O Mundaneum de Celso Furtado no contexto da documentação para o desenvolvimento do Nordeste
Celso Furtado. Documentação no Brasil. Centro de Documentação da Sudene. Myriam Gusmão de Martins.
O economista Celso Furtado foi o criador e idealizador da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959, estando à frente da instituição como superintendente, no período de 1959 a 1964. Durante sua gestão, no ano de 1960, a bibliotecária Myriam Gusmão de Martins foi a responsável por criar o Centro de Documentação da Sudene, um verdadeiro Mundaneum em prol do desenvolvimento do Nordeste. Esta pesquisa objetiva investigar a criação do Centro de Documentação da Sudene, na década de 1960. O estudo é historiográfico e documental, associado à análise de conteúdo de entrevistas, registros encontrados em relatórios, atas e arquivos históricos da instituição. Pretende-se contextualizar três marcos conceituais: o primeiro, diz respeito ao intelectual Celso Furtado e às aproximações com a Ciência da Informação; o segundo, trata da importância do Centro de documentação da Sudene, na década de 1960; e, o terceiro, refere-se ao uso de Termos Coordenados (TC) utilizados pela Sudene no controle da informação. Para coadunar a reflexão, o olhar ocorre na perspectiva da “Epistemologia social” de Shera, visando fazer aproximações entre o Mundaneum de Furtado e o Mundaneum de Otlet, idealizado em 1928, como um centro de documentação para promover a paz mundial. Por fim, reflete-se que o progresso de um país não depende somente de sua estrutura econômica e social, mas de sua capacidade de entender a documentação como um elemento estratégico para o desenvolvimento.