Performatividades do Sertanejo Universitário
Gênero Musical; Gênero; Gosto; Performatividade; Sertanejo Universitário.
O trabalho é voltado à compreensão de como o Sertanejo Universitário é materializado performativamente enquanto gênero musical. Parte-se da hipótese de que, simultaneamente ao funcionamento do gênero musical, emergem expressões de gênero através de processos específicos, mediados por narrativas da sofrência, ingestão de álcool e do festejo. Busca-se apurar como funcionam performativamente as noções de Gênero e Gênero Musical, a partir de análises de eventos e produções musicais ocorridos ao longo dos anos 2010, operadas em chaves-analíticas estabelecidas a partir de contribuições de Judith Butler. Com uma genealogia da Música Sertaneja, compreendem-se a emergência e consolidação da Música Caipira, suas disputas com o Sertanejo Romântico e a configuração do Sertanejo Universitário. Posteriormente, as narrativas do feminejo e a dubiedade da figura masculina no gênero musical são observadas em obras de cantores e duplas distintas. A sofrência aparece como modulação de um éthos-sertanejo, o que também é observado através das sociabilidades e performances presentes nos espaços de música ao vivo, pensados como festas. O trabalho é finalizado com a proposição de uma analítica performativa de Gênero e Gosto, influenciada por Butler e Hennion, para os estudos de Comunicação, Música e Gênero.