Dissertações/Teses

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2024
Dissertações
1
  • JOÃO MANOEL DE VASCONCELOS BEZERRA
  • DIREITOS HUMANOS E MORADIA DIGNA: O CASO DAS DISPUTAS PELO DIREITO À CIDADE NOS ANTIGOS
    LOTEAMENTOS DA USINA TRAPICHE S/A EM RECIFE-PE

  • Orientador : ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • NELSON SAULE JUNIOR
  • Data: 29/01/2024

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  • A presente dissertação faz uma análise do processo de urbanização brasileiro, em especial na
    cidade do Recife-PE e dos antigos loteamentos da Usina Trapiche S/A. Neste trabalho, foi
    feita uma investigação da relação entre Direitos Humanos e o direito à moradia digna por
    meio da declaração de Usucapião, como forma de garantir esses direitos aos moradores, por
    meio da luta pela ocupação dos espaços e formalização da moradia, a fim de que deixem de
    ser invisíveis aos olhos do poder público, em especial, que passem a ser destinatários de
    programas e implementações de políticas públicas para melhoria dos processos de aplicação
    do instituto da usucapião, a fim de diminuir as lacunas sociais decorrentes do processo de
    urbanização. Foram tratadas questões acerca de como se deu o processo de urbanização, fato
    decorrente de um processo desordenado, com o crescimento populacional e a acentuação das
    desigualdades sociais. Por meio da análise dos fatores relacionados aos conflitos sociais
    urbanos, frente às disputas pelo direito à moradia digna, em especial no caso de Recife-PE,
    buscou-se identificar os entraves e sucessos das aplicações do instituto, áreas passíveis de
    regularização fundiária com ações judiciais de usucapião em andamento e a análise de
    estratégias para efetivação dessas demandas. A análise dos casos de usucapião contra a Usina
    Trapiche na Região Metropolitana do Recife revelou desafios, destacando processos judiciais
    longos, variabilidade na interpretação legal e influência de fatores socioeconômicos para
    obtenção de resultados positivos pelas partes. Alguns dos principais resultados incluem o
    tempo médio de 8 anos para os processos, presença de litigantes economicamente
    desfavorecidos, predominância da prova documental e testemunhal, e a influência da
    representação pela Defensoria Pública na representação das partes. A lentidão no registro
    formal de propriedade e a demora na obtenção de informações da Fazenda Pública foram
    identificadas como ponto chave para conseguir o registro em cartório e, na grande maioria dos
    casos, um entrave para concretização da formalização da moradia. O TJPE busca agilizar
    processos com iniciativas como o Programa Moradia Legal e o Mutirão Fundiário, para
    diminuir a quantidade de processos em trâmite e assim, permitir um registro mais rápido pela
    via administrativa, mas estes esforços ainda apresentam desafios, especialmente para imóveis
    que não estejam situados em áreas de Reurb-S. Assim, o estudo destaca a necessidade de
    políticas públicas abrangentes para garantir o direito à moradia digna, especialmente para a
    população vulnerável para a melhoria dos processos de usucapião, incluindo esforços judiciais para simplificar e acelerar os processos, bem como medidas que garantam a igualdade de
    acesso ao sistema legal, especialmente para as camadas mais vulneráveis da população.


  • Mostrar Abstract
  • O presente projeto faz uma análise do processo de urbanização brasileiro, em especial na cidade
    do Recife-PE e dos antigos loteamentos da Usina Trapiche S/A. Neste trabalho, foi feita uma
    investigação da relação entre Direitos Humanos e o direito à moradia digna por meio da
    declaração de Usucapião, como forma de garantir esses direitos aos moradores, por meio da
    luta pela ocupação dos espaços e formalização da moradia, a fim de que deixem de ser invisíveis
    aos olhos do poder público, em especial, que passem a ser destinatários de programas e
    implementações de políticas públicas para melhoria dos processos de aplicação do instituto da
    usucapião, a fim de diminuir as lacunas sociais decorrentes do processo de urbanização. Foram
    tratadas questões acerca de como se deu o processo de urbanização, fato decorrente de um
    processo desordenado, com o crescimento populacional e a acentuação das desigualdades
    sociais. Por meio da análise dos fatores relacionados aos conflitos sociais urbanos, frente às
    disputas pelo direito à moradia digna, em especial no caso de Recife-PE, busca-se contribuir
    com o Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Federal de
    Pernambuco, bem como, com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, identificando os entraves
    e sucessos das aplicações do instituto, áreas passíveis de regularização fundiária com ações
    judiciais de usucapião em andamento e a definição de estratégias para efetivação dessas
    demandas.

2
  • GERALDO DE SOUZA LEITE FILHO
  • TRANSEXUALIDADE E MILITARISMO: a inserção dos homens trans no serviço militar obrigatório na cidade de João Pessoa/PB

  • Orientador : ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CAROLINA GONDIM DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • FIDEL MAURICIO RAMÍREZ ARISTIZÁBAL
  • Data: 28/02/2024

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  • Através da promulgação da Carta Magna de 1988, o Brasil estabeleceu o princípio da
    dignidade da pessoa humana como o núcleo do seu ordenamento jurídico, garantindo a todos os
    cidadãos o gozo de seus direitos fundamentais, dentre eles o direito à identidade. Todavia, às pessoas
    transexuais não é conferida a cidadania plena proposta pelo referido princípio constitucional, uma vez
    que estes sujeitos são vítimas diárias de violações de seus direitos humanos fundamentais, dentre eles
    o direito à autodeterminação. No ordenamento jurídico brasileiro ainda não há uma lei federal que
    possa garantir as pessoas transexuais seus direitos civis, de acordo com as suas particularidades.
    Todavia, as pessoas trans passaram a ter o direito de realizar a alteração de nome e gênero em seus
    registros civis, ainda que não tenham sido submetidas à cirurgia de redesignação sexual, após a
    histórica decisão do Supremo Tribunal Federal, a ADI 4275. No caso dos homens trans, após
    realizarem a retificação em seus documentos a fim de que neles conste “sexo masculino”, estes
    sujeitos devem realizar o alistamento militar para cumprirem com a legislação vigente do alistamento
    compulsório no caso do gênero masculino. Dessa forma, a pesquisa busca analisar algumas questões
    acerca do processo de alistamento de homens trans, os temores relacionados as suas vulnerabilidades
    em um ambiente historicamente masculino, bem como entender como a junta de serviço militar está
    (ou não está) se adaptando para acolher essa parcela de homens de acordo com o princípio da
    dignidade da pessoa humana. São tratados também outros aspectos sociojurídicos relativos a
    transexualidade, a masculinidade hegemônica e suas consequências, e as questões de gênero, sexo e
    sexualidade, através da definição proposta pela teoria queer. A pesquisa possui uma abordagem
    qualitativa, oriunda da pesquisa documental e de campo, através das obras de autores e filósofos
    especialistas na temática estudada, bem como por meio de entrevistas a ser realizadas com uma
    amostra de homens trans da cidade de João Pessoa e com os responsáveis pela junta militar pessoense,
    a fim de cumprir o objetivo principal deste estudo.


  • Mostrar Abstract
  • Através da promulgação da Carta Magna de 1988, o Brasil estabeleceu o princípio da
    dignidade da pessoa humana como o núcleo do seu ordenamento jurídico, garantindo a todos os
    cidadãos o gozo de seus direitos fundamentais, dentre eles o direito à identidade. Todavia, às pessoas
    transexuais não é conferida a cidadania plena proposta pelo referido princípio constitucional, uma vez
    que estes sujeitos são vítimas diárias de violações de seus direitos humanos fundamentais, dentre eles
    o direito à autodeterminação. No ordenamento jurídico brasileiro ainda não há uma lei federal que
    possa garantir as pessoas transexuais seus direitos civis, de acordo com as suas particularidades.
    Todavia, as pessoas trans passaram a ter o direito de realizar a alteração de nome e gênero em seus
    registros civis, ainda que não tenham sido submetidas à cirurgia de redesignação sexual, após a
    histórica decisão do Supremo Tribunal Federal, a ADI 4275. No caso dos homens trans, após
    realizarem a retificação em seus documentos a fim de que neles conste “sexo masculino”, estes
    sujeitos devem realizar o alistamento militar para cumprirem com a legislação vigente do alistamento
    compulsório no caso do gênero masculino. Dessa forma, a pesquisa busca analisar algumas questões
    acerca do processo de alistamento de homens trans, os temores relacionados as suas vulnerabilidades
    em um ambiente historicamente masculino, bem como entender como a junta de serviço militar está
    (ou não está) se adaptando para acolher essa parcela de homens de acordo com o princípio da
    dignidade da pessoa humana. São tratados também outros aspectos sociojurídicos relativos a
    transexualidade, a masculinidade hegemônica e suas consequências, e as questões de gênero, sexo e
    sexualidade, através da definição proposta pela teoria queer. A pesquisa possui uma abordagem
    qualitativa, oriunda da pesquisa documental e de campo, através das obras de autores e filósofos
    especialistas na temática estudada, bem como por meio de entrevistas a ser realizadas com uma
    amostra de homens trans da cidade de João Pessoa e com os responsáveis pela junta militar pessoense,
    a fim de cumprir o objetivo principal deste estudo.

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  • CAROLINA KAUER
  • OS ESFORÇOS DA ONU MULHERES PELA IGUALDADE DE GÊNERO: um estudo da campanha HeForShe no Brasil

  • Orientador : GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • OLÍVIA CRISTINA PEREZ
  • Data: 24/04/2024

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  • O presente trabalho tem como objetivo compreender como a campanha HeForShe promovida pela ONU Mulheres - promove e atua em direção à igualdade de gênero no contexto brasileiro. O trabalho tem com foco especial a análise do uso da internet enquanto estratégia de mobilização, buscando identificar os sentidos atribuídos ao papel do homem, bem como os atores sociais/políticos mobilizados e sua concepção sobre o tema. A relevância da pesquisa justifica-se pela importância das ações da ONU como o mecanismo internacional de maior referência na defesa dos Direitos Humanos. A investigação tem como fundamentação teórica a literatura acadêmica sobre direitos humanos, bem como as críticas a alguns ideais intrínsecos, como o da universalidade, direitos das mulheres e da mobilização social transnacional, em especial a feminista. A metodologia de análise do material empírico elencada é a Análise Crítica do Discurso - ACD (Fairclough, 2016), que parte da tridimensionalidade do texto, prática discursiva e prática social.


  • Mostrar Abstract
  • This work aims to understand how the HeForShe campaign promoted by UN Women promotes and works towards gender equality in the Brazilian context. The work focuses specifically on analyzing the use of the internet as a mobilization strategy, seeking to identify the meanings attributed to the role of men as well as the social/political actors mobilized and their conception of the theme. The relevance of the research is justified by the importance of UN actions as the international mechanism with the greatest reference in the defense of Human Rights. The theoretical foundation of the investigation is academic literature on human rights, as well as critiques of some intrinsic ideals, such as universality, women's rights, and transnational social mobilization, especially feminist. The methodology for analyzing the empirical material is Critical Discourse Analysis - CDA (Fairclough, 2016), which starts from the three-dimensionality of the text, discursive practice, and social practice.

2023
Dissertações
1
  • AMANDA MIRANDA MELO DA MATA QUINTAS
  • PROFESSORES DE ESCOLAS MUNICIPAIS DO RECIFE E SUAS CONDIÇÕES DE TRABALHO NO PERÍODO DE PANDEMIA DO CORONAVÍRUS SOB A ÓTICA DOS DIREITOS HUMANOS

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • Data: 15/02/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa consistiu em analisar a importância para o trabalho docenteno intuito de
    fazer comque os professores reflitam sobre os limites e avanços das condições do exercício de
    sua profissão, de modo aperceberem-se, na condição deprofessores das escolas públicas do
    Recife,como sujeitos de direito,e,em especial,como se sentiramem termos de valorização
    profissionalno cenário da Pandemia do COVID-19. Estapesquisabuscouinicialmente discutir
    sobre trabalho docente na perspectiva dos Direitos Humanos; identificar as ações do governo
    municipal do Recife para osprofessores de escolas públicas na pandemia do COVID-19;
    conhecer os aspectos sociais e econômicos que impactam o trabalho docente noMunicípio do
    Recife-PEdurante a pandemia do COVID-19, bem como refletir sobre as possibilidades e
    dificuldades do trabalho dos professores durante a crise pandêmica. O estudo se encaminhou
    metodologicamente por uma abordagem qualitativa, com natureza de pesquisa de campo, tendo
    como sujeitos de pesquisa docentes sindicalizados em escolas de Recife-PE, através de
    entrevista e observação como técnica de coleta de dados. A análise dos dados foi feitapelo
    método de interpretação de sentidos. Por meio dessa pesquisaapresentamosaimportância da
    valorização do trabalho dos professores e de suas consciências como sujeitos de direito,
    visandoa organização e implementação de políticas públicas queofertemmelhorescondições
    detrabalho da profissão docente,como um direitohumano.Apartir das análises realizadasdas
    falas dos entrevistados,percebe-se que o direito às boas condições de trabalho ainda não está
    perto de se concretizar.A falta de assistência, suportes técnicos e condições sociais e
    econômicas precárias para os professores e alunos contribuem para uma desvalorização dos
    educadores. Apesar de existirem aparatos legais, na prática, a economia e o cenário político
    vivenciadomostram-sede um total descaso com a educação.


  • Mostrar Abstract
  • Os Direitos Humanos têm como função assegurar e proteger os direitos básicos e a
    dignidade das pessoas. A necessidade de traduzir esses direitos em um documento adveio
    antes da existência da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Os Direitos
    Humanos possuem como destaque três marcos históricos: o iluminismo, a Revolução
    Francesa e o término da Segunda Guerra Mundial (HUNT, 2009).
    Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) tenha sido
    promulgada há mais de 60 anos, logo após a Segunda Grande Guerra Mundial, em 1948, a
    missão de pesquisar, escrever e reescrever sobre estes direitos e defendê-los é incessante.
    Ainda continua sendo difícil e complexo se certificar de que o peso e eficiência das leis
    registradas e promulgadas em papéis tais como nossas Declarações, Constituições e
    Leis, garantam os Direitos Humanos das pessoas. Vivemos em um país onde as legislações
    são complexas, mas sua repercussão social é mínima.
    A promulgação da DUDH não se configura como a garantia de efetivação dos Direitos
    Humanos. Apesar de constar expressamente no preâmbulo da Declaração Universal de
    Direitos Humanos que os governos se comprometem junto com seus povos, a tomarem
    medidas contínuas para garantir o reconhecimento e cumprimento dos Direitos Humanos
    (ONU, 1948), e de a referida Declaração existir há mais de 70 anos, ainda permanece
    incessante o apelo à pesquisa, escrita e estudo sobre esses direitos e a necessidade de defendê-
    los.

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  • MATEUS DE MELO ALBUQUERQUE
  • MASCULINIDADES BICHA: quando os homens se colocam contra a hegemonia

  • Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • LEONARDO PINHEIRO MOZDZENSKI
  • FERNANDA CAPIBARIBE LEITE
  • IZADORA XAVIER DO MONTE
  • Data: 17/02/2023

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  • Durante o curso desta dissertação, apresento, conceituo e analiso a ocorrência do que chamo de
    masculinidade bicha. A partir disso, são discutidas as posições discursivas que permitem a
    determinados homens exercer suas masculinidades de maneira não hegemônica. Sabendo que
    “bicha” é uma expressão utilizada de maneira injuriosa, o seguinte problema de pesquisa passou
    ase constituir: de que maneira os estudos de gênero podem contribuir para entender como
    alguns homens assumem para si, de maneira positiva, uma identidade marginalizada? A partir
    dessa inquietação, constituí como objetivo principal do trabalho o de, por meio de uma pesquisa
    engajada com a perspectiva dos direitos humanos, inserir a masculinidade bicha nos estudos de
    gênero e sexualidade que tratam do contexto brasileiro. Em outras palavras, com o trabalho
    tenho a finalidade de expandir os estudos das masculinidades brasileiras tendo como ponto de
    partida e de chegada a perspectiva da bicha. Para o desenvolvimento da investigação foram
    mobilizadas de maneira transdisciplinar, interdisciplinar e indisciplinar contribuições variadas,
    como as teoriasqueere teorias feministas de diferentes perspectivas, estudos de gênero, estudos
    das masculinidades, estudos decoloniais, estudos culturais, entre outros. O corpus trabalhado
    na pesquisa trata-se, em um primeiro momento de uma análise temática sobre o grande tema
    dasmasculinidades brasileiras, e posteriormente da análise de três entrevistas narrativas
    realizadas com homens que se reconhecem no espectro da bicha a fim de compreender como
    esses sujeitos constituem uma imagem de si e das suas masculinidades no mundo generificado.
    Como resultado, foi possível constatar que a identidade bicha é articulada a partir do
    pertencimento a um grupo de apoio, sendo este composto de outras bichas e pessoas
    LGBTQIA+, além de estabelecer relações que também são diferenciadas a partirde marcadores
    como raça e classe.


  • Mostrar Abstract
  • Throughout the course of this essay, I present, conceptualize and analyze the occurrence of
    what I call masculinidade bicha [faggot masculinity]. From this, I debate on the discursive
    positions that allow certain men to exercise their masculinities in a non-hegemonic way.
    Knowing that “bicha” is an expression used in an insulting way, the following research problem
    began to be constituted: how can gender studies contribute to understanding how some men
    take for themselves, in a positive way, a marginalized identity? Based on this concern, I
    constituted the main objective of the work to insert the masculinidade bicha in gender and
    sexuality studies that deal with the Brazilian context by doing a research engaged with the
    perspective of human rights. In other words, with the work I intend to expand the studies of
    Brazilian masculinities having as a starting and ending point the bicha perspective. For the
    development of the investigation, various contributions were mobilized in an transdisciplinary,
    interdisciplinary and interdisciplinary way, such as queer theories and feminist theories from
    different perspectives, gender studies, masculinity studies, decolonial studies, cultural studies,
    among others. The corpus worked on in the research is, at first, a thematic analysis on the great
    theme of Brazilian masculinities, and later the analysis of three narrative interviews carried out
    with men who recognize themselves in the spectrum of the bicha in order to understand how
    these subjects constitute an image of themselves and their masculinities in the gendered world.
    As a result, it was possible to verify that the bicha identity is articulated from belonging to a
    support group, which is composed of other bichas and LGBTQIA+ people, in addition to
    establishing relationships that are also differentiated from markers such as race and class.

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  • ADLINERI SAILE NOGUEIRA MARIANO REMIGIO
  • O PAPEL DA FAMÍLIA DURANTE O CUMPRIMENTO DA PENA DE PRISÃO: CONTRIBUIÇÕES E DIFICULDADES

  • Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTHUR LEANDRO ALVES DA SILVA
  • MARCELO LUIZ PELIZZOLI
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 24/02/2023

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  • Este trabalho buscou apreender as contribuições e dificuldades encontradas pelas
    famílias dos presos, investigando como as mesmas se comportam e analisam o período
    de cumprimento da pena de prisão do seu ente. Para isso, foram investigados os fatores
    históricos, sociais e culturais que permeiam essa temática, com o fito de compreender a
    relação preso-família-Estado. Nessa perspectiva, foram apresentadas sugestões e
    contribuições no sentido de atenuar as dificuldades enfrentadas, inclusive perante o
    Sistema Prisional, bem como a realidade dessas famílias. O trabalho se pauta em uma
    abordagem de pesquisa qualitativa e adota o autor Howard Zehr como principal marco
    teórico, além de outros (as) autores (as) que estudam a questão da Justiça Restaurativa e
    da prisão, como Marcelo Luiz Pelizzoli e Eduardo Matos de Alencar.
    Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa de natureza empírica quanto aos
    procedimentos, a qual utiliza como instrumento de coleta de dados a observação
    assistemática e entrevistas individuais semiestruturadas com familiares dos detentos do
    Presídio ASP Marcelo Francisco de Araújo (PAMFA), situado no Recife (PE). Com
    relação à técnica de análise e interpretação dos dados, faz-se uso da análise de conteúdo
    para compreender o pensamento dos entrevistados através daquilo por eles expresso.


  • Mostrar Abstract
  • Como reivindicações morais, os direitos humanos nascem quando devem e
    podem nascer. Como realça Norberto Bobbio (1988), os direitos humanos não nascem
    todos de uma vez e nem de uma vez por todas.
    Para Hannah Arendt (1989), os direitos humanos não são um dado, mas um
    construído, uma invenção humana, em constante processo de construção e reconstrução.
    A Constituição Federal do Brasil (de 1988), em seu Preâmbulo, proclama
    competir ao estado Democrático a tarefa de assegurar os valores supremos “de uma
    sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e
    comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
    controvérsias”.
    As Regras Mínimas da ONU para o Tratamento de Prisioneiros, relativas às
    medidas que não impliquem prisão sublinham a importância de um maior envolvimento
    da comunidade na gestão da justiça penal e a necessidade de promover entre os
    infratores um certo sentido da responsabilidade para com as suas vítimas e a sociedade
    no seu conjunto. (PELIZZOLI, 2010).

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  • ANDREZZA MARIA BARROS DANTAS
  • CÁRCERE, MATERNAGEM E DIREITOS HUMANOS: UM ESTUDO SOBRE MULHERES / MÃES ENCARCERADAS NA PARAÍBA

  • Orientador : ANA MARIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • ANA MARIA TAVARES DUARTE
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 28/02/2023

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  • Esta pesquisa tem como foco principal realizar um mergulho nas questões que atentam ou garantem os Direitos Humanos de Mulheres/Mães que estão no cárcere. Foi ressaltada a precariedade do sistema prisional brasileiro e paraibano que afeta não apenas a mulher presa, mas também, suas crianças e atinge toda família, a pena ultrapassa a pessoa humana da prisioneira e atinge outros sujeitos de direitos. Para realizar o debate aqui proposto, apresentamos a questão norteadora: Quais as condições de maternagem no cárcere no Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão/PB e suas implicações para a afirmação e garantia dos Direitos Humanos de mulheres encarceradas? Para responder a esta questão elaboramos os objetivos a seguir: Objetivo Geral: Compreender a maternagem no cárcere a partir do Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão/PB e as implicações dessa realidade para a afirmação e garantia dos Direitos Humanos de mulheres encarceradas. Objetivos Específicos: Discutir a relação entre o encarceramento feminino e Direitos Humanos a partir da realidade do Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão/PB; Analisar a conexão entre os direitos das crianças previstos no ordenamento jurídico como primazia para a garantia dos Direitos Humanos das Mulheres / mães encarceradas no Brasil; Verificar decisões judiciais (jurisprudências) através dos argumentos jurídicos que fundamentam a garantia da liberdade da mãe prisioneira e seus impactos nas vidas das mulheres em relação ao seu reconhecimento como sujeito(a) de Direitos. A metodologia utilizada foi qualitativa e em função da pandemia não podemos realizar as entrevistas, optamos caminhar através da pesquisa complementada pela pesquisa documental e utilizando o estudo de caso, através do estudo de caso alargado. Tendo como aportes teóricos Minayo (2009), Santos (1983/2002) entre outros e a análise dos dados recaiu sob a perspectiva da análise de conteúdo, tendo como aporte teórico Bardin (2011). No referencial teórico principal trabalhamos com autoras feministas que situam as especificidades da mulher ou da mulher prisioneira, como: Davis (2009, 2016), Saffioti (1987,1999,2013), Barcinsky (2009), (2012) e (2020) entre outras autoras que ao longo do texto descortinam relações que necessitam ser visibilizadas sejam na relação gênero, classe raça ou de interseccionalidade para compreender-se a complexidade do cárcere feminino e da maternagem nesse espaço. Além dos clássicos sobre a prisão através de Foucault (1977) Golfman (2011), Rolim (1999), bem com documentos internacionais e nacionais que tratam dos Direitos Humanos de mulheres e crianças em ambientes prisionais, a exemplo da Constituição de 1988, A Lei de Execução Penal, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Regras de Bangkok e o HC-STF 143.641 – SP, e duas decisões judiciais do Estado da Paraíba. Como resultados apontamos o impacto negativo do ambiente prisional sob mulheres/mães, estejam grávidas ou puérperas na prisão, o ambiente impõe cuidados a saúde da mulher e da criança que são violados constantemente, e que a possibilidade de garantia da substituição do regime fechado pela prisão domiciliar leva em consideração principalmente os direitos da criança, submetida a condição de privadas de liberdade e sendo atingidas través das violações aos seus direitos fundamentais: aprisionada sem cometer crimes. As decisões judiciais garantem o direito das crianças, porém partem de um viés machista, relegando-a exclusivamente a condição de mãe, numa expectativa de que a maternidade, por si só, se torne a redenção da mulher/mãe/criminosa, a razão exclusiva de sua ressocialização.


  • Mostrar Abstract
  • Esta pesquisa tem como foco principal realizar um mergulho nas questões que atentam ou garantem os Direitos Humanos de Mulheres/Mães que estão no cárcere. Foi ressaltada a precariedade do sistema prisional brasileiro e paraibano que afeta não apenas a mulher presa, mas também, suas crianças e atinge toda família, a pena ultrapassa a pessoa humana da prisioneira e atinge outros sujeitos de direitos. Para realizar o debate aqui proposto, apresentamos a questão norteadora: Quais as condições de maternagem no cárcere no Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão/PB e suas implicações para a afirmação e garantia dos Direitos Humanos de mulheres encarceradas? Para responder a esta questão elaboramos os objetivos a seguir: Objetivo Geral: Compreender a maternagem no cárcere a partir do Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão/PB e as implicações dessa realidade para a afirmação e garantia dos Direitos Humanos de mulheres encarceradas. Objetivos Específicos: Discutir a relação entre o encarceramento feminino e Direitos Humanos a partir da realidade do Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão/PB; Analisar a conexão entre os direitos das crianças previstos no ordenamento jurídico como primazia para a garantia dos Direitos Humanos das Mulheres / mães encarceradas no Brasil; Verificar decisões judiciais (jurisprudências) através dos argumentos jurídicos que fundamentam a garantia da liberdade da mãe prisioneira e seus impactos nas vidas das mulheres em relação ao seu reconhecimento como sujeito(a) de Direitos. A metodologia utilizada foi qualitativa e em função da pandemia não podemos realizar as entrevistas, optamos caminhar através da pesquisa complementada pela pesquisa documental e utilizando o estudo de caso, através do estudo de caso alargado. Tendo como aportes teóricos Minayo (2009), Santos (1983/2002) entre outros e a análise dos dados recaiu sob a perspectiva da análise de conteúdo, tendo como aporte teórico Bardin (2011). No referencial teórico principal trabalhamos com autoras feministas que situam as especificidades da mulher ou da mulher prisioneira, como: Davis (2009, 2016), Saffioti (1987,1999,2013), Barcinsky (2009), (2012) e (2020) entre outras autoras que ao longo do texto descortinam relações que necessitam ser visibilizadas sejam na relação gênero, classe raça ou de interseccionalidade para compreender-se a complexidade do cárcere feminino e da maternagem nesse espaço. Além dos clássicos sobre a prisão através de Foucault (1977) Golfman (2011), Rolim (1999), bem com documentos internacionais e nacionais que tratam dos Direitos Humanos de mulheres e crianças em ambientes prisionais, a exemplo da Constituição de 1988, A Lei de Execução Penal, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Regras de Bangkok e o HC-STF 143.641 – SP, e duas decisões judiciais do Estado da Paraíba. Como resultados apontamos o impacto negativo do ambiente prisional sob mulheres/mães, estejam grávidas ou puérperas na prisão, o ambiente impõe cuidados a saúde da mulher e da criança que são violados constantemente, e que a possibilidade de garantia da substituição do regime fechado pela prisão domiciliar leva em consideração principalmente os direitos da criança, submetida a condição de privadas de liberdade e sendo atingidas través das violações aos seus direitos fundamentais: aprisionada sem cometer crimes. As decisões judiciais garantem o direito das crianças, porém partem de um viés machista, relegando-a exclusivamente a condição de mãe, numa expectativa de que a maternidade, por si só, se torne a redenção da mulher/mãe/criminosa, a razão exclusiva de sua ressocialização.

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  • MARCELA GAMA DE CARVALHO
  • SOLUÇÃO E CONFLITO: A Justiça Restaurativa na esfera policial

  • Orientador : MARCELO LUIZ PELIZZOLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSE LUIZ DE AMORIM RATTON JUNIOR
  • MARCELO LUIZ PELIZZOLI
  • MARCOS GALINDO LIMA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 28/02/2023

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  • Tecnologia aliada à ciência disponibiliza o mundo em um smartphone, distância é
    encurtada por aplicativos inatingíveis até mesmo pela pandemia da COVID-19,
    home office é a mais nova tendência, sem olvidar da efervescência política e do
    progresso científico, eis a conjuntura da sociedade que almeja um acesso à justiça
    tão dinâmico quanto possível, e se depara com um sistema de justiça criminal há
    muito falido, incapaz de responder ao arcabouço criminal pós-moderno, nem a
    questões anteriores, como o encarceramento em massa, o aumento da violência e o
    abarrotamento da justiça. Com isso a JR, que tem foco na reparação, vem se
    expandindo e se adequando aos espaços mais improváveis, promovendo um
    formato de justiça democrático. E é assim que polícia e JR se encontram. Esta
    pesquisa se propõe a investigar os Núcleos Especiais Criminais (NECRIMs),
    iniciativa criada por Delegados da Polícia Civil de São Paulo, com a finalidade de
    solucionar conflitos advindos de crimes de menor potencial ofensivo, em momento
    anterior ao da judicialização, por meio de mediação, ampliando e dinamizando o
    acesso à justiça. Essa política criminal contribui com a desjudicialização, a economia
    processual, a desistência criminal, a não revitimização, o empoderamento, dentre
    outros.


  • Mostrar Abstract
  • Com o surgimento do Estado foi estabelecido o modelo de justiça punitivo-retributivo, que objetiva a resolução dos crimes através do castigo, em conformidade com os preceitos penais. Entende-se por Direito Penal o “conjunto de normas jurídicas que prevêem os crimes e lhes cominam sanções, bem como disciplinam a incidência e validade de tais normas, a estrutura geral do crime, e a aplicação e execução das sanções cominadas” (BATISTA, 2007, p. 24), denotando, de pronto, a relação direta entre crime e castigo.

    A efetividade desse modelo tradicional de justiça ao qual nos acostumamos vem sendo questionada, já que, mesmo com o fenômeno do encarceramento em massa, a grande mídia vem noticiando a ocorrência de crimes diariamente, evidenciando que mais e mais pessoas assumem, em algum momento, a posição de vítima no sistema penal, sofrendo danos de ordem patrimonial, física e/ou psicológica advindos direta ou indiretamente de conduta delituosa, o que se entende por vitimização primária, promovendo uma insegurança generalizada.

    Essa sensação de insegurança fomenta um discurso de ódio permeado de medo e revolta pautado numa pseudo-impunidade, culminando na ideia de que as leis são brandas e as sentenças lenientes, e de que os castigos para quem comete um delito têm de ser ainda mais severos, pois que o sofrimento do ofensor é o remédio para a dor da vítima e a forma mais eficaz de reprimir a violência, o que contribui para o agigantamento do Estado Penal em detrimento do Estado Social.

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  • KLEBER BACELLAR DE ANDRADE JÚNIOR
  • NEOLIBERALISMO E DIREITOS HUMANOS: uma análise documental de discursos anti-imigração produzidos recentemente por políticos de extrema-direita no Brasil

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCIA REGINA BARBOSA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • SILAS CARLOS ROCHA DA SILVA
  • Data: 03/03/2023

  • Mostrar Resumo
  • Em que pese a Constituição Federal de 1988 e demais instrumentos legais assegurarem ao
    migranteinternacionaluma série de direitos e garantias, sem qualquer distinção,osrecentes
    discursos produzidos pordeterminadosatorespolíticosbrasileirosde extrema-direita, revela
    uma visão de mundo atrelada ao neoliberalismocom viésautoritário, marcada por ideias
    xenófobas epreconceituosas.Apesar de fatores como esvaziamento democrático e medidas
    autoritárias sempre fazerem parte do modelo neoliberal, após a crise de 2008, houve um
    aprofundamento de medidas autoritárias adotadas por governos ao redor do mundo, cuja
    ideologia foi adotadatambémno Brasil, principalmente com a ascensão da extrema-direita ao
    poder.Através de declarações, entrevistas oupor meio da elaboração de instrumentos legais,o
    modo de enxergar o mundodessas pessoas desvela preconceito e xenofobia, o que prejudica,
    de forma direta ou indireta,a vida de pessoas que migram para o Brasil(principalmente aqueles
    originários de paísespobres e/ou emergentes.O presente trabalho possui o objetivo de analisar
    as construções discursivas produzidas poralgunspolíticos de extrema-direita contra pessoas
    que migram ou se refugiam no Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada a partir
    de um levantamento documental e bibliográfico sobre a temática das migrações interacionais.
    A metodologia utilizada para analisar os documentos que compõem ocorpus-geral e restrito
    -da pesquisa foi a técnica da Análise Crítica Do Discurso (ACD),de acordo com a abordagem
    apresentadaporNormanFairclough(2001).Oconjuntodocumentalécompostopor
    declaraçõese entrevistas doex-presidente da República, Jair Bolsonaro e tambémoProjeto de
    Lei nº 408/2018, de autoria doex-senador Romero Jucá.Opresente estudo pretende demonstrar
    como os discursos em análise estão vinculados a uma visão neoliberalcom nuances de
    autoritarismo, cujos ideais perpassam pela restrição de direitos humanos em detrimento dos
    caminhos propostos pelo capital financeiro na busca da hegemonia. Ademais, ao inferir sentido
    crítico a partir do uso da linguagem, revela-se possível, ao menos, um ensaio ou uma luta
    embrionária na busca de justiça social.


