sensor eletroquímico para a detecção de esquistossomose. A caracterização das etapas de modificação foi realizada através da técnica de Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIE) e Voltametria Cíclica (VC), as modificações na superfície do eletrodo foram avaliadas através do microscópio de força atômica e o estudo das estruturas químicas pelo método de Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier. Na superfície de trabalho, foi realizada a eletrodeposição do filme de polipirrol, logo após, foi adicionado glutaraldeído para ativação dos sítios aminados e, então foram imobilizadas as NPsTiO2. Em seguida, a sonda de S. mansoni foi imobilizada. Depois, foi adicionado o BSA para fechar os sítios inespecíficos para obtenção do sensor PPY-NPsTiO2-SondaS.mansoni-BSA. Após a obtenção do sensor, o sistema foi exposto a diferentes concentrações do genoma do Schistosoma mansoni. O reconhecimento das amostras foi comprovado através da impedância eletroquímica, ao apresentar um aumento da resistência à transferência de cargas e, também, através da voltametria cíclica, refletido nas variações nas correntes de pico. Diante disto, foi possível verificar que a plataforma desenvolvida mantém e estabelece um processo de hibridização específico quando exposta ao genoma do parasita avaliado. Amostras de soro, LCR e urina contaminadas com S. mansoni também foram avaliadas, certificando que a plataforma é altamente indicada como método de detecção para S. mansoni. Com isso, pode-se afirmar que o sensor é eficaz para ser utilizado como diagnóstico da esquistossomose, apresentando limite de detecção de 0,5 ng/mL-1, possuindo baixo custo, sensibilidade e especificidade.
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A esquistossomose é uma doença tropical negligenciada debilitante, considerada uma das mais graves infecções parasitárias do mundo. No Brasil, a Esquistossomose é causada pelo parasita Schistosoma mansoni e está diretamente relacionada ao saneamento precário. Quando sintomática, é um grave distúrbio no qual o prognóstico depende em grande parte do diagnóstico e tratamento precoces. Assim, o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos para esta doença é de fundamental importância. Este trabalho tem como objetivo preparar e caracterizar filmes nanoestruturados de Polipirrol (PPy) e nanopartículas de dióxido de titânio (NPsTiO2) para a aplicação como sensor impedimétrico e voltamétrico para a detecção de neuroesquistossomose. A caracterização das etapas de modificação foi realizada através da técnica de Espectroscopia de Impedância Eletroquímica (EIE) e Voltametria Cíclica (VC) e as modificações na superfície do eletrodo foram avaliadas através do microscópio de força atômica com ponta de cantilever. A análise de EIE foi realizada numa faixa de frequência de 100 mHz a 100 kHz, numa amplitude de 10 mV, enquanto a VC, foi realizada com faixa de frequência de - 0,2 a 0,7 V e amplitude 50 mV.s- 1, utilizando-se o ferro-ferricianeto de potássio a 10 mM como sonda redox. Na superfície de trabalho, foi realizada a eletrodeposição do filme de polipirrol, logo após, foi adicionado glutaraldeído para ativação dos sítios aminados e, então foram imobilizadas as NPsTiO2. Em seguida, o glutaraldeído foi adicionado novamente, para então a sonda de S. mansoni ser imobilizada. Depois, foi adicionado o BSA para fechar os sítios inespecíficos para obtenção do sensor PPY-NPsTiO2-SondaS.mansoni-BSA. Após a obtenção do sensor, o sistema foi exposto a diferentes concentrações do genoma do Schistosoma mansoni e a amostras de LCR, soro e urina de pacientes. O reconhecimento das amostras foi comprovado através da impedância eletroquímica, ao apresentar um aumento da resistência à transferência de cargas e, também, através da voltametria cíclica, refletido nas variações nas correntes de pico. Com isso, pode-se afirmar que o sensor é eficaz para ser utilizado como diagnóstico da esquistossomose, apresentando limite de detecção de 0,5 ng/mL-1, possuindo baixo custo, sensibilidade e especificidade.
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MARIA CAROLINE MACHADO SERAFIM
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Avaliação de medicamentos de primeira e segunda escolha para pacientes imunodeprimidos que iniciaram a terapia antirretroviral em um hospital universitário no período de 2016 a 2022
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Orientador : CESAR AUGUSTO SOUZA DE ANDRADE
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MEMBROS DA BANCA :
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CESAR AUGUSTO SOUZA DE ANDRADE
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MARIA DA CONCEICAO CAVALCANTI DE LIRA
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VIVIANE DE ARAUJO GOUVEIA
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Data: 09/08/2024
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A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é caracterizada como um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, em decorrência da morbimortalidade e do consequente impacto nas políticas públicas de saúde. De 2007 até junho de 2023, foram notificados no Sinan 489.594 casos de infecção pelo HIV no Brasil, contudo somente 23,3 milhões de pessoas têm acesso à Terapia Antirretroviral (TARV), tendo por consequência a morte de dezenas de milhões de pessoas por causas relacionadas à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) desde o início da epidemia em 1981. O objetivo da pesquisa foi avaliar medicamentos de primeira e segunda escolha para pacientes imunodeprimidos que iniciaram a terapia antirretroviral em um hospital universitário no período de 2016 a 2022. A pesquisa caracteriza-se como um estudo epidemiológico descritivo, do tipo transversal, a amostra foi composta por 70 pacientes, que são acompanhados pelo Setor Ambulatorial, o estudo foi realizado através da obtenção de dados secundários fornecidos pelo Serviço de Atendimento Especializado, no qual foram analisados os aspectos sociodemográficos e dos portadores de HIV. Durante o intervalo de acompanhamento, que compreendeu o período de 05 anos, foi observado que o perfil sociodemográfico de pessoas vivendo com HIV é relativamente variável entre as populações, de acordo com as características regionais e locais, assim como seus hábitos e estilo de vida, uma vez que estas variáveis estão diretamente relacionadas a fatores sociais, políticos e econômicos, que interferem diretamente no tratamento e adesão a TARV. Diante do exposto, é imprescindível destacar a importância de se existir um acompanhamento multiprofissional para a realização do acompanhamento integral desses pacientes, visando evolução no prognóstico da doença, assim como, melhor aceitação do paciente de seu diagnóstico e adesão/continuidade do tratamento. Nesta perspectiva, analisar o perfil epidemiológico destes pacientes, assim como, sua potencial carga viral e fármacos de escolha para os respectivos tratamentos, visam intervir diretamente em melhores prognósticos de saúde para estes indivíduos, culminando também em significativas mudanças nos processos de trabalho das equipes de saúde e gestão dos serviços ofertados a este público.
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Avaliação de medicamentos de primeira e segunda escolha para pacientes imunodeprimidos que iniciaram a terapia antirretroviral em um hospital universitário no período de 2016 a 2022
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RUAN RODRIGUES MAIA
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Uso de metodologias ativas para promoção de saúde e construção de conhecimento sobre Chikungunya
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Orientador : MICHELLY CRISTINY PEREIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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BRUNO SEVERO GOMES
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JANAINA DE ALBUQUERQUE COUTO
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KARINA PERRELLI RANDAU
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Data: 13/08/2024
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A Chikungunya (CHIK), doença endêmica na Cidade do Recife, é destacada como um desafio significativo para a saúde pública. A doença, transmitida pelos mosquitos Aedes, manifesta-se com sintomas agudos como febre, dores articulares e musculares, cefaléia e erupções cutâneas, podendo causar complicações reumatológicas persistentes e afetar a qualidade de vida dos infectados. Apesar das recentes ocorrências de surtos e das medidas preventivas implementadas, é observada uma persistente fragilidade no controle da infecção, destacando a urgência de intervenções mais eficazes. Este estudo visa investigar o conhecimento prévio e a percepção de uma comunidade em relação à Chikungunya (CHIK). Para isso, foram coletadas informações socioeconômicas e conhecimentos relacionados à doença por meio de questionários semiestruturados aplicados em mulheres adultas recrutadas via redes sociais e recrutamento via “bola de neve". Os questionários abordaram temas como sintomas, transmissão, tratamento, prevenção e impacto socioeconômico da doença. Os resultados revelam que a maioria dos participantes do estudo era composta por pessoas de cor parda (n = 35, 71,4%), seguida por pretos (n = 11, 22,4%). Quanto ao estado civil, a maioria era solteira (n = 29, 59,2%). Em relação à escolaridade, prevalecia o ensino fundamental incompleto (n = 20, 40,8%). A renda mensal da maioria dos participantes era igual ou inferior a meio salário mínimo (n = 39, 79,6%). No que diz respeito à moradia, a maioria residia em casas de alvenaria (n = 47, 95,9%) e abrigava três ou quatro pessoas (n = 24, 49% dos participantes). Quanto ao conhecimento sobre a Chikungunya (CHIK), a grande maioria dos participantes afirmou já ter ouvido falar da doença (n = 48, 98%). Além disso, a maioria identificou corretamente o vírus como agente causador (n = 31, 63,3%) e reconheceu a picada de mosquito como meio de transmissão (n = 38, 77,6%). Os sintomas mais comumente associados à CHIK foram febre alta (n = 28, 96,5%) e dor intensa nas articulações (n = 29, 100%). Cerca de 59,2% dos participantes relataram já ter contraído a doença, com a maioria buscando tratamento hospitalar (n = 13, 44,8%). Em relação às medidas preventivas contra a CHIK, a maioria dos participantes relatou eliminar criadouros de mosquitos (n = 47, 95,9%) e usar repelentes de insetos (n = 30, 61,2%). As principais fontes de informação sobre a doença foram outras pessoas da comunidade (n = 15, 30,6%) e a internet (n = 13, 26,5%). Em termos de impacto financeiro, cerca de 32,7% (n = 16) dos participantes relataram um impacto indireto na renda devido aos gastos com tratamentos médicos. Esses resultados destacam a importância de campanhas educativas direcionadas e a necessidade de melhorias nos serviços de saúde para enfrentar eficazmente a CHIK em comunidades vulneráveis. Em conclusão, destaca-se a importância de campanhas educativas direcionadas e intervenções eficazes para mitigar os impactos negativos da CHIK e promover o bem-estar da comunidade vulnerável afetada pela doença.
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A Chikungunya (CHIK), doença endêmica na Cidade do Recife, é destacada como um desafio significativo para a saúde pública. A doença, transmitida pelos mosquitos Aedes, manifesta-se com sintomas agudos como febre, dores articulares e musculares, cefaléia e erupções cutâneas, podendo causar complicações reumatológicas persistentes e afetar a qualidade de vida dos infectados. Apesar das recentes ocorrências de surtos e das medidas preventivas implementadas, é observada uma persistente fragilidade no controle da infecção, destacando a urgência de intervenções mais eficazes. Este estudo visa investigar o conhecimento prévio e a percepção de uma comunidade em relação à Chikungunya (CHIK). Para isso, foram coletadas informações socioeconômicas e conhecimentos relacionados à doença por meio de questionários semiestruturados aplicados em mulheres adultas recrutadas via redes sociais e recrutamento via “bola de neve". Os questionários abordaram temas como sintomas, transmissão, tratamento, prevenção e impacto socioeconômico da doença. Os resultados revelam que a maioria dos participantes do estudo era composta por pessoas de cor parda (n = 35, 71,4%), seguida por pretos (n = 11, 22,4%). Quanto ao estado civil, a maioria era solteira (n = 29, 59,2%). Em relação à escolaridade, prevalecia o ensino fundamental incompleto (n = 20, 40,8%). A renda mensal da maioria dos participantes era igual ou inferior a meio salário mínimo (n = 39, 79,6%). No que diz respeito à moradia, a maioria residia em casas de alvenaria (n = 47, 95,9%) e abrigava três ou quatro pessoas (n = 24, 49% dos participantes). Quanto ao conhecimento sobre a Chikungunya (CHIK), a grande maioria dos participantes afirmou já ter ouvido falar da doença (n = 48, 98%). Além disso, a maioria identificou corretamente o vírus como agente causador (n = 31, 63,3%) e reconheceu a picada de mosquito como meio de transmissão (n = 38, 77,6%). Os sintomas mais comumente associados à CHIK foram febre alta (n = 28, 96,5%) e dor intensa nas articulações (n = 29, 100%). Cerca de 59,2% dos participantes relataram já ter contraído a doença, com a maioria buscando tratamento hospitalar (n = 13, 44,8%). Em relação às medidas preventivas contra a CHIK, a maioria dos participantes relatou eliminar criadouros de mosquitos (n = 47, 95,9%) e usar repelentes de insetos (n = 30, 61,2%). As principais fontes de informação sobre a doença foram outras pessoas da comunidade (n = 15, 30,6%) e a internet (n = 13, 26,5%). Em termos de impacto financeiro, cerca de 32,7% (n = 16) dos participantes relataram um impacto indireto na renda devido aos gastos com tratamentos médicos. Esses resultados destacam a importância de campanhas educativas direcionadas e a necessidade de melhorias nos serviços de saúde para enfrentar eficazmente a CHIK em comunidades vulneráveis. Em conclusão, destaca- se a importância de campanhas educativas direcionadas e intervenções eficazes para mitigar os impactos negativos da CHIK e promover o bem-estar da comunidade vulnerável afetada pela doença.
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JOSÉ LAURIANO DA SILVA FILHO
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AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES ANTINEOPLÁSICAS DE DERIVADOS GALACTOSÍDEOS EM LINHAGENS DE CANCER DE PÂNCREAS
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Orientador : MOACYR JESUS BARRETO DE MELO REGO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA LIMA LEITE
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MICHELLY CRISTINY PEREIRA
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VALÉCIA DE CASSIA MENDONÇA DA COSTA ANDRADE
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Data: 06/09/2024
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Introdução: O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) representa cerca de 95% dos casos diagnosticados de câncer de pâncreas e se destaca pela baixa taxa de sobrevida, chegando a menos de 10% em cinco anos. Apesar disso, a ressecção cirúrgica em estágios iniciais e a quimioterapia em estágios mais avançados representam as opções terapêuticas mais utilizadas. Em relação aos quimioterápicos vigentes na clínica, a Gencitabina e o esquema terapêutico FOLFIRINOX, mesmo quando utilizados em conjunto, têm limitado sucesso terapêutico, aumentando a sobrevida livre da doença em apenas 11 meses. Esse insucesso terapêutico se deve, principalmente, a barreira física imposta pelo microambiente tumoral desmoplásico, o qual limita e/ou impede o acesso dos quimioterápicos às células neoplásicas. Nesse sentido, moléculas derivadas de galactosídeos foram sintetizadas a fim de representarem novas alternativas terapêuticas contra o PDAC. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos dos derivados de galactosídeos em células do microambiente tumoral de neoplasias pancreáticas. Metodologia: Nove moléculas derivadas de galactosídeos foram utilizadas no estudo. A citotoxicidade dos derivados de galactosídeos foi avaliada através do método MTT em PBMCs, MRC-5, MIA PaCa-2 e PANC-1. A concentração de IC50 de cada derivado foi utilizado nos testes seguintes. A migração celular foi avaliada pelo método Scratch e Transwell, em períodos de 0 até 48 horas. A citometria de fluxo foi utilizada para avaliar o ciclo celular, níveis de ROS e imunofenotipagem de linfócitos T, B e NK. As células neoplásicas PANC-1 e MIA PaCa-2 foram tratadas com os derivados de galactosídeos durante 48h para avaliação do ciclo celular com iodeto de propídio (PI). Para avaliação de ROS, as células foram tratadas durante 3h, 6h, 24h e 72h e marcadas com DHE. Para a imunofenotipagem, as PBMCs foram tratadas com os derivados de galactosídeos, durante 48h, na concentração de 50uM, e foram marcadas com os anticorpos CD3, CD4, CD8, CD19, CD14 e CD56, além do marcador de viabilidade celular, DAPI. Por fim, plataformas de análises in silico foram utilizadas para prever padrões farmacocinéticos/farmacodinâmicos exercidos pelas moléculas no corpo humano. Resultados: Quanto a citotoxicidade, os derivados GaLap e GaTzLau apresentaram elevada toxicidade contra PBMCs (IC50=4,08±0,3 e IC50=10,65±2,11). Quanto à migração os derivados GaTzLauD e VA02 inibiram a migração em MIA PaCa-2 (p=0,0391 e 0,0494, respectivamente) após 48h, e os todos os derivados mostraram inibição da migração em PANC-1, na metodologia Scratch. Na metodologia Transwell, os derivados GaTzLap e GaTzLauD inibiram a migração celular na linhagem MIA PaCa-2. Os derivados GaTzLapD e GaTzLauD inibem a formação de colônias celulares na linhagem MIA PaCa-2 (p=0,0022 e <0,0001, respectivamente). GaTzLap, GaTzLapD e GaTzLauD apresentaram indução de ROS em MIA PaCa-2. Nenhum dos derivados de galactosídeos possui efeito citostático ou altera as populações celulares T, B e NK. Os derivados GaTzLapD e GaTzLauD apresentaram efeito em modelos de cultura 3D de MIA PaCa-2. A análise do SwissADME revelou que os derivados de galactosídeos não tem boa biodisponibilidade oral, GaTzLap reprovou nas regras de Lipinski e todos reprovaram nas regras de Veber. Quanto aos TargetPredictions, nove moléculas foram apontadas, dentre estas, três galectinas (Gal-3, Gal-7 e Gal-9) como possíveis ligantes dos derivados de galactosídeos. Conclusões: Nos ensaios in vitro, verificamos que as moléculas representam promissora atividade anticâncer, seja pela citotoxicidade, inibição da motilidade celular, aumento de ROS, e efeito em cultura 3D no caso dos GA’s seja pela atividade antimigratória, no caso dos VA’s.
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Introdução: O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) representa cerca de 95% dos casos diagnosticados de câncer de pâncreas e se destaca pela baixa taxa de sobrevida, chegando a menos de 10% em cinco anos. Apesar disso, a ressecção cirúrgica em estágios iniciais e a quimioterapia em estágios mais avançados representam as opções terapêuticas mais utilizadas. Em relação aos quimioterápicos vigentes na clínica, a Gencitabina e o esquema terapêutico FOLFIRINOX, mesmo quando utilizados em conjunto, têm limitado sucesso terapêutico, aumentando a sobrevida livre da doença em apenas 11 meses. Esse insucesso terapêutico se deve, principalmente, a barreira física imposta pelo microambiente tumoral desmoplásico, o qual limita e/ou impede o acesso dos quimioterápicos às células neoplásicas. Além disso, no microambiente tumoral do PDAC os linfócitos T citotóxicos encontram-se inativos, devido a substâncias secretadas no microambiente tumoral, dentre as quais se destaca a galectina-9 que se liga ao receptor TIM-3 presente nos linfócitos T, levando-os à exaustão. Objetivo: O presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos da inibição da galectina-9 em modelos celulares do microambiente tumoral de neoplasias pancreáticas. Metodologia: Nove moléculas derivadas de galactosídeos foram utilizadas no estudo. Primeiramente, plataformas de análises in silico foram utilizadas para prever padrões farmacocinéticos/farmacodinâmicos exercidos pelas moléculas no corpo humano. A citotoxicidade dos derivados de galactosídeos foi avaliada através do método MTT utilizando as concentrações de 1, 5, 10, 25, 50uM nas células MiaPaca-2, Panc-1 e MRC-5, e as concentrações de 1, 5, 10, 25, 50 e 100uM em PBMCs. A concentração da IC50 de cada derivado foi utilizada para avaliar a possível ação sobre a migração das células pancreáticas, nos tempos: 0h, 6h, 12h, 24h e 48h. A citometria de fluxo foi utilizada para avaliar o ciclo celular, vias de morte celular e imunofenotipagem de linfócitos T, B e NK. As células neoplásicas PANC-1 e MIA PaCa-2 foram tratadas com os derivados de galactosídeos levando em consideração o IC50, durante 48h para avaliação do ciclo celular e 72h para avaliação de vias de morte; e marcadas com Iodeto de Propídio (PI) e Anexina/PI (para ciclo e morte celular, respectivamente). Para a imunofenotipagem, as PBMCs foram tratadas com os derivados de galactosídeos, durante 48h, na concentração de 50uM, e foram marcadas com os anticorpos CD3, CD4, CD8, CD19, CD14 e CD56, além do marcador de viabilidade celular, DAPI. Resultados: A análise do SwissADME revelou que os derivados de galactosídeos não tem boa biodisponibilidade oral, e três deles (GaLap, GaTzLap e GaTzLau) reprovaram nas regras de Lipinski e todos reprovaram nas regras de Veber. Quanto aos TargetPredictions, nove moléculas foram apontadas, dentre estas, três galectinas (Gal-3, Gal-7 e Gal-9) como possíveis ligantes dos derivados de galactosídeos. No STITCH, identificamos uma via unilateral entre o receptor TIM-3 com a galectina-9. Quanto a citotoxicidade, os derivados GaLap e GaTzLau apresentaram elevada toxicidade contra PBMCs (IC50=4,08±0,3 e IC50=10,65±2,11), sendo descartados das análises posteriores. Quanto à migração os derivados GaTzLauD e VA02 inibiram a migração em MIA PaCa-2 (p=0,0391 e 0,0494, respectivamente) após 48h, e os oito derivados mostraram inibição da migração em PANC-1 (p = < 0,0001 para os derivados GaTzLap, GaTzLapD, GaTzLauD e VA03; para os derivados VA01, VA02 e VA04 p=0,0091, 0,0043 e 0,0022, respectivamente) após 12h, 24h e 48h. Os derivados GaTzLapD e GaTzLauD induzem a morte celular por apoptose e apoptose tardia (p=0,0035 e 0,0017, respectivamente). Nenhum dos derivados de galactosídeos possui efeito citostático ou altera as populações celulares T, B e NK. Conclusões: Os derivados de galactosídeos apresentam afinidade pela galectina-9, segundo as predições. Nos ensaios in vitro, verificamos que as moléculas representam promissora atividade anticâncer, seja pela citotoxicidade, no caso dos GA’s seja pela atividade antimigratória, no caso do VA02. Além disso,
nenhuma das moléculas derivadas de galactosídeos interferem no ciclo celular, nem nas populações de linfócitos T, B e células NK.
