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Dissertações |
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ANA KATARINA DE BRITO
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Cuidado e humanização: a palhaçoterapia na formação dos estudantes de saúde da UFPE
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Orientador : RUSSELL PARRY SCOTT
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MEMBROS DA BANCA :
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RUSSELL PARRY SCOTT
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ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
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MARCIA REIS LONGHI
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Data: 18/02/2022
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O presente estudo busca compreender a formação de enfermeiros(as) e médicos(as) pela Universidade Federal de Pernambuco, no que tange ao cuidado e a humanização das práticas de saúde e os impactos da palhaçoterapia nesse processo, a partir das narrativas de estudantes e egressos desses dois cursos e que integraram o projeto de extensão universitária PERTO (Projeto de Encontro e Riso Terapêuticos). Para isso, foi analisada a lógica que norteia o campo da saúde, bem como a elaboração e implantação, avanços e desafios, do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste trabalho, portanto, valorizamos as interpretações dos alunos e recém-profissionais a respeito de categorias como humanização e cuidado, assim como referente as suas formações sobre esses aspectos. Os dados coletados nesta pesquisa demonstram uma série de dificuldades para se atingir a produção de saúde integral, sejam enfrentadas nos serviços de saúde ou nos ambientes de educação. Isso se apresenta por diversos fatores, como a fragmentação do corpo e valorização da doença, imperativos do paradigma biomédico; posições desiguais entre os profissionais e desses com os usuários; desvalorização das ciências humanas e sociais nas elaborações sobre saúde, dentre outras questões. Desse modo, esta dissertação pode contribuir para uma discussão ampliada das políticas públicas em saúde, como também sobre os currículos dos profissionais da área.
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O presente estudo busca compreender a formação de enfermeiros(as) e médicos(as) pela Universidade Federal de Pernambuco, no que tange ao cuidado e a humanização das práticas de saúde e os impactos da palhaçoterapia nesse processo, a partir das narrativas de estudantes e egressos desses dois cursos e que integraram o projeto de extensão universitária PERTO (Projeto de Encontro e Riso Terapêuticos). Para isso, foi analisada a lógica que norteia o campo da saúde, bem como a elaboração e implantação, avanços e desafios, do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste trabalho, portanto, valorizamos as interpretações dos alunos e recém-profissionais a respeito de categorias como humanização e cuidado, assim como referente as suas formações sobre esses aspectos. Os dados coletados nesta pesquisa demonstram uma série de dificuldades para se atingir a produção de saúde integral, sejam enfrentadas nos serviços de saúde ou nos ambientes de educação. Isso se apresenta por diversos fatores, como a fragmentação do corpo e valorização da doença, imperativos do paradigma biomédico; posições desiguais entre os profissionais e desses com os usuários; desvalorização das ciências humanas e sociais nas elaborações sobre saúde, dentre outras questões. Desse modo, esta dissertação pode contribuir para uma discussão ampliada das políticas públicas em saúde, como também sobre os currículos dos profissionais da área.
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THIAGO HENRIQUE DE ALMEIDA CARVALHO
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UMA ETNOGRAFIA DA HOMONORMATIVIDADE E EXPRESSÕES GAYS NOS ESPAÇOS DE SOCIABILIDADES LGBTQIA+ NO RECIFE.
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Orientador : LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
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MEMBROS DA BANCA :
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LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
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PAULO MARCONDES FERREIRA SOARES
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RUSSELL PARRY SCOTT
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Data: 25/03/2022
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Esta dissertação tem por objetivo compreender como as expressões gays, tais como performadas, agem e reagem à homonormatividade, em espaços de sociabilidades LGBT’s (Av. Manoel Borba, Bar do Céu, Club Metrópole) do Recife, os quais são reconhecidamente palcos que possibilitam a experimentação pública da homossexualidade. Essa experimentação, segundo pessoas gays, surge com mais ou menos injunções normativas de dentro dessa comunidade, o que tem consequências importantes para sua organização política em termos de coletivo. Para contemplar este objetivo, após uma apresentação metodológica da minha entrada etnográfica nestes espaços de sociabilidades, destaco em um primeiro momento como a homossexualidade foi inventada através da teoria consagrada, assim como dos respaldos dessa invenção na sociedade civil ocidental(izada), enaltecendo como os estudos queer podem mitigar os efeitos hegemônicos dessa invenção, caracterizada por uma heteronormatividade modern(ist)a. Em um segundo momento, foco na análise das elaborações de si em expressões gays consagradas na comunidade LGBTQIA+, designadas como “barbies”, “ursos” e “pocs”, de forma a entender como são diversamente obedecidas, ressignificadas, transgredidas, alteradas e negadas, via a análise das interações performáticas de homens gays usuários destes espaços. A partir de orientações metodológicas da análise da performance na Antropologia, tal análise me permite, num terceiro tempo, distinguir formas de (des)identificações, reconhecimentos e contradições em relação à construção dessas supostas identidades e cultura gays, explorando os aspectos de encorporação dessa cultura, as formas de ser-no-mundo e da regulação física e social da beleza nessa comunidade. Este estudo contribui dessa forma a localizar o conhecimento das culturas gays no Recife, assim como a confirmar a potência da crítica queer para entender e, por que não, contrariar as influências da Modernidade no seio da comunidade LGBTQIA+.
