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Dissertações |
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SUENNE SANTOS DE AGUIAR
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A CONSTRUÇÃO DISCURSIVA SOBRE JUVENTUDES NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DO RECIFE
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Orientador : MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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FERNANDA DA COSTA GUIMARAES CARVALHO
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
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Data: 11/01/2022
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Esta pesquisa analisou o discurso político sobre juventude no Plano Municipal de Juventude do Recife. Inicialmente foi realizado um levantamento do trajeto histórico construído sobre juventudes, em nível nacional, que permitiu importantes apreensões que deram respaldo à análise perseguida. A pesquisa teve como objetivos analisar de forma interpretativa o conteúdo político do discurso, a imagem dos jovens para quem se construiu o discurso, a verificação da aproximação ou do distanciamento do discurso em face ao referencial teórico, a apreensão do discurso em face à tríade educação, cultura e direitos humanos, e situar a juventude a que o discurso se direcionou. Os indicadores negativos da cidade, no que tange a violência, desigualdades e vulnerabilidades, expõem os jovens pobres recifenses ao cerceamento de direitos e possibilidades. Tal fator instigou a hipótese da pesquisa, que se constituiu na possibilidade de a imagem construída do jovem, no discurso, apresentar ainda uma visão correlacionada ao crime, aos estigmas e às políticas higienistas. O respaldo teórico foi concebido pela análise de discurso de orientação francesa e pelos autores que fundamentam questões como sociedade, formação identitária, educação, cultura, direitos humanos, políticas públicas e juventudes. Através da análise interpretativa do discurso político do plano e das categorias educação, cultura e direitos humanos, foi observado que apesar de o discurso apontar para uma visão propositiva dos jovens da cidade, que refuta a hipótese sustentada, o discurso analisado silencia demandas sociais inerentes e apensas às juventudes e não se mostrou capaz de reverter as condições limitantes, impossibilitantes e excludentes que atingem os jovens da cidade, tampouco as distribuições desiguais de poder que se mantêm socialmente.
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O trajeto percorrido para se alcançar a visibilização acerca de juventudes além da adolescência no Brasil, perpassa pelo caminho histórico da criança e do adolescente, desde que estes eram considerados “coisas” até serem considerados sujeitos de direitos. Apesar de a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1959, considerar a criança e o adolescente como sujeitos de direitos, e o Brasil ter ratificado este documento, o período sucessivo, do regime militar, obstacularizou a efetivação em plano nacional, do que por ora o país havia ratificado. Mas não obstacularizou os debates acerca da condição juvenil pela sociedade civil, que se intensificaram nos anos de 1980. Posteriormente, o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, cristalizou a concepção de que criança e adolescente como sujeitos de direito. Apesar dos inegáveis avanços normativos em face da categoria criança e adolescente, a inquietude em relação aos fatores de riscos e vulnerabilidades que acompanham o indivíduo mesmo após “concluída” a fase da adolescência, vêm numa crescente desde o final do século XX. Nesse contexto, o objetivo geral é compreender através da Análise de Discurso dos documentos as narrativas imbricadas nos documentos municipais que amparam a elaboração políticas públicas de juventudes, no geral, à juventude pobre e periférica. Os objetivos específicos são: analisar o discurso no Guia de Políticas Públicas para a Juventude do Recife; Identificar se as narrativas apontam para uma política com potencial de reversão da situação da violência na juventude ou se invisibilizam as culturas e as distribuições desiguais de poder; Identificar as políticas implementadas que estimulam o combate à violência na juventude; Mapear através do Censo 2010, do Atlas da Violência e do Atlas da Vulnerabilidade Social, indicadores sociais dos jovens recifenses no período de 2013 à 2020.
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WALLACE CHARLLES CAMPOS ALBUQUERQUE
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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHERES: Uma análise dos discursos reproduzidos em processos da Lei Maria da Penha
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Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDREA ALMEIDA CAMPOS
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MARIA VIRGINIA LEAL
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SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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Data: 23/02/2022
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A presente pesquisa tem o propósito de investigar como os discursos dos sujeitos encartados nos processos judiciais que versam sobre a Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) refletem as relações assimétricas de poder existentes entre homem e mulher e que denotam a prática do machismo no município de Limoeiro / PE. A pesquisa adotou uma metodologia de abordagem qualitativa atrelada a uma epistemologia pró-feminista baseada nos aportes teóricos de Connell (1990, 1995, 2003, 2013), Saffioti (1987, 2001, 2015), Lerner (2019), Lagarde (2005, 2012), Scott (1995), Mynaio (2003, 2005), Céli Regina Pinto (2010), entre outras e outros. Utilizou-se como método de pesquisa a Análise Crítica do Discurso, com base nos estudos de Norman Fairclough (2016), para averiguação discursiva dos depoimentos judiciais coletados por meio de pesquisa documental em dois autos de processos judiciais da Lei Maria da Penha. Os resultados do estudo apontam que os discursos contidos nos autos encontram-se permeados de práticas discriminatórias de gênero, refletindo as desigualdades nas relações de poder entre homem e mulher, nos quais também foram configurados vários tipos de violência a que a Lei Maria da Penha faz referência, sobretudo as de ordem física e psicológica. Não obstante o domínio do homem sobre a mulher restar evidenciado, os resultados também mostram um processo de empoderamento das mulheres ao romperem com o ciclo de violência doméstica e com as práticas de controle sobre si, pelo menos nos casos em que a vítima denuncia o agressor. Investimentos em políticas públicas nas áreas da educação em direitos humanos, das artes e da segurança pública são apontados como possíveis caminhos para ultrapassar os obstáculos encontrados com vistas a alcançar uma maior igualdade de gênero no âmbito doméstico e consequente mitigação do sistema patriarcal. Conclui-se que a cultura machista e sexista só será mitigada com grandes esforços do movimento das mulheres e da sociedade civil organizada que, por meio de práticas contra-hegemônicas, vão paulatinamente colaborando com o processo de equalização dos direitos entre os gêneros, bem como constituindo grupos de pressão perante as diversas instâncias de poder com o fim de promover a mudança social.
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A violência doméstica contra mulheres é uma temática relativamente recente nos estudos acadêmicos, tanto jurídicos quanto sociológicos. O motivo de haver alcançado maior relevo se deve ao fato, sobretudo, das conquistas e lutas dos movimentos feministas no Brasil que possibilitou o encorajamento das denúncias e um maior agenciamento em torno do tema, seja no âmbito social ou na mídia, bem como, da entrada em vigor da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) que, de maneira inédita no Brasil, passou a prevenir, combater e punir as condutas dos homens agressores.
Não obstante isso, a violência sofrida pelas mulheres é tão antiga quanto a própria história da civilização (BRASIL, 2018). Milênios a fio elas têm suportado todo tipo de subjugação e servido como moeda de troca em negócios variados, desde casamentos arranjados até a simples lascívia de homens inescrupulosos, pautada e legitimada por uma sociedade patriarcal e sexista. O debate em torno do processo de empoderamento das mulheres é, pelo contrário, muito recente, sendo fruto inegável do florescimento dos direitos humanos nos últimos trezentos anos e, como citado, do movimento feminista a partir de meados do século XX.