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ANDREZA CECÍLIA DE OLIVEIRA BAHÉ
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AVALIAÇÃO DO PERFIL IMUNOFENOTÍPICO E SUA ASSOCIAÇÃO COM O TRATAMENTO E A ATIVIDADE DE DOENÇA NA ARTRITE PSORIÁSICA
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Orientador : ANGELA LUZIA BRANCO PINTO DUARTE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDERSON RODRIGUES DE ALMEIDA
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JAMILE TANIELE DA SILVA
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VALERIA PEREIRA HERNANDES
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Data: 02/10/2024
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BACKGROUND A artrite psoriásica é uma doença articular inflamatória associada à psoríase, com diferentes fenótipos clínicos, modulada principalmente pela ação de imunócitos. Os avanços com as terapias biológicas contribuíram para melhoria nos resultados, porém aproximadamente 40% dos pacientes não alcançaram um controle satisfatório da doença. A heterogeneidade da doença e a ausência de terapia específica dificultam melhores desfechos clínicos. A medicina de precisão utilizando medicamentos anti-reumáticos com base na fenotipagem de células imunes periféricas foi recentemente demonstrada para o tratamento da artrite psoriásica. OBJETIVO. O objetivo do trabalho foi avaliar o perfil imunofenotípico das células T, B, NK, NKT e monodendríticas e correlacionar à atividade/severidade da Artrite Psoriásica em pacientes tratados com DMARD biológico (DMARDb) e com DMARD sintético convencional (DMARDsc). MATERIAL E MÉTODOS. Foi realizado um corte transversal analítico de base hospitalar com amostra de conveniência desenvolvido no ambulatório de Artrite Psoriásica no Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e no Laboratório de Imunomodulação e Novas Abordagens Terapêuticas no período de setembro 2022 a abril 2024 e aprovado pelo Comitê de Ética. Foram selecionados 68 pacientes, sendo 24 em uso de anti-TNF, 22 com anti-IL17, 17 com metotrexato (MTX) e sem tratamento (controle) cinco pacientes. Todas as amostras coletadas para fenotipagem das células T, B, NK, NKT e monodendríticas do sangue periférico foram analisadas utilizando a técnica de citometria de fluxo multicor para determinar a porcentagem da subpopulação celular. RESULTADOS. Dentre as características clínico epidemiológicas, 73,5% dos indivíduos são do sexo feminino com média de idade de 59,1 (± 12,9), tempo da psoríase de 16,40 (±11,5) e da artrite psoriásica de 11,8 (±7,8). As comorbidades mais frequentes foram sedentarismo em 88%, hipertensão arterial 63,2%, dislipidemia 38,2% e diabetes mellitus em 27,9%. Podemos observar que 42,6% dos pacientes alcançaram a mínima atividade de doença pelo MDA e que 58,8% remissão/leve atividade pelo DAPSAc. Nossos resultados indicam um aumento na frequência de células T CD4+ no sangue periférico dos grupos de pacientes em uso de DMARDs (p=0,0078), anti - IL 17 (p = 0,0009) e anti-TNF (p=0,0109) em comparação com o grupo controle sem medicação. Não houve alteração estatística nos valores de células fenotipadas quando da associação entre os grupos de tratamento e atividade de doença pelo MDA e DAPSAc. Um aumento na média da subpopulação de linfócitos B CD19+ (P=0,040) foi encontrado em pacientes que alcançaram a atividade mínima de doença pelo MDA. Pode-se ser observado também que o aumento na frequência das células T CD3+ (P=0,0108) no grupo de indivíduos com moderada a alta atividade de doença pelo DAPSAc em uso de metotrexato em monoterapia. O estudo demonstrou aumento das células natural killers em pacientes tratados com metotrexato em monoterapia que alcançaram uma resposta clínica favorável. CONCLUSÃO Nosso estudo contribuiu para a discussão do papel da caracterização da imunofenotipagem das células na APs e definição de subconjuntos dentro da doença, que em conjunto com perfis clínicos dos pacientes, podem contribuir para melhorar o conceito de medicina personalizada.
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BACKGROUND. A artrite psoriática é uma doença articular inflamatória associada à psoríase, de clínica polimórfica de amplo espectro e modulada principalmente pela ação de linfócitos T. Os avanços com as terapias biológicas contribuíram para melhoria nos resultados, porém aproximadamente 40% dos pacientes não alcançam um controle satisfatório da doença. A aplicação da fenotipagem de células imunes na avaliação de características imunológicas, estratificação de pacientes e uso de terapias tem sido estudada no cenário clínico. OBJETIVO. Avaliar o perfil da resposta imune e fenotípica dos diferentes subconjuntos de células T, B, NK, NKT e monodendríticas e correlacionar à atividade/severidade da artrite psoriática em pacientes em uso de tratamento convencional e imunobiológicos. MATERIAL E MÉTODOS. O estudo de corte transversal analítico de base hospitalar com amostra de conveniência foi desenvolvido no ambulatório de Artrite Psoriática no Serviço de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e no Laboratório de Imunomodulação e Novas Abordagens Terapêuticas no período de setembro 2022 a abril 2024 e aprovado pelo Comitê de Ética. Foram selecionados 50 pacientes, sendo 17 em uso de anti-TNF, 14 com anti-IL-17, 14 com DMARDsc e sem tratamento (controle) cinco pacientes. Todas as amostras coletadas para fenotipagem das células T, B, NK, NKT e monodendríticas do sangue periférico foram analisadas utilizando a técnica de citometria de fluxo para determinar a porcentagem da subpopulação celular. RESULTADOS. Dentre as características clínico epidemiológicas, 76% dos indivíduos são do sexo feminino com média de idade de 58,12 (± 13,66). As comorbidades mais frequentes foram sedentarismo em 88% e hipertensão arterial 60%. Podemos observar que 36% dos pacientes alcançaram a mínima atividade de doença pelo MDA e que 52% tinham atividade leve ou remissão pelo DAPSAc. Foram encontradas diferenças estatísticas com aumento na frequência de células T CD4+ no grupo em uso de anti IL-17 (p= 0,0035) e DMARD sintético convencional (p=0,0143) quando comparado ao controle e de células B nos pacientes com anti-TNF em relação ao anti IL-17 (P= 0,0179). Pacientes em uso de metotrexato apresentaram aumento na frequência de células T CD3 + e não alcançaram o MDA (P= 0,0069). Houve também diferença nas médias de linfócitos B CD19 + em pacientes que alcançaram o MDA (P = 0,035). Em relação à atividade da doença pelo DAPSAc, houve diferença estatística no grupo MTX apenas em relação a frequência das células T CD3 + (p=0,0193) e no anti-TNF em relação aos monócitos clássicos (p= 0,0477). CONCLUSÃO Diante do exposto, pode-se concluir que o perfil fenotípico das subpopulações de células imunes sofre alterações na doença psoriática e os resultados contribuem para a discussão do tratamento estratificado baseado em fenótipos celulares.
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JADON JORGE OLIVEIRA DA SILVA
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DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS ANALÍTICAS PARA CONTROLE DE QUALIDADE DO SUPLEMENTO ALIMENTAR VITAMINA C, D E ZINCO DO LABORATÓRIO FARMACÊUTICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Orientador : MONICA FELTS DE LA ROCA SOARES
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MEMBROS DA BANCA :
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CARLOS EDUARDO MIRANDA DE SOUSA
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JOSE LAMARTINE SOARES SOBRINHO
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LUCAS JOSE DE ALENCAR DANDA
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Data: 28/10/2024
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Diante de um cenário pós-pandemia onde alavancou-se o número de vendas de suplementos alimentares que auxiliam na homeostase corporal fortalecendo o sistema imunológico. Vista a isso, o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (LAFEPE) em parceria com o Núcleo de Controle de Qualidade de Medicamentos e correlatos (NCQMC) do Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCFAR) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mediante Termo de Cooperação Técnica nº 001/2021, decidiu efetuar a produção de vitamina C composta (vitamina C 500 mg associada com vitamina D 400 UI e zinco 10 mg) carregando um viés social que se preocupa com o acesso da população pernambucana de menor poder aquisitivo aos suplementos alimentares. Contudo, o desenvolvimento e validação de metodologias analíticas que darão suporte a condução do estudo de estabilidade (prépeticionamento), monitorização da rotina de qualidade para liberação do produto acabado (póspeticionamento), contribuirá para segurança e qualidade desse produto, demonstrando que atende às exigências constantes dos atos normativos e consequentemente melhorando a qualidade de vida dos pernambucanos. A quantificação para Teor do Ácido Ascórbico e Colecalciferol se dará por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), o mineral Zinco através de Titulação Complexométrica, e a quantificação da Dissolução do composto majoritário (Ácido Ascórbico) da formulação por espectrofotometria UV. As técnicas utilizadas para desenvolvimento analítico garantiram através dos critérios de validação analítica que os métodos são eficazes para liberação e acompanhamento da qualidade das vitaminas e do mineral presente na formulação do comprimido.
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Diante de um cenário pós-pandemia onde alavancou-se o número de vendas de suplementos alimentares que auxiliam na homeostase corporal fortalecendo o sistema imunológico. Vista a isso, o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (LAFEPE) em parceria com o Núcleo de Controle de Qualidade de Medicamentos e correlatos (NCQMC) do Departamento de Ciências Farmacêuticas (DCFAR) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mediante Termo de Cooperação Técnica no 001/2021, decidiu efetuar a produção de vitamina C composta (vitamina C 500 mg associada com vitamina D 400 UI e zinco 10 mg) carregando um viés social que se preocupa com o acesso da população pernambucana de menor poder aquisitivo aos suplementos alimentares. Contudo, o desenvolvimento e validação de metodologias analíticas que darão suporte a condução do estudo de estabilidade (pré-peticionamento), monitorização da rotina de qualidade para liberação do produto acabado (pós-peticionamento), contribuirá para segurança e eficácia desse produto, demonstrando que atende às exigências constantes dos atos normativos e consequentemente melhorando a qualidade de vida dos pernambucanos. A quantificação para Teor do Ácido Ascórbico e Colecalciferol se dará por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), o mineral Zinco através de Titulação Complexométrica, e a quantificação da Dissolução do composto majoritário (Ácido Ascórbico) da formulação por espectrofotometria UV. As técnicas utilizadas para desenvolvimento analítico garantiram através dos critérios de validação analítica que os métodos são eficazes para liberação e acompanhamento da qualidade das vitaminas e do mineral presente na formulação do comprimido.
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VANESSA DE ALBUQUERQUE BRITO
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Avaliação dos mecanismos de ação dos derivados tiofênicos frente a células leucêmicas resistentes à quimioterapia
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Orientador : MOACYR JESUS BARRETO DE MELO REGO
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MEMBROS DA BANCA :
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MOACYR JESUS BARRETO DE MELO REGO
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LEYDIANNE LEITE DE SIQUEIRA PATRIOTA
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MARCELA SILVESTRE OUTTES WANDERLEY
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VALÉCIA DE CASSIA MENDONÇA DA COSTA ANDRADE
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Data: 01/11/2024
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A leucemia promielocítica aguda (LPA) é uma forma agressiva de leucemia mieloide aguda caracterizada pela rápida proliferação de células imaturas, e a resistência a quimioterápicos é um desafio significativo. Com uma estrutura molecular versátil, os compostos tiofênicos têm mostrado propriedades citotóxicas promissoras. Este estudo buscou investigar a ação de derivados tiofênicos nas vias de sinalização celular em linhagem de LPA. Para isso, foi utilizada a linhagem HL60/MX1, a qual é resistente a quimioterapia, para avaliar o potencial citotóxico dos derivados tiofênicos SB44, SB83 e SB200, compostos que tem em comum um anel tiofeno ligado a um enxofre, através do ensaio 3-(4, 5-dimethylthiazolyl-2)-2,5-diphenyltetrazolium bromide (MTT), seguida de uma abordagem proteômica livre de marcadores (label-free) com uma posterior análise de ontologia gênica. Com base nos resultados da análise proteômica, foi possível avaliar os mecanismos celulares envolvidos com o tratamento com os tiofênicos. As avaliações incluíram a quantificação de níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS), a imunofenotipagem, bem como a análise do estresse do retículo endoplasmático e da dinâmica do ciclo celular com auxílio da citometria de fluxo. Com relação a avaliação da citotoxicidade dos derivados, identificou-se que os derivados SB44, SB83 e SB200 apresentaram concentração inibitória média (IC50)de 13,94 µM (±1,09), 19,19 µM (±2,57) e 2,58 µM (±0,36), respectivamente. No que se diz respeito à análise de ontologia gênica, o tratamento das células HL60/MX1 com diferentes compostos resultou em alterações em várias vias de sinalização. O composto SB44 modulou a regulação do citoesqueleto, expressão gênica, sinalização celular, ciclo celular e organização molecular e estrutural, além de modular vias de regulação metabólica, gênica, citoesqueleto, peptídeos e angiogênese. O tratamento com o composto SB83 levou a modificações associadas à organização de organelas, regulação de componentes celulares, dinâmica proteica e processos celulares e metabólicos, alterando ainda vias relacionadas à imunomodulação, inflamação, crescimento celular e resposta imune. Por fim, o tratamento com o composto SB200 modulou as proteínas envolvidas na adesão celular, regulação do citoesqueleto, morfologia celular, além da organização molecular e estrutural. Observou-se um evidente aumento na produção de ROS nas células HL-60/MX1 após 24 horas de tratamento com os derivados SB44 (p = 0,0043) e SB83 (p = 0,0004), em comparação ao controle veículo (DMSO). As análises imunofenotípicas mostraram que esses derivados também aumentaram significativamente a expressão de HLA-DR e CD16. Os valores de significância para HLA-DR foram SB200 (p = 0,0030), SB44 (p = 0,0022) e SB83 (p = 0,0028), enquanto para CD16 foram SB200 (p = 0,0222), SB44 (p = 0,0058) e SB83 (p = 0,0195). Além disso, SB44 e SB83 reduziram significativamente a expressão de CD45RA, com p = 0,0310 e p = 0,0299, respectivamente. Por fim, os resultados da análise do ciclo celular apontaram que, após 24 horas, SB44 reduziu a porcentagem de células na fase G1 de 35,75% (± 0,7) para 25,65% (± 0,7) (p = 0,009) quando comparado ao DMSO. Após 48 horas, o mesmo derivado reduziu a fase S de 31,05% (± 1,3) para 19,65% (± 0,7) (p =0,01). O SB83 também mostrou uma redução na fase S após 48 horas, de 31,05% (± 1,3) nas células tratadas com DMSO para 18% (± 5,23) (p = 0,009). Portanto, os derivados tiofênicos SB44, SB83 e SB200 demonstraram atividade antitumoral in vitro contra LPA, capacidade de modular diferentes vias de sinalização, aumentar a geração de ROS, produzir alterações fenotípicas e alterar o ciclo celular. Dessa forma, estes compostos se destacam como potenciais agentes terapêuticos eficazes na leucemia promielocítica aguda resistente ao tratamento.
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A leucemia promielocítica aguda (LPA) é uma forma agressiva de leucemia mieloide caracterizada pela rápida proliferação de células imaturas, e a resistência a quimioterápicos é um desafio significativo. Em busca de novas alternativas, compostos tiofênicos como SB44, SB83 e SB200 têm mostrado propriedades citotóxicas promissoras. Este estudo investigou a ação desses derivados em vias de sinalização celular na linhagem de leucemia aguda resistente ao tratamento quimioterápico (HL-60/MX1). Foram determinadas as viabilidades celulares dos derivados através do ensaio MTT, seguida de uma abordagem proteômica livre de marcadores (label-free) com uma posterior análise de ontologia gênica. Adicionalmente, a geração de Espécies reativas de oxigênio (ROS), Imunofenotipagem, Indução de estresse do retículo endoplasmático e alterações no ciclo das células HL-60/MX1 foram avaliados com auxílio da citometria de fluxo. Com relação a avaliação da citotoxicidade dos derivados, identificou-se que os derivados SB44, SB83 e SB200 apresentaram IC50 de 13,94 µM, 19,19 µM e 2,58 µM, respectivamente. Na análise de ontologia gênica, várias vias de sinalização se mostraram alteradas, com enfoque, nesse trabalho, na regulação do citoesqueleto, expressão gênica, sinalização celular, ciclo celular e organização molecular e estrutural quando as células HL60/MX1 foram tratadas com o composto SB44. Com relação as células HL60/MX1 tratadas com o composto SB83, as proteínas diferencialmente expressas estão associadas à organização de organelas, regulação de componentes celulares, dinâmica proteica e processos celulares e metabólicos. Com relação ao SB200, as proteínas diferencialmente expressas estão relacionadas com o desenvolvimento e maturação sináptica, adesão celular, regulação do citoesqueleto, morfologia celular, além da organização molecular e estrutural. O tratamento das células HL60/MX1 com o composto SB44 modulou vias de regulação metabólica, gênica, citoesqueleto, peptídeos e angiogênese, enquanto o composto SB83 alterou vias relacionadas à imunomodulação, inflamação, crescimento celular e resposta imune. Com relação a produção de ROS, observou-se um evidente aumento significativo do acúmulo de ROS induzido pelos derivados SB44 (p = 0,0043) e SB83 (p = 0,0004) nas células HL-60/MX1 no tempo de tratamento de 24h quando comparado ao controle veículo (DMSO). As análises imunofenotípicas revelaram que os derivados induziram um aumento estatisticamente significativo na expressão de HLA-DR e CD16 em comparação ao DMSO, com os seguintes valores: HLA-DR (SB200: p = 0,0030; SB44: p = 0,0022; SB83: p = 0,0028) e CD16 (SB200: p = 0,0222; SB44: p = 0,0058; SB83: p = 0,0195). Além disso, os derivados SB44 e SB83 induziram uma diminuição significativa na expressão de CD45RA em comparação ao DMSO, com valores de p respectivamente: SB44 (p = 0,0310) e SB83 (p = 0,0299). Por fim, a análise do ciclo celular revelou que, em 24 horas, 33,1% das células não tratadas (NT) estavam na fase G1 do ciclo celular, enquanto o derivado tiofênico SB44 reduziu significativamente esse percentual para 25,65% (p = 0,03). Após 48 horas de tratamento com o mesmo derivado, houve alterações na fase S do ciclo: 30,05% das células não tratadas estavam na fase S, e, após o tratamento, esse percentual diminuiu significativamente para 19,65% (p = 0,02). Essa mesma alteração foi observada com o derivado SB83, onde, após 48 horas, a porcentagem de células na fase S caiu de 30,05% nas células não tratadas para 18% (p = 0,01). Portanto, os derivados tiofênicos SB44, SB83 e SB200 se destacam como potenciais agentes terapêuticos eficazes na leucemia promielocítica aguda resistente a quimioterapia convencional.
