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Dissertações |
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JOÃO MANOEL DE VASCONCELOS BEZERRA
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DIREITOS HUMANOS E MORADIA DIGNA: O CASO DAS DISPUTAS PELO DIREITO À CIDADE NOS ANTIGOS LOTEAMENTOS DA USINA TRAPICHE S/A EM RECIFE-PE
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Orientador : ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
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NELSON SAULE JUNIOR
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Data: 29/01/2024
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A presente dissertação faz uma análise do processo de urbanização brasileiro, em especial na cidade do Recife-PE e dos antigos loteamentos da Usina Trapiche S/A. Neste trabalho, foi feita uma investigação da relação entre Direitos Humanos e o direito à moradia digna por meio da declaração de Usucapião, como forma de garantir esses direitos aos moradores, por meio da luta pela ocupação dos espaços e formalização da moradia, a fim de que deixem de ser invisíveis aos olhos do poder público, em especial, que passem a ser destinatários de programas e implementações de políticas públicas para melhoria dos processos de aplicação do instituto da usucapião, a fim de diminuir as lacunas sociais decorrentes do processo de urbanização. Foram tratadas questões acerca de como se deu o processo de urbanização, fato decorrente de um processo desordenado, com o crescimento populacional e a acentuação das desigualdades sociais. Por meio da análise dos fatores relacionados aos conflitos sociais urbanos, frente às disputas pelo direito à moradia digna, em especial no caso de Recife-PE, buscou-se identificar os entraves e sucessos das aplicações do instituto, áreas passíveis de regularização fundiária com ações judiciais de usucapião em andamento e a análise de estratégias para efetivação dessas demandas. A análise dos casos de usucapião contra a Usina Trapiche na Região Metropolitana do Recife revelou desafios, destacando processos judiciais longos, variabilidade na interpretação legal e influência de fatores socioeconômicos para obtenção de resultados positivos pelas partes. Alguns dos principais resultados incluem o tempo médio de 8 anos para os processos, presença de litigantes economicamente desfavorecidos, predominância da prova documental e testemunhal, e a influência da representação pela Defensoria Pública na representação das partes. A lentidão no registro formal de propriedade e a demora na obtenção de informações da Fazenda Pública foram identificadas como ponto chave para conseguir o registro em cartório e, na grande maioria dos casos, um entrave para concretização da formalização da moradia. O TJPE busca agilizar processos com iniciativas como o Programa Moradia Legal e o Mutirão Fundiário, para diminuir a quantidade de processos em trâmite e assim, permitir um registro mais rápido pela via administrativa, mas estes esforços ainda apresentam desafios, especialmente para imóveis que não estejam situados em áreas de Reurb-S. Assim, o estudo destaca a necessidade de políticas públicas abrangentes para garantir o direito à moradia digna, especialmente para a população vulnerável para a melhoria dos processos de usucapião, incluindo esforços judiciais para simplificar e acelerar os processos, bem como medidas que garantam a igualdade de acesso ao sistema legal, especialmente para as camadas mais vulneráveis da população.
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O presente projeto faz uma análise do processo de urbanização brasileiro, em especial na cidade do Recife-PE e dos antigos loteamentos da Usina Trapiche S/A. Neste trabalho, foi feita uma investigação da relação entre Direitos Humanos e o direito à moradia digna por meio da declaração de Usucapião, como forma de garantir esses direitos aos moradores, por meio da luta pela ocupação dos espaços e formalização da moradia, a fim de que deixem de ser invisíveis aos olhos do poder público, em especial, que passem a ser destinatários de programas e implementações de políticas públicas para melhoria dos processos de aplicação do instituto da usucapião, a fim de diminuir as lacunas sociais decorrentes do processo de urbanização. Foram tratadas questões acerca de como se deu o processo de urbanização, fato decorrente de um processo desordenado, com o crescimento populacional e a acentuação das desigualdades sociais. Por meio da análise dos fatores relacionados aos conflitos sociais urbanos, frente às disputas pelo direito à moradia digna, em especial no caso de Recife-PE, busca-se contribuir com o Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Federal de Pernambuco, bem como, com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, identificando os entraves e sucessos das aplicações do instituto, áreas passíveis de regularização fundiária com ações judiciais de usucapião em andamento e a definição de estratégias para efetivação dessas demandas.
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GERALDO DE SOUZA LEITE FILHO
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TRANSEXUALIDADE E MILITARISMO: a inserção dos homens trans no serviço militar obrigatório na cidade de João Pessoa/PB
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Orientador : ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CAROLINA GONDIM DE ALBUQUERQUE OLIVEIRA
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ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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FIDEL MAURICIO RAMÍREZ ARISTIZÁBAL
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Data: 28/02/2024
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Através da promulgação da Carta Magna de 1988, o Brasil estabeleceu o princípio da dignidade da pessoa humana como o núcleo do seu ordenamento jurídico, garantindo a todos os cidadãos o gozo de seus direitos fundamentais, dentre eles o direito à identidade. Todavia, às pessoas transexuais não é conferida a cidadania plena proposta pelo referido princípio constitucional, uma vez que estes sujeitos são vítimas diárias de violações de seus direitos humanos fundamentais, dentre eles o direito à autodeterminação. No ordenamento jurídico brasileiro ainda não há uma lei federal que possa garantir as pessoas transexuais seus direitos civis, de acordo com as suas particularidades. Todavia, as pessoas trans passaram a ter o direito de realizar a alteração de nome e gênero em seus registros civis, ainda que não tenham sido submetidas à cirurgia de redesignação sexual, após a histórica decisão do Supremo Tribunal Federal, a ADI 4275. No caso dos homens trans, após realizarem a retificação em seus documentos a fim de que neles conste “sexo masculino”, estes sujeitos devem realizar o alistamento militar para cumprirem com a legislação vigente do alistamento compulsório no caso do gênero masculino. Dessa forma, a pesquisa busca analisar algumas questões acerca do processo de alistamento de homens trans, os temores relacionados as suas vulnerabilidades em um ambiente historicamente masculino, bem como entender como a junta de serviço militar está (ou não está) se adaptando para acolher essa parcela de homens de acordo com o princípio da dignidade da pessoa humana. São tratados também outros aspectos sociojurídicos relativos a transexualidade, a masculinidade hegemônica e suas consequências, e as questões de gênero, sexo e sexualidade, através da definição proposta pela teoria queer. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa, oriunda da pesquisa documental e de campo, através das obras de autores e filósofos especialistas na temática estudada, bem como por meio de entrevistas a ser realizadas com uma amostra de homens trans da cidade de João Pessoa e com os responsáveis pela junta militar pessoense, a fim de cumprir o objetivo principal deste estudo.
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Através da promulgação da Carta Magna de 1988, o Brasil estabeleceu o princípio da dignidade da pessoa humana como o núcleo do seu ordenamento jurídico, garantindo a todos os cidadãos o gozo de seus direitos fundamentais, dentre eles o direito à identidade. Todavia, às pessoas transexuais não é conferida a cidadania plena proposta pelo referido princípio constitucional, uma vez que estes sujeitos são vítimas diárias de violações de seus direitos humanos fundamentais, dentre eles o direito à autodeterminação. No ordenamento jurídico brasileiro ainda não há uma lei federal que possa garantir as pessoas transexuais seus direitos civis, de acordo com as suas particularidades. Todavia, as pessoas trans passaram a ter o direito de realizar a alteração de nome e gênero em seus registros civis, ainda que não tenham sido submetidas à cirurgia de redesignação sexual, após a histórica decisão do Supremo Tribunal Federal, a ADI 4275. No caso dos homens trans, após realizarem a retificação em seus documentos a fim de que neles conste “sexo masculino”, estes sujeitos devem realizar o alistamento militar para cumprirem com a legislação vigente do alistamento compulsório no caso do gênero masculino. Dessa forma, a pesquisa busca analisar algumas questões acerca do processo de alistamento de homens trans, os temores relacionados as suas vulnerabilidades em um ambiente historicamente masculino, bem como entender como a junta de serviço militar está (ou não está) se adaptando para acolher essa parcela de homens de acordo com o princípio da dignidade da pessoa humana. São tratados também outros aspectos sociojurídicos relativos a transexualidade, a masculinidade hegemônica e suas consequências, e as questões de gênero, sexo e sexualidade, através da definição proposta pela teoria queer. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa, oriunda da pesquisa documental e de campo, através das obras de autores e filósofos especialistas na temática estudada, bem como por meio de entrevistas a ser realizadas com uma amostra de homens trans da cidade de João Pessoa e com os responsáveis pela junta militar pessoense, a fim de cumprir o objetivo principal deste estudo.
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CAROLINA KAUER
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OS ESFORÇOS DA ONU MULHERES PELA IGUALDADE DE GÊNERO: um estudo da campanha HeForShe no Brasil
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Orientador : GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
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MEMBROS DA BANCA :
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GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
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SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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OLÍVIA CRISTINA PEREZ
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Data: 24/04/2024
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O presente trabalho tem como objetivo compreender como a campanha HeForShe promovida pela ONU Mulheres - promove e atua em direção à igualdade de gênero no contexto brasileiro. O trabalho tem com foco especial a análise do uso da internet enquanto estratégia de mobilização, buscando identificar os sentidos atribuídos ao papel do homem, bem como os atores sociais/políticos mobilizados e sua concepção sobre o tema. A relevância da pesquisa justifica-se pela importância das ações da ONU como o mecanismo internacional de maior referência na defesa dos Direitos Humanos. A investigação tem como fundamentação teórica a literatura acadêmica sobre direitos humanos, bem como as críticas a alguns ideais intrínsecos, como o da universalidade, direitos das mulheres e da mobilização social transnacional, em especial a feminista. A metodologia de análise do material empírico elencada é a Análise Crítica do Discurso - ACD (Fairclough, 2016), que parte da tridimensionalidade do texto, prática discursiva e prática social.
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This work aims to understand how the HeForShe campaign promoted by UN Women promotes and works towards gender equality in the Brazilian context. The work focuses specifically on analyzing the use of the internet as a mobilization strategy, seeking to identify the meanings attributed to the role of men as well as the social/political actors mobilized and their conception of the theme. The relevance of the research is justified by the importance of UN actions as the international mechanism with the greatest reference in the defense of Human Rights. The theoretical foundation of the investigation is academic literature on human rights, as well as critiques of some intrinsic ideals, such as universality, women's rights, and transnational social mobilization, especially feminist. The methodology for analyzing the empirical material is Critical Discourse Analysis - CDA (Fairclough, 2016), which starts from the three-dimensionality of the text, discursive practice, and social practice.
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ANA ELIZABETH OLIVEIRA DE MARIZ DANTAS
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A PERSPECTIVA DE GÊNERO E A VIOLÊNCIA PATRIMONIAL E MORAL DA MULHER VÍTIMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR: COMO SE COMPORTAM AS CÂMARAS CRIMINAIS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO?
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Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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LARISSA MARIA DE MORAES LEAL
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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Data: 29/05/2024
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O presente trabalho desenvolveu a temática da inefetividade da Lei Maria da Penha na proteção patrimonial das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, a partir de julgamentos realizados pelas Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Ao analisar os julgados objeto da pesquisa, constatou-se a utilização das agravantes, em raríssimas exceções, apesar de disposição legal prevista nas alíneas ‘e’ e ‘f’, do inciso II, do art. 61, do Código Penal, justificando os julgadores a inaplicabilidade do texto normativo para não incorrer em bis in idem em desfavorecimento ao agressor. Em consequência, também não enfatizam a aplicação da perspectiva de gênero, na contramão da Lei Maria da Penha e Recomendação no 128/2022, do Conselho Nacional de Justiça (2022), por intermédio da qual preconiza a adoção do “Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero” no âmbito do Poder Judiciário. Por esse motivo, versa a pesquisa sobre análise do comportamento das Câmaras Criminais do TJPE, competentes para julgar ações que decorram das violências supramencionadas, por força do Regimento Interno do TJPE, notadamente, quanto ao desprezo aos danos patrimoniais e morais em decorrência de violência doméstica e familiar. Tratando-se de pesquisa quantitativa, a partir do método de coleta de dados, método qualitativo, após análise das bases teóricas e normativas, passou-se a investigar os julgados proferidos pelas Câmaras Criminais do TJPE, no período compreendido entre 01 de novembro de 2020 a 01 de novembro de 2021, constatou-se a ineficiência das decisões quanto aos danos investigados, que apesar de constarem no relatório e voto dos julgadores, não impõe ao agressor qualquer penalidade pelo seu cometimento, restringindo-se as decisões a seara criminal.
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O presente trabalho desenvolveu a temática da inefetividade da Lei Maria da Penha na proteção patrimonial das mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, a partir de julgamentos realizados pelas Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de Pernambuco. Ao analisar os julgamentos objeto da pesquisa, constatou-se a não utilização das agravantes previstas nas alíneas ‘e’ e ‘f’, do inciso II, do art. 61, do Código Penal para os casos de violência doméstica e familiar, evidenciando, portanto, a inaplicabilidade da perspectiva de gênero, mesmo em dissonância com a Lei Maria da Penha, Lei no 11.340/2006, e recente Recomendação no 128/2022, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), através da qual preconiza a adoção do “Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero” no âmbito do Poder Judiciário. Por meio de decisões proferidas em processos indenizatórios por danos morais e patrimoniais percebe-se a prestação da tutela jurisdicional focada no âmbito penal da ação, sendo os danos morais e patrimoniais subestimados. O desprestígio à natureza cível da ação se dá em virtude da concentração de competência nas Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, por força do seu Regimento Interno, que lhes delegam a apreciação cível e penal da causa, entretanto, por se tratar de juízo originariamente criminal, a prestação jurisdicional é insuficiente na medida em que contempla apenas a análise criminal do caso posto em julgamento. A partir do levantamento bibliográfico quanto à violência de gênero, buscou-se descobrir o porquê da inefetividade da proteção patrimonial à mulher vítima de violência, além de interseccionar os dados levantados por intermédio das decisões examinadas, culminar, ao final, com a apresentação de solução para uma melhor prestação jurisdicional, ficando tal solução comprometida por estar ainda no momento da qualificação, não tendo sido esmiuçados os dados em sua totalidade. No caminhar metodológico, utilizou-se da abordagem dedutiva, com pesquisa descritiva e abordagem qualitativa, além da pesquisa bibliográfica por meio de obras, artigos, dissertações e legislação, sendo fundamental a análise das decisões proferidas pelas Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de Pernambuco ao apreciar processos indenizatórios por danos morais e patrimoniais, todas elas acessadas através de consulta realizado pelo sítio do Tribunal em análise que, originariamente, não atribui aos feitos que versam sobre violência doméstica e familiar segredo de justiça. Buscou-se referencial teórico em obras de juristas renomados, imprescindíveis para o aprofundamento sobre o tema, tais como: Flávia Piovesan, Sílvia Pimentel, Adriana Mello, Lívia Paiva, Freddie Didier Júnior, Venceslau Costa Filho, Leila Barsted, Alice Bianchini, Carmen Campos, Rogério Cunha e Maria Celina Bodin. Na delimitação temporal se estabeleceu o prazo de 12 (doze) meses, entre os anos de 2021 e 2022, não tendo sido fixado número de julgados ainda, haja vista o momento da qualificação, com pesquisa em andamento, razão pela qual, não são apresentados resultados.
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PAULA CRISTINA MORAES DA SILVA
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A PROCURA POR NOVOS CAMINHOS: A INTERSECCIONALIDADE E O TRABALHO DAS MULHERES NEGRAS
EGRESSAS DO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO PERNAMBUCANO.
