PPGEDU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - CE DIRETORIA DO CENTRO DE EDUCACAO - CE Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: MANUELA DIAS DE MELO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MANUELA DIAS DE MELO
DATA : 28/02/2024
HORA: 08:00
LOCAL: SALA D14
TÍTULO:

A DIMENSÃO EDUCATIVA DO DISCURSO CURATORIAL MUSEAL:     herança colonial, poética da Relação, criação de outros imaginários.


PALAVRAS-CHAVES:

Discurso Curatorial Museal. Dimensão Educativa. Herança epistemológica e ontológica colonial.  Poética da Relação. Curadoria da Relação.


PÁGINAS: 180
RESUMO:

A presente tese reflete sobre limites e possibilidades de ruptura, considerando a dimensão educativa, do discurso curatorial museal, com uma herança epistemológica e ontológica colonial. O texto apresenta como problema uma questão desdobrada em dois movimentos: refletir como a dimensão educativa do discurso curatorial museal pode ser um elemento articulador, para pensar sobre alguns dos efeitos provocados pela herança colonial, no campo museal; e analisar quais as implicações de se considerar a descolonização como um evento conclusivo, e não um processo, onde a imprevisibilidade seja a tônica. Trata-se de uma pesquisa de natureza teórica, bibliográfica, com abordagem qualitativa. Os elementos teóricos que dão suporte a tese, se baseiam particularmente, na articulação e problematização das noções de: dimensão educativa, curadoria museal, herança colonial e construção subjetiva, com os conceitos de poética da Relação de Édouard Glissant, discurso para Ernesto Laclau e imagem para Silvia Rivera Cusicanqui. Partimos da noção que existe uma (re)atualização perversa da herança colonial, através de múltiplas maneiras de naturalização de violências físicas, simbólicas, epistêmica e ontológica (Fanon, 2008; Jesus, 2019; Carneiro, 2023). Essa herança persiste através de uma partilha irregular do sensível, nos modos de construir conhecimento e relações. Nesse sentido, o campo museal não herdou apenas um acervo pictórico, imagético do período colonial, embora esse seja uma parte crucial desse legado, na qual as imagens foram utilizadas como ferramentas de dominação, perpetuando estereótipos e hierarquias (Cusicanqui, 2021). O discurso curatorial museal envolve a maneira como se configuram determinados imaginários sociais. O discurso enquanto uma prática de significação do mundo, não apenas de sua representação (Laclau, 2021). Conforme ressaltado por Howard Becker (2008), o discurso curatorial museal, é fruto de uma rede de negociações, as práticas curatoriais não são neutras nem objetivas. Assim, a curadoria museal opera enquanto um dispositivo que possibilita processos de visibilização e invisibilização de narrativas. Compreendemos que existe um efeito educativo no discurso curatorial museal, (Cury, 2004). A dimensão educativa construída no processo curatorial atravessa o ato de seleção, exposição e posteriormente outras relações no museu. Desse modo, certa experiência educacional museal, pode ser um elemento articulador, para (re)pensar nossa indesejada herança colonial. Pode-se dizer que o discurso curatorial museal brasileiro, é perpassado por incontáveis tentativas de apagamento, invisibilização e branqueamento, que deixou marcas e rastros, principalmente na população negra e indígena. A noção de poética da Relação, proposta por (Glissant, 1995), cria a possibilidade de disputar outros sentidos, na complexa trama das estruturas discursivas que compõe o discurso curatorial museal. A exposição é uma das vozes que o processo curatorial utiliza para o seu discurso, salienta-se que não podemos controlar, mensurar, as percepções que as pessoas podem construir nas exposições. É importante enfatizar que, o campo da educação pode ser tão colonial quanto das curadorias. Portanto, o importante então não seria exatamente o campo, mas o sentido que pode ganhar o discurso curatorial museal. Além disso, o processo de (des)decolonização deve ser um continuum, não se passa de um momento colonial para um momento não colonial, instantaneamente ou de modo definitivo. 


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CIBELE MARIA LIMA RODRIGUES
Interno - 1132320 - FLAVIO HENRIQUE ALBERT BRAYNER
Interno - 1310850 - GUSTAVO GILSON SOUSA DE OLIVEIRA
Externa ao Programa - 1295044 - JOANA D ARC DE SOUSA LIMA - UFPEPresidente - 1736318 - RUI GOMES DE MATTOS DE MESQUITA
Notícia cadastrada em: 07/02/2024 15:50
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