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TARCÍSIO MENDES SILVA
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ESTUDO DA COMPOSIÇÃO QUIMICA DA GOMA DO CAJUEIRO DOS ESTADOS PIAUÍ, CEARÁ E PERNAMBUCO E AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
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Orientador : JOSE LAMARTINE SOARES SOBRINHO
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSE LAMARTINE SOARES SOBRINHO
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LUÍSE LOPES CHAVES
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YEDA MEDEIROS BASTOS DE ALMEIDA
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Data: 06/12/2024
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O cajueiro (Anacardium occidentale L.), especialmente presente no Nordeste brasileiro, no qual a goma de cajueiro (GC) e um de seus produtos, sendo um biopolímero com propriedades funcionais e bioativas significativas. Sua exploração tem potencial para substituir outras gomas de relevância que são amplamente importadas, destacando-se como uma alternativa sustentável para as indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética. No entanto, a produção de GC é influenciada por condições ambientais e sazonais, afetando sua composição físico-química e microbiológica, o que levanta questões sobre sua estabilidade e padronização de propriedades. Este estudo visa preencher essas lacunas, realizando uma caracterização físico-química detalhada da GC coletada nas regiões do Ceará, Piauí e Pernambuco. A pesquisa utiliza um método sustentável de purificação, livre de solventes orgânicos, alinhando-se às demandas por processos menos impactantes ao meio ambiente. Avaliamos a composição físico-química e microbiológica da GC coletada em diferentes regiões do Nordeste brasileiro, investigando sua estabilidade térmica, solubilidade em diferentes temperaturas, composição mineral, teor de umidade e cinzas. Além disso, busca-se desenvolver um método sustentável de purificação da GC, eliminando solventes orgânicos e promovendo a sustentabilidade. As coletas foram realizadas nas localidades de Santana do Acaraú (CE), Ilha Grande (PI) e Yaguara (PE), considerando fatores sazonais que influenciam diretamente a exsudação da GC. Em períodos de seca, a produção de goma foi mais elevada, evidenciando uma adaptação da planta ao estresse hídrico. A solubilidade foi analisada em temperaturas de 30°C, 40°C e 50°C, indicando alta capacidade de dissolução em todas as amostras. As análises espectroscópicas (FTIR) indicaram as principais ligações funcionais da GC, com bandas características de hidroxilas (O–H) e glicosídicas (C-O), demonstrando sua estrutura polissacarídica. A Difração de Raios-X (DRX) revelou uma estrutura predominantemente amorfa. Nas análises térmicas, a Termogravimetria (TG) identificou eventos de decomposição em fases distintas, com a primeira perda de massa atribuída à evaporação da água absorvida pela goma a 105°C. Em temperaturas mais elevadas, acima de 300°C, foram observados eventos relacionados à despolimerização e à decomposição. A Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) revelou transições endotérmicas. A análise do conteúdo mineral revelou concentrações de potássio (95,14 g/L), magnésio (133,9 g/L) e cálcio (16,25 g/L). Adicionalmente, a análise microbiológica obteve resultados de <10 UFC/g para Escherichia coli, ausência de Salmonella spp., e baixos níveis de bolores e leveduras. Em testes toxicológicos de toxicidade aguda, a GC não apresentou efeitos adversos significativos. Os resultados obtidos demonstram o potencial da GC como um biopolímero sustentável e versátil, cuja composição e estabilidade são influenciadas pelas condições ambientais e sazonais da coleta. A metodologia sustentável de purificação desenvolvida, ao não utilizar solventes orgânicos, conserva as propriedades naturais da GC e reduz seu impacto ambiental. A elevada solubilidade, estabilidade térmica, a presença de minerais benéficos e a ausência de efeitos adversos em testes de toxicidade aguda tornam a GC uma opção promissora para diversas aplicações industriais. A pesquisa sugere que a coleta durante períodos secos podem otimizar a produção e padronizar suas propriedades, ressaltando a relevância da GC para a bioeconomia
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Mostrar Abstract
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A Anacardium occidentale L., conhecida popularmente como cajueiro, é uma planta de origem brasileira, e a goma do cajueiro (GC) é um de seus produtos, no qual tem mostrado grande potencial de uso em pesquisa devido às suas propriedades funcionais. Embora ainda não seja amplamente utilizada na indústria, estudos têm apontado seu potencial para diversas aplicações, especialmente nas áreas de saúde e tecnologia. Considerando sua crescente utilização nessas áreas, torna-se essencial realizar uma análise detalhada de sua composição química, especialmente de gomas provenientes de diferentes regiões do Brasil, como Piauí, Ceará e Pernambuco. A GC utilizada neste estudo foi coletada a partir do exsudato de Anacardium occidentale L. e, em seguida, purificada utilizando um método sustentável, livre de solventes orgânicos. Os resultados demonstraram que a GC, apresentou baixos níveis de umidade e teor de cinzas, o que assegura sua estabilidade e qualidade. A solubilidade da goma foi analisada em diferentes temperaturas, confirmando sua boa capacidade de dissolução. A análise espectroscópica por infravermelho (FTIR) indicou as principais ligações funcionais presentes na GC, corroborando sua estrutura polissacarídica. A análise termogravimétrica (TG) mostrou uma boa estabilidade térmica, reforçando o potencial da GC para diversas aplicações industriais. O conteúdo mineral e teor de metais também foram avaliados, revelando a presença de elementos como cálcio, potássio, magnésio e sódio, que influenciam suas propriedades tecnológicas. No aspecto microbiológico, a GC apresentou ausência de Salmonella spp. e baixos níveis de Escherichia coli, bolores e leveduras. Este estudo, portanto, oferece uma contribuição significativa para o entendimento detalhado da composição química da GC e de suas propriedades funcionais, ao mesmo tempo em que avalia a segurança microbiológica. Ao abranger diferentes regiões e métodos de purificação, espera-se que os resultados possam fomentar novas aplicações da GC, consolidando seu papel como um biopolímero versátil e sustentável, promovendo o uso responsável dos recursos naturais do Brasil.
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VANESSA GOUVEIA DE MELO SILVA
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PLANEJAMENTO ESTRUTURAL, SÍNTESE E AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE 1,3-TIAZÓIS
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Orientador : ANA CRISTINA LIMA LEITE
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CRISTINA LIMA LEITE
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VALERIA PEREIRA HERNANDES
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ELANY BARBOSA DA SILVA
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IGNES REGINA DOS SANTOS
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POLICARPO ADEMAR SALES JUNIOR
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Data: 26/02/2024
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As doenças negligenciadas constituem um conjunto de doenças infecciosas que afetam regiões tropicais e subtropicais de países com economias em desenvolvimento. Dentre esse grupo de afecções, destacam-se a Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, e a Leishmaniose, uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Leishmania. O fármaco atualmente utilizado na quimioterapia da doença de chagas é o benznidazol, que em estágios mais avançados da doença é ineficaz, já o tratamento para a Leishmania ainda é bastante limitado, com sérios inconvenientes em termos de segurança, resistência, estabilidade e custo. Logo, existe a necessidade do desenvolvimento de novas terapias contra essas doenças. Nesse sentido, a proposta do presente trabalho consistiu em desenvolver uma série de compostos bioativos a partir de duas estruturas privilegiadas, as tiossemicarbazonas e os 1,3-tiazóis. Inicialmente, planejou-se quinze moléculas, as quais foram sintetizadas e devidamente caracterizadas. Após a caracterização, os compostos foram avaliados quanto à atividade anti-T. cruzi e leishmanicida. Quanto à atividade anti-T.cruzi, foi utilizada a cepa Tulahuen, e a toxicidade avaliada em fibroblastos L929. Os testes anti-Leishmania foram realizados frente formas promastigotas e amastigotas das espécies L. amazonensis e L. infantum, e a CC50 contra fibroblastos L929. Dentre os compostos testados VM-05, VM-08 e VM-11 se destacaram para a atividade frente à forma promastigota da espécie L. infantum, com valores de IC50 12.0, 14.8 e 14.4 μM, respectivamente. Já o composto VM-12, se destacou na atividade anti-T.cruzi, com IC50 15,3 μM.
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As doenças negligenciadas constituem um conjunto de doenças infecciosas que afetam regiões tropicais e subtropicais de países com economias em desenvolvimento. Dentre esse grupo de afecções, destacam-se a Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, e a Leishmaniose, uma doença infecciosa causada por parasitas do gênero Leishmania. O fármaco atualmente utilizado na quimioterapia da doença de chagas é o benznidazol, que em estágios mais avançados da doença é ineficaz, já o tratamento para a Leishmania ainda é bastante limitado, com sérios inconvenientes em termos de segurança, resistência, estabilidade e custo. Logo, existe a necessidade do desenvolvimento de novas terapias contra essas doenças. Nesse sentido, a proposta do presente trabalho consistiu em desenvolver uma série de compostos bioativos a partir de duas estruturas privilegiadas, as tiossemicarbazonas e os 1,3-tiazóis. Inicialmente, planejou-se quinze moléculas, as quais foram sintetizadas e devidamente caracterizadas. Após a caracterização, os compostos foram avaliados quanto à atividade anti-T. cruzi e leishmanicida. Quanto à atividade anti-T.cruzi, foi utilizada a cepa Tulahuen, e a toxicidade avaliada em fibroblastos L929. Os testes anti-Leishmania foram realizados frente formas promastigotas e amastigotas das espécies L. amazonensis e L. infantum, e a CC50 contra fibroblastos L929. Dentre os compostos testados VM-05, VM-08 e VM-11 se destacaram para a atividade frente à forma promastigota da espécie L. infantum, com valores de IC50 12.0, 14.8 e 14.4 μM, respectivamente. Já o composto VM-12, se destacou na atividade anti-T.cruzi, com IC50 15,3 μM.
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KERIOLAINE LIMA DOS SANTOS
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Obtenção de derivados 3-(4-metoxifenil)-2-benzilideno-hidrazono-4-fenil-2,3-di-hidrotiazol: avaliação antitumoral, estudo de interação DNA/HSA, estudo preditivo ADME e Docking Molecular
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Orientador : MARIA DO CARMO ALVES DE LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANEKECIA LAURO DA SILVA
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MARIA DO CARMO ALVES DE LIMA
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RICARDO OLIMPIO DE MOURA
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ROSALI MARIA FERREIRA DA SILVA
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VALÉCIA DE CASSIA MENDONÇA DA COSTA ANDRADE
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Data: 27/02/2024
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O câncer é considerado um grave problema de saúde, estimativas indicam o surgimento de 625 mil novos casos a cada ano do triênio 2020-2023 no Brasil. As terapias disponíveis para o tratamento do câncer apresentam algumas limitações como falta de seletividade e indução de efeitos colaterais. Neste sentido, a busca por novas alternativas terapêuticas torna-se relevante. O DNA e a albumina sérica são biomoléculas investigadas para o tratamento do câncer, o DNA atua no controle das funções celulares, e a albumina sérica desempenha funções no transporte de substancias no organismo. Moléculas que possuem a porção tiazol têm sido amplamente investigadas, esse núcleo apresenta inúmeras atividades descritas na literatura, com promissoras atividades antitumorais. Nessa perspectiva, este trabalho propôs a síntese, caracterização estrutural, estudos de interação e avaliação da atividade antitumoral de novos derivados tiazólicos. Foram sintetizados dez derivados tiazólicos inéditos que se diferenciam pelas substituições nas porções R1 e R2 da molécula, ambas tiveram suas estruturas químicas confirmadas pelas técnicas espectroscópicas de RMN 1H, RMN C13, e infravermelho (IV). A investigação das interações com as biomoléculas foi realizada por meio de técnicas espectroscópicas de absorção UV-vis e fluorescência. Nos ensaios de interação com o ssDNA foram observados diferentes efeitos espectroscópicos como hipercrômico, hipocrômico e hipsocrômico, as constantes de afinidade (Kb) obtidas variaram entre 1.0 x 107 e 1.55 x 104, nos ensaios de fluorescência foram observados os efeitos hipocrômico, hipercrômico, hipsocrômico e batocrômico e os valores da constante de supressão fluorescente (Ksv) variaram entre 0.3 x 104 e 1.01 x 104, sugerindo que os compostos se ligam ao DNA pelos modos intercalativos e por ligação ao sulco. Na interação com a BSA no teste de absorção UV-vis foram observados os efeitos hipercrômico e hipsocrômico e os valores de Kb variaram entre 9.70 x 104 e 1.49 x 105, nos ensaios de emissão fluorescente os efeitos observados foram hipocrômico e hipsocrômico, e os valores de Ksv variaram entre 11.34 x 104 e 0.88 x 104, indicando que todos os compostos interagiram à BSA. Se destacaram nas interações os LQIT-KLT’S 01, 03 e 06 que são substituídos na porção R1 pelos grupamentos CH3SO2, CF3 e OCF3 respectivamente e na porção R2 pelo grupamento Br (KLT’S 01 e 03). A atividade antiproliferativa foi avaliada frente a linhagem celular de câncer de mama (MCF-7) e a linhagem não transformada de macrófago (J774), por meio da técnica de MTT. Neste ensaio os derivados KLT’S 01, 03 e 06 apresentaram os melhores valores de IC50 frente a linhagem celular MCF-7 com 0,29, 0,52 e 0,60 μM respectivamente. No ensaio de citotoxicidade frente aos macrófagos, os melhores derivados foram os compostos KLT-02 e KLT-08, com valores de viabilidade celular de 100% e 60,16% respectivamente. O destaque deste estudo foi o derivado KLT-01, com valores satisfatórios de interação ao DNA e de citotoxicidade, frente a linhagem tumoral MCF-7, todavia, os resultados mostram que os derivados tiazólicos são promissores agentes antitumorais e que o padrão de substituição influência de forma positiva nos resultados.
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O câncer é considerado um grave problema de saúde, no Brasil as estimativas indicam o surgimento de cerca de 625 mil novos casos a cada ano do triênio 2020-2022. As terapias disponíveis para o tratamento do câncer apresentam algumas limitações como restrita seletividade e surgimento de muitos efeitos colaterais. Neste sentido, a busca por novas alternativas terapêuticas torna-se indispensável. As biomoléculas de DNA e a HSA sérica são exemplos de alvos terapêuticos amplamente investigados para o tratamento do câncer, uma vez que o DNA participa dos principais processos biológicos, controlando as funções celulares, e a albumina sérica desempenha funções no transporte de substancias endógenas e exógenas no organismo humano. No campo destas investigações, moléculas que possuem em sua estrutura a porção tiazol têm sido amplamente estudadas, por causa das inúmeras atividades já descritas na literatura, com promissoras atividades antitumorais. Nessa perspectiva, este trabalho propôs a avaliação da atividade antitumoral de novos derivados tiazóis e investigação de possíveis mecanismos de ação. Desta forma, utilizamos dez moléculas que foram previamente sintetizadas no laboratório de Química e Inovação terapêutica –LQIT, onde inicialmente foram avaliadas por meio de ensaios in silico de docking molecular e quanto a suas propriedades farmacocinéticas de ADME. Nos ensaios de interação com o ssDNA as investigações seguiram com a utilização de sondas fluorescentes, para identificar quais os modos de interação dos tiazóis com o DNA. Nesta etapa foram observados diferentes efeitos espectroscópicos como hipocrômismo e hipsocrômismo e as constantes de afinidade (Ksv) variaram entre 3.33 x 10 4 e 5.0 x10 1 para a sonda DAPI, indicando que os derivados eram possíveis ligantes do sulco do DNA. Nos ensaios de interação utilizando a sonda brometo de etídio (BE), os valores de Ksv são bem inferiores, descartando a possibilidade de interação por intercalação. Para os ensaios de interação com a HSA, também nos estudos espectroscópicos de fluorescência, foram observados os efeitos hipocrômico e hipsocrômico, e os valores de Ksv variaram na magnitude de 1.079 x10 5 e 2.2 x10 4 , indicando que todos os compostos se ligaram à HSA e que a força de ligação é influenciada pelos padrões de substituições dos compostos. Os derivados que se destacaram nessas análises foram os LQIT-KLT’S 09, 07 e 02 que são substituídos na porção R 1 pelos grupamentos OCH3, (CH 3 ) 2 N, CH 3 SO 2, respectivamente e na porção R 2 pelo grupamento Br (KLT’S 09 e 07) ou H (KLT-02). A atividade citotóxica dos compostos foi avaliada frente a diferentes linhagens celulares de câncer,
sendo elas, a linhagem DU-145, células T linfoblasticas de leucemia aguda (Jukart), câncer de mama da glândula mamaria MCF-7 e T-47D e a linhagem não transformada de macrófago (J774), por meio da técnica de MTT em concentrações que variaram entre 50 e 3,125 µM. Neste ensaio os derivados LQIT/KLT’S 10, 04, 09 apresentaram os melhores valores de IC 50 frente as linhagens celulares MCF-7 e T-47D. Em especial o KLT-09 com atividade superior aos fármacos padrões frente à duas linhagens celulares mencionadas, além disso, o KLT-09 também apresentou os melhores resultados em relação a capacidade de interação com DNA. O índice de seletividade também foi calculado em relação ás linhagens tumorais e a linhagem não transformada, indicando também uma seletividade elevada para o KLT-09. Desta forma, destacamos aqui o derivado KLT-09, apresentando-se com valores satisfatórios de interação ao DNA e de citotoxicidade, todavia, os resultados mostram que os demais derivados tiazólicos testados são promissores agentes antitumorais e que o padrão de substituição desses compostos pode influenciar de forma positiva os resultados obtidos.
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JOCIMAR DA SILVA SANTOS
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MODELOS ANALÍTICOS PARA DOSEAMENO DE FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO PEDIÁTRICO DA HANSENÍASE
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Orientador : MONICA FELTS DE LA ROCA SOARES
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MEMBROS DA BANCA :
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MONICA FELTS DE LA ROCA SOARES
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RODRIGO ROCHA DE OLIVERA
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CRISTINA MALEGORI
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LUÍSE LOPES CHAVES
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WESLLEY FELIX DE OLIVEIRA
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Data: 05/03/2024
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A hanseníase é considerada uma doença negligenciada por possuir tratamento eficaz, mas que não apresenta no mercado as tecnologias farmacêuticas que ofereçam o melhor do tratamento. Esta doença acomete pacientes de todas as faixas etárias, porém, os com idade inferior a 15 anos a evolução da doença é mais agressiva. No Brasil, o tratamento é realizado pela combinação de fármacos como clofazimina e dapsona, que são fabricados e distribuídos nas formas farmacêuticas sólidas cápsulas e comprimidos, respectivamente. Isso representa dificuldade na adesão de pacientes pediátricos e evidenciam a necessidade de inovações farmacêuticas a fim de otimizar a farmacoterapia disponível, bem como fortalecer a área produtiva. O primeiro passo no desenvolvimento de uma nova abordagem terapêutica é o desenvolvimento de métodos analíticos confiáveis e reprodutíveis. O objetivo deste estudo é desenvolver competências inovadoras e métodos analíticos que possam ser utilizados no desenvolvimento e controle de qualidade de medicamentos contendo os fármacos dapsona e clofazimina. Na busca deste propósito, inicialmente procedeu-se com pesquisas de registros de proteções industriais em bases de patentes mundiais, que foram analisadas cientificamente e criticamente. Foram construídas formulações para simulação analítica nas formas farmacêuticas minicomprimido contendo dapsona e suspensão oral extemporânea contendo a associação de dapsona e clofazimina, ambas em dosagem pediátrica. Foram desenvolvidos modelos analíticos envolvendo cromatografia líquida de alta eficiência, espectroscopia de infravermelho próximo portátil e imagem digital, todas com auxílio da análise de dados multivariada da quimiometria, destinada a quantificação dos fármacos. As ferramentas quimiométricas utilizadas foram: Partial Least Square, algoritmo de progressões sucessivas, pré-processamentos e fusão de dados. Como resultados, sumarizamos as formas farmacêuticas pediátricas de acordo com a inovação tecnológica e com as vias de administração, o minicomprimido e a suspensão foram indicadas como as melhores formulações do ponto de vista técnico e terapêutico destinado a terapia da hanseníase pediátrica. Desenvolvemos um modelo analítico alternativo utilizando o infravermelho próximo portátil para quantificar a dapsona em comprimidos com 99% de confiança estatística e com um erro de precisão de 2,54%. Já para o modelo analítico para quantificar os fármacos na formulação com a associação dos mesmos foi necessária a combinação dos dados analíticos do infravermelho próximo com histogramas de cores oriundos da imagem digital, alcançando um erro de calibração comparável as medidas por HPLC. Durante o estudo, observou-se que as características físico-químicas como cor e solubilidade dos fármacos são complexas e desafiadoras, mas podem ser úteis no desenvolvimento de sistemas de liberação de fármacos e técnicas de doseamento. Os modelos analíticos alternativos desenvolvidos representam ferramentas capazes de estimar com acurácia o teor de dapsona e clofazimina, oferecendo uma técnica direta, não destrutiva, rápida, baixo custo, não poluente e confiável. Os resultados promissores sugerem a continuidade do estudo, enfatizando a análise simultânea dos fármacos em matrizes medicamentosas mais complexas, bem como a incorporação dos modelos quimiométricos em sistemas informatizados portáteis.
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A hanseníase é considerada uma doença negligenciada por possuir tratamento eficaz, mas que não apresenta inovações tecnológicas que acompanha o mercado internacional atual. Brasil, Índia e Cuba são os países que possuem o maior número de casos que acomete pacientes de todas as faixas etárias, porém, nos com idade inferior a 15 anos a evolução da doença é mais agressiva. No Brasil, o tratamento é realizado pela combinação de antibióticos como rifampicina, clofazimina e dapsona, contudo, são fabricados e distribuídos apenas nas formas farmacêuticas sólidas monolíticas de cápsulas e comprimidos, representando dificuldade na adesão de pacientes. Estes aspectos evidenciam a necessidade de inovações farmacêuticas a fim de otimizar a farmacoterapia disponível, bem como fortalecer a área produtiva. Portanto, o objetivo deste estudo é desenvolver competências inovadoras e métodos alternativos utilizando ferramentas quimiométricas como instrumento analítico para controle de qualidade de medicamentos contendo fármacos utilizados na terapia da hanseníase. Para isso, procedeu-se com pesquisas de registros de proteções industriais em bases de patentes mundiais, sendo analisadas criticamente. Já para desenvolvimento analítico, foi realizada a aquisição de espectros infravermelho por um nanoNIR portátil com posterior aplicação da ferramenta quimiométrica Partial Least Square para avaliação de comprimidos industrializados e manipulados de dapsona. A análise quimiométrica foi realizada com algoritmo de seleção de variáveis, foram testados seis pré-processamentos e os dados finais correlacionados com a quantificação por cromatografia líquida de alta eficiência. Durante o estudo, observou-se que as características físico-químicas dos fármacos são dificuldades encontradas nas inovações, mesmo assim, diversas formulações apresentaram estabilidade adequada e potencial para estudos posteriores de desenvolvimento de medicamentos. A otimização das formulações citadas acima, nas invenções, favorece a adequação de tratamentos para atender a população pediátrica com hanseníase, visando tanto êxito terapêutico como melhora da qualidade de vida dos mesmos. Por outro lado, os modelos analíticos apresentaram-se como ferramentas capazes de estimar com acurácia o teor de dapsona em comprimidos, oferecendo uma técnica não destrutiva, rápida, de baixo custo e confiável. Os resultados promissores sugerem a continuidade do estudo, enfatizando a análise simultânea dos fármacos em matrizes medicamentosas mais complexas, bem como a incorporação dos modelos em sistemas usuais e informatizados.