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Orientador : ARISTEU PORTELA JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA MARIA DE BARROS
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ARISTEU PORTELA JUNIOR
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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Data: 29/05/2024
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O presente trabalho trata da investigação do racismo e sexismo existentes nas relações laborais das trabalhadoras negras egressas do sistema socioeducativo do Estado de Pernambuco, levando-se em consideração a influência dos elementos da escravidão colonial que ainda persistem nessas relações de trabalho no Brasil e a discriminação por sua questão social. Investiga-se, através de uma análise elucidativa, os reflexos das opressões de raça, gênero e condição de classe, que repercutem no acesso dessas mulheres à conquista dos direitos humanos ao trabalho. Analisamos como as mulheres negras oriundas do sistema socioeducativo não conseguem auferir condições igualitárias na consecução de labores não precarizados, diante da falta de políticas públicas efetivas que abarquem as opressões interseccionais, além da escassez de qualificação equânime e vagas de trabalho isonômicas para o alcance de um labor digno. Nesse contexto, o estudo analisa o viés interseccional, conectado com os entraves sociais que coisificam e estereotipam o corpo da mulher negra, ressaltando - através de estudos sobre o Feminismo Negro - como o racismo estrutural, o sexismo e as relações de classe influenciam no tratamento desigual dado às trabalhadoras negras. A ideia é investigar como as trabalhadoras negras oriundas do sistema socioeducativo são tratadas em suas rotinas laborais e se elas conseguem auferir trabalhos igualitários após o cumprimento da medida socioeducativa, ante a histórica discriminação interseccional que as permeiam. A pesquisa foi desenvolvida com um viés exploratório, através da análise qualitativa, em três etapas: a) pesquisa bibliográfica e documental das informações históricas do trabalho escravo no Brasil no período colonial e no período contemporâneo, além da influência histórica do feminismo nessa opressão; b) análise das lutas das mulheres negras no contexto relacionado ao mercado de trabalho atual com o viés na interseccionalidade e Direitos Humanos; c) análise de como as discriminações de classe, raça e gênero vividas pelas trabalhadoras negras egressas do sistema socioeducativo, prejudicam o alcance de condições dignas e igualitárias de trabalho, frente às mulheres brancas e aos homens.
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O presente trabalho trata da investigação do racismo e sexismo existente nas relações laborais das trabalhadoras negras egressas do sistema socioeducativo do Estado de Pernambuco, levando-se em consideração a influência dos elementos da escravidão colonial que ainda persistem nessas relações de trabalho no Brasil e a discriminação por sua questão social. Investiga-se, através de uma análise elucidativa, os reflexos das opressões de raça, gênero e condição de classe, que repercutem no acesso dessas mulheres à conquista dos direitos humanos ao trabalho. Partimos da premissa de como, na prática do pós abolição, as ex-escravizadas tornaram-se sujeitas a trabalhos precarizados, negando seu lugar como sujeita de direitos, e como as mulheres negras oriundas do sistema socioeducativo são percebidas no mercado de trabalho. Adotaremos como pressuposto a violência de raça, gênero e classe associadas a questões econômicas e sociais que emergem das relações trabalhistas dessas mulheres, analisando ainda a discriminação contida na supremacia de gênero defendida pelo feminismo hegemônico. Nesse contexto, o estudo analisará o viés interseccional, conectado com os entraves sociais que coisificam e esteriotipam o corpo da mulher negra, ressaltando - através de estudos sobre o Feminismo Negro - como o racismo estrutural, o sexismo e as relações de classe influenciam no tratamento desigual dado às trabalhadoras negras. Este trabalho é de suma importância para conscientizar como essas mulheres são vítimas da burguesia e da sujeição ao racismo estrutural. A ideia é investigar como as trabalhadoras negras oriundas do sistema socioeducativo são tratadas em suas rotinas laborais e se elas conseguem auferir trabalhos igualitários após o cumprimento da medida socioeducativa, ante a histórica discriminação interseccional que as permeiam. A pesquisa será desenvolvida com um viés exploratório, através da análise qualitativa, em três etapas: a) pesquisa bibliográfica e documental das informações históricas do trabalho escravo no Brasil no período colonial e no período contemporâneo, além da influência histórica do feminismo nessa opressão; b) análise das lutas das mulheres negras no contexto relacionado ao mercado de trabalho atual com o viés na interseccionalidade e Direitos Humanos; c) análise de como as discriminações de classe, raça e gênero vividas pelas trabalhadoras negras egressas do sistema socioeducativo, prejudicam o alcance de condições dignas e igualitárias de trabalho, frente a mulheres brancas.
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DÉBORA TITO FARIAS
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Práticas restaurativas no enfrentamento ao assédio moral laboral. Análise de casos em curso no Ministério Público do Trabalho.
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Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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MEMBROS DA BANCA :
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JUNOT CORNELIO MATOS
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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SERGIO TORRES TEIXEIRA
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Data: 31/05/2024
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A presente pesquisa teve por objeto estudar e propor alternativas ao enfrentamento do assédio moral laboral, propondo um outro olhar distinto do modelo inquisitorial com que tantos operadores do Direito, e de outras áreas, lidam com tal mazela, optando por caminhos que a analisem de forma a considerar os fatores psicossociais que influenciam o meio ambiente do trabalho, sob a ótica do neoliberalismo e do capitalismo financeiro atual e o que a metamorfose desse sistema irradia para as relações de trabalho, buscando entender as repercussões nos atores envolvidos no labor, fitando a coletividade circunscrita ao meio indubitavelmente afetado. Para tanto, empreendemos pesquisa qualitativa e exploratória, baseada nos métodos de estudo de caso e pesquisa-participante. Utilizamos a doutrina sobre o tema e analisamos as mudanças normativas, as experiências investigativas do fenômeno do assédio moral laboral, tanto o interpessoal quanto o organizacional, bem como as hermenêuticas relacionadas à Cultura de Paz e à Justiça Restaurativa, atualmente muito mais aplicadas à seara penal, possuindo, porém, uma franca vocação para aplicação e maior disseminação na seara trabalhista. O problema poderá ser enfrentando de forma muito mais profunda e duradoura, e consequentemente eficaz, a partir da mudança da cultura organizacional e desenvolvimento de práticas restaurativas firmadas em processos dialógicos, comunicação não violenta e círculos de construção de paz, o que ainda não é devidamente explorado no Direito do Trabalho, motivando ainda mais a realização do estudo, não apenas para sistematizar, como também para documentar as estratégias, hábeis a utilização tanto de forma preventiva, como em sede de inquéritos já existentes e nas situações pós-conflitos, dentre outras atuações do Ministério Público do Trabalho e de todas as instituições ou pessoas que trabalham com a promoção de direitos e defesa da dignidade humana da pessoa trabalhadora.
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A pesquisa teve por objeto estudar e propor alternativas ao enfrentamento do assédio moral laboral, mudando o atual modelo repressivo/inquisitorial com que tantos operadores do Direito, e de outras áreas, lidam com tal mazela, optando por caminhos que a analisem de forma a considerar os fatos psicossociais que influenciam o meio ambiente do trabalho, sob a ótica do capitalismo financeiro atual e o que a metamorfose desse sistema irradia para as relações de trabalho, buscando entender as repercussões em todos os atores envolvidos no labor, fitando toda a coletividade circunscrita ao meio indubitavelmente afetado. Para tanto, utilizaremos a vasta doutrina e analisaremos as mudanças normativas, as experiências investigativas do fenômeno do assédio moral, bem como as hermenêutica relacionadas à Cultura de Paz e à Justiça Restaurativa, atualmente muito mais aplicadas à seara penal, possuindo, porém e a toda evidência, uma franca e indubitável vocação para aplicação na seara trabalhista O problema poderá ser enfrentando de forma muito mais profunda e duradoura, e consequentemente eficaz, a partir da mudança das cultura organizacional e desenvolvimento de práticas restaurativas firmadas em processos dialógicos, escuta ativa e comunicação não violenta, além dos círculos de construção de paz, o que ainda não é devidamente explorado no Direito do Trabalho, motivando ainda mais a realização do estudo, não apenas para sistematizar, como também para documentar as estratégias, hábeis a utilização tanto de forma preventiva, como em sede de inquéritos já existentes no Ministério Público do Trabalho.
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BRENNO AUGUSTO FREIRE MENEZES
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COMBATE À EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL: UMA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO NOS ESTADOS DE PERNAMBUCO E SERGIPE
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Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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SILVIO BELTRAMELLI NETO
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ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
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Data: 06/06/2024
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O presente estudo constitui uma análise da atuação do Ministério Público do Trabalho em relação ao combate à exploração do trabalho infantil nos estados de Pernambuco e Sergipe, por meio das ações desempenhadas pelas Coordenadorias Regionais de Combate ao Trabalho Infantil e Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes dos respectivos estados. Constata-se que a exploração do labor infantil ainda é uma mazela persistente no Brasil e, embora haja declínio no número de sujeitos em condição peculiar de desenvolvimento que têm o seu labor explorado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística observou, em censo realizado no ano de 2022, uma pequena elevação na escala do trabalho infantil no país, o que mobiliza instituições comprometidas com os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas a empreender esforços para o combate e, com o tempo, a eliminação dessa problemática que, ainda, assola a realidade brasileira. Dentre os principais órgãos de atuação nesse combate, destaca-se o Ministério Público do Trabalho, representado pela Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e de Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes. Dentre as principais áreas de atuação da aludida Coordenadoria, pontuam-se: a promoção de políticas públicas para a prevenção e a erradicação do trabalho infantil, o projeto MPT na escola, a efetivação da aprendizagem profissional, a proteção de atletas e trabalhadores artísticos mirins, o combate à exploração sexual comercial, trabalho infantil doméstico e as demais piores formas de trabalho infantil. Busca-se, por meio da pesquisa apresentada nesta dissertação, com base em dados teóricos obtidos por meio das pesquisas bibliográfica e documental, assentados em metodologia qualitativa e do método hipotético-dedutivo, demonstrar como o fomento ao projeto MPT na escola e o cumprimento da cota legal de aprendizagem profissional, em especial no âmbito da administração pública, podem ser importantes ferramentas no combate à exploração do trabalho infantil nos estados de Pernambuco e Sergipe.
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O presente trabalho analisou a atuação do Ministério Público do Trabalho no combate à exploração do trabalho da criança e do adolescente nos estados de Pernambuco e Sergipe com base nos instrumentos utilizados pelo Órgão Ministerial que busca dia após dia efetivar a erradicação da exploração do labor infantil. Em busca de melhor organizar as suas metas institucionais quanto a temática, por meio da Portaria n° 299 de 10 de novembro de 2000, foi criada a Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e de Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes – Coordinfância que conta com a atuação de membros das 24 Procuradorias Regionais do Trabalho do país por meio das Coordenadorias Regionais. Dentre as principais áreas de atuação da Coordenadoria destacam-se: a promoção de políticas públicas para a prevenção e a erradicação do trabalho infantil informal, a efetivação da aprendizagem, a proteção de atletas mirins, trabalho artístico infantil, exploração sexual comercial, autorizações judiciais para o trabalho antes da idade mínima, trabalho infantil doméstico e o trabalho em lixões. Referida pesquisa aspira apresentar a atuação e as inúmeras conquistas almejadas pelo órgão ministerial trabalhista, em especial nos estados de Pernambuco e Sergipe.
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PAULO ANDRÉ CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE NUNES
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O PARADOXO DOS MECANISMOS INTERNOS POSTERGATÓRIOS:
O CASO DO POVO INDÍGENA XUCURU VS. BRASIL
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Orientador : MARIA APARECIDA VIEIRA DE MELO
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MEMBROS DA BANCA :
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MARCIA REGINA BARBOSA
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MARIA APARECIDA VIEIRA DE MELO
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MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
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VÂNIA FIALHO
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Data: 20/06/2024
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Fomentar um maior debate no ambiente acadêmico sobre os direitos humanos dos Povos Originários é a justificativa desta pesquisa. Os Xukurus são um povo indígena, cujo território encontra-se no nordeste brasileiro, na Serra do Ororubá, em Pesqueira-PE, e que lutam para usufruir dessas terras em paz, apesar do reconhecimento, a disputa trouxe mortes, sofrimento e muita tensão. A pesquisa tem como objetivo geral: analisar a postergação do Brasil para cumprir a sentença proferida em 2018 pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por violação desses direitos, a partir de documentos oficiais do caso. Os objetivos específicos são: a) identificar os mecanismos postergatórios utilizados pelo Brasil; b) descrever os riscos do uso desses mecanismos pelo estado brasileiro interna e externamente; c) contribuir com a reflexão em torno dos motivos que causam a postergação pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. A pergunta orientadora é: a utilização dos mecanismos internos postergatórios pelo estado brasileiro seria uma manifestação da necropolítica, além de uma ferramenta de violação dos Direitos Humanos dos povos indígenas? A problemática foi analisada a partir Mbembe em Necropolítica (2021), Ramos em Responsabilidade Internacional do Estado por Violação dos Direitos (2005) e Trindade em Dilemas e desafios da Proteção Internacional dos Direitos Humanos no limiar do século XXI (1997). Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utilizou como metodologia a pesquisa documental associada à análise de conteúdo (Bardin, 2016) para interpretar os documentos selecionados. Na análise documental identificamos a postergação em diversos momentos e também outros dificultadores para que as vítimas acompanhem o andamento do cumprimento da sentença. O pressuposto lançado é: a postergação do Brasil no cumprimento de condenações por violação de direitos humanos é uma forma de necropolítica fomentada por ao menos dois vetores: as atuais formas de cumprimento de sentença e o modo de fiscalização exercido pela Corte IDH, para enfrentar e reduzir a presença dessa necropolítica é necessário reconfigurar tais vetores. Ao final apontamos que os possíveis caminhos para solucionar a problemática passam por uma reformulação da forma de fiscalização atual da Corte IDH e uma reformulação interna na forma atual de cumprimento desse tipo de decisão pelo Brasil.
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Fostering greater debate in the academic environment about the human rights of Original Peoples is the justification for this research. The Xukurus are an indigenous people, whose territory is in northeastern Brazil, in Serra do Ororubá, in Pesqueira-PE and who fight to enjoy these lands in peace, despite recognition, the dispute has brought deaths, suffering and tension. The research's general objective is to analyze Brazil's postponement to comply with the sentence handed down in 2018 by the Inter-American Court of Human Rights for violation of these rights, based on official documents of the case. The specific objectives are: a) identify the postponement mechanisms used by Brazil; b) analyze the risks of using these mechanisms by the Brazilian state internally; c) Analyze the risks of using these mechanisms by the Brazilian state externally. The assumption made is: Brazil's delay in complying with convictions for human rights violations is a form of necropolitics fostered by at least two vectors: the current forms of sentence compliance and the oversight exercised by the Inter-American Court. The guiding question is: would the use of internal postponement mechanisms by the Brazilian state be a manifestation of necropolitics, in addition to a tool for violating the Human Rights of indigenous peoples? And the assumption is the following: Brazil's delay in complying with convictions for human rights violations is a form of necropolitics fostered by at least two vectors: the current forms of compliance with sentences and the oversight exercised by the Inter-American Court. To confront and reduce the presence of this necropolitics, it is necessary to reconfigure these vectors. The problem was analyzed based on Mbembe in Necropolitics (2021), Ramos in International State Responsibility for Violation of Rights (2005) and Trindade in Dilemmas and challenges of the International Protection of Human Rights on the threshold of the 21st century (1997). This is a qualitative research that used documentary research associated with content analysis (Bardin, 2016) as a methodology to interpret the selected documents. In the documentary analysis, we identified postponement at various times and also other obstacles for victims to monitor the progress of compliance with the sentence. In the end, we point out that the possible ways to resolve the problem include a reformulation of the current form of supervision by the Inter-American Court and an internal reformulation of the current way in which Brazil complies with this type of decision.
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ALDREIS TACYANNA DE LIMA SANTOS
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O CONCEITO DE LIBERDADE NO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO EM PERNAMBUCO E NO PENSAMENTO DE PAULO FREIRE: UMA ANÁLISE CRÍTICA DE DISCURSO
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Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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EDSON FRANCISCO DE ANDRADE
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MARIA APARECIDA VIEIRA DE MELO
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
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Data: 24/07/2024
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A reforma educacional do Ensino Médio não se trata de um movimento restrito à proposição da Medida Provisória no 746/2016, que culminou na promulgação da Lei no 13.415/2017, mas diz respeito a uma redesignação de políticas educacionais que são resultado de mudanças ocorridas nas últimas décadas, mediante a transformação de bases teórico-epistemológicas e filosóficas dos programas escolares. Fruto deste campo de disputas, o Currículo do Ensino Médio em Pernambuco foi publicado no ano de 2021. O presente trabalho investiga como o conceito de liberdade se apresenta na estrutura discursivo-ideológica retratada na normativa estadual, contrastando com os princípios teóricos de Paulo Freire. Para tanto, esta dissertação fundamenta-se em pesquisa bibliográfica e documental, utilizando uma abordagem qualitativa e adotando o paradigma interpretativo marxista. O método de análise sociológica baseia-se no materialismo histórico-dialético. Quanto à metodologia, emprega-se a Análise Crítica do Discurso, com uma perspectiva tridimensional que abrange a análise textual, a prática discursiva e a prática social. Inicialmente, realizou-se uma análise das principais reformas implementadas no Ensino Médio do país, tomando como recorte temporal a década de 1930. O objetivo era compreender o impacto das mudanças sociais e econômicas no currículo escolar e na concepção da função da educação. Essa investigação abrangeu desde a Reforma Francisco Campos (1931), passando pela Reforma Gustavo Capanema (1942), até as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1961, 1971 e 1996). Em seguida, o estudo foi direcionado para a reformulação curricular do Novo Ensino Médio (NEM), buscando compreender como essa reforma foi implementada e quais foram as principais modificações observadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, por conseguinte, no currículo adotado em Pernambuco. Após essa breve análise preliminar, a pesquisa prosseguiu investigando a interação entre educação e capital, com foco na influência da ideologia neoliberal na formulação das políticas educacionais e curriculares, dando-se destaque para o contexto brasileiro. Por fim, foi realizada uma análise comparativa do conceito de liberdade no neoliberalismo e na abordagem teórica freireana, resultando na compreensão da concepção de liberdade presente no Currículo do Ensino Médio em Pernambuco. Conclui-se que o documento reflete uma influência marcante da lógica de mercado e da hegemonia do capital, buscando transferir a educação do domínio público para o privado, tornando-a um objeto de consumo individual. A noção de liberdade expressa no currículo enfatiza a autonomia e o protagonismo irrestritos do estudante na gestão de sua própria vida, porém, na prática, isso se traduz em uma submissão ao seu próprio arbítrio.