  • Mostrar Abstract
  • Em que pese a Constituição Federal de 1988 e demais instrumentos legais assegurarem ao migrante internacional uma série de direitos e garantias, sem qualquer distinção, os recentes discursos produzidos por atores políticos brasileiros de extrema-direita, revela uma visão de mundo atrelada ao neoliberalismo autoritário, marcada por ideias xenófobas e preconceituosas. Apesar de fatores como esvaziamento democrático e medidas autoritárias sempre fazerem parte do modelo neoliberal, após a crise de 2008, houve um aprofundamento de medidas autoritárias adotadas por governos ao redor do mundo, cuja ideologia foi adotada no Brasil, principalmente com a ascensão da extrema-direita ao poder. Através de declarações, entrevistas ou por meio da elaboração de instrumentos legais, a visão de mundo apresentada por essas pessoas desvela uma prática sistemática de preconceito e xenofobia, o que prejudica, de forma direta ou indireta, a vida de pessoas que migram para o Brasil e impacta fortemente a defesa dos direitos humanos. O presente trabalho possui o objetivo de analisar os sentidos produzidos nos discursos de políticos de extrema-direita contra pessoas que migram ou se refugiam no Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada a partir de um levantamento documental e bibliográfico sobre a temática das migrações interacionais. A metodologia utilizada para analisar os documentos que compõem o corpus - geral e restrito - da pesquisa foi a técnica da Análise Crítica Do Discurso (ACD), de acordo com a abordagem apresentada por Norman Fairclough (2001). O conjunto documental é composto por declarações e entrevistas do Presidente da República, Jair Bolsonaro e também por trechos de instrumentos legais como o Projeto de Lei nº 408/2018, de autoria do senador Romero Jucá e dos autos processuais da Ação Civil Originária nº 3121/2018, ajuizada pelo estado de Roraima. O presente estudo pretende demonstrar como os discursos em análise estão vinculados a uma visão neoliberal autoritária, cujos ideais perpassam pela restrição de direitos humanos em detrimento dos caminhos propostos pelo capital financeiro na busca da hegemonia. Ademais, ao inferir sentido crítico a partir do uso da linguagem, revela-se possível, ao menos, um ensaio ou uma luta embrionária na busca de justiça social.

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  • JOELMA DE GUSMAO LIMA
  • JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO EM PERNAMBUCO: as redes políticas de resistência estudadas pela Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara

  • Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUNOT CORNELIO MATOS
  • MANOEL SEVERINO MORAES DE ALMEIDA
  • MARCOS AURELIO DORNELAS DA SILVA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 07/03/2023

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  • Este trabalho trata-se de um estudo sobre Justiça de Transição no Brasil, fazendo
    um resgate do funcionamento de uma das principais políticas de reparação no
    Estado de Pernambuco, que é a Comissão Estadual da Memória e verdade Dom
    Hélder Câmara. Em seus quatro anos e meio de existência, ela realizou pesquisa
    nos principais arquivos do Brasil a fim de erguer um dos pilares da Justiça de
    Transição que é a Verdade. Essa verdade foi buscada através de um
    levantamento de documentos secretos estatais, ouvida de depoentes que
    sobreviveram as graves violações de Direitos Humanos entre a década de 1940 e
    1980. Grande parte desses depoentes era participante de partidos políticos
    clandestinos que se rebelaram ao não aceitar o Golpe Civil militar que ocorreu no
    ano de 1964. Esses partidos são apresentados aqui com o olhar da Teoria de
    Análise de Redes sociais – ARS – apresentando os membros identificados nos
    relatos literários e de História Oral ao qual a comissão teve acesso. E sua atuação
    é analisada sobre o olhar teórico de Michel Foucault, que percebe a informação
    como um poder-saber, onde é possível a repressão reunir informações sobre
    cada partido político, se antecipar aos seus passos eliminando todos ou o máximo
    de seus componentes. Cada um desse partido é considerado uma Rede que
    lutou e permanece lutando até os dias atuais pela defesa dos Direitos Humanos e
    a manutenção do estado democrático de direito no Brasil.


  • Mostrar Abstract
  • A comissão da verdade de Pernambuco, foi a primeira do Brasil instituída por
    força de lei. Ela executou seus trabalhos por um período de quatro anos e meio,
    onde realizou dezenas de audiências públicas e privadas e ao final de seu trabalho
    publicou um relatório final contendo dois volumes de aproximadamente 400 páginas
    cada volume, que desde o ano de 2016 têm sido divulgados à sociedade civil
    pernambucana.
    A CEMVDHC é a medida política mais recente e relevante sobre Justiça de
    Transição em Pernambuco até o momento, ela teve repercussão nacional e
    internacional, onde um de seus - Cadernos da Memória - foi traduzido na língua
    francesa e publicado na França, ainda na vigência da comissão. De todas as ações
    reparatórias, essa é a mais expressiva e se destaca pela sua extensão de alcance
    aos parentes dos mortos e desaparecidos políticos, por essa razão, este estudo
    dará destaque aos seus trabalhos e sua possível relevância como política de
    reparação.
    Ao tratar do tema – Justiça de Transição – como uma ação necessária à
    reconciliação do Estado com a Sociedade Civil, é necessário afirmar a sua conexão
    com os direitos humanos, pois eles foram duramente atacados e por isso, causou
    uma ruptura nas relações sociopolíticas entre o Estado e a sociedade civil e que,
    precisam ser conciliadas.
    Sendo assim, será feita uma retrospectiva sócio política do momento histórico
    brasileiro que é motivador da necessidade de uma implantação da Justiça de
    transição no Brasil. Além das ações a nível nacional, dá destaque a questões
    regionais que foram e têm sido implantadas no estado de Pernambuco, que é a
    região que está sendo focalizada neste estudo.

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  • MARIA JÚLIA CABRAL DE VASCONCELOS ARRUDA
  • A SOCIEDADE DO CANSAÇO E O DIREITO À DESCONEXÃO: uma análise do instituto a partir de suas origens europeias e as possibilidades de contribuição para a legislação brasileira

  • Orientador : ISABELE BANDEIRA DE MORAES D ANGELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DENISE NACHTIGALL LUZ
  • GIORGE ANDRE LANDO
  • ISABELE BANDEIRA DE MORAES D ANGELO
  • Data: 05/04/2023

  • Mostrar Resumo
  • O objeto deste projeto é o trabalho remoto e direito à desconexão na sociedade do capitalismo cognitivo, pós pandemia do COVID-19. Objetiva apontar quais as melhores opções a serem seguidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, no que diz respeito à regulamentação do trabalho remoto e do Direito à desconexão, a partir de uma análise comparativa sistemática das legislações consolidadas sobre o tema no continente Europeu, buscando compreender os interesses jurídicos tutelados em cada legislação. Pretende-se demonstrar que o atual regramento no Brasil sobre o tema é incipiente, tendo em vista que não aborda, nem mesmo, o Direito à desconexão, já reconhecido legalmente nos países supracitados. Tem como marco teórico a situação de vulnerabilidade dos trabalhadores que se submetem à modalidade de trabalho remota, a ser estudada à luz da teoria social crítica, tendo como referenciais teóricos a Escola de Frankfurt e autores como Theodor Adorno, Boaventura Sousa Santos e Ricardo Antunes. Tratar-se-á do desrespeito aos Direitos Humanos desses trabalhadores questionando-se o porquêde as leis serem feitas de determinada forma e analisando quais os direitos e interesses por elas tutelados. Metodologicamente, maneja como linha de pesquisa a revisão sistemática da literatura, com caráter exploratório e descritivo. Este tema é crítico, reflexivo, interdisciplinar e extremamente atual.


  • Mostrar Abstract
  • O objeto deste projeto é o trabalho remoto e direito à desconexão na sociedade do capitalismo
    cognitivo, pós pandemia do COVID-19. Objetiva analisar as legislações de países Europeus
    (França, Itália e Espanha) em comparação com a regulamentação do Brasil sobre o tema, a
    fim de tentar compreender as diferentes abordagens, para que, em síntese, se possa chegar a
    conclusões que indiquem caminhos que possam nortear o modelo a ser seguido. Pretende-se
    demonstrar que o atual regramento no Brasil sobre o tema é incipiente, tendo em vista que não
    aborda, nem mesmo, o Direito à desconexão, já reconhecido legalmente nos países
    supracitados. Tem como marco teórico a situação de vulnerabilidade dos trabalhadores que se
    submetem à modalidade de trabalho remota, a ser estudada à luz da teoria social crítica, tendo
    como referenciais teóricos a Escola de Frankfurt e autores como Theodor Adorno, Boaventura
    Sousa Santos e Ricardo Antunes. Tratar-se-á do desrespeito aos Direitos Humanos desses
    trabalhadores questionando-se o porquê das leis serem feitas de determinada forma e
    analisando quais os direitos e interesses por elas tutelados. Metodologicamente, maneja como
    linha de pesquisa a revisão sistemática da literatura, com caráter exploratório e descritivo.
    Este tema é crítico, reflexivo, interdisciplinar e extremamente atual.

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  • VANESSA TATIANE DA SILVA TIMOTEO
  • JUSTIÇA RESTAURATIVA APLICADA À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER. ANÁLISE DE NARRATIVAS INSTITUCIONAIS DO RECIFE E REGIÃO METROPOLITANA

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • VANESSA CHIARI GONÇALVES
  • Data: 18/04/2023

  • Mostrar Resumo
  • Justiça restaurativa tem sido aplicada para lidar com diversas situações. Esta pesquisa teve por objeto
    a admissibilidade ou não de aplicação da justiça restaurativa em casos de violência doméstica contra
    a mulher. Para desenvolver a pesquisa, foram entrevistadas pessoas que atuam no combate e
    enfrentamento da violência doméstica em Recife e região metropolitana, especificamente juristas
    (juízes e promotores) e servidores, psicólogos, assistentes sociais, pedagogos e membros da gestão da
    secretaria da mulher e dos centros de acolhimento Clarice Lispector e Julia Santiago. Iniciamos
    expondo elementos da justiça restaurativa: seus princípios e métodos de aplicação. Em seguida, foi
    tratado o crime de violência doméstica, abordando sua natureza jurídica e como o ordenamento jurídico
    brasileiro enfrenta este crime, além dos motivos encobertos por trás da violência doméstica praticada
    contra a mulher. Na terceira parte, estão expostas as narrativas de profissionais atuantes no combate à
    violência doméstica contra a mulher quanto à aplicação da justiça restaurativa para lidar com essa
    violência, quando foi incluído a pandemia do COVID-19, questionando se ela impulsionou, de alguma
    forma, o aumento de casos. Se analisa ainda as políticas públicas e mudanças na legislação para
    combater a violência doméstica. Quanto à violência, Braithwaite foi central por considerar que um
    crime deve ser visto como um comportamento a ser mudado no ofensor. A análise dos dados foi
    baseada na Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough. O desconhecimento e entendimento
    desacertado quanto à justiça restaurativa e a preocupação com a possibilidade de revitimização e
    sensação de impunidade foram os fatores centrais observados na pesquisa. A pesquisa indica que
    muitos juristas, em Pernambuco, se preocupam com a possibilidade da prática de violência
    institucional nas delegacias especializadas no atendimento à mulher. Outro ponto que a pesquisa alerta
    é a necessidade de maior divulgação e difusão dos princípios e métodos de justiça restaurativa entre
    juristas, pois a via impositiva normativa, como a adotada pelo CNJ via Resolução, não é suficiente
    para superar a desinformação observada nesta pesquisa. Observou-se que o entendimento sobre a
    aplicação da justiça restaurativa aos casos de violência doméstica contra a mulher foi majoritariamente
    desfavorável, o que evidencia a necessidade e importância de mais difusão da justiça restaurativa entre
    juristas e profissionais que atuam nos centros de acolhida.


  • Mostrar Abstract
  • A pesquisa analisa, por meio de entrevistas, os discursos de operadores do direito nas
    representações sociais do agressor, problematizando a possibilidade de aplicação da justiça
    restaurativa em casos de violência doméstica contra a mulher. Verifica-se, portanto, como esses
    profissionais concebem a utilização da justiça restaurativa em casos de violência doméstica. O escopo foi constituído de operadores do direito e servidores que atuam no combate e enfrentamento da violência doméstica em Recife e região metropolitana. Primeiro, se analisa a justiça restaurativa, seus princípios e sua aplicação através da mediação. Em seguida, se trata do crime de violência doméstica, sua natureza jurídica, como o ordenamento jurídico brasileiro enfrenta este crime e os motivos encobertos por trás de toda violência doméstica praticada contra a mulher. Em seguida, na união das matérias dos dois primeiros tópicos, se analisa, na terceira parte, a narrativa de profissionais atuantes no combate à violência doméstica contra a mulher quanto à aplicação da justiça restaurativa a esses crimes e se a pandemia do COVID-19 impulsionou, de alguma forma, o aumento desses casos.
    Segundo o paradigma jurídico da justiça restaurativa, o mal causado pela prática do ilícito não fere
    apenas a norma positiva do Estado, mas também a pessoa da vítima, e busca-se entender o que levou o agressor ao cometimento do agravo. Se analisa ainda as políticas públicas e mudanças na legislação para combater a violência doméstica. O comprovado aumento da violência contra a mulher demanda estudos sobre o sistema de justiça utilizado atualmente e para debater sobre esse tema se utiliza como base Braithwaite, que defende que o crime deve ser visto como um comportamento a ser mudado no ofensor. Investiga-se a aplicabilidade da justiça restaurativa em sua integralidade. Do ponto de vista metodológico, esta pesquisa segue a modalidade de entrevista semiestruturada, e o corpus é analisado utilizando os preceitos teórico-metodológicos da Análise Crítica do Discurso, utilizando a abordagem sustentada por Norman Fairclough. Foram entrevistados profissionais do juizado, promotoria, secretaria da mulher, delegacia da mulher, Centro de Referência Clarice Lispector e o Centro da Mulher Metropolitana Julia Santiago, atuantes em Recife e região metropolitana. A pesquisa bibliográfica foi realizada em artigos, periódicos e livros. Se trata de um tema complexo onde nos deparamos com desconhecimento ou entendimento desacertado quanto ao conceito da justiça restaurativa e preocupação por parte das instituições com a possibilidade de revitimização e sensação de impunidade. Se observou que há uma divisão de opiniões quanto a aplicação da justiça restaurativa aos casos de violência doméstica contra a mulher.

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  • JULIA MARIA DE OLIVEIRA CAMPOS
  • O PENSAMENTO POLÍTICO-PEDAGÓGICO DE BELL HOOKS PARA A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS

  • Orientador : ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • DENISE MARIA BOTELHO
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • Data: 24/04/2023

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  • Esta dissertação é fruto das reflexões acerca do pensamento político-pedagógico de bell hooks
    – professora negra, teórica feminista, historiadora da educação e crítica cultural –, a qual narra
    o seu pensamento a partir da sua própria vida. Seu fazer pedagógico crítico e revolucionário é
    inspirado no educador e filósofo Paulo Freire mas, sobretudo, na sua experiência como aluna
    no período da segregação racial e, posteriormente, como docente universitária. Suas reflexões
    sobre a educação como prática de liberdade trazem evidências teórico-analíticas acerca das
    metodologias e processos pedagógicos que naturalizam as desigualdades atravessadas por
    relações de poder, e que atribuem ao patriarcado capitalista imperialista de supremacia branco
    uma posição dominante sobre os demais sujeitos. Sendo assim, a proposta central desse estudo
    é analisar as contribuições do pensamento político-pedagógico da referida autora para a
    educação em direitos humanos. São examinadas as teorias, os conceitos e metodologias que
    hooks utiliza para definir a educação como prática de liberdade; o modo como o seu pensamento
    dialoga com os fundamentos epistemológicos, sociais e culturais da pedagogia crítica de Paulo
    Freire e do feminismo negro; e a dimensão política da pedagogia crítica da filósofa com a
    interseção das categorias de raça, gênero e classe social. Para tanto, foi conduzido um estudo
    bibliográfico, cujo foco é averiguar no material teórico - conceitos, fundamentos e um conjunto
    de ações estruturadas, acerca da educação como prática de liberdade cunhada por hooks.


  • Mostrar Abstract
  • Nos últimos anos, após o ingresso profissional numa instituição escolar, tenho passado por (trans)formações identitárias como mulher negra e Educadora, as quais me motivam a educar para descolonizar mentalidades, deslocando o oprimido de objeto para ser o sujeito em ação, e inquietando-o a reivindicar a si mesmo e o seu lugar no mundo, em busca da cultura de paz, justiça social e especialmente, do resgate da humanidade das mulheres negras. Neste processo de formação humana, foi possível me fortalecer com as leituras de pensadores, filósofos e filósofas, Professores e Professoras: Paulo Freire, Djamila Ribeiro, Sueli Carneiro, Nilma Lino Gomes, Lélia Gonzalez, Patrícia Hill Collins, Stuart Hall e, sobretudo, nas experiências narradas por bell hooks. Suas escritas, através da linguagem enquanto “um lugar de luta”, interpelam na minha consciência a ideia de autorrecuperação – “quando trabalhamos para reunir os fragmentos do ser, para recuperar a nossa história” (HOOKS, 2019, p.10). O ato revolucionário de erguer a voz, denunciando suas dores, angústias e opressões, mistura-se com a minha vida, aproximando-me do seu fazer pedagógico comprometido com a dignidade humana. Logo, me incentiva a combater as desigualdades e injustiças sociais, buscando romper o silêncio ruidoso e a invisibilidade violenta da exclusão e discriminação existentes, da qual eu mesma vivenciei e continuo a testemunhar dentro da escola. No local onde trabalho, na Escola Técnica Estadual Luiz Alves Lacerda – instituição pública localizada no município do Cabo de Santo Agostinho/PE –, percebo que os estudantes chegam à escola doutrinados para apoiar o patriarcado capitalista imperialista de supremacia branco, disseminado especialmente dentro de casa, nas igrejas, mídias, redes sociais; e até mesmo nas instituições escolares, as quais naturalizam as hierarquias e preconceitos, baseados nas categorias de raça, gênero e classe econômica

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  • BRUNA VIRGINIA ANDRADE DE ALMEIDA ARRUDA
  • A Comissão de Anistia e a revisão de anistias políticas: reflexos e impactos no processo justransicional brasileiro

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANTONELLA BRUNA MACHADO TORRES GALINDO
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • RENAN HONÓRIO QUINALHA
  • Data: 27/04/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação tem por objeto analisar as medidas adotadas para a reparação das
    vítimas das graves violações de direitos humanos operadas no regime militar que vigorou no
    Brasil de 1964 a 1985, implantadas após a edição da Lei n.o 10.559/2002, chamada de Lei da
    Anistia, que estabeleceu os parâmetros para a declaração de anistiado político,
    regulamentando o art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT. A
    Comissão de Anistia, regulamentada pelo artigo 12 do mencionado diploma legal, surgiu com
    o propósito de apreciar os requerimentos de anistia e emitir um parecer, destinado a subsidiar
    o Ministério responsável pela pasta na decisão acerca da concessão ou não da anistia política.
    Após as eleições de 2018, considerando o retorno de ideais autoritaristas às instâncias
    máximas do poder político nacional e o negacionismo quanto à ocorrência de uma ditadura
    militar no Brasil, foram observadas sensíveis modificações na atuação da Comissão de
    Anistia, sua composição e funções, sendo atribuída ao Ministério da Mulher, da Família e dos
    Direitos Humanos a competência para avaliação e julgamento dos pedidos em andamento.
    Para o alcance dos objetivos propostos, fora realizado um levantamento quantitativo acerca
    dos processos analisados pela Comissão de Anistia ao longo de sua trajetória e dos resultados
    atribuídos, utilizando-se, inicialmente, dos relatórios emitidos pela própria Comissão e, em
    seguida, das publicações realizadas em Diário Oficial da União, com vistas a viabilizar uma
    análise comparativa entre o histórico da Comissão de Anistia e os atos elaborados na gestão
    Bolsonaro. Verificamos uma ampliação no quantitativo de processos julgados no período de
    2019 a 2022 em relação aos anos anteriores, sendo observados indeferimentos em massa,
    revisões de ofício e anulações de anistias concedidas em gestões anteriores. Busca-se, assim,
    analisar os impactos desses atos no desenvolvimento do processo justransicional, na
    consolidação democrática e na revitimização dos sujeitos, no desafio constante de se realizar a
    passagem integral do Estado brasileiro à democracia.


  • Mostrar Abstract
  • A presente dissertação tem por objeto analisar as medidas adotadas para a reparação das
    vítimas das graves violações de direitos humanos operadas no regime militar que vigorou no
    Brasil de 1964 a 1985, implantadas após a edição da Lei n.º 10.559/2002, chamada de Lei da
    Anistia, que estabeleceu os parâmetros para a declaração de anistiado político,
    regulamentando o art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT. A
    Comissão de Anistia, regulamentada pelo artigo 12 do mencionado diploma legal, tem como
    propósito apreciar os requerimentos de anistia e emitir um parecer, destinado a subsidiar a
    atual Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos na decisão acerca da concessão
    ou não da anistia política. Após as eleições de 2018, considerando o retorno de ideais
    autoritaristas às instâncias máximas do poder político nacional e o negacionismo quanto à
    ocorrência de uma ditadura civil-militar no Brasil, tem sido realizados indeferimentos em
    massa, revisões e anulações de anistias já concedidas. Busca-se, assim, analisar os impactos
    desses atos no desenvolvimento do processo justransicional, no desafio constante de se
    realizar a passagem integral do Estado brasileiro à democracia.

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  • LUCIANA GONZAGA DE ARAUJO
  • ESTUDO SOBRE O RACISMO INSTITUCIONAL EM ABORDAGENS POLICIAIS NA MESORREGIÃO DO AGRESTE PERNAMBUCANO: UM OLHAR SOB AS PERSPECTIVAS DOS DIREITOS HUMANOS NAS AUDIÊNCIAS DE CUSTÓDIA.

  • Orientador : ANA MARIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • FERNANDO ANTONIO GONCALVES DE AZEVEDO
  • Data: 24/05/2023

  • Mostrar Resumo
  • Oracismodurantemuitotempofoiumtemaveladonasociedadebrasileira.
    Apesardetermosconsciênciadolugardesegregaçãodestinadoaos
    descendentesdeescravizadosnoBrasil,opreconceito,aexclusãoea
    desigualdadesocialimpactamavidadessaspessoasequantomaispretas
    foremmaioracargadeestereótiposdecriminalidadelhessãoimpostos.Nesse
    sentido,osmovimentossociaisantirracistaseosintelectuaisligadosaos
    estudospós-coloniaistêmenvidadoesforçosemdescortinaressacruel
    violaçãodeDiretosHumanosquepermanecevivaatravésdasvariadasformas
    deracismoscotidianosqueseexpressamnaspalavras,comportamentos,
    açõesinstitucionaisquesilenciamecontinuamaimporàpopulaçãonegra
    apenasolugardasubalternidade.Esteestudoabordaoracismoinstitucional
    nasabordagenspoliciaisduranteasprisõesnamesorregiãodeGaranhuns.
    ApresentamososeguinteOBJETIVOGERAL:Analisardequeformaoracismo
    institucionalsemanifestanasatuaçõespoliciaisnosmomentosdasprisões
    realizadasnamesorregiãodeGaranhuns,acompanhadodosseguintes
    OBJETIVOSESPECÍFICOS:Realizarumaabordagemconceitualsobreo
    racismoinstitucionaleanecropolíticacomoinstitutosvioladoresdosDireitos
    Humanos;Analisar,atravésdosdocumentosdasaudiênciasdecustódia:
    relatórios,termosdasaudiências,mídiasdasaudiênciasgravadaseAutosde
    PrisãoemFlagrante,osdepoimentosdosautuadosqueinformaramtersofrido
    algumtipodeviolência/práticasracistasduranteaabordagempolicialno
    período2020-2021;Verificarseaaudiênciadecustódiaremota,noperíodode
    2020-2021,coibiurelatosdepráticasracistas;Refletirsobrearealidade
    pesquisadaeospossíveiscaminhosparaoenfrentamentodoracismonas
    audiênciasdecustódia.Realizamosumapesquisa,denaturezaqualitativa,
    utilizou-seaanálisedeconteúdodeBardin(2022)ecomoreferencialteórico
    principalasreflexõesdeautorescomoSilviodeAlmeida(2020),FrantzFanon
    (1968)eMichelFoucault(1987).Osresultadosindicaramtratamentopolicial
    diferenciadoentrepessoasbrancasenegrasnasabordagens,comumnível
    maiordeviolênciaempregadocontraaspessoasnegras.Alémdisso,a
    ausênciadeaudiênciasem2020easaudiênciasvirtuaisem2021violaramos
    direitoshumanosdosautuados,impedindo-osderelatarpossíveisviolaçõesde
    direitosedescreveremcomportamentosoumanifestaçõesderacismodurante
    aabordagem/prisão.Oestudotambémapontouumperfildaquelesqueforam
    maisautuadosnoperíodo,comumasignificativaausênciadedadosnas
    qualificaçõesdosdetidos.Essesresultadosdestacamanecessidadede
    aprimoraraspolíticaspúblicasdesegurançaecombateaoracismo
    institucionalnoEstadodePernambuco.


  • Mostrar Abstract
  • A abordagem policial é sempre um momento tenso e de confronto entre a pessoa
    abordada e a forma como o Estado, na figura do seu agente, realiza a
    abordagem e a prisão. São inúmeras as narrativas de que pessoas negras são
    tratadas de forma desumanizante e tem inúmeros direitos violados. Dessa forma,
    confirmar ou negar as narrativas é uma necessidade, na medida em que a
    presença do racismo e outras formas de discriminação ainda tornam este país
    um lugar hostil à uma parcela de sua população, em particular a população
    negra. Neste sentido, esta pesquisa tem como objetivo Geral: Analisar de
    que forma o racismo institucional se manifesta nas atuações policiais nos
    momentos das prisões realizadas na mesorregião de Garanhuns. Os objetivos
    específicos consistiram em: a) Realizar uma abordagem conceitual sobre o
    racismo institucional e a necropolítica como institutos violadores dos Direitos
    Humanos; b) Verificar através dos documentos das audiências de custódia:
    relatórios, termos das audiências, mídias das audiências gravadas e Autos de
    Prisão em Flagrante dos anos 2020-2021, os depoimentos dos autuados que
    informaram ter sofrido práticas racistas durante a abordagem policial; c) Discutir
    se a audiência de custódia remota, no período de 2020-2021, coibiu relatos de
    práticas racistas; d) Refletir sobre a realidade pesquisada e a sua relação com
    as variadas maneiras de como o racismo se apresenta na sociedade brasileira e
    os caminhos para o enfrentamento nas audiências de custódia. Como referencial
    teórico, de forma destacada, a pesquisa convida a uma leitura imersa nas obras
    de Silvio de Almeida (2020), Frantz Fannon (1968) e Michel Foucault (1987),
    dentre outros autores que permitam estabelecer conexões com a temática
    estudada. No caminhar metodológico, se apresenta como qualitativa através da
    análise documental, a análise de dados recaiu sobre a concepção de análise de
    conteúdo de Bardin (2022). Nesse momento de qualificação ainda não
    apresentamos resultados neste resumo, o que faremos após a análise e
    interpretação de dados desta pesquisa.

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  • FERNANDA DO NASCIMENTO GRANGEÃO
  • A TENSÃO ENTRE DIREITOS INDIVIDUAIS E DIREITOS HUMANOS UNIVERSAIS:UMA ANÁLISE A PARTIR DAS
    NARRATIVAS DAS MULHERES TRANS E TRAVESTIS

  • Orientador : ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • FIDEL MAURICIO RAMÍREZ ARISTIZÁBAL
  • MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • Data: 25/05/2023

  • Mostrar Resumo
  • A partir das reflexões sobre direitos humanos universais e a garantia de direitos
    individuais,otrabalhotemporobjetivocompreender,atravésdasnarrativasde
    experiências de mulheres trans e travestis pernambucanas, a tensãoexistenteentre a
    realidade e a aplicabilidade dos direitoshumanos.Em razão disso, foram desenvolvidas
    explanações sobre o paradigma da complexidade, os direitos a partir de uma visão
    universal até a realidade atual, alémdediscorrer sobre a definição de gênero e suas
    teorias. Nessa perspectiva,foi possível refletir sobre a cisgeneridade e a transgeneridade.
    Ametodologia adotada éade uma pesquisa qualitativaqueapresentano desenvolvimento
    dos seus capítulos autoras trans e travestis, além da ênfase sobre a obra de Judith Butler.
    A coleta dos dados que possibilitoua formação do corpus foiextraída de entrevistas
    narrativasrealizadas através do aplicativoGoogleMeet. No tratamento e na interpretação
    dos dados obtidos utilizou-se o softwareIramuteq,enquanto quenaanálise dos dados
    obtidos a pesquisa recorreu à análise de conteúdo. Com relação aos resultadosobtidos e
    as contribuições, buscou-se compreenderquais são os principais direitos e garantias
    fundamentais tutelados para a população transgênero,qual a percepção das mulheres
    trans/travestis entrevistadas sobre os direitos voltados para a população transgênero e qual
    a realaplicabilidade dos direitos e garantias fundamentais no cotidiano das mulheres
    trans/travestis pernambucanasa partir das suas narrativas, objetivando-se identificar a
    tensão existente entre os direitos e a sua aplicação.


  • Mostrar Abstract
  • O interesse para investigar a temática desta dissertação surgiu durante a dedicação
    quase que exclusiva e diária ao Direito de Família, área que atuo na advocacia há mais de 10
    (dez) anos. Acredito que tal escolha, desde o ingresso na Graduação em Direito, tenha
    ocorrido em virtude da confusão gerada dentro da minha família logo nas primeiras gerações
    entre casamentos, uniões e separações e, como em quase toda família, essa não poderia ser
    diferente. Sendo assim, acompanhei no período da faculdade mudanças radicais no Direito de
    Família a partir do entendimento dos Tribunais de Justiça brasileiros com o advento da
    Constituição Federal de 1988.

14
  • ALINE ARROXELAS GALVÃO DE LIMA
  • NÓS E ELOS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O MINISTÉRIO PÚBLICO E A REDE DE ATENDIMENTO A CRIANÇAS E ADOLESCENTESVÍTIMAS OU TESTEMUNHAS DE VIOLÊNCIA

  • Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • JOSE LUIZ DE AMORIM RATTON JUNIOR
  • ROGÉRIO BASTOS ARANTES
  • VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • Data: 29/05/2023

  • Mostrar Resumo
  • Desde a Constituição Federal de 1988oMinistérioPúblicobrasileiro foi investido de
    dimensão institucional que o caracteriza como agente detransformaçãosocial. Em atuação
    voltada à defesa dos direitos fundamentais e interesses difusos, coletivos e individuais
    indisponíveis, o Ministério Público contemporâneotem assumido perfil vocacionado para o
    fomento, acompanhamento e afiscalizaçãodepolíticaspúblicas, como instrumentospara
    efetividadedosdireitos humanos. Nesse quadro, os direitos infantojuvenis reclamam da
    instituição uma atuação especialmente proativa e articuladora do Sistema de Garantia de
    Direitos, que extrapola o repertório meramente processual. Na defesa de crianças e adolescentes
    contra diversas formas de violência, o subsistema legislativo representado pelo Estatuto da
    Criança e do Adolescente, pelas Leis nºs. 13.431/2017e 14.344/2022 e pelo Decreto nº.
    9.603/2018 estruturou premissas de proteção e atendimento que não apenas estabelecem
    direitos e garantias à vítima, mas também impõem a órgãos, autoridades e serviços diretrizes
    intersetoriais, a fim de evitarrevitimizaçãoe sob pena da prática de violência institucional. Esse
    arcabouço jurídico tem demandado do Ministério Público um olhar ampliado, principalmente
    diantedodesafiodaintegraçãodaspolíticasdeatendimento.Assim,partindo-se
    epistemologicamente da inserção dos direitos infantojuvenis no panorama geral dos direitos
    humanos,edeestudosobreopapeldoMinistérioPúblicoparagarantiraproteção
    infantojuvenil, o presente trabalho objetiva identificar e analisar, do ponto devista jurídico, as
    estratégias adotadas pelo Ministério Público de Pernambuco, através das Promotorias de Justiça
    com atribuição na cidade do Recife/PE nos anos de 2020 e 2021, para o fomento da integração
    das políticas de atendimento na rede local em favor de crianças e adolescentes vítimas ou
    testemunhas de violência. Após a análise das bases teóricas e normativas, associada a dados
    coletados através de documentos e entrevistas semiestruturadas,realizou-se pesquisa de
    qualitativa a fim dedetectar os principais obstáculos e as potencialidades dessa atuação
    institucional, com formulações propositivasque visam contribuir com o atendimento de
    crianças e adolescentes.