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LAURA TEREZA NOGUEIRA MARIANO
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A (RE) PRODUÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: FATORES QUE PERPETUAM HOMENS AGRESSORES.
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Orientador : MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
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MEMBROS DA BANCA :
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ELTON BRUNO SOARES DE SIQUEIRA
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FIDEL MAURICIO RAMÍREZ ARISTIZÁBAL
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MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
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Data: 24/02/2022
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Este trabalho buscou apreender os fatores que (re)produzem a agressividade física, moral e psíquica do homem contra a mulher, investigando como estes desencadeiam a (re)produção da violência de gênero por parte dos sujeitos agressores. Para isso, foram investigados os fatores históricos, sociais e culturais que permeiam esta temática, com o fito de compreender essa relação de dominação-exploração existente. Nessa perspectiva, apresentam-se sugestões e contribuições no sentido de atenuar os altos índices da violência de gênero, uma vez que, após quinze anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei no 11.340/2006), a realidade da violência contra a mulher, demonstrada através de dados estatísticos, ainda é assustadora. O trabalho se pauta em uma abordagem de pesquisa qualitativa e adota as autoras feministas Joan Scott e Heleieth Saffioti como principais marcos teóricos, além de outros(as) autores (as) que estudam masculinidades, como Connell, Kimmel e Miguel Vale de Almeida. Como instrumento de coleta de dados, optou-se pela entrevista semiestruturada com autores de violência doméstica e familiar atendidos na 1a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Recife-PE. Para auxiliar no tratamento e interpretação dos dados utilizou-se como ferramenta o software Iramuteq e, para a análise desses dados, a escolha foi pela análise de conteúdo, pautada, fundamentalmente, nas contribuições de Laurence Bardin. Quanto aos resultados alcançados e às contribuições esperadas desta pesquisa, buscou-se compreender quais são os sentidos que os homens atribuem à masculinidade, quais as relações que estes estabelecem na construção de sua identidade masculina e o fenômeno da violência doméstica, objetivando-se com isso compreender a dinâmica desse problema multifacetado que é a violência contra a mulher.
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Esta pesquisa tem por objetivo apreender os fatores que desencadeiam a agressividade física, moral e psíquica do homem contra a mulher, investigando como estes desencadeiam a (re) produção da violência de gênero por parte dos sujeitos agressores. Para isso, partir-se-á de uma análise de fatores históricos, sociais e culturais que permeiam esta temática, com o fito de compreender essa relação de dominação-exploração existente e apresentar sugestões e contribuições no sentido de atenuar os altos índices da violência de gênero, uma vez que após quatorze anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), a realidade da violência contra a mulher, demonstrada através dos dados estatísticos, ainda é assustadora. O trabalho se pauta em uma abordagem de pesquisa qualitativa e adota as autoras feministas Joan Scott e Heleieth Saffioti como principais marcos teóricos, além de outros autores que estudam masculinidades, como Miguel Vale de Almeida, Connell e Kimmel. Como instrumento de coleta de dados, optou-se pela entrevista semiestruturada com sujeitos agressores da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Recife-PE e, para a análise dos dados, a escolha foi pela análise de conteúdo, pautada, fundamentalmente, nas contribuições de Laurence Bardin
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TEÓFANES CARNAÚBA DOS SANTOS
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O PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE RETROCESSO SOCIAL COMO PRESSUPOSTO À CONCRETIZAÇÃO DE JUSTIÇA SOCIAL NO BRASIL
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Orientador : JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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ALESSANDRA MARCHIONI
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ARTUR STAMFORD DA SILVA
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JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
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Data: 24/02/2022
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Esta dissertação procura analisar o princípio da proibição de retrocesso social como um elemento essencial à consecução de Justiça Social no Brasil. Para tanto, opta-se pelo exame conceitual de Justiça Social sob o ponto de vista de Luis Fernando Barzotto, cuja matriz teórica perpassa a escola aristotélica-tomista. Parte-se da concepção de que o escopo de Justiça Social normatizado pela Constituição Federal guarda relação direta com a conformação do Estado como Democrático e Social, assim como com a estrutura dirigente e compromissória de seu texto, destacada nos fundamentos e objetivos constitucionais e que, para seja alcançada, mostra-se necessária a contenção de retrocessos de âmbito social, revelando-se aí a importância do princípio da proibição de retrocesso social como um pressuposto essencial à concretização de Justiça Social. O trabalho se desenvolveu através de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória, observando o método dedutivo, utilizando para tanto de revisão bibliográfica de obras elaboradas por filósofos e juristas brasileiros e portugueses.
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Esta dissertação procura analisar o princípio da proibição de retrocesso social como um elemento essencial à consecução de Justiça Social no Brasil. Para tanto, opta-se pelo exame conceitual de Justiça Social sob o ponto de vista de Luis Fernando Barzotto, cuja matriz teórica perpassa a escola aristotélica-tomista. Parte-se da concepção de que o escopo de Justiça Social normatizado pela Constituição Federal guarda relação direta com a conformação do Estado como Democrático e Social, assim como com a estrutura dirigente e compromissória de seu texto, destacada nos fundamentos e objetivos constitucionais e que, para seja alcançada, mostra-se necessária a contenção de retrocessos de âmbito social, revelando-se aí a importância do princípio da proibição de retrocesso social como um pressuposto essencial à concretização de Justiça Social. O trabalho se desenvolveu através de uma pesquisa qualitativa de natureza exploratória, observando o método dedutivo, utilizando para tanto de revisão bibliográfica de obras elaboradas por filósofos e juristas brasileiros e portugueses.