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Esta dissertação tem por objetivo compreender como as expressões gays, tais como performadas, agem e reagem à homonormatividade, em espaços de sociabilidades LGBT’s (Av. Manoel Borba, Bar do Céu, Club Metrópole) do Recife, os quais são reconhecidamente palcos que possibilitam a experimentação pública da homossexualidade. Essa experimentação, segundo pessoas gays, surge com mais ou menos injunções normativas de dentro dessa comunidade, o que tem consequências importantes para sua organização política em termos de coletivo. Para contemplar este objetivo, após uma apresentação metodológica da minha entrada etnográfica nestes espaços de sociabilidades, destaco em um primeiro momento como a homossexualidade foi inventada através da teoria consagrada, assim como dos respaldos dessa invenção na sociedade civil ocidental(izada), enaltecendo como os estudos queer podem mitigar os efeitos hegemônicos dessa invenção, caracterizada por uma heteronormatividade modern(ist)a. Em um segundo momento, foco na análise das elaborações de si em expressões gays consagradas na comunidade LGBTQIA+, designadas como “barbies”, “ursos” e “pocs”, de forma a entender como são diversamente obedecidas, ressignificadas, transgredidas, alteradas e negadas, via a análise das interações performáticas de homens gays usuários destes espaços. A partir de orientações metodológicas da análise da performance na Antropologia, tal análise me permite, num terceiro tempo, distinguir formas de (des)identificações, reconhecimentos e contradições em relação à construção dessas supostas identidades e cultura gays, explorando os aspectos de encorporação dessa cultura, as formas de ser-no-mundo e da regulação física e social da beleza nessa comunidade. Este estudo contribui dessa forma a localizar o conhecimento das culturas gays no Recife, assim como a confirmar a potência da crítica queer para entender e, por que não, contrariar as influências da Modernidade no seio da comunidade LGBTQIA+.
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ELIAS MANOEL DA SILVA
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Territorialização e Narrativas Étnicas - Desvelando a Identidade Tuxi do Submédio Rio São Francisco, PE.
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Orientador : RENATO MONTEIRO ATHIAS
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MEMBROS DA BANCA :
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TONICO BENITES
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EDWIN BOUDEWIJN REESINK
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RENATO MONTEIRO ATHIAS
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Data: 04/04/2022
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Esta dissertação apresenta a pesquisa que objetivou analisar o processo de desvelamento da identidade étnica dos Tuxi do submédio rio São Francisco. O Conceito utilizando para o desenvolvimento da pesquisa foi o de etnogênese, uma vez que ele foi capaz de produzir as condições necessárias e conceituais para uma análise sobre a formação desta nação indígena que se afirmam como índios“tapuias Procás e Brancararus" habitantes da Ilha da Várzea desde os tempos dos missionários cristãos – século XVII - quando atuavam na região do Submédio São Francisco. Com esta afirmativa os Tuxi reivindicam a demarcação da terra e consequentemente o reconhecimentoétnico. No âmbito do poder estatal,seguem determinados com o projeto, apoiados pela rede de relações interétnicas das nações“irmãs”, que, por conseguinte, os reconhecem e legitimam como parentes e do mesmo tronco ancestral. A sua formação compreende indivíduos de várias etnias inter-relacionadas entre si e, co-habitação com descendentes afro-brasileiros. Atualmente, aguardam com muita apreensão o resultado do julgamento sobre o projeto anti demarcação ou a tese do marco temporal, proporcionado um drama social, no interior da etnia, que aumenta a cada tempo que passa, quando se pensa sobre mais um megaprojeto na região – a implantação de uma usina nuclear.