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A reforma educacional do Ensino Médio não se trata de um movimento restrito à proposição da Medida Provisória no 746/2016, que culminou na promulgação da Lei no 13.415/2017, mas diz respeito a uma redesignação de políticas educacionais que são resultado de mudanças ocorridas nas últimas décadas, mediante a transformação de bases teórico-epistemológicas e filosóficas dos programas escolares. Considerando o teor da reforma, percebe-se um nítido interesse no esvaziamento da educação como elemento de transformação social e de formação do indivíduo, mediante a implementação da ideologia neoliberal e da lógica mercadológica no ensino. Fruto deste campo de disputas, o Currículo do Ensino Médio em Pernambuco é
publicado no ano de 2021 e será objeto da presente pesquisa, cuja abordagem teórico- metodológica estará ancorada na Pedagogia de Paulo Freire (1984, 2021a, 2021b, 2021c, 2022a,
2022b, 2022c), nos conceitos de Ideologia por Louis Althusser (1980), de Hegemonia Cultural por Gramsci (1982) e na Análise do Discurso Crítica de Norman Fairclough (2003, 2012, 2016). Propõe-se, portanto, compreender como o conceito de liberdade se apresenta na estrutura discursivo-ideológica retratada no currículo escolar do estado, em contraposição ao arcabouço teórico freireano, através da aplicação do método tridimensional de discurso (análise textual, prática discursiva e prática social).
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NATHASSIA MARIA DE FARIAS GUEDES BORBA
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“BORRACHA PARA A VITÓRIA”: O TRABALHO, O HOMEM E OS DIREITOS HUMANOS
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Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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ADRIANA SOARES DE MOURA CARNEIRO
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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Data: 29/07/2024
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Este projeto de mestrado tem como objetivo analisar de que forma se deu a presença do trabalhador (i) migrante, na região amazônica, durante o Ciclo da Borracha, e as condições de trabalho - análogo ou não à escravidão - deste, além do mapeamento de leis trabalhistas criadas neste período, a partir da leitura dos romances Terra de Icamiaba (1934) e A represa (1942). Para este trabalho utilizaremos um recorte temporal que vai do início do Ciclo da Borracha, em 1877, até seu declínio, em 1945, com o fim da II Guerra Mundial, cujo contexto evidencia um estado em decadência social, política e consequentemente econômica. Evento histórico brasileiro de grande repercussão, o Ciclo da Borracha ajudou a enriquecer - ou tornar mais pobres - os trabalhadores locais, nativos, estrangeiros ou grandes empresários que ali já residiam. Esse período é dividido em dois momentos: o primeiro Ciclo, de 1877 a 1912 - período contextualizado em Terra de Icamiaba e A represa -, e o segundo Ciclo, de 1942 a 1945, contexto abrangido em A represa. Guiada, especialmente, por um discurso de viés jurídico - e literário -, esta pesquisa transita na construção do espaço nortista pelos trabalhadores de todas as regiões de nosso país - fatos, estes, mencionados nas tessituras objetos de nossa análise -, a partir da luta por direitos, melhores condições de trabalho e auxílio aos pequenos e médios empresários da borracha pelo Governo Federal. Desse contexto, analisaremos o ambiente e as formas de trabalho impostas ao sujeito amazônida - nordestino que se deslocou à região Norte e passou a trabalhar nos seringais, contribuindo - ou não - para a formação de futuros grupos marginalizados. Esta pesquisa também será configurada através de uma abordagem entre teoria e prática inter e transdisciplinar em Literatura, Direito e Direitos Humanos, analisando o cumprimento destes no período histórico-econômico citado supra.
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Este trabalho tem como objetivo analisar de que forma se deu a presença do trabalhador (i) migrante, na região amazônica, durante o Ciclo da Borracha, e as condições de trabalho - análogo ou não à escravidão - deste, além do mapeamento de leis trabalhistas criadas neste período, a partir da leitura dos romances Terra de Icamiaba (1934) e A represa (1942). Para este trabalho utilizaremos um recorte temporal que vai do início do Ciclo da Borracha, em 1877, até seu declínio, em 1945, com o fim da II Guerra Mundial, cujo contexto evidencia um estado em decadência social, política e consequentemente econômica. Evento histórico brasileiro de grande repercussão, o Ciclo da Borracha ajudou a enriquecer - ou tornar mais pobres - os trabalhadores locais, nativos, estrangeiros ou grandes empresários que ali já residiam. Esse período é dividido em dois momentos: o primeiro Ciclo, de 1877 a 1912 - período contextualizado em Terra de Icamiaba e A represa -, e o segundo Ciclo, de 1942 a 1945, contexto abrangido em A represa. Guiada, especialmente, por um discurso de viés jurídico - e literário -, esta pesquisa transita na construção do espaço nortista pelos trabalhadores de todas as regiões de nosso país - fatos, estes, mencionados nas tessituras objetos de nossa análise -, a partir da luta por direitos, melhores condições de trabalho e auxílio aos pequenos e médios empresários da borracha pelo Governo Federal. Desse contexto, analisaremos o ambiente e as formas de trabalho impostas ao sujeito amazônida - nordestino que se deslocou à região Norte e passou a trabalhar nos seringais, contribuindo - ou não - para a formação de futuros grupos marginalizados. Esta pesquisa também será configurada através de uma abordagem entre teoria e prática inter e transdisciplinar em Literatura, Direito e Direitos Humanos, analisando o cumprimento destes no período histórico-econômico citado supra.
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SYLVANA TEIXEIRA LELLIS
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ANÁLISE DOS INDEFERIMENTOS DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA PROFERIDAS NO ÂMBITO DA JUSTIÇA ESTADUAL PERNAMBUCANA: Lentes Genderizadas sobre o reconhecimento da violência de gênero, a avaliação do risco e a aceitação do medo.
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Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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ADRIANA SOARES DE MOURA CARNEIRO
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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Data: 29/07/2024
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A presente investigação buscou analisar os indeferimentos de Medidas Protetivas de Urgência (MPUs), proferidas pela justiça estadual pernambucana a partir de lentes genderizadas acerca do reconhecimento da violência de gênero, da avaliação do risco e valoração do medo, efetivados por magistrados (as) de piso, assim denominados os julgadores da 1a instância, da comarca do Recife – PE, quando provocados a manifestarem-se sobre a cautelar protetiva. De natureza empírica e qualitativa, a presente pesquisa buscou identificar quais os parâmetros ou critérios levam à não concessão da proteção, cotejando as fundamentações de indeferimento, obtidas por amostragem nas varas de violência doméstica e familiar da capital pernambucana, com a perspectiva de ruptura paradigmática (gender turn) necessárias aos julgamentos que envolvam mulheres em situação de violência doméstica, estabelecendo, a partir dos achados, inferências acerca do engendramento do judiciário pernambucano. O marco teórico é o feminismo contemporâneo, associado às diversas contribuições de matriz crítica. Nessa perspectiva, o direito, como poder heteronormativo, discrimina mulheres e, não diferentemente, seus aplicadores seguem a mesma toada, pois passíveis de influências do senso comum acerca do comportamento feminino, o que dá azo à criminalização secundária e perpetuação das desigualdades que, teoricamente, a legislação de proteção às mulheres pretende coibir.
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A presente investigação buscou analisar os indeferimentos de Medidas Protetivas de Urgência (MPUs), proferidas pela justiça estadual pernambucana a partir de lentes genderizadas acerca do reconhecimento da violência de gênero, da avaliação do risco e valoração do medo, efetivados por magistrados (as) de piso, assim denominados os julgadores da 1ª instância, da comarca do Recife – PE, quando provocados a manifestarem-se sobre a cautelar protetiva. De natureza empírica e qualitativa, a presente pesquisa buscou identificar quais os parâmetros ou critérios levam à não concessão da proteção, cotejando as fundamentações de indeferimento, obtidas por amostragem nas três varas de Violência Doméstica da capital pernambucana, com a perspectiva de ruptura paradigmática (gender turn) necessárias aos julgamentos que envolvam mulheres em situação de violência doméstica, estabelecendo, a partir dos achados, inferências acerca do engendramento do judiciário pernambucano. O marco teórico é o feminismo contemporâneo, associado às diversas contribuições de matriz crítica. Nessa perspectiva, o direito, como poder heteronormativo, discrimina mulheres e, não diferentemente, seus aplicadores seguem a mesma toada, pois passíveis de influências do senso comum acerca do comportamento feminino, o que dá azo à criminalização secundária e perpetuação das desigualdades que, teoricamente, a legislação de proteção às mulheres pretende coibir.
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SUZANA AMORIM DO NASCIMENTO
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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: UM ESTUDO DE CASO DA REPRESENTAÇÃO E RETRATAÇÃO NA 2ª VARA CRIMINAL DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
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Orientador : VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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MEMBROS DA BANCA :
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ADRIANA SOARES DE MOURA CARNEIRO
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REILI AMON HA VIEIRA DOS SANTOS
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VENCESLAU TAVARES COSTA FILHO
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Data: 29/07/2024
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Esta pesquisa tem como objeto a análise da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, um estudo de caso da Representação e Retratação na 2ª Vara Criminal de Vitória de Santo Antão. O trabalho inicia-se pela evolução histórica e legislativa dos direitos humanos das mulheres no Brasil. Neste sentido, aborda a questão da Violência contra a Mulher e Lei Maria da Penha na Justiça, realiza-se um aprofundamento dos conceitos e perspectivas atuais. Com efeito, o trabalho analisa a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, a partir das premissas epistemológicas da Teoria do Pós-Positivismo Jurídico, que surgiu do debate entre Hebert L. A. Hart (2007) e Ronald Dworkin (2010). Significativamente, verifica os boletins de ocorrências e termos de audiências em relação a Violência Contra a Mulher na Lei Maria da Penha. Sob este aspecto, levanta-se os números de Representação e Retratação da vítima de violência doméstica e familiar no Juízo de Direito da 2ª Vara Criminal de Vitória de Santo Antão, do estado de Pernambuco, com a análise das decisões jurídicas, Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4.424 e Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) nº 19 do Supremo Tribunal Federal (STF). No âmbito da Metodologia, optou-se por adotar a abordagem empírica quantitativa e qualitativa (VERONESE, 2017) e (GOLDENBERG, 2015), no aspecto teórico, a pesquisa é bibliográfica, com método indutivo e dedutivo (MEZZAROBA, 2017), com técnica de análise documental e análise gráfica comparativa. Análise da utilização do Processo Judicial Eletrônico (Pje), onde são utilizados os métodos, exploratório e descritivo, realiza-se a investigação de dados, para perceber o impacto em 30 (trinta) casos, no campo estatístico. Recorte sobre o lapso temporal de 2022 - 2023, para analisar processos de violência doméstica e familiar contra a mulher com medidas protetivas de urgência. Conclusivamente, a pesquisa busca contribuir com a redução dos índices de violência doméstica e familiar contra a mulher, inclusive com a Lei Maria da Penha, e a efetividade do processo protetivo e do processo penal criminal, através de conceitos multidisciplinares, que permitam compreender a vítima, o agressor e a retratação da vítima.
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Trata-se de dissertação de mestrado que tem como objeto a análise da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, um estudo de caso da Representação e Retratação na 2ª Vara Criminal de Vitória de Santo Antão. Contextualiza a evolução histórica e legislativa dos direitos humanos das mulheres no Brasil, trazendo o panorama do Brasil Colônia até a Constituição Federal de 1988 e legislação posterior. Sob este aspecto, registra o estudo das Convenções Internacionais de direitos das mulheres, no Sistema Global, a Convenção CEDAW e no Sistema Regional Interamericano, a Convenção de Belém do Pará. Neste sentido, aborda a questão da Violência contra a Mulher e Lei Maria da Penha na Justiça, realiza-se um aprofundamento dos conceitos e perspectivas atuais. Com efeito, o trabalho analisará a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher sob o aspecto teórico, a partir das premissas epistemológicas da Teoria do Pós-Positivismo Jurídico. Além disso, investigar os boletins de ocorrências e termos de audiências em relação a violência contra a mulher na Lei Maria da Penha. Por fim, levantar os números de Representação e Retratação da vítima de violência doméstica e familiar na 2ª Vara Criminal de Vitória de Santo Antão, com a análise das decisões jurídicas, ADI nº 4.424 e ADC nº 19 do STF. No âmbito da Metodologia, o estudo será desenvolvido por meio de uma abordagem qualitativa, sendo o aspecto teórico bibliográfico, com método indutivo, com técnica de análise documental e análise gráfica comparativa. Pesquisa empírica, onde serão utilizados o método exploratório e descritivo, a fim de realizar a análise de dados, para verificar o impacto em 50 casos, sob o aspecto estatístico, recorte temporal sobre o período de 2022 - 2023, para analisar processos de violência doméstica e familiar contra a mulher com medidas protetivas de urgência. Sobretudo, a pesquisa busca contribuir com a redução dos índices de violência doméstica e familiar contra a mulher, inclusive com a Lei Maria da Penha, e aefetividade do processo protetivo e do processo penal criminal, através de conceitos multidisciplinares, que permitam compreender a vítima, o agressor e a retratação da vítima.
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ADRIANO DE FREITAS ALVES
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DIREITOS HUMANOS E SEGURANÇA PÚBLICA: Um Estudo da Formação do Policial Militar em Pernambuco
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Orientador : ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
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MEMBROS DA BANCA :
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ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
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ANGELA MARIA MONTEIRO DA MOTTA PIRES
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RICARDO BARBOSA DE LIMA
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Data: 30/07/2024
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A pesquisa justifica-se pelos altos índices de mortes em intervenções policiais de pessoas negras(os) e transgêneros vivendo em favelas ou bairros pobres em nosso país. O Estado Democrático de Direito acaba falhando por não conseguir criar políticas públicas que ofereçam mais dignidade a populações vulneráveis, combatendo direitos violados, corroborando com uma política de segregação e reproduzindo as mais diversas modalidades de racismo, homofobia, transfobia e misoginia. Nosso objeto de estudo é a observância da presença da Educação em DH na formação policial militar em Pernambuco, tendo como sujeitos, policiais militares formados pela Academia Policial Militar do Paudalho (APMP), no Município de Paudalho e no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), no Recife, Pernambuco. Como objetivo geral: Analisar a formação dos policiais militares do Estado de Pernambuco. Como objetivos específicos se elegeu: a) explicar Direitos Humanos, Violência e Segurança Pública b) analisar as malhas curriculares (2018) referentes aos conteúdos em Direitos Humanos; c) compreender as concepções dos policiais militares sobre os Direitos Humanos. Nosso problema é entender até que ponto, a formação dos policiais militares de Pernambuco dialogando com os DH, pode atenuar violências praticadas no exercício de sua função. Consultou-se os seguintes referenciais: (Accioly, 2020), (Adorno, 2019), (Almeida, 2018), (Bittar, 2019), (Benevides, 2021), (Bretas, 2020), (Mbembe, 2018) et al. O caminho metodológico observara uma abordagem qualitativa, subsidiada por uma revisão bibliográfica e uma análise documental dos seguintes documentos: as malhas curriculares dos cursos de formação de oficiais e soldados no ano de 2018 analisadas e comparadas aos conteúdos relacionados a atividade policial e Direitos Humanos (DH). Análise aportada em (Minayo, 2015), (Creswel, 2014), (Cellard, 2014), (Marconi; Lakatos, 2018), somada a técnica de grupos focais, conforme esclarecem (Santibanez; Lima, 2021 e Gatti 2016), juntamente com entrevistas semiestruturadas, conduzidas por perguntas on-line e presenciais aplicados aos policiais militares entrevistados, totalizando 18 que entraram na corporação no último concurso expirado em 2022 divididos em: 6 militares no Recife e Região metropolitana, 6 em Caruaru no agreste e 6 em Petrolina no sertão de Pernambuco. Os dados foram examinados a partir da análise de conteúdo de Bardin (1977). No curso de formação foram identificadas cargas horárias em disciplinas relacionadas aos DH satisfatórias em parte, pois precisam ser aumentadas para contemplarem a prática. Os resultados obtidos revelaram que a formação policial atinente aos Direitos Humanos observadas nas malhas, precisam ter vivências práticas durante a formação. Os cursos de capacitação são muito incipientes e pouco procurados. No Curso foram observadas divergências do que é vivido na prática e na teoria atinente à atividade policial no tocante aos DH. Alguns professores repassam o conteúdo sem debates sobre os DH e nem todos atendem às expectativas dos alunos. Os entrevistados se reconhecem como instrumento do Estado e não somente como sujeitos de direitos. Apesar das dificuldades enfrentadas na polícia, são motivados e esperam que o Estado cumpra seu papel dando condições a execução de um bom trabalho. Pensar em um país sem violências e com uma Segurança Pública efetiva é pensar em um Estado igual para homens e mulheres, brancos e pretos, heterossexuais e homossexuais erradicando a pobreza. O que se busca é cidadania, pois dentro de uma sociedade organizada teremos uma polícia equilibrada cumprindo seu papel constitucional.
