Dissertation/Thèse

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2024
Thèses
1
  • INGRID RODRIGUES CIRINO
  • O palco é a rua: uma etnografia visual das temporalidades urbanas do Recife com artistas de sinal

  • Leader : LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • MARCO AURELIO PAZ TELLA
  • Data: 28 févr. 2024


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  • A partir da vivência de três artistas de sinal residentes na cidade de Recife-PE, essa
    pesquisa tem o objetivo de fazer uma etnografia visual sobre a urbanidade da cidade, partindo
    do ponto a vivência e olhar que os artistas tem dentro da vivência do sinal. O sinal é um lugar
    de passagem efêmera, que tem como objetivo o controle do trânsito. Por ser um local que
    quando o sinal indica vermelho tem parada obrigatória é um ótimo lugar para os artistas de
    sinal trabalharem e mostrarem sua arte. O objetivo é entender sobre os ritmos, fluxos e
    movimentos da urbanidade recifense a partir da perspectiva dos artistas de sinal, no sinal,
    tendo como produto final essa dissertação escrita e um filme. Também procuro entender qual
    impacto a presença dos artistas tem ao estar no sinal, e o impacto da presença do sinal à
    cidade ao seu redor. Assim, discuto alguns conceitos que envolvem pesquisar com imagem e
    fazer um filme, adentrando na multimodalidade para compreender melhor a imagem dentro do
    trabalho etnográfico. Em seguida reflito na presença do objeto não humano, sinal, dentro do
    coletivo. Por fim, apresento os artistas, adentro nas performances, finalizando na reflexão,
    através de imagens e escrita, sobre a urbanidade recifense.

2
  • VANESSA RODRIGUES SANTANA
  • "TRANSFORMAR AS CIDADES POR MEIO DA BICICLETA": uma etnografia da incidência política dos cicloativistas em Recife/PE

  • Leader : LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • FELIPE PROLO
  • Data: 14 mars 2024


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  • Nos últimos 4 anos, observou-se um crescimento constante de usuários de bicicleta na cidade do Recife. No entanto, esse crescimento não foi acompanhado pela implementação adequada e consistente das políticas públicas prometidas desde 2008. Ao mesmo tempo, observou-se um engajamento crescente de parte da sociedade civil em se organizar em torno da bicicleta para reivindicações de caráter democrático, sustentável e com foco em garantir o acesso à cidade. O trabalho apresentado problematiza a incidência política de cicloativistas em Recife/PE em suas atividades para a promoção da cultura da bicicleta e a luta para garantir outras condições para seu uso enquanto meio de transporte. A partir da teoria clássica dos movimentos sociais, essa etnografia pretende (re)localizar o cicloativismo enquanto um movimento social, em contraposição ao que é apresentado em uma revisão recente da literatura sobre o assunto, incorporando-o dentro do contexto dos "novíssimos movimentos sociais", estes reconhecidos por suas interseccionalidades. Com isso, à luz das metodologias colaborativas e da antropologia colaborativa, apresenta a história do cicloativismo no Brasil e em particular, traz novos dados sobre o Recife - de forma à (re)inseri-lo na literatura especializada desde os anos 2010 – assim como me permite refletir o debate sobre ativismo e engajamento do/a antropólogo/a e da sociedade civil. Além disso, ancora-se ainda em perspectivas ontológicas sobre a cidade, enxergando o ciclista como o verdadeiro alvo do cicloativismo e como parte de "montagens urbanas" (Farías, 2010). Enfim, descrevo as campanhas políticas realizadas pelos cicloativistas da Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife - Ameciclo entre os anos de 2020-2023, analisando as condições e a realidade da incidência política do movimento, seus limites e conquistas junto ao poder público para buscar condições melhores para os ciclistas da capital pernambucana.

3
  • STHEFANE MARIA SOUZA LUCAS DA SILVA PATRIOTA
  • ETNOGRAFIA DE DOCUMENTOS E O TOMBAMENTO DO TERREIRO ILÊ ÀSE ÒRÌSÀNLÁ TÀLÁBÍ, PAULISTA - PE

  • Leader : ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • GILSON JOSE RODRIGUES JUNIOR
  • Data: 27 mars 2024


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  • Nesta dissertação o patrimônio é analisado enquanto narrativa. Parto do reconhecimento das ausências negras como problema na construção dessa narrativa. Utilizo como ponto de partida os tombamentos de terreiros para me auxiliar na compreensão da ausência patrimonial negra. Descrevo primeiro a trajetória e influência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) na construção duma narrativa patrimonial. Mostro então como tais ausências são testemunhos da violência sofrida pelos excluídos. Daí falo da inclusão dos terreiros de candomblé como resposta a essa indagação. Examino ainda as categorias utilizadas pelo IPHAN na classificação do patrimônio, dando ênfase nos conceitos de identidade e memória, contrapondo-os com a leitura de patrimônio feita no terreiro. A metodologia adotada é a da etnografia de documentos, enfatizando o status dinâmico do arquivo. Especificamente analiso os documentos de tombamento do Terreiro do Sítio do Pai Adão e do Terreiro Axé Talabi, comparando a respectiva política estadual e municipal de tombamento. Aí, observando que a municipal é mais engessada que a estadual, apelo à entrevista com a vereadora Flávia Hellen onde a própria se queixa dessa dificuldade. O cerne da dissertação reside no quarto capítulo, onde o patrimônio é apresentado na perspectiva do Babalorixá do Terreiro Axé Talabi Pai Júnior de Odé. Nela os conceitos e práticas educacionais eurodominadas são postos em causa. Pai Júnior valoriza a circularidade do afeto, do corpo e do território sagrado para os povos tradicionais de terreiro. Para ele, a identidade é diversa e contextual; ela desafia estereótipos e valoriza as práticas culturais nos terreiros. A partir desta sua visão, concluo que o patrimônio deve ser compreendido como um ato coletivo de natureza política: deve questionar as ausências e os silenciamentos na história patrimonial brasileira.

4
  • MARCOS CESAR MARTINS PEREIRA
  • ANTIESTRUTURA E DRAMAS SOCIAIS NA CHANOSFERA: Uma etnografia em imageboards brasileiros

  • Leader : ALEX GIULIANO VAILATI
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO
  • REBECCA FORATTINI LEMOS IGREJA
  • Data: 3 avr. 2024


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  • Imageboards são fóruns de discussão anônimos, em nível de interface, que permitem a publicação de texto e imagem em quadros anônimos. Também conhecido como chans, imageboards povoam a Internet desde dos anos 2000, tendo notoriedade fóruns como o 4chan e 8kun - este último dissidência do primeiro. A presente pesquisa se centra em chans brasileiros, com foco no 1500chan e VHSChan. O texto busca oferecer, antes, uma explicação da funcionalidade desses espaços, pouco conhecidos pela grande maioria da população, assim como a história de origem dos imageboards - a qual é pouco documentada em fontes tradicionais, como livros e artigos. A partir disso, buscamos explorar como os chans se relacionam com os desenvolvimentos de Victor Turner sobre communitas, espaços que podem ser categorizados a partir da noção de antiestrutura. Essa forma de sociabilidade é ponto de partida para compreender as affordances que vem a emergir, graças a uma dinâmica antiestrutural e anônima. Por fim, mobilizamos outro conceito de Turner, o de drama social, para compreender dois fenômenos de queda ocorridos no 1500chan e no VHSChan, que desencadeou a migração de usuários - chamado de anões - causando impacto na dinâmica entre anões.

5
  • JANINE RIBEIRO DE MENDONÇA
  • Quando o Zemboa baixou

  • Leader : FABIANA MAIZZA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • CAROLINE SOARES DE ALMEIDA
  • FABIANA MAIZZA
  • Data: 4 avr. 2024


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  • O Muquém se estabelece aos Pés da Serra da Barriga, abraçados pelo Rio Mundaú a quem alguns moradores chamam de Zemboa. São mais de 105 núcleos familiares agrupados num território povoado de artistas populares, homens e mulheres, compartilhando vivências, percepções e expressões.  A proximidade do rio imprime o ofício de ceramista a vários sujeitos dessa comunidade um marco identitário.  A matéria escura removida das margens do Zemboa passa pelas mãos de mestres e mestras se convertendo em colares, panelas, esculturas humanas, tinas d’água, cuscuzeiras, mãos, pés, um de tudo. Mestra Irinéia é titulada patrimônio vivo do Estado de Alagoas, a nomeação é um reconhecimento a saberes e fazeres tradicionais concedidos a mestres e mestras de várias áreas artísticas. As cabeças esculpidas por ela ganharam o mundo, as obras que serviam, inicialmente, a romeiros em procissão como ex-votos, gratidão expressa em barro por graças alcançadas. Habituou-se a levantar no barro partes do corpo que fora curadas de males diversos, imprimiu sua estética em objetos usados como ferramenta de conexão com o divino. A árvore da vida, objeto central de análise deste trabalho, nasce numa configuração completamente diferente de suas peças anteriores. O exercício de levante dessa obra é uma experiência coletiva que enriquece a subjetividade não somente da sua família mais próxima, mas de todo o Muquém.

6
  • JOAO GABRIEL LOURENCO DA SILVA SANTOS
  • “Trabalhar? Trabalhar pra quê?”: A Malandragem e a Jurema Sagrada em tempos, moralidades e corpos.

  • Leader : ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • LUIZ CARVALHO DE ASSUNÇÃO
  • PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA GERMANO DE LIMA
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • ZULEICA DANTAS PEREIRA CAMPOS
  • Data: 19 avr. 2024


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  • “Trabalhar? Trabalhar pra quê? Se eu trabalhar eu vou morrer!” Esse é um dos pontos cantados para um dos Mestres Malandros, que esse trabalho busca definir. Situados em um mundo cheio de dualidades, essas entidades são compostas pelo seu jeito intermediário de resolver os problemas. Entre bom e mal, vida e morte, ordem e caos, os Malandros e Malandras são possibilidades de ser, nunca inteiramente um nem outro, mas sempre trabalhando do seu jeito. Essa pesquisa se desenvolve dentro da Jurema Sagrada, lugar Encantado que é ocupado por Mestres Malandros e tantas outras entidades e da qual sou participante ativo, com um Mestre Malandro me acompanhando espiritualmente. Normalmente associados à Umbanda carioca, os Malandros e Malandras possuem uma ligação com a Jurema Sagrada, já que o “primeiro malandro” Zé Pilintra surgiu dentro desse complexo religioso. Aqui, busco investigar o que constitui esses Mestres Malandros como tais dentro da Jurema. Com isto em mente, discuto como a temporalidade, moralidade e a categoria de corpo são definidores dessas entidades, que buscam o aprimoramento do seu self e a sua evolução espiritual em seu momento pós-vida.  Primeiramente, no entanto, viso debater as categorias de Mestres e Malandros, separados dentro do contexto nordestino e carioca, respectivamente, e o universo que se forma ao redor dessas entidades. Encantos, Ciências e Cidades fazem parte do universo juremeiro dos quais os Mestres e Mestras fazem parte, já os Malandros são definidos através de tricksters, jeitinhos e brasilidades. A partir disso, trago a categoria Mestres Malandros para discutir como alguns Mestres dentro da Jurema são ligados à Malandragem e sua moralidade, encerrando com os diferentes tipos de corpo que esses Mestres Malandros habitam.

2023
Thèses
1
  • DIEGO VINICIUS DE FRANCA BEZERRA
  • UMA ENCOMENDA PARA O DIABO: a violência urbana como fator de associação entre os entregadores por aplicativos de Arcoverde (PE)

  • Leader : FRANCISCO SA BARRETO DOS SANTOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • FRANCISCO SA BARRETO DOS SANTOS
  • IZABELLA MARIA DA SILVA MEDEIROS
  • ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO
  • Data: 16 févr. 2023


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  • Resumo: Esta dissertação é o resultado de uma pesquisa antropológica com os entregadores por aplicativos em Arcoverde (PE), município no Sertão de Pernambuco, também conhecido como “Portal do Sertão”. De início, trata de uma formulação antropológica a partir dos e sobre os entregadores por aplicativos tendo o reconhecimento visual do território pesquisado como ponto de partida: a cidade de Arcoverde. Além disso, trata-se de um relato do processo de tematização dos entregadores nos primeiros meses de pandemia e isolamento social, quando este antropólogo ainda se encontrava em Recife (PE). Esse processo traçou o sentido desta jornada antropológica até Arcoverde: cidade de aplicativos, food delivery e muitos entregadores preocupados com os assaltantes armados nas periferias urbanas, revoltados com a inércia das autoridades públicas e totalmente desconhecida para o antropólogo até o início desta pesquisa. Para dar conta do objeto, este trabalho procura teorizar o Breque dos Apps, manifestação-modelo para a apreciação dos entregadores nos debates acadêmicos atuais, e apontamentos teóricos sugestivos para uma etnografia urbana desses trabalhadores, tomando a cidade de médio porte como parte do problema. Assim, em seus procedimentos de análise, o trabalho procura discutir a violência urbana em contextos de trabalhos precarizados. Em relação a sua abordagem metodológica, esta dissertação está montada sobre a observação etnográfica: observação direta, participante e entrevistas, tanto nas ruas quanto nas redes sociais, com destaque para a comunidade virtual “Associação dos Entregador”. Por fim, projetamos a exaustão e a morte como parte da gestão do trabalho de entregadores na cidade contemporânea.  



2
  • LUCIANO RODRIGUES DA COSTA
  • A BATALHA CONTRA O “MAL”: ATIVIDADE MISSIONÁRIA E A TRANSFORMAÇÃO DO MISSIONÁRIO - UM PROCESSO DE “CONVERSÃO SIMÉTRICA”

  • Leader : ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • CLAUDIA WOLFF SWATOWISKI
  • PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA GERMANO DE LIMA
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • Data: 24 févr. 2023


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  • O presente trabalho está situado no campo da Antropologia do Cristianismo e objetiva compreender como a subjetividade dos missionários é ressignificada a partir da ideia de guerra contra o “mal”. O grupo de pesquisa são os missionários brasileiros da Igreja Batista em Guiné-Bissau. Para isso, o trabalho visa entender a atividade missionária partindo da ideia de uma guerra contra o “mal” no encontro cultural africano.  Nesse sentido, outros objetivos são estabelecidos: identificar os trabalhos e ações desenvolvidas pelos missionários, verificar estratégias, arranjos e negociações usadas pelos missionários no contexto local. A experiência do autor no pré-campo e a etnografia online serviram de metodologia no desenvolvimento do trabalho, que contou com entrevistas, conversas informais e questionário. O trabalho parte da ideia de que a atividade é missionária é uma batalha contra o “mal”. O “mal”, como categoria êmica, agrega elementos da teologia cristã e das religiões de matriz africana, considerando a África o berço do mal, onde há a necessidade de conversão à Deus. Os missionários são apresentados como as pessoas que levam Deus aos lugares que chegam, lutando contra o “mal”. Porém, o processo de conversão dos nativos, durante a atividade missionária, molda e ressignifica a subjetividade do missionário. Assim, descrevo esse processo como “conversão simétrica”.

     

3
  • YVISSON MARTINS GONCALVES DE LIMA SABINO
  • "Rir do Absurdo": ateísmo e humor no Facebook

  • Leader : ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • CLEONARDO GIL DE BARROS MAURICIO JUNIOR
  • RAONI BORGES BARBOSA
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • Data: 27 févr. 2023


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  • Este presente trabalho tem como objetivo principal compreender como os ateístas e agnósticos utilizam do humor como pedagogia para construção do corpo secular. Com base no movimento do Novo Ateísmo, “rir do absurdo” é uma das estratégias utilizadas pela Associação Brasileira de Agnósticos (ATEA) para revelar as possíveis incongruências nos discursos e práticas religiosas do território brasileiro. Através desse contexto, apresentei os principais argumentos que caracterizam a etnopsicologia ateísta e apontei como é refletida na prática do grupo. Assim, por meio da metodologia qualitativa, demonstrei como as imagens e vídeos compartilhados no Facebook da ATEA apresentam a conduta religiosa como ilusória e irracional, em que não se deve imitar o comportamento considerado como desviante e "absurdo". Desse modo, compreendo que os membros do grupo estabelecem a sabedoria científica como iluminação perante as trevas dos argumentos religiosos. Portanto, a pedagogia através do humor busca construir este corpo secular e revelar o pensamento do secularismo, que coloca a religião como imoral e obstáculo para o progresso da sociedade moderna.

