PPGL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - CAC DEPARTAMENTO DE LETRAS - CAC Telefone/Ramal: (81) 2126-8767

Banca de DEFESA: MARIA VALDELANGE VIRGINIO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA VALDELANGE VIRGINIO DA SILVA
DATA : 20/02/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Universiade Federal de Pernambuco
TÍTULO:

DISCURSOS SOBRE VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR CONTRA A MULHER: PRODUÇÃO DE SENTIDOS NO FACEBOOK


PALAVRAS-CHAVES:

Discurso; Facebook; Mulher; Patriarcalismo; Violência Intrafamiliar.


PÁGINAS: 115
RESUMO:

A violência intrafamiliar contra a mulher é praticada desde os primórdios. É produto de uma ideologia patriarcal que, por muito tempo, manteve o poder nas mãos do homem, renegando à mulher seus direitos enquanto ser humano participante e atuante de uma sociedade em constante transformação. Essa organização social crê que o homem é superior à mulher, devendo-lhe esta obediência plena. Para manter o poder nas mãos dos homens, se difundia, sem hesitação, representações que posicionavam a mulher como inferior, frágil, desinteressante, incompetente, delicada, sensível, lenta, entre outros adjetivos, enquanto que o homem seria um ser versátil, forte, superior, interessante, herói, corajoso etc. Não é difícil perceber que essas categorizações tencionavam estabelecer o papel de dominador para o homem, ao passo que à mulher restava-lhe ser dominada. Infelizmente, esses rótulos vêm atravessando gerações e, lamentavelmente, contribuindo para manter a diferenciação entre os gêneros. Após décadas de resistência e de grandes avanços sociais, ainda se constata que a mulher é alvo de diversas formas de opressão e que, muitas vezes, o homem, através das relações de poder, busca demonstrar seu domínio, evidenciando que ela é submissa e deve fazer apenas aquilo que é imposto/determinado. A violência intrafamiliar contra a mulher é uma forma nítida/clara desta desvalorização, que vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Publicado recentemente, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2023, p. 136) aponta que houve “o crescimento de todas as formas de violência contra a mulher em 2022”. Diante disso, objetivamos investigar avaliações de mulheres que colaboram com a violência machista contra a própria mulher em comentários no Facebook sobre a violência intrafamiliar contra a mulher, perpetrada por marido. Nossos dados compõem-se de comentários de mulheres publicados na rede social Facebook, exclusivamente da página do G1 – dos anos 2021 e 2022, sobre notícias de violência intrafamiliar contra a mulher, executada pelo cônjuge, pois este é o principal agente desta forma de violência. Ademais, acreditamos que essa rede social proporciona interação entre os atores sociais através dos discursos e é um ambiente digital propício para o questionamento, a manutenção e/ou a transformação das relações de poder. Do ponto de vista discursivo, isso significa que “os textos como elementos de eventos sociais [...] têm efeitos causais” - ou seja, provocam mudanças. Sendo assim, os textos podem provocar mudanças no nosso conhecimento (podemos aprender coisas com eles), nas nossas crenças, nossas atitudes, valores” (FAIRCLOUGH, 2003a, p. 8). Esperamos, com este estudo, refletir acerca dos diversos modos de avaliação nos comentários. Além disso, buscamos verificar se as escolhas linguísticas avaliativas, em nosso objeto, estão contribuindo para manter, revestir ou transformar as relações de poder entre os gêneros. Esta proposta está enquadrada na Análise Crítica do Discurso – ACD, de Norman Fairclough (1989, 2001, 2003a), como também nos estudos de Álvaro Vieira Pinto (2005), sobre tecnologia, e de Branca Moreira Alves & Jacqueline Pitanguy (2003) sobre feminismo, que são essenciais para o desenvolvimento dessa proposta teórico-metodológica. A categoria analítica avaliação permitiu-nos identificar nos comentários de mulheres, juízos de valor explícitos e implícitos, muitos, alicerçado em ideias patriarcalistas, procurando manter essa divisão estabelecida pela ideologia patriarcal. Todavia percebemos, igualmente, declarações avaliativas que mobilizam o rompimento dessas práticas opressoras. Verificamos ainda que, quando os atores sociais fazem uso dessa categoria no gênero comentário, eles colaboram para manter e/ou transformar práticas sociais historicamente situadas, isso porque é possível perceber através dos marcadores linguísticos avaliativos como eles se identificam e identificam aos outros na sociedade na contemporânea.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - ***.481.444-** - IRAN FERREIRA DE MELO - UFPE
Presidente - ***.481.444-** - IRAN FERREIRA DE MELO - UFRPE
Externa à Instituição - JACIARA JOSEFA GOMES - UPE
Notícia cadastrada em: 12/12/2023 15:49
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