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Esta dissertação apresenta a pesquisa que objetivou analisar o processo de desvelamento da identidade étnica dos Tuxi do submédio rio São Francisco. O Conceito utilizando para o desenvolvimento da pesquisa foi o de etnogênese, uma vez que ele foi capaz de produzir as condições necessárias e conceituais para uma análise sobre a formação desta nação indígena que se afirmam como índios“tapuias Procás e Brancararus" habitantes da Ilha da Várzea desde os tempos dos missionários cristãos – século XVII - quando atuavam na região do Submédio São Francisco. Com esta afirmativa os Tuxi reivindicam a demarcação da terra e consequentemente o reconhecimentoétnico. No âmbito do poder estatal,seguem determinados com o projeto, apoiados pela rede de relações interétnicas das nações“irmãs”, que, por conseguinte, os reconhecem e legitimam como parentes e do mesmo tronco ancestral. A sua formação compreende indivíduos de várias etnias inter-relacionadas entre si e, co-habitação com descendentes afro-brasileiros. Atualmente, aguardam com muita apreensão o resultado do julgamento sobre o projeto anti demarcação ou a tese do marco temporal, proporcionado um drama social, no interior da etnia, que aumenta a cada tempo que passa, quando se pensa sobre mais um megaprojeto na região – a implantação de uma usina nuclear.
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JAIRO HELY SILVA
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ONZE NEGRAS: “EU VEJO QUE OS HOMENS, MESMO ELES SENDO UM NEGRO QUILOMBOLA, ELE NÃO TEM UMA ATITUDE QUE NEM UMA MULHER TEM”: As relações entre gênero e o reconhecimento em uma comunidade quilombola no Cabo de Santo Agostinho/PE
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Orientador : MARION TEODOSIO DE QUADROS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA LORENA BUTTO ZARZAR
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FABIANA MAIZZA
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MARION TEODOSIO DE QUADROS
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Data: 11/05/2022
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Esta pesquisa analisará as relações entre gênero e o reconhecimento quilombola na comunidade Onze Negras, localizada no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, capital do estado de Pernambuco. Em pesquisa anterior (2017), um olhar direcionado ao reconhecimento cotidiano e dinâmico do grupo sugeriu que a comunidade é marcada pelas questões de gênero, que exercem importantes influências no seu reconhecimento étnico. Reconhecimento quilombola e gênero têm se constituído como relevantes enfoques nas análises antropológicas, evidenciando complexos fenômenos socioculturais que podem ser problematizados a partir de análises que consideram as conexões entre essas duas temáticas. Nesse sentido, buscamos estabelecer diálogos entre estes dois pontos, refletindo sobre as suas relações a partir de Onze Negras, comunidade quilombola marcada pela forte atuação das mulheres que operam como “agentes do reconhecimento quilombola”, tencionando o reconhecimento étnico na sua comunidade. Foram utilizados três instrumentos de coleta, dialogando em uma triangulação antropológica: análise documental, observações pontuais online e; a realização de entrevistas semiestruturadas via WhatsApp. O trabalho de campo foi impactado pelas consequências e implicações da pandemia de Covid-19, exigindo adequações metodológicas impostas pelo fechamento dos territórios quilombolas e indígenas no Brasil, bem como pelas implicações do distanciamento social compulsório, entendido como medida de prevenção/proteção contra a disseminação do Coronavírus junto aqueles grupos. Na pesquisa, percebemos que as mulheres influenciam efetivamente no reconhecimento quilombola, liderando as mobilizações do grupo e dialogando com a construção de uma sujeita histórica e coletiva que aqui denominamos de “mulher quilombola”. Naquela comunidade as agentes do reconhecimento interferem direta e ativamente no cotidiano local direcionando, via reconhecimento quilombola, as políticas públicas étnicas; a defesa do território e; as próprias questões simbólicas que dialogam com a afirmação da identidade quilombola.