4
  • NEILTON FELIX DA SILVA
  • Duelos verbais periféricos no centro da cidade de Recife: memória, relações raciais e políticas do improviso na Batalha da Escadaria.

  • Leader : LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ROSENVERCK ESTRELA SANTOS
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • LUCIANA FERREIRA MOURA MENDONCA
  • Data: 28 févr. 2023


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  • Esta dissertação propõe uma etnografia dos duelos verbais praticados por jovens Mestres de Cerimonia (MCs) entre 14 e 30 anos, a maioria se autoidentificando negros e oriundos das periferias do Recife e da RMR. A Batalha da Escadaria, que ocorre nas sextas-feiras à noite em uma escadaria da Rua do Hospício, no bairro da Conde da Boa Vista, foi um entre os locais privilegiados para entender a cultura do MCing no Pernambuco, que nasce na esteira de um movimento hip-hop já glocalizado no Brasil e no estado. Os duelos da Batalha da Escadaria, a primeira e a mais antiga batalha de MCs na cidade, manifestam a cada sessão uma provocação em relação a dificuldade estrutural de acessibilidade desses jovens aos locais centrais simbolizando o consumo cultural e mercantil, com golpes verbais e gestuais afirmando sua existência e resistência nos próprios termos, trocando no ar das ruas trocas insultos e gírias em perfeito e autónomo estado de controle. Para entender a constituição dessa cultura na RMR e no Pernambuco, o primeiro capítulo retorna às origens do rap, prática da qual surge o MCing, e o segundo explora a inserção destas no Brasil e no Pernambuco, com o auxilio da historia do rap, do hip-hop e documentos jornalísticos. O terceiro capítulo consiste em uma etnografia do/as MCs recifenses a partir de suas inserções em diversas batalhas da cidade, apoiada em uma perspectiva “intersecional do espaço” conjugando problemáticas de gênero, relações raciais e classe para entender melhor seus modos de territorialização, socialização e identificação. Num quarto capítulo, abordo os duelos verbais a partir de uma perspectiva metodológica da Antropologia da Performance, para entender os aspectos ritualísticos, simbólicos e linguísticos tais como codificados e significam para os MCs, além de estabelecer relações com brincadeiras regionais de tradição afro-diaspórica contendo duelos verbais abrangendo também dimensões lúdicas e agonísticas do jogo. Trata-se de uma contribuição à Antropologia do MCing que ainda resta a fazer no Brasil.

5
  • LUCAS LUIZ ROCHA FERREIRA DA SILVA
  •  

    "É preciso dialogar": articulações entre evangélicos e cultura na igreja A Ponte de Recife - PE

  • Leader : ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • BRUNO REINHARDT
  • CLEONARDO GIL DE BARROS MAURICIO JUNIOR
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • Data: 28 févr. 2023


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  • Este trabalho teve como objetivo discutir as possíveis relações entre religião e cultura no segmento evangélico. Para isso, utilizo a Igreja A Ponte, na cidade de Recife-PE, como objeto empírico, a fim de contextualizar formas em que a esfera da cultura se entrecruza com o âmbito religioso. A referida igreja em seus cultos e eventos vem articulando essa relação para indicar que existe a possibilidade do diálogo entre os evangélicos e cultura. Nesse contexto, através de uma abordagem qualitativa, acompanhei os cultos e eventos de forma presencial e online no período de 2020-2022, a fim de compreender as dinâmicas dessa relação. Em minha observação, pude identificar um formato de culto que vem ganhando notoriedade no segmento evangélico, sobretudo com um público mais jovem. Tal formato possui a expertise de utilização de elementos tecnológicos e que são essenciais como meios de mediação entre o fiel e o divino. Em síntese, compreendo que todos eles são elementos de uma formação estética materializada na igreja.  Nesse contexto, chamo atenção para a habilidade do religioso em conseguir formar um tipo específico de sujeito com uma visão de mundo específica. Dessa forma, entendo que cultura por vezes é acionada na igreja Ponte como uma ferramenta de evangelização, sendo indicado que é preciso entender as vivências de um determinado grupo para poder levar o Evangelho de Cristo. Nessa perspectiva, seria preciso se misturar em ambientes, levar o Evangelho para as pessoas que estão no “mundo”, e esperar que Deus os transforme. Nesta pesquisa também é destacado que não é apenas como uma ferramenta de evangelização que a cultura é operacionalizada na Ponte. A igreja utiliza de elementos culturais de Pernambuco para divulgação dos seus cultos e eventos. Assim, a esfera da cultura não é algo totalmente oposto a igreja, por vezes o que é do “mundo” se relaciona com questões religiosas. Por fim, assinalo que na Ponte o uso da categoria cultura por vezes se aproxima de uma compreensão antropológica. De forma geral, meus argumentos estão em consonância com a literatura especializada dessa temática, compreendendo que cada vez mais agentes evangélicos estão atentos e alinhados em querer munir-se com a “arma da cultura”.

6
  • THIAGO HENRIQUE DE MELO ARAUJO
  • O atravessamento da escola municipal Professor José da Costa Porto pelas fronteiras simbólicas do coque.

  • Leader : MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • HUGO MENEZES NETO
  • ROSANE MARIA ALENCAR DA SILVA
  • Data: 13 mars 2023


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  • O objetivo dessa dissertação é refletir sobre as fronteiras simbólicas presentes na comunidade do Coque a partir das relações sociais existentes na Escola Municipal Professor José da Costa Porto, e de que forma esta opera. Uma comunidade estigmatizada sob o signo da miséria, sobretudo da violência, pauta principal da mídia local, a partir da década de 1990, criando uma série de estigmas. O trabalho analisou o contexto histórico da comunidade evidenciando a formação de microterritórios, ou seja, várias áreas dentro do mesmo território. O processo de urbanização brasileira, a partir do século 20, baseou-se na emergência da cidade moderna na qual o houve crescimento não planejado e a criação de periferias. No contexto de Pernambuco, tem-se no Coque um exemplo que ilustra as desigualdades sociais que fizeram e fazem parte da formação da cidade do Recife. Na coleta de dados nos baseamos na observação não participante, na realização de três grupos focais com estudantes do 8o e 9o anos e de entrevistas individuais com integrantes do grupo de profissionais que atuam junto a estes. No tratamento dos dados utilizamos a Análise de Discurso. O Coque é considerado até hoje um lugar perigoso, e esta forma de percebê-lo interfere na forma com que a escola se relaciona com o bairro. Foi observado que atualmente há uma fluidez nas relações dos moradores e estudantes, a respeito do microterritório onde vivem, no entanto, há muitos resquícios dos elementos estigmatizantes relacionados à pobreza e à violência na escola, pois é neste espaço que várias áreas se cruzam, evidenciando a escola como um lugar de fronteiras simbólicas que operam de maneira a interferir no ambiente escolar, e no olhar que os próprios moradores ainda têm da comunidade.

     

     

7
  • LUISA NOBREGA DE MORAES
  • Memórias e objetos na perspectiva dos praticantes de budismo em Pernambuco

  • Leader : HUGO MENEZES NETO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • THIAGO BARCELOS SOLIVA
  • FRANCISCO SA BARRETO DOS SANTOS
  • HUGO MENEZES NETO
  • Data: 31 mars 2023


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  • O presente trabalho analisa as relações entre os praticantes budistas do Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB) em Recife-PE e seus objetos pessoais, buscando compreender quais as negociações são feitas entre as socializações desses indivíduos – aquela prévia à prática budista e após a adesão à essa filosofia. Tal esforço apresenta como objetivo (1) pesquisar as motivações que levam esses indivíduos a buscarem a prática budista; (2) identificar os acervos domésticos dos praticantes, buscando compreender os contrastes e negociações ali existentes, bem como possíveis mudanças simbólicas na relação com a materialidade; (3) desenvolver uma teoria dos objetos acerca de práticas de salvaguarda possíveis, através a ideia de memória em diálogo com a musealização e a patrimonialização. Com este fim, foram realizadas oito entrevistas semi-estruturadas com pessoas frequentadoras do centro budista em questão, que apresentavam maior envolvimento com a prática. Constatamos que essas pessoas são capazes de desenvolver outras visões de mundo a partir do Budismo, de forma a promover mudanças na forma de encarar seus objetos afetivos, mas não necessariamente influenciando as práticas de salvaguarda desses acervos domésticos. Esse trabalho pode contribuir para a antropologia nas discussões entre humanos e não humanos, bem como promover uma aproximação entre antropologia e museologia, a partir das contribuições do campo museal ao debate acerca da materialidade. 

     
     
     
8
  • MARIA MARIANA RODRIGUES DE LIMA
  • “É tempo de se levantar, erguer a voz, dar a cara a bater”: religião e política nas mobilizações on-line de uma deputada evangélica.

  • Leader : ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • FRANCISCO SA BARRETO DOS SANTOS
  • JACQUELINE MORAES TEIXEIRA
  • ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO
  • Data: 25 mai 2023


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  • Esta dissertação de mestrado analisa etnograficamente as mobilizações on-line de uma parlamentar pernambucana autoidentificada evangélica, procurando contribuir com as discussões sobre as articulações entre mídias, religião e política. A pesquisa etnográfica que subsidia esta dissertação contou com o acompanhamento diuturno, entre maio de 2020 e setembro de 2022, das mobilizações on-line da deputada, sobretudo na rede social Instagram, registradas em diário de campo conforme um roteiro de observação. Este corpus de pesquisa foi analisado em estreito diálogo com os campos de estudos da religião e de gênero e sexualidade; e com o apoio de referenciais caros à etnografia on-line. Esta dissertação aborda inicialmente a emergência da deputada como sujeito em meio às controvérsias relativas a gênero e sexualidade presentes nas suas mobilizações on-line, analisando suas relações com noções como “proteção à vida”, “família” e “infância”, por exemplo. Em seguida, a dissertação perscruta, mais detidamente, as intensas mobilizações da deputada a respeito do protesto religioso, ocorrido em 16 de agosto de 2020, contra a realização, numa maternidade no Recife, do procedimento de aborto legal em uma menina de dez anos violentada sexualmente pelo tio no Espírito Santo, onde reside. Abordando o referido protesto, a dissertação tematiza os efeitos, as estratégias e os elementos que compõem a produção de “cenas de visibilidade” constantemente realizadas pela deputada com intermédio de sua rede social Instagram. Por fim, a dissertação divisa diferentes articulações entre as ações políticas organizadas pela deputada, o bolsonarismo e o projeto político de extrema direita no Brasil. 

9
  • CRISLAINE VENCESLAU DE ANDRADE
  • Mulheres quilombolas de Povoação de São Lourenço (Goiana/PE): trajetórias de vida e mobilização política

  • Leader : PEDRO CASTELO BRANCO SILVEIRA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • PEDRO CASTELO BRANCO SILVEIRA
  • RITA DE CASSIA MARIA NEVES
  • Data: 29 août 2023


  • Afficher le Résumé
  • Este trabalho analisou como se configura a questão quilombola em Povoação de São Lourenço (Goiana-PE) a partir da articulação etnográfica da vida concreta das mulheres da comunidade com a categoria legal de reconhecimento de direitos.Procurei interrogar as mulheres da comunidade quilombola pesqueira de Povoação de São Lourenço  sobre seus modos de existir,  percebendo de que forma resultam em  mobilização política.  Dialoguei, em especial, com três mulheres,que contaram suas histórias de vida e atuação política nas áreas de saúde, educação e justiça social. A pesquisa foi feita por meios etnográficos, com a utilização, de procedimentos comuns à pesquisa antropológica, como o acompanhamento do cotidiano da comunidade, incluindo acompanhamento de moradoras em suas práticas, conversas informais e participação em eventos públicos. Além disso, a pesquisa apresenta uma dimensão auto-reflexiva, pois é informada por meu lugar como mulher negra quilombola. 

10
  • WENDERSON LUAN DOS SANTOS LIMA
  • SAÚDE MENTAL E ESPIRITUALIDADES: Um estudo antropológico das experiências dos missionários da Jovem Com Uma Missão (JOCUM), do Estado de Pernambuco

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • ROSA MARIA DE AQUINO
  • Data: 30 août 2023


  • Afficher le Résumé
  • Esta dissertação se insere nos estudos antropológicos que abordam a relação entre saúde mental, e espiritualidades, com o objetivo de compreender como os missionários da agência missionária Jovens Com Uma Missão (JOCUM) de Recife articulam dimensões espirituais com os problemas pessoais e psíquicos. Esta instituição está localizada no Bairro de Santa Mônica, na cidade de Camaragibe – PE e tem o intuito de realizar formações missionárias e práticas de missões na localidade. Nesta pesquisa, o uso da espiritualidade é considerado como um elemento crucial para a construção de narrativas que proporcionem a compreensão dos transtornos mentais diagnosticados ou aqueles que utilizam do autodiagnóstico, por outro lado é necessário, diante a essa conjuntura, observar as narrativas de curas. Assim, consideramos nesse contexto, as categorias sendo construídas com as suas particularidades dentro do campo de missão. O quadro teórico da investigação foi produzido de acordo com uma reflexão sobre as várias perspectivas clássicas e contemporâneas sobre saúde mental, definições de religião e espiritualidades. Para os percursos metodológicos foram adotados a abordagem qualitativa e o método etnográfico, também utilizando-se das técnicas de análise bibliográfica, observação participante, entrevista semiestruturada e diário de campo; os participantes da pesquisa foram sete missionários, que contribuíram com as suas experiências e concepções que envolveram narrações de conversão, saúde mental e espiritualidades. A partir das observações e dos dados apresentados, compreendemos, do ponto de vista dos interlocutores, que os termos adotados por eles provêm de uma linguagem religiosa simbólica, que desenvolve processos mediadores os quais justificam a sua vivência missionária e experiência de cura. Além disso, é desenvolvido os ativismos de atos de serviços, que tenta ocupar uma necessidade de amparar o seu chamado, sem ao menos ter o cuidado mental. A partir desse contexto, se constroem diversas fontes de subjetividades, as quais tentam validar o seu bem-estar e felicidade.

     

11
  • MARIA CINTHIA PIO DE OLIVEIRA
  • “A GENTE VAI VIVENDO E VAI VENDO”: Morte, mortos e imagens-afeto na cosmologia católica do povoado de Pelo Sinal-PE

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANDREIA VICENTE DA SILVA
  • HUGO MENEZES NETO
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • Data: 6 sept. 2023


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  • Este trabalho trata-se de uma reflexão etnográfica acerca da relação da ideia de superstição e aquilo que classificamos, a priori, como “agouros” de morte, no contexto da comunidade católica de Pelo Sinal, povoado de Solidão, Sertão do Pajeú-PE. E tem como objetivo compreender os significados atribuídos aos agouros, por esta comunidade, a partir da lógica das concepções e práticas sobre a morte e as relações entre os sujeitos vivos e os mortos aí existentes. Parte-se do princípio de que a morte, em seus diversos contextos socioculturais, não significa a ruptura das relações entre os sujeitos vivos e os mortos, uma vez que é a partir da memória que permanecemos ligados a estes. Na perspectiva de uma cosmologia católica, essa memória pode ser compreendida a partir de sua interconexão com outros elementos, como a saudade, o tempo, o espaço e os ritos que, justapostos, formam um complexo cognitivo/afetivo que permeia essas relações (Reesink, 2010; 2012). Assim, os sentidos atribuídos ao fenômeno da morte partem dos afetos concretos daqueles que os vivenciam, variando conforme as experiências dentro de suas realidades compartilhadas. No entanto, muitas das crenças e práticas que constituem essas relações são desconsideradas, ou considerados fora de seus contextos, em função de discursos racionalistas que reproduzem padrões etnocêntricos clássicos (Kuper, 2008), o que repercute nas formas como são representados determinados contextos religiosos territorialmente situados, como é o caso dos catolicismos praticados nos interiores, nas margens ou nos sertões do Brasil. Assim, em Pelo Sinal, é possível observar uma cultura de morte onde se manifestam não só narrativas, como experiências sobre “agouros”, os quais, tidos como “superstição”, reaparecem atualizados na realidade dos “avisos”. Estes “avisos”, enquanto experiências que demandam uma ação simbólica e reflexiva dos sujeitos, estão incorporados a um sistema de comunicação com os mortos e sobre a morte, do qual também fazem parte as “relações de reciprocidade” (Reesink, 2009). A dinâmica desse sistema produz um repertório de imagens acerca da morte e dos mortos que, uma vez vividas, elaboradas e compartilhadas, se traduzem em sonhos, visões, sinais e pressentimentos, chamados aqui de “imagens-afeto”, a partir das quais é possível gerenciar as angústias decorrentes da certeza da morte diante da sua imprevisibilidade. 

