ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DE REPRESENTAÇÃO DO SUICÍDIO NA SÉRIE 13 REASONS WHY
Análise Crítica do Discurso. Representação. Suicídio. Práticas discursivas multimodais. 13 Reasons Why.
Esta pesquisa tem como principal objetivo analisar, à luz da Análise Crítica do Discurso (ACD), especialmente a partir do trabalho de Norman Fairclough e de Gunther Kress e Theo Van Leeuwen, de que maneira se dá a representação do suicídio na série americana da Netflix 13 Reasons Why. Busca-se, como objetivo específico, refletir sobre como as práticas discursivas multimodais atuam de modo a sustentar ou suspender a estruturação social para manutenção da dominação do discurso de estereotipização, culpabilização e silenciamento do suicídio. Considerando a importância de discuti-lo, enquanto fenômeno social, questão de saúde pública e de crise humana, oriento este trabalho na direção da compreensão das bases sociais que constituem as visões a respeito do suicídio, a partir da observação de aspectos discursivos e sociais, tendo em vista os elementos multimodais presentes na construção representacional da série supracitada ao significar o suicídio. Serão levados em conta, nesse sentido, aspectos visuais, sonoros, de escolha de cores e gestos na construção audiovisual discursiva (van Leeuwen), assim como os modos de avaliação, a partir das afirmações avaliativas, categoria proposta por Fairclough (2003). Para tanto, farei análise da primeira temporada, posto que é nela que a personagem principal, Hannah Baker, consuma seu suicídio, além de mencionar os “13 porquês” para sua morte autoprovocada. A partir da análise aqui empreendida, é possível perceber como as estruturas sociais acabam por se tornar reprodutoras de preconceitos, tabus e estereótipos, que cristalizam e potencializam comportamentos de exclusão e de silenciamento contra as pessoas consideradas “suicidas”.