PPGEDU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - CE DIRETORIA DO CENTRO DE EDUCACAO - CE Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: RENILDES DE JESUS SILVA DE OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RENILDES DE JESUS SILVA DE OLIVEIRA
DATA : 22/05/2024
HORA: 14:00
LOCAL: ONLINE
TÍTULO:

EDUCAÇÃO E SUBJETIVIDADE FEMININA NA TRADIÇÃO BATISTA BRASILEIRA: disputas discursivas e dinâmicas de resistência e subversão.


PALAVRAS-CHAVES:

Discurso; Gênero; Educação Feminina; Subjetividade; Convenção Batista Brasileira; Aliança de Batistas do Brasil.


PÁGINAS: 259
RESUMO:

Entre as principais mudanças que afetaram a sociedade brasileira, destacam-se as que resultaram das teorizações dos feminismos e estudos de gênero, os quais figuram entre os fatores que contribuíram consideravelmente tanto para o questionamento das assimetrias de gênero como para a configuração de novos cenários nas esferas política, cultural, educacional e religiosa, com significativas repercussões nas relações entre homens e mulheres e, principalmente, nas formas de significar tais “identidades”. A partir desse cenário, este estudo objetiva compreender como vêm se configurando, historicamente, os discursos e práticas educativas sobre gênero na Convenção Batista Brasileira, problematizando em que medida tais discursos são legitimados, contestados, disputados, ressignificados e como interferem na produção de subjetividades femininas e nas dinâmicas de resistência e subversão. A análise é realizada em diálogo com aportes teóricos pós- estruturalistas, especialmente a Teoria Política de Laclau e Mouffe, a abordagem das lógicas de Glynos e Howarth. As reflexões também basearam-se nos estudos de Butler, Althaus- Reid, Lugones, e Birole, Machado e Vaggione. Refutando a visão de um sentido finalístico para o social e a ideia de verdades absolutas e universais, a Teoria Política do Discurso ressalta o sujeito como uma entidade complexa, instituído em meio a práticas discursivas precárias e contingentes, imersas nos planos da história e da cultura. Como exemplo desse processo, temos os discursos sobre as mulheres na Convenção Batista Brasileira ao longo do século XX que, pautando-se numa visão essencialista e universalista de identidade, fazem emergir a fantasia da “mulher ideal”. Na segunda década do referido século, mudanças sociais vão engendrar deslocamentos significativos nas visões de gênero, que apresentam um olhar mais crítico em relação à ideia de passividade e submissão feminina, além de outros estereótipos. Nas últimas décadas do século em apreço, a ascensão de discursos neoconservadores e neoliberais, fortalecem concepções tradicionais sobre o feminino e sobre as relações de gênero, e criticam os avanços sociais vendo-os como decadentes e ameaçadores à estabilidade da família e dos papéis de gênero. A CBB, destacando-se por sua militância contra a chamada ideologia de gênero, põe em marcha o discurso fantasmático da feminilidade, a partir do qual emerge um modelo idealizado de mulher. Tais abordagens que incidem sobre as práticas pedagógicas e curriculares da CBB e da maior parte de suas instituições, no entanto, não são homogêneos, tendo em vista que há vozes dissidentes no âmbito da instituição que questionam certos postulados conservadores quanto relacionados ao feminino. Nesse ambiente de disputas, o surgimento da Aliança de Batistas do Brasil indica fissuras e deslocamentos no discurso hegemônico da CBB resultando, a partir daí, na instituição de um novo regime de sentidos. A ABB, enquanto polo antagônico, além de buscar desconstruir as lógicas hegemônicas exclusivistas da CBB e sua tentativa de impor uma interpretação particular de mundo, igualmente intenta universalizar seus próprios sentidos com vistas à construção de uma nova hegemonia discursiva. Trata-se, pois, de um contradiscurso de resistência que visa denunciar modelos patriarcais e androcêntricos que justificam papéis de gênero, práticas de subordinação e restrição das mulheres nos espaços eclesiais, além da atribuição de um status de superioridade aos homens em detrimento das mulheres. Em sua enunciações em favor da diversidade, a ABB propõe leituras embasadas em outras abordagens teológicas de gênero, tal como um engajamento contextualizado nas discussões de interesse social. A perspectiva de liberdade e de plena equidade de gênero desse movimento, construções fantasísticas, visam tamponar a falta que constitui o sujeito promovendo, assim, uma satisfação parcial do desejo. O alcance de uma plenitude, porém, mostra-se um projeto impossível, em face da contingência e precariedade de toda identidade e das estruturas discursivas.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - BIANCA DAÉB'S SEIXAS ALMEIDA
Presidente - 1310850 - GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
Externa à Instituição - NUBIA REGINA MOREIRA - UESB
Interno - 1329397 - PAULO JULIAO DA SILVA
Externa à Instituição - TALITA VIDAL PEREIRA - UERJ
Externa à Instituição - VALDENICE JOSE RAIMUNDO - UNICAP
Notícia cadastrada em: 02/05/2024 10:01
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