Emoções em tempos de pandemia: o papel dos espaços públicos verdes na restauração do bem estar
Palavras-chave: Emoções. Parques urbanos. Áreas verdes.
RESUMO
A vida mudou drasticamente no decorrer de dois anos da pandemia do COVID-19, doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, demandando mudanças nos hábitos no cotidiano da população em escala mundial. Visando minimizar o contágio a recomendação foi de evitar saídas de casa e que as pessoas procurassem formas de realizar o máximo de suas tarefas no ambiente domiciliar. Junto a isto, diversos estabelecimentos (públicos e privados) precisaram ser fechados como forma de contenção da disseminação do vírus, dentre eles, em um primeiro momento, os parques urbanos. Foram testemunhados relatos de declínio do bem-estar emocional da população, e aumento do estresse psicológico, o que levou a uma posterior abertura dos espaços públicos com medidas de segurança, como o uso obrigatório de máscaras. Acredita-se que os espaços públicos abertos com contato direto com a natureza, como os parques, têm a função de mitigar os efeitos negativos advindos do confinamento. Dessa forma, a presente pesquisa procura analisar a experiência emocional da população no ambiente domiciliar e nos parques urbanos, buscando um entendimento da função dos parques na regeneração emocional da população durante tempos de isolamento como o vivenciado na pandemia do COVID-19. A pesquisa fez uso de questionário online durante o período de abril a maio do ano de 2021, abrangendo um total de 177 respondentes residentes da cidade de Recife, relatando a experiência emocional positiva (Alegria e Calma) e negativa (Tristeza e Tensão) no ambiente domiciliar e público de lazer, assim como a frequência de atividades realizadas nestes dois ambientes. O questionário foi desenvolvido segundo a teoria das facetas, que possibilitou a identificação de conceitos a serem analisados e correlação entre os mesmos. Os resultados confirmam a correlação entre variáveis indicando a maior intensidade de experiências emocionais positivas, tanto no ambiente público como no residencial, das pessoas que relataram maior frequência de visitação e atividades realizadas nos parques urbanos.