12
  • ANA LUISA BENAS JOFILI
  • “Na panela está fervendo o ser de cada um”: fazer-se no feitio de Daime

  • Leader : FABIANA MAIZZA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ISABEL DE ROSE
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • FABIANA MAIZZA
  • Data: 8 nov. 2023


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  • Este trabalho dedica-se a investigar a possível agência da folha rainha (Psychotria viridis) e do cipó jagube (Banisteriopsis caapi) naquilo que aqui é chamado de “confecção do corpo dos(as) daimistas”. O corpo assim confeccionado seria também habitado por estas plantas. A rainha e o jagube cozinhados juntos, sob técnicas específicas, se transubstanciam no Daime – bebida psicoativa central nos cultos do Santo Daime. A confecção ritualística deste sacramento, nomeada de feitio, é o principal rito das tradições daimistas. Compreende-se entre os(as) adeptos(as) que neste período eles(as) fazem a si mesmos(as) em paralelo à feitura do Daime. O processo é executado sob efeito da bebida e em constante manejo das plantas, orientado por diversos protocolos comportamentais. Esta hipótese foi analisada a partir da observação participante no primeiro feitio da igreja Céu de São Lourenço da Mata (Abreu e Lima – PE). A presente etnografia objetiva compreender como as plantas agem na confecção de corpos aptos e dispostos para a feitura do Daime. Os caminhos para esta compreensão foram percorridos através da observação da postura recomendada a cada adepto(a), a qual viabiliza os manuseios sequenciados com as plantas, água e fogo. Os hinos cantados e tocados durante o rito também são lentes de análise para a hipótese, uma vez que também possuem intrincadas técnicas corporais para sua execução. Todas estas técnicas são ensinadas pelas próprias plantas, segundo foi corroborado em campo. Também constatou-se que estes corpos garantem a continuidade das tradições orientadas pelo Daime através do cultivo da folha e do cipó e desdobram-se em novas técnicas.

     


13
  • PEDRO DE ALBUQUERQUE XAVIER
  • Artes Públicas no Recife: relações de poder

  • Leader : ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • FABIANA DE FATIMA BRUCE DA SILVA
  • KATIA MEDEIROS DE ARAUJO
  • Data: 10 nov. 2023


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  • A dissertação intitulada “ARTES PÚBLICAS NO RECIFE: Relações de poder” analisa o contexto histórico da cidade e suas transformações com ênfase no discurso da modernidade então vigente entre o fim da primeira metade do século XX e a metade da década de 1980. O foco analítico incide nas disputas simbólicas e de poder que envolviam alguns artistas, buscando entender seus discursos sobre o que seria a chamada “boa arte e os bons artistas”. Assim, busca-se entender o lugar dessa arte na cidade e de que modo este campo constituído produziu uma prática de obras de arte pública que se relacionam também com as ideias de política patrimonial no Brasil. Este esforço é empreendido através da apresentação de três exposições de artes na cidade em que os diversos entendimentos sobre a ideia de arte se colocavam, no mesmo ano em que o primeiro mural foi contratado por um agente do estado para ocupar um prédio público e nas ações e relações subsequentes que implantaram um vasto conjunto de obras em paralelo com a trajetória de três artista que dominaram essa produção da arte pública no Recife. Concomitantemente às suas articulações com o poder, o estado e frações de elites locais, buscando analisar algumas de suas obras, e destacando seus elementos intrínsecos e extrínsecos.

     

     

Thèses
1
  • VIRGÍLIO DE ALMEIDA BOMFIM NETO GDOWSKI
  • Entre humanos e plantas: revitalização cultural indígena na Amazônia ayahuasqueira.

  • Leader : EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • JEREMY DETURCHE
  • LÍGIA DUQUE PLATERO
  • EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • FABIANA MAIZZA
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • Data: 30 janv. 2023


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  • Entre humanos e plantas: revitalização cultural indígena na Amazônia ayahuasqueira
    Resumo

    Tendo como ponto de partida as dinâmicas interétnicas e a “revitalização” do xamanismo
    Noke Koi e Yawanawa, esta pesquisa busca esclarecer as relações humanos e plantas na Amazônia
    contemporânea.Oexameantropológicodaredescoberta,buscaesignificadoscorrentesque
    circundam as plantas nos auxiliará na demarcação da dialética semântica que ocorre nas alianças
    entreindígenasecidadãoscosmopolitas,mediadasemespecial,masnãounicamente,pela
    ayahuasca. Retraçamos a origem dos usos de “enteógenos” bem como dos conceitos chaves que
    conformaram o atual entendimento científico e cultural globalizado sobre as plantas dessa natureza,
    criandoassimofundamentoreflexivosobreoqualdesenvolvemosapesquisaetnográfica.
    Focalizando nos estudos etnológicos das Terras Baixas da América do Sul destacamos a magnitude
    simbólica da ayahuasca e outras poções, nas ontologias e nas práxis xamânicas, sua eficácia na
    mediação das relações entre alteridades que integram o cosmos, a ancestralidade e o cotidiano dos
    povos mencionados. Após a elucidação do papel das plantas na sociabilidade de ambas etnias,
    descrevo a história e os aspectos sociológicos do movimento de “fortalecimento cultural” a partir do
    xamanismo. Ayahuasca,tabaco e suas ritualísticas são facilitadores desses encontros e alianças,
    caracterizadospelacontínuaemergênciadeagregadossimbólicosquedelineiamoespaço
    discursivo mutuamente inteligível.O percurso etnográfico, bem como a elaboração sociohistórica e
    antropológica, contribuem para tornar evidente o papel das plantas como agentes proeminentes do
    dinamismo étnico identitário e cultural, de onde surge o presente elo com segmentos das sociedades
    ocidentais, união pela qualhumanos e plantas entrelaçam os nós da emaranhada rede entre a floresta
    e o mundo.


2
  • ANGELITA MARIA ROCHA FERRARI DA COSTA
  • Sob o calor das casacas e dos vestidos bordados: a formação das elites brasileiras no século XIX

  • Leader : ALEX GIULIANO VAILATI
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANA MARIA TAVARES CAVALCANTI
  • MARALIZ DE CASTRO VIEIRA CHRISTO
  • ROSANE CARMANINI FERRAZ
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • LUIZ EDUARDO PINHEIRO SARMENTO
  • Data: 21 mars 2023


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  • Este trabalho consiste em um estudo antropológico-histórico sobre a formação das elites, no Brasil do século XIX e a sua influência para a sociedade do País. Os oitocentos foi um período com significativas mudanças políticas e sociais para a colônia brasileira, por conta da vinda da família real e parte da Corte, em 1808. Por meio da análise da literatura que abordou diários dos viajantes europeus, cartas pessoais, jornais da época e coleções museológicas se procurou compreender como as elites recém-chegadas se estruturaram e ditavam aquela sociedade. Nessa tese evidenciamos o caso de duas famílias que tiveram ligação com a formação do Museu Mariano Procópio, que é nosso campo de estudo: os Ferreira Lage, de Minas Gerais e os Machado Coelho, do Rio de Janeiro. O Museu foi o primeiro criado em Minas Gerais, em 1915, por Alfredo Ferreira Lage para abrigar suas coleções e homenagear a memória do pai Mariano Procópio e aberto, definitivamente ao público, em 1921. No seu centenário, em 2021, conta com um acervo 53.000 objetos históricos, com características dos séculos XIX e início do XX e expõe, além do colecionismo de Alfredo, as coleções de um círculo de personalidades das elites, com temáticas ligadas à Família Real Brasileira; à história natural e artes plásticas de origem nacional e estrangeira; armas; indumentária; joias, moedas e medalhas; livros; mobiliário; peças sacras; cristais; louças e porcelanas.  Pelas elites terem se consolidado em vários setores da sociedade, quer seja o político, administrativo, econômico ou cultural, formando grupos que se valeram de uma rede de sociabilidades que possibilitou a união das famílias, quer seja a partir de laços matrimoniais ou por interesses, a visibilidade de suas práticas reunidas em uma instituição iria garantir a manutenção simbólica das suas fortunas e posições de poder.

     

     

3
  • JESSICA CUNHA DE MEDEIROS
  •  

     
  • Leader : RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • VÂNIA FIALHO
  • OLGA MARIA DOS SANTOS MAGANO
  • MERCIA REJANE RANGEL BATISTA
  • Data: 29 mars 2023


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  •  

     
4
  • RUANNA GONÇALVES DA SILVA
  • PARAÍBAS MASCULINAS? PRÁTICAS MUSICAIS E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DE GÊNERO ENTRE AS MULHERES NO FORRÓ

  • Leader : CARLOS SANDRONI
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • CARLOS SANDRONI
  • CLIMERIO DE OLIVEIRA SANTOS
  • DANIELA MARIA FERREIRA
  • HUGO MENEZES NETO
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • Data: 11 août 2023


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  • Esse trabalho tem como objetivo analisar sobre as práticas musicais de mulheres no Forró Pé de Serra, englobando artistas que estão se apresentando no palco e também abordando sobre os trabalhos desenvolvidos nos bastidores por produtoras. A partir de uma abordagem feminista e que se aproxima da ideia de fazer antropológico de forma colaborativa, busca-se entender como é construída a noção de feminino pelas narrativas das interlocutoras, o foco é abstrair como são compostas as suas próprias formas de atuação e performance artística no contexto do Forró. A metodologia adotada consiste na realização de entrevistas seguindo a técnica história de vida e também anotações e interpretações possíveis através da minha inserção a campo, principalmente durante a rotina junto à Associação Cultural Balaio Nordeste, instituição paraibana que trabalha com Forró Pé de Serra. Para desenvolver o argumento acerca das construções de identidade de gênero feminino no Forró, são utilizadas categorias de análise como, por exemplo, corpo, empoderamento, juízo de valor e moralidade.

5
  • PRISCILLA BRAGA BELTRAME
  • "Meu medo era ser obrigada!": uma etnografia do aborto ilegal

  • Leader : MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • SUSANA ROSTAGNOL
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • ROZELI MARIA PORTO
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • Data: 31 août 2023


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  • O objetivo desta tese foi defender que a criminalização do aborto é um entrave para que as mulheres possam ter acesso à plena cidadania e apresentar e analisar algumas causas culturais responsáveis pela manutenção da criminalização e tentativa da retirada dos permissivos legais para a realização do aborto. Olhando para os jogos sérios envolvidos na disputa em torno do aborto, podemos compreender melhor o funcionamento do sistema de gênero, percebendo pontos que precisam ser trabalhados para a redução da desigualdade de gênero e da mortalidade materna associada ao aborto. O foco desta etnografia são as narrativas de mulheres que recorreram ao aborto ilegal residentes no Recife e Região Metropolitana com as quais foi possível conviver ao longo da pesquisa de campo baseada na observação participante, com grupos de conversas e conversas individuais em profundidade. A vivência das mulheres foi contextualizada ao longo da tese com a apresentação e análise de alguns elementos da estrutura social que são importantes para compreender as relações de poder e desigualdade envolvidas nos jogos sérios disputados em torno do aborto. Neste sentido foram apresentados ao longo da tese, movimentos feministas, movimento pró-vida, políticos de extrema direita ligadas a propostas fundamentalistas religiosas, lideranças fundamentalistas de Igrejas cristãs, conselheiros tutelares, profissionais da área da saúde e do direitos e, em especial, para compreendermos melhor a proposta de políticos que representam setores de extrema direita e fundamentalistas religiosos que defendem a criminalização total dos permissivos para a interrupção da gestação. Tendo em vista este objetivo optamos por analisar dois políticos importantes no país, que durante a pesquisa, ocupavam cargos definidores das políticas para as mulheres no âmbito do poder executivo: o presidente Bolsonaro e a sua ministra da Mulher Damares Alves. Os resultados da pesquisa apontam que olhando pelo ponto de vista das mulheres que interromperam ilegalmente à gestação, a criminalização do aborto significa o não acesso aos direitos de cidadania, especificamente do direito civil à autonomia e vida e ao direito social do acesso à saúde. No que diz respeito aos resultados encontrados olhando para a análise da estrutura podemos constatar que uma das bases da manutenção da desigualdade de gênero, associada com outras desigualdades, como classe social e raça\etnia, é o não respeito à diversidade cultural e dentro desta diversidade, à pluralidade de possibilidades de padrões de gênero, dentro do sistema maior de gênero e a tentativa de imposição para a toda a sociedade de ideias e valores que pertencem a um determinado grupo social em específico por meio de políticas que acirram as desigualdades de gênero ao negar acesso aos direitos de cidadania às pessoas e grupos sociais que divergem do que é considerado hegemonicamente adequado. Resultados apontam a importância para a redução da mortalidade materna associada ao aborto da: ampliação dos permissivos legais para a realização do aborto, maior acesso das mulheres à educação sexual e aos métodos contraceptivos, fomento da educação política no sentido do fortalecimento da importância da laicidade do Estado.

     

6
  • AUTA JEANE DA SILVA AZEVEDO
  • MICROPOLÍTICAS FEMINISTAS PERIFÉRICAS: contribuições antropológicas a partir da organização de mulheres negras de Recife/PE.

  • Leader : ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • HUGO MENEZES NETO
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • DENISE FERREIRA DA COSTA CRUZ
  • DENISE MARIA BOTELHO
  • GILSON JOSE RODRIGUES JUNIOR
  • Data: 5 sept. 2023


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  • A proposta desta tese é refletir sobre a influência que a organização de mulheres negras moradoras de periferias urbanas em iniciativas coletivas feministas pode ter na constituição de micropolíticas. Frente ao racismo e ao machismo, as mulheres do Revelar.si – coletivo de fotógrafas do Coque – e do Baque Mulher Recife – movimento de empoderamento feminino - vem constituindo um espaço de amizade e fortalecimento entre as mulheres que possibilita o enfrentamento de questões ligadas a violência de gênero e a desigualdade racial. Na América Latina, as antropólogas feministas vêm desenvolvendo uma tendência crescente de fazer antropologia da própria cultura. Isso tem mostrado como as mulheres conseguem se mover em lugares de fronteira. A perspectiva adotada, tem trazido reflexões teóricas no campo da antropologia, bem como sobre o método etnográfico, uma vez que assumimos seu caráter político. A pesquisa tem revelado resultados interessantes para pensar a potência do feminismo na constituição de micropolíticas de resistência ao machismo e à violência contra as mulheres.

7
  • SANDRO SOARES RAMOS DE FREITAS
  • Entre sonhos e números: a construção da pessoa nas redes de Marketing Multinível”

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • FRANCISCO SA BARRETO DOS SANTOS
  • GENARO CAMBOIM LOPES DE ANDRADE LULA
  • KATIA MEDEIROS DE ARAUJO
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • Data: 12 sept. 2023


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  • A proposta empreendida nesse trabalho visa, fundamentalmente, a compreensão das dinâmicas que envolvem os indivíduos inseridos no contexto das redes de consultores de empresas que adotam o modelo de negócios conhecido como “Marketing de Rede”, “Marketing de Relacionamento” ou “Marketing Multinível” (MMN), a partir do diálogo com algumas abordagens antropológicas, especialmente aquelas que repousam nos  campos dos estudos sobre neoliberalismo e religião. Nossa pesquisa de campo se desenvolveu ao longo de um período de vinte e um meses, iniciando em outubro de 2018 e sendo encerrada em julho de 2020. Apesar de analisar a dinâmica observada nas redes de duas empresas do setor, focalizamos, majoritariamente, nas redes daquela que é, no momento, a empresa de Marketing Multinível de maior destaque no cenário brasileiro, a Hinode. A proposta central do nosso argumento que é demonstrar, por meio do diálogo com os trabalhos no campo da antropologia da religião, a presença de analogias metafóricas entre os fenômenos observados no processo de (re)construção dos indivíduos dentro do contexto do MMN e das comunidades religiosas.