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MARCILIO DE OLIVEIRA SANTOS
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TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO: Uma análise de estudos sobre o fenômeno
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Orientador : ISABELE BANDEIRA DE MORAES D ANGELO
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MEMBROS DA BANCA :
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DENISE NACHTIGALL LUZ
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GIORGE ANDRE LANDO
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ISABELE BANDEIRA DE MORAES D ANGELO
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Data: 24/02/2022
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Diante da dinâmica de reestruturação produtiva universal, o capitalismo altera suas estratégias reproduzindo-as no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de intensificação da exploração do trabalhador, como novos padrões de gestão e organização do trabalho que configuram ferramentas de manutenção do poder para a manutenção ou o aumento dos lucros. Contudo, sua face mais perversa é o trabalho escravo contemporâneo. Assim, buscando identificar a contribuição científica quanto ao tema, estabeleceu-se a seguinte questão problematizadora: o que a produção científica revela acerca do fenômeno investigado, notadamente quanto aos seus elementos essenciais, características e ressonância social? Para obtenção da resposta, estabeleceram-se como objetivos específicos: mapear a relação entre a temática proposta e produções científicas selecionadas; verificar a relação entre aportes teóricos e estratégias presentes no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de exploração do trabalhador; categorizar os estudos empíricos primários investigados; além de organizar os estudos selecionados analisando possíveis contribuições e lacunas. Metodologicamente, a pesquisa se caracteriza como qualitativa, de caráter crítico- exploratório, utilizando-se do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL), por meio da análise de conteúdo. Não foi localizada RSL anterior com a mesma pertinência temática, após buscas nas bases de dados Scopus e Web of Science (WOS). Em continuidade, foram realizadas pesquisas nas plataformas utilizando-se critérios para busca e seleção de artigos primários, com acesso livre, escritos nos idiomas português, inglês, francês ou espanhol, nas áreas de ciências sociais, economia, multidisciplinares e decisões científicas, publicados no período de 2015 a 2019. Nesse levantamento, foram selecionados 20 estudos, sendo dez na base Scopus e os outros dez na base WOS. Em seguida, foi desenvolvida uma síntese dos estudos e posteriormente empreendeu-se uma análise crítica das categorias em comum. A análise identificou uma unanimidade de pesquisas qualitativas entre aquelas com método definido. Contudo, cerca de 30% carecem de maior rigor metodológico em virtude da ausência de sua especificação. Não foram identificados estudos com abordagem de novos setores de exploração. Apenas 10% dos artigos analisados esboçaram alguma análise do perfil dos trabalhadores vitimados, indicando um ponto desfavorável a análises mais aprofundadas. Os resultados indicam que as entidades não estatais são primordiais à efetiva solução do trabalho escravo e que as ações de repressão são insuficientes e não comungam paralelamente com ações de prevenção e repressão, quase inexistentes. Os estudos não identificaram
divergências entre o conceito nacional e o internacional do trabalho escravo e revelaram que a erradicação dessa problemática carece de coalisão global para tal enfrentamento, não só na criminalização como também na cooperação mútua para redução das desigualdades sociais e da miséria, expondo, assim, um processo de dominação e de coisificação do ser humano. Apesar dos dados gerados, o estudo demonstra uma carência de pesquisas contemplando o contexto do aliciamento. Dessa forma, sugere-se que pesquisas futuras complementares sejam realizadas, permitindo estabelecer comparativos que auxiliem no combate à escravidão moderna.
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Diante da dinâmica de reestruturação produtiva universal, o capitalismo altera suas estratégias reproduzindo-as no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de intensificação da exploração do trabalhador, como novos padrões de gestão e organização do trabalho que configuram ferramentas de manutenção do poder para a manutenção ou o aumento dos lucros. Contudo, sua face mais perversa é o trabalho escravo contemporâneo. Assim, buscando identificar a contribuição científica quanto ao tema, estabeleceu-se a seguinte questão problematizadora: o que a produção científica revela acerca do fenômeno investigado, notadamente quanto aos seus elementos essenciais, características e ressonância social? Para obtenção da resposta, estabeleceram-se como objetivos específicos: mapear a relação entre a temática proposta e produções científicas selecionadas; verificar a relação entre aportes teóricos e estratégias presentes no ambiente de trabalho, como estrutura de dominação e de exploração do trabalhador; categorizar os estudos empíricos primários investigados; além de organizar os estudos selecionados analisando possíveis contribuições e lacunas. Metodologicamente, a pesquisa se caracteriza como qualitativa, de caráter crítico- exploratório, utilizando-se do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL), por meio da análise de conteúdo. Não foi localizada RSL anterior com a mesma pertinência temática, após buscas nas bases de dados Scopus e Web of Science (WOS). Em continuidade, foram realizadas pesquisas nas plataformas utilizando-se critérios para busca e seleção de artigos primários, com acesso livre, escritos nos idiomas português, inglês, francês ou espanhol, nas áreas de ciências sociais, economia, multidisciplinares e decisões científicas, publicados no período de 2015 a 2019. Nesse levantamento, foram selecionados 20 estudos, sendo dez na base Scopus e os outros dez na base WOS. Em seguida, foi desenvolvida uma síntese dos estudos e posteriormente empreendeu-se uma análise crítica das categorias em comum. A análise identificou uma unanimidade de pesquisas qualitativas entre aquelas com método definido. Contudo, cerca de 30% carecem de maior rigor metodológico em virtude da ausência de sua especificação. Não foram identificados estudos com abordagem de novos setores de exploração. Apenas 10% dos artigos analisados esboçaram alguma análise do perfil dos trabalhadores vitimados, indicando um ponto desfavorável a análises mais aprofundadas. Os resultados indicam que as entidades não estatais são primordiais à efetiva solução do trabalho escravo e que as ações de repressão são insuficientes e não comungam paralelamente com ações de prevenção e repressão, quase inexistentes. Os estudos não identificaram
divergências entre o conceito nacional e o internacional do trabalho escravo e revelaram que a erradicação dessa problemática carece de coalisão global para tal enfrentamento, não só na criminalização como também na cooperação mútua para redução das desigualdades sociais e da miséria, expondo, assim, um processo de dominação e de coisificação do ser humano. Apesar dos dados gerados, o estudo demonstra uma carência de pesquisas contemplando o contexto do aliciamento. Dessa forma, sugere-se que pesquisas futuras complementares sejam realizadas, permitindo estabelecer comparativos que auxiliem no combate à escravidão moderna.
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ANTONIO CELESTINO DA SILVA NETO
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DUSSEL VAI À VALLADOLID: O OUTRO ENTRE A MODERNIDADE E OS DIREITOS HUMANOS
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Orientador : MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
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MEMBROS DA BANCA :
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ANDRE GUSTAVO FERREIRA DA SILVA
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JAYME BENVENUTO LIMA JUNIOR
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MARIA BETANIA DO NASCIMENTO SANTIAGO
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Data: 25/02/2022
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O pensamento de Enrique Dussel, enquanto categoria analítica central da pesquisa, alicerça o diálogo em face da Controvérsia de Valladolid (1552), bem como, de maneira especial, em face do pensamento de Bartolomé de Las Casas, sendo o método analético a lente fundamental na tecitura da presente investigação. A questão ético-filosófica levantada pela controvérsia acerca do direito de dominar e gerir outras culturas militarmente conquistadas aponta para o cerne da justiça da colonização enquanto processo e relação com o Outro exteriorizado. Para o ego cogito a escravização e violência do colonialismo se expressaria apenas como modelo de exploração econômica, mas para Valladolid eram uma questão fundamental. De um lado Juan Guinés de Sepúlveda, ancorado na teoria da servidão natural aristotélica, inaugurava o discurso de racialização dos corpos tendo por parâmetro a identidade europeia. De outro, Bartolomé de Las Casas refutando a violência civilizatória, defendia que a única relação legítima entre nativos e europeus era a do diálogo. Dussel faz de Valladolid o marcador político-filosófico do deslocamento histórico-geográfico que propõe ao ano de 1492, expressando a colonialidade como co-constitutiva da modernidade, suspende a perspectiva eurocêntrica desta, mas não sem apontar uma metáfora restitutiva do humano e dos direitos humanos que se tece através do analético desvelamento da colonialidade. Trata-se de reflexão do humano desde a premência da relação com o Outro, a partir da qual consideramos a proposta decolonial de um direitos humanos da libertação.
