Deixa o teu desejo enlouquecer a linguagem: revoluções moleculares e redes sociais
Capitalismo; Desejo; Fascismo digital; Políticas Queer; Redes sociais digitais.
Este trabalho tem como objetivo desvelar a relação entre as redes sociais digitais e o fortalecimento de pautas valorizadas pela extrema-direita do espectro político. Para tanto, traçamos uma cartografia no intuito de semiotizar o agenciamento coletivo que consideramos ser um dos múltiplos fatores que levaram a ascensão do atual estado populista-fascista-tecnocrata- neoliberal, a saber: a modulação subjetiva e a comunicação de intensidades afetivas inscritas na ordem fálica via artefatos semióticos propagados pelas redes sociais digitais. Esta modulação e estimulação se efetiva através de agenciamentos de cargas afetivas através de significantes inscritos na ordem fálica dentro de um capitalismo que, como operador semiótico, se caracteriza pela gestão de processos de processos, incluindo a exploração intensiva de instâncias subjetivas. Para tanto nos centraremos na análise da subjetividade e do capitalismo e suas correspondências desde Lacan, Deleuze, Guattari e Foucault, para em seguida partir para a análise de cinco memes retirados da hashtag do twitter #pedofilianaoearte, que fazem alusão ao rechaço por parte de usuários da referida rede social à exposição Queermuseu; Cartografia da Diferença na Arte Brasileira, inaugurada e encerrada antes do previsto, em agosto de 2017.