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Esta pesquisa analisará as relações entre gênero e o reconhecimento quilombola na comunidade Onze Negras, localizada no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, capital do estado de Pernambuco. Em pesquisa anterior (2017), um olhar direcionado ao reconhecimento cotidiano e dinâmico do grupo sugeriu que a comunidade é marcada pelas questões de gênero, que exercem importantes influências no seu reconhecimento étnico. Reconhecimento quilombola e gênero têm se constituído como relevantes enfoques nas análises antropológicas, evidenciando complexos fenômenos socioculturais que podem ser problematizados a partir de análises que consideram as conexões entre essas duas temáticas. Nesse sentido, buscamos estabelecer diálogos entre estes dois pontos, refletindo sobre as suas relações a partir de Onze Negras, comunidade quilombola marcada pela forte atuação das mulheres que operam como “agentes do reconhecimento quilombola”, tencionando o reconhecimento étnico na sua comunidade. Foram utilizados três instrumentos de coleta, dialogando em uma triangulação antropológica: análise documental, observações pontuais online e; a realização de entrevistas semiestruturadas via WhatsApp. O trabalho de campo foi impactado pelas consequências e implicações da pandemia de Covid-19, exigindo adequações metodológicas impostas pelo fechamento dos territórios quilombolas e indígenas no Brasil, bem como pelas implicações do distanciamento social compulsório, entendido como medida de prevenção/proteção contra a disseminação do Coronavírus junto aqueles grupos. Na pesquisa, percebemos que as mulheres influenciam efetivamente no reconhecimento quilombola, liderando as mobilizações do grupo e dialogando com a construção de uma sujeita histórica e coletiva que aqui denominamos de “mulher quilombola”. Naquela comunidade as agentes do reconhecimento interferem direta e ativamente no cotidiano local direcionando, via reconhecimento quilombola, as políticas públicas étnicas; a defesa do território e; as próprias questões simbólicas que dialogam com a afirmação da identidade quilombola.
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FRANCKEL MOREAU
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O brega funk como estratégia identitária e de resistência dos jovens da periferia recifense
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Orientador : LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
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MEMBROS DA BANCA :
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GILSON JOSE RODRIGUES JUNIOR
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LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
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OUSSAMA NAOUAR
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Data: 27/05/2022
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Essa dissertação visa uma contribuição a etnografia do brega funk nas periferias da Região Metropolitana do Recife/Pernambuco, focando o fenômeno pela sua apropriação em termos de resistência e identidade. Interessa a relação compartilhada entre os jovens da periferia e essa cultura performativa (musical, coreográfica, estilística, e discursiva), a qual carrega, pela sua localização, marcadores coloniais (sociais, econômicos e raciais) históricos, constantemente criticados. O grupo Magnatas do Passinho S.A., do bairro de Santo Amaro, foi um interlocutor importante na pesquisa pelo seu empenho em fortalecer o movimento e pela representatividade que suscita entre a juventude e diversos públicos. Par eles, pelo brega funk, "o povo da favela está reivindicando seus espaços", deixando a entender que a localização urbana dessa cultura é precisamente o vetor de emancipação dos numerosos estigmas que qualificam a periferia. Para contemplar estes eixos problemáticos, usou-se o método etnográfico com observação participante direta, entrevistas, e analise de documentos acessíveis na internet, não somente por que a pesquisa de campo coincidiu com a suspensão dos shows e os interditos de aglomeração na cidade, mas também por ser um poderoso instrumento de divulgação, reprodução, e de consumo dessa cultura. Numa primeira parte, após expor os métodos e técnicas da pesquisa de campo, discuto a historiografia do brega funk na literatura especializada, me interessando às suas influências culturais locais, nacionais, e globais. Em segundo lugar, à luz da perspectiva decolonial e da sociologia da musica inscrita numa perspectiva pós-moderna, discuto as relações dos bregueiros com as categorizações raciais, sociais, e de subalternidade associadas à periferia, para a construção do seu próprio discurso identitário e localização sociocultural. Enfim, discuto as estratégias discursivas e performáticas que usam para afirmar sua identidade, sua criatividade, e potencializar a sua (re)apropriaçao de forma a entender como o brega funk consegue ressocializar a periferia entre coletivos socioculturais heterógenos ao mesmo tempo em que a relocalizam.
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Essa dissertação visa uma contribuição a etnografia do brega funk nas periferias da Região Metropolitana do Recife/Pernambuco, focando o fenômeno pela sua apropriação em termos de resistência e identidade. Interessa a relação compartilhada entre os jovens da periferia e essa cultura performativa (musical, coreográfica, estilística, e discursiva), a qual carrega, pela sua localização, marcadores coloniais (sociais, econômicos e raciais) históricos, constantemente criticados. O grupo Magnatas do Passinho S.A., do bairro de Santo Amaro, foi um interlocutor importante na pesquisa pelo seu empenho em fortalecer o movimento e pela representatividade que suscita entre a juventude e diversos públicos. Par eles, pelo brega funk, "o povo da favela está reivindicando seus espaços", deixando a entender que a localização urbana dessa cultura é precisamente o vetor de emancipação dos numerosos estigmas que qualificam a periferia. Para contemplar estes eixos problemáticos, usou-se o método etnográfico com observação participante direta, entrevistas, e analise de documentos acessíveis na internet, não somente por que a pesquisa de campo coincidiu com a suspensão dos shows e os interditos de aglomeração na cidade, mas também por ser um poderoso instrumento de divulgação, reprodução, e de consumo dessa cultura. Numa primeira parte, após expor os métodos e técnicas da pesquisa de campo, discuto a historiografia do brega funk na literatura especializada, me interessando às suas influências culturais locais, nacionais, e globais. Em segundo lugar, à luz da perspectiva decolonial e da sociologia da musica inscrita numa perspectiva pós-moderna, discuto as relações dos bregueiros com as categorizações raciais, sociais, e de subalternidade associadas à periferia, para a construção do seu próprio discurso identitário e localização sociocultural. Enfim, discuto as estratégias discursivas e performáticas que usam para afirmar sua identidade, sua criatividade, e potencializar a sua (re)apropriaçao de forma a entender como o brega funk consegue ressocializar a periferia entre coletivos socioculturais heterógenos ao mesmo tempo em que a relocalizam.