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O presente trabalho investiga a Controvérsia de Valladolid (1552) enquanto fenômeno particular de uma concepção do humano, confrontando, a partir categoria analética de Enrique Dussel e do deslocamento da Modernidade a que esta conduziu o autor, o discurso hegemônico dos direitos humanos com uma perspectiva crítico epistemológica alteral corolário do pensamento lascasiano de compreensão da diferença e de premência do diálogo na relação intercultural. Percebe-se em Valladolid o debate sobre a violência “civilizatória”, desenvolvimento e superioridade em face da diferença, é dizer, a marca do que hoje entendemos por modernidade e de que para além do norte é percebida como colonialidade e negação da diferença em benefício da reprodução do mesmo da totalidade nortista. Valladolid se expressa, assim, enquanto um fenômeno em que a práxis do domínio cívico-militar passa por seu primeiro processo de racionalização epistemológica e política. A relação entre os dois mundos é instrumentalizada e antecedida na prática pela constituição da identidade europeia. A ontologia é sobreposta a ética em escala mundial. Empreendida nesta investigação a metodologia dedutiva na construção de parâmetros teóricos de base, sendo indutiva a análise dos direitos humanos frente ao Fenômeno de Valladolid, reflete-se as possíveis consequências deste para uma epistemologia crítica dos direitos humanos, num movimento de negação da negação deste fenômeno que aparenta apresentar elementos dialéticos próprios da gênese da relação Modernidade/Colonialidade.
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NEVES MARIA DE SANTANA SILVA
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A INSTRUMENTALIDADE DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA EXECUÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA LIBERDADE ASSISTIDA: construir diálogos e garantir direitos
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Orientador : AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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AIDA MARIA MONTEIRO SILVA
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ANGELA MARIA MONTEIRO DA MOTTA PIRES
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RAQUEL DE ARAGAO UCHOA FERNANDES
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Data: 08/03/2022
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A presente pesquisa tem por objetivo investigar a integração entre o sistema educacional e o sistema socioeducativo do Recife, no processo de inclusão escolar, dos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa liberdade assistida em execução pelo Creas Recife, à luz da educação em direitos humanos. Importante considerar se as políticas sociais, partes integrantes do Sinase, se articulam através dos órgãos gestores na perspectiva de garantir o direito social do adolescente, em conflito com a lei, sob o manto da doutrina da proteção integral. A promulgação da Constituição Federal de 1988 e a sanção do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069/1990, são significantes marcos do período histórico de mobilização social da formulação de políticas públicas no cenário político do Brasil da luta pelo fortalecimento da democracia. A partir do avanço desse arcabouço jurídico foi possível a elaboração e publicação da Resolução nº 119/2006, CONANDA, para concretizar o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, Lei Federal nº 12.594/2012 com status de política públicaque destaca a prerrogativa da garantia dos direitos individuais e sociais de adolescentes em conflito com a lei. Nessa direção, o direito de ingresso e permanência à educação escolar é condição sine qua non para o êxito dos fins pedagógicos do cumprimento da medida socioeducativa. O Sinase tem como pressuposto a educação em direitos humanos no processo da construção do diálogo sem discriminação de forma a incentivar a cultura do respeito mútuo; valorizar a diversidade; despertar para a cidadania. No referencial teórico, discutem-se algumas categorias conceituais: “Política Social” (BEHRING; BOSCHETTI, 2007; PEREIRA-PEREIRA, 2008); “Educação para a Democracia” (BENEVIDES, 1996; CANDAU, 2013); “Educação em Direitos Humanos” (SILVA, 2010; CANDAU, 2013); “Educação e Conflito” (FREIRE, 2019; GADOTTI, 2012); “Educação e Saberes Sociais” (CANDAU, 2013; FREIRE, 2015). Por conseguinte, o ambiente escolar é o espaço institucional importante de construção de diálogos a possibilitar a construção de projeto de vida e superação do ato infracional de adolescentes em conflito com a lei. Por outro lado, esses sujeitos enfrentam complexas violações de direitos: defasagem escolar, baixa estima, preconceito e estereótipo, discriminação da cor/raça. Esse estudo foi desenvolvido através da pesquisa qualitativa da análise de documentos oficiais, e como instrumentos de trabalho de campo: entrevistas, questionários. A amostra do estudo incluiu os adolescentes em liberdade assistida do território, dentre outros, de maior concentração de risco social, operadores do SINASE (técnicos sociais e educadores sociais), professores e gestores de duas escolas do território de abrangência. Os dados foram interpretados pelo procedimento análise de conteúdo. Espera-se aprofundar o diálogo da intersetorialidade entre os sistemas educacional e socioeducativo, tendo em vista a educação como um direito.
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A presente pesquisa tem por objetivo investigar a integração entre o sistema educacional e o sistema socioeducativo do Recife no processo de inclusão escolar, dos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa liberdade assistida em execução pelo CREAS Recife à luz da educação em direitos humanos. Importante considerar as políticas sociais, partes integrantes do SINASE, se articulam através dos órgãos gestores na perspectiva de garantir o direito social do adolescente em conflito com a lei sob o manto da doutrina da proteção integral. A promulgação da Constituição Federal de 1988 e a sanção do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Federal nº 8.069/1990, são significantes marcos do período histórico de mobilização social da formulação de políticas públicas no cenário político do Brasil da luta pelo fortalecimento da democracia. A partir do avanço desse arcabouço jurídico, foi possível a elaboração e publicação da Resolução nº 119/2006, CONANDA, para concretizar o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, Lei Federal nº 12.594/2012 com status de política pública que destaca a prerrogativa da garantia dos direitos individuais e sociais de adolescentes em conflito com a lei. Nessa direção, o direito de ingresso e permanência à educação escolar é condição sine qua non para o êxito dos fins pedagógicos do cumprimento da medida socioeducativa. Portanto, cabe-nos investigar nesse estudo: há integração entre o sistema educacional e o sistema socioeducativo do município de Recife no processo de inclusão escolar, à luz da educação em direitos humanos, dos adolescentes em cumprimento da medida socioeducativa liberdade assistida em execução pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)? Os fins pedagógicos da medida socioeducativa liberdade assistida tem como pressuposto a educação em direitos humanos no processo da construção do diálogo sem discriminação; incentivar a cultura do respeito mútuo; valorizar a diversidade; formar para a cidadania. Para tanto, discute-se algumas conceituais: “Política Social” (BEHRING; BOSCHETTI, 2007; PEREIRA-PEREIRA, 2008); “Educação para a Democracia” (BENEVIDES, 1996; SANTOS, 2013); “Educação em Direitos Humanos” (SILVA, 2010; CANDAU, 2013; SACAVINO, 2013); “Educação e Conflito” (PAULO FREIRE, 2019; GADOTTI, 2012); Educação e Saberes Sociais (CANDAU, 2013; FREIRE, 2018, FREIRE, 2015). Por conseguinte, o ambiente escolar é o espaço institucional importante para fortalecer esses princípios como os objetivos de possibilitar a construção de projeto de vida e de superação do ato infracional de adolescentes em conflito com a lei. Por outro lado, esses sujeitos enfrentam complexas violações de direitos: defasagem escolar, baixo auto-estima, preconceito e estereótipo, discriminação da cor/raça. Pretende-se desenvolver esse estudo através do trabalho de campo, pesquisa qualitativa e a coleta de dados será por meio de análise de documentos oficiais, entrevistas, questionários. Terá como recorte espacial os adolescentes em liberdade assistida de três territórios de maior concentração de risco social do Recife. Compõem a amostra do público entrevistado: adolescentes em liberdade assistida e suas famílias, operadores do SINASE (técnicos sociais e profissionais do sistema de justiça). Os dados serão interpretados pelo procedimento análise de conteúdo. Espera-se aprofundar o diálogo da intersetorialidade entre os sistemas educacional e socioeducativo.
