ANGÚSTIA EXISTENCIAL EM CONTOS BRASILEIROS NO SÉCULO XXI: Munduruku, Polesso e Evaristo
Angústia Existencial; Literatura Brasileira; Contos; Século XXI.
A presente dissertação almeja, através de estudo comparativo e pesquisa teórica/bibliográfica, analisar contos contemporâneos de autores brasileiros e discorrer sobre as representações da angústia existencial a partir de determinadas discussões acerca da contemporaneidade. Inicialmente, buscamos elucidar o que estamos proferindo por angústia frente às problematizações do conceito na tradição da filosofia existencial, representada por Søren Kierkegaard, Martin Heidegger e Jean-Paul Sartre, assim, através dessa delimitação, serão expostas relações que os filósofos estabelecem entre o fenômeno e subtemas que o acompanham, como possibilidade, autenticidade e liberdade. Por conseguinte, guiados pela percepção que a literatura (assim como a filosofia, só que no campo da representação) possibilita um papel de reflexão profunda e essencial sobre a angústia, refletimos sobre o fenômeno e suas relações diante de quatro contos publicados nas primeiras duas décadas do século XXI, são eles: Sabedoria das Águas de Daniel Munduruku, Dramaturga Hermética de Natália Polesso e Beijo na face de Conceição Evaristo. Salienta-se, destarte, que a pesquisa na análise não aponta exemplos em demasia, pois a escolha de poucos contos se deu pela garantia do que desejamos destacar: a abordagem do tema nos contos não como uma simples forma de exemplificação no campo metafórico, mas sim como uma forma profunda e contemplativa do fenômeno como algo inerente à existência e à condição humana. Como resultado, pretendemos apontar que a literatura, e suas particularidades no campo representativo, pode auxiliar nas discussões e entendimento sobre a angústia existencial, possibilitando ao leitor, caso almeje, a abertura de caminhos para enfrentamentos e ressignificações ante ao fenômeno.