8
  • GABRIEL FERREIRA DE BRITO
  • O NOVO CORONAVÍRUS EM OLINDA: etnografia de uma pandemia mediada por ambientes digitais

  • Leader : MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • ANDRE LUIZ MARTINS LEMOS
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MONICA LOURDES FRANCH GUTIERREZ
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • Data: 15 sept. 2023


  • Afficher le Résumé
  • Este capítulo buscou complementar a análise do capítulo anterior, sobre como as pessoas lidam com a pandemia por meio de mídias digitais. Foram, até agora, analisadas quatro diferentes formas de lidar com a pandemia. E duas formas de lidar com o tratamento da Covid-19. Na prevenção, é possível seguir as [REF], com medicamentos
    (tendo eles eficácia comprovada por esse modo ou não); ou com hábitos [HAB] que cruzam práticas psíquicas [MET] e com diferentes espiritualidades [ANI]. Para responder a questão inicial, se tratava-se de melhor definir as práticas nativas como [MET] ou [ANI], a resposta é com ambas. Por outro lado, foi identificado que no hiato da substituição do uso de medicamentos do modo [REF] para o cruzamento do [HAB] com [MET] e [ANI], os efeitos placebo desaparecem. As preposições [PRE] que o substituem, já que a informação sobre os placebo desaparecem no compartilhamento de mídias sociais e na experiência individual de tratamento, estão relacioandas a prestar atenção [HAB], fazer passar,instalar, proteger [MET], assombrar e afetar [ANI].

9
  • JAFFIA ALVES DE MELLO
  • “FEMINISMO É REVOLUÇÃO!”: Coletivos Feministas e suas Práticas Políticas

  • Leader : LADY SELMA FERREIRA ALBERNAZ
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • FABIANA MAIZZA
  • LADY SELMA FERREIRA ALBERNAZ
  • LUIS FELIPE RIOS DO NASCIMENTO
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • RAISSA BARBOSA ARAUJO
  • Data: 27 sept. 2023


  • Afficher le Résumé
  • A presente tese tem como objetivo compreender a atuação política dos coletivos feministas em Recife, a partir de suas formas de organização, dos ideários que defendem e das redes de relações que percorrem no campo feminista. Os coletivos feministas são formados em sua maioria por mulheres jovens advindas da academia o que constrói uma relação intercambiável entre a militância e as teorias feministas. Ademais, o contexto histórico e político decorrente da eleição do Presidente Jair Bolsonaro e da pandemia do Covid 19 refletirá na atuação destes coletivos levando-os a reformula suas estratégias de militância.

10
  • MARIA DA PENHA DA SILVA
  • PROTAGONISMOS INDÍGENAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR NOS INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM PERNAMBUCO – IFPE e IF-SERTÃO/PE

  • Leader : VÂNIA FIALHO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • RAIMUNDO NONATO FERREIRA DO NASCIMENTO
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • RITA GOMES DO NASCIMENTO
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 7 déc. 2023


  • Afficher le Résumé
  • O tema “Indígenas na Educação Superior” como interesse da Antropologia tem se avolumado no século XXI em grande parte dos países da América Latina. Numa perspectiva ampliada, vimos que esse fenômeno está associado às mudanças políticas que ocorreram nesse continente nas últimas décadas do século passado, impulsionadas pelas políticas globais rumo à erradicação da pobreza no mundo. Com ênfase na defesa da universalização da educação como um fator preponderante do desenvolvimento humano. Na esteira dessas mudanças surgiram grandes mobilizações sociais de grupos historicamente silenciados e invisibilizados a exemplo da população negra e indígena, as quais participaram ativamente na formulação de novas legislações que garantiram direitos fundamentais. De fato, a efetivação de parte desses direitos depende do acesso à formação no âmbito da Educação Superior, seja nas áreas de Saúde, Direito, Ciências da Natureza, e Educação. No Brasil, a produção de pesquisas antropológicas sobre o citado tema tem seguido esse fluxo. Por vezes fomentando o diálogo entre a Antropologia e a Educação. A presente tese se insere nesse contexto, cujo objetivo é compreender a atuação política dos(as) discentes indígenas na Educação Superior nos Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE e IFSertãoPE. Com esse propósito problematizamos as motivações e as formas de protagonismos políticos do público discente indígena naquelas instituições, as quais nos levaram a duas situações suscetíveis de análises: a atuação política no movimento estudantil; a produção acadêmica de cunho político. Para tanto, empreendemos uma pesquisa etnográfica colaborativa duplamente reflexiva, a qual nos levou à seguinte conclusão: a primeira situação foi motivada pelo desejo de obter visibilidade e reconhecimento como sujeitos coletivos de direito, no enfrentamento do racismo estrutural, e acesso às políticas públicas específicas; a segunda, motivada pela necessidade de estabelecer conexões entre os conhecimentos acadêmicos e os “conhecimentos tradicionais”. Em ambas situações encontramos três formas de protagonismos: “protagonismo transitório”, “protagonismo cíclico” e o “protagonismo compartilhado”. A primeira se caracteriza pela condição estudantil que é transitória; a segunda se caracteriza pela iniciação de novos estudantes no movimento para ocupar o lugar daqueles que estão concluindo seus cursos; a terceira, se caracteriza pela parceria com agentes não indígenas. A esse respeito se assemelha à forma de articulação do movimento indígena como um todo, uma vez que no caso do presente estudo observa-se que os(as) discentes indígenas que obtiveram projeção no movimento estudantil ou na produção acadêmica são oriundos das escolas indígenas ou são parentes de lideranças tradicionais, e por sua vez atuam em coletivos que constituem a pluralidade do movimento indígena local e nacional. O movimento estudantil indígena, em si, é um dos segmentos do movimento de juventude indígena, respondendo aos anseios específicos dessa geração, e também de interesse do movimento indígena mais amplo, a exemplo de formar profissionais para atender demandas coletivas nos territórios.

     

     

     

2022
Thèses
1
  • ANA KATARINA DE BRITO
  • Cuidado e humanização: a palhaçoterapia na formação dos estudantes de saúde da UFPE

  • Leader : RUSSELL PARRY SCOTT
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • MARCIA REIS LONGHI
  • Data: 18 févr. 2022


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  • O presente estudo busca compreender a formação de enfermeiros(as) e médicos(as) pela Universidade Federal de Pernambuco, no que tange ao cuidado e a humanização das práticas de saúde e os impactos da palhaçoterapia nesse processo, a partir das narrativas de estudantes e egressos desses dois cursos e que integraram o projeto de extensão universitária PERTO (Projeto de Encontro e Riso Terapêuticos). Para isso, foi analisada a lógica que norteia o campo da saúde, bem como a elaboração e implantação, avanços e desafios, do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste trabalho, portanto, valorizamos as interpretações dos alunos e recém-profissionais a respeito de categorias como humanização e cuidado, assim como referente as suas formações sobre esses aspectos. Os dados coletados nesta pesquisa demonstram uma série de dificuldades para se atingir a produção de saúde integral, sejam enfrentadas nos serviços de saúde ou nos ambientes de educação. Isso se apresenta por diversos fatores, como a fragmentação do corpo e valorização da doença, imperativos do paradigma biomédico; posições desiguais entre os profissionais e desses com os usuários; desvalorização das ciências humanas e sociais nas elaborações sobre saúde, dentre outras questões. Desse modo, esta dissertação pode contribuir para uma discussão ampliada das políticas públicas em saúde, como também sobre os currículos dos profissionais da área.

2
  • THIAGO HENRIQUE DE ALMEIDA CARVALHO
  • UMA ETNOGRAFIA DA HOMONORMATIVIDADE E EXPRESSÕES GAYS NOS ESPAÇOS DE SOCIABILIDADES LGBTQIA+ NO RECIFE.

  • Leader : LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • PAULO MARCONDES FERREIRA SOARES
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • Data: 25 mars 2022


  • Afficher le Résumé
  • Esta dissertação tem por objetivo compreender como as expressões gays, tais como performadas, agem e reagem à homonormatividade, em espaços de sociabilidades LGBT’s (Av. Manoel Borba, Bar do Céu, Club Metrópole) do Recife, os quais são reconhecidamente palcos que possibilitam a experimentação pública da homossexualidade. Essa experimentação, segundo pessoas gays, surge com mais ou menos injunções normativas de dentro dessa comunidade, o que tem consequências importantes para sua organização política em termos de coletivo. Para contemplar este objetivo, após uma apresentação metodológica da minha entrada etnográfica nestes espaços de sociabilidades, destaco em um primeiro momento como a homossexualidade foi inventada através da teoria consagrada, assim como dos respaldos dessa invenção na sociedade civil ocidental(izada), enaltecendo como os estudos queer podem mitigar os efeitos hegemônicos dessa invenção, caracterizada por uma heteronormatividade modern(ist)a. Em um segundo momento, foco na análise das elaborações de si em expressões gays consagradas na comunidade LGBTQIA+, designadas como “barbies”, “ursos” e “pocs”, de forma a entender como são diversamente obedecidas, ressignificadas, transgredidas, alteradas e negadas, via a análise das interações performáticas de homens gays usuários destes espaços. A partir de orientações metodológicas da análise da performance na Antropologia, tal análise me permite, num terceiro tempo, distinguir formas de (des)identificações, reconhecimentos e contradições em relação à construção dessas supostas identidades e cultura gays, explorando os aspectos de encorporação dessa cultura, as formas de ser-no-mundo e da regulação física e social da beleza nessa comunidade. Este estudo contribui dessa forma a localizar o conhecimento das culturas gays no Recife, assim como a confirmar a potência da crítica queer para entender e, por que não, contrariar as influências da Modernidade no seio da comunidade LGBTQIA+.

3
  • ELIAS MANOEL DA SILVA
  • Territorialização e Narrativas Étnicas - Desvelando a Identidade Tuxi
    do Submédio Rio São Francisco, PE.

  • Leader : RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • TONICO BENITES
  • EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • Data: 4 avr. 2022


  • Afficher le Résumé
  • Esta dissertação apresenta a pesquisa que  objetivou analisar o
    processo de desvelamento da identidade étnica dos Tuxi do submédio rio
    São Francisco. O Conceito utilizando para o desenvolvimento da
    pesquisa foi o  de etnogênese, uma vez que ele foi capaz de produzir
    as condições  necessárias e conceituais para uma análise sobre a
    formação desta  nação indígena que se afirmam como índios“tapuias
    Procás e  Brancararus" habitantes da Ilha da Várzea desde os tempos
    dos  missionários cristãos – século XVII - quando atuavam na região do
     Submédio São Francisco. Com esta afirmativa os Tuxi reivindicam a
    demarcação da terra e consequentemente o reconhecimentoétnico. No
    âmbito do poder estatal,seguem determinados com o projeto, apoiados
    pela rede de relações interétnicas das nações“irmãs”, que, por
    conseguinte, os reconhecem e legitimam como parentes e do mesmo tronco
     ancestral. A sua formação compreende indivíduos de várias etnias
    inter-relacionadas entre si e, co-habitação  com descendentes
    afro-brasileiros. Atualmente,  aguardam com muita apreensão o
    resultado do julgamento sobre o projeto  anti demarcação ou a tese do
    marco temporal, proporcionado um drama  social, no interior da etnia,
    que aumenta a cada tempo que passa,  quando se pensa sobre mais um
    megaprojeto na região – a implantação de  uma usina nuclear.

4
  • JAIRO HELY SILVA
  • ONZE NEGRAS: “EU VEJO QUE OS HOMENS, MESMO ELES SENDO UM NEGRO QUILOMBOLA, ELE NÃO TEM UMA ATITUDE QUE NEM UMA MULHER TEM”: As relações entre gênero e o reconhecimento em uma comunidade quilombola no Cabo de Santo Agostinho/PE

  • Leader : MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANDREA LORENA BUTTO ZARZAR
  • FABIANA MAIZZA
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • Data: 11 mai 2022


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  • Esta pesquisa analisará as relações entre gênero e o reconhecimento quilombola na comunidade Onze Negras, localizada no município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, capital do estado de Pernambuco. Em pesquisa anterior (2017), um olhar direcionado ao reconhecimento cotidiano e dinâmico do grupo sugeriu que a comunidade é marcada pelas questões de gênero, que exercem importantes influências no seu reconhecimento étnico. Reconhecimento quilombola e gênero têm se constituído como relevantes enfoques nas análises antropológicas, evidenciando complexos fenômenos socioculturais que podem ser problematizados a partir de análises que consideram as conexões entre essas duas temáticas. Nesse sentido, buscamos estabelecer diálogos entre estes dois pontos, refletindo sobre as suas relações a partir de Onze Negras, comunidade quilombola marcada pela forte atuação das mulheres que operam como “agentes do reconhecimento quilombola”, tencionando o reconhecimento étnico na sua comunidade. Foram utilizados três instrumentos de coleta, dialogando em uma triangulação antropológica: análise documental, observações pontuais online e; a realização de entrevistas semiestruturadas via WhatsApp. O trabalho de campo foi impactado pelas consequências e implicações da pandemia de Covid-19, exigindo adequações metodológicas impostas pelo fechamento dos territórios quilombolas e indígenas no Brasil, bem como pelas implicações do distanciamento social compulsório, entendido como medida de prevenção/proteção contra a disseminação do Coronavírus junto aqueles grupos. Na pesquisa, percebemos que as mulheres influenciam efetivamente no reconhecimento quilombola, liderando as mobilizações do grupo e dialogando com a construção de uma sujeita histórica e coletiva que aqui denominamos de “mulher quilombola”. Naquela comunidade as agentes do reconhecimento interferem direta e ativamente no cotidiano local direcionando, via reconhecimento quilombola, as políticas públicas étnicas; a defesa do território e; as próprias questões simbólicas que dialogam com a afirmação da identidade quilombola.


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  • FRANCKEL MOREAU
  • O brega funk como estratégia identitária e de resistência dos jovens da periferia recifense

  • Leader : LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • GILSON JOSE RODRIGUES JUNIOR
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • OUSSAMA NAOUAR
  • Data: 27 mai 2022


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  • Essa dissertação visa uma contribuição a etnografia do brega funk nas periferias da Região Metropolitana do Recife/Pernambuco, focando o fenômeno pela sua apropriação em termos de resistência e identidade. Interessa a relação compartilhada entre os jovens da periferia e essa cultura performativa (musical, coreográfica, estilística, e discursiva), a qual carrega, pela sua localização, marcadores coloniais (sociais, econômicos e raciais) históricos, constantemente criticados. O grupo Magnatas do Passinho S.A., do bairro de Santo Amaro, foi um interlocutor importante na pesquisa pelo seu empenho em fortalecer o movimento e pela representatividade que suscita entre a juventude e diversos públicos. Par eles, pelo brega funk, "o povo da favela está reivindicando seus espaços", deixando a entender que a localização urbana dessa cultura é precisamente o vetor de emancipação dos numerosos estigmas que qualificam a periferia. Para contemplar estes eixos problemáticos, usou-se o método etnográfico com observação participante direta, entrevistas, e analise de documentos acessíveis na internet, não somente por que a pesquisa de campo coincidiu com a suspensão dos shows e os interditos de aglomeração na cidade, mas também por ser um poderoso instrumento de divulgação, reprodução, e de consumo dessa cultura. Numa primeira parte, após expor os métodos e técnicas da pesquisa de campo, discuto a historiografia do brega funk na literatura especializada, me interessando às suas influências culturais locais, nacionais, e globais. Em segundo lugar, à luz da perspectiva decolonial e da sociologia da musica inscrita numa perspectiva pós-moderna, discuto as relações dos bregueiros com as  categorizações raciais, sociais, e de subalternidade associadas à periferia, para a construção do seu próprio discurso identitário e localização sociocultural. Enfim, discuto as estratégias discursivas e performáticas que usam para afirmar sua identidade, sua criatividade, e potencializar a sua (re)apropriaçao de forma a entender como o brega funk consegue ressocializar a periferia entre coletivos socioculturais heterógenos ao mesmo tempo em que a relocalizam.

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  • LUAN HENRIQUE DA SILVA ARRUDA
  • “Vamos tratar de um assunto sério, de forma não emocional”: Deslocamentos compulsórios e sofrimento nas Comunidades Quilombolas de Itacuruba – PE. 

