A CRIANÇA E O LUGAR EM ÁREA DE RISCO: A prática do espaço para crianças em grotas na cidade de Maceió - Alagoas
Espaço, Lugar, Criança, Área de risco.
Devido à especulação do território urbanizado, bem como a inadequação de políticas habitacionais, áreas de vulnerabilidade ambiental, como morros, mangues, encostas e grotas, solos sem valor, foram ocupados por famílias de baixa renda. Na cidade de Maceió destaca-se as grotas que, numerosas e marcantes na paisagem urbana, consistem em formações geológicas, ou depressões no terreno, que atuam como calhas naturais de drenagem. Partimos do pressuposto de que o caráter residual, fragmentado e provisório da ocupação nessas áreas confere vulnerabilidades à prática do espaço. Sabendo-se que a prática do espaço, pelas crianças, reflete culturas e imaginários coletivos, tanto quanto os influenciam e reorganizam, e tendo em vista os diferentes contextos socioespaciais urbanos brasileiros e a diversidade de infâncias que desenham variadas práticas sobre o espaço, a questão que norteia o estudo é: Como as condicionantes socioambientais em áreas de grotas impactam na prática do espaço urbano e na constituição de lugares para as crianças? O objeto empírico adotado será o bairro do Jacintinho, que consiste no segundo mais populoso da capital alagoana, e possui mais de 30% do seu território entre grotas e encostas. A pesquisa tem por objetivo analisar a prática do espaço e a relação com o lugar para as crianças em grotas no bairro do Jacintinho, na cidade de Maceió - Alagoas. Logo, iremos investigar e interseccionar o lugar, enquanto espaço qualificado, as infâncias, enquanto categoria social estrutural, e o seu rebatimento no contexto urbano atual; descreve o processo de ocupação das grotas na cidade de Maceió e analisar sua inserção na paisagem social urbana; analisar a percepção sobre o território, a prática e a qualificação do espaço por crianças em áreas de grota e construir uma narrativa da experiência do lugar para esta infância.