TELEMONITORAMENTO DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS PARA IDOSOS COM DOENÇA DE PARKINSON E DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM TEMPOS DE COVID-19
Envelhecimento. Disfunção temporomandibular. Doença de parkinson. Exercícios
terapêuticos
As projeções indicam que em 2050 o Brasil será o quinto país com o maior número de idosos no mundo (Brito, 2008), e com o maior número de idosos, aumenta-se também a prevalência de doenças crônicas degenerativas, por exemplo a doença de Parkinson (DP) (De Sousa e Coronago, 2017). Os distúrbios motores da DP resultam em anormalidades posturais (Jankovic, 2008; Doherty, Warrenburg e Peralta, 2011; Benatru, Vaugoyeau e Azulay, 2008) e esse desequilíbrio pode provocar a disfunção temporomandibular (DTM) que é considerada como um grupo de doenças que envolvem a ATM, músculos mastigatórios e tecidos adjacentes (Greene, Klasser e
Epstein, 2010). O tratamento conservador da DTM envolve orientações de autocuidado, terapia farmacológica, acupuntura e a fisioterapia (Reid e Greene, 2013). Um dos recursos utilizados pelos fisioterapeutas são os exercícios terapêuticos, com o objetivo de aliviar a dor e melhorar a função (Moreno 2009). Com o surgimento da pandemia pelo novo coronavírus, foi necessário implementar medidas de distanciamento social, por isso, o uso da telessaúde tornou-se uma ferramenta de bastante importância nesse período (Caetano et al., 2020). Portanto o objetivo da pesquisa é avaliar os efeitos da orientação individualizada por telemonitoramento de um programa de exercícios terapêuticos para idosos com doença de Parkinson e disfunção temporomandibular em tempos de COVID-19. Trata-se de um ensaio clínico randomizado. Será utilizado o ambiente acadêmico virtual do g-suite por meio da ferramenta de reuniões virtuais google meet. Os participantes serão obtidos através de um banco de dados com 81 idosos, sendo 18 com DTM e Parkinson. Na avaliação geral será aplicado o formulário contendo os dados sociodemográficos (idade; sexo; raça/cor, estado civil, escolaridade, ocupação) e os dados clínicos. Na avaliação, os participantes serão submetidos a quatro instrumentos de avaliação clínica: a Escala Visual Analógica (EVA), o Índice Anamnésico de Fonseca, o Questionário de Limitação Funcional Mandibular (MFIQ) e a Patient Global Impression of Change Scale - (PGICS). Os participantes do grupo intervenção receberão inicialmente uma palestra sobre os tópicos: anatomia básica da ATM, biomecânica, fatores psicossociais da DTM e hábitos parafuncionais. Além da palestra, exercícios mandibulares adaptados a partir do protocolo de Kalamir et al. (2012) serão realizados 3 vezes por semana durante 4 semanas, com duração de 30 minutos. Esses exercícios serão ensinados no segundo dia de telemonitoramento, e os participantes darão continuidade em suas casas. Os participantes do Grupo Controle assistirão a uma palestra curta sobre os seguintes tópicos: anatomia básica da ATM, biomecânica, fatores psicossociais da DTM e hábitos parafuncionais. Esse grupo não realizará os exercícios mandibulares, recebendo as orientações através da palestra e o uso da compressa de água morna durante 10 minutos, 3 vezes por semana. Os dados serão analisados por meio do Statistical 13.0 considerando P<0,05. Para determinação da normalidade dos conjuntos de dados será utilizado o Teste de Shapiro-Wilk após o qual serão selecionados os testes de análise, podendo ser ANOVA de medidas repetidas (distribuição normal) e Mann-Whitney (distribuição não normal). Para análise intragurpo, serão utilizados o Teste T pareado (distribuição normal) e Wilcoxon (distribuição não normal).