Literatura, Cultura e Gênero: um estudo da distopia feminista O Conto da Aia (2017) de Margareth Atwood e da adaptação homônima para uma série de TV
Objetivamos analisar a obra O conto da Aia de Margareth Atwood (originalmente publicado em 1985), com tradução de Ana Deiró (2017), e sua adaptação para o formato de uma série de TV The Handmade’s Tale – O conto da Aia, criada por Bruce Miller (2017-2021), como uma distopia feminista que propõe uma revisão do cânone literário pela perspectiva das teorias de adaptação, bem como analisar o contexto de recepção no qual essas duas obras veiculam. Para validar nossas proposições, contribuem as pesquisas de Ildney Cavalcanti (2003), acerca do conceito de distopia; de Toril Moi (1988) e as representações dos feminismos na literatura e nas artes; de Jenner ( 2018), que disserta sobre o estado da arte das séries de streaming; de Roberto Reis (2000) , que propõe reflexões sobre os tensionamentos dos processos de canonização das obras literárias; de Sanders (2006), Claus Cluver (2007) e Saint-Gelais (2011) com a elucidação sobre os modos de adaptação; de Jauss (1994) e Zilberman (1989) que nos enveredam à análise da teoria da recepção. As pesquisas existentes sobre O conto da Aia (romance e série de TV) ainda necessitam serem amplificadas, além de não reunirem em um único arquivo as discussões que aqui propomos. Dessa forma, utilizaremos a metodologia de análise textual conforme Catherine Belsey (2013), que assevera o que aqui propomos, de trazer a originalidade não no sentido adâmico, do nunca dito, mas o de reunir as propostas todas em um escrito, de modo ainda não publicado. Desta forma, propomos para a tese a ser desenvolvida uma estrutura de quatro capítulos, através dos quais realizaremos o desdobramento acerca da distopia feminista, o estado da arte da adaptação seriada, dos processos de canonização da adaptação e seus modos, e da recepção participativa dos objetos aqui analisados.