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MARTON KAIQUE DE ANDRADE CAVALCANTE
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AVALIAÇÃO IN VITRO DE CÉLULAS NATURAL KILLER, T E DE UM ESFERÓIDE DÉRMICO NA LEISHMANIOSE CUTÂNEA
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Orientador : MARIA CAROLINA ACCIOLY BRELAZ DE CASTRO
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA CAROLINA ACCIOLY BRELAZ DE CASTRO
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PATRÍCIA SANTOS LOPES
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PATRÍCIA XANDER BATISTA
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POLICARPO ADEMAR SALES JUNIOR
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WALTER LINS BARBOSA JUNIOR
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Data: 08/03/2024
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A Leishmaniose Cutânea (LC) é um grave problema de saúde pública mundial, sendo no Brasil as regiões norte e nordeste as que apresentam mais casos da doença. A doença caracteriza-se pelo surgimento de lesões que pode variar de uma a centenas, sendo 90% dos pacientes portadores de lesões com aspecto nódulo-crostoso. O curso da infecção na LC está estritamente ligado a resposta imune do hospedeiro, entretanto, ainda existem diversas lacunas sobre qual o tipo de resposta imune é necessário. Dentre as diversas células que compõem o sistema imune destaque é dado as células natural killer (NK), conhecidas pela sua capacidade de matar células infectadas, modificadas e autorreativas, sem a necessidade de apresentação prévia. Além disso, essas
células são conhecidas pela alta produção de citocinas, como interferon-γ (IFN- γ), auxiliando assim no recrutamento de outras células, bem como na sua
ativação. Os linfócitos T fazem parte da resposta imune adaptativa e são responsáveis pela resposta imune celular. Embora haja diversos avanços nos estudos in vitro para o estudo da LC, o mesmo apresenta diversas limitações, como a não semelhança com o ambiente in vivo. Pensando nisso, as culturas 3D tem sido fortemente recomendadas para estudos, visto que há uma mimetização da geometria, ambientação e sinalização entre as células. Porém, até o momento, não se tem relatos da utilização desta técnica para estudos na LC. Diante disso, o presente trabalha tem como objetivo avaliar as células Natural Killer e T em pacientes com lesão ativa da leishmaniose cutânea e desenvolver e testar um modelo de esferóide dermo-epidérmico imunocompetente em 3D para estudos com a Leishmania spp. Fizeram parte do estudo trinta pacientes, sendo 23 pacientes com a forma ativa da doença, denominados antes do tratamento (AT) e 7 pacientes com cura clínica, denominados pós-tratamento (PT). Além disso, tivemos um terceiro grupo composto por indivíduos saudáveis, denominado controle (CT), formado por 17 pessoas. Foram realizados estudos de imunofenotipagem e dosagem de citocinas a partir de sobrenadante de cultura das células mononucleares do sangue periférico (PBMCs). Já nos estudos em 3D, fibroblastos e macrófagos
murinos foram cultivados e para a formação dos esferóides, foi utilizada a técnica de magnetização. Os esferóides formados foram avaliados quanto a sua formação/compactação e através de análises histológicas. A infecção dos esferóides e carga parasitária foi avaliada por rt-PCR. Na avaliação celular, observamos uma menor percentual de células NK e de células NKT DN nos pacientes com lesão ativa, enquanto, as células NKT CD4+ apresentaram um maior percentual nesta população. Não foi observada diferença significativa no percentual dos linfócitos T CD4+, CD8+ e DN Além disso, observamos uma maior expressão de PD-1, Granzima b, TIGIT e CLTA-4 tanto nas células NK,
quanto nos linfócitos T dos pacientes. Também foi observada a produção de IL- 2, IL-4. IL-6, IL-10, IL-17, INF e TNF nos pacientes após estimulação com
antígeno de L. braziliensis. Nos esferóides, observamos sua formação e compactação após 24 horas de cultivo. Além disso, observamos que a proporção 8 fibroblastos: 1macrófago apresentaram melhor compactação e por isso foi escolhido para os demais experimentos. O entendimento da resposta imune na LC é fundamental para o desenvolvimento de novas estratégias profiláticas e vacinais. Além disso, o desenvolvimento de modelos in vitro que se assemelhem aos eventos que ocorrem no in vivo podem contribuir para o entendimento da doença.
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A Leishmaniose Cutânea (LC) é um grave problema de saúde pública mundial, sendo no Brasil as regiões norte e nordeste as que apresentam mais casos da doença. A doença caracteriza-se pelo surgimento de lesões que pode variar de uma a centenas, sendo 90% dos pacientes portadores de lesões com aspecto nódulo-crostoso. O curso da infecção na LC está estritamente ligado a resposta imune do hospedeiro, entretanto, ainda existem diversas lacunas sobre qual o tipo de resposta imune é necessário. Dentre as diversas células que compõem o sistema imune destaque é dado as células natural killer (NK), conhecidas pela sua capacidade de matar células infectadas, modificadas e autorreativas, sem a necessidade de apresentação prévia. Além disso, essas
células são conhecidas pela alta produção de citocinas, como interferon-γ (IFN- γ), auxiliando assim no recrutamento de outras células, bem como na sua
ativação. Os linfócitos T fazem parte da resposta imune adaptativa e são responsáveis pela resposta imune celular. Embora haja diversos avanços nos estudos in vitro para o estudo da LC, o mesmo apresenta diversas limitações, como a não semelhança com o ambiente in vivo. Pensando nisso, as culturas 3D tem sido fortemente recomendadas para estudos, visto que há uma mimetização da geometria, ambientação e sinalização entre as células. Porém, até o momento, não se tem relatos da utilização desta técnica para estudos na LC. Diante disso, o presente trabalha tem como objetivo avaliar as células Natural Killer e T em pacientes com lesão ativa da leishmaniose cutânea e desenvolver e testar um modelo de esferóide dermo-epidérmico imunocompetente em 3D para estudos com a Leishmania spp. Fizeram parte do estudo trinta pacientes, sendo 23 pacientes com a forma ativa da doença, denominados antes do tratamento (AT) e 7 pacientes com cura clínica, denominados pós-tratamento (PT). Além disso, tivemos um terceiro grupo composto por indivíduos saudáveis, denominado controle (CT), formado por 17 pessoas. Foram realizados estudos de imunofenotipagem e dosagem de citocinas a partir de sobrenadante de cultura das células mononucleares do sangue periférico (PBMCs). Já nos estudos em 3D, fibroblastos e macrófagos
murinos foram cultivados e para a formação dos esferóides, foi utilizada a técnica de magnetização. Os esferóides formados foram avaliados quanto a sua formação/compactação e através de análises histológicas. Na avaliação célular, observamos uma menor percentual de células NK e de células NKT DN nos pacientes com lesão ativa, enquanto, as células NKT CD4+ apresentaram um maior percentual nesta população. Não foi observada diferença significativa no percentual dos linfócitos T CD4+, CD8+ e DN Além disso, observamos uma maior expressão de PD-1, Granzima b, TIGIT e CLTA-4 tanto nas células NK,
quanto nos linfócitos T dos pacientes. Também foi observada a produção de IL- 2, IL-4. IL-6, IL-10, IL-17, INF e TNF nos pacientes após estimulação com
antígeno de L. braziliensis. Nos esferóides, observamos sua formação e compactação após 24 horas de cultivo. Além disso, observamos que a proporção 8 fibroblastos: 1macrófago apresentaram melhor compactação e por isso foi escolhido para os demais experimentos. O entendimento da resposta imune na LC é fundamental para o desenvolvimento de novas estratégias profiláticas e vacinais. Além disso, o desenvolvimento de modelos in vitro que se assemelhem aos eventos que ocorrem no in vivo podem contribuir para o entendimento da doença.
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CLEDSON DOS SANTOS MAGALHÃES
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CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA, HISTOLOCALIZAÇÃO DE CONSTITUINTES QUÍMICOS E PROSPECÇÃO FITOQUÍMICA DE ESPÉCIES DAS FAMÍLIAS CAPPARACEAE A. Juss. E CLEOMACEAE Bercht. & J. Presl
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Orientador : KARINA PERRELLI RANDAU
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MEMBROS DA BANCA :
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CLAUDIA ULISSES DE CARVALHO SILVA
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KARINA PERRELLI RANDAU
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LUIZ PALHARES NETO
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MARCOS VINICIUS MEIADO
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RAFAELA DAMASCENO SA
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Data: 15/03/2024
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A sistemática das famílias Capparaceae e Cleomaceae é complexa e tem sido objeto de revisões ao longo do tempo. De acordo com estudos moleculares essas famílias são próximas de Brassicaceae, entretanto são reconhecidas separadamente. Destaca-se ainda que na América Latina, as espécies de Capparaceae foram recentemente reclassificadas como "Capparaceas Neotropicais". Além disso, essas famílias são pouco estudadas em termos taxonômicos, anatômicos, químicos e farmacológicos, apesar da necessidade de distinção, por apresentar características mofológicas externas semelhantes, e usos medicinais. Frente a isso, o presente estudo buscou realizar a caracterização morfoanatômica, histolocalização de constituintes químicos e prospecção fitoquímica de espécies das famílias Capparaceae A. Juss. e Cleomaceae Bercht. & J. Presl. Para tanto, foi realizada revisões analisando informações em bases de dados sobre aspectos etnobotânicos, químicos e farmacológicos das famílias. Além disso, foram confeccionadas lâminas de microscópio contendo seções transversais e paradérmicas dos órgãos vegetativos das espécies para análises em microscopia óptica. Para a análise histoquímica, foram utilizados diferentes reagentes, de acordo com o metabólito-alvo, assim como para a fitoquímica. As informações disponíveis sobre as espécies de Capparaceae e Cleomaceae nas bases selecionadas demonstram lacunas científicas sobre a composição química e atividade farmacológica, entretanto, mostrou diferentes espécies exploradas tradicionalmente para diferentes fins. As espécies de Capparacea apresentam características morfológicas distintivas: C. tapia possui folhas compostas 3-folioladas; C. flexuosa possui ramos eretos, folhas elípticas a obtusas, botões florais globosos e frutos em cápsula torulosa; e C. hastata possui ramos suavemente curvados, folhas oblongo-elípticas, inflorescências axilares corimbosas e frutos capsulares cilíndricos. Na família Cleomaceae, T. aculeata possui folhas 3-folioladas e frutos levemente torulosos; T. diffusa apresenta folhas 3-5-folioladas e frutos cápsulares filiformes a fusiformes; e T. spinosa apresenta folhas 5-7 folioladas e frutos síliquos linear-cilíndricos. Na anatomia, C. tapia possui estômatos anisocíticos, tetracíticos e anomocíticos e canais secretores; C. flexuosa apresenta pecíolo plano-convexo, estômatos anisocíticos, tetracíticos e anomocíticos, e colênquima abaixo da epiderme adaxial; C. hastata tem pecíolo côncavo-convexo, estômatos tetracíticos e anomocíticos, e hipoderme abaixo da epiderme adaxial. Para Cleomaceae, os caracteres importantes incluem formato de pecíolo, com células suberizadas apenas em T. aculeata; presença de canais secretores e tricomas glandulares apenas em T. diffusa; tricomas glandulares e não glandulares em T. aculeata e T. spinosa; divergência nos tipos de estômatos; ausência de colênquima em T. aculeata; presença de esclerênquima e cristais do tipo drusas e prisma apenas em T. spinosa. Na análise histoquímica, foram encontrados alcaloides, amido, compostos fenólicos, compostos lipofílicos, lignina, triterpenos e esteroides em Capparaceae, e alcaloides, amido, compostos fenólicos, compostos lipofílicos, flavonoides, mucilagens, mucopolissacarídeos ácidos, pectinas, proteínas e flavonoides em Cleomaceae. Na fitoquímica, Capparaceae apresentou alcaloides, terpenos, flavonoides, derivados cinâmicos, taninos condensados e açúcares redutores, enquanto Cleomaceae mostrou terpenos, flavonoides, derivados cinâmicos, taninos hidrolisados e açúcares redutores. Assim, os resultados trazem dados sobre as espécies e aumentam o conhecimento sobre as famílias estudadas, auxiliando com informações relevantes para a taxonomia e na descoberta de compostos ativos.
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Os acidentes por animais peçonhentos são considerados um problema de saúde pública e o único tratamento seguro e eficaz contra a picada de serpente é a utilização de soro antiofídico, entretanto ainda é ineficaz para mitigar os danos locais induzidos pela peçonha. Em consequência disso, é necessário buscar agentes neutralizantes alternativos provenientes de diversas fontes naturais com o intuito de complementar e melhorar a soroterapia convencional. Tradicionalmente, o uso de plantas medicinais para cura desses acidentes é empregado por diferentes populações para complementar a soroterapia tradicional, e dentre as espécies utilizadas destacam-se algumas das famílias Capparaceae A. Juss. e Cleomaceae Bercht. & J. Presl. Contudo, vale ressaltar que a sistemática da família Capparaceae e por conseguinte suas afinidades com outras famílias são controversas, uma vez que apresentam espécies com algumas características morfológicas externas semelhantes, gerando confusões em sua identificação. Devido a isso, o uso dessas plantas como recurso medicinal geram questionamentos referentes à segurança e eficácia da matéria vegetal, bem como a sua efetividade frente à ação antiofídica devendo ser realizadas pesquisas que comprovem esse uso popular. Devido a isso, esta pesquisa busca caracterizar farmacobotanicamente espécies da família Capparaceae e Cleomaceae, bem como avaliar os efeitos citotóxicos e avaliar a atividade antiofídica dessas espécies. Para tal feito, foi realizada uma revisão integrativa analisando informações disponíveis em bases de dados sobre os aspectos botânicos, uso tradicional, estudos químicos e farmacológicos das espécies de Capparaceae e Cleomaceae encontradas no Brasil. Além disso, foram confeccionadas lâminas de microscópio contendo seções transversais da raiz, caule, pecíolo e lâmina foliar, bem como secções paradérmicas da lâmina foliar. As análises foram realizadas em microscopia de luz e luz polarizada. Para a análise histoquímica, foram utilizados diferentes reagentes, de acordo com o metabólito-alvo. As informações disponíveis sobre as espécies de Capparaceae e Cleomaceae, estruturadas em estudos etnobotânicos, químicos e farmacológicos demonstram lacunas científicas sobre a composição química e atividade farmacológica das espécies vegetais, entretanto, mostrou uma gama de espécies exploradas tradicionalmente para diferentes fins, principalmente medicinais na cura de diferentes afecções. Através da caracterização anatômica, foi possível identificar caracteres que fornecem o diagnóstico das espécies estudas: Crateva tapia L. e Cynophalla flexuosa (L) – Capparaceae; e Hemiscola aculeata (L.) Raf. e Tarenaya spinosa (Jacq.) Raf. – Cleomaceae. Por meio da histoquímica, foi constatada a presença de diferentes compostos na lâmina foliar. Assim, os resultados apresentados contribuem para o controle de qualidade das espécies avaliadas, bem como trazem dados sobre as espécies e aumentam o conhecimento sobre as famílias estudadas.
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GLICIA MARIA DE OLIVEIRA
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NANOFIBRAS POLIMÉRICAS ELETROFIADAS NANOESTRUTURADAS PARA APLICAÇÕES BIOTECNOLÓGICAS
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Orientador : CESAR AUGUSTO SOUZA DE ANDRADE
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MEMBROS DA BANCA :
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ALBERTO GALDINO DA SILVA JUNIOR
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KAREN YASMIM PEREIRA DOS SANTOS AVELINO
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KLEBER GONCALVES BEZERRA ALVES
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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MICHELLE MELGAREJO DA ROSA
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Data: 18/03/2024
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As lesões cutâneas de difícil cicatrização configuram um ônus ao sistema de saúde. Assim, enquanto as feridas crônicas continuarem sendo um problema global de saúde, o desenvolvimento de tratamentos alternativos permanecerá extremamente necessário. A eletrofiação é uma técnica versátil e econômica que é utilizada para síntese de nanofibras com
diâmetro na faixa de nanômetros a partir de substâncias contendo polímeros como o polivinil- álcool (PVA) e como a celulose bacteriana (CB). A celulose bacteriana é um polímero
promissor para aplicação como curativo devido a suas propriedades físico-químicas. A prevenção da infecção bacteriana externa no local da ferida é um pré-requisito para o design de novos curativos, devendo ser adicionadas substâncias antimicrobianas como nanopartículas de prata (AgNps) e peptídeos antimicrobianos como a Clavanina A (ClavA). Desta forma, o presente estudo teve como objetivo preparar e caracterizar as nanofibras eletrofiadas compostas por PVA-AgNps-Bp-ClavA e avaliar a sua ação antimicrobiana. Inicialmente, foram sintetizadas nanofibras eletrofiadas compostas por PVA-AgNps-Bp-ClavA, posteriormente, foi realizada a reticulação química. Realizou-se a análise morfológica das amostras através das técnicas de microscopia eletrônica de varredura (MEV), além da composição elementar através de Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS). A termoestabilidade foi analisada por meio da Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC). Os espectros das nanofibras foram registrados usando a Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR). O estudo eletroquímico foi realizado aplicando-se a voltametria de onda quadra (SWV). A atividade
antimicrobiana foi avaliada através do bioensaio in vitro. As micrografias compostas por PVA- AgNps-Bp exibiram filamentos nanométricos homogêneos em sua estrutura formando uma
matriz tridimensional com diâmetros de 555nm a 648nm. O mapeamento elementar revelou a dispersão homogênea das AgNps na superfície das nanofibras. O espectro das amostras de PVA puro exibiu bandas de vibrações de estiramento O-H a 3332 cm-1 além de evidenciar os picos característicos como o pico de vibração detectado em 1366 cm-1 nas amostras contendo o biopolímero está relacionado à vibração de flexão das ligações C-H e C-O nos anéis aromáticos de polissacarídeos. O termograma revelou um aumento da termoestabilidade de 130,92 °C para 207,03 °C após a adição das AgNps e da CB à fibra. Constatou-se também o aumento da transferência de elétrons após a incorporação das AgNps e da Bp as nanofibras de PVA. Houve excelente ação inibitória para bactérias gram-positivas com halo maior que 15mm, além de apresentar atividade antifúngica contra C.albicans com halo de inibição medindo 18mm. Os picos expressos no espectro de FTIR confirmaram a incorporação dos compostos no filme. As micrografias mostraram a morfologia superficial e transversal das nanofibras, que exibiu uma distribuição uniforme de AgNps o que melhora as propriedades antimicrobianas do filme. O termograma evidenciou aumento na estabilidade térmica das nanofibras. Estes resultados demonstraram o potencial das nanofibras possuem características potenciais para aplicações biotecnológicas como a regeneração tecidual.
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INTRODUÇÃO: As lesões complexas e de difícil cicatrização configuram um ônus ao sistema de saúde. Assim, enquanto as feridas crônicas continuarem sendo um problema global de saúde, o desenvolvimento de tratamentos alternativos permanecerá extremamente necessário. A eletrofiação é uma técnica versátil e econômica que é utilizada para síntese de nanofibras com diâmetro na faixa de nanômetros a partir de substâncias contendo polímeros como o polivinil-álcool (PVA) e como a celulose bacteriana (CB). A celulose bacteriana é um polímero promissor para aplicação como curativo devido a suas propriedades físico-químicas. A prevenção da infecção bacteriana externa no local da ferida é um pré-requisito para o design de novos curativos, devendo ser adicionadas substâncias antimicrobianas como nanopartículas de prata (AgNps). OBJETIVO: Preparar e caracterizar as nanofibras eletrofiadas compostas por PVA-AgNps-CB e avaliar a ação antimicrobiana. RESULTADOS: As micrografias exibiram filamentos nanométricos homogêneos em sua estrutura formando uma matriz tridimensional. O mapeamento elementar revelou a dispersão homogênea das AgNps na superfície das nanofibras. O espectro das amostras de PVA puro exibiu bandas de vibrações de estiramento O-H a 3332 cm-1 e vibrações de estiramento C-H a 2925 cm-1. O espectro da amostra de PVA-AgNp apresentou uma banda de absorção intensa em 1376 cm-1, característica do par de íons Ag+NO3-. O pico de vibração detectado em 1366 cm-1 nas amostras contendo o biopolímero está relacionado à vibração de flexão das ligações C-H e C-O nos anéis aromáticos de polissacarídeos. A análise termogravimétrica revelou um aumento da termoestabilidade de 130,92 °C para 207,03 °C após a adição dos componentes a fibra. Houve excelente ação inibitória para bactérias gram-positivas com halo maior que 15mm. CONCLUSÃO: Os resultados da caracterização do FTIR confirmaram o sucesso da preparação do filme. As micrografias mostraram a morfologia superficial e transversal das nanofibras, que exibiu uma distribuição uniforme de AgNps o que melhora as propriedades antibacterianas do filme. O termograma previu a boa resistência térmica das nanofibras. Estes resultados demonstraram o potencial das nanofibras possuem características potenciais para aplicações biotecnológicas como a regeneração tecidual.
