PPGEDU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - CE DIRETORIA DO CENTRO DE EDUCACAO - CE Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: ROSEANE PEREIRA DA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: ROSEANE PEREIRA DA SILVA
DATA : 02/03/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Online
TÍTULO:

“TAREFA É COM LÁPIS”: UM ESTUDO ETNOGRÁFICO SOBRE AS CULTURAS DO ESCRITO NA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS DA ESCOLA PÚBLICA. 


PALAVRAS-CHAVES:

Culturas do Escrito, Etnografia, Escola, Alfabetização 


PÁGINAS: 256
RESUMO:

Este estudo parte do interesse em investigar a relação entre as culturas do escrito e a apropriação da leitura e da escrita a partir da acepção antropológica de cultura, entendendo como uma possibilidade para compreender as tensões envolvidas nos modos de ensinar e aprender a escrita e a leitura no 1º ano de escolarização advindas dos diferentes valores que professora, alunas e alunos dão ao escrito em suas práticas sociais e de letramento. Para esse intento, a pesquisa está fundamentada teórico e epistemologicamente no Novos Estudos do Letramento/NEL (STREET, 2003, 2012, 2013, 2014[1995]; HEAT, 1983, 2004; GEE, 2004; BARTON; HAMILTON, 1998, 2000, 2004; FISHMAN, 2004; SCRIBNER e COLE, 2004)  ); nos Estudos do Letramento (KLEIMAN, 1995; VIANA; KLEIMAN, 2016; MACEDO, 2010; 2020; 2021; MARINHO; CARVALHO, 2010);na Etnografia (PEIRANO, 2018; ROCKWEEL, 2009; STREET, 2010; 2013), na Concepção Dialógica e Social do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2000; BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2002); nas contribuições filosóficas de Paulo Freire (FREIRE, 2003 [1967]; 2021[1985) e nos estudos da História sobre a Cultura Escrita (GALVÃO, 2010; FRADE, 2009, 2010; 2014; FRAENKEL, 2004; 2010; VIDAL, 2006;2009; ALCÂNTARA E VIDAL, 2018 e BARRA, ). Nesse quadro de referência, os conceitos e Cultura e Culturas do escrito (GALVÃO, 2010) e a etnografia, inspiração antropológica foram centrais. Para  apreender as culturas do escrito manifestadas em sala de aula, utilizaremos os conceitos analíticos de eventos e práticas de letramento porque eles nos ajudam a compreender os usos e significados da escrita e da leitura para diferentes grupos sociais e suas consequências sociais, políticas e educacionais (STREET, 2010). A análise interpretativa dos resultados propõe que: i) A etnografia é teoria vivida, como coloca Peirano (2018), vez que a mirada etnográfica, a construção dos dados e a escrita da tese estão engastadas nos pressupostos teóricos que definem o que, quem e como ver, ouvir e interpretar. ii) As vozes não ditas das crianças não impediram a instauração da resistência à cultura escolar – da hierarquia nas relações de poder, quando os alunos e alunas com olhares, gestos, sorrisos e ação mediada pelos artefatos e pelos colegas, produziram sua cultura de resistência; iii) A força de determinada cultura escolar, a forma escolar, condiciona os valores e crenças atribuídos ao escrito em nossa sociedade; iv) O perfil da turma, sujeitos em processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrtia, influencia nas decisões pedagógicas da professora, que organiza as atividades com intenção de contribuir para a alfabetização das crianças. Assim, os eventos de letramento mais recorrentes consistem no trabalho com a escrita do nome; formação de sílabas e palavras com letras e sílabas movéis; escrita de palavras e produção de textos curtos e leitura literária, tendo a materialidade escolar papel central na construção dos processos interpretativos na conceitualização da escrita leitura e v) nas culturas do escrito, construídas no contexto das relações pedagógicas no 1º ano de escolarização, os instrumentos e suportes de escritura se constituem como elementos constitutivos das culturas do escrito, vez que estão engastados nos eventos de letramento, participando, pois, dos processos interpretativos para a conceitualização da escrita alfabética.  Concluímos fomentando que esses achados não inviabilizam a compreensão de que a criança passa por uma evolução conceitual na apropriação da escrita e que as relações sociais, os modos de produção e os produtos das interações afetam o sujeito cognitivamente, socialmente e culturalmente, trata-se de entender que esses processos se dão na e pela linguagem, seja ela verbal ou não, incluindo suas diferentes dimensões, em especial, aquelas diretamente relacionadas às culturas do escrito. Assim posto, a tese propõe o conceito de Evento de letramento alfabetizador como sendo todo e qualquer evento em que o escrito ou fragmento deles, os instrumentos de escrita e suportes de escritura são mobilizados na interação entre os pares para apropriação do SEA, da leitura e da escrita. Essa acepção é, pois, de fundamental importância para a compreenssão de alfabetização como apropriação das culturas do escrito que defendemos no nosso trabalho.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 2331115 - ANA CLAUDIA RODRIGUES GONCALVES PESSOA
Externo ao Programa - 1028878 - HUGO MENEZES NETO - nullPresidente - ***.542.126-** - MARIA DO SOCORRO ALENCAR NUNES MACEDO - UFSJ
Interna - 1167836 - TELMA FERRAZ LEAL
Externa à Instituição - VANIA APARECIDA COSTA - UFRN
Notícia cadastrada em: 24/02/2023 12:33
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