  • Mostrar Abstract
  • Este trabalho tem como objeto de estudo a atuação do Ministério Público de Pernambuco na fiscalização do cumprimento da Lei nº 13.431/2017 e do Decreto nº 9.603/2018 pelo sistema de proteção infantojuvenil do município de Recife, Pernambuco, particularmente no aspecto da articulação intersetorial de políticas e serviços públicos na proteção e atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência. Buscou-se, portanto, primeiramente situar a proteção jurídica organizada pelas referidas normas dentro do escopo da proteção dos direitos humanos de crianças e adolescentes, para então analisá-las de forma crítica, diante dos desafios para a implementação desses preceitos. Passados cinco anos desde a aprovação dessa legislação, suas previsões ainda não são realidade na maior parte dos municípios brasileiros; em Recife/PE, como apresentado neste trabalho, o caminho foi apenas iniciado. Diante desse panorama, a pesquisa objetivou inicialmente identificar e descrever em que medida a rede especializada local logrou avançar na concretização da articulação intersetorial necessária ao atendimento de crianças e adolescentes vítimas e testemunhas de violência, e como o Ministério Público de Pernambuco vem atuando no acompanhamento e na fiscalização dessa trajetória. Os dados coletados, contudo, demonstraram a incipiência dessas iniciativas no âmbito municipal e ensejaram reflexões sobre o grau de eficácia social dessas previsões legais, bem como sobre as estratégias que vêm sendo adotadas pelo órgão ministerial nessa trajetória.

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  • LAURA BEATRIZ PIRES DA SILVA
  • DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DE MULHERES NEGRAS EM PERNAMBUCO: Um pensar Interseccional sobre os Direitos Humanos

  • Orientador : MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • TANIA MARIA GORETTI DONATO BAZANTE
  • Data: 30/05/2023

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação busca compreender a questão da acessibilidade de direitos sexuais e
    reprodutivos de mulheres negras no estado de Pernambuco por meio da perspectiva de um
    pensar interseccional dos direitos humanos. Nesse âmbito, esse estudo assume a Teoria Crítica
    dos Direitos Humanos para investigar as implicações do viés universalista eurocêntrico na
    propagação destes direitos. Por tal meio, a abordagem se configura na teoria da (in)justiça e
    desvela a inaplicabilidade de políticas de redistribuição e o reconhecimento de mulheres negras,
    evidenciando como unidades de sentido a raça, condição de classe e o gênero. Perante o
    presente eixo, o apagamento de corpos negros pode ser entendido como um instrumento do
    negacionismo à aos efeitos da diáspora africana na construção protetiva de diplomas de direitos
    humanos, sendo seus danos salvaguardados em uma abordagem genérica e esquecida da
    interseccionalidade necessária a proteção de direitos de mulheres negras, principalmente no que
    toca a questão sexual e reprodutiva. Nosso objetivo é analisar como medidas de reconhecimento
    e redistribuição pautadas na interseccionalidade dos direitos humanos podem contribuir na
    elaboração de diplomas voltados aos direitos sexuais e reprodutivos de mulheres negras no

    Estado de Pernambuco. O estudo se configura em uma pesquisa fenomenológico-
    hermenêutica, de base qualitativa à interpretação dos documentos fundamentada na

    hermenêutica universal pensada por Gadamer. O método documental foi a ferramenta utilizada
    para visualização do fenômeno da saúde sexual e reprodutiva dentro dos diplomas estaduais de
    saúde da população negra, e dados de amostragem para identificar a inclusão de tais direitos
    específicos por meio das categorias de análise de raça, gênero e condição de classe. A proposta
    de análise compreende os anos de 2014-2018, por corresponder o período de criação e
    reestruturação do Comitê Estadual de Saúde da População Negra (CESPN), bem como de
    outros mecanismos de defesa dos direitos de saúde da população negra. Como principais
    resultados constatamos que o recorte interseccional na saúde sexual e reprodutiva não é
    vislumbrado pelo estado de Pernambuco na construção de políticas públicas de saúde. Diante
    desse contexto, as categorias de análise raça, gênero e condição de classe estudadas evidenciam
    a perpetuação sistemática de violência aos corpos femininos negros.


  • Mostrar Abstract
  • Os estudos desenvolvidos no trabalho compreendem que a trajetória garantista
    e protecionista dos direitos fundamentais das mulheres negras se constrói por meio do
    embate histórico, social, cultural e jurídico de reconhecimento da figura feminina negra
    como detentora de direitos. Nesse âmbito, partimos da Teoria Crítica dos Direitos Humanos
    para analisar as implicações do viés universalista eurocêntrico dos direitos humanos ao
    acesso/garantia aos direitos sexuais e reprodutivos de mulheres negras. Em tal norte, a Teoria
    de (in)justiça será abordada com o intuito de desvelar a inaplicabilidade de políticas de
    redistribuição e o reconhecimento em prol de mulheres negras, uma vez que a íntima relação
    entre as questões raciais, de condição de classe e de gênero revelam as violações sistemáticas
    que estabelecem estas mulheres como indignas de sua própria dignidade e repercute sua
    construção como sujeita de direitos e sujeita política. Desse modo, com o intuito de fornecer
    melhor entendimento sobre a problemática, o estudo parte do viés da Teoria Crítica dos
    Direitos Humanos juntamente com a abordagem interseccional advinda do feminismo negro,
    como forma dimensionar os aspectos das subalternidades feminina negra, assim, assume-se
    a raça, o gênero e a condição de classe como categorias de análise. Perante o presente eixo,
    sustenta-se a hipótese que o inacesso de mulheres negras à saúde sexual e reprodutiva está
    intimamente ligada à ineficácia prática de políticas públicas que envolvem a saúde feminina
    negra. Isso porque, o negacionismo a historicidade afrocentrada no desenvolvimento de
    diplomas atinentes a matéria é esquecida e aspectos universais eurocentristas estabelecem
    seu poderio por meio de uma abordagem genérica de direitos e esquecimento da
    interseccionalidade dessas mulheres que ocasionam o déficit na qualidade e violações na
    busca de seu acesso ao direito à saúde, principalmente no que toca a questão sexual e
    reprodutiva. Posto isto, a realidade do Estado de Pernambuco se perfaz no núcleo da análise
    sob a aplicação de políticas públicas voltadas às mulheres negras, uma vez que nele a figura
    feminina negra sofre sucessivas violações aos direitos fundamentais, seja pelo desrespeito à
    sua dignidade sexual e reprodutiva, seja por atos desdobrados de racismo institucional e
    estrutural. Assim, o projeto de pesquisa intitulado DIREITOS HUMANOS E MULHERES
    NEGRAS: Desafios da Liberdade Sexual e Reprodutiva no Estado de Pernambuco, objetiva
    analisar as contribuições da abordagem interseccional nos direitos humanos para
    compreender a problemática/realidade da acessibilidade dos direitos sexuais e reprodutivos
    das mulheres negras no Estado de Pernambuco. O estudo assume uma abordagem qualitativa
    por meio de uma pesquisa de campo concentrada na entrevista de membras do 2 (duas) mulheres negras membras do Grupo Curumim - Gestação e Parto, pautada as colaborações

    do instituto na atuação, no atendimento e suporte de mulheres negras no acesso aos direitos
    sexuais e reprodutivos das mulheres negras, bem como as políticas instituídas para o
    enfrentamento ao racismo institucional e estrutural na saúde pelo Estado de Pernambuco,
    com pesquisa bibliográfica ancorada na Teoria Crítica dos Direitos Humanos, tal como
    formulada por Herrera Flores e dimensionada através das concepções de (in)justiça, política
    de reconhecimento e política de redistribuição desenvolvidas pela Filósofa Nancy Fraser.
    Para mais, far-se-á uso leitura feminista negra a partir das categorias de análise supracitadas
    (raça, gênero e condição classe), com o intuito de trazer visibilidade as imagens de controle
    impostas aos corpos femininos negros. A proposta de análise compreende a investigação sob
    a efetividade de mecanismos jurídicos, sociais e políticos no acesso à saúde sexual e
    reprodutiva da população feminina negra no Estado de Pernambuco, fundada em dados
    investigados na pesquisa de campo e em análise específica as legislações atinentes à saúde,
    a exemplo do Plano Estadual Saúde de Pernambuco.

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  • KARINE DANIELLE DA COSTA LIRA
  • A IDENTIDADE SURDA NA UFPE: 

    UM ESTUDO DE CASO SOB O ENFOQUE DA INCLUSÃO E DO GÊNERO

  • Orientador : MARIA VIRGINIA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • GLAUCIA RENATA PEREIRA DO NASCIMENTO
  • LEONARDO PINHEIRO MOZDZENSKI
  • Data: 31/05/2023

  • Mostrar Resumo
  • As pessoas surdas possuem características linguísticas viso-gestuais que diferem das características linguísticas da sociedade majoritária, que se comunica e se organiza através da oralidade. Dessa forma, em sua realidade cotidiana as pessoas surdas são atravessadas por várias barreiras para exercer a sua cidadania com dignidade e equidade, refletindo no acesso e na permanência delas na universidade. Como exemplos, trazemos as barreiras comunicacionais, sociais e atitudinais que muitas vezes as impedem de chegar ao ensino superior e quando chegam, continuam enfrentando desafios para concluí-lo. As mulheres surdas, em especial, enfrentam sobreposições de marcadores sociais e suas interseccionalidades que são acentuadas pelos reflexos da sociedade machista e patriarcal em que vivem. O presente trabalho realiza um estudo sobre a identidade surda universitária com enfoque na inclusão e no gênero, tendo a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE como lócus. A pesquisa é amparada na perspectiva socioantropológica da surdez, no olhar histórico-cultural e na visão dos direitos humanos e defende a alteridade surda e a valorização da epistemologia surda. Este estudo pretende responder à seguinte pergunta: Como a identidade surda, o gênero e a inclusão explicam a realidade das pessoas surdas no ensino superior? No intuito de elucidar esta pergunta, o trabalho tem como objetivo geral analisar a relação entre a identidade surda, o gênero e a inclusão das pessoas surdas no ensino superior. Para tanto, elenca como objetivos específicos: a) descrever o perfil da pessoa surda na UFPE, com ênfase nas questões de gênero; b) analisar discursivamente as postagens nos perfis das turmas de Letras/Libras da UFPE nas redes sociais Instagram, Facebook e YouTube; c) comparar como a expectativa legal sobre a inclusão se adequa a realidade empírica das pessoas surdas no ensino superior. A pesquisa realiza um estudo de caso com uma abordagem metodológica qualitativa, coletando os dados por documentos institucionais, por questionários aplicados e também através de postagens nas redes sociais vinculadas às turmas de Licenciatura em Letras/Libras da UFPE. Os dados coletados nas redes sociais são analisados a partir da Análise de Discurso Crítica (ADC). Os resultados apontam para a necessidade de nos aproximarmos do universo surdo e de sua identidade, pois entendemos que não adianta tentar incluir as pessoas surdas com estratégias ouvintes de inclusão sem entender o que elas querem, percebem e compreendem por inclusão. 


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho realiza um estudo de caso da identidade surda sob o enfoque da inclusão
    e do gênero, tendo a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE como lócus. As pessoas
    surdas possuem características linguísticas viso-gestuais que diferem das características
    linguísticas da sociedade majoritária, que se comunica e se organiza através da oralidade.
    Dessa forma, em sua realidade cotidiana, essas pessoas encontram várias barreiras para
    exercer a sua cidadania com dignidade e equidade, refletindo no acesso e na permanência
    delas no ensino superior, a exemplo das barreiras comunicacionais, sociais e atitudinais que
    muitas vezes as impedem de chegar ao ensino superior e quando chegam, continuam
    enfrentando desafios para concluí-lo. A pesquisa pretendeu responder à seguinte pergunta:
    “Como a identidade surda, o gênero e a inclusão explicam a realidade das pessoas surdas no
    ensino superior?”. No intuito de elucidar esta pergunta, o trabalho teve como objetivo geral,
    analisar a relação entre a identidade surda, o gênero e a inclusão das pessoas surdas no ensino
    superior. Para tanto, elencou como objetivos específicos: a) descrever o perfil da pessoa surda
    na UFPE, com ênfase nas questões de gênero; b) analisar discursivamente as postagens nos
    perfis das turmas de Letras/Libras da UFPE nas redes sociais Instagram, Facebook e
    YouTube; c) comparar como a expectativa legal sobre a inclusão se adéqua a realidade
    empírica das pessoas surdas no ensino superior. A pesquisa realiza um estudo de caso com
    uma abordagem metodológica qualitativa, coletando os dados tanto por questionários
    aplicados, como através de postagens nas redes sociais vinculadas às turmas de Graduação
    em Letras/Libras da Universidade Federal de Pernambuco, doravante UFPE. Os dados
    coletados nas redes sociais serão analisados a partir da Análise de Discurso Crítica, daqui por
    diante ADC. A pesquisa trouxe a hipótese de que a identidade surda, o gênero e a inclusão
    podem explicar a realidade das pessoas surdas no ensino superior, através do estudo do perfil,
    das interseccionalidades representadas nele e da interseção dessas categorias de estudo.
    Supomos que a realidade opera, de forma complexa, através das interseções e
    interseccionalidades.

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  • LÍVIO PAULINO FRANCISCO DA SILVA
  • EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS EM PERNAMBUCO: um olhar sobre a política educacional de 2015 a 2022.

  • Orientador : AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
  • ANA MARIA DE BARROS
  • HELENA CRISTINA GUIMARÃES QUEIROZ SIMÕES
  • Data: 23/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • Existe uma política nacional de Educação em Direitos Humanos que dispõe de
    documentos orientadores dos sistemas de ensino e suas instituições sobre a
    efetivação da EDH nos processos educativos de todas as áreas, níveis e modalidades
    de ensino e áreas de conhecimentos, inclusive na educação básica. Nesse diapasão,
    a presente dissertação tem como objetivo geral entender como a política de Educação
    em Direitos Humanos do Estado de Pernambuco vem se materializando no período
    de 2015/2022, considerando a influência dos contextos interno e externo. Para se
    alcançar tal objetivo foi realizada uma fase inicial de coleta de material biliográfico e
    documental sobre a temática pesquisada, adotando-se como referencial teórico da
    pesquisa os estudos de autores como Joaquín Herrera Flores, David Sánchez Rubio,
    Helio Gallardo, Maria Victoria Benevides, Vera Maria Candau, Marilena Chauí, entre
    outros. Em relação aos aspectos metodológicos da pesquisa, a abordagem adotada
    foi a qualitativa e para tratamento e análise dos dados adotou-se a análise de
    conteúdo de Bardin (2011). O campo de pesquisa é o âmbito da Gerência de Políticas
    em Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania e as Gerências Regionais de
    Ensino da Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco, realizando-se
    entrevistas semiestruturadas com uma servidora lotada na sede da GEIDH, além de
    servidoras de escolas pertencentes a diferentes GREs, uma do Recife, outra do
    Sertão e outra da Zona da Mata. Em relação aos resultados encontrados, a pesquisa
    identificou indícios de materialização parcial da política de EDH em Pernambuco,
    como a existência do desconhecimento de profissionais da educação sobre a
    política de EDH, bem como dificuldade em encontrar professores que queiram
    participar da formação em EDH, prejudicando a amplitude da formação continuada
    em EDH, além da existência de condicionantes internos e externos que influenciam
    negativamente a política, como por exemplo uma cultura de não valorização dos
    direitos humanos no seio da comunidade escolar, manifestada sobretudo por uma
    parcela da população ligada a setores religiosos, entre outros achados de pesquisa.


  • Mostrar Abstract
  • A Educação no Brasil vivenciou um longo caminho na sua história, tendo sido
    submetida ao autoritarismo e ao retrocesso social que imperavam na época da
    ditadura militar, a qual durou 21 anos. Segundo Bittar e Bittar (2012, pp. 157-168),
    Educação Moral e Cívica era disciplina obrigatória e além de justificar a existência
    dos governos militares por meio de sua prática doutrinária, trazia em seu bojo ideias
    preconceituosas sobre a formação histórica brasileira, havendo também
    desvalorização do ensino da Língua Portuguesa, da História, da Geografia e das
    Artes.
    Com o advento da “Constituição Cidadã”, resultado do processo de
    redemocratização, houve avanços consideráveis, pois a partir daí a Educação passa
    a dispor de uma normatização bem estruturada, com marcos e garantias legais bem
    definidos, a exemplo de sua previsão constitucional como direito social, além de ser
    considerada direito de todos, sem exceção, conforme disposto no art. 205, da
    Constituição (BRASIL, 1988).

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  • THOMAZ DE AQUINO LOPES DA SILVA
  • A DESCONSTRUÇÃO E O ACESSO À JUSTIÇA: Uma reivindicação dos direitos humanos

  • Orientador : FERNANDO JOSE DO NASCIMENTO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDO JOSE DO NASCIMENTO
  • JUNOT CORNELIO MATOS
  • OUSSAMA NAOUAR
  • Data: 28/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • O presente estudo aborda a questão do direito humano de acesso à justiça à luz do pensamento
    de Jacques Derrida. De início, são traçados alguns apontamentos a respeito da desconstrução,
    algumas características suas e alguns movimentos que o pensar desconstrutor opera como
    estratégia. Situa-se, ainda, o pensamento derridiano como uma filosofia das margens, e
    destaca-se a importância do acesso à justiça, além de sua relevância como direito humano,
    ainda que, sem deixar de observar que o efetivo acesso, muitas vezes, é precário para
    determinados grupos da população. Neste sentido, o trabalho se utiliza da discussão derridiana
    sobre direito, justiça e desconstrução, tendo como mote o seguinte problema: “Como pensar a
    possibilidade do acesso à justiça, enquanto experiência do impossível, na concepção
    derridiana?". O objetivo geral consiste em, a partir do pensamento derridiano, refletir sobre a
    (im)possibilidade do acesso à justiça enquanto experiência de uma justiça impossível. Como
    objetivos específicos, por sua vez, destaca-se: alcançar uma compreensão da estratégia do
    pensar desconstrutor; identificar a distinção entre direito e justiça, promovida pela
    desconstrução derridiana e suas implicações sobre a alteridade; e, por fim, almeja-se discutir
    sobre a questão do acesso, do acesso à justiça, quiçá aos direitos humanos. O trabalho baseia-
    se nas obras de Derrida, especialmente "Força de Lei", e explora a estratégia da desconstrução a partir do(s) direito(s) humano(s) de acesso à justiça. Esta aproximação desenvolve-se no intuito de pensar sobre a (im)possibilidade do acesso à justiça, de modo que o acesso à justiça
    se abra ao chamado do outro.


  • Mostrar Abstract
  • O início, por muitas vezes, impõe uma dificuldade, imagina o início do início (a
    introdução), talvez porque não se saiba de qual melhor lugar se deve começar, ou
    mesmo porque “a exigência de um começo de direito, de um ponto de partida absoluto,
    de uma responsabilidade principal” (DERRIDA, 1976, p. 37), já seja uma questão, tão
    logo, quando se pretende pensar sobre desconstrução.
    Talvez comece dizendo que este trabalho orbita o Programa de Direitos
    Humanos da Universidade Federal de Pernambuco; que orbita o pensamento
    desconstrucionista de Jacques Derrida; que orbita as questões de justiça enquanto

    direito; que orbita a possibilidade do acesso à justiça; que orbita o rosto do outro. Diz-
    se que orbita por pensar dessa palavra um sentido de trajetória, de direção, de

    encontro, mas, sobretudo, de desencontro. É no (des)encontro com os Direitos
    Humanos, com a desconstrução, com o direito e a justiça, com o acesso à justiça, com
    o rosto do outro, que este trabalho deixa o narcisismo que nele habita.
    Talvez comece dizendo sobre o conflito que é estabelecer um ponto (tema)
    como o principal ou mesmo dizer que o outro ponto é secundário, porque se for dito
    que os Direitos Humanos, pensado de um modo universal, geral, cosmopolita por
    assim dizer, a partir de uma ideia jusnaturalista ou mesmo juspositivista, concebeu ao
    acesso à justiça o “status” de direitos humanos, e, portanto, a sua fundamentação de
    existência. E que, na medida de suas perspectivas e proporcionalidades, a justiça
    concedeu ao direito sua razão de ser, poderia cair numa inexistente aparência de
    equivalência, e, desta forma, estaria se criando uma falsa expectativa de solução. Ou
    melhor, elencar uma hierarquia sobre os temas, de modo que olhar para baixo ou para
    cima, com a intenção de reproduzir os acertos e corrigir os erros, seria furtar a
    possibilidade do trabalho e a decretação da morte do porvir.

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  • BEATRIZ DO ESPIRITO SANTO SILVA
  • DIREITOS E VIVÊNCIAS DO PÚBLICO LGBTQIA+ NAS PRISÕES BRASILEIRAS

  • Orientador : GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
  • ANA MARIA DE BARROS
  • ANDRÉA DEPIERI DE ALBUQUERQUE REGINATO
  • Data: 29/08/2023

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  • Esta pesquisa tem como objetivo sistematizar e analisar a produção científica de caráter empírico sobre pessoas LGBTQIA+ em prisões, catalogando e classificando os estudos revisados de acordo com abordagens teóricas e metodológicas. O trabalho aborda o crescente debate científico sobre as condições de encarceramento e a vida nas prisões no Brasil, considerando o fortalecimento das lutas por processos emancipatórios e direitos para a população LGBTQIA+. A análise prévia da literatura demonstrou a carência de pesquisas sistematizadas sobre o tema no Brasil. Trata-se de uma investigação qualitativa, com uso do método da revisão sistemática da literatura para coleta e formação do corpus de análise, que foi explorado a partir da análise de conteúdo. Foi utilizado o software Atlas.ti para tratamento dos dados. O referencial teórico adotado é baseado nos estudos queer, refletindo sobre as identidades de gênero e sexualidade, bem como na análise dos eixos de poder impostos pela heterossexualidade compulsória e pelo poder disciplinar nas prisões. Os principais achados revelam abandono familiar, exclusão interna e diversas violações de direitos básicos enfrentadas por essa população, destacando a importância das Alas LGBTQIA+ como estratégia de proteção, ainda que figure também como estratégia de gestão e controle dos corpos. Destacamos ainda o papel das relações interpessoais como forma de resistência, e a pluralidade das experiências de gênero e sexualidade encontradas nos relatos. A relevância social da pesquisa reside na necessidade de dar visibilidade a essa população frequentemente ignorada pela sociedade e poder público, e refletir sobre suas estratégias de sobrevivência e resistência dentro das prisões. 


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  • Esta pesquisa tem como objetivo sistematizar e analisar a produção científica de caráter empírico sobre pessoas LGBTQIA+ em prisões, catalogando e classificando os estudos revisados de acordo com abordagens teóricas e metodológicas. O trabalho aborda o crescente debate científico sobre as condições de encarceramento e a vida nas prisões no Brasil, considerando o fortalecimento das lutas por processos emancipatórios e direitos para a população LGBTQIA+. A análise prévia da literatura demonstrou a carência de pesquisas sistematizadas sobre o tema no Brasil. Trata-se de uma investigação qualitativa, com uso do método da revisão sistemática da literatura para coleta e formação do corpus de análise, que foi explorado a partir da análise de conteúdo. Foi utilizado o software Atlas.ti para tratamento dos dados. O referencial teórico adotado é baseado nos estudos queer, refletindo sobre as identidades de gênero e sexualidade, bem como na análise dos eixos de poder impostos pela heterossexualidade compulsória e pelo poder disciplinar nas prisões. Os principais achados revelam abandono familiar, exclusão interna e diversas violações de direitos básicos enfrentadas por essa população, destacando a importância das Alas LGBTQIA+ como estratégia de proteção, ainda que figure também como estratégia de gestão e controle dos corpos. Destacamos ainda o papel das relações interpessoais como forma de resistência, e a pluralidade das experiências de gênero e sexualidade encontradas nos relatos. A relevância social da pesquisa reside na necessidade de dar visibilidade a essa população frequentemente ignorada pela sociedade e poder público, e refletir sobre suas estratégias de sobrevivência e resistência dentro das prisões. 

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  • CLECIA CRISTINA BEZERRA SILVESTRE GALINDO
  • A JUSTIÇA RESTAURATIVA NA EDUCAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO: ANÁLISES E REFLEXÕES SOBRE PRÁTICAS DESTINADAS À PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO AMBIENTE ESCOLAR

  • Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JUNOT CORNELIO MATOS
  • MARCELO LUIZ PELIZZOLI
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação de mestrado tem por objetivo compreender como funcionam as
    práticas restaurativas na Escola de Referência em Ensino Médio de Timbaúba Professor
    Antônio José Barbosa dos Santos - EREMT e como essas práticas incidem sobre os
    sujeitos envolvidos, a partir das perspectivas e das experiências do facilitador da escola,
    dos alunos e dos professores, considerando que somente a vivência prática é capaz de
    demonstrar os aspectos desse modelo de Justiça destinado à transformação pedagógica
    e cultural das escolas. No primeiro momento resgatamos as principais bases teóricas
    sobre a Justiça Restaurativa e a Justiça Restaurativa na Educação que possibilitam ao
    leitor o entendimento da temática abordada ao longo da pesquisa. Em seguida
    apresentamos os projetos relacionados à Justiça Restaurativa na Educação
    especificamente no Estado de Pernambuco (Projeto Restaurando a Mata e Projeto Bem
    Querer), confrontando com a teoria explicitada e evidenciando novas descobertas.
    Posteriormente revelamos como funcionam as práticas restaurativas na EREMT, bem
    como apresentamos as opiniões e pontos de vista de alunos e professores sobre as
    experiências pessoais vividas, a partir da formação de grupos focais e de entrevistas
    escritas. Vale ressaltar que esses dados obtidos na pesquisa de campo também são
    confrontados com o referencial teórico e com os propósitos dos projetos para que, assim,
    de fato, possamos trazer respostas sobre a incidência da Justiça Restaurativa na vida dos
    voluntários. Desse modo, neste trabalho, teoria e prática entram em comunicação e a
    partir desta comunicação alcançamos o objetivo desta pesquisa, considerando as
    compatibilidades e também os novos sentidos. Por fim, valoriza-se, assim, a Justiça
    Restaurativa na Educação de Pernambuco, especialmente numa escola pública do nosso
    Estado (campo ainda pouco explorado e pouco reconhecido) que busca promover o
    empoderamento da comunidade escolar, o acolhimento e a restauração das relações por
    meio do diálogo e da escuta ativa e verdadeira.


  • Mostrar Abstract
  • Deve-se considerar que a Justiça Restaurativa não é única em todos os ambientes e por
    isso tão complicado dispor de uma conceituação própria para esse modelo de justiça. O que a
    define e a fortalece, de certo modo, são seus princípios e valores humanizantes, que devem ser
    observados independentemente da prática de Justiça Restaurativa adotada, ou do local onde é
    aplicado, para, assim, permitir a transformação das relações.
    A Justiça Restaurativa está atrelada aos contextos sociais e comunitários e para
    compreendê-la é necessário ouvir experiências e explorar o ambiente que aplica algum
    método restaurativo.
    Nesse viés, o trabalho investiga a realidade da Justiça Restaurativa em escolas
    públicas do interior do estado de Pernambuco a partir de perspectivas pessoais de alunos,
    professores e facilitadores que já participaram de práticas de restauração, considerando que
    somente a vivência pode demonstrar as especificidades e funcionamento desse modelo de
    Justiça destinado à transformação pedagógica e cultural das escolas.
    Cumpre destacar que as escolas investigadas fazem parte da Gerência Regional de
    Educação Mata Norte, desenvolvedora do Projeto Restaurando a Mata que visa trazer
    melhorias à convivência escolar, tratar os conflitos e construir um ambiente de diálogo e de
    paz nas 63 escolas da região Mata Norte. Entretanto, focalizamos nossa pesquisa em duas
    escolas que, segundo a própria Gerência Regional, aplicam práticas restaurativas com
    regularidade, a fim de conhecer melhor a realidade da Justiça Restaurativa naquele ambiente a
    partir do incentivo do Projeto Restaurando a Mata, o que envolve funcionamento, opiniões
    dos participantes e expressões relacionadas às dificuldades.

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  • THAINA MARQUES DE OLIVEIRA
  • DO ORGULHO EXTRAMUROS AO ARMÁRIO INTRAMUROS: ANÁLISES DISCURSIVAS DOS RELATOS DE PESSOAS LGBTQIA+
    CUSTODIADAS NO CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO DO AGRESTE DE CANHOTINHO (PE) 

  • Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • LEONARDO PINHEIRO MOZDZENSKI
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • Data: 31/08/2023

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa propõe analisar as narrativas das pessoas LGBTQIA+ custodiadas na Penitenciária de Canhotinho, no interior do Estado de Pernambuco, especialmente no que diz respeito à orientação sexual e identidade de gênero. Mais especificamente, objetiva-se investigar os relatos sobre a vivência dessas pessoas em restrição de liberdade, em regime prisional semiaberto, destacando os aspectos que tocam à sexualidade e identidade de gênero dissidentes da matriz cis-heterossexista e do binarismo feminino-masculino. Como objetivos específicos, pretende-se discutir a situação desses indivíduos, notadamente no que tange ao tratamento oferecido pelos agentes estatais e custodiados cisgêneros e heterossexuais através das singularidades próprias daquela unidade prisional interiorana; analisar as medidas adotadas pela unidade prisional para conter os atos discriminatórios, sobretudo comportamentos sexistas e homotransfóbicos, além de investigar as possíveis estratégias de resistências utilizadas pelos sujeitos da pesquisa no referido locus. Quanto à metodologia, através de uma abordagem qualitativa, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com as pessoas entrevistadas na pesquisa, acrescida de observação participante. Para análise e interpretação dos dados colhidos, serão empregados os preceitos teórico-metodológicos da Análise Crítica de Discurso, particularmente por intermédio do modelo discursivo tridimensional proposto pelo linguista britânico Norman Fairclough.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa propõe analisar as narrativas das pessoas LGBTQIA+ custodiadas na Penitenciária de Canhotinho, no interior do Estado de Pernambuco, especialmente no que diz respeito à orientação sexual e identidade de gênero. Mais especificamente, objetiva-se investigar os relatos sobre a vivência dessas pessoas em restrição de liberdade, em regime prisional semiaberto, destacando os aspectos que tocam à sexualidade e identidade de gênero dissidentes da matriz cis-heterossexista e do binarismo feminino-masculino. Como objetivos específicos, pretende-se discutir a situação desses indivíduos, notadamente no que tange ao tratamento oferecido pelos agentes estatais e custodiados cisgêneros e heterossexuais através das singularidades próprias daquela unidade prisional interiorana; analisar as medidas adotadas pela unidade prisional para conter os atos discriminatórios, sobretudo comportamentos sexistas e homotransfóbicos, além de investigar as possíveis estratégias de resistências utilizadas pelos sujeitos da pesquisa no referido locus. Quanto à metodologia, através de uma abordagem qualitativa, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com as pessoas entrevistadas na pesquisa, acrescida de observação participante. Para análise e interpretação dos dados colhidos, serão empregados os preceitos teórico-metodológicos da Análise Crítica de Discurso, particularmente por intermédio do modelo discursivo tridimensional proposto pelo linguista britânico Norman Fairclough.

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  • MARILIA TAVARES LEAL
  • O DIREITO HUMANO À MORADIA SOB A PERSPECTIVA DE UMA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA PLENA

  • Orientador : ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
  • FLAVIO ANTONIO MIRANDA DE SOUZA
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • Data: 01/09/2023

  • Mostrar Resumo
  • Colocar em destaque o direito à moradia como foco de discussões é um passo de
    grande relevância, especialmente diante das mudanças atuais na política urbana
    nacional. Um exemplo concreto dessas mudanças é a reformulação do marco legal
    da terra, apresentada pela Lei Federal 13.465/2017, que estabelece um novo
    modelo para a regularização fundiária urbana. O objetivo deste trabalho consiste em
    analisar a garantia do direito humano à moradia digna, por meio da REURB, a partir
    da emissão de títulos de propriedade. Busca-se observar os elementos
    fundamentais e resultados dessa política, além das contradições existentes entre o
    campo da teoria e da prática, referentes ao direito à moradia e sua efetividade.
    Essas contradições encontram sua origem no paradigma relacionado à desigualdade
    socioespacial, inserido no contexto de habitação e vivência da cidade em si. Dessa
    maneira, optou-se por trazer um panorama cronológico dos resultados e aplicação
    da política de REURB no Estado de Pernambuco por intermédio do Programa
    Moradia Legal (PML), com ênfase para a cidade do Recife. A metodologia utilizada é
    a qualitativa, por meio de um estudo exploratório, com a coleta dos dados feita pela
    revisão da literatura e a análise documental sobre os pressupostos teóricos e da
    legislação pertinente. Por meio da análise geral dos dados, observou-se que, em um
    primeiro momento, a emissão de títulos de propriedade tem se dado de maneira
    gradual, mas com a frequência de quantitativo de crescimento para os próximos
    anos. Além disso, o maior percentual de emissões de títulos de propriedade tem
    ocorrido em nucleações urbanas onde a infraestrutura básica necessária já se
    encontra presente. Compreendemos, então, a potencialidade do instrumento de
    regularização na garantia do direito a uma moradia digna, mas não a sua efetivação,
    uma vez que até o momento apenas o aspecto da legalização está sendo alcançado.