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SONALY LIMA ALBINO
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DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE SCAFFOLDS ACRIDÍNICOS COM POTENCIAL AÇÃO ANTIPARASITÁRIA
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Orientador : TERESINHA GONCALVES DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANEKECIA LAURO DA SILVA
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IGOR JOSÉ DOS SANTOS NASCIMENTO
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MARCELO ZALDINI HERNANDES
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SAMUEL PAULO CIBULSKI
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TERESINHA GONCALVES DA SILVA
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Data: 03/05/2024
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As leishmanioses e a doença de Chagas compreendem doenças parasitárias causada por protozoários de alto impacto em países tropicais e subtropicais. O arsenal terapêutico disponível para o tratamento dessas patologias é reduzido e limitado devido a fatores associados a toxicidade, alto custo e resistência medicamentosa. Diante dessa problemática, os derivados acridínicos se apresentam como potenciais compostos antiparasitários devido a sua estrutura privilegiada responsável pelo desenvolvimento de variados mecanismos de ação quimioterápicos. A partir dessa premissa, esse trabalho envolveu a síntese e avaliação do potencial antiparasitário de duas classes de derivados acridínicos (triazolidínico-acridínico e espiro-acridínicos). O primeiro capítulo da tese envolveu a síntese do derivado triazolidínico- acridínico (ACW-02) e avaliação frente formas amastigotas e promastigotas de L. amazonensis, com posterior avaliação da citotoxicidade e estimulação de macrófagos por MTT, citometria de fluxo, microscopia ótica. Os estudos in silico foram desenvolvidos a fim de predizer um possível mecanismo de ação pela interação com os alvos de DNA, TryR, Topo1, CYP51 e CPB de Leishmania sp., por meio do docking molecular, dinâmica molecular e cálculo de MM-PBSA. Os resultados demonstraram uma boa atividade antiamastigota (IC 50 = 6,57 µg mL -1 ) e não toxicidade aos macrófagos (CC 50 > 256 µg mL -1 ), com indícios de possível ação imunomoduladora ao induzir um efeito microbicida em macrófagos infectados. Os resultados obtidos na determinação de citocinas no sobrenadante da cultura demonstram uma diminuição na expressão de IL-10, IL- 6, TNF-α e IFN-γ, gerando efeitos contrários entre si que os tornam inconclusivos. Os estudos in silico demonstraram melhor afinidade e estabilidade na formação do complexo do ACW-02 com CPBLa (Fitscore= 50,97, ΔGbind= -103,13 kJ mol -1 ), alvo envolvido na imunorregulação da relação parasita-hospedeiro e possível responsável pela atividade leishmanicida desempenhada pelo derivado ACW-02. O segundo capítulo da tese compreende a síntese de derivados espiro- acridínicos e avaliação da atividade antileishmania e tripanocida. Para tal, os compostos AMTAC-01 e AMTAC-22 foram ressintetizados e, subsequentemente, avaliados. A avaliação in vitro do potencial leishmanicida se deu pelos métodos de mensuração da atividade de β-gal e adição do substrato CPRG frente amastigotas e promastigotas de L. amazonensis e L. infantum, nos quais os derivados apresentaram potente atividade antipromastigota (IC 50 = 1,3-2,2 µg mL -1 ). A determinação do efeito tripanocida in vitro frente formas amastigotas e tripomastigotas de T. cruzi relevou o AMTAC-22 como promissor para tripomastigotas ao apresentar um IC 50 (2,9 µg mL -1 ) menor que o benzonidazol. Entretanto, esses compostos demonstraram baixo índice de seletividade quando avaliado frente macrófagos, células Vero e L929. Os estudos in silico demonstraram o perfil de druglikeness dos compostos e demonstraram uma afinidade desejável frente aos alvos TryR, CYP51, CPBLa, Topo e TFI por docking molecular, sendo os melhores complexos selecionados para dinâmica molecular, que ressaltou AMTAC01-CPBLa como o complexo mais estável pela avaliação de RSMD, RMSF, Rg e ligações de hidrogênio. Em conclusão, os resultados demonstraram o potencial antiparasitário dos compostos acridínicos investigados, impulsionando a continuidade dos estudos envolvendo esses possíveis candidatos a mecanismos de ação.
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A leishmaniose compreende uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania sp. de alto impacto em países tropicais e subtropicais. O arsenal terapêutico disponível para o tratamento dessa patologia é reduzido e limitado devido a fatores associados a toxicidade, alto custo e resistência medicamentosa. Diante dessa problemática, os derivados acridínicos se apresentam como potenciais compostos leishmanicidas devido a sua estrutura privilegiada responsável pelo desenvolvimento de variados mecanismos de ação quimioterápicos. A partir dessa premissa, esse trabalho envolveu a síntese e avaliação do potencial antileishmania de duas classes novos derivados acridínicos (triazolidínico-acridínico e espiro-acridínicos). O primeiro capítulo da tese envolveu a síntese do derivado triazolidínico- acridínico (ACW-02) e avaliação frente formas amastigotas e promastigotas de L. amazonensis, pelos métodos MTT e câmara de Neubauer, com posterior avaliação da citotoxicidade e estimulação de macrófagos por MTT, citometria de fluxo, microscopia ótica, citometria de esferas. Os estudos in silico foram desenvolvidos afim de determinar um possível mecanismo de ação pela interação com os alvos de DNA, TryR, Topo1, CYP51 e CPB de Leishmania sp., por meio do docking molecular, dinâmica molecular e cálculo de MM-PBSA. Os resultados demonstraram uma boa atividade antiamastigota (IC50= 6,57 µg mL-1 ) e não toxicidade aos macrófagos (CC50> 256 µg mL-1 ), com indícios de possível ação imunomoduladora ao induzir um efeito microbicida em macrófagos infectados. Os resultados obtidos em citocinasdemonstram uma diminuição na expressão de IL-10, IL-6, TNF-α e IFN-γ, gerando efeitos contrários entre si que os tornam inconclusivos. Os estudos in silico demonstraram melhor afinidade e estabilidade na formação do complexo do ACW-02 com CPBLa (Fitscore= 50,97, ΔGbind= -103,13 kJ mol-1 ), alvo envolvido na imunorregulação da relação parasita-hospedeiro e possível responsável pela boa atividade leishmanicida desempenhada pelo derivado ACW-02. O segundo capítulo da tese compreende a síntese de derivados espiroacridínicos indólicos e avaliação da atividade antileishmania. Para tal, realizou-se a obtenção de sete intermediários N- acilhidrazônicos, com rendimentos entre 70,20-93,38%, e picos de absorção nos espectros de RMN de ¹H e ¹³C característicos das estruturas, tais como H-C=N (8,12-8,59 ppm) e C=N (141,46-145,61 ppm). Subsequentemente, sete compostos espiro-acridínicos indólicos foramsintetizados com rendimentos entre 26,67-77,52%, demonstrando coerência com a estrutura planejada durante a caracterização estrutural, destacando-se o sinal em 69,85 ppm no RMN de ¹³C, característico de Cq. A avaliação in vitro do potencial leishmanicida se deu pelo método do MTT e Neubauer frente amastigotas e promastigotas de L. amazonensis e L. infantum para o composto AMTAC-22 e demonstrou resultados promissores, principalmente para forma amastigota de L. amazonensis (IC50= 8,89 µg mL-1 ) e promastigota de L. infantum (IC50= 0,83 µg mL-1 ), mas baixo índice de seletividade quando avaliado frente macrófagos, hemácias e células Vero. Os estudos in silico demonstraram o perfil de druglikeness dos novos compostos e demonstraram uma afinidade desejável frente aos alvos TryR, CYP51 e Topo1 por docking molecular, especialmente o derivado AMTAC-22.6. Em conclusão, os resultados demonstraram o potencial leishmanicida dos compostos acridínicos investigados, impulsionando a continuidade dos estudos envolvendo esses possíveis candidatos a fármacos.
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EDUARDO DAVI LIMA DA SILVA
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Galectina-9 como biomarcador de severidade em pacientes com COVID-19 leve e grave: implicações imunológicas e clínicas
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Orientador : MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDERSON RODRIGUES DE ALMEIDA
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ERIKA DA SILVA BEZERRA DE MENEZES
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MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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MATHEUS FILGUEIRA BEZERRA
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Data: 31/05/2024
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A Organização Mundial de Saúde definiu a COVID-19 como uma pandemia, chegando ao segundo trimestre de 2024, com mais de 775.364.261 de casos confirmados e cerca de 7.046.320 óbitos em todo o mundo. Esse cenário tem representado um desafio global para a saúde, exigindo esforços contínuos para compreender e gerenciar a gravidade da doença. O objetivo deste estudo foi avaliar a Galectina-9 (Gal-9) como potencial biomarcador imunológico de prognóstico e manejo de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. Foram incluídos 112 pacientes com doença leve, 57 pacientes com doença grave, 93 pacientes sintomáticos negativos e 70 indivíduos controle. Os níveis de Gal-9 no sangue e na saliva foram quantificados utilizando a técnica ELISA e os níveis da expressão gênica da Gal-9 foi avaliada através da RT-qPCR. Os níveis proteicos de Gal-9 foram acompanhados durante 28 dias após o início dos sintomas e análises de acurácia e associações com as principais comorbidades e sintomas da COVID-19 foram destacadas. Ademais, a imunofenotipagem das células T, B e NK foi realizada para acompanhar a flutuação das populações de células de defesa durante a fase aguda e subaguda da doença. Em relação ao grupo com doença leve, observamos uma maior incidência entre mulheres, sendo hipertensão e asma as comorbidades mais comuns. Os sintomas mais frequentemente relatados pelos pacientes foram dor de cabeça, tosse seca e febre. No grupo grave, os pacientes tiveram uma idade média mais alta em comparação com outros grupos. A doença teve uma maior incidência entre homens, e as comorbidades mais comuns foram diabetes, hipertensão e obesidade. Os sintomas mais frequentemente relatados foram dispneia, tosse seca e febre. A caracterização das diferentes mutações revelou que as variantes P.2 e P.1 foram as mais identificadas nos grupos leve e grave. Evidenciamos a expressão proteica elevada significativa da Gal-9 em pacientes leves [4.604 (3.771 – 5.623); p < 0,0001] e pacientes graves; [17.396 (7.079 – 22.143); p < 0,0001] quando comparados a pacientes saudáveis [3.113 (46.88 – 3.936)]. Os níveis de mRNA de LGAS9 também foram mais expressos em pacientes graves [0,06300 (-0,1925– 0,3543)] quando comparados aos sintomáticos negativos [-0,03800 (-0,2508– 0,1868) p= 0,0192]. Também identificamos associações significativas dos níveis séricos de Gal-9 com as principais comorbidades e sintomas – Hipertensão (p=0,0340), anosmia (p=0,0127), tosse (p=0,0048) e febre (p=0,0004). Os níveis séricos de Gal-9 foram acompanhados durante quatro coletas sucessivas após a admissão da doença (D0, D14, D21 e D28) e encontramos uma diminuição significativa desses níveis nos segmentos D14 (p=0,0404), D21 (p=0,0001) e D28 (p= 0,0001) quando comparados com o D0. Na saliva, encontramos um aumento significativo da expressão de Gal-9 nos pacientes do grupo leve [15.213 (6.055 – 32.763) p < 0,0001] quando comparado ao grupo saudável [4.226 (2.126 – 8.246)] e quando comparamos o grupo leve ao grupo dos sintomáticos negativos [2.587 (1.100 – 4.355)] p < 0.0001). Por meio da imunofenotipagem, identificamos alterações no percentual de células T CD8+ quando comparamos o segmento D56 com os demais – D0 (p=0,0001), D14 (p=0,0017), D21 (p=0,0063) e D28 (p=0,0012). A subpopulação de células NK CD16+/CD56+ também exibiu alterações quando comparadas entre si. D0 quando comparado a D14 (p=0,0143) e D21 (p=0,0355), além de D14 comparado com D28 (p=0,0219) e D56 (p=0,0070). Este estudo identifica a Gal-9 como um biomarcador promissor para a gravidade da COVID-19. Níveis elevados de Gal-9 têm potencial para melhorar a estratificação de pacientes e o manejo clínico, destacando a importância da pesquisa de biomarcadores para entender a fisiopatologia da COVID-19.
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A Organização Mundial de Saúde definiu a COVID-19 como uma pandemia, chegando ao primeiro trimestre de 2023, com mais de 762.791.025 de casos confirmados e cerca de 6.897.025 óbitos em todo o mundo. O objetivo deste presente projeto é desenvolver uma rede de pesquisa translacional para busca de possíveis biomarcadores imunológicos de diagnóstico e manejo de pacientes positivos para COVID-19. A caracterização das diferentes mutações revelou que no estudo as duas principais variantes foram a P.2 e P.1. Em seguida, a citocina IL-6 e a glicoproteína Galectina-9 foram quantificados através de ensaios imuno-enzimáticos (ELISA), a partir do soro em diferentes momentos da doença. Além disso, foi avaliado o fenótipo celular, o qual foi determinado por citometria de fluxo para determinação da flutuação das populações e subpopulações celulares. Também foram avaliadas e correlacionadas manifestações clínicas decorrentes em pacientes com a COVID-19. Até o momento, foram utilizados 112 pacientes com diagnóstico positivo para o COVID-19 através da técnica RT-qPCR, 93 pacientes sintomáticos negativos, 57 pacientes de UTI e 70 pacientes controle. Dados demográficos e clinicopatológicos coletados foram associados aos sinais e sintomas encontrados. Evidenciamos a expressão proteica elevada significativa da Galectina-9 nos grupos positivo leve/moderado e UTI (mediana = 4604 pg/mL; p=0,0001) e (mediana = 17396 pg/ mL; p=0,0001), quando comparados ao grupo controle, além da associação significativa dos níveis séricos de Gal-9 com as principais comorbidades e sintomas – Hipertensão (p=0,0340), anosmia (p=0,0127), tosse (p=0,0048) e febre (p=0,0004). Os níveis séricos de Gal-9 foram acompanhados durante quatro coletas sucessivas após a admissão da doença (D-0, D-14, D-21 e D-28) e encontramos uma diminuição significativa desses níveis nos segmentos D14 (p=0,0404), D-21 (p=0,0001) e D-28 (p= 0,0001) quando comparados com o D-0. Através da imunofenotipagem, identificamos alterações no percentual de células T CD8+ quando comparamos o segmento D-56 com os demais – D-0 (p=0,0001), D14 (p=0,0017), D-21 (p=0,0063) e D-28 (p=0,0012). A subpopulação de células NK CD16+/CD56+ também exibiu alterações quando comparadas entre si. D0 quando comparado a D-14 (p=0,0143) e D-21 (p=0,0355), além de D-14 comparado com D-28 (p=0,0219) e D-56 (p=0,0070). Em conjunto, nossos achados destacam o papel do nosso sistema imunológico no combate a infecção e a progressão da gravidade da doença através da atuação das principais populações de células de defesa. Além disso, a Galectina-9 pode ser um potencial biomarcador de prognóstico e desfecho clínico na COVID-19, evidenciado por sua expressão aumentada em pacientes críticos (UTI).
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EUDES GUSTAVO CONSTANTINO CUNHA
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Avaliação do Potencial do Receptor Solúvel da Oncostatina M como Biomarcador para a Esclerose Sistêmica
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Orientador : MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANGELA LUZIA BRANCO PINTO DUARTE
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ERALDO FONSECA DOS SANTOS JUNIOR
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MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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SAYONARA MARIA CALADO GONCALVES
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Data: 12/07/2024
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A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune complexa que atinge o tecido conjuntivo e é caracterizada por danos na microvasculara, desregulação do sistema imunológico e fibrose de pele e órgãos internos. A oncostatina M (OSM) é um mediador químico pertencente à família da IL-6. O receptor solúvel da oncostatina M (OSMRs), assim como a OSM têm sido associados a processos inflamatórios, fibróticos, e a manifestações clínicas em pacientes com ES. Estudos preliminares do nosso grupo revelaram níveis séricos do OSMRs aumentados no soro e associação com úlceras digitais e comprometimento esofágico em pacientes com ES. Diante deste contexto, o presente estudo buscou investigar a associação do OSMR em pacientes com esclerose sistêmica. A avaliação da acurácia foi realizada com o soro de 59 pacientes com ES [383.810,00 ng/mL (IQR 142.143,00)], 50 com artrite reumatoide [AR, 172.543,00 ng/mL (IQR 84.053,00)], 64 com lúpus eritematoso sistêmico [LES, 195.971,00 ng/mL (IQR 79.951,00)], 29 com fibromialgia [FM, 328.360,00 ng/mL (IQR 136.200,00)], 43 com osteoartrite [OA, 293.160,00 ng/mL (IQR 128.800,00)], e 61 controles sadios [243.810,00 ng/mL (IQR 107.648,00)], na qual foi observado que os níveis do OSMRs se apresentaram maiores em pacientes com ES comparado com as demais doenças e o grupo controle (p<0,0001). A análise de curva ROC apresentou um valor para a área sob a curva (AUC) de 0,838 [p<0,0001; IC 95% (0,760 a 0,899)] para o OSMRs em comparação com o grupo controle sadio. A AUC dos níveis de OSMRs em ES frente as outras doenças avaliadas (AR, LES, FM e OA) não se mostraram estatisticamente significante. Com base em resultados anteriores, bem como nos recentes achados, sugerimos o OSMRs como possível biomarcador na ES. Mais testes estão sendo conduzidos para verificar o papel do OSMR na ES.
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A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune complexa que atinge o tecido conjuntivo e é caracterizada por danos na microvasculara, desregulação do sistema imunológico e fibrose de pele e órgãos internos. A oncostatina M (OSM) é um mediador químico pertencente à família da IL-6. O receptor solúvel da oncostatina M (OSMRs), assim como a OSM têm sido associados a processos inflamatórios, fibróticos, e a manifestações clínicas em pacientes com ES. Estudos preliminares do nosso grupo revelaram níveis séricos do OSMRs aumentados no soro e associação com úlceras digitais e comprometimento esofágico em pacientes com ES. Diante deste contexto, o presente estudo buscou investigar a associação do OSMR em pacientes com esclerose sistêmica. A avaliação da acurácia foi realizada com o soro de 59 pacientes com ES [383.810,00 ng/mL (IQR 142.143,00)], 50 com artrite reumatoide [AR, 172.543,00 ng/mL (IQR 84.053,00)], 64 com lúpus eritematoso sistêmico [LES, 195.971,00 ng/mL (IQR 79.951,00)], 29 com fibromialgia [FM, 328.360,00 ng/mL (IQR 136.200,00)], 43 com osteoartrite [OA, 293.160,00 ng/mL (IQR 128.800,00)], e 61 controles sadios [243.810,00 ng/mL (IQR 107.648,00)], na qual foi observado que os níveis do OSMRs se apresentaram maiores em pacientes com ES comparado com as demais doenças e o grupo controle (p<0,0001). A análise de curva ROC apresentou um valor para a área sob a curva (AUC) de 0,838 [p<0,0001; IC 95% (0,760 a 0,899)] para o OSMRs em comparação com o grupo controle sadio. A AUC dos níveis de OSMRs em ES frente as outras doenças avaliadas (AR, LES, FM e OA) não se mostraram estatisticamente significante. Com base em resultados anteriores, bem como nos recentes achados, sugerimos o OSMRs como possível biomarcador na ES. Mais testes estão sendo conduzidos para verificar o papel do OSMR na ES.
