Exposição Ocupacional à Vibração de Corpo Inteiro em Operadores de Máquinas Portuárias de Movimentação de Contêineres
vibrações de corpo inteiro; distúrbios musculoesqueléticos; análise modal e harmônica; higiene ocupacional; ergonomia; método de elementos finitos
Considerando a expansão da movimentação mundial de cargas marítimas que cresce exponencialmente nos portos e para viabilizar essas demandas o uso crescente de máquinas portuárias, este trabalho visa avaliar como a operação de máquinas de movimentação de contêineres estão afetando seus operadores no que concerne as vibrações ocupacionais. Foram realizadas avaliações ergonômicas (desconforto e postura) e quantitativas de vibrações de corpo inteiro nos postos de trabalho do operador de portêiner e tractor em um porto situado na região nordeste do Brasil e desenvolvido um modelo homem assento em 3D com as devidas condições de contornos e estudados os resultados de análise modal e harmônica por elementos finitos no software ANSYS. Os dados de desconforto foram coletados utilizando o Questionário nórdico de sintomas musculoesquelético e os dados de postura de trabalho foram coletados e usados no método de na Avaliação Rápida de Todo o Corpo (REBA). Os resultados do questionário demostraram que os distúrbios musculoesqueléticos são altamente prevalentes particularmente na coluna lombar, cervical e dorsal. Esses dados são ratificados pela pontuação final do REBA que ficou entre 6 e 7, o que revela o nível de risco mediano de postura do trabalhador durante a execução da tarefa. Quanto as exposições as vibrações os resultados obtidos apontaram para um contexto limítrofe, visto que tivemos a aceleração resultante de exposição normalizada (AREN) com os níveis de alerta ultrapassados em sua maioria (86,2%) o valor da dose de vibração resultante (VDVR) da mesma forma teve o nível de alerta ultrapassado na maioria dos casos (96,6%). Em relação ao limite máximo estabelecido pela legislação brasileira o AREN não chegou a ser ultrapassado, enquanto que o VDVR teve o limite máximo ultrapassado em 20% dos casos. A análise modal do modelo revelou que as primeiras 8 frequências naturais ficaram entre 5 e 13 hertz, faixa de frequência que abrange grande parte das frequências de ressonância do corpo humano. A análise harmônica revelou uma similaridade entre o modelo e resultados reais de deformação e aceleração na região de frequência de 1 a 5 Hz.