PPGCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO - CAC DEPARTAMENTO DE COMUNICACAO SOCIAL - CAC Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: MARIANA LINS LIMA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIANA LINS LIMA
DATA : 21/06/2023
HORA: 08:00
LOCAL: Videoconferência Via Google Meet
TÍTULO:

O envelhecimento feminino como incômodo na música pop


PALAVRAS-CHAVES:

cultura pop; envelhecimento; performance; música pop; idadismo.


PÁGINAS: 163
RESUMO:

Por entender a música pop como espaço fortemente identificado com a juventude, esta pesquisa busca analisar como a permanência de cantoras velhas em atividade produz incômodo no âmbito da cultura midiática. Para isso, a tese contextualiza o cenário hostil ao envelhecimento no gênero pop dance, mostrando como o avanço da idade impacta na longevidade das carreiras de mulheres cujos trabalhos estiveram predominantemente
vinculados ao corpo atlético, sexualizado e jovem. Postula-se que a vigilância e o controle do corpo sintetizam a articulação das lógicas do biopoder foucaultiano e da “reprivatização da velhice” (DEBERT, 2020) dentro de enquadramentos de gênero. Adota-se a crítica à ideia do envelhecimento positivo, bastante difundida midiaticamente sob a roupagem do cuidado de si e da autoajuda, abrindo o debate sobre as potências epistêmicas da velhice como aspecto interseccional. Dois aportes teóricos são centrais para o assentamento desta argumentação: a noção de incômodo no campo da música (TROTTA, 2016), desenvolvida a partir dos escritos de sobre experiências musicais compulsórias, em deslocamento para os estudos do corpo, no mapeamento de desconfortos sociais que operam códigos de conduta, padrões éticos e estéticos tensionados pelo contato inescapável com a presença do “Outro”; e a noção de “moral da pele lisa” (SIBILIA, 2011), para pensar o rechaço ao corpo velho nas instâncias midiáticas na chave da obscenidade, do moralmente  inadequado que precisa ser dissimulado pelos inúmeros recursos digitais disponíveis. Como resultado, a pesquisa oferece um panorama das modulações que as diferentes culturas operam nas nuances da longevidade e do idadismo nos contextos estadunidense e brasileiro, apontando para zonas de negociação turvas em que artistas mulheres da música pop precisam atuar para seguirem ocupando espaços midiáticos. Duas operações empíricas são empreendidas: na primeira, coloca-se em perspectiva duas estrelas da música pop  estadunidense (Madonna e Cher) com o intuito de verificar, nas performances ao vivo, os imperativos do corpo pós-disciplinar e as crises que emergem da escolha de seguirem em plena atividade na indústria do  entretenimento; na segunda, examina como a cultura brasileira modula a velhice de uma importante cantora pop (Gretchen) na engrenagem do humor e do processo de memetização como possibilidade de permanência no mercado musical espraiado nas redes sociais digitais. Conclui-se que o envelhecimento feminino instaura uma série de problemas de enquadramento para cantoras pop ao impor a necessidade de negociação e gestão de imagem, incidindo em processos que revelam tanto a violência da exposição e do bullying ao corpo velho, quanto a capitalização e negociação da jocosidade como estratégia de reposicionamento pessoal e artístico (rebranding). Aposta-se na premissa de que a violência estrutural do idadismo pode ser tensionada, negociada e até revertida em benefício de quem ousa não parar.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ADRIANA DA ROSA AMARAL
Interna - 1134091 - ANGELA FREIRE PRYSTHON
Externa à Instituição - CINTIA SANMARTIN FERNANDES - UFRJ
Interna - 3227594 - CRISTINA TEIXEIRA VIEIRA DE MELO
Presidente - 2322090 - THIAGO SOARES
Notícia cadastrada em: 26/05/2023 08:54
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