Com O Tato Também Se Vê! Um Estudo Preliminar da Percepção Háptica Sobre Os Atributos Subjetivos de Materiais Metálicos
Percepção Tátil; Pessoas Cegas; Propriedades dos Materiais; Avaliação Subjetiva.
Um dos grandes desafios das pessoas com deficiência visual para inclusão social é a falta de segurança em ambientes desconhecidos. As sensações negativas interferem na execução de atividades típicas provocando situações constrangedoras e prejudicando a experiência dessas pessoas em espaços sociais, como ir a um restaurante, por exemplo. No caso dos talheres, os atributos técnicos dos materiais como a forma, o peso e a textura são capazes de auxiliar na tarefa de se alimentar diretamente associados à facilidade de codificação das informações sensoriais e capazes de avaliação por procedimentos exploratórios hápticos dos objetos (GEORGIOU, 2012). A presente investigação relaciona-se ao projeto de pesquisa em cooperação internacional entre o Laboratório O Imaginário Design da Universidade Federal de Pernambuco - Brasil; o Laboratório de Paisagem, Património e Território da Universidade do Minho e a HERDMAR (Indústria Tradicional de Cutelaria), ambos de Guimarães - Portugal e pretende avaliar a qualidade háptica percebida dos materiais metálicos por usuários cegos e videntes visando melhorar a experiência deste público em ambientes de alimentação não familiares. O estudo prevê intercalar os tópicos do design de produto (aspectos práticos e projetuais) com a percepção das pessoas com deficiência visual sobre a superfície dos materiais (aspectos estéticos e simbólicos), visando a inserção dos aspectos sensoriais do material metálico como requisitos técnicos do projeto. A pesquisa será de caráter qualitativo e se utilizará de protocolos de avaliação em via dupla, através da análise comparativa das respostas conscientes relatadas e as respostas fisiológicas inconscientes dos usuários durante os procedimentos exploratórios hápticos dos objetos. Os princípios da neurociência serão aplicados a partir do uso de dispositivos médicos para aferição de respostas fisiológicas do sistema nervoso autônomo e periférico (Resposta Galvânica da Pele) e do sistema nervoso central (EEG) a fim de verificar de que forma os elementos percebidos pelo sistema háptico impactam na experiência afetiva das pessoas com deficiência visual à mesa.