  • Mostrar Abstract
  • Colocar em destaque o direito à moradia como foco de discussões é um passo de
    grande relevância, especialmente diante das mudanças atuais na política urbana
    nacional. Um exemplo concreto dessas mudanças é a reformulação do marco legal
    da terra, apresentada pela Lei Federal 13.465/2017, que estabelece um novo
    modelo para a regularização fundiária urbana. O objetivo deste trabalho consiste em
    analisar a garantia do direito humano à moradia digna, por meio da REURB, a partir
    da emissão de títulos de propriedade. Busca-se observar os elementos
    fundamentais e resultados dessa política, além das contradições existentes entre o
    campo da teoria e da prática, referentes ao direito à moradia e sua efetividade.
    Essas contradições encontram sua origem no paradigma relacionado à desigualdade
    socioespacial, inserido no contexto de habitação e vivência da cidade em si. Dessa
    maneira, optou-se por trazer um panorama cronológico dos resultados e aplicação
    da política de REURB no Estado de Pernambuco por intermédio do Programa
    Moradia Legal (PML), com ênfase para a cidade do Recife. A metodologia utilizada é
    a qualitativa, por meio de um estudo exploratório, com a coleta dos dados feita pela
    revisão da literatura e a análise documental sobre os pressupostos teóricos e da
    legislação pertinente. Por meio da análise geral dos dados, observou-se que, em um
    primeiro momento, a emissão de títulos de propriedade tem se dado de maneira
    gradual, mas com a frequência de quantitativo de crescimento para os próximos
    anos. Além disso, o maior percentual de emissões de títulos de propriedade tem
    ocorrido em nucleações urbanas onde a infraestrutura básica necessária já se
    encontra presente. Compreendemos, então, a potencialidade do instrumento de
    regularização na garantia do direito a uma moradia digna, mas não a sua efetivação,
    uma vez que até o momento apenas o aspecto da legalização está sendo alcançado.

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  • DÉBORA OLIVEIRA DE MEDEIROS
  • BUSCA ATIVA E A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À CONVIVÊNCIA

    FAMILIAR: UM ESTUDO SOBRE O “PROJETO FAMÍLIA: UM DIREITO

    DE TODA CRIANÇA E ADOLESCENTE”


  • Orientador : ANA MARIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • ANA MARIA TAVARES DUARTE
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • Data: 05/09/2023

  • Mostrar Resumo
  • A família é um espaço importante para o desenvolvimento pessoal e afetivo do ser
    humano. A existência de crianças em situação de abrigamento retrata ainda a ideia
    tradicional que temos de famílias, o que faz com que muitas instituições de
    acolhimento de crianças e adolescentes estejam lotadas de seres humanos que
    possivelmente não poderão experimentar o direito à vida familiar e comunitária.
    Nesse sentido, algumas ações são desenvolvidas através do Poder Judiciário para a
    garantia deste direito essencial de crianças e adolescentes. O presente trabalho tem
    como pergunta de pesquisa: Em qual medida o “Projeto Família: Um direito de toda
    criança e adolescente” do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a partir da exposição
    de imagens em rede social de infantes em acolhimento institucional, dialoga com as
    normativas de direitos humanos das crianças e adolescentes? A pesquisa tem como
    objetivo geral: Analisar o “Projeto Família: Um direito de toda criança e
    adolescente” do Tribunal de Justiça de Pernambuco, à luz dos Direitos Humanos
    das crianças e adolescentes, como objetivos específicos estabelecemos: Avaliar
    os resultados alcançados do Tribunal de Justiça de Pernambuco através das
    adoções realizadas através do “Projeto Família: Um direito de toda criança e
    adolescente” no período de 2009 a 2022; Identificar as características das crianças e
    adolescentes participantes do “Projeto Família: Um direito de toda criança e
    adolescente”, bem como os critérios e procedimentos para inclusão destas no
    programa; Verificar a adequação de acordo com as normas legais (nacionais e
    internacionais) da exposição de crianças e adolescentes em acolhimento
    institucional em redes sociais para fins de adoção. O “Projeto Família: Um direito de
    toda criança e adolescente”, de autoria da Comissão Estadual Judiciária de Adoção
    do Tribunal de Justiça de Pernambuco – CEJA/PE é realizado através da utilização
    da ferramenta da Busca Ativa de famílias para crianças e adolescentes que não
    possuem pretendentes habilitados à adoção. Crianças e adolescentes incluídos
    nesta ação tem sua imagem – através de fotos ou vídeos – exposta em redes
    sociais e no sítio do Tribunal de Justiça de Pernambuco. O referencial teórico tem
    como autores fundamentais: Zygmunt Bauman (2001; 2004; 2014) e Rita Marchi
    (2009; 2017; 2022). A metodologia utilizada foi a qualitativa através da pesquisa
    documental (KRIPKA, SCHELLER e BONOTTO, 2015) e os dados serão submetidos
    à Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016) e à análise de imagem fixas (MENDES,
    2019). No momento estamos na fase pesquisa bibliográfica e coleta de dados, só
    traremos resultados após o final da pesquisa.


  • Mostrar Abstract
  • A família é um espaço importante para o desenvolvimento pessoal e afetivo do ser
    humano. A existência de crianças em situação de abrigamento retrata ainda a ideia
    tradicional que temos de famílias, o que faz com que muitas instituições de
    acolhimento de crianças e adolescentes estejam lotadas de seres humanos que
    possivelmente não poderão experimentar o direito à vida familiar e comunitária.
    Nesse sentido, algumas ações são desenvolvidas através do Poder Judiciário para a
    garantia deste direito essencial de crianças e adolescentes. O presente trabalho tem
    como pergunta de pesquisa: Em qual medida o “Projeto Família: Um direito de toda
    criança e adolescente” do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a partir da exposição
    de imagens em rede social de infantes em acolhimento institucional, dialoga com as
    normativas de direitos humanos das crianças e adolescentes? A pesquisa tem como
    objetivo geral: Analisar o “Projeto Família: Um direito de toda criança e
    adolescente” do Tribunal de Justiça de Pernambuco, à luz dos Direitos Humanos
    das crianças e adolescentes, como objetivos específicos estabelecemos: Avaliar
    os resultados alcançados do Tribunal de Justiça de Pernambuco através das
    adoções realizadas através do “Projeto Família: Um direito de toda criança e
    adolescente” no período de 2009 a 2022; Identificar as características das crianças e
    adolescentes participantes do “Projeto Família: Um direito de toda criança e
    adolescente”, bem como os critérios e procedimentos para inclusão destas no
    programa; Verificar a adequação de acordo com as normas legais (nacionais e
    internacionais) da exposição de crianças e adolescentes em acolhimento
    institucional em redes sociais para fins de adoção. O “Projeto Família: Um direito de
    toda criança e adolescente”, de autoria da Comissão Estadual Judiciária de Adoção
    do Tribunal de Justiça de Pernambuco – CEJA/PE é realizado através da utilização
    da ferramenta da Busca Ativa de famílias para crianças e adolescentes que não
    possuem pretendentes habilitados à adoção. Crianças e adolescentes incluídos
    nesta ação tem sua imagem – através de fotos ou vídeos – exposta em redes
    sociais e no sítio do Tribunal de Justiça de Pernambuco. O referencial teórico tem
    como autores fundamentais: Zygmunt Bauman (2001; 2004; 2014) e Rita Marchi
    (2009; 2017; 2022). A metodologia utilizada foi a qualitativa através da pesquisa
    documental (KRIPKA, SCHELLER e BONOTTO, 2015) e os dados serão submetidos
    à Análise de Conteúdo (BARDIN, 2016) e à análise de imagem fixas (MENDES,
    2019). No momento estamos na fase pesquisa bibliográfica e coleta de dados, só
    traremos resultados após o final da pesquisa.

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  • SULAMITA BERNARDO DE ALBUQUERQUE
  • O PROTAGONISMO JUVENIL NA FORMAÇÃO DA CIDADANIA ATIVA E O PAPEL SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: desafios e possibilidades

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA DA CONSOLAÇÃO LUCINDA
  • AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
  • Data: 25/09/2023

  • Mostrar Resumo
  • A construção da cidadania representa uma luta pela existência digna, e pela oportunidade de combater as profundas desigualdades e mazelas sociais, que tanto debilitam e fragilizam a sociedade. É importante buscar um caminho que desconstrua o axioma global, sustentado por um modelo social à base de um capitalismo exploratório, exacerbando o sucesso a todo custo, que conduz o ser humano a uma existência isolada e inconsciente, curvando-se, por vezes, aos projetos que legitimam as desigualdades e injustiças. Por conseguinte, o jovem em sua formação, necessita de espaços que favoreçam seu desenvolvimento enquanto cidadão crítico e participativo, possibilitando oportunidades que promovam o desenvolvimento pessoal e social, que possibilite exprimir sua opinião, expressar-se, buscar solução para os desafios aos quais diariamente somos submetidos, essas premissas constituem eixos norteadores para os direitos humanos. Nesta ótica, a presente dissertação tem por objeto de estudo analisar a construção da formação cidadã no ambiente escolar, visto que, a educação através das práticas decorrentes do cotidiano escolar, tem um papel significativo na formação de princípios e valores. Nesta perspectiva, vislumbramos que a escola adote um arcabouço político-pedagógico priorizando a educação democrática e participativa, esses aspectos, contemplados no projeto escolar, poderão representar uma importante ferramenta para a construção da cidadania ativa e possibilitar à educação em direitos humanos. Desta forma, a presente dissertação tem como objetivo geral: verificar a participação dos estudantes na vida escolar, como protagonistas no processo de construção da cidadania ativa, diante do exposto, constitui-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a influência do protagonismo juvenil em relação a construção da cidadania no contexto escolar, na perspectiva de uma educação em direitos humanos? O corpus da pesquisa foi trabalhado com estudos sobre a construção da escola democrática e a formação cidadã, os movimentos estudantis, protagonismo juvenil e a importância dos órgãos colegiados. Como referencial teórico temos como autores fundamentais Freire (1996; 2005); Costa (2000); Silva (2006; 2012; 2013; 2015) Benevides (1996; 2016), do ponto de vista metodológico, o estudo assume uma abordagem qualitativa, bibliográfica e documental, com a realização de entrevistas em escolas públicas da região metropolitana de Pernambuco e análise dos resultados obtidos, as entrevistas foram semiestruturadas, e os dados submetidos à análise de conteúdo (BARDIN, 2016).  Em linhas gerais, os resultados mostram que, ações pedagógicas que utilizam o protagonismo promovem ferramentas para a construção da cidadania, mas é necessário que o trabalho de conscientização estabeleça relações sobre o cotidiano escolar e as repercussões sociais, que o conhecimento e o contexto do estudante sejam valorizados e utilizados como fonte condutora, contribuindo assim, para a cidadania ativa. Como contribuição social, este estudo traz elementos constitutivos para agregar o debate acerca da construção da cidadania na educação básica.


  • Mostrar Abstract
  • A construção da cidadania não representa apenas uma aspiração humana, mas uma luta pela existência digna e pela oportunidade de combater as profundas desigualdades e mazelas sociais que tanto debilitam e fragilizam a sociedade. Encontrar um caminho que desconstrua o axioma global sustentado por um modelo social à base de um capitalismo exploratório, exacerbando o sucesso a todo custo, conduz o ser humano a uma existência isolada e inconsciente, curvando-se, por vezes, aos projetos que legitimam as desigualdades e injustiças. Por conseguinte, o presente trabalho tem por objeto de estudo analisar construção da formação cidadã no ambiente escolar, visto que, a educação tem um importante papel na formação de princípios e valores através das práticas decorrentes do cotidiano escolar, uma vez que a escola adote esta perspectiva priorizando uma gestão democrática e participativa, esses aspectos contemplados no projeto escolar poderão representar uma importante ferramenta para a construção da cidadania ativa e direciona à uma educação em direitos humanos. Desta forma, a presente pesquisa busca verificar a participação do estudante na escola constituindo um processo de construção da cidadania ativa, proporcionado pelo protagonismo juvenil constituído junto ao grêmio estudantil estimulando a prática cidadã no ambiente escolar, diante do exposto, constitui-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a influência do protagonismo juvenil estruturado no Grêmio Estudantil em relação à implementação de novas práticas pedagógicas para a construção da cidadania no contexto escolar, na perspectiva de uma Educação em Direitos Humanos? O corpus da pesquisa foi trabalhado no primeiro momento com estudos sobre a construção da escola democrática, movimentos estudantis, protagonismo juvenil e grêmio estudantil, entre outros. Como referencial teórico temos como autores fundamentais Freire (1996; 1987); Costa (2000); Silva (2006; 2012; 2013; 2015) Benevides (1996; 2016), do ponto de vista metodológico o estudo assume uma abordagem qualitativa, bibliográfica e documental, posteriormente, faremos entrevistas nas escolas e a análise dos resultados obtidos, a entrevista será semiestruturada com os sujeitos da pesquisa, observação participante e os dados serão submetidos à análise de conteúdo (BARDIN, 2016). No momento nos encontramos na fase pesquisa bibliográfica, traremos resultados após o final da pesquisa.

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  • MILWIA THAMIRIS ANJOS DE LIMA
  • MULHERES, VIOLÊNCIA E PANDEMIA: sobre(vivências) do trabalho acolhedor desenvolvido pela equipe do Centro de Referência da Mulher de Caruaru/PE, em um cenário pandêmico.

  • Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • ANDREA ALMEIDA CAMPOS
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • Data: 29/09/2023

  • Mostrar Resumo
  • As mulheres que, historicamente, vivenciam os fatores sociais da violência sob
    aspectos patriarcais e machistas tiveram, durante o contexto instaurado pela
    pandemia da covid-19, o agravamento dessa situação. Com o aumento dos índices
    de violência doméstica e familiar contra as mulheres, os serviços atuantes na Rede
    de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher (REVCM) também puderam sentir o
    aumento das demandas, como é o caso dos Centros de Referências da Mulher
    (CRM), equipamento pertencente a essa REVCM e que, comumente, é porta de
    entrada para mulheres vítimas que desejam romper o ciclo da violência. Nesse
    sentido, essa pesquisa se desenvolveu a partir da análise das narrativas da equipe
    técnica do Centro de Referência da Mulher de Caruaru, um trabalho desenvolvido
    por mulheres para mulheres. Assim, tivemos um cenário de trabalho marcado com a
    incidência da pandemia, onde sujeitas mulheres exerciam o acolhimento como
    instrumento laboral, por meio de um ofício tido como essencial para as mulheres que
    precisavam do serviço, mas cuja essencialidade não era reconhecida no contexto da
    pandemia. Trata-se de uma pesquisa construída sob os aspectos das narrativas de
    si da autora, haja vista que esta, juntamente com as profissionais sujeitas da análise,
    também atuou no equipamento. Para tanto, a pesquisa partiu de dois aspectos: o
    primeiro foi a análise dos dados oriundos do quantitativo de atendimentos realizados
    no período anterior, que antecedeu a pandemia, e o segundo e maior aspecto se
    deu a partir da análise das narrativas de si, sob a perspectiva da epistemologia
    feminista, buscando compreender como o acolhimento de mulheres vítimas de
    violência reflete nas vidas pessoais e profissionais de quem acolhe no seu sentido
    laboral.


  • Mostrar Abstract
  • O contexto pandêmico instaurado pela COVID-19, impactou negativamente a vida das
    pessoas, principalmente no quesito contaminação, adoecimento e óbito, todavia, os
    fatores relacionados as vulnerabilidades em que grupos sociais estão inseridos, tornaram
    a crise ainda mais grave. Nesse sentido, as mulheres que, historicamente, enfrentam e
    resistem às violências nas quais são submetidas, puderam sentir o agravamento dessa
    condição, ao passo em que a violência foi intensificada, tornando o cenário causado pela
    pandemia um terreno fértil para propagação de violência. Com o aumento dos casos de
    violência contra a mulher, a Rede de Enfrentamento à essa Violência, se tornou ainda
    mais fundamental nesta linha de frente. Em Caruaru, local em que essa pesquisa se
    desenvolveu, há o Centro de Referência da Mulher Maria Bonita (CRMMB),
    equipamento que se torna porta de entrada para as mulheres vítimas de violência que
    desejam iniciar o processo de rompimento do ciclo da violência. Assim, a presente
    pesquisa tem por objetivo analisar, através dos relatos das mulheres, que compõem a
    equipe técnica do CRMMB, as suas vivências enquanto profissionais atuantes na Rede de
    Enfrentamento a Violência do município, haja vista que estas atuaram diretamente no
    acolhimento de vítimas de violência em um inesperado período pandêmico. Por
    conseguinte, serão analisados os dados quantitativos referentes aos atendimentos
    realizados por essas profissionais, objetivando compreender como os índices de
    atendimentos e as situações de cada um, possivelmente impactaram suas vidas pessoais e
    profissionais.

     

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  • VIVIANE SOUZA DE ALMEIDA
  • A INTERFACE RAÇA E DEMOCRACIA NA TEORIA DO GRUPO MODERNIDADE/COLONIALIDADE

  • Orientador : ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRO SILVA DE JESUS
  • ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • Data: 14/11/2023

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  • A dissertação propõe uma análise das contribuições do Grupo Modernidade/Colonialidade para
    os estudos que buscam compreender a relação entre raça e democracia liberal. O problema
    central a ser enfrentado é: qual a relação entre raça e democracia liberal na perspectiva teórica
    do Grupo Modernidade/Colonialidade? De modo geral, o objetivo deste trabalho é compreender
    qual é a contribuição do Grupo M/C para as análises a respeito da interface raça e democracia
    liberal. Especificamente, os objetivos são: conhecer a história e o contexto teórico do Grupo
    M/C; perquirir a respeito da contribuição individual dos principais autores, considerados pela
    literatura da área, para o Grupo, quais sejam, Immanuel Wallerstein, Aníbal Quijano, Enrique
    Dussel e Walter Mignolo; por fim, analisar como raça e democracia liberal se relacionam na
    perspectiva teórica do Grupo M/C. O trabalho está dividido em cinco seções: a primeira seção
    introduz o tema e as justificativas teóricas e de direitos humanos que dão pertinência ao objeto
    de estudo, bem como os objetivos e os caminhos de análise percorridos; a segunda apresenta o
    Grupo, sua história e principais características; a terceira apresenta os principais teóricos e suas
    contribuições e a quarta seção analisa como raça e democracia liberal podem se relacionar
    conforme as perspectivas dos autores, com ênfase na teoria de Aníbal Quijano. Por fim, a seção
    final foi nomeada como “Caminhos e alternativas”, na qual proponho possíveis abordagens
    teóricas para serem testadas nesse campo de pesquisa.


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  • A dissertação “A interface raça e democracia na toeria do Grupo Modernidade/Colonialidade”
    propõe uma análise das contribuições do Grupo Modernidade/Colonialidade para os estudos
    que buscam compreender a relação entre raça e democracia. O problema central a ser enfrentado
    é: qual a relação entre raça e democracia na perspectiva teórica do Grupo
    Modernidade/Colonialidade? De modo geral, o objetivo deste trabalho é analisar a relação entre
    raça e democracia na perspectiva teórica do Grupo M/C. Especificamente, os objetivos são (i)
    analisar a concepção de democracia e (ii) investigar a concepção de raça presente na
    perspectiva teórica do Grupo M/C e, por fim, (iii) compreender quais as contribuições teóricas
    do Grupo M/C para as Ciências Sociais, no tocante ao debate sobre a interface raça e
    democracia. Os capítulos estão dispostos da seguinte forma: o primeiro apresenta o Grupo,
    história e principais características; o segundo apresenta os principais teóricos, suas
    contribuições, e os conceitos centrais; o terceiro versa sobre o conceito de raça conforme a
    teoria do M/C; o quarto discute a noção de democracia e o quinto realiza a síntese das críticas
    e contribuições do Grupo para as Ciências Sociais, no tocante ao debate sobre a interface raça
    e democracia.

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  • NATALIA YUMI KAJIYA
  • RELAÇÕES DE PODER E UNIDADE PRISIONAL FEMININA: as masculinidades na Colônia Penal Feminina do Recife

  • Orientador : ANA MARIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • CAROLINA VALENÇA FERRAZ
  • MARIA DO CARMO GONCALO SANTOS
  • Data: 06/12/2023

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  • A presente pesquisa analisa as relações de poder existentes na Colônia Penal
    Feminina de Recife, focando principalmente na identidade de gênero, nas orientações
    afetivo-sexuais e nas performances de gênero e tendo como referência a influência
    desses elementos nas relações de poder. Nesse ínterim, considerando as
    especificidades de ser a maior unidade prisional feminina de Pernambuco,
    contextualizaram-se as características culturais, sociais e estruturais locais, de forma
    a criar um paralelo em relação aos demais estados do país. A pesquisa buscou
    compreender as características, performatividades e dinâmicas comuns às
    masculinidades nas relações sociais, sexuais e afetivas em um local
    predominantemente habitado por mulheres. Para o desenvolvimento do trabalho,
    partimos da seguinte pergunta: quais as influências das diferentes identidades de
    gênero e das orientações afetivo-sexuais, bem como as performances de gênero, nas
    relações de poder entre as pessoas privadas de liberdade na Colônia Penal Feminina
    de Recife? Para responder à pergunta de pesquisa, estabelecemos o objetivo geral
    de analisar as relações de poder de acordo com as identidades de gênero, as
    orientações afetivo-sexuais e as performances de gênero entre as pessoas presas
    que estão na Colônia Penal Feminina de Recife. Por sua vez, os objetivos específicos
    da presente dissertação são: a) examinar as relações sociais de lésbicas, mulheres
    bissexuais, homens trans e pessoas com performance de gênero masculino com
    mulheres cis e heterossexuais na CPFR; b) verificar as práticas discursivas de
    lésbicas, mulheres bissexuais, homens trans e pessoas com performance de gênero
    masculino e o poder que esses discursos exercem perante mulheres cis e
    heterossexuais; c) compreender a relação entre LGBTfobia, patriarcado,
    masculinidades e machismo nas relações sociais entre pessoas privadas de
    liberdade. A metodologia utilizou a abordagem qualitativa, a partir de entrevistas
    contendo perguntas semiestruturadas, subsidiada pela Análise Textual Discursiva
    (ATD). O resultado apontou que há diversas formas de relações de poder dentro da
    CPFR, e as masculinidades, o machismo e o patriarcado são reproduzidos e se
    desenvolvem com relevância nas relações afetivas e sociais.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa analisa as relações de poder existentes na Colônia Penal
    Feminina de Recife, focando principalmente na identidade de gênero, nas orientações
    afetivo-sexuais e nas performances de gênero e tendo como referência a influência
    desses elementos nas relações de poder. Nesse ínterim, considerando as
    especificidades de ser a maior unidade prisional feminina de Pernambuco,
    contextualizaram-se as características culturais, sociais e estruturais locais, de forma
    a criar um paralelo em relação aos demais estados do país. A pesquisa buscou
    compreender as características, performatividades e dinâmicas comuns às
    masculinidades nas relações sociais, sexuais e afetivas em um local
    predominantemente habitado por mulheres. Para o desenvolvimento do trabalho,
    partimos da seguinte pergunta: quais as influências das diferentes identidades de
    gênero e das orientações afetivo-sexuais, bem como as performances de gênero, nas
    relações de poder entre as pessoas privadas de liberdade na Colônia Penal Feminina
    de Recife? Para responder à pergunta de pesquisa, estabelecemos o objetivo geral
    de analisar as relações de poder de acordo com as identidades de gênero, as
    orientações afetivo-sexuais e as performances de gênero entre as pessoas presas
    que estão na Colônia Penal Feminina de Recife. Por sua vez, os objetivos específicos
    da presente dissertação são: a) examinar as relações sociais de lésbicas, mulheres
    bissexuais, homens trans e pessoas com performance de gênero masculino com
    mulheres cis e heterossexuais na CPFR; b) verificar as práticas discursivas de
    lésbicas, mulheres bissexuais, homens trans e pessoas com performance de gênero
    masculino e o poder que esses discursos exercem perante mulheres cis e
    heterossexuais; c) compreender a relação entre LGBTfobia, patriarcado,
    masculinidades e machismo nas relações sociais entre pessoas privadas de
    liberdade. A metodologia utilizou a abordagem qualitativa, a partir de entrevistas
    contendo perguntas semiestruturadas, subsidiada pela Análise Textual Discursiva
    (ATD). O resultado apontou que há diversas formas de relações de poder dentro da
    CPFR, e as masculinidades, o machismo e o patriarcado são reproduzidos e se
    desenvolvem com relevância nas relações afetivas e sociais.

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  • JEFERSON TRINDADE SILVA BORGES
  • SISTEMA É FAIA, GASTA, ARRASTA CLÁUDIA QUE NÃO RAIA: Uma análise sobre o Encarceramento Feminino por Tráfico de Drogas

  • Orientador : ANA MARIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • KALLINE FLÁVIA SILVA DE LIRA
  • Data: 15/12/2023

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  • O Brasil tem perpetuado uma constante de inflação carcerária feminina, utilizando
    descontroladamente a medida excepcional da prisão preventiva para encarcerar mulheres e a
    “Guerra às Drogas” como modelo teórico-político para justificar as prisões em massa, se
    constituindo em um cenário de múltiplas violências e constantes violações aos Direitos
    Humanos. Nesse sentido, para estudar a realidade acima descrita a pergunta norteadora da
    pesquisa foi: Quais os principais argumentos utilizados pelo sistema de justiça para condenação
    de mulheres por Tráfico de Drogas? O objetivo geral foi: Analisar a criminalização de mulheres
    por Tráfico de Drogas através das principais argumentações do sistema de justiça. Os objetivos
    específicos da pesquisa foram: 1) Discutir a criminalização de mulheres a partir da perspectiva
    teórica da Criminologia Crítica a partir da perspectiva Feminista; 2) problematizar a “Guerra às
    Drogas” e seus impactos sobre o superencarceramento de mulheres negras e pobres; 3) entender
    a atuação e inserção de mulheres no Tráfico de Drogas, bem como sua relação com a
    feminização da pobreza e 4) analisar de que modo comparecem nas argumentações do Superior
    Tribunal de Justiça, a criminalização pelos marcadores de raça, gênero e classe na condenação
    de mulheres por tráfico de drogas. Para tanto, se procedeu uma pesquisa documental de natureza
    qualitativa, em que foi obtido como campo de análise 7 acórdãos do Superior Tribunal de
    Justiça proferidos em 2021. Os dados obtidos foram trabalhos a partir da análise categorial, que
    consiste no desmembramento do texto em unidades e agrupamento em categorias. A análise
    desses materiais foi realizada a partir do referencial teórico da Criminologia Crítica com viés
    feminista. Como resultados, foram percebidos que a maioria das decisões proferidas sobre
    mulheres no Superior Tribunal de Justiça versam sobre pedidos de conversão da prisão
    preventiva em prisão domiciliar, em que o judiciário nega tal medida, utilizando a garantia da
    ordem pública e os apontamentos da mulher como perigosa, não necessária ou representante de
    risco aos filhos como legitimadores das decisões. Os esforços argumentativos para criminalizar
    as mulheres possuem forte viés moralizante.


  • Mostrar Abstract
  • O Brasil lota presídios de forma crescente, ocupando a posição de terceiro país com
    a maior população carcerária, cenário de múltiplas violências, conhecido nacional e
    internacionalmente pelas constantes violações aos Direitos Humanos. Dentro desse
    contexto, o fenômeno do feminino chama a atenção, uma vez que o número de
    mulheres encarceradas aumentou 656% entre 2000 e 2016, de forma tal, que nos
    permite falar em superencarceramento. Observa-se que o tipo penal mais incidente
    nas condenações são crimes relacionados ao Tráfico de Drogas, representando 62%
    entre os registros. Percebe-se também que o aparato penal se direciona
    predominantemente às mulheres negras, jovens, pobres e de baixa escolaridade.
    Estes índices relacionam-se não só à uma maior inserção dessas mulheres no
    mercado de drogas ilegais nos últimos anos, mas principalmente à ocupação feminina
    em funções de maior vulnerabilidade, tornando-as mais suscetíveis à ação da política
    criminal. Nesse sentido, para estudar a realidade acima descrita, foi pensado o
    seguinte problema-guia de pesquisa: como se dá a atuação feminina junto ao tráfico
    de drogas e quais os principais argumentos utilizados pelo sistema de justiça para
    condenação dessas mulheres? Assim, têm-se como objetivo geral analisar a atuação
    de mulheres junto ao Tráfico de Drogas, bem como, as principais argumentações do
    sistema de justiça para criminalização e condenação dessas mulheres; e os seguintes
    objetivos específicos: 1) Discutir a criminalização de mulheres a partir da perspectiva
    teórica da Criminologia Crítica a partir da perspectiva Feminista; 2) Problematizar a
    “Guerra às Drogas” e seus impactos sobre o superencarceramento de mulheres
    negras e pobres; 3) Investigar a atuação e inserção de mulheres no Tráfico de Drogas,
    bem como sua relação com a feminização da pobreza e 4) Analisar de que modo as
    categorias de gênero, raça e classe comparecem nas argumentações do Superior
    Tribunal de Justiça para a condenação de mulheres por tráfico de drogas. Este estudo
    se qualifica enquanto pesquisa qualitativa, visto que seus aspectos são complexos e
    precisam ser estudados através de técnicas que analisem as diferentes variáveis e
    suas relações. Por isso, para o desenvolvimento deste trabalho, adotou-se uma
    revisão exaustiva da literatura, a partir de material bibliográfico, com estudo de artigos,
    teses e dissertações para construção de capítulos teóricos pertinentes ao trabalho.
    Para se alcançar os objetivos definidos, a pesquisa se dividiu em duas etapas:
    pesquisa bibliográfica e documental. A primeira consistiu na realização de buscas
    bibliográficas em portais periódicos e na segunda etapa foi realizada uma pesquisa
    documental no Superior tribunal de Justiça, em que se buscou e mapeou as decisões
    que condenavam mulheres negras por tráfico de drogas, analisando aspectos como:
    defesa formal da apenada, dispositivos legais e jurisprudenciais adotadas pelo
    magistrado para fundamentar a tipificação e condenação, prisão, tempo da pena, para
    que assim consiga ter uma análise mais abrangente acerca dos discursos
    criminalizantes sobre mulheres. Para análise dos trabalhos bibliográficos, das
    decisões, bem como para a construção de categorias foi adotado como referencial
    teórico a Criminologia Crítica, que tem como nomes de destaque os autores e autoras:
    Vera Malaguti, Vera Regina, Raul Zaffaroni, Alessandro Baratta, Michel Foucault,
    Angela Davis, Juarez Cirino, Lola de Castro, entre outros. Espera-se, portanto, que os
    resultados provenientes desta pesquisa possam contribuir com a construção de novas
    políticas públicas e com estudos no âmbito da criminalidade feminina.

2022
Dissertações
1
  • SUENNE SANTOS DE AGUIAR
  • A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA SOBRE JUVENTUDES NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RECIFE

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA DA COSTA GUIMARAES CARVALHO
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • Data: 11/01/2022

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  • Esta pesquisa analisou o discurso político sobre juventude no Plano Municipal de
    Juventude do Recife. Inicialmente foi realizado um levantamento do trajeto histórico
    construído sobre juventudes, em nível nacional, que permitiu importantes apreensões
    que deram respaldo à análise perseguida. A pesquisa teve como objetivos analisar de
    forma interpretativa o conteúdo político do discurso, a imagem dos jovens para quem
    se construiu o discurso, a verificação da aproximação ou do distanciamento do
    discurso em face ao referencial teórico, a apreensão do discurso em face à tríade
    educação, cultura e direitos humanos, e situar a juventude a que o discurso se
    direcionou. Os indicadores negativos da cidade, no que tange a violência,
    desigualdades e vulnerabilidades, expõem os jovens pobres recifenses ao
    cerceamento de direitos e possibilidades. Tal fator instigou a hipótese da pesquisa,
    que se constituiu na possibilidade de a imagem construída do jovem, no discurso,
    apresentar ainda uma visão correlacionada ao crime, aos estigmas e às políticas
    higienistas. O respaldo teórico foi concebido pela análise de discurso de orientação
    francesa e pelos autores que fundamentam questões como sociedade, formação
    identitária, educação, cultura, direitos humanos, políticas públicas e juventudes.
    Através da análise interpretativa do discurso político do plano e das categorias
    educação, cultura e direitos humanos, foi observado que apesar de o discurso apontar
    para uma visão propositiva dos jovens da cidade, que refuta a hipótese sustentada, o
    discurso analisado silencia demandas sociais inerentes e apensas às juventudes e
    não se mostrou capaz de reverter as condições limitantes, impossibilitantes e
    excludentes que atingem os jovens da cidade, tampouco as distribuições desiguais de
    poder que se mantêm socialmente.