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SIMÃO KALEBE SILVA DE PAULA
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Avaliação da atividade imunomoduladora e antifibrótica de derivados tiazolidínicos em um modelo experimental de esclerose sistêmica
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Orientador : MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANGELA LUZIA BRANCO PINTO DUARTE
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ERIKA DA SILVA BEZERRA DE MENEZES
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MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MARIO RIBEIRO DE MELO JUNIOR
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PRISCILLA STELA SANTANA DE OLIVEIRA
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Data: 12/07/2024
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A esclerose sistêmica (ES) é uma doença degenerativa caracterizada por dano vascular, autoimunidade e fibrose da pele e órgãos internos. A sua fisiopatologia envolve a ativação endotelial, a produção de autoanticorpos, a secreção de citocinas e a superexpressão de genes pró-fibróticos. O PPAR-γ é um regulador da sensibilidade à insulina e da adipogênese que também desempenha um papel anti-inflamatório e antifibrótico quando ativado por tiazolidinedionas (TZDs). O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial imunomodulador e antifibrótico dos novos derivados tiazolidínicos ZKD-4 e FT-40 em um modelo in vivo de ES induzido por HOCl. Os derivados ZKD-4 e FT-40 reduziram de forma significativa (p < 0.0001 e p < 0.0001, respectivamente) a espessura da pele dos camundongos. O resultado foi confirmado por cortes histológicos corados com hematoxilina/eosina e Sirius red. Os compostos ZKD-4 (p = 0.5141) e FT-40 (p = 0.8257) não reduziram significativamente a concentração de hidroxiprolina na pele dos animais. Os derivados também não reduziram significativamente o conteúdo sérico de proteínas oxidadas nos animais (p = 0.2503 e p = 0.9761). O ZKD-4 reduziu a secreção de IL- 4 (p = 0.0037), mas não houve diferença significa em relação ao IFN-γ (p = 0.9775). Na quantificação de IL-6 do sobrenadante de macrófagos, observou-se que o ZKD-4 aumentou significativamente a secreção da citocina (p = 0.0227). O FT-40 reduziu o conteúdo de IL-4 no sobrenadante (p = 0.0118) e não alterou significativamente a dosagem de IFN-γ (p = 0.1099). Da mesma forma, o composto parece ter estimulado a secreção de IL-6 (p = 0.0101). O derivado ZKD-4 reduziu significativamente a expressão relativa de colágeno tipo I (p < 0.0001), α-SMA (p < 0.0001) e TGF-β (p < 0.0001) nas biópsias de pele dos animais tratados quando comparados ao grupo com ES. O FT-40 também foi eficaz na redução da expressão de colágeno tipo I (p < 0.0001), ⍺-SMA (p = 0.0011) e TGF-β (p < 0.0001). A injeção intraperitoneal diária do ZKD-4 nos camundongos foi capaz de reduzir significativamente a expressão do marcador de ativação CD69 em células TCD4 (p < 0.0001), além de diminuir os marcadores de ativação de linfócitos B, como MHCII (p < 0.0001), CD69 (p = 0.0011) e CD40 (p < 0.0001). Além disso, o composto interferiu na polarização de macrófagos, representada pela redução do marcador CD206 (p < 0.0001) e aumento da expressão de CD86 (p = 0.0009), e pela restauração da razão M1/M2 (p < 0.0001). O FT-40 também reduziu significativamente o cluster de ativação CD69 em linfócitos TCD4 (p < 0.0001). O FT-40 interferiu na expressão de marcadores de superfície em células B, reduzindo significativamente o complexo MHCII (p < 0.0001), CD60 (p = 0.0004) e CD40 (p < 0.0001). A citometria de fluxo também permitiu observar que o derivado modulou os marcadores CD206 (p < 0.0001) e CD86 (p = 0.0030) de macrófagos, restabelecendo a razão M1/M2 (p < 0.0001). Os derivados ZKD-4 e FT-40 impediram a progressão da ES em um modelo animal, e esses resultados nos levam a uma perspectiva positiva em relação ao PPAR-γ como alvo terapêutico na ES.
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A esclerose sistêmica (ES) é uma doença degenerativa caracterizada por dano vascular, autoimunidade e fibrose da pele e órgãos internos. A sua fisiopatologia envolve a ativação endotelial, a produção de autoanticorpos, a secreção de citocinas e a superexpressão de genes pró-fibróticos. O PPAR-γ é um regulador da sensibilidade à insulina e da adipogênese que também desempenha um papel anti-inflamatório e antifibrótico quando ativado por tiazolidinedionas (TZDs). O objetivo desse estudo foi avaliar o potencial imunomodulador e antifibrótico dos novos derivados tiazolidínicos ZKD-4 e FT-40 em um modelo in vivo de ES induzido por HOCl. Os derivados ZKD-4 e FT-40 reduziram de forma significativa (p < 0.0001 e p < 0.0001, respectivamente) a espessura da pele dos camundongos. O resultado foi confirmado por cortes histológicos corados com hematoxilina/eosina e Sirius red. Os compostos ZKD-4 (p = 0.5141) e FT-40 (p = 0.8257) não reduziram significativamente a concentração de hidroxiprolina na pele dos animais. Os derivados também não reduziram significativamente o conteúdo sérico de proteínas oxidadas nos animais (p = 0.2503 e p = 0.9761). O ZKD-4 reduziu a secreção de IL-4 (p = 0.0037), mas não houve diferença significa em relação ao IFN-γ (p = 0.9775). Na quantificação de IL-6 do sobrenadante de macrófagos, observou-se que o ZKD-4 aumentou significativamente a secreção da citocina (p = 0.0227). O FT-40 reduziu o conteúdo de IL-4 no sobrenadante (p = 0.0118) e não alterou significativamente a dosagem de IFN-γ (p = 0.1099). Da mesma forma, o composto parece ter estimulado a secreção de IL-6 (p = 0.0101). O derivado ZKD-4 reduziu significativamente a expressão relativa de colágeno tipo I (p < 0.0001), α-SMA (p < 0.0001) e TGF-β (p < 0.0001) nas biópsias de pele dos animais tratados quando comparados ao grupo com ES. O FT-40 também foi eficaz na redução da expressão de colágeno tipo I (p < 0.0001), ⍺-SMA (p = 0.0011) e TGF-β (p < 0.0001). A injeção intraperitoneal diária do ZKD-4 nos camundongos foi capaz de reduzir significativamente a expressão do marcador de ativação CD69 em células TCD4 (p < 0.0001), além de diminuir os marcadores de ativação de linfócitos B, como MHCII (p < 0.0001), CD69 (p = 0.0011) e CD40 (p < 0.0001). Além disso, o composto interferiu na polarização de macrófagos, representada pela redução do marcador CD206 (p < 0.0001) e aumento da expressão de CD86 (p = 0.0009), e pela restauração da razão M1/M2 (p < 0.0001). O FT-40 também reduziu significativamente o cluster de ativação CD69 em linfócitos TCD4 (p < 0.0001). O FT-40 interferiu na expressão de marcadores de superfície em células B, reduzindo significativamente o complexo MHCII (p < 0.0001), CD60 (p = 0.0004) e CD40 (p < 0.0001). A citometria de fluxo também permitiu observar que o derivado modulou os marcadores CD206 (p < 0.0001) e CD86 (p = 0.0030) de macrófagos, restabelecendo a razão M1/M2 (p < 0.0001). Os derivados ZKD-4 e FT-40 impediram a progressão da ES em um modelo animal, e esses resultados nos levam a uma perspectiva positiva em relação ao PPAR-γ como alvo terapêutico na ES.
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MARILIA GRASIELLY DE FARIAS SILVA
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EFEITOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E GASTROPROTETORES DOS EXTRATOS BRUTOS DE Chenopodium ambrosioides L. (Amaranthaceae) E INVESTIGAÇÃO DE POSSÍVEIS MECANISMOS DE AÇÃO
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Orientador : TERESINHA GONCALVES DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA LOPES BANDEIRA DELMIRO SANTANA
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CYNTHIA LAYSE FERREIRA DE ALMEIDA
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JÉSSICA DE ANDRADE GOMES SILVA
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TERESINHA GONCALVES DA SILVA
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VANDA LUCIA DOS SANTOS
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Data: 23/07/2024
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Chenopodium ambrosioides L., conhecida como “mastruz”, é uma espécie de medicinal utilizada pela população para o tratamento de problemas estomacais, vermes intestinais, infecções urinárias e fraturas ósseas. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar as atividades anti-inflamatória e cicatrizante e in vitro dos extratos de C. ambrosioides, bem como o efeito gastroprotetor em modelos experimentais de úlcera gástrica. Os extratos hexano (EHexCa), acetato de etila (EAcCa) e etanólico (EECa) foram preparados e submetidos à análise do perfil fitoquímico, sendo possível a identificação de flavonoides, terpenos e alcaloides. Posteriormente, foi avaliado o perfil citotóxico dos extratos frente à linhagem celular L-929, no qual nenhum dos extratos apresentou citotoxicidade nas concentrações testadas (1,56 µg/mL – 50,0 µg/ mL). Para a avaliação da atividade cicatrizante in vitro, o EECa foi considerado o mais promissor ao promover a migração dos fibroblastos em 73,5 % após 48 horas de tratamento na concentração de 1,56 µg/mL. Na atividade anti-inflamatória in vitro, os extratos reduziram significativamente os níveis de óxido nítrico (NO) (p<0,0001) e da citocina pró-inflamatória IL-18. Porém, apenas o EECa foi capaz de aumentar a produção de citocina anti-inflamatória IL-10 e reduzir TNF-α. A partir desses resultados, o EECa foi escolhido para os testes de atividade gastroprotetora. Foram utilizados os modelos de lesão gástrica induzidas por etanol absoluto e anti-inflamatório não esteroidal (indometacina) e o e EECa foi usado nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg. O pré-tratamento com EECa (400 mg/kg) reduziu em 85,06 % e 86,92% a lesão gástrica induzida por etanol e AINE, respectivamente. Quanto aos parâmetros antioxidantes e anti-inflamatórios, foi possível observar um aumento significativo (p< 0,0001) dos níveis teciduais de NO e glutationa reduzida (GSH), além de diminuir os níveis de mieloperoxidase (MPO) e malondialdeído (MDA), marcadores de estresse oxidativo. Na investigação da participação do NO como mecanismo de ação, o L-NAME (inibidor da síntese de NO) reverteu o efeito gastroprotetor do EECa, evidenciando ser uma das vias em que atua. Dessa forma, os resultados obtidos confirmam as atividades cicatrizante e anti-inflamatória do EECa nas condições avaliadas. Estas atividades podem estar relacionadas ao efeito gastroprotetor apresentado pelo EECa nas lesões induzidas por etanol e AINE, tendo ainda, a participação do NO, PGs e –SH no o efeito gastroprotetor do EECa. Esses resultados respaldam a utilização da espécie C. ambrosioides no tratamento de úlceras gástricas.
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Chenopodium ambrosioides L., conhecida como “mastruz” é uma espécie de cunho medicinal utilizada pela população para o tratamento de doenças gastrointestinais. O presente trabalho teve por objetivo avaliar as atividades cicatrizante e anti-inflamatória in vitro dos extratos de C. ambrosioides, bem como o efeito gastroprotetor em modelos experimentais de úlcera gástrica. Os extratos hexano (EHexCa), acetato de etila (EAcCa) e etanólico (EECa) foram preparados e submetidos à análise do perfil fitoquímico, sendo possível a identificação de flavonoides, terpenos e alcaloides. Posteriormente, foi avaliado o perfil citotóxico dos extratos frente à linhagem celular L-929, no qual nenhum dos extratos apresentaram citotoxicidade, nas concentrações testadas (1,56 μg/ mL – 50,0 μg/ mL). Por outro lado, o EAcCA e EECa apresentaram viabilidade célular acima de 100 % nas concentrações mais baixas (1,56 μg/ mL – 3,12 μg/ mL). Para a avaliação da atividade cicatrizante in vitro, o EECa foi considerado o mais promissor ao promover a migração dos fibroblastos em 73,5 % após 48 horas de tratamento, na concentração de 1,56 μg/mL. Na atividade anti-inflamatória in vitro, os extratos reduziram
significativamente os níveis de óxido nítrico (NO) (p<0,0001) e de citocina pró-inflamatória IL- 18. Porém, apenas o EECa foi capaz de estimular a produção de citocina anti-inflamatória IL-10
e reduzir TNF-α. A partir desses resultados, o EECa foi utilizado como pré-tratamento para a avaliação de seu efeito gastroprotetor nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg. O pré-tratamento com EECa apresentou uma redução de 85,06 % da lesão gástrica induzida por etanol e de 86,92 %
induzida por AINE, ambos, na dose de 400 mg/kg. Quanto aos parâmetros antioxidantes e anti- inflamatórios, foi possível observar um aumento significativo (p< 0,0001) dos níveis teciduais de
NO e glutationa reduzida (GSH), além de diminuir os níveis de mieloperoxidase (MPO) e malondialdeído (MDA), marcadores de estresse oxidativo. Na investigação da participação do NO como mecanismo de ação, o L-NAME (inibidor da síntese de NO) reverteu o efeito gastroprotetor do EECa, evidenciando ser uma das vias em que atua. Dessa forma, os resultados obtidos confirmam as atividades cicatrizante e anti-inflamatória do EECa. Estas atividades podem estar relacionadas ao efeito gastroprotetor apresentado pelo EECa nas lesões induzidas por etanol e AINEs, tendo ainda, a possível participação do NO como mecanismo de ação no seu efeito gastroprotetor.
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AUGUSTO FERREIRA CORREIA
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ASSOCIAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS SÉRICOS DAS INTERLEUCINAS 22, 32, 38 E A SÍNDROME CORONARIANA AGUDA COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGUIMENTO ST (IAMCSST) EM PACIENTES SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA PRIMÁRIA (ICPP)
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Orientador : DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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DARIO CELESTINO SOBRAL FILHO
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DINALDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA
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ELTON MAX NASCIMENTO DO EGITO
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ESMERALCI FERREIRA
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MARIA MARIANA BARROS MELO DA SILVEIRA
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Data: 25/07/2024
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A síndrome coronariana aguda (SCA) é o espectro da doença arterial coronarina (DAC) associado a pior prognóstico. Em indivíduos com uma SCA, especialmente no infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST), a realização da intervenção coronária percutânea (ICP) de emergência é mandatória. As interleucinas (ILs) atuam na sinalização e regulação das respostas imunes, sendo pontos-chave para o desenvolvimento e instabilização das placas ateroscleróticas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as associações entre os níveis séricos da IL22, IL32 e IL38 em pacientes com IAMCSST submetidos a ICP primária. É um estudo transversal, de coleta prospectiva, descritivo e analítico. Foram recrutados 280 participantes divididos em dois grupos (210 casos vs 70 controles saudáveis), conforme os critérios de elegibilidade. Foram avaliados o perfil clínico e angiográfico dos pacientes. Os níveis séricos das interleucinas foram quantificados por ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). As análises estatísticas foram realizadas pelo testes de Mann-Whitney, Fisher e Pearson, sendo considerado significativo um p< 0,05. No grupo dos casos a idade média foi 63,5 ± 11,67 anos, houve maior acometimento de homens (63,8%). Hipertensão arterial sistêmica (HAS) (76,2%), tabagismo (55,2%) e diabetes mellitus (DM) (38,1%) foram as comorbidades mais prevalentes. Nos controles a idade média foi 55,5 ± 10,51 anos, 60% foram homens e 40% mulheres. O tempo porta-balão foi > 60 minutos em 83,3% dos casos, o vaso mais acometido foi a artéria descendente anterior (ADA) (53,8%), houve sucesso angiográfico em 84,8% dos casos e a população de DAC multiarterial foi 71,4%. O nível sérico da IL-22 foi menor nos casos em relação aos controles 149,63 (84,99 - 294,56) vs 482,67 (344,33 – 641,00), p < 0,001. A avaliação dos níveis séricos das ILs de acordo com a artéria coronária culpada pelo infarto, mostrou associação entre valores mais baixos de IL-22 e a artéria coronária direita (ACD) em comparação a ADA e a artéria circunflexa (ACX). Em relação ao tempo porta-balão (≤ 60 minutos vs > 60 minutos) a comparação entre as dosagens das ILs mostrou associação entre níveis séricos mais baixos de IL-22 e menores tempos de reperfusão 106,00 (49,60 - 171,71) vs 153,00 (88,86 - 313,60), p = 0,043. Ao comparamos as dosagens das ILs e a extensão da DAC, níveis circulantes mais elevados de IL-32 associaram-se doença multiarterial 0,00 (0,00 - 385,03) vs 0,00 (0,00 – 69,20), p = 0,013. A comparação entre a dosagem das ILs e o sucesso angiográfico não mostrou associações significativas. O mesmo ocorreu quando esta análise foi feita em relação a presença do DM. Foi gerada a hipótese de que os níveis séricos de IL-22 são menores quando comparados pacientes com IAMCSST submetidos a ICP primária a controles saudáveis, enquanto os níveis séricos de IL-32 e IL-38 não diferem nesses grupos.
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A síndrome coronariana aguda (SCA) é o espectro da doença arterial coronarina (DAC) associado a pior prognóstico. Em indivíduos com uma SCA, especialmente no infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST), a realização da intervenção coronária percutânea (ICP) de emergência é mandatória. As interleucinas (ILs) atuam na sinalização e regulação das respostas imunes, sendo pontos-chave para o desenvolvimento e instabilização das placas ateroscleróticas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as associações entre os níveis séricos da IL22, IL32 e IL38 em pacientes com IAMCSST submetidos a ICP primária. É um estudo transversal, de coleta prospectiva, descritivo e analítico. Foram recrutados 280 participantes divididos em dois grupos (210 casos vs 70 controles), conforme os critérios de elegibilidade. Foram avaliados o perfil clínico e angiográfico dos pacientes. Os níveis séricos das interleucinas foram quantificados por ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). As análises estatísticas foram realizadas pelo testes de Mann- Whitney, Fisher e Pearson, sendo considerado significativo um p< 0,05. No grupo dos casos houve maior acometimento de homens (63,8%). Hipertensão arterial sistêmica (HAS) (76,2%), tabagismo (55,2%) e diabetes mellitus (DM) (38,1%) foram as comorbidades mais prevalentes. O tempo porta-balão foi > 60 minutos em 83,3% dos casos, o vaso mais acometido foi a artéria descendente anterior (ADA) (53,8%), houve sucesso angiográfico em 84,8% dos casos e a população de DAC multiarterial foi 71,4%. O nível sérico da IL-22 foi menor nos casos em relação aos controles 149,63 (84,99 - 294,56) vs 482,67 (344,33 – 641,00), p < 0,001. A avaliação dos níveis séricos das ILs de acordo com a artéria coronária culpada pelo infarto, mostrou associação entre valores mais baixos de IL-22 e a artéria coronária direita (ACD) em comparação a ADA e a artéria circunflexa (ACX). Em relação ao tempo porta-balão (≤ 60 minutos vs > 60 minutos) a comparação entre as dosagens das ILs mostrou associação entre níveis séricos mais baixos de IL-22 e menores tempos de reperfusão 106,00 (49,60 - 171,71) vs 153,00 (88,86 - 313,60), p = 0,043. Ao comparamos as dosagens das ILs e a extensão da DAC, níveis circulantes mais elevados de IL-32 associaram-se doença multiarterial 0,00 (0,00 - 385,03) vs 0,00 (0,00 – 69,20), p = 0,013. A comparação entre a dosagem das ILs e o sucesso angiográfico não mostrou associações significativas. O mesmo ocorreu quando esta análise foi feita em relação a presença do DM. Foi gerada a hipótese de que os níveis séricos de IL-22 são menores quando comparados pacientes com IAMCSST submetidos a ICP primária a controles saudáveis, enquanto os níveis séricos de IL-32 e IL-38 não diferem nesses grupos.
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PEDRO HENRIQUE DO BOMFIM NASCIMENTO
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Novos derivados de tiossemicarbazonas e tiazóis: síntese, elucidação estrutural e avaliação da atividade antimicrobiana, Antioxidante, Interações DNA/BSA e ADME
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Orientador : MARIA DO CARMO ALVES DE LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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AMANDA RAFAELA CARNEIRO DE MESQUITA
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ANEKECIA LAURO DA SILVA
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IRANILDO JOSE DA CRUZ FILHO
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MARIA DO CARMO ALVES DE LIMA
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ROSALI MARIA FERREIRA DA SILVA
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Data: 08/08/2024
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Na busca por novos candidatos a fármacos que desempenhem bons aspectos farmacocinéticos e atividades biológicas satisfatórias, foram sintetizadas moléculas tiossemicarbazonas e tiazois que apresentaram destaques nas atividades in silico e in vitro. Os compostos apresentaram propriedade moleculares agradáveis obedecendo as regras de Lipinski e Veber. Estas moléculas são conhecidas por sua versatilidade nas atividades biológicas, dentre as quais a antioxidante, que representa a capacidade de um composto em capturar radicais livre produzidos no metabolismo celular, os compostos do presente trabalho foram destaques no teste do DPPH, principalmente os tiazois que apresentaram resultados e EC50 que variaram entre 439.4 a 691.67. No ensaio de ABTS as tiossemicarbazonas se destacaram com atividade entorno de 39.19 a 50.03. Como citado a cima os compostos obedeceram às regras dos estudos de ADME, a absorção destes compostos nos meios biológicos são destaques, portanto foi realizada a capacidade de interação com a HSA, onde todos os derivados foram capazes de se ligar a esta proteínas de forma moderada a alta, corroborando assim com os dados in silico sobre a absorção nos meios biológicos. Na atividade antimicrobiana podemos destacar os compostos que foram capazes de inibir o crescimento de cepas como Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, podemos destacar as moléculas 4, 12, 13 e 14 pela inibição da Staphylococcus aureus MRSA, com inibição de 124, 171, 155, 177 μM respectivamente, sendo superiores ao fármaco padrão que foi de 1275 μM, quase 10 vezes mais que sua atividade. O composto 4 apresentou bastante destaque na atividade microbiana, onde na inibição de Candida albicans, apresentou 41 μM de CIM, que comparado ao padrão que foi 52 μM apresentou resultados promissores. A toxidade dos compostos também foi avaliada, para dar segurança aos nossos compostos para serem avaliados futuramente, podendo ainda destacar os compostos 3 e 4 como os menos tóxicos da série para a J774 testada, podendo assim observar a inibição em outras amostras celulares para definirmos melhor seu potencial citotóxico.
