Por uma educação linguística como prática da liberdade: a interculturalidade crítica na sala de aula de língua inglesa
Educação linguística. Interculturalidade crítica. Linguística Aplicada.
Pautada numa concepção transgressiva de educação linguística, esta pesquisa se funda nos princípios da Linguística Aplicada (Kleiman, 1998; Moita Lopes, 2006, 2013; Rajagopalan, 2005; Pennycook & Makoni, 2020) e na interculturalidade crítica (Kramsch, 1998, Mignolo, 2011; Mignolo & Walsh, 2018 Candau,2012;Hua, 2014; Dervin, 2016) como projeto político-pedagógico para analisar como as perguntas e a argumentação na perspectiva enunciativo-dialógica impactam o desenvolvimento de saberes e práticas interculturais no diálogo entre estudantes internacionais de língua inglesa de dois cursos distintos de uma universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, Canadá; a saber, English for Academic Purposes e Global Citizenship Through English. Metodologicamente, seguiremos os preceitos de uma pesquisa qualitativa, pois o objetivo é entender a realidade a partir dos significados compartilhados ao longo das aulas (Liberali & Liberali, 2011). A pesquisa será de natureza interpretativista e dedutiva. Examinamos as interações ao longo de duas semanas de aula e analisamos duas entrevistas semiestruturadas com os professores das turmas focais a partir de um paradigma crítico, buscando entender o papel das perguntas para a construção de saberes e práticas interculturais no ensino de língua inglesa com vistas a uma educação linguística comprometida com uma práxis decolonial, de acolhimento, pertença e, sobretudo, liberdade. As categorias de análise foram criadas com base em conceitos bakhtinianos. Os resultados indicam que dependendo de como as perguntas são organizadas, elas podem contribuir para novas possibilidades de diálogos interculturais com mais empatia e cuidado.