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  • O trajeto percorrido para se alcançar a visibilização acerca de juventudes além da adolescência
    no Brasil, perpassa pelo caminho histórico da criança e do adolescente, desde que estes eram
    considerados “coisas” até serem considerados sujeitos de direitos. Apesar de a Declaração
    Universal dos Direitos Humanos, de 1959, considerar a criança e o adolescente como sujeitos
    de direitos, e o Brasil ter ratificado este documento, o período sucessivo, do regime militar,
    obstacularizou a efetivação em plano nacional, do que por ora o país havia ratificado. Mas não
    obstacularizou os debates acerca da condição juvenil pela sociedade civil, que se intensificaram
    nos anos de 1980. Posteriormente, o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, cristalizou
    a concepção de que criança e adolescente como sujeitos de direito. Apesar dos inegáveis
    avanços normativos em face da categoria criança e adolescente, a inquietude em relação aos
    fatores de riscos e vulnerabilidades que acompanham o indivíduo mesmo após “concluída” a
    fase da adolescência, vêm numa crescente desde o final do século XX. Nesse contexto, o
    objetivo geral é compreender através da Análise de Discurso dos documentos as narrativas
    imbricadas nos documentos municipais que amparam a elaboração políticas públicas de
    juventudes, no geral, à juventude pobre e periférica. Os objetivos específicos são: analisar o
    discurso no Guia de Políticas Públicas para a Juventude do Recife; Identificar se as narrativas
    apontam para uma política com potencial de reversão da situação da violência na juventude ou
    se invisibilizam as culturas e as distribuições desiguais de poder; Identificar as políticas
    implementadas que estimulam o combate à violência na juventude; Mapear através do Censo
    2010, do Atlas da Violência e do Atlas da Vulnerabilidade Social, indicadores sociais dos
    jovens recifenses no período de 2013 à 2020.

2
  • WALLACE CHARLLES CAMPOS ALBUQUERQUE
  • VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHERES: Uma análise dos discursos reproduzidos em processos da Lei Maria da Penha

  • Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDREA ALMEIDA CAMPOS
  • MARIA VIRGINIA LEAL
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • Data: 23/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem o propósito de investigar como os discursos dos sujeitos encartados nos processos
    judiciais que versam sobre a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) refletem as relações assimétricas de poder
    existentes entre homem e mulher e que denotam a prática do machismo no município de Limoeiro / PE. A
    pesquisa adotou uma metodologia de abordagem qualitativa atrelada a uma epistemologia pró-feminista baseada nos aportes teóricos de Connell (1990, 1995, 2003, 2013), Saffioti (1987, 2001, 2015), Lerner (2019), Lagarde (2005, 2012), Scott (1995), Mynaio (2003, 2005), Céli Regina Pinto (2010), entre outras e outros. Utilizou-se como método de pesquisa a Análise Crítica do Discurso, com base nos estudos de Norman Fairclough (2016), para averiguação discursiva dos depoimentos judiciais coletados por meio de pesquisa documental em dois autos de processos judiciais da Lei Maria da Penha. Os resultados do estudo apontam que os discursos contidos nos autos encontram-se permeados de práticas discriminatórias de gênero, refletindo as desigualdades nas relações de poder entre homem e mulher, nos quais também foram configurados vários tipos de violência a que a Lei Maria da Penha faz referência, sobretudo as de ordem física e psicológica. Não obstante o domínio do homem sobre a mulher restar evidenciado, os resultados também mostram um processo de empoderamento das mulheres ao romperem com o ciclo de violência doméstica e com as práticas de controle sobre si, pelo menos nos casos em que a vítima denuncia o agressor. Investimentos em políticas públicas nas áreas da educação em direitos humanos, das artes e da segurança pública são apontados como possíveis caminhos para ultrapassar os
    obstáculos encontrados com vistas a alcançar uma maior igualdade de gênero no âmbito doméstico e
    consequente mitigação do sistema patriarcal. Conclui-se que a cultura machista e sexista só será mitigada com grandes esforços do movimento das mulheres e da sociedade civil organizada que, por meio de práticas contra-hegemônicas, vão paulatinamente colaborando com o processo de equalização dos direitos entre os gêneros, bem como constituindo grupos de pressão perante as diversas instâncias de poder com o fim de promover a mudança social.


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  • A violência doméstica contra mulheres é uma temática relativamente recente nos estudos acadêmicos, tanto jurídicos quanto sociológicos. O motivo de haver alcançado maior relevo se deve ao fato, sobretudo, das conquistas e lutas dos movimentos feministas no Brasil que possibilitou o encorajamento das denúncias e um maior agenciamento em torno do tema, seja no âmbito social ou na mídia, bem como, da entrada em vigor da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) que, de maneira inédita no Brasil, passou a prevenir, combater e punir as condutas dos homens agressores.

    Não obstante isso, a violência sofrida pelas mulheres é tão antiga quanto a própria história da civilização (BRASIL, 2018). Milênios a fio elas têm suportado todo tipo de subjugação e servido como moeda de troca em negócios variados, desde casamentos arranjados até a simples lascívia de homens inescrupulosos, pautada e legitimada por uma sociedade patriarcal e sexista. O debate em torno do processo de empoderamento das mulheres é, pelo contrário, muito recente, sendo fruto inegável do florescimento dos direitos humanos nos últimos trezentos anos e, como citado, do movimento feminista a partir de meados do século XX.

3
  • LAURA TEREZA NOGUEIRA MARIANO
  • A (RE) PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: FATORES QUE PERPETUAM HOMENS AGRESSORES.

  • Orientador : MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • FIDEL MAURICIO RAMÍREZ ARISTIZÁBAL
  • MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • Data: 24/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho buscou apreender os fatores que (re)produzem a agressividade física, moral e
    psíquica do homem contra a mulher, investigando como estes desencadeiam a (re)produção da
    violência de gênero por parte dos sujeitos agressores. Para isso, foram investigados os fatores
    históricos, sociais e culturais que permeiam esta temática, com o fito de compreender essa
    relação de dominação-exploração existente. Nessa perspectiva, apresentam-se sugestões e
    contribuições no sentido de atenuar os altos índices da violência de gênero, uma vez que, após
    quinze anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei no 11.340/2006), a realidade da violência
    contra a mulher, demonstrada através de dados estatísticos, ainda é assustadora. O trabalho se
    pauta em uma abordagem de pesquisa qualitativa e adota as autoras feministas Joan Scott e
    Heleieth Saffioti como principais marcos teóricos, além de outros(as) autores (as) que estudam
    masculinidades, como Connell, Kimmel e Miguel Vale de Almeida. Como instrumento de
    coleta de dados, optou-se pela entrevista semiestruturada com autores de violência doméstica e
    familiar atendidos na 1a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Recife-PE. Para
    auxiliar no tratamento e interpretação dos dados utilizou-se como ferramenta o software
    Iramuteq e, para a análise desses dados, a escolha foi pela análise de conteúdo, pautada,
    fundamentalmente, nas contribuições de Laurence Bardin. Quanto aos resultados alcançados e
    às contribuições esperadas desta pesquisa, buscou-se compreender quais são os sentidos que os
    homens atribuem à masculinidade, quais as relações que estes estabelecem na construção de
    sua identidade masculina e o fenômeno da violência doméstica, objetivando-se com isso
    compreender a dinâmica desse problema multifacetado que é a violência contra a mulher.


  • Mostrar Abstract
  • Esta pesquisa tem por objetivo apreender os fatores que desencadeiam a agressividade física, moral e psíquica do homem contra a mulher, investigando como estes desencadeiam a (re) produção da violência de gênero por parte dos sujeitos agressores. Para isso, partir-se-á de uma análise de fatores históricos, sociais e culturais que permeiam esta temática, com o fito de compreender essa relação de dominação-exploração existente e apresentar sugestões e contribuições no sentido de atenuar os altos índices da violência de gênero, uma vez que após quatorze anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), a realidade da violência contra a mulher, demonstrada através dos dados estatísticos, ainda é assustadora. O trabalho se pauta em uma abordagem de pesquisa qualitativa e adota as autoras feministas Joan Scott e Heleieth Saffioti como principais marcos teóricos, além de outros autores que estudam masculinidades, como Miguel Vale de Almeida, Connell e Kimmel. Como instrumento de coleta de dados, optou-se pela entrevista semiestruturada com sujeitos agressores da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Recife-PE e, para a análise dos dados, a escolha foi pela análise de conteúdo, pautada, fundamentalmente, nas contribuições de Laurence Bardin

4
  • TEÓFANES CARNAÚBA DOS SANTOS
  • O PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE RETROCESSO SOCIAL COMO PRESSUPOSTO À CONCRETIZAÇÃO DE JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALESSANDRA MARCHIONI
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • Data: 24/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação procura analisar o princípio da proibição de retrocesso social como um
    elemento essencial à consecução de Justiça Social no Brasil. Para tanto, opta-se pelo
    exame conceitual de Justiça Social sob o ponto de vista de Luis Fernando Barzotto, cuja
    matriz teórica perpassa a escola aristotélica-tomista. Parte-se da concepção de que o
    escopo de Justiça Social normatizado pela Constituição Federal guarda relação direta com
    a conformação do Estado como Democrático e Social, assim como com a estrutura
    dirigente e compromissória de seu texto, destacada nos fundamentos e objetivos
    constitucionais e que, para seja alcançada, mostra-se necessária a contenção de
    retrocessos de âmbito social, revelando-se aí a importância do princípio da proibição de
    retrocesso social como um pressuposto essencial à concretização de Justiça Social. O
    trabalho se desenvolveu através de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória,
    observando o método dedutivo, utilizando para tanto de revisão bibliográfica de obras
    elaboradas por filósofos e juristas brasileiros e portugueses.


  • Mostrar Abstract
  • Esta dissertação procura analisar o princípio da proibição de retrocesso social como um
    elemento essencial à consecução de Justiça Social no Brasil. Para tanto, opta-se pelo
    exame conceitual de Justiça Social sob o ponto de vista de Luis Fernando Barzotto, cuja
    matriz teórica perpassa a escola aristotélica-tomista. Parte-se da concepção de que o
    escopo de Justiça Social normatizado pela Constituição Federal guarda relação direta com
    a conformação do Estado como Democrático e Social, assim como com a estrutura
    dirigente e compromissória de seu texto, destacada nos fundamentos e objetivos
    constitucionais e que, para seja alcançada, mostra-se necessária a contenção de
    retrocessos de âmbito social, revelando-se aí a importância do princípio da proibição de
    retrocesso social como um pressuposto essencial à concretização de Justiça Social. O
    trabalho se desenvolveu através de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória,
    observando o método dedutivo, utilizando para tanto de revisão bibliográfica de obras
    elaboradas por filósofos e juristas brasileiros e portugueses.

5
  • MARCILIO DE OLIVEIRA SANTOS
  • TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO:
    Uma análise de estudos sobre o fenômeno

  • Orientador : ISABELE BANDEIRA DE MORAES D ANGELO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DENISE NACHTIGALL LUZ
  • GIORGE ANDRE LANDO
  • ISABELE BANDEIRA DE MORAES D ANGELO
  • Data: 24/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • Diante da dinâmica de reestruturação produtiva universal, o capitalismo altera suas estratégias
    reproduzindo-as no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de intensificação da
    exploração do trabalhador, como novos padrões de gestão e organização do trabalho que
    configuram ferramentas de manutenção do poder para a manutenção ou o aumento dos lucros.
    Contudo, sua face mais perversa é o trabalho escravo contemporâneo. Assim, buscando
    identificar a contribuição científica quanto ao tema, estabeleceu-se a seguinte questão
    problematizadora: o que a produção científica revela acerca do fenômeno investigado,
    notadamente quanto aos seus elementos essenciais, características e ressonância social? Para
    obtenção da resposta, estabeleceram-se como objetivos específicos: mapear a relação entre a
    temática proposta e produções científicas selecionadas; verificar a relação entre aportes
    teóricos e estratégias presentes no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de
    exploração do trabalhador; categorizar os estudos empíricos primários investigados; além de
    organizar os estudos selecionados analisando possíveis contribuições e lacunas.
    Metodologicamente, a pesquisa se caracteriza como qualitativa, de caráter crítico-
    exploratório, utilizando-se do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL), por meio
    da análise de conteúdo. Não foi localizada RSL anterior com a mesma pertinência temática,
    após buscas nas bases de dados Scopus e Web of Science (WOS). Em continuidade, foram
    realizadas pesquisas nas plataformas utilizando-se critérios para busca e seleção de artigos
    primários, com acesso livre, escritos nos idiomas português, inglês, francês ou espanhol, nas
    áreas de ciências sociais, economia, multidisciplinares e decisões científicas, publicados no
    período de 2015 a 2019. Nesse levantamento, foram selecionados 20 estudos, sendo dez na
    base Scopus e os outros dez na base WOS. Em seguida, foi desenvolvida uma síntese dos
    estudos e posteriormente empreendeu-se uma análise crítica das categorias em comum. A
    análise identificou uma unanimidade de pesquisas qualitativas entre aquelas com método
    definido. Contudo, cerca de 30% carecem de maior rigor metodológico em virtude da
    ausência de sua especificação. Não foram identificados estudos com abordagem de novos
    setores de exploração. Apenas 10% dos artigos analisados esboçaram alguma análise do perfil
    dos trabalhadores vitimados, indicando um ponto desfavorável a análises mais aprofundadas.
    Os resultados indicam que as entidades não estatais são primordiais à efetiva solução do
    trabalho escravo e que as ações de repressão são insuficientes e não comungam paralelamente
    com ações de prevenção e repressão, quase inexistentes. Os estudos não identificaram

    divergências entre o conceito nacional e o internacional do trabalho escravo e revelaram que a
    erradicação dessa problemática carece de coalisão global para tal enfrentamento, não só na
    criminalização como também na cooperação mútua para redução das desigualdades sociais e
    da miséria, expondo, assim, um processo de dominação e de coisificação do ser humano.
    Apesar dos dados gerados, o estudo demonstra uma carência de pesquisas contemplando o
    contexto do aliciamento. Dessa forma, sugere-se que pesquisas futuras complementares sejam
    realizadas, permitindo estabelecer comparativos que auxiliem no combate à escravidão
    moderna.


  • Mostrar Abstract
  • Diante da dinâmica de reestruturação produtiva universal, o capitalismo altera suas estratégias
    reproduzindo-as no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de intensificação da
    exploração do trabalhador, como novos padrões de gestão e organização do trabalho que
    configuram ferramentas de manutenção do poder para a manutenção ou o aumento dos lucros.
    Contudo, sua face mais perversa é o trabalho escravo contemporâneo. Assim, buscando
    identificar a contribuição científica quanto ao tema, estabeleceu-se a seguinte questão
    problematizadora: o que a produção científica revela acerca do fenômeno investigado,
    notadamente quanto aos seus elementos essenciais, características e ressonância social? Para
    obtenção da resposta, estabeleceram-se como objetivos específicos: mapear a relação entre a
    temática proposta e produções científicas selecionadas; verificar a relação entre aportes
    teóricos e estratégias presentes no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de
    exploração do trabalhador; categorizar os estudos empíricos primários investigados; além de
    organizar os estudos selecionados analisando possíveis contribuições e lacunas.
    Metodologicamente, a pesquisa se caracteriza como qualitativa, de caráter crítico-
    exploratório, utilizando-se do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL), por meio
    da análise de conteúdo. Não foi localizada RSL anterior com a mesma pertinência temática,
    após buscas nas bases de dados Scopus e Web of Science (WOS). Em continuidade, foram
    realizadas pesquisas nas plataformas utilizando-se critérios para busca e seleção de artigos
    primários, com acesso livre, escritos nos idiomas português, inglês, francês ou espanhol, nas
    áreas de ciências sociais, economia, multidisciplinares e decisões científicas, publicados no
    período de 2015 a 2019. Nesse levantamento, foram selecionados 20 estudos, sendo dez na
    base Scopus e os outros dez na base WOS. Em seguida, foi desenvolvida uma síntese dos
    estudos e posteriormente empreendeu-se uma análise crítica das categorias em comum. A
    análise identificou uma unanimidade de pesquisas qualitativas entre aquelas com método
    definido. Contudo, cerca de 30% carecem de maior rigor metodológico em virtude da
    ausência de sua especificação. Não foram identificados estudos com abordagem de novos
    setores de exploração. Apenas 10% dos artigos analisados esboçaram alguma análise do perfil
    dos trabalhadores vitimados, indicando um ponto desfavorável a análises mais aprofundadas.
    Os resultados indicam que as entidades não estatais são primordiais à efetiva solução do
    trabalho escravo e que as ações de repressão são insuficientes e não comungam paralelamente
    com ações de prevenção e repressão, quase inexistentes. Os estudos não identificaram

    divergências entre o conceito nacional e o internacional do trabalho escravo e revelaram que a
    erradicação dessa problemática carece de coalisão global para tal enfrentamento, não só na
    criminalização como também na cooperação mútua para redução das desigualdades sociais e
    da miséria, expondo, assim, um processo de dominação e de coisificação do ser humano.
    Apesar dos dados gerados, o estudo demonstra uma carência de pesquisas contemplando o
    contexto do aliciamento. Dessa forma, sugere-se que pesquisas futuras complementares sejam
    realizadas, permitindo estabelecer comparativos que auxiliem no combate à escravidão
    moderna.

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  • ANTÔNIO CELESTINO DA SILVA NETO
  • DUSSEL VAI À VALLADOLID: O OUTRO ENTRE A MODERNIDADE E OS DIREITOS HUMANOS

  • Orientador : MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • Data: 25/02/2022

  • Mostrar Resumo
  • O pensamento de Enrique Dussel, enquanto categoria analítica central da pesquisa, alicerça o diálogo em face da Controvérsia de Valladolid (1552), bem como, de maneira especial, em face do pensamento de Bartolomé de Las Casas, sendo o método analético a lente fundamental na tecitura da presente investigação. A questão ético-filosófica levantada pela controvérsia acerca do direito de dominar e gerir outras culturas militarmente conquistadas aponta para o cerne da justiça da colonização enquanto processo e relação com o Outro exteriorizado. Para o ego cogito a escravização e violência do colonialismo se expressaria apenas como modelo de exploração econômica, mas para Valladolid eram uma questão fundamental. De um lado Juan Guinés de Sepúlveda, ancorado na teoria da servidão natural aristotélica, inaugurava o discurso de racialização dos corpos tendo por parâmetro a identidade europeia. De outro, Bartolomé de Las Casas refutando a violência civilizatória, defendia que a única relação legítima entre nativos e europeus era a do diálogo. Dussel faz de Valladolid o marcador político-filosófico do deslocamento histórico-geográfico que propõe ao ano de 1492, expressando a colonialidade como co-constitutiva da modernidade, suspende a perspectiva eurocêntrica desta, mas não sem apontar uma metáfora restitutiva do humano e dos direitos humanos que se tece através do analético desvelamento da colonialidade. Trata-se de reflexão do humano desde a premência da relação com o Outro, a partir da qual consideramos a proposta decolonial de um direitos humanos da libertação.


  • Mostrar Abstract
  • O presente trabalho investiga a Controvérsia de Valladolid (1552) enquanto fenômeno particular de uma concepção do humano, confrontando, a partir categoria analética de Enrique Dussel e do deslocamento da Modernidade a que esta conduziu o autor, o discurso hegemônico dos direitos humanos com uma perspectiva crítico epistemológica alteral corolário do pensamento lascasiano de compreensão da diferença e de premência do diálogo na relação intercultural. Percebe-se em Valladolid o debate sobre a violência “civilizatória”, desenvolvimento e superioridade em face da diferença, é dizer, a marca do que hoje entendemos por modernidade e de que para além do norte é percebida como colonialidade e negação da diferença em benefício da reprodução do mesmo da totalidade nortista. Valladolid se expressa, assim, enquanto um fenômeno em que a práxis do domínio cívico-militar passa por seu primeiro processo de racionalização epistemológica e política. A relação entre os dois mundos é instrumentalizada e antecedida na prática pela constituição da identidade europeia. A ontologia é sobreposta a ética em escala mundial. Empreendida nesta investigação a metodologia dedutiva na construção de parâmetros teóricos de base, sendo indutiva a análise dos direitos humanos frente ao Fenômeno de Valladolid, reflete-se as possíveis consequências deste para uma epistemologia crítica dos direitos humanos, num movimento de negação da negação deste fenômeno que aparenta apresentar elementos dialéticos próprios da gênese da relação Modernidade/Colonialidade.

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  • NEVES MARIA DE SANTANA SILVA
  • A INSTRUMENTALIDADE DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA EXECUÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA LIBERDADE ASSISTIDA: construir diálogos e garantir direitos

  • Orientador : AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • ANGELA MARIA MONTEIRO DA MOTTA PIRES
  • RAQUEL DE ARAGAO UCHOA FERNANDES
  • Data: 08/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa tem por objetivo investigar a integração entre o sistema educacional e o
    sistema socioeducativo do Recife, no processo de inclusão escolar, dos adolescentes em
    cumprimento da medida socioeducativa liberdade assistida em execução pelo Creas Recife, à
    luz da educação em direitos humanos. Importante considerar se as políticas sociais, partes
    integrantes do Sinase, se articulam através dos órgãos gestores na perspectiva de garantir o
    direito social do adolescente, em conflito com a lei, sob o manto da doutrina da proteção
    integral. A promulgação da Constituição Federal de 1988 e a sanção do Estatuto da Criança e
    do Adolescente, Lei Federal nº 8.069/1990, são significantes marcos do período histórico de
    mobilização social da formulação de políticas públicas no cenário político do Brasil da luta
    pelo fortalecimento da democracia. A partir do avanço desse arcabouço jurídico foi possível a
    elaboração e publicação da Resolução nº 119/2006, CONANDA, para concretizar o Sistema
    Nacional de Atendimento Socioeducativo, Lei Federal nº 12.594/2012 com status de política
    públicaque destaca a prerrogativa da garantia dos direitos individuais e sociais de
    adolescentes em conflito com a lei. Nessa direção, o direito de ingresso e permanência à
    educação escolar é condição sine qua non para o êxito dos fins pedagógicos do cumprimento
    da medida socioeducativa. O Sinase tem como pressuposto a educação em direitos humanos
    no processo da construção do diálogo sem discriminação de forma a incentivar a cultura do
    respeito mútuo; valorizar a diversidade; despertar para a cidadania. No referencial teórico,
    discutem-se algumas categorias conceituais: “Política Social” (BEHRING; BOSCHETTI,
    2007; PEREIRA-PEREIRA, 2008); “Educação para a Democracia” (BENEVIDES, 1996;
    CANDAU, 2013); “Educação em Direitos Humanos” (SILVA, 2010; CANDAU, 2013);
    “Educação e Conflito” (FREIRE, 2019; GADOTTI, 2012); “Educação e Saberes Sociais”
    (CANDAU, 2013; FREIRE, 2015). Por conseguinte, o ambiente escolar é o espaço
    institucional importante de construção de diálogos a possibilitar a construção de projeto de
    vida e superação do ato infracional de adolescentes em conflito com a lei. Por outro lado,
    esses sujeitos enfrentam complexas violações de direitos: defasagem escolar, baixa estima,
    preconceito e estereótipo, discriminação da cor/raça. Esse estudo foi desenvolvido através da
    pesquisa qualitativa da análise de documentos oficiais, e como instrumentos de trabalho de
    campo: entrevistas, questionários. A amostra do estudo incluiu os adolescentes em liberdade
    assistida do território, dentre outros, de maior concentração de risco social, operadores do SINASE (técnicos sociais e educadores sociais), professores e gestores de duas escolas do território de abrangência. Os dados foram interpretados pelo procedimento análise de conteúdo. Espera-se aprofundar o diálogo da intersetorialidade entre os sistemas educacional e socioeducativo, tendo em vista a educação como um direito.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa tem por objetivo investigar a integração entre o sistema educacional e o sistema socioeducativo do Recife no processo de inclusão escolar, dos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa liberdade assistida em execução pelo CREAS Recife à luz da educação em direitos humanos. Importante considerar as políticas sociais, partes integrantes do SINASE, se articulam através dos órgãos gestores na perspectiva de garantir o direito social do adolescente em conflito com a lei sob o manto da doutrina da proteção integral. A promulgação da Constituição Federal de 1988 e a sanção do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069/1990, são significantes marcos do período histórico de mobilização social da formulação de políticas públicas no cenário político do Brasil da luta pelo fortalecimento da democracia. A partir do avanço desse arcabouço jurídico, foi possível a elaboração e publicação da Resolução nº 119/2006, CONANDA, para concretizar o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, Lei Federal nº 12.594/2012 com status de política pública que destaca a prerrogativa da garantia dos direitos individuais e sociais de adolescentes em conflito com a lei. Nessa direção, o direito de ingresso e permanência à educação escolar é condição sine qua non para o êxito dos fins pedagógicos do cumprimento da medida socioeducativa. Portanto, cabe-nos investigar nesse estudo: há integração entre o sistema educacional e o sistema socioeducativo do município de Recife no processo de inclusão escolar, à luz da educação em direitos humanos, dos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa liberdade assistida em execução pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)? Os fins pedagógicos da medida socioeducativa liberdade assistida tem como pressuposto a educação em direitos humanos no processo da construção do diálogo sem discriminação; incentivar a cultura do respeito mútuo; valorizar a diversidade; formar para a cidadania. Para tanto, discute-se algumas conceituais: “Política Social” (BEHRING; BOSCHETTI, 2007; PEREIRA-PEREIRA, 2008); “Educação para a Democracia” (BENEVIDES, 1996; SANTOS, 2013); “Educação em Direitos Humanos” (SILVA, 2010; CANDAU, 2013; SACAVINO, 2013); “Educação e Conflito” (PAULO FREIRE, 2019; GADOTTI, 2012); Educação e Saberes Sociais (CANDAU, 2013; FREIRE, 2018, FREIRE, 2015). Por conseguinte, o ambiente escolar é o espaço institucional importante para fortalecer esses princípios como os objetivos de possibilitar a construção de projeto de vida e de superação do ato infracional de adolescentes em conflito com a lei. Por outro lado, esses sujeitos enfrentam complexas violações de direitos: defasagem escolar, baixo auto-estima, preconceito e estereótipo, discriminação da cor/raça. Pretende-se desenvolver esse estudo através do trabalho de campo, pesquisa qualitativa e a coleta de dados será por meio de análise de documentos oficiais, entrevistas, questionários. Terá como recorte espacial os adolescentes em liberdade assistida de três territórios de maior concentração de risco social do Recife. Compõem a amostra do público entrevistado: adolescentes em liberdade assistida e suas famílias, operadores do SINASE (técnicos sociais e profissionais do sistema de justiça). Os dados serão interpretados pelo procedimento análise de conteúdo. Espera-se aprofundar o diálogo da intersetorialidade entre os sistemas educacional e socioeducativo.

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  • DÉBORAH D'ASSUMPÇÃO TORRES MARCHESIN
  • ALÉM DO OLHAR: narrativas de experiências de mulheres sobre constelação familiar analisadas a partir de teorias feministas

  • Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FERNANDA CAPIBARIBE LEITE
  • FERNANDO DA SILVA CARDOSO
  • MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • Data: 11/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • A constelação familiar vem de um contexto europeu e cercado de polêmicas pela propagação de discursos misóginos que apresentam uma violência ética em relação às mulheres e aos corpos diferenciados da norma. Com o objetivo de analisar em que medida seria possível, a partir das narrativas de experiências e atravessamentos de mulheres reconhecidas como terapeutas/professoras, conectar a prática da constelação familiar aos estudos feministas. O caminho da pesquisa tornou-se viável através de epistemologias e metodologias feministas com olhares desconstrutivistas, ao desestabilizar categorias tidas como verdades universais como feminismo, mulher, homem, família e parentesco. Apresenta uma contingencialidade do corpo e da produção das subjetividades ao discutir sobre o reconhecimento, a interpelação, a sujeição, a performatividade e as ambivalências por meio de um relato de si. Uma escrevivência imersa em narrativas da autora e das informantes do campo junto às teóricas feministas sob um paradigma pós-estruturalista. A partir de entrevistas e análise de narrativas, levando em consideração a história de vida, a localização social e a multiplicidade de identidades consegui demonstrar que os atravessamentos das terapeutas/professoras ultrapassam a visão inicial da constelação familiar hellingeriana. As práticas mesmo que na interpelação e repetição de estruturas de opressão conseguem transpor certos discursos normativos com olhares críticos relacionados aos estereótipos de gênero e a invenção das identidades, ao reconhecer as construções socioculturais das sujeitas na possibilidade de fazer diferente na aplicação da técnica terapêutica.


  • Mostrar Abstract
  • Dou início a minha escrita com a seguinte questão: como é ser uma mulher e escrever sobre mulheres em meio a uma pandemia gerada por uma crise sanitária mundial e uma crise política dentro do Brasil? Diante desse impasse global e do reconhecimento da importância da ciência para trazer soluções para esse momento sem precedentes na contemporaneidade, percebo em meu corpo as assimetrias de gênero envolvidas nesse contexto e muita sobrecarga de afazeres domésticos, além dos protocolos de higienes rigorosos e necessários para não me contaminar com o novo coronavírus, que extrapola meu cuidado individual, como explicarei nas linhas a seguir. Há quatro anos exerço além do meu trabalho de terapeuta e do cuidado de clientes, o trabalho invisibilizado do cuidado doméstico, nos moldes apresentados por Flávia Biroli (2005), da minha mãe idosa, que desde então, era divido com uma cuidadora contratada por alguns dias da semana. Mesmo tendo um irmão, ele mora em outro estado e o apoio é limitado. Ainda estava me adaptando a esse novo momento de envelhecimento daquela que já cuidou muito de mim e que também se dispõe a esse lugar do cuidar, imposto a nós mulheres, como necessário à condição do sensível e do afeto colocada socialmente como “feminina”. A sobrecarga do lugar privado, o público domesticalizado através das conexões instáveis da virtualidade e uma pesquisa empírica que teve que ser revistada por não existir mais o campo presencial da constelação familiar, causou-me inquietações e ansiedades de como continuar esse trabalho tão caro a minha vivência dentro dos estudos feministas. No entanto, aos poucos fui reorganizando o meu olhar sobre o momento atípico imposto a todas nós e fui me reencontrando como escritora e pesquisora, que foi tomando forma através das linhas escritas a seguir, dentro da minha experiência reconstruída sobre ideia prévia que eu tinha em relação ao cuidado e sobre o fazer ciência. A constelação familiar hellingeriana (2020) é uma psicoterapia recente e com poucos estudos científicos de comprovação dos seus métodos, o que trouxe dificuldades para realizar meus escritos. Portanto, trata-se de uma pesquisa inovadora, porque os poucos artigos que encontrei apenas reproduzem teorias de Bert Hellinger (2020) sem nenhum olhar crítico através da experiência ou dados que demonstrem mudanças nas subjetividades das pessoas que passaram pela prática. Apesar de alguns livros serem bem esclarecedores e conseguirem mostrar outros caminhos, não existe o reconhecimento deles dentro da academia. 5 Como não há tais estudos científicos da constelação familiar dentro do Brasil, justificase a importância da pesquisa em virtude das práticas ou mesmo da filosofia apresentada por ela está sendo amplamente difundida, não apenas no espaço de terapias privadas, que se presume uma escolha individual de cuidado, mas também como política pública, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), como parte das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), quanto no Poder Judiciário, como método de solução consensual de conflitos.

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  • ANNA CAROLINA PESSOA DE AQUINO ANDRADE
  • O IDEÁRIO PATRIARCAL-CONSERVADOR E SUA INFLUÊNCIA NA CAMPANHA E NO RESULTADO ELEITORAL DE 2020: OS CASOS DO RECIFE E DE PORTO ALEGRE

  • Orientador : BERNADETE PEREZ COELHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BERNADETE PEREZ COELHO
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MICHEL ZAIDAN FILHO
  • Data: 15/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • Trata-se de dissertação de mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Federal de Pernambuco que buscou analisar a presença do ideário patriarcal-conservador e da violência de gênero, utilizando como casos as campanhas municipais do Recife/PE e de Porto Alegre em 2020. Buscou ainda analisar a relação causa- efeito sobre como os episódios de violência política de gênero podem ter influenciado as derrotas das candidatas. Pesquisa de base qualitativa, utilizando estudo de caso e diferentes técnicas de coleta de dados, com triangulação de métodos, onde foram utilizadas as entrevistas compreensivas, análise documental e observação da pesquisadora. O plano analítico utilizou categorias de análise a partir dos objetivos propostos e ideias fortes para responder às questões da pesquisa, em sucessivas aproximações da realidade. As evidências revelam que as derrotas das candidatas nos casos propostos para estudo, foi marcada pela violência de gênero e pelo conservadorismo de costumes, com muita tolerância por parte da sociedade às agressões sofridas pelas mulheres disputantes aos cargos das Prefeituras Municipais, levando a crer que há uma desvantagem presente e ancorada nos elementos ideológicos citados. Ainda, são evidenciados os elementos que caracterizam o ideário patriarcal-conservador nos dois casos, com forte influência no resultado eleitoral final nas eleições majoritárias. Entendemos que a paridade de gênero só será possível à medida em que, na política, as mulheres sejam tratadas de forma republicana, em que o debate de ideias seja sempre o tema central e não sua aparência física ou sua religião. Como pesquisadora, há a implicação da mulher com o tema com finalidade de tratá-lo cientificamente e com a seriedade necessária à discussão acadêmica.


  • Mostrar Abstract
  • Em 22/11/2020, é determinada judicialmente a retirada do ar de uma das propagandas,
    da coligação do então candidato João Campos que dizia que a petista Marília Arraes, sua
    adversária em segundo turno pela Prefeitura do Recife, em 2020, era contra o Prouni
    municipal e contra a bíblia, discursos esses endossados pelo candidato do PSB em debates na
    Rádio Jornal e na TV Clube. Da mesma forma, panfletos apócrifos com teor semelhante,
    entregues com material de campanha do PSB, também foram proibidos de ser distribuídos
    pela Frente Popular.