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A finalidade desta pesquisa objetiva investigar a falta de segurança pública presente em nosso cotidiano como um dos graves problemas enfrentados pela nossa sociedade. Aqueles que “escolheram pôr suas vidas em risco pela proteção das nossas” terminam fazendo parte de um cenário de medo e (des)segurança principalmente quando se vive nas periferias dos centros urbanos. Convive-se com um elevado índice de assassinatos em intervenções truculentas de policiais, que, em muitos casos, resultam na morte de inúmeras pessoas, na maioria das vezes são pessoas inocentes e estavam na hora e no lugar errado. Preferencialmente esses alvos são jovens negros, LGBTs e pobres todos à margem da sociedade, corroborando com uma política de segregação reproduzindo as mais diversas modalidades de racismo, homofobia, misoginia, e mazelas presentes em nossa sociedade e na contramão de um Estado Democrático de Direito que tem como finalidade coibir abusos do aparato estatal para com os indivíduos respeitando a dignidade do ser humano. Neste trabalho os sujeitos da pesquisa são os policiais militares, civis e a guarda municipal. O objeto de pesquisa norteia a formação em Direitos Humanos nos Cursos de Formação de Policiais realizados pela Academia de Ensino de Polícia da Pernambuco (ACADEPOL/PE), o livro azul das Guardas Municipais e suas matrizes curriculares desses cursos no último concurso. Nosso problema de pesquisa é observar como são ministrados os conteúdos relacionados aos Direitos Humanos nos cursos de formação de agentes de segurança pública, como os policiais e guardas municipais. A hipótese que pressupõe-se é que mesmo que os cursos tragam em sua formação conteúdo em Direitos Humanos e afins, ainda carece de mais ajustes para torná-los suficientes na formação desses cursos, tendo como referência a lente dos Direitos humanos. Referenciais teóricos utilizaremos, (Accioly,2020) (Adorno,2019), (Almeida,2018), (Bicalho,2005) (Bittar,2019), (Benevides,2021), (Bretas,2020), (Dallari,2007),(Mbembe,2018), dentre outros. O problema da pesquisa surge com a necessidade em formar profissionais de segurança pública que defendam a dignidade humana, que tenha apreço pela vida de homens e mulheres e que rechace qualquer forma de preconceito ou violação, urge uma formação voltada para o processo de humanização. O objetivo
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geral: Analisar a proposta didático-pedagógica de abordagem transversal e interdisciplinar de temas relacionados aos Direitos Humanos no currículo da formação profissional dos policiais militares, civis do Estado de Pernambuco e da Guarda Municipal do Recife/PE. Os objetivos específicos permeiam: A) Relatar se as diretrizes trazidas pelo Programa Nacional dos Direitos Humanos no eixo 4 referentes aos profissionais de justiça e segurança pública, estão em conformidade com os cursos de formação de policiais e guardas municipais. B) Verificar se as matrizes curriculares, referentes aos conteúdos em Direitos Humanos, na formação dos profissionais da policial militar, civil e guarda municipal foram ministrados de maneira superficial ou sofreram possíveis influências levando em conta o ponto de vista do corpo docente e a ideia concebida pelo corpo discente; e C) Descrever o projeto de lei nº 5.245 de 2020, que traz a introdução de conteúdos relacionados a Direitos Humanos e combate ao racismo e outras formas de discriminação em cursos de capacitação de agentes de segurança pública e privada. O caminho metodológico observará uma abordagem qualitativa, subsidiada pela pesquisa bibliográfica e documental, aportada em (Minayo,2015), (Creswel, 2014), (Cellard,2014), (Marconi; Lakatos,2018) somada ao método de indução analítica para grupos focais como análise das interações proporcionadas pela técnica dos grupos focais conforme esclarecem (Santibanez;Lima, 2021) aplicada os/as policiais militares/civis e guarda municipal que entraram na corporação no último concurso em cidades distintas dentro do estado de Pernambuco para policiais civis e militares e a Guarda Municipal do Recife/PE. Os dados serão analisados a partir da análise de conteúdo de Birdin (1977).
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CASSIA VILMA SOARES FRUTUOSO
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CONDIÇÕES DE PERMANÊNCIA DOS/AS ESTUDANTES NEGROS/AS INGRESSANTES NA UFPE POR COTAS SOCIAIS EM TEMPOS DE CRISE
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Orientador : ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARISTEU PORTELA JUNIOR
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AUXILIADORA MARIA MARTINS DA SILVA
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ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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Data: 30/07/2024
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As políticas de cotas implementadas por meio da Lei nº 12.711/12 proporcionou, gradualmente, mudanças no perfil socioeconômico dos/as discentes do ensino superior e encheu de cores as universidades públicas federais brasileiras. A inserção de estudantes cotistas trouxe ao cenário acadêmico as diversas expressões das desigualdades sociais, assim como significou aumento na demanda da Política de Assistência Estudantil, responsável em promover ações voltadas para a permanência dos/as graduandos/as em situação de vulnerabilidade social. Essas duas políticas têm se configurado em relevantes instrumentos de inserção da população indesejada nos cursos de graduação. No entanto, o contexto de crise política e econômica, em 2020, agravada pela pandemia em decorrência da COVI-19, acirrou as fragilidades do desenvolvimento da política de permanência. Diante disso, o objetivo deste trabalho é analisar as condições socioeconômicas e acadêmicas dos cotistas sociais negros/as, ingressantes na UFPE em 2020, que requereram a política da assistência estudantil, a fim de averiguar a sua permanência na universidade, nesse contexto de crise política, econômica e sanitária no Brasil. A abordagem proposta é de natureza qualitativa, valendo-se do método crítico-dialético, por compreender que todas as situações identificadas precisam ser consideradas a partir de determinantes históricos dinâmicos e carregados de significados. Como perspectiva teórica adotamos os estudos decoloniais que contribuíram para compreender a história e a luta da população negra pela igualdade de acesso à educação superior e à promoção dos direitos humanos. Assim, na busca da construção da realidade amplamente compreendida, utilizamos duas categorias fundamentais que contribuíram para explicar as relações econômicas, políticas e sociais contemporâneas: o capitalismo e a luta de classes. Para execução da pesquisa, utilizamos como principal estratégia de coleta dados os formulários de inscrição inseridos no SIGA/UFPE dos editais, suspensos, do Programa de Moradia Estudantil e da Assistência Estudantil e a aplicação do questionário digital por meio do google forms. Como resultado verificamos que as ações da assistência estudantil na UFPE voltadas para a promoção do direito sob a perspectiva universalista, acabam desconsiderando as múltiplas expressões da questão racial que atravessam a desigual condição material de negros/as para permanecer na universidade. Isso implica nas suas formas de organização assentadas no mito da democracia racial que só contribuem para a perpetuação do racismo institucionalizado e de uma assistência minimalista, sobretudo, para os/as negros/as recém ingressantes na graduação no contexto da fase aguda da crise. Defendemos a assistência estudantil como um potente instrumento para a promoção da permanência no ensino superior, assim como acreditamos que a superação das desigualdades, seja ela social, racial, sexual, de gênero, etnia ou religiosa, precisa acontecer por meio de políticas alicerçadas pela compreensão e valorização da pluralidade dade que compõe nossa sociedade.
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As políticas de cotas implementadas por meio da Lei no 12.711/12 proporcionou, gradualmente, mudanças no perfil socioeconômico dos discentes do ensino superior e encheu de cores as universidades públicas federais brasileiras. A inserção de estudantes cotistas trouxe ao cenário acadêmico as diversas expressões das desigualdades sociais, assim como significou aumento na demanda da Política de Assistência Estudantil, responsável em promover ações voltadas para a permanência dos graduandos em situação de vulnerabilidade social. Essas duas políticas têm se configurado em relevantes instrumentos de inserção da população historicamente invisibilizada em cursos de graduação. No entanto, o contexto de crise política e econômica, em 2020, agravada pela pandemia em decorrência da COVI-19, acirrou as fragilidades do desenvolvimento da política de permanência. Diante disso, o objetivo deste trabalho é analisar as condições socioeconômicas e acadêmicas dos cotistas por raça e renda, ingressantes na UFPE em 2020, requerentes da política da assistência estudantil, a fim de averiguar a sua permanência na universidade, no contexto de crise política, econômica e sanitária no Brasil. A abordagem proposta é de natureza qualitativa, valendo-se do método crítico-dialético, por compreender que todas as situações identificadas precisam ser consideradas a partir de determinantes históricos dinâmicos e carregados de significados. Como perspectiva teórica serão adotados os estudos decoloniais que contribuirão para a análise das ações da política de assistência estudantil na universidade pública, relacionando-a à luta da população negra e pobre pela igualdade de acesso à educação superior e à promoção dos direitos humanos. Assim, na busca da construção da realidade amplamente compreendida, utilizaremos duas categorias fundamentais que contribuirão para explicar as relações econômicas, políticas e sociais contemporâneas: o capitalismo e a luta de classes. Para execução da pesquisa, utilizaremos como principal estratégia de coleta dados os formulários de inscrição nos editais do Programa de Moradia Estudantil e da Assistência Estudantil inseridos no SIGA com prerrogativa para participar da seleção às bolsas estudantis e aplicação de questionário digital por meio do google forms. Estes instrumentos nos possibilitará uma aproximação com as informações necessárias para apreender a realidade socioeconômica do estudante no momento do ingresso e a sua trajetória acadêmica, respectivamente. Ademais, esta pesquisa possui o compromisso ético-político com a construção do saber crítico e com a luta contra toda forma de discriminação que incidem na opressão e negação dos direitos duranmente conquistados. Acredita-se que a superação da desigualdade, seja ela social, racial, sexual, de gênero, etnia ou religiosa, deva acontecer por meio da valorização da diferença e da diversidade. Sobretudo na conjuntura de crise política e econômica que vem atingindo o Brasil, enquadrado no capitalismo dependente e agravado pela pandemia e pela ascensão de um governo conservador de extrema direita, ultraconservador e racista.
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NATHALYA D'HERVELLYN RABELO DE BARROS ARAUJO
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A REPRESENTAÇÃO FEMININA E OS REFORÇOS DE ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO NAS TRENDS VIRAIS DO TIKTOK: Uma discussão sob a ótica dos direitos humanos
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Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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MEMBROS DA BANCA :
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ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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MILENA CARVALHO BEZERRA FREIRE DE OLIVEIRA-CRUZ
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SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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Data: 05/08/2024
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A pesquisa tem como propósito analisar como as tendências virais do TikTok Brasil contribuem para a reprodução e disseminação de estereótipos de gênero, especialmente o feminino, investigando as trends virais numa perspectiva de gênero na formação das construções sociais. Reconhecendo o relevante papel das redes sociais digitais na sociedade de consumo como espaços fundamentais para análise das representações femininas e seus estereótipos subjacentes, adotamos uma abordagem interdisciplinar que incorpora conceitos de comunicação, redes sociais e direitos humanos, com especial atenção às questões de gênero. A base teórica desta pesquisa repousa em perspectivas feministas apresentadas por diversas autoras, tais como Guacira Lopes Louro, Judith Butler, Naomi Wolf, Patricia Hill Collins, Rachel Moreno e Winnie Bueno, entre outras. Para alcançar nossos objetivos, empregamos uma metodologia exploratória que envolve revisão bibliográfica e análise de conteúdo. Nosso foco de pesquisa é compreender os modos de representações do feminino e estereótipos de gênero no TikTok no Brasil, com restrição temporal ao ano de 2023. A pesquisa é de cunho qualitativo, se centra nas experiências individuais dos usuários da rede social digital TikTok, observando as interações das trends virais. Em seguida, o corpus coletado será analisado por meio de uma análise de conteúdo para compreender e categorizar os dados. Nossa indagação central é: de que maneira o TikTok contribui para a propagação, e reforço dos estereótipos de gênero associados ao gênero feminino? A partir dessa pergunta de pesquisa central, nosso principal intento é situar os estudos de gênero e sexualidade no contexto brasileiro, com uma abordagem comprometida com os princípios dos direitos humanos. Nossa abordagem interdisciplinar visa enriquecer a compreensão da representação feminina sob a perspectiva dos direitos humanos, promovendo um aprofundamento dos estudos nesse campo específico. A partir da análise das trends selecionadas e dos estereótipos observados, identificaram-se oito unidades temáticas: Mito do Amor Romântico, Narrativas antifeministas, Imagem de Controle, Hipersexualização, Independência Financeira, Estereótipos de Feminilidade Enfatizada, Mito da Beleza e Estereótipos de Gênero Tradicionais. Essas temáticas evidenciam a persistência de estereótipos nas mídias sociais, apesar dos avanços nos debates sobre igualdade e representatividade.
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A pesquisa tem como propósito analisar como as tendências virais do TikTok Brasil contribuem para a reprodução e disseminação de estereótipos de gênero, especialmente o feminino, investigando seu impacto na formação das construções sociais. Reconhecendo o relevante papel das redes sociais digitais na sociedade de consumo como espaços fundamentais para análise das representações femininas e seus estereótipos subjacentes, adotamos uma abordagem interdisciplinar que incorpora conceitos da mídia, redes sociais e direitos humanos, com especial atenção às questões de gênero. A base teórica desta pesquisa repousa em perspectivas feministas apresentadas por diversas autoras, tais como Guacira Lopes Louro, Linda Nicholson, Judith Butler e Nancy Fraser, entre outras. Para alcançar nossos objetivos, empregamos uma metodologia exploratória que envolve revisão bibliográfica. Nosso foco de pesquisa é compreender os modos de representações do feminino e estereótipos de gênero nas trendsvirais do TikTok no Brasil, com recorte temporal nos anos de 2022 e 2023. A pesquisa é de cunho qualitativo e quantitativo, se centra nas experiências individuais dos usuários da rede social digital TikTok, observando as interações como comentários e hashtags. Em seguida, o corpus coletado será analisado por meio de uma análise de conteúdo para compreender os dados. Nossa indagação central é: de que maneira as trendsvirais do TikTok contribuem para a propagação e reforço dos estereótipos de gênero associados ao gênero feminino? A partir dessa pergunta de pesquisa central, nosso principal intento é situar os estudos de gênero e sexualidade no contexto brasileiro, com uma abordagem comprometida com os princípios dos direitos humanos. Buscamos, desta maneira, a supressão de lacunas e a abordagem de desafios existentes nos novos estudos concernentes às novas mídias sociais, cujos impactos estão em constante evolução. Assim, nossa abordagem interdisciplinar visa enriquecer a compreensão da representação feminina sob a perspectiva dos direitos humanos, promovendo um aprofundamento dos estudos nesse campo específico.
