PPGL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS - CAC DEPARTAMENTO DE LETRAS - CAC Telefone/Ramal: (81) 2126-8767

Banca de QUALIFICAÇÃO: GIOVANI BUFFON ORLANDINI

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GIOVANI BUFFON ORLANDINI
DATA : 11/12/2023
LOCAL: virtual via google meet
TÍTULO:

Literatura, memória e o passado que não passa: um estudo comparado de romances que representam o legado da ditadura civil-militar brasileira

 


PALAVRAS-CHAVES:

Romance contemporâneo; Memória; Ditadura civil-militar; Literatura Comparada; Processos sociais e forma literária.


PÁGINAS: 123
RESUMO:

O presente trabalho propõe a realização de um estudo das formas de representação do legado ditatorial brasileiro em romances contemporâneos. Tal legado, conforme levantado em O que resta da ditadura (SAFATLE e TELES, 2010), é constituído por estruturas de funcionamento do regime civil-militar (iniciado em 1964) que de maneira insidiosa permaneceram em diferentes esferas da sociabilidade nacional mesmo após o fim o início da normalidade democrática. Trata-se de um “fantasma” da ditadura, de uma figura espectral representativa de um passado não devidamente elaborado ou resolvido, um passado que não passa. A presença desse “fantasma” é sentida em uma série e romances publicados a partir da década de 2000, numa variedade ampla de formulações literárias que apresentam um ponto comum: a utilização da memória enquanto motor de estruturação formal das narrativas. Nesse sentido, essas obras formam um conjunto variado e combinado: “variado” porque procuram elaborar distintos desdobramentos contemporâneos desse legado, isto é, a presença do “fantasma” em diferentes setores do presente, apresentando elaborações estéticas também distintas entre si; “combinado” porque as obras se encontram na centralidade da temática, o legado da ditadura e seus desdobramentos, e no núcleo de organização formal, ou seja, na utilização da memória enquanto princípio de organização da prosa. Nosso corpus procura selecionar uma pequena amostra de conjunto mais amplo de obras variadas e combinadas, e conta com três romances, a saber: Não falei (2004), de Beatriz Bracher, K. Relato de uma busca (2011), de Bernardo Kucinski, A glória e seu cortejo de horrores (2017), de Fernanda Torres. Nosso arcabouço teórico procura estabelecer, centralmente, um razoável apanhado de contribuições para a compreensão da memória enquanto fenômeno – seu funcionamento, suas implicações individuais e coletivas, suas formas e possibilidades de representação e de comunicação, seu papel nas esferas públicas, na política etc., e sobretudo suas possíveis relações com a literatura em prosa. Partindo desse levantamento, e tendo em vista o recorte exposto acima, o propósito do presente trabalho é realizar um estudo comparado entre as obras do corpus, procurando observar e compreender, com um olhar mais especificamente voltado às relações entre os processos sociais e as forma literárias, que respostas a contemporaneidade romanesca brasileira tem oferecido à presença do “fantasma” da ditadura: o que as distintas concepções narrativas dizem acerca da renitente presença desse passado não resolvido; quais os alcances e consequências, individuais e coletivos, da não elaboração desse momento traumático; por quais caminhos a memória atua, como intermediária, na realização dessas reflexões.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1420448 - RICARDO POSTAL
Externa à Instituição - JULIANE VARGAS WELTER - UFRN
Externa à Instituição - ILANA HEINEBERG
Notícia cadastrada em: 14/11/2023 13:09
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