Banca de DEFESA: RAFAELA TETI TIBURCIO MAIA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RAFAELA TETI TIBURCIO MAIA
DATA : 30/04/2024
HORA: 09:00
LOCAL: On-line
TÍTULO:

DO REASSENTAMENTO À “CIDADE DOS DEPRESSIVOS”: uma análise da experiência do habitar na nova cidade de Itacuruba-PE.


PALAVRAS-CHAVES:

Arquitetura e urbanismo; Experiência; Habitar; Representações Sociais; reassentamento populacional; Itacuruba.


PÁGINAS: 115
RESUMO:

Na década de 1980, a cidade de Itacuruba, localizada no sertão pernambucano, passou por um processo de reassentamento obrigatório para que em seu lugar fosse instalada a Usina Hidrelétrica de Itaparica, a atual Luiz Gonzaga. Tal intervenção foi responsável pela total destruição e parcial submersão do território da cidade, assim como a indução ao deslocamento de sua população de uma realidade autoconstruída, nas margens do rio São Francisco, para uma nova espacialidade, projetada à luz da arquitetura moderna, e em uma região de caatinga. Após o reassentamento, na nova cidade, foram registrados pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco alarmantes índices de depressão e suicídio, que fez Itacuruba ficar conhecida como “a cidade dos depressivos”. A história da cidade de Itacuruba convoca para uma discussão sobre a dimensão subjetiva da Arquitetura e que, nesta pesquisa, é abordada na investigação sobre a experiência do habitar, tendo em vista o fenômeno de realocação da população de Itacuruba. Em outras palavras, buscamos responder a seguinte questão: quais os impactos do reassentamento na experiência do habitar da população realocada da cidade de Itacuruba? Para responder à questão, construímos uma ancoragem teórico-metodológica na discussão sobre a experiência do habitar, em uma articulação entre autores da filosofia e da psicossociologia (com a Teoria das Representações Sociais) de modo a inspirar uma abordagem da subjetividade na arquitetura. A metodologia contou, assim, com uma revisão bibliográfica sobre a noção de habitar, no campo da filosofia e da arquitetura, com as contribuições de Martin Heidegger e Christian Norberg-Schulz, e sobre a experiência como fenômeno de representações sociais com Denise Jodelet. Paralelamente, foram realizadas pesquisas sobre a cidade de Itacuruba, onde acessamos documentários, matérias jornalísticas e publicações científicas. Em seguida, foram aplicadas entrevistas do tipo narrativas, não estruturadas, com seis moradores da nova cidade de Itacuruba que vivenciaram o reassentamento. Por fim, a análise, que permitiu-nos estruturar a discussão sobre experiência do habitar da população realocada da cidade de Itacuruba a partir de três temáticas: do reassentamento indesejado; da ruptura no sistema representacional da cidade de Itacuruba, levando ao surgimento de duas novas representações (a velha cidade e a nova cidade); e da emergência da “cidade dos depressivos”, que surge a partir do lugar de falta que a nova cidade ocupa, associada aos recorrentes casos de depressão e suicídio. Os resultados apontam para uma experiência do habitar fragmentada no espaço-tempo, onde a função psicológica de identificação dos sujeitos habitantes se encontra fixada na memória que nutre a representação social da antiga cidade e que está, portanto, dissociada da espacialidade circundante. Em decorrência, o equilíbrio existencial desses sujeitos é afetado e a angústia se apresenta como um imperativo na vivência da nova cidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1963579 - JULIETA MARIA DE VASCONCELOS LEITE
Interna - 297806 - MARIA DE JESUS DE BRITTO LEITE
Externa ao Programa - 2477856 - RENATA LIRA DOS SANTOS ALESSIO - UFPE
Notícia cadastrada em: 12/04/2024 09:56
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