    Em Porto Alegre, em 09 de novembro de 2020, a Justiça também determinou aretirada de 529.075 compartilhamentos de notícias falsas contra a candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, grande parte com ofensas de conteúdo machista e conservador, inclusive questionadores de sua inteligência e discernimento. 

    As duas situações, especialmente, guardam mais aspectos em comum do que se pode
    pensar, daí se encontrarem em estudo de caso, uma vez que a forma como ocorreram as
    derrotas possui a mesma raiz ideológica: a Violência Política de Gênero. Pautados por um
    ideário patriarcal-conservador, os ataques sofridos por mulheres candidatas ou eleitas
    possuem conteúdo machista e de orientação conservadora, cuja finalidade, ainda que não
    explícita, é, através de desqualificação física, sexual e moral, manter o status quo que
    garantem privilégios dos homens e a perpetuar a desigualdade de gênero na política.

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  • MARINELLA GERÔNIMO DA SILVA QUINZEIRO
  • JUSTIÇA JUVENIL RESTAURATIVA NO MARANHÃO: análise do projeto Restauração entre 2009 a 2019

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • JULIANA TONCHE
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 31/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • A justiça restaurativa (JR) tem o fito de reparação de danos, ressignificação da
    violência vivenciada, protagonismo dos envolvidos e da comunidade, e por focar nas
    necessidades da vítima, infrator e comunidade, que se tornam produtores de soluções
    para suas contendas, em vez de meros consumidores, pode ser aplicada em
    situações de conflito envolvendo crianças e adolescentes, no âmbito da família,
    vizinhança, e ambiente escolar. Esta pesquisa analisa a Justiça Juvenil Restaurativa
    no Maranhão, por meio do projeto Restauração, desenvolvido em São José de
    Ribamar, única ação de JR neste estado reconhecida pelo Conselho Nacional de
    Justiça, em mapeamento realizado em 2019. Por questões metodológicas, o
    Restauração foi examinado em duas etapas, de 2009 a 2011 – quando foi realizado
    sob a direção do instituto Terre des Hommes (Tdh) - e de 2011 em diante, período no
    qual foi o Poder Público Municipal que cuidou do projeto. Os corpora da pesquisa
    foram constituídos de documentos obtidos junto aos responsáveis pelo projeto, relatos
    de experiência dos vinculados à Tdh e respostas a contatos por e-mail emitidas pelo
    gabinete do prefeito, bem como foram coletados dados institucionais, em blogs na
    internet e trabalhos acadêmicos relacionados ao tema. Essa divisão viabilizou
    comparar essas etapas e questionar atividades e metodologias empregadas,
    identificando-se continuidades, avanços e retrocessos na passagem da gestão ao
    Poder Público. A análise de dados permitiu observar que, apesar de diminuição de
    práticas restaurativas e cursos, o projeto segue difundindo a cultura de paz no
    Maranhão, com técnicas que devolvem autonomia aos indivíduos na busca de
    convivência pacífica, mas que é afetado pela alternância de administrações
    municipais, que o torna suscetível a ação política e a juízos de conveniência de chefes
    do Poder Executivo local. Concluiu-se que é preciso fortalecer continuamente a JJR
    no estado, no sistema socioeducativo, no campo político, e na comunidade, de forma
    que esta se aproprie da política pública, fiscalize e pressione os gestores a bem
    conduzir o Restauração e preservar suas bases.


  • Mostrar Abstract
  • O paradigma da proteção integral à criança e ao adolescente, enquanto sujeitos
    de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, que gozam de prioridade
    absoluta, foi introduzido no Brasil pela Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da
    Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990). Isso ocorreu em virtude da influência do
    Direito Internacional dos Direitos Humanos, que estabeleceu parâmetros protetivos
    por meio de instrumentos como a Convenção sobre os Direitos das Crianças (ONU,
    1989), ratificada pelo Brasil em 1990. Houve a contemplação, consoante leciona
    Piovesan (2018, p. 545), da “indivisibilidade desses direitos, implementação recíproca
    e igual importância de todos os direitos, sejam civis, políticos, sociais, econômicos ou
    culturais”.
    Consagrou-se, assim, no cenário nacional, que crianças e adolescentes são
    classificados como pessoas humanas em processo de desenvolvimento, sujeitos de
    direitos civis, humanos e sociais, nos termos da Lei Federal no 8.069 (BRASIL, 1990),
    doravante chamada Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para esse
    regulamento, criança é a pessoa de até 12 (doze) anos de idade incompletos, e
    adolescente a que tem entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos.

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  • RUHANA BERG DA SILVA ARAUJO
  • QUEM VÊ ATO INFRACIONAL NÃO VÊ INTERSECCIONALIDADE: um estudo com as adolescentes em conflito com a lei

  • Orientador : MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
  • MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • Data: 31/03/2022

  • Mostrar Resumo
  • Este trabalho tem por objetivo analisar, a partir dos relatos das adolescentes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social da RPA 5 (CREAS Afogados), como as interseccionalidades de gênero, raça e classe influenciaram suas trajetórias de vida e o cometimento do ato infracional. Utilizando, para tal análise, o aparato teórico da interseccionalidade e sua instrumentalidade metodológica somando à metodologia da afrodescendência. Sendo este fundamentado, principalmente, nas produções intelectuais de autores negros e do feminismo negro. O estudo teve como eixo central os estudos que versam sobre as desigualdades de raça, gênero, classe e a constituição da mulher negra na sociedade e em seus movimentos de resistência. No decorrer da pesquisa, foram entrevistadas três adolescentes em que foi possível identificar que a condição de marginalização em que elas se encontram é fomentada pela cultura sexista e racista que está enraizada na sociedade e, também, no Estado. Esta instituição social utiliza os seus mecanismos de poder para elaborar leis que oprimem e penalizam cada vez mais a população negra, negando o direito às políticas públicas que visem minimizar os impactos negativos seculares deixados pela escravização dos povos africanos e afrodescendentes. O estudo indica que é preciso que haja uma mudança no pensamento político e cultural brasileiro e que mesmo com os marcadores de opressão, gênero, raça e classe atravessando as realidades das entrevistadas, estas adolescentes são corpos que resistem e inscrevem as suas trajetórias. 


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  • A INTERSECCIONALIDADE  NO ESTUDO DO ATO INFRACIONAL

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  • ANA CAMILA DE OLIVEIRA
  • O QUE SE CALA: OS DIREITOS HUMANOS A PARTIR DO PENSAMENTO DE LÉLIA GONZALEZ

  • Orientador : ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
  • GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • Data: 27/05/2022

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  • Lélia Gonzalez (1935-1994) foi uma intelectual negra brasileira, que teve um papel
    fundamental na construção do Movimento Negro Unificado e do feminismo negro
    atual. O seu pensamento está pautado no desenvolvimento sócio-político-cultural da
    sociedade brasileira, tendo como foco principal de debate a formação, os resultados
    e os mecanismos de interferência social das relações raciais brasileiras. Assim, o
    que se busca analisar aqui é a contribuição de Lélia Gonzalez para a teoria dos
    Direitos Humanos, através do delineamento da concepção da autora de Direitos
    Humanos, bem como fazer uma contraposição do pensamento da intelectual com o
    debate contemporâneo sobre os Direitos Humanos, além de investigar como Lélia
    Gonzalez entende as especificidades do racismo e do sexismo na sociedade
    brasileira. Nesta pesquisa qualitativa, o caminho metodológico tem um caráter
    essencialmente teórico, em que há uma revisão bibliográfica dos textos e entrevistas
    da autora que estão compiladas na obra “Primavera para rosas negras: Lélia
    Gonzalez em primeira pessoa”, publicada em 2018. A metodologia da pesquisa se
    fundamenta a partir das formulações de Lélia Gonzalez de Amefricanidade, além de
    coadunar com a metodologia afrodescendente. É desenvolvida no Pretuguês de
    Lélia Gonzalez, somada ao método da escrevivência de Conceição Evaristo e da
    categoria da Afroperspectiva de Renato Nogueira. Como resultados, é possível
    visualizarmos Lélia Gonzalez como uma intelectual dos Direitos Humanos e teórica
    da decolonialidade, sendo que a Amefricanidade é a categoria chave da autora para
    pensarmos políticas em e para Direitos Humanos.


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  • Talvez se eu colocar a escrivaninha perto da janela consiga finalmente produzir
    algo! – Penso isso enquanto faço essa mudança no ambiente buscando acreditar que o
    meu problema de travamento com a escrita seja pelo local em que está disposto o móvel
    que uso para escrever. Após a mudança do móvel de lugar sento na cadeira, ligo o
    computador e quando abro uma página em branco novamente surge a sensação de aperto
    no peito. Logo percebo que é por saber que finalmente chegou a hora que travarei uma
    grande batalha: acessar espaços íntimos para desenvolver o trabalho que me propus a
    fazer.
    Durante um período de tempo, inclusive, mais longo do que eu desejava, me
    perdi olhando para a página em branco na qual eu deveria escrever minhas primeiras
    palavras introdutórias. Senti uma certa angústia em ter que acessar espaços pessoais tão
    sensíveis para tratar de um tema que pode ser tido como geral, mas que para mim também
    se apresenta extremamente pessoal, pois aqui reverbera a minha escrevivência1

    . Em meio
    a esse turbilhão de sensações e pensamentos, ouço a escritora negra norte-americana Toni
    Morrison sussurrar no meu ouvido me lembrando de que se há um livro que eu quero ler
    e ainda não foi escrito, então eu devo escrevê-lo. Obrigada pela dica, Toni. - E olhando
    pela janela agradeço a escritora pela injeção de ânimo.

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  • RAYANNA LARISSA DE GOES FERNANDES
  • CULTURA DE PAZ: Uma análise dos meios adequados de solução de conflitos à luz dos tribunais multiportas

  • Orientador : MARCELO LUIZ PELIZZOLI
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARCELO LUIZ PELIZZOLI
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • THAMINNE NATHALIA CABRAL MORAES E SILVA RODRIGUES
  • Data: 01/06/2022

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  • O conflito advém de um panorama evolutivo e varia em decorrência das circunstâncias
    culturais, históricas, econômicas e sociais de um período determinado; ele muda de
    acordo com os agentes participativos. Inicialmente visto dentro de uma verticalidade,

    ou seja, dentro de um sistema ganha-perde onde a vitória de um conflitante é antagô-
    nica à derrota da outra parte, surge a necessidade de mudança; fala-se assim na te-
    oria moderna do conflito, que contemplaria a possibilidade de analisa-lo em com uma

    visão positiva e não em um viés negativo de cunho destrutivo. Tal celeuma corriquei-
    ramente é encontrada nos casos submetidos ao Poder Judiciário. Contudo, a imposi-
    ção estatal por meio da aplicação imperativa da lei ao caso em análise não tem efeti-
    vamente solucionado os problemas levados ao Judiciário; eis que surgem os meios

    autocompositivos e/ou heterocompositivos voltados para a conclusão do caso. A partir
    da ineficácia dos meios jurisdicionais e dentre os diversos modelos de processamento
    de controvérsias, começou-se a utilizar e abordar o sistema multiportas que em seu
    aspecto busca demonstrar uma integração entre os métodos, demonstra as “portas”

    que o conflito poderá se encaixar. Certamente, isto precisa ser conduzido por profis-
    sionais habilitados para levar a resultados satisfatórios. Na perspectiva dos meios de

    solução de controvérsias almeja não só resolver o caso concreto aplicando a lei por

    um juiz imparcial, mas sim transformar o conflito dando protagonismo às partes tra-
    zendo uma ressignificação pessoal dos envolvidos, portanto, um reequilíbrio compor-
    tamental bem como a reestruturação da relação em atrito, ou seja, a ideia de cultura

    de paz sob olhar restaurativo dos conflitos.


  • Mostrar Abstract
  • O conflito conforme será demonstrado advém de um panorama
    evolutivo e varia em decorrência das circunstâncias culturais, históricas,
    econômicas e sociais de um período determinado; mudando de acordo com
    os agentes participativos. Inicialmente visto dentro de uma verticalidade, ou
    seja, dentro de um sistema ganha-perde onde a vitória de um conflitante é

    antagônica à derrota da outra parte, surge a necessidade de mudança, fala-
    se na teoria moderna do conflito que contemplaria a possibilidade de

    analisa-lo em com uma visão positiva e não em um viés negativo de cunho
    destrutivo. Tal celeuma corriqueiramente é encontrada nos casos
    submetidos ao Poder Judiciário. Contudo, a imposição estatal por meio da
    aplicação imperativa da lei ao caso em análise não tem efetivamente
    solucionado os problemas levados ao Judiciário; eis que surgem os meios
    autocompositivos e/ou heterocompositivos voltados para o conclusão do
    caso. A partir da ineficácia dos meios jurisdicionais e dentre os diversos
    modelos de processamento de controvérsias, começou-se a utilizar e
    abordar o sistema multiportas que em seu aspecto busca demonstrar uma
    integração entre os métodos, demonstra as “portas” que o conflito poderá
    se encaixar. Certamente, isto precisa ser conduzido por profissionais
    habilitados para levar a resultados satisfatórios. Na perspectiva dos meios
    de solução de controvérsias almeja não só resolver o caso concreto
    aplicando a lei por um juiz imparcial, mas sim transformar o conflito dando
    protagonismo as partes trazendo uma ressignificação pessoal dos
    envolvidos, portanto, um reequilíbrio comportamental bem como a
    reestruturação da relação em atrito, ou seja, a ideia de cultura de paz sob
    olhar restaurativo dos conflitos.

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  • RICARDO JORGE MEDEIROS TENORIO
  • A TUTELA DO DIREITO FUNDAMENTAL AO DISCURSO RELIGIOSO E O DISCURSO DE ÓDIO: uma análise das decisões do STF nos RHC 134683/BA e RHC 146303/RJ com base no critério de discriminação de Norberto Bobbio.

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • JOSÉ ALCEBIADES DE OLIVEIRA JUNIOR
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 15/06/2022

  • Mostrar Resumo
  • O discurso religioso tem sido objeto de pesquisas em diversas áreas, porém como
    direito fundamental e seu enquadramento como discurso de ódio na jurisprudência do
    Supremo Tribunal Federal não tem sido devidamente explorado. Para tratar do
    discurso religioso proselitista como liberdade religiosa ou discurso discriminatório ou
    de ódio, foram coletadas bibliografias e decisões do Supremo Tribunal Federal. Para
    identificar o universo amostral, a coleta de dados no site do STF foi realizada
    empregando os termos “discurso de ódio”, “discurso religioso”, “proselitismo religioso”
    e “liberdade religiosa”. Igualmente, fez-se consulta de pesquisa de jurisprudência por
    meio da ferramenta “solicitação de pesquisa de jurisprudência” do STF. Das decisões
    obtidas, selecionamos as decisões que a ratio decidendi, a razão de decidir, fosse
    sobre o discurso religioso e o discurso de ódio. Essa delimitação resultou em a
    amostra ser constituída de duas decisões, uma da primeira turma e outra da segunda
    turma: RHC 134683/BA, julgado em 2016, e RHC 146303/RJ, julgado em 2018. Foram
    analisadas as fundamentações dos votos de cada Ministro do referido Tribunal. Outra
    delimitação foi quanto ao direito constitucional brasileiro, com enfoque dogmático, de
    lege lata. Os dados foram analisados a partir do critério identificador da discriminação
    presente em Norberto Bobbio no livro “O elogio da Serenidade” (2011) e sua de
    perspectiva sobre a tolerância na obra “A era dos direitos” (2004). A delimitação da
    literatura foi a liberdade religiosa e o discurso de ódio, com destaque para o direito
    positivo brasileiro. Os dados indicam que o STF não possui um entendimento
    consolidado sobre o tema, não só porque as duas turmas possuem entendimentos
    antagónicos, como porque os votos dos Ministros recorrem a fundamentações
    diversas. Por fim, concluímos que o Voto do Ministro Edson Fachin é o único que
    apresenta um critério identificador de discurso discriminatório, por tratar do
    proselitismo religioso como elemento nuclear da liberdade religiosa e afirmar que o
    seu exercício não pode ser enquadrado como discurso de ódio.


  • Mostrar Abstract
  • A religião é como uma droga que aliena as pessoas da realidade, é um instrumento de dominação e de poder, utilizado com finalidades duvidosa. Os líderes religiosos são em sua grande maioria corruptos, charlatões, enganadores, preocupados com o dinheiro e o poder, e se aproveitam da fragilidade humana para obter seus fins não tão caridosos. As pessoas religiosas são fanáticas, pré-iluministas, retrogradas, atrasadas e obscurantistas. São pessoas com pouca inteligência que se deixam enganar por qualquer novo mito ou história fantasiosa. Os tempos, as igrejas, os terreiros, os locais de culto e encontros, os santuários, são todos eles lugares que perturbam a vizinhança, e interessados apenas em angariar dinheiro. A religião dizimou milhares de pessoas em toda a história, e continua hoje sendo motivação para fanáticos e intolerantes lutarem contra a civilidade e os valores da cidadania e da democracia. Felizmente, a racionalidade venceu, destituindo a religião do centro de poder e colocando-a em seu devido lugar, de irrelevância pública e destinadas aos fracos e alienados. Com o advento das luzes e da racionalidade a religião não sobreviverá por longo tempo, caindo, cada vez mais, na completa vanidade. Afinal, quem se valerá de crenças religiosas quando se pode ter a firmeza, objetividade e clareza da ciência? Feriados religiosos, monumentos públicos ilustrativos de divindades e religiões, ensino religioso, e escolas confessionais não podem ser aceitos por pessoas esclarecidas, inteligentes e modernas. É uma abominação que a Constituição Brasileira tenha feito, em seu preâmbulo, referência a Deus. Um estado laico é um estado averso à religião, que não tolera manifestações públicas religiosas ou mesmo dias santos. Tem-se que lutar para que a laicidade seja concretizada, excluindo os feriados religiosos, e alterando os nomes de ruas, praças, bairros, escolas ou bens públicos que tenham sido utilizados para homenagear religião ou líder religioso. Em nome do avança tecnológico, e da concretização dos direitos humanos tanto a cidade de São Paulo como o Estado de São Paulo e o Estado do Espírito Santo devem ter seus nomes alterados por fazerem referência a nomes religiosos. Deve-se lutar para que pessoas que tenham crenças religiosas sejam impedidas de exercerem cargos e funções públicos, além de proibir que participem das eleições como candidatos. Certamente, num futuro próximo a religião será apenas um assunto da disciplina de história, na qual se estudará como a sociedade já foi atrasada e ignorante!

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  • MARIANNE FERNANDES DE LIMA
  • E NÃO SOU EU UMA CIENTISTA?

    Análise do conceito de gênero nos Livros Didáticos de Biologia aprovados pelo Plano

    Nacional do Livro Didático 2018 (PNLD/2018)

  • Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • TATIANA LIONÇO
  • ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • Data: 05/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • O estudo de Biologia, assim como a Educação em Direitos Humanos, nas salas
    de aula, não se encontra isolado das atividades e práticas sociais; apresenta-se de
    forma interligada e influencia e sofre influência da sociedade na qual se encontra
    inserido. No ano de 2018, o Ensino de Biologia, foi encarregado, pelo Plano Curricular
    Nacional para o Ensino Médio do Brasil (PCNEM), da responsabilidade de ser a única
    disciplina que aborda “questões de gênero, as expressões da sexualidade […]” (p. 38),
    objetivando distinguir um posicionamento isento. Desta maneira, tornou-se
    imprescindível o diálogo acerca das problemáticas de gênero no Ensino de
    Biologia. Com efeito, o objetivo geral desse estudo abarca a (re) significação dos
    sentidos do conceito de Gênero no Ensino de Biologia para além das lentes
    biologizantes. Para isso, a presente pesquisa objetiva analisar os Livros Didáticos (LD)
    de Biologia para o Ensino Médio, na perspectiva da disparidade da reprodução do
    discurso sexista. A proposta se detém na análise do conceito de gênero à luz de
    teóricas contemporâneas dos estudos de Gênero tais como Scott (1989), Nicholson
    (2000) e Butler (2003) presentes nestes livros didáticos. A metodologia empregada
    nesta pesquisa é de caráter qualitativo, descritiva, bibliográfica, buscando elucidar a
    importância do Ensino de Biologia para a construção de uma sociedade mais justa e
    igualitária, fincada nos valores dos Direitos Humanos.


  • Mostrar Abstract
  • O estudo de Biologia, assim como a Educação em Direitos Humanos, nas salas
    de aula, não se encontra isolado das atividades e práticas sociais; apresenta-se de
    forma interligada e influencia e sofre influência da sociedade na qual se encontra
    inserido. No ano de 2018, o Ensino de Biologia, foi encarregado, pelo Plano Curricular
    Nacional para o Ensino Médio do Brasil (PCNEM), da responsabilidade de ser a única
    disciplina que aborda “questões de gênero, as expressões da sexualidade […]” (p. 38),
    objetivando distinguir um posicionamento isento. Desta maneira, tornou-se
    imprescindível o diálogo acerca das problemáticas de gênero no Ensino de
    Biologia. Com efeito, o objetivo geral desse estudo abarca a (re) significação dos
    sentidos do conceito de Gênero no Ensino de Biologia para além das lentes
    biologizantes. Para isso, a presente pesquisa objetiva analisar os Livros Didáticos (LD)
    de Biologia para o Ensino Médio, na perspectiva da disparidade da reprodução do
    discurso sexista. A proposta se detém na análise do conceito de gênero à luz de
    teóricas contemporâneas dos estudos de Gênero tais como Scott (1989), Nicholson
    (2000) e Butler (2003) presentes nestes livros didáticos. A metodologia empregada
    nesta pesquisa é de caráter qualitativo, descritiva, bibliográfica, buscando elucidar a
    importância do Ensino de Biologia para a construção de uma sociedade mais justa e
    igualitária, fincada nos valores dos Direitos Humanos.

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  • IANNE RAÍSSA DE SOUSA GALVÃO
  • VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES: Perspectivas a partir da análise dos discursos das vítimas

  • Orientador : MARIA VIRGINIA LEAL
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALLENE CARVALHO LAGE
  • MARIA VIRGINIA LEAL
  • SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
  • Data: 21/07/2022

  • Mostrar Resumo
  • As mulheres tiveram a maioria de suas histórias contadas por homens e ligadas às histórias de
    outros homens, nas quais é possível perceber a opressão das mulheres como algo quase
    universal. Compreender a violência doméstica e familiar contra as mulheres exige um resgate
    histórico, desde o fortalecimento do patriarcado até as concepções de gênero. No entanto, se a
    opressão feminina for considerada enquanto elemento histórico e cultural pode ser extinta em
    contextos históricos futuros. Para que haja a construção de novos saberes que possam romper
    a visão androcêntrica, onde o masculino é superior ao feminino, é preciso refletir sobre a
    manifestação das violências contra as mulheres e traçar novas epistemologias. Nesse sentido,
    esta pesquisa considerou as perspectivas das vítimas para entender de que maneira as
    mulheres vítimas de violência doméstica e familiar se constituem diante das violências e das
    vivências em grupo, utilizando como corpus o grupo reflexivo As Marias. Para tanto,
    traçamos os seguintes objetivos específicos: identificar e problematizar os elementos
    legitimadores da violência doméstica e familiar contra as mulheres; apresentar e discutir as
    políticas públicas de enfretamento à violência contra as mulheres no Brasil; e compreender,
    através da Análise de Discurso, as performances do ethos, do pathos e os saberes conduzidos
    pelas mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. A pesquisa bibliográfica foi
    realizada a partir da metodologia qualitativa, sendo esta uma forma de explorar e entender os
    significados que os indivíduos atribuem a um problema social. A análise dos discursos das
    vítimas foi conduzida pela Análise de Discurso, já que entendemos que a linguagem não é um
    meio de comunicação que se esgota em si mesma, mas carrega um contexto sócio-histórico
    entre os interlocutores. Como resultados deste estudo, identificamos que o grupo reflexivo As
    Marias atuou de forma positiva para as entrevistadas, que relataram que as experiências e
    saberes partilhados sobre a violência foram importantes para o fortalecimento individual e
    coletivo. As mulheres externaram que ficaram mais atentas no reconhecimento de situações
    de violência. Por isso, pretendemos que esta investigação acadêmica possa contribuir para a
    construção de novas políticas que priorizem as vozes e os saberes das mulheres vítimas de
    violência na construção de mecanismos para o enfrentamento à violência doméstica e familiar
    contra as mulheres.


  • Mostrar Abstract
  • A inquietação para escrever sobre a violência doméstica e familiar contra as mulheres e as formas de saberes construídas pelas próprias vítimas surgiu quando comecei a trabalhar com mulheres vítimas de violência no Centro de Referência da Mulher Maria Bonita de Caruaru (CRMMBC), no ano de 2018.
    A experiência de ouvir, acolher e orientar juridicamente mulheres em situação de violência foi um divisor de águas na minha vivência profissional e acadêmica. Pude refletir sobre a disparidade dos discursos legislativos e os discursos das vítimas, e sobre a importância do compartilhamento de histórias para o fortalecimento individual e coletivo diante das violências.
    É nesse sentido que a presente pesquisa investigou conhecimentos produzidos sobre aviolência doméstica e familiar contra as mulheres através da metodologia qualitativa. O estudo foi realizado utilizando a pesquisa bibliográfica e a entrevistasemi-estruturada.

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  • CLARA RAQUEL NASCIMENTO SILVA
  • POVOS INDÍGENAS E A LUTA PELA TERRA: um estudo sobre a posse
    do Território Xukuru de Ororubá na perspectiva de suas lideranças

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CECÍLIA MCDOWELL SANTOS
  • ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • Data: 09/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • Lutando pelo seu território desde o primeiro movimento de invasão pelos portugueses, o Povo
    Xukuru de Ororubá protagoniza esta pesquisa ao oportunizar, a partir de sua trajetória, uma
    análise em torno da realidade vivenciada pelo povo indígena em momento posterior ao acesso
    legal ao seu território. Partindo de uma perspectiva decolonial, esta pesquisa buscou situar o
    Povo Xukuru em meio a um contexto em que heranças do período colonial ainda influenciam
    as formas de organização de poder, espalhando-se também para as concepções em torno do
    ser e da construção de saberes. O principal objetivo a guiar este trabalho consistiu no objetivo
    de analisar a forma com que o Povo Xukuru de Ororubá goza da posse de seu território, tendo

    por referência a perspectiva de lideranças, dentro de seu sistema de organização sócio-
    política. Para atingi-lo, de forma específica, verificou-se o estado de posse jurídica do

    território; também avaliou-se se houve a desintrusão do território em questão, bem como
    foram analisados registros de casos de violência perpetrados contra o Povo Xukuru na
    perspectiva de suas lideranças. Por fim, também buscou-se consultar as lideranças entrevistas
    acerca da sensação de segurança experimentada pelo seu povo no momento atual. Com esse
    propósito, a pesquisa contou com uma pesquisa de campo, realizada por meio de entrevistas
    individuais semi-estruturadas; pesquisa documental, em que foram analisados registros
    jornalísticos e por fim, documentação oficial de registro do território Xukuru. Utilizando-me
    de um método hipotético-dedutivo, tendo sido escolhida análise de conteúdo de Bardin, foram
    estabelecidas categorias de análise uma vez que a melhor estratégia que se aplicava consistia
    na análise categorial. Uma vez identificadas as categorias encontradas nos dados coletados,
    estes indicaram inicialmente a realidade de concessão de propriedade do território Xukuru
    para União e de posse tradicional e permanente para o respectivo povo; a realidade
    evidenciada a partir dos dados também apontava para um território quase completamente
    desintrusado, dando ao povo a sensação de terem o domínio de suas terras, ressaltando
    também a cosmovisão indígena que os coloca como integrantes e protetores da mesma,
    fazendo com que a sensação de segurança seja abrangida por esta concepção. No entanto,
    observou-se que um contexto impregnado pela colonialidade além de trazer uma sensação de
    insegurança, de acordo com suas lideranças, também coloca ainda mais empecilhos para o
    caminho de trabalho em prol da coletividade indígena da Nação Xukuru.


  • Mostrar Abstract
  • Lutando pelo seu território desde o primeiro movimento de invasão pelos portugueses, o Povo
    Xukuru de Ororubá protagoniza esta pesquisa ao oportunizar, a partir de sua trajetória, uma
    análise em torno da realidade vivenciada pelo povo indígena em momento posterior ao acesso
    legal ao seu território. Partindo de uma perspectiva decolonial, esta pesquisa buscou situar o
    Povo Xukuru em meio a um contexto em que heranças do período colonial ainda influenciam
    as formas de organização de poder, espalhando-se também para as concepções em torno do
    ser e da construção de saberes. O principal objetivo a guiar este trabalho consistiu no objetivo
    de analisar a forma com que o Povo Xukuru de Ororubá goza da posse de seu território, tendo

    por referência a perspectiva de lideranças, dentro de seu sistema de organização sócio-
    política. Para atingi-lo, de forma específica, verificou-se o estado de posse jurídica do

    território; também avaliou-se se houve a desintrusão do território em questão, bem como
    foram analisados registros de casos de violência perpetrados contra o Povo Xukuru na
    perspectiva de suas lideranças. Por fim, também buscou-se consultar as lideranças entrevistas
    acerca da sensação de segurança experimentada pelo seu povo no momento atual. Com esse
    propósito, a pesquisa contou com uma pesquisa de campo, realizada por meio de entrevistas
    individuais semi-estruturadas; pesquisa documental, em que foram analisados registros
    jornalísticos e por fim, documentação oficial de registro do território Xukuru. Utilizando-me
    de um método hipotético-dedutivo, tendo sido escolhida análise de conteúdo de Bardin, foram
    estabelecidas categorias de análise uma vez que a melhor estratégia que se aplicava consistia
    na análise categorial. Uma vez identificadas as categorias encontradas nos dados coletados,
    estes indicaram inicialmente a realidade de concessão de propriedade do território Xukuru
    para União e de posse tradicional e permanente para o respectivo povo; a realidade
    evidenciada a partir dos dados também apontava para um território quase completamente
    desintrusado, dando ao povo a sensação de terem o domínio de suas terras, ressaltando
    também a cosmovisão indígena que os coloca como integrantes e protetores da mesma,
    fazendo com que a sensação de segurança seja abrangida por esta concepção. No entanto,
    observou-se que um contexto impregnado pela colonialidade além de trazer uma sensação de
    insegurança, de acordo com suas lideranças, também coloca ainda mais empecilhos para o
    caminho de trabalho em prol da coletividade indígena da Nação Xukuru.

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  • TALITA MARIA PEREIRA DE LIMA
  • OS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA À EDUCAÇÃO E OS DESAFIOS DA EFETIVIDADE EM ESCOLAS DO RECIFE

  • Orientador : AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
  • ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
  • CLARISSA MARTINS DE ARAUJO
  • Data: 30/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • Nos tempos remotos, as questões sobre a deficiência não eram tratadas ou
    comentadas. Com o passar do tempo, a luta em defesa da inclusão de pessoas
    com deficiência foi ganhando força e dentre as questões relacionadas a este
    segmento está a educação, que só, recentemente, começa a ser vista como
    um direito de todos. O presente estudo tem como objeto investigar como tem
    se efetivado o Direito à Educação Inclusiva para as pessoas com deficiência,
    em escolas públicas do Ensino Fundamental, anos iniciais, na cidade de
    Recife-PE, no período de 2015 a 2021. Dentre os autores que fundamentam a
    presente pesquisa se destacam os estudos sobre a Educação Libertadora de
    Paulo Freire, a Teoria Crítica de Adorno, Teoria do Contato de Allport, Mantoan
    e o Direito à Antidiscriminação, conforme Roger Raupp. O tipo de pesquisa foi
    qualitativa com amostragem de campo, teve como método de investigação as
    entrevistas semiestruturadas, com os seguintes sujeitos: Gerente de Educação
    Especial do Recife; Gerente de Políticas Educacionais de Educação Inclusiva;
    Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Educação de Pernambuco;
    Gestor/a da escola; professor/a do Atendimento Educacional Especializado;
    professores/as das salas de aula do ensino regular que atendem/atenderam
    alunos/as com deficiência, e os/as pais/mães/responsáveis dos/as alunos/as
    com deficiência matriculados/as na escola no ensino fundamental, dos anos
    iniciais - campo de investigação. Foi desenvolvida análise documental com
    base em Cellard e Bardin, bibliográfica, a observação assistemática, utilizando
    o caderno de campo como instrumento de registro, e a análise de conteúdo
    fundamentada em Bardin, optando pela análise categorial temática e método
    indutivo. Como contribuição do estudo apresentamos as questões principais
    que favorecem e/ou dificultam o desenvolvimento da política de inclusão dos/as
    alunos/as nas escolas públicas municipais do Recife, do ensino fundamental
    anos iniciais, com base nas respostas aos objetivos e ao que foi apresentado
    pela pesquisa. Embora tenha havido avanços no processo de inclusão escolar
    desse segmento, com o desenvolvimento da política, e a elaboração de
    documentos para fundamentá-la, a exemplo das Declarações, Tratados e
    legislações, no âmbito internacional, nacional, estadual e municipal, em
    contrapartida houve retrocesso e perda de direitos já conquistados por esse
    segmento, principalmente entre os anos de 2018 – 2021. Torna-se importante
    a realização de monitoramento e avaliação efetiva dessas políticas, como
    também a escuta e o acolhimento das demandas das pessoas com deficiência,
    seus familiares e professores da sala de aula regular. Assim, constatou-se,
    através das escutas dos Sujeitos da pesquisa, que as escolas públicas
    municipais do Recife, do ensino fundamental anos iniciais, não estão
    efetivando, de fato, o direito à educação para pessoas com deficiência, a
    exemplo da falta de profissionais de apoio escolar. Nos pontos positivos, houve
    melhorias na socialização, através do contato social e o aprendizado entre os
    alunos com deficiência e toda a comunidade escolar, ou seja, uma troca mútua
    de saberes. É importante haver mudança estrutural no ambiente escolar, como
    também de atitude e comportamento de todos os atores, para que, de fato,
    ocorra a Educação inclusiva.