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ANA CLAUDIA LIMA DA SILVA
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A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS: perspectivas, inferências e mediações
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Orientador : AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
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ANA MARIA DE BARROS
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MARIA DE NAZARÉ TAVARES ZENAIDE
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Data: 16/08/2024
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A dualidade educacional enraizada no Brasil, histórica e estruturalmente, distinguia a educação geral para as elites e a preparação para o trabalho para as classes sociais menos abastadas. Entretanto, o Ensino Médio Integrado arraigado na perspectiva de uma formação omnilateral, conceitualmente, uma formação multidirecional, que compreende o desenvolvimento integral, considerando as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura, da tecnologia e da cidadania, como elementos fundamentais no processo de formação humana em suas múltiplas potencialidades para o exercício profissional com conhecimento científico-tecnológico. Nessa perspectiva, entende-se que Curso Técnico Integrado de Segurança do Trabalho do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), campus Recife é um meio de disseminação dessa forma de educar. Assim, o Problema que orienta a pesquisa busca verificar, se esse Curso, está fundamentado na Educação em Direitos Humanos (EDH), conforme orientação das Diretrizes Nacionais para EDH. Trata-se metodologicamente, de uma pesquisa qualitativa. O percurso metodológico será constituído por revisão de literatura, pesquisa documental e aplicação de entrevista semi estruturada. Como base teórica para o desenvolvimento da investigação, nos pautaremos nos conteúdos que fundamentam a teoria crítica dos DH e em autores como: Candau (2007); Ciavatta (2005); Frigrotto (2012); Ramos (2014); Silva (2013) e Zenaide (2016). Para a busca documental, consideraremos como marco legal o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (BRASIL, 2003/2006) e as Diretrizes Nacionais para Educação em Direitos Humanos (BRASIL, 2012). Nessa direção, as evidências sobre exclusão social, econômica, cultural e política são resultados de uma sociedade construída sob as marcas do autoritarismo, desigualdades, preconceitos e outras formas de violências contra a dignidade humana e que afrontam a positivação e o reconhecimento dos Direitos Humanos (DH). As violações de direitos humanos têm marcado a sociedade brasileira durante todo seu percurso histórico. Por outro lado, o direito à educação é central para o fortalecimento do respeito aos DH. Sendo assim, a educação é um dos direitos humanos e a Educação em Direitos Humanos (EDH) consiste em parte fundamental do conjunto desses direitos. Ponderando o papel da educação na construção de uma cultura de DH, é fundamental a disseminação de práticas educativas direcionadas para a promoção da EDH nos Cursos Técnicos Integrados de Segurança do Trabalho do IFPE, campus Recife. Esperamos que os resultados dessa pesquisa respondam aos objetivos formulados com a finalidade de elucidar o problema proposto e ainda, que a mesma possa contribuir para fortalecer o debate quanto a relevância da EDH nos Cursos Técnicos Integrados de Segurança do Trabalho do IFPE, campus Recife, posto que não se tem a intenção de esgotar o tema, mas apontar possíveis caminhos para uma melhor compreensão de sua importância e organização para a reflexão crítica sobre incidências de indicações que conduzam à vivencia e às práticas da EDH no cotidiano da comunidade escolar, com vistas a reverberar na sociedade como um todo.
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A dualidade educacional enraizada no Brasil, histórica e estruturalmente, distinguia a educação geral para as elites e a preparação para o trabalho para as classes sociais menos abastadas. Entretanto, o Ensino Médio Integrado arraigado na perspectiva de uma formação omnilateral, conceitualmente, uma formação multidirecional, que compreende o desenvolvimento integral, considerando as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura, da tecnologia e da cidadania, como elementos fundamentais no processo de formação humana em suas múltiplas potencialidades para o exercício profissional com conhecimento científico-tecnológico. Nessa perspectiva, entende-se que Curso Técnico Integrado de Segurança do Trabalho do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), campus Recife é um meio de disseminação dessa forma de educar. Assim, o Problema que orienta a pesquisa busca verificar, se esse Curso, está fundamentado na Educação em Direitos Humanos (EDH), conforme orientação das Diretrizes Nacionais para EDH. Trata-se metodologicamente, de uma pesquisa qualitativa. O percurso metodológico será constituído por revisão de literatura, pesquisa documental e aplicação de entrevista semi estruturada. Como base teórica para o desenvolvimento da investigação, nos pautaremos nos conteúdos que fundamentam a teoria crítica dos DH e em autores como: Candau (2007); Ciavatta (2005); Frigrotto (2012); Ramos (2014); Silva (2013) e Zenaide (2016). Para a busca documental, consideraremos como marco legal o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (BRASIL, 2003/2006) e as Diretrizes Nacionais para Educação em Direitos Humanos (BRASIL, 2012). Nessa direção, as evidências sobre exclusão social, econômica, cultural e política são resultados de uma sociedade construída sob as marcas do autoritarismo, desigualdades, preconceitos e outras formas de violências contra a dignidade humana e que afrontam a positivação e o reconhecimento dos Direitos Humanos (DH). As violações de direitos humanos têm marcado a sociedade brasileira durante todo seu percurso histórico. Por outro lado, o direito à educação é central para o fortalecimento do respeito aos DH. Sendo assim, a educação é um dos direitos humanos e a Educação em Direitos Humanos (EDH) consiste em parte fundamental do conjunto desses direitos. Ponderando o papel da educação na construção de uma cultura de DH, é fundamental a disseminação de práticas educativas direcionadas para a promoção da EDH nos Cursos Técnicos Integrados de Segurança do Trabalho do IFPE, campus Recife. Esperamos que os resultados dessa pesquisa respondam aos objetivos formulados com a finalidade de elucidar o problema proposto e ainda, que a mesma possa contribuir para fortalecer o debate quanto a relevância da EDH nos Cursos Técnicos Integrados de Segurança do Trabalho do IFPE, campus Recife, posto que não se tem a intenção de esgotar o tema, mas apontar possíveis caminhos para uma melhor compreensão de sua importância e organização para a reflexão crítica sobre incidências de indicações que conduzam à vivencia e às práticas da EDH no cotidiano da comunidade escolar, com vistas a reverberar na sociedade como um todo.
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ERICKA ANULINA CUNHA DE OLIVEIRA
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Ressignificação da masculinidade através da comunicação não violenta: impactos e implicações no respeito aos direitos humanos em contextos escolares.
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Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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MEMBROS DA BANCA :
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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JUNOT CORNELIO MATOS
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MARCELO LUIZ PELIZZOLI
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Data: 19/08/2024
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Esta pesquisa apresenta como objeto de análise o impacto dos conceitos e das vivências da Comunicação Não Violenta (CNV) para a ressignificação da masculinidade em meninos. Seu objetivo é compreender se a CNV pode colaborar, dentro do ambiente escolar, para a ressignificação da masculinidade dos participantes da pesquisa e, consequentemente, para o fortalecimento do respeito aos Direitos Humanos. A metodologia desta pesquisa, de abordagem qualitativa, natureza aplicada, terá como procedimento técnico a pesquisa-ação assim como a revisão bibliográfica das produções de autores que marcam os campos conceituais de estudo. Empregaremos como técnicas de coleta de dados a observação e questionários. Como principal resultado, verificou-se que o conceito e as práticas de CNV podem contribuir para um processo de ressignificação da masculinidade dos alunos participantes e para o fortalecimento do respeito aos Direitos Humanos.
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Esta pesquisa apresenta como objeto de análise a relação entre Cultura de Paz e a Comunicação Não Violenta (CNV) enquanto estratégia para a ressignificação da masculinidade em meninos. Seu objetivo é compreender se a Cultura de Paz e a CNV podem colaborar, dentro do ambiente escolar, para a ressignificação da masculinidade dos participantes da pesquisa e, consequentemente, para o fortalecimento do respeito aos Direitos Humanos. A metodologia desta pesquisa, de abordagem qualitativa, natureza aplicada, terá como procedimento técnico a pesquisa-ação assim como a revisão bibliográfica das produções de autores que marcam os campos conceituais de estudo. Empregaremos como técnicas de coleta de dados a observação, questionários sociodemográficos e grupo focal. Como principal resultado, pretende-se verificar se os conceitos de Cultura de Paz em conjunto com as estratégias de CNV conseguirão contribuir para um processo de ressignificação da masculinidade dos alunos participantes e para o fortalecimento do respeito aos Direitos Humanos.
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MARCONDES LEANDRO DE LIMA
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A CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS: UMA ALTERNATIVA METODOLÓGICA PARA A PRÁTICA DE DIREITOS HUMANOS NOS CURSOS JURÍDICOS DO RECIFE.
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Orientador : ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
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MEMBROS DA BANCA :
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ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
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ANA MARIA DE BARROS
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HELENA CRISTINA GUIMARÃES QUEIROZ SIMÕES
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Data: 21/08/2024
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A Educação em Direitos Humanos tem sido, nos últimos anos, um processo de conquistas e, ao mesmo tempo, de muitos desafios. As conquistas podem ser percebidas através do impulso dado ao tema por organizações internacionais e principalmente pelos movimentos sociais, os quais têm desempenhado um papel crucial na promoção da educação em direitos humanos. Outro ponto, inclui a incorporação de direitos humanos nos currículos dos vários níveis de ensino, inclusive no ensino superior. Porém, apesar dos avanços, infelizmente a educação em direitos humanos tem apresentado seus desafios, principalmente em relação ao método de ensino-aprendizagem utilizado nos cursos de direito. Estes, por sua vez, geralmente apresentam direitos humanos mediante um método tradicional, marcado pela exposição do conteúdo, sem a devida conexão entre teoria e prática. Por este motivo, o presente trabalho busca analisar o papel da clínica de direitos humanos, como alternativa metodológica de ensino-aprendizagem no campo dos direitos humanos nos cursos jurídicos na Região Metropolitana do Recife. A abordagem do tema é realizada por meio dos postulados da Teoria Crítica de Direitos Humanos combinado com o referencial teórico-metodológico do pensamento decolonial, com orientação instrutiva da pedagogia do oprimido de Paulo Freire, além das reflexões sobre clínicas de Lapa. O método utilizado em nossa pesquisa foi do tipo exploratória e se ancora na abordagem qualitativa, o que permitiu um conhecimento mais adequado sobre a proposta da Clínica de Direitos Humanos para os cursos de direito. Utilizou-se, neste trabalho, a análise documental do projeto pedagógico de curso de direito da Faculdade de Direito do Recife (FDR/UFPE) e da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), como também, informações sobre as clínicas que funcionam nestas mesmas universidades. Por fim, a pesquisa observou que as clínicas jurídicas se mostram como espaços relevantes para o processo de ensino-aprendizagem dos direitos humanos, nos cursos jurídicos da cidade do Recife.
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O tema dos Direitos humanos na atualidade é crucial para a formação de uma sociedade justa, plural e que tenha respeito as diversidades, em especial razão, os cursos de graduação das universidades devem se implicar com essa pauta, propiciando uma formação técnica, política e humanizadora. A presente dissertação tem como objetivo analisar as contribuições da Clínica Interdisciplinar de Direitos Humanos (CIDH/UNICAP) na formação teórico-prática de direitos humanos para os estudantes de direito. A pesquisa de caráter qualitativo, do tipo estudo de caso, utilizará como procedimentos de coleta de dados a análise documental e entrevista com a técnica de grupo focal, a partir da análise de conteúdo. Acredita-se que a formação dos discentes dos cursos de direito necessitam de um processo formativo centrado na educação em direitos humanos a partir de uma perspectiva crítica, distanciada de uma concepção de direitos humanos com ênfase restrita aos tratados jurídicos.
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MARCUS COSTA DE SANTANA
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A CONSTRUÇÃO E (RE)AFIRMAÇÃO DA IDENTIDADE ÉTNICO-RACIAL DOS JOVENS DA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE SANTA CRUZ DO COQUEIRO (MIRANGABA-BA).
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Orientador : ARISTEU PORTELA JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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ARISTEU PORTELA JUNIOR
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ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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WAGNER LINS LIRA
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Data: 28/08/2024
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O presente trabalho investigou os processos de construção e de (re)afirmação da identidade étnico-racial dos jovens da Comunidade Quilombola de Santa Cruz do Coqueiro – Mirangaba- BA, tendo como objetivos específicos investigar os processos de construção e afirmação da identidade étnico-racial dos jovens da comunidade quilombola de Santa Cruz do Coqueiro; analisar as contribuições da Associação Quilombola dos Produtores e Produtoras de Santa Cruz na construção e (re)afirmação dessa identidade étnico-racial dos jovens da comunidade e analisar as implicações da identidade racial no contexto comunitário e no espaço escolar. Para nortear a pesquisa, a concepção de identidade utilizada para fundamentar a análise partiu da perspectiva dos estudos culturais – a construção do sujeito e da identidade na modernidade tardia – tendo como principais teóricos Stuart Hall, Tomaz Tadeu da Silva, Kathryn Woodward, Ernesto Laclau e Bauman. No campo dos Direitos Humanos, a construção e (re)afirmação dessa identidade étnico-racial tem que servir para o pleno exercício da cidadania e, por isso, foi necessário verificar os impactos dessa identidade na comunidade e em outros espaços. A metodologia empregada, enquanto abordagem, foi qualitativa. No tocante ao levantamento de dados, os instrumentos utilizados foram entrevistas semiestruturadas e consultas documentais. Quanto à técnica de análise foi adotada a análise de conteúdo de Laurence Bardin (1977) constituída de pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e interpretação. Os resultados encontrados foram a existência de duas identidades – racial e quilombola – com certa independência entre si, mas que em determinados momentos se encontram, assim como se interseccionam com questões de gênero.
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O Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão oficialmente, após trezentos e oitenta e oito anos, em média, de exploração de negros e negras raptados de seus países no continente africano, de indígenas desterritorializados e explorados, em resumo, pessoas cujas identidades foram dissolvidas nesse emaranhado de situações. Nesse sentido, essas vivências, naturalmente, não ocorreram pacificamente, pelo contrário, foi a partir da necessidade de sobrevivência física e cultural que diversas lutas foram travadas entre os explorados (negros, negras e indígenas) e explorador (branco europeu), e com isso, diversas estratégias de lutas para sobrevivência tiveram que ser implementadas, a exemplo da criação de Quilombos e Mocambos em terras brasileiras. Os Quilombos são símbolos de lutas e resistências do povo negro contra as opressões do sistema escravista, notadamente na nossa realidade brasileira, pois no continente africano era comum esse tipo de construção/organização. Na nossa realidade, além dos africanos, todas as pessoas que sofreram com esse sistema, índios, mulatos, fugitivos do serviço militar, criminosos, em suma, os marginalizados, se abrigaram em Quilombos para garantirem a sobrevivência, visto que a sociedade não os queria por perto. Em documentação oficial o termo “quilombo” só aparece por volta do século XVII. Ressalte-se que outra terminologia usada era “mocambo”, de qualquer forma um ou outro designava, no fim das contas, a mesma situação, representavam transgressão à ordem escravista (GOMES, 2015).
