Este trabalho propõe um diálogo entre Geografia e Literatura, utilizando o lugar
como ferramenta conceitual para esta aproximação. Neste trabalho o conceito de
lugar é discutido como elemento introdutório, porém necessário para o estudo/
ensino dos demais conceitos geográficos, bem como de temas como: êxodo rural/
migração e seus impactos na urbanização. Deste modo, tanto o conceito em
questão como os referidos temas, foram discutidos em duas obras da Literatura
brasileira: Vidas Secas de Graciliano Ramos e Homens e Caranguejos de Josué de
Castro. Estas duas obras foram analisadas de forma complementar, tendo em vista
a possibilidade de diálogo entre seus respectivos enredos. Todo este processo foi
fundamentado pela corrente humanista em diálogo com a Geografia crítica. Por fim,
através do percurso metodológico deste trabalho, sugere-se algumas atividades que
podem ser postas em prática em sala de aula.

O presente trabalho busca socializar uma proposta de ação pedagógica que subsidie os docentes nas aulas de Geografia Física, a partir de uma experiência realizada na Escola de Referência em Ensino Médio Jornalista Jáder de Andrade, localizada no município de Timbaúba-PE subordinada à Gerência Regional de Educação da Mata Norte. A EREM Jornalista Jáder de Andrade, instituição de ensino de rede pública de educação do Estado de Pernambuco, funciona em regime Integral de 45 horas, recebe estudantes não só das áreas urbanas, do centro, da periferia e da área rural do município, mas também os oriundos de municípios circunvizinhos. A dificuldade de vida de nossa clientela tem sido uma motivação extrínseca para que os jovens frequentem a Escola e invistam no processo de construção do projeto de vida pessoal e profissional, perpassando atitudes de compromisso e dedicação aos estudos. Transformar a vida e fazer com que os estudantes aprendam e apreendam as temáticas propostas nas legislações basilares da Educação brasileira e no currículo de Pernambuco, para que consigam a inserção no mundo acadêmico e do trabalho, não tem sido tarefa fácil para os docentes e toda a equipe escolar. O desinteresse dos estudantes, pelas temáticas da Geografia Física muitas vezes procede da falta de domínio dos conteúdos por parte de alguns professores, da ausência e/ou insuficiência de materiais didáticos visuais, palpáveis e lúdicos para o suporte pedagógico, bem como dos livros, que não trazem textos e imagens que façam menção ao lugar de vivência, de sentidos e significados para estes estudantes. Também, não se pode deixar de frisar que a Escola e as famílias dos estudantes não dispõem de recursos para investir em atividades complementares. Diante dos cenários apresentados, o trabalho de campo surge como um forte aliado à didática docente, buscando suprimir tal realidade, oferecendo ao estudante a possibilidade de relacionar a teoria à prática em aulas ministradas em seu lugar de vivência, o qual está impregnado de sentimentos de pertencimento em virtude não só do grande potencial paisagístico, mas também por se tratar de espaços com os quais partilham significância e vínculos afetivos. Dessa forma, conclui-se que ao contextualizar os saberes empíricos e acadêmicos, por meio de um trabalho de campo, reaviva-se o interesse do estudante pelas aulas de Geografia, além de que o grau de satisfação é perceptível, durante a própria realização da atividade, por meio da qual os discentes passaram a “ver a Geografia em vez de ler a Geografia”.