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LUAN HENRIQUE DA SILVA ARRUDA
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“Vamos tratar de um assunto sério, de forma não emocional”: Deslocamentos compulsórios e sofrimento nas Comunidades Quilombolas de Itacuruba – PE.
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Orientador : VÂNIA FIALHO
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MEMBROS DA BANCA :
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CARMEN LUCIA SILVA LIMA
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RUSSELL PARRY SCOTT
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VÂNIA FIALHO
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Data: 30/05/2022
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Ainda que a Constituição de 88 tenha representado significativas mudanças em relação ao reconhecimento de direitos aos sujeitos coletivos, principalmente para os povos e comunidades tradicionais, a relação entre políticas públicas consorciadas com agentes do capital privado vem trazendo consequências maléficas para tais sujeitos, respaldado no argumento desenvolvimento sustentável. Foi percebido que o Sertão pernambucano, especialmente o Sertão de Itaparica, uma microrregião composta por sete municípios (Belém de São Francisco; Carnaubeira da Penha; Floresta; Itacuruba; Jatobá; Petrolândia; Tacaratu) e com população estimada de 134.212, IBGE (2010) vem sofrendo com o assédio e a construção de obras de grande porte, como a usina hidroelétrica de Itaparica, transposição do rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. Outro exemplo pode ser observado no Plano Nacional de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, que pretende até 2030 construir usinas nucleares no Nordeste, uma delas na cidade de Itacuruba. Este trabalho tem como objetivo realizar uma leitura antropológica sobre o sofrimento das comunidades quilombolas de Itacuruba impactadas por uma agenda de empreendimentos locais. Neste sentido, utilizo como base a antropologia das emoções, que tem como objeto analítico a emoção, a partir de diferentes abordagens. Nesta dissertação busquei pensar através de uma perspectiva diacrônica (historicista) e “contextualista”. Partido também de experiências e contatos com a temática anteriores à pesquisa, onde me questionei sobre como a cidade era vinculada na grande mídia: “a cidade dos depressivos”, e tendo como diagnostico o alto índice de suicídio, sendo um dos maiores do Brasil, além de outros problemas de saúde mental.
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Ainda que a Constituição de 88 tenha representado significativas mudanças em relação ao reconhecimento de direitos aos sujeitos coletivos, principalmente para os povos e comunidades tradicionais, a relação entre políticas públicas consorciadas com agentes do capital privado vem trazendo consequências maléficas para tais sujeitos, respaldado no argumento desenvolvimento sustentável. Foi percebido que o Sertão pernambucano, especialmente o Sertão de Itaparica, uma microrregião composta por sete municípios (Belém de São Francisco; Carnaubeira da Penha; Floresta; Itacuruba; Jatobá; Petrolândia; Tacaratu) e com população estimada de 134.212, IBGE (2010) vem sofrendo com o assédio e a construção de obras de grande porte, como a usina hidroelétrica de Itaparica, transposição do rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. Outro exemplo pode ser observado no Plano Nacional de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, que pretende até 2030 construir usinas nucleares no Nordeste, uma delas na cidade de Itacuruba. Este trabalho tem como objetivo realizar uma leitura antropológica sobre o sofrimento das comunidades quilombolas de Itacuruba impactadas por uma agenda de empreendimentos locais. Neste sentido, utilizo como base a antropologia das emoções, que tem como objeto analítico a emoção, a partir de diferentes abordagens. Nesta dissertação busquei pensar através de uma perspectiva diacrônica (historicista) e “contextualista”. Partido também de experiências e contatos com a temática anteriores à pesquisa, onde me questionei sobre como a cidade era vinculada na grande mídia: “a cidade dos depressivos”, e tendo como diagnostico o alto índice de suicídio, sendo um dos maiores do Brasil, além de outros problemas de saúde mental.
