PORTAIS, ESFERA PÚBLICA E FRAGMENTAÇÃO: A cobertura do UOL e Globo.com em tempos de filtros-bolha e câmaras de eco.
Esfera pública. Webjornalismo. Bolhas. Portais. Polarização.
Este trabalho analisa o papel desempenhado pelos portais enquanto mediadores do debate na Esfera Pública fragmentada. Para isso, estabelece uma discussão acerca da evolução do conceito de Esfera Pública e sua subsequente fragmentação potencializada pela rede. Com a crescente horizontalização das comunicações, marca da web 2.0, o potencial da autocomunicação de massa e a crescente personalização de conteúdos, se procura aprofundar os entendimentos acerca do lugar ocupado pelos portais dentro desse ecossistema digital. De um lado, a crescente utilização de algoritmos como filtros do conteúdo oferecido aos usuários através de plataformas de redes sociais, buscadores e portais. Do outro, as funções democráticas que, espera-se, sejam cumpridas pelo jornalismo comercial, mesmo com suas contradições internas entre o seu papel normativo e a maximização dos lucros. Desse modo, o presente trabalho conta com um estudo de caso empírico-teórico do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 no Brasil para compreender os processos de personalização utilizados nas homepages e analisar a diversidade de conteúdos e enquadramentos oferecida pela cobertura dos portais O Globo.com e UOL. Em um cenário que coloca lado a lado excesso de informações e uma crescente discussão acerca das bolhas geradas por algoritmos e câmaras de eco, o jornalismo desses sites pode apresentar pontes entre esses espaços fechados ou apenas potencializar essa fragmentação.