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RENATA PEREIRA DA SILVA UCHOA
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Violência Sociorracial Contra as Mulheres Negras - A Luta pelo Direito à Moradia em Olinda-PE
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Orientador : ANA MARIA DE BARROS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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ANA MARIA DE BARROS
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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Data: 28/08/2024
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Esta pesquisa de campo é de cunho qualitativo e constitui-se a partir de uma perspectiva interseccional e busca investigar a violação do direito à moradia, que atinge principalmente as mulheres negras periféricas da Horta Popular Agroecológica Dandara, localizada na comunidade de Peixinhos em Olinda- PE. Partindo do princípio que os brasileiros possuem o direito à moradia instituído na CF/88 e que existe Política Habitacional no Brasil e sobretudo, em Olinda existe a Lei no 6.170/2021, consolida o Estatuto de Igualdade Étnico-Racial, voltado a superação do racismo, da discriminação e das desigualdades étnicas e raciais na cidade, inclusive no tocante a igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural. Para realização do estudo elaboramos os seguintes objetivos: Geral: Analisar a violência sociorracial sofrida por mulheres negras da Horta Popular Agroecológica Dandara, as políticas sociais desenvolvidas para a população negra e as formas de organização política em prol da luta pelo direito à moradia; Específicos: a) Discutir o Direito Humano à moradia e ao território e suas implicações na efetivação dos Direitos Humanos da população negra, em particular da mulher negra; b)Identificar os indicadores sociais da população negra de Olinda-PE para descrever os marcadores utilizados, traçar perfil socioeconômico do município e sua relação com as condições vivenciadas pelas mulheres negras diante da garantia do direito à moradia; c) Investigar as políticas, programas ou ações direcionadas à população negra desenvolvidas na cidade de Olinda perante a Lei no 6.170/2021; d) Analisar como tem ocorrido a organização política das mulheres negras no movimento social por direito à moradia e seus impactos na garantia de Direitos humanos às mulheres negras e periféricas da cidade de Olinda-PE. Assim, com o método do Feminismo Negro decolonial sob uma perspectiva interseccional e tendo a análise de conteúdo como ferramenta de análise de dados, esta pesquisa se dedicou-se a traçar o perfil populacional, as condições de moradia e o acesso à infraestrutura urbana da população negra, em particular das mulheres negras, sendo esta continuada com a investigação das políticas/ações desenvolvidas pela cidade de Olinda para atribuir respostas à violação do direito à moradia. Além de se consolidar como ferramenta de investigação, amplificadora da voz, do movimento de luta e da organização política das mulheres negras em prol da luta pelo direito à moradia, este estudo evidencia a partir de seus resultados, uma cidade que negligencia as condições de vida e de habitação das mulheres negras, que de forma natural perpétua ideais coloniais e racistas, ou seja, reproduz violência sociorracial e nega o direito humano à moradia. Por consequência, impossibilita o desenvolvimento integral, impacta na segurança, na saúde física e emocional, nega o acesso integral à cidade assim como o direito ao território.
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Esta pesquisa se constitui a partir de uma perspectiva interseccional e busca investigar a violação do direito à moradia, que atinge principalmente as mulheres negras periféricas da Horta Agroecológica Dandara e da Ocupação Anastácia, localizada na comunidade de Peixinhos em Olinda- PE. Partindo do princípio que os brasileiros possuem o direito à moradia instituído na CF/88 e que existe Política Habitacional no Brasil e sobretudo, em Olinda existe o Projeto de Lei No 6.170, aprovado desde julho de 2021, consolida o Estatuto de Igualdade Étnico-Racial, voltado a superação do racismo, da discriminação e das desigualdades étnicas e raciais na cidade, inclusive no tocante a igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural. Para realização do estudo elaboramos os seguintes objetivos: Geral: Analisar a violência sociorracial sofrida por mulheres negras da Horta Agroecológica Dandara e da Ocupação Anastácia, as políticas sociais desenvolvidas para a população negra e as formas de organização política em prol da luta pelo direito à moradia; Específicos: a) Discutir o Direito Humano à moradia e ao território e suas implicações na efetivação dos Direitos Humanos da população negra, em particular da mulher negra; b) Identificar os indicadores sociais da população negra de Olinda-PE para descrever os marcadores utilizados, traçar perfil socioeconômico do município e sua relação com as condições vivenciadas pelas mulheres negras diante da garantia do direito à moradia; c) Investigar as políticas, programas ou ações direcionadas à população negra desenvolvidas na cidade de Olinda perante a Lei 6.170/2021; d) Analisar como tem ocorrido a organização política das mulheres negras no movimento social por direito à moradia e seus impactos na garantia de Direitos humanos às mulheres negras e periféricas da cidade de Olinda – PE no período de 2020 a 2022. Assim, sob o método do Feminismo Negro, diante de uma perspectiva decolonial, esta pesquisa se dedica a analisar os indicadores sociais da população negra, investigar as políticas/ações desenvolvidas para atribuir respostas à violação do direito à moradia, e principalmente se consolidar como ferramenta de investigação, amplificadora da voz, do movimento reacionário e da organização política das mulheres negras em prol da luta pelo direito à moradia num país perpetuador de ideais patriarcais e racistas. Como referencial Teórico nos aportamos em autoras e autores, como: Collins (2019), Hooks (2018), Carneiro (2011), Saffioti (2004), Gonzales ( 2020), Cisne (2014 e 2018), Fanon (20222), Gramsci (1999, 2001 e 2006), Freire (1987) e entre outros que serão inseridos e abordados no decorrer desta pesquisa. O aporte metodológico será a partir da pesquisa qualitativa, utilizando para a coleta e análise dos dados a perspectiva de Alves-Mazzoti; Gewandsznajder (2001), Gerhardt; Silveira (2009), Guerra (2006), Bardin, (2011) na qual se debruçam leitura, numeração e análise de conteúdo dos dados coletados.
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JONAS ALVES DA SILVA
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TRABALHO EM CONDIÇÃO ANÁLOGA À ESCRAVIDÃO: uma revisão sistemática com aceno às políticas públicas existentes
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Orientador : YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEXANDRE CESAR BATISTA DA SILVA
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
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Data: 29/08/2024
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O presente estudo, por meio da revisão sistemática de literatura, investiga o fenômeno do escravismo contemporâneo. Compreendida como uma metodologia que se atém a estudos a partir de um recorte de questões, detemo-nos à construção de uma base de artigos que abordam a temática do trabalho escravo em condição análoga à escravidão na contemporaneidade. Os estudos postos sob a lâmina da investigação sucederam discussões históricas, sociais, políticas e econômicas associadas ao fenômeno em questão. As pesquisas acenam, em especial, para o âmbito econômico, tendo-o como aquele que articula e mantém em estado de vigor a prática do escravismo contemporâneo. Entre as questões abordadas nesta escrita dissertativa, destacam-se as problematizações sobre o neoliberalismo e como ele impulsiona e sustenta o trabalho em condição análoga à escravidão; as discussões em torno das concepções de trabalho digno, levando em conta aspectos comportamentais e discursivos confluídos no processo de subjugação dos vitimados; e, por fim, realça e focaliza a importância e a necessidade de políticas públicas que precisam e devem estar relacionadas a todos os âmbitos da vida humana. Com este estudo, foi possível dialogar com questões novas e respaldar outras já existentes no que diz respeito ao escravismo contemporâneo, assim como foi permitido ponderar sobre os direitos humanos em seus múltiplos desdobramentos e organizar um percurso possível para novos estudos por meio dos levantamentos de dados obtidos com a revisão sistemática.
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No contexto do movimento liberal, o Brasil começou, finalmente, o processo de abolição da escravatura. Contudo, não o fez de forma revolucionária, pois eram muitos os interesses particulares que predominavam no momento. A abolição no Brasil tomou passos lentos, de forma gradativa ao que era esperado. Mesmo com a formalização da abolição não houve garantia aos direitos básicos dos libertos desse sistema opressor, tornando-os, assim, reféns de uma nova forma de exploração do trabalho humano. Uma liberdade com correntes invisíveis. A falsa sensação de libertação, regada com nítida violação da dignidade humana. Assim, com o objetivo de analisar o fenômeno do trabalho escravo contemporâneo, desconectado da ideia já superada de ser apenas caracterizado quando há apenas restrição de liberdade de ir e vir das vítimas, a pesquisa será delineada com a construção das narrativas por meio da aplicação de entrevistas e com o método de história oral, pelo olhar dos atores sociais que participaram do resgate de trabalhadores flagrados nessa situação, posto que, segundo dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas (SmartLab), entre 1955 e 2020 foram realizados mais de 50 mil resgates de trabalhadores em situação análoga à de escravo no Brasil. Dados elevados e preocupantes para o país, que, desde 2003, comprometeu-se a erradicar esse tipo de trabalho em seu território, perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
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EDUARDO JOSÉ DOS SANTOS
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“ELA É QUASE DA FAMÍLIA”: REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE O TRABALHO DOMÉSTICO EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS À ESCRAVIDÃO NO BRASIL
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Orientador : YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
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MEMBROS DA BANCA :
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ALEXANDRE CESAR BATISTA DA SILVA
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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YUMARA LÚCIA VASCONCELOS
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Data: 29/08/2024
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A presente pesquisa se propõe a fazer uma análise sobre o trabalho doméstico análogo à escravidão no Brasil. Tendo como objetivo geral analisar a produção bibliográfica sobre o trabalho doméstico em condições análogas à escravidão no Brasil, e como objetivos específicos realizar um mapeamento da produção científica sobre a temática, categorizar as contribuições encontradas, assim como fazer uma análise quanto a ressonância dos estudos sobre a criação de medidas efetivas de erradicação do trabalho escravo doméstico, o estudo se justifica por fornecer elementos que acenam para meios de aumentar a eficácia das normas que visam proteger e imprimir dignidade às trabalhadoras domésticas, impactando sua vida positivamente. Para tanto, a pesquisa lança mão de uma revisão sistemática de literatura como procedimento metodológico, por se tratar de uma investigação qualitativa e de caráter exploratório-descritivo, conduzida indutivamente. O protocolo adotado para a presente revisão sistemática de literatura envolveu a uma exploração inicial, com o objetivo de observar os termos-chave que ensejam a recuperação de dados, a definição das palavras-chave ou termos de busca, bem como palavras e expressões exatas e aquelas truncadas, assim como uma leitura inspecional. Superadas essas fases, foi realizada uma rodada-teste para eventual realização de ajustes nos parâmetros de pesquisa, a fixação dos critérios de inclusão e exclusão, bem como a formação do corpus e coleta dos dados primários, dos estudos considerados relevantes. Por fim, foi realizada uma leitura significativa e análise de conteúdo, culminando com a organização, documentação e análise das evidências. O estudo se revelou de grande caráter contributivo para o campo, servindo de base para realização de outras pesquisas sobre o trabalho doméstico análogo à escravidão no Brasil, ao identificar e problematizar a partir da baixa produção científica sobre a temática os acenos e a ausência destes para uma dimensão política capaz de fomentar ações concretas e efetivas de erradicação.
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ELA É QUASE DA FAMÍLIA”: O MEIO AMBIENTE E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO DAS TRABALHADORAS DOMÉSTICAS EM RECIFE
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GISELE DE ARAÚJO COSTA
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CHORAM MARIAS E CLARICES NO SOLO DE PERNAMBUCO: A CORRELAÇÃO DAS CASAS-ABRIGO E A PREVENÇÃO AO FEMINICÍDIO
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Orientador : ANA MARIA DE BARROS
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA MARIA DE BARROS
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KALLINE FLÁVIA SILVA DE LIRA
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SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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Data: 30/08/2024
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A pesquisa teve por escopo analisar a correlação entre a existência das casas-abrigo
e a prevenção ao feminicídio no estado de Pernambuco. A questão que norteou a
pesquisa foi: Em qual medida o serviço público de acolhimento institucional de
Pernambuco é efetivo na prevenção ao feminicídio das mulheres em risco iminente
de morte? O objetivo geral foi analisar em qual medida, o Estado de Pernambuco, por
meio dos serviços públicos de acolhimento institucional, tem sido efetivo na garantia
da vida das mulheres em risco iminente de morte, impedindo que elas sofram
feminicídio. Os objetivos específicos foram: discutir, sob a perspectiva da teoria
feminista, como o enraizamento do patriarcado no Brasil e a transição das relações
na sociedade contemporânea influenciam a violência contra as mulheres; analisar
como o Estado responde ao impacto do feminicídio, por meio das casas-abrigo,
serviços integrantes da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as
Mulheres, abordando o feminicídio como fato social inserido na construção dessa
violência; analisar a efetividade do serviço de proteção à mulher casas-abrigo na
prevenção do feminicídio em Pernambuco, por intermédio do confronto dos dados
coletados nos Anuários da Secretaria da Mulher de Pernambuco. Para desenvolver a
discussão proposta partimos do levantamento das contribuições culturais e científicas
de referenciais teóricos da teoria feminista e do pensamento social brasileiro, como
Sylvia Walby (1990), Carole Pateman (1993), Heleieth Saffioti (2004), Diana Russell
(2006), Silvia Federici (2017), Rita Segato (2018) e Marcela Lagarde (2024). A
metodologia aplicada à pesquisa foi qualitativa com aporte em Minayo (1999). Foi
realizada uma ampla revisão bibliográfica sobre o tema, complementada pela
pesquisa documental e levantamento dos dados consolidados por Pernambuco. A
construção da coleta e análise dos dados foram realizadas à luz da análise de
conteúdo referenciada por Bardin (2004), em conjunto com o modelo analítico de
efetividade trazido por Figueiredo & Figueiredo (1986) que investiga o
sucesso/fracasso do Estado a partir da correlação entre uma realidade social e uma
população em particular. Os resultados desta dissertação nos permitem afirmar que a
criação de rede de abrigamento foi uma proposta que impactou faticamente a vida das
mulheres, todavia não ao ponto de ser classificada como efetiva na prevenção aos
feminicídios, alcançando, portanto, o parâmetro de fracasso.
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A pesquisa tem por escopo analisar a correlação entre a existência das casas-abrigo no Estado de Pernambuco e a prevenção ao feminicídio. A questão que norteará a pesquisa é: em qual medida, o Estado de Pernambuco, por meio dos serviços públicos de acolhimento institucional, é efetivo na garantia da vida das mulheres em risco de morte iminente, impedindo que elas sofram feminicídio? O objetivo geral é analisar em qual medida, o Estado de Pernambuco, por meio dos serviços públicos de acolhimento institucional, tem sido efetivo na garantia da vida das mulheres em risco iminente de morte, impedindo que elas sofram feminicídio. Os objetivos Específicos são: discutir, sob a perspectiva da teoria feminista, como o enraizamento do patriarcado no Brasil e a transição das relações sociais entre as esferas pública e privada influenciam na violência contra as mulheres, abordando o feminicídio como fato social inserido na construção dessa violência; analisar; analisar como o Estado responde ao impacto do feminicídio, por meio das casas-abrigo integrante da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres; analisar, através das categorias “Mulheres abrigadas”, “Mulheres não abrigadas” “Mulheres vítimas de feminicídios” e “Mulheres reincidentes”, a efetividade/inefetividade do serviço de proteção à mulher casa-abrigo na prevenção do feminicídio em Pernambuco. Para desenvolver a discussão proposta trabalharemos com o referencial teórico da teoria feminista de Heleieth Saffioti (1987 e 2004), Carole Pateman (1993), Joan Scott (1995), Sylvia Walby (1990) e Heidi Hartmann (1981). A metodologia aplicada à pesquisa será qualitativa com aporte em Mynaio (1999). Será realizada ampla revisão bibliográfica sobre o tema, complementada pela pesquisa documental e levantamento dos dados estatísticos consolidados pelo governo do Estado de PE. A construção da coleta e análise dos dados serão realizadas à luz da análise de conteúdo, tendo como referência o pensamento de Bardin (2004). Não é possível trazer resultados a priori, o mergulho no campo de pesquisa nos permitirá compreender se as políticas públicas de abrigamento têm contribuído para proteger mulheres em Pernambuco do risco iminente de morte.
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MOACIR NUNES DA SILVA NETO
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ALTERIDADE E NEGRITUDE: Arquétipos de um Inimigo em Potencial
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Orientador : MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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MEMBROS DA BANCA :
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JUNOT CORNELIO MATOS
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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SANDRO COZZA SAYAO
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Data: 30/08/2024
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Apresentedissertaçãocompreende a lógica racista como ponto principal nas representações sociais do quem vem a ser o inimigo na atuação policial. Em seu escopo, reafirma-seaqui a ideia de que o agir policial deve ser orientado por preceitos fundamentaisrelacionadosàsgrandesprerrogativasdosDireitosHumanosecomoessessãoindispensáveis ]paraumaatuaçãodasforçaspoliciaisalinhadasàsalvaguardaavida,aorespeitopeloOutro,àjustiçaeàética. Nesse sentido, o objetivo geralfoiinvestigar como a lógica racista reverbera no agir policial. Para chegarmos a uma resposta, perseguimos como objetivos específicos: explicar como os conceitos de alteridade, negritude e arquétipo se relacionam e se articulam com o racismo; analisar a construção do negro como inimigo potencial na atuação policial e, por fim, propor uma formação policial para uma atuação antirracista. Através de uma abordagem interdisciplinar, a pesquisa analisa discursos, práticas e representações sociais que moldam a atuação policial, identificando os mecanismos que levam à discriminação racial e à violência contra a população negra. Além disso, destaca-se o papel da mídia e da cultura popular na perpetuação de estereótipos negativos, alimentando o medo e a desconfiança em relação à população negra. O conceito de necropolítica é explorado para demonstrar como o Estado exerce controle sobre a vida e a morte, perpetuando a violência contra a população negra. Como conclusão, a pesquisa propõe a desconstrução dos arquétipos racistas na atuação policial, a formação policial antirracista baseada na alteridade e a desmilitarização das polícias como caminhos para a superação do racismo institucional e da vinculação, por vezes quase que automática, da figura de suspeito ou inimigo ser encarnada numa pessoa negra.