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As tiossemicarbazonas e tiazóis são conhecidos pela versatilidade de atividades biológicas, dentre as quais podemos citar: atividade antioxidante, antimicrobiana, anticâncer e capacidade de interagir com macromoléculas biológicas, HSA e DNA. Este estudo apresentou duas séries de moléculas 4-(3-(4-nitrofenil)-4-feniltiazol-2(3H)- ilideno)-hidrazina)-metil)-fenol e 4-(3-(4-clorofenil)-4 -feniltiazol-2(3H)-ilideno)- hidrazina)-metil)-fenol com potencial biológico contra diversos microrganismos. O perfil ADME in silico mostrou que tiosemicarbazonas e tiazóis apresentam boa biodisponibilidade oral. Os resultados de citotoxicidade em células de macrófagos J774 mostraram que os compostos apresentaram toxicidade variando de 49,15 a 61,28 µM para tiosemicarbazonas e de 10,75 a 39,76 µM para tiazóis. Finalmente, todas as tiosemicarbazonas e tiazóis sintetizados também foram capazes de inibir o crescimento microbiano. Em leveduras do gênero Candidas sp. obtivemos resultados próximos variando de 12,5 a 50 µg/mL. Este estudo demonstra que os compostos avaliados têm potencial para serem agentes antimicrobianos in vitro. O estudo da atividade antioxidante apresentou potencial biológico como agentes antioxidantes. O estudo também avaliou a interação desses compostos com diversas macromoléculas de HSA/DNA. Os resultados da atividade antioxidante mostraram que os tiazóis no ensaio DPPH exibiram valores de IC50 variando de 439,4 a 691,67 µM. No ensaio ABTS, as tiosemicarbazonas exibiram atividade significativa, variando de 39,19 a 50,03 µM. Os ensaios de interação foram realizados com albumina sérica humana (HSA) e DNA. Todos os compostos foram capazes de interagir tanto com DNA (interação baixa a moderada) quanto com HSA (interação moderada a alta).
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KAYQUE ALMEIDA DOS SANTOS
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Obtenção de Sistemas Amorfos para o Incremento de Solubilidade Aquosa de Nevirapina
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Orientador : MONICA FELTS DE LA ROCA SOARES
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSE LAMARTINE SOARES SOBRINHO
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DAYANNE TOMAZ CASIMIRO DA SILVA
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FABIO HENRIQUE CAVALCANTI DE OLIVEIRA
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LUCAS JOSE DE ALENCAR DANDA
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LUÍSE LOPES CHAVES
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Data: 09/08/2024
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Inúmeros sistemas de liberação foram desenvolvidos para melhorar a taxa de dissolução de fármacos de baixa solubilidade, como o antirretroviral nevirapina (NVP), que é um fármaco classe II no Sistema de Classificação Biofarmacêutico. Dentre os sistemas de liberação conhecidos, as dispersões co-amorfas (COAs) se destacam por apresentar as vantagens do estado amorfo da molécula ao utilizar moléculas de baixo peso molecular ou um outro fármaco clinicamente relevante. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar a capacidade de carreadores não poliméricos em estabilizar a forma amorfa de NVP e melhorar a sua dissolução através do planejamento de formação de COA por modelagem molecular e análises termoanalíticas. Após a escolha dos carreadores conforme suas solubilidades e pontos de interações, foram realizados testes de triagem para obtenção de COAs estáveis através de mecânica quântica e estudo térmicos que mostraram sistemas estáveis amorfos através de interações entre os componentes. Misturas físicas de NVP e carreadores foram fundidas e resfriadas para obtenção das dispersões COAs e os materiais resultantes desse processo foram caracterizados em sequência através da espectroscopia por infravermelho, calorimetria exploratória diferencial, difração por raios-X e microscopia de luz polarizada, indicando a formação de COAs amorfos através de interações intermoleculares entre o fármaco e seu carreador. A solubilidade cristalina de NVP foi investigada juntamente de sua cinética de liberação dentro dos sistemas COAs, onde se observou a interferência da presença dos coformadores na solubilidade, além do incremento de solubilidade de NVP nas misturas co-amorfas. Dispersões COAs de NVP foram obtidos com sucesso através das interações intermoleculares entre os componentes, alcançando altas concentrações do fármaco durante o ensaio de dissolução, sobretudo para o sistema contendo lamivudina em proporção equimolar.
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Inúmeros sistemas de liberação foram desenvolvidos para melhorar a taxa de dissolução de fármacos de baixa solubilidade, como o antirretroviral nevirapina (NVP), que é um fármaco classe II no Sistema de Classificação Biofarmacêutico. Dentre os sistemas de liberação conhecidos, as dispersões co-amorfas (COAs) se destacam por apresentar as vantagens do estado amorfo da molécula ao utilizar moléculas de baixo peso molecular ou um outro fármaco clinicamente relevante. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi investigar a capacidade de carreadores não poliméricos em estabilizar a forma amorfa de NVP e melhorar a sua dissolução através do planejamento de formação de COA por modelagem molecular e análises termoanalíticas. Após a escolha dos carreadores conforme suas solubilidades e pontos de interações, foram realizados testes de triagem para obtenção de COAs estáveis através de mecânica quântica e estudo térmicos que mostraram sistemas estáveis amorfos através de interações entre os componentes. Misturas físicas de NVP e carreadores foram fundidas e resfriadas para obtenção das dispersões COAs e os materiais resultantes desse processo foram caracterizados em sequência através da espectroscopia por infravermelho, calorimetria exploratória diferencial, difração por raios-X e microscopia de luz polarizada, indicando a formação de COAs amorfos através de interações intermoleculares entre o fármaco e seu carreador. A solubilidade cristalina de NVP foi investigada juntamente de sua cinética de liberação dentro dos sistemas COAs, onde se observou a interferência da presença dos coformadores na solubilidade, além do incremento de solubilidade de NVP nas misturas co-amorfas. Dispersões COAs de NVP foram obtidos com sucesso através das interações intermoleculares entre os componentes, alcançando altas concentrações do fármaco durante o ensaio de dissolução, sobretudo para o sistema contendo lamivudina em proporção equimolar.
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VICTOR DE ALBUQUERQUE WANDERLEY SALES
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QUALITY BY DESIGN DE HIDROGÉIS A BASE DE CARREADORES LIPÍDICOS NANOESTRUTURADOS E NANOCARREADORES POLIMÉRICOS PARA O ENCAPSULAMENTO DE NITRATO DE GÁLIO NO TRATAMENTO TÓPICO DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA
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Orientador : PEDRO JOSE ROLIM NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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FABIO ROCHA FORMIGA
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GIOVANNA MACHADO
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MONICA FELTS DE LA ROCA SOARES
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PEDRO JOSE ROLIM NETO
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SEVERINO ALVES JUNIOR
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Data: 11/09/2024
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A Leishmaniose é uma doença tropical negligenciada causada por protozoários do gênero Leishmania spp., transmitida por flebotomíneos fêmeas. A manifestação cutânea é a forma clínica mais comum da doença, caracterizada por úlceras na pele que podem resultar em desfiguração e estigmatização social. O ciclo de vida do parasita envolve a captação mitocondrial de ferro, essencial para o crescimento e replicação do parasita no hospedeiro. O gálio, elemento semimetálico que apresenta mimetismo ao ferro, interfere nesses processos biológicos, oferecendo uma nova abordagem terapêutica devido à ausência de transição entre estados de oxirredução. Sem vacinas eficazes e tratamentos atuais sendo administrados quase que exclusivamente por via intravenosa ou intramuscular, somado ao surgimento de resistência aos medicamentos existentes, a identificação de novos alvos para o desenvolvimento terapêutico contra a leishmaniose é urgentemente necessária. Nesse contexto, a utilização de sistemas nanocarreadores têm o potencial de aprimorar a biodisponibilidade, reduzir custos, aumentar a segurança e eficácia terapêutica, minimizar efeitos colaterais sistêmicos, proteger os fármacos contra influências físico-químicas adversas e permitir sua liberação controlada e prolongada. Com base nessas perspectivas, o presente estudo propõe de forma pioneira, o desenvolvimento de nanogéis de uso tópico contendo Carreadores Lipídicos Nanoestruturados (CLN) e Nanocarreadores Poliméricos (NCP) como forma de encapsulamento de nitrato de gálio (GaN), buscando soluções mais acessíveis, eficazes e seguras para o tratamento da leishmaniose cutânea. Os estudos de caracterização do GaN e testes compatibilidade entre todos os excipientes foram devidamente realizados por diversas técnicas. Ambos os sistemas carreadores foram desenvolvidos e otimizados de acordo a abordagem baseada em Quality by Design, sendo também devidamente caracterizados por DLS, TG, DSC, DRX, FTIR, MET e EDS. Os CLN-GaN apresentaram tamanho médio de partícula de 49,87 ± 0,6099 nm, PDI 0,087 ± 0,010, potencial zeta -11,2 ± 1,170 mV, e eficiência de encapsulamento de 66,04 ± 0,772. Os NCP-GaN apresentaram diâmetro médio de 33,74 ± 0,594 nm, PDI 0,127 ± 0,015, potencial zeta -14,2 ± 3,83 mV, e eficiência de encapsulamento de 86,33 ± 5,380 % pelo método direto e 88,79 ± 1,879 % após cálculo pelo método indireto. Ensaios de viabilidade celular em macrófagos (RAW 264.7), fibroblastos (L929) e células embrionárias imortalizadas (HEK293), e atividade biológica in vitro contra L. amazonensis indicaram segurança em células saudáveis e atividade promissora em diferentes formas do ciclo de vida do parasita. Ambos os sistemas atenderam aos parâmetros de qualidade definidos para o perfil do produto alvo. Contudo, os NCP destacaram-se pela maior capacidade de carreamento de GaN e eficácia terapêutica, melhor estabilidade preliminar e métodos de preparação mais simples e econômicos. A facilidade de conversão em géis e o menor custo de produção adicionam vantagens significativas aos nanocarreadores poliméricos para o tratamento da leishmaniose cutânea. Finalmente, o estudo sugere uma abordagem inovadora e potencialmente mais eficaz para o tratamento da leishmaniose cutânea, destacando a importância de avanços contínuos na nanotecnologia para enfrentar doenças tropicais negligenciadas.
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A Leishmaniose é uma doença tropical negligenciada causada por protozoários do gênero Leishmania spp., transmitida por mais de 90 espécies conhecidas de flebotomíneos fêmeas. No homem, a leishmaniose se apresenta em diferentes manifestações clínicas, sendo classificada em leishmaniose cutânea (mais comum), leishmaniose mucocutânea e leishmaniose visceral. A sua forma cutânea é caracterizada por úlceras na face e extremidades, que, mesmo após a cicatrização, podem resultar em desfigurações e levar ao estigma social. Estudos demonstram a importância da captação mitocondrial de ferro em parasitas tripanossomáticos, como a Leishmania, sendo necessário para a diferenciação em amastigotas infecciosos, pois a regulação dos níveis de ferro é fundamental para manter o equilíbrio redox mitocondrial. Devido à capacidade do gálio, um elemento semimetálico de número atômico 31 na tabela periódica dos elementos, em mimetizar o ferro, os principais carreadores do ferro (transferrina e lactoferrina), por exemplo, não conseguem distinguir ambos os elementos. Dessa forma, o gálio perturba os processos biológicos de microrganismos dependentes de ferro por não fazer a transição entre os estados de oxidação. Além dessas aplicações, o gálio tem se destacado como agente terapêutico em diversas aplicações biológicas e apresentando baixa toxicidade para o organismo. Sem vacinas eficazes e tratamentos atuais sendo administrados quase que exclusivamente por via intravenosa ou intramuscular, somado ao surgimento de resistência aos medicamentos existentes e a falta de tratamentos menos tóxicos e mais acessíveis, a identificação de novos alvos para o desenvolvimento terapêutico contra a leishmaniose é urgentemente necessária. Nesse contexto, os nanocarreadores podem melhorar a biodisponibilidade do fármaco, sua solubilidade aquosa e permeabilidade, reduzir os efeitos colaterais sistêmicos, proteger o fármaco contra fatores físico-químicos e permitir a sua liberação controlada e prolongada. Assim, o presente trabalho tem o objetivo de desenvolver formas farmacêuticas de uso tópico a base de nanopartículas de origem lipídica para encapsulação de nitrato de gálio (GaN) como tratamento da leishmaniose cutânea. Os estudos de caracterização do nitrato de gálio e testes compatibilidade entre todos os excipientes foram devidamente realizados nesse estudo. O sistema carreador lipídico nanoestruturado para a entrega de nitrato de gálio foi devidamente desenvolvido de acordo a abordagem baseada em Quality by Design e por meio de planejamento experimental, sendo também devidamente caracterizado. A formulação escolhida após planejamento experimental apresentou tamanho médio de partícula de 49,87 ± 0,6099 nm, PDI 0,087 ± 0,010, potencial zeta -11,2 ± 1,170 mV, eficiência de encapsulamento de 66,04 ± 0,772, e estabilidade sob refrigeração. Ensaios de citotoxicidade em macrófagos e fibroblastos, e atividade biológica in vitro frente a L. amazonensis apresentaram resultados animadores. Dessa forma, o estudo traz uma base sólida para possibilitar o delineamento de novas formas farmacêuticas semissólidas como uma potencial abordagem terapêutica inovadora no tratamento da leishmaniose cutânea.
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ALINE SILVA FERREIRA
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DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE SISTEMAS MULTIPARTICULADOS À BASE DE Momordica charantia L. PARA O TRATAMENTO DE GEOHELMINTÍASES
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Orientador : PEDRO JOSE ROLIM NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRE DE LIMA AIRES
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HELIDA MARIA DE LIMA MARANHAO BRASILEIRO
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JOSE LOURENCO DE FREITAS NETO
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LARISSA ARAUJO ROLIM
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PEDRO JOSE ROLIM NETO
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Data: 20/09/2024
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Geo-helmintíases, um grupo de doenças parasitárias tropicais negligenciadas, afetam cerca de 1,5 bilhão de pessoas globalmente. São infecções causadas por nematoides como Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura. A Organização Mundial da Saúde tem intensificado esforços para erradicar essas doenças, reconhecendo a necessidade de abordagens inovadoras para eliminá-las como um problema de saúde pública. Embora os medicamentos tradicionais, como albendazol e mebendazol, sejam usados no tratamento, esses fármacos enfrentam desafios, incluindo resistência helmíntica, efeitos colaterais e contraindicações. Nesse contexto, a espécie vegetal Momordica charantia L. (melão-de-São-Caetano), tem se destacado na medicina popular e em estudos científicos por suas propriedades anti-helmínticas. Este trabalho visa desenvolver sistemas multiparticulados à base de Momordica charantia L. para o tratamento de geohelmintíases, buscando uma alternativa terapêutica viável e eficaz. O material vegetal foi coletado na região metropolitana de Recife, tratado e submetido à secagem em estufa com circulação de ar. A droga vegetal foi caracterizada farmacognosticamente. Extratos foram obtidos utilizando etanol a 70% como solvente, por meio de maceração estática durante 96 horas, resultando em um extrato fluido que foi, posteriormente, seco em estufa de circulação de ar para obtenção do extrato seco bruto e celulósico. Esses extratos foram caracterizados para avaliação de suas qualidades, incluindo análise termogravimétrica, que é fundamental para assegurar a estabilidade e a eficácia do produto final. Além disso, um perfil fitoquímico foi delineado para os extratos secos, e a quantificação de um marcador analítico foi realizada por cromatografia líquida de ultra alta eficiência. Um método para doseamento de flavonoides totais em extratos brutos, utilizando quercetina como padrão, foi desenvolvido e validado por espectrofotometria UV-vis, proporcionando uma ferramenta precisa para o controle de qualidade desses extratos. Um estudo de toxicidade aguda foi conduzido de acordo com as diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, demonstrando que os extratos secos não apresentam toxicidade aguda significativa, o que reforça sua segurança para uso em formulações farmacêuticas. Um estudo preliminar de atividade antihelmíntica in vitro indicou que os extratos secos apresentam eficácia, embora sejam necessários testes adicionais para confirmar esses resultados. Pellets de liberação imediata foram desenvolvidos a partir do extrato celulósico. Um estudo de compatibilidade entre o extrato e os excipientes foi realizado e os resultados indicaram compatibilidade. O desenvolvimento dos pellets foi otimizado através de um planejamento fatorial completo do tipo 2³, resultando na produção de 8 lotes experimentais. Dois lotes (lote 4 e lote 8) foram selecionados com base em parâmetros predefinidos. Cápsulas foram obtidas dos dois lotes de pellets, submetidas aos controles de qualidade e ensaios de dissolução in vitro, que mostraram resultados adequados e liberações superiores a 75% do extrato de Momordica charantia L. Os extratos secos apresentaram alta higroscopicidade, baixa solubilidade aquosa, estabilidade térmica semelhante à droga vegetal e presença dos metabólitos bioativos, incluindo compostos fenólicos, taninos, alcaloides e saponinas, que são importantes para a atividade anti-helmíntica. A momordicina I foi identificada e quantificada como um marcador promissor para futuras análises. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que foi desenvolvida uma forma farmacêutica sólida à base de Momordica charantia L., que representa uma alternativa terapêutica promissora no combate às geo-helmintíases, oferecendo uma nova opção para tratamento e contribuindo para os esforços globais de erradicação dessas doenças.
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Dentro do grupo das doenças tropicais negligenciadas (DTNs), as geo-helmintíases se destacam por atingir aproximadamente 1,5 bilhão de indivíduos no mundo. São infecções parasitárias causadas em humanos por Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancylostoma duodenale e Necator americanos. Dessa forma a Organização Mundial de Saúde tem se voltado para exclusão dessas doenças do quadro de problema de saúde pública, destacando a necessidade de abordagens inovadoras para sua eliminação. Os medicamentos são uma estratégia para isso, porém os tratamentos disponíveis baseiam-se na utilização de albendazol e mebendazol, que atualmente esbarram em resistência de helmíntica, efeitos indesejáveis e contraindicações. Nesse sentido a espécie vegetal Mormodica charantia L. também conhecida por melão-de-são-caetano, na medicina popular e em diversos estudos tem demonstrado ação farmacologica anti-helmíntica. Por isso esse trabalho visou o desenvolvimento de sistemas multiparticulados à base de Momordica charantia L. para o tratamento de geo-helmintíases. Inicialmente o material vegetal foi coletado na região metropolitana de Recife, tratado e submetido a secagem em estufa de circulação de ar. A droga vegetal seguiu para caracterização farmacognóstica de acordo com o preconizado da Farmacopeia Brasileira. Extratos foram obtidos com o solvente etanol a 70%, por maceração estática, durante 96 horas (extrato fluido) e secos em estufa de circulação de ar (extrato seco), ambos caracterizados para avaliação e conhecimento de suas características de qualidade, inclusive por análise termogravimétrica. Um delineamento fitoquímico foi realizado para os extratos secos, bem como quantificação de um marcador analítico através de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Um método para doseamento de flavonoides totais em extratos brutos baseados em quecertina foi desenvolvido e validado por espectrofotometria ultravioleta- visível (UV-vis). Além disso, foi conduzido um estudo de toxicidade aguda seguindo as orientações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). E por fim foram desenvolvidos pellets de liberação imediata utilizando extratos celulósicos, a partir de um estudo de compatibilidade ele e os demais excipientes utilizados nas formulações e otimizados por um planejamento fatoria completo do tipo 23. Os lotes produzidos foram ainda selecionados para serem doseados e avaliados por um estudo de dissolução in vitro. Os extratos secos exibiram alta higroscopicidade, baixa solubilidade aquosa, estabilidade térmica semelhante à droga vegetal e presença dos metabólitos de interesse à atividade anti-helmíntica (compostos fenólicos, taninos, alcaloides e saponinas). Na cromatografia líquida de alta eficiência ficou definido que a momordicina I foi bem identificada e quantificada, um dos potenciais marcadores para futuras análises nas formas farmacêuticas. De acordo com os parâmetros da OECD e da ANVISA, os extratos secos não apresentaram toxicidade aguda. No estudo de compatibilidade, os excipientes foram sugestivamente compativeis, havendo necessidade de técnicas complementares para confirmação. A partir do planejamento 8 lotes de pellets foram produzidos visando liberação imediata, desses, 2 lotes (lote 4 e lote 8) foram selecionados por estarem dentro dos parâmetros definidos a partir das respostas encontradas, embora de maneira não significativamente estatistica. Os dois lotes de pellets foram doseados quanto ao teor de extrato bruto e submetidos a ensaios de dissolução preliminares com liberações superiores a 75% de extrato de Momordica charantia L.