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DÉBORAH D'ASSUMPÇÃO TORRES MARCHESIN
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ALÉM DO OLHAR: narrativas de experiências de mulheres sobre constelação familiar analisadas a partir de teorias feministas
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Orientador : SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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MEMBROS DA BANCA :
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FERNANDA CAPIBARIBE LEITE
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FERNANDO DA SILVA CARDOSO
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MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
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SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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Data: 11/03/2022
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A constelação familiar vem de um contexto europeu e cercado de polêmicas pela propagação de discursos misóginos que apresentam uma violência ética em relação às mulheres e aos corpos diferenciados da norma. Com o objetivo de analisar em que medida seria possível, a partir das narrativas de experiências e atravessamentos de mulheres reconhecidas como terapeutas/professoras, conectar a prática da constelação familiar aos estudos feministas. O caminho da pesquisa tornou-se viável através de epistemologias e metodologias feministas com olhares desconstrutivistas, ao desestabilizar categorias tidas como verdades universais como feminismo, mulher, homem, família e parentesco. Apresenta uma contingencialidade do corpo e da produção das subjetividades ao discutir sobre o reconhecimento, a interpelação, a sujeição, a performatividade e as ambivalências por meio de um relato de si. Uma escrevivência imersa em narrativas da autora e das informantes do campo junto às teóricas feministas sob um paradigma pós-estruturalista. A partir de entrevistas e análise de narrativas, levando em consideração a história de vida, a localização social e a multiplicidade de identidades consegui demonstrar que os atravessamentos das terapeutas/professoras ultrapassam a visão inicial da constelação familiar hellingeriana. As práticas mesmo que na interpelação e repetição de estruturas de opressão conseguem transpor certos discursos normativos com olhares críticos relacionados aos estereótipos de gênero e a invenção das identidades, ao reconhecer as construções socioculturais das sujeitas na possibilidade de fazer diferente na aplicação da técnica terapêutica.
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Dou início a minha escrita com a seguinte questão: como é ser uma mulher e escrever sobre mulheres em meio a uma pandemia gerada por uma crise sanitária mundial e uma crise política dentro do Brasil? Diante desse impasse global e do reconhecimento da importância da ciência para trazer soluções para esse momento sem precedentes na contemporaneidade, percebo em meu corpo as assimetrias de gênero envolvidas nesse contexto e muita sobrecarga de afazeres domésticos, além dos protocolos de higienes rigorosos e necessários para não me contaminar com o novo coronavírus, que extrapola meu cuidado individual, como explicarei nas linhas a seguir. Há quatro anos exerço além do meu trabalho de terapeuta e do cuidado de clientes, o trabalho invisibilizado do cuidado doméstico, nos moldes apresentados por Flávia Biroli (2005), da minha mãe idosa, que desde então, era divido com uma cuidadora contratada por alguns dias da semana. Mesmo tendo um irmão, ele mora em outro estado e o apoio é limitado. Ainda estava me adaptando a esse novo momento de envelhecimento daquela que já cuidou muito de mim e que também se dispõe a esse lugar do cuidar, imposto a nós mulheres, como necessário à condição do sensível e do afeto colocada socialmente como “feminina”. A sobrecarga do lugar privado, o público domesticalizado através das conexões instáveis da virtualidade e uma pesquisa empírica que teve que ser revistada por não existir mais o campo presencial da constelação familiar, causou-me inquietações e ansiedades de como continuar esse trabalho tão caro a minha vivência dentro dos estudos feministas. No entanto, aos poucos fui reorganizando o meu olhar sobre o momento atípico imposto a todas nós e fui me reencontrando como escritora e pesquisora, que foi tomando forma através das linhas escritas a seguir, dentro da minha experiência reconstruída sobre ideia prévia que eu tinha em relação ao cuidado e sobre o fazer ciência. A constelação familiar hellingeriana (2020) é uma psicoterapia recente e com poucos estudos científicos de comprovação dos seus métodos, o que trouxe dificuldades para realizar meus escritos. Portanto, trata-se de uma pesquisa inovadora, porque os poucos artigos que encontrei apenas reproduzem teorias de Bert Hellinger (2020) sem nenhum olhar crítico através da experiência ou dados que demonstrem mudanças nas subjetividades das pessoas que passaram pela prática. Apesar de alguns livros serem bem esclarecedores e conseguirem mostrar outros caminhos, não existe o reconhecimento deles dentro da academia. 5 Como não há tais estudos científicos da constelação familiar dentro do Brasil, justificase a importância da pesquisa em virtude das práticas ou mesmo da filosofia apresentada por ela está sendo amplamente difundida, não apenas no espaço de terapias privadas, que se presume uma escolha individual de cuidado, mas também como política pública, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), como parte das Práticas Integrativas e Complementares (PICs), quanto no Poder Judiciário, como método de solução consensual de conflitos.