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Teses |
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CAROLINA BARBOSA DE ALBUQUERQUE
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De estigma, de sangue até cuidados: mudos, mudas e ouvintes no sertão da Paraíba.
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Orientador : RUSSELL PARRY SCOTT
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MEMBROS DA BANCA :
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RUSSELL PARRY SCOTT
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ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
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MARION TEODOSIO DE QUADROS
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ANAHÍ GUEDES DE MELO
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DEBORA DINIZ RODRIGUES
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Data: 15/02/2022
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Esta tese descreve formas de vida de “mudas”, “mudos” e ouvintes a partir de atos de cuidados produzidos ao longo do tempo. Inicialmente aborda eventos político-sociais transnacionais e a história brasileira, relacionados ao processo de formação de Estado-nação, em que a pessoa “muda” foi enlaçada, resultando em estigmatizações, assujeitamentos e formas de tutela. A atribuição depreciativa de “doido/doida” que “mudos/mudas” recebem no cotidiano é uma categoria analisada concretamente de como se conjugam ou se invertem na vida social local e extralocal, em diferentes tempos. Seguindo Veena Das as narrativas, as classificações e as memórias mais íntimas elaboradas na vida doméstica são também políticas e históricas. Nesse sentido, as histórias pessoais e familiares, vistos através dos discursos e das práticas de cuidados, se conectam às formações políticas mais amplas das quais fazem parte, entendidas como “comunidades morais” no sentido de Turner. A partir de reflexões etnográficas e sócio-históricas examina como essas questões se cruzam em corpos que não são genéricos. Os corpos de “mudas”, “mudos” e ouvintes falam sobre doenças, deficiências, pobreza, protagonismos, famílias, gênero, geração, migração, relações de poder, estratégias de sobrevivência, instituições estatais, cuidados público e privado. Os cuidados inscritos e embebidos no movimento da vida, são tecidos numa coprodução instável e contínua com essas categorias, que não são fixas. As ambiguidades das práticas e atribuições de cuidar cotidianamente, como as que envolvem atenção, negociação, afeto, conflitos, dinheiro, tempo, divisão do trabalho e dificuldades, são co-constituídas pelas linhas das correspondências e discordâncias das expectativas sociais do gênero, da geração, dos corpos, da classe, das instituições do Estado e dos códigos familiares. Os custos e os valores do (não) reconhecimento das diversas formas de produção de “cuidar de si e do outro” se visibilizam, tornados temas de reverberação política sócio-histórica e discussões sobre experiências de desigualdades.
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Nesta tese descrevo formas de vida de “mudas”, “mudos” e ouvintes a partir de atos de cuidados produzidos ao longo dos dias, no sítio Serra de Inácio Pereira, localizado no município de Barra de Santana, Paraíba. Ao descrever os “cuidados de si e do outro” dessas moradoras e moradores no cotidiano, a leitora ou o leitor verá que esses atos se entrelaçam às histórias das relações familiares. Ao se nomear quem cuidou em um momento difícil ou quem deveria estar presente, mas ignorou o chamado, quem resolveu um problema ou quem criou uma situação ruim, formulam cobranças, demandas, acusações, solidariedades, afetos, conflitos, autonomias, cerceamentos e (não) reconhecimentos que vão se infiltrando e constituindo as relações no dia a dia. Nesse sentido, evidenciar a existência de diversas narrativas a respeito das relações familiares, e de acesso às políticas públicas, se constitui no conhecimento da produção de cuidados difusos, ambíguos e de caráter, ao mesmo tempo, público e privado. Contudo, a produção e os efeitos de cuidados não são atualizados apenas pelo registro familiar, que se estende a experiência institucional no Centro de Atenção Psicossocial, do “tempo presente”, mas também devido aos eventos político-sociais da história brasileira. Ou seja, analisam-se aqui as durações históricas, relacionadas ao processo de formação de Estado-nação, em que a pessoa surda foi enlaçada. Assim, convido-a/o a conhecer como os cuidados se inscrevem e se embebem no movimento da vida, levando em conta as relações familiares, condições de gênero, de geração, de deficiência, de migração, de pobreza, de moralidades, de redes de cuidados e de relações de poder.