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LAYSA CREUSA PAES BARRETO BARROS SILVA
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Desenvolvimento Tecnológico De Medicamentos Pediátricos em Associação Dose Fixa de Praziquantel + Epiisopiloturina para o Tratamento de Esquistossomose
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Orientador : PEDRO JOSE ROLIM NETO
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MEMBROS DA BANCA :
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LARISSA ARAUJO ROLIM
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LEIZ MARIA COSTA VERAS
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LESLIE RAPHAEL DE MOURA FERRAZ
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PAULO CESAR DANTAS DA SILVA
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PEDRO JOSE ROLIM NETO
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Data: 11/10/2024
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Apesar do avanço no controle de diversas doenças parasitárias, algumas faixas etárias ainda sofrem estagnação na terapia devido às deficiências em estratégias de tratamento e monitoramento. Em relação à esquistossomose, as crianças representam um grupo de alto risco de infecção, uma vez que estão sujeitas à uma rápida reinfecção e são mais sensíveis à terapia com o praziquantel (PZQ), que possui baixa solubilidade e atua apenas contra a forma adulta do parasita S. mansoni. Atualmente este insumo farmacêutico ativo é único utilizado para o tratamento pediátrico, onde são realizadas adaptações dos medicamentos destinados ao público adulto, o que muitas vezes torna o processo inseguro e inadequado. Apesar a necessidade de uma formulação voltada a esse público, a falta de alternativas terapêuticas para tratamento é reflexo do baixo investimento em PD&I. Assim, as plantas medicinais tem sido importante para o processo de descobrimento de novas drogas. E, nesse sentido, pode-se destacar o Jaborandi (Pilocarpus microphyllus), cujo alcalóide epiisopiloturina (EPI) possui atividade esquistossomicida contra as formas jovens e adultas dos parasitas, mas também possui o mesmo inconveniente biofarmacêutico, a baixa solubilidade. A partir dessas premissas objetivou-se desenvolver e aperfeiçoar a produção de uma forma farmacêutica visando obter futura Associação em Dose Fixa (ADF) a base de sistemas melhorados de PZQ e EPI com excipientes inteligentes como os Hidróxidos Duplos Lamelares (HDL) e as Ciclodextrinas (CD). A partir do sistema HDL:PZQ foram obtidos pellets por extrusão-esferonização, onde foi realizado Planejamento Experimental 22, variando parâmetros operacionais (tempo de residência / rotação) e avaliando as respostas: rendimento, distribuição de tamanho, friabilidade e propriedades de fluxo. Para o sistema HPBCD:EPI, foi obtido um lote de pellets otimizando quantitativamente a concentração do protótipo a partir de estudos prévios e também foram analisados o rendimento, a distribuição de tamanho, friabilidade e propriedades de fluxo. Foram obtidos 6 lotes da formulação contendo PZQ e o design experimental permitiu otimizar a obtenção dos pellets, onde foi possível verificar por análise estatística que todos os lotes demonstraram características físicas desejáveis, como baixa friabilidade e excelentes propriedades de fluxo. A rotação apresentou influência significativa sobre a friabilidade, bem como o tempo de residência sobre os Fator de Hausner e índice de Carr. Assim, os resultados obtidos apontaram que as melhores condições para produção de pellets foram nas obtidas no ponto central, rotação de 800 rpm e tempo e residência de 60 segundos. Os pellets HPBCD:EPI não apresentoram morfologia com boa homogeneidade. Apesar disso, todos parâmetros avaliados demonstraram bons índices para a formulação, como rendimento, friabilidade, propriedades de fluxo e o perfil de liberação do protótipo nos meios testados. Os resultados parciais deste trabalho mostraram-se promissores para a obtenção de um medicamento em Associação Dose Fixa a partir dos pellets HDL:PZQ e HPBCD:EPI com características físicas desejadas, sendo uma estratégia para tratamento da esquistossomose.
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Apesar do avanço no controle de diversas doenças parasitárias, algumas faixas etárias ainda sofrem estagnação na terapia devido às deficiências em estratégias de tratamento e monitoramento. Em relação à esquistossomose, as crianças representam um grupo de alto risco de infecção, uma vez que estão sujeitas à uma rápida reinfecção e são mais sensíveis à terapia com o praziquantel (PZQ), que possui baixa solubilidade e atua apenas contra a forma adulta do parasita S. mansoni. Atualmente este insumo farmacêutico ativo é único utilizado para o tratamento pediátrico, onde são realizadas adaptações dos medicamentos destinados ao público adulto, o que muitas vezes torna o processo inseguro e inadequado. Apesar a necessidade de uma formulação voltada a esse público, a falta de alternativas terapêuticas para tratamento é reflexo do baixo investimento em PD&I. Assim, as plantas medicinais tem sido importante para o processo de descobrimento de novas drogas. E, nesse sentido, pode-se destacar o Jaborandi (Pilocarpus microphyllus), cujo alcalóide epiisopiloturina (EPI) possui atividade esquistossomicida contra as formas jovens e adultas dos parasitas, mas também possui o mesmo inconveniente biofarmacêutico, a baixa solubilidade. A partir dessas premissas objetivou-se desenvolver e aperfeiçoar a produção de uma forma farmacêutica visando obter futura Associação em Dose Fixa (ADF) a base de sistemas melhorados de PZQ e EPI com excipientes inteligentes como os Hidróxidos Duplos Lamelares (HDL) e as Ciclodextrinas (CD). A partir do sistema HDL:PZQ foram obtidos pellets por extrusão-esferonização, onde foi realizado Planejamento Experimental 22, variando parâmetros operacionais (tempo de residência / rotação) e avaliando as respostas: rendimento, distribuição de tamanho, friabilidade e propriedades de fluxo. Para o sistema HPBCD:EPI, foi obtido um lote de pellets otimizando quantitativamente a concentração do protótipo a partir de estudos prévios e também foram analisados o rendimento, a distribuição de tamanho, friabilidade e propriedades de fluxo. Foram obtidos 6 lotes da formulação contendo PZQ e o design experimental permitiu otimizar a obtenção dos pellets, onde foi possível verificar por análise estatística que todos os lotes demonstraram características físicas desejáveis, como baixa friabilidade e excelentes propriedades de fluxo. A rotação apresentou influência significativa sobre a friabilidade, bem como o tempo de residência sobre os Fator de Hausner e índice de Carr. Assim, os resultados obtidos apontaram que as melhores condições para produção de pellets foram nas obtidas no ponto central, rotação de 800 rpm e tempo e residência de 60 segundos. Os pellets HPBCD:EPI não apresentoram morfologia com boa homogeneidade. Apesar disso, todos parâmetros avaliados demonstraram bons índices para a formulação, como rendimento, friabilidade, propriedades de fluxo e o perfil de liberação do protótipo nos meios testados. Os resultados parciais deste trabalho mostraram-se promissores para a obtenção de um medicamento em Associação Dose Fixa a partir dos pellets HDL:PZQ e HPBCD:EPI com características físicas desejadas, sendo uma estratégia para tratamento da esquistossomose.
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ANDERSON FELIX DOS SANTOS
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VARIANTES DE NUCLEOTÍDEO ÚNICO EM GENES CODIFICANTES DE GALECTINAS: IMPLICAÇÕES NA SUSCEPTIBILIDADE AO ADOECIMENTO E PERSISTÊNCIA DA ARTRALGIA NA CHIKUNGUNYA CRÔNICA
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Orientador : MOACYR JESUS BARRETO DE MELO REGO
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MEMBROS DA BANCA :
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JAMILE TANIELE DA SILVA
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JAQUELINE DE AZEVEDO SILVA
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LUYDSON RICHARDSON SILVA VASCONCELOS
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MARIA MARIANA BARROS MELO DA SILVEIRA
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MOACYR JESUS BARRETO DE MELO REGO
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Data: 28/11/2024
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A cronicidade da CHIK está associada a respostas imunológicas alteradas, no entanto, os mecanismos exatos responsáveis pela inflamação crônica e sua relação com a persistência dos sintomas musculoesqueléticos ainda não foram elucidados. Nesse contexto, a importante atuação das galectinas (Gal) na modulação das respostas imunes, em particular a sua expressão e secreção diferencial, podem estar relacionadas a variantes de nucleotídeo único (SNVs) do hospedeiro e, atuar como indicador de susceptibilidade à doença e à cronicidade dos sintomas na CHIK. O presente estudo avaliou a associação entre SNVs nos genes LGALS1, LGALS3 e LGALS9 à chance de adoecimento e à persistência da artralgia na CHIK. Para tal, dados clínicos e biológicos foram obtidos de participantes diagnosticados com CHIK (n=345). Voluntários assintomáticos, com sorologia negativa para CHIK (IgM e IgG) foram utilizados como controle. Após 90 dias do início dos sintomas, os dados da escala visual analógica (EVA) foram utilizados para classificar os participantes quanto à resolução (EVA=0 a 3) ou persistência (EVA ≥3) da artralgia na fase crônica da CHIK. A genotipagem foi realizada por RT-qPCR utilizando sondas TaqMan® alelo-específicas. Os níveis séricos das Gal 1, 3 e 9 foram mensurados por ELISA Sanduiche. As análises estatísticas foram realizadas através dos softwares GraphPad Prism (versão 9.0), SNPstats e Rstudio com significância considerada quando o valor de p ≤ 0,05. Os SNVs rs4820294 (genótipo A/A- [modelo codominante e recessivo]) e rs1009977 (genótipos G/G- [modelo codominante] e G/G [modelo recessivo]) do LGALS1 foram associados a menor chance de adoecimento por CHIK. Enquanto, rs4795835 (genótipos G/A e G/A-A/A [modelos codominantes e dominante, respectivamente], e C/T-T/T [modelo dominante]) e o rs4239242 (genótipo C/T-C/C [modelo dominante]) foram relacionados a maior chance de adoecimento. Os SNVs rs4795835 (genótipos C/T-T/T [modelo dominante]) e rs4239242 (genótipos C/T-C/C [modelo dominante]) do LGALS9 foram associados maior chance de adoecimento. O SNV rs1009977 (genótipo G/G [modelo codominante] e G/G [modelo recessivo]) do LGALS3 foi associado a maior chance de adoecimento. Os genótipos A/A [modelos codominante e recessivo] do rs4644 estão significativamente associados a menor chance de persistência da artralgia pós CHIK. Modelos de regressão logística revelaram que as variáveis sexo, idade e presença de comorbidades prévias estão significativamente associadas a maior chance de persistência da artralgia na CHIK crônica. Os SNVs de LGALS1 e LGALS9 não tiveram implicações funcionais sobre os níveis séricos das Gal1 e 9. Os SNVs rs2075601 (genótipo homozigoto alternativo) e rs4644 (genótipo homozigoto ancestral (C/C)) de LGALS3 foram associados a maiores níveis séricos da Gal 3. Os resultados evidenciam que SNVs do LGALS3 significativamente interferem nas chances de adoecimento, persistência da artralgia e nos níveis séricos da Gal3 na CHIK.
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A febre Chikungunya (FCHIK) é a doença causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), um arbovírus reemergente transmitido por mosquitos do gênero Aedes. Quando manifestações artríticas decorrentes da FCHIK duram mais de 3 meses após o início dos sintomas, a doença pode ser chamada de reumatismo inflamatório crônico pós- chikungunya. Partindo desse pressuposto, investigar a expressão diferencial de proteínas que desempenham vários papéis no sistema imunológico e atuam como reguladoras chave da apoptose, a exemplo das galectinas, pode representar um valioso recurso. Numerosos estudos mostraram o impacto da infecção na expressão das galectinas do hospedeiro, enfatizando seu papel no sistema imune. Especialmente nos casos das galectinas 1, 3 e 9, provavelmente devido à reduzida diversidade de glicoconjugados virais em comparação com outros patógenos. O estudo objetiva portanto investigar alterações genéticas e epigenéticas em genes codificantes de galectinas 1, 3 e 9 para análise do risco de adoecimento e artralgia persistente na fase crônica da FCHIK. Trata-se de um estudo prospectivo experimental do tipo caso-controle vinculado à Rede de Pesquisa Clínica e Aplicada em Chikungunya (REPLICK). As atividades experimentais de pesquisa foram desenvolvidas no Laboratório de Imunomodulação e Novas Abordagens Terapêuticas (LINAT), já as atividades de recrutamento e acompanhamento clínico foram Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) entre junho de 2020 e dezembro de 2022. A amostragem, por sua vez, compreende 329 casos diagnosticados de FCHIK. Os pacientes incluídos na pesquisa foram acompanhados durante o curso clínico da doença. Amostras de sangue periférico foram obtidas dos participantes durante o momento da avaliação clínica de acompanhamento do curso da doença no momento do recrutamento (1ª visita) e 90 dias após o início dos sintomas (2ª visita). As amostras de sangue total obtidas dos referidos participantes foram submetidas a extração e purificação do DNA genômico. Para avaliação da integridade, o DNA genômico extraído foi submetido a eletroforese em matriz de agarose a 0,8%. A genotipagem foi realizada por Reação em Cadeia de Polimerase em tempo real utilizando sondas TaqMan® alelo- específicas (ThermoFisher®). os resultados indicam associação limítrofe entre o modelo codominante do rs4820293 e a maior chance de infecção pelo CHIKV (A/A - OR 2.34; 95% IC 1.20-4.56). Ainda com relação ao rs4820293, o modelo recessivo também indica uma chance aumentada de FCHIK (A/A - OR 2.12; 95% IC 1.13- 3.98). Os dados de susceptibilidade a FCHIK relacionados ao rs4820294 indicam efeito protetor do SNV nos modelos codominante (A/G - OR 0.57; 95% IC 0.35-0.92) e recessivo (A/G – A/A - OR 0.55/ 95% IC 0.34-0.87). Uma menor chance de adoecimento foi observada nos modelos codominante (G/G - OR 0.41; 95% IC 0.21- 0.82), dominante (G/T - G/G - OR 0.61; 95% IC 0.38-0.97) e recessivo (G/G - OR 0.49; 95% IC 0.26-0.93) do rs1009977, e nos modelos codominante (A/C - OR 0.02; 95% IC 0.30-0.85) e dominante (A/C – A/A - OR 0.60; 95% IC 0.38-0.97) do rs4644. O rs4239242 se mostrou associado à maior susceptibilidade a FCHIK nos modelos codominante (C/T – OR 1.89; 95% IC 1.12-3.20; C/C – OR 2.11; 95% IC 1.08-4.11) e dominante (C/T-CC - OR 1.96; 95% IC 1.29-3.19).
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RAFAELA NIELS DA SILVA
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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO NÚCLEO DE APOIO AO SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF) NAS INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS A ATENÇÃO PRIMÁRIA (ICSAP) NO BRASIL ENTRE 2007 E 2019.
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Orientador : TATIANE ALMEIDA DE MENEZES
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MEMBROS DA BANCA :
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MOACYR JESUS BARRETO DE MELO REGO
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MARIA DANIELLY LIMA DE OLIVEIRA
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ROBERTA DE MORAES ROCHA
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RODRIGO GOMES DE ARRUDA
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JULYAN GLEYVISON MACHADO GOUVEIA LINS
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Data: 17/12/2024
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O Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (NASF) foi incorporado a Atenção Primária a Saúde (APS) para dar respostas às necessidades de saúde da população e objetiva aumentar a resolutividade da APS a partir da inserção de diferentes núcleos profissionais. O programa configura-se como um importante investimento para a melhoria da saúde e qualidade de vida da população já que aumenta a diversidade de ações e procedimentos através de diferentes núcleos profissionais, produz soluções às necessidades locais e garante e a integralidade do cuidado no território. Por outro lado, apesar dos potenciais efeitos do NASF sobre gastos e desdobramentos de doenças e agravos que podem ser impactadas pela APS, a iniciativa foi extinta sem que sido submetido a avaliação do impacto de suas intervenções e poucos são os estudos que analisam oimpacto do programa no principal indicador relacionado a Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) e retomada posteriormente com formato de financiamento e processo de trabalho diferentes. Nesse sentido, o objetivo desse estudo foi analisar o impacto dos Núcleos de apoio ao Saúde da Família sobre as internações por condições sensíveis à Atenção Primária do Brasil. O estudo caracterizou-se como uma avaliação de impacto de políticas públicas que utilizará dados em painel dos municípios brasileiros por meio da abordagem quase-experimental que consiste na aplicação do método de diferença-em-diferenças, que permitiu estimar o impacto do programa do NASF sobre as internações hospitalares por ICSAP no Brasil. Será adotado o horizonte temporal entre os anos 2007 e 2019. Os principais resultados indicam que a adesão ao NASF está associada a uma redução significativa nas taxas de internação por ICSAP, sobretudo a partir do sétimo período avaliado, evidenciando o sucesso do programa em melhorar aqualidade da atenção primária e prevenir internações evitáveis.
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MARIA CLARA PINHEIRO DUARTE SAMPAIO
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ANÁLISE DA EXPRESSÃO DE GALECTINAS NO ADENOCARCINOMA DUCTAL PANCREÁTICO: POTENCIAL BIOMARCADOR DE DESFECHO CLÍNICO
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Orientador : MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MEMBROS DA BANCA :
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JACINTO DA COSTA SILVA NETO
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JOELSON GERMANO CRISPIM
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MAIRA GALDINO DA ROCHA PITTA
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MARCOS ANDRE CAVALCANTI BEZERRA
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VALDIR DE QUEIROZ BALBINO
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Data: 20/12/2024
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O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) é caracterizado por seu comportamento agressivo, prognóstico reservado e resistência à quimioterapia, sendo um dos tumores com maior taxa de mortalidade no mundo. O microambiente do PDAC corresponde a 90% da massa tumoral e é formado por células imunes, células nervosas, fibroblastos, mastócitos, proteínas solúveis e uma matriz extracelular abundante. Neste microambiente, as galectinas (GAL) desempenham importantes funções para a progressão tumoral, dentre as quais estão a ativação dos fibroblastos associados ao tumor, a produção das citocinas inflamatórias, a evasão à resposta imunológica, a promoção da transição epitélio-mesênquima e a metástase. Diante das repercussões do diagnóstico tardio sobre o prognóstico, a terapêutica e a taxa de sobrevida global dos pacientes acometidos pelo PDAC, o presente estudo investigou a expressão dos transcritos LGALS1, LGALS2, LGALS3, LGALS4 e LGALS9 no PDAC e no microambiente tumoral a fim de verificar a potencial utilidade como biomarcador desfecho clínico. Para tal, o perfil transcriptômico dos LGALS1, LGALS2, LGALS3, LGALS4 e LGALS9 foi investigado in sílico em coortes de indivíduos diagnosticados com PDAC, considerando regiões do tumor primário, diferentes sítios metastáticos e, em subpopulações de células imunes e nervosas que compõem o microambiente tumoral. O perfil transcriptômico destas galectinas também foi avaliado segundo o desfecho clínico das coortes selecionadas. Análises do banco de microdissecção a laser e RT-qPCR foram utilizadas para avaliar a expressão destas galectinas no tumor e no estroma de biópsias do PDAC. Realizamos também a análise in sílico do perfil de metilação da região dos genes de LGALS1, LGALS2, LGALS3, LGALS4. Os resultados revelaram a maior expressão dos transcritos LGALS1 (p= 4.50E-21), LGALS3 (p=6.29E-27), LGALS4 (p= 3.25E-13) e LGALS9 (p= 4.13E-08) em tumores primários em comparação aos controles saudáveis .O perfil de expressão em sítios metastáticos indicam que, em comparação com o tumor primário, as metástases hepáticas mostraram níveis significativamente aumentados de expressão de LGALS1 (p=6.84E-06).O transcrito LGALS9 demonstrou redução significativa nos níveis de expressão tanto na metástase como em comparação com o tumor primário (p=6.79E-09) quanto na metástase hepática em comparação com o tumor primário (p=8.75E-05). A análise do bando de microdissecção a laser de biópsias de PDAC revelou maior expressão de LGALS1 no estroma e, a maior expressão de LGALS3 e LGALS4 nas células tumorais. Dados de RNA-seq revelaram a alta expressão de LGALS1 em diversas células imunes e miofibroblastos, enquanto LGALS3 apresentou alta expressão em células B, macrófagos M1, M0 e células T reguladoras. LGALS1 foi mais expresso em células ductais e mesenquimais, LGALS3 em células acinares, ductais e mesenquimais, e LGALS4 predominantemente nas células ductais. A menor expressão de LGALS4 e LGALS9 foi associada a uma maior sobrevida livre de doença (p=9.81E-04). A menor expressão de LGALS4 foi significativamente associada a uma maior sobrevida global (p=2.67E-03). O transcrito LGALS2 apresentou redução significativa da expressão no tumor primário (p= 8.76E-22) e na metástase em relação ao tumor primário (p= 2.75E-30). No modelo murino de progressão tumoral, houve redução progressiva da expressão de LGALS2 ao longo do tempo, evidenciando sua diminuição com o avanço da doença. O transcrito LGALS2 apresentou maior expressão no tumor em comparação com o estroma tumoral no PDAC. Análises de RNA-seq revelaram alta expressão em células dendríticas e células T CD4 no microambiente tumoral, além de expressão em células alpha, acinar e ductal no pâncreas. Em resumo, os perfis de expressão e metilação de LGALS1, LGALS2, LGALS3, LGALS4 e LGALS9 variam em diferentes estágios do PDAC e em diversos sítios metastáticos, sugerindo seu potencial utilidade como biomarcadores prognósticos e potenciais alvos terapêuticos. A redução da expressão de LGALS2 ao longo da progressão tumoral, tanto em pacientes quanto em modelos murinos, sugerindo sua importância na patogênese do PDAC.
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