ANÁLISE TÉCNICO-ECONÔMICA DE FLUIDOS DE CORTE A BASE DE ÓLEO VEGETAL E SINTÉTICO EM OPERAÇÕES DE USINAGEM DO AÇO SAE 1045
Fluido biodegradável, torneamento, corrosão, atrito, usinabilidade, análise financeira.
A utilização de fluidos a base de óleo mineral nos processos de usinagem resulta em diversos problemas, desde doenças ocupacionais aos trabalhadores até impactos ambientais. Neste cenário, os fluidos sintéticos são uma alternativa eficaz para a redução desses problemas, mesmo apresentando um elevado custo. Visando contribuir com a fabricação sustentável é crescente o número de estudos relacionados à utilização de fluidos de corte vegetais, contribuindo com a redução desse impacto à humanidade. Contudo, um grande desafio é obter um fluido biodegradável com um bom desempenho na vida da ferramenta, acabamento superficial desejado e de baixo custo. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é realizar uma análise técnico-econômica entre fluidos de corte a base de óleo babaçu, mamona e fluido comercial sintético na operação de torneamento cilíndrico do aço SAE 1045. Do ponto de vista técnico realizou-se ensaios na configuração pino-disco, para levantar as propriedades tribológicas, e eletroquímicos, com intuito de avaliar a corrosividade de cada fluido, bem como a influência das formulações na vida da ferramenta e na rugosidade superficial da peça final no processo de torneamento. Com relação à análise financeira, foi estruturada uma avaliação de ponto de equilíbrio com base nas informações geradas nos ensaios de usinabilidade.Os resultados desta pesquisa identificaram que o fluido a base de óleo de babaçu apresentou menor coeficiente de atrito (μe) gerado. No estudo da corrosividade, a melhor opção detectada, por meio de ensaios eletroquímicos, foi a emulsão a base de óleo sintético, evidenciando ser menos agressiva à superfície da peça e ao material da máquina-ferramenta. Além disto, ao realizar os ensaios de vida de ferramenta percebeu-se que ao diminuir a velocidade de corte se propiciava uma operação mais vantajosa para as propriedades dos fluidos biodegradáveis, sendo o melhor resultado apresentado pela emulsão a base de óleo de mamona, chegando a uma vida útil de 66,62 min. Levando em consideração o acabamento das superfícies fabricadas em cada processo, identificou-se que o fluido sintético apresentou melhores resultados de rugosidade, se tornando ideal para operações de acabamento. Por fim, na avaliação econômica, as opções com maior potencial foram o fluido sintético na velocidade de 90 m/min e a emulsão a base de óleo de mamona nas velocidades de 70 e 90 m/min, que se tornam vantajosos para a produção em alta escala.