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ANNA CAROLINA PESSOA DE AQUINO ANDRADE
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O IDEÁRIO PATRIARCAL-CONSERVADOR E SUA INFLUÊNCIA NA CAMPANHA E NO RESULTADO ELEITORAL DE 2020: OS CASOS DO RECIFE E DE PORTO ALEGRE
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Orientador : BERNADETE PEREZ COELHO
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MEMBROS DA BANCA :
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BERNADETE PEREZ COELHO
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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MICHEL ZAIDAN FILHO
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Data: 15/03/2022
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Trata-se de dissertação de mestrado apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos da Universidade Federal de Pernambuco que buscou analisar a presença do ideário patriarcal-conservador e da violência de gênero, utilizando como casos as campanhas municipais do Recife/PE e de Porto Alegre em 2020. Buscou ainda analisar a relação causa- efeito sobre como os episódios de violência política de gênero podem ter influenciado as derrotas das candidatas. Pesquisa de base qualitativa, utilizando estudo de caso e diferentes técnicas de coleta de dados, com triangulação de métodos, onde foram utilizadas as entrevistas compreensivas, análise documental e observação da pesquisadora. O plano analítico utilizou categorias de análise a partir dos objetivos propostos e ideias fortes para responder às questões da pesquisa, em sucessivas aproximações da realidade. As evidências revelam que as derrotas das candidatas nos casos propostos para estudo, foi marcada pela violência de gênero e pelo conservadorismo de costumes, com muita tolerância por parte da sociedade às agressões sofridas pelas mulheres disputantes aos cargos das Prefeituras Municipais, levando a crer que há uma desvantagem presente e ancorada nos elementos ideológicos citados. Ainda, são evidenciados os elementos que caracterizam o ideário patriarcal-conservador nos dois casos, com forte influência no resultado eleitoral final nas eleições majoritárias. Entendemos que a paridade de gênero só será possível à medida em que, na política, as mulheres sejam tratadas de forma republicana, em que o debate de ideias seja sempre o tema central e não sua aparência física ou sua religião. Como pesquisadora, há a implicação da mulher com o tema com finalidade de tratá-lo cientificamente e com a seriedade necessária à discussão acadêmica.
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Em 22/11/2020, é determinada judicialmente a retirada do ar de uma das propagandas, da coligação do então candidato João Campos que dizia que a petista Marília Arraes, sua adversária em segundo turno pela Prefeitura do Recife, em 2020, era contra o Prouni municipal e contra a bíblia, discursos esses endossados pelo candidato do PSB em debates na Rádio Jornal e na TV Clube. Da mesma forma, panfletos apócrifos com teor semelhante, entregues com material de campanha do PSB, também foram proibidos de ser distribuídos pela Frente Popular.
Em Porto Alegre, em 09 de novembro de 2020, a Justiça também determinou aretirada de 529.075 compartilhamentos de notícias falsas contra a candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, grande parte com ofensas de conteúdo machista e conservador, inclusive questionadores de sua inteligência e discernimento.
As duas situações, especialmente, guardam mais aspectos em comum do que se pode pensar, daí se encontrarem em estudo de caso, uma vez que a forma como ocorreram as derrotas possui a mesma raiz ideológica: a Violência Política de Gênero. Pautados por um ideário patriarcal-conservador, os ataques sofridos por mulheres candidatas ou eleitas possuem conteúdo machista e de orientação conservadora, cuja finalidade, ainda que não explícita, é, através de desqualificação física, sexual e moral, manter o status quo que garantem privilégios dos homens e a perpetuar a desigualdade de gênero na política.
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MARINELLA GERONIMO DA SILVA QUINZEIRO
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JUSTIÇA JUVENIL RESTAURATIVA NO MARANHÃO: análise do projeto Restauração entre 2009 a 2019
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Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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ARTUR STAMFORD DA SILVA
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JULIANA TONCHE
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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Data: 31/03/2022
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A justiça restaurativa (JR) tem o fito de reparação de danos, ressignificação da violência vivenciada, protagonismo dos envolvidos e da comunidade, e por focar nas necessidades da vítima, infrator e comunidade, que se tornam produtores de soluções para suas contendas, em vez de meros consumidores, pode ser aplicada em situações de conflito envolvendo crianças e adolescentes, no âmbito da família, vizinhança, e ambiente escolar. Esta pesquisa analisa a Justiça Juvenil Restaurativa no Maranhão, por meio do projeto Restauração, desenvolvido em São José de Ribamar, única ação de JR neste estado reconhecida pelo Conselho Nacional de Justiça, em mapeamento realizado em 2019. Por questões metodológicas, o Restauração foi examinado em duas etapas, de 2009 a 2011 – quando foi realizado sob a direção do instituto Terre des Hommes (Tdh) - e de 2011 em diante, período no qual foi o Poder Público Municipal que cuidou do projeto. Os corpora da pesquisa foram constituídos de documentos obtidos junto aos responsáveis pelo projeto, relatos de experiência dos vinculados à Tdh e respostas a contatos por e-mail emitidas pelo gabinete do prefeito, bem como foram coletados dados institucionais, em blogs na internet e trabalhos acadêmicos relacionados ao tema. Essa divisão viabilizou comparar essas etapas e questionar atividades e metodologias empregadas, identificando-se continuidades, avanços e retrocessos na passagem da gestão ao Poder Público. A análise de dados permitiu observar que, apesar de diminuição de práticas restaurativas e cursos, o projeto segue difundindo a cultura de paz no Maranhão, com técnicas que devolvem autonomia aos indivíduos na busca de convivência pacífica, mas que é afetado pela alternância de administrações municipais, que o torna suscetível a ação política e a juízos de conveniência de chefes do Poder Executivo local. Concluiu-se que é preciso fortalecer continuamente a JJR no estado, no sistema socioeducativo, no campo político, e na comunidade, de forma que esta se aproprie da política pública, fiscalize e pressione os gestores a bem conduzir o Restauração e preservar suas bases.
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O paradigma da proteção integral à criança e ao adolescente, enquanto sujeitos de direitos, em condição peculiar de desenvolvimento, que gozam de prioridade absoluta, foi introduzido no Brasil pela Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990). Isso ocorreu em virtude da influência do Direito Internacional dos Direitos Humanos, que estabeleceu parâmetros protetivos por meio de instrumentos como a Convenção sobre os Direitos das Crianças (ONU, 1989), ratificada pelo Brasil em 1990. Houve a contemplação, consoante leciona Piovesan (2018, p. 545), da “indivisibilidade desses direitos, implementação recíproca e igual importância de todos os direitos, sejam civis, políticos, sociais, econômicos ou culturais”. Consagrou-se, assim, no cenário nacional, que crianças e adolescentes são classificados como pessoas humanas em processo de desenvolvimento, sujeitos de direitos civis, humanos e sociais, nos termos da Lei Federal no 8.069 (BRASIL, 1990), doravante chamada Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para esse regulamento, criança é a pessoa de até 12 (doze) anos de idade incompletos, e adolescente a que tem entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos.
