Banca de DEFESA: LUCAS LEITE BORBA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUCAS LEITE BORBA
DATA : 28/02/2024
HORA: 14:00
LOCAL: PPGL-UFPE (on-line)
TÍTULO:

 

A HISTORIA RECRIADA EM "ENTRE OS ATOS", DE VIRGINIA WOOLF

PALAVRAS-CHAVES:

Virginia Woolf. Crítica feminista. História. Entre os atos.

PÁGINAS: 154
RESUMO:

Nas obras de Virginia Woolf é possível encontrar um frequente interesse em se questionar as narrativas históricas do império. Essa dissertação tem como principal objetivo analisar a reescrita do passado no romance Entre os atos (1941/2022) observendo como ele veicula críticas à cultura imperial e fascista. Situado no verão de 1939, o romance traz a família Oliver em Pointz Hall, a casa onde recebem convidados para apreciar um pageant. O enredo é centrado nesse espetáculo, criado pela personagem srta. La Trobe, uma mulher descrita como outsider. La Trobe vai representar esse passado de maneira não-convencional, privilegiando a vida comum e abstendo-se, por exemplo, de encenar a guerra. O foco do romance alterna entre os atores e a reações da platéia, e são essas nos introduzem ao caráter de algumas personagens, já que uns tendem a apreciar a tradição e incomodam-se com a peça, enquanto os que estão abertos a novas perspectivas, se maravilham com sua obra. Essa complexidade que envolve o narrativa do romance nos leva a seccionar nossa análise em duas: tratando das representações do presente, dos símbolos que indicam a hegemonia da cultura imperial no dia a dia dessas personagens, e depois como esse contexto influencia na leitura do passado feita por La Trobeem seu pageant. O capítulo 1, portanto, propõe um mapeamento da literatura woolfiana, argumentando que Woolf, além de ficcionalista, era uma pensadora do seu próprio tempo. Elucubraremos, nesse capítulo, como a Inglaterra é representada através da ficção na obra de Woolf, e as implicâncias políticas de suas escolhas estéticas no contexto do modernismo inglês. O capítulo 2 discute os três pilares teóricos da análise: a crítica feminista, a história e o gênero ensaio.  Para delimitarmos o que entedemos sobre os conceitos de feminino, mulher e feminilidade, trouxemos a explicação de Toril Moi (1989) aliada a exemplos do uso desses termos nas obras de Woolf. Ademais, dialogando os ensaios feministas de Woolf com as contribuições de Adrienne Rich (2010) e Hélène Cixous (1975) discutimos as idiossincrasias da autoria feminina na obra de Woolf. Ainda, trazemos as discussões de Adkins (2023) e Bennet (2010) acerca da natureza enquanto actante no mundo. As discussões sobre Woolf e natureza se dão a partir do ensaio “Anon”, no qual Woolf pensa os sons da natureza como presentes na arte, algo que também é abordado no romance. A partir de White (1994) e Said (2007), no que tange as tensões e aproximações da autora com as abordagens de discursos históricos. Por último, entendemos que existe uma teoria woolfiana acerca da história, da literatura e da autoria feminina que é veiculada nos ensaios da autora. Por isso, a partir das contribuições de De Obaldia (1995) e Gualtieri (2000), propomos delimitar nosso entendimento acerca desse gênero, além de explicar o que é a teoria woolfiana e como ela pode ser aplicada. O capítulo 3, destinado à análise do romance Entre os atos, está seccionado para contemplar tanto o papel do artista enquanto provocador de narrativas históricas, quanto os aspectos das representações de um passado alternativo na obra. Esse capítulo explora como o pageant de La Trobe está alinhado às ideias de Woolf acerca da reescrita do passado a partir da ficção, e como esse processo está alicerçado na busca de perspectivas múltiplas, que questionem verdades dogmáticas. 

 

 

 

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - MARCELA SANTOS BRIGIDA - UERJ
Externo à Instituição - MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA - UFPB
Presidente - ***.243.804-** - ROGERIO MENDES COELHO - UFRN
Interno - 2247579 - YURI JIVAGO AMORIM CARIBE