DA SEMIOSE DOS LUGARES DO RECIFE NA PERMANENTE RENOVAÇÃO DO SEU FOLCLORE ASSOMBRADO
folclore; fenomenologia; lugar de memória; assombrações do Recife.
A presente dissertação se insere no campo de debate multidisciplinar do Folclore, entendido aqui como uma construção essencialmente humana. Partindo do pressuposto de que o Folclore é um construto cultural, é inequívoco concluir que ele carrega um forte teor sociocultural, representativo de indivíduos ou de uma coletividade. Por meio da pesquisa, se analisará as lendas urbanas, contos e literatura assombrada do Recife, tratadas por autores clássicos como Gilberto Freyre, Carneiro Vilela, ou por autores contemporâneos, como o jornalista Roberto Beltrão. Ao rememorar aspectos da morfologia urbana, das tipologias arquitetônicas e do caráter dos lugares da cidade, tais contos são dotados de uma gama de elementos semióticos. Para relacionar a materialidade descrita existente com as lendas e histórias que dela emergem, é necessário compreender como se dá a relação fenomenológica entre o indivíduo e o espaço que o circunda, a partir da qual se converte a matéria física em puro Folclore. Assim, nesta dissertação, buscar-se-á identificar os elementos semióticos que despertam sensações, a partir das quais os lugares são ressignificados, buscando aprofundar a compreensão sobre o que confere ao Recife seu caráter místico e sobrenatural.