  • Leader : VÂNIA FIALHO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • CARMEN LUCIA SILVA LIMA
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 30 mai 2022


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  • Ainda que a Constituição de 88 tenha representado significativas mudanças em relação ao reconhecimento de direitos aos sujeitos coletivos, principalmente para os povos e comunidades tradicionais, a relação entre políticas públicas consorciadas com agentes do capital privado vem trazendo consequências maléficas para tais sujeitos, respaldado no argumento desenvolvimento sustentável. Foi percebido que o Sertão pernambucano, especialmente o Sertão de Itaparica, uma microrregião composta por sete municípios (Belém de São Francisco; Carnaubeira da Penha; Floresta; Itacuruba; Jatobá; Petrolândia; Tacaratu) e com população estimada de 134.212, IBGE (2010) vem sofrendo com o assédio e a construção de obras de grande porte, como a usina hidroelétrica de Itaparica, transposição do rio São Francisco e a Ferrovia Transnordestina. Outro exemplo pode ser observado no Plano Nacional de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, que pretende até 2030 construir usinas nucleares no Nordeste, uma delas na cidade de Itacuruba. Este trabalho tem como objetivo realizar uma leitura antropológica sobre o sofrimento das comunidades quilombolas de Itacuruba impactadas por uma agenda de empreendimentos locais. Neste sentido, utilizo como base a antropologia das emoções, que tem como objeto analítico a emoção, a partir de diferentes abordagens. Nesta dissertação busquei pensar através de uma perspectiva diacrônica (historicista) e “contextualista”. Partido também de experiências e contatos com a temática anteriores à pesquisa, onde me questionei sobre como a cidade era vinculada na grande mídia: “a cidade dos depressivos”, e tendo como diagnostico o alto índice de suicídio, sendo um dos maiores do Brasil, além de outros problemas de saúde mental. 

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  • ÁLVARO PRADO AGUIAR TAVARES
  • Precariedade em movimento: Por uma abordagem antropológica da uberização

  • Leader : ALEX GIULIANO VAILATI
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARIA RAQUEL PASSOS LIMA
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • Data: 27 juil. 2022


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  • Foi em um contexto de ofensiva neoliberal, corte de gastos sociais e contrarreformas que precarizaram ainda mais as condições de labor da classe trabalhadora brasileira, que uma nova forma de mobilidade urbana foi introduzida no Brasil: serviços de corrida compartilhada, baseados em GPS. A primeira delas foi a Uber, lançada no Brasil em maio de 2014. A possibilidade de inscrição a esta empresa ante uma conjuntura de precarização do
    trabalho, implica em alterações nos modelos de significação da vida cotidiana a nível local, principalmente nos modelos de percepção do trabalho. Nesse sentido, os motoristas de Uber têm formas singulares de articular, organizar e construir significativamente suas formas de trabalho que agora são mediadas por uma determinada maneira de se relacionar com os aplicativos de corrida e com a geografia urbana das grandes cidades brasileiras. Nesta dissertação, através de experiencias etnográficas com motoristas e passageiros que circulam pela região metropolitana de Recife, trago um esforço para compreender quais são as infraestruturas, racionalidades sociais e alianças políticas que permeiam a contraditória relação dos motoristas com esses aplicativos, além de mostrar possíveis caminhos etnográficos através dos quais antropólogas/os podem seguir para serem capazes de se
    relacionar com trabalhadores/as que dificilmente tem tempo para se dedicar a um pesquisador. Portanto, com uma rotina extenuante que pode chegar até 18 horas de circulação diária, esses interlocutores/motoristas exigem de nós um permanente esforço de pensarmos nossas metodologias criativamente (bem como suas potenciais consequências teóricas), se quisermos nos integrar nos variados espaços em que eles se fazem presentes, sejam estes espaços materiais ou virtuais. Aqui, prática etnográfica precária é o termo que sintetiza como a precariedade do trabalho dos motoristas engendra também específicas formas de flexibilidade por parte dos antropólogos/as, que precisa estar permanentemente atento aos horários (sempre imprevisíveis) a que estes motoristas estão dispostos a compartilhar a singularidade de suas rotinas. Por fim, através de uma contraditória proposta de pesquisa colaborativa que fiz com um desses interlocutores, forneço alguns questionamentos para os pesquisadores que desejam construir uma antropologia engajada com um grupo de trabalhadores que parecem não precisar da ajuda de um “bondoso antropólogo”.

     

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  • LUIS PAULO SANTANA DA SILVA SANTOS
  • Entre choques, apagamentos e irrupções: o caso da região de Suape e do Quilombo Ilha de Mercês

  • Leader : VÂNIA FIALHO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • HENYO TRINDADE BARRETTO FILHO
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 23 août 2022


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  • A presente dissertação tem como objetivo apresentar a dinâmica de esmagamentos, apagamentos e invisibilidade promovido pela territorialidade do Complexo de Suape sobre a específica territorialidade do Quilombo Ilha de Mercês. Para isso, primeiramente é realizada uma exposição histórica do desenvolvimento da constituição do que denomino por elementos e espaços hegemônicos. Em seguida, com a finalidade de contrapor e evidenciar o processo de entrelaçamento daqueles elementos descritos com outros antagônicos que igualmente se efetua um levantamento histórico do desenvolvimento do processo de concepção dos componentes denominados como não hegemônicos até o momento de irrupção do empreendimento portuário. Posteriormente, é realizada a descrição e análise da atual lógica territorial que se faz hoje preponderante na região, isto é, do Complexo Portuário de Suape. Destarte, após se chegar à apresentação e compreensão do constitutivo e intrincado enredo atual na região de Suape, é efetuado a exposição de uma das comunidades que se encontra em processo de desterritorialização e luta contra o grande projeto de desenvolvimento pela conservação de seu estilo de vida: o Quilombo Ilha de Mercês. Para tal, a metodologia desta pesquisa se constituiu de acompanhamentos e visitas à comunidade quilombola Ilha de Mercês, hoje englobada e localizada dentro do empreendimento portuário, em Ipojuca/Pernambuco, assim como pela análise de arquivos e documentos oficiais. Ademais, exames das abundantes teses e dissertações nas áreas da história, geografia, antropologia, serviço social, dentre outras sobre a região da zona da mata do nordeste brasileiro no século XIX e XX, como também de obras clássicas que documentam mais especificamente a região de Suape e da zona da mata sul de Pernambuco foi igualmente realizado. Isto posto, o presente trabalho buscou mostrar a existência de uma precedente heterogeneidade constitutiva de ocupações e territorialidades na região que compreendemos por Suape e, consequentemente, evidenciar e apontar para a gravidade das violações que vem ocorrendo na localidade, isto é, da subjugação e transformação de uma gama de territórios e territorialidades não hegemônicas a uma hiper lógica territorial em prol da soberania do Estado e do mercado econômico, utilizando para isso do caso mais específico do Quilombo Ilha de Mercês, uma das comunidades em conflito mais intenso com empreendimento portuário.

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  • DANIEL BERNARDO ROCHA GUIMARAES DE SOUZA
  • A MATERIALIZAÇÃO DO ENCANTAMENTO: TECNOLOGIAS DE CONSTRUÇÃO DO POVO INDÍGENA XUKURU DO ORORUBÁ

  • Leader : EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • FABIO MURA
  • EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • Data: 6 sept. 2022


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  • Esta dissertação teve por objetivo geral desenvolver um registro etnográfico sobre as Tecnologias de Construção do Povo Indígena Xukuru do Ororubá. Possuindo como objetivos específicos: 1- Realizar uma breve apresentação do contexto histórico do povo indígena Xukuru do Ororubá; 2 - Descrever algumas características relevantes da cosmologia e a “visão de mundo” dos Xukuru; 3 - Identificar e descrever as tecnologias indígenas de construção. Esta pesquisa utilizou o método etnográfico. Inicialmente foi realizada uma pesquisa histórica sobre o povo, seguido por um estudo sobre a cosmologia e a visão de mundo dos Xukuru do Ororubá e ao final foi produzido um relato etnográfico com a identificação das tecnologias de construção e a descrição do desenrolar e dos gestos de construção, realizados pelos “mestres do saber fazer” do Povo Indígena Xukuru do Ororubá. Os dados foram analisados a partir das noções de revitalização e recriação cultural e de tecnologia. A pesquisa histórica indicou que o Povo Indígena Xukuru do Ororubá sofreu um longo processo de proibição de expressar sua identidade indígena e a expulsão de seu território, o que causou mudanças e apagamentos socioculturais. A revitalização só pode ser realmente reelaborada a partir da retomada do território entre os anos de 1990 e 2005, provocando um processo de revitalização cultural a partir da indigenização de suas práticas. Atualmente tal processo faz parte do “Projeto de Vida Xukuru do Ororubá”, expresso pela “Cultura do Encantamento”. Nos últimos anos houve uma busca pela rememoração e “recriação” de suas tecnologias de construção, a qual é descrita nesta dissertação. Durante a pesquisa de campo, um “encantado” desceu em terra e pediu para que fosse realizada uma construção com as técnicas de “taipa com pedra” e cobertura em “palha barro palha”, as quais inicialmente acreditava-se que haviam sido “apagadas”. Porém, durante a pesquisa foi identificado que as técnicas estavam presentes no território, mas pouco visíveis, havendo uma permanência de “longa duração”, sendo transmitidas e executadas. A partir deste levantamento, foram projetados e construídos o “Peji de Barro” e o “Xeker Jeti” (Casa da Cura). Ambas executadas com as técnicas levantadas na pesquisa e a partir de um sistema mutirões pelos próprios indígenas e utilizando materiais presentes no território. Nos resultados são descritos os gestos de construção utilizados nessas obras. Concluímos que as construções do “Peji de Barro” e do “Xeker Jeti” têm como principal objetivo simbólico a materialização da Cosmologia do Povo Xukuru que é expressa em sua cultura indígena nomeada de “Cultura do Encantamento”. As construções foram criadas como espaços para praticar a sua “cultura indígena”. O “Peji de Barro” é um pequeno altar para realizar oferendas aos encantados e o “Xeker Jeti” tem como objetivo  abrigar o ritual do toré e práticas de cura indígenas.

     

     

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  • BRUNO DE GOIS FIGUEIRÊDO
  • É morrendo que se vive: etnografia de um grupo espírita caruaruense

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • GENARO CAMBOIM LOPES DE ANDRADE LULA
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • Data: 8 sept. 2022


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  • Esta dissertação tem por objeto de pesquisa o Grupo de Estudos Espírita Francisco de Assis (GEEFA), uma pequena casa espírita da cidade de Caruaru, interior de Pernambuco. Diante das relações interpessoais estabelecidas no grupo, essa pesquisa tem o objetivo de contribuir para a produção antropológica sobre o espiritismo e os grupos espíritas, considerando a reflexão a respeito dos processos de conflitos que ocorrem no local analisado, antes e após a sua fundação. Também é do nosso interesse compreender e descrever a escolha e o processo de alçada das lideranças da casa, interpretar a razão dela continuar em operação e analisar as práticas adotadas pelos seus integrantes durante nossa estadia no campo. Para que isso aconteça, a abordagem pensada se dá por meio da apresentação do GEEFA a partir dos seus membros, permitindo a elaboração de um quadro de ideias sobre suas histórias e perspectivas – sobre o grupo ao qual aderiram e os papéis desempenhados por eles. Assim, voltamos nosso olhar para antagonismos que se apresentam na casa e como os próprios membros do local manuseiam categorias comuns à cosmologia espírita, como o estudo da doutrina, a aplicação dos passes e a prática da mediunidade, para conquistarem posições de destaque na estrutura do lugar. É sabido que o movimento espírita, desde a sua formação, se viu envolto em disputas que semearam tensões entres os seus adeptos. Isso acontece, porém, em um panorama mais amplo em comparação com um local de dimensões reduzidas como o GEEFA. Há margem, então, para levantar a problemática sobre a possibilidade de uma casa espírita de pequeno porte ser palco de processos de dramas sociais. Partimos da hipótese de que a liderança da casa é, ao mesmo tempo, a mola propulsora que garante o funcionamento do grupo e a grande responsável por provocar rupturas entre seus membros. Para pôr à prova esse pensamento, fazemos uso do método etnográfico e de entrevistas semi-estruturadas, feitas no formato online, devido à pandemia da COVID-19, para a coleta e análise dos dados reunidos.

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  • BRUNO CORREIA LEITE CESAR
  • CORPO MANTRA: A EXPRESSÃO PRÁTICA DA MUSICALIDADE HARE KRISHNA

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARIA ACSELRAD
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • SANDRO GUIMARAES DE SALLES
  • Data: 9 sept. 2022


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  • Esta pesquisa propõe analisar a forma que a música produz comportamentos corporais entre os devotos do movimento Hare Krishna residentes do templo mais antigo de Pernambuco, a Ecovila Vraja Dhama, fundado em 1985, Caruaru. Descrevendo e compreendendo este tema por meio da etnografia, entrevistas e registros fotográficos, investigamos essa musicalidade utilizando analiticamente a categoria de “música” e “corpo” para explicar a organização do canto de mantras, apresentada diariamente pelos praticantes em performances religiosas, no modo de tocar instrumentos, nas danças e posturas em suas cerimônias. Com isso, esta dissertação argumenta que a música se desenvolve práticas corporais por meio de categorias nativas como sadhana bhakti (prática da devoção constante) kirtana e bhajana, modalidades de canto que despertam maior pureza para os praticantes, assim, a música dos mantras dentro e fora dos rituais, organiza o corpo, o espaço e a sociedade.   

     

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  • FRANCISCA JUSCIZETE QUEIROZ DE LIMA
  • Reflexões sobre a cultura afro-brasileira no Museu da Abolição (Recife-PE)

  • Leader : HUGO MENEZES NETO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • HUGO MENEZES NETO
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • LUZIA GOMES FERREIRA
  • Data: 30 sept. 2022


  • Afficher le Résumé
  • Esta dissertação trata-se de uma pesquisa sobre a musealização da cultura afro-brasileira a partir do estudo de caso do Museu da Abolição, localizado em Recife-PE, instituição federal dedicada à referida cultura e às relações raciais no Brasil. Observei e analisei a história recente do Museu e algumas ações, exposições e outras atividades, à luz das ideias de autoras e autores negras e negros, como Lélia Gonzáles, Abdias do Nascimento, Grada Kilomba, Sidnei Nogueira, Djamila Ribeiro e Sílvio Almeida. A dissertação se fundamenta no diálogo entre a Antropologia e da Museologia, explorando noções como  curadoria, musealização, expografia em confronto com as de lugar de fala, racismo estrutural, intolerância religiosa, empoderamento e branquitude, relação explorada por intelectuais do campo museológico tais quais Joana Flores, Joseania Freitas, Nutyelle Oliveira, Felipe Ribeiro, Jislaine dos Santos e Igor Simões. A etnografia, realizada por meio da observação (presencial e das redes sociais) e de entrevistas semiestruturadas (com técnicos e técnicas do espaço), se fundamenta numa perspectiva da descolonização do espaço museal, pensando os limites e as potências de um equipamento federal enquanto museu participativo e ativista.

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  • LIZET RIVERA GONZÁLEZ
  •  “O Natural é de graça: Reflexões sobre a maternidade altruísta na gestação de substituição (Barriga de aluguel) na Cidade de México, México”.

