ITAMARACÁ – SUN OF JAMAICA: ROTEIROS DE COLONIALIDADE NA MÚSICA BREGA DE REGINALDO ROSSI
Música brega; Reginaldo Rossi; Roteiros; Colonialidade; Nordeste.
O presente trabalho é um ensaio que pretende analisar os roteiros de colonialidade que atravessam a música brega do artista pernambucano Reginaldo Rossi. Para isso utiliza-se o conceito de roteiro conforme Diana Taylor e o conceito de colonialidade de acordo com o pesquisador Aníbal Quijano, parte-se da análise das canções Férias em Itamaracá (1987), Itamaracá – Sun of Jamaica (1985), Recife (1980) e Recife, Minha Cidade (1984) e do entendimento da música brega em Pernambuco como um gênero musical que está relacionado com uma territorialidade específica. Seguindo as ideias de autores ligados aos estudos decoloniais como Antonio Benítez-Rojo e Denise Ferreira da Silva, entende-se que a música brega em Pernambuco faz parte de um contexto continental e repete, no território de Pernambuco, dinâmicas estruturais da formação colonial das Américas. A partir da análise das canções, procura-se investigar como essas dinâmicas se apresentam no contexto de Pernambuco e permeiam tanto as canções de Reginaldo Rossi como a debate ocorrido em 2017 sobre o lugar da música brega nas políticas públicas de cultura do Estado de Pernambuco. Tendo como apoio a perspectiva de Durval Muniz de Albuquerque Jr. sobre a construção do regionalismo nordestino, parte-se da hipótese que essas políticas públicas trazem uma epistemologia de pensar a cultura que tem origem em autores como Gilberto Freyre e na própria construção da ideia de Nordeste.