  • Mostrar Abstract
  • Nos tempos remotos, as questões sobre a deficiência não eram tratadas ou
    comentadas. Com o passar do tempo, a luta em defesa da inclusão desses
    seres humanos foi ganhando força. Dentre as questões relacionadas a este
    segmento está a educação, que só, recentemente, começa a ser vista como
    um direito de todos. O presente estudo tem como objeto investigar como tem
    se efetivado o Direito à Educação Inclusiva para as pessoas com deficiência,
    em escolas públicas do Ensino Fundamental, anos iniciais, na cidade de
    Recife-PE, no período de 2015 a 2020. Dentre os autores que fundamentam a
    presente pesquisa se destacam os estudos de Paulo Freire, a Teoria Crítica de
    Adorno, Teoria do Contato de Allport, os conteúdos de Mantoan e o Direito à
    Antidiscriminação, conforme Roger Raupp. O tipo de pesquisa é qualitativa
    com amostragem de campo, e tem como método de investigação o Estudo de
    Caso, entrevistas semiestruturadas, com os seguintes sujeitos: Gerente de
    Educação Especial do Recife; Gerente de Políticas Educacionais de Educação
    Inclusiva; Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria de Educação de
    Pernambuco; Gestor/a da escola; professor/a do Atendimento Educacional
    Especializado; professores/as das salas de aula do ensino regular que
    atendem/atenderam alunos/as com deficiência e os/as pais/mães/responsáveis
    dos/as alunos/as com deficiência matriculados/as na escola no ensino
    fundamental, dos anos iniciais - campo de investigação. Será desenvolvida
    análise documental com base em Cellard e Bardin, bibliográfica e a observação
    assistemática, utilizando o caderno de campo como instrumento de registro, e a
    análise de conteúdo fundamentada em Bardin, optando pela análise categorial
    temática e método indutivo. Como contribuição do estudo apresentamos as
    questões principais que favorecem e/ou dificultam o desenvolvimento da
    política de inclusão dos/as alunos/as nas escolas públicas municipais do
    Recife, do ensino fundamental anos iniciais. Com base nas respostas dos
    objetivos e o que foi apresentado pela pesquisa, tem que, apesar dos avanços
    no processo de inclusão escolar desse segmento, com o desenvolvimento da
    política, a exemplo das Declarações, Tratados e legislações, no âmbito
    internacional, nacional, estadual e municipal, em contrapartida também
    tiveram/tem retrocesso e risco de perda de direitos já conquistados por esse
    segmento, principalmente entre os anos de 2018 – 2021. É importante a
    realização de monitoramento e avaliação efetiva dessas Políticas; como
    também especialmente a escuta e acolhimento das demandas das pessoas
    com deficiência, seus familiares e dos professores da sala de aula regular.
    Assim, constatou, através das escutas dos Sujeitos da pesquisa, que as
    escolas públicas municipais do Recife, do ensino fundamental anos iniciais não
    estão efetivando de fato o direito à educação para pessoas com deficiência, a
    exemplo da falta de Profissionais de Apoio Escolar. Nos pontos positivos, têm
    as melhoras na socialização através do contato social e o aprendizado entre os
    alunos com deficiência e toda a comunidade escolar, ou seja, uma troca mútua
    de saberes. É importante haver mudança estrutural no ambiente escolar, como
    também de pensamento e comportamento de todos os atores, para que de fato
    ocorra a Educação inclusiva. E o fortalecimento da luta para conquistas,
    manutenção e efetivação do direito à educação para as pessoas com
    deficiência.

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  • MARCELO BERNARDO DE ANDRADE
  • A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA para o fortalecimento de uma Cultura de Paz e o respeito aos Direitos Humanos na sociedade

  • Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • JUNOT CORNELIO MATOS
  • EWERTON AVILA DOS ANJOS LUNA
  • Data: 31/08/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação foi elaborada com o intuito de investigar, sob a ótica docente, de que forma os gêneros textuais/discursivos, como recursos didático-pedagógicos no ensino de Língua Portuguesa, têm contribuído e em que medida podem contribuir ainda mais para edificar uma Cultura de Paz e fortalecer o respeito aos Direitos Humanos na sociedade, a partir da escola. Do ponto de vista metodológico, o presente estudo é tipologicamente calcado em métodos mistos, de concepção filosófica Pragmática (CRESWELL, 2010: p.34), uma vez que possibilita uma maior amplitude quanto à forma de abordagem do problema investigado, abrangendo múltiplos métodos, diferentes concepções e diferentes suposições, assim como diferentes formas de coleta e análise de dados. Quanto às abordagens de investigação, utilizamos as estratégias de métodos mistos sequenciais e também concomitantes (CRESWELL, 2010: p.38-39), com uma amostra não probabilística e intencional ou de seleção racional. Nesse sentido, procedemos não apenas a uma abordagem crítico-reflexiva e expositivo-argumentativa, com base em pesquisa bibliográfica referencial, comum a estudos exploratórios e descritivos, como também a uma pesquisa de campo. Ademais, realizamos incursões mais significativas nos campos dedutivo e também qualitativo, devido à complexidade imanente a alguns dos dados pesquisados e à forma como eles foram validados, uma vez que esta perspectiva nos permite adotar uma postura interpretativa potencialmente mais crítica acerca da realidade investigada. No âmbito teórico, refletimos, discutimos e de certo modo problematizamos algumas características relevantes dos gêneros textuais/discursivos tanto numa perspectiva linguístico-intercultural e didático-pedagógica, quanto dialógica e ideológica, consubstanciado nas lentes da filosofia dialógica Bakhtiniana e Volóchinoviana; dos Direitos Humanos em Santos (2013); da Educação em Direitos Humanos em Silva (2013) e da Educação para a Paz em Guimarães (2011), entre outros. Já na pesquisa de campo, investigamos a percepção de professores e professoras de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e do Ensino Médio de escolas públicas e privadas sobre a importância da tríade Escola, Educador(a) e Ensino de Língua na formação humanizada e cidadã do indivíduo, considerando o trabalho com gêneros textuais/discursivos em sala de aula e a contribuição destes, enquanto recursos didático-pedagógicos, para a edificação desses valores na sociedade. Os resultados desta pesquisa ratificam o papel estratégico e fundamental dos gêneros textuais, como recursos didático-pedagógicos no ensino de Língua Portuguesa da educação básica, contribuindo significativamente para a edificação de uma Cultura de Paz e o fortalecimento do respeito aos Direitos Humanos na sociedade, a partir da escola, visando à superação de violências e à construção ético-pacifista de um mundo melhor.


  • Mostrar Abstract
  • DIREITOS HUMANOS, CULTURA DE PAZ E LINGUAGENS

    Uma análise sobre o ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica, a partir da BNCC, para o fortalecimento do respeito aos valores humanos na sociedade, a partir do contexto escola

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  • FRANCISCO FERREIRA PIRES DE ALBUQUERQUE MONTENEGRO
  • Corpos em cisheterodissidência no polo tecnológico pernambucano: vivências LGBTI em um ambiente fomentado por políticas organizacionais de diversidade

  • Orientador : MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • DENISE CLEMENTINO DE SOUZA
  • LEONARDO PINHEIRO MOZDZENSKI
  • MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • Data: 02/09/2022

  • Mostrar Resumo
  • Partindo do pressuposto de que o trabalho e os direitos sexuais são direitos humanos, indissociáveis e interrelacionados, a presente pesquisa se caracteriza como um estudo qualitativo, exploratório, descritivo, de corte transversal e se volta à análise das vivências de pessoas cisheterodissidentes no âmbito do polo tecnológico pernambucano. Majoritariamente marcado por um perfil específico de profissional (homem, cis, hetero e branco), o ramo de Tecnologia e Inovação espelha um campo em que as disputas diárias de pessoas LGBTI desafiam lógicas androcêntricas, inscritas em uma matriz de inteligibilidade cisheteronormativa. Por intermédio de um estudo de caso, esta dissertação tem como locus de pesquisa uma única organização que adota expressamente políticas em favor de pessoas LGBTI e pretende analisar a conexão entre ditas práticas e a percepção das pessoas trabalhadoras que lhes são destinatárias. A partir da reunião de documentos oficialmente divulgados pela organização, de observação não participante em grupo de afinidade, além da realização de entrevistas compreensivas com profissionais autodeclarados LGBTI, foi possível compreender a abordagem empresarial em relação às temáticas de gênero e de orientação sexual e observar como se operam empiricamente as políticas organizacionais relacionadas à temática da diversidade LGBTI. Como resultados, o estudo identificou que, para além de visões binárias que antagonizam casos de negócio e práticas organizacionais solidárias, a adoção de políticas pró-LGBTI pode apontar para um caminho diferenciado de atuação empresarial, com vistas à consolidação de um ambiente laboral em que presentes liberdade, respeito, equidade, segurança e dignidade.


  • Mostrar Abstract
  • O presente estudo surgiu a partir de minha inquietação diante da constatação de uma
    tendência existente em grandes empresas da área de Tecnologia da Informação e de Inovação
    (aqui resumida na sigla TI) em adotar práticas discursivas (campanhas publicitárias,
    patrocínio de eventos, postagens em redes sociais etc.) relacionadas às temáticas da liberdade
    de orientação sexual e da autodeterminação de gênero. Assim, por haver constatado um
    movimento de apoio ao público LGBTI1

    por parte de grandes organizações na área (as chamadas Big Techs2), questionei-me se era possível encontrar este tipo de prática em

    Pernambuco, considerando o destaque nacional, e até mesmo internacional, que o estado
    possui na área de TI.
    Assim sendo, procedi a uma imersão em um pré-campo de pesquisa, com a coleta de
    dados secundários extraídos de sítios eletrônicos e de perfis de redes sociais, onde identifiquei
    três organizações em solo pernambucano (cujos nomes serão, desde já, ocultados em razão
    dos procedimentos éticos da pesquisa) que assumem, interna e externamente, posições
    declaradamente pró-LGBTI.
    O referido contexto me motivou a questionar: como seria a vivência laboral de
    pessoas LGBTI, trabalhadoras de tais empresas? Com fundamento em tal questionamento,
    avancei na pesquisa e, uma vez identificada a tríade de organizações com atuação em
    Pernambuco, diante da escassez de tempo para a concretização do estudo, mediante critérios
    de facilitação para a minha aproximação às organizações destacadas e de receptividade da
    corporação à realização da coleta de dados, defini a organização que seria o campo para a
    presente pesquisa: um estudo de caso único e holístico.

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  • ALAIDE MARIA BEZERRA CAVALCANTI
  • AÇÕES AFIRMATIVAS E O DIREITO À IGUALDADE E À DIFERENÇA: UM ESTUDO SOBRE AS COTAS RACIAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR.

  • Orientador : ANGELA MARIA MONTEIRO DA MOTTA PIRES
  • MEMBROS DA BANCA :
  • FIDEL MAURICIO RAMÍREZ ARISTIZÁBAL
  • ANGELA MARIA MONTEIRO DA MOTTA PIRES
  • ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • Data: 28/09/2022

  • Mostrar Resumo
  • O equilíbrio entre o princípio da igualdade e o direito à especificidade, a partir do
    reconhecimento da diferença, vem ganhando destaque no Brasil em relação às
    temáticas educacionais, principalmente no que tange às questões étnico-raciais.
    Nesse sentido, o debate sobre a necessidade e efetividade de ações afirmativas
    com recorte racial nas instituições públicas de ensino superior tem encontrado
    um terreno fecundo em virtude do período de revisão da Lei no 12.711/2012,
    posteriormente alterada pela Lei n° 13.409/2016, que dispõem sobre a reserva
    de vagas através das cotas sociais, étnico-raciais e para pessoas com
    deficiência. Nesse diapasão, a presente dissertação propõe como objetivo
    compreender até que ponto a política cotas raciais no Instituto Federal de
    Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) vem contribuindo para
    atenuar as desigualdades educacionais e sociais considerando as diferenças.
    Como referencial teórico-metodológico, optou-se pela pesquisa qualitativa e pela
    utilização do Ciclo de Políticas de Stephen Ball, analisando-se os contextos de
    influência, de produção de texto, da prática e dos resultados e dos efeitos da
    política, à luz de reflexões teóricas de autores como Boaventura de Sousa
    Santos, Marilena Chauí, Florestan Fernandes, Luiz Antonio Cunha, Nilma Lino
    Gomes, Kabengele Munanga, entre outros. A pesquisa adotou como
    instrumentos metodológicos, o levantamento de dados estatísticos, a análise
    documental e entrevistas semiestruturadas a fim de oportunizar a escuta de
    cotistas autodeclarados/as negros/as e gestores/as do IFPE, campo empírico
    dessa pesquisa. Em sequência, para o tratamento e análise dos dados adotou-
    se a análise de conteúdo de Bardin (1995), com apoio do software Iramuteq na
    produção de interfaces gráficas representativas dos corpus textuais da pesquisa.
    Quanto aos resultados alcançados, compreende-se que as cotas raciais
    atendem ao objetivo de proporcionar a equidade no que diz respeito às
    oportunidades de acesso à educação superior, porém mediante a tensão entre
    o reconhecimento da igualdade e o reconhecimento da diferença, estratégias
    para a implementação, acompanhamento e avaliação dessa política precisam
    ser adotadas, fundamentadas em uma perspectiva intercultural para garantir a
    permanência e o êxito aos/às cotistas.


  • Mostrar Abstract
  • O equilíbrio entre o princípio da igualdade e o direito à especificidade, a partir do
    reconhecimento da diferença, vem ganhando destaque no Brasil em relação às temáticas
    educacionais, principalmente no que tange às questões étnico-raciais. Nesse sentido, o
    debate sobre a necessidade e efetividade da política de cotas afirmativas étnico-raciais
    nas instituições públicas de ensino superior tem encontrado um terreno fecundo em
    virtude da proximidade do período de revisão da Lei nº 12.711/2012, posteriormente
    alterada pela Lei n° 13.409/2016, que dispõem sobre as cotas sociais, étnico-raciais e
    para pessoas com deficiência. Nesse diapasão, a presente dissertação propôs como
    objetivo compreender até que ponto a política de cotas afirmativas étnico-raciais no
    Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) vem
    contribuindo para atenuar as desigualdades educacionais e sociais considerando as
    diferenças. Como referencial teórico-metodológico, optou-se pela pesquisa qualitativa e
    pela utilização do Ciclo de Políticas de Stephen Ball, analisando-se os contextos de
    influência, de produção de texto, da prática e dos resultados e dos efeitos da política.
    Ademais, serão consideradas perspectivas teóricas sobre educação superior, ações
    afirmativas e direitos humanos, de autores como Boaventura de Sousa Santos, Marilena
    Chauí, Florestan Fernandes, Luiz Antonio Cunha, Nilma Lino Gomes, Kabengele
    Munanga, entre outros. A pesquisa está sendo desenvolvida em três etapas, sendo a
    primeira de levantamento de dados estatísticos e análise documental. Na segunda etapa,
    serão realizadas entrevistas semiestruturadas a fim de oportunizar a escuta de cotistas e
    gestores do IFPE, campo empírico dessa pesquisa. A última etapa será de tratamento e
    análise dos dados coletados, utilizando-se para isso a análise de conteúdo de Bardin
    (1995), com apoio do software Iramuteq. Como resultado esperado da pesquisa,
    pretende-se contribuir para ampliar a compreensão sobre a política de cotas afirmativas
    étnico-raciais numa perspectiva antirracista e a sua efetividade na educação superior.

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  • PATRÍCIA DO AMARAL GONÇALVES OLIVEIRA
  • ABORTO LEGAL NO BRASIL: políticas antidemocráticas, direitos humanos e lutas por autonomia reprodutiva

  • Orientador : MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • LOIANE DA PONTE SOUZA PRADO VERBICARO
  • MARGARITA MARIA ASUNCION LARA NEVES
  • MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
  • Data: 28/09/2022

  • Mostrar Resumo
  • O aborto no Brasil é considerado crime, havendo, contudo, reservas à regra de proibição. Tais
    exceções garantem às pessoas gestantes em decorrência de estupro, às que correm risco de

    morte por conta da gestação ou às grávidas de fetos diagnos
    ticados com anencefalia o direito
    de interrompê
    -la. O conjunto dessas ressalvas normativas se denomina no Brasil de aborto
    legal, e, para a sua consecução, há uma série de serviços públicos que viabilizam a efetivação

    do direito. Por outro lado, os movimen
    tos de mulheres vêm alertando sobre retrocessos,
    através de investidas no poder Executivo e no poder Legislativo, brasileiros, consistentes na

    restrição dos serviços que garantem a realização do aborto legal por intermédio da formulação

    de novos instrument
    os normativos. Dessa forma, apesar de ser um direito garantido por lei
    e/ou por decisão judicial, estudos apontam que o acesso ao serviço está cada vez mais difícil e

    que a sua concretização, muitas vezes, é fruto de lutas políticas, mais assemelhando
    -se auma
    concessão estatal que à execução de uma permissão legal. Assim, diante da conjuntura

    nacional de superveniência de instrumentos normativos deslegitimadores das pessoas que

    gestam como vítimas de violência, dificultando, assim, o seu acesso ao aborto t
    erapêutico, e,
    também, diante da imposição de pautas morais sobre o aborto legal de modo a descaracterizá
    -
    lo como um direito, esta pesquisa se apresenta como um estudo de tipo qualitativo, de caráter

    descritivo e exploratório com revisão de literatura e in
    terpretação pelo método hermenêutico.
    O objetivo geral da pesquisa focou na análise do aborto legal sob o olhar feminista,

    interpretando
    -o dentro de um contexto político neoliberal e democrático, colocando-o em
    diálogo com uma perspectiva crítica dos direi
    tos humanos. Como objetivos específicos,
    buscou
    -se compreender como a perspectiva feminista e crítica dos direitos humanos pode
    contribuir como estratégia analítica de garantia e ampliação do serviço de aborto legal e servir

    para avaliar os possíveis impac
    tos dos instrumentos normativos na estrutura do serviço, assim
    como em que medida esses instrumentos se afastam da ação política dos movimentos de

    mulheres e da luta por um espaço político democrático que efetive direitos humanos. Como

    resultados, a pesqui
    sa demonstra que os instrumentos normativos analisados, pautados em
    uma racionalidade neoliberal e antidemocrática, representam retrocessos ao direito ao aborto

    legal de forma direta, promovem mudanças procedimentais significativas, colocam em dúvida

    o lug
    ar de vítima das mulheres que precisam do serviço e representam uma violação aos
    direitos humanos, ao espaço democrático e às reinvindicações dos movimentos de mulheres.


  • Mostrar Abstract
  • O trabalho trata do aborto legal no Brasil e dos direitos humanos a partir de uma perspectiva
    crítica. Com o objetivo de problematizar os efeitos da ascensão de políticas antidemocráticas no
    país, fenômeno de caráter global (BROWN, 2020), será feita uma análise documental do Decreto
    presidencial de no 10.531/2020, portarias ministeriais de no 2.282/2020 e de no 2.561/2021 e PL
    2.893/2019 todos eles relacionados ao aborto. O objetivo geral da pesquisa é analisar, a partir de
    uma perspectiva crítica dos direitos humanos (FLORES, 2009,2005) os instrumentos normativos
    acima referidos no que diz respeito ao aborto legal enquanto direito humano previsto no
    ordenamento jurídico brasileiro. Como objetivos específicos, buscamos compreender como a
    perspectiva crítica dos direitos humanos pode contribuir como estratégia de preservação do
    serviço de aborto legal enquanto política pública garantidora de direitos humanos, avaliar os
    possíveis impactos dos instrumentos normativos na estrutura do serviço e em que medida eles se
    afastam da ação política dos movimentos de mulheres. A partir da revisão de literatura
    pretendemos colocar em diálogo a perspectiva dos direitos humanos desenvolvida por Claude
    Lefort (1983; 1991), aprofundando no seu estudo específico sobre democracia e o político
    contextualizando-o com o fenômeno do aborto legal no Brasil. Os dois métodos de pesquisa se
    complementam nesse estudo. A partir da reflexão proposta pretende-se apontar caminhos
    possíveis para a adoção de políticas públicas efetivas em relação ao aborto legal e ampliar o
    debate sobre o tema.

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  • JOSÉ MARCELO MATOS DE ALMEIDA FILHO
  • O DISPOSITIVO DA CISGENERIDADE E AS REPRESENTAÇÕES SOBRE  TRANSGENERIDADES EM PROJETOS DE LEI FEDERAL QUE REGULAM O GÊNERO EM COMPETIÇÕES ESPORTIVAS NO BRASIL

  • Orientador : MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • FIDEL MAURICIO RAMÍREZ ARISTIZÁBAL
  • MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
  • Data: 07/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • Esta dissertação tem como objetivo contribuir para o desvelamento do modo como o dispositivo da cisgeneridade (re)produz representações sobre as transgeneridades nos projetos de lei federal apresentados nos últimos quatro anos para proibir a participação de atletas trans em competições esportivas oficiais no Brasil. Para tanto, foram delineados três objetivos específicos: (i) Localizar os discursos presentes nos projetos de lei em relação a processos sócio-históricos mais amplos; (ii) Identificar, nos textos dos projetos de lei federal, discursos já recrudescidos socialmente que associam o gênero ao “sexo biológico”; (iii) Verificar as relações estabelecidas entre esses discursos. Foram analisados os textos dos nove projetos de lei federal, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, que pretendem tornar o “sexo biológico” o único critério para a definição do gênero em competições realizadas no Brasil. O corpus foi submetido à Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001; 2003), em uma proposta de articulação entre esta e as contribuições teóricas da Teoria da Performatividade de Gênero (BUTLER, 2003; 2019) e dos Estudos Transfeministas (VERGUEIRO, 2015; BAGAGLI, 2015; NASCIMENTO; 2021) ao debate sobre gênero. Para a realização da análise proposta, foi mobilizada a categoria interdiscursividade. Os resultados demonstram que o dispositivo da cisgeneridade (re)produz, nos projetos de lei analisados, representações das transgeneridades como antinaturais, patológicas e fraudulentas através da articulação de diversos discursos, como o religioso cristão, o científico biológico, o biomédico, o jurídico e o esportivo, estabelecendo entre eles uma relação de cooperação para sustentar a concepção de que existe uma justaposição entre sexo e gênero anterior aos investimentos da cultura. Ademais, demonstrou-se que a proibição da participação de atletas trans em competições esportivas integra um projeto de regulação do gênero muito mais amplo que se encontra em curso no legislativo federal brasileiro.


  • Mostrar Abstract
  • A (RE)PRODUÇÃO DISCURSIVA DA CISGENERIDADE NOS PROJETOS DE LEI FEDERAL QUE REGULAM A DEFINIÇÃO DO GÊNERO EM COMPETIÇÕES ESPORTIVAS NO BRASIL: UMA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA

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  • ANA CRISTINA DA SILVA
  • MEDIAÇÃO DE CONFLITOS TRABALHISTAS: uma análise empírica de sua efetividade

  • Orientador : YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALEXANDRE CESAR BATISTA DA SILVA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • SERGIO TORRES TEIXEIRA
  • YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
  • Data: 24/10/2022

  • Mostrar Resumo
  • A presente pesquisa objetivou a análise da efetividade da mediação de conflitos trabalhistas,
    método que foi introduzido recentemente no âmbito da Justiça do Trabalho onde sempre
    imperou a prática da conciliação incidental, empregada para administrar todo e qualquer
    conflito trabalhista decorrente de relações findas e, também, continuadas. Não obstante os
    dados estatísticos do CNJ destacarem a Justiça do Trabalho como a justiça que mais concilia,
    evidenciou-se a necessidade de investigar os dados sob uma perspectiva qualitativa para se
    identificar o perfil, identidade e o padrão de comportamento dos partícipes do processo.
    Afinal, as relações humanas e as decorrentes dos vínculos trabalhistas vêm sofrendo
    consideráveis transformações na atualidade, em razão do acelerado desenvolvimento
    tecnológico e da globalização de mercado, tornando-se cada vez mais complexas e litigiosas.
    Nessa senda, vem exigindo do Poder Judiciário, olhares e atuações mais criativas, mais
    democráticas e menos autocráticas, mais fraternas e menos racionais para que possam ser
    repensados e estimulados outros métodos alternativos de produção de justiça. A crise que
    assola o Poder Judiciário não é apenas estrutural, em razão do grande afluxo de processos, da
    litigiosidade das relações sociais e da inadequação do método tradicional de solução dos
    conflitos (sentença judicial), mas também subjetiva ante à dificuldade dos operadores do
    Direito lidarem com as novas realidades fáticas, dos juízes não promoverem a pacificação por
    meio de suas decisões, pois, solucionam apenas o conflito aparente, produzindo satisfações
    diferentes para as partes, intensificando, muitas vezes, o conflito. Desse modo, o corpus
    empiricus da presente pesquisa aliado à fundamentação teórica trazida no texto, demonstrou
    que a prática da mediação para o tratamento adequado dos conflitos vem se consolidando
    como o método emergente para a superação da crise do sistema de justiça, pois possibilita a
    humanização do Judiciário, das relações intersubjetivas e dos conflitos, promovendo uma
    solução assentada nos Direitos Humanos, nos direitos da alteridade, reconhecendo-se o ser
    humano em sua singularidade, fazendo com que reconheça que os conflitos não se extinguem,
    mas são transformados. A triangulação de métodos (estudo de caso, análise documental e a
    Teoria Fundamentada de Dados) possibilitou uma visão aprofundada sobre a efetividade desse
    novo método consensual de solução de litígios, a partir de uma multipercepções dos atores
    envolvidos e por meio de um levantamento de dados extraídos do sistema do Processo
    Judicial eletrônico, formadores de categorias temáticas, que podem gerar reflexões sobre
    questões afetas aos direitos humanos, à melhoria dos padrões de comportamento e de
    comunicação de todo cidadão da nossa sociedade, devolvendo-lhe o poder de administrar os
    seus conflitos, com responsabilidade e autodeterminação. Como contribuição social, o
    presente estudo, embora provisório e inacabado, serve para fomentar o debate quanto a essa
    nova forma de fazer justiça, representando a mais nova reconfiguração paradigmática da
    Justiça do Trabalho, com uma nova identidade para os juízes, mais cidadãos e sensíveis.


  • Mostrar Abstract
  • A presente pesquisa tem como proposta analisar a efetividade da prática da mediação
    na solução dos conflitos trabalhistas. Entendeu-se como pertinente e contributivo explorar
    estas experiências, conferindo-lhe o tratamento como evidência de desempenho. Os estudos
    realizados são fecundos em narrativas. Esta proposta se diferencia por ampliar o corpus
    empíricus considerado, que além de narrativas dos sujeitos da pesquisa (obtidas por meio de
    entrevistas semiestruturadas), comportará observações sistemáticas, apreciação de
    documentação Institucional e as respostas consolidadas do websurvey a ser aplicado. A opção
    pela estratégia de levantamento multicoleta visou assegurar a robustez da base de dados, mas,
    especialmente, enriquecer a discussão de resultados, alicerçando uma análise conclusiva.
    Buscou-se, por este design metodológico, realizar uma análise mais bem
    consubstanciada, assentada no mundo dos fatos, considerando a natureza e peculiaridades do
    conflito trabalhista, lançando um olhar teoricamente balizado para as pessoas em conflito,
    para o conflito em si e para o aparato Institucional da jurisdição, qual seja, suas limitações,
    desafios e potencial solutivo. Neste diapasão, também comporta uma discussão sóbria sobre o
    conceito de pacificação social, tão presente nos discursos de operadores do Direito,
    magistrados e acadêmicos. Tem o judiciário o condão para pacificar conflitos ou trata-se de
    uma retórica conveniente?

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  • ROSEANE FATIMA DE QUEIROZ MORAIS
  • ENTRE O SILÊNCIO E OS DIREITOS: A escuta de crianças e adolescentes em situação de violência sexual como parâmetro na garantia dos direitos humanos

  • Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • BENEDITO RODRIGUES DOS SANTOS
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • Data: 06/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • ENTRE O SILÊNCIO E OS DIREITOS: A escuta de crianças e adolescentes em situação de violência sexual como parâmetro na garantia dos direitos humanos


  • Mostrar Abstract
  • ENTRE O SILÊNCIO E OS DIREITOS: A escuta de crianças e adolescentes em situação de violência sexual como parâmetro na garantia dos direitos humanos

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  • KATARINA MONTEIRO BEZERRA
  • PROCESSOS CIRCULARES NAS ESCOLAS: Uma visão holística na aplicação das
    práticas restaurativas do projeto “Vejo flores em você”

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • Data: 29/12/2022

  • Mostrar Resumo
  • A escola, principal local depois do lar, além de ser um ambiente
    responsável pela educação também deve promover o desenvolvimento pleno dos alunos,
    seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A
    convivência no ambiente escolar é a base da aprendizagem e do viver em sociedade,
    onde as potencialidades individuais precisam ser desenvolvidas, respeitadas e acolhidas
    em suas diversidades. A construção do processo de ensino e aprendizagem passa por
    conflitos, desafios e resistências, e quando não há respeito e empatia, o autoritarismo
    gera medo e rompimento nas relações interpessoais. O diálogo é fundamental para o
    desenvolvimento cognitivo, integração, conexão, construção de valores éticos e morais
    e na formação cidadã. Entretanto, esse papel não vem sendo cumprido e os casos de
    conflitos e violência nas escolas têm sido constantemente observados. A escola deve
    exercer um papel de orientação para a vida, e as práticas restaurativas auxiliam na
    promoção de um ambiente pautado na igualdade e na partilha das responsabilidades,
    onde a autenticidade e o espírito colaborativos são construídos pelos processos
    dialogais. A disciplina é estimulada pela escuta ativa, concentração nas narrativas e o
    estado de presença que são fundamentais para o crescimento coletivo. Os Processos
    Circulares nas escolas proporcionam um local seguro, de acolhimento, igualdade,
    respeito e não julgamento. As diferenças e vulnerabilidades, as dores, os medos são
    acolhidos cuidadosamente, geridos e tratados de forma que atendam às necessidades e
    interesses de todos os envolvidos, permitindo que toda a comunidade escolar participe
    ativamente na construção de um ambiente mais harmônico, saudável e pacífico. E como
    esses conflitos são resolvidos? Quais os procedimentos adotados pelo corpo técnico
    para a prevenção e resolução dos conflitos? As técnicas habitualmente utilizadas são
    eficazes? Quais as principais mudanças no ambiente escolar quando aplicadas as
    Práticas Restaurativas, especificamente os Processos Circulares? O presente estudo de
    caso demonstra a análise do projeto “Vejo Flores em você” de uma escola que obteve
    êxito com a transformação dos conflitos, violência e punições tradicionais em
    oportunidades de crescimento pelo diálogo e responsabilização coletiva utilizando a
    metodologia dos Processos Circulares. A confiança e a conexão advindas dos Círculos
    nas escolas auxiliam no processo de transformação de confrontação em cooperação,
    pois são capazes de construir, reconstruir, restaurar, conectar e reconectar as relações
    entre as pessoas auxiliando-as no aprimoramento das habilidades emocionais e
    expressão dos pensamentos. Uma visão holística no contexto educacional para a
    transformação do conflito e da violência de forma repressiva e preventiva e o progresso
    do processo de ensino-aprendizagem, construção e desenvolvimento para a cidadania.