  • Leader : FABIANA MAIZZA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARÍA EUGENIA OLAVARRÍA PATIÑO
  • FABIANA MAIZZA
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • Data: 30 sept. 2022


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  • Na concepção cultural ocidental, o parentesco é definido como a relação real, seja de sangue ou de nascimento, reconhecida por meio da relação sexual que assume uma noção de bilateralidade complementar na contribuição igualitária do pai e da mãe na configuração genética de um novo ser, e que, por seus profundos efeitos, é inalterável qualquer que seja a situação jurídica entre eles. (Schneider, 1980; pp. 24). No entanto, o desenvolvimento e aprimoramento das Técnicas de Reprodução Assistida nos mostraram que o que funcionava no abstrato não funcionaria necessariamente no concreto, principalmente quando se começa a olhar para as construções envolvidas na encarnação/personificação dos dons genéticos, a diferença entre corpos -masculinos e femininos- e os papéis determinados para a função reprodutiva (Strathern; 1991, pp.27), transformando-a em interesse próprio para a reflexão sobre as relações sociais, sexualidade, reprodução, percepções do corpo e o desenvolvimento da continuidade genética , e a persistência de certos símbolos como estratégia retórica para adaptar conceitos antigos como biologia, natureza, gênero e maternidade dentro dessas tecnologias. Sem dúvida, a barriga de aluguel ocupa um lugar de destaque entre os debates em torno das novas tecnologias reprodutivas, pois não apenas despojou a biologia de seu caráter simbólico na construção do parentesco, questionando-a como fundamento "natural" da dinâmica inerente ao que tradicionalmente se concebe como um continuum entre a relação sexual, a gravidez e o parto; mas também estabelecendo referências avaliadas em termos de um código de reciprocidade dentro de uma dinâmica de mercado que compara; não só a ação -gestação para outros-, ou as corporações abstratas (óvulo, esperma ou útero), mas também as ideias que reforçam as relações sociais esperadas entre homens e mulheres (Strathern, 1991; pp.33-36) operando em um esforço discursivo para que a maternidade se estabeleça nas tecnociências como guardiã do ideal, demonstrando que a procriação -mesmo em laboratório- é um fato natural. Assim, do ponto de vista euro-americano (e modernista), enquanto os objetivos sociais permanecerem estáveis, como na promoção do núcleo familiar, inovação tecnológica não significa inovação social, pelo contrário, os novos procedimentos podem cumprir velhos objetivos, de modo que será necessário nos perguntarmos o que está por trás de conceitos como biologia, natureza, maternidade e altruísmo na gestação de substituição e principalmente, o que realmente queremos dizer com isso?


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  • DAVID JOSE PEREIRA GONZAGA
  • A crítica da religião como tática de permanência: um estudo etnográfico da presença de gays e lésbicas na Igreja Mórmon

  • Leader : ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • HUGO MENEZES NETO
  • BRUNO REINHARDT
  • Data: 30 sept. 2022


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  • A presente pesquisa trata-se de um estudo etnográfico com homens cis gays e mulheres cis lésbicas que professam o pertencimento religioso à igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, comumente conhecida como Igreja Mórmon. A partir de aspectos teóricos e metodológicos, a pesquisa investiga os valores, crenças, políticas institucionais e posicionamentos da igreja no que cerne ao debate da diversidade sexual e de gênero; assim como, se debruça sobre as tensões e conflitos com que homens gays e mulheres lésbicas que se afirmam mórmons se deparam em sua experiência de exercer seu pertencimento ao Santo dos Últimos Dias. O estudo também busca destacar que esses sujeitos não estão inertes, eles passaram a agenciar uma operação crítica em defesa de uma reforma institucional que os incluam e os reconheçam como gays/lésbicas e mórmons. Como parte importante desse estudo, está o acompanhamento de perto das ações do Afirmação, grupo de LGBTs mórmons presente em vários países que visa a dar apoio e acolhimento espiritual, político e institucional às pessoas que, por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero não heteronormativa, vivenciam intensos conflitos pessoais e institucionais pela dicotomia imposta entre sexualidade e religiosidade. Ao acompanhar o grupo, pude conhecer um pouco da sua trajetória institucional, das suas histórias de vida e dos mecanismos por ele adotados para que seus membros permanecessem como membros da igreja. É nesse contexto que esta pesquisa ganha relevância, uma vez que se compromete a entender a crítica desses atores e o modo como ela tem impactado, em algum grau e medida, as políticas e posicionamento da igreja nos últimos anos. Diante disso, a crítica da religião corresponde a um elemento singular e importante na constituição desse sujeito mórmon e gay ou lésbica, uma vez que os impulsiona a tomar a palavra e narrar suas próprias trajetórias, bem como a assumir declaradamente o lugar de mórmons. Eles existem nos bancos da igreja mórmon e muitos deles utilizam da crítica como tática de permanência.

     

     

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  • CAMILLE IZABELLA MARIANA GOMES DA SILVA
  • “VAI, NÊGA! ESSA É A POSIÇÃO DE GOZAR!”: racismo obstétrico nos itinerários terapêuticos de mulheres-mães-negras na Região Metropolitana de Recife.

  • Leader : MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • FABIANA MAIZZA
  • JORGE LUIS LIRA DA SILVA
  • Data: 3 oct. 2022


  • Afficher le Résumé
  • Esta dissertação se propõe a investigar os itinerários terapêuticos de mulheres-mães-negras nas experiências do pré-natal, parto e pós-parto nos serviços de saúde obstétrica ofertados pelos Sistema Único de Saúde na Região Metropolitana de Recife. O racismo obstétrico é um tipo de violência de gênero que se retroalimenta no racismo institucional. O acesso aos direitos reprodutivos pensados a partir da parturição foi uma das primeiras pautas reivindicadas pelo feminismo negro brasileiro, reconhecendo que as mulheres negras descrevem em seus relatos diversas formas de racismo protagonizados por profissionais e serviços da assistência ao parto, à vista disso, reproduzindo estratificações raciais.  Por conseguinte, a pretensão de etnografar mulheres negras surge a partir do reconhecimento da desigualdade racial quanto à saúde pela Organização Mundial de Saúde em 2021 e pela urgência de democratização do acesso à saúde preconizado pela Constituição Brasileira de 1988.

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  • CAMILA MARIA SILVA DE MORAES SANTOS
  • ENCONTROS RADICAIS NA IGREJINHA: Relações Interespecíficas entre humanos e tubarões na praia de Piedade em Pernambuco – Brasil.

  • Leader : ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • FLÁVIO LEONEL ABREU DA SILVEIRA
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • HUGO MENEZES NETO
  • Data: 7 oct. 2022


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  • Popularmente conhecidos como “ataques de tubarão”, os incidentes entre humanos e tubarões em Pernambuco são registrados de forma sistemática desde meados da década de 1990. Esses encontros, aqui tratados como radicais, devido às consequências significativas que produzem para ambas as espécies, veem sendo documentados e debatidos amplamente desde o campo da produção científica até a área de políticas públicas voltadas à mitigação dos incidentes – por meio de ações como a implantação de placas sinalizando as zonas de perigo e a proibição, por força de lei, em 1995 de desportos aquáticos nas áreas. Apesar de estudos sobre relações interespecíficas serem crescentes na antropologia, poucos se debruçaram sobre a presença de animais selvagens em contextos urbanos, pensando humanos e tubarões em condições relacionais que envolvem natureza e cultura. A pesquisa aqui apresentada se desenvolveu, devido a pandemia de covid-19, entre 2019 e 2022 e foi elaborada a partir de métodos como a pesquisa bibliográfica, análise de dados científicos e de idas à campo buscando a construção de uma etnografia multiespécie (KIRKSEY S. E.; HELMREICH S., 2010). A presente investigação foi orientada por teorias derivadas da chamada “virada ontológica” e buscou lançar luz sobre as relações interespecíficas estabelecidas entre humanos e tubarões ocorridos no trecho de praia conhecidos como “Igrejinha de Piedade” em Jaboatão dos Guararapes, município pertencente à região metropolitana do Recife – RMR, em Pernambuco.

     


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  • ADRIANA LEDEZMA BLANCHART
  • Subjetividades engendradas: configurações sexo-afetivas de mulheres heterossexuais, urbanas, de classe média do Brasil.

     

  • Leader : FABIANA MAIZZA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • VALERIA MENDONÇA DE MACEDO
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • FABIANA MAIZZA
  • Data: 8 nov. 2022


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  • Este trabalho tem por objetivo explorar as relações de gênero e as vivências sexo-afetivas de mulheres heterossexuais, brancas e de classe média do Brasil. Os conceitos de gênero e sexualidade são considerados desde uma perspectiva feminista. Essas categorias representam pilares centrais nas conceitualizações da subordinação das mulheres no Ocidente. Sua premissa fundamental é que tanto o gênero quanto a sexualidade são configurações históricas específicas constituídas nos marcos culturais das sociedades em que elas se desenvolvem. Os trabalhos de Butler e De Lauretis reformularam estas premissas procurando superar uma noção fixa da identidade. Suas formulações enfatizam o caráter dinâmico da subjetividade engendrada, considerando-a um processo contínuo entre a dimensão discursiva e a dimensão prática dos sujeitos sociais. Nesse sentido, as narrativas feministas são também consideradas como parte dos discursos, configurando a categoria “mulher” na atualidade. Partindo desses pressupostos, a pesquisa adentra o universo de 6 mulheres brasileiras. Por meio de suas narrativas, aprofunda-se na interação entre as experiências de gênero e sexualidade e como tais experiências são significadas. O trabalho revisita as transformações resultantes da revolução sexual e de como essas mudanças culturais são vivenciadas pelas mulheres hoje em dia. A partir dessa exploração, é possível constatar que as vivências de gênero e sexualidade são negociações complexas, dinâmicas e constantes, nas quais, por vezes, as normas são reiteradas ou deslocadas e ressignificadas, sem que isso tenha necessariamente efeitos de transformação. Explorando os relatos, podemos reconsiderar que, hoje em dia, para a classe média branca brasileira, é “normal” que as mulheres: alternem períodos de sexo heterossexual fora do relacionamento e sexo heterossexual em relações monogâmicas baseadas exclusivamente no amor e/ou no prazer; que casem-se por amor; que tenham relações sexuais, no matrimônio, baseadas no princípio do prazer (e não na reprodução); que a reprodução seja uma possibilidade dependendo de fatores como equidade em tarefas domésticas e estabilidade econômica; que a insatisfação sexual seja motivo de separação, e que essas características sejam procuradas constantemente em novos relacionamentos.

     

     

Thèses
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  • CAROLINA BARBOSA DE ALBUQUERQUE
  • Dias "Mudos": o cuidado de si e do outro.

  • Leader : RUSSELL PARRY SCOTT
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • ANAHÍ GUEDES DE MELO
  • DEBORA DINIZ RODRIGUES
  • Data: 15 févr. 2022


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  • Nesta tese descrevo formas de vida de “mudas”, “mudos” e ouvintes a partir de atos de cuidados produzidos ao longo dos dias, no sítio Serra de Inácio Pereira, localizado no município de Barra de Santana, Paraíba. Ao descrever os “cuidados de si e do outro” dessas moradoras e moradores no cotidiano, a leitora ou o leitor verá que esses atos se entrelaçam às histórias das relações familiares. Ao se nomear quem cuidou em um momento difícil ou quem deveria estar presente, mas ignorou o chamado, quem resolveu um problema ou quem criou uma situação ruim, formulam cobranças, demandas, acusações, solidariedades, afetos, conflitos, autonomias, cerceamentos e (não) reconhecimentos que vão se infiltrando e constituindo as relações no dia a dia. Nesse sentido, evidenciar a existência de diversas narrativas a respeito das relações familiares, e de acesso às políticas públicas, se constitui no conhecimento da produção de cuidados difusos, ambíguos e de caráter, ao mesmo tempo, público e privado. Contudo, a produção e os efeitos de cuidados não são atualizados apenas pelo registro familiar, que se estende a experiência institucional no Centro de Atenção Psicossocial, do “tempo presente”, mas também devido aos eventos político-sociais da história brasileira. Ou seja, analisam-se aqui as durações históricas, relacionadas ao processo de formação de Estado-nação, em que a pessoa surda foi enlaçada. Assim, convido-a/o a conhecer como os cuidados se inscrevem e se embebem no movimento da vida, levando em conta as relações familiares, condições de gênero, de geração, de deficiência, de migração, de pobreza, de moralidades, de redes de cuidados e de relações de poder.

     

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  • RENATO DE LYRA LEMOS
  • COLECIONADORES E COLONIZADORES NAS ROTAS CYBERATLÂNTICAS DE ÁFRICA: Coleções de discos africanos, projetos de memória e a formação de arquivos digitais (2005-2020)

  • Leader : ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • ANDRÉA DE SOUZA LOBO
  • LAURA MOUTINHO DA SILVA
  • CARLOS BENEDITO RODRIGUES DA SILVA
  • JAMILE BORGES DA SILVA
  • LIVIO SANSONE
  • Data: 30 mars 2022


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  • Assim como todo produto cultural, a produção musical está exposta a ciclos de consumo, que se modificam dependendo dos interesses do mercado e do público. Os colecionadores de música são importantes participantes desses ciclos, mantendo ou formando suas coleções nos interregnos desses. Com os discos de artistas africanos isso não foi diferente; o que se modifica são os discursos sobre, visto que muitos colecionadores, especialmente europeus e estadunidenses, fizeram proveito da mudança de ciclo para construírem um pretenso discurso de desinteresse dos “africanos” pela música produzida no continente entre as décadas de 1960 e 1980 e assim construírem sobre si um imaginário de responsáveis pela salvaguarda das “memórias musicais africanas”. Muitos desses colecionadores são DJ’s, possuem blogs sobre música e até mesmo são proprietários de selos fonográficos responsáveis por realizarem o relançamento de discos e compilações dessas músicas. Os discursos contidos nos materiais de divulgação desses discos muitas vezes acabam retornando aos discursos coloniais e ao posicionamento de alteridade em relação aos africanos, reafirmando os constructos de exotismo e da necessidade de uma intervenção ocidental para a “manutenção” dessas memórias. Além disso, existe também o processo de seleção da memória na escolha dos tipos de música que são colecionados, relançados e divulgados, os quais em geral respondem aos anseios de um mercado, do que pode ser consumido como “música africana”. Assim como em outras esferas, esse mercado ainda é bastante afetado pelas relações de poder, e essas relações demonstram-se aparentes nos fóruns de discussão online sobre música africana e nas redes sociais, nas quais há uma significativa circulação desses colecionadores e onde são expostas suas pesquisas e suas ideias. Assim, esse trabalho pretende problematizar os discursos desses colecionadores contemporâneos de música africana e os Projetos de Memória sobre África a partir dos espaços virtuais de promoção e divulgação de suas coleções.

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  • POLYANNY LILIAN DO AMARAL BRAZ
  • Um lugar a ser conquistado: uma análise antropológica das intersecções entre religião e gênero a partir da perspectiva de evangélicas feministas.

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • FABIANA MAIZZA
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • PATRICIA BIRMAN
  • ROZELI MARIA PORTO
  • Data: 12 mai 2022


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  • O presente trabalho busca analisar, sob o ponto de vista de evangélicas feministas, as interseções entre religião (protestantismo) e gênero (feminismo), avaliando a apropriação de ideias e ações das pautas feministas por mulheres evangélicas. Pressupomos que essa prática existe e se dá no cotidiano, na vivência religiosa dentro e fora das comunidades de fé destas mulheres que se afirmam como “evangélicas feministas”. Avançamos a partir da hipótese de que essa assimilação coopera para o desenvolvimento de certo comportamento crítico e reflexivo que interfere na vida prática religiosa destas mulheres e colabora para a construção do que chamamos de“ethos cristão feminista, que vai nacontramão do conservadorismo evangélico hegemônico. Observamoso aumento numérico e a crescente visibilidade de movimentos organizados de mulheres cristãs feministas e os impactos desses movimentos em umareconfiguração do campo evangélico brasileiro. Exemplo disso são os diversos grupos, organizações, instituições e coletivos, além de um campo em crescimento a teologia feminista , que se propõe a explorar as possibilidades de entrelaçamento entre a prática religiosa cristã protestante e a militância feminista,reconhecendo a situação de subalternidade da mulher dentro da igreja causada por uma interpretação bíblica patriarcal e machista. As mulheres cristãs feministas objetivam, dentre outras coisas, reinterpretar, à luz das questões de gênero, o discurso hegemônico produzido pela igreja. 