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RUHANA BERG DA SILVA ARAUJO
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QUEM VÊ ATO INFRACIONAL NÃO VÊ INTERSECCIONALIDADE: um estudo com as adolescentes em conflito com a lei
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Orientador : MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
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MEMBROS DA BANCA :
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ANA MARIA DE BARROS
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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MARCELO HENRIQUE GONCALVES DE MIRANDA
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Data: 31/03/2022
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Este trabalho tem por objetivo analisar, a partir dos relatos das adolescentes do Centro de Referência Especializado de Assistência Social da RPA 5 (CREAS Afogados), como as interseccionalidades de gênero, raça e classe influenciaram suas trajetórias de vida e o cometimento do ato infracional. Utilizando, para tal análise, o aparato teórico da interseccionalidade e sua instrumentalidade metodológica somando à metodologia da afrodescendência. Sendo este fundamentado, principalmente, nas produções intelectuais de autores negros e do feminismo negro. O estudo teve como eixo central os estudos que versam sobre as desigualdades de raça, gênero, classe e a constituição da mulher negra na sociedade e em seus movimentos de resistência. No decorrer da pesquisa, foram entrevistadas três adolescentes em que foi possível identificar que a condição de marginalização em que elas se encontram é fomentada pela cultura sexista e racista que está enraizada na sociedade e, também, no Estado. Esta instituição social utiliza os seus mecanismos de poder para elaborar leis que oprimem e penalizam cada vez mais a população negra, negando o direito às políticas públicas que visem minimizar os impactos negativos seculares deixados pela escravização dos povos africanos e afrodescendentes. O estudo indica que é preciso que haja uma mudança no pensamento político e cultural brasileiro e que mesmo com os marcadores de opressão, gênero, raça e classe atravessando as realidades das entrevistadas, estas adolescentes são corpos que resistem e inscrevem as suas trajetórias.
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A INTERSECCIONALIDADE NO ESTUDO DO ATO INFRACIONAL
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ANA CAMILA DE OLIVEIRA
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O QUE SE CALA: OS DIREITOS HUMANOS A PARTIR DO PENSAMENTO DE LÉLIA GONZALEZ
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Orientador : ARISTEU PORTELA JUNIOR
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MEMBROS DA BANCA :
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ARISTEU PORTELA JUNIOR
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FLAVIA DA SILVA CLEMENTE
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GUSTAVO GOMES DA COSTA SANTOS
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SORAYA MARIA BERNARDINO BARRETO JANUARIO
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Data: 27/05/2022
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Lélia Gonzalez (1935-1994) foi uma intelectual negra brasileira, que teve um papel fundamental na construção do Movimento Negro Unificado e do feminismo negro atual. O seu pensamento está pautado no desenvolvimento sócio-político-cultural da sociedade brasileira, tendo como foco principal de debate a formação, os resultados e os mecanismos de interferência social das relações raciais brasileiras. Assim, o que se busca analisar aqui é a contribuição de Lélia Gonzalez para a teoria dos Direitos Humanos, através do delineamento da concepção da autora de Direitos Humanos, bem como fazer uma contraposição do pensamento da intelectual com o debate contemporâneo sobre os Direitos Humanos, além de investigar como Lélia Gonzalez entende as especificidades do racismo e do sexismo na sociedade brasileira. Nesta pesquisa qualitativa, o caminho metodológico tem um caráter essencialmente teórico, em que há uma revisão bibliográfica dos textos e entrevistas da autora que estão compiladas na obra “Primavera para rosas negras: Lélia Gonzalez em primeira pessoa”, publicada em 2018. A metodologia da pesquisa se fundamenta a partir das formulações de Lélia Gonzalez de Amefricanidade, além de coadunar com a metodologia afrodescendente. É desenvolvida no Pretuguês de Lélia Gonzalez, somada ao método da escrevivência de Conceição Evaristo e da categoria da Afroperspectiva de Renato Nogueira. Como resultados, é possível visualizarmos Lélia Gonzalez como uma intelectual dos Direitos Humanos e teórica da decolonialidade, sendo que a Amefricanidade é a categoria chave da autora para pensarmos políticas em e para Direitos Humanos.
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Talvez se eu colocar a escrivaninha perto da janela consiga finalmente produzir algo! – Penso isso enquanto faço essa mudança no ambiente buscando acreditar que o meu problema de travamento com a escrita seja pelo local em que está disposto o móvel que uso para escrever. Após a mudança do móvel de lugar sento na cadeira, ligo o computador e quando abro uma página em branco novamente surge a sensação de aperto no peito. Logo percebo que é por saber que finalmente chegou a hora que travarei uma grande batalha: acessar espaços íntimos para desenvolver o trabalho que me propus a fazer. Durante um período de tempo, inclusive, mais longo do que eu desejava, me perdi olhando para a página em branco na qual eu deveria escrever minhas primeiras palavras introdutórias. Senti uma certa angústia em ter que acessar espaços pessoais tão sensíveis para tratar de um tema que pode ser tido como geral, mas que para mim também se apresenta extremamente pessoal, pois aqui reverbera a minha escrevivência1
. Em meio a esse turbilhão de sensações e pensamentos, ouço a escritora negra norte-americana Toni Morrison sussurrar no meu ouvido me lembrando de que se há um livro que eu quero ler e ainda não foi escrito, então eu devo escrevê-lo. Obrigada pela dica, Toni. - E olhando pela janela agradeço a escritora pela injeção de ânimo.
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RAYANNA LARISSA DE GOES FERNANDES
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CULTURA DE PAZ: Uma análise dos meios adequados de solução de conflitos à luz dos tribunais multiportas
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Orientador : MARCELO LUIZ PELIZZOLI
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MEMBROS DA BANCA :
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MARCELO LUIZ PELIZZOLI
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MARIA SANDRA MONTENEGRO SILVA
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THAMINNE NATHALIA CABRAL MORAES E SILVA RODRIGUES
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Data: 01/06/2022
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O conflito advém de um panorama evolutivo e varia em decorrência das circunstâncias culturais, históricas, econômicas e sociais de um período determinado; ele muda de acordo com os agentes participativos. Inicialmente visto dentro de uma verticalidade,
ou seja, dentro de um sistema ganha-perde onde a vitória de um conflitante é antagô- nica à derrota da outra parte, surge a necessidade de mudança; fala-se assim na te- oria moderna do conflito, que contemplaria a possibilidade de analisa-lo em com uma
visão positiva e não em um viés negativo de cunho destrutivo. Tal celeuma corriquei- ramente é encontrada nos casos submetidos ao Poder Judiciário. Contudo, a imposi- ção estatal por meio da aplicação imperativa da lei ao caso em análise não tem efeti- vamente solucionado os problemas levados ao Judiciário; eis que surgem os meios
autocompositivos e/ou heterocompositivos voltados para a conclusão do caso. A partir da ineficácia dos meios jurisdicionais e dentre os diversos modelos de processamento de controvérsias, começou-se a utilizar e abordar o sistema multiportas que em seu aspecto busca demonstrar uma integração entre os métodos, demonstra as “portas”
que o conflito poderá se encaixar. Certamente, isto precisa ser conduzido por profis- sionais habilitados para levar a resultados satisfatórios. Na perspectiva dos meios de
solução de controvérsias almeja não só resolver o caso concreto aplicando a lei por
um juiz imparcial, mas sim transformar o conflito dando protagonismo às partes tra- zendo uma ressignificação pessoal dos envolvidos, portanto, um reequilíbrio compor- tamental bem como a reestruturação da relação em atrito, ou seja, a ideia de cultura
de paz sob olhar restaurativo dos conflitos.
