Efeito de Diferentes Fenótipos de Massa Corporal em Pessoas Idosas Comunitárias e Seus Fatores Associados: Evidências do ELSI-Brasil
Pessoa idosa; Paradoxo da obesidade; Síndrome da fragilidade.
O envelhecimento populacional é um fenômeno que vem ocorrendo globalmente ao longo das últimas décadas e tem impacto significativo na sociedade e na saúde pública. De forma quase concomitante, a comunidade científica tem observado um fenômeno intrigante: em situações clínicas específicas, o excesso de peso e a obesidade parecem apresentar um efeito protetor contra eventos adversos na população idosa, fenômeno comumente chamado de "paradoxo da obesidade", também chamado de "paradoxo do índice de massa corporal (IMC)" uma vez que o efeito protetor parece ocorrer quando a obesidade é avaliada exclusivamente através do IMC. Todavia, a literatura mostra que ao analisar outros indicadores de obesidade, como a obesidade central e a obesidade determinada pelo percentual de gordura, o efeito protetor parece ser mantido. A síndrome de fragilidade, por sua vez, possui uma alta prevalência entre os indivíduos idosos e confere um alto risco de eventos adversos como quedas, hospitalização e mortalidade. Este fato corrobora com o argumento de alguns autores quando sugerem que o IMC segue uma curva em forma de "U", onde os valores mais extremos, tanto de baixo peso quanto de maior peso, estão associados ao maior risco para os eventos adversos. Diante desse debate, é relevante aprofundar a investigação das consequências da massa corporal, com um foco especial nos diferentes fenótipos. Portanto, o objetivo deste estudo é avaliar o efeito de diferentes fenótipos de massa corporal em pessoas idosas comunitárias e seus fatores associados a fragilidade, funcionalidade, consumo alimentar e eventos adversos.