     

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  • JOSE SOARES DE MORAIS
  • USO DA FORÇA NA POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO: UMA AUTOETNOGRAFIA SOBRE A PERCEPÇÃO DAS TROPAS ESPECIAIS

  • Leader : VÂNIA FIALHO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • JOSE LUIZ DE AMORIM RATTON JUNIOR
  • MONICA MARIA GUSMAO COSTA
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 26 août 2022


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  • A tese se apresenta sob a forma de um olhar mais atento à utilização da força em seu nível mais extremado, pelos integrantes da Polícia Militar de Pernambuco, a partir da realização de uma autoetnografia - como forma de “escrita de si” (FOUCAULT, 1992), a qual combina características da autobiografia e da etnografia, no sentido de descrever e analisar (grafia) a experiência pessoal (auto) com o objetivo de compreender a experiência cultural (etno) (ELLIS, 2004; HOLMAN JONES, 2005), com o objetivo de investigar as impressões provocadas por suas (nossas, e minhas) atuações. É nesse contexto que me incluo enquanto integrante da organização que ainda permite a alcunha da dúvida, entre o impedir à violência, e o seu patrocínio. E me coloco como sujeito da pesquisa, que ora se fundamenta na análise interpretativa e reflexiva sobre as percepções do uso da força. Com uma pesquisa calcada na perspectiva teórico-metodológica fornecida pela antropologia, de caráter autoetnográfico, e cotejada num recorte empírico direcionado aos que exercem (e exerceram) suas funções em unidades denominadas de “especiais” (as quais, dentro das categorias nativas estudadas, também chamaremos de “comunidades”, pois assim são conhecidas no âmbito interno do convívio profissional e da “mística” que é cultuada), com atividade em todo território pernambucano: BOPE – Batalhão de Operações Policiais Especiais (antiga 1ª CIOE – Companhia Independente de Operações Especiais) e o BEPI – Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (antiga CIOSAC – Companhia Independente de Operações de Sobrevivência na Área de Caatinga). Cuja intenção visa compreender como as construções mentais sobre o uso da força são percebidas, em meio aos procedimentos e atitudes, e em que medida as crenças são produzidas e representadas, inclusive, incluindo o “eu” (trajetória policial militar), hoje, antropólogo, onde escrevo e analiso minhas experiências pessoais, no sentido referido por Foucault (1992, p.156): “Escrever é, portanto, ‘se mostrar’, se expor, fazer aparecer seu próprio rosto perto do outro”.

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  • FABIANO LUCENA DE ARAUJO
  • ATLAS DE FIGURAS BALDIAS: a produção cultural de imagens-ruína e a estética do luto pela cidade no Recife contemporâneo

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • PAULO MARCONDES FERREIRA SOARES
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • ROGERIO PROENCA DE SOUSA LEITE
  • Data: 26 août 2022


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  • Esta Tese tem como objeto a experiência urbana de uma fração da classe artística e intelectual
    ou de sujeitos do campo da produção cultural, atuantes no contexto contemporâneo e
    metropolitano do Recife, dando enfoque às relações sociais mediadas pelas imagens técnicas
    (a fotográfica, a audiovisual e a representação digital) ou textuais presentes em manifestos,
    como respostas culturais para os processos de modernização/urbanização. A investigação
    desdobra-se, nesse sentido, em compreender um recorte da produção cultural, priorizando a
    dimensão visual das imagens, o que sucedeu-se pela aproximação etnográfica do pesquisador
    com os interlocutores, elegendo linguagens e suas formas de encarar a cidade em detrimento
    de outras. Basicamente, em termos de linguagens selecionadas, o recorte empregado foi o de
    artivismos urbanos expressos na I) extensão universitária e assessoramento sobre
    planejamento urbano dos movimentos sociais do bairro da Várzea e pelo II) videoativismo e
    produção audiovisual. Os artivismos ou engajamentos criativos visando uma contestação
    espacial do hegemônico, enquanto postura que tem marcadamente um referencial estético e
    político, no contexto do Recife, adquiriram sua feição atual pelo embate complexo entre
    leituras do regionalismo e do modernismo locais e a partir da proposição de um paradigma
    contemporâneo de interpretação cultural da realidade, atendendo a uma série de
    reivindicações surgidas na segunda metade do século XX, como a arte ambiental e a
    intervenção urbana, a desmaterialização dos suportes artísticos tradicionais, a ruptura de um
    grande divisor entre alta cultura e indústria cultural, a crítica institucional na arte pós-
    moderna, a consciência pós-colonial, as agendas políticas de uma cultura de esquerda,
    segundo a acepção de Walter Benjamin e refletida por Enzo Traverso, e dos movimentos
    sociais, dentre elas, o direito à cidade, formulação do pensador marxista Henri Lefebvre,
    influência direta do grupo Internacional Situacionista e da série de eventos do Maio de 1968
    em Paris. A inquietação recente e específica que mobiliza esses agentes da produção cultural,
    para exprimir uma problemática da fruição do espaço público do Recife, está dirigida às
    intervenções urbanísticas executadas pelo poder público e/ou pela iniciativa privada, as quais
    geralmente provocam a reconfiguração da paisagem, no sentido de estimular processos de
    ordenamento territorial voltados à verticalização e especulação imobiliária, financeirização,
    privatização e abandono do espaço público ou à aplicação unilateral de princípios de
    planejamento urbano sem consulta ou entendimento da população local diretamente
    interessada ou afetada pelas reformas. Em consequência, a metáfora, situação recorrente ou
    imagem mais utilizada pela classe artística ou intelectual para simbolizar o contexto de
    descaracterização ou desmaterialização frequentes no espaço público foi a de ruína, índice
    material e simbólico de uma presença temporal perdida, mas que ainda não se converteu em
    fragmentos indiferenciados ou escombros, destroços, entulhos e que ainda guarda formas e
    contornos definidos, uma identidade que remete a uma época específica. Tal condição revela
    uma situação dialética que caracteriza as imagens como ruína - registro ou rastro de um
    contexto particular considerado patrimônio cultural ameaçado - e das ruínas - como objeto
    representado em imagens– - inscrevendo um aspecto do objeto de pesquisa - imagens-ruína -
    como realidade que assume uma contradição inerente da passagem temporal: envolvendo
    precariedade e resistência, simultaneamente.

     

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  • PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA GERMANO DE LIMA
  • Renovações das Controvérsias e as Margens Institucionais e Intelectuais da Antropologia da Religião Brasileira: O Caso dos Estudos Afro-pernambucanos. 

  • Leader : ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • CHRISTIANO KEY TAMBASCIA
  • EDUARDO DULLO
  • PETER SCHRODER
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • ZULEICA DANTAS PEREIRA CAMPOS
  • Data: 26 août 2022


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  • Pensar a constituição de um campo disciplinar é tarefa patente quando estamos falando de uma ciência madura, porém jovem, igual à Antropologia. As formas de (re)pensar as linhas constituintes de cada disciplina ocorrem de diversas formas, mas quase sempre são feitas a partir de narrativas que situam o presente disciplinar como uma superação do que já foi dito/feito. Esse modo de lembrar e contar a história da disciplina quase sempre produz esquecimentos e (in)visibilidades. Nossa proposta estabelece uma outra relação com nosso passado disciplinar na qual ele passa a ser visto sem os limites do jogo da geopolítica acadêmica que cércea as regiões em centros e periferias/margens. Com esse pano de fundo repensamos a antropologia brasileiras pelas “margens” trazendo ao epicentro de nossa análise uma antropologia nacional – a sua maneira – feita em Pernambuco. Essa antropologia, emerge de debates transdisciplinares promovidos a partir da influência de Gilberto Freyre e de médicos e depois antropólogos aglutinados no que Roquete Pinto chama de “Nova Escola do Recife”, ganhando corpo e se expandindo a partir da institucionalização do Programa de Pós-Graduação na década de 1970. Assim sendo, nossa proposta desvela um modo peculiar de se fazer antropologia que se desdobrou a partir de um diálogo entre médicos, psiquiatras e antropólogos em torno de um objeto comum: às religiões indo-afro-pernambucanas. Nossa análise resgata, pelo debate da geopolítica do conhecimento em antropologia a trajetória de instituições, autores e agendas de pesquisas.

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  • MIGUEL COLACO BITTENCOURT
  • FLUXOS DE COMUNICAÇÃO FULNI-Ô: COSMOLOGIA TERRITORIALIDADE E PERFORMANCE

  • Leader : EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • MARCO TROMBONI DE S. NASCIMENTO
  • EDWIN BOUDEWIJN REESINK
  • PETER SCHRODER
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • SANDRO GUIMARAES DE SALLES
  • Data: 9 sept. 2022


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  • Fluxos de comunicação Fulni-ô: cosmologia, territorialidade e performance - é resultado de um estudo de caso com a etnia Fulni-ô, localizada na microrregião da bacia do Ipanema, na região hidrográfica do Submédio São Francisco, situada nas Caatingas do Sertão e Agreste nordestino. Tal estudo propõe conciliar temáticas da cosmologia, noções/ processos territoriais e ações performáticas para destacar no contexto da interculturalidade sistemas de classificação, identificação, saberes e conhecimentos que estão em interação e contraste. A partir das considerações e análises das interações entre humanos, entidades, plantas e objetos tal trabalho apresenta uma tentativa de observar e reanimar os estudos cosmológicos localizados em uma parte especifica das Terras Baixas da América do Sul, visto atualmente como o Nordeste indígena brasileiro. Logo, diversos complexos e práticas Fulni-ô são etnografadas para descrever a dinamicidade e criatividade cultural através de rituais, “trabalhos”, saberes, concepções e expressões da vida social, associadas às práticas do Ouricuri [da palmeira Syagrus coronatta], das juremas [mimosas] e do juazeiro [Ziziphus joazeiro Mart.]. Ao descrever tais relações apresentam-se as transformações e adaptações sociais em que os Fulni-ô estão inseridos e quais as formas de preservação da noção de pessoa (setsô) Fulni-ô para ser e estar em diversos locais (áreas rituais, zonas rurais, cidades). Concomitantemente, realiza-se uma revisão histórica para inserir a articulação étnica Fulni-ô na contemporaneidade, de tal modo que apresentamos situações históricas e atuais, como: o processo de territorialização, modulações socioeconômicas/ ritualísticas, o calendário cosmológico e um conjunto de proposições, apontamentos e elaborações em torno das performances Fulni-ô associadas com as suas noções cosmológicas e territoriais.

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  • AMANDA MARTHA CAMPOS SCOTT
  • Difíceis de domar: Promoção legal popular na experiência do Grupo Mulher Maravilha



  • Leader : MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ELISETE SCHWADE
  • ALINE DE LIMA BONETTI
  • FABIANA MAIZZA
  • LAÍS OLIVEIRA RODRIGUES
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • Data: 28 sept. 2022


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  • A presente tese fala de mulheres difíceis de domar, uma vez que se formam como Promotoras Legais Populares (PLPs) em cursos oferecidos pela Organização não-Governamental Grupo Mulher Maravilha (GMM). Para tanto, explora noções feministas sobre empoderamento enquanto processo e não como meros mensuráveis resultados. Faz uma digressão histórica sobre as paralegais ao redor do mundo desde os anos 1950. Analisa como as PLPs podem ser consideradas movimento social e atuam no combate à violência contra a mulher e na modificação de uma sociedade heteronormativa e patriarcal. Problematiza como o termo “legal popular” as torna conhecedoras dos direitos e ao mesmo tempo atuantes em bairros populares, combatendo também a pobreza. Mergulha na história do GMM e mostra como atuou na defesa dos direitos humanos e na capacitação de mulheres para a modificação da sociedade, lançando um olhar específico sobre sua liderança e importância enquanto grande influenciadora de suas ações. A partir das falas das próprias mulheres entrevistadas, chegamos à conclusão de que elas são difíceis de domar por a princípio quatro motivos: possuírem uma rede que as apoia, saberem construir sua vida particular, terem um posicionamento político bem resolvido, e saberem tornar outras mulheres também difíceis de domar. Para tanto, analisa-se que passam por dilemas éticos e morais em sua atuação, numa antropologia das moralidades.

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  • FERNANDA MEIRA DE SOUZA
  • Muito além do cuidado: Emoções em torno do cuidado de crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus na Região Metropolitana de Pernambuco

  • Leader : RUSSELL PARRY SCOTT
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • MARCIA REIS LONGHI
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • SANDRA VALONGUEIRO ALVES
  • Data: 29 sept. 2022


  • Afficher le Résumé
  • O argumento central desta tese está situado em compreender o(s) percurso(s) de uma
    emoção nos diferentes contextos de cuidado. Da rejeição à sua politização: “Meu filho não é
    coitadinho, ele é vítima de um descaso. Merecemos ser tratados com respeito.”. Esta frase
    representa o argumento central desta tese, que está situado em compreender o(s) percurso(s) de
    uma emoção entre mães de crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZ) nos
    espaços de sociabilidade. A elaboração do porquê as mulheres insistem em ter seu filho visto
    por “coitadinho” demonstração moral da maternagem ser um elemento includente imposto.
    Porque também as mulheres acham que há uma negligência do Estado.

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  • BEATRIZ YOLANDA PONTES DE GUSMAO SA
  • CONSUMO E OCUPAÇÃO URBANA: UMA ETNOGRAFIA SOBRE ESPAÇOS DE LAZER LGBTQIA+ E MULHERES LÉSBICAS NO RECIFE

  • Leader : MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • FRANCISCO SA BARRETO DOS SANTOS
  • LUIS FELIPE RIOS DO NASCIMENTO
  • MARION TEODOSIO DE QUADROS
  • RAQUEL DE ARAGAO UCHOA FERNANDES
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • Data: 14 déc. 2022


  • Afficher le Résumé
  • A presente tese busca compreender como o consumo de espaços de lazer voltados para a população LGBTQIA+ influenciam na ocupação urbana das mulheres lésbicas no Recife. A cidade oferece uma cena constante entre espaços de lazer e eventos, mas que foca em uma ocupação mista ou sugere a identificação com grupos referentes ao homossexual masculino. Para tanto, procede-se com uma etnografia, analisando o discurso presente nas narrativas de quatro informantes ligados a oferta de espaços e eventos que acolhem a população LGBTQIA+ e, observações participantes foram realizadas em espaços e eventos com mais de 7 anos de existência dentro do circuito de lazer LGBTQIA+ da cidade durante 11 meses, antes da crise de COVID-19. No período de dois anos da pandemia de COVID-19, as observações e analises foram realizadas a partir das redes sociais dos espaços e eventos escolhidos. Baseada nisso, a pesquisa ressalta a ideia de consumo e de público consumidor que empresários/as e produtores/as têm a partir de questões que envolvem: a noção do nicho de mercado LGBTQIA+ e o debate sobre o pink money; a cena de lazer LGBTQIA+ na cidade e a observação do comportamento consumidor das mulheres lésbicas. Também foram consideradas as possíveis trajetórias para a chegada e saída dos espaços e eventos observados. A razão foi compreender fatores que correlacionam o consumo dos espaços e eventos de lazer com a ocupação urbana diante das escolhas dos caminhos e pontos de apoio. E, ainda, entender as condições que facilitam ou dificultam a ocupação da cidade e dos espaços e eventos de lazer por mulheres lésbicas. Concluí que o senso comum de que mulheres lésbicas saem menos para baladasfaz com que os empresários/as e produtores/as foquem menos nesse público, preferindo seguir com a oferta contínua de espaços mistos. A ideia de que espaços e eventos de lazer funcionam como locais de paquera e de (re)encontros com ex- companheiras também influenciam nas escolhas do consumo de mulheres lésbicas. Outro fator posto está relacionado ao conflito social existente entre gays e lésbicas, já que os espaços e eventos são mistos e isso interfere na ocupação dos espaços e eventos de lazer por essas mulheres. Pensando na ocupação a partir dos espaços e eventos de lazer observei o quanto há uma estruturação espacial urbana atravessada por questões de gênero. E, ainda, foram apontadas algumas dificuldades que os/as empresários/as e produtores/as passam com fornecedores, patrocinadores e com agentes públicos por oferecem serviço de lazer a pessoas LGBTQIA+.

