A REPRESENTAÇÃO DO SUICÍDIO NA SÉRIE 13 REASONS WHY: UMA ABORDAGEM DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO
Análise Crítica do Discurso. Representação. Suicídio. Práticas discursivas multimodais. 13 Reasons Why.
Esta pesquisa tem como principal objetivo analisar, à luz da Análise Crítica do Discurso (ACD), especialmente a partir do trabalho de Norman Fairclough e de Gunther Kress e Theo Van Leeuwen, de que maneira se dá a representação do suicídio na série americana da Netflix 13 Reasons Why. Busco, como objetivo específico, refletir sobre como as práticas discursivas atuam de modo a sustentar ou suspender a estruturação social para manutenção da dominação do discurso de estereotipização, culpabilização, exposição e silenciamento do suicídio. Considerando a importância de discuti-lo, enquanto fenômeno social, questão de saúde pública e de crise humana, oriento este trabalho na direção da compreensão das bases sociais que constituem as visões a respeito do suicídio, a partir da observação de aspectos discursivos e sociais, tendo em vista os elementos presentes na construção representacional da série supracitada ao significar o suicídio. Serão levados em conta, nesse sentido, aspectos visuais, como a perspectiva, a distância social, a transacionalidade, modalidade, saliência e conceituação simbólica construção audiovisual discursiva (Kress & van Leeuwen, 2006 [1996]), assim como os modos de avaliação, a partir das afirmações avaliativas, categoria proposta por Fairclough (2003). Para tanto, farei análise da primeira temporada, posto que é nela que a personagem principal, Hannah Baker, consuma seu suicídio, além de mencionar os “13 porquês” para sua morte autoprovocada, mote que intitula a obra. A partir da análise aqui empreendida, é possível perceber como as estruturas sociais acabam por se tornar reprodutoras de preconceitos, tabus e estereótipos, que cristalizam e potencializam comportamentos de exclusão e de silenciamento contra as pessoas consideradas “suicidas”.