Potencialidades e fragilidades dos projetos de midiaeducação nos novos livros didáticos da área de Linguagens no Ensino Médio
Pedagogia dos Letramentos. Livros Didáticos de Linguagens. PNLD, Midiaeducação.
A investigação de mestrado em andamento tem como objeto de estudo os Projetos de
Midiaeducação apresentados em dois dos novos livros didáticos de Ensino Médio,
propostos para a área de Linguagens e suas Tecnologias. Como objetivo, buscamos
analisar, no campo teórico-metodológico da Linguística Aplicada, a configuração desses
Projetos de Midiaeducação no âmbito do PNLD-2021 e sua relação com a BNCC e com
as chamadas “pedagogias do letramento” (Kalantziz, Cope e Pinheiro, 2020), ou seja,
modos/tradições/discursos de ensinar determinadas práticas de letramento na escola.
Com a promulgação da BNCC (2018) e a Reforma do Ensino Médio (Lei nº
13.415/2017), inaugura-se uma nova configuração do Ensino Médio pautada no
desenvolvimento de habilidades e competências e na divisão entre o currículo
representado pela BNCC e a parte diversificada (itinerários formativos). Essa mudança
nessa etapa da educação básica atinge diretamente a elaboração dos livros didáticos -
agora organizados por áreas do conhecimento como prescrito na Reforma – e cuja
seleção se baseia no edital do PNLD (2021), que prescreve que as obras didáticas por
áreas (Objetos Educacionais 1) apresentem quatro projetos integradores, dentre eles o de
midiaeducação aqui analisado.Com base nas reflexões de Silva (2018), Zank (2020),
Coscarelli e Ribeiro (2021) e Fratine e Silva (2021), a pesquisa investiga duas coleções
que apresentaram dois Projetos com objetos de ensino semelhantes: “Integramundo” e
“Jovem Protagonista”. Para discussão do seminário, destacamos algumas características
do Projeto de Midiaeducação “Uma imagem, mil palavras” da coleção “Integramundo”
(editora Tulipa): trabalho com os gêneros notícia, poema e pintura para introduzir a
produção de um curta-metragem; atividades que representam, principalmente, as
pedagogias de letramento (Kalantziz, Cope e Pinheiro, 2020) da prática situada e da
instrução explícita. Desse modo, pode-se afirmar que as propostas dessa obra se
afastam de uma análise mais crítica e reflexiva dos textos.