2021
Thèses
1
  • ANA MARIA DOS SANTOS FRANCA
  •  

    Os tamborzeiros de Araçuaí (MG): mediações raciais na festa do Rosário

  • Leader : HUGO MENEZES NETO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • LILIANA DE MENDONÇA PORTO
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • HUGO MENEZES NETO
  • Data: 10 nov. 2021


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  • O presente trabalho, resultado da pesquisa de mestrado realizada entre 2019 e 2021, tem por objetivo uma apresentação do grupo Tamborzeiros do Rosário da cidade de Araçuaí/MG bem como uma análise da festa em louvor a Nossa Senhora do Rosário promovida por eles em parceria com a Irmandade da cidade. O trabalho é tridimensional na medida em o campo apresenta três dimensões inter-relacionadas, a saber: a Irmandade, os tamborzeiros e a festa promovida por eles. O grupo musical que anima as festas do Rosário – que é comumente lido como candombe, uma das variações do congado –, realiza a festividade desde o século XIX. A partir de uma leitura que parte das relações raciais estabelecidas no Brasil, o trabalho traz a exposição de um breve histórico das Irmandades do Rosário de modo geral até se deter na Irmandade de Araçuaí. O texto busca discutir o caráter duplo dessas instituições, tanto como propiciadoras de experiências de cidadania aos seus membros (majoritariamente negros), como seu caráter de controle, tendo em vista que serviram para moldar o caráter social e segregador nas cidades onde se formaram. Detendo-se nos tamborzeiros, busca-se evidenciar as visões sobre si mesmos a partir das falas e histórias contadas por seus integrantes, evidenciando como o racismo invisibiliza as narrativas culturais presentes em manifestações afro brasileiras. Por fim, o trabalho apresenta uma etnografia da Festa do Rosário da cidade de Araçuaí evidenciando as dinâmicas raciais que localizam seus produtores dentro do evento festivo.

Thèses
1
  • CHRISTIANNE SILVA GALDINO
  • Mágica: Ciência da Ilusão.

  • Leader : LADY SELMA FERREIRA ALBERNAZ
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • LADY SELMA FERREIRA ALBERNAZ
  • ANA CLAUDIA RODRIGUES DA SILVA
  • HUGO MENEZES NETO
  • JORGE COSTA FREITAS BRANCO
  • ANA ROSANGELA COLARES LAVAND
  • Data: 31 août 2021


  • Afficher le Résumé
  • Uma pesquisa que como o próprio título indica vai ALÉM DO SEGREDO, revelando as relações sociais que perpassam a mágica, especialmente no contexto brasileiro, tendo como principal guia as falas dos próprios ilusionistas. Com base na teoria antropológica da arte, de Alfred Guell, investigo o percurso de construção do ilusionismo, mostrando seus conflitos conceituais-identitários nas tensões entre a ciência e as artes performativas. Considerado como parte integrante do circo, o mágico, na verdade, não surgiu nos picadeiros, apenas encontrou ali um espaço de atuação. Refaço as trilhas do processo de formação desse ofício, e analiso as diversas configurações, as várias formas de ser dos mágicos e mágicas, identificando os padrões, os destaques e os desafios. No decorrer da pesquisa, eu me coloco alinhada aos teóricos do segmento como Juan Tamariz e Ricardo Harada, que reivindicam para o ilusionismo o lugar de arte, e defendem a autonomia da mágica como linguagem cênica. Mas verifico que para isso acontecer, ainda há muito o que ser feito. Então, assumindo minha posição no processo- como alguém que pertence e ao mesmo tempo não pertence ao campo- aprofundo o estudo nas relações do meio mágico, trazendo dezenas de entrevistas e confrontando o vasto material com os dados da minha observação participante, que precede a elaboração dessa pesquisa. ALÉM DO SEGREDO apresenta os resultados das conexões estabelecidas, debatendo a relação da mágica com o circo, o teatro e o mundo dos espetáculos, mas também se aprofundando nas relações entre os(as) ilusionistas e destes com os objetos/aparelhos, as técnicas e habilidades, a partir de teorias de autores como Tim Ingold. Por ser a única pesquisadora mulher (não mágica) do segmento no Brasil, em um universo majoritariamente masculino e ainda dominado pelo machismo, decidi incluir a tão necessária pauta de gênero nesta pesquisa sobre ilusionismo, inclusive para contribuir com a ampliação do espaço das mulheres e com a promoção de práticas anti-machistas no meio mágico. Até mesmo porque essa investigação profunda, me levou a considerar que esse é um fator fundamental para o desenvolvimento e a autonomia da arte mágica.


2
  • RAFAEL MOURA DE ANDRADE
  • Uma festa entre o chão e o palco: estudo sobre as relações políticas na construção do Carnaval do Recife

  • Leader : CARLOS SANDRONI
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • CARLOS SANDRONI
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • LAURE MARIE LOUISE CLEMENCE GARRABE
  • LIA CALABRE
  • FALINA ENRIQUEZ
  • Data: 26 nov. 2021


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  • O Carnaval do Recife é uma das festas populares mais tradicionais do país. É também uma
    política pública fundamental para o setor culturalda cidade, sendo responsável por mobilizar
    trabalhadores de diversas áreas que se envolvem no processo de construçãoda festa ao longo
    de todo o ano e se articulam para ver, na folia, refletidas suas demandas de grupo ou mesmo
    seus interesses particulares. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo a observação dos
    processos de mediação existentes entre os diferentesatores situados do lado de fora das
    fronteiras da gestão pública, bem como entre eles e os atores localizados dentro do estado e,
    portanto, seus representantes. Partindo de uma perspectiva do estado como ponto de vista
    (LEIRNER, 2003), observo as relaçõespolíticas estabelecidas ao longo do processo de
    produção da festa para compreender como os diferentes contextos de articulação política
    conceito adaptado a partir da ideia proposta por Jean-Pierre Olivier de Sardan (2001)vão
    interferir no desenho e execução da políticaestatal, bem comonos arranjos e rearranjos que
    definem as fronteiras do estado e as experiências da festa na cidade.O Carnaval do Recife é
    utilizado nesta tese como pano de fundo para o estudo das políticas culturais sob a ótica da
    Antropologia do Estado e das Políticas Públicas.

3
  • ALANA JULYELLEN SA LEITAO BRAGA DE SOUZA
  • FELIZ É A NAÇÃO CUJO DEUS É UNIVERSAL. A IURD e sua disseminação de um projeto de nação cristã. 

     

  • Leader : ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ROBERTA BIVAR CARNEIRO CAMPOS
  • CLEONARDO GIL DE BARROS MAURICIO JUNIOR
  • ROBERTO CORDOVILLE EFREM DE LIMA FILHO
  • EDUARDO DULLO
  • BRUNO REINHARDT
  • SIMON COLEMAN
  • Data: 29 nov. 2021


  • Afficher le Résumé
  • A tese em desenvolvimento aqui é fruto de um trabalho de campo junto a Igreja Universal do Reino de Deus em um momento de mudança social e política no Brasil. Discutir o processo de formação estética dessa igreja em sua tentativa de deter a ideia do que é ser cristão no Brasil é o seu objetivo. Para isso, foi necessário pensar o envolvimento dessa igreja com a política, as diversas mídias através das quais ela atua, o processo de subjetivação ética entre seus membros e as diversas adesões possíveis a ela, como também o seu papel no alargamento do interesse por uma materialidade judaica. Se entender a relação dessa igreja com a política aparece como um dos principais pontos discutidos aqui, também não deixo de destacar que não se pode esquecer que enquanto tal a Igreja Universal não pode deixar de ser entendida enquanto instituição religiosa, que atua a partir de um corpo de crenças. Crenças essas que a IURD torna presente na paisagem brasileira através do uso de mídias, que aqui não são entendidas apenas como meios tecnológicos, mas como as diversas formas de estabelecer mediações. É através de suas mediações que a IURD alcança desde meros espectadores, até os obreiros mais dedicados e torna possível a execução de um projeto de nação cristã a sua imagem e semelhança.

     

4
  • POLIANA DE SOUSA NASCIMENTO
  • O DISCURSO ATEMPORAL DO DESENVOLVIMENTO:“Descasos planejados” e a dinâmica mineral em territórios tradicionais no Sertão de Itaparica


  • Leader : VÂNIA FIALHO
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • CARMEN LUCIA SILVA LIMA
  • JOSEFA SALETE BARBOSA CAVALCANTI
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • RUSSELL PARRY SCOTT
  • VÂNIA FIALHO
  • Data: 30 nov. 2021


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  • Com o objetivo de compreender o discurso atemporal do desenvolvimento,esta tese evidencia a dinâmica do capital e a formação política em torno da mineração na região do Sertão de Itaparica. Perpasso pela percepção de desenvolvimento e do bem viver a partir  do pertencimento de povos e  comunidades tradicionais com territórios em conflitos em torno de empreendimentos econômicos. E como essa percepção de mundo não é levada em consideração quando outras conexões para garantir prosperidade são colocadas em questão. Analiso como problemática o mecanismo do capital mineral fabrica espaços invisibilizados e arranjos atemporais de desenvolvimento, alterando estruturas socioculturais e econômicas de povos e comunidades tradicionais no Sertão de Itaparica. Eu destaco, a partir desse contexto, os projetos de desenvolvimentos iniciados na década de 1980 na região. São projetos que  fazem parte da história desse lugar como é o caso da instalação da barragem de Itaparica para construção da Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga e do projeto de instalação de uma Central Nuclear em Itacuruba, projeto que ainda não foi concretizado, mas já provoca indícios de violências a partir de uma política do terror pela possibilidade de sua instalação. De forma aprofundada, analiso a dinâmica mineral a partir de uma “concertação política” (POMPÉIA, 2019), com ênfase nos blocos de interesse que se conectam a partir de uma demanda intencionada de poderes e de controle de informação. Estabeleço como métodos de  investigação a  análise dados oficiais e das mídias sociais que estão dentro e fora da empresa, na produção de conteúdo  de promoção de si mesmo; e do reconhecimento do uso de cartografias e autocartografias como ferramenta de análise etnográfica, construindo narrativas diferenciadas sobre os processos temporais e espaciais estabelecidos na região de Itaparica. Portanto, todo o processo de sistematização presente ao longo dessa pesquisa, é direcionado para análises de estruturas que se organizam em torno de um capital que se desloca e de uma política que acompanha o direcionamento dos setores da economia mundial para aquisição de novas fronteiras de desenvolvimento a custo de territórios tradicionais. Destaco também que há um processo de mobilização social dos grupos sociais  que se apresenta também de maneira atemporal. Apesar das tentativas e táticas de apagamento de seus processos políticos, sociais e culturais, existe um movimento presente e que surge , como os minérios que brotam no solo da região de Itaparica, a partir de um processo também de invisibilidade latente.

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  • MIRELLA DE ALMEIDA BRAGA
  • A IDENTIDADE IMPLORADA: as experiências de conversão e retorno dos judeus do nordeste sob o olhar de instituições judaicas nacionais e internacionais.

  • Leader : MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • JUAREZ CAESAR MALTA SOBREIRA
  • MARISTELA OLIVEIRA DE ANDRADE
  • MISIA LINS VIEIRA REESINK
  • RENATO MONTEIRO ATHIAS
  • Data: 7 déc. 2021


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  • A presente tese é dedicada aos processos de formação, cisão e reinvenção de comunidades judaicas em Campina Grande, Paraíba, a partir da descrição analítica das relações vivenciadas por esses grupos junto a lideranças e instituições do judaísmo estabelecido nos cenários  nacional e internacional. A exemplo de outros conversos atuantes no Nordeste e em outras regiões do Brasil, os judeus campinenses (que se autodeclaram “Bnei Anussim”, “marranos” ou “sefarditas”) se constituem, majoritariamente, a partir de dissidências de igrejas evangélico-neopentecostais que estão em busca de verdades teológicas presentes em livros sagrados (Antigo Testamento da Bíblia e Torá) e da redescoberta de genealogias sanguíneas de famílias de cristãos-novos que aportaram no “Novo Mundo” em séculos coloniais passados. De modo bastante diversificado, tais comunidades se organizam em torno de práticas cotidianas atentas a um calendário de ritos religiosos, a fim de se tornarem conhecidas e reconhecidas por vertentes reformadas e ortodoxas do judaísmo contemporâneo. Em meio a essas experiências de reinvenção de grupos de conversos, surge o projeto Sinagoga Sem Fronteiras. Sediado na cidade de São Paulo e com relações com rabinos reformados radicados em Israel, o Sinagoga Sem Fronteiras propõe um acolhimento “mais democrático” das comunidades judaicas brasileiras. A presença do projeto em algumas comunidades campinenses revela a construção de um imaginário repleto de estereótipos sobre o “judeu nordestino”, considerado periférico em relação ao judeu de migração mais recente, estabelecido no eixo Rio-São Paulo. As ações da Sinagoga Sem Fronteiras, apoiadas pela Fundação Zera Israel, têm provocado cisões e articulações de novos grupos de convertidos. Tais relações entre grupos de judeus estabelecidos e grupos outsiders é acompanhada com certa preocupação pelo Ministério da Educação de Israel que tem enviado representantes para observação do fenômeno dos conversos presente em diversas localidades no Nordeste e de outras regiões do Brasil e do mundo. As ilustres “visitas” da oficialidade judaica visam compreender a dinâmica desses processos identitários, repletos de questões étnicas, religiosas e políticas, no intuito de tentar monitorar, e mesmo disciplinar, os imponderáveis de um universo assaz multifacetado.

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  • REBECA KRAMER DA FONSECA CALIXTO
  • SERVIDORES PÚBLICOS E NOVAS FORMAS DE RELAÇÕES LABORAIS EM TEMPOS DE INCERTEZA

  • Leader : ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • MEMBRES DE LA BANQUE :
  • ALEX GIULIANO VAILATI
  • ANTONIO CARLOS MOTA DE LIMA
  • JOSE SERGIO LEITE LOPES
  • JOSEFA SALETE BARBOSA CAVALCANTI
  • MARIA IRAE DE SOUZA CORREA
  • Data: 10 déc. 2021


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  • O presente trabalho se debruça sobre as percepções e as reações de servidores públicos federais em resposta aos fenômenos manifestos em um contexto mundial de paradigma neoliberalizado, o que se percebe por meio da tendência às privatizações das atividades estatais, das retiradas de benefícios trabalhistas, da redução da máquina pública ao que se denomina de estado mínimo e da maximização do individualismo, elevando os sujeitos a um patamar de “empresários de si mesmos”. Quando se fala em administração pública, reduto de segurança e tranquilidade, onde os riscos praticamente inexistem em virtude de um status conferido pelo próprio Estado, considerando a estabilidade dos cargos públicos, parece contraditório pensar a categoria da incerteza – e todo o campo semântico que a permeia – como frutífera para uma pesquisa antropológica. Nesse momento específico da história política brasileira, com o presidente Jair Bolsonaro no poder, seguindo uma onda global de conservadorismo “nos costumes”, embora caracterizado pela abertura “ao capital”, notadamente sob a influência do ministro da Economia, Paulo Guedes, os servidores públicos experimentam certas mudanças no serviço público que, de uma forma ou de outra, colaboram para moldar suas subjetividades e seu senso de temporalidades. Os relatos biográficos foram o principal suporte para a construção da metodologia deste trabalho, por meio do qual os servidores públicos externaram seus sentimentos. Por um lado, em função da percepção de desmantelamento da administração pública, da liquidez dos laços sociais, da descrença em um governo cuja religião encontra lugar de privilégio em sua governamentalidade e, ainda, da possibilidade de repetição de um passado traumático, quando o governo Fernando Collor demite inúmeros funcionários públicos. Nos espaços sociais da ESAF/PE, da SAMF/PE e da PRFN 5ª Região, os servidores do antigo Ministério da Fazenda puderam revelar, de um lado, essa perspectiva mais voltada ao medo e à ansiedade de um futuro indesejado; por outro lado, a pesquisa também mostrou a perspectiva otimista de servidores públicos em relação às formas de gerir do governo federal. Na realidade, eles compreendem o governo Bolsonaro como um marco para mudanças ideais na administração pública, rejeitando a corrupção inerente ao passado petista. Assim, as incertezas advindas do governo com a gestão mercadológica do (neo) li- beral Paulo Guedes, gerindo a pasta da Economia, são encaradas como alternativas ou oportunidades, perseguindo-se um serviço público com ditames mais próximos aos da iniciativa privada, com valorização da meritocracia em detrimento da burocracia, foco na eficiência e na desregulamentação. A noção de estabilidade do cargo público, enquanto categoria nativa, encontra-se no cerne desta pesquisa, considerando-se condição vital dos espíritos dos servidores, apta a moldar a forma como experienciam seu presente e refletem sobre seu passado e futuro, mormente quanto a elementos qualificadores do neoliberalismo, como as privatizações, as terceirizações e os cortes de gastos na administração pública, ensejando tensões laborais.

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