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RENATO DE LYRA LEMOS
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COLECIONADORES E COLONIZADORES NAS ROTAS CYBERATLÂNTICAS DE ÁFRICA: Coleções de discos africanos, projetos de memória e a formação de arquivos digitais (2005-2020)
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Orientador : ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
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ANDRÉA DE SOUZA LOBO
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LAURA MOUTINHO DA SILVA
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CARLOS BENEDITO RODRIGUES DA SILVA
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JAMILE BORGES DA SILVA
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LIVIO SANSONE
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Data: 30/03/2022
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Assim como todo produto cultural, a produção musical está exposta a ciclos de consumo, que se modificam dependendo dos interesses do mercado e do público. Os colecionadores de música são importantes participantes desses ciclos, mantendo ou formando suas coleções nos interregnos desses. Com os discos de artistas africanos isso não foi diferente; o que se modifica são os discursos sobre, visto que muitos colecionadores, especialmente europeus e estadunidenses, fizeram proveito da mudança de ciclo para construírem um pretenso discurso de desinteresse dos “africanos” pela música produzida no continente entre as décadas de 1960 e 1980 e assim construírem sobre si um imaginário de responsáveis pela salvaguarda das “memórias musicais africanas”. Muitos desses colecionadores são DJ’s, possuem blogs sobre música e até mesmo são proprietários de selos fonográficos responsáveis por realizarem o relançamento de discos e compilações dessas músicas. Os discursos contidos nos materiais de divulgação desses discos muitas vezes acabam retornando aos discursos coloniais e ao posicionamento de alteridade em relação aos africanos, reafirmando os constructos de exotismo e da necessidade de uma intervenção ocidental para a “manutenção” dessas memórias. Além disso, existe também o processo de seleção da memória na escolha dos tipos de música que são colecionados, relançados e divulgados, os quais em geral respondem aos anseios de um mercado, do que pode ser consumido como “música africana”. Assim como em outras esferas, esse mercado ainda é bastante afetado pelas relações de poder, e essas relações demonstram-se aparentes nos fóruns de discussão online sobre música africana e nas redes sociais, nas quais há uma significativa circulação desses colecionadores e onde são expostas suas pesquisas e suas ideias. Assim, esse trabalho pretende problematizar os discursos desses colecionadores contemporâneos de música africana e os Projetos de Memória sobre África a partir dos espaços virtuais de promoção e divulgação de suas coleções.
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Assim como todo produto cultural, a produção musical está exposta a ciclos de consumo, que se modificam dependendo dos interesses do mercado e do público. Os colecionadores de música são importantes participantes desses ciclos, mantendo ou formando suas coleções nos interregnos desses. Com os discos de artistas africanos isso não foi diferente; o que se modifica são os discursos sobre, visto que muitos colecionadores, especialmente europeus e estadunidenses, fizeram proveito da mudança de ciclo para construírem um pretenso discurso de desinteresse dos “africanos” pela música produzida no continente entre as décadas de 1960 e 1980 e assim construírem sobre si um imaginário de responsáveis pela salvaguarda das “memórias musicais africanas”. Muitos desses colecionadores são DJ’s, possuem blogs sobre música e até mesmo são proprietários de selos fonográficos responsáveis por realizarem o relançamento de discos e compilações dessas músicas. Os discursos contidos nos materiais de divulgação desses discos muitas vezes acabam retornando aos discursos coloniais e ao posicionamento de alteridade em relação aos africanos, reafirmando os constructos de exotismo e da necessidade de uma intervenção ocidental para a “manutenção” dessas memórias. Além disso, existe também o processo de seleção da memória na escolha dos tipos de música que são colecionados, relançados e divulgados, os quais em geral respondem aos anseios de um mercado, do que pode ser consumido como “música africana”. Assim como em outras esferas, esse mercado ainda é bastante afetado pelas relações de poder, e essas relações demonstram-se aparentes nos fóruns de discussão online sobre música africana e nas redes sociais, nas quais há uma significativa circulação desses colecionadores e onde são expostas suas pesquisas e suas ideias. Assim, esse trabalho pretende problematizar os discursos desses colecionadores contemporâneos de música africana e os Projetos de Memória sobre África a partir dos espaços virtuais de promoção e divulgação de suas coleções.
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POLYANNY LILIAN DO AMARAL BRAZ
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"Um lugar a ser conquistado". Uma análise antropológica das intersecções entre religião e gênero a partir da perspectiva de evangélicas feministas.
