A interculturalidade na Educação Escolar Indígena: as experiências curriculares de Ciências do Povo Pankararu em Pernambuco, Brasil
Educação Escolar Indígena; Ensino de Ciências; Educação Intercultural; Povo Pankararu em Pernambuco.
Ao desenvolvermos estudos sobre a temática da Educação Indigena em Pernambuco, percebeu-se que a não consolidação de uma política pública específica para ela acarretava uma série de entraves de ordem administrativa, legal, financeira, educacional e cultural. Além disso, identificou-se que os maiores desafios para a consolidação do currículo intercultural estavam ligados à lacuna existente entre os direitos conquistados pelos povos indígenas e sua materialização como política pública, já que não atendiam à organização interna e às formas próprias de ensino dos povos indígenas. Justamente essas formas próprias de ensino, que se entrelaçam e interagem com suas particulares cosmovisões, são as que irão exigir da sociedade não indígena e do Estado a adoção permanente de atitudes de respeito, diálogo e valorização do diferente. Esta tese de doutoramento, na perspectiva de contribuir com o componente curricular de Ciências das escolas Pankararu, confirmou a nossa hipótese de trabalho de que, nas escolas do Povo Pankararu, para fazer viável a implementação de um currículo de Ciências que contemple a interculturalidade, não basta o esforço docente individual ou coletivo, é preciso que se implementem políticas públicas adequadas, que propiciem a educadores e às escolas condições de trabalho e recursos condizentes.