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  • A escola, responsável pela educação, visando ao pleno desenvolvimento da
    pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho,
    quando oferece programas extracurriculares proporcionam a toda a comunidade escolar
    momentos de integração e conexão. Os Processos Circulares são práticas que favorecem
    as conexões sociais e interpessoais, entre os atores do processo de ensinar e aprender,
    por proporcionarem um espaço seguro e liberdade de expressão, tendo como requisito o
    não julgamento e/ou juízo de valor, estabelecerem relações mais saudáveis. Os Círculos
    de Construção de paz têm como objetivos restaurar essas relações, construir valores
    comuns, conectar as pessoas pelas suas partilhas e histórias vivenciadas, onde todos
    tenham vez e voz com igualdade. O despertar para a cooperação e colaboração são
    desenvolvidos pela empatia e pertencimento. A escola, principal local depois do lar,
    deve ser um ambiente de promoção de cuidados, onde as potencialidades individuais
    serão respeitadas, desenvolvidas e acolhidas. A convivência no ambiente escolar é a
    base da aprendizagem do viver em sociedade com suas diversidades e quando esse
    processo é compreendido o recinto passa a ser mais harmônico e saudável para todos.
    Os Círculos de Construção de paz nas escolas fortalecem as relações pessoais,
    aproximam as pessoas por meio da contação das suas histórias de vida facilitando o
    desenvolvimento não apenas da cognição e também de valores éticos e morais. O
    ambiente escolar também deve ser um local de orientação para a vida, e as práticas
    restaurativas auxiliam na construção de um ambiente de paz pela liderança partilhada e
    pela igualdade, contudo, quando há desconexão de convivência harmoniosa nessa
    liderança, ocorre o isolamento, assim como revela-se o autoritarismo quando não há
    empatia e respeito e, por consequência, rompimentos das relações pacíficas, gerando
    conflitos e violência. A autenticidade e espírito colaborativos são construídos para que
    todos sejam reconhecidos e as suas diferenças sejam respeitadas. A disciplina é
    potencializada nessa prática restaurativa pela metodologia aplicada dos pilares formados
    pela escuta ativa, concentração nas narrativas e o estado de presença que são
    fundamentais para o crescimento coletivo. As vulnerabilidades, as dores, os medos e os
    conflitos são acolhidos cuidadosamente, sem julgamento para serem solucionados ou
    geridos de forma que atendam às necessidades e interesses dos envolvidos. Que a fala
    livre, expressando sentimentos e emoções sejam acolhidas e respeitadas com amor. A
    confiança e a conexão advindas dos Processos Circulares nas escolas transformam
    confrontação em cooperação de toda comunidade, pois são capazes de construir,
    reconstruir, restaurar, conectar e reconectar as pessoas auxiliando-as no aprimoramento
    das habilidades emocionais, expressão dos pensamentos e na união em todo o contexto
    educacional. As fontes da pesquisa serão os programas utilizados pelas instituições
    Círculos em Movimento, Terre des homens Brasil e JR Conect. Serão analisadas
    metodologia aplicada nas escolas que aderiram aos projetos e quais as práticas e
    técnicas realizadas, os desafios encontrados e, consequentemente, os resultados obtidos

    partindo da pergunta “Qual a importância das práticas restaurativas como métodos
    utilizados para a gestão e resolução de conflitos e redução da violência nas escolas?”

2021
Dissertações
1
  • ANDERSON HENRIQUE MONTE DA SILVA
  • SOCIOEDUCAÇÃO:

     PERCEPÇÕES E PRÁTICAS DE DOCENTES E AGENTES SOCIOEDUCATIVOS.

  • Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • AUXILIADORA MARIA MARTINS DA SILVA
  • ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
  • Data: 26/02/2021

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  • Resumo

     

    A temática desta dissertação é a Socioeducação: percepções e práticas de docentes e agentes socioeducativos. O presente estudo analisa concepções de socioeducação de agentes socioeducativos e de docentes, que são os atores sociais essencialmente responsáveis por empreender ações socioeducacionais junto a adolescentes e jovens autores de atos infracionais, em cumprimento de medida socioeducativa dc internação em unidades geridas pela FUNASE (Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco). Como lócus do estudo, escolhemos dois Centros de Atendimento Socioeducativos (CASES), situados na região metropolitana do grande Recife, sendo eles: Abreu e Lima e Cabo de Santo Agostinho. Entre os fatores preponderantes para escolha de tais unidades, destacam-se: As narrativas midiáticas que apontam tais instituições como “perigosas” e “violentas”; Os relatos de familiares que denunciam as múltiplas negligencias vivenciadas pelos internos; As dificuldades para implementação é consolidação do trabalho socioeducativo; A compreensão de que tais unidades recebem adolescentes e jovens autores de atos infracionais de alto potencial ofensivo como, por exemplo, homicídios, dentre outras problemáticas. A proposta metodológica consistiu numa abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de coleta de dados às observações não participantes e entrevistas semiestruturadas. Participaram 8 (oito) docentes e 3 (três) agentes socioeducativos atuantes nas respectivas unidades pesquisadas. A análise e tratamento dos resultados basearam-se na proposta de análise de conteúdo elaborada por Bardin. Como resultante do estudo, percebeu-se que a materialização da socioeducação pelos atores do sistema, está intrinsecamente interligada com as lentes mentais de tais sujeitos coletivos, responsáveis por implementá-la. De acordo com amostragem, tanto docentes como agentes socioeducativos expressam duas premissas: a primeira diz respeito à perspectiva legalista da socioeducação. A segunda percepção, diz respeito ao empoderamento coletivo presente, nos discursos, nos planos de aula e nas práticas vivenciadas no ambiente educativo. Ao ser guiado por essa narrativa o docente atua visando fortalecer os laços societários rompidos pelo paroxismo infracional, permitindo aos socioeducandos torna-se socialmente empático, ajudando-os a romper com as narrativas infracionais, autores de suas próprias biografias.

     


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  • Resumo

     

    A temática desta dissertação é a Socioeducação: percepções e práticas de docentes e agentes socioeducativos. O presente estudo analisa concepções de socioeducação de agentes socioeducativos e de docentes, que são os atores sociais essencialmente responsáveis por empreender ações socioeducacionais junto a adolescentes e jovens autores de atos infracionais, em cumprimento de medida socioeducativa dc internação em unidades geridas pela FUNASE (Fundação de Atendimento Socioeducativo de Pernambuco). Como lócus do estudo, escolhemos dois Centros de Atendimento Socioeducativos (CASES), situados na região metropolitana do grande Recife, sendo eles: Abreu e Lima e Cabo de Santo Agostinho. Entre os fatores preponderantes para escolha de tais unidades, destacam-se: As narrativas midiáticas que apontam tais instituições como “perigosas” e “violentas”; Os relatos de familiares que denunciam as múltiplas negligencias vivenciadas pelos internos; As dificuldades para implementação é consolidação do trabalho socioeducativo; A compreensão de que tais unidades recebem adolescentes e jovens autores de atos infracionais de alto potencial ofensivo como, por exemplo, homicídios, dentre outras problemáticas. A proposta metodológica consistiu numa abordagem qualitativa, tendo como instrumentos de coleta de dados às observações não participantes e entrevistas semiestruturadas. Participaram 8 (oito) docentes e 3 (três) agentes socioeducativos atuantes nas respectivas unidades pesquisadas. A análise e tratamento dos resultados basearam-se na proposta de análise de conteúdo elaborada por Bardin. Como resultante do estudo, percebeu-se que a materialização da socioeducação pelos atores do sistema, está intrinsecamente interligada com as lentes mentais de tais sujeitos coletivos, responsáveis por implementá-la. De acordo com amostragem, tanto docentes como agentes socioeducativos expressam duas premissas: a primeira diz respeito à perspectiva legalista da socioeducação. A segunda percepção, diz respeito ao empoderamento coletivo presente, nos discursos, nos planos de aula e nas práticas vivenciadas no ambiente educativo. Ao ser guiado por essa narrativa o docente atua visando fortalecer os laços societários rompidos pelo paroxismo infracional, permitindo aos socioeducandos torna-se socialmente empático, ajudando-os a romper com as narrativas infracionais, autores de suas próprias biografias.

     

2
  • MARCELO CÉZAR VITAL DE BARROS
  • Racismo e Migração: um olhar sobre as políticas migratórias e as teorias raciais de

    branqueamento na República Velha

  • Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ALFREDO DE JESUS DAL MOLIN FLORES
  • ARISTEU PORTELA JUNIOR
  • EUGENIA CRISTINA NILSEN RIBEIRO BARZA
  • Data: 08/07/2021

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  • A presente pesquisa tem como objetivo a investigação das legislações migratórias brasileiras
    do período pós-abolição da escravidão negra, com foco na república velha, visando identificar
    a presença do que hoje chamamos racismo institucional. No caso específico, caracterizado
    pelo preterimento dos migrantes negros em relação aos migrantes brancos, no tocante à
    obtenção documental para fixar residência no Brasil. A realização da pesquisa justificou-se
    por conta dos constantes casos de xenofobia e racismo ocorridos nos últimos anos contra
    migrantes negros, alguns resultando em morte como no caso da estudante angolana Zulmira
    Cardoso em 2012, o que nos provoca a buscar as possíveis raízes do problema. A
    metodologia da pesquisa consistiu numa revisão bibliográfica vasta, com análise crítica
    apoiada nos fundamentos teóricos de autores que já trabalharam com o tema, como Lilia
    Moritz e Joel Rufino dos Santos, dentre outros. Como resultado, alcançou-se uma visão
    multidisciplinar da migração negra na República Velha, corroborando-se que as
    legislações migratórias do período pós-abolição, de fato, inibiam a imigração de negros
    ao Brasil, ratificando a existência de um racismo institucional.


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  • A presente pesquisa tem como objetivo a investigação das legislações migratórias brasileiras
    do período pós-abolição da escravidão negra, com foco na república velha, visando identificar
    a presença do que hoje chamamos racismo institucional. No caso específico, caracterizado
    pelo preterimento dos migrantes negros em relação aos migrantes brancos, no tocante à
    obtenção documental para fixar residência no Brasil. A realização da pesquisa justificou-se
    por conta dos constantes casos de xenofobia e racismo ocorridos nos últimos anos contra
    migrantes negros, alguns resultando em morte como no caso da estudante angolana Zulmira
    Cardoso em 2012, o que nos provoca a buscar as possíveis raízes do problema. A
    metodologia da pesquisa consistiu numa revisão bibliográfica vasta, com análise crítica
    apoiada nos fundamentos teóricos de autores que já trabalharam com o tema, como Lilia
    Moritz e Joel Rufino dos Santos, dentre outros. Como resultado, alcançou-se uma visão
    multidisciplinar da migração negra na República Velha, corroborando-se que as
    legislações migratórias do período pós-abolição, de fato, inibiam a imigração de negros
    ao Brasil, ratificando a existência de um racismo institucional.

3
  • KARINA BEZERRA DE OLIVEIRA DUARTE
  • JUSTIÇA RESTAURATIVA NO SISTEMA JUDICIÁRIO PENAL: Uma análise das práticas circulares em varas de penas alternativas

  • Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ARTUR STAMFORD DA SILVA
  • GUSTAVO BARBOSA DE MESQUITA BATISTA
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • Data: 02/08/2021

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  • No Brasil, nos deparamos com um modelo de intervenção punitivista adotado pelo Estado, que atribui ao sistema de justiça penal a missão de processar, julgar e sentenciar a prática de ilícitos cometidos por pessoas, com foco na retribuição de uma pena. Ocorre que esse modelo se mostra ineficaz, pois, vários estudos reconhecem a incapacidade do sistema de justiça criminal, no Brasil (ADORNO, 2002). Agências policiais, Ministério público, tribunais de justiça e sistema penitenciário denunciam às dificuldades de conter o crime e a violência respeitados os marcos do Estado democrático de Direito. Tendo em vista o contexto de violações de direitos humanos, o STF reconheceu o estado de coisa inconstitucional, da situação do sistema carcerário
    brasileiro através da ADPF nº347. Nas alternativas penais, no processo de execução da pena o cenário não é diferente, entretanto, com as propostas do novo paradigma e modelo de justiça, a justiça restaurativa, avança no Brasil. Em Pernambuco desde 2016 o tribunal de justiça implantou um projeto de acolhimento para cumpridores de penas alternativas, seguindo os modelos de práticas restaurativas. Assim, a presente pesquisa
    teve como objetivo geral pesquisar como as práticas restaurativas dos círculos dediálogos têm sido aplicadas no sistema penal pernambucano. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida a partir de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, que contextualiza estudos sobre Justiça Restaurativa, Direito e Sistema Penal, CriminologiaCrítica, Política Criminal Penitenciária e de Alternativas Penais, além de se utilizar do
    Manual de Gestão para Alternativas Penais com foco nas práticas de Justiça Restaurativa, criado em 2017. Como resultados a pesquisa apontou desafios, entraves e possibilidades sobre a usabilidade no sistema de justiça criminal de práticas humanizadas, pois foi possível notar em certa medida, o rompimento das barreiras
    tradicionais do sistema retributivo, percebendo uma valorização da dignidade, do respeito, da autonomia e de voluntariedade que é dada às partes, sobretudo ao infrator, na conscientização de sua responsabilização.


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  • No Brasil, nos deparamos com um modelo de intervenção punitivista adotado pelo Estado, que atribui ao sistema de justiça penal a missão de processar, julgar e sentenciar a prática de ilícitos cometidos por pessoas, com foco na retribuição de uma pena. Ocorre que esse modelo se mostra ineficaz, pois, vários estudos reconhecem a incapacidade do sistema de justiça criminal, no Brasil (ADORNO, 2002). Agências policiais, Ministério público, tribunais de justiça e sistema penitenciário denunciam às dificuldades de conter o crime e a violência respeitados os marcos do Estado democrático de Direito. Tendo em vista o contexto de violações de direitos humanos, o STF reconheceu o estado de coisa inconstitucional, da situação do sistema carcerário
    brasileiro através da ADPF nº347. Nas alternativas penais, no processo de execução da pena o cenário não é diferente, entretanto, com as propostas do novo paradigma e modelo de justiça, a justiça restaurativa, avança no Brasil. Em Pernambuco desde 2016 o tribunal de justiça implantou um projeto de acolhimento para cumpridores de penas alternativas, seguindo os modelos de práticas restaurativas. Assim, a presente pesquisa
    teve como objetivo geral pesquisar como as práticas restaurativas dos círculos dediálogos têm sido aplicadas no sistema penal pernambucano. Para tanto, a pesquisa foi desenvolvida a partir de abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, que contextualiza estudos sobre Justiça Restaurativa, Direito e Sistema Penal, CriminologiaCrítica, Política Criminal Penitenciária e de Alternativas Penais, além de se utilizar do
    Manual de Gestão para Alternativas Penais com foco nas práticas de Justiça Restaurativa, criado em 2017. Como resultados a pesquisa apontou desafios, entraves e possibilidades sobre a usabilidade no sistema de justiça criminal de práticas humanizadas, pois foi possível notar em certa medida, o rompimento das barreiras
    tradicionais do sistema retributivo, percebendo uma valorização da dignidade, do respeito, da autonomia e de voluntariedade que é dada às partes, sobretudo ao infrator, na conscientização de sua responsabilização.

4
  • ALEX BRUNO FEITOZA MAGALHÃES
  • ENTRE O COLONIAL E O DITATORIAL: narrativas testemunhais do povo indígena Aikewara e os limites da justiça transicional brasileira

  • Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MEMBROS DA BANCA :
  • CARLOS BENITIZ TRINIDAD
  • FERNANDO DA SILVA CARDOSO
  • JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
  • MARIA VIRGINIA LEAL
  • Data: 10/12/2021

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  • A ditadura militar instrumentalizou inversão histórica, onde os indígenas passaram a ser vistos
    como inimigos internos. Ela ressignificou a própria violência colonial, agrária, burguesa e de
    gênero, que gestou o Brasil enquanto nação, sobretudo a partir do sofrimento dos povos indígenas.
    Durante esse período, políticas de caráter predatório foram postas em prática com vistas a um
    determinado modelo de desenvolvimento nacional. Tais políticas atingiram de forma violenta as
    muitas etnias indígenas, diversas delas sob o comando e supervisão do Estado que realizava ações
    através dos seus agentes, ou mantinha omissão sobre uma série de situações. O resultado dessas
    políticas estatais foi a morte de pelo menos 8.350 indígenas, segundo o trabalho investigativo da
    Comissão Nacional da Verdade. Dentro dessa perspectiva e em que pese as datas legais indicarem
    o final do período ditatorial no ano de 1985, percebe-se que, na prática, esse período não acabou de
    fato, sendo possível encontrar, na atualidade, lógicas da sua atuação, muito semelhantes aos
    processos de colonização que se fazem presente no cotidiano dos povos indígenas. Neste sentido, o
    objetivo desta dissertação se constituiu em: analisar em que medida pensar a narrativa testemunhal
    dos Aikewara presentes em processos de reparação da Comissão de Anistia, podem apresentar
    reflexões em torno da lógica colonial. E partiu da compreensão de que existe, no processo de
    transição democrática, traços dessa lógica que constroem condição de subalternidade em torno dos
    grupos minoritários. Vez Posto que os processos de verdade, memória e justiça têm dado eco
    sistemático às questões de violações urbanas de direitos, de homens, em sua maioria brancos,
    grandes figuras políticas, líderes e militantes. Tendo relegado às minorias sociais, poucos estudos
    no tocante às violências por esses grupos enfrentadas e, por conseguinte, suas participações na
    construção da democracia brasileira. Daí a preocupação de realizar um fazer científico com base
    nos estudos das narrativas. Configuração que possibilitou ir na contramão do caráter de
    racionalização da pesquisa jurídica, onde assumi lugar distinto, por meio do processo de
    afastamento do direito para pensar o direito. A pesquisa foi realizada sob o método analético e
    historiográfico. Seu ponto de partida é compreender imediatamente o Outro, ao buscar ressignificar
    narrativas-outras, enquanto conhecimento legítimo, de forma a evidenciá-las no espaço público. O
    referencial teórico que a conduz é o do pensamento pós/decolonial por acreditar que suas
    convergências são capazes de operar importantes contribuições e críticas singulares, em especial à
    construção do debate proposto. A dissertação está dividida em três momentos: no primeiro, a
    presenta um histórico da complexa relação entre ditadura militar e povos indígenas; no segundo,
    reflete sobre a posição ocupada pelos povos indígenas no cenário da justiça transicional, a partir
    dos dados empíricos coletados na Comissão de Anistia; no terceiro, identifica a lógica colonial a
    partir da narrativa testemunhal dos Aikewara em processos de reparação da Comissão de Anistia.
    As conclusões dessa dissertação apontam para a compreensão de que na ditadura militar foi
    naturalizada estruturas e formas de atuação que se perfazem em códigos colonizadores e em
    imposições de subalternidade e desumanização. O que chamei de “reinvenções ditatoriais da lógica
    colonial”. E confirma a hipótese de que a justiça transicional não esgotou, em seu processo de busca
    pela verdade, ruptura satisfatória com a lógica colonial, por desvelar implicitamente, práticas
    opressivas, subalternizantes e segregacionistas. Por fim, propõe campos de reflexão como:
    “Comissão de Anistia enquanto tecnologia e/ou burocracia colonial”; “enquadramentos
    justransicionais”; e as implicações para pensar a “colonialidade justransicional”. Além de propor
    novos repertórios e/ou itinerários de ordem teórico-metodológica para pesquisas justransicionais.


  • Mostrar Abstract
  • A ditadura militar instrumentalizou inversão histórica, onde os indígenas passaram a ser vistos
    como inimigos internos. Ela ressignificou a própria violência colonial, agrária, burguesa e de
    gênero, que gestou o Brasil enquanto nação, sobretudo a partir do sofrimento dos povos indígenas.
    Durante esse período, políticas de caráter predatório foram postas em prática com vistas a um
    determinado modelo de desenvolvimento nacional. Tais políticas atingiram de forma violenta as
    muitas etnias indígenas, diversas delas sob o comando e supervisão do Estado que realizava ações
    através dos seus agentes, ou mantinha omissão sobre uma série de situações. O resultado dessas
    políticas estatais foi a morte de pelo menos 8.350 indígenas, segundo o trabalho investigativo da
    Comissão Nacional da Verdade. Dentro dessa perspectiva e em que pese as datas legais indicarem
    o final do período ditatorial no ano de 1985, percebe-se que, na prática, esse período não acabou de
    fato, sendo possível encontrar, na atualidade, lógicas da sua atuação, muito semelhantes aos
    processos de colonização que se fazem presente no cotidiano dos povos indígenas. Neste sentido, o
    objetivo desta dissertação se constituiu em: analisar em que medida pensar a narrativa testemunhal
    dos Aikewara presentes em processos de reparação da Comissão de Anistia, podem apresentar
    reflexões em torno da lógica colonial. E partiu da compreensão de que existe, no processo de
    transição democrática, traços dessa lógica que constroem condição de subalternidade em torno dos
    grupos minoritários. Vez Posto que os processos de verdade, memória e justiça têm dado eco
    sistemático às questões de violações urbanas de direitos, de homens, em sua maioria brancos,
    grandes figuras políticas, líderes e militantes. Tendo relegado às minorias sociais, poucos estudos
    no tocante às violências por esses grupos enfrentadas e, por conseguinte, suas participações na
    construção da democracia brasileira. Daí a preocupação de realizar um fazer científico com base
    nos estudos das narrativas. Configuração que possibilitou ir na contramão do caráter de
    racionalização da pesquisa jurídica, onde assumi lugar distinto, por meio do processo de
    afastamento do direito para pensar o direito. A pesquisa foi realizada sob o método analético e
    historiográfico. Seu ponto de partida é compreender imediatamente o Outro, ao buscar ressignificar
    narrativas-outras, enquanto conhecimento legítimo, de forma a evidenciá-las no espaço público. O
    referencial teórico que a conduz é o do pensamento pós/decolonial por acreditar que suas
    convergências são capazes de operar importantes contribuições e críticas singulares, em especial à
    construção do debate proposto. A dissertação está dividida em três momentos: no primeiro, a
    presenta um histórico da complexa relação entre ditadura militar e povos indígenas; no segundo,
    reflete sobre a posição ocupada pelos povos indígenas no cenário da justiça transicional, a partir
    dos dados empíricos coletados na Comissão de Anistia; no terceiro, identifica a lógica colonial a
    partir da narrativa testemunhal dos Aikewara em processos de reparação da Comissão de Anistia.
    As conclusões dessa dissertação apontam para a compreensão de que na ditadura militar foi
    naturalizada estruturas e formas de atuação que se perfazem em códigos colonizadores e em
    imposições de subalternidade e desumanização. O que chamei de “reinvenções ditatoriais da lógica
    colonial”. E confirma a hipótese de que a justiça transicional não esgotou, em seu processo de busca
    pela verdade, ruptura satisfatória com a lógica colonial, por desvelar implicitamente, práticas
    opressivas, subalternizantes e segregacionistas. Por fim, propõe campos de reflexão como:
    “Comissão de Anistia enquanto tecnologia e/ou burocracia colonial”; “enquadramentos
    justransicionais”; e as implicações para pensar a “colonialidade justransicional”. Além de propor
    novos repertórios e/ou itinerários de ordem teórico-metodológica para pesquisas justransicionais.

5
  • TESS CARVALHO MENDES
  • OS MEIOS ALTERNATIVOS DE TRATAMENTO DE CONFLITOS COMO VIAS DE ACESSO À JUSTIÇA

  • Orientador : YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANDRÉ LUIZ CAVALCANTI CABRAL
  • GIORGE ANDRE LANDO
  • KARINA NOGUEIRA VASCONCELOS
  • YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
  • Data: 10/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • A congestão do fluxo processual nos tribunais e a insatisfação dos usuários com os
    serviços da Justiça, para a promoção eficaz da solução pacífica dos conflitos, são indicativos de
    uma crise de prestação jurisdicional, que acomete diversas nações do planeta. Nesse cenário, a
    adesão aos meios alternativos de solução de conflito é uma das possibilidades que têm adquirido
    relevo para solucionar esse colapso. Tendo em conta o papel das pesquisas científicas, a fim de
    produzir conhecimentos capazes de propor soluções e promover transformações sociais, esta
    obra suscita a seguinte questão: O que as comunicações científicas revelam, enquanto campo
    de conhecimento, sobre o emprego dos ADR, nas diversas nações do planeta? O presente estudo
    teve, como objetivo geral, realizar um extensivo apanhado analítico das comunicações
    científicas, publicadas nos últimos 10 anos, que discutiram a respeito das formas alternativas
    de solução de conflitos. Para tanto, os objetivos específicos foram: mapear os recortes teóricos
    das produções científicas sobre o tema abordado; identificar as tendências de campo e as
    abordagens periféricas; identificar as lacunas heurísticas presentes no campo científico; analisar
    a repercussão dos trabalhos e verificar se as produções da literatura dialogam com os aportes
    teóricos trazidos na fundamentação teórica ora apresentada. Esta pesquisa qualitativa, de caráter
    crítico-exploratório, utilizou o método da Revisão Sistemática da Literatura, com o amparo da
    Análise de Conteúdo, para extrair os produtos e subprodutos oriundos de tais objetivos. O fruto
    de todos os achados permitiu as principais conclusões: os estudos na área são bastante recentes,
    concentrados nos últimos 2 anos; A mediação foi o ADR mais investigado; A discussão
    predominante do campo refere-se às vantagens comparativas entre os ADR e a solução litigiosa;
    A discussão sobre as origens e teorias do conflito, bem como sobre a terminologia mais
    adequada para aludir aos ADR são pouco exploradas; A delimitação precisa do que seja cada
    tipo de ADR e o conceito de conciliação são lacunas de campo; As abordagens qualitativas são
    predominantes entre as pesquisas; A falta de consistência metodológica e a ausência de dados
    da realidade social, em parte significativa das pesquisas, revelaram uma deficiência de campo;
    São tendências de campo: discussão sobre a possibilidade de entidades públicas participarem
    de ADR, o desenvolvimento desses métodos em países ex-socialistas, a executabilidade do
    acordo, a possibilidade de reforma do acordo e a discussão sobre a ingerência do facilitador da
    ADR na voluntariedade das partes.


  • Mostrar Abstract
  • A congestão do fluxo processual nos tribunais e a insatisfação dos usuários com os
    serviços da Justiça, para a promoção eficaz da solução pacífica dos conflitos, são indicativos de
    uma crise de prestação jurisdicional, que acomete diversas nações do planeta. Nesse cenário, a
    adesão aos meios alternativos de solução de conflito é uma das possibilidades que têm adquirido
    relevo para solucionar esse colapso. Tendo em conta o papel das pesquisas científicas, a fim de
    produzir conhecimentos capazes de propor soluções e promover transformações sociais, esta
    obra suscita a seguinte questão: O que as comunicações científicas revelam, enquanto campo
    de conhecimento, sobre o emprego dos ADR, nas diversas nações do planeta? O presente estudo
    teve, como objetivo geral, realizar um extensivo apanhado analítico das comunicações
    científicas, publicadas nos últimos 10 anos, que discutiram a respeito das formas alternativas
    de solução de conflitos. Para tanto, os objetivos específicos foram: mapear os recortes teóricos
    das produções científicas sobre o tema abordado; identificar as tendências de campo e as
    abordagens periféricas; identificar as lacunas heurísticas presentes no campo científico; analisar
    a repercussão dos trabalhos e verificar se as produções da literatura dialogam com os aportes
    teóricos trazidos na fundamentação teórica ora apresentada. Esta pesquisa qualitativa, de caráter
    crítico-exploratório, utilizou o método da Revisão Sistemática da Literatura, com o amparo da
    Análise de Conteúdo, para extrair os produtos e subprodutos oriundos de tais objetivos. O fruto
    de todos os achados permitiu as principais conclusões: os estudos na área são bastante recentes,
    concentrados nos últimos 2 anos; A mediação foi o ADR mais investigado; A discussão
    predominante do campo refere-se às vantagens comparativas entre os ADR e a solução litigiosa;
    A discussão sobre as origens e teorias do conflito, bem como sobre a terminologia mais
    adequada para aludir aos ADR são pouco exploradas; A delimitação precisa do que seja cada
    tipo de ADR e o conceito de conciliação são lacunas de campo; As abordagens qualitativas são
    predominantes entre as pesquisas; A falta de consistência metodológica e a ausência de dados
    da realidade social, em parte significativa das pesquisas, revelaram uma deficiência de campo;
    São tendências de campo: discussão sobre a possibilidade de entidades públicas participarem
    de ADR, o desenvolvimento desses métodos em países ex-socialistas, a executabilidade do
    acordo, a possibilidade de reforma do acordo e a discussão sobre a ingerência do facilitador da
    ADR na voluntariedade das partes.

6
  • DIMITRI ALEXANDRE BEZERRA ACIOLY
  • ENCARCERAMENTO EM MASSA: A DESUMANIZAÇÃO DO PRESO EM PERNAMBUCO COM BASE NA FILOSOFIA DE EMMANUEL LEVINAS E JUDITH BUTLER

  • Orientador : SANDRO COZZA SAYAO
  • MEMBROS DA BANCA :
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • MARIANA PIMENTEL FISCHER PACHECO
  • SANDRO COZZA SAYAO
  • Data: 21/12/2021

  • Mostrar Resumo
  • O estudo aborda o encarceramento em massa com foco nos dispositivos que operam a
    desumanização da pessoa presa, diante da escalada na taxa de encarceramento brasileira
    nas últimas décadas e das desigualdades sociais inerentes a este processo quanto à
    renda, à educação, ao racismo e machismo estruturais. Mesmo neste cenário, o clamor
    por recrudescimento policial e punitivismo encontra respaldo na sociedade civil e em
    esferas do governo, ameaçando garantias constitucionais e direitos humanos dos
    brasileiros entendidos como inimigos internos. O texto retoma análises de raça, classe e
    gênero para analisar o que impede a democracia brasileira de apreender o caráter
    humano das vidas segregadas e intervir criticamente no olhar da sociedade sobre o
    preso. Partindo da ética e das condições de reconhecimento do outro, o trabalho
    investiga a ontologia dessa clivagem na qual os que se julgam dignos de direitos
    excluem os presos do conceito de ser humano. A dissertação se baseia em pesquisa
    bibliográfica qualitativa, teórico-prático e de caráter transdisciplinar. No primeiro
    momento, estudos sobre a temática elaborados entre 2010 e 2020 constantes do
    Repositório Digital da Universidade Federal de Pernambuco serão expostos e
    comentados. Em seguida, a crítica do tema ocorre com base nas reflexões de Emanuel
    Levinas e Judith Butler. Levinas contribui com a ética profundamente arraigada na
    alteridade, em que a própria humanidade depende do acolhimento do outro, aportando
    conceitos como justiça, violência, rosto, alteridade e transcendência. Com o
    instrumental de Butler, exploram-se os mecanismos de poder que tornam algumas vidas
    mais, ou menos, dignas de amparo, através de conceitos como abjeção, precariedade,
    aliança de corpos, enquadramento e vida passível de luto. Além do objetivo geral de
    analisar a ontologia por trás do hiperencarceramento, a pesquisa visa, de forma
    específica, problematizar o discurso essencialista contra o infrator da lei; defender a
    abrangência dos direitos humanos contra tentativas de restrição da ideia de ser humano
    e de cidadão; trabalhar a ética da alteridade no âmbito da prisão; e aportar para a teoria
    dos direitos humanos reflexões mais recentes da filosofia de Judith Butler sobre ética e
    política.


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  • O estudo aborda o encarceramento em massa com foco nos dispositivos que operam a
    desumanização da pessoa presa, diante da escalada na taxa de encarceramento brasileira
    nas últimas décadas e das desigualdades sociais inerentes a este processo quanto à
    renda, à educação, ao racismo e machismo estruturais. Mesmo neste cenário, o clamor
    por recrudescimento policial e punitivismo encontra respaldo na sociedade civil e em
    esferas do governo, ameaçando garantias constitucionais e direitos humanos dos
    brasileiros entendidos como inimigos internos. O texto retoma análises de raça, classe e
    gênero para analisar o que impede a democracia brasileira de apreender o caráter
    humano das vidas segregadas e intervir criticamente no olhar da sociedade sobre o
    preso. Partindo da ética e das condições de reconhecimento do outro, o trabalho
    investiga a ontologia dessa clivagem na qual os que se julgam dignos de direitos
    excluem os presos do conceito de ser humano. A dissertação se baseia em pesquisa
    bibliográfica qualitativa, teórico-prático e de caráter transdisciplinar. No primeiro
    momento, estudos sobre a temática elaborados entre 2010 e 2020 constantes do
    Repositório Digital da Universidade Federal de Pernambuco serão expostos e
    comentados. Em seguida, a crítica do tema ocorre com base nas reflexões de Emanuel
    Levinas e Judith Butler. Levinas contribui com a ética profundamente arraigada na
    alteridade, em que a própria humanidade depende do acolhimento do outro, aportando
    conceitos como justiça, violência, rosto, alteridade e transcendência. Com o
    instrumental de Butler, exploram-se os mecanismos de poder que tornam algumas vidas
    mais, ou menos, dignas de amparo, através de conceitos como abjeção, precariedade,
    aliança de corpos, enquadramento e vida passível de luto. Além do objetivo geral de
    analisar a ontologia por trás do hiperencarceramento, a pesquisa visa, de forma
    específica, problematizar o discurso essencialista contra o infrator da lei; defender a
    abrangência dos direitos humanos contra tentativas de restrição da ideia de ser humano
    e de cidadão; trabalhar a ética da alteridade no âmbito da prisão; e aportar para a teoria
    dos direitos humanos reflexões mais recentes da filosofia de Judith Butler sobre ética e
    política.

2020
Dissertações
1
  • ELIZABETE CRISTINA RABELO DE ARAUJO
  • DIREITOS HUMANOS E VIDA ANIMAL: uma análise da contribuição dos novos movimentos sociais de defesa da vida animal no Agreste de Pernambuco

  • Orientador : ANA MARIA DE BARROS
  • MEMBROS DA BANCA :
  • ANA MARIA DE BARROS
  • MARIA JOSE DE MATOS LUNA
  • FERNANDO ANTONIO GONCALVES DE AZEVEDO
  • Data: 30/11/2020

  • Mostrar Resumo
  • DIREITOS HUMANOS E VIDA ANIMAL: uma análise da contribuição dos novos movimentos sociais de defesa da vida animal no Agreste de Pernambuco


  • Mostrar Abstract
  • DIREITOS HUMANOS E VIDA ANIMAL: uma análise da contribuição dos novos movimentos sociais de defesa da vida animal no Agreste de Pernambuco

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