PORNÔ AMADOR: A BUSCA DO PRAZER REAL NA INTERNET
Comunicação; Internet; Pornografia amadora; Cultura de massa
Vacilou, caiu na net”; “Minha noiva resolveu se exibir”; “Fotos do casal MGSP”; “Namorado deixa cam ligada”. Esses são apenas alguns dos títulos que identificam, na internet, um fenômeno, análogo à indústria pornográfica: a pornografia amadora. Impulsionado pelas ferramentas de publicação multimídia, que permitem a qualquer pessoa conectada à rede a livre distribuição de conteúdos, o usuário tem a possibilidade de não apenas fruir, mas também participar, de produzir e fazer circular conteúdo amador. O pornô amador lida com uma noção de prazer real que não está presente nas produções da indústria pornográfica. Profissionalizada, a indústria pornô replica um formato baseado em uma representação hiperbólica do ato sexual. Nesse sentido, o amador é atrativo por insinuar novas sensações que o pornô produzido pela indústria não consegue alcançar. Partindo de observações sobre conceitos-chave para a compreensão do pornô amador, como o obsceno, o erótico e o pornográfico, este último analisado desde a sua origem como constituinte de uma cultura de massa; considerando também as dinâmicas de convergência midiática que possibilitam essa circulação de conteúdos amadores, esta pesquisa pretende situar e entender o pornô amador como um possível elemento de um processo de “pornificação” da sociedade de consumo, e também como uma nova fronteira estética das formas de representação do obsceno.