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O conflito conforme será demonstrado advém de um panorama evolutivo e varia em decorrência das circunstâncias culturais, históricas, econômicas e sociais de um período determinado; mudando de acordo com os agentes participativos. Inicialmente visto dentro de uma verticalidade, ou seja, dentro de um sistema ganha-perde onde a vitória de um conflitante é
antagônica à derrota da outra parte, surge a necessidade de mudança, fala- se na teoria moderna do conflito que contemplaria a possibilidade de
analisa-lo em com uma visão positiva e não em um viés negativo de cunho destrutivo. Tal celeuma corriqueiramente é encontrada nos casos submetidos ao Poder Judiciário. Contudo, a imposição estatal por meio da aplicação imperativa da lei ao caso em análise não tem efetivamente solucionado os problemas levados ao Judiciário; eis que surgem os meios autocompositivos e/ou heterocompositivos voltados para o conclusão do caso. A partir da ineficácia dos meios jurisdicionais e dentre os diversos modelos de processamento de controvérsias, começou-se a utilizar e abordar o sistema multiportas que em seu aspecto busca demonstrar uma integração entre os métodos, demonstra as “portas” que o conflito poderá se encaixar. Certamente, isto precisa ser conduzido por profissionais habilitados para levar a resultados satisfatórios. Na perspectiva dos meios de solução de controvérsias almeja não só resolver o caso concreto aplicando a lei por um juiz imparcial, mas sim transformar o conflito dando protagonismo as partes trazendo uma ressignificação pessoal dos envolvidos, portanto, um reequilíbrio comportamental bem como a reestruturação da relação em atrito, ou seja, a ideia de cultura de paz sob olhar restaurativo dos conflitos.
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RICARDO JORGE MEDEIROS TENORIO
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A TUTELA DO DIREITO FUNDAMENTAL AO DISCURSO RELIGIOSO E O DISCURSO DE ÓDIO: uma análise das decisões do STF nos RHC 134683/BA e RHC 146303/RJ com base no critério de discriminação de Norberto Bobbio.
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Orientador : ARTUR STAMFORD DA SILVA
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MEMBROS DA BANCA :
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JOSÉ ALCEBIADES DE OLIVEIRA JUNIOR
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ARTUR STAMFORD DA SILVA
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MARIA JOSE DE MATOS LUNA
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Data: 15/06/2022
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O discurso religioso tem sido objeto de pesquisas em diversas áreas, porém como direito fundamental e seu enquadramento como discurso de ódio na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não tem sido devidamente explorado. Para tratar do discurso religioso proselitista como liberdade religiosa ou discurso discriminatório ou de ódio, foram coletadas bibliografias e decisões do Supremo Tribunal Federal. Para identificar o universo amostral, a coleta de dados no site do STF foi realizada empregando os termos “discurso de ódio”, “discurso religioso”, “proselitismo religioso” e “liberdade religiosa”. Igualmente, fez-se consulta de pesquisa de jurisprudência por meio da ferramenta “solicitação de pesquisa de jurisprudência” do STF. Das decisões obtidas, selecionamos as decisões que a ratio decidendi, a razão de decidir, fosse sobre o discurso religioso e o discurso de ódio. Essa delimitação resultou em a amostra ser constituída de duas decisões, uma da primeira turma e outra da segunda turma: RHC 134683/BA, julgado em 2016, e RHC 146303/RJ, julgado em 2018. Foram analisadas as fundamentações dos votos de cada Ministro do referido Tribunal. Outra delimitação foi quanto ao direito constitucional brasileiro, com enfoque dogmático, de lege lata. Os dados foram analisados a partir do critério identificador da discriminação presente em Norberto Bobbio no livro “O elogio da Serenidade” (2011) e sua de perspectiva sobre a tolerância na obra “A era dos direitos” (2004). A delimitação da literatura foi a liberdade religiosa e o discurso de ódio, com destaque para o direito positivo brasileiro. Os dados indicam que o STF não possui um entendimento consolidado sobre o tema, não só porque as duas turmas possuem entendimentos antagónicos, como porque os votos dos Ministros recorrem a fundamentações diversas. Por fim, concluímos que o Voto do Ministro Edson Fachin é o único que apresenta um critério identificador de discurso discriminatório, por tratar do proselitismo religioso como elemento nuclear da liberdade religiosa e afirmar que o seu exercício não pode ser enquadrado como discurso de ódio.
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A religião é como uma droga que aliena as pessoas da realidade, é um instrumento de dominação e de poder, utilizado com finalidades duvidosa. Os líderes religiosos são em sua grande maioria corruptos, charlatões, enganadores, preocupados com o dinheiro e o poder, e se aproveitam da fragilidade humana para obter seus fins não tão caridosos. As pessoas religiosas são fanáticas, pré-iluministas, retrogradas, atrasadas e obscurantistas. São pessoas com pouca inteligência que se deixam enganar por qualquer novo mito ou história fantasiosa. Os tempos, as igrejas, os terreiros, os locais de culto e encontros, os santuários, são todos eles lugares que perturbam a vizinhança, e interessados apenas em angariar dinheiro. A religião dizimou milhares de pessoas em toda a história, e continua hoje sendo motivação para fanáticos e intolerantes lutarem contra a civilidade e os valores da cidadania e da democracia. Felizmente, a racionalidade venceu, destituindo a religião do centro de poder e colocando-a em seu devido lugar, de irrelevância pública e destinadas aos fracos e alienados. Com o advento das luzes e da racionalidade a religião não sobreviverá por longo tempo, caindo, cada vez mais, na completa vanidade. Afinal, quem se valerá de crenças religiosas quando se pode ter a firmeza, objetividade e clareza da ciência? Feriados religiosos, monumentos públicos ilustrativos de divindades e religiões, ensino religioso, e escolas confessionais não podem ser aceitos por pessoas esclarecidas, inteligentes e modernas. É uma abominação que a Constituição Brasileira tenha feito, em seu preâmbulo, referência a Deus. Um estado laico é um estado averso à religião, que não tolera manifestações públicas religiosas ou mesmo dias santos. Tem-se que lutar para que a laicidade seja concretizada, excluindo os feriados religiosos, e alterando os nomes de ruas, praças, bairros, escolas ou bens públicos que tenham sido utilizados para homenagear religião ou líder religioso. Em nome do avança tecnológico, e da concretização dos direitos humanos tanto a cidade de São Paulo como o Estado de São Paulo e o Estado do Espírito Santo devem ter seus nomes alterados por fazerem referência a nomes religiosos. Deve-se lutar para que pessoas que tenham crenças religiosas sejam impedidas de exercerem cargos e funções públicos, além de proibir que participem das eleições como candidatos. Certamente, num futuro próximo a religião será apenas um assunto da disciplina de história, na qual se estudará como a sociedade já foi atrasada e ignorante!
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