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Este trabalho propõe analisar os processos que implicam no estabelecimento do jovem negro como inimigo, na formação e cultura policiais, a partir do estudo da obra de Emmanuel Levinas, Frantz Fanon e Michel Foucault. Para isso, pretende-se compreender a geração e verticalização das relações de poder constituintes da atuação das polícias, baseadas na coerção e no punitivismo, a partir da apreciação da obra de Foucault; estudar as relações com o outro a partir de Levinas, absorvendo a alteridade como requisito e meio transformador; compreender como o negro é enxergado e julgado através do olhar, instintiva e rapidamente, antes de qualquer racionalização, a partir do estabelecimento de diálogos entre Levinas e Fanon; e finalmente, partindo da compreensão adquirida, buscar a interiorização da ética da alteridade o aprimoramento do agir policial, com o repúdio ao estabelecimento do inimigo a partir do atual recorte étnico e socioeconômico utilizado, buscando a excelência da atuação das polícias sob a ótica da segurança cidadã. Será realizada uma pesquisa de caráter bibliográfico, abrangendo a literatura já relacionada, além das demais obras que forem indicadas no decorrer do programa. Os resultados parciais apontam que a violência policial no Brasil é uma prática sistemática que se configura como um mecanismo de controle social, onde a população negra é desproporcionalmente afetada. Isso se deve a um histórico de racismo estrutural presente na sociedade brasileira que se manifesta na atuação das forças de segurança pública. Por outro lado, o reconhecimento da alteridade e a promoção dos direitos humanos passam pela implementação de políticas públicas que fomentem a diversidade cultural e a igualdade de oportunidades. Conclui-se, parcialmente, ressaltando a redução das desigualdades sociais sem atacar a diversidade, buscando uma sociedade de plurais e com oportunidades iguais para todos. A promoção dos direitos humanos para a população negra requer o reconhecimento da sua humanidade não inferiorizada e o estabelecimento de relações circulares e honestas entre as pessoas. A reconciliação é vista como uma demanda a ser alcançada para a construção de uma sociedade mais justa e plural. Espera-se assim contribuir, produzindo conhecimento útil à pacificação e coesão sociais.
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RIKARTIANY CARDOSO TELES
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DIREITOS HUMANOS E DIREITO À CIDADE: UMA ANÁLISE SOBRE AS VIOLAÇÕES DE DIREITOS NO CASO DA
MINERADORA BRASKEM S\A EM MACEIÓ-AL
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Orientador : ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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GUSTAVO SERAFIAN SCHEFFER MACHADO
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JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
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Data: 05/09/2024
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A presente pesquisa tem por intuito analisar as violações de direitos humanos contra os afetados pela mineração de Sal-gema em Maceió, Alagoas, a exemplo do direito à cidade e o direito à moradia digna, provenientes do desastre mineral. Diversas áreas que compreendem atualmente cinco bairros da capital, encontram-se em um processo de migração forçada e constante vigilância, em decorrência do perigo de desabamento e subsidências no solo, são milhares de lares, negócios e ruas interditadas pela Defesa Civil, por conta desse contexto de terror. De um Estado pouco conhecido devido à extração mineral, Alagoas se destaca nacionalmente com um dos maiores conflitos gerados a partir dessa atividade econômica, em solo urbano, na atualidade. Ancorado em base conceitual sobre direitos humanos, conflitos ambientais e direito à cidade, inicialmente, é um resgaste sociohistórico da mineração no mundo, bem como suas consequências socioambientais; em seguida é resgatada a história da extração de Sal-gema em Maceió-AL, localizando-a na dinâmica conflituosa em curso; em conseguinte o direito à cidade e a relação com os direitos humanos é detalhada, sendo central na análise do desastre aqui estudada; em seguida as violações de direitos humanos a partir das afetações às vítimas são detalhadas; por fim, serão confrontados os objetivos iniciais da pesquisa com os resultados encontrados, com o fito de refletir criticamente sobre o desastre socioambiental e o modelo extrativo mineral posto. A abordagem metodológica é de cunho qualitativo e quantitativo.
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A presente pesquisa tem por intuito analisar as violações de direitos humanos contra os afetados pela mineração de Sal-gema em Maceió, Alagoas, a exemplo do direito à cidade e o direito à moradia digna, provenientes do desastre mineral. Diversas áreas que compreendem atualmente cinco bairros da capital, encontram-se em um processo de migração forçada e constante vigilância, em decorrência do perigo de desabamento e subsidências no solo, são milhares de lares, negócios e ruas interditadas pela Defesa Civil, por conta desse contexto de terror. De um Estado pouco conhecido devido à extração mineral, Alagoas se destaca nacionalmente com um dos maiores conflitos gerados a partir dessa atividade econômica, em solo urbano, na atualidade. Ancorado em base conceitual sobre direitos humanos, conflitos ambientais e direito à cidade, inicialmente, será traçado um resgaste sociohistórico da mineração no mundo, bem como suas consequências socioambientais; em seguida será abordado o direito à cidade , sendo central na análise do desastre aqui estudado; em conseguinte será resgatado a história da extração de Sal-gema em Maceió-AL, localizando-a na dinâmica conflituosa em curso; por fim, serão confrontados os objetivos iniciais da pesquisa com os resultados encontrados, com o fito de refletir criticamente sobre o desastre socioambiental e o modelo extrativo mineral posto. A abordagem metodológica é de cunho qualitativo e quantitativo.
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ERICA OLIVEIRA CAVALCANTI SCHUMACHER
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DIREITOS HUMANOS E FORMAÇÃO DE AGENDA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS: O caso dos Centros Comunitários da Paz (COMPAZ) no Recife/PE
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Orientador : ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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ANA MARIA DE BARROS
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ANA MARIA TAVARES DUARTE
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Data: 17/09/2024
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A formação da agenda política de um gestor precisa estar em sincronia com os ideais normativos insculpidos nos textos positivados, donde se destaca a atenção aos direitos humanos e à tentativa de reduzir a exposição de certos agrupamentos sociais. De acordo com John Kingdon, no ciclo da política pública, a formação da agenda perpassa por 3 condicionantes: fluxo de problemas, fluxo de soluções e fluxo político. Quando um empreendedor reúne os fatores, cria-se a janela de oportunidade. No caso dos Centros Comunitários da Paz, tem-se uma política pública intentada pela Prefeitura do Recife com o intuito de reforçar os elos de cidadania, pertencimento e vivência de direitos em comunidades especialmente atingidas por índices elevados de criminalidade, violência e pobreza, com o fito de efetivar os anseios dos direitos humanos para populações vulneráveis socioeconomicamente. O objetivo geral da presente dissertação consiste em compreender a aplicação do modelo de fluxos múltiplos de John Kingdon na formação da agenda nas políticas públicas dos Compaz, na cidade do Recife/PE. A pesquisa perpassa por uma revisão de literatura que deslinda a maneira como as políticas públicas podem e devem efetivar os direitos humanos dos quais a legislação brasileira é signatária; na sequência aborda o ciclo da política. Ao apresentar a política do Compaz, a pesquisa apresenta o funcionamento das unidades e na sequência promove a interseção dos fluxos múltiplos de John Kingdon aos indicadores políticos, sociais e econômicos responsáveis pela criação dos Centros Comunitários. A abordagem adotada nesta pesquisa é de cunho qualitativo.
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Já nos anos de 1930, Laswell (1936) introduziu a expressão policyanalysis (análise de política pública), como forma de conciliar conhecimento científico/acadêmico com a produção empírica dos governos e também como forma de estabelecer o diálogo entre cientistas sociais, grupos de interesse e governo (SOUZA, 2006). No final do século XX, com o aprofundamento da crise do welfarestate, com as convulsões econômicas, sociais e políticas enfrentadas, principalmente a partir do final da década de 1970, junto com o movimento da nova administração pública, o Estado passa a ser fortemente questionado tanto em suas funções quanto na real eficácia de suas ações interventoras na realidade social (TREVISAN e VAN BELLEN, 2008). Assim, a compreensão do sucesso e do fracasso das políticas públicas é fundamental para o melhor desempenho da administração pública. As últimas décadas do século XX registraram o ressurgimento da importância do campo de conhecimento denominado políticas públicas, assim como das instituições, regras e modelos que regem sua decisão, elaboração, implementação e avaliação (SOUZA, 2006).
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VINICIUS LUCENA DE OLIVEIRA
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O “Outro” racializado no futebol: estereotipagem, alteridade e regimes de representação nas transmissões esportivas
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Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA MARIA DA CONCEICAO VELOSO
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ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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NATHAN PEREIRA BARBOSA
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SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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Data: 18/09/2024
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O futebol, por ser uma das manifestações culturais mais populares no contexto brasileiro, é atravessado por diversas problemáticas que se fazem presentes no convívio social. O racismo, que se manifesta de forma recorrente no universo futebolístico, é uma dessas problemáticas. Nesta pesquisa, propõe-se uma investigação sobre uma forma específica pelas quais as disparidades no âmbito das relações étnico-raciais se manifestam no futebol: a estereotipagem. Tal mecanismo, por sua vez, influencia na construção dos regimes racializados de representação e em um processo de produção de sentidos que reforça determinadas relações de poder e hierarquizações baseadas na diferenciação, na consolidação da imagem do “Outro”. Aqui, pretende-se identificar como estereótipos raciais são acionados no contexto das transmissões esportivas, mais especificamente no âmbito do futebol, avaliando os possíveis impactos causados por essa prática que se manifesta quase silenciosamente, muitas vezes de forma inconsciente, nos produtos culturais. Recorremos às bases teórico-metodológicas da Estudos Críticos do Discurso (ECD) e dos estudos das Interseccionalidades a fim de realizar uma análise discursiva das transmissões de duas partidas da seleção brasileira de futebol mascullino; dois jogos amistosos disputados em junho de 2023 que são carregados de um caráter simbólico distinto, já que foram partidas organizadas como manifestações antirracistas, em oposição aos ataques sofridos pelo atleta Vinícius Júnior no futebol espanhol ao longo do mesmo ano e foram disputadas contra duas seleções africanas, Guiné e Senegal. Ainda, analisamos, como determinados termos ou expressões resgatam uma ideia de hierarquia baseada em preceitos biologizantes. Para tal, retomamos conceitos fundamentais para a compreensão das relações étnico-raciais na contemporaneidade e na sociedade brasileira, como noções de raça, alteridade, racismo, mestiçagem e branquitude.
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O futebol, por ser uma das manifestações culturais mais populares no contexto brasileiro, é atravessado por diversas problemáticas que se fazem presentes no convívio social. O racismo, que se manifesta de forma recorrente no universo futebolístico, é uma dessas problemáticas. Nesta pesquisa, propõe-se uma investigação sobre uma forma específica pelas quais as disparidades no âmbito das relações étnico-raciais se manifestam no futebol: a estereotipagem. Tal mecanismo, por sua vez, influencia na construção dos regimes racializados de representação e em um processo de produção de sentidos que reforça determinadas relações de poder e hierarquizações baseadas na diferenciação, na consolidação da imagem do “Outro”. Aqui, pretende-se identificar como estereótipos raciais são acionados no contexto das transmissões esportivas, mais especificamente no âmbito do futebol, avaliando os possíveis impactos causados por essa prática que se manifesta quase silenciosamente, muitas vezes de forma inconsciente, nos produtos culturais. Para tal, executaremos uma análise conteudística, amparada por uma articulação entre as definições de estereótipo, diferença e representação pensadores dos Estudos Críticos do Discurso e dos Estudos Culturais, das transmissões de duas partidas da seleção brasileira de futebol mascullino; dois jogos amistosos disputados em junho de 2023 que são carregados de um caráter simbólico distinto, já que foram partidas organizadas como manifestações antirracistas, em oposição aos ataques sofridos pelo atleta Vinícius Júnior no futebol espanhol ao longo do mesmo ano e foram disputadas contra duas seleções africanas, Guiné e Senegal. Ainda, analisaremos, como determinados termos ou expressões resgatam uma ideia de hierarquia baseada em preceitos biologizantes e, em alguns casos, desumanizadores. Para tal, retomaremos conceitos fundamentais para a compreensão das relações étnico-raciais na contemporaneidade e na sociedade brasileira, como noções de raça, alteridade, racismo, mestiçagem e branquitude.
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LUCAS PAES DO AMARAL
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INFÂNCIAS INVISÍVEIS NA CIDADE: TRAJETÓRIAS DE LUTA PELO DIREITO À MORADIA EM JABOATÃO DOS
GUARARAPES–PE
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Orientador : ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA CLAUDIA ROCHA CAVALCANTI
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ANA MARIA DE BARROS
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DELMA JOSEFA DA SILVA
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Data: 01/10/2024
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A dissertação de mestrado explora as interseções entre as histórias singulares das infâncias que habitam as cidades, com foco na realidade específica de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. O objetivo central é problematizar a relação entre a cidade e as experiências de crianças e adolescentes que viveram nas ruas, buscando compreender os significados socioculturais do espaço urbano presentes em suas trajetórias de vida e lutas pelo direito à moradia. Utilizando a metodologia de História de Vida, a pesquisa se baseia em narrativas orais para explorar as experiências humanas e culturais que moldam a identidade dos participantes. Localmente, indivíduos que viveram ou vivem nas ocupações de Jaboatão dos Guararapes têm aprendido a compreender novas perspectivas comunitárias, destacando a importância de compreender o contexto em que estão inseridos. Diante disso, o estudo realizou a coleta de memórias individuais e coletivas, particularmente das pessoas que viveram nas ruas da cidade durante a infância e/ou adolescência, visando entender sua relação com o direito à moradia e a construção da identidade histórico-cultural da região. Os objetivos específicos incluem caracterizar a cidade como um direito social, identificar os sentimentos de pertencimento à cidade como patrimônio coletivo e analisar a percepção dos sujeitos protagonistas durante sua infância e/ou adolescência. O método adotado é a História de Vida, utilizando entrevistas semiestruturadas com três participantes selecionados com base em sua vivência em acampamentos pelo direito à moradia em Jaboatão dos Guararapes. As entrevistas foram gravadas e transcritas, sendo conduzidas com sensibilidade para permitir uma compreensão profunda das experiências dos entrevistados. A análise dos dados revela a importância do direito à moradia, destacando a negligência das políticas habitacionais na cidade e apontando para a necessidade de mudanças substanciais. O estudo contribui para uma compreensão mais ampla da realidade local e destaca áreas críticas que requerem atenção e engajamento em políticas públicas futuras. Em última análise, o trabalho convida à reflexão contínua sobre as complexidades da vida urbana e a busca por soluções para garantir uma existência digna para todos os habitantes de Jaboatão dos Guararapes.
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Os registros historiográficos demonstram que os primeiros povoados foram formados por aldeias isoladas ao longo das margens da planície aluvial dos rios Tigres e Eufrates por volta de 3500 a.C. As aldeias foram evoluindo a partir do desenvolvimento da agricultura (ABIKO et al, 1995). Nestas primeiras aldeias, a formação humana foi sendo configurada por diversos fatores. Construídas às margens dos rios, cujas águas ajudava a saciar a sede e eram utilizadas para os afazeres domésticos, serviram para moldar as relações políticas e construírem certas características de cidadania. Isto é, a convivência de pessoas não vinculadas ao pequeno clã foi moldando as vivências de diferentes sujeitos e culturas num ambiente coletivo, criando, assim, ideais políticas e códigos de relacionamentos (ABIKO et al, 1995). De tal modo, surgiram as primeiras concepções de direitos e amadurecendo conhecimentos sobre a moradia como algo necessário para a proteção e descanso dos seres humanos.
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IZABEL CRISTINA DA SILVA
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POLÍTICA DE CONTROLE DO TABAGISMO, AUTONOMIA DO SUJEITO E PRÁTICAS DE CUIDADO: a perspectiva dos usuários da Cidade de Recife.
