A periferia metropolitana de Fortaleza e Natal como fronteira de atuação para um agente estrangeiro do mercado imobiliário financeirizado: uma análise dos empreendimentos Smart city da Planet Group.
Smart city; Empreendimento imobiliário; Ceará; Rio Grande do Norte; Planet Group.
O presente trabalho busca avaliar a atuação da incorporadora Planet Group, enquanto agente estrangeiro do mercado imobiliário financeirizado, seus interesses locacionais e suas repercussões socioespaciais decorrentes, a partir de uma análise comparativa dos empreendimentos Smart city — Laguna, em São Gonçalo do amarante (CE); Aquiraz, no município de Aquiraz (CE) e; Natal, no município de São Gonçalo do Amarante (RN), homônimo à municipalidade cearense. O trabalho se desenvolve dialeticamente, contrapondo-se os objetos teóricos e empíricos, para construção de um conhecimento consubstanciado. Parte-se então de uma (1) revisão bibliográfica acerca das temáticas relacionadas ao campo do Planejamento urbano e regional, sendo elas — a produção capitalista do espaço, mercado imobiliário, financeirização e Smart city; assim como de um (2) levantamento e análise documental, via fontes primárias e secundárias, de caráter quanti-qualitativo, acerca dos empreendimentos, regiões de intervenção, e atores envolvidos. Como resultados parciais, torna-se possível verificar: a existência de uma estrutura de gestão e governança robusta, e de escala global, da Planet Group, com grande capacidade de produção imobiliária em diversas localidades, paralelamente; situar sua atuação no complexo financeiro-imobiliário, o qual à possibilitou, em grande medida, todo o seu crescimento internacional; além de identificar estratégias de lançamentos imobiliários concebidos morfotipologicamente, de acordo com a lógica de maior aproveitamento/extração da renda do solo, que no caso das Smart cities aqui analisadas, detendo grande extensão territorial, são capazes de trazer graves repercussões às dinâmicas de ocupação precedentes. Destaca-se ainda que, ao se apropriar do conceito Smart, tais empreendimentos passam a vincular à sua atuação, o setor da tecnologia, com inovações de produto e processo, capazes de aumentar seus níveis de liquidez, fomentando uma dinâmica de expansão das suas iniciativas para outras territorialidades.