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Orientador : MISIA LINS VIEIRA REESINK
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MEMBROS DA BANCA :
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FABIANA MAIZZA
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MARION TEODOSIO DE QUADROS
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MISIA LINS VIEIRA REESINK
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PATRICIA BIRMAN
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ROZELI MARIA PORTO
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Data: 12/05/2022
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A presente tese busca analisar, sob o ponto de vista de evangélicas feministas, as interseções entre religião (protestantismo) e gênero (feminismo), avaliando a apropriação de ideias e ações das pautas feministas por mulheres evangélicas. Pressupomos que essa prática existe e se dá no cotidiano, na vivência religiosa dentro e fora das comunidades de fé destas mulheres que se afirmam como “evangélicas feministas”. Avançamos a partir da hipótese de que essa assimilação coopera para o desenvolvimento de certo comportamento crítico e reflexivo que interfere na vida prática religiosa destas mulheres e colabora para a construção do que chamamos de“ethos cristão feminista”, que vai nacontramão do conservadorismo evangélico hegemônico. Observamoso aumento numérico e a crescente visibilidade de movimentos organizados de mulheres cristãs feministas e os impactos desses movimentos em umareconfiguração do campo evangélico brasileiro. Exemplo disso são os diversos grupos, organizações, instituições e coletivos, além de um campo em crescimento – a teologia feminista –, que se propõe a explorar as possibilidades de entrelaçamento entre a prática religiosa cristã protestante e a militância feminista,reconhecendo a situação de subalternidade da mulher dentro da igreja causada por uma interpretação bíblica patriarcal e machista. As mulheres cristãs feministas objetivam, dentre outras coisas, reinterpretar, à luz das questões de gênero, o discurso hegemônico produzido pela igreja. Para cumprir os objetivos propostos, foram feitos um levantamento das principais produções da Teologia Feminista, a análise de alguns textos produzidos por cristãs feministas e o acompanhamento de perto de um grupo de mulheres evangélicas feministas (o Coletivo Vozes Marias) nos encontros promovidos e em outros espaços a fim de analisar as questões descritas anteriormente. Dessa forma, nosso recorte empírico é dividido em três fontes principais: 1) a produção teológica feminista; 2) o discurso – dito e escrito – das cristãs feministas; e 3) o acompanhamento das atividades do Coletivo Vozes Marias, um coletivo independente sem fins lucrativos, composto demulheres evangélicascomprometidas com os princípios e valores do evangelho de Jesus Cristo e dedicadasaos estudos de Gênero.Entre as estratégias e técnicas metodológicas por meioda observação participante, etnografamos a apropriação e reprodução prática das teorias feministas na vida religiosa das mulheres evangélicas; mapeamos as redes de interação e articulação formadas pelas mulheres evangélicas que se identificam como feministas, abordamos os principais objetivos e atuações das evangélicas feministas; analisamos como as fiéis interpretam a produção teológica com respaldo feminista e como estas ideias se manifestam no discurso e na vivência prática religiosa. Assim, ao montar um quadro geral de dados quantitativos e qualitativos, foi possível observar as possíveis rupturas e continuidades das categorias analisadas, considerando a produção teórica já produzida pela Antropologia e por ciências afins, os dados coletados a partir das nossas interlocutoras e as interpretações realizadas a partir disso tudo.
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O presente trabalho busca analisar, sob o ponto de vista de evangélicas feministas, as interseções entre religião (protestantismo) e gênero (feminismo), avaliando a apropriação de ideias e ações das pautas feministas por mulheres evangélicas. Pressupomos que essa prática existe e se dá no cotidiano, na vivência religiosa dentro e fora das comunidades de fé destas mulheres que se afirmam como “evangélicas feministas”. Avançamos a partir da hipótese de que essa assimilação coopera para o desenvolvimento de certo comportamento crítico e reflexivo que interfere na vida prática religiosa destas mulheres e colabora para a construção do que chamamos de“ethos cristão feminista”, que vai nacontramão do conservadorismo evangélico hegemônico. Observamoso aumento numérico e a crescente visibilidade de movimentos organizados de mulheres cristãs feministas e os impactos desses movimentos em umareconfiguração do campo evangélico brasileiro. Exemplo disso são os diversos grupos, organizações, instituições e coletivos, além de um campo em crescimento – a teologia feminista –, que se propõe a explorar as possibilidades de entrelaçamento entre a prática religiosa cristã protestante e a militância feminista,reconhecendo a situação de subalternidade da mulher dentro da igreja causada por uma interpretação bíblica patriarcal e machista. As mulheres cristãs feministas objetivam, dentre outras coisas, reinterpretar, à luz das questões de gênero, o discurso hegemônico produzido pela igreja.
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