Este estudo teve como objetivo analisar a promoção da acessibilidade digital em universidades afiliadas à Rede Brasileira de Estudos e Conteúdos Adaptados (REBEKA), com foco em estudantes com perda total ou parcial da visão. A pesquisa é classificada como bibliográfica e documental, visando descrever e analisar aspectos qualitativos e quantitativos. Os dados foram coletados por meio de um questionário online aplicado a estudantes com deficiência visual e profissionais responsáveis pela elaboração de materiais acessíveis em cinco instituições de ensino superior da Rede Brasileira de Estudos e Conteúdos Adaptados. Além disso, uma ferramenta foi utilizada para validar a acessibilidade dos ambientes digitais nessas instituições. Os resultados foram avaliados e discutidos por meio de análise de conteúdo, à luz da revisão bibliográfica e análise documental. Com base nos resultados obtidos, foi possível traçar um panorama de como as instituições de ensino superior que participaram da pesquisa estão trabalhando para promover a acessibilidade digital. Entre os pontos críticos identificados em relação à acessibilidade, estão os problemas de comunicação entre a universidade e os estudantes com deficiência visual. Muitos estudantes com deficiência visual reclamaram da falta de divulgação dos serviços disponíveis para eles ou afirmam desconhecer totalmente a existência de um setor de acessibilidade na universidade, ou ainda dizem que conhecem o setor, mas têm uma relação distante com ele. Outro ponto crítico relatado foi a falta de apoio de algumas universidades aos centros/secretarias de acessibilidade para a realização de suas atividades. Problemas de acessibilidade também foram encontrados nos ambientes digitais utilizados pelas instituições para atividades acadêmicas, o que foi identificado a partir dos resultados obtidos com ferramentas validadoras de acessibilidade e a partir dos depoimentos dos estudantes com deficiência visual que participaram da pesquisa. Vale ressaltar que algumas universidades desconheciam o número de estudantes com deficiência visual em seu contexto, o que pode dificultar o preparo dos professores para lecionar para esses alunos. Com informações prévias, os professores poderiam preparar aulas e materiais acessíveis com o apoio da biblioteca e do centro/secretaria de Acessibilidade. Com base nos problemas identificados e nas oportunidades observadas, foi possível criar uma lista de boas práticas em termos de tecnologias, produção de materiais didáticos e promoção do acesso à informação, a serem seguidas pelas instituições educacionais, a fim de oferecer aos estudantes com deficiência visual uma experiência acadêmica mais inclusiva durante seu período de estudos.