OPERAÇÃO USAID: a educação brasileira segundo relatórios, memorandos e telegramas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (1967-1972)
Teoria e História. História da Educação. Ditadura Civil-Militar brasileira. Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional - USAID.
A tese consiste em compreender a atuação multifacetada da Agência dos Estados Unidos Para o Desenvolvimento Internacional (USAID) como vetor constitutivo de novas dinâmicas históricas no decurso das transformações estruturais no cenário educacional brasileiro entre 1967 e 1972. Pesquisa constituída por relatórios, memorandos e telegramas – ostensivos e não ostensivos – que posicionam a agência numa latitude diversa daquelas consagradas pela historiografia crítica ou “versão oficial” da história. Abordagem que não só a distancia de sua fictícia natureza imparcial, mas também permite afastá-la da condição de “órgão a serviço da CIA”. No que concerne aos méritos específicos da pesquisa, a análise das operações narrativas que constituem a documentação revela novas dimensões e tramas envolvendo o governo brasileiro e a agência no contexto de redirecionamento da educação. No campo estrutural, a pesquisa se aprofunda a fim de refletir as principais políticas de estado efetivadas sob a égide das prescrições feitas pela entidade estrangeira. Em último plano, a USAID torna-se testemunha-chave da condição de coautor do Estado e dos efeitos ulteriores diretos, indiretos e difusos que se compatibilizam com um legado deletério deixado pela ditadura civil-militar à educação nacional. Isto posto, a USAID passa a ter uma função interposta, afastada de contornos narrativos estáticos, porém adjacente a uma presença cinética e, nessa esteira, deve ser compreendida para além dos campos de força hegemônica que interferem nas condições de produzir e validar a história.