A SUBCIDADANIA NO TRANSPORTE PÚBLICO COLETIVO:
trajetórias de usuários dos serviços de ônibus e de trem na Região Metropolitana do Recife
subcidadania; dominação social simbólica; produção do espaço; transporte público coletivo; Região Metropolitana do Recife.
SILVA, Marília do Nascimento. A subcidadania no transporte público coletivo: trajetórias de usuários dos serviços de ônibus e de trem na Região Metropolitana do Recife. 2024. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Urbano) – Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2024.
O objetivo desta tese é discutir a subcidadania no transporte público coletivo, com foco na percepção dos usuários. Parte-se da hipótese de que os serviços de ônibus e de trem da Região Metropolitana do Recife tem validado a dominação social simbólica ao controlar a oferta de veículos, cobrar pelo tempo de deslocamento, reduzir a integração entre as linhas de ônibus e terminais, além de precarizar as condições de uso. A abordagem metodológica, caracterizada pelo método materialista histórico-dialético, inclui revisão de literatura sobre a lógica da produção capitalista do espaço, com ênfase na segregação socioespacial, mobilidade urbana e classe social; análise documental de planos sobre a organização do espaço metropolitano do Recife, pesquisa de campo e estudo de caso. A pesquisa contou com a participação de 62 voluntários, destes, 38 responderam ao formulário de pesquisa on-line e 24 foram entrevistados nos terminais e linhas de ônibus e de trem do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR). Os dados obtidos apontam para o alto índice de insatisfação dos usuários quanto aos serviços de ônibus e de trem, o baixo alcance dos objetivos da Política Nacional de Mobilidade Urbana e a falta de transparência no controle das operações e da arrecadação das tarifas. Apesar do histórico pioneiro na gestão consorciada do transporte público, o serviço ofertado pelo STPP/RMR tem contribuído com a reprodução das desigualdades socioespaciais, submetendo a população a um modelo de mobilidade urbana que privilegia os interesses do Mercado. Pensar o Sistema de Mobilidade Urbana da RMR integrado à diversidade dos meios de transporte é caminhar para novas possibilidades de melhoria e de equidade social no transporte público.