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Orientador : BERNADETE PEREZ COELHO
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MEMBROS DA BANCA :
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BERNADETE PEREZ COELHO
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JOSE MARCOS DA SILVA
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MARCUS TULIO CALDAS
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Data: 22/10/2024
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Este estudo analisa o Programa de Controle do Tabagismo na Cidade de Recife e as perspectivas dos usuários com referência à prática do cuidado no tratamento do tabagismo. Ressalta-se que o uso do fumo é um grave problema de saúde pública no mundo e o Brasil tem sido um líder global na adoção de políticas para seu controle. Desse modo, se destaca a Política Nacional de Promoção da Saúde, interligada na prevenção e controle do tabagismo, buscando melhorar a qualidade de vida da população. O objetivo geral dessa pesquisa é analisar o Programa de Controle do Tabagismo da Cidade do Recife e sua efetividade à luz da perspectiva da autonomia do sujeito no período de 2021 a 2023. Como objetivos específicos propusemos: descrever a rede de atenção à saúde proposta pelo Programa de Controle do Tabagismo da Cidade do Recife no período de junho de 2021 a dezembro de 2023; analisar a percepção e autonomia dos usuários em relação às etapas do tratamento realizado pelo Programa de Controle do Tabagismo da Cidade do Recife; apresentar as condições do Programa de Controle do Tabagismo na Cidade do Recife, a partir de 2019; caracterizar a dinâmica da relação terapêutica entre a equipe profissional e os usuários do serviço. A pesquisa propõe uma abordagem qualitativa, exploratória, analítica, utilizando a metodologia da pesquisa-ação e as técnicas para coleta de dados como diário de bordo e entrevistas semiestruturadas. A partir desse conjunto de dados, surgiram respostas para a proposição de estratégias de ação frente às unidades de saúde que atendem aos usuários tabagistas. Como resultado dessa investigação, conseguimos mapear as dificuldades no acesso à informação sobre o Programa e o atendimento aos usuários fumantes e percebemos ainda que a estrutura dos locais de atendimento não foi pensada de acordo com as demandas específicas e necessárias ao tratamento. Apesar disso, os usuários atendidos pelo Programa demonstraram ter estabelecido uma relação saudável com os profissionais da rede de atendimento municipal. Os processos de análise desenvolvidos pela pesquisa resultaram na percepção de que é possível a elaboração de estratégias para atendimento aos usuários em que a autonomia do sujeito se desenvolva, a partir das suas múltiplas realidades. As intervenções propostas neste trabalho foram estruturadas a partir de um conjunto de argumentos e ferramentas analíticas obtidas durante a pesquisa e que está presente em toda a narrativa da dissertação, a fim de compreender esse processo de formação da autonomia do sujeito dentro do Programa de Controle do Tabagismo na Cidade do Recife.
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O presente estudo analisará a Política de Controle do Tabagismo na Cidade de Recife, destacando a autonomia do sujeito e suas perspectivas com referência a prática do cuidado no tratamento do tabagismo. Ressalta-se que o uso do fumo é um grave problema de saúde pública em todo o mundo, e que o Brasil tem sido um líder global na adoção de políticas para seu controle. A Política de Promoção da Saúde no Brasil também mantém estratégias para enfrentamento do tabagismo que incluem campanhas de conscientização pública, programas de educação em saúde nas escolas, locais de trabalho e comunidades, bem como programas de incentivo para mudanças de comportamento, abordando vários aspectos da vida, incluindo a alimentação saudável e atividade física regular. O Recife iniciou as ações de enfrentamento ao tabagismo em 2005, a partir da campanha Recife Livre de Fumo com o objetivo de proteger a saúde dos trabalhadores, devido ao uso do tabaco de forma passiva pelo Decreto Municipal no 22.000/06 Busca-se responder a seguinte questão: O programa de controle do tabagismo tem sido aplicado com efetividade na abordagem e no tratamento ao tabagista à luz da autonomia do sujeito? Para tanto, buscar-se-á como objetivo principal analisar a Política Municipal de Controle do Tabagismo, a autonomia do sujeito e as práticas de cuidado na perspectiva dos usuários da Cidade de Recife com base na Política de Promoção da Saúde. A pesquisa propõe uma abordagem qualitativa, exploratória, analítica utilizando a metodologia da pesquisa-ação, e a utilização de técnicas para coleta de dados como análise documental, observação participante e entrevistas semiestruturadas, espera-se mediante uma intervenção resolver um problema social identificado no processo de investigação, visando beneficiar os usuários tabagistas com a efetividade da Política Municipal de Controle do Tabagismo.
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CAMILA DE MENDONÇA RIBEIRO SILVA
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NAS (ENTRE)LINHAS: EFEITOS DE SENTIDOS PARA A DEMOCRACIA NOS DISCURSOS SOBRE O ENSINO SUPERIOR
BRASILEIRO (2019 – 2022)
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Orientador : BERNADETE PEREZ COELHO
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MEMBROS DA BANCA :
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BERNADETE PEREZ COELHO
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LUCIANA NOGUEIRA
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MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
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Data: 30/10/2024
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A subversão mais eficaz sobre o sentido de algo é aquela que acontece sob o pretexto de sua própria proteção. No Brasil dos últimos anos muito se tem ouvido falar em nome da defesa de uma democracia, mas pouco sobre os modos de dizê-la. A presente pesquisa se propõe a investigar os efeitos de sentido para a democracia nos dizeres, ações e não ações voltadas ao Ensino Superior no governo Bolsonaro (2019 – 2022), conforme os fundamentos teóricos políticos sobre democracia, as memórias
sobre a educação brasileira e o corpus de análise (medidas legais, discursos de ex- ministros da educação e PL no 3.076/2020 - Future-se) selecionados para esse
estudo. Neste sentido, procuramos nos apoiar em pressupostos teóricos e metodológicos da Análise do Discurso (AD) materialista, no conceito de Democracia Social Real, na Teoria do Estado Democrático de Direito, em fontes bibliográficas, legislativas, documentais e jornalísticas, e em técnicas de cunho histórico e dedutivo. Com esse aparato, os efeitos de sentido para a democracia se revelaram na oposição à pluralidade de vozes dissidentes, no plano político de governo que previu a elitização do ensino, a mercantilização da educação e a perspectiva reducionista da função universitária e nos modos de dizer democracia que aparentavam ser democráticos, mas carregam uma violência discursiva que reproduz o velho em detrimento do novo. Contudo, não há dominação sem resistência. Mesmo a ideologia do ódio deixa espaços para ruptura e deslocamento. Assim, é no espiral de vazios deixados pelos processos de significação que se abre a oportunidade para confrontar.
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O estudo pretende investigar os efeitos de sentido em torno da noção de democracia nas políticas de Ensino Superior durante o governo Bolsonaro (2019-2022), utilizando-se dasdisposições legais do Future-se (PL nº 3.076/2020) na tentativa de se observar as trajetórias dos sentidos de democracia que se constroem (ou não) no bojo dessa política de governo. A referida pesquisa apoia-se na Teoria do Estado Democrático de Direito, em pressupostos teóricos e metodológicos da Análise de Discurso (AD), valendo-se de fontes bibliográficas, legislativas, documentais e midiáticas, bem como de técnicas de cunho histórico e dedutivo. As leituras iniciais demonstram que os discursos, interpelados ideologicamente, carregam simbolismos que favorecem a constituição de novas (ou antigas) formas de controle sobre o povo, de tal modo que nos faz questionar sobre que tipo de democracia estávamos lidando. Assim, têm-se na consciência crítica, mediante atividades desenvolvidas em espaços democráticos, a possível ferramenta de combate ao cerceamento de nossas liberdades, principalmente, no que diz respeito à democratização do acesso à Educação.
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FREDERICO BRUNO CAVALCANTI DE SIQUEIRA
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O PAPEL DAS OUVIDORIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO NO FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA E DOS DIREITOS HUMANOS
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Orientador : ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
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MEMBROS DA BANCA :
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ALINE DAIANE NUNES MASCARENHAS
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ANGELA MARIA MONTEIRO DA MOTTA PIRES
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TALAMIRA TAITA RODRIGUES BRITO
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Data: 01/11/2024
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Este trabalho teve como objetivo compreender como as práticas articulatórias da sociedade, da universidade e dos(as) ouvidores(as) formam o discurso hegemônico do conjunto de ouvidorias da Universidade Federal de Pernambuco. Utilizando-se da Teoria do Discurso, do modelo de democracia agonística (Moffe, 2005) e num olhar crítico dos direitos humanos, buscou-se entender como cada um desses agentes confunde suas práticas pessoais e profissionais nas suas atuações das respectivas unidades e como cada uma dessas práticas transforma as ouvidorias. Para tanto, teoricamente, utilizamos a Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe (2015) como método, a avaliação dos direitos humanos na perspectiva crítica de Herreras Flores e a democracia nos termos da Teoria Agonística de Chantal Mouffe (2005). Já metodologicamente, utilizamos uma abordagem colaborativa e valendo-se, da análise de conteúdo, fizemos entrevistas semiestruturadas com 10 ouvidores(as) da UFPE em seus diversos Centros Acadêmicos. Utilizaram-se as seguintes categorias: controle e participação social, empoderamento, legitimidade, cidadania, democracia e direitos humanos, buscando compreender como os diversos atores disputam a arena política da ouvidoria. Em seu objetivo geral, a pesquisa buscou compreender como os discursos da sociedade, da Universidade Federal de Pernambuco e dos(as) ouvidores(as) sobre as ouvidorias dessa instituição determinam a articulação discursiva dessas ouvidorias na defesa da democracia e dos direitos humanos nesse ambiente acadêmico, tendo como objetivos específicos: a) Refletir sobre as formas alternativas de democracia e dos direitos humanos; b) Investigar a relação da Universidade Federal de Pernambuco com a democracia e os direitos humanos; c) Analisar o papel das ouvidorias da Universidade Federal de Pernambuco na defesa da democracia e dos direitos humanos na instituição. Sobre o empoderamento, os ouvidores e ouvidoras compreenderam que a sociedade está nesse processo, apesar de ainda ter uma perspectiva individualista na abertura de demandas. Outrossim, a legitimidade, ponto nodal hegemonizado pelos(as) ouvidores(as) repousa nos(as) profissionais que historicamente são indivíduos prestigiados e respeitados na sociedade. Ficou demonstrado que ouvidores articulados e prestigiados tiveram mais sucessos em suas gestões. O controle social, hegemonizado pela UFPE, se mostrou muito aquém do necessário para uma manutenção de uma ouvidoria adequada e isto também tem a ver com o desconhecimento. A participação social, por outro lado, se mostrou adequada, considerando os diversos mecanismos de participação de outros agentes na construção da Universidade. A cidadania, a democracia e os direitos humanos foram compreendidos nos termos liberais de concepção e teoricamente não houve menções a questões envolvendo dignidade e justiça social, pois, na prática, era o desejo deles a aplicação dessas categorias nesses termos. Entretanto, considerando as retaliações às quais esses(as) profissionais foram submetidos, a falta de apoio e o desconhecimento da amplitude das capacidades da ouvidorias, aplicou-se a versão isenta desses mandamentos, o que parcialmente prejudicou os manifestantes na medida em que as desigualdades sociais foram mantidas. Assim, considerando todos esses fatores, o apanhado final dialogado foi que as ouvidorias ainda conseguem cumprir sua missão de defesa da democracia e dos direitos humanos, apesar do apagamento político cometido pela UFPE e das dificuldades de ordem material e política
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A universidade é uma instituição secular que ao longo das últimas décadas tem sido impactada por um discurso de deslegitimidade da ciência, sendo questionada constantemente em sua função social e atravessada por políticas neoliberais. É possível assistir a um movimento de sucateamento que é estrutural e político que se acentua diante dos regimes autoritários das últimas duas décadas o que reforçam a crise de Hegemonia, Legitimidade e Institucional que Boaventura de Souza Santos discorre. Diante do quadro, este trabalho busca compreender a relação histórica da universidade com valores democráticos, partindo da concepção de uma democracia universitária para analisar como a crise que enfrenta na modernidade é causada também pelo descompromisso dela com esse pacto. Nesse âmago, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar como a Ouvidoria-Geral da Universidade Federal de Pernambuco contribui no fortalecimento da democracia universitária e na garantia dos Direitos Humanos na percepção dos Ouvidores e dos Gestores dos Órgãos Institucionais de Defesa dos Direitos Humanos da UFPE. Discutindo a própria concepção de democracia universitária e fundamentados na teoria agonística da democracia, esta dissertação de natureza qualitativa utiliza-se como estudo de caso, a Universidade Federal de Pernambuco para através da compreensão Materialista Histórico-Dialético e de uma concepção construtivista da realidade como a Ouvidoria-Geral da Universidade Federal de Pernambuco contribui no fortalecimento da democracia universitária e na garantia dos Direitos Humanos da instituição. Para tanto, entende-se que para alcançar este objetivo foi necessário compreender o papel das Universidades no fortalecimento da Democracia no Brasil; compreender o papel da Universidade Federal de Pernambuco e de sua Ouvidoria-Geral na defesa da democracia e dos Direitos Humanos; analisar o papel dos órgãos de defesa dos Direitos Humanos da UFPE e sua relação na garantia dos Direitos Humanos e na participação social e compreender as percepções dos titulares dos órgãos institucionais internos de defesa dos Direitos Humanos da UFPE em relação à Ouvidoria e vice-versa. Desta maneira, utilizando-se de uma abordagem exploratória com coleta de dados através da análise documental e de entrevistas, buscou-se através da análise de conteúdo compreender a concepção de Ouvidores-Gerais e dos Gestores dos órgãos de defesa dos Direitos Humanos internos da Universidade Federal de Pernambuco em relação a perspectiva dos Direitos Humanos e no processo de fortalecimento da democracia. Desta maneira, pode-se indicar caminhos de como esta instituição pode resgatar esse compromisso com a democracia na defesa dos Direitos Humanos e de uma cidadania emancipatória.
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ANATILDES WANESSA DE LUCENA MELLO ROCHA
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PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES:
MEMÓRIA E VERDADE DAS MULHERES NA DITAURA MILITAR EM PERNAMBUCO
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Orientador : MARIA VIRGINIA LEAL
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA MARIA DE BARROS
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MARIA VIRGINIA LEAL
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MARILIA MONTENEGRO PESSOA DE MELLO
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Data: 16/12/2024
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Esta dissertação tem como objetivo compreender os aspectos de memória e verdade sob a perspectiva de gênero em Pernambuco, identificando as consequências da violência contra as mulheres e os reflexos que essas violações trazem hoje em dia no Estado. Fundamenta-se no perfil das mulheres militantes, que lutavam por um país democrático e livre do autoritarismo militar. Na Comissão Nacional da Verdade (CNV) e na Comissão Estadual da Verdade Dom Helder Câmara em Pernambuco (CEVDHC), importantes mecanismos no processo de redemocratização do Brasil, faz-se uma abordagem específica à tortura e ao assassinato de mulheres, que compunham um importante grupo de resistência. Nesses documentos, encontraremos as bases documentais na medida em que analisa todo o processo de mudança social e política da ditadura para a democracia, sob a ótica da mulher em Pernambuco, refletindo também sobre como a participação, a verdade e memória delas colaborou para o processo da anistia mais tarde. Sendo assim, metodologicamente, realizaremos uma pesquisa qualitativa e quantitativa com procedimentos bibliográficos, documentais, a fim de responder a seguinte pergunta: A falta de efetividade da memória e verdade contribuiu para a ausência de debate e de garantia de direitos as mulheres em Pernambuco?
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Este projeto tem como objetivo averiguar os aspectos de memória e verdade sob a perspectiva de gênero pós-colonial em Pernambuco, identificando as consequências da violência contra as mulheres e os reflexos que essas violações trazem hoje em dia no Estado. Fundamenta-se no perfil das mulheres militantes, que lutavam por um país democrático e livre do autoritarismo militar. Na Comissão Nacional da Verdade (CNV) e na Comissão Estadual da Verdade Dom Helder Câmara em Pernambuco (CEVDHC), importantes mecanismos no processo de redemocratização do Brasil, faz-se uma abordagem específica à tortura e ao assassinato de mulheres, que compunham um importante grupo de resistência. Nesses documentos, encontraremos as bases documentais na medida em que analisa todo o processo de mudança social e política da ditadura para a democracia, sob a ótica da mulher em Pernambuco, refletindo também sobre como a participação, a verdade e memória delas colaborou para o processo da anistia mais tarde. Sendo assim, metodologicamente, realizaremos uma pesquisa qualitativa e quantitativa com procedimentos bibliográficos, documentais, a fim de responder a seguinte pergunta: A falta de efetividade da memória e verdade contribuiu para a ausência de debate e de garantia de direitos as mulheres sob a perspectiva pós-colonial em Pernambuco?
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